Solitário Anônimo - Débora Diniz

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Resenha do documentário “SOLITÁRIO ANÔNIMO” (DÉBORA DINIZ) – por Lucas Moreira Jorge (Especialização Direitos Humanos e Cidadania – UFGD). O documentário mostra a história de um idoso que abdicou da sua identidade civil para tentar morrer no anonimato para poupar de sofrimento as pessoas do seu círculo íntimo. Durante dias ele é mantido vivo por equipe médica que cumpre ordem judicial nesse sentido, mesmo ele expressando seu desejo de morrer. Ao final, vê-se ele impossibilitado de concluir sua vontade pela interferência social. Essa temática contrasta o direito individual de liberdade, em seu exercício máximo exponencial, com o direito coletivo de unidade. Sob o ponto de vista individual, o ideal seria a não ingerência na decisão particular de eutanásia, uma vez que a nenhum estranho seria possível conhecer o processo histórico que conduziu o anônimo solitário a concluir pelo fim não natural da vida. Sob a perspectiva da coletividade humana, por outro lado, é aceitável que haja resistência contra a morte, eis que esta é o agente enfraquecedor do ente coletivo. Portanto, o documentário trata de tema delicado, que pode ser teoricamente defendido por pensamentos opostos, a depender da percepção filosófica de cada indivíduo.

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Resenha do documentário Solitário Anônimo, dirigido por Débora Diniz.

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Resenha do documentário “SOLITÁRIO ANÔNIMO” (DÉBORA DINIZ)– por Lucas Moreira Jorge (Especialização Direitos Humanos e Cidadania – UFGD).

O documentário mostra a história de um idoso que abdicou da sua identidade civil para tentar morrer no anonimato para poupar de sofrimento as pessoas do seu círculo íntimo.

Durante dias ele é mantido vivo por equipe médica que cumpre ordem judicial nesse sentido, mesmo ele expressando seu desejo de morrer. Ao final, vê-se ele impossibilitado de concluir sua vontade pela interferência social.

Essa temática contrasta o direito individual de liberdade, em seu exercício máximo exponencial, com o direito coletivo de unidade.

Sob o ponto de vista individual, o ideal seria a não ingerência na decisão particular de eutanásia, uma vez que a nenhum estranho seria possível conhecer o processo histórico que conduziu o anônimo solitário a concluir pelo fim não natural da vida.

Sob a perspectiva da coletividade humana, por outro lado, é aceitável que haja resistência contra a morte, eis que esta é o agente enfraquecedor do ente coletivo.

Portanto, o documentário trata de tema delicado, que pode ser teoricamente defendido por pensamentos opostos, a depender da percepção filosófica de cada indivíduo.