Somente a Escritura? 21 Razões para rejeitar a Sola Scriptura

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    Joel Peters

    Somente a Escritura?Traduo de Rondinelly Ribeiro

    1a. Edio

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    Direitos do Autor

    Publicado originalmente com o ttulo: Scripture Alone? 21 Reasons toreject Sola ScripturaCopyright 2000por Joel PetersCopyright da traduo 2003 por Apostolado Veritatis Splendor.

    Peters, Joel S. Somente a Escritura? 21 Razes para rejeitar a SolaScriptura. Traduo Rondinelly Ribeiro.Braslia: 2009

    (1 edio, 62 pginas)

    Bibliografia.

    1. Teologia; 2. Cristianismo; 3. Doutrina da Igreja; I. Peters, Joel;II. Ttulo

    CDD 230.0

    ndices para Catlogo Sistemtico:1. Cristandade: teologia crist 230.0

    Capa, diagramao e reviso: Alessandro Lima.

    Copyright 2009. Todos os direitos reservados.

    Livre cpia e difuso via Internet, em forma EXCLUSIVA de e-book, desde quereproduza o texto integral, sem quaisquer alteraes, acrscimos, omisses ouinterpretaes no autorizados, preservando-se sempre os direitos do Autor.Cpia do e-book original pode ser encontrada em http://www.veritatis.com.br.Proibida a reproduo e distribuio total ou parcial por material impresso esistemas grficos, microfilmticos, fotogrficos, reprogrficos, fonogrficos e

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    "Eu no creria no Evangelho se no fosse a autoridade daIgreja Catlica" (Santo Agostinho, Epstola Contra osManiqueus v. 6).

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    Sumrio

    Pgina

    Introduo 9

    RAZO No. 01 - No ensinada em parte alguma da Bblia 10RAZO No. 02 - A Bblia indica que devemos aceitar aTradio Oral

    15

    RAZO No. 03 - A Bblia qualifica a Igreja como Coluna eFundamento da Verdade

    18

    RAZO No. 04 - Cristo nos fala para submetermo-nos

    autoridade da Igreja

    20

    RAZO No. 05 - A Escritura afirma que no suficiente comoorientadora

    22

    RAZO No. 06 - Os primeiros cristos no tinham uma bbliacompleta

    25

    RAZO No. 07 - A Igreja foi quem deu origem Bblia, no ocontrrio

    28

    RAZO No. 08 - completamente estranha Igreja primitiva 30

    RAZO No. 09 - Os heresiarcas basearam-se na interpretaobblica sem o Magistrio da Igreja

    33

    RAZO No. 10 - O Cnon da Bblia no estava formado at o

    sculo IV

    35

    RAZO No. 11 - O Cnon da Bblia foi definido por umaautoridade extra-bblica

    36

    RAZO No. 12 - No h fundamento em crer que a Bblia auto-autenticvel

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    RAZO No. 13 - Nenhum dos escritos bblicos originais 40

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    existem mais

    RAZO No. 14 - Os manuscritos bblicos possuem milhares devariaes 42

    RAZO No. 15 - Existem centenas de verses bblicas 44

    RAZO No. 16 - A Bblia no estava disponvel at o sculoXV

    47

    RAZO No. 17 - A Sola Scriptura no existia antes do sculo

    XIV

    49

    RAZO No. 18 - Produz maus frutos como divises e disputas 50

    RAZO No. 19 - No permite a interpretao definitiva daBblia

    52

    RAZO No. 20 - Faltam sete livros na Bblia protestante 55

    RAZO No. 21 -Originou-se dos problemas emocionais de Lutero 59

    Consideraes Finais 61

    Outras Informaes 62

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    Introduo

    s cremos somente na Bblia, e a Bblia inteira a nica regra de fpara o cristo.N

    Talvez voc j tenha ouvido esta frase ou algo parecido de um cristoprotestante. Ela , em essncia, o significado da doutrina da SolaScriptura, ou Somente a Escritura, que alega que a Bblia - interpretadaindividualmente pelo crente - a nica fonte de autoridade religiosa e anica regra ou o nico critrio em qu o crente deve acreditar. Por estadoutrina, que uma das fundamentais doutrinas do protestantismo, oprotestante nega que exista qualquer outra fonte de autoridade religiosaou revelao divina humanidade.

    A Igreja Catlica, por outro lado, afirma que a regra imediata oudireta de f o ensino da Igreja. Este, por sua vez, tem suas Fontes daRevelao Divina - A Palavra Escrita, a Sagrada Escritura, e a Palavra no-Escrita, conhecida como Tradio. A autoridade do Magistrio da IgrejaCatlica (chefiado pelo Papa), apesar de no ser ela prpria uma fonte derevelao divina, possui a misso de interpretar e ensinar tanto aEscritura como a Tradio. Estas duas formas so as fontes da doutrinacrist, a regra de f crist remota ou indireta.

    Obviamente, estas duas vises apresentadas so opostas, e aqueleque busca seguir Cristo deve ter a certeza de que est seguindo averdadeira.

    A doutrina da Sola Scripturase originou com Martinho Lutero, ummonge alemo do sculo 16 que quebrou sua unio com a Igreja CatlicaRomana e iniciou a Reforma Protestante1. Em resposta a alguns abusos

    que ocorriam na Igreja, Lutero tornou-se um grande oponente de certasprticas. Como tais abusos de fato ocorriam, Lutero estava correto em serevoltar. Contudo, houve uma srie de confrontos entre ele e a hierarquiacatlica. E medida que foram evoluindo, as disputas foram se centrandona questo da autoridade da Igreja e - pelo ponto de vista de Lutero - se o

    1 A reforma protestante no foi uma reforma no sentido verdadeiro da palavra, mas sim uma revoluo - uma

    alterao violenta da legtima religiosidade e ordem civil.

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    ensino da Igreja deveria ser considerado regra de f legitima para oscristos.

    Crescendo as disputas entre Lutero e a hierarquia da Igreja, ele aacusava de haver corrompido a doutrina crist e distorcido as verdadesbblicas, e cada vez, mais e mais, ele acreditava que a Bblia, interpretadapor cada indivduo, era a nica regra de f religiosa para o cristo. Rejeitoua Tradio assim como a autoridade do ensino da Igreja Catlica (com oPapa como sua cabea) como tendo legtima autoridade religiosa.

    Um observador honesto poderia perguntar, portanto, se a doutrinade Lutero sobre a Sola Scriptura seria uma restaurao genuna dasverdades bblicas ou a promulgao de uma viso pessoal acerca daautoridade da Igreja. Lutero era um apaixonado pelas suas crenas, e foibem-sucedido em divulg-las, mas estes fatos por si s no so garantiaalguma de que o que ensinou esteja correto. Pelo fato de o bem-estar, emesmo o destino eterno das pessoas, ser uma aposta de confiana, o fielcristo precisa estar precisamente seguro neste assunto.

    Nos pargrafos seguintes declaramos vinte e uma consideraesque ajudaro voc, leitor catlico ou protestante, a analisarcuidadosamente a doutrina luterana da Sola Scriptura de um ponto devista bblico, histrico e lgico, e que mostrar que de fato esta no umadoutrina bblica genuna, mas somente uma doutrina humana.

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    RAZO No. 01

    No ensinada em parte alguma da Bblia

    alvez a razo que mais chame a ateno para rejeitar esta doutrina que no existe nem mesmo um s versculo onde esta seja ensinada,e isto, portanto, torna esta doutrina auto-refutada.T

    Os protestantes comumente citam versculos tais como 2 Tm3,16-17 ou Ap 22,18-19 em defesa da Sola Scriptura, mas um exameminucioso destas duas passagens facilmente ir demonstrar que naverdade estas no suportam tal doutrina.

    Em 2 Tm 3,16-17 lemos: Toda Escritura inspirada por Deus e tilpara ensinar, refutar, corrigir, educar na justia, a fim de que o homem deDeus seja perfeito, qualificado para qualquer boa obra. Existem aqui cincoconsideraes que enfraquecem a interpretao protestante destapassagem:

    1 - A palavra grega ophelimusutilizado no v.16 significa til e nosuficiente. Um exemplo desta diferena seria dizer que a gua til paranossa existncia - mesmo necessria - mas no suficiente; isto , ela no o nico componente que nos manteria vivos. Tambm precisamos dealimentos, medicamentos, etc. Da mesma forma, a Escritura til na vidado cristo, mas isto nunca quis dizer que ela a nica fonte de ensinopara o cristo, ou e a nica coisa da qual ele necessita.

    2 - A palavra grega pasa, que geralmente traduzida como toda,na realidade significa qualquer, e seu sentido se refere a cada uma ouqualquer uma das classes denotadas pelo substantivo a que estconectado2. Em outras palavras, a forma grega indica que toda e qualquer

    2 2. W.E. Vine [protestante], Vine's Expository Dictionary of New Testament Words (McLean, VA:McDonald Publishing House, n.d.), p. 387. Cf. St. Afonso de Ligurio, Exposio e defesa de todos osassuntos de f discutidos e definidos pelo Santo Conclio de Trento; com a refutao dos erros dos pretensos

    reformadores, etc. (Dublin: James Duffy, 1846), p. 50.

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    Escritura til. Se a doutrina da Sola Scriptura fosse verdadeira, baseadano verso grego 16, todo e qualquer livro da Bblia poderia, isoladamente,

    ser considerado a nica regra de f, uma posio que obviamenteabsurda.

    3 - A Escritura a que Paulo se refere o Antigo Testamento, umfato que claramente referido pelo fato de as Escrituras serem conhecidasdesde a tenra infncia (v.15) por Timteo. O Novo Testamento comoconhecemos ainda nem mesmo existia, ou na melhor das hipteses estavaincompleto, ento no poderia estar includo no que Paulo quis dizer com o

    termo Escritura. Se aceitarmos as palavras de Paulo sem analisarmos oque realmente significam, a Sola Scriptura, ento, significaria que a nicaregra de f do cristo o Antigo Testamento. Esta uma concluso quetodos os cristos rejeitariam. Os protestantes responderiam a esteargumento dizendo que Paulo no est tratando do cnon da Bblia (oslivros inspirados que constituem a Bblia), mas sim da natureza daEscritura. Ainda que haja alguma validade nesta afirmao, a questo docnon tambm relevante aqui, pelas seguintes razes: antes que falemosda natureza das Escrituras como sendo theopneustos, ou seja, inspirados(literalmente "soprados por Deus"), imperativo que identifiquemos comsegurana os livros que queremos listar como Escritura; de outra forma,livros errados poderiam ser chamados de inspirados. Obviamente, aspalavras de So Paulo aqui tomaram uma nova dimenso quando o NovoTestamento foi completado, e os cristos eventualmente as consideravam,tambm, como sendo Escritura. Deve ser dito, ento, que o cnon bblico

    tambm entra na questo, pois Paulo - escrevendo sob a inspirao doEsprito Santo - enfatiza o fato de que toda (e no somente alguma)Escritura inspirada. A questo que deve ser discutida, entretanto, esta:como podemos ter a certeza de que temos todos os livros corretos?Obviamente, somente poderemos conhecer a resposta se soubermos qual o cnon da Bblia. Tal questo guarda um problema para os protestantes,mas no para os catlicos, pois estes possuem uma autoridade infalvelque pode responder.

    4 - A palavra grega artios, aqui traduzida como perfeito, primeira vista pode fazer crer que a Escritura de fato tudo o que necessrio. "Logo", algum poderia perguntar, "se as Escrituras tornam ohomem de Deus perfeito, que mais seria preciso? Por acaso a palavra'perfeito' no significa que nada mais necessrio?". Bem, a dificuldadecom esta interpretao que o texto no diz que somente pelos meios daEscritura o homem de Deus tornado perfeito. O texto indica

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    precisamente o oposto, pois verdadeiro que a Escritura opera emconjuno com outras coisas. Note que no qualquer um que se torna

    perfeito, mas o homem de Deus - que significa um ministro de Deus (cf. 1Tm 6,11), um sacerdote. O fato deste indivduo ser um ministro de Cristopressupe que ele j estava acompanhando um estudo que o preparariapara exercer tal ofcio. Sendo assim, a Escritura poderia ser mais uminstrumento dentro de uma srie de outros que tornam o homem de Deusperfeito. As Escrituras poderiam complementar sua lista de itensnecessrios ou poderiam ser o item mais proeminente da lista, masseguramente no eram a nica ferramenta de sua lista nem pretendia ser

    tudo o que necessitaria. Por analogia, considere um mdico. Nestecontexto, poderamos dizer algo como "O Tratado de Medicina Interna doHarrison (livro texto de referncia na prtica mdica mundial) torna nossaprtica mdica perfeita, logo estamos aptos a qualquer procedimentomdico". Obviamente tal afirmativa no pode significar que tudo o que omdico precisa seja o TMIH. Este um item entre vrios outros, ou o maisproeminente. O mdico tambm necessita de um estetoscpio, umtensimetro, um otoscpio, um oftalmoscpio, tcnicas cirrgicas, etc.Estes outros itens so pressupostos pelo fato de estarmos falando de ummdico, e no de um leigo. Logo, seria incorreto presumir que somente oTMIH torna o mdico perfeito, a nica ferramenta necessria.

    Alm disso, considerar que a palavra perfeito significa o nicoitem necessrio resulta em contradio bblica, pois em Tg 1,4 lemos que apacincia - sem citar as Escrituras - torna os homens perfeitos e ntegros,

    livres de todo defeito. verdade que aqui uma palavra grega diferente -teleios - usada para perfeitos, mas permanece o fato de que oentendimento bsico o mesmo. Ento, se algum certamente entendeque a pacincia no a nica ferramenta que o cristo precisa para serperfeito, um mtodo interpretativo consistente levaria-nos a reconhecer damesma forma que as Escrituras no so a nica coisa que o homem deDeus necessita para ser perfeito.

    5 - A palavra grega exartio no v.17, traduzida por qualificado(outras Bblias trazem algo como equipado ou plenamente qualificado) tida como uma prova pelos protestantes da Sola Scriptura, pois estapalavra - novamente - implica em dizer que nada mais necessrio aohomem de Deus. Contudo, ainda que o homem de Deus seja qualificado ouplenamente equipado, este fato por si mesmo no garante que este homemsaiba interpretar e aplicar corretamente uma passagem bblica. Osacerdote deve tambm aprender como usar corretamente as Escrituras,

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    mesmo que ele j esteja equipado com elas. Considere de novo a analogiado mdico. Pense num estudante de medicina no incio de sua residncia.

    Ele deve dispor de todo seu arsenal necessrio para os procedimentoscirrgicos, ou seja, ele deve estar qualificado, plenamente equipado paraqualquer procedimento de emergncia, mas a menos que ele passe boaparte do tempo junto a mdicos mais experientes, observe suas tcnicas,aprenda suas habilidades, e pratique algum procedimento ele prprio, osinstrumentos cirrgicos que possui so completamente inteis. Semdvida, se no aprender a usar tais instrumentos apropriadamente, estesmesmos podem se tornar armas perigosas em suas mos. Quem se

    habilitaria a submeter-se a um cirurgio que aprendeu cirurgias porcursos de correspondncia?

    Da mesma forma ocorre entre o homem de Deus e a Escritura.Estas, como os instrumentos cirrgicos, so preciosos apenas quando bemmanipulados. Do contrrio, os resultados so o oposto do esperado. Malusados, um pode trazer a dor e a morte fsica, a outra, a dor e a morteespiritual. Devido a Escritura nos advertir a mantermos a retido dapalavra da verdade (cf. 2 Tm 2,15), bvio, portanto, que a palavra daverdade pode ser desviada de seu correto caminho - da mesma forma queum estudante de medicina destreinado que usa incorretamente seuinstrumental.

    Com relao ao Ap 22,18-19, h duas consideraes quedesqualificam a Sola Scriptura. A passagem - quase a ltima da Bblia -diz: Eu atesto a todo o que ouvir as palavras profticas deste livro: Sealgum lhes fizer qualquer acrscimo, Deus lhes acrescentar as pragasescritas nesse livro. E se algum tirar qualquer coisa das palavras destelivro proftico, Deus lhe retirar a sua parte da rvore da vida e da cidade

    santa, que esto descritas neste livro.

    1 - Quando os versos desta passagem afirmam que nada deve seracrescentado ou retirado das palavras deste livro proftico, no esto se

    referindo Sagrada Tradio sendo acrescentada Sagrada Escritura. bvio pelo contexto que o livro aqui referido o prprio Apocalipse, e no aBblia inteira. Sabemos disso porque So Joo diz que o que for culpadopor acrescentar a este livro ser penalizado com as pragas escritas nestelivro, as pragas que ele mesmo descreveu em seu prprio livro, oApocalipse. Afirmar algo diverso disso atentar contra o texto e distorcerseu claro significado, especialmente devido a Bblia que conhecemos ainda

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    no existir quando esta passagem foi escrita, sendo assim no poderiasignificar o compndio cristo3.

    Na defensiva de sua interpretao, os protestantes traro oargumento de que Deus v adiante, v qual seria o cnon da Bblia, sendoo Apocalipse o ltimo livro da Bblia, e portanto Ele definiu o cnon com aspalavras dos vv.18-19. Mas esta interpretao necessita que busquemos osignificado do texto. Alm do mais, se tal afirmao for correta, como ocristo pode saber inquestionavelmente que Ap 22,18-19 est selando ocnon a menos que um intrprete infalvel lhe confirme que este ,

    inquestionavelmente, o nico sentido deste versculo? Porm, se talautoridade existe, ento a doutrina da Sola Scriptura- ispo facto - torna-senula e a ser evitada.

    2 - A mesma advertncia de no acrescentar ou subtrair palavras vista em Dt 4,2, que diz: Nada acrescentareis s palavras dosmandamentos que vos dou, e nada tirareis; assim guardareis os

    mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos dou. Se aplicarmos

    uma interpretao paralela com este verso, logo tudo o que est na Bbliaalm dos decretos das leis do Antigo Testamento deveria ser consideradoapcrifo ou no-cannico - incluindo o Novo Testamento! Mais uma vez,todos os cristos rejeitam, imediatamente, esta concluso. A proibio deAp 22,18-19 contra a adio, portanto, no pode significar que os cristosesto proibidos de buscar algum guia fora da Bblia.

    3 Apesar de todos os livros do Novo Testamento j terem sido escritos enquanto Joo finalizava o Apocalipse,

    ainda no estavam organizados como Sagrada Escritura.

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    RAZO No. 02

    A Bblia indica que devemos aceitar aTradio Oral

    o Paulo recomenda e ordena a manuteno da Tradio Oral. Em1 Cor 11,2, por exemplo, lemos: Eu vos felicito por vos lembrardesde mim em toda ocasio e conservardes as tradies tais como eu

    vo-las transmiti4. So Paulo est claramente recomendando quemantenham a tradio oral, e deve ser notado em particular que elecongratula os fiis por faz-lo (Eu vos felicito...). Tambm explcito no

    texto o fato de que a integridade desta Tradio oral apostlica eraclaramente mantida, da mesma forma como Nosso Senhor haviaprometido, sob o auxlio do Esprito Santo (cf. Jo 16,13).

    STalvez o mais claro apoio bblico para a Tradio oral seja 2 Ts

    2,15, onde os cristos so enfaticamente advertidos: Assim, pois, irmos,ficai inabalveis e guardai firmemente as tradies que vos ensinamos, de

    viva voz ou por carta. Esta passagem significante porque: a) mostra umatradio oral apostlica vivente,b) diz que os cristos estaro firmementefundamentados na f se aderirem a estas tradies e c) claramente afirmaque estas tradies eram tanto escritas como orais. A Bblia distintamentemostra aqui que as tradies orais - autnticas e apostlicas em suaorigem - deveriam ser seguidas como componente vlido do Depsito daF, ento por quais razes ou desculpas os protestantes a rejeitam? Comque autoridade podem rejeitar uma exortao clara do apstolo Paulo?

    Alm do mais, devemos considerar o texto desta passagem. Apalavra grega krateite, traduzida aqui como guardar, significa estarfirme, forte, prevalecer5. Esta linguagem enftica, e demonstra aimportncia da manuteno destas tradies. Obviamente, devemos

    4 A palavra traduzida como ordenana tambm traduzida como ensinamento ou tradio, por exemplo, aNIV traz ensinamento com uma nota dizendo: "ou tradio"5

    Vine, op. cit., p. 564.

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    diferenciar o que seja Tradio (com T maisculo), que parte da revelaodivina, das tradies da Igreja (com t minsculo) que, mesmo que sejam

    boas, desenvolveram-se tardiamente e no fazem parte do Depsito da F.Um exemplo de algo que seja parte da Tradio seria o batismo infantil;um exemplo de tradies da Igreja seria o calendrio das festas dos santos.Tudo que venha da Sagrada Tradio de origem divina e so imutveis,enquanto que as tradies da Igreja so cambiveis pela Igreja. A SagradaTradio serve-nos como regra de f por mostrar no qu a Igreja temconsistentemente crido atravs dos sculos e como ela sempre entendeuuma determinada parte Bblica. Uma das principais formas pelo qual a

    Sagrada Tradio foi transmitida a ns est nas doutrinas dos textoslitrgicos antigos, o servio divino da Igreja.

    Todos j notaram que os protestantes acusam os catlicos depromoverem doutrinas novas e anti-bblicas baseadas na Tradio, porafirmarem que tal Tradio contm doutrinas que so estranhas Bblia.Entretanto, esta acusao profundamente falsa. A Igreja Catlica ensinaque a Tradio Oral no contm nada que seja contrrio Tradio

    Escrita. Alguns pensadores catlicos afirmam, inclusive, que no h nadana Tradio Oral que no seja encontrado na Bblia, mesmo queimplicitamente ou em formas seminais. Certamente as duas esto emperfeita harmonia e complementam uma outra. Para algumas doutrinas,a Igreja faz uso da Tradio mais que pelas Escrituras para seuentendimento, mas mesmo estas doutrinas esto includas nas SagradasEscrituras. Por exemplo, as doutrinas seguintes so preferencialmente

    baseadas na Sagrada Tradio: batismo infantil, o cnon das Escrituras, odomingo como Dia do Senhor, a virgindade perptua de Maria e aassuno de Maria.

    A Sagrada Tradio complementa nossa compreenso da Bblia aomesmo tempo que no constitui uma fonte extra-bblica de revelao, comdoutrinas novas ou estranhas a ela. Muito pelo contrrio: a Sagrada Tradio age como a memria viva da Igreja, relembrando-a

    constantemente o que criam os cristos antigos, como entendiam einterpretavam as passagens bblicas6. De certa forma, a Sagrada

    6 Um exemplo desta forma interpretativa envolve Ap 12. Os Padres da Igreja entenderam a mulher vestida desol como referncia Assuno da Virgem Maria. Algum afirmar que esta doutrina no existia at 1950 (oano em que o Papa Pio XII definiu-o como dogma de f) corresponde a uma grande ignorncia de histriaeclesial. Essencialmente, a crena surgiu desde o incio, mas no fora formalmente definida at o sculo 20.Deve-se saber que a Igreja geralmente no costuma definir uma doutrina formalmente a no ser que esta sejaquestionada por correntes herticas perigosas. Tais ocasies requerem uma necessidade oficial de definir

    parmetros sobre a doutrina em questo.

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    Tradio que diz ao leitor da Bblia: Voc est lendo um livro muitoimportante, que contm a revelao de Deus aos homens. Agora deixe-me

    explic-lo como ela sempre foi entendida e praticada pelos cristos desde oincio dos tempos.

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    RAZO No. 03

    A Bblia qualifica a Igreja como Coluna eFundamento da Verdade

    muito interessante que em 1 Tm 3,15 vemos no a Bblia, mas aIgreja - isto , a comunidade viva de crentes fundada sob Pedro eos apstolos e mantida pelos seus sucessores - sendo chamada decoluna e fundamento da verdade. Claramente esta passagem de

    modo algum significa diminuir a importncia da Bblia, mas sua inteno de mostrar que Jesus Cristo de fato estabeleceu um magistrio

    autorizado que foi enviado a ensinar todas as naes (cf. Mt 28,19) Emoutro lugar esta mesma Igreja recebeu de Cristo a promessa de que osportes do inferno no prevaleceriam contra ela (cf. Mt 16,18), pois Elesempre estaria presente (cf. Mt 28,20) e enviaria o Esprito Santo paraensin-la todas as verdades (cf. Jo 16,13). Ao chefe visvel de sua Igreja,So Pedro, Nosso Senhor disse: Te darei as chaves do Reino dos Cus.Tudo que ligares na terra ser ligado no cu; e tudo que desligares na terraser desligado no cu (Mt 16,19). evidente a partir destas passagensque Nosso Senhor enfatiza a autoridade de Sua Igreja e a norma quedeveria seguir para salvaguardar e definir o Depsito da F.

    Tambm evidente destas passagens que esta mesma Igreja seriainfalvel, pois se em algum lugar de sua histria a Igreja ensinou o erro emmatria de f e moral - ainda que temporariamente - cessaria de ser colunae fundamento da verdade. Pelo fato de todo fundamento existir para ser

    firme e permanente, e de que as passagens acima no permitem apossibilidade da Igreja ensinar algo contrrio reta f e moral, a nicaconcluso plausvel que Nosso Senhor foi muito preciso em estabelecer asua infalibilidade quando chamou-a de coluna e fundamento da verdade.

    O protestante, entretanto, v aqui um dilema quando afirma que aBblia a nica regra de f para os crentes. Qual a capacidade, ento, daIgreja - coluna e fundamento da verdade - se no deve servir para

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    estabelecer autoridade alguma? Como a Igreja pode ser coluna efundamento da verdade se no palpvel, habitualmente prtica para

    servir como autoridade na vida do cristo? O protestante efetivamentenega que a Igreja seja o fundamento da verdade por negar que ela possuaqualquer autoridade para ensinar.

    Alm disso, os protestantes entendem o termo Igreja como sendoalgo diferente do que entende a Igreja Catlica. Os protestantes vem aigreja como uma entidade invisvel, e para eles ela a coletividade de todosos cristos ao redor do mundo unidos na f em Cristo, apesar das grandes

    variaes nas doutrinas e alianas denominacionais. Os catlicos, poroutro lado, entendem que no somente os cristos unidos na f em Cristoformam seu corpo mstico, mas entendemos simultaneamente que estaseja - e somente uma - a nica organizao que possa traar uma linhaininterrupta at os prprios apstolos: a Igreja Catlica. esta Igreja esomente esta Igreja que foi estabelecida por Cristo e que tem mantido umaconsistncia absoluta em doutrina atravs de sua existncia, e, portanto, somente esta Igreja que pode requerer ser a coluna e fundamento da

    verdade.

    O protestantismo, por comparao, tem conhecido histria defortes vacilos e mudanas doutrinrias, e nem mesmo duas denominaesconcordam entre si completamente - mesmo quanto a doutrinasimportantes. Tais mudanas e alteraes no permitem que sejamconsideradas fundamento da verdade. Quando os fundamentos de umaestrutura alteram-se ou so dispostos inapropriadamente, este mesmofundamento fraco e sem suporte firme (Mt 7,26-27). Pelo fato de oprotestantismo ter experimentado mudanas tanto intradenominacionalquanto entre as diversas denominaes que surgem continuamente, estascrenas so como uma fundao que muda constantemente. Tais credosento cessam de prover o suporte necessrio para manter a estrutura quesustentam, e a integridade dessa estrutura fica comprometida. NossoSenhor claramente no pretendeu que seus discpulos e seguidores

    construssem suas casas espirituais em tal fundamento instvel.

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    RAZO No. 04

    Cristo nos fala para submetermo-nos autoridade da Igreja

    m Mt 18,15-18 vemos Cristo orientar seus discpulos em comocorrigir um companheiro. dito neste exemplo que Nosso Senhoridentifica melhor a Igreja que as Escrituras como sendo a

    autoridade final a se apelar. Ele mesmo diz que se o irmo pecador noouvir a prpria Igreja, seja para ti como o pago e o coletor de impostos(v.17) - isto , como um excludo. Alm do mais, Nosso Senhor re-enfatiza

    solenemente a autoridade infalvel da Igreja no v.18 repetindo Seupronunciamento anterior sobre o poder de ligar e desligar (Mt 16,18-19),dirigido desta vez aos apstolos como um colgio, um grupo, e nosomente a Pedro: Em verdade eu vos declaro: tudo o que ligares na terraser ligado no cu, e tudo o que desligares na terra ser desligado no cu(Mt 18,18)7.

    E

    Claro que existem exemplos na Bblia onde Nosso Senhor apela s

    Escrituras, mas nestes casos Ele, como aquele que possui a autoridade,estava ensinando as Escrituras; Ele no estava permitindo que asEscrituras ensinassem a si mesmas. Por exemplo, Ele preferiu responderaos escribas e fariseus usando as Escrituras precisamente porque estestentavam apanh-lo usando as mesmas Escrituras. Nestes exemplos, Jesus geralmente demonstra como os escribas e fariseus tinham msinterpretaes, ento corrigia-os mediante a correta interpretao

    escriturstica.

    7 A Igreja Catlica afirma que "o corpo dos bispos", os sucessores dos apstolos, tambm goza deinfalibilidade, quando, em unio com o Papa, "exerce seu magistrio supremo, sobretudo em um ConclioEcumnico" (cf. CDC no. 891). "Ligar e desligar" uma terminologia rabnica, e se refere autoridade deseus ensinamentos e interpretaes. Cristo claramente pretendeu, portanto, que seus apstolos, sob a lideranade Simo Pedro (contudo somente Pedro recebeu o poder das chaves), possussem a autoridade para ensinar acorreta interpretao.

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    Suas aes no servem de argumento para que a Escritura sejaSola, ou uma autoridade por si mesma e, de fato, a nica autoridade do

    cristo. Muito pelo contrrio: em todo lugar que Jesus leva seus ouvintess Escrituras, Ele tambm fornece o Seu entendimento infalvel, umainterpretao com autoridade, demonstrando que as Escrituras no podeminterpretar a si mesmas.

    A Igreja Catlica prontamente reconhece a inerrncia e autoridadeda Escritura. Porm a doutrina catlica diz que a regra imediata de f doscristos a autoridade do ensino da Igreja - uma autoridade para ensinar

    e interpretar a Escritura e a Tradio, como mostra Mt 18,17-18.

    Tambm deve-se notar que est implcita (ou talvez at explcita)nesta passagem de Mateus o fato de que a Igreja deve ser visvel, umaentidade palpvel estabelecida sob uma linha hierrquica. De outro modo,como algum saberia a quem encaminhar o pecador? Se a definioprotestante de igreja fosse correta, ento o pecador deveria escutar todosos cristos que existem, desejando que haja uma unanimidade entre eles

    acerca do objeto da discusso. Transborda aos olhos o absurdo que estainterpretao causaria. O nico modo de tornar a afirmao de NossoSenhor plausvel reconhecendo que l havia uma organizao definida,com ofcios hierrquicos definidos, a quem um apelo poderia ser feito e deonde um julgamento decisivo poderia ser dado.

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    RAZO No. 05

    A Escritura afirma que no suficiente comoorientadora

    Bblia mostra em 2 Tm 3,17 que o homem de Deus perfeito,qualificado para qualquer boa obra. Como percebemos acima, esteversculo prova somente que o homem de Deus plenamente

    suprido com as Escrituras; isto no garantia de que ele automaticamentesaiba como interpret-la da maneira correta. Este versculo chama aateno suficincia material das Escrituras, uma opinio que alguns

    pensadores catlicos sustentam atualmente.

    A

    Suficincia material significaria que a Bblia de certo modo contmtodas as verdades que o cristo precisa saber; em outras palavras, osmateriais esto todos presentes ou no mnimo implcitos. Suficinciaformal, por outro lado, significaria que a Bblia no somente contm todasas verdades que so necessrias, mas que ela tambm apresenta estasmesmas verdades e um sentido perfeitamente claro e de pronto

    entendimento. Em outras palavras, estas verdades estariam em umaforma prtica tamanha que no haveria necessidade de uma SagradaTradio para clarificar e complementar o entendimento da Palavra deDeus com uma interpretao infalvel.

    Devido a Igreja Catlica afirmar que a Bblia no suficiente por simesma, naturalmente ensina que esta necessita de um intrprete. Soduas as razes pelas quais a Igreja ensina tal coisa: primeiro, porqueCristo estabeleceu uma Igreja viva para ensinar com Sua autoridade. Elesimplesmente no deu uma Bblia aos seus discpulos, completa eencadernada, e lhes disse para ir e fazer cpias para a multido, paradistribuir, e deixar que cada um interprete-a do seu jeito. Segundo, aprpria Bblia afirma que precisa de um intrprete.

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    Sobre a segunda assertiva, lemos em 2 Pd 3,16 que So Pauloescreveu passagens difceis, cujo sentido pessoas ignorantes e sem

    formao deturpam, como tambm fazem para as demais Escrituras, paraa prpria condenao.

    Neste nico versculo podemos ver trs pontos muito importantessobre a Bblia e sua interpretao: a) A Bblia contm passagens que noso facilmente compreendidas ou suficientemente claras, um fato quedemonstra a necessidade de um orientador infalvel e com autoridadesuficiente para tornar as passagens claras e compreensveis8, b) no

    somente possvel que algumas pessoas deturpem o significado daEscritura, mas isto, de fato, j estava sendo feito desde o comeo da era daIgreja, c) distorcer o significado da Escritura pode resultar na condenaode um indivduo, realmente um destino desastroso. bvio destasconsideraes que Pedro no acredita que a Bblia deva ser a nica regrade f. Mas h mais.

    Em At 8,26-40 lemos o encontro do dicono Felipe com o eunuco

    etope. Neste cenrio, o Esprito Santo leva Felipe a se aproximar do etope.Quando Felipe percebe que o etope est lendo o profeta Isaas, faz umaimportante pergunta: ser que compreendes verdadeiramente o que estlendo? Mais importante a resposta dada pelo eunuco: e como poderia eucompreender, respondeu ele, se no tenho guia?

    Mesmo que este Felipe (conhecido como o Evangelista) no seja umdos apstolos, ele fora comissionado pelos apstolos (cf. At 6,6) e pregou o

    Evangelho com autoridade (cf. At 8,4-8). Conseqentemente, sua pregaorefletiria o legtimo ensino dos apstolos. A questo aqui que asdeclaraes do etope verificam o fato de que a Bblia no suficiente porsi mesma como orientadora de doutrina crist, e as pessoas que ouvem aPalavra precisam de uma autoridade que as oriente corretamente para quepossam entender o que a Bblia quer dizer. Se a Bblia fosse de fatosuficiente por si mesma, ento o eunuco compreenderia claramente a

    passagem de Isaas.8 A afirmao protestante de que a Bblia interpreta a si mesma nada mais do que uma futilidade. Afirmamque cada pessoa pode chegar a uma correta interpretao bblica comparando seus versculos com outros daBblia. O problema com este argumento pode ser assim demonstrado: pea a dez pessoas para darem suainterpretao sobre um certo versculo bblico, e provvel que encontre dez interpretaes diferentes. Se aBblia pudesse interpretar a si mesma, sempre se chegaria mesma concluso, independente da poca em quese estuda, mesmo pelas mais diferentes pessoas. E se tal diferena de interpretaes pode ser verdadeira paraapenas dez pessoas, imagine ento o resultado quando se multiplica este nmero por milhares ou milhes? Ahistria j demonstrou tal resultado, e seu nome Protestantismo.

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    Tambm h 2 Pd 1,20, que afirma: nenhuma profecia da Escritura objeto de interpretao pessoal. Aqui vemos a prpria Bblia afirmar deforma inequvoca que suas profecias no so objeto pelos quais o indivduodeva compreender pelos seus prprios meios. Tambm de grandeimportncia que este verso seja precedido por uma seo sobre otestemunho apostlico (vv.12-18) e seguido por uma seo sobre falsosmestres (2,1-10). Pedro est contrastando o ensino apostlico genuno comos falsos profetas e falsos mestres, e faz a referncia interpretaopessoal como o piv entre os dois. A implicao imediata e clara que ainterpretao pessoal um caminho por onde o indivduo perde-se do

    autntico ensino dos apstolos e passa a seguir falsos mestres.

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    RAZO No. 06

    Os primeiros cristos no tinham uma bbliacompleta

    studiosos bblicos nos revelam que o ltimo livro da Bblia nohavia sido escrito at o final do primeiro sculo, isto , at meadosdo ano 100 d.C.9. Este fato demonstra um intervalo inexato de

    cerca de 65 anos entre a ascenso de Cristo aos cus e o trmino daredao da Bblia como a conhecemos. A pergunta que deve ser feita aseguinte: Quem ou o qu serviu como autoridade final e infalvel durante

    este tempo?

    E

    Se a doutrina protestante da Sola Scriptura fosse verdade, entohouve disputas e discusses dentro das comunidades que no tiveram aoportunidade de ser resolvidas definitivamente, at que os livros do NovoTestamento fossem escritos, mesmo j existindo uma Igreja antes que aBblia estivesse completa. O barco ficou sem comandante, por assim dizer,pelo menos por um determinado tempo. Porm isto vai de encontro s

    afirmaes e promessas que Jesus fez sua Igreja: Eis que estareiconvosco todos os dias, at a consumao dos tempos (Mt 28,20), semmencionar que Ele garantiu a seus discpulos: no vos deixarei rfos (Jo14,18)

    Este um assunto de particular importncia, pois as primeirasdcadas da existncia da Igreja foram repletas de tumultos. Asperseguies j haviam comeado, cristos estavam sendo martirizados, anova f estava lutando para crescer, e alguns falsos mestres j haviamaparecido (cf. Gl 1,6-9). Se a Bblia fosse a nica regra de f dos cristos,sendo que ela ainda no havia tomado forma - muito menos definido seu

    9 Existem alguns estudiosos que afirmam que 2 Pd foi o ltimo livro escrito do Novo Testamento, datando doincio do sculo dois. Pelo fato de no haver consenso entre os especialistas sobre a data acurada, suficiente

    para nosso propsito aceitar a viso geral de que ao fim do sculo um, todos os livros do Novo Testamento jhaviam sido escritos.

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    cnon - durante pelo menos 65 anos depois da ascenso de Jesus, como aIgreja primitiva poderia resolver questes doutrinrias sem umaautoridade que a conduzisse?

    Neste momento os protestantes buscam oferecer duas possveisrespostas: 1) Os apstolos eram temporariamente a ltima autoridadeenquanto o Novo Testamento estava sendo escrito, e 2) que o EspritoSanto foi dado Igreja e que a sua direta orientao foi o que preencheu alacuna entre a ascenso e a definio do Novo Testamento.

    Sobre a primeira resposta, verdadeiro que Jesus revestiu aosapstolos da Sua autoridade; contudo, a Bblia em local algum indica queesta autoridade dentro da Igreja iria cessar com a morte dos apstolos.Pelo contrrio, a Bblia bastante clara quando: 1) em lugar algum diz queuma vez morto o ltimo apstolo, a Palavra de Deus escrita tornaria-se aautoridade final e; 2) os apstolos claramente escolheram sucessores que,por sua vez, possuram a mesma autoridade de ligar e desligar. Asubstituio de Judas Iscariotes por Matias (cf. At 1,15-26) e a

    transmisso da autoridade apostlica de Paulo a Timteo e Tito (cf. 2 Tm1,6; Tt 1,5) so exemplos de sucesso apostlica.

    Sobre a segunda resposta - que o auxlio direto do Esprito Santopreencheu a lacuna - o problema com este entendimento que o auxliodireto do prprio Esprito Santo uma concluso extra-bblica.Naturalmente, a Bblia nos fala da clara presena do Esprito Santo entreos cristos e sua misso de ensinar aos apstolos toda a verdade, porm

    se a direo direta do Esprito Santo foi, de fato, a autoridade final duranteestes 65 anos, ento a histria da Igreja conheceu duas autoridades finaissucessivas: primeiro, o Esprito Santo, sendo que esta autoridade foisubstituda pela Escritura, que ento tornaria-se sola, ou a nicaautoridade final. E se esta situao de uma autoridade final extra-bblica permissiva pelos protestantes, no o pelos catlicos, que afirmam que aautoridade do ensino da Igreja a autoridade final direta - derivando sua

    autoridade de Cristo e seu ensino da Escritura e da Tradio, guiada peloEsprito Santo.

    O Esprito Santo foi dado Igreja por Jesus Cristo, e exatamenteeste mesmo Esprito que protege o chefe visvel da Igreja, o Papa, e aautoridade do ensino da Igreja jamais permitindo que ele ou ela caiam emerro. O catlico acredita que Cristo de fato enviou seu Esprito Santo Igreja e que este Esprito esteve sempre presente na Igreja, ensinando toda

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    a verdade (Jo 16,13) e continuamente protegendo sua integridadedoutrinal, particularmente pelo ofcio do Papa. Com isso o Evangelho podecontinuar sendo pregado - com autoridade e infalivelmente - mesmo semum s versculo do Novo Testamento.

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    RAZO No. 07

    A Igreja foi quem deu origem Bblia, no ocontrrio

    doutrina da Sola Scriptura no d importncia - ou pelo menosgrosseiramente desmerece - ao fato de que a Igreja surgiu antes daBblia, e no o contrrio. Foi a Igreja, com efeito, que escreveu a

    Bblia sob a inspirao do Deus todo-poderoso: os israelitas como a Igrejado Antigo Testamento (ou pr-catlicos) e os catlicos da Igreja do NovoTestamento.

    ANas passagens do Novo Testamento notamos que Nosso Senhor d

    certa primazia autoridade do ensino de Sua Igreja e sua proclamao emSeu nome. Por exemplo, em Mateus 28,20 vemos Jesus ordenando osapstolos a ir e ensinar em Seu nome, fazendo discpulos em todas asnaes. Em Marcos 16,15 vemos que os apstolos so enviados a pregar atodo o mundo. E em Lucas 10,16 vemos que aquele que escuta os setentae dois escuta o Senhor. Estes fatos so muito importantes, pois em lugar

    algum vemos Nosso Senhor ordenando que seus apstolos evangelizem omundo escrevendo em Seu nome. A nfase est sempre na pregao doEvangelho, no na sua impresso e distribuio escrita.

    Ento segue que o comando e a autoridade do ensino da Igreja soelementos indispensveis como meios pelos quais a mensagem doEvangelho deve alcanar os confins do mundo. Pelo fato de a Igreja terescrito a Bblia, lgico e racional dizer que somente a Igreja detm aautoridade para interpret-la e aplic-la. E sendo assim, por causa de suanatureza e origem, a Bblia no pode servir como nica regra de f para osfiis cristos. Em outras palavras, por ter produzido a Escritura, a Igrejano elimina a necessidade de ela mesma servir como mestre e intrpretedestas Escrituras.

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    Alm do mais, no errado dizer que somente por colocar aautoridade apostlica no papel, a Igreja de alguma forma faz com que estamesma autoridade seja superior ao ensino oral? Semelhantemente organizao que Nosso Senhor estabeleceu, Sua palavra autoridade, masporque esta palavra est posta em uma forma diferente da outra nosignifica que uma forma seja superior outra. Pelo fato de a nica Palavrade Deus ser dimrfica em sua organizao, negar a autoridade de uma negar a autoridade da outra. As formas da Palavra de Deus socomplementares, no excludentes. Portanto, se h necessidade dasEscrituras, tambm h necessidade da autoridade que as produziu.

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    RAZO No. 08

    completamente estranha Igreja primitiva

    idia da autoridade da Escritura existindo separada da autoridade doensino da Igreja completamente estranha Igreja Primitiva.ASe buscarmos os escritos dos Pais da Igreja Primitiva,

    encontraremos referncias Sucesso Apostlica10, aos bispos comoguardies do Depsito da F11, e ao primado e autoridade de Roma12. Oprecioso valor destas referncias torna claro o fato de que a igreja primitivaentendeu a si prpria como uma hierarquia necessria para proteger a

    integridade da f. Em lugar algum encontramos alguma indicao de queos primeiros fiis cristos discordavam da autoridade da Igreja e aconsideravam invlida como regra de f. Do contrrio, vemos nestesescritos que a Igreja, desde a sua mais longnqua origem, entendeu suaautoridade para ensinar como uma combinao inseparvel entreEscritura e Tradio Apostlica - sendo ambas ensinadas e interpretadascom autoridade pelo Magistrio da Igreja, cuja cabea o bispo de Roma.

    Dizer que a Igreja primitiva acreditava na noo de somente aBblia, seria o mesmo que dizer que homens e mulheres poderiam alegarque as leis civis no necessitam de um Congresso que as legisle, ou deuma corte que as interprete e de polcia alguma que as execute. Tudo queseria necessrio seria o livro de Direito Civil em todas as casas para quecada cidado possa determinar por si mesmo como entender e aplicar asleis. Tal afirmao, claro, absurda, pois ningum esperaria que as leis

    civis funcionassem bem deste modo. A conseqncia de tal escndaloinadvertidamente levaria anarquia total.10 Veja, por exemplo, Santo Irineu, Contra as Heresias 3,3; Tertuliano, Prescrio contra os hereges 32,Orgenes, Primeiros princpios, 1, prefcio.11 Veja, por exemplo, Santo Incio, Carta aos Esmirnenses 8-9; Carta aos Filadlfos, introduo e cap.1-4;Carta aos Magnsios, 7.12 Veja, por exemplo, 1 Clemente 1,56,58,59; Santo Incio, Carta aos Romanos, introduo e cap.3; SantoIrineu, Contra as Heresias 3,3; Tertuliano, Prescrio contra os hereges 22; Eusbio, Histria Eclesistica5,24,9.

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    Quo mais absurdo, ento, pretender que a Bblia possafuncionar por si mesma sem a Igreja que a organizou? somente estaIgreja - e no somente qualquer cristo - que possui a autoridadedivinamente transmitida para a interpretar corretamente, assim comolegislar sobre os problemas decorrentes da conduta de seus membros. Seeste no fosse o caso, qualquer nvel de situao - local, regional ou global- rapidamente desenvolver-se-ia em anarquia espiritual, onde cada cristopode formular um sistema teolgico e desenvolver uma moralsimplesmente baseadas em sua prpria interpretao da Bblia.

    E desde a to chamada Reforma no isto que estamos vendo?De fato, um exame do escndalo na Europa que imediatamente seguiu agnese da reforma - particularmente na Alemanha - ir demonstrar que oresultado das doutrinas da reforma so uma desordem tanto espiritualquanto social13. Mesmo Lutero se mostrou desapontado pelo fato de queinfelizmente, de nossa costumeira observao que agora sob o Evangelhoo povo est mais amargo, invejoso e avarento que antes sob o papado14.

    13 Msr. Patrick F. O'Hare, LL.D, The Facts about Luther (Cincinnati: Pustet, 1916; Rockford, IL; TAN, 1987),pp. 215-255.14 Walch, XIII, 2195, citado em The Facts about Luther, p. 15.

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    RAZO No. 09

    Os heresiarcas basearam-se nainterpretao bblica sem o Magistrio da

    Igreja

    s heresiarcas e os movimentos herticos basearam suas doutrinas nainterpretao da Bblia separada do Magistrio e da Tradio.O

    Ao longo da histria da Igreja primitiva, vemos que ela lutoucontinuamente contra as heresias e contra quem as promovia. Vriosforam os conclios que responderam aos desafios dos detratores15 erecorreram Roma para dar um fim s disputas doutrinrias edisciplinares. Por exemplo, o Papa Clemente interveio em uma discussona comunidade de Corinto no fim do primeiro sculo e acabou com umcisma por l. No segundo sculo, o Papa Vitor excomungou uma grandeparte da Igreja no Oriente por motivos de divises sobre quando a pscoadeveria ser celebrada. No incio do sculo trs, o Papa Calixto condenou a

    heresia sabeliana.Nestes casos, quando estas heresias ou conflitos disciplinares

    ocorrem, as pessoas envolvidas defendem seus erros atravs de suaprpria interpretao das Escrituras, excluindo a participao da Tradioe do Magistrio da Igreja. Um bom exemplo disto o caso de rio,sacerdote do quarto sculo que declarou que o Filho de Deus era umacriatura e no co-substancial ao Pai.

    rio e todos os seus seguidores citavam versculos da Bblia paraprovar seus argumentos16. Os debates que chegaram por causa destadoutrina tornaram-se to volumosos que foi convocado o primeiro ConclioEcumnico, em Nicia, em 325 d.C. O Conclio, sob a autoridade do Papa,

    15 relevante que os decretos de um Conclio Ecumnico no porta autoridade a menos que sejam ratificadospelo Papa.16 Dois versculos favoritos dos arianos para respaldar sua crena so Prov 8,22 e Jo 14,28.

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    declarou serem as doutrinas arianas herticas e elaborou declaraesdefinitivas quanto pessoa de Jesus, e fez isso baseada no que a SagradaTradio tinha a dizer sobre os versculos bblicos em questo.

    Aqui vemos a autoridade da Igreja sendo utilizada como ltima eextremamente importante palavra em matria doutrinria. Caso noexistisse autoridade alguma a quem apelar, a heresia de rio poderia ter seapossado da Igreja. A maioria dos bispos daquela poca foi seduzida pelaheresia ariana. Apesar de rio ter fundamentado sua doutrina nasEscrituras - e provavelmente comparou a Escritura pela Escritura - o fato

    que chegou a uma concluso hertica. Foi somente a autoridade doensino da Igreja - hierarquicamente constituda - que o freou e declarouque estava errado.

    A implicao bvia. Se voc perguntar a algum protestante se rioestava ou no correto em sua doutrina de que o Filho fora criado, ele ir,claro, responder que no. Enfatize, ento, que mesmo que ele tenhautilizado as Escrituras pelas Escrituras, mesmo assim ele chegou a uma

    concluso errada. Se isto foi verdadeiro para rio, o que garante aoprotestante que este no o caso acerca de sua interpretao de uma dadapassagem bblica? O fato de os protestantes reconhecerem que ainterpretao de rio estava errada implica dizer que de fato houve umabase bblica para seus argumentos. Este fato, portanto, transforma-se emum questionamento acerca do que seja uma verdadeira interpretaobblica. A nica explicao possvel que deve haver, por necessidade,uma autoridade infalvel que no-la diga. Esta autoridade infalvel, a Igreja

    Catlica, declarou rio um herege. Se a Igreja Catlica jamais foi infalvelou possuiu alguma autoridade em suas declaraes, ento os cristos noteriam razo alguma em rejeitar rio e aceitar a autoridade da Igreja, e amaioria do cristianismo atual seria baseado nos ensinamentos de rio.

    evidente, portanto, que usar somente a Bblia no garantia dese chegar a uma doutrina verdadeira. O resultado acima descrito o queacontece quando a falsa doutrina da Sola Scriptura utilizada comoprincpio guia, e a histria da Igreja e das inmeras heresias que teve decombater so testemunhas inegveis deste fato.

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    RAZO No. 10

    O Cnon da Bblia no estava formado at osculo IV

    m dos fatos histricos que um extremo inconveniente aosprotestantes o fato de que o cnon da Bblia - a lista sagradados livros que fazem parte das Escrituras inspiradas - no foradefinido at o final do sculo 4. At esta data, havia larga

    discrdia sobre quais seriam os livros considerados inspirados e de origemapostlica. O cnon bblico antigo variava de local a local: algumas listas

    continham livros que mais tarde foram reconhecidos como apcrifos,enquanto outras listas no traziam livros que hoje constam entre os livroscannicos. Por exemplo, existiam livros cristos que eram consideradospor alguns inspirados e apostlicos e que eram lidos nos cultos pblicos,mas que foram mais tarde omitidos do Novo Testamento, entre eles, OPastor de Hermas, Epstola de Barnab, Didach17.

    U

    Somente nos Conclio de Roma (382), Hipona (393) e Cartago (397)

    podemos encontrar uma lista definitiva dos livros cannicos sendodescrita, e cada um destes conclios reconheceu a mesma lista doanterior18. A partir de ento, no houveram mais disputas sobre o cnonbblico, a nica exceo ficando a cargo dos reformadores protestantes,que entraram em cena em 1517, inacreditveis 11 sculos depois.

    Mais uma vez, mais duas questes fundamentais porque algumno deve buscar respostas que sejam consoantes com a Sola Scriptura: a)

    17 Henry G. Graham, Where we got the Bible: our debt to the Catholic Church (St Louis: B. Herder, 1911;Rockford, IL: TAN, 1977, 17th edio), pp. 34-35.18 a mesma lista dada pela declarao final, explcita e infalvel da Igreja sobre quais os livros a seremincludos na Bblia, feita pelo Conclio de Trento, na sesso IV, em 1546. Listas iniciais dos livros cannicoseram as listas do "Decreto Gelasiano", dado pela autoridade do Papa Dmaso em 382, e o cnon do PapaInocncio I, enviada a um bispo franco em 405. Nenhum dos dois documentos pretendia compor umaafirmao infalvel a toda a Igreja, mas ambos incluam os mesmos 73 livros da lista de Trento 11 sculosantes. (The Catholic Encyclopedia [New York: The Encyclopedia Press, 1913], vol. 3, p. 272).

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    Quem ou o qu serviu como autoridade crist final durante o tempo emque o Novo Testamento no tomou forma?b) E se havia alguma autoridadefinal que os protestantes reconhecem antes da definio do cnon, comque bases esta autoridade desapareceu uma vez que o cnon bblico tenhasido fechado?

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    RAZO No. 11

    O Cnon da Bblia foi definido por umaautoridade extra-bblica

    evido a Bblia no vir com um ndice inspirado, a doutrina daSola Scripturacriou um outro dilema: como algum pode saberquais so os livros que pertencem Bblia - principalmente, aoNovo Testamento? Um fato inquestionvel que ningum pode

    saber disso, a menos que alguma coisa fora da Bblia mostre a resposta. Esem dvida, este detalhe a mais deve ser, por necessidade, infalvel, pois a

    possibilidade haver erro na definio dos livros inspirados19

    significa quetodos os cristos estariam correndo o risco de estar lendo livros no-inspirados, uma situao que tornaria a Sola Scriptura defeituosa. Porm,se houve tal autoridade "extra-bblica", a doutrina da Sola Scripturadesaba da mesma forma.

    D

    Outro fato histrico que dificulta ainda mais a aceitao destadoutrina que no houve qualquer outra instituio que tenha

    identificado e ratificado o cnon da Bblia. Os trs Conclios mencionadosanteriormente, todos, eram conclios catlicos. A Igreja Catlica deu a suadefinio final do cnon da Bblia no Conclio de Trento em 1546 -nomeando os mesmos 73 livros que j haviam sido includos desde osculo IV. Se a Igreja Catlica capaz, ento, de conceder uma definioautoritria e infalvel de to importante assunto sobre quais livros deveconter a Bblia, logo com que bases algum pode questionar suaautoridade em outros assuntos acerca de f e moral?

    Os protestantes, no mnimo, devem, assim como o seu fundador,Martinho Lutero, reconhecer que a Igreja Catlica protegeu e organizou a

    19 O leitor deve notar que a Igreja Catlica no afirma que a identificao dos livros da Bblia no os tornaramcannicos. Deus quem o autor da canonicidade. A Igreja Catlica afirma, isto sim, que somente ela detma autoridade e responsabilidade por identificar infalivelmente quais so os livros canonizados por Deus quedevem compor a Bblia crist.

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    Bblia: Somos obrigados a reconhecer muitas coisas aos catlicos - (comopor exemplo), que eles possuem a Palavra de Deus, que ns recebemosdeles; de outro modo, no saberamos nada sobre ela20.

    20 Commentary on John, cap. 16, como citado em Paul Stenhouse, Catholic Ansewrs to "Bible" Christians(Kensington: Chevalier Press, 1993), p. 31.

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    RAZO No. 12

    No h fundamento em crer que a Bblia auto-autenticvel

    rocurando uma resposta satisfatria ao problema de como foradeterminado o cnon bblico, os protestantes costumeiramenteapelam para o argumento de que a Bblia auto-autenticvel, ouseja, os prprios livros da Bblia do testemunho de que eles so

    inspirados. O grande problema com esta afirmao que uma boaexcurso pela histria da Igreja demonstra que esta teoria falha.

    PPor exemplo, vrios livros do Novo Testamento - Tiago, Judas, 2

    Pedro, 3 Joo e Apocalipse - receberam questionamentos acerca de seustatus cannico por algum tempo. Em alguns lugares eram aceitos,enquanto simultaneamente em outros eram rejeitados. Mesmo grandespensadores, como Santo Atansio (297-373), So Jernimo (342-420) eSanto Agostinho (354-430) apresentaram listas de livros do NovoTestamento que refletiam o que era reconhecido como inspirado em seus

    tempos e lugares, porm nenhuma destas listas correspondia ao NovoTestamento que fora identificado pela Igreja Catlica no fim do sculo 4 eque at hoje corresponde Bblia que os catlicos possuem21.

    Se a Bblia auto-autenticvel, porque, ento, havia tamanhadiscrdia e incerteza sobre tantos livros? Porque a disputa? Porque ocnon no foi identificado logo do incio, j que os livros so prontamentediscernveis? A nica resposta a estes questionamentos que o cristo

    deve aceitar que a Bblia no auto-autenticvel.

    Mais interessante tambm o fato de que alguns livros da Bbliano identificam seu prprio autor. A idia de auto-autenticao - se fosseverdade - seria mais plausvel se cada um dos autores bblicosidentificassem a si mesmos, pois examinaramos mais facilmente suas

    21 Graham, op. cit, p. 31.

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    credenciais, ou, no mnimo, quem era que alegava falar em nome de Deus.Mas quanto a isso a Bblia nos deixa ignorantes, com poucos exemplos.

    Tome o Evangelho de Mateus como exemplo: no h indicao deque fora Mateus, o cobrador de impostos, quem o escreveu. H duaspossibilidades, ento, para conhecermos o autor deste livro: 1) atravs daTradio; 2) por estudiosos bblicos. Em ambos os casos, a fonte daconcluso "extra-bblica", e, portanto, condena a doutrina da SolaScriptura completa incompetncia e fracasso.

    Mas os protestantes respondem a este argumento dizendo que no necessrio conhecer se Mateus escreveu ou no este Evangelho, pois asalvao no depende de conhecer se foi ele ou outro quem o escreveu.Porm, tal ponto de vista guarda uma dificuldade. O que os protestantesesto dizendo que, enquanto um Evangelho autntico a Palavra deDeus e o meio pelo qual o cristo adquire um conhecimento salvfico deJesus Cristo, o mesmo cristo no tem como saber com certeza, no casodo Evangelho de Mateus, se este de origem apostlica e,

    conseqentemente, no possui meios para saber se este Evangelho autntico (ou seja, a Palavra de Deus) ou no. E se a autenticidade desteEvangelho questionvel, ento porque est includo na Bblia? Se suaautenticidade certa, como se pde saber com a ausncia do autgrafo deMateus? A nica sada coerente admitir que a Bblia no auto-autenticvel.

    O protestante ento recorrer assero bblica de auto-

    inspirao, citando a passagem de 2 Tm 3,16 - Toda Escritura inspiradapor Deus, e til... - Contudo, a alegao de inspirao no por si sgarantia de inspirao. Considere o fato de que os escritos de Mary BakerEddy, a fundadora da seita Cincia Crist, aleguem ser inspirados. Osescritos de Joseph Smith, o fundador da seita Mrmon, afirmem sereminspirados. So apenas dois exemplos, entre muitos, que demonstram quequalquer escrito particular pode reclamar a autoridade sobre qualquercoisa. Obviamente, para reconhecermos se um escrito inspirado de

    verdade ou no, necessitamos mais do que tal afirmao escrita no papel.A garantia de inspirao de algum escrito deve vir de fora deste escrito,seno ser um eterno argumento circular. No caso da Bblia, a garantiadeve vir de uma fonte fora da Bblia. Porm a autenticao extra-bblica uma possibilidade excluda pela Sola Scriptura.

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    RAZO No. 13

    Nenhum dos escritos bblicos originaisexistem mais

    ma importante considerao - talvez uma das mais fatais doutrina da Sola Scriptura- a de que no possumos ao menosum manuscrito original de nenhum livro da Bblia. Claro queexistem milhares de manuscritos que so cpias dos originais -

    e mais provvel que sejam cpias das cpias -, e este fato em nadaauxilia a Sola Scriptura pela simples razo de que sem os originais,

    ningum pode garantir que possumos atualmente a Bblia real, completa esem corrupes22. Os autgrafos originais so inspirados, as cpias no...

    UOs protestantes argumentam que no h problema em no ter os

    escritos originais, pois Deus protegeu a Bblia protegendo sua duplicaoao longo dos sculos23. Entretanto, existem dois problemas com esta linhade pensamento. Primeiro, que afirmar que a providncia de Deus mantevea integridade das cpias afirmar algo que no encontra nem de longe

    suporte nas Escrituras, logo no pode ser tomada como regra de f, pelaprpria definio de Sola Scriptura. Em outras palavras, no se encontraversculo algum que demonstre que Deus protegeria a transmisso dosmanuscritos, logo esta concluso est excluda. A Bblia nada diz arespeito.

    22 Nem as primeiras cpias da Bblia, o Codex Vaticanus e o Codex Sinaiticus, ambos datados do quartosculo d.C., nem qualquer outra cpia contm a Bblia inteira, pois partes dos manuscritos foram perdidos oudestrudos. A grande maioria dos manuscritos que existem atualmente so apenas fragmentos da Bblia.23 A ironia que foi pelos esforos incansveis e laboriosos dos monges catlicos em suas clausuras que aPalavra de Deus escrita sobreviveu atravs dos sculos. A acusao de que os catlicos fizeram de tudo parasuprimir a Bblia uma das mais perniciosas falsidades, e facilmente refutada pelo atento exame nas

    pesquisas da histria da Igreja. Muito pelo contrrio, a Igreja Catlica, cuja nica funo ser a guardi doDepsito da F, protegeu a Bblia das tradues falsas e esprias, e foram estas verses que foram destrudasou queimadas para evitar que falsos evangelhos circulasse.

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    Segundo, se voc afirmar que Deus protegeu a transmisso da SuaPalavra escrita, ento podemos concluir que tambm protegeu atransmisso de Sua Palavra oralmente (releia 2 Ts 2,15 e a dimrfica

    estrutura da Palavra de Deus). At porque a pregao do Evangelhocomeou pela Tradio Oral (cf. Lc 1,1-4 e Rm 10,17). Somente muitotempo depois uma parte da Tradio oral fora posta na forma escrita -tornando-se a Sagrada Escritura - e somente muito tempo aps estemesmo evento os escritos foram reconhecidos e definidos com cannicos.Uma vez que voc possa reconhecer que Deus protegeu a transmisso oralde Sua mensagem, voc automaticamente admite as bases da Sagrada

    Tradio e j comeou a compreender a posio catlica.

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    RAZO No. 14

    Os manuscritos bblicos possuem milharesde variaes

    ercebeu-se que, existindo milhares de manuscritos da Bblia, estesmanuscritos continham milhares de variaes textuais; um autorestima que devam existir mais de 200.000 variaes24. Apesar demuitas destas variaes referirem-se a temas menores - tais como

    escrita, ordem das palavras e etc. - tambm existem variaes das maisimportantes naturezas: a) os manuscritos demonstram que algumas vezes

    os escribas modificavam o texto para harmonizar passagens, acomod-lasa fatos histricos, e para estabelecer uma correta conduta doutrinria 25;b)existem partes de versculos (isto , mais que simples palavras) quepossuem leitura diferente em diferentes manuscritos, como Jo 7,39, At6,8, Cl 2,2 e 1 Ts 3,226. Estes fatos levam o protestante a no saber se aBblia que possui a mesma Bblia que foi escrita pelo autor inspirado. Ese este o caso, ento como o protestante pode professar a base de suacrena somente na Bblia quando ele no consegue determinar com

    certeza a autenticidade textual desta mesma Bblia?27.

    P

    Mais importante, existem muito mais variaes entre osmanuscritos do Novo Testamento. Os dois exemplos seguintes ilustraroeste ponto:

    24 Raymond F. Collins, Introduction to the New Testament (Garden City, NY: Doubleday & Company, Inc.,1983), p. 77.25 Ibid., pp. 100-102.26 Bruce M. Matzger [protestante], The Text of the New Testament: its transmission, corruption andrestoration (Oxford University Press, 1992), pp. 221-225, 234-242.27 Os protestantes argumentam que mesmo com as variaes nos manuscritos bblicos, nenhum aborda asdoutrinas principais. Mesmo que fosse verdadeira esta afirmao, no altera o fato de que os protestantesesto verdadeiramente admitindo, ao menos indiretamente, que aceitam algumas doutrinas que so diferentesda Bblia "real". E se isto verdadeiro, ento o prprio protestante comea a desmerecer a Sola Scriptura.

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    P i i d d it i t

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    Primeiro, de acordo com os manuscritos que possumos, existemquatro possveis finais para o Evangelho de Marcos: o menor, que inclui osvv.1-8 do captulo 16, o longo, que inclui os vv.1-8 mais os vv.9-20; o

    intermedirio, que inclui duas ou trs linhas entre o v.8 e o final longo, e ofinal longo expandido, que inclui vrios versculos aps o v.14 do finallongo28. O melhor que podemos concluir sobre estas diferenas que nopodemos saber, apenas pela Bblia, onde termina o Evangelho de Marcos,e, dependendo de qual final est (ou esto) includo(s) na Bbliaprotestante, o publicador corre o risco de estar distribuindo Bbliasacrescentando ou omitindo versculos do texto original - portanto violandoa doutrina da Sola Scriptura, que requer que somente a Bblia, e a Bbliainteira seja a nica regra de f. Mesmo se uma Bblia protestante incluirtodos os quatro finais com notas de rodap e comentrios, mesmo assimno tero a certeza de qual final o genuno.

    Segundo, h algumas evidncias para leituras alternadas de algunstextos centrais da Bblia, tal como Jo 1,18, onde ocorrem dois possveissignificados29. Algumas Bblias (como a King James Version) trazem este

    versculo como est na Douay-Rheims: Nenhum homem viu a Deus emqualquer tempo, o filho nico que est no seio do Pai o revelou. Outrasacompanham a New Internacional Version: Ningum jamais viu Deus. OFilho nico, que est direita do Pai, foi quem o revelou. Ambas as formasesto sustentadas por manuscritos, e voc encontrar exegetas bblicosdebruarem seus mais preciosos julgamentos que crem seja a "correta".Uma situao similar ocorre em At 20,28, onde os manuscritos mostramque Paulo poderia estar se referindo tanto Igreja do Senhor (gr. Kurion)

    ou Igreja de Deus (gr. Theou)30.

    Este assunto pode parecer simplrio primeira vista, mas suponhaque voc esteja tentando evangelizar um membro de uma seita que nega adivindade de Jesus Cristo. Ainda que Jo 1,18 e At 20,28 no sejam asnicas passagens que possam defender a divindade de Nosso Senhor, vocficar incapacitado de utiliz-los com esta pessoa, dependendo de qualmanuscrito sua Bblia foi reproduzida. Isto levaria-o a uma possibilidadereduzida de defender uma doutrina bblica fundamental, e este fatotornaria problemtica a perspectiva da doutrina da Sola Scriptura.

    28 Metzger, op. cit., pp. 226-228.29 Collins, op. cit., p. 102.30 Metzger, op. cit., p. 234.

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    RAZO No. 15

    Existem centenas de verses bblicas

    omo mencionado no tpico anterior, existem milhares e milharesde variaes nos manuscritos bblicos. Acrescentado a isto o fatohistrico de que existiram centenas de verses bblicas, variandocada uma tanto em traduo quanto em fontes textuais. A

    questo : qual a verso correta? Ou qual a verso mais fidedigna aooriginal? A possvel resposta depender de qual lado voc estiver, ou decatlicos ou de protestantes. Outra sada depender de qual especialistabblico voc depositar sua confiana e credibilidade.

    C fato que algumas verses so inferiores a outras. Os avanos nos

    campos arqueolgicos possibilitaram descobertas (como os manuscritos doMar Morto) que alteraram nosso conhecimento sobre locais e linguagensbblicas antigas. Sabemos mais hoje pelos avanos dos estudos bblicosque nossos antepassados de 100, 200, 1000 anos atrs. Deste ponto devista, verses bblicas contemporneas provavelmente possuem certasuperioridade em relao s suas verses mais antigas. Por outro lado,

    Bblias transcritas a partir da Vulgata latina de So Jernimo (quartosculo) - em lngua inglesa, a Douay-Rheims - so baseadas em textosoriginais que no existem mais, portanto estas verses passaram pordezesseis sculos de possveis corrupes.

    Isto causa um problema considervel aos protestantes, poissignifica que os protestantes modernos possuem, por assim dizer, umaverso bblica melhor ou mais acurada que a Bblia de seus antecessores,que, portanto, possuram Bblias de menor qualidade - que por sua vezleva a concluir que os protestantes modernos possuem uma bblia "maiscompleta" como autoridade final que a bblia "menos completa" que dosantigos protestantes. S que esta discrepncia entre autoridades comea adiminuir a doutrina da Sola Scriputra, pois esta significa que uma bbliano mais ou menos autoritria que outra, e se uma no autntica ecompleta, a probabilidade de produzir doutrinas erradas imensa, logo a

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    funo particular da bblia como autoridade final falha pois no pode

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    funo particular da bblia como autoridade final falha, pois no podemais ser uma autoridade final.

    Outro ponto a considerar que tradues bblicas, como produtoshumanos, no so completamente objetivas e imparciais. Um pode sesentir mais vontade de incluir notas a uma passagem de uma maneiraque corresponda melhor doutrina que deseja transmitir. Um exemplodisto a ocorrncia da palavra grega paradoseisnas bblias protestantes.Como negam a existncia da Sagrada Tradio, algumas tradues trazemesta palavra como ensinamentos ou costumes e no tradies, sendo queesta ltima a que mais se encaixa na traduo correta e posiocatlica.

    Ainda outra considerao que algumas verses so corrupesbblicas notveis, como o caso da Bblia dos Testemunhas de Jeov, aNew World Translation. Nela os "tradutores" manusearam passagensbblicas para propagar doutrinas erradas31. Agora, a menos que haja umaautoridade fora da Bblia para declarar tais tradues como falsas e

    perigosas, com qual autoridade e revelao divina os protestantes podemconsiderar esta ou aquela traduo como falsa? Com qual autoridade osprotestantes podem impedir os Testemunhas de usar esta traduo paradifundir suas doutrinas? Os protestantes responderiam que este caso podeser encontrado na Bblia, atravs dos estudos de pesquisadores bblicos.Contudo isto ignora o fato dos Testemunhas tambm basearem suatraduo em estudos "especialistas". Forma-se um jogo de vai-e-volta,colocando as concluses de um especialista contra outro, uma autoridade

    humana contra outra.

    Este problema somente pode ser resolvido pela interveno de ummagistrio infalvel e com autoridade de falar por Cristo. O catlico sabeque esta autoridade a Igreja Catlica e a autoridade de seu magistrio.No exerccio desta autoridade, os bispos catlicos conferem o imprimatur("Imprima-se") que deve constar nas primeiras pginas de certas versesbblicas e outros tipos de literatura religiosa para alertar os leitores que

    31 Entre os vrios exemplos que poderiam ser citados, por motivos de espao, vamos considerar somentealgumas ilustraes sobre este assunto. Em Jo 1,1, a NWT traz, "...e a Palavra era um deus" e no "e a Palavraera Deus", isto porque os Testemunhas rejeitam a divindade de Cristo. Em Cl 1,15-20, a NWT acrescenta a

    palavra outro no texto quatro vezes porque crem que Jesus era uma criatura. Em Mt 26,26 a NWT traz,"...isto significa meu corpo..." e no "...isto o meu corpo", porque os Testemunhas negam a Real Presena deJesus na Eucaristia.

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    aquele livro no contm nada contrrio ao ensinamento de Cristo ou dos

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    aquele livro no contm nada contrrio ao ensinamento de Cristo ou dosapstolos32.

    32 Alm do mais, a verso latina Vulgata recebeu uma aprovao particular pelo Conclio de Trento entretodas as demais verses latinas existentes na poca. O Conclio declarou: ...esse mesmo sacrossanto Conclio

    determina e declara: que nas prelees pblicas, nas discusses, pregaes e exposies seja tida por legtimaa antiga edio da Vulgata, que pelo longo uso de tantos sculos se comprovou na Igreja; e que ningum, sobqualquer pretexto, se atreva ou presuma rejeit-la. (Sesso IV [8-4-1546], A edio da Vulgata da Bblia e omodo de interpretao, 785). Desde ento, como afirmou o Papa Pio XII na Carta Encclica Divino AfflanteSpiritu ("Sobre a promoo dos estudos bblicos"), a Vulgata, "quando interpretada no sentido que a Igrejasempre entendeu" " livre de erro em matria de f e moral". Em 1970 o Papa Pio IX (1903-1914) iniciou areviso da Vulgata para uma maior acurcia textual. Aps sua morte, este enorme projeto est sendocontinuado por outros. Em 1979 Joo Paulo II promulgou a "Nova Vulgata" como Editio typica ou "edionormativa".

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    RAZO No. 16

    A Bblia no estava disponvel at o sculoXV

    ssencial doutrina da Sola Scriptura a idia de que o EspritoSanto guia cada crente na interpretao infalvel de qualquerpassagem bblica. Esta idia, no mnimo, requer que todospossuam Bblias ou acesso a ela. A dificuldade de tal

    pensamento est no fato de que a Bblia no era um produto de massasdisponvel para todo mundo at o advento da imprensa no sculo XV 33.

    Mesmo depois disso, custava certo tempo at que um nmero ideal deBblias fosse impressa para suprir a populao.

    EA difcil situao que esta idia coloca que milhes e milhes de

    cristos ficaram sem uma autoridade final at o sculo XV, na totalconfuso espiritual, a menos que eles pudessem possuir uma Bbliamanuscrita. Qualquer um consideraria Deus um tanto cruel por causadisto, pois teria revelado sua mensagem de salvao para a humanidade

    por Cristo, mesmo sabendo que esta mensagem no estaria disponvel aesta mesma humanidade por quinze sculos.

    Porm sabemos que Deus no cruel, mas tem um amor infinitopor ns. Por esta razo no nos deixaria na escurido. Nos enviou Seunico Filho para nos mostrar o Reino de Deus, como deveramos agir ecrer, e este Filho estabeleceu uma Igreja para promover esses ensinosatravs da pregao aos letrados e iletrados: assim a f vem da pregao, e

    a pregao o anuncio da Palavra de Cristo (Rm 10,17). Cristo tambmdeu Sua Igreja a garantia de que Ele sempre estaria com ela, nuncapermitindo que ensine o erro. Deus, por essa razo, no abandonou Seu

    33 Notemos que o inventor da imprensa - Johannes Gutenberg - era catlico, e que o primeiro livro impressofoi a Bblia (circa 1455). Tambm deve ser notado que esta primeira Bblia continha os 73 livros que at hojecompem a Bblia catlica. Portanto, os protestantes retiraram os 7 livros da Bblia quando esta j existia emformato impresso.

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    povo e fez com que antes da inveno da imprensa estes chegassem ao

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    p q p gconhecimento de Seu Filho. De fato, deu-nos um mestre infalvel, obradivina, a Igreja Catlica, para nos dar toda a informao necessria sobre

    a Boa Nova - e da forma certa.

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    RAZO No. 17

    A Sola Scripturano existia antes do sculoXIV

    uma realidade dura, mas deve ser encarada pelos protestantes, ofato de que esta doutrina no surgiu antes do sculo XIV e no sedifundiu antes do sculo XVI - um tempo longo, muito longo, desdea era dos apstolos e da fundao da Igreja de Cristo. Este fato,

    claro, simplesmente ignorado pelos protestantes, mas sozinho razopara refutar a Sola Scriptura. Esta doutrina no existia antes de JohnHuss (precursor do protestantismo) no sculo XIV e somente ganhoudifuso quando Martinho Lutero, no sculo XVI, veio trazer suas "tradiesde homens" para por no lugar da autntica doutrina crist. Esta doutrina,portanto, no somente surgiu do nada, mas tambm representa umamudana abrupta e radical no ensino dos apstolos.

    Claro, os protestantes afirmam que a prpria Bblia ensina a SolaScriptura e por isso esta doutrina to antiga quanto a Igreja. Contudo,

    como mostramos nos primeiros tpicos, a Bblia no ensina esta doutrinaem lugar algum. A insistncia nesta afirmao uma tentativa de forarum contexto bblico que mais se adqe ao que se pretende. Um exameacurado da histria revela se uma crena foi ou no originada por Jesus epelos apstolos ou se apareceu em algum outro lugar no tempo. O fato que, apesar dos esforos protestantes, os registros histricos sosilenciosos quanto doutrina da Sola Scripturaantes do XIV sculo.

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    RAZO No. 18

    Produz maus frutos como divises edisputas

    e esta doutrina fosse correta e santa, ento todos os protestantesdeveriam concordar em todos os pontos doutrinrios, pois a Bbliano pode ensinar doutrinas contraditrias simultaneamente. Masa realidade que existem milhares34 de seitas protestantes, cada

    uma proclamando ser a Bblia sua nica regra de f, cada uma garantindoque est pregando a verdade do Evangelho, embora muitas preguemassuntos totalmente diferentes umas das outras. Os protestantes, mestresda fuga, dizem que tais doutrinas discordantes no so essenciais, sosecundrias, porm realidade tambm que em assuntos, ento, centrais,mesmo estes, os protestantes discordam. A salvao do homem, ossacramentos e a justificao so somente alguns exemplos.

    S

    Exemplificando: algumas seitas pregam que Jesus estsimbolicamente presente na Eucaristia. Outros, como os luteranos, crem

    o contrrio, que Jesus est realmente presente na Eucaristia. Algumasdenominaes pregam que uma vez salvo, o crente no poder jamaisperder a sua salvao, no importa se faa o bem ou o mal. Outros pregamque o pecado pode causar a condenao do homem, mesmo aps justificado. Algumas seitas afirmam que o ser justificado apenasdeclarado justo, enquanto outras afirmam que o ser justificado tornadojusto.

    Jesus jamais quis que seus discpulos estivessem divididos,desunidos, mergulhados num caos doutrinrio como est o protestantismo

    34 Alguns estimam que existam cerca de 25 mil denominaes protestantes diferentes. Contando-se a partir de500 anos de histria protestante, desde Lutero (1517), este nmero significa uma mdia de uma novadenominao protestante nova por dia! Sabemos, contudo, que estes dados so desatualizados, e existemmuito mais de 25 mil denominaes/seitas protestantes diferentes.

    50

    desde a sua origem35. Jesus, pelo contrrio, pediu a unio de seusid t d j i t P i t i

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    seguidores: para que todos sejam um, assim como tu, Pai, ests em mim eeu em ti, que tambm eles estejam em ns (Jo 17,21). E So Paulo exorta

    aos cristos a unidade doutrinria com estas palavras: um s corpo e ums Esprito ... um s Senhor, uma s f, um s batismo (Ef 4,4-5). Como,ento, as milhares de seitas protestantes podem ser denominadas de"Igrejas verdadeiras" quando as suas simples existncias j refutam talpresuno? Como doutrinas to heterodoxas e contraditrias podem servirde instrumento divino de unio, desejada por Jesus? Sobre isto, o leitordeve lembrar das palavras de Jesus: pela rvore se conhece os frutos (Mt12,33). Por este versculo, vemos que a rvore da histria doprotestantismo e da Sola Scripturaest recheada de maus frutos.

    35 Mesmo os primeiros reformadores - Martinho Lutero, Joo Calvino e Ulrich Zwingli - no concordavam emassuntos doutrinrios e classificaram as doutrinas uns dos outros como herticas.

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    RAZO N 19

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    RAZO No. 19

    No permite a interpretao definitiva daBblia

    doutrina da Sola Scriptura no permite a interpretao definitiva denenhuma passagem bblicaA

    Como temos visto, a Sola Scriptura supe que basta uma Bbliacomo regra de f para se obter a verdadeira interpretao de qualquerpassagem bblica simplesmente comparando este verso com o restante daBblia. Na prtica, contudo, o remendo saiu pior que a fratura, pois acaba

    por impedir que o crente possa chegar a uma certa e definitivainterpretao de qualquer passagem bblica.

    O protestante, na verdade, interpreta a Bblia mais a partir de umaopinio subjetiva que de uma verdade objetiva. Por exemplo, digamos queo protestante A estudou a determinada passagem bblica e chegou concluso X. O protestante B estudou a mesma passagem, mas concluiuY. Ento, o protestante C estudou a mesma passagem dos outros dois,mas chegou a uma interpretao Z36. As interpretaes X, Y e Z socontraditrias, entretanto cada um acha que chegou verdadeirainterpretao bblica porque cada um estudou e comparou a Bblia pelaBblia.

    Existem, agora, somente duas sadas para estes trs protestantes:1) todos esto errados; 2) somente um est correto. Trs interpretaes

    contraditrias jamais podem estar simultaneamente corretas37

    . O36 Trs aqui usado apenas como ilustrao. A quantidade histrica (isto , o nmero das variaes nasinterpretaes de vrias passagens) imensamente maior.37 No negado que uma passagem da Escritura possa ter diferentes nveis de interpretao ou que possa terdiferentes nveis de significado em termos de sua aplicao na vida do cristo. O que negado aqui, contudo, o fato de uma passagem possuir mais de um significado doutrinrio ou teolgico oposto a outro. Porexemplo, se duas pessoas afirmam, respectivamente, "X" e "no-X" para uma determinada interpretao,ambos no podem estar corretos. Tome a doutrina da Real Presena na Eucaristia. Se o primeiro afirma que

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    problema aqui que, sem haver uma autoridade infalvel que diga qualdas trs interpretaes a verdadeira (objetivamente verdadeira) no h

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    das trs interpretaes a verdadeira (objetivamente verdadeira), no hmeios para se saber qual das trs a correta seguramente. Cada

    protestante est, portanto, em meio a uma interpretao pessoal baseadameramente em opinio pessoal. Estudos e mais estudos so vos. Cadaprotestante torna-se, com isso, sua prpria autoridade final, ou seja, seuprprio Papa.

    Na prtica o prprio protestantismo nos mostra que este raciocnio verdadeiro. Pelo fato de somente a Bblia no ser suficiente como regrade f (se fosse, todos os protestantes concordariam em interpretao), cada

    denominao tm que se render e aderir fixamente s suas prpriasinterpretaes bblicas. Logo, se existem vrias possveis interpretaes daBblia, nenhuma de fato definitiva. E se no h interpretao definitivada Bblia o protestante no tm como saber se sua interpretao verdadeira ou falsa.

    Uma boa comparao seria com a lei moral. Se cada um pudessedeterminar por sua prpria opinio o que certo e errado, no restarianada mais que um relativismo moral, e cada uma fixaria seus prpriospadres morais. Entretanto, Deus definiu leis morais absolutas para ns(em adio s que conhecemos pelas leis naturais), e por isso podemosanalisar cada ato e reconhecer se moralmente bom ou mal. O mundoseria impraticvel sem moral absoluta.

    Cada denominao protestante afirma, lgico, que possui a

    verdadeira interpretao bblica. Todas fazem isso. Se no fizessem,perderiam membros. Entretanto, se afirmam que possuem a verdadeirainterpretao bblica, em detrimento s demais, ento est se auto-proclamando autoridade final. O problema aqui, se os leitores ainda nonotaram, que este detalhe viola o princpio da Sola Scriptura, que rejeitaqualquer autoridade final que no seja a prpria Bblia. Cheque-mate.

    Por outro lado, se uma denominao reconhece que sua

    interpretao bblica no mais correta que a de outra, ento voltamos aoeterno dilema: qual interpretao est correta? existe alguma, ento, queest correta? e se todas so falsas?. Nosso Senhor disse: Eu sou ocaminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). O problema aqui que cadadenominao, na prtica, afirma possuir a nica interpretao correta.

    Jesus est presente no po e no vinho, mas a segunda pessoa afirma que Cristo no est presente no po e novinho, impossvel que ambas as doutrinas estejam corretas ao mesmo tempo.

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    Concluso, milhares de interpretaes corretas diferentes, que resultamem uma total impossibilidade de se conhecer a real e definitiva

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    em uma total impossibilidade de se conhecer a real e definitivainterpretao a uma passagem bblica qualquer. Em outras palavras,

    nenhuma seita protestante pode dizer a autoridade est aqui em relao auma interpretao bblica.

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    RAZO No 20

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    RAZO No. 20

    Faltam sete livros na Bblia protestante

    doutrina da Sola Scriptura no permite a interpretao definitiva denenhuma passagem bblica

    A Para sua decepo, os protestantes so culpados de violar suaprpria doutrina. A Sola Scriptura probe que algo seja acrescentado ousubtrado das Escrituras, porm os protestantes retiraram sete livros dasEscrituras do Antigo Testamento, assim como pores de outros dois. Estesso erroneamente chamados de Apcrifos (no-autnticos) pelos

    protestantes, e de deuterocannicos (segundo cnon) pelos catlicos:Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesistico, Baruc, partes deDaniel e Ester.

    Defendendo seu cnon incompleto, os protestantes apresentamalguns argumentos, tais como: 1) O cnon menor, chamado cnonfarisaico38 ou palestinense do Antigo Testamento, foi aceito por Jesus eseus apstolos, pois eles nunca citaram nenhuma fonte dos livros

    deuterocannicos; 2) O Antigo Testamento foi fechado no tempo de Jesus,e este era composto pelo cnon menor; 3) Os prprios judeus aceitaram ocnon menor no snodo de Jmnia (ou Javneh) em 90 d.C.; 4) Os livrosdeuterocannicos contm doutrinas anti-bblicas.

    Vejamos cada um destes argumentos:

    1) Sobre este, que Jesus e seus apstolos aceitaram o cnon

    menor, um exame das citaes neotestamentrias do Antigo Testamentodemonstrar a falcia. O Novo Testamento cita o Antigo cerca de 350vezes, e em aproximadamente 300 destas (86%!) foram retiradas daseptuaginta, a traduo grega do Antigo Testamento, largamente usada no

    38 O cnon farisaico, usado pelos judeus da Palestina, no continha os livros deuterocannicos. O cnonalexandrino ou Septuaginta, usado largamente pelos judeus da dispora (regies helensticas fora daPalestina), continha os livros deuterocannicos.

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    tempo de Cristo. Esta verso, a septuaginta, continha osdeuterocannicos. No h razo para dizer que Jesus e os seus discpulos