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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial História Contemporânea III

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

História Contemporânea III

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2 Comunicação

Marcos Devoyno© 2001-2009 HAAP Media Ltd/nkzs’s; © Wikimedia Commons/Spoladore; © 2001-2009 HAAP Media Ltd/theswedish’s; © Shutterstock/ilker canikligil; © Dreamstime.com/Lee SniderEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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guerra entre os povos

da Mesopotâmia

@HIS1246

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

C794 Cordeiro, Lysvania Villela.

Ensino médio : modular : história : história contemporânea III / Lysvania Villela Cordeiro ; ilustrações Angela Giseli. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7529-0 (livro do aluno)

ISBN 978-85-385-7530-6 (livro do professor)

1. História. 2. Ensino médio – Currículos. I. Giseli, Angela. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Questões árabe-israelenses na Palestina

Unidade 2: Cultura e sociedade: anos de 1960 a 1980

Unidade 3: A crise do comunismo e o fim da Guerra Fria

Unidade 4: O fim da Guerra Fria e a nova ordem mundial

Origens 5

Guerra do Canal de Suez (1956) 9

Guerra dos Seis Dias (1967) 10

Guerra do Yom Kippur (1973) 11

Movimentos de contracultura 18

A contestação ao comunismo no Leste Europeu 29

Perestroika e glasnost 35

Origens do neoliberalismo 50

O mundo globalizado 56

Norte x Sul 59

O avanço do terrorismo 61

A cultura na era da informação 66

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História Contemporânea III4

Questões árabe- -israelenses na Palestina

1

Neste módulo, estudaremos alguns eventos ocorridos após a Segunda

Guerra Mundial, como a formação do Estado de Israel (1948) e

os conflitos entre árabes e israelenses pela posse das terras da

Palestina. Ainda será analisado o período correspondente às décadas

de 1960 a 1980, caracterizado pela Guerra Fria, e todas as suas

decorrências. No continente asiático, ocorria a Guerra do Vietnã. No

Leste Europeu, os países integrantes da Cortina de Ferro estavam

sob o domínio soviético. E no interior do país que se afirmava a maior

democracia mundial, os Estados Unidos, a luta pela igualdade de

direitos entre negros e brancos chegava ao seu ponto de ebulição.

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Ensino Médio | Modular 5

HISTÓRIA

A Palestina sempre foi uma região de passagem para os povos que se deslocavam entre o Oriente e o Ocidente desde a História Antiga. Foi motivo de disputas e rivalidades entre diversos povos.

Origens

A história do povo hebreu, mais tarde denominado povo judeu, esteve sempre marcada pelo desejo de retorno à Palestina, com a formação de um Estado unificado e independente.

Nas últimas décadas do século XIX, teve início um movimento que visava ao retorno das famílias judias para a Palestina histórica. O movimento político e filosófico foi chamado de sionismo ou na-cionalismo judaico.

As migrações para a criação de um lar nacional para os judeus na Palestina inicialmente atraíram um pequeno número de famílias que desejavam fugir da discriminação imposta a elas na Europa.

Em 1917, a declaração do ministro do exterior britânico Arthur Balfour em apoio à “formação de um lar nacional para os judeus na Palestina” forneceu incentivo ao Movimento Sionista. Segundo o autor inglês Dan Smith, ao final da Primeira Guerra Mundial havia 56 mil judeus vivendo na Palestina.

Além disso, a chegada de Hitler ao poder na Alemanha em 1933 significou a aprovação de medidas antissemitas radicais, o que aumentou o fluxo de judeus em direção à Palestina.

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História Contemporânea III6

Sobre o Holocausto judeu na Europa, observe o mapa a seguir:

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 38. Adaptação.

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De acordo com o mapa, responda:

1. Qual foi o país europeu que apresentava o maior número de judeus?

Os números do Holocausto – 1941 a 1945

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2. Tomando por base a população judaica em 1940-1941, qual foi o país que proporcionalmente teve o maior número de judeus mortos?

3. Observando os números presentes no mapa, preencha a tabela com a população judaica, o número de judeus mortos e a porcentagem de judeus mortos em campos de concentração nos seguintes países:

País População judaica Judeus mortos Porcentagem

França

Polônia

Ucrânia

Tchecoslováquia

4. Estabeleça a relação entre os números observados e a criação pela ONU de um Estado Judaico na Palestina.

Durante e após a Segunda Guerra Mundial, os judeus que puderam partiram em busca da “terra prometida”. Durante a guerra, a imigração significava a luta pela sobrevivência. Após a guerra, era a promessa de reconstruir a vida com o pouco que havia restado. Com essa maciça imigração, os conflitos entre os imigrados e os povos árabes, que já habitavam a região, passaram a ser frequentes.

Inicialmente, os britânicos, que mantinham o controle mi-litar da região, procuraram resolver as disputas territoriais. Entretanto, por não encontrarem uma solução efetiva para o problema, eles solicitaram a mediação da recém-criada ONU.

Em 14 de maio de 1948, houve a votação dos delegados da ONU e foi aprovada a criação do Estado de Israel.

O Ocidente comemorava a criação de um Estado para o povo que fora vítima da solução final perpetrada por Hitler. E segundo a visão de muitos europeus, era a redenção de graves crimes.

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CAPA, Robert. Criação do Estado de Israel, 1948. Tel Aviv.

Ensino Médio | Modular 7

HISTÓRIA

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O estabelecimento do Estado de Israel em 1948 não rompeu o silêncio público sobre o Holocausto. Os europeus, mesmo aqueles que participaram de bom grado na perseguição dos judeus antes de 1945, mostraram-se de repente defensores entusiásticos do novo Estado, porque proporcionava um país para os judeus construírem – um inadvertido mas apesar disso bizarro eco do apoio nazista ao sionismo em 1933. Também os sobreviventes podiam trabalhar para o fu-turo de sua própria nação. Israel era uma contrapartida conveniente do seu próprio programa, e, a propósito, um conveniente lar nacional – não para os judeus como indivíduos, mas para as pessoas cuja própria presença continuava sendo um desafio a cuidadosa-mente construída história nacional dos europeus dos anos de guerra e a visão nacional de si mesmos como heróis da resistência e caridosos cristãos. DWORK, Debórah; PELT, Robert Jan van. Holocausto: uma história. Rio de Janeiro: Imago, 2004. p. 456.

De acordo com o texto, responda:

1. De que maneira o nazismo contribuiu para o aumento do sionismo?

2. De acordo com o texto, que fator levou muitos euro-peus a apoiarem a criação do Estado de Israel?

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 37. Adaptação.

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A divisão da Palestina – Plano da ONU (1947)

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 37. Adaptação.

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Palestina em 1949

História Contemporânea III8

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Logo após a criação do Estado de Israel, aconteceram os conflitos entre os israelenses e os povos árabes. O primeiro desses conflitos ocorreu nos anos de 1948 e 1949. Nesse período, vários países vizinhos, como Egito, Síria, Jordânia (chamada Transjordânia até 1948), Líbano e Iraque, além do Exército de Libertação Árabe formado na Palestina, não reconhecendo o Estado de Israel, deram início ao ataque.

Entre maio de 1948 e janeiro de 1949, Israel lutou contra os integrantes da Liga Árabe (Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria). Com a vitória, Israel anexou ao território originalmente delimitado pela ONU a Galileia e o Deserto de Negev. Jerusalém foi dividida entre Jordânia (setor oriental) e Israel. O Estado Palestino acabou não sendo criado, pois o território foi ocupado pelos israelenses.

Os israelenses, com auxílio internacional, resistiram aos ataques e saíram vitoriosos dos confrontos com os árabes. Com isso, ampliaram o seu território de 56,5% para 78%.

O Canal de Suez foi construído entre os anos de 1859 e 1869 e possibilitou a travessia de embarcações entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Isso favoreceu especial-mente o comércio dos países europeus com o Oriente. Ao término das obras, o canal era de propriedade da França e do Egito. Na década de 1880, o Egito vendeu sua participação no canal para a Inglaterra, que assim manteria uma melhor comunicação marítima com suas colônias no Oriente.

Em 1954, após um golpe de Estado, as-sumiu o cargo de líder do Egito Gamal Abdel Nasser, ditador que permaneceu no poder até a sua morte, em 1974.

Guerra do Canal de Suez (1956)

O engenheiro Ferdinand de

Lesseps projetou e construiu o

Canal de Suez. Foi ele também

quem projetou o Canal do Panamá, que liga o Oceano

Atlântico ao Pacífico.

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Palestina – 1947A divisão geográfica da Palestina, de acordo com o plano da ONU de 1947, ficou assim esta-

belecida: Estados árabes com 42,9% do território e Israel com 56,5%. Jerusalém foi declarada cidade internacional.

Palestina – 1949A Cisjordânia (margem ocidental do Rio Jordão) ficou para a Jordânia; o Egito estabeleceu

sua soberania sobre a Faixa de Gaza e a cidade de Jerusalém foi dividida entre Israel e Jordânia.

HISTÓRIA

Ensino Médio | Modular 9

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Cerca de 50 mil pessoas se reuniram na praça principal de Alexandria para ouvir o discurso do presidente Nasser no quarto aniversário do exílio do rei Farouk. Muitas mais o acompanhavam pelo rádio. Alguns esperavam vê-lo “abaixar o tom” já que a Represa de Assuã, seu grande projeto, talvez não pudesse mais ser construída. Mas foi, na verdade, um discurso extremamente confiante. Nasser disse que a Companhia do Canal de Suez, de Ferdinand de Lesseps, roubara dos egípcios uma riqueza que lhes pertencia por direito. Mas tudo isso era passado – ele nacionalizaria o canal e, com os lucros, construiria a represa. Se os imperialistas não gostassem, concluiu, “eles que se sufocassem de ódio”. Quando acabou de falar, a sorte estava lançada: as palavras “Ferdinand de Lesseps” eram a senha para que as forças egípcias ocupassem o canal e os escritórios da companhia. FURTADO, Peter (Ed.). 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. p. 786.

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Como pode ser observado no fragmento, uma das ações políticas de Nasser, levada a cabo em 1956, foi a nacionalização do Canal de Suez. Esse fato desagradou especialmente França e Inglaterra, mas também colocava em estado de atenção as potências mundiais que estavam vivendo o período de Guerra Fria. Nasser ainda proibiu que embarcações israelenses utilizassem o canal. Teve início assim mais um conflito envolvendo israelenses e povos árabes. De um lado estavam Inglaterra, França e Israel e, do outro, Egito. Este foi derrotado e o direito de navegação através do Canal de Suez foi estendido a todas as nações.

O conflito foi encerrado, mas as tensões entre Israel e os países árabes aumentaram.

Guerra dos Seis Dias (1967)

Mesmo vencido em suas pretensões de nacionalizar o Canal de Suez, o presidente egípcio Nasser deslocou tropas para os territórios fronteiriços a Israel. Ele exigiu a retirada dos representantes da ONU que estavam na região desde o ano de 1956 com o objetivo de evitar novos conflitos. Além disso, ele ameaçou fechar o Estreito de Tiran para a navegação de israelenses.

O Estreito de Tiran está localizado entre

o Egito e a Arábia Saudita. O estreito

é a única ligação entre Israel e o Mar Vermelho, fator que

o torna de grande importância para os

israelenses.

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 53. Adaptação.

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Oriente Médio – zonas de conflito em 1967

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Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 53. Adaptação.

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Israel conquistou vários territórios com a Guerra dos Seis Dias. Porém, os conflitos diplomáticos e a beligerância na região apenas aumentaram. Os países árabes vizinhos realizaram alianças com o objetivo de forçar Israel a devolver os territórios ocupados durante essa guerra, ocorrida em 1967.

Egito e Síria atacaram Israel no dia 6 de outubro de 1973, o dia do Yom Kippur (Dia do Perdão), o feriado religioso mais importante do calendário judaico. Pegando os israelenses de surpresa, a Síria recuperou parte do território das Colinas de Golan e os egípcios retomaram a Península do Sinai.

A intervenção de Estados Unidos e União Soviética impediu que o conflito continuasse e envolvesse mais países do Oriente Médio. A primeira crise mundial do petróleo havia ampliado a importância dessa região no cenário internacional e, portanto, passou a ser alvo dos interesses estadunidenses e soviéticos.

Guerra do Yom Kippur (1973)

OO general Moshé Dayan comandou as tropas israelenses na O general Moshé Dayan comandou as tropas israelenses naGuerra dos Seis Dias. Israel já contava com uma poderosaGuerra dos Seis Dias. Israel já contava com uma poderosaforça aérea e blindados compunham as forças terrestres força aérea e blindados compunham as forças terrestres

Diante da ameaça de Nasser, Israel mobilizou suas forças armadas e promoveu ataques aos territórios de Egito, Síria e Jordânia. Em ape-nas seis dias (5 a 10 de junho), daí a denominação do conflito, Israel venceu e conquistou um vasto território: a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Golan e o setor Oriental de Jerusalém.

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Israel – territórios ocupados após a Guerra dos

Seis Dias, 1967

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HISTÓRIA

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Na foto, da direita para a esquerda, Na foto, da direita para a esquerda,Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel,Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel,Jimmy Carter, presidente estadunidense, eJimmy Carter, presidente estadunidense, e

Anwar Sadat, presidente do Egito.Anwar Sadat, presidente do Egito.O acordo de paz entre egípcios e israelensesO acordo de paz entre egípcios e israelenses

foi definitivamente assinado em março defoi definitivamente assinado em março de1979. Acusado de traição à causa árabe,1979. Acusado de traição à causa árabe,

Anwar Sadat foi assassinado em 1983,Anwar Sadat foi assassinado em 1983,durante uma parada militardurante uma parada militar

Em 1978, o presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, em reunião com os representantes de Israel e Egito, intermediou as negociações que levariam à assinatura do Acordo de Camp David. Nele, os dois países se comprometiam a acabar com as hostilidades.

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Ao longo de todas as décadas de conflito, a população de imigrados em Israel não parou de crescer. Observe no mapa a seguir os números e os locais de procedência desses grupos:

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 39. Adaptação.

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Imigração judaica para Israel – 1949-1970

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O Estado PalestinoO plano da ONU de criação de um Estado Judaico e um Estado Palestino na Palestina acabou não

sendo concretizado e até a atualidade os palestinos continuam exigindo a criação de um Estado nacional. Em prol da luta dos palestinos foi fundado, em 1959, o Movimento

para a Libertação da Palestina, liderado por Yasser Arafat. Os inte-grantes do movimento, também conhecido como Al Fatah, pregavam a luta armada e a destruição do Estado de Israel. Em 1969, os diversos grupos palestinos contrários a Israel se uniram e formaram a Organi-zação para a Libertação da Palestina (OLP). Essa organização atuou como um grupo armado que promovia incursões contra o território israelense, além de promover ações terroristas.

Na década de 1990, após várias reuniões, das quais participaram as principais lideranças mundiais, a OLP mudou suas reivindicações e passou a defender a solução biestatal para a Palestina. Todos os acordos, entretanto, foram frustrados pelas disputas entre israelenses e palestinos pela cidade de Jerusalém.

nas mudanças ideológicas e de atuação da organização. Faleceu em 2004 sem

opunha às ne ci ões para a forma o de um Estado Palesti o

Na foto, produzida durante a Conferência de Oslo, em 1993, estão, à esquerda, Na foto, produzida durante a Conferência de Oslo, em 1993, estão, à esquerda, Na foto, produzida durante a Conferência de Oslo, em 1993, estão, à esquerda,Ytzhak Rabin (representante de Israel) e, à direita, Yasser Arafat (representante Ytzhak Rabin (representante de Israel) e, à direita, Yasser Arafat (representanteda Autoridade Nacional Palestina), mediados pelo presidente estadunidense Bill da Autoridade Nacional Palestina), mediados pelo presidente estadunidense BillClinton, ao centro.Clinton, ao centro.Arafat, líder da OLP, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1994 pela condução Arafat, líder da OLP, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1994 pela conduçãonas mudanças ideológicas e de atuação da organização. Faleceu em 2004 sem nas mudanças ideológicas e de atuação da organização. Faleceu em 2004 sempoder concretizar o sonho de um Estado Palestino.poder concretizar o sonho de um Estado Palestino.Rabin morreu assassinado em 2005 por um estudante judeu ortodoxo que se Rabin morreu assassinado em 2005 por um estudante judeu ortodoxo que seopunha às negociaçções para a formaçãç o de um Estado Palestinoopunha às negociaçções para a formaçãç o de um Estado Palestino

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1. (OSEC – SP) As guerras entre árabes e judeus, que se verificam no Oriente Médio, tiveram como cau-sa principal:

a) um discurso do líder Yasser Arafat, na As-sembleia na ONU.

b) a guerra civil no Líbano.

c) o problema de uma população sem território – os refugiados palestinos – que surgiu com a criação do Estado de Israel.

d) o controle do Canal de Suez, por parte do Egito.

e) o fato de que as maiores reservas mundiais de petróleo se localizam nos países árabes.

2. (UFRR) “Em pleno século XXI, as religiões con-tinuam tendo grande influência no contexto social e cultural de diversos países e em am-plas regiões do planeta. O poder da fé é de tal magnitude que é capaz de influir em aspectos

políticos, sociais e econômicos de nações cujas autoridades, leis ou fronteiras são fortemente delimitadas por questões religiosas. Além disso, variados conflitos no mundo nos últimos tempos têm sua origem em divergências religiosas. [...] Je-rusalém é a cidade sagrada de três grandes religi-ões [...]. Os três credos têm em Jerusalém marcos básicos de sua doutrina e de sua história.” (In: Atlas Geográfico Mundial – para conhecer melhor o mun-do em que vivemos – v. 1. Mundo. Barcelona: Editorial Sol 90, 2005.)

O texto acima apresenta Jerusalém como a cida-de sagrada de três religiões. São elas:

a) judaísmo, hinduísmo e islamismo.

b) judaísmo, cristianismo e islamismo.

c) judaísmo, budismo e islamismo.

d) judaísmo, confucionismo e islamismo.

e) judaísmo, xintoísmo e islamismo.

Ensino Médio | Modular 13

HISTÓRIA

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3. (ENEM) A ética precisa ser compreendida como um em-preendimento coletivo a ser constantemente re-tomado e rediscutido, porque é produto da re-lação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A re-lação entre ética e política é também uma ques-tão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se cons-trua a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política.

CORDI, C. et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).

O século XX teve de repensar a ética para enfren-tar novos problemas oriundos de diferentes cri-ses sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do tex-to, a ética pode ser compreendida como:

a) instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.

b) mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.

c) meio para resolver os conflitos sociais no ce-nário da globalização, pois a partir do enten-dimento do que é efetivamente a ética, a po-lítica internacional se realiza.

d) parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.

e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vincula-ção a outras sociedades.

4. (PUC-Rio) Na raiz chamada Guerra dos Seis Dias, deflagrada entre árabes e israelenses em 1967, encontra-se o processo de descolonização do Oriente Médio que, em virtude das arbitrarieda-des cometidas na demarcação dos novos terri-tórios, dividiu grupos tradicionais, desmembrou regiões ricas ou estratégicas e assim contribuiu para a criação de uma área sob constante ten-são. O conflito de 1967 deixou feridas ainda hoje abertas na região, a sugerir uma permanente ameaça à paz mundial. Assinale a opção que exemplifica corretamente essa ameaça:

a) O fechamento do Canal de Suez, promovido pelos Estados Unidos, impedindo o tráfego das embarcações das potências do bloco so-cialista na região.

b) A ocupação, pelo Estado de Israel, de vários territórios árabes, principalmente a margem ocidental do Jordão, região estrategicamente importante e rica em possibilidades de explo-ração de petróleo.

c) A internacionalização de Jerusalém, com des-sacralização da cidade, tornando-a um mero ponto de confluência das rotas comerciais que cruzam a região e desagregando as co-munidades de identidade religiosa.

d) A deflagração da guerra civil no Líbano, ime-diatamente após a queda de Nasser no Egito, principal articulador da paz no Oriente Mé-dio, com a permanência do movimento guer-rilheiro que contribui para a desorganização das superpotências.

e) A decretação do boicote petrolífero perma-nente, determinado pela OPEP, contra os paí-ses do Ocidente, como represália à interven-ção dos Estados Unidos no conflito, ao lado de Israel.

5. Leia atentamente o texto a seguir:

As duas décadas posteriores a 1945 seriam a era da descolonização no Oriente Médio e no resto do mundo. Sofrendo pressão em todos os seus respectivos impérios, França e Grã-Bretanha logo cederam poder no Levante (Líbano e Síria, no caso francês, e Israel e Jordânia, no britânico). No Oriente Médio, mais que em qualquer outra região, as potências coloniais também encara-vam o crescente poder dos EUA e da URSS. A tradicional importância estratégica da região, sua contiguidade com as fronteiras meridionais da URSS e, sobretudo, seu petróleo levaram as novas superpotências globais a procurar expan-dir sua influência ali. Com todos esses fatores em jogo, era inevitável o fim da era colonial euro-peia.

SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e solu-ções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 29.

GlossárioLevante: ao Leste, no Oriente. Contiguidade: proximidade, vizinhança, adja-cência.

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De acordo com o texto, analise as afirmações a seguir:

I. O texto estabelece claramente a relação entre os três temas: Guerra Fria, descolonização na Ásia e na África e conflitos no Oriente Médio.

II. O conflito ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética contribuiu decisi-vamente para o processo de descolonização na região do Oriente Médio.

III. A estratégica posição geográfica do Oriente Médio, bem como suas abundantes reservas petrolíferas, atraiu o interesse de diversas potências imperialistas.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta:

a) Todas as afirmativas estão certas.

b) Todas as afirmativas estão erradas.

c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.

d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.

e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

6. (ENEM) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expec-tativas de que seria instaurada uma ordem in-ternacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade.

O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta:

a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao ex-tremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de dro-gas e o crime organizado.

b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria.

c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes.

d) a plena vigência do Tratado de Não Proli-feração, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo.

e) a condição dos EUA como única superpo-tência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares.

7. (UNIFACS – BA) A primeira coisa a observar so-bre o Oriente Médio é que essa designação foi e é aplicada a conjuntos diferentes de regiões, gerando dúvidas. Hoje em dia, a mídia e os livros didáticos costumam chamar de Oriente Médio as terras banhadas pelo Mediterrâneo ao sul e a les-te, como a Ásia Menor (Turquia), Chipre, Egito, Israel, Palestina, Líbano e Síria, mais a Jordânia e a península Arábica – todo esse conjunto de paí-ses era antes conhecido como Oriente Próximo –, aos quais se acrescentam o Irã, o Afeganistão e o Iraque.Como região em que surgiram a civilização (Su-méria e Egito), o judaísmo e o cristianismo e, na Ásia Menor, a filosofia grega, o Oriente Médio é considerado o berço do Ocidente. Mas ali tam-bém surgiu o islamismo.Os povos principais que hoje habitam a região são árabes em geral (na maioria, muçulmanos, mas também druzos e cristãos), armênios, as-sírios, caldeus, curdos, gregos, judeus, persas e turcos – pela ordem alfabética. As línguas mais faladas são o árabe, armênio, assírio (conhecido no Ocidente como aramaico), curdo, hebraico, persa e turco.

(POMPEU, 2006, p. 4).

A partir da análise do texto e dos conhecimen-tos sobre o Oriente Médio, é correto afirmar:

a) As sociedades que se desenvolveram nessa região, na Antiguidade, caracterizavam-se pela utilização em larga escala da escravidão e pela unidade étnica e cultural.

b) O Oriente Médio foi dominado pela cristandade ocidental, através das Cruzadas, durante o pe-ríodo medieval, contribuindo para a contenção do avanço do islamismo em terras europeias.

c) A expansão imperialista do século XIX estabe-leceu o domínio político e econômico na re-gião, objetivando o controle da produção de petróleo e o acesso a territórios do Oriente.

d) A URSS, no contexto da Guerra Fria, patro-cinou a independência política do Oriente Médio através de processos políticos que le-varam à implantação, por vias pacíficas, de governos de característica socialista.

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HISTÓRIA

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e) A Doutrina Bush, cujo objetivo é estabelecer a democracia no Oriente Médio, tem contri-buído para a diminuição do surgimento de grupos fundamentalistas na região.

8. (UNESP – SP) A crise que envolveu a nacionaliza-ção do canal de Suez pelo Egito conjugou ques-tões políticas, econômicas e militares numa esca-la internacional. O coronel Gamal Abdel Nasser, governante egípcio, anunciou a nacionalização em julho de 1956, provocando ataques militares contra o Egito por Israel, Grã-Bretanha e França. Que condições históricas internacionais dos anos 50 permitiram a nacionalização do canal de Suez e o fracasso dos movimentos armados contra o Egito?

a) Os Estados Unidos da América iniciavam, em 1956, sua escalada militar no Vietnã e o blo-co comunista estava cindido pela crescente aproximação da China à política internacio-nal das nações capitalistas.

b) Os países árabes ameaçavam suspender o fornecimento de petróleo para os Estados Unidos, caso as hostilidades militares não cessassem, e o movimento operário inglês era favorável à expansão do islamismo.

c) O desenlace da crise foi condicionado pela di-visão internacional de forças entre as potên-cias durante a Guerra Fria e pela expansão do nacionalismo nas regiões do Oriente Médio e do Norte da África.

d) O canal de Suez era pouco importante para a economia do capitalismo europeu e o gover-no egípcio era uma barreira à expansão do islamismo no Oriente Médio.

e) A Grã-Bretanha e a França, recém-saídas da Segunda Guerra Mundial, estavam militar-mente enfraquecidas e o Estado de Israel conseguiu estabelecer relações políticas pa-cíficas com os aliados árabes do Egito.

9. (UNEMAT – MT) Em 1948, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o Estado de Israel dan-do início a um interminável conflito entre ára-bes e judeus, na região conhecida como Oriente Médio. A este respeito, assinale a alternativa correta.

a) Os Estados Unidos, sobretudo no governo de George W. Bush, retiraram o apoio ao Estado de Israel para se aproximar dos países ára-bes, grandes produtores de petróleo.

b) A Guerra dos Seis Dias (1967), travada entre árabes e judeus, foi vencida por Israel, que anexou, até 1982, a Península do Sinai, per-tencente ao Egito.

c) Durante a Guerra Fria (1947-1989), o Estado de Israel recebeu apoio significativo da União Soviética.

d) A primeira organização político-militar dos palestinos criada para lutar contra o Estado de Israel foi Al Qaeda, cujo líder foi o já fale-cido Yasser Arafat.

e) Em 1988, o Conselho Nacional Palestino pro-clamou o Estado Independente da Palestina e, ao mesmo tempo, não reconheceu a exis-tência do Estado de Israel e nem abandonou a luta terrorista.

10. (UFMS)

Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, as fronteiras na Palestina deixaram de ser dese-nhadas por disputas entre franceses e britânicos e passaram a ser refeitas no calor do conflito árabe-israelense.Desde então, as guerras expulsaram milhares de palestinos de suas vilas e propriedades, trans-formando seus descendentes no maior contin-gente de refugiados do mundo na atualidade. Paralelamente, impulsionada pela migração, a população israelense cresceu, consolidando de-mograficamente o Estado judeu. O fortalecimen-to econômico israelense resultou da articulação entre o apoio externo e o sucesso militar com ca-pital e tecnologia. Em contrapartida, nos territó-rios palestinos, cuja pouca infraestrutura é arra-sada a cada conflito, persistem a pobreza e uma economia dependente de fatores externos, como as doações internacionais e o movimento de tra-balhadores controlado por Israel. Mesmo dentro da Cisjordânia, esse movimento é cada vez mais limitado. Em resposta aos atentados terroristas contra a sua população, em 2002, Israel iniciou a construção de um muro em áreas próximas ao seu território. Na prática, os palestinos têm difi-culdades até para se locomover de uma cidade a outra. Com a persistência do conflito e a piora das condições nos territórios palestinos, agrava--se o contraste no padrão de vida entre as duas populações, que se reflete, por exemplo, nos al-tos índices de desemprego entre os palestinos.

(Guia do Estudante. Atualidades. SP: Ed. Abril, 2008. Adap-tado).

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Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa correta.

a) Criado no contexto do surgimento da Guerra Fria, o Estado de Israel constituiu-se numa espécie de “ponta de lança” dos interesses geopolíticos franceses, britânicos e soviéti-cos, que procuravam solidificar seu domínio no Oriente Médio contra as pretensões nor-te-americanas e da Arábia Saudita.

b) O momento-chave para a expansão das fron-teiras israelenses, na Palestina, foi a Guerra do Yom Kippur, em 1948, quando, em seis dias de combates, os israelenses anexaram o Canal de Suez e a Faixa de Gaza, administra-dos pelo Egito, apossaram-se de Jerusalém e da Cisjordânia, ambos administrados pela Jordânia, e tomaram as Colinas de Golã da Síria, praticamente triplicando os territórios judeus na região.

c) Apesar do refluxo das guerras externas com vizinhos árabes, há duas décadas Israel en-frenta levantes da população palestina, co-nhecidos como Intifadas, que se materia-lizam em sangrentos confrontos urbanos, fortemente reprimidos, situação que agrava ainda mais o extremismo e a ameaça das práticas terroristas de grupos fundamenta-listas islâmicos.

d) No plano político, a vitória do partido mo-derado Hamas, nas eleições legislativas pa-lestinas de 2006, levou a uma abertura das negociações de paz com os israelenses, pois, ao contrário do derrotado grupo fundamen-talista islâmico Fatah, que prega a extinção do Estado de Israel, o Hamas propõe a cria-ção de um Estado Palestino que conviva com Israel.

e) Uma importante iniciativa internacional, para tentar resolver os históricos conflitos no Oriente Médio, foi o Acordo de Oslo, fir-

mado entre israelenses e palestinos em 1993 sob a mediação dos EUA, o qual prevê a cria-ção, sob o controle administrativo do grupo fundamentalista islâmico Hizbollah, de um Estado Palestino formado pela Península do Sinai e a Cisjordânia, ambos territórios con-quistados por Israel na Guerra de Suez, em 1973.

11. (PUC-Rio) O Estado de Israel, que completou 60 anos em maio deste ano [2008], teve suas fron-teiras definidas a partir de várias guerras com países vizinhos. A esse respeito, avalie as afir-mativas abaixo:

I. O plano de Partilha da ONU (Resolução 181) de 1947 previa a retirada das tropas do Im-pério russo, a criação de um Estado judaico e de um Estado independente árabe-palesti-no na região da Palestina.

II. Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e atacaram o recém-formado Estado de Israel em 1948: era o começo dos conflitos árabe-israelenses e do dilema dos refugiados palestinos.

III. A vitória israelense na Guerra dos Seis Dias (1967) permitiu a ocupação de quase toda a Palestina, isto é, do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de Jerusalém e o do Iraque.

IV. A partir de 1987, a população civil palestina começou a série de levantes (Intifada) contra a ocupação israelense usando paus, pedras e atentados.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

c) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

d) Somente as afirmativas II e III estão corretas.

e) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.

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HISTÓRIA

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História Contemporânea III18

Movimentos de contracultura

Para o estudo dos movimentos de contracultura, há a necessidade de trabalhar o conceito de cultura.

De acordo com a definição criada por Edward Tylor, no século XIX, cultura é tudo que foi produzido pelo ser humano, material ou imaterial. Cultura é a soma de todo o complexo de conhecimento e toda a habilidade humana empregada na sociedade e, ainda, de todos os comportamentos aprendidos.

Cultura e sociedade: anos de 1960 a 19802

Toda sociedade possui a sua cultura. E toda cultura apresenta características que levam os indivíduos a se reconhecerem como integrantes de um mesmo grupo, além de se reconhecerem.

Em equipe, discutam as questões a seguir e depois produzam respostas.

1. Cite duas características que marcam a cultura da qual você e seu colega fazem parte.

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HISTÓRIA

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2. Observe as imagens a seguir:

Por meio das imagens, é possível afirmar que existem culturas mais desenvolvidas e menos desenvolvidas? Justifique sua resposta.

Sobre a cultura presente em nossa sociedade, responda às questões a seguir:

1. Cite alguns traços culturais que sofreram modificação da geração de seus pais para a sua geração.

2. O que contribuiu para que ocorressem as mudanças apontadas na questão anterior?

3. Existe alguma característica cultural presente em nossa sociedade com a qual você não concorda? Justifique sua resposta.

Após trabalhar o conceito de cultura, é possível afirmar que todos nós fazemos parte de uma sociedade que possui uma cultura. E que é a cultura que nos torna integrantes de um grupo social, porque partilhamos características culturais comuns que foram historicamente construídas e que estão em constante mutação.

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Agora que você já conhece um pouco mais sobre cultura e algumas características da cultura na qual estamos inseridos, explore o termo “contracultura”.

Nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, especialmente a partir da década de 1960, as dife-renças culturais que geraram conflitos e separaram os pais dos filhos se transformaram em abismos. Os jovens das décadas de 1960, 1970 e 1980 viviam a era do pleno emprego e do afrouxamento nas condutas sexuais. Esses jovens não compreendiam quando os pais falavam das guerras mundiais, da fome, das crises econômicas e das revoluções. Por outro lado, os pais não conseguiam compreender as insatisfações e a inconstância de seus filhos.

Sobre a grande quantidade de jovens durante a década de 1970, fator que ampliou ainda mais os conflitos entre as gerações, leia o texto de Eric Hobsbawm.

Mas, claro, quer tais acontecimentos tivessem passado ao largo deles ou não, a maioria da população do mundo era agora mais jovem que nunca. Na maior parte do Terceiro Mundo, onde ainda não se dera a transição demográfica de altas para baixas taxas de natalidade, era provável que alguma coisa entre dois quintos e metade dos habitantes, em algum momento da segunda metade do século, tivessem menos de catorze anos. Por mais fortes que fossem os laços de família, por mais poderosa que fosse a teia de tradição que os interligasse, não podia deixar de haver um vasto abismo entre a compreensão da vida deles, suas experiências e expectativas, e as das gerações mais velhas. Os exilados políticos sul-africanos que voltaram a seu país no início da década de 1990 tinham uma compreensão do que significava lutar pelo Congresso Nacional Africano diferente da dos camaradas jovens que carregavam a mesma bandeira nos aldeamentos africanos. Por

outro lado, que poderia a maioria em Soweto, nascida muito depois de Nelson Mandela ter ido para a prisão, fazer dele senão um símbolo ou um ícone? Em muitos aspectos, em tais países o abismo de gerações era ainda maior que no Ocidente, onde instituições permanentes e continuidade política uniam velhos e jovens. HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX – 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 323.

1. Qual o significado do termo “contra”?

2. Crie uma definição para o termo “contracultura”.

História Contemporânea III20

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E foi o descontentamento dos jovens e de parte da intelectualidade que levou aos movimentos de contracultura que ocorreram nas décadas de 1960 a 1980, cujas raízes podemos encontrar na década de 1950.

O movimento por direitos civis nos Estados

UnidosA abolição da escravidão nos Estados Unidos ocorreu em 1863, durante a Guerra de Secessão, e

foi posta em prática após o seu término, em 1865. Entretanto, foi necessário mais de um século após a abolição para que os negros conquistassem a igualdade civil em território estadunidense. Essa luta teve início logo após a abolição, mas foi somente na década de 1960 que ela atingiu proporções que obrigaram a população branca e as autoridades a promoverem mudanças.

Em 1957, foi fundada na Geórgia, pelo pastor batista Dr. Martin Luther King Junior, a Confe-rência de Liderança Cristã, que tinha por objetivo a luta pelos direitos civis, utilizando como estratégia a desobediência civil.

O Congresso da Igualdade Racial passou a promover, em 1961, as Viagens da Liberdade, ônibus que cruzavam vários estados transportando brancos e negros, como forma de afrontar as leis discriminatórias que proibiam os negros de utilizarem o mesmo meio de transporte que os brancos.

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Leis municipais e estaduais determinavam que, nos transportes coletivos, os brancos tivessem prioridade e ocupas-sem os bancos da frente. Os negros deveriam ocupar os lugares do fundo, enquanto não houvesse um branco em pé. Os bancos da parte traseira do ônibus possuíam menor ventilação e chacoalhavam muito, causando muitas vezes mal-estar. Em muitas cidades sulistas, havia dois serviços de transporte público: um para os brancos e outro para os negros (para estes, a frota era sucateada e em menor número)

A luta pelos

direitos civis

nos EUA

@HIS1957

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HISTÓRIA

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Em 1963, cerca de 200 mil manifestantes se posicionaram defronte ao Memorial Lincoln para ouvir Martin Luther King Junior proferir seu mais famoso discurso. O objetivo era pressionar o governo federal a revogar todas as leis discriminatórias existentes no país.

Há cem anos, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos, assinava a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para terminar a longa noite do cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos enfrentar a realidade trágica de que o Negro ainda não é livre.

Cem anos mais tarde, a vida do Negro é ainda lamentavelmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro continua a viver numa ilha isolada de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana, estando exilado na sua própria terra.

Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramaticamente mostrarmos esta extraordinária condição. Num certo sentido, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Decla-ração de independência, estavam a assinar uma promissória de que cada cidadão americano se tornaria herdeiro.

Este documento era uma promessa de que todos os homens veriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade. É óbvio que a América ainda hoje não pagou tal promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar este compro-misso sagrado, a América deu ao Negro um cheque sem cobertura; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: “saldo insuficiente”. Porém nós recusamo-nos a aceitar a ideia de que o banco da justiça esteja falido. Recusamo-nos a acreditar que não exista dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidades deste país.

Por isso viemos aqui cobrar este cheque – um cheque que nos dará quando o recebermos as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é o momento de se dedicar à luxúria do adiamento, nem para se tomar a pílula tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da Democracia. Agora é o tempo de sairmos do vale escuro e desolado da segregação para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é tempo de abrir as portas da oportunidade para todos os filhos de Deus. Agora é tempo para retirar o nosso país das areias movediças da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade.

[...]Martin Luther King Junior28 de agosto de 1963

LUTHER KING JUNIOR, Martin. Que a liberdade ressoe! Disponível em: <http://www.arqne t .p t /por ta l /d i scursos /agosto05.html>. Acesso em: 11 jun. 2012.

Martin Luther King Junior em Washington

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História Contemporânea III22

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De acordo com o discurso de Martin Luther King Junior, responda às questões a seguir.

1. Qual era o grande “americano” ao qual o pastor faz referência no início de seu discurso? E qual foi o grande feito promovido por esse “americano”?

2. Por que a lei que determinou a abolição do trabalho escravo nos Estados Unidos não promoveu a igualdade entre brancos e negros no país?

3. A que o pastor faz referência quando fala em promissória e cheque?

Outra ação organizada por vários movimentos foi a ocupação por negros de lugares públicos des-tinados apenas aos brancos (cinemas, lanchonetes, bibliotecas, etc.). Eles exigiam ser atendidos da mesma forma que os clientes e consumidores brancos.

Em 1963, apenas entre os meses de junho e agosto, foram registradas mais de 1 400 manifestações, e 15 mil manifestantes foram presos.

Tais ações geralmente acabavam em violência policial. As ações repressoras passaram a ser vistas pelas televisões e causaram protestos de diversos setores da sociedade e da intelectualidade. pela

1. Você estudou as ações de Mohandas Gandhi para a independência da Índia? Caso ainda não, pesquise sobre ele e responda: Quais são os traços comuns a Gandhi e Martin Luther King Junior?

2. Até mesmo no final, os dois líderes tiveram suas vidas aproximadas. Busque informações sobre eles e aponte os fatos que ligaram o fim das trajetórias desses líderes.

Geração BeatA denominação Geração Beat (Beat Generation) foi criada

pelo escritor Jack Kerouac. Muitos dos estudiosos dos poetas, escritores e artistas ligados a essa geração consideram difícil atribuir ao grupo a denominação de movimento, uma vez que não houve um programa organizado para gerir toda a produção intelectual, literária e artística. Além de Kerouac, podemos citar como expoentes Allen Ginsberg, Lawrence Ferlinghetti e William S. Burroughs.

Basicamente, os integrantes da Geração Beat criticavam a vida da classe média estadunidense, com seus padrões de consumo (American way of life) e suas vidas despojadas de criticidade. Em seus romances e manifestos, os beatniks, como foram denominados, lutavam contra a censura imposta pelo macarthismo, contra a segregação racial presente na socie-dade estadunidense e contra as intervenções militares na Ásia.

Macarthismo: doutrina colocada

em prática pelo senador Joseph

McCarthy no final da década

de 1940, que visava patrulhar e eliminar qualquer

influência comunista

no território estadunidense.

Durante o período em que esteve

vigente, prendeu e prejudicou

muitas pessoas acusadas de

promoverem ações anticapitalistas.

Jack Kerouac, autor de várias obras, incluindo Pé na estrada (On the road), acabou sendo um dos ícones mais conhecidos da Geração Beat

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HISTÓRIA

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Cassius Clay (Muhammad Ali), em 1967, recusou-se a ser enviado ao Vietnã, conflito que ele denominou “guerra de homens brancos”, completando: “Nenhum vietnamita já me chamou de preto”

Além de suas produções, os beatniks procuraram mostrar sua oposição à ordem vigente por meio de seu estilo de vida errante e pelo desapego ao consumo. Há quem relacione os integrantes da Geração Beat à vadiagem, ao inconformismo e ao uso indiscriminado de drogas.

A força que as sementes plantadas pela Geração Beat iriam ganhar na década de 60 viria a desmentir em grande medida esse tipo de crítica. Na base das manifestações pacifistas, antiVietnã e antinucleares, nas lutas das minorias e nas lutas pelos direitos civis que sacudiram a América, podem-se encontrar várias tendências, mas certamente, entre elas, o inconformismo da Geração Beat que começa, a rigor, ainda na década de 40 passa por toda a década de 50, chegando até o primeiro ano da década de 60. BUENO, André; GOES, Fred. O que é Geração Beat. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 11.

Os movimentos sociais que envolveram a juventude e que caracterizaram a década de 1960 lutavam pelo fim do elitismo, pela igualdade racial e pelo combate à hipocrisia, à desigualdade material e à violência, especialmente a violência promovida pela Guerra do Vietnã. Tais movimentos podem ser considerados como ações da denominada Nova Esquerda. Integrantes da “Velha Esquerda” (operários, sindicalistas, etc.) também tiveram participação nesses movimentos sociais. Entretanto, foram os estudantes que engrossaram os movimentos com sua participação ativa. As universidades, portanto, foram os centros de discussão e propagação de tais ideias.

Em 1962, foi fundada a Estudantes para uma Sociedade Democrática (Students for a Democratic Society ), uma sociedade estudantil que, a exemplo de outros movimentos, passou a promover comícios pela igualdade entre negros e brancos na sociedade estadunidense. Além disso, o movimento exigia o fim da Guerra do Vietnã, adquirindo abrangência nacional e tomando de assalto muitos campi de uni-versidades, com bandeiras contra a guerra e o serviço militar obrigatório. Segundo Leandro Karnal, em sua obra História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI, nos primeiros anos da década de 1960, mais de 50 mil jovens estadunidenses fugiram para o Canadá com o objetivo de escapar do recrutamento.

Os protestos estudantis acabaram ganhando o apoio de outros setores da sociedade e de outros grupos. Até mesmo grupos de militares passaram a fazer pressão para o fim do conflito.

A difusão dos protestos levou outros grupos a lutarem por seus direitos. Foi o caso das mulheres, que reavivaram os movimentos sufragistas do início do século XX, lutando agora por igualdade de oportunidades de emprego, por igual-dade nos salários e pela liberdade de poder responder por seus próprios atos sem ter que se sujeitar à autoridade de pais e maridos. Em 1966, a escritora Betty Friedan criou a Organização Na-cional de Mulheres (National Organi-zation of Women), cujo objetivo era lutar pela igualdade plena para as mulheres em todos os setores da vida social.

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História Contemporânea III24

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Movimento Hippie Como uma espécie de extensão do pensamento beat, o Movimento Hippie surgiu no início da

década de 1960 e deve seu nome ao termo “hipster”, que significa estar ligado ou envolvido com a cultura negra. O termo “hippie” foi utilizado pela primeira vez por Michel Smith, em 1965, em uma crônica que foi publicada em um jornal da cidade de San Francisco.

Os integrantes do movimento, assim como os beatniks, criticavam o modo de vida “americano”, as imposições sociais da classe governante e as guerras. Pregavam a paz e o amor livre. Daí os principais slogans do movimento: “Paz e amor” e “Faça o amor, não faça a guerra”.

Como forma de crítica à sociedade por eles considerada comportada e hipócrita, os hippies pas-saram a utilizar vestuários largos, coloridos, sobrepostos e amassados, o contrário do que pregava a moda na sociedade estadunidense. Os cabelos e as barbas eram compridos, o sexo era praticado sem os laços de casamento.

Os movimentos de contracultura geraram e foram ampliados por uma vasta produção cultural, sendo a música “pop” seu principal veículo.

Cartaz oficial do Festival de Woodstock, ocorrido no estado de Nova Iorque, em 1969

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Na imagem, Jimmy Hendrix executa uma nova versão para o hino nacional estadunidense. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, cerca de meio milhão de pessoas acamparam na fazenda alugada para a realização do festival. Além de Jimmy Hendrix, apresentaram-se Crosby, Stills and Nash, Joan Baez, The Who, entre outros. O festival permanece ainda na atualidade como o maior evento hippie já realizado

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HISTÓRIA

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1. (UECE) O Movimento Hippie surgiu nos anos 60, nos Estados Unidos, repudiou a ideia de ações violentas e levantou a bandeira do pacifismo com o lema “faça o amor, não faça a guerra”. Leia com atenção as afirmações, classificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F).

I. Os hippies pregavam a revolução por meio da não participação nas guerras e conflitos armados, do consumo de drogas, da constituição de comunidades isoladas, do pacifismo e da negação total dos valores morais até então vigentes.

II. O Movimento Hippie contou com a participação de cerca de 300 mil jovens, em sua grande maioria, oriundos da classe média, com idades entre 17 e 25 anos. Difundiu-se em inúmeros países.

III. O Movimento Hippie não conseguiu ter repercussão cultural da fase conhecida como “anos re-beldes” ou a contracultura, tampouco atingiu os meios de comunicação de massa para difundir seus objetivos.

Assinale o correto.

a) Apenas as afirmativas I e II são falsas.

b) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.

c) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

d) apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.

2. Qual relação pode ser estabelecida entre os movimentos pela igualdade civil entre brancos e negros nos Estados Unidos e os movimentos da Nova Esquerda?

3. Cite as características do estilo de vida adotado pelos hippies que chocaram a sociedade conservadora estadunidense.

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EscritorO mundo da produção intelectual é um dos campos mais fascinantes para aqueles que gostam de

escrever, expressar seus sentimentos, suas teorias e suas queixas. A profissão de escritor surge do desejo de um indivíduo de registrar suas produções. Podem ser poemas, prosas, teorias, pesquisas ou invenções. O escritor pode estar comprometido com a verdade, como devem fazer os jornalistas, econo-mistas, historiadores, antropólogos, etc., ou pode dar vida a histórias ficcionais que trarão um pouco do irreal para a vida de seus leitores.

Não há curso de graduação para a formação de escritores, mas conhecer a língua portuguesa e outras línguas, além de ler muito para ampliar seu vocabulário e seus horizontes, é sempre necessário a quem pretende ser escritor. Para compor um poema ou uma simples rima, é essencial deixar a imaginação correr. Para publicar uma tese científica, é necessário o extremo rigor conceitual e a vontade de pesquisar.

Maio de 1968As manifestações estudantis que aconteceram em maio de 1968 na França representam, entre

todos os movimentos de contracultura, o mais difícil de definir e enquadrar como levante, revolta ou revolução. O movimento que ocorreu em Paris teve ecos em Berkeley e em Varsóvia; entretanto, os estudiosos afirmam que não houve ações coordenadas, mas simultaneidade entre os movimentos.

As próprias causas do movimento parecem dividir aqueles que se debruçaram sobre o assunto.Observe as ponderações a seguir:

A rebelião estudantil de maio de 1968 teve lugar numa atmosfera de crise. A agitação estudantil precedeu um movimento de greves extraordinariamente grande e o governo parecia impotente diante disso. De Gaulle pensou em renunciar [...].JOHNSON, Douglas. De Gaulle e a IV República. In: HISTÓRIA do século XX. São Paulo: Abril Cultural, [s.d.]. p. 2795. v. 6.

Os acontecimentos de Maio de 1968 surpreenderam uma sociedade que se acreditava ao abrigo das convulsões revolucionárias. Apesar de um certo grau de desemprego, a economia francesa não se encontra em uma situação de crise em 1968 e participa da completa realização do Mercado Comum industrial em condições que estão longe de serem catastróficas. Se é verdade que milhares de estudantes e trabalhadores se encontram diante de graves problemas de emprego, estes se devem, antes de mais nada, a uma má adaptação social de sua formação profissional; [...].MATOS, Olgaria C. F. Paris 1968: as barricadas do desejo. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 7.

HISTÓRIA

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É certo que greves de vários setores produtivos estavam paralisando a economia francesa, mas a motivação dos estudantes foi de ordem social. Eles lutavam contra os instrumentos de manipulação e agressão. Muitos dos grupos revoltosos acusavam a incapacidade das universidades de se adaptarem às novas exigências tecnológicas do mercado. Outros alertavam para a aliança entre o conhecimento produzido e a ciência praticada nas universidades, que possibilitava a criação de armamentos cada vez mais destrutivos e mortais.

É igualmente certo que a sociedade francesa passava por um período de desânimo após os processos de lutas coloniais. Os franceses viviam um clima de derrota e de frustração, mesmo para aqueles que consideravam o imperialismo um ultraje. Outro fator era o caráter conservador da sociedade francesa, que mantinha as suas relações de trabalho, de ensino e familiares no âmbito da autoridade. Essa organização se chocava com a modernização técnica e econômica.

O movimento estudantil contou

com momentos de passividade dos

estudantes diante dos policiais, mas

também contou com embates e confrontos nas ruas de várias

cidades. Os resultados foram

mortos, muitos feridos, centenas

de presos e muita destruição mate-rial. Entre vários slogans criados

pelos estudantes, estão: “É proibido

proibir”, “Sejam realistas, exijam o impossível!” e

“O poder tinha as universidades,

os estudantes tomaram-nas. O

poder tinha as fábricas, os traba-

lhadores tomaram--nas. O poder

tinha os meios de comunicação,

os jornalistas tomaram-nos. O

poder tem o poder, tomem-no!”

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Com as greves e as manifestações estudantis, a sociedade e a política francesas foram obrigadas a buscar alternativas modernizantes que se ajustassem às últimas décadas do século XX.

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A contestação ao comunismo no Leste Europeu

Uma das consequências políticas e econômicas da Segunda Guerra Mundial foi a divisão do planeta em duas zonas de influência: uma capitalista e outra socialista.

Em relação ao Bloco Socialista, responda à questão a seguir.

Leia um fragmento do discurso de Winston Churchill no Westminster College, proferido em março de 1946, em Fulton, Missouri:

De Estetino, no mar Báltico, até Trieste, no mar Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle de Moscou.BROWN, Elizabeth. Discursos de estadistas do século XX. Washington: White House Print, 2008. p. 45.

Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra, fez em seu discurso referência a “uma cortina de ferro que se abateu sobre o continente europeu”.

Assinale a alternativa que apresenta o significado da expressão empregada por Churchill:

a) Cortina de Ferro era a denominação atribuída às tropas nazistas que ocuparam o Leste Europeu durante a Segunda Guerra Mundial.

b) A denominação Cortina de Ferro foi empregada ao conjunto de países do Leste Europeu que aderiram ao bloco soviético.

c) A denominação Cortina de Ferro foi empregada ao conjunto de países do Leste Europeu que resistiram ao bloco soviético.

d) Cortina de Ferro era a denominação aos países do Leste Europeu que promoveram a expulsão das tropas nazistas.

e) Tal denominação foi dada aos países do Leste Europeu que conseguiram a expulsão dos nazistas de seus territórios, sem o auxílio das tropas soviéticas ou estadunidenses.

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HISTÓRIA

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Com a morte de Stalin em 1953, assumiu o poder na União Soviética Nikita Kruschev. O novo líder, com o objetivo de ganhar a aceitação dos soviéticos, iniciou um processo de desestalinização que visava diminuir a influência do líder falecido.

Em fevereiro de 1956, durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Kruschev promoveu um discurso no qual denunciou o desvio das teorias de Lenin durante o governo de Stalin. Kruschev denunciou os expurgos de militares e políticos, a violência contra os opositores e o culto à personalidade, promovidos por Stalin.

Essas mudanças na política soviética geraram a perspectiva de mudanças em países europeus ligados ao Bloco Soviético. Polônia, Hungria e Tchecoslováquia foram os principais exemplos. Nesses países, a população clamava por liberdade de expressão, por melhores salários, pelo fim da carência de alimentos, carvão para o aquecimento durante o inverno, além de outras carências básicas que não eram supridas.

Na Polônia, em 1956, milhares de pes-soas saíram às ruas sob o lema: “Deus, pão e liberdade”. Lutavam pela liberdade política e religiosa, pelo abastecimento de víveres e ainda pelo fim das intromissões da União Soviética, que presidia o Pacto de Varsóvia. A utilização de tropas desse pacto e a atua-ção das lideranças polonesas puseram fim ao movimento, com muitas mortes e prisões.

Poloneses se manifestam na cidade de Pozán contra o governo e a intervenção soviética

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Fonte: MCKAY, Liz; SANTON, Kate (Org.). Atlas de Historia del Mundo. Barcelona: Parragon, 2006. p. 279. Adaptação.

Leste Europeu – países integrantes da Cortina de Ferro

História Contemporânea III30

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O Levante Húngaro ocorreu entre os dias 23 de outubro e 10 de novembro de 1956. Durou apenas doze dias, porém causou muitos problemas à cúpula do governo húngaro e à União Soviética, que viram suas autoridades contestadas.

Por que a Hungria e por que 1956? O motivo mais óbvio é que, no início da década de 1950, a Hungria vivia sob a ditadura mais opressiva do bloco oriental. Mátyás Rákosi, seu déspota por oito anos, podia ser comparado, juntamente com seu grande mentor, Stalin, ou com Mao Tsé-tung, a um monstro. De acordo com o princípio do historiador Tocqueville, as ditaduras estão em seu ponto mais vulnerável quando começam as reformas. Em 1956, o regime havia abrandado significativamente, o bastante para que a fúria e o ódio substituíssem o medo como fatores de motivação na vida política. Porém, um fator mais importante foi que a Hungria se sentia diferente cultural, histórica e linguisticamente das outras nações do bloco oriental. Havia uma indignação contra a União Soviética nos países satélites depois da guerra, pois a Rússia considerava todos como suas colônias, e os tratava como tal. Porém, em nenhum outro lugar o ódio era tão forte e profundo como na Hungria, uma nação derrotada e tratada como inimiga, o que foi um fator psicológico determinante. Diferentemente dos poloneses ou tchecos, a Hungria, sob o comando de um ditador fascista local por duas décadas, invadira a União Soviética na Segunda Guerra Mundial. As circunstâncias da revolução explicam muito da extrema brutalidade e da sordidez demonstrada pelos dois lados durante aqueles 12 dias de outono. SEBESTYEN, Victor. Doze dias: a Revolução de 1956 – o levante húngaro contra os soviéticos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 26-27.

O levante teve início com um grupo de estudantes que propôs a implantação de um novo governo socialista e democrático, livre dos políticos húngaros servis às determinações soviéticas e fora do Pacto de Varsóvia. O governo húngaro tentou acabar com as manifestações empregando a violência. Entretanto, elementos contrários às ligações do governo com o Pacto de Varsóvia aproveitaram a situação, derrubaram os líderes e implantaram um novo governo.

Imre Nagy ficou na liderança do novo governo e imediatamente anunciou o afastamento da Hun-gria do Pacto de Varsóvia. Num primeiro momento, a União Soviética deu mostra de que aceitaria o novo governo e anunciou a retirada das tropas desse pacto do país. Entretanto, os soviéticos, ao perceberem a gravidade do precedente, apoiaram militarmente Janos Kadar, que derrubou o novo governo e retornou ao poder repressor e integrante do Pacto de Varsóvia.

Mais de uma década após os levantes ocorridos na Polônia e na Hungria, foi a vez da Tchecoslováquia se rebelar contra a interferência soviética em seus assuntos internos e promover a denomi-nada Primavera de Praga.

Em suas reformas, o líder tcheco Ale-xander Dubcek apresentou a seguinte proposta: a Tchecoslováquia se manteria politicamente ligada à União Soviética, mas socialmente marcada pelo exemplo iugoslavo (a Iugoslávia era socialista, mas independente da dominação sovi-ética) e aberta economicamente para o Ocidente.

Jovens húngaros erguem a bandeira nacional sobre um tanque soviético capturado pelos rebeldes, 2 de novembro de 1956La

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HISTÓRIA

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1. (UFCG – PB) “Em maio de 1968, os estudantes franceses revoltaram-se contra a estrutura ultra-passada do ensino, tomando as ruas com barri-cadas que ficariam conhecidas como ‘as barrica-das do desejo’”.

CAMPOS, Flávio; MIRANDA, Renan G. A escrita da história. São Paulo: Escala Educacional, 2005. p. 584.

Sobre esta temática, identifique os slogans gra-fitados nos muros de Paris que marcaram Maio de 1968 na França, relacionando-os com os seus respectivos comentários. Depois assinale a alter-nativa incorreta.

a) “Quando penso em revolução, quero fazer amor”. Comentário: para os estudantes, pen-sar em política implicava, também, na questão da liberdade sexual.

b) “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”. Co-mentário: a libertação dos prazeres do corpo

não estava desvinculada dos projetos intelec-tuais e socioculturais da juventude francesa.

c) “Desabotoe-se o cérebro tantas vezes quanto a braguilha”. Comentário: o movimento dos es-tudantes foi uma revolução sociocultural, rejei-tando os ideais paternos da classe média e cele-brando o comportamento sexual sem culpa.

d) “A felicidade é o poder estudantil”. Comen-tário: através das “barricadas do desejo”, os estudantes queriam pôr fim às antigas estru-turas de ensino e reformar o sistema educa-cional francês.

e) “É proibido proibir”. Comentário: os estudan-tes foram sujeitos eficazes na propagação do movimento de maio de 1968, divulgando pe-las ruas de Paris um novo jeito de ser jovem, contestando contra as regras e proibições da elite política e da classe média francesa.

Logo após o anúncio do programa de mudanças, Dubcek recebeu apoio do líder iugoslavo Tito e de vários países do Oeste da Europa. Com tanto apoio, o líder tcheco aumentou a postura crítica em relação a Moscou.

Como reação já esperada, as tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia no dia 20 de agosto de 1968. Apesar da presença militar, Dubcek continuou no poder até abril de 1969, quando foi afastado e substituído por Gustav Husak, aliado da União Soviética.

BIELIK, Ladislav. Jovem se posiciona

na frente de um tanque soviético.

Bratislava, 21 de agosto de 1968. O fotógrafo Ladislav

Bielik registrou centenas de imagens

da Primavera de Praga, inclusive a

cena na qual o jovem perde a vida ao tentar

impedir a entrada das tropas do Pacto de Varsóvia em sua

cidade

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2. (UEPG – PR) Com relação ao Movimento Hippie, que nasceu nos Estados Unidos e que teve gran-de projeção na década de 1960, assinale o que for correto.

(01) O Festival de Woodstock, realizado em 1969, configura-se em um dos momentos de maior destaque dentro do Movimento Hippie.

(02) Os militantes do Movimento Hippie comba-tiam, sob todos os aspectos, o uso de dro-gas e sua disseminação na sociedade norte--americana.

(04) O combate à segregação racial e a constante ação militar norte-americana contra países do terceiro mundo foram bandeiras encampadas pelos integrantes do Movimento Hippie.

(08) A expressão “Faça Amor, Não Faça a Guer-ra” se constituiu em uma das palavras de ordem do Movimento Hippie.

(16) A luta contra as injustiças e desigualdades da sociedade norte-americana constituiu-se em motivos para o aparecimento do Movi-mento Hippie.

Somatório:

3. (UFPR) O princípio que legitimava a segregação entre brancos e negros nos Estados Unidos per-maneceu vigente até a década de 1960. Embora todos os indivíduos nascidos naquele país fossem iguais perante a lei, aos negros dispensava-se uma série de medidas discriminatórias. A mudança das leis segregacionistas teve a contribuição:

a) do movimento pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 60, com a liderança de Malcolm X, do pastor Martin Luther King e de muitos membros do governo do presidente eleito em 1960, John Kennedy.

b) da pressão exercida pelos países europeus em favor da comunidade negra.

c) da industrialização acelerada dos estados su-linos.

d) dos casamentos entre pessoas brancas e ne-gras, favorecendo a aceitação do multicultu-ralismo.

e) da elevação dos padrões de consumo dos ne-gros, devido ao sucesso de seus negócios no setor do comércio e da indústria de bens de consumo, o que elevou a representação polí-tica negra nos estados do sul.

4. (UFC – CE) O ano de 1968 ficou famoso na his-tória devido a uma série de manifestações de massa que criticaram os governos e a organiza-ção autoritária das sociedades, levando a trans-formações na política e nos costumes de várias sociedades contemporâneas. Assinale a alterna-tiva que contém dois eventos ocorridos durante o ano de 1968.

a) A Revolução Cubana e a revolta de maio na França.

b) O Festival de Woodstock e a Revolução Cuba-na.

c) A Revolução Cultural na China e o Festival de Woodstock nos EUA.

d) A revolta de maio na França e a Primavera de Praga na Tchecoslováquia.

e) A Primavera de Praga na Tchecoslováquia e a Revolução Cultural na China.

5. (UNIFEI – MG) Assinale a alternativa que não faz parte do contexto dos anos 60 e início dos 70:

a) O Movimento Hippie, inspirado nos princí-pios de Mahatma Gandhi e originário em São Francisco, Califórnia (EUA), destacou-se nas manifestações contra o governo norte-ame-ricano por investir pesadamente na Guerra do Vietnã. Enquanto isso, grupos e cantores de rock como The Doors, The Mamas and the Papas, Rolling Stones, Jimi Hendrix e outros levantaram a bandeira de “paz e amor”.

b) Na Primavera de Praga, jovens da Tchecos- lováquia, acreditando num socialismo mais democrático e mais humanizado, lutaram contra as tropas do Pacto de Varsóvia, que apoiavam o regime stalinista da União Sovi-ética e do Leste Europeu. Enquanto isso, na França, a autoridade do presidente Charles de Gaulle foi contestada pelos estudantes que ocuparam a Universidade Sorbonne reivindi-cando melhorias no ensino.

c) A pop-art criticava a sociedade de consumo utilizando histórias em quadrinhos e a lingua-gem da publicidade.

d) O movimento feminista na Europa e nos Estados Unidos ganhou as ruas tendo como principal reivindicação estender o direito de voto à mulher, a ser reconhecido pelas cons-tituições.

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HISTÓRIA

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História Contemporânea III34

Como visto, Nikita Kruschev promoveu um grande programa de “desestalinização”, por meio do qual todos os crimes praticados por Stalin ou a mando dele foram tornados públicos. Tal ação fazia-se necessária para que Kruschev pudesse contar com a aceitação como o novo líder.

Com Leonid Brejnev, secretário-geral do Partido Comunista de 1964 a 1977 e presiden-te da União Soviética de 1977 a 1982, a crise econômica já estava aparente e, mesmo com a repressão, eram frequentes as greves de traba-lhadores exigindo melhores salários.

A gigante União Soviética começou a mostrar sinais mais aparentes de crise durante os gover-nos de Konstantin Tchernenko e Yuri Andropov.

Em 1985, durante o governo de Andropov, Mikhail Gorbatchev foi nomeado secretário- -geral do Partido Comunista.

Mikhail Gorbatchev

nasceu em Sebastopol, em 2

de março de 1931. Cursou Direito

na Universidade de Moscou. Foi o

último secretário- -geral do Comitê

Central do Partido Comunista da

União Soviética, ocupando o cargo

entre os anos de 1985 e 1991. Pelas reformas

iniciadas na União Soviética que

levaram ao fim do estado de Guerra

Fria, recebeu o Prêmio Nobel da

Paz em 1990.

Mikhail Gorbatchev, último secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética

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A crise do comunismo e o f im da Guerra Fria3

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Ensino Médio | Modular 35

HISTÓRIA

Perestroika e glasnost

Como secretário-geral, Gorbatchev anunciou durante o 27.º Congresso do Partido Comunista da União Soviética, ocorrido em fevereiro de 1986, as mudanças que teriam grande impacto na política e na economia do país. E foi posto em prática o conjunto de medidas que ficaram resumidas a dois termos: perestroika, reestruturação econômica, e glasnost, que fazia referência à abertura política e à transparência nas ações do governo.

É importante salientar que as mudanças não tinham por objetivo a eliminação do socialismo, mas, sim, o de corrigir a direção do socialismo na União Soviética.

Com a abertura política e certa liberdade de expressão, a crise econômica, que já vinha se desenhando há várias décadas, tornou-se aparente. Os governos anteriores haviam destinado a maior parte dos orçamentos à produção e à compra de arsenais bélicos. A agricultura era praticada com técnicas ainda muito antigas e a indústria de bens de consumo estava sucateada. A população soviética carecia de gêneros de primeira necessidade. Era possível morrer de frio dentro de casa em função das baixas temperaturas no inverno e da falta de aquecimento.

Diante da situação econômica constatada, o lema da perestroika passou a ser “Mais manteiga e menos canhões”.

E quanto ao problema do emprego, observe, a seguir, o que Gorbatchev afirmou em sua obra Perestroika.

Na realidade, não existe desemprego: o Estado encarregou-se de assegurar a ocupação. Mesmo uma pessoa dispensada por indolência ou violação da disciplina de trabalho tem de ter outro emprego. O nivelamento de salários também se transformou numa característica de nosso dia a dia: mesmo que seja um mau trabalhador ganhará o suficiente para viver com bastante conforto. Os filhos de parasitas totais não ficarão à mercê do destino. Temos enormes somas concentradas nos fundos sociais dos quais os indivíduos recebem assistência financeira. Esses mesmos fundos fornecem subsídios para a manutenção de jardins de infância, orfanatos, lares de jovens pioneiros e outras instituições relacionadas com a criatividade da criança e os esportes. A assistência médica é grátis, bem como a educação. Os indivíduos são protegidos dos reveses da vida e sentem-se orgulhosos disso.

Mas constatamos também que pessoas desonestas tentam explorar essas vantagens do socia-lismo. Conhecem apenas seus direitos, mas não querem saber de seus deveres. Trabalham mal, esquivam-se do trabalho e bebem demais. Há um grande número de indivíduos que adaptou as leis e costumes vigentes para servir seus próprios interesses egoístas. Dão pouco à sociedade mas conseguem, apesar disso, obter tudo que é possível dela, e até mesmo o que parece ser impossível: vivem de rendas imerecidas.GORBATCHEV, Mikhail. Perestroika: novas ideias para o meu país e para o mundo. São Paulo: Best Seller, [s.d.]. p. 31.

A era

Gorbatchev e o

fim da URSS

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O início da reestruturação causou um agravamento da crise, pois vários setores deveriam sofrer modificações ao mesmo tempo, contando com a oposição da velha guarda do Politburo (Comitê do Partido Comunista da União Soviética).

Mesmo diante da crise e do descontentamento popular, Gorbatchev foi eleito presidente executivo da União Soviética em 15 de março de 1991 e permaneceu no cargo até o dia 25 de dezembro de 1991. Durante seu mandato, Gorbatchev sofreu um golpe dos membros conservadores do Partido Comunista e ficou confinado na Crimeia por três dias (19 a 21 de agosto). Seu governo foi salvo pela intervenção de Boris Yeltsin, que conseguiu preservar o mandato de Gorbatchev e depois foi eleito presidente da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

Com o esfacelamento da União Soviética e a criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI), em 1991, várias repúblicas que integravam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se separaram e se transformaram em países independentes, como Letônia, Estônia, Lituânia, Ucrânia, entre outros.

O desemprego é um dos principais problemas em países capitalistas. Gorbatchev afirma, em seu texto, que no socialismo não há desemprego.

1. Quais são os problemas apontados por ele para essa condição de pleno emprego?

2. Explique de que modo o nivelamento dos salários pode impedir o crescimento da economia.

3. Pelo que afirma Gorbatchev, no socialismo, todos os indivíduos agem para o bem coletivo? Justifique sua resposta.

A desintegração

da Iugoslávia

passo a passo

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História Contemporânea III36

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Gorbatchev acabou sendo considerado o grande culpado pela crise econômica e pelo esfacelamento da União Soviética. Era necessário culpar alguém por toda a sensação de humilhação pela qual passava a população russa. E foi por esse motivo que Gorbatchev perdeu as eleições presidenciais que ocorreram no dia 16 de junho de 1996.

A respeito da visão dos russos e do restante do mundo sobre o político que iniciou a perestroika, analise o fragmento a seguir:

Gorbatchev, o personagem que o historiador inglês [Eric Hobsbawm] inclui entre as “grandes figuras históricas do século”, foi castigado por um fiasco humilhante na eleição presidencial rus-sa. Personagem tão contraditório atrairia, inevitavelmente, a gula dos biógrafos, porque parece escapar a qualquer explicação lógica. Como é que um estadista que mudou o rumo do século pôde se transformar em tamanho fracasso entre seus eleitores?

Uma caminhada rápida pelas ruas de Moscou dá uma pista sobre os motivos da histórica der-rocada eleitoral de Gorbatchev: os russos – patriotas, orgulhosos e eventualmente xenófobos – jo-gam sobre os ombros do criador da glasnost a responsabilidade exclusiva pela extinção da todo-poderosa União Soviética. Daqui a cem anos, como é que Gorbatchev vai ser visto pela História? O historiador inglês não tem dúvida:

– Tenho certeza de que em cem anos ele será visto como uma grande figura histórica, tanto na Rússia quanto no resto do mundo. Hoje, fora da Rússia, Gorbatchev já é visto assim. Mas, entre os russos, ele é responsabilizado pelo que deu errado – inclusive por coisas que já aconteceram sob o governo de Yeltsin.MORAES NETO, Geneton. Dossiê Moscou: um repórter brasileiro acompanha, em Moscou, o desfecho da mais fascinante reviravolta política do século XX – o dia em que começou a busca por uma nova utopia. São Paulo: Geração Editorial, 2004. p. 75.

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Foto que mostra o momento em

que Gorbatchev deixa,

cabisbaixo, o local de votação para as eleições presidenciais de 1996, nas quais

foi derrotado

HISTÓRIA

Ensino Médio | Modular 37

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Algumas das separações políticas ocorridas após o enfraquecimento da União Soviética não foram pacíficas, como foi o caso da Chechênia e da Ossétia do Norte.

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Fonte: MCKAY, Liz; SANTON, Kate (Org.). Atlas de Historia del Mundo. Barcelona: Parragon, 2006. p. 273-274. Adaptação.

Federação Russa – regiões de conflitos

A Guerra da Chechênia teve início com a declaração de independência em 1991, ano em foi formada a Comunidade de Estados Independentes (CEI). Os chechenos, animados pela onda separatista que havia tomado a região do Cáucaso após o colapso da União Soviética, decidiram que era hora de iniciar uma vida política independente. Esse conflito, que durou até 1997, quando foi assinado um tratado de paz entre os dois governos, foi longo e extremamente desgastante para os 40 mil soldados russos que foram enviados à Chechênia para impedir a separação. Os soldados russos lutaram em território desconhecido e tiveram grandes dificuldades para tomar a capital, Grózni.

Em 1999, teve início um novo conflito com os exércitos chechenos, ainda melhor organizados para a luta pela independência. Como a maioria da população chechena é muçulmana sunita, a luta se tornou também uma questão religiosa. Além dos combates regulares, os chechenos passaram a promover invasões a repúblicas vizinhas e atentados terroristas nas cidades russas, inclusive Moscou. Nesses atentados, foi estimado um número de 300 mortos.

Os massacres, estupros e assassinatos contra a população civil, praticados por ambos os exércitos, chegaram ao seu clímax quando, em setembro de 2004, a Escola de Beslan, localizada na Ossétia do Norte, foi ocupada no primeiro dia de aula por terroristas chechenos, que fizeram reféns alunos, pais e professores. O cerco aos terroristas acabou com a invasão da escola por soldados russos a mando de Vladimir Putin.

38 História Contemporânea III

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Analise os documentos a seguir. O texto faz parte do depoimento de uma das mães cujo filho foi morto em Beslan.

As mães voltaram a Beslan.“Nós, mães de Beslan”, diz Marina Park, “somos culpadas de ter dado vida a crianças

condenadas a viver num país que decidiu que não necessitava delas. Somos culpadas de votar em um presidente que decidiu que as crianças eram descartáveis. Somos culpadas por guardar silêncio durante dez anos a respeito da guerra que está sendo travada na Tchechênia, que deu origem a rebeldes como Kulaev*.”POLITKOVSKAYA, Anna. Um diário russo. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. p. 339.

*Nurpacha Kulaev foi o único homem a ser julgado pelo massacre praticado na escola de Beslan, no dia 1.º de setembro de 2004.

Segundo fontes oficiais, o maior número de mortes ocorreu em função de os terroristas terem acionado os explosivos que carregavam quando a escola foi invadida pelas tropas russas. Entretanto, investigadores independentes, como a jornalista Anna Politkovskaya, afirmaram que as mortes ocorreram em função da violência empregada pelas tropas de Vladimir Putin ao invadirem o edifício. A jornalista morreu assassinada no edifício onde residia, em Moscou, em outubro de 2006

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Após a análise dos documentos, discuta com seus colegas:

A qual presidente a mãe faz referência em seu depoimento?

Qual o significado da afirmação da mãe, de que o país não necessita de suas crianças?

Qual o motivo do assassinato de Anna Politkovskaya?

Ensino Médio | Modular 39

HISTÓRIA

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1. (UNCISAL – AL) Observe a imagem.

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A derrubada do monumento em homenagem a Lenin representa um recente processo histórico, diretamente relacionado:a) ao fracasso da Nova Política Econômica, empreendida por Lenin durante seu governo e criticada por mencheviques

e bolcheviques. b) às reformas políticas e econômicas realizadas por Mikhail Gorbachev, que tiveram reflexos em todo o Leste

Europeu.c) às manifestações populares ocorridas na Europa contra a invasão soviética na Tchecoslováquia.d) às comemorações ocorridas em diversos países devido à desocupação do Afeganistão pelas tropas de Moscou.e) aos conflitos entre tropas russas e militantes separatistas da Chechênia, cuja maioria da população é

muçulmana.

2. (UFG – GO) Leia o texto a seguir:

O que levou a União Soviética com rapidez crescente para o precipício foi a combinação de glasnost, que equivalia à desintegração de autoridade, com uma perestroika, que equivalia à destrui-ção dos velhos mecanismos que faziam a economia funcionar, sem oferecer qualquer alternativa; e consequentemente o colapso cada vez mais dramático dos padrões de vida dos cidadãos.HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX – 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 468.

De acordo com o texto, a ideia de desintegração da autoridade e da glasnost de Gorbachev relaciona-se com: a) o fim do sistema unipartidário, do papel condutor do partido com a revitalização dos Sovietes.b) a nova experiência da União Soviética rumo a uma sociedade democrática e capitalista.c) a legalização de pequenas empresas privadas e a bancarrota das empresas estatais.d) a desestruturação da economia soviética e o fim da produção econômica planejada.e) a dissolução dos regimes comunistas satélites da Europa.

História Contemporânea III40

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Reflexos no Leste Europeu As mudanças ocorridas na União Soviética a partir de 1986 trouxeram grandes mudanças para

todos os países que compunham o chamado bloco socialista do Leste Europeu.

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Os países do Bloco Socialista – Leste Europeu

Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 32. Adaptação.

Na Hungria, a redemocratização do país ocorreu de forma pacífica, uma vez que vários integrantes do governo passa-ram a propor reformas democráticas. Esses defensores das mudanças foram denomina-dos socialistas reformistas e, já em 1991, passaram a promover o debate e as disputas eleitorais com partidos de centro e de direi-ta. A Hungria foi o primeiro país a eliminar as barreiras que impediam o livre trânsito de pessoas pelas fronteiras.

Na Tchecoslováquia, as manifestações estudantis tiveram início em 1989 e, após a repressão policial, o número de tchecos que saíram às ruas para gritar pelo fim

da repressão e da ditadura aumentou de 200 mil para cerca de um milhão entre os dias 17 de novembro e 29 de dezembro. No dia 28 de dezembro, o governo cedeu e anunciou mudanças e eleições para a formação de um novo governo. O movimento ficou conhecido como a Revolução de Veludo, pois não ocorreram confrontos violentos nas ruas, ao contrário do ocorrido durante a Primavera de Praga, em 1968.

A população tcheca comemora nas ruas de Praga o fim do autoritarismo

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HISTÓRIA

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Guerra Civil na Iugoslávia A Iugoslávia viveu grandes mudanças durante a década de 1980: foi abalada pelas mudanças que

ocorriam na União Soviética e nos países do Leste Europeu, além de sofrer a perda de seu líder, Josip Broz Tito.

Esses dois elementos levaram a um conflito interno que gerou a fragmentação territorial, a destrui-ção econômica do país, a morte de milhares de pessoas e a impossibilidade de vizinhos conviverem de forma harmoniosa.

Sob a liderança de Mikhail Gorbatchev, a União Soviética, a partir de 1985, gradativamente abandonou a supervisão direta dos Estados-satélites. Mas as implicações do crescente distanciamento continuavam incertas. As democracias populares ainda eram comandadas por facções autoritárias do partido, cujo poder fundamentava-se numa grande burocracia repressora. A polícia e o serviço de inteligência dessas “democracias” permaneciam ligados e dependentes do aparato de segurança da própria União Soviética, e continuavam a operar com certa independência em relação às autoridades locais. E, embora os governantes em Praga, Varsóvia ou Berlim Oriental começassem a perceber que já não podiam contar com o apoio incondicional de Moscou, nem eles nem os cidadãos por eles comandados sabiam ao certo o que isso significava.

A situação da Polônia resumia essas incertezas. Por um lado, a determinação de lei marcial havia reiterado o domínio autoritário do Partido Comunista. Por outro lado, a supressão do Solidariedade e a mordaça apli-cada aos líderes do sindicato em nada contribuíram para amenizar os problemas subjacentes. Ao contrário: a Polônia ainda acumulava dívidas, mas agora – graças à condenação internacional à repressão – os governantes já não podiam escapar das dificuldades através de empréstimos contraídos no exterior. Com efeito, os líderes poloneses enfrentavam o mesmo dilema que se lhes apresentara na década de 1970, mas suas opções eram agora ainda mais reduzidas.

Nesse ínterim, a oposição tinha sido criminalizada, mas não tinha evaporado. A atividade editorial clandes-tina prosseguia, assim como palestras, debates, encenações dramáticas e muito mais. O próprio Solidariedade, embora proscrito, manteve uma existência virtual, principalmente depois que o porta-voz mais famoso do sin-dicato, Lech Walesa, foi libertado, em novembro de 1982 (e agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, in absentia, no ano seguinte). O regime não podia se arriscar a proibir uma visita mais do papa, em junho de 1983, depois da qual a Igreja engajou-se ainda mais em atividades clandestinas e semioficiais. JUDT, Tony. Pós-guerra: uma história da Euro-pa desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 602.

Uma das consequências das mudanças foi a separação da Tchecoslováquia em dois países: República Tcheca e Eslováquia. A divisão foi pacífica e diplomática, porque tchecos e eslovacos ocupavam regiões bem definidas do território.

Na Polônia, Lech Walesa, líder do Sindicato Solidariedade, chegou ao poder, eleito nas eleições livres de 1990 para o cargo de presidente.

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Trabalhadores dos estaleiros de Gdansk em greve com o seu

representante Lech Walesa antes de negociações entre Walesa e o líder polonês Jaruzelski sobre a criação de um sindicato livre,

Gdansk – Polônia, 21 maio de 1980

História Contemporânea III42

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Ao contrário da Tchecoslováquia,

onde os povos tcheco e eslo-

vaco ocupavam regiões distintas,

a composição étnica e a

distribuição de tais etnias na

Bósnia foram os maiores gerado-

res do conflito. A Bósnia era com-

posta de 17% da população de ori-gem croata, 31% da população de origem sérvia e 44% de bósnios

(de origem sérvia ou croata, porém

seguidores do islamismo).

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Bálcãs em 2007

Fonte: GRIFFE, Maurice. Les chronologies d´Europe: civilizations. Paris: T.S.H., 2007. Adaptação.

O conflito envolveu inicialmente a Eslovênia e a Croácia, com duração de cerca de seis meses, 10 mil mortos e ainda um grande número de refugiados que buscou proteção nos países vizinhos.

A União Europeia reconheceu a independência das duas repúblicas em 1992, fato que animou a Bósnia e Herzegovina. Entretanto, a Sérvia não aceitou a separação da Bósnia, acreditando que, se mais uma das províncias integrantes da Iugoslávia promovesse a separação, haveria o total esfacelamento do território.

O conflito armado foi marcado pela violência também contra os civis. Um cessar-fogo foi assinado em 1995, com a formação de dois Estados no território onde antes estava localizada a Bósnia e Herzegovina: um Estado bósnio-croata (51% do território), e outro Estado sérvio (49% do território). Entretanto, o fim do conflito não representou a paz. Apesar de uma linha demarcatória que atravessava todo o país, era impossível dividir a população, fator constante de novos choques, que contabilizaram cerca de 200 mil mortos e mais de um milhão de refugiados.

No ano de 1992, também a Macedônia declarou sua independência. O novo conflito na região envolveu Kosovo. A população muçulmana de origem albanesa, par-

tidária da independência, passou a lutar pela separação. Novamente a Sérvia, que se considerava como o centro nacionalista, histórico e político da antiga

Iugoslávia, interveio como forma de evitar a separação.A guerra civil terminou com a intervenção da Organização do

Tratado do Atlântico Norte (Otan), que ocupou militarmente a região.

Slobodan Milosevic, líder sérvio apelidado de o “carniceiro dos Bálcãs” por promover massacres de populações albanesas. Foi julgado por crimes de guerra na Corte Internacional de Justiça de Haia. Em 2006, mesmo após

cinco anos de julgamento, não houve um veredito, pois Milosevic faleceu em sua cela, na Prisão de Haia

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A Guerra do Kosovo e

suas consequências

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Ensino Médio | Modular 43

HISTÓRIA

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Com o objetivo de resgatar alguns conceitos e conhecimento referentes ao período da Guerra Fria, responda às questões a seguir:

1. (ENEM) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a Otan, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da Otan, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista.Essa divisão europeia ficou conhecida como: a) Cortina de Ferro; b) Muro de Berlim; c) União Europeia;d) Convenção de Ramsar; e) Conferência de Estocolmo.

2. (ENEM) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade.O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso

e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado.b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em

maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria.c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passa-

ram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes.d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como

ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo.

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1. Sobre o julgamento de Slobodan Milosevic, leia a matéria jornalística a seguir:

Começou nesta terça-feira [12 de fevereiro de 2002] em Haia, na Holanda, o julgamento do ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, acusado de genocídio e crimes de guerra que resultaram na morte de 250 mil pessoas entre 1991 e 1999.

O julgamento de Milosevic pelo Tribunal Internacional Criminal para a ex-Iugoslávia está sendo considerado por analistas como a mais importante iniciativa do gênero desde os julgamentos de Nuremberg e de Tóquio, após a Segunda Guerra Mundial.

Milosevic é o primeiro ex-chefe de Estado a ser acusado formalmente em um tribunal interna-cional de genocídio e crimes contra a humanidade. O julgamento pode durar até dois anos.

Ele diz não reconhecer a autoridade do tribunal, que é administrado pela ONU, e nem a legiti-midade das acusações que lhe são feitas.

Sem defesaO ex-presidente iugoslavo se recusou a indicar advogados de defesa. Mas um de seus assessores

legais, o advogado iugoslavo Dragoslav Ognjanovic, disse que Milosevic deve fazer um pronun-ciamento na abertura do julgamento. Segundo ele, o pronunciamento pode durar um ou dois dias.

1 Sobre o j

História Contemporânea III44

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De acordo com a matéria, analise as afirmativas a seguir:

I. Genocídios, políticas para o extermínio de grupos ou etnias, marcaram a história do século XX. II. Milosevic foi considerado o responsável pela morte de 250 mil pessoas que, segundo ele, impediam a

formação da Grande Sérvia. III. Apesar de todas as evidências, Milosevic foi inocentado e vive em Belgrado.

Assinale a alternativa correta:

a) todas as afirmativas estão certas; b) todas as afirmativas estão erradas; c) apenas as afirmativas I e II estão certas; d) apenas as afirmativas I e III estão certas;e) apenas as afirmativas II e III estão certas.

2. Sobre as mudanças políticas ocorridas na Hungria em 1989, analise o fragmento a seguir:

A “revolução” húngara de 1989 teve duas características marcantes. A primeira [...] é que se tratou da única transição, operada internamente, de um regime comunista para um autêntico sistema multipartidário. A segunda é que, enquanto na Polônia, e depois Tchecoslováquia, os eventos de 1989 ficaram basicamente circunscritos aos respectivos países, na Hungria a transição teve um papel decisivo no desenlace de outro regime comunista, o da Alemanha Oriental.

Para observadores externos, a República Democrática Alemã parecia um dos regimes comunistas menos vulneráveis, e não apenas devido à suposição universal de que nenhum líder soviético permitiria a queda do país. O ambiente físico da RDA, sobretudo as cidades, talvez parecesse de mau gosto e dilapidado; a polícia de segurança, a Stasi, tinha uma presença ostensiva; e o Muro em Berlim continuava a ser um ultraje moral e esté-tico; mas a crença geral era de que a economia da RDA apresentava condições melhores do que a dos vizinhos socialistas. Quando o primeiro-secretário, Erich Honecker, em outubro de 1989, durante as comemorações do 40.° aniversário do país, vangloriou-se do fato de a Alemanha Oriental ser uma das dez maiores economias do mundo, consta que seu convidado, Mikhail Gorbatchev, tenha pigarreado alto; mas, no mínimo, o regime era eficiente na fabricação e exportação de dados falsos: muitos observadores ocidentais levavam Honecker a sério. JUDT, Tony. Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 607-608.

De acordo com o texto, analise as afirmativas a seguir:

I. A grande mudança política que ocorreu na Hungria em 1989 foi a substituição do partido único (Partido Comunista) pela formação do sistema multipartidário. Os novos partidos políticos, de diversas tendências ideológicas, passaram a atuar ativamente nos novos rumos do país.

II. O movimento húngaro de 1989 pode ser considerado um movimento isolado dentro do contexto de mudanças no Leste Europeu.

III. A República Democrática Alemã permanece como país independente até a atualidade em função de sua economia bastante desenvolvida.

Assinale a alternativa correta:a) todas as afirmativas estão certas; b) todas as afirmativas estão erradas;c) apenas as afirmativas I e II estão erradas; d) apenas as afirmativas I e III estão erradas;

e) apenas as afirmativas II e III estão erradas.

Milosevic é acusado de ter levado em frente um plano para criar uma “grande Sérvia”, que incluiria, além da província iugoslava, partes de outros países da região, como a Bósnia-Herzegóvina.

O projeto teria causado a morte de 250 mil muçulmanos, croatas e pessoas de outras etnias durante o processo de desagregação da antiga Iugoslávia, nos anos 1990.BBC BRASIL. Começa o julgamento de Slobodan Milosevic. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noti-cias/2002/020212_milosevicro.shtml>. Acesso em: 20 nov. 2012.

Ensino Médio | Modular 45

HISTÓRIA

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Ano 1923

Ano 1933

Ano 1945

Rua de Berlim destruída pelos bombardeios aliados

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“A única promessa que Hitler cum-priu foi a que fez antes de chegar ao poder: Deem-me dez anos e não serão capazes de reconhecer a Alemanha”

Pensamento berlinense BEEVOR, Antony. Berlim 1945: a queda. Rio de Janeiro: Record, 2005.

A queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha

O desemprego, a falta de comida, a desor-dem e a hiperinflação, que em novembro [de 1923] transformaria o marco alemão em um substituto rentável do papel d'água – o dólar americano equivalia naquela época a mais de 1 bilhão de marcos alemães –, aumentavam mais do que nunca, dando lugar a um recru-descimento das desordens, da delinquência e dos conflitos partidários que deixavam atrás de si centenas de feridos e afetados.CORES, Paulo Jiménez. A estratégia de Hitler. São Paulo: Madras, 2006. p. 54.

O valor do marco se tornou tão insignificante que era necessária uma grande quantidade de cédulas para comprar um pão ou uma maçã

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Hitler sendo aclamado

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Adolf Hitler chega ao poder em 1933 alegando que a Alemanha neces-sitava de espaço vital e que os alemães teriam que vingar sua honra manchada com a derrota na Grande Guerra.

A Alemanha, durante o século XX, foi marcada pela expansão e pela retração territoriais. Acabou dividida e somente em 1991 é que voltou a ser um único país.

Sobre a história da Alemanha durante o século XX, observe a linha do tempo:

História Contemporânea III46

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Ano 1945

CAPA, Robert. Ponto de ônibus, agosto de 1945. Berlim, Alemanha. 1 fotografia, p&b.

Terça-feira, 3 de julho de 1945Mas, agora, a ficção se transformava em realidade. De-

bruçados sobre um mapa da cidade, delimitamos as zonas de ocupação, distrito por distrito. Russos, franceses, ingleses, americanos. Quatro nações vitoriosas – quatro zonas de ocu-pação. Que estranho, penso eu, que a reconciliação nacional tenha de começar com a divisão de Berlim em quatro setores.

Domingo, 22 de dezembro de 1946No mercado negro, só quadrilhas têm poder de compra

conveniente. Uma barra de sabão – 40 marcos. Um peru para o Natal – 1.400 marcos. Um par de sapatos – 1.000 marcos. Meio quilo de chocolate – 500 marcos. Tecido para um terno – 3.000 marcos. [...]ANDREAS-FRIEDRICH, Ruth. Diário de Berlim ocupada – 1945-1948. São Paulo: Globo, 2012. p. 74; 162.

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Ano 1989

Ano 1961

Construção do Muro de Berlim iniciada na madrugada do dia 13 de agosto de 1961

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Queda do Muro de Berlim, em 1989

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Na noite fria de 9 de novembro de 1989, após 29 anos, berlinenses do Oeste e do Leste puderam se reencontrar e confraternizar. Caía o maior símbolo da Guerra Fria.

Ensino Médio | Modular 47

HISTÓRIA

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De acordo com a linha do tempo e seus conhecimentos sobre a Alemanha durante o século XX, responda:

1. Ao fim da Segunda Guerra, os alemães continuavam confiando em Hitler? Justifique sua resposta.

2. Qual era a situação econômica da Alemanha após os dois conflitos mundiais?

3. O que levou os aliados a promoverem a divisão do território alemão em quatro zonas de ocupação?

48 História Contemporânea III

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Agora, responda:

1. A respeito da administração do território alemão, a conferência de Potsdam determinou: a) A Alemanha seria administrada pelos líderes nazistas que sobreviveram ao conflito mundial.b) A administração do território alemão foi confiada à União Soviética, único país do bloco aliado que reunia

condições para tal atribuição. c) O território alemão ficou dividido em quatro zonas de ocupação aliada. Inglaterra, França, Estados Unidos

e União Soviética seriam os responsáveis pela administração e vigilância do território alemão.d) Os países aliados ficaram responsáveis apenas pela administração de Berlim, capital da Alemanha.e) A Alemanha seria anexada à França e administrada por um governo formado por integrantes da ONU.

2. De acordo com o texto, com a política aliada coordenada em relação à Alemanha, os participantes da Con-ferência de Potsdam desejavam: a) que a Alemanha não ameaçasse no futuro seus vizinhos com novos conflitos armados;b) escravizar o povo alemão;c) destruir a Alemanha e o povo alemão;d) impedir que a Alemanha, num futuro próximo ou distante, voltasse a ter autonomia política. Desejavam ainda

que o povo alemão reconquistasse a liberdade;e) realizar o extermínio do povo alemão.

Analise o texto a seguir.

Conferência de Potsdam (2 de agosto de 1945).Capítulo III: AlemanhaOs exércitos aliados se encontram em ocupação de toda a Alemanha, e o povo alemão come-

çou a expiar os terríveis crimes cometidos sob a liderança daqueles a quem, na hora do sucesso, ostensivamente aprovou e cegamente obedeceu.

Concordou-se nesta Conferência com os princípios políticos e econômicos de uma política aliada coordenada em relação à derrotada Alemanha durante o período de controle aliado.

O objetivo deste acordo é pôr em execução a declaração da Crimeia sobre a Alemanha. O militarismo e o nacional-socialismo alemães serão extirpados e os Aliados, juntos, se compro-meterão, agora e no futuro, a tomar outras medidas necessárias à garantia de que a Alemanha jamais ameaçará de novo seus vizinhos ou a paz do mundo.

Não é intenção dos Aliados destruírem ou escravizar o povo alemão. Sua intenção é a de que seja dada ao povo alemão a oportunidade de se preparar para a reconstrução total de sua vida em bases democráticas e pacíficas. Se seus esforços próprios forem dirigidos em constância a tal finalidade, será possível, no devido tempo, que ele venha a ocupar seu lugar entre os povos livres e pacíficos do mundo. MEE JR., Charles L. Paz em Berlim: a Conferência de Potsdam em 1945 e seu mister de encerrar a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. p. 296-297.

Expiar: sofrer as

consequências, remir a culpa.

HISTÓRIA

Ensino Médio | Modular 49

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Origens do neoliberalismo

O neoliberalismo é uma teoria econômica que ganhou força a partir da década de 1960 e que propõe a liberdade de mercado e a diminuição das interferências do Estado na economia. Segundo os neoliberais, a economia deveria se autorregular. E como a interferência do Estado na economia seria menor, também deveria ser menor o assistencialismo promovido pelos órgãos estatais. Dessa forma, todos os tipos de programas às populações carentes deveriam ser revistos.

A principal justificativa defendida pelos neoliberais era o Estado como fator inibidor da liberdade e da competitividade, impedindo o crescimento da economia e da sociedade como um todo.

O neoliberalismo, que viveu seu início na década de 1960, fortaleceu-se na década de 1970, quando a economia mundial passou a viver a crise gerada pela elevação dos custos do petróleo. E, em época de crise, o apelo à diminuição dos gastos da máquina estatal passou a ser cada vez mais forte.

Em termos gerais, é possível afirmar que o neoliberalismo proporcionou maior acúmulo de riquezas entre setores favorecidos da sociedade e deixou as populações menos favorecidas ainda mais pobres, pois estas agora não mais podiam contar com as ações assistencialistas dos governos.

Com todas as mudanças que estavam ocorrendo no bloco socialista durante o final da década de 1980, a Alemanha não ficou de fora. As greves e os protestos se intensificaram ao longo do ano de 1989. Entretanto, a cúpula do governo da República Democrática Alemã (RDA), sob o comando de Erich Honecker, insistia em manter tudo como estava.

As pressões para a reunificação da Alemanha já eram sentidas desde 1987, de setores internos da Alemanha e de lideranças políticas internacionais.

[...] Em junho de 1987, ele [Ronald Reagan] foi a Berlim Ocidental participar das comemo-rações do 750º. aniversário da cidade.

“Secretário-geral Gorbatchev”, clamou Reagan em frente ao Portão de Brandemburgo, “se está mesmo interessado na paz, se está interessado na prosperidade da União Soviética e da Europa oriental, se está interessado na liberalização, venha aqui a este portão, Sr. Gorbatchev, abra este portão. Sr. Gorbatchev, derrube este muro.”TAYLOR, Frederic. Muro de Berlim: um mundo dividido (1961-1989). Rio de Janeiro: Record, 1989. p. 454.

A Hungria e a República Tcheca haviam aberto suas fronteiras para todos os alemães orientais que desejassem emigrar definitivamente ou apenas visitar esses países.

A cúpula do partido comunista da RDA, comandada pelo secretário-geral Egon Krenz, que havia substituído Erich Honecker, reuniu-se para elaborar um novo documento que regularia as saídas de alemães orientais do país.

Devido à rapidez com que foi discutido e produzido o documento e em função do cansaço do porta-voz do governo da RDA que realizou o comunicado das novas normas aos jornalistas, a menção ao termo “imediatamente” para a determinação de quando as novas normas entrariam em vigor causou um certo silêncio e depois espanto. Era o dia 9 de novembro de 1989, 18h56, e o Muro de Berlim havia caído. O maior símbolo da Guerra Fria seria posto abaixo pelos habitantes de Berlim, que mesmo em uma noite gelada saíram para encontrar amigos e parentes dos quais estavam separados há 29 anos.

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O ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan e a ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha Margaret Thatcher foram considerados os pais do neoliberalismo ao promoverem reformas nas economias de seus países

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1. No dia 9 de novembro de 2009, o mundo come-morou 20 anos da queda do Muro de Berlim.

Sobre o assunto, assinale V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):

( ) A Alemanha, derrotada pelos aliados, teve o seu território dividido em quatro zonas de influência aliada. Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética ficaram responsáveis pela vigilância e administração dos setores.

( ) A capital alemã, Berlim, também foi dividida em quatro setores para servir de quartel-ge-neral para as zonas de ocupação.

( ) A construção do Muro de Berlim foi promo-vida com o objetivo de isolar a Alemanha ca-pitalista da Alemanha socialista.

( ) O muro que dividiu o povo alemão pode ser considerado um dos maiores símbolos da Guerra Fria.

( ) A política de apoio do povo alemão à divisão do país contribuiu para a permanência do muro por um longo tempo.

2. Sobre a perestroika, reforma iniciada por Mikhail Gorbatchev na União Soviética, em 1986, leia o texto a seguir que sintetiza o pensamento de Eric Hobsbawm:

Na URSS, ocorreram grandes transformações, principalmente depois de encerrado o governo de Brejnev. O líder soviético governou o país num período denominado de a “era da estagnação”,

pois, como presidente, nada fez para socorrer a economia, em visível declínio.

A partir dos anos de 1970, as manifestações dos trabalhadores descontentes com o sistema soviético intensificaram-se, demonstrando a deca-dência do regime. Nos anos de 1980, o movimento sindical Solidariedade, na Polônia, foi um exemplo de que o socialismo chegara ao fim naquele país.

Em 1985, Mikhail Gorbatchev chegou ao po-der como secretário do Partido Comunista Sovié-tico após a morte de Yuri Andropov, presidente que sucedeu a Brejnev. Andropov já havia levan-tado uma primeira possibilidade de rompimento com a política do antigo governo. Gorbatchev pertencia à intelectualidade soviética fortaleci-da na fase de efervescência político-cultural, em que se promoviam violentas críticas ao decaden-te sistema soviético. Ele lançou um conjunto de propostas pragmáticas que visavam ao rompi-mento da rotina que dominava o país há mais de cinquenta anos. Seu slogan apoiava-se em duas palavras: perestroika – reestruturação da economia e da política – e glasnost – liberdade de informação.

Na efetivação da nova política, Gorbatchev en- frentou uma série de dificuldades, à medida que a glasnost significava democratização do gover-no e, dessa forma, chocava-se com a tradição

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HISTÓRIA

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unipartidária soviética e com a relação direta en-tre o PC e o Estado.

A perestroika foi viabilizada por meio da le-galização de empresas privadas voltadas para a produção de bens de consumo necessários à po-pulação. Além de outras medidas de abertura à economia, estimularam-se a introdução de no-vas tecnologias, reformas salariais e abertura de concorrência nos mercados interno e externo. O comércio deixou de ser competência do Estado, deslocando-se para as diferentes empresas.

Analise as afirmativas e marque V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):

( ) O governo de Leonid Brejnev ficou conheci-do como “a era da estagnação” devido aos problemas econômicos vividos pela União Soviética e também pela falta de ação do go-vernante em relação à crise.

( ) Perestroika pode ser definida como uma re-estruturação político-econômica da União Soviética, iniciada por Gorbatchev.

( ) Outra característica das mudanças promovi-das por Gorbatchev na União Soviética foi o fim da censura. Tal mudança ficou conhecida como glasnost.

( ) A implantação de empresas privadas para a produção de bens de consumo foi uma das medidas adotadas por Gorbatchev.

( ) Reformas salariais e abertura de concorrên-cia nos mercados interno e externo foram adotadas apenas para resolver as questões econômicas mais graves. Gorbatchev resta-beleceu a censura e a economia sob o con-trole do Estado tão logo a economia apre-sentou sinais de melhora.

3. Sobre o pensamento de Mikhail Gorbatchev, líder da União Soviética durante o período de 1985 a 1991, leia o texto a seguir:

Tudo aquilo que estamos fazendo pode ser in-terpretado e avaliado de outro modo. Há uma his-tória antiga que diz que um viajante se aproximou de algumas pessoas que estavam construindo uma obra e perguntou a cada um: “O que é que você está fazendo?” Um deles respondeu irritado: “Ora, veja, carregamos estas malditas pedras dia e noite...” Outro homem ergueu-se, endireitou os ombros e disse orgulhosamente: “Veja, esta-mos construindo um templo!” Logo, se essa meta grandiosa for vista como um templo magnífico, numa colina verdejante, então a pedra mais pesa-da será leve, o trabalho mais exaustivo, um prazer.

Para fazer o melhor, é preciso trabalhar um pouco mais. Gosto desta frase: TRABALHAR UM POUCO MAIS. Para mim não é apenas slogan, mas um estado de espírito favorável, uma dis-posição. Qualquer trabalho que se faça deve ser agarrado e sentido com a alma, a mente e o co-ração: só assim se trabalhará um pouco mais.

Uma pessoa desanimada não trabalhará um pouco mais. Ao contrário, desistirá diante das dificuldades, pois elas a dominarão. Mas se uma pessoa é forte em suas convicções e conhecimen-tos, é forte moralmente, não pode ser domada: aguentará qualquer tempestade. Sabemos disso graças à nossa História.

GORBATCHEV, Mikhail. Perestroika: novas ideias para o meu país e o mundo. São Paulo: Best Seller, [s.d.]. p. 30.

De acordo com o texto, analise as afirmativas a seguir: I. Gorbatchev, em seu texto, enaltece o traba-

lho do povo, não importando se o trabalha-dor compreende a importância de sua tarefa.

II. Segundo a história contada por Gorbatchev, até mesmo o mais simples trabalhador deve realizar seu trabalho tendo sempre em mente os objetivos maiores que norteiam sua tarefa.

III. Gorbatchev, em seu escrito, procura estimu-lar o povo a trabalhar com garra e disposição para a construção de uma sociedade melhor.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta:

a) Todas as afirmativas estão certas.b) Todas as afirmativas estão erradas.c) As afirmativas I e II estão certas.d) As afirmativas I e III estão certas. e) As afirmativas II e III estão certas.

4. (EMESCAM – ES) “Há oitenta anos, a Rússia era forte por causa do dinamismo revolucionário do comunismo, incluindo o poder de atração da sua ideologia. Há quarenta anos, a Rússia Soviética era forte por causa do poderio do Exército Ver-melho. Hoje a Rússia é forte por causa do gás e do petróleo”.

Timothy G. Ash – Janeiro 2007.

Do texto, depreende-se que a Rússia:

a) conheceu períodos de altos e baixos em fun-ção das conjunturas externas.

b) conservou sempre a sua projeção graças ao incomparável poderio militar.

História Contemporânea III52

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c) manteve inalterada sua posição de grande potência em todo o período mencionado.

d) recuperou, na atualidade, seu papel de país líder da Europa e Ásia.

e) passou da força política à força militar e desta à força econômica.

5. (PUCRS) Em dezembro de 1991, era criada a Co-munidade de Estados Independentes (CEI), o que determinava a extinção da União Soviética. No interior da crise econômica e institucional, que mostrava efeitos havia pelo menos uma década, um elemento decisivo para a criação da CEI foi:a) a pressão diplomática do governo J. Carter.b) o fortalecimento do Pacto de Varsóvia. c) o nacionalismo das repúblicas bálticas.d) o embargo militar decretado pela Otan.e) o apoio irrestrito do Partido Comunista russo.

6. (UFPE) No mundo atual, os conflitos políticos con-tinuam ameaçando as possibilidades de existên-cia de relações internacionais pacíficas. Além das questões políticas, há conflitos relacionados com:

Marque as alternativas verdadeiras:

a) ( ) diferenças étnicas, que retomam muitas vezes disputas seculares.

b) ( ) interesses econômicos e, por vezes, ambi-ções imperialistas.

c) ( ) questões ideológicas, que levam a proje-tos sociais incompatíveis.

d) ( ) projetos de globalização, na busca da ex-pansão do mercado.

e) ( ) divergências religiosas, que tem provoca-do as guerras santas.

7. (FTC – BA) A liderança de Mikhail Gorbatchev na União Soviética, no início da década de 90 do século XX, possibilitou a elaboração de seus projetos políticos denominados perestroika e glasnost, que basicamente pretendiam:a) expansão territorial em busca do “espaço vital”.b) eliminação da segregação religiosa através da

igualdade civil dos judeus e das minorias islâ-micas.

c) fortalecimento do Estado no controle dos meios de produção.

d) reformas que deveriam acelerar o progresso social e econômico, reestruturando a econo-mia e implantando a abertura política no país.

e) incentivo do Estado à libertação das repúbli-cas socialistas do Leste Europeu e a desagre-gação da URSS.

8. (UnB – DF)

Viver durante mais de oitenta anos no século XX foi uma lição natural a respeito da mutabilidade do poder político, dos impérios e das instituições. Pre-senciei o desaparecimento total dos impérios co-loniais europeus, inclusive o do maior de todos. Vi grandes potências mundiais relegadas às divisões inferiores, vi o fim de um império que pretendia durar mil anos e o de uma potência revolucionária que esperava durar para sempre. Provavelmente não verei o fim do “século americano”, mas creio ser possível apostar que alguns leitores o verão.

HOBSBAWM, Eric. Tempos interessantes. São Paulo: Compa-nhia das Letras, 2002. p. 450 (com adaptações).

Considerando o texto autobiográfico acima, escri-to por um dos mais respeitados historiadores da contemporaneidade, julgue os itens seguintes.

a) O desaparecimento dos impérios coloniais euro-peus, inclusive o britânico, resulta das transfor-mações suscitadas pela Segunda Guerra Mun-dial, entre as quais se destacaram a perda de poder da Europa e a emergência afro-asiática.

b) Ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914- -1918), algumas das antigas potências euro-peias desapareceram ou perderam importân-cia, a exemplo do que ocorreu com os impé-rios austro-húngaro e turco.

c) No terceiro período do texto, o autor alude às pretensões de perenidade do III Reich ale-mão e do Estado soviético, que veio substituir a antiga Rússia dos czares.

d) A eleição de Barack Obama confirma a “mu-tabilidade do poder político” a que o texto se reporta. Além de negro, em um país historica-mente marcado pela segregação racial, Obama chega à Casa Branca sem contar com o aval do sistema político norte-americano e sem receber as doações que tradicionalmente financiam os candidatos à presidência daquele país.

e) O ano de 2009 se inicia com mais uma con-flagração no historicamente tenso Oriente Médio, desta feita fazendo da região de Gaza o cenário trágico do confronto entre Israel e o grupo palestino Hamas.

f) Em termos históricos, o século XX pode ser definido como um tempo contraditório de luz e de trevas, em que o avanço da democra-cia, do conhecimento e da própria cidadania convive com guerras em profusão, práticas de genocídio e regimes totalitários.

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HISTÓRIA

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História Contemporânea III54

Em 1986, com a implantação da perestroika na União Soviética por Mikhail Gorbatchev, teve início um período de grandes transformações para todo o mundo.

O temor de que um novo conflito mundial pudesse destruir o planeta acabou quando Estados Unidos e União Soviética deixaram de disputar cada metro quadrado de território e assim ampliar sua hegemonia e poder. E o perigo de as duas potências se confrontarem acabou porque a própria União Soviética entrou num processo de fragmentação territorial, deixando os Estados Unidos aparentemente solitários na liderança mundial.

Em algumas partes do globo, as pessoas se confraternizaram e passaram a acreditar em um período duradouro de paz. Entretanto, o grande conflito foi trocado por inúmeros conflitos étnicos, regionalizados, separatistas e emancipacionistas.

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1. Observe as imagens, analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas:

( ) O fim da Guerra Fria representou o fim da ameaça de uma Terceira Guerra Mundial entre Estados Unidos e União Soviética.

( ) Um dos grandes símbolos do fim da Guerra Fria foi a derrubada do Muro de Berlim em 1989 e a posterior unificação das duas Alemanhas.

( ) Com o fim da Guerra Fria, todos os povos que estavam divididos em virtude das divergências ideológicas entre capitalismo e socialismo foram unificados.

( ) Com as mudanças iniciadas por Mikhail Gorbatchev, o socialismo desapareceu como ideologia e também como sistema político e econômico.

( ) Novas potências passaram a despontar na economia internacional, como China, Índia e Brasil.

O f im da Guerra Fria e a nova ordem mundial4

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Ensino Médio | Modular 55

HISTÓRIA

2. Leia o fragmento a seguir:

De acordo com o texto e nossos estudos, analise as afirmativas a seguir: I. A afirmação do autor de que a União Soviética, e mais precisamente Moscou, era obcecada por estátuas

pode ser relacionada ao culto à personalidade, imposto por líderes como Stalin. II. Muitos dos símbolos do socialismo foram postos abaixo numa clara menção ao desejo da população pelo

fim das ditaduras socialistas. III. A manutenção das estátuas, intactas ou parcialmente destruídas, serve como elemento de preservação

da memória e da história do país.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta: a) Todas as afirmativas estão certas.b) Todas as afirmativas estão erradas.c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

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[...]Depois que o regime veio abaixo, manifestantes resolveram demonstrar da maneira mais clara possível

que os ventos da História estavam soprando para valer: simplesmente jogaram no chão estátuas imponentes que, durante décadas, ornamentaram praças, ruas e avenidas de Moscou. Nem todas as estátuas vieram abaixo, é claro, numa cidade obcecada por monumentos. Mas uma impressionante amostra de estátuas derrubadas pelo furor pós-comunista foi armazenada neste canto de parque. [Parque Gorki]

O furacão da História passou por aqui. Uma estátua de três metros de altura do ditador Josef Stalin veio ao chão. Partido em pedaços, o monumento de granito oferece a estranha visão de um corpo desmembra-do. De um lado, estão os pés, danificados pela fúria de manifestantes. A um metro de distância, o resto do corpo granítico de Stalin desabou por sobre a grama. Adiante, os bustos de mármore de Brejnev, Lenin e Stalin, ex-homens-fortes em diferentes fases da história da finada União Soviética, estão alinhados em fila. A figura de Brejnev exibe oito medalhas no peito.

Uma gigantesca estátua de Felix Dzerzhinsky, o criador da polícia secreta da União Soviética, é a mais imponente obra da iconografia comunista aqui, neste pequeno Cemitério de Monumentos Caídos, instalado numa alameda a poucos metros do Parque Gorki. O monumento a Dzerzhinsky é da altura de um prédio de três andares.

Quando o regime comunista rei-nava, inabalado, na União Soviéti-ca, monumentos como esses eram intocáveis. A estátua do chefão da KGB reinou impávida, durante dé-cadas, no centro de Moscou, diante do prédio lúgubre que serviu de sede à polícia política. Mas a marcha da História terminou empurrando os ícones comunistas para o mais estranho dos cemitérios já criados.

MORAES NETO, Geneton. Dossiê Moscou: um repórter brasileiro acompanha, em Moscou, o desfecho da mais fascinante reviravolta política do século XX – o dia em que começou a busca por uma nova utopia. São Paulo: Geração Editorial, 2004. p. 32-33.

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Cemitério de Monumentos Caídos, Moscou. Nesse parque repousam as estátuas dos líderes do regime soviético que foram retirados dos locais onde estavam para que a população os reverenciasse

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O fim da bipolarização do poder mundial entre Estados Unidos e União Soviética, o desenvolvimento dos meios de comunicação e a facilidade no deslocamento de bens e pessoas abriu espaço para o chamado mundo globalizado. E é sobre esse mundo globalizado que vamos estudar agora.

O mundo globalizado

Comumente ouvimos falar sobre o mundo globalizado em que vivemos na atualidade. E várias são as denominações encontradas por especialistas de várias áreas do conhecimento para o tal mundo globalizado: aldeia global, fábrica global, tetrapátria ou, ainda, Nova Babel.

Sobre a Era Vargas, período de nossa República, observe a imagem a seguir:

Bustos de Getúlio Vargas retirados na Avenida do Rio de Janeiro, após a renúncia do presidente em 1945

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1. Após analisar a imagem, qual relação pode ser estabelecida entre o nosso presidente e líderes como Lenin, Stalin e Mao Tsé-tung?

2. Qual o significado da retirada dos bustos de Getúlio Vargas em 1945?

História Contemporânea III56

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Ao tomarmos por base que a denominada globalização teve início com as trocas comerciais realizadas entre diversos povos, deve-mos concordar que desde os fenícios já se praticava uma espécie de globalização no mundo antigo. Persas, mesopotâmios, gregos, romanos, chineses, árabes e tantos outros povos promoveram, por meio de suas relações comerciais ou bélicas, ao longo dos séculos, trocas que os aproximaram e criaram alguns conceitos e costumes comuns a vários deles.

1. Antes de continuarmos nossos estudos sobre o mundo globalizado, reúna-se com um colega para pesquisar o significado de globalização. Anote-o nas linhas a seguir.

2. Cite três elementos presentes no mundo atual que comprovam a existência de um mundo globalizado.

3. De acordo com a definição encontrada, cite o setor que gerou ou deu início ao processo de globalização mundial.

4. Observando os dados coletados até aqui, é possível afirmar que o mundo só pode ser considerado globalizado a partir do século XX? Justifique sua resposta.

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Cópia europeia do Mapa do Mundo de Al-Idrisi, criado por encomenda de Rogério II, rei da Sicília, no século XII. Biblioteca Nacional de Paris. Mapas como este atestam os interesses de estudiosos em conhecer melhor o planeta no qual viviam e o desejo de governantes em conhecer as terras próximas aos seus reinos com objetivos expansionistas comerciais ou bélicos

Ensino Médio | Modular 57

HISTÓRIA

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O comércio foi muitas vezes a porta de entrada para a criação de um “mundo globalizado”. Entre-tanto, não devemos nos esquecer do fato de que o expansionismo marítimo promovido pelos europeus durante os séculos XIV e XV e o imperialismo iniciado no século XIX forçou muitos povos, habitantes dos impérios coloniais, a absorver as características culturais e administrativas europeias. Assim, esses povos entraram para o mundo globalizado por meio da imposição e da violência dos colonizadores.

É importante salientar que, nos diversos períodos da História e nos diferentes lugares do mundo, vários tipos de globalizações se formaram, consolidaram-se e entraram em decadência. Por este motivo, não há como promover uma generalização sobre o tema.

O mundo globalizado que estamos vivenciando na atualidade é fruto do desenvolvimento do capita-lismo. Este gerou novas formas de produção, extensivas e intensivas, baseadas nas novas tecnologias, na expansão transnacional das empresas e produtos e nas novas relações de trabalho.

O surgimento de novos polos de produção e de negócios gerou profundas mudanças nos processos de produção, nas profissões e nos postos de trabalho. Países como a Índia e a China passaram a ser os destinos de muitas indústrias de grande porte, desejosas de mão de obra barata (quase escrava ou escrava), matérias-primas abundantes, mercados consumidores imensos e ávidos. Além disso, as leis ambientais e trabalhistas nesses países são pouco rígidas. Portanto, permitem a poluição ou a destruição do meio ambiente e não preveem, em suas legislações, elevadas indenizações por acidentes de trabalho.

Esse deslocamento dos polos de produção causaram grandes mudanças na economia mundial. A crise econômica se instalou em países como Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha em virtude da diminuição da arrecadação de impostos e da escassez de postos de trabalho. Segundo Ted C. Fishman, em sua obra China S.A., nos primeiros anos do século XXI, para cada vaga de trabalho na produção de cintos de couro em uma empresa estadunidense que deslocou seu centro industrial para Guangzhou, na China, 147 postos de trabalho eram fechados nos Estados Unidos. Foram extintos postos de trabalho

diretos na fábrica (produção, logística, manutenção, limpeza e conservação, alimentação) e empregos no transporte, na distribuição e na comercialização dos produtos. Além disso, foram fechados postos de empregos nas empresas fornecedoras de matérias-primas e de produtos de limpeza e conservação para a fábrica.

Os operários chineses são conhecidos atualmente no mercado internacional pela disciplina, pela resistência às longas jornadas de trabalho, pela capacidade de desenvolver atividades que exigem grande concentração e paciência, em troca das quais recebem baixos salários

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A colonização promovida pelos europeus gerou, entre tantas outras consequências, a possibilidade de que habitantes das antigas colônias, por falarem as línguas de seus colonizadores, possam assumir postos de trabalho que antes ficavam restritos aos habitantes das antigas metrópoles

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Enquanto as grandes indústrias migram para os chamados países emergentes, o desemprego em países como Estados Unidos faz a crise econômica aumentar

Aspectos da

globalização

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História Contemporânea III58

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Norte x Sul

Durante os 40 anos de Guerra Fria, o mundo estava atento às diferenças entre o Ocidente capitalista e o Oriente socialista. Entretanto, mesmo ao longo dessas quatro décadas uma diferença maior existia entre o Hemisfério Norte, rico, e o Hemisfério Sul, pobre. Essa desigualdade entre os dois lados do mundo é decorrente dos processos colonialistas dos séculos XIV e XV e do imperialismo do fim do século XIX e início do XX.

Enquanto mantiveram suas colônias, as potências imperialistas espoliaram as riquezas e os recursos de todos os tipos, escravizaram populações, separaram povos e obrigaram inimigos a conviverem sob um mesmo governo. Ao saírem desses territórios, deixaram para trás desolação, pobreza, guerras civis e vácuos de união e de identidade, uma vez que obrigaram essas populações a assimilarem culturas que lhes eram estranhas.

O resultado de todo esse processo histórico pode ser observado pelos índices que medem a riqueza ou a pobreza de um país, pelos índices de analfabetismo e de mortalidade por doenças para as quais já existe profilaxia.

Observe o mapa a seguir:

(ENEM)

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. N.º 170(9). 1 ago. 2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado:

a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados.

b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.

c) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral.

d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas.

e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.

(ENEM)

HISTÓRIA

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Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório do desenvolvimento humano 2011. Sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos. Nova Iorque: PNUD, 2011. p. 141-144; PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório de desenvolvimento humano 2010. A verdadeira riqueza das nações: vias para o desenvolvimento humano. Nova Iorque: PNUD, 2010. p. 160-163. Adaptação.

Indicador de desigualdade de distribuição de renda

A globalização econômica promoveu um agravamento da desigualdade em nível mundial e também no interior de muitos países. Tomemos como exemplo a China e a Índia. Os índices de crescimento econômicos desses países são astronômicos. Entretanto, a população, de maneira geral, não é beneficiada com tal cres-cimento. Ao contrário, ela é utilizada como mão de obra barata e passível de substituição ao menor sinal de descontentamento ou esgotamento físico em razão do grandioso exército de reserva existente.

E nos denominados países desenvolvidos ou ricos a desigualdade econômica também foi ampliada pela glo-balização. Os trabalhadores com pouca qualificação e sem cursos de educação superior perdem seus postos para aqueles que realizam as mesmas atividades, mas que recebem salários muito menores, nos países ditos periféricos.

Outra questão está presente no mundo atual e foi ampliada pela globalização e pela facilidade de deslo-camento de pessoas. Trata-se da entrada de grande número de migrantes em países ricos provenientes das antigas colônias, atualmente países muito pobres e muitas vezes destroçados por conflitos bélicos.

O índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos, segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula)

O problema que desafia as sociedades da Europa Ocidental está, mais do que nunca, nas segunda e terceira ge-rações de jovens imigrantes – aqueles que se imaginava que realmente fossem se integrar melhor, como autênticos membros dessas sociedades, ao contrário, rebelaram-se contra os países que os adotaram. Os motivos geralmente alegados são pobreza (dois terços dos muçulmanos ingleses vivem em ambientes domésticos de baixa renda), moradia inadequada e superlotada, guetização, desemprego (especialmente dos jovens), baixa escolarização, pre-conceito racial por parte do meio não muçulmano que os cerca – fatores esses que costumam redundar em ausência de mobilidade social, crime e marginalização generalizada das comunidades muçulmanas. Direta ou indiretamente, argumenta-se que esses e outros infortúnios são culpa do Estado e da sociedade. [...]LAQUEUR, Walter. Os últimos dias da Europa: epitáfio para um velho continente. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007. p. 43-44.

História Contemporânea III60

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O avanço do terrorismo

É indiscutível que a globalização causou o aumento da concentração de riqueza e consequentemen-te aumentou a miséria. Essas consequências da globalização da economia podem ser consideradas mundiais. Porém, são mais críticas em países periféricos que servem de locais para o investimento de capitais e de locais para a instalação dos parques industriais de empresas transnacionais.

A globalização também intensificou a disseminação de hábitos e traços culturais, ora de origem ocidental, ora de origem oriental, que, na atualidade, podem ser percebidos nos quatro cantos do mundo. São exemplos as cadeias de lanchonetes, o jeans como uniforme universal, os mesmos tipos de músicas e de comportamentos.

(ENEM)

As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações total-mente diversas.IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são:

a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.

b) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.

c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.

d) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.

e) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.

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Com a globalização, hábitos antes restritos ao Ocidente ou ao Oriente correram o mundo

e podem ser observados em países que não apresentam

ligação histórica com a cultura ou com o povo colonizador

Ensino Médio | Modular 61

HISTÓRIA

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Outra característica do mundo atual é o que Marco Mandaini, na obra As faces do fanatismo, chamou de a globalização do medo.

A partir da década de 1970, o mundo foi obrigado a conviver com ações terroristas promovidas por grupos políticos que, por meio da violência, procuravam chamar a atenção para as causas que defendiam. O terrorismo passou a fazer parte do cotidiano e dos temores dos indivíduos.

Nos séculos XX e XXI, o terrorismo, de maneira geral, apresenta uma causa política e é promovido como uma estratégia de luta na qual a violência é extrema e voltada contra pessoas comuns que não têm relação direta com a causa que motiva a ação terrorista. Essas ações podem ser praticadas contra um Estado ou em defesa dele, podem ser internas em virtude de questões nacionais ou por causa de questões internacionais.

Grupos terroristas surgiram em colônias africanas que lutavam contra a presença dos coloniza-dores ou em países africanos recém-emancipados onde a luta pelo poder se instalou logo após a independência.

Podemos ainda citar como grupos nacionalistas promotores de ações terroristas o Exército Re-publicano da Irlanda (IRA) e o Pátria Basca e Liberdade (ETA). Na Itália, as Brigadas Vermelhas e, na Alemanha, o Baader Meinhof lutavam contra o capitalismo e o desejo de líderes políticos em promover governos de coalizão entre a direita e a esquerda.

Nos Estados Unidos, país que sempre apregoou a democracia e ser “a terra da oportunidade”, ocorreram ações terroristas ou atentados que abalaram a crença na segurança nacional. Podemos citar o ataque à sede do governo federal em Oklahoma pelo ultranacionalista Timothy McVeigh, que resultou em 168 mortos. Além disso, houve atos de terror nos quais ocorreram ataques a colégios e a universidades, como ao Instituto Columbine, no Colorado, em 1999, e ao Instituto e Universidade Estadual do Estado da Virgínia (Virginia Tech), em 2007, que deixou um total de 33 mortos e 21 feridos. É importante ainda salientar as ações violentas de grupos de extrema-direita ligados à Ku Klux Klan e ao neonazismo.

O terrorismo teve sua origem mais remota du-

rante a Revolução Francesa. Entre

os anos de 1793 e 1794, os jaco-

binos, liderados por Robespierre, instalaram o Tri-bunal Revolucio-

nário e a Junta de Salvação Pública

com o objetivo de eliminar na

guilhotina todos os considerados

contrarrevolucio-nários.

No século XIX, os anarquistas

consideravam o terrorismo uma

forma adequada para acabar com

governos autoritá-rios e corruptos.

Observe em seu material de apoio o mapa-múndi com alguns dos atentados terroristas que marcaram a história dos séculos XX e XXI.

Após a internacionalização das ações terroristas, cite quais foram as mudanças que ocorreram em seu cotidiano ou o que mudou em sua vida em razão do perigo da violência.

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62 História Contemporânea III

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Às minhas ordens, o exército dos Estados Unidos começou ataques contra a Al Qaeda, contra os campos de treinamento terrorista e instalações militares do regime talibã no Afeganistão. Estas ações cuidadosamente selecionadas são projetadas para interromper o uso do Afeganistão como uma base terrorista de operações, e atacar a capacidade militar do regime talibã.

Estamos unidos nesta operação pelo nosso amigo fiel, a Grã-Bretanha. Outros amigos íntimos, incluindo Canadá, Austrália, Alemanha e França, comprometeram-se a apoiar a operação. Mais de 40 países no Oriente Médio, África, Europa e na Ásia concederam direitos de transitarmos pelos seus espaços aéreos ou de utilizarmos seus territórios como pontos de parada. Muitos outros países compartilharam apoio de seus serviços de inteligência. Somos apoiados pela vontade coletiva do mundo.

Mais de duas semanas atrás, eu enviei aos líderes talibãs uma série de exigências claras e específicas: fechar os campos de treinamento de terroristas; entregar líderes da rede Al Qaeda, e libertar todos os estrangeiros, incluindo cidadãos americanos, detidos injustamente em seu país. Nenhuma dessas exigências foi atendida. E agora o Talibã vai pagar um preço. Ao destruirmos campos de treinamento de guerrilheiros e interrompermos a comunicações, vamos tornar mais difícil para a rede de terror treinar novos recrutas e coordenar seus planos malignos.

[...]Ao mesmo tempo, o povo oprimido do Afeganistão conhecerá a generosidade da América e de nossos aliados.

Além de atacarmos alvos militares, também vamos distribuir alimentos, remédios e suprimentos para os famintos e sofridos homens, mulheres e crianças do Afeganistão.TRISTAM, Pierre. President Bush launches attack on Afghanistan. Middle East. Oct. 7, 2001. Disponível em: <http://middleeast.about.com/od/afghanistan/qt/me081007b.htm>. Acesso em: 13 jul. 2012. Tradução livre.

O segundo documento foi divulgado pelo grupo que assumiu os ataques aos trens em Madri no dia 11 de março de 2004.

[...] As Brigadas de Abu Hafs al Masri prometeram em seu último comunicado, referente às explosões registradas em Kerbala e Bagdá no dia 2 de março de 2004, que se preparavam para as próximas operações e, agora, cumprimos nossa promessa. O esquadrão da morte conseguiu penetrar na Cruzada europeia, dando um golpe doloroso em um dos pilares dos Cruzados e de seus aliados: a Espanha. Isso é parte de um velho ajuste de contas com a Espanha, aliado da América em sua guerra contra o Islã.

Onde está a América, Aznar? Quem vai protegê-lo de nós? A Grã-Bretanha, a Itália, o Japão e os outros agentes? Quando batemos nas tropas italianas em Nassiriya, enviamos aos agentes da América uma advertência para que eles se retirassem da aliança contra o Islã. Mas você não entendeu a mensagem.

Agora colocamos os pontos sobre os is. Esperamos que você entenda essa mensagem.Nós, as Brigadas de Abu Hafs al Masri, não nos entristecemos com a morte dos civis. Se é legítimo matar

nossas crianças, mulheres, anciãos e jovens no Afeganistão, no Iraque, na Palestina e na Caxemira, porque é pecado matarmos os deles? Deus, o todo-poderoso, diz que “aqueles que agridem precisam ser agredidos”.

Tire suas mãos de cima de nosso povo, liberte nossos presos e saia de nossa terra. Assim os deixaremos em paz.Os povos aliados dos Estados Unidos devem forçar seus governantes a acabar com essa aliança de guerra

contra o terrorismo, que significa guerra contra o Islã. Se essa guerra acabar, nós acabaremos com a nossa também.[...] Deus é Grande, Deus é Grande. O Islã está chegando.Brigadas de Abu Hafs al Masri-Al Qaeda.

BRIGADAS de Abu Hafs al Masri-Al Qaeda. Operação Trens da Morte. Agência Efe. Disponível em: <http://forum.gameforum.com.br/viewtopic.php?f=114&t=36614>. Acesso em: 13 jul. 2012.

Leia os textos que abordam os dois lados que envolveram ataques terroristas no Ocidente.O primeiro documento é um pronunciamento do presidente George W. Bush, do dia 7 de outubro de 2001,

anunciando as ações militares contra o Afeganistão.

Ensino Médio | Modular 63

HISTÓRIA

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De acordo com os documentos e nossos estudos até aqui, responda em seu caderno:

1. Há alguma causa que fundamente um ataque terrorista? Justifique sua resposta.

2. Quais foram os motivos alegados pelo presidente Bush para decretar a invasão do Afeganistão? Esses motivos foram comprovados após a invasão?

3. O presidente Bush afirmou em seu pronunciamento ser amigo do povo afegão e que a operação militar incluía ajuda humanitária à população afegã. Essas promessas foram cumpridas?

4. Na carta divulgada pelas Brigadas de Abu Hafs al Masri, quais os motivos que levaram o grupo a promover o ataque à Espanha?

5. Qual o sentido do fragmento “Onde está a América, Aznar? Quem vai protegê-lo de nós?”?

6. Por que os integrantes das Brigadas de Abu Hafs al Masri afirmam não se entristecerem em matar espanhóis inocentes?

Como foi mencionado anteriormente, com o final da Guerra Fria, muitas pessoas passaram a ter a esperança de que novos conflitos armados não voltassem a ocorrer. Entretanto, o grande arsenal soviético passou a ser desviado, por meio do comércio ilegal internacional, para continentes como a África, a Ásia e a América Latina, abastecendo conflitos que já estavam em andamento ou fornecendo sustentação bélica para o tráfico de drogas.

Sobre as relações do século XX com o século XXI quando o assunto é guerra e violência, leia o texto de Eric Hobsbawm:

O século XX foi o mais mortífero de toda a história documentada. O número total das mortes causadas pelas guerras do século ou associadas a elas foi estimado em 187 milhões de pessoas, o que equivale a mais de 10% da população mundial em 1913. Se consideramos 1914 como seu início real, foi um século de guerras pratica-mente ininterruptas, com poucos e breves períodos em que não houve conflitos armados organizados em algum lugar. Ele foi dominado por guerras mundiais: ou seja, guerras entre Estados territoriais ou alianças de Estados. O período entre 1914 e 1945 pode ser visto como uma única “Guerra dos Trinta Anos”, interrompida apenas por uma pausa na década de 1920 – entre a retirada final dos japoneses do Extremo Oriente soviético, em 1922, e o ataque à Manchúria, em 1931. A isso seguiram-se, quase imediatamente, uns quarenta anos de Guerra Fria, a qual é compatível com a definição dada pelo grande filósofo Thomas Hobbes à guerra, como algo que consiste “não em batalhas apenas, ou no ato de lutar, mas em um lapso de tempo em que a vontade de travar batalhas é suficientemente conhecida”. Até que ponto as nações em que as Forças Armadas dos Estados Unidos têm se envolvido desde o fim da Guerra Fria em várias partes do mundo constituem uma continuação da era da guerra mundial é matéria de debate. Não há dúvida, contudo, de que a década de 1990 se mostrou plena de conflitos militares formais e informais na Europa, na África e na Ásia ocidental e central. O mundo como um todo não teve paz desde 1914 e não está em paz agora.

[...]

HOBSBAWM, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 21-22.

Os atentados terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque deram as justificati-vas de que os Estados Unidos necessitavam para invadir o Afeganistão e o Iraque. Apesar de todas as vozes de autoridades e organizações internacionais que alertaram para o perigo de esses dois países se transformarem em “novos Vietnãs”, o governo de George W. Bush empreendeu as campanhas militares contra eles. Tais campanhas ainda estão em curso, apesar de as vitórias estadunidenses já terem sido anunciadas diversas vezes, das mortes de Saddam Hussein e de Osama bin Laden e também após o presidente Barack Obama anunciar a retirada sistemática das tropas estadunidenses tanto do Afeganistão quanto do Iraque.

História Contemporânea III64

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Intervenções militares estadunidenses – século XXI

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. Adaptação.

O presidente George W. Bush, alertando para o perigo do terrorismo internacional, determinou o início da Ope-ração Liberdade Duradoura (Operação Enduring Freedom – OEF) em 7 de outubro de 2001. Os objetivos ao promover a invasão do Afeganistão eram retirar a Milícia Taleban do poder e capturar Osama bin Laden, líder da Al Qaeda.

A Milícia Taleban foi retirada do poder. Entretanto, o país mergulhou no caos com grupos promovendo ataques à população afegã e aos integrantes das tropas da coalizão formadas por estadunidenses, ingleses, espanhóis, canadenses, entre outros. Os Estados Unidos colocaram no poder Hamid Karzai, cujo governo foi diversas vezes acusado de corrupção.

Os Estados Unidos anunciaram o término da operação militar e a vitória no dia 1. º de maio de 2003, com o número oficial de 800 civis mortos. Apesar do anúncio da vitória, do número bastante longe da verdade em relação ao total de mortos e do anúncio da morte de Osama bin Laden em 2 de maio de 2011 no Paquistão, os Estados Unidos ainda estão em território afegão.

Após a invasão do Afeganistão não trazer a captura de Osama bin Laden, o principal resultado esperado, o governo dos Estados Unidos iniciou a Operação Liberdade do Iraque (Operation Iraqi Freedom). Ela teve início em 19 de março de 2003 e prometia uma operação baseada no “choque e espanto”, ou seja, tomar rapidamente a capital e retirar Saddam Hussein do poder. O objetivo era evitar um conflito muito prolongado em um território desconhecido onde conviviam muitos grupos e facções inimigas.

Saddam Hussein foi capturado em 2003, mesmo ano em que o final da operação foi anunciado. Entretanto, da mesma forma que no Afeganistão, as tropas estadunidenses ainda na atualidade permanecem em território iraquiano.

O brasileiro Sérgio Vieira de Mello, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, morreu no atentado promovido à sede da ONU em 19 de agosto de 2003. Homem de confiança de Kofi Annan, Vieira de Mello foi enviado ao Iraque para tentar a instalação de um governo que contasse com o apoio dos diversos grupos políticos e religiosos existentes no país

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mons/Fotógrafo Desconhecido

Observe o mapa com as informações sobre as operações:

Quando a

Guerra do

Afeganistão

completou

10 anos

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Ensino Médio | Modular 65

HISTÓRIA

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Organização das Nações Unidas

A ONU, criada em 1945, tem como objetivos primordiais promover a paz e diminuir a fome no mundo. A sede está localizada em Nova Iorque, mas possui comissariados em várias partes do mundo.

Em virtude de sua atuação mundial, a organização acolhe, em seus quadros, profissionais das mais variadas áreas: Administração, Direito Internacional, Medicina, Economia. Além disso, há intérpretes e profissionais ligados à logística, ao exército, às comunicações, entre uma infinidade de outras ocupações. Para pleitear um estágio ou um posto de trabalho na organização, a primeira necessidade é dominar várias línguas e ter conhe-cimento da realidade mundial, mais especificamente na área em que pretende atuar. Para citar um exemplo, o jovem formado em Direito que pretenda atuar na defesa do direito das mulheres no continente africano deve conhecer a fundo a história e a atualidade do continente, bem como as legislações em vigor nas regiões ou nos países em que pretenda atuar.

Muitos militares brasileiros integram o Corpo Militar da ONU, denominados Capacetes Azuis, tropas que são deslocadas para regiões que viveram alguma catástrofe natural, como o terremoto no Haiti em 2010, ou para regiões onde guerras ocorriam e foram firmados armistícios. Nessas regiões, os integrantes do exército da ONU têm por objetivo evitar que a violência tenha continuidade.

A cultura na era da informação

Num mundo globalizado, as informações e o deslocamento de pessoas ocorrem em uma velocidade nunca antes imaginada. E essa velocidade age para o bem e para o mal da humanidade. Novas desco-bertas médicas, previsões meteorológicas e informações de utilidade pública, entre outros benefícios, correm o mundo em poucos minutos.

As distâncias encurtaram e as trocas culturais são cada vez maiores. É comum a abordagem de que os adolescentes do mundo inteiro são muito parecidos. Isso porque eles usam as mesmas mar-cas, consomem os mesmos produtos, apreciam os mesmos tipos de filmes, histórias em quadrinhos, músicas, etc.

É também verdade que a mesma velocidade propaga vírus que atacam muitos sistemas operacionais no mundo inteiro, divulgam e angariam seguidores para ideologias radicais e violentas, além de causar estresse pelo excesso de informações que somos obrigados a absorver diariamente.ne

Para verificar o papel das redes sociais na organização das manifestações que tomaram conta da Praça Tahrir, no Cairo, em meio à denominada Primavera Árabe, leia a matéria jornalística a seguir:

As mídias sociais foram cruciais para a derrubada de governos autoritários e ditaduras no mundo árabe, mas seu papel talvez tenha sido superestimado. Para Muzammil M. Hussain, professor do Centro de Comunicação e Engajamento Civil da Universidade de Washington, se os protestos e a mobilização na internet não tivessem repercutido nas grandes emissoras como BBC, CNN, o resultado teria sido outro.

“As organizações de mídia tradicionais fazem parte dessa nova ecologia da informação”, afirmou Hussain, que é americano de origem indiana. “As emissoras têm um papel importante para dar voz ao movimento das ruas.”

Principais

aconteci-

mentos da

Primavera

Árabe

@HIS1321

História Contemporânea III66

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Após a leitura da matéria, discuta com seus colegas o papel das redes sociais:

no cotidiano dos adolescentes;

na organização de movimentos que envolvam a coletividade;

na formação de cidadãos conscientes e conhecedores da sociedade em que vivem.

Em São Paulo para participar do MediaOn, 5.º Seminário de Jornalismo On-line, Hussain afir-mou, contudo, que as mídias sociais têm sido fundamentais para gerar uma cultura de mudanças.

“Ao contornar as restrições de organização política e social no mundo real em regimes autoritários, as mídias sociais fizeram com que as pessoas nesses países se sentissem fortes e poderosas para promover mudanças no mundo real.” Mas ressaltou: “O Facebook e o Twitter podem ajudar a derrubar governos. Mas vai precisar de muito mais para construir democracia nos países árabes.”

Para Hussain, os governos autoritários “são muito criativos” quando se propõem a restringir liberdades na internet. Porém, o custo dessa restrição pode ir muito além da esfera política.

Citando dados divulgados pela indústria de telecomunicações na Ásia, Hussain afirmou que o custo para a economia do Egito quando o governo decidiu cortar o acesso à internet e a serviços de telefonia celular, durante seis dias no início do ano, foi estimado em US$ 90 milhões a US$ 110 milhões.

“O Egito sempre foi considerado um país aberto a receber investimentos estrangeiros, mas agora as empresas vão pensar muito bem antes de investir”, disse ele. “A política de internet virou uma questão altamente relevante.” BARBOSA, Mariana. Papel das redes sociais na primavera árabe foi superestimado, diz professor. Folha de S.Paulo, 24 nov. 2011. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1011675-papel-das-redes-sociais-na-primavera- arabe-foi-superestimado-diz-professor.shtml>. Acesso em: 14 jul. 2012.

1. (ENEM)

Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socializa-ção da produção, que foi característica predomi-nante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da infor-mação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados per-sonalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentraliza-ção das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comu-

nicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado:

a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão.

b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico.

c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos investimentos.

d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores.

e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de harmonização das relações de trabalho.

Ensino Médio | Modular 67

HISTÓRIA

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2. (ENEM)

No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. IstoÉ Internacional, 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencio-nados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes:

a) reforçar a atuação dos regimes políticos exis-tentes.

b) tomar conhecimento dos fatos sem se envol-ver.

c) manter o distanciamento necessário à sua se-gurança.

d) disseminar vírus capazes de destruir progra-mas dos computadores.

e) difundir ideias revolucionárias que mobiliza-ram a população.

3. (IFMT)

(Disponível em: <http://henriquegeo.blog.terra.com.br/tag/miseria/>. Acesso em: 5 abr. 2010.)

Considere as afirmações abaixo: I. Em pleno século XXI, com o predomínio da

tecnologia de ponta, da robótica, de pesqui-sas que propiciam aumento substancial na produção e qualidade dos alimentos, milha-res de indivíduos ainda morrem de fome.

II. A fome dos miseráveis haitianos só é mais um retrato, uma moldura do emaranhado de imagens tristes dos que não podem comer, não podem dispor da condição mais elemen-tar de um ser humano: alimentar-se. Em to-dos os continentes, podem ser encontradas cenas como as que rotineiramente os meios de comunicação transmitem sobre o Haiti.

III. Atualmente, uma das regiões do planeta que mais sofre com o problema da fome é o conti-nente africano. Apesar das constantes ajudas humanitárias, o problema tem se agravado.

IV. A fome é provocada pela produção insufi-ciente de alimentos. Apesar dos avanços, a produção agrícola atual não é suficiente para alimentar a crescente população mundial.

As afirmativas corretas são:

a) apenas a I.b) apenas a II.c) apenas a III. d) apenas a I, II e III.e) apenas a II, III e IV.

4. (UERN) Em 11 de setembro de 2001, o mundo parava, consternado, acompanhando, pela te-levisão, o ataque às Torres Gêmeas, em Nova Iorque. Esses ataques provocaram grande reper-cussão mundial, contribuindo para a mudança da geopolítica mundial.

O ataque às Torres Gêmeas:

a) enfraqueceu a liderança dos Estados Unidos no plano mundial, ao demonstrar a vulnerabi-lidade do sistema de defesa norte-americano.

b) contribuiu para a formulação da Doutrina Bush, que estabeleceu uma política externa militarista e agressiva dos Estados Unidos.

c) resultou da aliança entre os povos e os go-vernos islâmicos mundiais, objetivando a des-truição desse centro capitalista mundial.

d) provocou a autodissolução da ONU (Organi-zação das Nações Unidas), por se mostrar in-capaz de manter a paz mundial.

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Material de apoio

UT 4. O fim da Guerra Fria e a nova ordem mundial

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O World Trade Center já havia sido alvo de um atentado em 1993, quando um caminhão carregado com dina-mite explodiu na garagem de uma das torres, matando 6 pessoas.

Em 11 de setembro de 2001, as torres foram atingidas por dois aviões comerciais e vieram abaixo, matando 2 819 pessoas e deixando desaparecidos 1 717.©

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As Brigadas Vermelhas promoveram o sequestro e o assassinato de Aldo Moro, primeiro-ministro italiano e partidário da democracia cristã. Os brigadistas se re-cusavam a aceitar o governo de coalizão entre comunis-tas e democratas cristãos.

Após 55 dias de sequestro, o corpo de Aldo Moro foi encontrado, em Roma, no dia 9 de maio de 1978, em uma rua localizada entre as sedes dos dois partidos que desejavam o governo de coalizão

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Os atentados aos siste-mas de transporte público de Londres, ocorridos no dia 7 de julho de 2005, foram executa-dos com quatro explosões que causaram a morte de 50 pes-soas e deixaram mais de 700 feridos. Nunca se chegou aos autores das explosões.

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O assassinato de Rafic Hariri, em Beirute, em 14 de fevereiro de 2005, ti-nha por objetivo frear as negociações para o esta-belecimento de acordos de paz entre os governos da Síria e do Líbano. Hariri foi empresário, duas vezes primeiro-ministro do Líbano e negociou com o Banco Mundial um grande projeto para a reconstrução do seu país após a Guerra Civil Libanesa.

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A explosão de um carro com 1 tonelada de TNT no centro de Beirute matou Hariri e mais 21 pessoas, incluindo os guarda-costas do mediador

O mapa do terrorismo no mundo

Durante as Olimpíadas de Munique, em 1972, integrantes do grupo Setembro Negro, liga-do a organizações palestinas, mataram 11 atletas da delega-ção israelense.

Integrante do grupo Setembro Negro na sacada do alojamento na vila olímpica

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Ensino Médio | Modular 69

HISTÓRIA

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Os atentados perpetrados em 11 de março de 2004 no setor ferroviário que serve a cidade de Madri foram atribuídos a um grupo ligado a Al Qaeda. A justificativa de tal grupo foi a participação da Espanha na invasão do Iraque junta-mente com os demais paí-ses que formaram as tropas da coalizão. Morreram 191 pessoas e mais de 1 700 ficaram feridas.

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Em 20 de março de 1995, o grupo da Seita Verdade Suprema promoveu um ataque com gás sarin em várias estações do me-trô de Tóquio. O ataque matou 62 pessoas e intoxicou gravemente mais de 6 000. G

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Vítimas sendo socorridas na saída do metrô de Tóquio

Ensino Médio | Modular 71

HISTÓRIA

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