SUGESTÕES DE ACTIVIDADES - … actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno...

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EQUIPA DE AUTISMO REGIÃO CENTRO SUGESTÕES DE ACTIVIDADES João Dezembro 2000

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EQUIPA DE AUTISMO

REGIÃO CENTRO

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

João

Dezembro 2000

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NOTA INTRODUTÓRIA

No dia 29 de Novembro de 2000 realizámos a reavaliação do João José

Ramos Garcia com 7 A e 7 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional

Revisto, de Schopler e Reichler).

Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento

funcional do João se situa por volta dos 4 anos, mas com possibilidades de evoluir

para um nível superior, apresentando como áreas mais fortes a Percepção a

Motricidade Global e Fina e a Coordenação Óculo-Manual.

A avaliação foi feita com base na edição revista do teste que é mais exigente e

daí a razão do João apresentar um nível funcional de desenvolvimento semelhante ao

da avaliação anterior. No entanto, em relação a esta notam-se progressos,

principalmente nas áreas que melhor domina.

As actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno de

“Sugestões de Actividades” do João. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar

as actividades ele ainda não realiza, ou mostra dificuldades.

No dia 18 de Novembro de 1999 realizámos a avaliação João Manuel Martins

Lopes com 9 A e 3 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de

Schopler e Reichler).

Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento

funcional do João se situa por volta dos 3 anos, mas com possibilidades de evoluir

para um nível superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a

Imitação e a Percepção.

De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo

dos comportamentos emergentes do João, a Equipa de Avaliação elaborou uma

sequência de actividades para acrescentar ao caderno de “Sugestões de Actividades”

do João. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar as actividades que ele ainda

não realiza, ou mostra dificuldades.

Este novo bloco de “Sugestões de Actividades” também deverá ser lido e

discutido pela Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que,

posteriormente, em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as actividades

a desenvolver.

Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o

procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de

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suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.

Possivelmente, o João já é capaz de realizar sozinho algumas das actividades

sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.

Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada

em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.

No dia 18 de Novembro de 2000 realizámos a avaliação do António João

Domingues D. Silva com 9 A e 3 M, tendo por base o PEP-R (Perfil

Psicoeducacional Revisto, de Schopler e Reichler).

Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento

funcional do João se situa entre os, mas com possibilidades de evoluir para um

nível superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a Imitação e a

Percepção.

De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo

dos comportamentos emergentes do João, a Equipa de Avaliação elaborou uma

sequência de actividades que poderão servir de suporte para a elaboração do seu

Programa Individual.

Assim, este bloco de “Sugestões de Actividades” deverá ser lido e discutido

pela Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que,

posteriormente e em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as

actividades a desenvolver.

Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o

procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de

suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.

Possivelmente, o João já é capaz de realizar sozinho algumas das actividades

sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.

Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada

em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.

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É importante não esquecer alguns conselhos práticos:

♦ Não tentar trabalhar muitos aspectos ao mesmo tempo – escolher

prioridades

♦ Manter-se o mais calmo possível e usar uma linguagem clara e precisa

♦ Tentar ser consistente quando se trabalha um comportamento particular,

estabelecendo rotinas simples

♦ A comunicação entre todos os envolvidos na educação do João tem de ser

contínua – todos têm de usar as mesmas regras

♦ Sempre que possível, tentar lidar com os comportamentos inadequados de

uma forma calma e divertida

♦ Quando a intervenção e a confrontação se tornar necessária, certificar-.se

de que se é capaz de controlar com sucesso

♦ Ter cuidado para não reforçar comportamentos indesejáveis. Por exemplo,

gritar e zangar-se pode constituir uma recompensa se o resultado for uma

maior atenção por parte do adulto

♦ Dividir todas as tarefas e comportamentos a trabalhar em passos muito

pequenos

♦ O comportamento demora a mudar – ser paciente e persistente

♦ Nunca se sentir só – pedir ajuda e partilhar os problemas

♦ Tentar ter sempre em conta as coisas positivas, tentar não valorizar os

problemas

♦ Não ter preocupação com o tempo

A Equipa responsável

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IMITAÇÃO

A imitação é básica para a aprendizagem e para o desenvolvimento. Sem a

imitação, a criança não pode aprender nem a falar, nem outros comportamentos

necessários à adaptação da sua cultura. O desenvolvimento de capacidades de

imitação é essencial para o crescimento de qualquer criança. A criança com autismo

normalmente tem problemas em aprender como imitar, é necessário que as

capacidades de imitação sejam bastante trabalhadas de modo a que não aprenda

comportamentos bizarros.

As capacidades de imitação envolvem repetições directas e simples, tais como

vocalizações ou bater de palmas, que são geralmente aprendidas muito cedo na vida

de uma criança. Mais tarde, vai aprender a imitar outras aprendizagens mais

complexas.

Este capítulo propõe uma série de actividades designadas para a

aprendizagem da imitação, com especial interesse na aprendizagem da linguagem,

pois quando esta está comprometida há dificuldade na capacidade imitativa da

criança. Pelo facto de toda a expressão verbal envolver o movimento dos lábios e

língua, em muitos casos, é necessário trabalhar primeiro na imitação da motricidade

fina e global, para que a criança aprenda os processos básicos que implicam a

imitação.

O acto de imitar envolve muito factores, incluindo a motivação, a memória, o

processo sensorial e o controle de todos os músculos implicados na motricidade

global e a coordenação motora fina da boca e das mãos. A imitação pode ser

imediata, como quando a criança repete uma palavra que se lhe é dita, ou retardada ,

quando imita um comportamento memorizado através da sua experiência.

A criança com autismo tem muitas dificuldades em seleccionar na memória o

comportamento adequado a cada situação.

Para começar um programa com a criança nesta área é necessário fazer-se

uma avaliação de todas as imitações existentes. As actividades que se seguem

representam uma simples proposta de tipos de actividades para cada grau de

desenvolvimento que podem ser utilizadas no ensino de capacidades de imitação.

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1 – FAZER BATIMENTOS POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Motricidade fina, agarrar

Percepção visual

Meta: Aprender a imitar o uso dos materiais

Objectivo: Imitar um modelo de batimentos com uma colher

Materiais: 2 colheres e um pote

Procedimento:

Sente-se com o João à mesa e capte a sua atenção, balançando uma colher no

seu campo de visão. Bata na mesa com a colher com um ritmo definido e

contínuo, com a sua outra mão coloque outra colher na mão da criança e reforce

sempre que ele a agarrar. Comece a bater com a colher na mão dele contra a

mesa da mesma maneira que está a bater com outra mão. Progressivamente

reduza a sua ajuda para ver se o João continua a bater. Quando ele já consegue

bater na mesa sem ajuda, deixe de bater na mesa e passe para o pote. Repare se

a criança faz o mesmo e se não o fizer ajude-o. Depois de algum tempo, volte

novamente à mesa e repita o procedimento para que a criança faça o mesmo.

Continue a actividade até que o João aprenda a imitá-la a bater na mesa e no

pote sem que necessite de ajuda.

2 – COMEÇAR A IMITAÇÃO VOCAL

Imitação vocal

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Desenvolver a imitação vocal

Objectivo: Imitar o som de séries simples de sílabas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sempre que o João faça sons de forma espontânea, imite imediatamente o som

que ele acabou de emitir e repare se ele responde fazendo de novo o mesmo

som. Tente manter uma “conversa” imitando os sons que ele emite. De vez em

quando repita os sons que ele já tenha emitido e repare se ele os repete de novo,

por imitação. Se ele repetir os sons, insista nos mesmos algumas vezes para ver

se ele continua a imitá-la de forma interactiva. Quando João começa a mostrar

interesse na imitação dos sons, deixe inicialmente ser ele a propor os sons e

imite-os, mas progressivamente vá-lhe propondo outros e preste atenção à

possível imitação dos mesmos, e logo a seguir reforce-o.

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3 – ANTECIPAR SONS EM IMITAÇÃO Imitação vocal

Desempenho verbal, vocalização

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a imitação vocal

Objectivo: Dar uma aproximação vocal de um som associado a uma rotina física

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se numa cadeira com o João nos seus joelhos e faça-o saltar de vez em

quando, dizendo “Bom, bom, bom ,bom.”. A seguir balance-o para trás e para a

frente e diga ao ritmo do movimento “la, la la...”. Depois de repetir este movimento

com o som, repita e aguarde para ver se o João antecipa o som ”la,la,la...”. Deixe-

o saber que deve fazer o som fazendo você primeiro o som e depois toque-lhe

nos lábios, para ele emitir o som, Espere alguns segundos e se o João não emitir

som nenhum, toque-lhe de novo nos lábios e emita o som para lhe indicar que ele

deve emitir também. Para crianças mais velhas que não se conseguem manter

facilmente nos joelhos, cante uma cantiga que tenha “Para baixo”, mas atrase o

“BAIXO” e deixe-o tombar para o chão até que ele faça alguma tentativa para

vocalizar o som.

4 – IMITAR ACÇÕES PARA PRODUZIR SONS Imitação vocal

Imitação, motricidade

Desempenho verbal, vocalização

Meta Encorajar a imitação de sons e aumentar a atenção visual para as acções de

outra pessoa

Objectivo: Imitar sons de sílabas singulares através de acções físicas simples.

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma das acções abaixo descritas. Demonstre essa acção e então ajude o

João a imitá-la através do movimento das mãos. Progressivamente reduza a

quantidade de ajuda à medida que ele vai aprendendo a produzir o som por ele

próprio. Repita a demonstração da 1ª acção até verificar que ele está a perceber e

colabora e só depois passe à segunda actividade..

a) Ponha os seus dedos perto dos lábios e diga “SHHHH”

b) Bata suavemente nos seus lábios com a sua mão e emita o som ao estilo

dos índios, dizendo “u u u u u u u u :::”.

c) Estale os seus lábios, como um beijo.

d)Faça um som de estalo, estando os seus dedos perto da face do João

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5 – TOCAR PARTES DO CORPO IMITANDO Imitação, motricidade

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aprender a observar uma pessoa e imitar as suas acções

Objectivo: Tocar 3 partes do corpo, imitando

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se na mesa em frente o João e faça o que for necessário para chamar a

sua atenção. Assim que ele olhar para si, diga-lhe: “João, toca no nariz.”. Ponha o

indicador no seu nariz. Se ele não imitar, pegue no indicador dele com a sua outra

mão e toque-lhe no nariz repetindo: “João toca no nariz.”, continuando a tocar o

seu próprio nariz. Reforce-o imediatamente (por exemplo: sorria, elogie-o ou dê-

lhe uma recompensa comestível), mesmo que o tenha ajudado. Repita o

procedimento até ele conseguir responder, de forma consistente, sem ajuda.

Assegure-se de que todas as vezes em que repete o procedimento, ele olha para

si enquanto você toca o nariz e diz “João, toca o nariz.”. Recompense-o sempre

que ele emite a resposta apropriada. Após ele ser capaz de tocar o nariz, pelo

menos 90% das vezes, em resposta à sua acção e ao seu comando verbal,

adicione outras partes do corpo (uma de cada vez) pela seguinte ordem: cabelo,

boca, Olha, ouvido. Depois de ensinar uma segunda parte do corpo, espere até

ele conseguir responder apropriadamente a 90% das vezes às duas partes do

corpo ensinadas antes de adicionar uma terceira.

6 – BATER PALMAS, IMITANDO Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a imitação dos movimentos do professor

Objectivo: Bater palmas imitando o professor

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se na mesa em frente o João e diga: “Olha, João”, e bata as palmas

lentamente. A seguir agarre as mãos dele e bata as palmas, recompensando-o

imediatamente. Bata as suas mãos novamente e certifique-se que ele está a olhar

para si quando faz isso. Bata novamente as suas mãos e faça-lhe sinal para o

fazer também. Se ele fizer algum sinal para a imitar, ajude-o a completar a acção

e recompense-o imediatamente. Se ele continuar sem entender o que se espera

dele, continue-lhe o guiar as mãos durante o movimento, recompensando-o de

cada vez de forma mais espaçada. Gradualmente tente reduzir a sua assistência

para que ele possa aprender que tem de bater as suas mãos afim de obter outra

recompensa.

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7 – IMITAR MOVIMENTOS DE BRAÇOS Imitação, motricidade

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Motricidade global, braços

Meta: Melhorar a imitação motora, a consciência corporal, e entender “em cima”,

“fora” e “em baixo”.

Objectivo: Imitar movimentos simples sem assistência

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se em frente do João e diga: “Olha João.”. Coloque os braços acima da sua

cabeça e diga. “Braços para cima”. Se ele não responde coloque-lhe os braços

acima da cabeça, segure-os um instante e repita: “Braços para cima”. Levante os

seus braços acima da sua cabeça enquanto ele faz o mesmo. Repita: “Braços

para cima.”. Coloque os seus braços para baixo e diga “Braços para baixo”. Se

necessário ajude-o a colocar os braços para baixo. Repita novamente: “Braços

para baixo.” enquanto os dois seguram os braços em baixo. Então coloque os

braços na lateral e diga: “Braços para fora”. Tente fazer com que ele imite sem

assistência. à medida que ele vai executando melhor a tarefa, mova

ocasionalmente o braços sem emitir o comando verbal ou emita o comando verbal

sem mover os braços. Verifique se ele antecipa a acção ou o comando.

8 – IMITAR O USO DE OBJECTOS QUE FAZEM BARULHO Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a atenção ao uso de materiais

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 3 objectos diferentes

Materiais: 2 brinquedos de apertar, 2 campainhas, 2 apitos, uma caixa de tamanho médio

Procedimento:

Sente-se em frente o João do outro lado da mesa com os

brinquedos num lado. Pegue no primeiro lote de brinquedos,

coloque um em frente o João e guarde um para si. (ver figura).

Diga: “Olha João”, certificando-se que ele está a olhar para si e

faça o movimento apropriado com o brinquedo (ex.: aperte-o

ou, no caso do apito, sopre). Continue a usar o brinquedo e,

com a outra mão, ajude-o a fazer o mesmo movimento. Repita

a acção com o seu próprio brinquedo e diga: “Faz tu.”. Se ele tentar imitar a sua

acção recompense-o imediatamente e coloque os brinquedos na caixa. Repita o

procedimento com os outros 2 brinquedos. Se ele os tentar usar de forma

inapropriada (ex.: abanar o brinquedo de apertar), pare a acção e demonstre o

seu uso correcto. Se necessário ajude-o a realizar a acção correcta, mas tente

retirar de forma gradual a sua ajuda, à medida que ele aprende a observar as

suas acções e a imitá-las sozinho.

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9 – IMITAR MOVIMENTOS DE LÁBIOS

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências motoras orais necessárias ao desenvolvimento da

linguagem

Objectivo: Desempenhar séries de movimentos dos lábios imitando o professor

Materiais: Espelho (opção)

Procedimento:

Sente-se de frente para o João e assegure-se que ele está a olhar para si.

Execute os seguintes movimentos e faça com que ele os imite:

a) Comprima os lábios firmemente e depois abra-os.

b) Franza os lábios, esticando-os o mais possível.

c) Franza os lábios e depois abra-os num sorriso grande.

d) Esfregue o lábio inferior no superior

e) Esfregue o lábio superior no inferior

Como recompensa da imitação apropriada, dê-lhe um pouco da sua

bebida favorita por uma palhinha no sentido de o encorajar a usar

melhor os seus lábios. Se ele tiver dificuldade em olhá-la de frente,

sente-se ao seu lado e faça os exercícios ao espelho.

10 –RABISCAR POR IMITAÇÃO Imitação, motricidade

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a imitação do uso de materiais e desenvolver competências básicas

do uso do lápis

Objectivo: Rabiscar por 2-3 segundos numa folha larga de papel

Materiais: Lápis grossos e papel

Procedimento:

Sente-se à mesa de frente para o João. Coloque um lápis à sua frente e guarde

um para si. Coloque uma folha de papel na mesa de forma a ser facilmente

alcançada pelos dois. Rabisque no papel por 2 ou 3 segundos com o seu lápis.

Coloque, em seguida, o lápis na dele mão e ajude-o a rabiscar durante alguns

segundos. Recompense-o e coloque uma folha nova na mesa. Repita o

procedimento, mas desta vez o objectivo é fazer com que ele rabisque sem ajuda

manual. Se ele não imitar, pegue-lhe na mão e faça com que ele rabisque. Assim

que ele começar a imitar varie os riscos duma forma repetitiva (circular ou

horizontal). O objectivo é fazer com que ele imite os diferentes traços à medida

que a professora os executar.

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11 – IMITAR MOVIMENTOS VULGARES DE AUTONOMIA Imitação, motricidade

Autonomia, lavar-se

Meta: Aumentar competências motoras e ensinar competências comuns de auto-

ajuda.

Objectivo: Imitar com sucesso 3 acções comuns de auto-ajuda.

Materiais: Pente, toalha, escova de dentes.

Procedimento:

Sente-se na mesa de frente para o João com o pente, a toalha e a escova de

dentes alinhados para que ele veja quantas acções tem de realizar. Segure o

pente e diga: “Pentear o cabelo.”, passando o pente lentamente pelo cabelo.

Coloque o pente na sua mão e ajude-o a pentear-se. Em seguida coloque o pente

à sua frente e faça o gesto de pentear dizendo “Pentear o cabelo.”. Se ele agarra

o pente e faz algum gesto que indique uma intenção de pentear, recompense-o

imediatamente. Se ele não imita a acção proposta, guie-lhe a mão através do

movimento pretendido e tente fazer com que desempenhe a tarefa de forma

independente. Repita este procedimento até ele imitar a sua acção sem

assistência. Repita o procedimento de forma independente com a toalha de rosto

usando como pista verbal a expressão “Limpar a cara.” e com a escova de dentes

usando como pista a expressão verbal “Lavar os dentes.”. Não se preocupe em

fazer com que o João seja capaz de lavar os dentes ou pentear-se uma vez que

se pretende que estas actividades o ajudem, em primeiro lugar a copiar os

movimentos. Devemos, neste nível preocuparmo-nos em fazer com que ele copie

os movimentos.

12 –TIRAR OBJECTOS DE UM SACO EM IMITAÇÃO Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais pelo professor

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 5 objectos familiares

Materiais: Taça, bacia ou saco, 5 itens ou brinquedos comuns (ex.: esponja, bola, carro

de brincar, chávena, escova do cabelo)

Procedimento:

Coloque os 5 itens numa taça, numa bacia ou num saco. Se o João tiver

dificuldade em manter a atenção, use uma bacia ou uma taça para que veja

quantas vezes tem de desempenhar a tarefa antes desta estar completa.

Seleccione um item da taça, assegure-se que a criança está a olhar para si e use

o objecto da forma apropriada (ex. rolar a bola, mover o carrinho, etc.). Em

seguida dê-lhe o objecto e faça com que ele repita a acção. Ajude-o apenas se

precisar. Após ter copiado a acção com sucesso, ponha de lado o objecto e

seleccione outro da taça. Repita o procedimento até o saco ou a taça estar vazio.

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13 - IMITAR OS SONS DE OBJECTOS

Imitação, vocal

Imitação, motricidade

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Melhorar a articulação e aumentar a atenção aos movimentos dos lábios

Objectivo: Imitar com sucesso os sons associados a 3 brinquedos ou objectos comuns

Materiais: 3 brinquedos comuns ou objectos de casa com sons diferentes (ex.: relógio,

campainha, carro de brincar)

Procedimento:

Coloque os 3 objectos num dos lados da mesa onde o João possa ver

exactamente em quantas partes se divide a tarefa. Tire um dos objectos e emita o

som geralmente associado a este objecto. Se este tiver uma acção particular,

combine o som e o movimento. Assegure-se que o João está a olhar para si e

repita o som. Então dê-lhe o objecto e toque-lhe nos lábios para indicar que ele

deve reproduzir esse som. Não se preocupe se ele não reproduz o som de forma

exacta. Após ele ter imitado o som associado ao 1º objecto, coloque o item na

outra parte da mesa e repita o procedimento com outro objecto. Continue a

actividade até usar os 3 objectos.

Exemplos de objectos que podem ser associados com sons:

a) relógio- “tic-tac”

b) campainha- “Turim”

c) carrinho- “pó-pó”

d) comboio- “uu-uu”.

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14 – DESENHAR LINHAS HORIZONTAIS, POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Coordenação óculo-manual

Meta: Imitar o professor, no que respeita o uso de materiais, ganhar prática em

controlar um lápis, desenvolver a compreensão dos passos que envolvem uma

tarefa

Objectivo: Desenhar 3 linhas horizontais imitando

Materiais: 3 lápis, 3 folhas de papel, 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque 3 lápis num tabuleiro, próximo de 3 folhas de papel. Coloque o tabuleiro

vazio no outro extremo da mesa. Tire uma folha do tabuleiro e um lápis e mostre o

João como desenhar uma linha horizontal no papel. Dê ênfase à linha através de

um movimento exagerado e com um som qualquer, por exemplo: “Zip Zip”. Em

seguida coloque-lhe o lápis na mão e ajude-o a fazer uma linha horizontal.

Enfatize a rapidez do movimento. Não o deixe rabiscar. Quando ele tiver feito a

marca com o 1º lápis, coloque-o no tabuleiro vazio (correspondente às actividades

terminadas) e tire um outro lápis (ver figura). Repita o procedimento usando uma

folha nova. Retire gradualmente a sua ajuda, à medida que ele for conseguindo

realizar a tarefa sozinho. Quando todos os lápis estiverem no tabuleiro das

actividades terminadas, o exercício está completo.

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15 – IMITAR MOVIMENTOS DAS MÃOS Imitação, motricidade

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Melhorar a imitação de movimentos simples das mãos

Objectivo: Imitar movimentos simples das mãos tais como bater palmas

Materiais: Contas, fio

Procedimento:

Uma vez que sabemos que o João gosta de enfiar contas, vamos usar essa

capacidade para trabalhar outra aptidão. Dê-lhe o fio e a conta e deixe-o enfiar.

Para as contas seguintes, faça com que o João bata as mãos imitando o professor

antes de este lhe dar a conta. No início é provável que tenha de bater as suas

mãos e guiar as mãos dele para que consiga bater as palmas. Quando ele se

acostumar à ideia de bater as mãos imitando o professor para obter outra conta,

mude a actividade de imitação para outra como por exemplo: bater na mesa ou

nas mãos do professor. Usando as contas como factor de motivação, será mais

provável que o João preste atenção ao que lhe é proposto e fazer o que for

necessário para conseguir outra conta.

16 – IMITAR COM PLASTICINA Imitação, motricidade

Motricidade fina,. manipulação

Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais por parte do professor e desenvolver

controle do movimento das mãos

Objectivo: Imitar movimentos simples envolvendo plasticina

Materiais: Plasticina

Procedimento:

Divida a plasticina em 4 bocados iguais. Coloque as 4 peças de um lado da mesa,

onde o João possa vê-las. Dê-lhe, em seguida uma peça enquanto fica com uma

peça para si. Assegure-se de que ele está a olhar para si e molde a plasticina em

forma de salsicha. Enquanto está a moldar a plasticina diga-lhe: “ Olha, faz tu.”.

Se ele não a tenta imitar ou se ele não usa um movimento de rolar a plasticina,

use a sua outra mão para fazer com que ele use o movimento adequado. Assim

que ele começar a usar a plasticina sozinho, recompense-o e coloque as duas

peças já usadas no outro lado da mesa. Repita o procedimento com as duas

peças restantes mas desta vez faça com que ele a imite a pressionar a plasticina

como se fosse uma panqueca. Após ele ter imitado essa actividade, coloque as

duas peças achatadas junto das duas primeiras e a actividade termina. Repita a

actividade muitas vezes e, à medida que ele fica com mais perícia, use mais

peças de plasticina e alterne os dois movimentos.

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17 – TOCAR DUAS PARTES DO CORPO POR IMITAÇÃO Imitação, motricidade

Motricidade global,. braços

Motricidade fina, coordenação de duas mãos

Meta: Aumentar a atenção e desenvolver aptidões de imitação mais avançadas

Objectivo: Imitar uma série de 3 acções envolvendo o toque simultâneo de duas partes

diferentes do corpo

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque o João, de pé, voltada para si e assegure-se que está a olhar para si.

Toque uma parte diferente do corpo com cada mão, por exemplo: coloque uma

mão em cima da cabeça e a outra na barriga. Exagere o movimento no sentido de

se assegurar que ele está a prestar atenção ao que está a fazer. Indique-lhe que

tem de a imitar. Diga-lhe “Faz tu.” e repita o movimento. Mantenha a posição para

que ele tenha continuamente um modelo para imitar. Se ele não fizer nenhum

esforço para imitar, coloque-lhe as mãos em posição. Se tentar imitar mas tem

dificuldade em realizar as duas acções, repita os dois movimentos e exagerando-

os diga “Cabeça e barriga.”.

18 – IMITAR EXERCÍCIOS COM O QUEIXO Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências orais motoras necessárias ao desenvolvimento da

linguagem

Objectivo: Desenvolver uma série de movimentos do queixo e da língua imitando o

professor

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se de frente para o João e diga “Faz como eu.”. Faça os seguintes

movimentos para que ele os imite:

a) Abra e feche a boca, batendo os dentes.

b) Fixe a cabeça e mova o queixo para a esquerda e depois para a

direita.

Provavelmente, necessitará da sua ajuda, por isso esteja preparada

para lhe mover o queixo com a sua mão.

c) Faça um movimento exagerado como se estivesse a mastigar e faça

com que ele o imite.

d) Deite a língua de fora, coloque-o dentro da boca, mova-a para a

esquerda e para a direita.

Como recompensa pela imitação, dê-lhe pedacinhos de comida difíceis de

mastigar, mas que sejam agradáveis (pastilhas, gomas, etc.).

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19 – IMITAR O USO DE MATERIAIS Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a imitação do uso de materiais.

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso variado de materiais comuns.

Materiais: Colher de madeira, tacho, bola, chave

Procedimento:

Sente-se em frente o João com os 4 objectos de um lado da mesa. Tire um objecto

e certifique-se que ele está a olhar e demonstre a utilidade que esse objecto tem.

Em seguida peça-lhe para imitar a sua acção, com a sua ajuda se necessário.

Substitua o objecto e repita o procedimento com o segundo objecto. Use o mesmo

objecto de formas diferentes e assegure-se que ele copia a acção que está a

demonstrar neste momento e não uma outra acção demonstrada com o mesmo

objecto. Evite escolher os objectos de formas previsível. Pode inclusive, usar o

mesmo objecto duas vezes seguidas com diferentes acções mas lembre-se de

guardar os objectos com os outros, mesmo que pretenda demonstrá-lo novamente.

Exemplo de uma rotina:

a) Lançar a bola.

b) Bater no pote com a colher.

c) Rolar a bola.

d) Achatar a chave.

e) Mexer no pote com a colher.

f) Rodar a chave.

g) Atirar a bola ao ar.

20 – IMITAR BRINCADEIRAS COM BONECOS Imitação, motricidade

Social, interacção individual

Meta: Aprender aptidões de jogo através da imitação

Objectivo: Imitar sérias de acções simples envolvendo bonecas

Materiais: 2 bonecos ou peluches, 2 toalhas pequenas, 2 lenços, 2 colheres pequenas, 2

chávenas pequenas, 2 caixas pequenas

Procedimento:

Sente-se com o João numa mesa, numa cama ou noutro sítio confortável. Dê-lhe

cada um dos objectos acima mencionados incluindo uma boneca e guarde um

conjunto para si. A professora coloca a sua boneca à sua frente e pede ao João

para fazer o mesmo. Só o ajude se ele parecer confuso. Coloque a boneca na caixa

e ponha a toalha por cima como se fosse deitá-la. Ajude o João a fazer o mesmo

com a boneca dele. Repita o procedimento com o lenço para limpar o nariz da

boneca. Use as colheres para alimentar a boneca e a chávena para lhe dar de

beber.

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21 – IMITAR SONS DE ANIMAIS

Imitação, vocal

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Melhorar a articulação, atenção e imitação dos movimentos da boca

Objectivo: Imitar os sons de 5 animais

Materiais: Animais de brincar ou desenhos de animais com sons distintos

Procedimento:

Faça com que o João se sente do outro lado da mesa com 5 animais ou figuras de

animais de um lado da mesa. Tire um dos animais e mostre-lho. Faça os sons

associado com cada animal assegurando-se que ele está a olhar para a sua boca.

Exagere o som e faça os movimentos da boca de forma clara e distinta. Faça com

que ele toque na sua boca enquanto faz o som. Dê-lhe o animal e encoraje-o a

emitir o som em questão. Recompense-o por tentar imitar e ajude-o com os

movimentos da boca. Animais adequados para trabalhar esta competência

incluem o cão, o gato, o carneiro, a vaca e a abelha.

22 – JOGOS MUSICAIS COM AS MÃOS

Imitação, motricidade

Motricidade fina, movimentos das mãos

Meta: Copiar os movimentos das mãos e posições durante as canções

Objectivo: Abrir e fechar os punhos imitando o adulto. Colocar as mãos no colo, na

cabeça e atrás das costas imitando

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma melodia simples, que possa ser repetida muitas vezes, para cantar à

medida que vai cantando:

“ Abre…fecha….abre…fecha,

bate as palmas, palmas, palmas.

Abre…fecha…abre…fecha.

Põe as mãos no colo, colo, colo”

As variações podem incluir “Pôr atrás das costas.”, e “Pôr na cabeça.”. Este é um

tipo de jogo musical que é frequentemente jogado nas escolas. É necessário que

a professora se sente numa cadeira, de frente para o João e, muito lentamente,

começar a cantar e a demonstrar a primeira linha da canção. Ajude-o a mover as

suas mãos imediatamente após ter feito a acção para que ele entenda que é

necessário fazer a mesma coisa. Somente após ele ter começado a compreender

o que se espera dele é que se deve acelerar o ritmo da canção.

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23 – IMITAÇÃO AVANÇADA COM PLASTICINA

Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Imitação, vocal

Meta: Aprender a aumentar a atenção aos movimentos do professor e desenvolver

força nos dedos

Objectivo: Imitar a construção de três figuras simples feitas com plasticina

Materiais: Plasticina

Procedimento:

Coloque 6 pedaços médios de plasticina na mesa. Coloque 3 em frente ao João e

guarde 3 para si. Com uma peça faça um objecto simples familiar ao João, como

por exemplo: uma taça, (ver figura). Faça com que a criança imite a sua

construção. À medida que vai fazendo a sua taça diga-lhe “Faz como eu.”. É

provável que tenha de lhe dirigir as mãos inicialmente mas, em seguida, continue

a moldar a sua taça para que ele tenha um modelo para imitar. Quando o João

tentar imitar a construção coloque de lado as duas supostas taças e recompense-

o. Siga o mesmo procedimento com os restantes pedaços de plasticina. Diga-lhe

o nome do objecto em questão de forma repetida e encoraje-o a imitar. Se ele

demonstrar dificuldade é bom ter uma terceira pessoa a ajudá-lo para que o

professor continue a moldar o objecto sem interrupções.

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24 – IMITAR MOVIMENTOS DE ANIMAIS

Imitação, motricidade

Motricidade global

Meta: Melhorar a imitação motora mais complexa e encorajar a imitação de memória

Objectivo: Imitar os movimentos de 3 animais

Materiais: 3 animais de peluche ou 3 figuras de animais (usar apenas animais com

movimentos distintos tais como um pássaro, um coelho ou um elefante)

Procedimento:

Encontre uma área espaçosa em que não haja a possibilidade do João tropeçar

em móveis. Mostre-lhe um dos animais e deixe os outros num sítio visível para

que ele possa aperceber-se de que a tarefa tem uma sequência. Mostre-lhe, por

exemplo, o pássaro e diga “Olha, o pássaro. O pássaro voa.”. Bata os braços

como se estivesse a voar e diga “Um pássaro voa.”. Tente fazer com que ele a

imite por uns segundos, mas de início é provável que o tenha de ajudar a fazer os

movimentos. Repita a actividade com os outros dois animais. Quando o João tiver

feito a actividade algumas vezes deve começar a conseguir ligar o nome à figura e

à actividade a realizar. Quando ele conseguir imitar estas acções com facilidade,

mostre-lhe um dos animais, mas hesite alguns segundos para ver se ele se

antecipa nos movimentos. Se ele parecer confuso devido ao facto da professora

não antecipar os movimentos, continue a actividade de imitação por mais algumas

sessões. É importante não ir depressa demais uma vez que o João pode não

estar à vontade com a tarefa.

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25 – JOGO DA ESTÁTUA Imitação, motricidade

Motricidade global

Meta: Melhorar a motricidade global

Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições

Materiais: Figuras de pessoas em várias posições

Procedimento:

Mostre a imagem de uma pessoa de pé e assuma essa posição, ajudando o João

assumir essa posição. Se possível, uma terceira pessoa ajudará o João a

posicionar os seus braços e pernas de forma a que ele possa estar sempre a

olhar para o modelo. Comece com diferentes posições para que ele não tenha

receio de perder o equilíbrio. Assim que as suas capacidades aumentem, faça

com que ele imite posições mais complicadas (ver figura).

26 – IMITAR ACÇÕES COM DUAS ETAPAS Imitação, motricidade

Motricidade global

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Melhorar a atenção, imitar as acções de outra pessoa e memorizar uma

sequência

Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições

Materiais: Figuras de pessoas em várias posições.

Procedimento:

Assegure-se que o João está a prestar atenção e desempenhe uma acção com

uma sequência de duas etapas. Assegure-se de que o João consegue

desempenhar cada movimento da rotina. Após lhe ter demonstrado a sequência

da acção acompanhe-o na sua execução e recompense-o. Em seguida, faça com

que ele desempenhe as acções pretendidas sozinho. Se ele desempenhar apenas

uma parte da sequência ou se entender a ordem de forma errada, guie-o através

das actividades novamente e depois recompense-o.

Exemplo de sequências com duas etapas:

a) Tocar a porta e em seguida andar à volta da mesa

b) Fechar a porta e sentar-se numa cadeira específica

c) Bater na mesa e depois bater na porta

d) Sentar-se numa cadeira e depois correr para a porta

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27 – IMITAR MUDANÇAS DE SOM (VELOCIDADE E VOLUME)

Imitação, motricidade

Percepção, audição

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a atenção e desenvolver conceitos de imitação de alto/baixo e

devagar/depressa

Objectivo: Imitar mudanças de velocidade e volume de um padrão enquanto bate com

uma colher numa panela

Materiais: 2 colheres , duas panelas

Procedimento:

Sente-se com o João à mesa, coloque uma panela e uma colher à sua frente e

guarde uma de cada para si. Comece a bater com a colher na panela a um ritmo

regular e moderado. Faça com que ele imite as suas batidas. Ajude-o a começar

se necessário, mas tente ajudar o menos possível. Tente bater na sua panela ao

ritmo dele. Quando os vossos ritmos estiverem quase iguais, comece a bater na

sua panela a um ritmo mais veloz (assegure-se que a mudança de ritmo seja

nítida). Se o João não aumentar o seu ritmo para igualar-se ao seu, use a sua

outra mão para o guiar para o ritmo pretendido. Diga: “Bate mais depressa, João.”.

Quando ele aumentar o ritmo, mesmo que seja com a sua assistência, diminua

novamente o ritmo e veja se ele a imita. Repita a actividade muita vezes até ele

conseguir prestar atenção à velocidade das suas batidas e ao padrão aproximado.

Quando o João conseguir imitar com sucesso a sua velocidade, use a mesma

estratégia para lhe ensinar a prestar atenção ao volume.

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PERCEPÇÃO

Muitos dos problemas de aprendizagem e do comportamento manifesto por

crianças com autismo resultam da percepção desordenada ou do processamento

deficitário da informação sensorial. Estas dificuldades podem envolver muitas

modalidades de combinação dos nossos sentidos, como audição, visão, tacto, olfacto

e gosto. Um dos problemas mais comuns nas crianças com autismo é a sua

incapacidade de integrar as diferentes modalidades de informação sensorial de forma

a conseguir uma imagem correcta do seu meio.

Os problemas de percepção de cada criança com autismo variam de caso para

caso. Uma criança pode parecer .não se aperceber de um som emitido perto dela,

mas. responder inadequadamente aos sons distantes do tráfego. Outras podem ter

preferência especial por um tipo de comida que não é usual, ou ficarem preocupadas

com o sabor ou o cheiro dos objectos. Algumas crianças com autismo podem ser

altamente responsivas a uma modalidade sensorial e não responder a outra

modalidade. O funcionamento pobre em qualquer modalidade sensorial pode causar

dificuldades adaptativas e as modalidades auditivas e visuais são, talvez, as mais

importantes por causa da sua associação com as funções cognitivas.

Hoje em dia, há uma grande preocupação com todas as outras áreas da

percepção e para isso os técnicos recorrem a outros técnicos especialistas nessas

mesmas áreas. Mas aqui, como nas outras áreas funcionais, é necessário para os

pais e professores incorporar um treino de percepção no programa individual da

criança. As capacidades de percepção têm de ser pensadas na criança com autismo

como outra área qualquer.

Seguidamente damos alguns exemplos de programas especiais de

aprendizagem focando essencialmente a percepção auditiva e visual que nos

parecem ser mais úteis para crianças de diferentes níveis de desenvolvimento.

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28 – DESCOBRIR UM OBJECTO ESCONDIDO

Percepção, visual

Motricidade fina, agarrars

Meta: Aumentar a atenção a objectos e manter uma imagem visual na memória da

criança por breves períodos

Objectivo: Observar um objecto a ser coberto e manter o interesse nesse objecto por um

breve período de tempo enquanto está escondido e, em seguida descobri-lo

Materiais: Pedaço de pano pequeno, comida ou brinquedo favoritos

Procedimento:

Mostre ao João o brinquedo e deixe-o manipular por um breve período de tempo.

Em seguida tire-lhe o brinquedo e coloque-o no chão mesmo à sua frente. Deixe

cair o pano em cima do brinquedo imediatamente. Diga “Oh-Oh.”, e ajude-o a

puxar o pano com a mão. Fique contente quando o brinquedo for descoberto para

o encorajar a participar na actividade. Dê-lhe cada vez menos ajuda manual à

medida que se habitua ao jogo e começa a descobrir sozinho o objecto.

29 – TRAJECTÓRIA VISUAL

Percepção, visual

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a atenção visual

Objectivo: Observar a mão de uma pessoa de forma a verificar a colocação de um

objecto.

Materiais: 3 taças pequenas ou tabuleiros, pequenas recompensas alimentares

Procedimento:

Sente-se, na mesa, de frente paro João com os 3 tabuleiros entre vós. Distancie

os tabuleiros 20 cm entre elas. Segure uma pequena recompensa alimentar tal

como um pedaço de chocolate ou um pedaço de bolo e coloque-o no seu campo

de visão. Assim que ele olhar para a recompensa, coloque-o num dos tabuleiros.

Se ele não tirar o pedaço de bolo imediatamente, encoraje-o a fazê-lo e aponte

para o tabuleiro em questão. Se ele não mostrar interesse, guie-lhe a mão até ao

pedaço de bolo. Repita a actividade quantas vezes for necessária até ele começar

a prestar atenção ao movimento da sua mão e começar a tirar o doce sem ajuda.

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30 – RECUPERAR OBJECTOS CAÍDOS

Percepção, visual

Motricidade fina, agarrar

Motricidade global, braço

Meta: Estimular a atenção visual para localizar um objecto

Objectivo: Observar um objecto cair, localizar a sua posição e baixar-se para o recuperar

Materiais: Uma taça pequena, 5 blocos coloridos

Procedimento:

Alinhe os 5 blocos na ponta da mesa e segure a taça no seu colo. Faça com que o

João se sente perto de si. Diga-lhe “Olha.” e, ao mesmo tempo, empurre um dos

objectos para fora da mesa. Actue como se estivesse surpresa. Aponte e diga-lhe

“ Olha, vai buscar.”. Se necessário ajude-o a localizar e a apanhar o bloco. Em

seguida, ajude-o a colocar o bloco dentro da taça que está no seu colo.

Imediatamente faça-lhe uma festa e elogie-o. Repita o procedimento com os 5

blocos. Em seguida diga-lhe “Acabou. Obrigado João” e dê-lhe um abraço e,

eventualmente, um pequeno lanche.

31 – ENCONTRAR UMA RECOMPENSA ESCONDIDA

Percepção, visual

Meta: Aumentar a atenção visual

Objectivo: Virar uma chávena para encontrar uma recompensa alimentar

Materiais: Chávena, pequenas recompensas alimentares (por exemplo rebuçados,

amendoins, uvas)

Procedimento:

Sente-se à mesa com o João à sua frente. Segure uma recompensa alimentar e

coloque-o no seu campo de visão. Chame-lhe a atenção: “Olha João.”. Assegure-

se que ele está a olhar e coloque a recompensa na mesa à sua frente.

Lentamente, coloque a chávena virada ao contrário em cima da recompensa. Em

seguida, segure-lhe a mão e ajude-o a tirar a chávena, fingindo-se surpresa

quando encontra o doce: “Olha João.”. Repita o procedimento com outra

recompensa mas encoraje-o e tirar a chávena sozinho. Continue a actividade até

ele perceber que tem de remover a chávena sem ajuda.

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32 – RECONHECER SONS FAMILIARES

Percepção, audição

Realização cognitiva

Meta: Alertar para sons familiares e reconhecê-los como um meio de comunicação

que precede um acontecimento

Objectivo: Parar uma actividade quando uma campainha toca, olhar na direcção do som

e, de seguida, virar-se para um adulto

Materiais: Campainha

Procedimento:

Antes de iniciar as actividades de tomar banho ou andar de carro, toque a

campainha atrás do João e diga: “Banho.” ou “Carro.” à medida que o prepara

para o banho ou para andar de automóvel. Se ele não se vira quando a

campainha toca, coloque-se ao seu lado para que note o movimento visualmente.

Não o deixe ver o movimento da campainha a não ser que esteja certo de que ele

não se apercebe do som. À medida que se habitua com esta rotina, ele notará o

som com mais rapidez. Toque sempre a campainha antes destas duas actividades

e não use a campainha noutras ocasiões. Quando ele se habituar a estas

actividades comece a espaçar o som.

33 – ASSOCIAÇÃO AUDITIVA

Percepção, audição

Social, interacção individual.s

Meta: Aumentar a percepção auditiva

Objectivo: Associar dois sons diferentes , discriminar dois sons e antecipar a acção

associada com cada um dos sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha dois sons engraçados e combine-os com duas actividades engraçadas.

Por exemplo: pode optar por fazer-lhe cócegas e dizer “ti-ti-ti” ou bater palmas e

dizem “buuuum”. Lembre-se sempre de associar o mesmo som com a mesma

actividade. O João eventualmente associará os sons às actividades distintas.

Após ter repetido esta rotina muitas vezes, faça uma actividade sem a outra, isto

é, faça-lhe cócegas sem o som, para ver se ele se antecipa. Por exemplo: hesite

uns segundos antes de lhe fazer cócegas e diga “ti-ti-ti”. Verifique se ele se

antecipa. Diga “buum” e verifique se ele antecipa o gesto de bater as mãos.

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34 – RECUPERAR OBJECTOS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar.

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)

Meta: Aumentar a atenção visual e a capacidade em discriminar objectos.

Objectivo: Pesquisar um espaço procurando um objecto desejado e recuperar esse

objecto sem se distrair com estímulos estranhos.

Materiais: Caixa média, 3 pares de objectos comuns ( por exemplo: sapatos, chávenas,

maçãs).

Procedimento:

Espalhe 3 objectos familiares em sítios visíveis da sala. Sente-se com o João num

local onde se possam ver os 3 objectos. Mostre-lhe um item idêntico a um dos

objectos espalhados. Por exemplo: segure um sapato e diga “Vai buscar o

sapato.”. Se ele tiver dificuldade em localizar o objecto, chame-lhe a atenção para

o mesmo apontando para a área onde ele se encontra. Se ele ainda mostrar

dificuldades, aponte directamente para o sapato. Como último recurso, dirija-lhe a

mão, mostre-lhe o sapato e diga “Vai buscar o sapato.” e encaminhe-o na

direcção do sapato. Coloque os dois sapatos no ponto de partida e, em seguida,

na caixa. Recompense-o assim que o par de objectos estiver na caixa, mesmo

que o tenha ajudado na tarefa.

Repita a actividade até que todos os itens se encontrem dentro da caixa. Se ele

tem desenvolvida capacidades adequadas de linguagem receptiva, use apenas

comandos verbais “Vai buscar o sapato.”, em vez de emparelhar os itens.

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35 – JOGO DA CONCHA

Percepção, visual

Social, interacção individual.s

Meta: Aumentar a percepção visual e memória

Objectivo: Associar dois sons diferentes, discriminar dois sons e antecipar a acção

associada com cada um dos sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se à mesa e coloque o João à sua frente. Para a primeira parte da

actividade use 3 copos diferentes. Coloque-os ao contrário em cima da mesa e à

frente da criança. Chame-lhe a atenção “Olha João.“ e mostre-lhe uma pequena

recompensa alimentar (algo que ele goste), assegurando-se que esta se encontra

dentro do seu campo de visão. Quando tiver a certeza que ele está a prestar

atenção à sua mão, esconda a recompensa debaixo de um dos copos. Não os

mova nem os troque de posição. Diga-lhe “Tira o bolo.” (bombom, rebuçado, etc.)

e aponte para os copos para que ele entenda que deve procurar a recompensa.

Se ele parecer confuso, guie a sua mão para levantar o copo apropriado. Aja

como se estivesse contente por achar a recompensa, elogie-o e dê-lhe a

recompensa. Quando ele conseguir encontrar a recompensa debaixo de 3 copos

diferentes, repita o procedimento usando 3 copos iguais. Quando conseguir

encontrar a recompensa usando 3 copos iguais, repita o procedimento, usando

apenas 2 copos, mas troque a sua posição após ter colocado a recompensa

debaixo de um delas. Lembre-se sempre de assegurar que o João está a prestar

atenção ao movimento da sua mão-

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36 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual e colocar objectos num local específico

Objectivo: Dispor 4 blocos segundo um padrão pré- estabelecido

Materiais: 4 blocos, cartões ou papel branco, marcadores

Procedimento:

Faça um número de folhas de trabalho de cartão, cartolina ou papel, executando o

traçado exterior de um quadrado e, dentro desse quadrado, desenhe 4 quadrados

dispostos de formas variadas tal como é mostrado na figura. Coloque uma das

folhas em frente do João e dê-lhe um bloco dizendo-lhe “Põe em cima.” ou. ”Põe

na casinha.”. Dirija a mão do João para colocar o objecto no sítio indicado,

recompense-o imediatamente e repita o procedimento até os 4 blocos estarem

nos devidos sítios. Repita o procedimento com uma segunda cartolina, mas no

quarto bloco diga-lhe “Põe na casinha.” (ou outra expressão que tenha decidido

adoptar) sem apontar o sítio indicado. Verifique se ele procura o quadrado que

falta preencher. Reduza gradualmente a sua ajuda de forma a que, para o final,

não necessite de apontar.

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37 – DISCRIMINAR DESENHOS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aumentar competências visuais e de emparelhar

Objectivo: Emparelhar pares idênticos de desenhos simples

Materiais: Papel, marcadores ou lápis

Procedimento:

Use marcadores grossos para fazer desenhos simples mas cheios (ver figura).

Coloque apenas um desenho por folha mas faça em duplicado. Coloque um

conjunto de desenhos em frente do João de forma a que ele os veja a todos ao

mesmo tempo. Guarde, no seu colo, os desenhos que combinam com os que

estão expostos. Dê-lhe um dos desenhos que tem no colo e diga-lhe “Procura o

desenho igual.”. Segure-lhe a mão e dirija-a aos desenhos que estão expostos. Se

o desenho não for igual, diga-lhe “Não é igual.” e compare-o com os cartões

seguintes. Quando encontrar o desenho igual, diga-lhe “Este é igual.” e coloque

os dois cartões lado a lado, assegurando-se que o João está a ver enquanto

compara os desenhos. Repita o procedimento até todos os desenhos estarem

emparelhados. No início não use mais que 3 desenhos por conjunto, mas,

gradualmente, aumente o número e complexidade dos desenhos à medida que as

suas capacidades aumentam.

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38 – DISCRIMINAR OBJECTOS QUE PRODUZEM SONS

Percepção, audição

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a percepção auditiva

Objectivo: Emparelhar os sons de diversos objectos

Materiais: 3 pares de objectos que produzam som (castanholas, sino, campainha, boneco

de apertar, apito, etc.)

Procedimento:

Sente-se com o João numa mesa. Coloque 2 objectos diferentes na mesa, à sua

frente, guarde 2 objectos iguais para si e coloque-os à sua frente. Use um deles

de forma apropriada e, de seguida, segure a mão do João e ajude-o a usar o

objecto igual por forma a produzir o mesmo som. Coloque-o no mesmo lugar e

repita o procedimento com o segundo objecto. Coloque-o no seu lugar original

(em cima da mesa). Volte a produzir som com o 1º objecto e encoraje-o usar o

seu. Verifique se ele escolhe o objecto correcto. Se ele não o faz, pare-a e guie-

lhe as mãos para aquela que está certo. Repita o procedimento, alternando entre

os dois objectos. Quando o João conseguir escolher o objecto produtor de som

correctamente e de forma consistente, comece a variar o padrão de escolha de

forma a não alternar entre os dois (por exemplo: escolha duas vezes o 1º e uma

vez o segundo, etc..).

Finalmente coloque os seus objectos numa caixa atrás das costas. Escolha um

deles e produza um som de forma a que o João não consiga ver qual está a usar.

Faça com que ele escolha o objecto correcto e emita o som apropriado. À medida

que vai adquirindo mais competências, aumente o números de objectos de som

mas assegure-se sempre que cada um delas produz um som distinto.

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39 – CAIXA DE ENCAIXES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar.

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a procura visual, emparelhar, coordenação óculo-manual

Objectivo: Inserir 3 objectos numa caixa de encaixes simples

Materiais: Caixa de sapatos, 3 itens de vários tamanhos e formas ( por exemplo: uma

conta, 2 blocos diferentes)

Procedimento:

Corte o formato de 3 objectos simples na tampa da caixa de sapatos. Assegure-se

que os objectos podem ser introduzidos nesses espaços sem dificuldade.

Demonstre ao João como colocar o objecto no sítio correcto e insira o objecto na

caixa. Dê-lhe um segundo objecto. Se ele parecer confuso, guie a sua mão no

sentido de ele conseguir colocar o objecto correctamente: dirija a sua mão para o

orifício. Se não couber diga “Não.” e mova a mão para o orifício seguinte. Quando

encontrar o sítio correcto diga “Sim.” e ajude-o a inserir o objecto.

Repita o procedimento até o João conseguir colocar todos os objectos

sem assistência. Quando esta caixa se tornar fácil para ele, construa

uma mais difícil com diferentes objectos.

40 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS

Percepção, visual

Imitação, motor

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a capacidade de perceber diferenças em desenhos e Imitar o uso de

materiais para copiar esses desenhos

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Objectivo: Dispor 5 blocos de forma a imitar a disposição dada pelo professor

Materiais: 10 blocos

Procedimento:

Sente-se com o João na mesa e coloque à sua frente 5 blocos, guardando 5 para

si. Diga-lhe “Olha João.“ e disponha os seus blocos de uma forma distinta (ver

figura), assegurando-se que ele está a prestar atenção à forma como dispõe os

cubos ou blocos. Aponte para os blocos que ele tem à frente e diga “ Faz tu”. De

início terá de lhe guiar as mãos para que ele consiga colocar os cubos de forma

apropriada. Repita o procedimento com 3 padrões diferentes por sessão. Reduza

a sua assistência assim que ele começar a copiar os desenhos sozinho.

Recompense-o cada vez que conseguir copiar correctamente a disposição dos

cubos da professora.

41 – ESCOLHER FORMAS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aumentar a atenção visual e competências de emparelhar

Objectivo: Escolher 3 formas diferentes

Materiais: Papel grosso colorido

Procedimento:

Corte vários triângulos, quadrados e círculos, assegurando-se que cada forma é

do mesmo tamanho e cor. Coloque um exemplar de cada um em frente ao João.

Dê-lhe as outras formas, uma de cada vez, e peça-lhe para as colocar no conjunto

apropriado. Se ele parecer confuso, guie a sua mão para emparelhar as formas de

maneira correcta, dizendo “É esta.” ou “Não é esta.”. Além disso, vá nomeando as

formas à medida que as tenta colocar no sítio correcto. O João poderá não

entender os nomes, de início, mas habituar-se-á a ouvir diferenças nos sons

desses nomes.

42 – DISCRIMINAR TAMANHOS E FORMAS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aumentar a atenção visual e as competências de emparelhar

Objectivo: Emparelhar formas ou diferentes tamanhos

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Materiais: Papel, cartão cola, tesouras

Procedimento:

Corte pares de quadrados, triângulos, círculos e rectângulos de diferentes

tamanhos. Assegure-se que todas as formas são da mesma cor. Cole um dos

conjuntos numa cartolina e guarde as formas correspondentes (ver figura).

Coloque a cartolina em frente do João, dê-lhe uma das formas e faça com que ele

procure a figura correspondente. Se ele parecer confuso, mostre-lhe como colocar

a figura no sítio correcto, comparando-a com as figuras da cartolina, uma a uma.

Repita o procedimento, até todas as formas terem sido colocadas.

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43 – PUZZLES – I

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual e a percepção da forma

Objectivo: Observar a mão do professor, tirar uma peça do puzzle da sua mão e

emparelhá-la com o local apropriado do puzzle

Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças

Procedimento:

Retire todas as peças do puzzle e coloque o encaixe em frente do João. Guarde

as peças no seu colo onde ele não as possa ver. Coloque uma das peças no seu

campo de visão e diga “Olha.”. Assegure-se de que ele está a olhar para a peça,

coloque-o na mão frente do João e ajude-o rodar até que ele a consiga colocar no

encaixe. Repita o procedimento com as outras peças, retirando a assistência

manual de forma gradual, à medida que ele começa a conseguir desempenhar

essa actividade sozinho. Recompense-o de cada vez que ele conseguir colocar

correctamente as peças. Se ele tem dificuldade em colocar a peça no encaixe, dê-

lhe toda a assistência possível antes dele se mostrar frustrado. O objectivo da

tarefa é simplesmente encaixar as peças nos locais certos. Assegure-se que lhe

mostra a peça de diferentes locais de cada vez que ele tiver que visualizar a sua

mão.

44 – PUZZLES – 2

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual

Objectivo: Observar a mão do professor e colocar as peças no local apropriado do puzzle

Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças

Procedimento:

Retire as peças do puzzle e espalhe-as de forma que fiquem ao seu lado. Diga “

Olha João.” e aponte para uma das peças. Quando ele olhar, diga-lhe para a

colocar. Se necessário, guie-lhe as mãos para que segure a peça, para que a

compare com os vários encaixes e para que a coloque no local apropriado. Se ele

tentar colocar outra que não a indicada por si, pare-a e dirija a atenção para a

peça correcta. Repita o procedimento até todas as peças estarem no puzzle. Uma

vez que isto é uma tarefa perceptiva primária, não se preocupe demasiado se ele

não conseguir colocar totalmente a peça no encaixe, mas recompense-o cada vez

que ele descubra o encaixe correcto.

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45 – DISCRIMINAR CORES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a atenção visual, a discriminação da cor e a generalização da cor

Objectivo: Escolher um grupo de 8 objectos diferentes pela cor

Materiais: 8 objectos diferentes , 4 de uma tonalidade e 4 de outra (escolha cores

parecidas, o mais semelhante possível), 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque os dois tabuleiros em frente do João. Coloque um objecto num tabuleiro

e nomeie a cor; coloque outro objecto, de cor diferente, noutro tabuleiro e nomeie

a cor. Guarde os objectos no seu colo para que o João não se distraia. Dê-lhe os

objectos, um de cada vez, nomeando sempre a cor. Faça com que ele coloque

cada item no tabuleiro de acordo com a cor. Se ele colocar o objecto no tabuleiro

correcto, diga “Sim, é azul.” e recompense-o imediatamente. Continue o

procedimento até todos os objectos estarem colocados nos sítios correctos.

Quando ele demonstrar à vontade nesta tarefa, adicione uma terceira cor.

Lembre-se sempre de nomear a cor sempre que lhe dá uma peça para que se

habitue a percepcionar a diferença dos sons.

46 – COMBINAR CORES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Melhorar a discriminação da cor, a atenção visual e as competências de

emparelhar

Objectivo: Combinar blocos coloridos com papel colorido semelhante

materiais: Blocos coloridos, papel a combinar

Procedimento:

Coloque 2 quadrados diferentes e coloridos numa folha de papel branco. Guarde

os blocos coloridos no seu colo. Dê ao João um dos blocos diga-lhe para ele

procurar o da mesma cor. Se necessário, guie-lhe a mão. Então, ajude-o a colocar

o segundo bloco no segundo quadrado de papel da mesma cor. Elogie-o

imediatamente. Repita o procedimento com os mesmos materiais mas não lhe

guie a mão. Se ele tentar colocar um bloco em cima de um quadrado de cor

diferente diga “Não.” e guie a mão para o quadrado apropriado. Repita o

procedimento até que ele consiga colocar os blocos nos quadrados correctos,

sem assistência. à medida que a tarefa começa a ficar fácil para ele, introduza

blocos e quadrados de papel de outra cor diferente.

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47 – PERCEPÇÃO DE SONS

Percepção, audição

Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a percepção auditiva

Objectivo: Perceber um número de sons diferentes e imitar esse sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se à mesa e coloque o João na sua frente. Chame-lhe a atenção dizendo o

seu nome e bata imediatamente com os nós dos dedos na mesa. Faça uma

pequena pausa entre cada batida de forma que os sons sejam distintos. Encoraje-

o a fazer o mesmo e guie a sua mão para bater na mesa duas vezes. Elogie-o e

recompense-o imediatamente. Repita o procedimento, mas desta vez bata duas

vezes. Ajude-o novamente a bater três vezes e recompense-o. Finalmente bata

apenas uma vez e ajude-o mais uma vez. À quarta vez, bata novamente duas

vezes mas não o ajude. Se ele tentar bater mais ou menos vezes diga “Não.” e

bata duas vezes. Ajude-o a bater duas vezes. Repita o procedimento até o João

conseguir copiar, de forma consistente, o número de vezes que o professor bateu.

Quando ele se habituar à tarefa, bata no topo da mesa para que ele possa apenas

ouvir as diferentes batidas que deveria realizar. Se ele parecer confuso, aponte

para a sua orelha (da professora) e, de seguida, toque a do João e bata

novamente.

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48 – JOGO DE DOMINÓ

Percepção, visual

Social, interacção individual

Meta: Jogar dominós com outra pessoa

Objectivo: Emparelhar conjuntos e esperar a sua vez

Materiais: Conjuntos de dominós e conjuntos de cartas pintadas com os padrões dos

dominós.

Procedimento:

Coloque as cartas numa linha, na mesa (ver figura A). Dê ao João, uma carta de

cada vez para colocar na pilha correcta (colocar as cartas com duas pintas juntas,

com quatro pintas, etc..). Não lhe peça para contar as pintas pois o objectivo é

fazer com que ele reconheça visualmente cada conjunto. Quando ele conseguir

realizar essa tarefa sem dificuldade, mostre-lhe que cada carta é como uma das

metades duma peça de dominó. Pratique esse emparelhar com uma carta e com

uma metade duma peça de dominó (ver figura B). Quando o João conseguir

realizar esta actividade com diferentes peças, é altura de iniciar um jogo do

mesmo género, em que joga ele e a professora, um de cada vez. Coloque 6

dominós num tabuleiro. Os jogadores tiram um dominó do tabuleiro e verificam se

combinam com as cartas que estão dispostas na mesa. Se tal não acontece, os

jogadores podem tirar um dominó extra da pilha. Não se joga por competição ou

para contar pontos. Este jogo serve apenas para combinar conjuntos e para

aprender a jogar por turnos.

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49 – COPIAR A SEQUÊNCIA DE UM DESENHO

Percepção, visual

Motricidade fina, manipulação

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Reconhecer uma sequência e copiá-la

Objectivo: Copiar uma sequência de cortes de papel, trabalhar da esquerda para a direita

Materiais: Papel colorido cortados em várias formas (rodas pretas de 3 cm, rectângulos e

quadrados, dois de cada tamanho), papel branco com duas linhas desenhadas

(ver figura)

Procedimento:

Mostrar a folha de trabalho ao João apontando para o semáforo desenhado à

esquerda. Dizer-lhe “Olha, vou fazer uma fila com carros parados no semáforo.”

(ou outra expressão mais simples). Junte as rodas e os quadrados e as rodas

para formar uma linha com 3 carros. Peça ao João para repetir “Primeiro o carro

vermelho e grande, depois o carro azul e por fim o verde comprido”. Agora, peça-

lhe para, na linha de baixo, fazer uma linha de carros iguais à que fez. Após ele

ter juntados as peças correctamente, peça-lhe para as passar para o papel. No

dia seguinte, use um tema diferente mas ainda com uma sequência de 3 objectos

(exemplo: caixas grandes, médias e pequenas debaixo de uma arvore de Natal,

etc.). Assegure-se que o João trabalha sempre da esquerda para a direita.

Quando verificar que ele entende a sequência, faça com que ele copie sequências

de formas e cores que não são representativas de objectos concretos.

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50 – LEITURA GLOBAL

Percepção, visual

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Ler globalmente 5-10 palavras

Objectivo: Emparelhar a palavra escrita com o objecto e dizer a palavra.

Materiais: Cartões, fita cola, palavras escritas

Procedimento:

Coloque as palavras nos cartões e faça 5 cópias de cada palavra. Primeiro,

ensine o João a emparelhar as palavras para ter a certeza de que ele sabe que

são as mesmas (ver figura). Agora cole, com fita cola, a palavra ao objecto em

questão (cole a palavra “mesa” no objecto “mesa”, etc. ). Sente o João na cadeira,

segure o cartão e pergunte “O que diz neste cartão?”. Se ele não souber, diga-lhe

e peça-lhe para colocar o cartão no objecto real. Quando ele o fizer, tranquilize-a

dizendo “ Sim, isso diz...” (nome do objecto). De seguida, peça-lhe para repetir a

palavra. Continue com este jogo diariamente, dando-lhe ajuda assim que ele

hesitar. Quando vir que ele se lembra das palavras, teste-o, removendo os cartões

previamente colados ao objecto e veja se ele ainda consegue ler os cartões e

apontar ou colocar o rótulo no objecto. Se o João conseguir lembrar-se das

palavras por uma semana, sem ajuda do objecto real, então tente ensinar-lhe

mais algumas. Ensine-lhe palavras que lhe sejam úteis mais tarde quando lhe

quiser dar instruções tais como “Apaga a luz.” ou “Coloca aqui a roupa suja.”.

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MOTRICIDADE GLOBAL

O desenvolvimento das competências de motricidade global é uma parte

importante de qualquer programa pedagógico infantil. Apesar destas capacidades nas

crianças com autismo e nas crianças com perturbações de desenvolvimento se

desenvolverem normalmente, na maioria dos casos, é sempre necessário ensinar

novas competências usando as mesmas técnicas. A energia, a força e a agilidade de

uma criança com autismo pode estar mais desenvolvida do que a sua compreensão

verbal ou social. Implementando um programa para a motricidade global,

conjuntamente com o programa geral, podemos usar actividades divertidas que

apoiam a tomada de consciência do seu corpo e da sua relação com o meio.

Podemos também usar essas actividades no estabelecimento de limites

comportamentais e sociais apropriados, e no desenvolvimento de competências em

quase todas as áreas de funcionamento. A hiperactividade demonstrada por algumas

crianças com autismo, pode ser gerida mais eficazmente no contexto de um programa

de motricidade global.

Existe um número cada vez maior de sistemas escolares que utilizam

terapeutas em currículos realizados para o desenvolvimento de motricidade global.

Pensamos, no entanto, que é importante que sejam os pais e professores a

desenvolver esta área e que consultem os terapeutas de motricidade apenas quando

for necessário. Professores e pais estão em melhor posição para integrar essas

actividades estruturadas na sala de aula e em casa.

Os problemas mais comuns das crianças com autismo, no que respeita a

motricidade global, são:

1. falta de energia e força muscular

2. fraco controle do equilíbrio

3. falta de jeito para contornar obstáculos

4. fraco controle na força e na velocidade

5. dificuldade em organizar o corpo todo numa acção motora

única.

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51 – BATER AS PALMAS

Motricidade global, braços

Meta: Aumentar a coordenação bilateral de movimentos

Objectivo: Bater as mãos na linha média

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente a criança no seu colo, de frente para si. Bata as palmas devagar enquanto

vai cantando uma melodia simples e vai dizendo com ritmo “Palminhas,

palminhas, João.”. Então faça-lhe cócegas devagar de forma a que ele goste. De

seguida, segure-lhe nas mãos e ajude-o a bater palmas enquanto repete a

canção. Faça-lhe cócegas mais uma vez. à medida que ele se habitua ao jogo,

reduza gradualmente a ajuda, segurando-lhe os pulsos, a seguir a parte inferior

dos braços e, finalmente, toque-lhe apenas nas mãos para lhe indicar que deve

começar a bater palmas.

52 – SENTAR-SE, SEM AJUDA

Motricidade global, corpo

Meta: Conseguir sentar-se sem ajuda

Objectivo: Voltar-se e usar os braços para impulsionar o movimento

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sempre que for brincar com o João ou movê-lo para outro local da casa, pratique

a rotina de sentá-lo em primeiro lugar em vez de, simplesmente, levantá-lo.

Enquanto ele estiver deitado coloque o braço direito do João ao seu lado. Então,

segure o seu braço esquerdo e empurre-o ligeiramente de forma a que o seu peso

fique sobre o braço direito. Enquanto continua a puxar para a frente, ajude o João

a levantar o cotovelo direito de forma a que a sua mão fique espalmada no chão

(servindo assim de suporte para que se levante). À medida que se vai habituando

à rotina, ajude-o cada vez menos de forma a que, quando a segurar no braço

esquerdo, ele se comece a impulsionar sem ajuda. Se seguir esta rotina cada vez

que o levantar, ele começará a antecipar os movimentos.

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53 – PROCURAR UM OBJECTO Motricidade global, braços

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a capacidade da criança de atender às suas necessidades sem ajuda

Objectivo: Procurar objectos e colocá-los ao nível dos Olhas

Materiais: Animal de peluche ou outro brinquedo

Procedimento:

Pendure por um fio um animal de peluche, por exemplo: numa porta e assegure-

se que o objecto fica à altura dos olhos do João, de forma a que ele possa chegar-

lhe facilmente. Diga-lhe “Mexe no boneco.” e recompense-o cada vez que ele se

esticar para o tocar. Quando ele tiver aprendido a esticar-se para apanhar o

brinquedo, coloque um brinquedo pequeno na ponta da mesa. Assegure-se que o

João vê o brinquedo e diga “Vai buscar o brinquedo.”. Quando ele retirar o

objecto, elogie-o e deixe-o brincar por alguns minutos. Repita o procedimento

várias vezes mas lembre-se que após esta actividade os objectos que estejam em

cima ou nas pontas das mesas não estarão a salvo. Assegure-se que objectos

que se possam partir ou sejam perigosos não sejam colocados nesses locais.

54 – APANHAR Motricidade global, braços

Socialização, interacção individual

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)

Meta: Desenvolver competências motoras dos braços e interacção social apropriada

Objectivo: Jogar à apanhada com outra pessoa

Materiais: Bola tamanho médio

Procedimento:

Faça com que o João fique de frente para si, distanciada cerca de 30 cm. Faça

com que ele vire as palmas das mãos para cima e dê-lhe a bola. Então, coloque

as suas mãos da mesma maneira, e diga “Dá-me a bola.”, ou faça um gesto que

signifique dar a bola. Se ele não responder, repita as palavras ou gestos e tire-lhe

a bola. Elogie-o imediatamente, mesmo que tenha tido de lha tirar das mãos.

Repita o procedimento até que o João aprenda a lidar com a bola.

Distancie-se mais 30 cm dele e atire a bola devagar para que ele a apanhe. Não

se preocupe se, de início, ele não a conseguir apanhar. Simplesmente volte à

posição inicial, mas agora é o João que segura a bola. Diga-lhe “Dá a bola.” ou

faça um gesto apropriado para esse efeito. Se ele ficar confuso com a distância

adicional, mime a acção de atirar a bola. Continue a atirar a bola mesmo que ele

não a consiga apanhar, até que aprenda a fazê-lo. Elogie-o por atirar a bola de

forma apropriada mas, se a apanhar seja mais generosa com o elogio no sentido

de o deixar saber que conseguiu realizar algo de excepcional.

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55 – PASSAR POR CIMA E FICAR EM CIMA DE OBSTÁCULOS

Motricidade global, braços

imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação e a confiança nas capacidades relacionadas com a

motricidade global

Objectivo: Passar por cima ou ficar em cima de diversos obstáculos

Materiais: Caixas de sapatos, banco, livro grande, pacotes do leite

Procedimento:

Disponha uma série de caixas de sapatos e pacotes de leite no chão. Mostre à

criança como passar por cima de cada obstáculo usando movimentos

exagerados. Em seguida, ajude-o a passar por cima mesmo que o tenha de

levantar ligeiramente, dizendo ao mesmo tempo “Por cima.”, todas as vezes que

passar por cima de um obstáculo. Quando ele conseguir passar por cima dos

pacotes de leite e das caixas de sapatos, ajude-o a ficar em cima dum banco

baixo ou dum livro largo. Demonstre como fica em cima do livro (1º um pé e

depois o outro), dizendo “Em cima.”. Ajude-o a imitar as suas acções. Repita a

actividade tantas vezes quantas forem necessárias até conseguir realizar a

actividade sem assistência. Não espere que ele responda correctamente apenas

aos comandos verbais “Em cima.” e “Por cima.”. Aponte sempre para o topo do

objecto quando quiser que ele fique em cima de algo.

56 – CORRIDA DE OBSTÁCULOS

Motricidade global, corpo

Percepção, visual

Meta: Melhorar a coordenação e o equilíbrio e desenvolver a capacidade de seguir

um percurso visual

Objectivo: Seguir um percurso envolvendo movimentos “debaixo de, em cima de ou à

volta de” séries de obstáculos simples

Materiais: Mobília, corda

Procedimento:

Coloque uma corda colorida, se possível, numa dependência da casa de forma a

contornar vários móveis, debaixo das cadeiras, em cima das mesas, etc. Chame a

atenção do João e coloque uma recompensa no final da corda. Então guie-o pelo

percurso que a corda exige. No final da corda, ele recebe a recompensa. Depois

de ter realizado, com o João o percurso algumas vezes, verifique se ele o

consegue realizar sozinho. Mantenha-se perto dele e, se parecer confuso, dirija a

atenção para a corda. Lembre-se de criar obstáculos simples, de início.

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57 – APANHAR BRINQUEDOS DO CHÃO

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Apanhar um objecto do chão sem perder o equilíbrio

Materiais: Animal de peluche, bloco, bola, caixa pequena

Procedimento:

Colocar um animal de peluche no meio do chão afastado da mobília e de

perigos potenciais. Ande com o João até ao brinquedo e mostre-lhe que se

dobra para o apanhar. Então coloque o brinquedo novamente no chão e

indique-lhe para o fazer também. Segure-o, se for necessário, enquanto ele

o faz. Recompense-o, deixando-o brincar com o animal alguns minutos.

Repita o procedimento tantas vezes quanto as necessárias, até que o João

seja capaz de se baixar para apanhar o objecto sem perder o equilíbrio.

Quando o João estiver seguro do seu equilíbrio, espalhe um número de

brinquedos um pouco mais pequenos na sala. Comece com 2 ou 3 blocos

ou bolas e coloque-os no chão, num sítio visível enquanto ele estiver a ver.

Leve consigo uma caixa e caminhe com o João até ao sítio onde estão

esses brinquedos. Faça com que ele apanhe os objectos e os coloque na

caixa. Reforce-o quando todos os objectos estiverem na caixa.

58 – BLOCOS GRANDES

Motricidade global, corpo

Meta: Melhorar a capacidade da criança de caminhar enquanto transporta objectos

Objectivo: Apanhar, carregar e empilhar 4 blocos largos

Materiais: 4 caixas de sapatos, papel colorido

Procedimento:

Transforme as caixas de papel em blocos, enchendo-as com papel de jornal.

Coloque as respectivas tampas e forre-as com papel colorido. Espalhe os blocos

no chão, assegurando-se que estão visíveis. Dirija a atenção do João para um dos

blocos e diga: “Vai buscar o bloco.”. Faça com que ele apanhe a caixa e a traga

de volta. Ajude-o apenas se ele precisar. Repita o procedimento até o João

conseguir recolher todos os blocos. Mostre-lhe como se empilham os dois

primeiros blocos e faça com que ele empilhe os seguintes. Ajude-o se necessário.

Quando estiverem todos empilhados, deixe-o dar um pontapé e recomeçar.

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59 – SUBIR DEGRAUS

Motricidade global, corpo

Meta: Melhorar o equilíbrio, coordenação e a capacidade da criança em mover-se de

forma independente

Objectivo: Subir degraus sem alternar os pés

Materiais: Degraus, fio, lápis

Procedimento:

Quando o João conseguir pisar em objectos de forma consistente (ver actividade

55), comece a trabalhar com os degraus. Faça com que ele fique de pé em frente

delas. Fique ao seu lado e segure-lhe na mão. Diga “Para cima.” ou “Upa.” ou outra

expressão semelhante e coloque o seu pé esquerdo em cima do degrau. Repita

“Para cima.” e dê-lhe um pequeno empurrão até que ele levante o seu pé esquerdo.

Ajude-o se necessário. Elogie-o e repita o procedimento. Quando ele conseguir

subir 3 degraus segurando a sua mão mas sem que tenha de lhe mover os pés,

repita a actividade, mas deixe-o segurar apenas um dos seus dedos. À medida que

as suas capacidades e confiança aumentam faça com que ele suba os degraus,

mas em vez de a deixar segurar um dos seus dedos, faça com que ele segure a

ponta de lápis enquanto o adulto segura a outra ponta. Depois, substitua o lápis por

um fio. Finalmente, apenas suba ao seu lado para fazer com ele se sinta segura.

60 – ROLAR UMA BOLA – 1

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção visual

Meta: Seguir um objecto visualmente, controlá-lo manualmente e dirigi-lo para um

alvo.

Objectivo: Apanhar uma bola e fazê-la rolar sem ajuda.

Materiais: Bola grande

Procedimento:

Sente-se no chão distanciada da criança sensivelmente 1,5 metros. Diga “Olha,

João” e role a bola devagar na sua direcção. Se ele se mover para a apanhar,

gesticule para que a devolva. De início, é provável que necessite de uma terceira

pessoa que se sente por detrás dele e lhe guie as mãos. Quando ele se aperceber

que o que se pretende dele é que apanhe a bola, comece a rolá-la em diferentes

direcções. Por exemplo pode começar por fazer rolar a bola para o seu lado

esquerdo e direito de forma a que ele tenha de seguir a bola visualmente e

posicionar-se para a alcançar.

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61 – ROLAR A BOLA – II Motricidade global, braço

Percepção, visual

Meta: Desenvolvimento do braço e aprender a rolar uma bola

Objectivo: Rolar uma bola contra a parede, apanhá-la consistentemente sem ajuda

Materiais: Bola grande

Procedimento:

Sente-se no chão à distância de um metro da parede. Faça com o João se sente

ao seu lado. Pode ser que, de início, tenha de usar as suas pernas para impedir

que ele se vá embora. Coloque a bola no seu campo de visão e role-a, devagar,

contra a parede. Apanhe-a quando ele voltar para si. Então coloque a bola nas

mãos do João e ajude-o a rolar a bola contra a parede. Ajude-o também a

apanhar a bola quando esta voltar. Reduza gradualmente a sua ajuda até que ele

consiga rolar a bola sem ajuda, ver para onde vai a apanhá-la.

62 – CAMINHAR SEM AJUDA Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver a confiança nas capacidades motoras

Objectivo: Andar 6 metros sem ajuda

Materiais: Metro articulado, corda

Procedimento:

Delimite uma área para andar, livre de obstáculos. Coloque duas peças de fio no

chão para significar as linhas de chegada e de partida. Distancie as linhas 1 metro

entre si e, gradualmente, aumente a distância entre elas à medida que as aptidões

do João aumentam. Coloque uma recompensa, talvez um pedaço de bolo ou um

boneco, no final do percurso para lhe mostrar exactamente até onde ele vai.

Coloque-se na linha de partida e ajude o João a chegar à outra linha seguinte,

segurando-a pelas mãos. Se ele não tentar mexer os pés levante-a ligeiramente

de forma a que dê alguns passos. Deixe-o parar e descansar se necessário mas

mantenha-o numa posição erecta para fortalecer as pernas. À medida que o João

se tornar mais autónomo, deixe que faça o percurso segurando apenas uma das

suas mãos. Quando ele conseguir andar uma distância de 3 metros, segurando

apenas uma das suas mãos, faça com que ele segure a ponta de um metro

articulado, enquanto o adulto segura a uma pequena distância a mão da criança.

Continue a percorrer o caminho e vá movendo a sua mão para o outro extremo do

metro articulado. Quando ele conseguir andar uma distância de 6 metros

segurando o metro articulado, substitua-o por um pedaço de corda com cerca de

0,5 metro e repita o procedimento. Quando o João conseguir andar uma distância

de 6 metros segurando a extremidade do fio, enquanto o adulto segura a outra,

encoraje-o a fazê-lo sem segurar nada. De início o adulto terá de se manter perto

dele, mas tente, gradualmente, separar-se dele enquanto está a andar.

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63 – CAMINHAR PARA OS LADOS E PARA TRÁS

Motricidade global, corpo

Percepção, visual

Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver várias formas de andar

Objectivo: Andar para os lados e para trás enquanto mantém o equilíbrio

Materiais: Puxar fio com brinquedo

Procedimento:

Coloque o fio na mão do João e reforce-o quando ele o agarra com a sua própria

mão. Comece a andar de forma que, ao puxar o brinquedo, este fique atrás de si.

Dirija a sua atenção para o brinquedo de modo a que o João tenha de voltar a

cabeça para o ver enquanto ainda anda para trás. Quando ele se sentir bem

andando de lado, faça com que se volte e fique de frente para o brinquedo. Então,

vocês os dois andam para trás enquanto olham para o brinquedo. Se ele mostrar

pouco interesse em andar para trás olhando o boneco, tente com outro, ou então

faça um ruído que combine com o brinquedo (por exemplo: choo - choo, enquanto

puxa um comboio), para o encorajar a prestar atenção. Quando o João se puder

movimentar facilmente, enquanto olha o boneco, faça com que ele puxe o

brinquedo à volta de móveis para que se acostume a prestar atenção ao que está

à sua frente e atrás de si.

64 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: TOQUES NOS DEDOS DOS PÉS

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a flexibilidade e a condição física geral

Objectivo: Tocar os dedos 10 vezes

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se perto do João com os seus braços direitos e as palmas das mãos

pousadas no chão. Ajude-o a assumir posição similar. Faça com que ele perceba

que se pretende que ele a imite e, devagar, dobre-se pela cintura até tocar os

joelhos. Em seguida, toque os joelhos. Se o João demonstrar dificuldade na

imitação, pode ser útil ter uma terceira pessoa para ficar atrás dele para o ajudar a

assumir as posições que se pretendem. Gradualmente tente chegar com as mãos

ao chão até que consiga tocar nos pés sem dobrar excessivamente os joelhos.

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65 – ABRIR GAVETAS E ARMÁRIOS Motricidade global, braço

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a capacidade da criança em satisfazer as suas próprias

necessidades e desenvolver a força das mãos e braços.

Objectivo: Abrir gavetas e armários sem ajuda.

Materiais: Pequenos brinquedos, armários com gavetas e portas.

Procedimento:

Assegure-se que o João está a vê-la esconder o brinquedo favorito ou uma

recompensa num armário. Lentamente abra a porta do armário e mostre-lhe o

brinquedo. Feche novamente a porta. Coloque a mão do João na porta e ajude-o

a abri-la. Mostre-lhe o brinquedo e deixe-o brincar com ele por uns instantes.

Repita o procedimento muitas vezes, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até

ele conseguir abrir a porta de forma autónoma. Repita o procedimento para

ensinar o João a abrir gavetas. Assegure-se que os armários onde ele pratica têm

gavetas e portas que abrem facilmente, para que não fique frustrado. Após ter

trabalhado nesta actividade, lembre-se de retirar objectos perigosos do interior de

gavetas que estejam ao seu alcance.

66 – PERMANECER NUM SÓ PÉ Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Ficar num só pé 5 segundos sem ajuda e sem perder o equilíbrio

Materiais: 2 cadeiras, metro articulado

Procedimento:

Coloque as duas cadeiras juntas numa área livre de outros objectos. Coloque o

João à sua frente e cada um de vós segura-se a uma cadeira. Assegure-se que

ele está a olhar para si e, lentamente, levante um pé do chão. Faça-lhe sinal para

que a imite. Se ele não a imitar, levante-lhe o pé e certifique-se que ele está a

segurar-se à cadeira. Se possível peça a uma terceira pessoa que lhe levante o

pé enquanto você está a modelar. Repita o procedimento até que ele consiga ficar

num só pé, durante 5 segundos, enquanto está seguro à cadeira. Retire a cadeira

e segure-lhe a mão enquanto o João mantém a posição. Quando ele se sentir

seguro a agarrar a sua mão, faça com que ele segure a extremidade de um metro

articulado, pondo a sua mão perto da dele. Lentamente afaste a sua mão para a

outra ponta do metro articulado, sem o largar Finalmente, quando ele conseguir

ficar num só pé durante 5 segundos enquanto você segura na ponta do metro

articulado, retire-o e faça com que o João se mantenha num pé sem suporte.

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67 – DAR PONTAPÉS NUMA BOLA

Motricidade global, pernas

Socialização, interacção individual

Meta: Melhorar a coordenação olho-pé e aprender a dar um pontapé numa bola

grande

Objectivo: Dar um pontapé numa bola grande na direcção de uma pessoa

Materiais: Duas cadeiras, bola grande

Procedimento:

Alinhe duas cadeiras, de frente uma para a outra, junto a uma parede. Delimite o

outro espaço lateral com caixas ou outros materiais, para criar uma espécie de

corredor em que o João e o adulto possam dar um pontapé à bola, sem que esta

role para os lados. Faça com que ele se sente numa cadeira enquanto você se

senta noutra. Devagar empurre na sua direcção a bola e encoraje-o a fazer o

mesmo. Repita a acção se necessário. Se o João tiver dificuldade em entender o

que se pretende, coloque a bola aos seus pés e manipule as suas pernas afim de

dar um pontapé na bola. Recompense-o imediatamente e encoraje-o a pontapear

novamente a bola.

68 – PERMANECER NAS PONTAS DOS PÉS

Motricidade global, pernas

Meta: Melhorar a força das pernas e o equilíbrio

Objectivo: Balançar-se nas pontas dos pés por 10 períodos de 3 segundos cada

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Fique de frente para o João e chame-lhe a atenção. Lentamente, eleve-se em

meias pontas de pés e volte à posição inicial. Repita o movimento mas, desta vez,

chame-lhe a atenção para os pés (aponte) “Olha, João.”. Segure-lhe os braços e,

lentamente eleve-o um pouco para que ele fique apoiado nos dedos. Repita várias

vezes até que ele se habitue a permanecer em meias pontas, reduzindo

gradualmente a actividade. O objectivo é que ele consiga fazer este exercício 10

vezes seguidas.

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69 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: PULAR

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar a força das pernas, coordenação e a condição física geral.

Objectivo: Saltar e tocar um objecto suspenso 10 vezes.

Materiais: Fio, esponja

Procedimento:

Coloque o João à sua frente e mostre-lhe como pular. Peça-lhe para a imitar,

enquanto você continua a pular várias vezes. Se ele não a tentar imitar, segure-o

pelos braços e levante-a ligeiramente enquanto o adulto salta. Quando ele

começar a compreender que se pretende que salte, reduza gradualmente a sua

ajuda até que ele o consiga fazer sozinho. Pendure uma esponja a uma distância

o João consiga chegar, quando salta. Mostre-lhe como saltar e chegar a tocar na

esponja. Recompense-o sempre que ele conseguir tocar o objecto suspenso.

Quando o João conseguir tocar a esponja 10 vezes seguidas, aumente a altura

mas certifique-se que continua dentro do seu alcance.

70 – JOGO DE BOLICHE

Motricidade global, braços.

Socialização, interacção individual

Imitação, motor

Meta: Aumentar a força dos braços e melhorar a precisão dos braços para atingir um

alvo

Objectivo: Rolar uma bola larga com precisão a uma distância de 3 metros

Materiais: Bola grande, pacotes do leite vazios

Procedimento:

Coloque 6 pacotes do leite num padrão 3-2-1. Desenhe um linha a

aproximadamente 2 metros dos pacotes. Mostre ao João como se posicionar atrás

da linha e rolar a bola para derrubar os pacotes de leite. Coloque novamente os

pacotes na sua posição original e ajude o João a rolar a bola. Elogie-o por

derrubar qualquer pacote. Anote quantos pacotes é que ele derruba de cada vez

que lança a bola. À medida que o jogo se torna fácil para ele, aumente

gradualmente a distância entre a linha e os pacotes. Além disso, assim que ele

começar a habituar-se ao jogo, pode começar a trabalhar a noção de jogar por

turnos. Faça marcas simples num cartão para que ele veja quantos pacotes

derrubou e quantos é que o adulto derrubou. Encoraje-o a divertir-se com o jogo

sem que este se torne competitivo.

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71 – ATIRAR UM PROJÉCTIL

Motricidade grossa, braços

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Desenvolver movimentos de atirar e aprender a dirigir um projéctil a um alvo

Objectivo: Atirar um projéctil para dentro de uma caixa colocada a 1 metro de distância 5

vezes seguida

Materiais: 2 projecteis, caixa

Procedimento:

Sente-se ao lado do João numa área aberta e demonstre-lhe como atirar o

projéctil. Assegure-se que ele está a olhar quando o demonstrar. Segure o

projéctil numa mão, lentamente puxe o braço atrás e, ao puxá-lo para a frente,

descreva um movimento em forma de arco. Lembre-se de manter os movimentos

lentos. Dê ao João outro projéctil e guie a sua mão para o ajudar a lançá-lo.

Repita a actividade muitas vezes, retirando gradualmente o controle da mão da

criança para o punho e, depois, para o seu braço, para o cotovelo e, finalmente

para o antebraço até retirar por completo a ajuda. Quando ele conseguir atirar o

projéctil sem ajuda, comece a desenvolver o acto de atirar a um alvo específico.

Coloque a caixa no chão à frente do João. Faça com que ele fique em frente à

caixa e ajude-o a deixar cair o projéctil dentro desta. Diga “Caixa.” sempre que

deixar cair o projéctil. Além disso, também deve tocar na caixa para o lembrar do

sítio-alvo. Quando ele conseguir deixar cair de forma consistente o projéctil dentro

da caixa, estando posicionada perto desta, remova gradualmente a caixa até que

esta esteja fique a cerca de um metro de distância. Mantenha um quadro com

registos relativamente ao número de vezes que o João consegue atirar com

sucesso o projéctil dentro da caixa. Esse registo deve incluir todas as distâncias a

que distanciar a caixa. Esse registo das distâncias vai ajudá-lo a saber quando

deve aumentar essa distância.

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72 – SUBIR ESCADAS, ALTERNANDO OS PÉS Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio e a capacidade de se mover de forma independente

Objectivo: Subir uma escada alternando os pés

Materiais: Escada

Procedimento:

Quando o João se sentir confortável a subir escadas sem alternar os pés

(actividade 59), comece a ensiná-lo a colocar um pé em cada degrau. Se

possível, coloque uma terceira pessoa atrás dele para o segurar e fazê-lo sentir-

se confiante, enquanto você demonstra como é que ele deve fazer. Faça com que

o João fique de frente para as escadas. Aponte para o seu pé direito e, de

seguida, aponte para o 1º degrau. Se ele parecer confuso coloque o seu pé direito

em cima do degrau e mantenha o esquerdo no chão. Elogie-o imediatamente

mesmo que o tenha ajudado. Aponte para o seu pé esquerdo e depois para o

primeiro degrau. Se ele tentar colocar o seu pé esquerdo ao lado do direito,

aponte novamente para o 1º degrau e mova-o para o segundo. Elogie-o

imediatamente. Repita o procedimento dando-lhe apenas a ajuda necessária, até

ele conseguir subir degraus, alternando os pés.

73 – PERCURSO COM OBSTÁCULOS Motricidade global, corpo

Percepção, visual

Meta: Aumentar o controle do corpo e o equilíbrio

Objectivo: Completar um percurso com cinco obstáculos

Materiais: Cadeiras, vassouras, caixas, mobília, corda

Procedimento:

Quando o João conseguir completar um percurso simples de obstáculos sem

assistência (actividade 56), construa um percurso mais difícil com 5 obstáculos,

dando ênfase particular ao equilíbrio e ao controle corporal. Coloque uma peça de

corda ao longo do percurso para que o João o possa seguir. Acompanhe-o

durante o percurso várias vezes, demonstrando o que tem que fazer. Permaneça

próximo dele durante as primeiras vezes para o lembrar de seguir a corda. Por

exemplo:

a) gatinhar debaixo do uma vassoura suspensa entre duas cadeiras.

b) saltar por cima de outra vassoura suspensa em dois bancos pequenos.

c) atravessar, gatinhando um caixote de cartão cortado dos dois lados.

d) andar por entre duas peças de mobília dispostas de tal forma que a

criança tem de se virar de lado para conseguir passar.

e) saltar de um tapete para o outro.

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74 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTO DE SAPO

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação, a força das pernas e a condição física geral.

Objectivo: Fazer 10 saltos de sapo sem parar ou cair

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma área segura num tapete ou na relva. Mostre ao João como ficar

numa posição de agachada e salte algumas vezes. Assegure-se que ele está a

ver enquanto salta. Ajude-o a assumir a posição de agachado. Deixe-o

permanecer nessa posição durante alguns minutos para que se habitue. Então

salte algumas vezes e indique-lhe para o fazer também. Se possível, coloque uma

terceira pessoa atrás do João para a segurar enquanto ele salta. De início, é

provável que ele salte apenas uma ou duas vezes. Elogie-o pelo esforço e anote

num mapa quantas vezes é que ele consegue saltar antes de perder o equilíbrio.

75 – SALTAR

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio e a coordenação

Objectivo: Saltar com os pés juntos, ao longo de 5 metros

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Chame a atenção do João e faça com que ele salte com dois pés. Então, fique ao

seu lado e faça com que ele salte consigo. Se ele não o fizer, levante-a

ligeiramente enquanto salta. Repita a actividade até que ele salte sem assistência.

Quando o João conseguir saltar de forma independente, desenhe linhas com 5

metros entre elas. Coloque-se de frente para a linha de partida e salte até à linha

seguinte. Faça com que ele salte as 5 metros sozinho. Quando ele conseguir

saltar facilmente com os dois pés, repita o mesmo procedimento mas com outras

formas de saltar:

a) saltar em dois pés com os braços de lado e levantados.

b) saltar só com um pé.

c) saltar com os pés alternados.

d) saltar com os dois pés mas com os braços no ar.

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76 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio, a agilidade e a condição física geral

Objectivo: Manter um bom equilíbrio enquanto desempenha uma série de acções

envolvendo simultaneamente movimentos de braços e pernas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Ponha-se de joelhos e mãos no chão e coloque o João ao seu lado. É importante

que os dois estejam na mesma direcção para que não confundam a esquerda

com a direita. Desempenhe as seguintes acções e faça com que ele a imite (se

possível, coloque uma terceira pessoa para o ajudar a assumir as posições

enquanto você as mantêm).

a) levante cada braço

b) levante cada perna

c) levante a perna e o braço direito; repita com a perna e o braço esquerdo

d) levante o braço esquerdo e a perna direita; repita com o braço direito e a

perna esquerda

77 – ROLAR

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade, 1-2anos

Meta: Melhorar as capacidades físicas em geral

Objectivo: Rolar, de lado, uma distância de dois metros e, em seguida, rolar no sentido

inverso

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se numa área aberta e numa superfície macia como um tapete ou relva.

Assegure-se que o João a está a observar e deite-se com os braços colocados ao

lado do corpo. Mostre-lhe como se rola para a frente e para trás nessa posição.

Ajude-o a assumir uma posição semelhante e faça com que ele role numa

direcção. Não permita que ele role de forma anárquica, mas sim como se

pretende. Quando ele conseguir rolar sozinho, pare-o e mostre-lhe como rolar na

direcção oposta. Marque linhas de partida e chegada com 3 metros de distância.

Faça com que ele role de uma linha para a outra.

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78 – ANDAR NUMA FITA

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o equilíbrio e aprender diferentes estilos de caminhar

Objectivo: Andar, sobre ou ao lado de um percurso de 3 metros, delimitado por uma fita

adesiva, usando diferentes estilos de caminhar sem perder o equilíbrio

Materiais: Fita adesiva com cerca de 3 metros de comprimento

Procedimento:

Coloque a fita no chão de maneira a formar uma linha recta. Assegure-se que o

João está a olhá-la e mostre-lhe como percorrer a fita, andando normalmente.

Quando percorrer a fita pela segunda vez, faça com que ele a siga. Finalmente,

faça com que ele percorra a fita sozinho. recompense-o cada vez que completar

um percurso. Assim que ele dominar o estilo simples de andar sobre a fita,

demonstre um segundo método e leve-o a imitá-la. Outros métodos de andar na

fita incluem:

a) andar para trás com um pé atrás do outro

b) andar de lado, sem cruzar as pernas

c) andar para a frente com um pé no lado direito da fita e outro do lado esquerdo

d) saltar de lado mantendo os dois pés juntos

e) andar de lado, cruzando os pés

79 – ATIRAR UMA BOLA ATRAVÉS DE UM PNEU

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Atirar a um alvo

Objectivo: Atirar uma bola média através de um pneu

Materiais: Pneu, corda forte, bola média

Procedimento:

Pendure um pneu de forma a que fique a cerca de um metro do chão. Faça com

que o João permaneça em frente do pneu e ajude-o a atirar a bola pelo buraco.

Elogie-o imediatamente. Gradualmente, reduza a ajuda à medida que ele vai

começando a perceber o que se espera dele. Quando conseguir atirar a bola pelo

buraco, com facilidade, distancie-o um pouco mais, até que ele consiga atirar a

bola de uma distância de 3 metros. Anote, numa tabela as vezes em que ele

obtém sucesso e a que distância. Assegure-se que ele consegue atirar a bola pelo

menos 7 vezes em 10 antes de aumentar a distância entre o João e o pneu. Além

disso assegure-se que este não balanceie quando ele o atira.

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80 – DRIBLAR UMA BOLA

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o controle braço-mão e desenvolver a coordenação óculo-manual

Objectivo: Driblar 5 vezes uma bola, sem perder o controle

Materiais: Bola grande de praia ou outra qualquer que não seja pesada

Procedimento:

Assegure-se que o João olha para si e drible a bola algumas vezes. Então segure-

lhe na mão e drible a bola. Recompense-o imediatamente. Reduza, gradualmente,

o controle da sua mão à medida que o João dribla a bola sozinho. De início, é

provável ele não consiga driblar a bola mais que uma ou duas vezes. Continue a

encorajá-lo no sentido de driblar a bola o máximo de vezes que ele conseguir.

81 – CAMBALHOTAS

Motricidade global, braço

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação, o equilíbrio e a consciência corporal

Objectivo: Fazer 5 cambalhotas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma área aberta, num tapete ou na relva. Assegure-se de que o João

está a observá-la. Actue com entusiasmo, dizendo “Ééééia.” (ou qualquer outro

som) enquanto dá uma cambalhota para demonstrar que pode ser divertido. Se

possível faça com que uma terceira pessoa o ajude a executar os movimentos,

enquanto você continua a demonstrar o modelo de actividade proposta. Coloque-

se de cócoras com as duas mãos no chão e ajude o João a assumir a mesma

posição. Coloque o queixo o João no peito. Ajude-o a inclinar-se para a frente,

lentamente e empurre-lhe as pernas para que complete a cambalhota. Reforce-o

imediatamente. Repita o procedimento, reduzindo de forma gradual a sua ajuda

até que ele consiga completar a volta sozinho.

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82 – PASSOS DE ELEFANTE

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio e o movimento

Objectivo: Andar 10 passos como um elefante com o corpo dobrado pela cintura e os

braços a balançarem em frente

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Demonstre, ao João, como é a forma de andar do elefante; dobre-se pela cintura

e deixe-se cair os braços, balouçando-os. Assegure-se que o João está a prestar

atenção ao que faz. Diga “ Olha, João sou um elefante.”. Então, ajude-o a assumir

a mesma posição mas mantenha-se ao seu lado, demonstrando continuamente o

que ele tem de fazer. Se possível, tenha uma terceira pessoa para o ajudar a

assumir a posição enquanto você executa o movimento proposto. De início, não

espere que ele assuma a posição por muito tempo mas, à medida que o João

executa com mais confiança a actividade delimite uma distância de 3 metros para

que ele ande como um elefante.

83 – CORRIDA DE BATATAS

Motricidade global, corpo

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o equilíbrio e o controle da mão

Objectivo: Carregar uma batata pequena numa colher por uma distância de 15 metros

sem que esta caia

Materiais: Colher larga, batata pequena

Procedimento:

Assegure-se que o João está a prestar atenção enquanto você equilibra uma

batata numa colher durante alguns segundos. De seguida, comece a andar

devagar equilibrando a batata. Após ter demonstrado o que pretende, coloque a

colher na mão do João e verifique se ele a consegue segurar durante alguns

segundos. Quando ele começar a sentir-se mais confiante em equilibrar a batata,

reduza a ajuda prestada e encoraje-o a dar alguns passos. Quando ele começar a

demonstrar um maior à vontade em dominar a tarefa, faça com que ele percorra

cerca de 15 metros com a batata dentro da colher. Quando ele conseguir terminar

o percurso, faça uma corrida com ele e outra pessoa. No entanto, não permita que

as corridas se tornem competitivas.

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84 – TRAVE Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio

Objectivo: Andar numa trave

Materiais: Uma trave de 2 metros de comprimento e 20 cm de largura, 2 tijolos, 2 blocos

de cimento

Procedimento:

Encontre um espaço aberto onde não existam desníveis no terreno ou possíveis

perigos. Comece por colocar a tábua no chão e fazer com que o João caminhe em

cima dela por algumas vezes para ele se sentir mais confiante. Assim que ele se

sentir confiante, coloque 2 tijolos no chão e a tábua em cima para construir uma

trave. De início, é provável que tenha de segurar-lhe a mão e andar ao seu lado

enquanto ele caminha em cima da trave. Gradualmente, reduza a ajuda, fazendo

com que o João apenas segure a ponta do seu dedo e, mais tarde, a ponta de um

lápis enquanto você segura a outra, posteriormente, substitua o lápis por um fio.

Finalmente tente fazer com que ele ande sem ajuda. Quando ele o conseguir

fazer com confiança, aumente o grau de dificuldade da tarefa, substituindo os

tijolos por blocos de cimento de forma a que fique distanciado do chão cerca de

1/2 metro. Repita a actividade várias vezes, ajudando-o sempre que ele precisar.

85 – PERCURSO AVANÇADO DE OBSTÁCULOS Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio, a coordenação, a força e a condição física geral

Objectivo: Completar um percurso de 7 obstáculos, de dificuldade moderada, sem

assistência

Materiais: Vários

Procedimento:

Quando o João conseguir completar um percurso de obstáculos sem problemas

(ver actividade 73), construa um ligeiramente maior e com um grau de dificuldade

também maior. Use os objectos do percurso descrito na actividade 73 (pois já lhe

são familiares) e acrescente outros materiais já descritos na actividade 84 (a

trave). Siga o mesmo procedimento daquela descrito nos percursos de obstáculos

simples ou de dificuldade moderada. Coloque uma corda à volta dos obstáculos

para que o João saiba onde se deve dirigir em primeiro lugar, em segundo, em

terceiro, etc.. e acompanhe-o no percurso para se assegurar que ele sabe o que

fazer em cada obstáculo. Quando o João tiver aprendido o caminho, anote num

quadro, o tempo que demora a percorrê-lo. Recompense-o cada vez que terminar

o percurso e dê-lhe algo especial cada vez que bater o seu próprio recorde de

tempo.

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86 – ACERTAR NUMA BOLA

Motricidade global, braços

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a força dos braços e desenvolver a coordenação óculo-manual

Objectivo: Balançar um bastão e bater num objecto que se encontra parado e suspenso à

altura do ombro

Materiais: Bola grande de esponja, fita adesiva, corda bastão leve de plástico ou madeira

Procedimento:

Ate a ponta de uma corda a uma bola grande de esponja. Em seguida, cubra a

esponja e a bola com fita adesiva para impedir que a bola se solte. Suspenda a

bola de forma a que fique ao nível dos ombros do João. Assegure-se que a área

que escolheu está desimpedida o suficiente de forma a poder balançar o bastão

sem partir nada. Ajude-o a movimentar o bastão algumas vezes sem tentar

acertar na bola. Em seguida, ajude-o a movimentar o bastão devagar e a fazer

contacto com a bola. Elogie-o imediatamente. Gradualmente, reduza o controle

das suas mãos à medida que ele aprende o movimento. Assegure-se que a bola

retorna a uma posição estática cada vez que o João lhe tenta bater. Não permita

que ele bata na bola de forma desordenada.

87 – CARRINHO DE MÃO

Motricidade global, braços

Meta: Desenvolver a força dos braços e a coordenação

Objectivo: Andar para a frente apoiada nas duas mãos enquanto alguém lhe segura as

pernas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Diga o João que vão brincar de carrinho de mão e faça com que ele se ajoelhe e

coloque as mãos no chão. Coloque-se por detrás dele e levante-lhe as pernas de

forma a que o seu peso fique colocado nas mãos. Inicialmente, não o segure

nesta posição por mais que uns segundos. Assim que lhe colocar as pernas no

chão, elogie-o imediatamente. À medida que os seus braços se fortalecem e a sua

confiança aumenta, aumente o tempo da actividade. Comece, também a levantar

os pés um pouco mais, mas tenha cuidado para não colocar demasiada pressão

nos braços antes da criança estar pronta para isso. Quando ele se sentir

confortável nesta posição fixa, faça com que ele comece a andar para a frente.

Coloque, no chão duas linhas, distanciadas entre si de 5 metros, que representam

a linha de chegada e de partida e faça com que ele percorra essa distância.

Assegure-se que ele sabe exactamente que distância tem de percorrer.

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88 – PUXAR UM OBJECTO PESADO

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral

Objectivo: Puxar um peso a uma distância determinada pela condição física geral da

criança

Materiais: Corda de aproximadamente 1 metro de comprimento, caixa larga, materiais

diversos (livros, pedras, etc.) para adicionar peso à caixa

Procedimento:

Desenhe uma linha, no chão com fita adesiva. Coloque a corda pelo meio interno

da fita de forma a que a corda ocupe uma posição equidistante em relação à fita.

Ate uma ponta da corda à caixa. Agarre o outro extremo da corda e mostre ao

João como a puxar. Coloque a caixa na sua posição original e ajude o João a

puxar a caixa. Repita a actividade até ele demonstrar alguma autonomia na

execução desta tarefa reduza então, gradualmente, a sua ajuda. Em seguida,

adicione mais peso à caixa. No entanto, tome cuidado para que a caixa não fique

demasiado pesada de forma a que a tarefa não se torne frustrante.

89 – CABO DE GUERRA

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral

Objectivo: Puxar uma corda que está segura por outra pessoa que exerce uma pressão

ligeira

Materiais: Corda com 1 metro de comprimento

Procedimento:

Desenhe uma linha no chão com fita adesiva. Coloque a corda no chão de forma

a que esta passa pelo centro da corda, mas colocada em cima. Segure uma ponta

e o João segura a outra. Faça com que ele a puxe enquanto você também a puxa

com suavidade. Elogie-o imediatamente. Gradualmente, comece a puxar a corda

cada vez com mais força. para que ele também aumente a força com que o faz.

Lembre-se de não tornar a actividade frustrante para ele.

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90 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTOS

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação dos braços e pernas

Objectivo: Saltar 10 vezes, abrindo e fechando a pernas e batendo os braços em cima da

cabeça.

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha um espaço aberto onde se possam mover sem esbarrar nos objectos.

Fique de pé e coloque o João de frente para si e faça com que ele imite tudo o

que fizer. Eleve os seus braços acima da cabeça até que as palmas das mãos se

encontrem e volte a colocá-los caídos ao lado do corpo. Ajude o João a assumir a

posição se ele não a imitar imediatamente. Repita esta parte do exercício até ele

consiga levantar os braços sem ajuda. Coloque-se frente ao João e tente que ele

imite somente os movimentos das pernas. Salte, afastando as pernas e depois

volte a saltar juntando-as. Ajude o João apenas se ele necessitar. Quando ele

conseguir imitar os movimentos dos braços e das pernas separadamente, peça-

lhe para que a imite enquanto você os combina. Salte afastando as pernas e

batendo as palmas acima da cabeça. Hesite com os braços em cima e as pernas

afastadas, para que ele a possa imitar facilmente. Registe quantas vezes o João

consegue fazer sem se cansar.

91 – SALTAR À CORDA

Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar a coordenação

Objectivo: Saltar 5 vezes sobre uma corda que se balança

Materiais: Corda de 1,20 metros aproximadamente

Procedimento:

Ate a ponta de uma corda a um objecto fixo. Coloque-se, com o João ao meio da

corda e peça a outra pessoa para segurar a outra ponta. Quando a corda se

aproximar, diga “Salta.” e levante o João do chão enquanto você também salta.

De início, tente apenas um salto de cada vez para aumentar a sua confiança.

Gradualmente, reduza a sua ajuda à medida que ele vai saltando sobre a corda,

mesmo que não seja capaz de saltar devidamente. Quando o João começar a

saltar sozinho, afaste-se da corda mas continue a ajudá-lo, dizendo “Salta.”, no

tempo apropriado. Registe quantas vezes ele consegue saltar sobre a corda,

sucessivamente.

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92 – MACACA

Motricidade global, corpo

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)

Meta: Aumentar a coordenação muscular, o equilíbrio e as competências de

contagem

Objectivo: Jogar correctamente à macaca

Materiais: Fita adesiva forte, pedra

Procedimento:

Desenhe os quadrados no chão ou delimite-os com fita adesiva forte, tal com está

apresentado na figura .Assegure-se que os quadrados são grandes e as linhas

visíveis. De início, será mais fácil para o João se não existirem números nos

quadrados para não o confundirem. Mostre-lhe como se salta com um pé nos

quadrados únicos e com dois pés nos quadrados duplos. Assim que ele conseguir

percorrer o caminho de ida e volta, ensine-lhe como se joga à macaca, usando

uma marca ou uma pedra. Quando ele conseguir reconhecer os números e

aprender a contar, numere os quadrados. De seguida, faça com que ele siga os

números, sequencialmente, ou salte para os que indicar.

93 – TRAVE AVANÇADA

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Andar numa trave com 1,5 metros de comprimento e 20 cm de largura

enquanto carrega uma variedade de objectos

Materiais: Trave (ver actividade 84), duas caixas, 5 objectos pequenos (bola, boneco de

peluche, boneca, copo, esponja, etc.)

Procedimento:

Quando o João conseguir andar pela trave sem problemas, ensine-o a carregar

pequenos objectos enquanto realiza o percurso da trave. Coloque uma caixa com

5 objectos num extremo da trave e uma caixa vazia na outra. Faça com que o

João retire um objecto da caixa cheia, percorra a trave e o deposite na caixa

vazia. Repita o procedimento até que os objectos tenham sido transferidos para a

caixa vazia.

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MOTRICIDADE FINA

As capacidades motoras finas referem-se, particularmente, às actividades que

envolvem o uso das mãos e dedos. Tal como é referido na definição das actividades

que compõem este capítulo, as actividades de motricidade fina, aparecem mescladas

com outras competências, nomeadamente, competências de imitação, percepção,

motricidade global e, em especial, coordenação óculo-manual. As competências

básicas envolvidas na motricidade fina, são:

1. mover as mãos e dedos de uma forma controlada.

2. agarrar um objecto numa mão sem assistência.

3. manipular um objecto no desempenho de uma tarefa.

4. usar as duas mãos coordenadamente.

As competências de motricidade fina são essenciais para a implementação de

um programa de ensino individualizado. Os sucesso de aptidões de autonomia, tais

como desenhar, escrever e o sucesso de competências pré- vocacionais estão todas

dependentes das capacidades de motricidade fina da criança. O controle da mãos e

dos dedos é necessário quando se utiliza a linguagem gestual como uma parte de um

programa de comunicação. À medida que a criança desenvolve um controle maior

das suas mãos e dedos, as sessões de ensino, tornam-se menos frustrantes e mais

agradáveis tanto para a(o) professor(a) como para a criança.

As actividades que se seguem são apenas uma pequena selecção das

diferentes tarefas de diferentes níveis de desenvolvimento que podem ser usadas em

casa ou na sala de aula com o intuito de desenvolver o controle da motricidade fina.

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94 – AGARRAR UMA COLHER

Motricidade fina, agarrar

Autonomia, alimentação

Meta: Melhorar as aptidões de agarrar e de alimentação independente.

Objectivo: Agarrar uma colher com uma mão e segurá-la sem ajuda.

Materiais: Colher.

Procedimento:

Segura a colher e coloque-o no campo de visão do João. Quando ele olhar, diga

“Colher.”. Segure-lhe na mão e envolva-lhe os dedos no cabo da colher para que

o João agarre na colher com a sua ajuda física. Use a sua mão para reforçar o

agarrar e para evitar que ele deita fora a colher. Ajude-o a segurar a colher por

alguns segundos, enquanto lhe fala de forma agradável e a encoraja.

Gradualmente, aumente o período de tempo em que ele deve segurar a colher

antes de terminar a actividade. À medida que for verificando que ele exerce um

maior controle sobre a colher, diminua a pressão exercida pela sua mão na da

criança. Finalmente, retire a mão por completo e verifique se ele consegue

segurar a mão sozinho por alguns segundos.

95 – CAIXA ESCURA

Motricidade fina, agarrar

Percepção, táctil

Meta: Melhorar as aptidões de agarrar objectos sem os ver

Objectivo: Tirar 3 objectos de uma caixa fechada

Materiais: Caixa de cartão, 3 objectos médios comuns (por exemplo: cubo, copo de papel,

colher)

Procedimento:

Faça um buraco numa caixa de cartão suficientemente grande para que, nela,

caiba a mão do João. Coloque 3 objectos pequenos, de dimensões adequadas

para que consigam passar pelo corte efectuado e feche a caixa. Assegure-se que

o João está a olhar para si, coloque a mão no buraco da caixa e puxe um dos

objectos. Finja-se surpresa ao retirar o item. De seguida, guie a mão de João

através do buraco e ajude-o a localizar um dos objectos e a retirá-lo. Repita o

procedimento e recompense-o cada vez que retirar um objecto. Após ter repetido

a actividade várias vezes, guie a sua mão para o buraco mas deixe que o João

chegue ao objecto sozinho. À medida que ele for aprendendo a tarefa, o número

de objectos pode aumentar ou diminuir e a caixa pode ser maior, de forma a que o

espaço a explorar seja maior.

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96 – AGARRAR OBJECTOS

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Melhorar a pinça e o controle motor fino

Objectivo: Apanhar 10 objectos de tamanhos variados e colocá-los numa taça

Materiais: Taça pequena, 10 objectos pequenos (por exemplo: uva, amendoim, botão,

cubo, conta, caneta, chave, bola e moeda)

Procedimento:

Faça com que o João se sente à mesa e diga-lhe que é tempo de trabalhar.

Espalhe os objectos na mesa, assegurando-se que estão todos ao seu alcance.

Apanhe os objectos, fazendo pinça com os dois dedos e o polegar. Diga “Põe!” e

coloque o objecto na taça. Segure a mão da criança e guie-lhe os dedos para a

posição pretendida (pinça maior), faça com que ele segure o objecto, dirija-lhe a

mão para a taça e diga “Põe!”. Use a sua outra mão para o ajudar a libertar o

objecto na taça. Elogie-o e recompense-o imediatamente. Repita a actividade as

vezes necessárias até você achar que ele consegue iniciar os movimentos

necessários. Note quais os objectos que ele tem mais dificuldade em segurar e

esteja preparada para o ajudar com esses brinquedos. Lembre-se que ele deve

dizer “Põe!”, cada vez que colocar o objecto na taça.

97 – DESENVOLVER A “PINÇA”

Motricidade fina, agarrar

Meta: Desenvolver uma boa pinça e melhorar o controle motor fino

Objectivo: Separar pequenos pedaços de plasticina e colocá-los numa lata

Materiais: Plasticina, lata

Procedimento:

Sente-se, com o João à mesa, e coloque-se à sua frente. Tire a plasticina da lata

mas deixe-o ao seu alcance. Agarre na sua mão e ajude-o formar uma salsicha.

Assegure-se que a criança está a observar e, com um movimento exagerado,

demonstre como tirar um pequeno pedaço de plasticina, fazendo pinça com o

polegar e o indicador. Segure esse pequeno pedaço de plasticina em frente do

seu rosto, diga “Põe!” e coloque-o dentro da lata. Em seguida, ajude-o a executar

o mesmo procedimento. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo o controle da

mão à medida que sentir ele que está a usar correctamente os dedos. Faça com

que ele saiba exactamente quantas vezes espera que desempenhe a actividade,

colocando um número determinado de recompensas em sítio visível. Cada vez

que põe um pedaço de plasticina na lata, recebe uma recompensa.

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98 – TIRAR AÇÚCAR COM UMA COLHER

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Autonomia, alimentação

Meta: Aumentar a capacidade de agarrar, a manipulação de objectos e desenvolver

aptidões de alimentação independente

Objectivo: Usar uma colher para transferir açúcar de um recipiente para o outro

Materiais: Colher, açúcar (ou outro material granuloso sólido), duas taças ou outro

recipiente

Procedimento:

Quando o João se sentir confortável a segurar a colher por curtos períodos (ver

actividade 94), comece a ensiná-lo a usar a colher. Coloque um açucareiro e uma

taça vazia, na mesa, em frente da criança. Coloque a colher na sua mão e reforce

o acto de agarrar colocando a sua mão sobre a mão da criança. Guie-lhe o

movimento de forma a que introduza a colher no açúcar, fazendo um movimento

exagerado. Repita este movimento muitas vezes antes de transferir o açúcar para

o recipiente vazio. Quando achar que ele já adquiriu a noção do movimento,

ajude-o a tirar uma pequena porção de açúcar e transferi-la para o outro

recipiente. De início as taças devem estar próximas, mas à medida que o João

adquirir maior domínio da actividade, coloque-os afastadas entre si. Comece por

fazer com que ele, inicialmente, transfira apenas duas colheres. No entanto, o

objectivo é treinar o João para que ele transfira todo o açúcar. Reduza,

progressivamente, o controle da sua mão, direccionando-lhe o pulso, depois o

braço e, finalmente, solte-lhe o braço.

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99 – APANHAR MOEDAS

Motricidade fina, agarrar

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as capacidades de agarrar

Objectivo: Apanhar 10 moedas e colocá-las numas lata

Materiais: Moedas, lata de café com tampa de plástico com ranhura

Procedimento:

Corte a tampa da lata de forma a que caiba uma moeda. Comece a actividade,

deixando duas moedas em cima da mesa em frente à criança. Diga “Olha, João”

e, devagar, apanhe uma das moedas fazendo uma pinça exagerada com o

indicador e o polegar. Acene com a moeda à frente do seu rosto no sentido de

chamar a sua atenção e coloque-o na ranhura. Segure na mão do João e guie os

seus dedos afim de repetir o mesmo procedimento com a segunda moeda.

Recompense-o imediatamente e deixe-o sair da mesa por alguns momentos.

Repita o procedimento, adicionando gradualmente mais algumas moedas à

medida que o João se torna mais apta a desempenhar a tarefa. Deixe sempre em

cima da mesa todas as moedas que pretende que ele coloque na lata para que

ele saiba exactamente quando a tarefa termina. Lembre-lhe de colocar as moedas

na lata apontando para a moeda, dizendo “Põe aqui.” e apontando para a ranhura

da lata.

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100 – ABRIR RECIPIENTES

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina, a força das mãos e a cooperação das

duas mãos.

Objectivo: Abrir 4 recipientes diferentes para obter uma recompensa.

Materiais: Caixa de sapatos, lata do café com tampa de plástico, caixa de jóias,

recompensas alimentares.

Procedimento:

Sente-se com o João à mesa, no chão ou em qualquer lugar onde estejam

confortáveis. Segure numa das caixas e chame a tenção da criança: “Olha!”, e

passe a recompensa alimentar no seu campo de visão. Lentamente, mova a

recompensa para a caixa e feche-a. Assegure-se que ele está a observar as suas

mãos e abra a caixa lentamente. Finja-se surpresa e mostre-lhe a recompensa

que foi colocada dentro da lata. Feche novamente a caixa e dê-lha. Gesticule de

forma a que perceba que é para abrir o contentor. Se o João não conseguir abrir a

caixa, ajude-o. Se ele não entender o que se pretende, segure-lhe nas mãos e

guie-lhe a acção. Assim que abrir a caixa, recebe a recompensa e esta é colocada

de lado. Repita o procedimento com os outros recipientes. Note quais os

recipientes que abre com maior facilidade e os que tem mais dificuldade. Se um

deles lhe gerar um maior grau de dificuldade, substitua-o por outro mais simples.

A ideia desta actividade é fazer com que o João pratique a abertura de recipientes

vários.

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101 – JOGO DE DAR E RECEBER

Motricidade fina, agarrar

Coordenação óculo-manual, controle

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Melhorar o agarrar e largar objectos e desenvolver competências interactivas

Objectivo: Tirar 4 objectos de uma caixa e dá-los a outra pessoa, tirar 4 objectos de uma

pessoa e colocá-los numa caixa

Materiais: 2 caixas de tamanho médio, 4 objectos de diferentes tamanhos e formas ( por

exemplo: bloco, conta, chave, pente)

Procedimento:

Sente-se à mesa, em frente do João e coloque uma caixa do seu lado esquerdo e

outra do seu lado direito. Coloque 4 objectos dentro de uma das caixas. De

seguida, tire um deles diga-lhe “Toma.” e verifique se ele o agarra. Se necessário,

coloque-lhe o objecto na mão e feche-a em torno deste. A seguir, aponte para a

caixa vazia e diga “Põe.”. Guie-lhe a mão na direcção da caixa, ajude-o a largar o

objecto e recompense-o imediatamente. Repita o procedimento até todos os

objectos terem sido transferidos de uma caixa para outra.

Assim que ele tiver aprendido a actividade, encoraje-o a agarrar um objecto dentro

da caixa e a dar-lho. Aponte para a caixa e diga “Dá.”. Gesticule com a mão

enquanto diz “Dá.”. Se ele não corresponde, continue a manter esse gesto da mão

e, com a outra dirija a mão da criança afim de desempenhar a actividade que se

pretende. Quando ele lhe der um objecto, coloque-o na caixa e recompense-o.

Repita a actividade até ele lhe ter entregue todos os objectos. Assim que o João

tiver aprendido as duas rotinas, varie as actividade de forma a trabalhar “Dar.”

num dia e “Tirar.” no outro. Desta forma o João vai ter de se habituar a ouvir

instruções para entender o que é suposto fazer.

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102 – PRESSIONAR BOTÕES Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e desenvolver a capacidade de dirigir o

dedo a um alvo.

Objectivo: Pressionar um botão sem ajuda de forma a obter um resultado desejado.

Materiais: Qualquer objecto ou brinquedo em que o facto de pressionar um botão provoca

um resultado interessante (por exemplo: uma caixa de música, uma

campainha)

Procedimento:

Sente-se à mesa com o João e coloque o brinquedo à sua frente. Capte a sua

atenção e mostre-lhe como se pressiona o botão de forma a que o brinquedo

funcione. Segure o seu dedo indicador, coloque-o no campo de visão do João e,

lentamente, dirija-o em direcção ao botão (esta lentidão do gesto torna-se

necessária para que ele faça uma associação entre o dedo e o resultado).

Quando pressionar o botão, sorria, bata palmas ou finja-se excitada no sentido de

demonstrar que a actividade é divertida. Prepare-lhe o brinquedo, segure-lhe na

mão e dirija-lhe o dedo para o botão. Ajude-o a pressioná-lo. Repita a actividade

várias vezes mas retire a sua assistência removendo a sua mão para o pulso da

criança, em seguida para o cotovelo e, finalmente, afaste-se do braço dele.

Quando ele conseguir pressionar o botão sem ajuda, mude para um segundo

brinquedo similar ao primeiro (isto é, com um botão visível).

103 – TIRAR MEIAS Motricidade fina, manipulação

Autonomia, vestir

Meta: Descobrir objectos, tirando o invólucro e desenvolver as competências

necessárias para se vestir e despir de forma independente

Objectivo: Descobrir uma recompensa puxando uma meia que foi colocada de forma

frouxa em cima de um recipiente

Materiais: Meia larga, garrafa de plástico, recompensas alimentares

Procedimento:

Chame a atenção do João acenando com uma recompensa alimentar, à frente do

seu campo de visão. A seguir, coloque a recompensa alimentar dentro da garrafa

(não a tape) e ponha a meia na abertura do recipiente de forma a que fique um

pouco solta. Segure na mão da criança e ajude-o a puxar a meia. Depois, ajude-o a

obter a recompensa alimentar. Repita a actividade muitas vezes mas assegure-se

que a criança vê sempre a recompensa a ser colocada dentro do recipiente.

Diminua a sua assistência assim que ele conseguir puxar a meia sem a sua ajuda.

Em seguida repita a actividade, enfiando a meia na garrafa de forma mais profunda.

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104 – DOBRAR PAPEL

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar as capacidades da motricidade fina, aprendendo a dobrar papel

Objectivo: Dobrar uma folha de papel 2 vezes sem ajuda

Materiais: Folha de papel.

Procedimento:

Coloque-se por detrás do João enquanto ele está sentada à mesa e demonstre-lhe

como dobrar uma folha de papel. Faça movimentos lentos e deliberados. Após a

sua demonstração, tire outra folha de papel e guie as mãos da criança afim de a

dobrar ao meio. Repita a actividade até que ele aprenda a dobrar o papel ao meio.

Não se preocupe se o papel não está bem dobrado ou se a tarefa não está

terminada. Coloque cada folha de papel dobrada numa pilha. Reduza,

gradualmente, o controle das mãos até que ele consiga desempenhar a tarefa

sozinho. Quando a criança conseguir dobrar o papel sem ajuda, faça com que ele

desempenhe uma segunda dobra. Sente-se ao lado dele. Cada um de vós fica com

uma folha. Dobre a sua folha e faça com que ele desempenhe a mesma acção

mas, em vez de a colocar no pilha das folhas dobradas, diga-lhe “Olha, João.” e

dobra uma segunda vez. Ajude-o apenas se ele estiver confuso.

105 – COMEÇAR A COLORIR

Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, desenhar

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências elementares para colorir.

Objectivo: Agarrar um lápis e fazer dois ou três riscos ao acaso numa folha.

Materiais: Dois lápis grossos, papel, caixa pequena.

Procedimento:

Sente-se ao lado do João na sua mesa de trabalho com os lápis, com o papel e

com a caixa à sua frente. Tire uma folha de papel e um lápis e faça dois ou três

rabiscos ao acaso. Use o mesmo lápis e a mesma folha de papel e tente levá-lo a

fazer dois ou três rabiscos. Coloque o lápis na mão, coloque a sua mão em cima da

mão da criança e ajude-o a rabiscar por alguns segundos. A seguir, elogie-o, ponha

o papel na pilha das tarefas acabadas e coloque o lápis na caixa. Repita o

procedimento com o segundo lápis. Reduza, gradualmente a sua ajuda até que ele

consiga segurar o lápis e rabiscar sozinho. Encoraje-o a rabiscar por períodos

longos mas dê-lhe somente alguns lápis para que veja em quantas partes se pode

dividir uma tarefa.

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106 – BOLAS DE SABÃO

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as competências de agarrar

Objectivo: Tirar a tampa de um frasco de bolas de sabão e usar o dispositivo de forma a

conseguir fazer bolas

Materiais: Frasco com dispositivo para bolas de sabão

Procedimento:

Assegure-se que a tampa do dispositivo está colocada de forma solta e coloque o

dispositivo na mesa em frente do João Chame-lhe a atenção e demonstre-lhe

como tirar a tampa. Então retire o dispositivo que serve para fazer as bolas e

sopre. Coloque-o novamente no frasco de forma solta. Segure a mão da criança e

dirija-lhe os movimentos até ele fazer algumas bolas de sabão. Em seguida volta

a colocar o dispositivo e a tampa no frasco. Coloque-o em frente da criança e

incite-o a abrir o frasco. Finja que o está a fazer, se necessário, e posicione as

mãos de forma apropriada no frasco. Repita a actividade até ele conseguir tirar a

tampa sem ajuda.

107 – DESAPERTAR TAMPAS DE FRASCOS

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o controle da motricidade fina, cooperação das duas mãos, força das

mãos e rotação do pulso

Objectivo: Desapertar a tampa de um frasco sem ajuda

Materiais: 3 frascos pequenos com tampas de desapertar, recompensas alimentares

Procedimento:

Coloque os três frascos na mesa em frente ao João. Acene com uma recompensa

de um alimento que ele goste e, quando tiver chamado a sua atenção, tire a

tampa de um dos frascos, coloque a recompensa lá dentro e ponha a tampa no

frasco de forma a ficar solta. Dê-lhe o frasco e gesticule no sentido de ele imitar o

que fez. Coloque as mãos do João no frasco e ajude-o a desempenhar a tarefa

para que obtenha a recompensa que está no interior do frasco. Repita o

procedimento com os três frascos. Reduza progressiva a sua ajuda até o João

conseguir abrir os três frascos sozinho. Lembre-se de verificar sempre se as

tampas não estão demasiado apertadas.

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108 – EXERCÍCIOS DE DEDOS

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Aumentar o controle dos dedos

Objectivo: Desempenhar movimentos simples dos dedos sem assistência

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Demonstrar ao João movimentos simples dos dedos e fazer com que ele os imite

(por exemplo: tocar em sucessão cada um dos dedos da sua mão direita com o

seu polegar esquerdo). Gesticule para que o João imite o que acabou de fazer. Se

ele fizer algum movimento no sentido de a imitar, use as suas mãos para mover

os dedos dele de forma correcta. Elogie-o imediatamente.

Outros movimentos possíveis dos dedos incluem:

Agitar o polegar com o punho fechado

b) Agitar todos os dedos com a palma da mão para cima

c) Agitar cada um dos dedos individualmente com a palma da mão para baixo.

Repita a actividade usando outros movimentos simples dos dedos de forma a que

o João aprenda como mover os dedos conjuntamente e individualmente.

109 – PUXAR CORDÕES

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Percepção, audição

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar as competências de agarrar e o controle motor fino

Objectivo: Puxar um fio de um boneco para que este fale

Materiais: Boneca ou peluche que fale ou emita sons quando um fio é puxado

Procedimento:

Mostre à criança um brinquedo e diga “Olha, João.”. Assegure-se que ele está a

olhar e mostre-lhe como puxar o fio do brinquedo para que este fale. Quando o

boneco parar de emitir sons, guie a mão do João para que puxe o fio.

Recompense-o imediatamente por puxar o fio apropriadamente. Mostre-lhe onde

está o fio e finja que o vai puxar. Ajude-o apenas se ele parecer confuso.

Finalmente, ensine-o a puxar o fio sem ajuda, usando as duas mãos num esforço

cooperativo.

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110 – EXERCÍCIOS DE MÃOS

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a força das mãos

Objectivo: Apertar uma esponja ou uma bola macia 5 vezes em cada mão

Materiais: Esponja, bola macia de borracha

Procedimento:

Sente-se ao lado direito do João e coloque a sua palma da mão direita voltada

para cima. Com a sua mão esquerda coloque-lhe a mão direita na mesma

posição. Feche a mão lentamente e diga “Fecha.”. Em seguida diga “Abre.” e

coloque a mão na posição original. Repita o procedimento usando a sua mão

esquerda para o ajudar a abrir ou fechar a mão. Lembre-se de usar os comandos

“Abre.” e “Fecha.”. Repita o procedimento até ele conseguir abrir e fechar o punho

5 vezes seguidas baseado em ordens verbais. Quando ele conseguir

desempenhar a tarefa correctamente coloque-se do outro lado do João e trabalhe

esse lado. Assim que os dois lados estiverem trabalhados, coloque uma esponja

numa das mão e faça com que a aperte 5 vezes seguidas. O mesmo acontece

para a outra mão. Finalmente substitua a esponja por uma bola de borracha e

continue o treino. Lembre-se de dizer “Abre.” E “Fecha.” de cada vez e de colocar

a sua mão a desempenhar a mesma tarefa para que elo tenha um modelo a

imitar.

111 – MOLAS DE ROUPA

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar o controle motor fino e a força das mãos

Objectivo: Prender 6 molas de roupa nos bordos de uma caixa de sapatos

Materiais: 6 molas da roupa de plástico, caixa de sapatos

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, verifique se as molas não são demasiado rígidas

para que o João as abra facilmente. Segure a mola em frente ao rosto da criança

e demonstre como se abre e fecha. Em seguida diga “Olha.” E prenda a mola no

bordo da caixa. Coloque a mola na mão do João e use a sua mão para o ajudar a

abrir a mola. Guie-lhe as mãos para prender a mola ao bordo da caixa. Elogie-o

sempre que se prenda a mola. Reduza gradualmente a sua assistência até que

ele consiga desempenhar as suas actividades sozinho. Quando ele conseguir

realizar essa actividade sem ajuda, coloque 6 molas à sua frente para que termine

a tarefa. Em seguida faça com que remova as molas e as coloque dentro da

caixa. Recompense-o de cada vez que realizar essa actividade.

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112 – SEGUIR COM O DEDO Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, táctil

Meta: Melhorar o controle das mãos e dos dedos

Objectivo: Traçar com o dedo os contornos de formas

Materiais: Itens comuns de casa (bola, mesa e um livro)

Procedimento:

Segure o dedo indicador do João e, lentamente, trace o contorno exterior de uma

série de objectos tais como: um livro, uma mesa, uma bola. Fale com ele de forma

reconfortante enquanto o faz. Reduza, gradualmente, o controle da mão e

verifique se ele vai fazendo o contorno dos objectos sozinho. Elogie-o enquanto

traçar, lentamente, os contornos com os dedos. Se ele começar o traçado de

forma impaciente ou impulsiva, acalme-o verbal ou, se necessário, fisicamente. Á

medida que ele se habituar à sensação táctil desses objectos, introduza outros.

113 –DOBRAR PAPEL Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)

Meta: Aumentar o controle motor fino, a coordenação das mãos e a discriminação da

cor

Objectivo: Fazer um brinquedo, dobrando papel

Materiais: 2 tiras de papel colorido

Procedimento:

Cole as duas extremidades das fitas tal como é demonstrado na figura. Mostre, ao

João como dobrar a tira horizontal sobre a vertical. Se ele for receptivo e nomear

as cores faça com que ele saiba o que vai dobrar, dizendo “Azul.” e faça as

dobras seguintes (figuras C, D e E). Se ele não souber as cores, aponte para as

fitas que ele deve dobrar, dizendo “Dobrar.”. Se ele hesitar, guie-lhe as mãos até

que o trabalho esteja completo.

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114 – CORTAR Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e aprender a usar tesouras

Objectivo: Cortar ao acaso tiras de papel

Materiais: Tesouras, papel

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, faça 3 cortes numa folha de papel com 5 cm de

distância entre elas para que o João seja capaz de completar os cortes. Coloque o

material (folha de papel e tesoura) em frente dele. Chame-lhe a atenção e segure

nas tesouras. Segure-os de forma apropriada e coloque-os no seu campo de

visão. Faça um corte. Segure nas mãos do João e posicione as tesouras

apropriadamente. Use as suas mãos para reforçar o acto de agarrar a tesoura por

parte da criança e para controlar os seus movimentos. Manipule as suas mãos de

forma a que abra e feche a tesoura várias vezes. Diga “Cortar.” de cada vez que

as tesouras fecham. Ajude-o a prolongar os cortes. À medida que achar que as

suas mãos evidenciam mais destreza, reduza a ajuda prestada. Não se preocupe

se os cortes não saírem direitos. Encoraje o João a terminar apenas os cortes já

efectuados pois, dessa forma, a tarefa terá um fim delimitado e ele não se sentirá

frustrado.

115 – PARAFUSOS E PORCAS Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aprender a discriminar tamanhos e melhorar as capacidades motoras finas.

Objectivo: Emparelhar 3 parafusos e 3 porcas de 3 tamanhos diferentes sem ajuda

Materiais: 3 parafusos e porcas de tamanho igual, 3 parafusos e porcas de tamanhos

diferentes, 2 tabuleiros.

Procedimento:

Quando o João conseguir completar dois tabuleiros diferentes (actividades 143 e

144), comece a ensiná-lo a emparelhar as peças soltas (sem encaixe de madeira

como suporte), usando as duas mãos de forma cooperativa. Comece com as

peças de tamanho igual. Misture-as em frente do João. Coloque, em seguida, dois

tabuleiros na mesa com um parafuso num deles e uma porca no outro.

Demonstre, em seguida como enroscá-los. Guie as suas mãos para que o João

enrosque o segundo par. Repita o procedimento até que ele consiga completar os

3 pares de peças sem ajuda. Quando ele não demonstrar dificuldade em associar

as 3 peças semelhantes, repita o procedimento com as 3 peças de tamanhos

diferentes até ele não demonstrar dificuldade na execução desta nova tarefa.

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116 – FLOCOS DE NEVE

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a precisão das competências de dobrar papel e aumentar a força

muscular para usar tesouras

Objectivo: Dobrar e cortar 4 folhas de papel ao mesmo tempo

Materiais: Folhas, tesouras

Procedimento:

Coloque um quadrado de papel à sua frente e outro em frente do João. Chame-

lhe a atenção “Olha, João.” e dobre o papel ao meio. Em seguida, segure nas

suas mãos e ajude-o a fazer o mesmo. Diga “Outra vez.” e dobre novamente a

folha ao meio. Leve-o a fazer o mesmo, preferencialmente sem a sua ajuda. Com

um lápis, desenhe os sítios que ele deve cortar (ver figura). Corte. Em seguida

abra o papel e mostre-se entusiasmada com o desenho obtido. Ajude-o a colar o

desenho na janela para mostrar como gostou do trabalho que fez. De início terá

de lhe guiar as mãos para que o João consiga cortar o papel no sítio exacto.

117 – PENDURAR ROUPA

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a força muscular e o período de atenção

Objectivo: Pendurar roupas numa corda e apertar com uma mola da roupa

Materiais: Molas da roupa, toalhas, lenços, meias, corda, cesto

Procedimento:

Estenda a corda de forma a que fique ao nível dos ombros do João. Coloque a

roupa num cesto, aos seus pés, e as molas numa caixa. Dirija-o, guiando as mãos

em primeiro lugar, e depois por gestos e palavras, da seguinte forma: “Tira a

meia.” (use a mão esquerda da criança), “Tira a mola.” (use a mão direita da

criança), “Põe a meia.” (coloque-o na corda), “Põe a mola.” (ajude-o a apertar a

mola, a colocá-la na corda e a libertá-la). Se verificar que o João tem alguma

dificuldade particular, como por exemplo: em abrir a mola; pratique esta actividade

antes de continuar a implementar toda a sequência (por exemplo: pratique o

apertar das molas numa toalha de mesa).

118 – TACHAS – I

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Motricidade fina, manipulação

Imitação, motor

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e da força dos dedos

Objectivo: Empurrar 12 tachas num quadro de cortiça

Materiais: Tachas, quadro de cortiça

Procedimento:

Sente-se à mesa, com o João e coloque o quadro à sua frente. Coloque as tachas

ao lado. Assegure-se que ele está a olhar para si quando apanhar a primeira

tacha. Usando um movimento deliberado de pinça, apanhe a tacha e segure-o em

frente dos Olhas do João para que ele veja o que está a fazer. Diga “Olha, João.”

e empurre a tacha de forma a que fique presa na cortiça. Segure nos dedos do

João e repita o procedimento. Aponte para a segunda tacha e diga “Põe no

quadro.” e aponte para o quadro. Se ele não fizer nenhum movimento, guie-lhe a

mão. Repita o procedimento até ele conseguir colocar as 12 tachas no quadro. De

início, escolha apenas 3 ou 4 tachas da mesa; mas, à medida que aprende a

tarefa, aumente o número.

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119 – TECER COM TIRAS

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aprender a tecer, usando padrões regulares

Objectivo: Entender as noções “em cima”, “em baixo” e mover o papel de acordo com

essas noções. Trabalhar até a tarefa estar completa

Materiais: Tiras de papel de duas cores

Procedimento:

Cortar o papel em tiras de 3cm iguais (azul - 20 cm; vermelho - 30 cm). Coloque

uma folha lisa na mesa para formar a base do. Cole as tiras azuis no cimo da

folha trabalho (ver figura). Segure uma tira vermelha e teça-a nas azuis, da direita

para a esquerda (ver figura). Enquanto faz a demonstração vá dizendo: “Em cima,

em baixo.”, conforme vai movendo a fita. Em seguida, dê ao João outra fita

vermelha e ajude-o a passar por baixo e por cima das fitas azuis. Utilize palavras

simples “Olha João, agora vai para cima e agora, para baixo”. Assim que ele

perceber o que se espera dele, afaste-se e veja se ele parece confuso. Após a fita

estar colocada correctamente, segure-o com um pedaço de fita cola. Quando o

padrão ficar completo, elogie-o e dê-lhe a tesoura para aparar as pontas. Use-o

na cozinha ou noutro ponto da casa, como enfeite para que ele se sinta motivada

a fazer outro.

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COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL

A coordenação de capacidades é uma das competências que mais falha nas

crianças com autismo. Assim, é especialmente importante considerar os níveis de

desenvolvimento nas tarefas que envolvem coordenação óculo-manual. Mesmo que a

criança seja boa, em termos de competência de motricidade fina, a sua coordenação

óculo-manual pode ter um nível baixo devido a problemas de percepção. A maioria

das capacidades de motricidade fina descritas pretendem ensinar à criança como

agarrar e manipular objectos. A coordenação óculo-manual envolve a coordenação

dessas competências com as capacidades de percepção. Por exemplo: agarrar um

lápis e usá-lo para riscar espontaneamente, numa tarefa de motricidade fina. Usar o

mesmo lápis para passar por cima (ou desenhar) de um padrão simples. Esta tarefa

tanto envolve a coordenação da motricidade fina como as capacidades de percepção.

É isto que é considerado a coordenação óculo-manual.

As actividades de percepção, motricidade fina e coordenação óculo-manual,

aqui sugeridas, estão intimamente relacionadas, mas o professor não deve entender

que os níveis de desenvolvimento da criança nestas funções vão ser os mesmos. Não

é raro que uma criança com autismo tenha capacidades de motricidade fina num nível

de , mas tenha capacidades de percepção e de coordenação óculo-manual, apenas

num nível de 2 anos. Uma avaliação cuidada do nível funcional desta criança, em

cada uma das áreas, é extremamente importante para se delinear um programa de

educação individualizado efectivo. As actividades que se seguem são uma amostra

de tarefas que podem ser usadas para melhorar a coordenação óculo-manual e estão

agrupadas em duas categorias: desenho e manipulação de materiais. As actividades

que envolvem o desenvolvimento do controle óculo-manual são especialmente

importantes na programação pré-profissional. As actividades de desenho, a este nível,

constituem a base para uma eventual aprendizagem da escrita. O desenvolvimento e

consolidação das competências de coordenação óculo-manual são um dos aspectos

mais importantes do crescimento e adaptação da criança.

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120 – PRÉ- EMPILHAR

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Imitação, motor

Meta: Aumentar o controle em colocar objectos

Objectivo: Empilhar 3 ou 4 caixas

Materiais: Pequenas caixas de cereais (vazias ou cheias), cesto

Procedimento:

Coloque as caixas de cereais dentro do cesto e sente-se o João, no chão. Retire

uma caixa do cesto e coloque-o no chão. Então tire outra caixa e coloque-o em

cima da primeira. Repita o procedimento até todas as caixas estarem empilhadas.

Em seguida empurre-as e faça um barulho qualquer divertido. Coloque novamente

todas as caixas no cesto. Em seguida, recomece a actividade mas, ao colocar a

primeira caixa no chão, dê ao João a outra caixa para que seja ele a colocá-la.

Repita o procedimento, retirando progressivamente a sua ajuda até que ele seja

capaz de retirar as caixas do cesto, empilhá-las e deitá-las ao chão sem ajuda.

121 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – I

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências de agarrar um objecto e de o atirar a um alvo

Objectivo: Colocar um objecto numa lata vazia

Materiais: 4 latas vazias, 4 pares de meias

Procedimento:

Coloque 4 latas, em fila na mesa, em frente ao João. Coloque os 4 pares de

meias enroladas numa caixa de sapatos ao seu lado. Agarre num dos pares de

meias e mostre à criança como a deixar cair dentro da lata. Guie-lhe a mão de

forma a que ele apanhe um par de meias, dirija a mão à lata e deixe cair a meia

dentro da lata. Repita a actividade até cada lata ter uma meia dentro.

Gradualmente, reduza a sua assistência à medida que o João for desempenhando

a tarefa de forma mais independente. Observe-o cuidadosamente no sentido de

verificar se existe alguma parte da tarefa que lhe seja particularmente difícil. Se

ele mostrar dificuldade com alguma parte específica, gesticule no sentido da

acção desejada. Quando todas as meias estiverem nas latas, remova os materiais

e recompense-o.

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122 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – II

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Aumentar a capacidade de agarrar um objecto e lançá-lo num alvo

Objectivo: Colocar uma conta numa caixa dos ovos

Materiais: Caixa dos ovos, 12 contas grandes (ou nozes)

Procedimento:

Divida uma embalagem de cartão dos ovos e coloque uma das partes em frente

ao João. Ponha uma das contas à sua frente e aponte para um dos espaços

vazios da caixa de cartão e diga: “Põe.”. Elogie-o e recompense-o imediatamente

se ele fizer alguma tentativa para segurar na conta e depositá-la num dos espaços

vazios que pertencem à caixa de ovos. Se ele parecer que não entende dirija-lhe

a mão nessa actividade. Repita o procedimento até colocar todas as contas na

embalagem. Reduza gradualmente a assistência até que a criança consiga libertar

a conta na embalagem. De início, terá de apontar para a caixa vazia no sentido de

lhe dirigir a sua actividade. Quando estiver familiarizado com a actividade, diga:

“Põe.”, mas não aponte. Verifique se ele consegue localizar visualmente o

recipiente vazio e colocar a conta, lá dentro.

123 – ANÉIS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina

Objectivo: Enfiar 4 anéis numa estaca sem ajuda

Materiais: Anéis, estaca

Procedimento:

Coloque a estaca à frente do João e mostre-lhe os anéis. Diga “Olha, João”, e

mostre-lhe como atirar o anel na estaca. Tire o anel e repita o procedimento. Dê o

segundo anel ao João e diga-lhe “Põe.”. Guie a sua mão pela actividade

pretendida. Repita o procedimento até que todos os anéis estejam introduzidos na

estaca. Elogie-o sempre que colocar um anel e recompense-o quando todos os 4

anéis estiverem introduzidos. Assegure-se que ele vê que todos os anéis que lhe

serão dados para que tenha a noção do término da tarefa.

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124 – EMPILHAR BLOCOS Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina

Objectivo: Empilhar 4 blocos sem ajuda

Materiais: 4 blocos médios

Procedimento:

Coloque 4 blocos na mesa, à frente do João. Assegure-se que lhe despertou a

atenção e demonstre como se empilham os blocos no sentido de formar uma

torre. Desfaça a torre e coloque os blocos na posição original. Coloque um dos

blocos directamente em frente do João. Tire um segundo bloco e diga “Põe em

cima.” e coloque-o em cima do primeiro. Assegure-se que ele está a olhar

enquanto empilha o segundo bloco. Segure a sua mão, ajude-o a apanhar o 3º

bloco, diga “Põe em cima.” e dirija a mão do João. Repita o procedimento com o

quarto bloco, mas, desta vez, aponte e diga “Põe em cima.”. Dê-lhe uma

oportunidade de empilhar o bloco sozinho mas ajude-o se parecer confuso.

Quando todos os blocos estiverem empilhados, a actividade termina. Repita o

procedimento até o João conseguir empilhar os blocos sem ajuda.

125 – CUBOS EM LATA Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Meta: Aumentar as motricidade fina e atenção

Objectivo: Colocar 4 blocos numa lata

Materiais: Lata de café com um corte na tampa, 4 blocos, 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque a lata de café na mesa entre si e o João. Coloque 2 cubos em cada

tabuleiro e coloque um de cada lado da lata (ver figura). Aponte para um cubo e

diga “Põe dentro.”. Se necessário, segure-lhe na mão e guie-o para a actividade

pretendida (segurar um cubo e colocá-lo dentro da lata através do corte da

tampa). Aponte para um bloco no outro tabuleiro e repita o procedimento.

Assegure-se que o João está a olhar para a sua mão enquanto você aponta para

os blocos. Alterne os cubos dos tabuleiros diferentes para que ele seja forçado a

mover os seus Olhas à medida que vai apontando.

126 – ENCAIXES

Coordenação óculo-manual, controle

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Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Aumentar a capacidade em direccionar um objecto para um alvo específico.

Objectivo: Inserir 5 cavilhas num quadro sem ajuda.

Materiais: Caixa de sapatos, cavilhas (podem ser feitas do pau da vassoura).

Procedimento:

Coloque o encaixe na mesa em frente ao João.

Manipule a mão dele para que tire todas as

cavilhas e as coloque na mesa. Segure o dedo

indicador e ajude-o a localizar o orifício na caixa.

Aponte para uma das cavilhas e aponte para um

dos buracos e diga “Põe dentro.”. Guie-o na

introdução da primeira cavilha mas, gradualmente, reduza a ajuda prestada. Após o ter

ajudado a introduzir a primeira cavilha, ajude-o a retirá-la e a introduzi-la novamente.

Repita o procedimento com todas as cavilhas. Após o João se habituar a esta rotina,

diga-lhe “Põe.”, mas não aponte para uma peça específica ou para um buraco.

Recompense-o quando todas as cavilhas estiverem na caixa.

127 – ESTOJO DE LÁPIS Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Melhorar a manipulação de objectos e controlar a direcção para um alvo

Objectivo: Colocar 4 lápis nos furos de um estojo de lápis sem ajuda

Materiais: Lata (sumo, vegetais, etc.), cartão, 4 lápis

procedimento:

Construa um estojo de lápis simples, fazendo furos numa

peça de cartão e colando-a no cimo da lata (ver figura).

Assegure-se que os furos têm a dimensão suficiente para

que os lápis caibam. Coloque os estojo e 4 lápis à frente

do João. Assegure-se que ele está a olhar e ponha um

lápis num dos furos. Dê-lhe um lápis e guie-lhe a mão

para um dos furos, enquanto diz “Põe dentro.”. Elogie-o imediatamente. Dê-lhe um

terceiro lápis, aponte para outro furo e diga: “Põe dentro.”. Ajude-o só se for

necessário. Quando ele estiver habituado a pôr os lápis, pare de apontar para os

furos e veja se ele é capaz de localizar os furos vazios e tenta lá pôr os lápis.

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128– COLORIR Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar o controle da mão e desenvolver competências de colorir

Objectivo: Fazer 4 ou 5 marcas com um lápis dentro de um espaço delimitado por uma

linha grossa

Materiais: Lápis, papel, marcadores

Procedimento:

Usando um marcador faça dois círculos ou quadrados numa folha de papel (ver

figura). Faça os contornos grossos, escuros e claramente visíveis. Coloque uma

folha de papel e dois lápis na mesa em frente do João. Tire um lápis e faça alguns

rabiscos dentro do espaço delimitado pelo círculo. Dê-lhe um segundo lápis e diga

“Faz tu.”. Ajude-o a agarrar o lápis e a rabiscar por alguns segundos dentro do

círculo. Elogie-o, remova a folha e repita o procedimento com uma segunda folha.

De início o João não entenderá a ideia de colorir dentro de um espaço delimitado.

Continue a fazer as marcas apenas dentro das linhas e use a sua mão para que

ele faça o mesmo. Retire, gradualmente o controle da mão à medida que ele

conseguir colorir de uma forma controlada. Recompense-o sempre que completar

um folha de trabalho.

129- ENFIAR CONTAS – I Coordenação óculo manual, controle

Motricidade fina e coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos

Objectivo: Enfiar duas contas num pino enquanto o segura com uma mão

Material: Pino de enfiar e contas

Procedimento:

Coloque o pino em cima da mesa e dê ao João uma conta (certifique-se de que

cabe no pino) e guie a sua mão para que a enfie. Pegue numa segunda conta,

mostre-a e diga: “Põe aqui.”, apontando para o pino. Ajude-o apenas se for

necessário. Quando estiverem duas pintas no pino, coloque-o de lado e ponha

outro na mesa. Desta vez tente que ele ponha o pino sem a sua ajuda. Quando

ele conseguir fazê-lo com a base assente na mesa, ajude-o a segurar o pino com

uma mão e a enfiar as contas com a outra. De inicio terá que o ajudar com as

suas mãos, mas vá retirando a assistência à medida que o João vai progredindo.

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130 – ENFIAR CONTAS – II

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos

Objectivo: Colocar duas contas num suporte sem ajuda

Material: Pino de enfiar e contas

Procedimento:

Quando o João conseguir colocar as contas num pino (actividade 129) tente que

o faça num objecto mais flexível, mas ainda rígido, como por exemplo um tubo de

plástico. Demonstre como fazê-lo segurando o tubo com uma mão e usando a

outra para apanhar as contas, depois dê-lhe o tubo e ajude-o a segurá-lo com

uma mão. Ajude o João a colocar as contas no tubo e quando ele conseguir

recompense-o. Reduza o seu apoio à medida que ele vai progredindo.

131 – ENFIAR CONTAS – III

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos

Objectivo: Enfiar 5 contas num atacador de sapato, sem ajuda.

Material: Atacador de sapato e contas.

Procedimento:

Depois do João conseguir enfiar as contas no tudo sem ajuda (actividade130),

mude parta um cordão ou atacador de sapato. Dê um nó numa das extremidades

para que as contas não saiam. Demonstre primeiro como enfiar a conta no fio.

Certifique-se de que o João está a olhar para a sua demonstração. Depois guie-o

para que segure no atacador com uma mão e numa conta com a outra. Ajude-o a

enfiar a primeira conta e a fazê-la deslizar até ao nó do fio. Repita a actividade até

enfiar as 5 contas. No principio terá que lhe ensinar o que cada mão terá que

fazer, parar que ele consiga usá-las cooperativamente. Repita a actividade até

que ele consiga colocar as 5 contas sem ajuda.

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132 – MOLAS DE ROUPA

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação, emparelhar

Meta: Incrementar competências para emparelhar e força manual

Objectivo: Colocar 6 molas de roupa no lugar assinalado num tubo

Material: 6 molas de roupa de cores diferentes, um tudo

Procedimento:

Quando o João conseguir colocar molas de roupa numa caixa sem ajuda

(actividade 111) comece a ensinar-lhe a colocar molas em sítios marcados de um

tubo. Desenhe 6 estrelas no lado exterior do tubo e vire-as para cima, para que

ele coloque as molas directamente nas estrelas. Se quiser usar esta tarefa para o

emparelhar das cores, desenhe as estrelas com as cores das molas. Depois dê-

lhe uma mola aponte para a estrela e diga: “Põe aqui.”. Se ele a tentar colocar em

qualquer lado do tubo aponte para a estrela e repita: “Põe aqui.”. Se ele lhe

parecer confuso, guie-lhe a mão para a estrela. Quando ele conseguir colocar as

6 molas sem a sua ajuda, diga ocasionalmente: “Põe aqui.”, sem apontar. Veja se

ele procura as estrelas ainda vazias para colocar a mola.

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133 – TRABALHAR O PRÉ-DESENHO

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Imitação, Motricidade

Meta: Aumentar o controle manual e desenvolver as primeiras competências de

desenho

Objectivo: Traçar três linhas num prato de açúcar ou farinha com um dedo

Materiais: Um prato, açúcar ou farinha

Procedimento:

Espalhe o açúcar num prato. Pegue no dedo indicador do João e mostre-lhe como

fazer linhas rectas. Reduza o seu apoio à medida que ele começar a fazer marcas

sozinho. quando ele perceber toda a actividade, faça marcas e tente que ele a

imite. Faça padrões na vertical e horizontal.

134. BRINQUEDOS DE ENCAIXE

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual e aprender a usar adequadamente os

brinquedos

Objectivo: Fazer uma construção simples de 3 encaixes

Materiais: Brinquedos de encaixe

Procedimento:

Certifique-se de que o João está a olhar para si e faça as três construções. Ponha

o seu modelo na mesa e dê-lhe peças para ele fazer construções semelhantes.

Ajude-o a copiar o primeiro modelo, controlando as suas mãos. Reforce-o e

coloque a construção ao lado da sua. Dê-lhe as peças para fazer o segundo

modelo. Ajude-o se ele parecer confuso. À medida que ele for controlando melhor

a actividade, retire a sua ajuda e aumente o número de peças da construção.

Recorde que demasiadas peças em frente dele podem desorganizá-lo.

135 – MOLDAR PLASTICINA – I Coordenação óculo-manual

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Motricidade fina, coordenação óculo-manual

Percepção visual

Imitação e motricidade

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e desenvolver a capacidade de

copiar objectos

Objectivo: Copiar três objectos comuns com a plasticina

Material: Plasticina, 3 objectos comuns com formas simples (por ex.: bola, bolacha, cubo

Procedimento:

Sente o João à mesa. Coloque um dos objectos a serem copiados em frente dele,

assim como dois pedaços de plasticina. Nomeie o objecto a copiar e certifique-se

de que ele está a olhar. Se estiver a fazer uma bola diga “Olha, João, uma bola.”.

Quando ele olhar mostre-lha e coloque-o ao lado do objecto original. Depois

aponte para o segundo objecto e faça o mesmo. Se ele não fizer nenhum

movimento com a plasticina ajude-o a começar, com a sua mão. Se ele não

compreender ajude-o, com as suas mãos, a moldar a bola. Reforce-o

imediatamente e repita o procedimento com os outros objectos. À medida que ele

for sendo mais capaz e independente, retire o seu apoio.

136 – MOLDAR PLASTICINA – II Coordenação óculo-manual

Motricidade fina, coordenação óculo-manual

Percepção visual

Imitação e motricidade

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, aprender a usar adequadamente os

jogos e desenvolver a capacidade de reproduzir cópias de representações

bidimensionais

Objectivo: Moldar com plasticina figuras representadas por desenhos

Material: Plasticina, desenho de três objectos comuns e familiares ao João. Devem ser

muito claros para ele, podem ser desenhados ou recortados de uma revista, se

possível devem representar os mesmos objectos trabalhados na actividade 135

Procedimento:

Quando o João conseguir moldar a plasticina para copiar os objectos com estes

presentes, ensine-o a moldar objectos a partir de figuras. Coloque dois bocados

de plasticina em cima da mesa e uma figura a reproduzir. Certifique-se de que ele

esta a olhar para a figura. Diga: ”Olha João, a bola.“ e aponte para a figura.

Depois pegue num bocado de plasticina e faça uma bola. Aponte para o segundo

bocado de plasticina e diga: “ Olha, faz a bola.”. Se ele lhe parecer confuso, ajude-

o a começar. Coloque a segunda bola perto da figura e aponte para o conjunto

dizendo: “ Bola”. Reforce-o imediatamente e repita o procedimento com as outras

duas figuras.

137. PARTES DE UM TODO

Coordenação óculo-manual, controle

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Motricidade fina, manipulação

Percepção visual

Meta: Reconhecer a relação entre as partes e o todo e juntar as partes correctamente

para formar um objecto

Objectivo: Juntar, sem ajuda as partes de uma figura dividida em duas

Material: Papel de cor, papel branco, lápis, tesoura e cola

Procedimento:

Corte partes de objectos que, quando juntas, formem um objecto que o João

reconheça facilmente. Desenhe uma linha no meio de uma folha branca e num

dos lados da linha coloque o modelo do objecto. Mostre ao João as duas partes

do objecto e como deve colocá-las no outro lado da folha que contém o modelo.

Certifique-se de que ele está a olhar para si enquanto as coloca directamente no

outro lado da folha. Nomeie o objecto e retire as duas partes novamente. Diga-lhe

que junte as duas partes, se ele parecer confuso ajude-o a rodar as partes até que

encaixem adequadamente e depois cole o desenho no papel. Pendure o desenho

na sala de aula para mostrar que tem orgulho no seu trabalho. À medida que ele

for dominando a tarefa divida as figuras em 3 ou 4 partes e repita o procedimento.

138. PINÇAS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Percepção visual

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, o controle da motricidade fina e a

capacidade de movimentar objectos

Objectivo: Pegar em 6 objectos pequenos com pinças e colocá-los em copos ou cartões

dos ovos.

Material: Pinças pequenas e flexíveis, cartão de ovos, pequenos objectos (blocos,

contas etc.)

Procedimento:

Page 91: SUGESTÕES DE ACTIVIDADES - … actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno de ... ♦ Ter cuidado para não reforçar comportamentos indesejáveis. Por exemplo,

Coloque 2 ou 3 objectos pequenos em cima da mesa em frente do João e diga

“Olha, João.” e mostre-lhe como se usa a pinça. Certifique-se de que ele está a

olhar para si e use a pinça para pegar num dos objectos e colocá-los num buraco

do cartão de ovos. Liberte o objecto no cartão abrindo a pinça. Tente que o João o

imite no uso da pinça. Ajude-o a pegar-lhe de forma adequada. Com a outra mão

aponte para o objecto que ele deve pegar e diga “Põe este.”. Ajude-o a controlar a

pinça e a pegar no objecto. Depois encaminhe-o para o cartão e ajude-o a libertar

o objecto. Inicialmente terá que apontar para um buraco vazio para que ele saiba

onde deixar o objecto. Treine com vários objectos para que ele adquira o controle

da pinça. Diminua o controle das mãos à medida que sentir que ele vá

percebendo e controlando melhor a tarefa.

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139- DESENHO: LINHAS HORIZONTAIS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Objectivo: Aumentar o controle manual e desenvolver competências de desenho

Objectivo: Desenhar linhas horizontais unindo pontos

Material: Papel, lápis e marcadores

Procedimento:

Usando os marcadores, prepare várias folhar de trabalho desenhando 5 ou 6

conjuntos de pontos bem visíveis com cerca de 1 cm de intervalo. Dê um lápis ao

João e ajude-o a colocar o lápis no ponto da esquerda. Diga: “Por cima.” e guie-

lhe a mão para que vá passando por cima dos outros pontos até ao último da

direita. Repita esta actividade várias vezes. Reduza a ajuda manual à medida que

sentir que ele começa a mexer o lápis sozinho. Reforce-o por cada folha

completa. Pode ir gradualmente aumentando o grau de dificuldade, aumentando a

distância entre os dois pontos.

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140- DESENHAR CÍRCULOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências básicas de desenho

Objectivo: Unir uma série de pontos para formar e completar círculos de um desenho

simples

Material: Papel, lápis e marcadores

Procedimento:

Desenhe vários desenhos simples, um em cada página, nos quais o circulo forme

uma parte importante do desenho. Use os marcadores para fazer a figura, mas

desenhe o circulo apenas com uma série de pontos bem visíveis. Dê ao João um

lápis e uma das folhas. Nomeie o objecto e aponte para o que falta. Guie a mão

dele para desenhar o circulo que falta, unindo os pontos. Reduza a ajuda à

medida que ele aprende o que se espera dele. Veja se ele consegue descobrir no

desenho onde está o circulo para completar.

141- CORTAR COM TESOURA

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Desenvolver o controle da tesoura e a coordenação óculo-manual

Objectivo: Cortar tiras de papel através de uma linha bem demarcada

Material: Papel, tesoura. marcador

Procedimento:

Corte uma folha de papel em tiras de cerca de 1 cm cada. Com um marcador

desenhe linhas grossas ao, longo da tira com cerca de 2 cm de intervalo. Dê ao

João as tiras e a tesoura, ajudando-o a segurá-las com as mãos. Aponte para

uma das linhas e diga: “Corta.”. Se ele parecer confuso ou se tentar cortar em

qualquer parte guie as suas mãos para a linha mais próxima. Reforce-o

imediatamente. repita a actividade tantas vezes quanto as necessárias para ele

conseguir cortar as linhas sem ajuda. Quando ele já tiver percebido que deve

cortar quando aponta para a linha, experimente dizer apenas, “Corta.”, sem

apontar. Veja se ele encontra a linha sozinho e se corta adequadamente.

142 – RECORTAR FIGURAS Coordenação óculo-manual, controle

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Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Cortar adequadamente usando a tesoura para crianças

Objectivo: Cortar figuras simples sem ajuda

Material: Livro de pintar, tesoura, lápis

Procedimento:

Quando o João tiver aprendido como cortar uma linha (actividade 141) ensine-lhe

a recortar figuras. Os livros de pintar são excelentes para estes trabalhos.

Primeiro tente que ele recorte figuras apenas com linhas rectas, mas à medida

que aumenta a coordenação das mãos, pode começar a trabalhar figuras com

curvas simples. Se os desenhos estiverem pintados torna-se mais fácil para ele

recortar. Quando ele chegar ao fim de uma linho ajude-o a mudar de direcção.

Quando ele acabar reforce-o imediatamente e cole a pintura no caderno dele.

143 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS Coordenação óculo-manual, controlo

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual

Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos iguais num quadro de encaixe

Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, construa um quadro simples, de madeira, tal como

visualiza na figura. Coloque 3 parafusos de tamanho idêntico tal como está na

figura. Diga “Olha, João.”. Quando estiver segura de que ele está a olhar, tire uma

porca e aperte-a de forma a ficar solta, num dos parafusos. Então, segure a mão

do João e ajude-o a agarrar a porca, fazendo pinça. Em seguida, guie a sua mão

para que aperte a porca no parafuso. Finalmente, aponte para a porca restante e

diga “Põe tu.”. Se ele tentar colocar a porca, elogie-o imediatamente e ajude-o a

terminar a tarefa. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo a sua ajuda até que

ele seja capaz de completar todas as 3 porcas sem ajuda. Não espere que ele

consiga apertar a porca totalmente. De início, é provável que o João consiga

apenas realizar duas ou 3 voltas.

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144 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS- II

Coordenação óculo-manual, controlo

Motricidade fina, manipulação.

Percepção, visual.

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e a discriminação de tamanhos

Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos diferentes num quadro de encaixe

Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual (actividade 143)

Procedimento:

Quando o João conseguir executar um quadro simples tal como está descrito na

actividade 143, construa um mais avançado usando 3 peças de tamanhos

diferentes. Coloque o quadro na mesa, em frente do João e espalhe as peças de

diferentes tamanhos. Segure na sua mão e ajude-o a apanhar uma das porcas.

Assegure-se que ele está a olhar e tente colocar a peça em todos os parafusos

até encontrar uma que sirva. Quando encontrar uma que não sirva, sorria, abane

a cabaça e diga “Não.”. Quando encontrar a peça apropriada, acena e diga “Sim.”

e ajude o João a enroscar a peça. Repita o procedimento com as restantes peças.

Após a ter ajudado com a segunda peça, verifique se ele consegue agarrar,

sozinho, a terceira porca e colocar no parafuso vazio. Repita a actividade, dando-

lhe a ajuda que necessita até que ele seja capaz de completar o quadro sozinho.

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145 – COSER CARTÃO

Coordenação óculo-manual, controlo

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, agarrar

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Desenvolver competências organizadas de coser

Objectivo: Passar um fio pelos furos de um cartão de forma sequencial

Materiais: Cartão grosso com furos, laço de sapato

Procedimento:

Mostre o cartão com furos, ao João e faça com que ele toque em cada furo com o

indicador. De início terá de guiar a sua mão para que toque nos furos no sentido

dos ponteiros do relógio. Lembre-o de tocar em todos os furos. Ajude-o a agarrar

a fio com a mão direita e a passá-lo pelo primeiro furo. Enfatize a direcção com a

ordem: “Para cima.”. Ajude-o a agarrar a ponta do fio com a mão esquerda e diga

“Para baixo.”. Ajude-o a deixar cair o fio. Em seguida, repita o procedimento,

alternando a mão direita para o movimento ascendente e a mão esquerda para o

movimento descendente. A repetição constante das directrizes vai fazer com que

o João organize a tarefa. Á medida que ele começar a iniciar a tarefa sem as

directrizes verbais, retire a sua ajuda por completo. Continue, no entanto a

verificar se ele não se esquece da direcção “Para cima.” e se não salta buracos.

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146 – IMPRIMIR LETRAS DE IMPRENSA. Coordenação óculo-manual, desenhar

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências de imprimir e melhorar a coordenação óculo-

manual

Objectivo: Ligar pontos para formar letras maiúsculas

Materiais: Papel, lápis, marcador

Procedimento:

Prepare folhas de trabalho, desenhando letras maiúsculas, formadas por pontos.

Coloque uma pinta de uma cor para indicar o ponto de partida e use setas para

indicar a direcção dos movimentos. As folhas devem conter letras constituídas por

linhas rectas (ver figura). Dê o lápis, ao João e guie-lhe a mão para desenhar as

letras. Dê-lhe directrizes verbais simples à medida que traça as letras. Por

exemplo: com a letra “A” pode dizer “Para baixo, para baixo, para o lado.”, para

indicar as direcções que as linhas deverão tomar. Quando ele estiver familiarizado

com as folhas de trabalho, aumente o espaço entre os pontos e faça-os menos

grossos. Finalmente veja se ele consegue desenhar as letras somente através

das suas directrizes verbais.

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147 – DESENHAR (CÍRCULOS E QUADRADOS) Coordenação óculo-manual, desenhar

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motor

Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual

Objectivo: Ligar pontos para desenhar círculos e quadrados

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Prepare várias folhas de trabalho contendo um círculo ou um quadrado cujas

linhas exteriores são constituídas por pontos. Os pontos devem ser claramente

visíveis e, no início, próximos um dos outros. Coloque uma dessas folhas e um

lápis em frente do João. Segure-lhe no indicador e, lentamente, trace a forma das

figuras que a folha de trabalho contém. Á medida que move o seu dedo diga:

“Ponto.” todas as vezes que o dedo do João passar por cima de um destes. Após

repetir esta actividade muitas vezes, dê-lhe o lápis e ajude-o a ligar os pontos.

Continue a repetir “Ponto.” todas as vezes que os ligar. Repita a actividade várias

vezes, usando novas folhas de trabalho. Quando ele começar a ligar os pontos

sozinho, reduza o número de pontos de cada figura e trace pontos cada vez com

menos pressão de forma a que fiquem desenhados com menos tinta logo, mais

claros. Quando o número de pontos tiver sido reduzido a 4 por figura, tire uma

folha de papel em branco e desenhe apenas metade do círculo ou do quadrado.

Verifique se o João completa a outra metade.

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148 – DESENHAR CRUZES E DIAGONAIS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual

Objectivo: Ligar pontos para formar cruzes e linhas diagonais

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho, desenhando conjuntos de pontos que formam

cruzes ou diagonais. Use uma cor diferente para indicar o ponto de partida (ver

figura). Comece com as folhas de trabalho que contenham apenas as linhas

diagonais. Dê o lápis ao João e guie-lhe as mão para que ligue os pontos. Diga

“Ponto, ponto, ponto.”, enquanto desenhas as linhas. À mediada que ele começa

a mover o lápis sozinho, retire progressivamente o controlo das mãos, mas

continue a repetir “Ponto, ponto, ponto.”. Repita o procedimento usando folhas de

trabalho que contenham cruzes formadas por pontos. Á medida que as suas

aptidões aumentam, use menos pontos por padrão e faça-os mais leves. Quando

o João conseguir conectar somente dois pontos pequenos, desenhe uma linha

diagonal ou uma cruz e veja se ele as consegue copiar sem quaisquer que lhe

sirvam de referência.

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149 – DESENHAR: DECALQUES

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motor

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, controlo de um lápis e a capacidade em

desenhar formas

Objectivo: Desenhar figuras geométricas simples, usando inicialmente um decalque e, em

seguida, sem qualquer referência

Materiais: Cartão grosso, lápis, papel

Procedimento:

Prepare decalques simples cortando quadrados, círculos e triângulos de peças de

cartão forte. Coloque as 3 peças de um lado da mesa de forma a que o João veja

quantas vezes ele terá de desempenhar a tarefa. Coloque o 1º decalque numa

folha, à frente do João e ajude-o a mover o dedo no interior do decalque. Repita o

procedimento com o lápis na mão do João. Remova o decalque e mostre-lhe o

desenho que acabou de executar. Repita o procedimento com o 2º o e 3º

decalque. Recompense-o após cada decalque. Reduza o controlo da sua mão até

que consiga traçar o decalque sozinho. Á medida que adquire experiência com o

decalque, faça com que trace apenas metade da figura e, na outra metade,

execute o desenho sem modelo. Continue a desenhar a forma com e sem o

decalque. Reduza o controlo da mão até que ele consiga desenhar a forma com e

sem o decalque.

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150 – DESENHAR: CONVERTER FORMAS EM DESENHOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Percepção visual

Meta: Melhorar as competências de desenho e desenvolver a imaginação

Objectivo: Converter figuras simples em desenhos vulgares

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho, cada uma delas contendo um círculo ou um

quadrado. Tire uma dessas folhas e um lápis e mostre ao João como decorá-la de

forma a convertê-la um objecto que lhe é familiar (ver figura). Por exemplo:

mostre-lhe um quadrado e diga “Olha João: quadrado. Desenha casa.”. Dê-lhe um

lápis e guie-lhe a mão para decorar um quadrado, fazendo-o parecido com uma

casa. Segure o seu dedo e contorne o traçado original, dizendo “Quadrado.”. Em

seguida segure a imagem à sua frente e diga “Casa.”. Após o ter ajudado a

converter o quadrado em casa muitas vezes, aligeire o controlo da mão e, quando

estiver quase a terminar o desenho, verifique se ele o consegue terminar sozinho.

Gradualmente, tente fazer com que ele desenhe porções maiores da figura

sozinho.

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151 – IMPRIMIR O NOME PRÓPRIO

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, imprimir, aptidões em emparelhar

Objectivo: Imprimir as letras do 1º nome da criança com cópia de um modelo

Materiais: Papel colorido, papel branco, lápis

Procedimento:

Corte as letras referentes ao nome do João (no caso do exemplo: S-C-O-T-T) em

papel colorido. As letras devem ter cerca de 8 cm tamanho. Trace os contornos

exteriores das mesmas debaixo do modelo. Desenhe as mesmas letras, uma

terceira vez, constituídas por pontos (ver figura). Faça várias folhas de trabalho

iguais. Coloque uma destas folhas em frente ao João. Dê-lhe um conjunto de

letras e faça com que ele as emparelhe com as do modelo. Se ele necessitar de

ajuda, mostre-lhe como emparelhar letra a letra até que ele o consiga fazer.

Em seguida, faça com que pinte as letras da segunda fila. Ajude-o a colorir dentro

das linhas, guiando-lhe a mão. Finalmente, faça com que ligue os pontos da

terceira fila. Ajude-o se necessitar. Diga “Ponto, ponto, ponto.”, enquanto ele vai

ligando os pontos. Repita as letras, nesta sequência. Cada vez que o João

combinar, pintar as letras ou juntar os pontos que as formam, diga o nome da

letra. Tente fazer com que ele repita o nome da letra. Além disso, cada vez que

ele completar uma sequência, repita o nome total e peça-lhe parar fazer o mesmo.

Use apenas uma folha por sessão.

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152 – DESENHAR: COMPLETAR FIGURAS SIMPLES Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências de desenho e a percepção

Objectivo: Observar uma figura, notar o que falta e completar o desenho

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Desenhe vários objectos simples com os quais o João é familiar mas deixe por

desenhar uma parte óbvia da figura (ver figura). Dê-lhe uma folha e um lápis.

Segure no seu indicador e ajude-o a percorrer o traçado do desenho. Assegure-se

que ele está a olhar para o desenho à medida que move os seus dedos. Quando

chegar à parte do desenho que foi omitida, diga “Oh oh, não está.”. Ajude-o a

completar o desenho. Recompense-o imediatamente e tire uma segunda folha.

Repita o procedimento muitas vezes. Á medida que ele se habituar à tarefa,

verifique se ele consegue localizar a parte que falta sem que tenha de mover o

seu dedo pelo desenho inteiro.

153 – DESENHAR FORMAS E DESENHOS Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de desenho

Objectivo: Ligar pontos para realizar formas simples e desenhos

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho com pontos de lápis que formam desenhos simples

e formas. Use um ponto colorido afim de indicar o início do desenho e setas para

indicar a direcção pela qual deverá mover o lápis (ver figura). Ajude o João a unir

os pontos para completar os desenhos. Retire a sua ajuda assim que ele começar

a unir os pontos sozinho. Á medida que ele se tornar mais apto a ligar os pontos,

separe mais os pontos e trace-os de forma mais leve.

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154 – Tachas – II

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Aumentar a capacidade de agarrar e direccionar um objecto a um alvo

Objectivo: Colocar 12 tachas num quadro de cortiça num padrão delimitado através de

bocados de papel colorido.

Materiais: Tachas, quadro de cortiça, papel colorido

Procedimento:

Coloque uma tacha em frente à criança e guie a sua mão no sentido de o apanhar

com cuidado pela ponta. Em seguida, guie-lhe a mão para espetar a tacha no

quadro de cortiça. Repita o procedimento até que ela consiga colocar as tachas

ao acaso sem ajuda. Coloque 12 pontos de papel colorido autocolante,

delimitando alguns objectos facilmente reconhecíveis tais como uma casa ou uma

cara. Espalhe as tachas, na mesa, em frente ao João. Aponte para uma delas e,

em seguida, aponte para um dos papeis e diga: “Põe.”. Se ela tentar colocar a

tacha em qualquer sítio que não o papel, guie-lhe a mão gentilmente para o local

apropriado. Repita o procedimento com as restantes tachas. Á medida que ele se

habituar à tarefa, diga ocasionalmente “Põe.”, mas não aponte para o papel. Veja

se ele pode localizar visualmente um ponto vazio e colocar a tacha. Se ele lhe

parecer confuso, aponte rapidamente para um dos pontos para que a criança não

se sinta frustrada.

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155 – ESCREVER NÚMEROS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências de escrita

Objectivo: Seguir pontos para desenhar algarismos

Materiais: Papel, lápis, marcador

procedimento:

Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.

Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar

muito perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto

de partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de

trabalho em frente do João e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar

todos os pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles.

Quando terminar de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que o

João aprenda mas números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que

ele se habitue a ouvir o nome. Quando ele conseguir ligar os ponto sem ajuda,

use menos pontos por número e faça os pontos com menos pressão. Quando

atingir o estádio de ter apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ele

copie o número sem a sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início,

limite cada sessão a uma ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente

a duração da tarefa à medida que esta se tornar mais fácil para ele.

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156 – LABIRINTOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Melhorar o controlo do lápis e desenvolver competências de desenho

Objectivo: Completar labirintos simples desenhando uma linha entre duas linhas paralelas

afastadas entre si , 1 cm

Materiais: Papel , lápis, folhas plastificadas (para serem reutilizadas)

Procedimento:

Prepare um número de labirintos simples, desenhando duas linhas paralelas

afastadas entre si 3 cm. Faça apenas um labirinto por página e, se possível,

plastifique-as. Comece por trabalhar labirintos simples com cerca de 10 cm de

comprimento (ver figura). Mostre, ao João, como começar do lado esquerdo e

desenhar uma linha intermédia direccionada para o lado direito. Dê-lhe o lápis e

guie-lhe a mão de modo a que não desenhe fora das linhas. Reduza a ajuda à

medida que ele for conseguindo desenhar uma linha entre as do labirinto. Assim

que as suas aptidões aumentarem, faça labirintos mais divertidos, colocando

figuras no início e no final destes.

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157 – DESENHAR UMA PESSOA

Coordenação óculo-manual, desenho

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motor

Meta: Desenvolver competências de desenho e entender conceitos corporais

Objectivo: Desenhar uma figura humana simples, sem ajuda

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Sente-se, à mesa, ao lado do João. Cada um de vós deverá ter um papel e um

lápis à vossa frente. Chame a atenção do João e diga “Olha João, desenha a

cabeça.”. Desenhe um círculo na sua folha de papel e diga “Cabeça.”. Em

seguida, aponte para a folha de papel do João e diga “ faz tu”. Desenha cabeça”.

Ajude-o a começar se necessitar. Após ter desenhado a cabeça, dirija a sua

atenção para os Olhas, “Desenha Olhas.” e adicione Olhas simples ao seu

desenho. Aponte para o papel do João e diga “Faz tu. Desenha Olhas.”. Ajude-o

apenas se parecer extremamente confuso. Repita o procedimento com as

restantes partes corporais. Mantenha o seu desenho simples de forma de forma a

que ele o consiga imitar facilmente. Lembre-se de nomear cada parte do corpo à

medida que for desenhando. De início, use apenas 3 partes corporais de cada

vez. Adicione gradualmente outras partes assim que ele estiver familiarizado com

a tarefa, por exemplo, boca, cabelo, nariz, dentes, etc.

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158 – DESENHAR CATEGORIAS

Coordenação óculo-manual, desenho

Realização cognitiva, categorização

Meta: Aumentar competências de desenho, imaginação e a capacidade de

categorizar objectos e decidir o que desenhar de forma independente

Objectivo: Pensar acerca de e executar um desenho de um objecto da mesma categoria

de um objecto desenhado pelo professor

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Seleccione uma categoria com a qual o João está familiarizado e que contenha

um número de objectos diferentes que ele consiga desenhar. Podem ser frutos,

brinquedos ou coisas móveis (carros, aviões, barcos). Tire uma folha de papel e

diga “Vamos desenhar frutos.”. Numa folha de papel desenhe uma maçã e diga-

lhe o nome. Diga “Uma maçã é um fruto. Desenha um fruto diferente”. Se o João

se mostrar confuso, diga “Uma banana é um fruto. Desenha uma banana”. Assim

que ele estiver mais apto na tarefa de desenhar diferentes membros das

diferentes categorias, dê-lhe mais escolhas e tente fazer com que o João escolha

o que quer desenhar. Por exemplo, após desenhar uma maçã, diga-lhe “Bananas,

pêras e uvas são frutos.”. Tente evitar que ele desenhe um determinado item sem

escolher. Repita a actividade usando tantas categorias quantas o João conhecer.

De início, terá de o ajudar a desenhar os outros membros da categoria até que

aprenda a associar os desenhos e os objectos.

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REALIZAÇÃO COGNITIVA

Nesta secção incluímos 2 áreas:

1) A compreensão receptiva da linguagem, símbolos e unidades

simbólicas da comunicação;

2) As aptidões de realização, tais como emparelhar, categorizar e

sequencializar, são necessárias para organizar e compreender a

informação do ambiente. Estas capacidades de realização são

facilitadas pela linguagem receptiva, mas a linguagem não é um pré-

requisito para levar a cabo todas as tarefas de realização cognitiva.

Colocámos as actividades de linguagem receptiva e realização na mesma

categoria, porque muitas crianças com autismo têm muitas dificuldades para adquirir

essas funções.

Algumas crianças podem aprender capacidades cognitivas não verbais muito

mais rapidamente do que a linguagem receptiva, enquanto que outras aprendem mais

facilmente de forma inversa .Porque ambos os tipos de capacidades são essenciais

para a adaptação, nós achamos que é útil descobrir quais os tipos de resposta que a

criança prefere dar e não fazer uma distinção formal entre a linguagem receptiva e a

realização cognitiva

Os exemplos apresentados nesta secção foram seleccionados tendo em conta

uma aplicação geral, mas não estão todos os exemplos incluídos. Entre as ilustrações

da linguagem receptiva estão os procedimentos de ensino das ordens “senta”, “vem”,

“pára” e “vai”. Num nível mais elevado estão os nomes de objectos e os nomes da

família, frases com sujeito e predicado e preposições.

As realizações cognitivas não verbais contêm exercícios de correspondência

de pares de objectos ou de imagens, agrupamento de objectos ou figuras pelas suas

funções, distinguindo substâncias comestíveis de não comestíveis, categorização e

sequencialização de imagens.

Todas as funções cognitivas desta natureza são certamente aprendidas mais

facilmente quando a criança conhece as palavras mais relevantes, mas também as

poderá aprender sem conhecer essas palavras, no entanto, terá mais dificuldade.

Muitas destas capacidades de realização são especialmente importantes para

um futuro percurso de aprendizagem na área da pré-profissionalização.

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159 – RECONHECIMENTO DO NOME

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, auditiva

Meta: Desenvolver o reconhecimento do nome

Objectivo: Olhar para a pessoa que fala quando o seu nome é pronunciado

Materiais: Nenhum

Procedimento:

De forma periódica, ao longo do dia, diga o nome do João em voz alta e clara. Se

ele olhar para si recompense-o imediatamente com um abraço ou outra pequena

recompensa que ele aprecie. Se ele não responder, coloque-se no seu campo de

visão e chame-a de novo “João.”. Comece por estar muito perto dele e repita o

seu nome uma vez durante alguns minutos. Recompense-o de cada vez que ele

mover a cabeça para si, mesmo que não faça o contacto visual. Quando ele

começar a responder aumente gradualmente a distância da criança noutras

actividades ou quando está só a brincar com ele.

160 – INDICAR OBJECTOS DESEJADOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a aptidão de indicar necessidades ou desejos de forma não verbal

Objectivo: Apontar para um objecto desejado

Materiais: Recompensas comestíveis ou brinquedos favoritos

Procedimento:

Mostre ao João um brinquedo favorito (ou uma recompensa comestível) e

coloque-o na mesa em frente a ele: Não o deixe alcançar a recompensa até que o

tenha ajudado a apontar para o objecto. Deixe o João olhar para a recompensa e

aponte para ele. Depois guie-o para que a aponte antes de lha dar. Repita a

actividade muitas vezes durante o dia. À medida que João adquire a ideia de

apontar, mesmo que o tenha de ajudar, não perca qualquer oportunidade durante

o dia de o encorajar a apontar. Retire a sua ajuda gradualmente, à medida que

João compreende que pode apontar correctamente quando deseja algo. Quando

ele começar a apontar sozinho, dê-lhe 2 objectos e leve-o a apontar

espontaneamente indicando que quer algo. No princípio o João provavelmente irá

indicar os seus desejos apontando à volta. Gradualmente encoraje-o a apontar

correctamente com o dedo, ajudando-o a mantê-lo na posição correcta.

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161 – RESPONDER A ORDENS VERBAIS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Vir em resposta a uma ordem verbal

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Esta actividade requer 2 pessoas. Cada uma deve ter um pequeno grupo de

recompensas. Os 2 adultos (A e B) devem sentar-se frente a frente, a alguns

centímetros de distância, com o João ao lado de B. A pessoa A diz “João, vem

cá.”, empunhando uma recompensa. No princípio, a pessoa B poderá ter de dar

ao João um pequeno toque de encorajamento para que ele caminhe para a

recompensa. Quando o João vai para o pé de A, ele dar-lhe-á uma recompensa.

Este processo deve repetir-se várias vezes e os adultos devem alternar os seus

papéis. Repetir 4 ou 5 vezes em cada sessão. À medida que ele vai

correspondendo ao pedido vá retirando progressivamente as recompensas. Se ele

tentar movimentar-se antes da ordem ser dada, segure-o até que a ordem seja

dada. Quando o João for capaz de corresponder a essa ordem, numa actividade

controlada, comece a generalizar a sua compreensão da palavra das seguintes

maneiras:

Diga-lhe para vir algumas vezes durante o dia: Assegure-se de que ele está

atento e dê-lhe a instrução verbal.

b) Diga-lhe para vir quando ele está perto mas não está a olhar.

c) Diga-lhe para vir quando você está atrás dele de forma que ele tenha de

se virar para chegar até si.

Faça estes passos um de cada vez. Assegure-se de que ele aprendeu um antes

de passar ao seguinte.

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162 – SENTAR-SE QUANDO SE LHE É PEDIDO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Sentar-se em resposta a uma ordem verbal

Materiais: 3 cadeiras, incluindo uma mais pequena

Procedimento:

Coloque as 3 cadeiras de maneira a que 2 fiquem de frente a

uma cadeira, com uma distância de alguns pés. Esta

actividade requer 2 pessoas Uma pessoa deve sentar-se na

cadeira em frente das outras. O João e um adulto devem

estar, de pé, em frente às suas cadeiras de forma a que os

Olhas da criança estejam ao nível da pessoa que está

sentada. Esta pessoa diz: “João, senta-te.”, de forma clara e

firme. O adulto que está ao pé da criança senta-se e pode ajudar o João a sentar-

se. Quem dá a ordem deve imediatamente recompensá-lo. Repetir a actividade

tantas vezes quantas as necessárias até que a criança comece a antecipar a

ordem verbal e já não necessite da ajuda do adulto.

163 – JOGAR AO “PÁRA E ANDA”

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Parar e andar em resposta a uma ordem verbal, enquanto caminha

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Agarre na mão do João e caminhe com ele à volta da sala algumas vezes.

Ocasionalmente diga “Pára.” E mantenha-o numa posição de paragem. Elogie-o

por parar e insista nessa posição estacionária durante alguns segundos. Depois

diga “Anda.” E comece a andar de novo. Repita o processo muitas vezes. Repare

se ele começa a parar quando ouve a palavra ou se pára porque a mantém nessa

posição. Quando ele começa a antecipar a paragem depois de ouvir a ordem,

solte-lhe a mão enquanto caminham lado a lado.

164 – RECONHECER A SUA PRÓPRIA IMAGEM AO ESPELHO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, visual

Meta: Desenvolver a compreensão da auto-imagem e reconhecimento do nome

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Objectivo: Apontar para a própria imagem no espelho em resposta à pergunta “Onde está

o João?”

Materiais: Espelho de corpo inteiro

Procedimento:

Quando o João consegue responder ao seu próprio nome (actividade 159), leve-

o para um espelho de corpo inteiro e mostre-lhe a sua imagem. Guie-o para tocar

o espelho para que perceba que não é outra criança que está do outro lado.

Ajude-o a movimentar os braços para cima e para baixo para que ele veja que a

imagem faz o mesmo. Então diga: “Onde está o João?”, ajude-o a apontar para si

própria e depois para a sua imagem no espelho. Aponte para o espelho e diga

“Olha está ali o João!”. Repita a actividade algumas vezes durante o dia até que o

João comece a generalizar a sua imagem. Se ficar assustada com o espelho ou

se ficar fixado nele ajude-o a ultrapassar isto de maneira gradual várias vezes por

dia. Chame a atenção para a imagem no espelho enquanto está a passar por lá,

mas não o deixe parar até que ele se sinta confortável com a sua imagem

reflectida.

165 – EMPARELHAR OBJECTOS COMUNS

Realização cognitiva, emparelhar

Percepção, visual

Meta: Aumentar as capacidades de emparelhar e atenção visual

Objectivo: Olhar a mão da professora e encontrar um objecto igual, de entre um conjunto

de 4 objectos

Materiais: 4 pares de objectos idênticos (meias, tachas, blocos, colheres, lápis, etc.),

caixa pequena

Procedimento:

Coloque um exemplar dos 4 objectos na mesa em frente ao João. Guarde os

objectos iguais a esses 4 no colo para que ele não os veja. Coloque a caixa perto

de si num dos lados da mesa. Segure um dos objectos, que estão no colo, e faça

com que ele encontre o correspondente de entre os objectos que estão dispostos

na mesa. Por exemplo: segure uma meia e diga “João, dá a meia”. Aponte para o

grupo de objectos que está colocado na mesa. Quando ele apanhar, ou indicar o

item correcto, elogie-o e coloque os dois itens na caixa. Repita a actividade até

que todos os objectos estejam dentro da caixa.

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166 – EMPARELHAR OBJECTOS CONHECIDOS – II

Realização cognitiva , emparelhar

Percepção visual

Meta: Aumentar as competências de emparelhar e atenção visual

Objectivo: Encontrar o par para cada item a partir de um conjunto de outros itens, sem se

distrair

Material: 4 pares de objectos idênticos e uma caixa grande

Procedimento:

Coloque todos os objectos dentro de uma caixa e sente-se no chão com a caixa

entre si e o João. Pegue num dos objectos, mostre-o e diga “Olha João, procura o

outro.”. Depois aponte para a caixa e ajude-o a procurar o entre os restantes

objectos da caixa até ele encontrar o par. Coloque o par de lado e recompense-o.

Repita a actividade até emparelhar todos os objectos que se encontram na caixa.

Não comece a actividade se o João não conseguir emparelhar um objecto

mostrado quando existe um número limitado de distractores (actividade 165)

167 – EMPARELHAR FIGURAS E OBJECTOS

Realização cognitiva , emparelhar

Meta: Desenvolver as competências cognitivas de emparelhar

Objectivo: Emparelhar 5 figuras de objectos simples com os objectos reais

Material: Objectos comuns com figuras correspondentes (as figuras podem ser

desenhadas ou recortadas de um livro de figuras ou de colorir)

Procedimento:

Coloque as figuras em cima da mesa em frente do João e mantenha os objectos

no seu colo para que ele não se distraia. Dê-lhe os objectos, um de cada vez, e

peça-lhe que coloque na figura idêntica. De inicio é provável que tenha que

começar com apenas uma figura e um objecto. Por exemplo: sente o João em

frente de uma figura com uma colher. Dê-lhe a colher e diga-lhe o nome do

objecto. Incentive-o a colocar a colher na figura correspondente e reforce-o

imediatamente pelo sucesso. Quando sentir que ele já compreendeu a tarefa,

coloque duas figuras em cima da mesa por forma a que ele tenha que escolher a

que corresponde ao seu objecto. Por exemplo coloque na mesa as figuras da

colher e do sapato e dê-lha a colher para ele emparelhar. Se ele colocar a colher

na figura correcta diga: “Sim, é uma colher.” E recompense-o imediatamente. Se

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ele tentar colocar a colher na figura errada, repita: “Colher.” e guie a sua mão para

a figura correcta. Repita o procedimento adicionando mais figuras até que ele

consiga fazer as 5 numa sessão.

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168 – CLASSIFICAÇÃO SIMPLES

Realização cognitiva , categorização

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências cognitivas de classificar e atenção visual

Objectivo: Classificar dois grupos de objectos, sem ajuda

Material: 2 tabuleiros, 4 lápis, 4 contas

Procedimento:

Ponha os tabuleiros em frente ao João e coloque uma conta num delas e um lápis

noutro. Dê-lhe um lápis de cada vez, dizendo: “Põe aqui.” E apontando para o

tabuleiro correcto (ver figura). Guie-lhe a mão se ele tentar pôr o objecto no

tabuleiro errado. Quando ele tiver colocado correctamente todos os lápis, repita o

procedimento com as contas. Tente apontar apenas na primeira conta e depois

dar-lhe o comando verbal. Se ele não conseguir, continue a apontar. Tente retirar,

gradualmente, todas as pistas visuais. Repita a actividade muitas vezes, até que o

João pegue num objecto e o ponha no lugar correcto, sem qualquer tipo de ajuda.

Depois de repetir a actividade muitas vezes, comece a alternar lápis e contas,

mas primeiro certifique-se de que o padrão é claramente reconhecível.

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169 – LOCALIZAÇÃO RECEPTIVA DOS OBJECTOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção visual

Motricidade fina e controle

Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de nomes de objectos comuns e

incrementação das competências de procura visual

Objectivo: Sentar a criança numa cadeira, procurar visualmente objectos na sala e

apontar, sem ajuda, para um objecto especifico em resposta à questão “Onde

está o ________ ?”

Material: Uma mesa , duas cadeiras e 4 objectos comuns que sejam familiares à criança.

Procedimento:

Escolha 4 objectos comuns que o João conheça e compreenda os nomes.

Durante os minutos iniciais da actividade sente o João em frente à mesa e

coloque em cima desta os quatro objectos. Mostre-lhe os objectos, um de cada

vez, e diga o nome correspondente. Depois coloque os objectos em locais bem

visíveis dentro da sala. Estenda os braços por cima da mesa segure as mãos do

João e pergunte-lhe: “Onde está a ______ ?”. Não o deixe levantar-se e ir buscar

o objecto e tente que ele se mantenha sentado, procurando os objectos com o

olhar e depois apontar o objecto. É importante que a criança aprenda a usar

gestos, como o apontar. Repita a actividade com os 4 objectos. Se o João não

olhar em busca do objecto pedido, repita a questão e dirija os Olhas dele para o

objecto, depois pergunte: “A bola está ali?”. Quando, finalmente, ele olhar para o

objecto, pegue numa das suas mãos e ajude-o a apontar. Encoraje-o a repetir o

nome do objecto, se ele tiver alguma linguagem expressiva. Depois do João

apontar os 4 objectos com sucesso diga “ João, vai buscar a _____.” E deixe que

ele se levante e vá buscar a bola.

Certifique-se de que enfatiza a diferença entre “Onde está a bola?” e “Vai buscar a

bola.”. Quando ele conseguir localizar e apontar com sucesso continue a

actividade, mas distribua os objectos antes da criança entrar na sala. Certifique-se

que todos são visíveis da perspectiva do João.

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170 – APRENDER OS NOMES DOS MEMBROS DA FAMÍLIA Realização cognitiva , linguagem receptiva

Meta: Aprender a identificar os membros da família

Objectivo: Dar um objecto ao membro da família escolhido após ordem verbal.

Material: Qualquer tipo de objecto ou brinquedo familiar à criança.

Procedimento:

Quando ensinar os nomes ao João, certifique-se de que lhe ensina apenas um de

cada vez. Sente-o na sua frente, numa cadeira ou no chão. Dê-lhe um objecto

familiar, como por exemplo uma bola e diga: “Dá a bola à mamã.”, estenda a mão

para que ele saiba que lhe deve dar a bola. Repita este procedimento várias

vezes. Quando ele lhe der a bola sem problemas junte outra pessoa. Sente a

outra pessoa ao seu lado, e em frente ao João, e diga: “Dá a bola à mamã.”.

Depois devolva a bola e diga “Dá a bola ao papá.”. A outra pessoa deve estender

as mão para segurar a bola. Se ele lhe tentar dar a bola novamente a si,

direccione a sua atenção para a outra pessoa e repita a ordem, enfatizando o

nome . Repita as actividades tantas vezes quantas as necessárias até o João

fazer a distinção dos nomes. Quando a tarefa já for clara para ele, deixe de

estender as mãos e observe se ele consegue decidir a quem dar a bola, sem

qualquer pista visual. Quando ele conseguir discriminar entre os 2 nomes,

adicione um terceiro e repita todo o procedimento.

171 – FRASES VERBAIS E NOMINAIS Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a compreensão de verbos

Objectivo: Ensinar o significado dos verbos em associação com os adjectivos comuns

Material : Uma bola

Procedimento:

Quando o João lhe der a bola face a um pedido (ver actividade 166), comece a

ensinar-lhe nomes para outras actividades a fazer com a bola. Comece por

reforçar a ordem “Dá-me a bola.”, enfatizando o verbo de forma clara, e estenda

as suas mãos para que o João lhe dê a bola. Depois diga “Olha João, atira a

bola.”. Certifique-se de que de que ele a observa quando atira a bola contra a

parede. Dê-lhe a bola e guie as suas mãos para atirar a bola enquanto diz: “Atira a

bola.”. Repita “Atira a bola.”, várias vezes até juntar com a ordem anterior “Dá-me

a bola.”. Quando começar a usar as duas ordens “Dá-me a bola.“ e “Atira a bola.”

Faça-o com uma sequência, até que ele consiga cumprir a ordem dada. Repita o

procedimento, adicionando outras ordens verbais. Acrescente apenas um verbo

de cada vez. Uma vez aprendida uma nova ordem, certifique-se de que está clara

a distinção com as anteriormente aprendidas. Enfatize sempre muito bem os

verbos de cada vez que inicia a ordem, por forma a facilitar a distinção.

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172 – EMPARELHAR DE FIGURAS Realização cognitiva , emparelhar

Realização cognitiva , linguagem receptiva

Meta: Desenvolvimento de competências de emparelhar e compreensão de que um

nome pode representar vários objectos diferentes

Objectivo: Emparelhar figuras de objectos semelhantes, com aspecto diferente

Material: Figuras de vários objectos semelhantes, mas diferentes (por exemplo: vários

sapatos diferentes)

Procedimento:

Coloque um grupo de figuras de um tipo de objectos (por exemplo sapatos)

misturadas com outro tipo de figuras. Mostre ao João uma das figuras do sapato e

diga: “Olha, é um sapato.”. Depois diga: “Procura sapatos.” E aponte para as

outras figuras. Peça todas as figuras com sapatos. Se ele lhe der apenas uma

figura e deixar de procurar, foque de novo a sua atenção para as figuras e diga:

“Procura os outros sapatos.”. Tente trabalhar com a maior variedade de figuras de

sapatos possível. É importante que o João se aperceba que a palavra “sapato”

pode referir-se a diferentes objectos com um aspecto totalmente diferente.

173 – DISCRIMINAÇÃO DE COMER E BEBER Realização cognitiva , categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Auto-ajuda, alimentação

Meta: Desenvolver o reconhecimento dos alimentos e aumentar a capacidade de

categorizar

Objectivo: Escolher figuras de diferentes alimentos na categoria de comer e beber

Materiais: Desenhos de diferentes tipos de alimentos e bebidas recortados de revistas

Procedimento:

Sente-se em frente do João e diga: “Hora das figuras.”. Mantenha as figuras no

seu colo para que ele não se distraia. Mostre-lhe uma figura com um alimento

comestível e diga: “Olha, é para comer.”. Certifique-se de que ele olha para a

figura e coloque-o em frente dele. Depois pegue noutra figura de algo para beber

e diga: “Olha, é para beber.”. Enfatize as palavras “comer” e “beber”. Coloque a

figura de beber ao lado da anterior. Por agora, não diga o nome dos alimentos.

Repita o procedimento com todos os cartões utilizando as palavras “beber” e

“comer” e coloque-os no grupo adequado. Quando terminar diga: “Acabou a hora

das figuras.” E deixe-o brincar. Repita o procedimento, durante 2 ou 3 dias,

colocando as figuras nos grupos correctos. Quando sentir que ele percebeu a

tarefa, peça-lhe para indicar em que grupo deve colocar a figura que lhe mostra.

Comece por lhe pedir que indique onde colocar apenas um ou dois cartões por

sessão. E aumente gradualmente o número, até que ele coloque todas as figuras

sozinho nos grupos correctos, sem ajuda.

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174 – COMPREENSÃO DE FRASES DUPLAS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de frases complexas

Objectivo: Executar adequadamente ordens duplas

Material: 4 objectos comuns ( colher, carro, copo, brinquedo favorito)

Procedimento:

Estabeleça um lugar especifico ao qual o João deve regressar depois de cada

ordem ou sequência. Tenha sempre disponível uma recompensa para lhe dar no

fim da tarefa. Dê ao João uma ordem, como por exemplo: “Dá-me a bola.” e

depois dê-lhe uma segunda ordem: “Depois senta-te.”. Se ele se distrair e não

conseguir completar a tarefa, traga-a de novo para a cadeira e repita as ordens.

De início deixe-o cumprir as ordens separadamente, mas à medida que ele

começa a compreender a tarefa dê-lhe as duas ordens seguidas. Se lhe parecer

que ele se perde, diga: “O que é a seguir?” de forma a lhe reforçar a atenção.

Após o João conseguir executar a frase de duas ordens, onde a segunda ordem

é sempre “Depois senta-te.”, comece a formar frases um pouco mais difíceis. Por

exemplo: pode começar por sentá-lo na cadeira e dizer-lhe: “Vai buscar o copo e

coloca-o na mesa.”. Certifique-se de que ele conhece todos os nomes dos

objectos envolvidos nas tarefas.

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175 – COMPREENSÃO RECEPTIVA DAS FUNÇÕES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, categorização

Percepção visual

Desempenho verbal, vocabulário (opcional)

Meta: Aumentar a compreensão receptiva do nome e utilidade de objectos comuns

Objectivo: Apontar, sem ajuda, para um objecto adequado, quando lhe é pedido

Material: Algo de comestível e algum brinquedo

Procedimento:

Coloque os materiais em locais visíveis dentro da sala e sente o João à mesa.

Segure os braços dele sobre a mesa e diga: “Onde está qualquer coisa para

comer?” Aguarde que ele observe toda a sala em busca da maçã, leve-o a

apontar e a repetir o nome do objecto, se possível. Não o deixe levantar-se e ir

buscar os objectos. Ele deve aprender a manter-se sentado e a usar os gestos ou

linguagem. Repita o procedimento com os outros objectos, enfatizando sempre a

sua função. Mude de objectos e localização periodicamente para que ele tenha de

procurar activamente na sala. Certifique-se de que os objectos lhe são familiares e

que são claramente visíveis na sua perspectiva. À medida que as competências

aumentam peça-lhe para encontrar um segundo objecto com a mesma função. Se

ele se confundir aponte para alguns dos objectos expostos na sala e pergunte:

“Isto é de comer?” Encoraje-o a abanar a cabeça, ou a responder negativamente

de alguma forma, se o objecto mostrado não estiver associado à categoria que

referiu.

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176 – EMPARELHAR FIGURAS

Realização cognitiva, encaixe

Percepção visual

Meta: Aprender a reconhecer figuras e incrementar as capacidades de encaixe

Objectivo: Completar um jogo de encaixes, com 4 formas simples

Material: Cartão espesso e marcador preto

Procedimento:

Faça um loto em cartão espesso, dividido em quatro partes por um traço grosso e

desenhe quatro formas (quadrado, rectângulo, círculo e triângulo). Copie as

formas e recorte-as. Coloque o cartão em frente ao João e guarde as formas

recortadas (ver figura). Dê-lhe uma forma de cada vez dizendo: “Põe no sítio

João.” e, ao mesmo tempo, nomeie a forma para que ele vá ouvindo os nomes.

Se ele lhe parecer confuso, ajude-o, guiando-lhe a mão de modo a que faça a

correspondência correcta. Repita o procedimento com as outras formas. Continue

a actividade até que ele consiga completar o loto sem ajuda. Como variante desta

actividade, depois do João conseguir completar o loto, dê-lhe o lote das quatro

figuras e guarde outro igual para si. Mostre-lhe uma das formas e diga: “João, dá-

me o triângulo.”, ajude-o a encontrar a figura correspondente e a entregá-la a si.

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177 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE ANIMAIS Realização cognitiva, linguagem receptiva Meta: Desenvolver a compreensão receptiva dos nomes dos animais

Objectivo: Dar o animal de peluche correcto, quando pedido

Material: 3 animais de peluche , de borracha ou desenhos (por exemplo: um cão, um

gato e um leão)

Procedimento:

Mostre cada um dos animais ao João durante um intervalo de tempo: diga o nome

de cada um delas algumas vezes, enquanto lhe dá o animal. Deixe-o brincar com

o animal durante alguns minutos, enquanto repete o seu nome e depois diga:

“João, dá-me o cão.”. Quando ele lhe der o animal, repita o procedimento com os

outros animais. Quando ele tiver ouvido os nomes dos 3 animais várias vezes

deixe-os todos sobre a mesa e diga: “João, dá-me o cão.” Se ele der o animal

errado, direccione a sua mão para o cão e repita o nome do animal. Repita a

tarefa até que ele lhe dê correctamente os animais, sem ajuda. Gradualmente vá

juntando novos animais, sempre com o mesmo tipo de procedimento. Adicione

apenas um animal de cada vez, e mantenha apenas três animais em cima da

mesa de cada vez.

178 – EMPARELHAR BLOCOS Realização cognitiva, emparelhar Percepção, visual

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Coordenação óculo-manual, controle

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver capacidades para emparelhar, atenção visual e capacidades de

interacção

Objectivo: Construir uma torre colocando um bloco igual ao da professora

Materiais: Blocos coloridos

Procedimento:

Divida os blocos em 2 grupos idênticos, cada um com o mesmo número e a

mesma cor. Diga: “Vamos construir uma torre.”. Ponha um bloco e a seguir ajude

o João a pôr outro igual por cima. Por exemplo: ponha o bloco vermelho e diga:

“Põe um bloco vermelho.”. Enfatize a cor do bloco. Repita o procedimento com a

outra cor, até os blocos estarem todos numa torre (ver figura). Lembre o nome da

cor do bloco cada vez que o João o sobrepõe. Inicialmente ele não responderá ao

nome das cores, mas poderá começar a usar pelo facto de ter ouvido tão

consistentemente.

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179 – EMPARELHAR OBJECTOS Realização cognitiva, categorização

Meta: Categorizar os objectos no contexto em que são usados

Objectivo: Associar pares de objectos que normalmente se encontram associados.

Material. Uma caixa média. Pares de objectos que normalmente se encontram

associados (por ex.: meia e sapato, escova de dentes e pasta de dentes, etc.)

Procedimento:

Sente-se na mesa com o João Coloque 3 objectos na mesa em frente dele: dois

dos objectos devem formar um par. Tente certificar-se de que a criança conhece

estes três objectos, por exemplo: pode colocar um sapato, uma meia e um animal

de peluche em cima da mesa. Aponte para os objectos e diga “João quais é que

ficam juntos?”. Aguarde que ele indique o par correcto e que lho dê. Quando ele

encontrar o par os três objectos devem ir para a caixa. Se ele teve dificuldades em

encontrar o par ajude-o com uma questão simples acerca da função dos dois

objectos a emparelhar. Pode perguntar por exemplo: “Qual é que vai para o pé?”.

Registe quantos objectos ele consegue associar e em que categorias revela mais

dificuldades. À medida que a tarefa progride vá intercalando pares que o João

discrimina facilmente com outros que lhe causam alguma dificuldade.

180 – CATEGORIZAR FIGURAS Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a capacidade de escolher uma categoria

Objectivo: Escolher figuras de objectos familiares pelas suas funções comuns

Material: Figuras de objectos familiares, agrupados de forma clara pelas suas funções

Procedimento::

Coloque um conjunto das figuras espalhadas na mesa em frente do João e diga-

lhe que tipo de figuras quer que ele lhe dê. Por exemplo: coloque a figura de uma

maçã, uma bola, um carro, um prato de sopa, uma toalha, uma colher e um

sabonete. Peça ao João para lhe dar um objecto para ir ao banho, se ele lhe der o

sabonete, mas se esquecer de outros objectos relevantes direccione a sua

atenção para as figuras e pergunte “O que é que é usamos mais para o banho?”.

Se ele não conseguir encontrar, dê-lhe uma pista verbal do tipo “A toalha também

é precisa para o banho?”. Se o João continuar a não lhe dar a figura, direccione a

sua atenção para ele e diga “Toalha, tu precisas dele quando tomas banho?”.

Mantenha sempre as categorias variadas, mas bem definidas. Pode usar

brinquedos, alimentos, animais, ou rapazes e raparigas. Certifique-se de que a

ideia básica é familiar ao João. Quando ele entender a tarefa, introduza novas

figuras de itens diferentes com os quais ele se encontra menos familiarizado.

Desta forma ele aumentará o vocabulário.

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181 – ORDENAMENTO POR FUNÇÃO Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Compreender a relação entre objectos com funções semelhantes e separá-los

de acordo com essa função

Objectivo: Ordenar objectos familiares em grupos, de acordo com a sua função

Material: 2 ou 3 caixas médias, 2 ou 3 grupos de objectos com funções relacionadas

(ex.: grupo 1- colher, copo e prato; grupo 2 meia, calças e camisola)

Procedimento:

Certifique-se de que o João está a olhar para si e a vê-la colocar um objecto de

cada grupo em caixas separadas. Diga o nome de cada objecto à medida que o

coloca na caixa Depois dê ao João os outros itens, um de cada vez, e peça-lhe

para os colocar na caixa certa. Por exemplo: segure a meia e diga “ Olha João,

uma meia - para usar.” e coloque-o numa das caixas. Depois segure uma colher e

diga “ Olha, João uma colher - para nos ajudar a comer.” e repita o procedimento.

Depois dê-lhe um prato e diga “ Olha, um prato. Onde o vais colocar?” Se ele

tentar colocar o prato na caixa errada guie a sua mão para a caixa correcta: Se

ele o colocar na caixa certa, sem ajuda, reforce-o rapidamente. Gradualmente

aumente o número de itens. Quando estiver familiarizado com a tarefa, adicione

uma terceira caixa com outra categoria diferente.

182 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE CORES Realização cognitiva, linguagem receptiva.

Percepção visual

Meta: Incrementar o reconhecimento das cores e desenvolver o conhecimento

receptivo dos nomes das cores primárias

Objectivo: Dar a cor correcta quando pedida

Material: Blocos coloridos, papel, botões

Procedimento:

Quando o João conseguir fazer corresponder os blocos de acordo com a sua cor

(actividade 178), inicie o treino de resposta às cores pelo nome. Na actividade

referida ele já esteve exposto aos nomes. Agora terá que se certificar de que ele

associa o nome com a cor do bloco. Seleccione os blocos vermelho, amarelo e o

azul. Dê o ao João e diga várias vezes: “Bloco azul.”, enfatizando bem o nome da

cor. Depois diga: “Dá-me o bloco azul.”. Repita o mesmo procedimento com os

cubos vermelho e amarelo. Se o João pegar no cubo errado, guie a sua mão para

o correcto e diga “ Este é que é o bloco vermelho.”. Continue a actividade até que

ele consiga dar as três cores a pedido. De forma a generalizar esta

aprendizagem, repita o mesmo procedimento usando botões coloridos ou pedaços

de papel. Gradualmente vá introduzindo novas cores, uma de cada vez.

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183 – ENCONTRAR OBJECTOS ESCONDIDOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar a compreensão de substantivos e proposições e desenvolver a

capacidade de seguir ordens verbais.

Objectivo: Seguir instruções verbais envolvendo o uso de substantivos e proposições para

encontrar objectos comuns, por exemplo: em cima, por baixo.

Material: Objectos comuns da sala de aula.

Procedimento:

Inicie a tarefa, escondendo 2 ou 3 objectos que sabe que são familiares ao João

No principio todos os objectos devem estar escondidos na mesma sala. Dê ao

João orientações simples envolvendo o objecto que ele deve procurar e a área

onde deve fazê-lo: “João, dá-me o copo que está debaixo da mesa”. Enfatize as

três palavras chave que lhe dizem o que deve e onde deve procurar. Reforce-o

sempre que ele lhe trás os objectos. Lembre-se que deve usar sempre

substantivos e proposições que ele já conhece.. À medida que a actividade

progride, esconda mais objectos pela sala, em locais cada vez mais complicados.

A dificuldade da localização também deve ir aumentando, por exemplo: “ Dá-me a

bola que está atrás da porta e dentro da caixa.”.

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184 – O QUE É QUE NÃO PERTENCE?

Realização cognitiva, categorização

Meta: Incrementar o reconhecimento das categorias

Objectivo: Retirar o objecto que não pertence à categoria dos 3 outros objectos, que

formam claramente uma categoria distinta e reconhecível.

Material: 2 caixas médias, grupos de 4 objectos, 3 com funções ou características

semelhantes (ex. banana, maça, laranja, e um carro de brincar)

Procedimento:

Sente-se à mesa com o João. Coloque os 4 objectos em frente dele. Demonstre

como encontrar um item que não pertence aquela categoria. Por exemplo:

coloque todos os objectos na sua frente e diga: “Qual é que não pertence?”

Certifique-se de que ele está a olhar para si, aponte cada o objecto

individualmente. Diga; “A maça é para comer.” “ A banana é para comer.” “A

laranja é para comer.”, “O carro não é para comer.”. Se necessário pantomine o

acto de comer com um dos frutos, para lhe mostrar que o carrinho é diferente.

Coloque os frutos numa caixa e o carrinho noutra. Após ter demonstrado a tarefa,

repita o procedimento com outros 4 objectos. Por exemplo: um bolo, uma bolacha,

um rebuçado e um livro . Peça-lhe que coloque numa caixa os que pertencem e

não outra o que não pertence. Tente sempre trabalhar uma categoria de cada vez,

indo sempre incluindo categorias novas com objectos que já lhe são familiares.

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185 – ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS

Realização cognitiva, sequencialização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aprender as sequências temporais e incrementar a compreensão das rotinas

diárias

Objectivo: Ordenar 3 figuras que traduzem actividades diárias da forma de como elas se

decorrem ao longo do dia

Material: Figuras (recortadas ou desenhadas) de uma criança executando actividades

quotidianas, como acordar e levantar-se, ir para a escola, comer, e ir para a

cama

Procedimento:

Mostre as figuras ao João pela ordem na qual as actividades se devem

desenvolver durante o dia. Diga: “Olha, João, primeiro levantas-te da cama.” e

mostre-lhe a figura correspondente. Depois diga: “De seguida tomas, o pequeno

almoço.” e mostre a figura. Depois diga: “Finalmente vais para a escola.” e

mostre-lhe a figura. Quando tiver a certeza de que ele Olhau para as 3 figuras

retire as figuras e desordene-as na mesa. Diga “João, qual é a primeira?” se ele

apontar ou lhe der a figura correcta diga “Sim, primeiro levantas-te da cama.”

Repita o procedimento com as restantes figuras na ordem correcta. Se ele lhe der

uma figura errada, dê-lhe pistas verbais. Inicie apenas com 3 cartões e aumente o

número à medida que ele for progredindo. Tenha em conta que os desenhos

devem ser claros e devem traduzir rotinas familiares ao João.

186 – MONTAR PARTES DO CORPO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Controle e Coordenação óculo-manual

Realização verbal, vocabulário (opcional)

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Meta: Incrementar a compreensão dos conceitos corporais

Objectivo: Ordenar as partes corporais correctamente

Materiais: Papel colorido, tesouras, cartolina.

Procedimento:

Recorte as várias partes do corpo. De inicio use apenas 3 peças para representar

a cabeça, o tronco e as pernas. Posteriormente à medida que as competências do

João progredirem, adicione os pormenores faciais, as mãos os pés etc.. Chame a

atenção do João e mostre-lhe como se colocam as peças adequadamente, vá

sempre nomeando cada peça que coloca adequadamente. Desmanche a figura e

peça ao João que a coloque correctamente, guie a sua mão para o local correcto,

caso ele tenha dúvidas ou erre. Repita a tarefa até ele conseguir colocar as três

peças no local correcto. Quando ele conseguir completar o puzzle das 3 peças

sem ajuda, vá acrescentando gradualmente mais peças. Lembre-se de nomear

cada peça que ele coloca. Vai demorar algum tempo para que ele os repita, mas

assim vai-se habituando a ouvi-los.

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187 – ADJECTIVOS OPOSTOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, sabor

Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, leitura (opcional)

Meta: Incrementar a compreensão de adjectivos e reconhecer opostos

Objectivo: Agrupar vários alimentos de acordo com “doce” e “amargo”

Material: Vários alimentos doces (rebuçados, bolos, bolachas, sumos) e amargos (limão,

lima), papel, e marcador

Procedimento:

Faça um rótulo a dizer “Doce” e outro “Amargo” e coloque-os na mesa. Mostre-os

ao João e repita algumas vezes “Doce.” e “Amargo.”. Mantenha os alimentos no

seu colo para que ele não se distraia. Dê-lhe um alimento de cada vez, depois de

ele provar, pergunte: “É doce ou amargo?”. Diga “É Doce.” e retire um bocado do

alimento e coloque perto do rótulo correspondente. Capte a atenção do João e

repita “Este é Doce”. Repita o procedimento com os restantes itens e coloque-os

nos locais correctos. Depois de todos ordenados pergunte ao João se quer algo

doce ou amargo, não o deixe dirigir-se aos alimentos antes de fazer a escolha,

tanto por gestos como por palavras aproximadas. Gradualmente vá extinguindo a

sua ajuda. Dê-lhe um alimento para comer e peça-lhe que lhe indique onde deve

colocá-lo, repita o procedimento com todos os itens.

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188 – ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS II Realização cognitiva, sequencialização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização verbal, conversação (opcional)

Meta: Incrementar a compreensão de sequências e o desenvolvimento dos conceitos

de primeiro, seguinte e último

Objectivo: Ordenar 3 figuras após ouvir uma história

Material: Livro de desenhos ou uma sequência de cartões dos quais é possível contar

uma história.

Procedimento:

Escolha três figuras de um livro de histórias que representem claramente as cenas

de uma história . Conte a história ao João e coloque as figuras nas posições

correctas. Certifique-se de que ele olha para a figura antes de continuar com o

resto da história. Enfatize algum detalhe da figura, por forma a melhor lhe captar a

atenção. Quando acabar a história recolha as figuras e desordene-as. Pergunte-

lhe: “Qual é a primeira?”, “Qual é a seguir?” e “Qual é a última?”. Após cada

questão , ajude-o a colocar a figura correcta. Quando ele for capaz de fazer a

sequência correctamente, tente que ele lhe reconte partes da história. Não se

preocupe se o João demorar muito tempo para começar ou se ele se perder em

detalhes das figuras.

189 – COMPREENSÃO DE QUESTÕES Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, categorização

Meta: Responder a uma variedade de questões

Objectivo: Apontar para a figura correcta quando se faz uma questão envolvendo, quem,

o quê ou onde

Material: Figuras de objectos ( bola, carro, cadeira, cama) animais ( cão, cavalo, vaca,

gato) e pessoas ( mãe, pai, bebé, bombeiro)

Procedimento:

Escolha uma figura de cada grupo em frente do João. Capte a sua atenção e

certifique-se de que ele está a ouvi-la. Coloque por exemplo uma vaca, um adulto

e uma bola e pergunte-lhe: “Quem guia o carro?” Ajude-o a escolher a figura

correcta. Quando ele já for capaz de proceder correctamente à escolha, face à

pergunta: “Quem?”, passe para a pergunta “O quê?”. Coloque a figura de um

carro, um bebé e um cão e pergunte: “O que é que a mãe guia?”. Quando ele

souber escolher a figura certa para a questão ”O quê?” comece a alternar as

questões. Por exemplo, mostre-lhe figuras de uma bola, um bombeiro, um cão, e

uma cama e pergunte-lhe: “O que é que morde?”, “Quem guia o carro dos

bombeiros?” e “Onde é que tu dormes?” Se ele escolher a figura errada, repita a

questão enfatizando as palavras chave. Apenas o ajude com pistas verbais se for

absolutamente necessário.

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190 – PROPOSIÇÕES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Coordenação óculo-manual, desenho.

Meta: Incrementar a compreensão de conceitos de posição representadas em duas

dimensões.

Objectivo: Desenhar numa área especificada por ordem verbal, envolvendo o uso de

proposições.

Material: Lápis e papel

Procedimento:

Ao iniciar a actividade prepare várias folhas de papel com desenhos simples.

Numa das filhas pode desenhar uma árvore, uma menina e uma casa. Noutra

pode ser um quadrado, um circulo e um triângulo. Sente-se ao lado do João e dê-

lhe as folhas. Dê-lhe ordens simples envolvendo “dentro”, “debaixo”, à volta”, “ao

lado”. Por exemplo: Dê-lhe a folha com a casa, a menina e a árvore e diga: “Faz

um circulo à volta da menina.”. Pode também pedir-lhe que faça uma linha

debaixo da casa ou fazer um triângulo ao lado da árvore. Certifique-se de que ele

sabe os nomes de todos os objectos que estão na folha e de que ele sabe

desenhar tudo aquilo que lhe pede. À medida que as competências progridem, vá

gradualmente aumentando o grau de dificuldade. Por exemplo pode dar-lhe dois

lápis e pedir-lhe que faça um quadrado azul dentro do circulo.

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DESEMPENHO VERBAL

Esta secção contém actividades que foram utilizadas com sucesso de modo a

aumentar a linguagem expressiva da criança com autismo. Seleccionámos um grupo

de actividades para cada nível de desenvolvimento da linguagem de modo a ilustrar

uma variedade de estruturas de ensino tendo em conta os respectivos objectivos na

aprendizagem da linguagem. Porque qualquer programa de linguagem deve ser

individualizado para a criança com défices e capacidades especiais e atendendo aos

seus interesses de comunicação, as actividades propostas nesta área não

representam em exclusivo o seu programa, nem sugerem o seu currículo.

Estas actividades devem ser utilizadas pelos pais e professores em sessões

estruturadas de ensino, à medida que a criança adquire novas capacidades. Nós

sugerimos formas pela quais essas capacidades possam ser generalizadas ao longo

do dia.

Os objectivos das actividades incluem o seguinte: começar a vocalizar, uso de

uma palavra simples, pequenas frases, respostas sociais, descrição de acções e

acontecimentos, fazer perguntas e conversação social.

Cada objectivo da linguagem deve ter em conta o significado para a criança, de

modo a ser útil e adequado ao seu nível de desenvolvimento. Por exemplo: a primeira

palavra simples que deve ser escolhida deve corresponder ao que ele quer. Para uma

criança pode ser “carro”, para outra pode ser “bolo” e para outra “bebé”. O vocabulário

é escolhido porque tem significado e porque é útil para a criança e está de acordo

com o seu nível de desenvolvimento.

Cada técnica deve ir ao encontro do interesse da criança, de forma a tornar as

actividades o mais interessantes possível. Por exemplo: algumas crianças gostam de

cantar, outras de movimentos corporais, outras de figuras e outras de construir

puzzles. A atenção da criança e a sua cooperação na actividade é produtivo quando

as actividades contêm materiais ou acções que ele considera intrinsecamente

interessantes. Nós ilustramos todas estas variações de modo a providenciar o leitor

com uma vasta selecção de actividades de ensino estruturado a escolher.

Estas actividades são relatadas nas secções de Imitação e na de Realização

Cognitiva. A linguagem, normalmente, desenvolve-se através da imitação; a criança

ouve uma palavra e copia-a. A sua linguagem começa a ser uma real comunicação

somente quando ele as ouve e entende o seu significado. A criança pode dizer muitas

palavras, mas não ser capaz de as usar espontaneamente, ainda que as perceba a

nível da linguagem receptiva, o que será uma parte do programa individual de

linguagem.

Para as crianças que não falam os sinais manuais são combinados com o

discurso no início das actividades de linguagem. Contudo, as actividades que

ensinam códigos não verbais não faz parte deste conjunto de propostas de

actividades, devendo assim ter um espaço para isso.

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191 – COMEÇAR A VOCALIZAR Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Encorajar o desenvolvimento de vocalização com significado

Objectivo: Fazer um som perceptível de rebentamento, quando rebenta bolas de sabão

Materiais: Frasco de bolas de sabão

Procedimento:

Sente-se à mesa com o João à sua frente. Ponha o frasco de bolas de sabão

entre os dois. Sopre algumas bolas ou deixe o João soprar. Rebente algumas

bolas com o seu dedo e diga ao mesmo tempo “PO”, bem audível, de cada vez

que rebenta uma bola. Repare se o João presta atenção às bolas e ao som.

Depois dele estar bem disposto com as bolas, sopre mais algumas e tome o dedo

dele, guiando-a para rebentar mais bolas. Continue a fazer o mesmo som. Imite

os sons que João faz e regresse ao som “Po”. Se ele não tentar imitar o som,

cative a sua atenção para a sua boca, enquanto lhe mostra como se faz o som e

então ajude-o a colocar a boca de maneira a produzir o som. Sopre mais bolas e

repita a actividade até que ele comece a fazer o som sozinho. Reforce sempre

que ele o comece a fazer espontaneamente.

192 – SONS DE CONSOANTES

Desempenho verbal, vocalizaçãos

Imitação vocal

Meta: Desenvolver a capacidade de repetir os sons de consoantes iniciais simples

Objectivo: Familiarizar-se com consoantes específicas e repeti-las como parte de uma

canção

Materiais: Livro de histórias ou figuras de um cão, vaca e pato

Procedimento:

Sente o João na sua frente, num sítio confortável no chão. Cante uma cantiga que

tenha animais. Quando nomear cada um dos animais mostre a respectiva figura e

emita o som que ele faz. Quando está a mostrar a figura verifique se o João está a

olhar para ele e depois direccione a sua atenção para a observação da sua boca a

articular os sons dos animais. Enfatize as consoantes, repetindo-as, use os seus

dedos para posicionar os lábios do João encorajando-o a repetir a consoante.

Repita este procedimento, mas não espere de início que ele faça mais do que

sons iniciais aproximados. Assegure-se de que oreforça de cada vez que ele se

aproxima do som. À medida que o vê mais capaz, encoraje-o a fazer os sons de

forma mais clara e a terminar a palavra. Encoraje-o também a fazer o refrão

“EEEE-I,EEEE-I.OH”

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193 – COMBINAÇÃO DE SONS Desempenho verbal, vocalizaçãos

Imitação vocal

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a capacidade de vocalização necessárias para a linguagem

Objectivo: Combinar 2 sons de forma expressiva

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente o João no seu colo e pratique sons das consoantes já conhecidas. Uma vez

que a criança já está familiarizado e a consegue imitar (actividade 192), comece

a combinar as mesmas consoantes com vogais simples. Por exemplo: depois do

João copiar o som “B” várias vezes, hesite alguns segundos e então diga “B-OO”.

Se ele só repetir o som “B”, não o reforce imediatamente, mas repita a

combinação, enfatizando o som da vogal. Reforce-o rapidamente se ele tentar

combinar os sons. Lembre-se que só deve usar sons iniciais que ele já repete com

sucesso.

194 – EXCLAMAÇÕES SIMPLES Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Desenvolver as aptidões preliminares de vocalização

Objectivo: Repetir e usar exclamações simples de forma apropriada e desenvolver o

conceito de relação entre sons e acções

Materiais: Bola

Procedimento:

Quando estiver a jogar com o João, baixe a bola e diga “OH-OH!”. Repita a acção

e faça o som muitas vezes e tente que ele faça o mesmo som espontaneamente.

Ajude-o a emitir o som pondo os lábios em “O” se ele necessitar de ajuda. Logo

que ele comece a fazer o som consigo, baixe a bola e hesita antes de emitir o som

para ver se ele vocaliza bem sozinho. Reforce sempre que ele emita o som

apropriado. Quando o João já consegue emitir o “OH-OH!” sozinho ao ver o a bola

a baixar reforce essa emissão de som e comece a propor-lhe outro som com

“OOOOOOH”, mostrando excitação. Mostre ao João o seu brinquedo favorito ou

uma recompensa comestível e faça o som: Leve-o a fazer o mesmo som antes de

lhe dar a recompensa. Quando o João consegue fazer ambos os sons, comece a

criar situações para ele emita os sons, mas deverá distinguir entre os 2 sons. Se

por exemplo: alguma coisa cair em frente ao João observe se ele emite

espontaneamente os sons treinados. Veja se faz “OH-OH” ou “OOOH” ou se faz

outro som e imite-a.

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195 – PRIMEIRAS PALAVRAS Desempenho verbal, vocalização

Interacção Individual e social

Imitação Vocal

Meta: Desenvolver vocalizações em imitação de palavras significativas

Objectivo: Uso de palavras simples de forma expressiva e apropriada

Materiais: Bola, biscoito e boneca

Procedimento:

As melhores palavras para começar o discurso são normalmente “MAMÔ e

“PAPÁ”. Comece por colocar o João sentado no seu colo e voltada para si .

Consiga a sua atenção, aponte para si e diga “MAMÔ. Agarre-lhe nas mãos e

passe-as pela sua face à medida que vai dizendo “MAMÔ. Recompense-o

sempre que ele tente emitir algum som, demonstrando vontade de dizer a mesma

palavra. À medida que o João vai ficando mais confortável com a actividade,

reduza a recompensa dando-lhe só quando ele diz claramente. Repita o mesmo

processo com a palavra “PAPÁ”. Outras palavras boas para lhe ensinar poderão

ser “PÁPA, BOLA, BÈBÈ,…. Contudo, quando ensinar essas palavras é

importante que tenha os objectos nomeados à sua frente para que ele possa

concretizar o que está a nomear. Quando ensinar as primeiras palavras é

importante recordar que deve escolher palavras com um ou duas sílabas.

196 – CUMPRIMENTAR E DESPEDIR-SE Desempenho verbal, vocalização

Socialização, interacção individual

Imitação, vocalização e motora

Meta: Desenvolver vocabulário social apropriado

Objectivo: Fazer o gesto, ou dizer, “Olá.” e “Adeus.” de forma independente e em

situações apropriadas

Material: Nenhum

Procedimento:

Sempre que entrar ou sair de uma sala na qual esteja também o João, aproveite a

oportunidade para trabalhar com ele os cumprimentos e as despedidas. Sempre

que entrar nessa sala, levante a mão sorria e diga: “Olá, João.”. Sempre que

estiver com ele numa sala e entrar outra pessoa, ajude-o a utilizar o gesto para

cumprimentar e reforce-o imediatamente por qualquer tentativa para vocalizar

“olá”. Repita o procedimento com o “adeus”. Sempre que sair da sala diga “Adeus,

João.” e faça o gesto. Assegure-se que ele está a olhar para si antes de sair da

sala. Se não fizer qualquer tentativa para vocalizar ou acenar, hesite alguns

momentos à porta e continue a acenar e a dizer adeus. Se ele continuar a não

imitar qualquer das suas acções, faça com que uma terceira pessoa se sente

perto dele para o ajudar a imitar o acto de acenar, sempre que alguém entra ou

sai da sala.

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197 – DIZER O PRÓPRIO NOME Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Interacção social e individual

Meta: Desenvolver a linguagem expressiva e o auto-conceito

Objectivo: Referir-se a si próprio pelo nome

Material: Espelho

Procedimento:

Após o João compreender o seu nome de forma receptiva, comece a encorajá-lo

a referir-se a si próprio pelo seu nome (actividade 159). Coloque-o em frente ao

espelho e mostre-lhe o reflexo, repita isto várias vezes, e leve-o a apontar para a

imagem, depois diga: “Quem é? É o João.”. Comece por dizer o nome dele, mas

não termine a tarefa enquanto ele não fizer uma tentativa de o dizer. Reforce-o

imediatamente por qualquer tentativa de pronuncia do nome. Gradualmente

elimine a ajuda inicial até a extinguir totalmente. Quando tentar generalizar o uso

do nome, mesmo fora do espelho, é importante dar-lhe diferentes oportunidades

durante o dia para que diga o seu nome. Por exemplo: à mesa de almoço podem

todos dizer o nome apontando para si próprios , quando chegar a vez do João

ajude-o se ele necessitar.

198 – SONS AMBIENTAIS Desempenho verbal, vocalização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação vocal

Interacção individual e Socialização

Meta: Incrementar a vocalização independente e desenvolver capacidades de jogo

mais adequadas

Objectivo: Fazer vários barulhos ambientais e sons de animais, espontaneamente

Materiais: Um carro de brincar, um avião, um cão de peluche e um gato

Procedimento:

Quando o João conseguir imitar os sons de objectos sem auxilio (actividade 13)

ensine-o a identificar esses sons receptivamente e a usá-los expressivamente.

Coloque o cão e o carrinho em cima da mesa em frente dela e diga: “João, dá-me

aquele que faz zoom.”. Enfatize o som de forma clara. Quando ele lhe der o

carrinho agradeça e diga: “Boa, João.”. Depois pergunte: “O que é que este faz?”

ajude-o a começar a dizer o som, se ele precisar. Repita a actividade com um

segundo par de objectos com sons sempre bem perceptíveis. Certifique-se se o

João já aprendeu claramente a imitar os objectos que lhe vai solicitar.

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199 – VERBOS Desempenho verbal, linguagem receptiva

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o conhecimento e o uso de verbos e aumentar as competências

de linguagem expressiva

Objectivo: Usar os verbos simples correcta e independentemente

Materiais: Figuras de pessoas a fazer actividades comuns

Procedimento:

Sente o João na mesa na sua frente. Mostre-lhe a figura de um homem a fazer

uma acção simples e clara, que ele seja capaz de reconhecer, por exemplo um

homem a correr e diga: “Olha, o homem está a correr”. Enfatize claramente o

verbo, para que ele perceba o foco da lição. Repita a frase “O homem está a

correr.” várias vezes, enfatizando sempre o verbo. Depois peça ao João que lhe

diga o que é que o homem está a fazer e recompense-o por qualquer tentativa de

verbalizar o verbo correr. Os verbos mais indicados para começar são: sentar,

comer, dormir, saltar… Aproveite todas as oportunidades do dia para que ele

possa usar os verbos aprendidos. De inicio trabalhe apenas com 2 ou 3 verbos e

gradualmente vá aumentando até 5. Lembre-se de reforçar todos os verbos que

ele foi aprendendo nas sessões anteriores.

200- NOMEAR ELEMENTOS DA FAMÍLIA Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e as capacidades de comunicação

Objectivo: Nomear cada membro da família sem ajuda

Material: Fotografias de todos os membros da família, incluindo animais de estimação

(devem ser fotografias facilmente reconhecidas)

Procedimento:

Comece por mostrar ao João apenas uma fotografia de cada vez. Aponte para a

foto e diga: “Mãe, esta é a mãe”. Depois diga: “João quem é esta? Esta é a

________ .”Tente que seja ele a preencher o que falta. Se ele hesitar capte-lhe a

atenção para a sua boca e repita lentamente a palavra. Depois ajude-o a formar

as palavras . Repita o procedimento até que ele consiga identificar a primeira

figura pelo menos 5 vezes, sem ajuda. Adicione uma segunda foto e repita o

mesmo procedimento. Depois alterne as duas fotos com uma sequência fixa.

Quando ele conseguir identificar as duas fotos pelo menos 5 vezes sem ajuda,

aponte para a pessoa real e repita a questão. Quando tiver aprendido 2 nomes

adicione mais membros da família sempre da mesma forma.

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201 – CANTAR

Desempenho verbal, vocalização

Percepção, audição

Imitação vocal

Meta: Incrementar as capacidades de vocalização e desenvolver a capacidade de

compreensão do tom vocal

Objectivo: Mudar de tom e de inflexões quando canta com outra pessoa

Material: Nenhum

Procedimento

Sente-se no chão com o João e comece a cantar uma canção simples para ele

ouvir. Use gestos e mude o seu tom frequentemente durante a canção para que

ele diferencie o cantar do falar normal. Use as suas mãos e expressão facial para

lhe mostrar como é divertido cantar. Quando vir que ele está a prestar atenção à

sua canção, tente envolvê-lo na canção. Por exemplo: tente que ele bata palmas

ao ritmo. Quando ele começar a participar a nível motor, hesite ocasionalmente

durante a canção e toque-lhe na boca para indicar que ele deve cantar também.

Certifique-se de que ele olha para a sua boca e cante mais lentamente para que

ele perceba. Deve reforçar todas as tentativas que ele faça para vocalizar a

canção. Gradualmente comece a exigir-lhe respostas mais especificas e uma

participação mais actividade. Mais tarde encoraje-o a imitar as suas modificações

no tom de voz.

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202 – CONCEITO DE MAIS

Desempenho verbal, vocabulário

Interacção individual e social

Meta: Desenvolver o conceito de mais e aumentar as competências sociais

Objectivo: Pedir mais, sempre que deseje sem precisar de ajuda

Material: Reforços alimentares para dar sempre que a criança peça mais de qualquer

coisa que pretende

Procedimento

Pegue numa grande quantidade de algo que sabe que o João gosta e coloque-o

em cima da mesa em frente dela. Não deixe que ele tire imediatamente, mas tente

mantê-lo sentado e atento. Quando ele lhe prestar atenção, recompense-o com

um pouco da recompensa e diga: “João, queres mais?” enfatizando a palavra

“mais” claramente e repita-a várias vezes. Depois mostre-lhe outro pedaço da

recompensa e repita a questão novamente. Mostre-lhe o sinal de “mais” e repita a

palavra várias vezes. Se ele tentar obter a recompensa sem dar a resposta

adequada, retire o reforço da sua frente e repita a questão. Não o reforce até ele

fazer uma tentativa de verbalizar a palavra, quando o fizer, reforce-o

imediatamente e diga: “ Sim João, mais.” Repita o procedimento até que as

recompensas terminem. Esta actividade deve ser repetida todos os dias até que

ele aprenda a pedir mais sempre que o pretender. È natural que depois de

aprender o conceito, passe a pedir mais de tudo aquilo que lhe derem, tente agir

de forma compreensiva e consistente.

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203 – PALAVRA FRASE

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação vocal

Meta: Aperfeiçoar as competências comunicativas e aumentar o vocabulário

Objectivo: Expressar a necessidade e o desejo usando as palavras

Material: Escadas triciclo e bola

Procedimento:

Quando ensinar a linguagem expressiva é importante que tenha em conta todas

as pequenas oportunidades que surgem ao longo do dia. Por exemplo: quando o

João quer descer as escadas para ir brincar, hesite por instantes no cimo da

escada e diga: “O que é que queres fazer?” e depois sussurre-lhe “Descer as

escadas.”, enfatizando bem a palavra “descer”. Repita a palavra chave as vezes

que achar necessárias. Outras actividades possíveis incluem solicitar-lhe que diga

“Empurra.”, quando brinca com um triciclo, ou pedir-lhe que “atire” ou “agarre”

quando se brinca com a bola. Outras palavras importantes para trabalhar são, por

exemplo “abraça”, “beija” “abre” “fecha”. Nesta altura o João já terá capacidades

de executar sons e é importante que aprenda quando usar as palavras e como

fazê-lo.. Limitando os pedidos a frases de uma palavra, vai permitir-lhe aprender o

que é que cada palavra traduz realmente e como pode usá-la para obter o que

precisa.

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204 – O QUE É QUE QUERES? Desempenho verbal e vocabulário

Meta: Incrementar as capacidades de linguagem expressiva e vocabulário

Objectivo: Indicar aquilo que pretende pelo nome, tendo que escolher perante 2 objectos

Material: 3 pares de objectos comuns que lhe são familiares (um dos pares deve ser

algo que ele aprecie verdadeiramente)

Procedimento:

O João tem que aprender que ele pode usar a linguagem para pedir coisas que

pretende. Uma boa forma de começar a ensinar-lhe essa capacidade é levá-lo a

escolher entre dois objectos, quando um é realmente algo que ele pretende e o

outro é algo que não lhe desperta muita atenção. Sente-o em frente à mesa e

coloque um par de objectos em cima da mesa entre os dois. Por exemplo: pode

usar um carrinho que ele goste e um copo (cuidado para não usar objectos nos

quais ele se possa fixar). Prenda as duas mãos do João nas suas e aponte com

elas cada um dos objectos nomeando-os. Repita os nomes várias vezes,

mantendo sempre o contacto das mãos do João com os objectos. Continue a

segurar as mãos dele e pergunte-lhe: “Qual é que queres?” Se ele disser “carro”

ou fizer qualquer tentativa de dizer a palavra recompense-o por isso e deixe-o

brincar com o objecto escolhido por alguns minutos. Repita o procedimento até

que todos os pares de objectos se esgotem. Os sons mais fáceis de serem

trabalhados inicialmente são os P, B, M, N, D, C e T”.

205- CONCEITO DE POSSE Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Interacção individual e social

Meta: Incrementar a expressão verbal e ensinar os pronomes possessivos

Objectivo: Identificar os objectos pela pessoa a quem pertencem

Material: Objectos pertencentes a membros da família que são claramente identificáveis

com elas (ex. sapato da mãe, óculos do pai, boneca da irmã)

Procedimento:

Sente-se numa mesa com o João e coloque os objectos sobre a mesa. Pegue em

cada um dos objectos individualmente e identifique-os. Diga “Sapato da mãe.” ou

“Óculos do pai.”, enfatizando o nome e a posse. Após a identificação de cada

objecto, peça-lhe que os identifique receptivamente. Diga “João, dá-me o sapato

da mãe.”. Repita o procedimento com todos os objectos . Quando ele conseguir

identificar receptivamente todos os objectos, repita a actividade e pergunte-lhe:

“De quem é o sapato?”, se ele hesitar ajude-o com o som inicial. Reforce-o

imediatamente sempre que o João tentar identificar o pedido, por exemplo

“Sapato da mãe.” é uma resposta aceitável.

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206- JOGO SIM –NÃO Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar o conhecimento do nome dos objectos e desenvolver a

capacidade de ouvir pequenas questões e responder adequadamente sim ou

não

Objectivo: Usar adequadamente o sim ou não quando lhe mostramos um objecto e

perguntamos “ Isto é um ____?”

Material: 2 caixas pequenas, 5 a 8 objectos comuns que a criança reconheça facilmente

(ex. sapato, bola, colher, sabonete, copo, pente, carrinho)

Procedimento:

Sente-se à mesa em frente do João com as duas caixas entre os dois. Mostre-lhe

cada um dos objectos. Tire um objecto da caixa e segure-o em frente do João.

Certifique-se de que ele está a olhar e pergunte-lhe “Isto é um sapato?” De inicio

vai ter que provavelmente responder à questão e só depois ele estará apto a

imitá-la. Diga: “Não, isto não é um sapato.”. Depois coloque o objecto dentro da

outra caixa para que ele saiba que a tarefa terminou. Faça o mesmo com todos os

objectos. Há medida que a tarefa progride, ele responderá “Sim.” ou “Não.”, ou

então fará sinais com a cabeça. Gradualmente, encoraje o João a dizer a frase

mais completa “Sim, é um copo.”. Inicie com um pequeno número de objectos e

gradualmente aumente o número, à medida que a concentração melhora. Tente

generalizar este tipo de respostas em questões simples durante o desempenho de

outras actividades durante o dia.

207- Nomear animais Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar o vocabulário

Objectivo: Nomear 4 animais sem ajuda

Material: Animais de peluche, borracha ou desenhos.

Procedimento:

Enquanto trabalha com o João na identificação receptiva dos animais (actividade

177) verifique se ele parece conseguir expressar o nome do animal. Coloque os 4

animais em cima da mesa em do João. Peça-lhe que lhe dê cada um dos animais

“ Dá-me o cão.” repita o nome do animal várias vezes, mesmo após ele lho dar.

Depois de ele lhe dar todos os animais, pergunte “João, o que é isto?”. Se ele

precisar de ajuda, dê-lhe o som inicial e depois hesite, permitindo que ele acabe a

palavra. Reforce-o imediatamente por qualquer tentativa de verbalizar o nome do

animal. Há medida que ele for progredindo na tarefa vá retirando a sua ajuda até

que ele diga sozinho o nome de todos os animais propostos.

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208- NOMEAR OBJECTOS

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptivas

Percepção visual

Realização cognitiva, leitura (opcional)

Meta: Aumentar as competências expontâneas para responder a questões e nomes

dos objectos

Objectivo: Nomear um número de itens de uma categoria apenas com pistas visuais

Material: Objectos de uso comum agrupados em categorias (ex. alimentos- maçã,

banana, bolacha, bolo)

Procedimento:

Quando o João puder identificar receptivamente os itens de uma categoria

apontando ou seleccionando os objectos correctos (actividade165), comece a

ensiná-lo a identificar os mesmos objectos expressivamente. Distribua os objectos

pela sala de forma clara e visível para ele e pergunte “O que é que é de comer?”.

Enfatize a categoria de forma clara: De inicio o João vai concerteza querer

apontar ou agarrar o objecto correcto, pois foi o que lhe solicitou na actividade

anteriormente referida, mas desta vez impeça-o de se levantar e quando ele

apontar diga “Boa, o que é isso?” Nomeie o objecto várias vezes e tente que o

João repita as suas palavras. Dado que algumas palavras exigem uma articulação

cuidada, podem ocorrer meias palavras ou respostas parciais, mas reforce

qualquer esforço ou tentativa. Se ele não conseguir identificar um objecto ou uma

categoria, mude para outra e continue o procedimento.

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209 – COMPREENSÃO DE FRASES Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, leitura (opcional)

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Usar frases de construção simples

Objectivo: Olhar para uma figura e descrevê-la usando frases simples, de 3 ou 4 palavras,

envolvendo o sujeito e o verbo

Material: Uma folha de cartolina, figuras de pessoas envolvidas em acções comuns (por

exemplo correr, andar, dormir)

Procedimento:

Divida a cartolina em duas partes, uma com a palavra QUEM e outra com a frase

O QUE FAZ?. Coloque a cartolina em cima da mesa, em frente do João. Comece

com 3 cartões com pessoas envolvidas em tarefas simples de identificar, por

exemplo 3 figuras de um homem a andar. Se estiver também a trabalhar a leitura,

rotule cada uma das figuras adequadamente. Mostre ao João duas cartas e

descreva a acção, diga “Olha, o homem está a andar.”. Coloque a figura em cima

da cartolina depois de ter a certeza de que ele está a olhar. Depois pegue noutra

figura com a mesma acção (com a personagem sempre do mesmo sexo) e

coloque-o debaixo da palavra QUEM. Capte a atenção do João para a segunda

figura e diga “Olha, quem é?” tente que ele diga ”O homem.” ou algo adequado,

do tipo o menino ou o rapaz. Se ele não responder, direccione a atenção para a

segunda figura e repita o mesmo procedimento. Repita também com a terceira

figura. Finalmente tente que ele coloque as duas ideias numa frase. Repita o

procedimento usando outras acções simples como nadar, andar, saltar etc.

Certifique-se de que as acções são claras e de que o sexo da personagem é

claramente distinguível em todas as figuras

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210 – TAMANHO Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o uso adequado de adjectivos para melhorar a familiaridade com

conceitos de tamanho

Objectivo: Dizer ou assinalar “grande”/”pequeno” em resposta à questão “De que tamanho

é?”

Material: 2 objectos idênticos de diferentes tamanhos (ex. cubos ou botões)

Procedimento:

Quando o João puder identificar receptivamente objectos de acordo com o

tamanho, comece a pedir-lhe que tente identificar o tamanho expressivamente.

Coloque dois cubos na mesa em frente do João e diga “Dá-me o grande.”, quando

ele lhe der o cubo maior reforce-o,. Depois pegue no cubo e diga “De que

tamanho é este cubo?. Se ele não responder diga “Olha, é grande, agora diz tu.”

.Reforce-o imediatamente se ele tentar dizer. Por forma a evitar confusão,

trabalhe estes dois tamanhos intensamente, mas trabalhe expressivamente

apenas um dos conceitos até ele o assimilar. Só depois deve começar a pedir-lhe

que identifique ambos.

211. ELE E ELA Desempenho verbal , vocabulário

Realização cognitiva, categorização

Meta: Desenvolver o uso de pronomes pessoais e incrementar a discriminação

ele/ela

Objectivo: Usar ele e ele adequadamente quando identifica o masculino e o feminino nas

figuras.

Material: Desenhos de revistas com homens e mulheres ou rapazes e raparigas em

actividades que são familiares ao João (certifique-se que o sexo de cada

personagem está facilmente identificável.

Procedimento:

Sente-se próximo do João com um conjunto de figuras na sua frente. Mostre-lhe a

figura com um homem numa actividade que ele conheça e diga “Olha ele está

sentado.”. Enfatize bem o pronome de forma clara e mais alto. Repita o

procedimento com a figura de uma mulher. Coloque as figuras ao lado uma da

outra sobre a mesa, certifique-se de que ele está atento, enquanto repete os

pronomes apontando para as respectivas figuras. Repita o procedimento com todas

as figuras. Enfatize sempre o pronome e coloque as figuras nos respectivos grupos

(homens/mulheres). Tente que o João lhe indique em que grupo deve colocar uma

das figuras, se ele não conseguir, ajude-o com o som inicial. Mantenha sempre

frases curtas e simples. Use apenas actividades que ele conheça.

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212.-EM CIMA/EM BAIXO

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar a capacidade de expressão através do uso de adjectivos e

compreensão de relações temporais.

Objectivo: Usar ou sinalizar “em cima “ e “em baixo” para indicar a localização de uma

recompensa desejada.

Material: 3 copos, e reforços alimentares

Procedimento:

Sente-se à mesa com o João e mostre-lhe os reforços. Esconda uma delas

debaixo de um copo e peça-lhe para o tirar. Repita esta actividades alguns

minutos para o familiarizar. Coloque uma vez o reforço em cima do copo e peça-

lhe que o retire. Quando ele estiver familiarizado em procurar o rebuçado dentro e

em cima do copo, continue a actividade, mas usando as expressões. Por

exemplo: “Olha João, debaixo.” e coloque o reforço debaixo do copo. Depois de

repetir várias vezes, coloque o reforço debaixo e pergunte “Onde está?” e

responda lentamente “Debaixo.”. Motive-o a começar a responder. Reforce-o por

qualquer tentativa.

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213 – RESPONDER A QUESTÕES COM “OU”

Desempenho verbal , expressão

Desempenho verbal, linguagem receptiva

Meta: Incrementar a linguagem expressiva e desenvolver a capacidade de fazer

escolhas de forma independente

Objectivo: Fazer escolhas de forma independente quando lhe dão 2 alternativas concretas

e, expressar essa escolha verbalmente.

Materiais: Objectos da sala que lhe são familiares e que lhe agradam

Procedimento:

Dado que o João apresenta dificuldades em se expressar quando se lhe é

oferecido algo a escolher, aproveite todas as oportunidades do dia para usar a

palavra “ou”. Por exemplo, antes da “hora do conto”, seleccione 2 livros e coloque

os em frente dele. Aponte para cada um dos livros, separadamente, e pergunte:

“Queres este ou aquele?”. Quando ele se dirigir para um deles repita a questão e

diga “João, diz, este.”. Encoraje-o a verbalizar o que quer sempre que lhe oferece

a escolha. Este programa pode ser implementado com comer, brinquedos ou

qualquer outra coisa que lhe interesse especialmente. Quando o João já estiver

habituado a questões com “ou” e conseguir responder-lhes verbalmente, comece

a introduzir questões para respostas mais especificas envolvendo nomes de

objectos, categorias ou cores. Por exemplo, agarre num cubo vermelho e

pergunte-lhe “João, este cubo é vermelho ou azul?”. Se ele hesitar, mostre-lhe

outro cubo vermelho e nomeie a cor, depois mostre-lhe outro azul e nomeie-o

também. Por fim repita a questão com os cubos originais.

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214.CONVERSA ESTRUTURADA

Desempenho verbal e cognitivo, conversação

Interacção individual e social

Meta: Desenvolver competências de conversação

Objectivo: Responder adequadamente a conversas simples e a questões simples e

incrementar as competências sociais básicas

Material: Figuras de revistas, botões, copo

Procedimento:

Nesta altura, o vocabulário do João já melhorou consideravelmente, mas precisa

de aprender a usar as suas palavras numa conversa adequada. Para esse efeito

ele vai precisar de praticar muito em situações estruturadas. Sente-se na mesa

em frente do João. Planeie um tópico para a conversa na qual lhe deverá fazer 3

questões simples, por exemplo:

“João, o que é que podemos comprar no supermercado?”

“ Como é que vamos para o supermercado?”

“O que é que fazemos com o comer que compramos no supermercado?”

Depois de ele lhe dar uma resposta satisfatória, coloque um botão no copo, o que

lhe permitirá ver quantas questões respondeu adequadamente. Se ele não

conseguir responder adequadamente, use figuras auxiliares e dê-lhe pistas. Por

exemplo se ele não responder “carro” para a 2ª questão, mostre-lhe a figura de

um carro e repita a questão. Use sempre temas que lhe despertem interesse. À

medida que ele for aderindo melhor à conversa, comece a extinguir o sistema

token e elogie a sua resposta imediatamente.

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215 – TRANSMITIR UMA MENSAGEM SIMPLES Desempenho verbal, conversação Interacção social e individual

Meta: Desenvolver competências de comunicação e incrementar competências de

memória e competências sociais

Objectivo: Recordar uma mensagem pequena ( 4 ou 5 palavras) e transmiti-la

verbalmente a outra pessoa

Material: Nenhum

Procedimento:

Sente o João numa sala e tenha outra pessoa numa sala próxima. Leve-o à outra

sala para poder ver que está lá outra pessoa. Cada um dos elementos deve ter

uma dose de reforços a dar ao João. Antes de iniciar a actividade ambos devem

combinar a mensagem a transmitir, de forma a poderem saber se ele a transmitiu

bem. Dê ao João uma mensagem pequena e peça-lhe para ir dizê-la à outra

pessoa, coloque-o na direcção correcta e repita a mensagem. Quando ele chegar

à outra pessoa e não disser a mensagem, esta pode começar por ajudar “O que é

que a _____disse?”. Quando ele transmitir a mensagem, reforce-o e dê-lhe uma

mensagem semelhante para ele levar de volta à outra pessoa. Comece apenas

com 2 mensagens e 2 viagens e gradualmente vá aumentando o número de

viagens e a complexidade das mensagens. Lembre-se de que o João tem de

compreender bem a mensagem, senão ficará confuso e será incapaz de a

recordar correctamente.

216 – PLURAIS Desempenho verbal , expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o uso adequado do plural

Objectivo: Usar os plurais adequadamente quando identifica grupos de objectos familiares

Material: Objectos de uso comum que ele reconheça (ex. bolos, bolas, cubos)

Procedimento:

Sente o João na mesa e coloque os objectos na sua frente. Nomeie os objectos à

medida que pega neles. Por exemplo, pegue num bolo e diga: “Olha João, um

bolo.”, quando ele lhe quiser pegar pergunte “O que é isto?”, quando ele

responder “Bolo.”, coloque vários bolos em cima da mesa e diga: “Olha João,

bolos.”. Enfatize bem o plural. Repita a palavra “bolos” várias vezes. Depois

aponte para o bolo e diga “Bolo.” aponte para o conjunto de vários bolos e diga

“Bolos.”. Não se esqueça de enfatizar bem a diferença entre as duas palavras. A

seguir aponte para o bolo e pergunte “O que é, João?”. Quando ele responder

“Bolo.”, repita a questão para o conjunto de bolos. Se ele não captar o plural,

repita o som “S” mais alto após a palavra “bolo” e peça-lhe que repita.

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217.NOMEAR FIGURAS GEOMÈTRICAS

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção visual

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a nomeação

Objectivo: Identificar verbalmente 3 figuras simples (circulo, quadrado e triângulo)

Material: Figuras geométricas recortadas em formas de circulo, triângulo e quadrado

Procedimento:

Quando o João for capaz de lhe dar a figura geométrica apropriada à ordem:

“João, dá-me o (circulo).” (actividade 176) comece a trabalhar para que ele diga o

nome das figuras. Depois de ele lhe dar a figura correcta, sustenha-a à frente dele

e diga pausadamente o nome da figura várias vezes. Depois pergunte “João que

figura é?”. Repita o nome da forma várias vezes, para que ele associe a palavra

“figura” com as palavras “circulo”, “triângulo”, “quadrado”. Depois de fazer este

procedimento várias vezes, encoraje-o a responder sozinho.

218. VERBALIZAR O USO DOS OBJECTO

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar as competências de conversação e compreensão do uso dos

objectos

Objectivo: Explicar verbalmente o uso de objectos comuns

Material: 4 objectos de uso comum que lhe sejam familiares (livro, colher, brinquedo,

copo)

Procedimento:

Quando o João estiver familiarizado com os objectos e conseguir mimar o seu uso

(actividade 11 e 12) tente que ele verbalize o seu uso. Por exemplo, dê-lhe um

livro e diga: “ Olha João, um livro. O que é que fazes com um livro?”. Como ele

sabe fazer o uso adequado do livro, provavelmente ele começará a lê-lo. Não lho

dê até que ele tente verbalizar o uso do livro. Repita o procedimento com outros

objectos. Lembre-se que deve pronunciar claramente o uso dos objectos para que

ele tenha um modelo correcto para imitar.

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219. QUESTÕES TEMPORAIS

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a compreensão e os conceitos temporais, expandir o vocabulário

Objectivo: Responder com uma palavra a questões simples acerca do tempo em que um

determinado evento ocorre

Material: Desenhos de pessoas a fazer acções que lhe são familiares

Procedimento:

Mostre ao João uma figura e explique-lhe o que se passa. Por exemplo, mostre-

lhe uma figura com um menino a dormir e pergunte “O que está o menino a

fazer?”. Quando ele responder “A dormir.” diga “Certo. O menino está a dormir. O

menino dorme à noite”. Repita a palavra “noite” várias vezes em conjugação com

a palavra “dormir”. Repita este procedimento com as outras figuras mostrando as

actividades e conjugando-as com a localização temporal em que ocorrem. Repita

várias vezes as palavras “manhã”, “tarde”, “noite” para que se tornem bem claras.

Depois pergunte “Quando é que o menino dorme?” se ele hesitar, ajude-o com o

som “N”. À medida que ele evolui tente inverter a questão, “O que é que o menino

faz à noite?” para que ele responda “Dorme.”, sem ver a figura. Encoraje-o a

pensar em coisas que pode fazer durante o dia e a relacioná-las.

220- CONTAGEM

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, associação

Imitação verbal

Meta: Aumentar o vocabulário e o conceito de número

Objectivo: Contar sem ajuda

Material: Blocos de madeira

Procedimento:

Certifique se o João é capaz de imitar os sons dos números. Trabalhe com 5

blocos. Conte os blocos em voz alta e lentamente, movendo os blocos para um

grupo separado após dizer o número. Faça isto várias vezes e hesite antes de

dizer o último número para ver a reacção dele. Depois peça-lhe 3 blocos., quando

ele lhe der o número certo de blocos, conte-os em voz alta, não dizendo o último

número de cada grupo. Repita o procedimento várias vezes, mas de inicio peça-

lhe que identifique apenas o primeiro número. Gradualmente, peça-lhe que

identifique os 2 últimos e vá aumentando a quantidade de números exigidos à

medida que ele melhora.

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221 – NOMEAR CORES

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem expressiva

Meta: Desenvolver o uso de adjectivos descritivos e aumentar a compreensão das

cores

Objectivo: Nomear expressivamente as 4 cores primárias

Material Blocos coloridos (vermelho, amarelo, verde e azul)

Procedimento:

Sente-se na mesa em frente do João. Coloque os 4 blocos coloridos na mesa em

frente dele. Quando ele lhe responder correctamente 90% das vezes ao seu pedido

“Dá-me o bloco azul.” (actividade 182), comece a trabalhar o conhecimento

expressivo das cores. Enquanto faz a actividade vá repetindo os nomes das cores

frequentemente, falando de forma clara e audível. No decorrer da actividade aponte

para um dos blocos e pergunte “Que cor é esta?”. Ajude-o sussurrando o nome da

cor. Recompense-o imediatamente se ele fizer algum esforço para verbalizar a

palavra. Continue a actividade aumentando as oportunidades dele se exprimir

quanto às cores. Gradualmente vá envolvendo outras cores.

222 – RECONTAR O CONTO – I

Desempenho verbal, conversação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Interacção social e individual

Meta: Incrementar as competências de expressão linguistica e memória

Objectivo: Relatar um conto recente, com ajuda mínima

Material: Televisão

Procedimento:

Utilize a televisão para verem um conto ou uma série do agrado do João, de

preferência qualquer coisa breve e simples. Depois de ele observar a série, faça-lhe

algumas questões simples acerca do que acabou de ver . Tente que ele lhe conte

toda a história. Por exemplo, se estiver a ver a Rua Sésamo pergunte: “O que é que

aconteceu ao Oscar?”. Depois de ele lhe responder pergunte novamente “E o que é

que aconteceu a seguir?”. Tente que ele fale o máximo acerca daquilo que viu e

aconteceu, isto vai permitir-lhe aprender a falar sobre coisas concretas e que lhe

interessam. Esta é uma actividade que pode ser repetida mesmo durante os

tempos de lazer, sem que ele sinta que está a ser forçado a “ trabalhar”.

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223 – RECONTAR O CONTO – II

Desempenho verbal, conversação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar as competências de conversação e competências sociais

Objectivo: Descrever 4 ou 5 características de uma figura, sem ajuda

Material: Um livro de contos infantis, simples

Procedimento:

Sente-se confortavelmente com o João de forma a que ele veja o livro claramente.

Mostre-lhe uma figura e tente que ele lhe explique o que aconteceu, com todos os

detalhes que ele conseguir. De inicio, provavelmente, terá que lhe direccionar a

atenção para as várias partes componentes da figura e relembrá-lo para continuar

a descrever a figura, mas, gradualmente, ele poderá começar a fazê-lo sozinho.

As questões que poderá fazer devem ser do tipo:

“O que é que o menino tem vestido?”

“ Como é que ele se sente? Está triste ou contente?”

“Há animais no desenho?”

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224- CONCEITO DE TEMPO

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva. Linguagem receptiva

Meta: Aumentar o vocabulário e a compreensão dos conceitos de tempo

Objectivo: Usar adequadamente palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”

Material: Uma folha de cartolina, marcadores, fotos representando acontecimentos da

rotina do João

Procedimento:

Faça uma grelha representando os dias da semana. Use figuras para representar

as actividades que o João faz durante o dia, e explique-lhe o significado da grelha.

Comece por explicar aquilo que ele vai fazer hoje: “Olha, João, hoje vais para a

escola, vais comer esparguete ao jantar e ver televisão.”. Enfatize a palavra “hoje”

e peça-lhe para repetir o que vai fazer hoje. Pode deixar de fora uma outra

actividade e depois perguntar-lhe: “Que mais vais fazer hoje?. Depois de ele já ter

assimilado a noção de “hoje”, pode começar a trabalhar o “ontem“. Ande, na

grelha, para trás um dia e diga “Olha, João, ontem foste para a escola, comeste

hambúrgueres ao jantar e foste brincar para a rua.”. Enfatize bem o “ontem” e

repita várias vezes. Depois pergunte-lhe “Olha, João, o que é que fizeste ontem?”.

Se ele se confundir, remeta-o para a grelha. Quando ele tiver aprendido a usar as

duas expressões, repita o mesmo procedimento para “amanhã”.

225- DIAS DA SEMANA

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

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Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a compreensão dos conceitos de tempo

Objectivo: Nomear os dias da semana

Material: Grelha com os dias da semana

Procedimento:

Quando o João já dominar o uso das expressões de “ontem”, “hoje” e amanhã”

adequadamente (actividade 224) comece a ensinar-lhe os nomes dos dias da

semana. Proceda do mesmo modo que fez para lhe ensinar as referidas

expressões, mas comece a incorporar os dias da semana. Por exemplo: “Olha,

João, hoje é segunda-feira e tu vais para a escola.”. Tente que ele repita o que

acabou de dizer. Depois repita o procedimento com a frase “Ontem foi domingo,

fomos ao jardim e jantámos pizza.”. Depois de ter isto bem treinado, faça

questões do tipo. “Ontem foi domingo. O que é que fizemos no domingo?”. Depois

desta actividade nomeie os 7 dias de semana por ordem e tente que ele os repita

consigo.

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AUTONOMIA

Esta secção contém actividades que podem dinamizar a independência da criança

com autismo em relação ao ambiente. As áreas mais importantes mais importantes a

desenvolver nesta secção são a alimentação ,a utilização da casa de banho, a higiene e o

vestuário. muito do stress sentido pelos Pais e professores anda à volta dos objectivos a

longo termo que têm em conta estas sub-áreas, tão importantes para a independência da

criança, que normalmente tornam-se extremamente dependentes. Estas actividades devem

ser incorporadas diariamente numa rotina em casa e na escola. O número de actividades

descritas nesta secção é simbólico pelo facto de ser uma área que abarca um grande número

de actividades, por isso terão de ser alargadas para outras actividades de acordo com as

necessidades de cada um, (ver bibliografia. Muitas destas actividades foram desenvolvidas

através da experiência com crianças com atraso de desenvolvimento severo, elas podem ser

adaptadas a crianças com autismo uma vez que as suas dificuldades de aprendizagem sejam

tomadas em conta.

As características específicas das crianças com autismo são:

1 – Uma forte preferência por certo tipo de comida, o que significa que se deve

aproveitar para ensinar os aspectos de autonomia na alimentação quando está a

ingerir os seus alimentos preferidos

2 – Aptidões pobres da linguagem impedem a professora de usar linguagem para

conduzir a criança. Os gestos claros e as demonstrações devem ser usadas para

que a criança entenda o que se pretende

3 – Uma forte necessidade de igualdade ou gosto por rotinas. Logo que uma rotina

foi ensinada, a criança pode ter dificuldades em generalizar para outras situações ou

contextos diferentes

4 – Utilização inadequada dos sentidos (Hipersensibilidade ou hiposensibilidade aos

estímulo). As respostas da criança a vários sabores ou cheiros, ao estar molhada,

com frio ou zangada ou com medo podem ser extraordinariamente fortes ou

inexistentes

5 – Capacidade de atenção pobre (grande distractibilidade), que necessita de

estrutura e sinais visuais ou auditivos para a manterem atento.

As actividades apresentadas nesta secção foram escolhidas de modo a ilustrar

técnicas de ensino que têm em conta as características apontadas atrás. Também ilustra

tarefas concretas que são necessárias para capacitar a criança a aprender como generalizar

de uma situação para a outra. O nível de desenvolvimento das capacidades de autonomia

pode não estar adequadamente avaliado através do PEP; sendo assim importante verificar

melhor quais as capacidades de resposta da criança nesta área de funcionamento.

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226 – COMER COMIDA COM OS DEDOS Independência, alimentação

Motricidade fina, agarrar

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação

Objectivo: Agarrar e comer alimentos que se comem com os dedos

Materiais: Alimentos de comer com os dedos tais como pão, cenouras cozidas, salsichas,

banana

Procedimento:

Sente o João numa cadeira alta e coloque alguma comida que sabe que ele gosta

à sua frente. Assegure-se de que ele está a olhar para si e lentamente pegue

numa peça de comida e oriente-a para a sua boca. Faça gestos exagerados de

modo a demonstrar que a comida é muito boa, indicando ao João que ele deve

fazer o mesmo. Se ele não imita ou brinca com a comida, oriente-lhe a mão ao

mesmo tempo que usa a outra para que elo tenha um modelo para imitar. Lembre-

se de fazer movimentos deliberados e tente manter a atenção dela focada nas

suas mãos. Elogie-o de cada vez que ele come, mesmo com a sua ajuda. Tente

descobrir qual a comida que ele gosta mais e qual a que ele recusa sempre. A

tarefa torna-se mais simples se houver comida que ele aprecia bastante. à medida

que aumentam as suas capacidades de motricidade fina, vá reduzindo

progressivamente o tamanho das peças da comida.

227 – BEBER POR UM COPO DE ÁGUA Independência, alimentação

Meta: Beber por um copo

Objectivo: Manter o copo com as duas mãos e levá-lo à boca.

Materiais: Copo de plástico, sumo favorito

Procedimento

João bebe quando você lhe pega no copo, mas não segurará o copo sozinho. ele

detesta qualquer mudança. Por isso temos que fazer essa mudança

progressivamente e só assim ele aceitará a mudança sem ficar perturbado. Use

os seguintes passos, mudando para uma nova etapa sempre que veja que ele

aceita a mudança seguinte.

1 –Sente-se perto do João, segure o copo nas suas mãos e leve-o à sua

boca

2 – Perto do João, coloque as mãos dele no copo com as suas por cima e

leve-o a levar o copo à boca

3 – Faça o mesmo que em 2, mas agora segure-lhe nos pulsos firmemente

4 – Agarre-lhe nos pulsos ao de leve, o suficiente para lhe dar confiança,

mas deixando que os músculos do João trabalhem para segurar o copo

5 – Reduza a ajuda a um toque no braço para que o João recorde o que

fazer.

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228 – COMER COM A COLHER

Independência, alimentação

Motricidade fina, agarrar

Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação

Objectivo: Comer usando a colher sem derramar excessivamente

Materiais: Colher

Procedimento:

Depois do João ter aprendido como apanhar substâncias e mantê-las na colher

(actividade 98) pode começar a usar a colher para comer de forma independente.

Enquanto ele está a aprender a comer com a colher, use a comida que ele mais

aprecia e que seja fácil de apanhar com a colher e mantê-la fixa na mesma, como

por exemplo: papa de aveia espessa, puré de batata, pudim, geleia, etc. Coloque-

lhe a colher na mão mantendo suavemente a sua mão na do João e oriente-o ate

à comida e devagar direccione-a para a boca dela. Elogie-o logo que ele apanhe

uma colherada com comida e progressivamente reduza o seu controle,

começando por aliviar a sua pressão nas mãos dela e depois passe para os

pulsos, mais tarde para os braços e finalmente retire-lhe a ajuda. Repita o

procedimento com diferentes comidas até que ele consiga manobrar a colher e

comer sem ajuda.

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229 – USO ADEQUADO DA COLHER Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Independência social

Meta: Incrementar as competências de autonomia e maneiras à mesa

Objectivo: Comer com uma colher de forma adequada e independente

Material: Uma colher

Procedimento:

Tente que a todas as refeições não haja alimentos fáceis de comer com os dedos.

Sente O João em frente da mesa e chame a sua atenção para a colher “Olha,

João, vamos comer com a colher.”. Depois coloque o prato em frente dele,

coloque-lhe a colher na mão e guie com a sua mão as primeiras tentativas e diga “

Estamos a comer com a colher”. Gradualmente reduza a ajuda até que ele

consiga controlar a colher. Se ele tentar usar os dedos, retire o prato para o centro

da mesa e diga “Não, estamos a comer com a colher.”. Demonstre outra vez e,

lentamente, levando à boca a sua colher. Coloque novamente o prato em frente

do João e coloque-lhe a colher na mão. Se ele voltar a colocar os dedos, retire-lhe

o prato . Sempre que ele tentar colocar os dedos retire o prato da frente por um

minuto, e demonstre novamente o uso da colher, depois coloque-lhe o prato à

frente e a colher na mão. Este procedimento vai ensinar-lhe que se quiser comer,

terá que fazê-lo com a colher. É importante usar comida que ele goste. Para

melhores resultados não se deve permitir que ele petisque entre as refeições.

Este programa deve ser aplicado de forma consistente. Se ele for autorizado a

comer uma vez com os dedos e outra com a colher, poderá ficar frustrado e

confus0. Toda a refeição deve assim ser composta por alimentos que tenham de

ser comidos com colher, para que a aprendizagem seja mais consistente.

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230 – BEBER POR UM COPO

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências de autonomia e independência

Objectivo: Beber por um copo usando as duas mãos, sem entornar.

Material: Um copo inquebrável

Procedimento:

Sente o João numa mesa e sente-se em frente dele. Dê-lhe um copo e deixe-o

brincar com ele alguns segundos, para se habituar a ele. Depois pegue no copo e

mostre-lhe como agarrar com as duas mãos. Coloque-lhe as duas mãos no copo,

adequadamente e elogie-o por agarrar bem. Lentamente leve-lhe o copo à boca e

volte a colocá-lo na mesa. Repita o gesto. Quando o João se sentir confortável a

pegar no copo, coloque-lhe uma pequena porção de liquido. Guie as mãos do

João até ao copo, para o agarrar e guie lentamente o copo à boca. Diga “Bebe.” e

incline lentamente o copo para que beba uma pequena porção de liquido, se for

um liquido que ele goste ele vai abrir os lábios. Depois coloque novamente o copo

na mesa. Leve lentamente o copo aos lábios do João e diga: “Bebe.”. Coloque

novamente o copo na mesa. Gradualmente diminua a ajuda e incite-o a pegar

sozinho no copo para beber. No inicio, provavelmente, ela vai entornar alguns

pingos de bebida, não pare a meio da actividade para limpar, isso poderá

perturbar a aprendizagem. O João necessita de uma ordem contínua por forma a

aprender a rotina adequadamente.

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231 – DESCALÇAR MEIAS Autonomia, vestir

Motricidade fina, manipulação

Meta: Despir-se de forma independente

Objectivo: Descalçar as meias sozinho

Material: Uma meia larga, uma garrafa.

Procedimento:

Comece por usar uma meia de homem, grande e uma garrafa de plástico.

certifique-se de que o João está a olhar para si e coloque dentro da garrafa alguns

reforços (amendoim ou um doce) e coloque a tampa pouco apertada. Coloque a

meia lentamente no topo da garrafa (ver actividade 103) . Pegue na mão do João

e ajude-o a tirar a meia na garrafa. Depois ajude-o a ver a surpresa. Repita o

procedimento até que ele consiga fazê-lo sozinho e sem ajuda. Quando o

conseguir coloque a mesma meia no pé. Certifique-se de que ele está bem

sentado e equilibrado. Ajude-o a retirar a meia. Repita a actividade algumas vezes

com a meia grande, quando ele estiver habituado à actividade tente que o faça

com uma meia da sua medida. Comece por pedir-lhe para colocar a meia na

garrafa. Gradualmente coloque a meia no pé e tente que ele a retire. Ajude-o se

precisar e não deixe que ele se sinta frustrado.

232 – COMER COM UM GARFO Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Meta: Incrementar as capacidades de autonomia

Objectivo: Comer com um garfo

Material: Um garfo de plástico

Procedimento:

Depois do João ter aprendido a comer com a colher, introduza gradualmente o

garfo. Tente usar um garfo de plástico resistente. Use comida que seja facilmente

comestível com o garfo e que o João goste. Mostre-lhe como deve pegar no garfo

e demonstre como deve levá-lo à boca. Depois coloque-lhe o garfo na mão e

cubra-a com a sua, guie lentamente o garfo à boca e novamente para a mesa.

Repita o procedimento várias vezes, alternando entre a sua boca e a dele.

Quando ele estiver habituado à tarefa coloque pequenos pedaços de comer num

prato. Reforce o facto de ele agarrar no garfo e guie-o até aos pedaços de comer,

para picar um. Vá demonstrando com o seu garfo. Certifique-se de que ele está a

olhar para si quando leva o seu garfo à boca. Reforce o facto dele ter pegado com

comer e depois encaminhe-o para a boca e diga “Come, João.” e deixe

lentamente o comer na boca dele. Reforce-o. Continue o procedimento por mais

algum tempo, reduzindo a ajuda. Use sempre comeres que ele goste.

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233 – DISTINGUIR COMESTÍVEL DE NÃO COMESTÍVEL Autonomia, alimentação

Desempenho cognitivo, categorização

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver as capacidades de autonomia

Objectivo: Distinguir substâncias comestíveis de não comestíveis sem ajuda

Materiais: Comida, substâncias não comestíveis (não tóxicas) por exemplo, objectos,

cubos, pedras, contas.

Procedimento:

Sente-se com o João à mesa. Coloque um pedaço de comida em cima da mesa e

um objecto não comestível, em frente dele, por exemplo: uma pedra e um bocado

de chocolate. Diga: “Come.” e faça o gesto para que coma um dos objectos que

estão na mesa. Se ele escolher a pedra, segure-lhe na mão e dirija-lhe a atenção

para a pedra, diga “Não é para comer.”. Depois dirija-lhe a mão para o chocolate e

diga Para comer.”. Reforce-o por comer o correcto. Remova rapidamente a pedra

e substitua por outro par de itens. Repita o procedimento variando os itens,

tentando incorporar os mais variados objectos. Lembre-se de reforçar sempre que

ele escolher os itens correctamente.

234 – VESTIR: CAMISOLA Autonomia, vestir

Meta: Vestir-se sozinho

Objectivo: Vestir uma camisola ou T-shirt sem ajuda

Material: Camisola ou T- shirt

Procedimento:

Repita o seguinte procedimento de cada vez que ajudar o João a vestir uma

camisola. Coloque o braço esquerdo na manga esquerda e coloque a manga

direita sobre o ombro direito. Diga “João, veste camisola.”. Guie-lhe o braço direito

pela manga. Elogie-o imediatamente. Repita este passo simples, muitas vezes,

reduzindo gradualmente a sua ajuda até que ele consiga colocar o braço na

manga correcta estando o outro braço previamente colocado. Somente quando

ele conseguir completar com sucesso este passo sem a sua ajuda, deve tentar o

próximo passo. Mostre-lhe como colocar a camisola aberta e como meter o braço

através da 1ª manga. Assegure-se que lhe mostra como segurar a camisola

aberta da mesma forma de todas as vezes que inicia esta actividade. A seguir,

coloque a manga sobre o ombro e proceda como anteriormente. Quando ele

estiver habituado a desempenhar os dois passos com as duas mangas, hesite

antes de colocar a 2ª manga sobre o ombro, com o intuito de verificar se ele

localiza por si a 2ª manga. Lembre-se de dizer “João, veste camisola.” de todas as

vezes que inicia esta actividade. Reduza gradualmente a sua ajuda até que lhe

consiga dizer simplesmente “João, veste camisola.” e induzi-lo a começar, se

necessário. É provável que demore bastante tempo antes dele conseguir aprender

a posicionar a camisola de forma apropriada antes de começar a vesti-la.

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235 – VESTIR: CALÇAS

Autonomia, vestir

Meta: Vestir-se sozinho

Objectivo: Vestir calças sem ajuda

Material: Calças

Procedimento:

Quando estiver a vestir o João enfie-lhe as calças até ás ancas e tente que ele as

puxe para cima. Coloque-lhe as mãos no cós das calças, com a sua ajuda e diga:

“Puxa as calças.”. Reforce o esforço que ele fizer. Repita o procedimento até

sentir que ele está a puxar sozinho. Gradualmente vá retirando a sua ajuda até

que ele as puxe sozinho. Quando ele conseguir puxar as calças acima dos

joelhos, tente que as puxe desde os tornozelos. Para executar este passo o João

terá que se dobrar mais. Faça-o lentamente parar que ele perceba como fazer.

Certifique-se de que só avança para outro passo depois de consolidar o anterior .

diga de cada vez “João, puxa as calças.”. Quando ele já conseguir puxar as

calças sozinho., comece a tentar que ele as coloque nós pés correctamente.

Comece por lhe ensinar como deve fazer. Sente-o numa cadeira e coloque-lhe as

calças na frente na posição correcta. Diga “João, veste as calças.”. Guie-lhe as

mãos para que enfie os pés nas calças. Repita o procedimento várias vezes. No

inicio vai ter que o ajudar a encontrar a parte da frente das calças e certifique-se

sempre que ele tem um pé em cada perna antes de as puxar para cima. Reforce-o

sempre que execute um passo e gradualmente vá retirando a sua ajuda. Mostre-

lhe sempre as calças da mesma forma para que ele aprenda a ver qual o lado da

frente.

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236 – CONTROLO DE ESFÍNCTERES

Autonomia, higiene

Meta: Incrementar a higiene pessoal

Objectivo:. Usar a casa de banho de um modo adequado e independente.

Material: Casa de banho

Procedimento:

Linhas gerais:

Neste treino o factor mais importante é a manutenção de uma atitude positiva.

Qualquer mostra de desagrado, negativismo ou desaprovação pode ser sentida

pelo João. Ensine esta actividade da mesma forma que tem ensinado outras. Dê-

lhe regularmente reforços e use uma linguagem simples, como “xixi”, “molhado”,

“seco”. Reforce-o de uma forma agradável sempre que ele tiver sucesso.

Normalmente é mais eficaz dar um reforço positivo após o sucesso de uma tarefa

do que mostrar reprovação após um incidente. Dispa-lhe a roupa apenas na casa

de banho e sempre que ocorrer um incidente só lhe mude a roupa na casa de

banho. Isto permite-lhe associar os acidentes à casa de banho.

Procedimentos específicos:

Leve o João à casa de banho de hora a hora cerca de 5 minutos de cada vez.

Certifique-se de que ele está calmo e descontraído sem se mostrar descontente.

De início fique com ele. Tenha qualquer coisa à mão na casa de banho, para

reforçar sempre que fizer na sanita (ou bacio). Após passarem os 5 minutos retire-

o da sanita, mas se não fez a necessidade não lhe dê o reforço. Escreva a hora

de cada ida à casa de banho e dos acidentes para descobrir o horário natural das

necessidades. Tenha o cuidado especial de o colocar na sanita assim que ele

acorda de manhã, depois das refeições, antes de sair para a rua e antes de ir para

a cama. Registe os resultados sempre que o colocar na sanita. Mostre-lhe os

resultados colocando uma estrela dourada nas situações em que ele teve

sucesso, para que ele compreenda que está satisfeita.

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237 – ´PASSAR-SE POR ÁGUA, NO BANHO Autonomia, lavar-se

Motricidade fina, manipulação

Meta: Lavar-se sozinho

Objectivo: enxaguar-se da espuma de sabonete com uma esponja molhada.

Material: Sabonete e esponja

Procedimento:

Quando estiver a dar banho ao João ensaboe bem os braços até fazer muita

espuma. Dirija-lhe a atenção para as bolinhas de espuma, dê-lhe a esponja para a

mão e guie-o para a água. Depois diga, “Enxagua o braço.” (tira a espuma) e

ajude-o a espremer a esponja para o braço. Repita o procedimento para outras

partes do corpo sempre que lhe der banho. Quando sentir que ele já consegue

fazer a tarefa sozinho, vá reduzindo a ajuda. Quando ele terminar de se enxaguar,

diga: “Já está.”. Depois ensine-lhe a espremer a esponja e a deixá-la na

saboneteira. Isto é importante porque não só fortalece as mãos como também

permite que ele compreenda o estabelecimento da rotina e o fim da tarefa.

238 – ABOTOAR – I Autonomia, vestir

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Vestir-se sozinho e aumentar a coordenação motora.

Objectivo: Enfiar um botão grande na casa (num quadro de treino de abotoar)

Material: Cartão um botão e tecido

Procedimento:

Construa um quadro de abotoar colando um cartão a meio do tecido, pregando o

botão num extremo e fazendo uma casa no outro (ver figura). Coloque-se por

detrás do João com o quadro em cima da mesa diante dele. Pegue-lhe nas mãos

e guie-o para o botão. Direccione a sua atenção para o botão e para a casa.

Ajude-o para que agarre o botão e o coloque na casa. Ajude-o a puxá-lo com o

polegar e o dedo indicador. Diga “Puxa.”. Reforce-o por qualquer esforço que

faça. Repita o procedimento tantas vezes quantas as necessárias para que

aprenda e refira sempre “Puxa”. De inicio ele vai precisar de muita ajuda para

compreender como puxar o botão, guie-lhe as mãos até que compreenda.

Quando sentir que ele já é capaz de o fazer sem ajuda, use um bocado de tecido

com mais do que um botão.

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239 – ABOTOAR – II

Autonomia, vestir

Motricidade fina, coordenação das duas mão

Motricidade fina, agarrar

Meta: Vestir-se sozinho e incrementar a coordenação motora.

Objectivo: Apertar e desapertar botões de uma camisa ou camisola

Material: Camisa ou camisola de botões grandes

Procedimento:

Tente trabalhar com uma camisa de botões grandes, que se apertem e

desapertem facilmente. Quando o João já apertar os botões do quadro de abotoar

(actividade 238), mostre-lhe como abotoar numa camisola. Quando ele estiver a

usar a camisola, guie-lhe as mãos para os botões. Tente que ele segure uma

parte da camisola enquanto empurra o botão para a casa. diga “Puxa.” para que

ele puxe o botão com o dedo indicador e o polegar. Reforce-o imediatamente e

repita o procedimento com os outros botões. Depois de repetir várias vezes, tente

gradualmente retirar a ajuda. Será mais fácil de aprender se começar por apertar

e desapertar a partir de baixo.

240 – ENTORNAR

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de alimentação e controlo da motricidade fina.

Objectivo: Deitar líquidos de um jarro para depósitos mais pequenos sem ajuda e sem

entornar.

Material: Jarro de plástico pequeno, copos de plástico transparentes, corantes

alimentares.

Procedimento:

Coloque alguma água no jarro e junte-lhe algumas gotas de corante alimentar.

tenha o cuidado de ver se o jarro não está demasiado cheio e se torna difícil de

controlar. Coloque 2 copos de plástico transparente em cima da mesa e faça-lhes

uma marca com marcador para que ele veja até onde deve colocar o liquido.

Ajude-o a pegar no jarro e a direccioná-lo para os copos, depois diga “Deita.” e

ajude-o a deitar o liquido no copo. Quando se aproximar da linha desenhada diga

“Pára.” e puxe-lhe a mão para trás gentilmente. Reforce-o imediatamente. Repita

a actividade as vezes que achar necessárias para que ele consiga colocar liquido

nos copos sem salpicar excessivamente, vá diminuindo a sua ajuda física e verbal

para que aprenda quando deve parar. A partir do momento em que ele conseguir

fazer a tarefa sozinho, permita-lhe que deite os líquidos nos copos em todas as

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oportunidades que surgirem , quer para si próprio, quer para o resto da família.

241 – LAVAR OS DENTES

Autonomia, higiene

Motricidade fina,manipulação

Meta: Desenvolver hábitos de higiene pessoal.

Objectivo: Lavar os dentes sozinho

Material: Escova de dentes, paste de dentes.

Procedimento:

Coloque o João em frente do espelho e faça-o olhar para o seu reflexo enquanto

lava os dentes. Depois tente que ele agarre na escova de dentes enquanto lhe

põe a pasta de dentes. Fique atrás dele, olhe para o espelho e guie-lhe a mão

com a escova para a boca, muito devagar. Tente que ele vá movendo a escova

muito lentamente para cima e para baixo contra os dentes. Gradualmente vá

retirando a sua ajuda quando lhe parecer que ele está a fazer os movimentos de

cima e baixo sozinho. De inicio poderá ser boa ideia colocar um pouco de pasta

de dentes noa ponta do dedo e massajar lentamente as gengivas para o

sensibilizar do uso da pasta. Certifique-se de que a escova tem sedas suaves e

de que ele não esfrega os dentes com muita força. De inicio provavelmente ele só

vai permitir uma ou duas escovadelas, mas gradualmente vá tentando aumentar o

numero de escovadelas e a área lavada.

242- VESTIR-SE SOZINHO

Autonomia; vestir-se

Socialização, independência

Meta: Vestir-se rapidamente e sozinho

Objectivo: Acordar com o despertador e vestir-se totalmente e sozinho num determinado

período de tempo.

Material: Despertador

Procedimento:

Comece por ajudar o João a escolher aquilo que ele quer vestir no dia seguinte,

antes dele ir para a cama. Deixe todas as peças de roupa necessárias num

determinado local para que seja fácil de encontrar. Mostre-lhe o relógio

despertador. Ensine-lhe como desligar o despertador. Nas primeiras manhãs

ajude-o a levantar-se da cama e a desligar o despertador, antes de continuar com

o resto do programa. Quando tiver a certeza de que ele já é capaz de desligá-lo

sozinho, mostre-lhe o relógio e diga-lhe que terá que estar completamente vestido

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quando o ponteiro chegar ao sinal desenhado para receber uma surpresa(mostre-

lhe onde assinalou). Mantenha-se no quarto mas apenas ajude se sentir que ele

está confuso ou frustrado. Elogie sempre o esforço que ele faz e reforce-o com

qualquer coisa que ele goste especialmente sempre que ele terminar de se vestir

a tempo.

243 – PREPARAR UM LANCHE

Motricidade fina, manipulação

Socialização, independência

Meta: Incrementar capacidades de se alimentar sozinho

Objectivo: Preparar um pequeno lanche sozinho

Material: Comida para um pequeno lanche e os utensílios de cozinha necessários

Procedimento:

Planeie um lanche simples para que o João o prepare para si próprio a meio da

tarde, quando chega da escola. Por exemplo: pão com manteiga, ou bolachas

com doce, cereais com leite, pudim instantâneo, etc. Use a sua imaginação e os

gostos do João para escolher os lanches. Assegure-se de que ele é capaz de

fazer todas as tarefas que envolvem cada lanche. Se implicarem ingredientes com

medidas diferentes, deixe-os já preparados em caixinhas separadas. Primeiro guie

os passos do João em cada lanche, quando sentir que já o poderá fazer sozinho,

dê-lhe liberdade de escolha para comer o que lhe apetecer e como fazê-lo. Tente

variar os lanches, para que ele aprenda uma série de acções ao mesmo tempo,

Por exemplo: cortar, barrar, tirar açúcar ou farinha com a colher, mexer o leite,

deitar leite num copo ou taça, etc.

244 – TOMAR BANHO SOZINHO

Autonomia, higiene

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Tomar banho ou duche sozinho sem precisar de ajuda

Objectivo: Regular a temperatura da água

Material: Fita vermelha e azul

Procedimento:

Antes de deixar o João brincar com as torneiras do duche ensine-lhe como

controlar a temperatura da água usando as torneiras misturadoras. Coloque uma

marca vermelha bem visível na torneira de água quente. Diga-lhe que isso

significa quente. Depois deixe a água correr na mão dele até ficar quente, mas

não demasiado. Diga “Está morna, está boa.” Depois deixe correr até estar

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demasiado quente para ele poder usar, passe a mão muito rapidamente pela água

(cuidado para não estar demasiado quente) e diga “Oh! Está tão quente.”. Mostre

uma expressão de desagrado para que ele perceba. Agora ponha a marca azul na

torneira da água fria e ensine-lhe como usar esta torneira. Ensine-lhe a rodar as

duas torneiras lentamente e a experimentar a temperatura da água. Quando ele

conseguir regular a temperatura correctamente peça-lhe apenas que a chame ,

antes dele tomar banho, para verificar se está realmente correcta e depois poderá

deixá-lo tomar banho sozinho.

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SOCIALIZAÇÃO

O comportamento social pertence à categoria de ensino mais generalizada

neste manual, já que qualquer aumento da linguagem, capacidades e diminuição de

problemas de comportamento têm um efeito positivo no comportamento social da

criança. Em geral, o comportamento social inclui o estabelecimento de

comportamentos sociais positivos e a diminuição das peculiaridades do autismo e dos

problemas de comportamento. Embora as capacidades sociais coincidam com todas

as outras áreas funcionais, elas são tratadas separadamente. Esta secção foca-se no

aumento de capacidades sociais, enquanto que a secção seguinte se focaliza em

reduzir os comportamentos negativos ou disruptivos. Apesar das crianças com

autismo conseguirem memorizar e mecanizar alguns comportamentos sociais de

cortesia, a ênfase desta secção está no iniciar o contacto social e no prazer dos jogos

de interacção social. Porque a consciência social não é compreendida

instintivamente, e no autismo é até uma área deficitária, a interacção social e as

capacidades do jogo social têm de ser ensinadas. Nos níveis mais altos das

capacidades sociais incluem-se actividades de autocontrole necessárias para seguir

regras sociais comuns, tal como o respeitar a sua vez e a propriedade dos outros.

Estas actividades ensinam novas capacidades e conceitos que promovem o

comportamento social adequado.

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245 – JOGO DIVERTIDO

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Melhorar a interacção social e a tolerância ao contacto físico

Objectivo: Aumentar o divertimento com interacção física limitada

Material: Nenhum

Procedimento:

Tente envolver o João em pequenos períodos de contacto físico, com frequência.

Use muita vocalização para tentar que ele imite os sons que vai fazendo. Utilize

sons simples como “Eia.” ou “Uau.”. Se ele mantém um contacto limitado, continue

a actividade falando lenta e calmamente para ele. À medida que ele estiver mais

relaxado tente levantá-lo muito lentamente, mas com cuidado para ele não se

assustar. Por exemplo pode começar por tentar levantá-lo ou balançá-lo apenas

uma vez em cada sessão, contudo, a sessão pode ser repetida várias vezes no

mesmo dia. Gradualmente aumente o tempo que ele tolera a presença e o

contacto físico. Há medida que o sentir relaxado pode aumentar para duas vezes

em cada sessão. Desta forma irá aumentar a aceitação da interacção física.

246 – CÓCEGAS

Socialização, interacção individual

Meta: Incrementar a interacção social e o divertimento, com contacto físico

Objectivo: Reagir adequada e amigavelmente ao contacto físico

Material: Boneco

Procedimento:

Sente-se com o João na cama ou numa manta. Pegue no boneco e diga: “Olha,

João.” Tente chamar-lhe a atenção para o animal, se necessário passando com

ele no seu campo de visão. Use o boneco para tocar no João, muito

carinhosamente, fazendo-lhe cócegas. Certifique-se de que não está a ser

demasiado intrusiva. Quando lhe tocar sorria e sussurre algumas palavras

agradáveis. De início faça-o por pequenos períodos. Há medida que a tolerância

do João aumentar, aumente a quantidade de cócegas. Páre de lhe fazer cócegas

para ver se ele faz algum tipo de movimento que indique que quer continuar.

Continue a actividade enquanto ele mostrar prazer nela.

247 – ESCONDE - ESCONDE

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Socialização, interacção individual

Meta: Incrementar a interacção e o contacto visual

Objectivo: Manter o contacto visual pelo menos durante 3 segundos e ter prazer em jogos

de interacção social.

Material: Uma toalha

Procedimento:

Sente-se em frente do João com os joelhos dele junto aos seus. Segure a toalha

entre vocês para que ele não a possa ver. Pergunte “Onde está o João?” e

levante lentamente a toalha para que ele veja os seus olhos. Diga ”Cu-cu.” e faça-

lhe cócegas rapidamente, cuidado para não o assustar. Repita a actividade várias

vezes. Veja se ele olha para ver se os seus olhos aparecem por trás da toalha.

Veja também se ele começa a antecipar a rotina. Ponha a toalha em cima da sua

cabeça e retire-a lentamente. Depois coloque-a na cabeça dele e repita a

actividade. Lembre-se de lhe fazer cócegas quando ele olhar para si. Veja se ele

começa a pedir cócegas, olhando para si. Gradualmente vá aumentando o tempo

entre ele olhar para si e fazer-lhe cócegas, para aumentar o contacto visual, pelo

menos para 3 segundos.

248 – CAVALO DE BALOIÇO

Socialização, interacção individual

Motricidade global

Meta: Incrementar a interacção social e aprender a brincar calmamente

Objectivo: Andar no cavalo de baloiço pelo menos 2 a 3 minutos

Material: Um cavalo de baloiço

Procedimento:

Coloque o João no cavalo de baloiço por alguns minutos. Sorria e sussurre-lhe

suavemente, por exemplo, “Tlin-tlão, tlim-tlão.”. Gradualmente reduza a ajuda à

medida que ele baloiçar o cavalo sozinho. Se ele ficar excitado e começar a andar

muito depressa, segure-o e sussurre-lhe novamente. Tente que ele ande no

cavalo com a sua cadência/ritmo. Se ele continuar excitado retire-o do cavalo e

continue a sorrir e a sussurrar para que ele acalme. Depois coloque-o novamente

no baloiço e controle a velocidade.

249 – DAR UM BEIJO

Socialização, interacção individual

Motricidade global

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Meta: Dar um beijo quando solicitado

Objectivo: Tocar com a boca na face do adulto

Material: Nenhum

Procedimento:

Mesmo que o João não goste muito de ser tocado ou de receber carinho, abraços

ou beijos, ele pode aprender a dar um beijo se for ensinado e recompensado por

isso. Depois de ele ter aprendido a dar-lhe um beijo e apresentar menos medo da

proximidade física, pode pedir-lhe que dê “um beijo” ao pai, à avó, ao irmão, etc.

No fim da tarefa, diga-lhe que terminou (use um sinal). Depois vire-o para si e diga

“ Dá-me um beijinho.” e toque-lhe na face com o sua mão. Chegue-lhe a sua cara

para que os lábios dele lhe toquem na face. Depois reforce-o imediatamente e

leve-o para brincar. Faça esta actividade diariamente para que não tenha que o

trazer até si, mas que ele venha ter consigo quando lhe pede o beijo. Uma vez

que a rotina esteja adquirida, tente afastar um pouco a sua face por forma a que

ele tenha que fazer algum esforço para lhe dar o beijo. Depois explique a rotina

aos pais e tente que eles lhe peçam o mesmo. Ajude-o a responder-lhes se

necessário. Certifique-se de que agradece e reforça o esforço realizado por ele.

Deixe-o ir embora se começar a manifestar desagrado.

250 – BRINCAR COM O CAMIÃO

Socialização, interacção individual

Motricidade global, braço

Meta: Estimular a interacção e desenvolver actividades de jogo

Objectivo: Empurrar para a frente e para trás um camião, com ajuda

Material: Camião de brincar e reforços comestíveis

Procedimento:

Sente-se com o João no chão, com alguma distância de intervalo entre os dois.

Diga “Olha, João, um camião.” e empurre o camião para ele com um alimento que

ele goste em cima. Certifique-se de que ele está a olhar para si para a ver colocar

a recompensa. Encoraje-o a empurrar o camião outra vez para si, depois de tirar a

recompensa. De inicio poderá ser necessário estar outra pessoa ao lado do João

para o ajudar a retirar a recompensa e a empurrar o camião de volta. Use a

palavra “camião” várias vezes para que ele se vá habituando a ele. Continue a

actividade enquanto ele se mostrar interessado.

251 – AJUDAR OS OUTROS

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Socialização, interacção individual

Motricidade global

Meta: Compreender o que a outra pessoa quer

Objectivo: Colocar os restos de comer no lixo, quando lhe é pedido

Material: Guardanapos e pratos com restos de comida

Procedimento:

Peça à família do João para a ajudar nesta actividade após as refeições. No fim

da refeição, ajude-o a retirar os restos do prato (certifique-se de é capaz de o

fazer sem causar problemas). Leve-o até aos guardanapos das outras pessoas,

um de cada vez, e peça que cada membro da família pegue nele e diga “João, por

favor, deita fora.” e depois agradeça. Peça à família para demonstrar que gosta da

ajuda que o João está a dar e demonstre que ele está a fazer qualquer coisa para

eles. Encoraje também o João a olhar para as pessoas à medida que pega no

guardanapo. Isto pode ser feito se segurarem o guardanapo até que ele olhe para

eles. Depois diga “Obrigado.”. Quando o João for capaz de realizar esta rotina a

todas as refeições, generalize pedindo-lhe que deite fora coisas, periodicamente

durante o dia. Certifique-se de que as suas orientações são claras e concisas e de

que ele sabe onde está o balde do lixo.

252 – ESCONDIDAS

Socialização, interacção individual

Socialização, independência

Motricidade fina, corpo

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Ter consciência de que está escondido dos outros, incrementar o desejo de

procura e de interacção com os outros

Objectivo: Esconder-se de uma pessoa e depois procurar por outra que está escondida

Material: Nenhum

Procedimento:

Comece a actividade ensinando o João a esconder-se. Terá que ter outra pessoa

na sala, o pai ou um colega. Pegue na mão do João e diga “Esconde-te do pai.”

Leve-o para trás da porta , de uma cadeira ou para debaixo da mesa. Ensine-lhe

apenas 3 locais diferentes onde se possa esconder Durante a actividade, repita a

ordem: “Esconde-te.”. Depois ajude-o a esconder-se num dos locais anteriormente

ensinados. Peça à outra pessoa para perguntar, “Onde está o João?”. Depois

ajude o João a aparecer e a levantar o braço para dizer onde está . A outra

pessoa deve correr para ele e dar-lhe um grande abraço. Depois dele aprender

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como se esconder e mostrar quando é chamado, faça com que a outra pessoa se

esconda num dos 3 locais anteriores e ajude o João a procurá-la quando

perguntar “Onde está a …?”. À medida que ele for entendendo a actividade ,

encoraje-o a esconder-se onde quiser e sem ajuda.

253 – BRINCAR COM UMA BONECA

Socialização, interacção individual

Imitação, Motricidade

Meta: Aumentar as capacidades de interacção e desenvolver capacidades de brincar.

Objectivo: Desenvolver uma rotina de 3 ou 4 passos na interacção com uma boneca.

Material: Boneca, escova de cabelo, luva para higiene.

Procedimento:

Tente que o João interaja com a boneca tal como você interage com ele.

Estabeleça rotinas para ele realizar com a boneca, semelhantes às suas próprias

rotinas. Por exemplo, quando vai deitar o João, faça com que ele vá deitar

também a boneca. Após lavar a cara ao João, faça com que ele lave a cara da

boneca com a luva. Depois penteie o cabelo dele e faça com que penteie o da

boneca também . Depois leve-o a colocar a boneca na cama ou numa caixa e a

tapá-la com uma toalha. Use a sua imaginação para enriquecer as rotinas que vão

permitir ao João aprender a interagir com a boneca tal como você interage com

ele. Tente que ele se sinta responsável pelos cuidados a dispensar à boneca, tal

como você se sente por ele.

254 – JOGOS COOPERATIVOS COM CUBOS

Socialização, interacção individual

Integração óculo-manual, controlo

Desempenho cognitivo, sequencialização

Meta: Incrementar as sequências interactivas e desenvolver o conceito de torre com a

professora

Objectivo: Alternar a colocação de cubos numa torre, com a professora

Material: Cubos

Procedimento:

Sente-se em frente do João numa mesa ou no chão. Coloque 3 cubos em frente

de cada um. Aponte para os cubos e diga “ Põe aqui um.” e aponte para o topo do

cubo que já colocou. Guie a mão do João para colocar o segundo cubo, se

necessário. Após ele colocar o cubo, volte a colocar um dos seus em cima do que

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ele colocou. Depois aponte para os que ainda restam ao João e diga “Põe aqui

um.”. Repita o procedimento até colocarem todos os cubos na sequência correcta.

Depois de ele perceber a sequência, abandone as pistas verbais e a ajuda física e

aguarde para ver se ele antecipa a sua vez.

255 – INTERAGIR COM FANTOCHES

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, conversação (opcional)

Meta: Aumentar a interacção social, as capacidades de jogo imaginativo e

habilidades de conversação (opcional)

Objectivo: Usar apropriadamente o seu fantoche para interagir com o fantoche de outra

pessoa

Material: 2 fantoches

Procedimento:

Coloque um dos fantoches na sua mão e use-o para brincar com o João. Faça-lhe

cócegas com o fantoche e represente uma conversação social simples utilizando

uma voz falsa (característica dos fantoches). Encoraje-o a responder ao boneco

de forma apropriada. Tente que ele olhe para o fantoche e não para a sua cara.

Quando o João apreender a ideia da brincadeira dê-lhe o outro fantoche e mostre-

lhe como usá-lo. Tente que ele use o fantoche dele para interagir com o seu.

Experimente fazer cócegas com o seu fantoche no dele para ver se ele reage ao

boneco e não a si. A princípio faça sessões curtas, mas tente aumentar o número

de interacções, à medida que o João se sente mais à vontade com a brincadeira.

256 – BRINCAR AO “FAZ DE CONTA”

Socialização, interacção individual

Imitação, motor

Meta: Desenvolver capacidades de jogo interactivo

Objectivo: “Fazer de conta” num episódio simples, pelo menos 2 minutos

Material: Nenhum

Procedimento:

Tente envolver o João numa pequena sequência de “faz de conta”. Inicialmente

estas sequências devem ser curtas e extremamente simples, provavelmente

apenas com uma ou duas frases acompanhadas de acções fáceis e

compreensíveis. No começo terá de fazer a maior parte da representação, mas

tente que o João se interesse pelo que estão a fazer. ele precisará de uma grande

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dose de ajuda para que consiga perceber o que se espera dele, por isso seja

especialmente paciente. Envolva-o na actividade da forma que puder. No

princípio, provavelmente, ele só imitará as suas acções sem perceber o conceito

de “faz de conta”. Repita a actividade tantas vezes até que ele participe

activamente.

Episódios simples de “faz de conta” podem ser:

a) Faz de conta que ambos são árvores:

Diga: “João, vamos ser árvores.”. Levante os braços como se fossem ramos

e peça-lhe para a imitar. Depois diga: “Aí vem o vento.” E sopre com os

lábios ao mesmo tempo que abana os braços, como se fossem ramos ao

vento. Fim do episódio.

b) Faz de conta que vão dar um passeio de carro:

Sente-se num banco perto de João e finja que está a sentar-se num carro.

Diga: ”Brrumm brrumm.”. Tente que ele imite as suas acções. Levante-se do

banco e finja que está a fechar a porta de um carro. Fim do episódio.

Lembre-se de utilizar uma linguagem simples, mas mostre o mais clara e

exactamente possível aquilo que pretende.

257 – LIMPAR O TAMPO DA MESA

Socialização, interacção individual

Meta: Ensinar organização, atenção e aderência às rotinas

Objectivo: Limpar o tampo da mesa depois de cada sessão de ensino

Material: tabuleiro, esponja, toalha de papel

Procedimento:

Mantenha os materiais desta actividade sempre no mesmo lugar. Antes de cada

sessão, certifique-se de que tudo está no lugar e pronto a ser usado. No fim de

cada sessão na mesa, deverá ir com o João até ao tabuleiro e fazer com que ele o

leve até à mesa e o poise numa cadeira. Possivelmente, no início, terá de o ajudar

a transportar o tabuleiro. Se o João conseguir levar uma taça com água sem

derramar, encha-a até meio e coloque-o no tabuleiro. Se ele não conseguir, leve

você a taça com água. Pegue na mão do João e mostre-lhe como limpar a mesa

com a esponja húmida. Faça-o através de passos simples para que ele não fique

confuso. Ensine-lhe a limpar a mesa sempre da mesma maneira, começando de

dentro para fora. Depois coloque a esponja no tabuleiro e repita o procedimento

com a toalha de papel. Finalmente, faça com que ele leve o tabuleiro de volta ao

seu lugar. Quando o tabuleiro estiver no lugar, a sessão acabou e então o João

terá um pouco de tempo para fazer o que lhe apetecer.

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258 – JOGO DO “TIRA E DÁ”

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, expressão

Meta: Aumentar a consciência e o prazer de dar e receber

Objectivo: Dar um objecto a uma pessoa, receber um objecto em troca e dizer “Obrigado.”

Materiais: Caixa grande, pequenos brinquedos, recompensas comestíveis

Procedimento:

Neste jogo necessitará do auxílio de um amigo de João. Ponha a caixa com os

brinquedos no chão. Sente-se com o João e o amigo à volta da caixa. Peça ao

amigo para tirar um brinquedo da caixa e lho dar. Diga: “Obrigado.”. A seguir

peça-lhe para tirar outro brinquedo da caixa (por exemplo, o brinquedo favorito do

João) e o dar ao João. Ajude o João a receber o brinquedo e a dizer “Obrigado.”.

Quando ele disser: “Obrigado.”, ou qualquer coisa parecida, o amigo deve sorrir e

dizer: “De nada.” e dar-lhe uma pequena recompensa. Depois peça ao João para

tirar um brinquedo e dá-lo ao amigo e este deve responder apropriadamente.

Continue esta actividade de dar e receber entre os três jogadores até a caixa ficar

sem brinquedos. Quando o jogo acabar deixe o João brincar com os brinquedos

que tirou da caixa ou comer as recompensas. A princípio o João poderá

necessitar de muita ajuda nesta actividade e, provavelmente, terá dificuldade em

dizer “Obrigado.”. Comece por aceitar qualquer resposta, mas, gradualmente,

exija uma maior aproximação ao modelo correcto.

259 – PÔR A MESA: TALHERES

Socialização, autonomia

Meta: Aumentar a capacidade de compreender rotinas e desenvolver a capacidade

de ajudar em casa de uma forma útil

Objectivo: Colocar os talheres nos locais correctos da mesa

Material: Pratos e talheres

Procedimento:

Comece por mostrar ao João apenas um tipo de talher. Ponha a mesa e coloque

uma colher no local certo. Depois segure uma colher e diga “Olha , João, uma

colher.” Depois dê-lhe o número de colheres correspondente aos pratos da mesa

e diga “Põe as colheres.”. Se ele parecer confuso, ajude-o a colocar as colheres

no local correcto. Repita o procedimento para todas as colheres. Recompense-o

por cada colher colocada no lugar. Quando ele conseguir colocar correctamente

as colheres no local correcto, repita o procedimento usando as facas e os garfos.

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Quando o João conseguir colocar todos os talheres no local correcto, tente que

ele coloque por exemplo o garfo e a colher ao mesmo tempo.

260 – PEQUENAS TAREFAS DOMÉSTICAS

Socialização, independência

Desempenho cognitivo, emparelhar

Meta: Aumentar as competências para trabalhar

Objectivo: Executar pequenas tarefas domésticas sem ajuda e sem supervisão

Material: Toalha, talheres, tabuleiro de arrumar talheres

Procedimento:

Planeie algumas actividades domésticas nas quais o João possa participar, para

desenvolver o trabalho independente e para que ele seja útil em casa.

Se necessário crie tarefas desdobrando toalhas ou misturando talheres, mas não

deixe que ele a veja, para que sinta que está mesmo ajudá-la. Use a imaginação

para criar tarefas que sejam agradáveis e simples de fazer. No início pode manter-

se ocupada por perto para se ele precisar de ajuda. Gradualmente vá-se

afastando para que ele se habitue a trabalhar sozinho. Faça um cartão/plano de

trabalho com as actividades que ele terá que executar e com a recompensa que

receberá quando completar a tarefa (ver figura). Quando começa “a hora de

trabalho” leve-o ao plano de trabalho e aponte para a actividade que ele terá que

realizar, tente colocar a segunda tarefa no plano e veja se ele prossegue com a

segunda da mesma forma, quando acabar a primeira. Recompense-o quando

completar cada tarefa com o item indicado no plano. Lembre-se de usar apenas

actividades que ele já aprendeu a fazer sozinho.

261 – JOGO DE FAZ DE CONTA INTERMÉDIO

Socialização, Interacção individual

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o jogo imaginativo e aumentar a interacção social

Objectivo: Participar activamente cerca de 5 minutos num episódio de faz de conta

Material: Animal de peluche

Procedimento:

Depois do João se ter começado a interessar pelo jogo de faz de conta

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(actividade 256) use a sua imaginação e conhecimento dos interesses dele para

elaborar sequências de brincadeira com cerca de 5 minutos. Por exemplo, um de

vocês pode fazer de conta que é “um caçador de ursos”. Esconda o boneco de

peluche em qualquer local da casa e depois vão procurá-lo. Ande pela casa em

bicos de pés sorrateiramente, como se estivesse a tentar apanhar o urso de

surpresa. Leve-o a espreitar debaixo dos objectos para ver se encontra o urso.

Quando finalmente o encontrarem , fujam depressa para se esconderem, como se

o urso vos estivesse a perseguir. Use a sua imaginação para recriar outras

histórias a partir daqui. Certifique-se de que o João participa activamente.

262 – JOGO “O QUE É QUE EU PRECISO?”

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a interacção e compreender a função dos objectos.

Objectivo: Compreender as necessidades dos outros e responder com os Objectos

adequados.

Material: Lenços de papel., camisola, pente

Procedimento:

Coloque os três objectos em cima da mesa em frente do João. Pantomine uma

acção mostrando que necessita de um dos objectos. Por exemplo, pode abraçar-

se a si próprio e estremecer para indicar que está com frio e precisa de uma

camisola. Diga “ Olha, João.”, pantomine a acção e diga “O que é que eu

preciso?”. Repita a acção outra vez e depois aponte para os três objectos. Se ele

não responder, repita a acção outra vez, aponte para a camisola e diga: “João, dá-

me a camisola.”. Quando ele lhe der o objecto correcto, use-o adequadamente e

diga “Obrigado.” Por exemplo, você treme, o João dá-lhe a camisola e você veste-

a. Se estiver constipada o João dá-lhe um lenço. Se estiver despenteada ele dá-

lhe um pente e você penteia o cabelo. Repita o procedimento até o João

compreender o que está a representar e a precisar e lhe dê o objecto correcto.

263 – DESENHAR SOZINHO

Socialização, independência

Integração óculo-manual, desenho

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva.

Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar as

competências de desenho.

Objectivo: Copiar um desenho simples sozinho

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Material: Papel, lápis.

Procedimento:

Antes de iniciar a sessão de trabalho, desenhe alguns desenhos de objectos que

o João conheça - um objecto por cada folha de papel. Por exemplo, pode

desenhar uma casa, uma árvore, ou uma pessoa. Dê ao João uma folha de papel,

um lápis e o seu desenho. Aponte para o desenho e diga “casa”. Depois aponte

para a folha dele e diga “Desenha a casa.”. Diga-lhe que quando terminar terá

uma recompensa . Mantenha-se por perto a supervisionar, para manter a sua

atenção. Se ele começar a fazer rascunhos ou parar de desenhar, oriente-lhe

novamente a atenção para o desenho e diga “Desenha a casa.” E lembre-o da

recompensa. Dê-lha sempre que ele tentar copiar o modelo, mas à medida que as

competências aumentarem, dirija-lhe a atenção para partes do desenho que ele

não desenhou e deixe que ele desenhe todo o modelo para lhe dar a recompensa.

264 – DESENHAR SOZINHO A PARTIR DE ORIENTAÇÕES ESCRITAS

Socialização, independência

Integração óculo-manual, desenho

Desempenho cognitivo, leitura

Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar a capacidade

para seguir orientações por escrito

Objectivo: Ler ordens escritas simples, e desenhar sozinho de acordo com essas

orientações

Material: Papel e lápis

Procedimento:

Escreva orientações simples para algo que quer que o João desenhe. Certifique-

se de que as orientações são compreensíveis para ele. Ele deve conhecer todas

as palavras escritas e ser capaz de desenhar o que se lhe pede. Lembre-se de

que o facto de ele não conseguir ler uma das palavras pode comprometer todo o

trabalho. Depois de lhe escrever a orientações, dê-lhe uma folha de papel, um

lápis e um conjunto de orientações. Ajude-o a ler as instruções e a começar a

desenhar. Mantenha-se atenta ao que ele fizer e oriente-lhe a atenção, se

necessário. Quando ele já estiver mais habituado a este tipo de actividade

coloque em frente dele 3 folhas com orientações, 3 lápis e 3 folhas de papel. Diga-

lhe que quando terminar terá um prémio especial. Repita este procedimento até

que ele consiga seguiras instruções e desenhar de forma independente por 20 a

30 minutos.

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265 – “ESTOU A BRINCAR COM OS MEUS BRINQUEDOS”

Socialização, linguagem receptiva

Desempenho verbal, expressão

Meta: Discriminar os pertences pessoais dos pertences dos outros

Objectivo: Saber o que pertence a cada membro da família e inibir o uso de objectos

pertencentes a outros

Material: Um objecto de cada membro da família de fácil identificação, caixas de sapatos

e fotografias de membros da família

Procedimento:

Cole uma fotografia de cada membro da família em cada caixa de sapatos. Mostre

cada caixa ao João e diga, “Esta caixa é para as coisas da mamã…, esta é para

as coisas do papá..., esta é para as coisas do Miguel (irmão)”. Pegue numa coisa

de cada vez e diga a quem pertence, por exemplo: “ Isto é da mamã.”. Ajude-o a

colocar na caixa certa, repetindo o nome e indicando a caixa. Se ele tentar brincar

com um dos objectos, chame-o à atenção “É da mamã.” e guie-o para a caixa

correcta. Se ele tentar brincar com um objecto dele diga “Sim, isto é do João.” e

deixe-o brincar por alguns minutos. Quando ele estiver habituado à tarefa, comece

a ensiná-lo a pedir autorização para poder brincar com um objecto de outra

pessoa. Dê-lhe um objecto do Miguel e diga “Isto é do Miguel.”, pegue-o pela mão

e dirija-o ao Miguel. Ajude-o a dizer “João, posso brincar?”. Se o Miguel disser

“Sim.” ele pode brincar com o objecto, se disser “Não.” guie-o para colocar o

objecto na caixa do Miguel, sem brincar com ele. Sempre que ele pegar nalguma

coisa que não lhe pertença, detenha-o e oriente-o para pedir permissão ao dono.

Recompense-o imediatamente sempre que ele pedir permissão correctamente.

266 – ATENDER O TELEFONE

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, conversação

Meta: Aumentar a capacidade de interacção

Objectivo: Atender o telefone de forma independente e adequada.

Material: Telefone de brincar, se possível.

Procedimento:

Pratique a actividade antes de usar um telefone real. Primeiro, ensine o João a

pegar no auscultador e dizer “Está?”. Pode ser útil colar desenhos de uma boca e

de um ouvido em cada parte do auscultador, para o orientar. Depois de ele

conseguir dizer isso, ensine-o a dizer ”Só um minuto, por favor.” e chamar o

membro da família a que a chamada se destina. Treine isso realizando chamadas

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telefónicas para cada membro da família. Quando ele tiver aprendido a rotina,

tente com um telefone verdadeiro. Tente que outro familiar ou amigo telefone a

uma hora que lhe permita atender, combine com essa pessoa para que diga

apenas aquilo que o João está ensinado a ouvir e responder. Repita o

procedimento várias vezes e, à medida que ele se vai familiarizando com a

situação, peça ao seu amigo ou familiar que vá fazendo diferentes pedidos, para

que ele aprenda a reagir a situações diferentes. Quando ele se sentir à vontade ,

deixe-o atender o telefone sempre que ele quiser, mas mantenha-se perto para o

caso de ele se confundir.

267 – SEGUIR ORIENTAÇÕES ESCRITAS SOZINHO

Socialização, independência

Desempenho cognitivo, leitura

Meta: Aumentar as capacidades de leitura e de trabalho independente

Objectivo: Ler e seguir orientações escritas simples para uma tarefa e completar a tarefa

de uma forma independente

Material: Caixas de sapatos, papel e lápis

Procedimento:

Construa uma série de actividades para o João, separando o material que ele vai

precisar e colocando-o numa caixa de sapatos. Coloque uma actividade por caixa.

Escreva orientações simples e curtas para cada uma das actividades e coloque

dentro da caixa, por cima do material. Coloque todas as caixas num local de fácil

acesso para o João. Diga-lhe ”João, vai buscar a tua caixa de trabalho.”. Ajude-o

da primeira vez a colocar a caixa na mesa, a ler as instruções e a começar a

trabalhar. Depois ajude-o a arrumar os materiais na caixa e a colocá-la no

armário. Recompense-o pelo trabalho realizado. Certifique-se de que as

actividades são fáceis para ele executar sozinho. É muito importante que as

orientações sejam claras e compreensíveis. Por exemplo:

1 - Não fales.

2 - Empilhar quatro cubos.

3 - Põe os cubos na caixa.

4 - Arruma a caixa.

5 - Vem à mãe buscar a bolacha.

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COMPORTAMENTO

As 5 áreas de comportamento problema das crianças com autismo são:

1. Auto-agressão, como bater-se com as mãos ou bater com a cabeça;

2. Agressão, como uma bofetada rápida ou uma cuspidela;

3. Disrupção, por exemplo, atirar objectos, gritar ou deixar a mesa;

4. Repetição insistente, incluindo a persistente declamação de objectos

ou questões intermináveis; e

5. Impulsividade, não saber onde começar, evitando o contacto físico,

pouco tempo de atenção, e incapacidade para aceitar a mudança nas

suas rotinas diárias.

Esta secção ilustra como manusear técnicas úteis para ultrapassar estes

problemas de comportamento.

Dois tipos de administração destas técnicas ocorrem num contexto de

ensino/aprendizagem:

1. Aqueles em que o comportamento problema aparece no contexto de

ensino do currículo;

2. E aqueles que perturbam todas as actividades de ensino e são

incompatíveis com a aprendizagem de novas capacidades.

Numa primeira instância, as melhores técnicas serão aquelas que estão

integradas numa estrutura de ensino. O primeiro objectivo, do programa educativo

pode ser mantido com a gestão do comportamento subordinado a aspectos do

currículo. Para os comportamentos mais disruptivos que influenciam a continuação do

ensino, esses comportamentos devem ser evitados antes da criança continuar a

participar em actividades de aprendizagem. Ensinando, nestas situações, deve ser

subordinado à gestão do comportamento particular. Só quando o ensino se torna

impossível deve aparecer a modificação como primeiro objectivo de todo o Programa

Educativo.

A nossa experiência tem mostrado que os professores e os pais tornam-se

mais capazes em ensinar as crianças com autismo, manejando melhor os problemas

de comportamento no contexto ensino/aprendizagem. Por esta razão, a distinção

entre os dois tipos de comportamento-problema não é claro. É, contudo, mais útil

guardar-se esta distinção em mente quando planificamos o programa de ensino

contendo aspectos de modificação de comportamento.

No desenvolvimento dum programa é importante não esquecermos:

1. A prioridade do problema assinalada pelos pais e professor;

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2. A natureza do contexto educacional em que o comportamento ocorre;

3. As técnicas que foram tentadas para alterar esse comportamento e

tiveram insucesso.

Esta base de estudo faz parte do cabeçalho da Análise.

Essas ilustrações apoiam-se numa série de exemplos de intervenção, incluídas

para dar ao leitor uma variedade de exemplos de técnicas de modificação de

comportamento. Estas ilustrações e exemplos serão mais efectivas se forem

devidamente individualizadas para uma criança específica.

Esta secção não tem como objectivo ser um catálogo completo de todos os

problemas das crianças com autismo e não tem a intenção de dar uma lista completa

de intervenção a nível do comportamento.

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C1 – AUTO-AGRESSÃO

Problema: Ferir ou roer as costas da mão

Antecedentes: João, de 8 anos de idade, com um nível de 4 -5 anos, com comunicação

expressiva ao nível dos 2 anos. A sua mão estava marcada já que ele tinha

o hábito de morder sempre que lhe propunham uma actividade nova ou o

mudavam para outra. Foram utilizadas punições, chamadas de atenção,

censura, ou dando uma palmada e nenhuma destas estratégias teve

sucesso.

Análise: O comportamento de morder é uma forma do João comunicar o seu stress.

Com este comportamento consegue com bastante sucesso obter o que quer

ou interromper as tarefas que se lhe foram pedidas. A sua dor física não é

suficientemente forte prevenir as feridas na sua mão. Ele precisa de uma

forma alternativa para comunicar o seu stress, e nós devemos aperceber-

nos disso e tomar uma atitude, fazendo compromissos (por exemplo, dar-lhe

mais ajuda, dividindo-lhe as tarefas em pequenos passos e dar-lhe um

substituto para o que ele quer e não pode ter.

Objectivo: Ensinar ao João alguns comportamentos alternativos de modo a ele poder

comunicar o seu desconforto, mas prevenindo a sua auto-agressão.

Intervenção: Durante as actividades, observe o João cuidadosamente de maneira a que

possa intervir antes ou no momento em que ele começa a morder-se.

Rapidamente estenda a mão, bloqueie o movimento na sua boca, e guie a

sua mão para a mesa, dizendo “Mãos em cima da mesa”. A seguir dirija-o

para que a imite: abane a cabeça e diga “Não - trabalhar não.”, ou “Não -

quero rebuçados.”, dependendo do que o faz estar em stress. Quando ele

tiver imitado essa comunicação, faça um compromisso e diga “Muito bem,

João, eu ajudo-te a acabar.” ou “Muito bem ,João. Mais uma vez e eu dou-te

um rebuçado”.

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C2 – AUTO-AGRESSÃO Problema: Dar pancadas com a cabeça

Antecedentes: O João tem uma boa coordenação e é um menino com 4 anos de idade

muito activo. Funciona normalmente com um desenvolvimento médio de,

mas na expressão oral emite cerca de 5 palavras. O João tem

conhecimento de outras e é capaz de predizer as suas respostas no seu

comportamento. O seu estado de espírito é flutuante. Durante um ano

tem batido frequentemente com a cabeça enquanto fica perturbado

pela sua má disposição ou porque é interrompido na actividade que ele

escolheu. Este comportamento é stressante para os sues pais, mas não

causa danos físicos nele próprio. Nenhuma punição nem nenhum afecto

especial pareceu mudar esta situação de modo a ele abandonar esse

comportamento.

Análise: Sempre que ele batia com a cabeça tinha atenção dos outros. Ele não

parecia entender essa atenção como zangado e punitivo ou relacionada e

afectuosa. Ele não parecia distinguir, quando essa atenção era punitiva ou

afectuosa. Ele parecia entender que quando se batia, conseguia o que

desejava.

Objectivo: Diminuir este comportamento de bater com a cabeça, não lhe dando

atenção ou mudando as suas ordens.

Intervenção: Ao longo das actividades na mesa (ex. Puzzles, pintar com lápis...) coloque

a mesa e a cadeira de modo a estarem afastadas da parede, de modo a ele

não poder chegar com a cabeça à parede. Quando o João começar a bater

com a cabeça na mesa, resguarde o material que ele está a utilizar e volte-

lhe o corpo de costas para a mesa, contando até 10 e seguidamente ponha-

o na posição inicial e dê-lhe os materiais para ele começar de novo a

actividade. Dê-lhe uma pequena ajuda para ele recomeçar. Dê-lhe um

elogio logo que ele comece. Repita esta estratégia sempre que ele começar

de novo, mas não o deixe abandonar a sua tarefa sem ele colocar a última

peça. Continue isto durante cerca de 2 semanas, tomando nota num quadro

cada vez que ele tem este comportamento. É importante dispor de muita

atenção e reforçar sempre que ele não se auto-agride, elogiando-o.

Data Actividade N.º episódios – bater na cabeça

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C3 – AGRESSÃO Problema: Cuspir nas pessoas

Antecedentes: O João tem 13 anos com uma idade mental de 3 anos. Cospe muitas

vezes para a face do seu irmão mais novo, por vezes para outras crianças e

ocasionalmente para os adultos, mas nunca para os pais. Por mais que se

tenha antecipado este comportamento e se lhe tenha chamado dizendo-lhe

“Não.”, mandando-o para o seu quarto ou deixando o seu irmão atenção,

não tem havido sucesso bater-lhe. O João não é capaz de perceber

explicações verbais e os limites das suas consequências. O cuspir, não é

geralmente provocado

Análise: Não sabemos porque é que o João actua assim com o irmão e os outros,

mas o que sabemos é que ele não faz isso aos adultos da sua família o que

demonstra que ele tem a capacidade de controlar este comportamento

sempre que é necessário. A punição que escolhemos não está directamente

ligada ao acto de cuspir, pois o João não é capaz de associar o cuspir com o

responder

Objectivo: Parar o comportamento de cuspir

Intervenção: Peça ao irmão que chame o João para uma actividade que seja fácil para

ele participar: como colorir um círculo, ou colocar peças dum puzzle. Faça

estas actividades em que as 3 pessoas tenham de tomar a vez. Sente o

João junto do irmão, para que ele tenha a possibilidade de cuspir. Cada vez

que ele cuspir ao irmão ponha-lhe piri-piri na língua. Depois faça-o voltar à

actividade que estavam a desenvolver. Anote na sua tabela (ver figura) cada

vez que este comportamento ocorre e continue pelo menos uma semana.

Quando “o cuspir” estiver controlado durante estas actividades, faça o

mesmo procedimento sempre que o João cuspir nas pessoas.

(Normalmente usa-se vinagre, mas como o João gosta de vinagre,

sugerimos piri-piri. Deve assegurar-se que não usa nada de que o João

gosta.)

FEIRA

FEIRA

FEIRA

FEIRA

FEIRA

SÁBADO

DOMINGO

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C4 – AGRESSÃO

Problema: Bater na cara do adulto

Contexto: O João tem 4 anos de idade e uma idade funcional de 18 meses. Não

possui qualquer sistema de comunicação verbal ou gestual. Começou a

bater no rosto das pessoas. O comportamento ocorre quando se lhe exige

atenção, quando desempenha actividades da rotina diária e durante as

sessões de ensino.

Análise: O comportamento de esbofetear do João é uma forma de comunicar que

não gosta de uma situação, a sua resposta à frustração ou confusão. Uma

vez que a comunicação é o nosso principal objectivo para o João, não

queremos eliminar a expressão dos seus sentimentos mas antes ensinar-lhe

uma melhor forma e transmitir a sua mensagem. Se ele for capaz de

transmitir os seus desejos, a necessidade de esbofetear será eliminada.

Objectivo: Ensinar o João a usar um gesto para indicar que está cansado de trabalhar

ou está confuso e que não quer ser interrompido.

Intervenção: Sempre que a criança tentar bater-lhe durante uma sessão de ensino,

restrinja a sua mão, calmamente, diga-lhe “não bate” e ensine-lhe o gesto

alternativo para dizer “acabou” (coloca-se os dedos debaixo do queixo).

Reforce o sinal com elogio e deixe-o brincar uns momentos com o que ele

quiser na mesa. Em seguida, retome a sessão de trabalho com uma

actividade que ele consiga realizar. Ajude-o com frequência e elogie-o.

Ensine-o a fazer o sinal “acabou” quando ele estiver pronto para esbofeteá-

la. Concorde sempre em deixar que ele páre de trabalhar uns instantes após

ter feito o sinal para ele ver que o entendeu. Quando ele aprender este sinal

durante as sessões de trabalho, então pode usar a mesma técnica durante

as rotinas diárias.

C5 – DISRUPÇÃO

Problema: Atirar objectos

Contexto: O João é um rapaz de 4 anos de idade, sem linguagem, cujo funcionamento

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evidencia um atraso moderado. As sessões de trabalho na escola e em casa

tornaram-se difíceis devido ao seu comportamento que consiste em atirar

para o chão os materiais de trabalho. Este comportamento também se torna

disruptivo para a vida familiar, uma vez que atira objectos de casa. Este

comportamento é mais frequente quando se exige que faça tarefas das

quais não gosta ou quando não consegue obter o que quer. Existiram várias

intervenções no passado mas sem qualquer sucesso: reprimendas verbais,

ignorar o comportamento, obrigá-lo a apanhar tudo, mudar a estrutura das

sessões de trabalho e bater-lhe firmemente na mão cada vez que atira

objectos. Durante as actividades escolares relacionadas com o trabalho a

nível da motricidade global, os professores concluiram que a criança não

gosta de ser restringida fisicamente.

Análise: Ao atirar objectos, o João controla com sucesso o ambiente. Não se

consegue ensinar aptidões novas e ele consegue interromper a actividade

sempre que o desejar. Este comportamento é potencialmente perigoso para

si e para os outros uma vez que ele não possui a cpacidade de julgar o que

se parte, o que é de valor ou o que pode fazer mal. Ele não consegue inibir

o seu comportamento a não ser que entenda que esse comportamento

acarreta consequências desagradáveis. Para esta criança seria a restrição

física.

Objectivo: Eliminar o comportamento de atirar materiais durante as sessões de

trabalho.

Intervenção: Durante as próximas semanas, concentre-se em reduzir o comportamento

de atirar objectos durante a sessão de trabalho. Durante o resto do dia use

as seguintes técnicas: 1) remova objectos de valor de forma a ficarem fora

do seu alcance; 2) vigie-o e dê-lhe atenção antes de ele chegar perto de um

objecto para o atirar; 3) não lhe dê atenção se ele atirar algo. Durante as

sessões de ensino, apresente-lhe tarefas fáceis. Sempre que atire um dos

objectos (bloco, encaixe, etc.), responda imediatamente, dizendo com voz

firme “não atira”. Em seguida, segure-lhe nas mãos de forma a ficarem em

cima da mesa e de forma a que ele não as consiga mexer. Afaste a sua

cabeça e conte silenciosamente até trinta. Em seguida, liberte-lhe as mãos,

volte-se para ele e dê-lhe o objecto seguinte pertencente à sessão de

trabalho que já estava a decorrer. Anote na grelha este acontecimento (ver

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figura 10.3). Não se levante para apanhar o objecto que ele atirou fora.

Reserve material extra para que possa completar a tarefa sem se levantar.

Repita este procedimento cada vez que ele se levanta. Se ele não atirar o

objecto, elogie-o e recompense-o com um pedaço de alimento que ele

goste, dizendo “bom trabalho”, sorria e aplauda.

Data Actividade nº de vezes em que

atirou fora objectos

Recompensas, por

não ter atirado

20 /01/98

encaixes I I I I I I I I (uvas)

Grelha para registo do comportamento de atirar fora objectos.

C6 – DISRUPÇÃO

Problema: Gritar, chorar, recusas verbais quando se exige que obedeça a

exigências simples.

Contexto: A Cindy é uma rapariga de 6 anos de idade cujo funcionamento é

borderline. Reage a quase todas as interacções com uma resposta

negativa, gritando “não...pára...não quero fazer” ou, então, chora. Este

comportamento continua até que os pais acabam por ceder. Ela recusa sair

de casa para fazer compras com a sua mãe, em seguida chora para que a

deixem ir, em seguida recusa-se entrar no carro, etc. Um pedido simples

relativamente às áreas de autonomia causa o mesmo tipo de resposta. Os

pais tentaram usar uma variedade de recompensas para cada acção

cooperativa: elogio, comida, actividades favoritas ou tempo extra para

brincar. Nenhuma destas abordagens resultou. Sentem-se tristes e

frustrados devidos às suas reacções negativas e aos seus esforços para a

ajudar. Além disso, pretendem fazer com que ela os obedeça sem terem de

ser punitivos.

Análise: As recusas não parecem estar ligadas a dificuldades inerentes às

actividades mas sim ao facto de ter de mudar para actividades ou rotinas

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novas. A Cindy não tem uma ideia definida do que quer, exceptuando o

facto de manter o controlo da situação. A promessa de ameaças futuras não

é suficiente para vencer a sua forte aversão à mudança da rotina. Os pais

não pretendem ser punitivos.

Objectivo: Diminuir a ocorrência da resposta de gritar ou chorar.

Intervenção: Durante as 2 semanas próximas, mantenha uma grelha (ver figura 10.4) na

qual se regista o comportamento da Cindy de chorar ou gritar para verificar

se as seguintes técnicas podem ser eficazes: 1) Ignorar; 2) Fornecer ajuda

frequente através de indução ou manipulação; 3) coloque uma recompensa

alimentar em sítio visível para lhe ser dada imediatamente a seguir ao

término da tarefa. Duas vezes ao dia sente-se com a criança e dê-lhe uma

tarefa simples e não verbal (emparelhar, colorir, etc.). Coloque a

recompensa alimentar perto dela e diga-lhe que a pode obter assim que

terminar a tarefa. Ignore os protestos e comece a actividade, colocando

você a 1ª peça. Em seguida ajude-a, fisicamente, a colocar a peça seguinte.

Não use indutores verbais mas sorria à medida que ela vai fazendo o que se

pretende. Não dê atenção aos sons ou palavras mas ajude-a com

frequência, movendo as suas mãos se ela parar de trabalhar. Assim que a

tarefa tiver terminado, faça-lhe uma festa, sorria e dê-lhe a recompensa

alimentar. Em seguida regista na grelha a resposta que a criança

demonstrou para com esta abordagem.

Data Actividade nº de induções Comportamento de gritar ou chorar

(nenhum, ligeiro, moderado, severo)

20 /01/98

emparelhar I I I I I moderado

Figura 10.4. Grelha para registo do comportamento de gritar.

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C7 – DISRUPÇÃO

Problema: Saltar da mesa à hora das refeições

Contexto: Jimmy é um rapaz de 41/2 anos de idade, com boa coordenação e

extremamente activo. Consegue entender linguagem simples em frases

curtas mas é demasiado distraído e demasiado activo para ouvir explicações

verbais. As refeições familiares eram constantemente interrompidas pelo

comportamento do Jimmy: tirava comida dos outros pratos, saltava e corria.

Em seguida voltava para tirar mais comida dos pratos. Os pais bateram-lhe,

ralharam-lhe e ataram-o à cadeira. Esta última técnica provocou-lhe birras.

Análise: O comportamento do Jimmy produz tensão contínua à hora das refeições,

quer devido à expectativa da possibilidade de ele se comportar mal, quer

devido ao facto de ter de gerir o seu comportamento disruptivo. Nestes

casos ele é igualmente o foco de atenção e parece igualmente satisfeito

com a atenção positiva ou com a atenção negativa. Para modificar este

ciclo, é necessário dar-lhe atenção apenas quando ele se comporta de

forma apropriada e retirar a comida quando ele não conseguir sentar-se à

mesa e comer do seu prato.

Objectivo: Ensinar o Jimmy a manter-se sentado durante as refeições.

Intervenção: O ponto importante a lembrar é que pretendemos recompensar o bom

comportamento com atenção e elogio e não queremos recompensar o mau

comportamento com qualquer tipo de atenção. Sente-o, à mesa num sítio

onde não consiga chegar a outros pratos além do seu próprio. Quando ele

se levantar ignore-o completamente. Não o chame nem sequer olhe para

ele. Quando ele voltar e se sentar, olhe para ele, sorria e diga “Muito bem.

Sentar para comer”. Se ele tentar tirar comida sem estar sentado, não

discuta com ele, mas coloque o prato no centro da mesa e não lho dê a não

ser que ele se sente na sua cadeira. Quando a família tiver terminado a

refeição, remova toda a comida da mesa. Não lhe permita que tome lanches

a seguir à refeição excepto sumos. A criança tem de esperar até á próxima

refeição para que este procedimento seja eficaz. Faça registos do número

de vezes em que ele se levanta da mesa (ver figura 10.5).

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Data refeição nº de vezes em que

se levanta da mesa

Lanches que se deram, em seguida

20 /01/98

almoço I I I I I I maçã

Grelha para registo do comportamento de levantar-se da mesa .

C8 – REPETIÇÃO

Problema: Colocar na boca objectos não comestíveis.

Contexto: Jenny uma criança letárgica de 8 anos de idade, possui um funcionamento

moderadamente atrasado mas tem uma boa memória para rotinas e uma

capacidade para de self-taugh reading acima da sua idade. Apesar da sua

capacidade para ler, a capacidade em entender a mensagem estava

severamente atrasada. Enquanto via T.V., a sua actividade favorita, cortava

e mastigava pequenos pedaços de papel, plástico, fios do sofá, etc. Quando

estava no jardim ou no recreio, colocava paus, pedras, flores ou folhas na

boca. As refeições em família eram pertubadas pelo seu hábito de tirar gelo

do copo para o mastigar. A criança ficava muito perturbada quando as suas

rotinas eram interrompidas. Além disso, os seus hábitos perseverantes eram

difíceis de mudar. O facto de os pais lhe baterem, ralharem, de a isolarem

no quarto e a elogiarem por não colocar objectos na boca, não surtiram

efeito. A Jenny entendia a regra e parava sempre que lhe chamavam a

atenção mas esquecia-se depressa assim que via T.V. ou brincava no pátio.

Análise: A criança tem a capacidade de inibir o acto de levar à boca objectos quando

induzida. Mas sem essa indução, alheia-se do que está a fazer. Este

comportamento é potencialmente perigoso devido ao facto de existirem

bagas venenosas e quimicos no jardim. É necessário que a Jenny tenha um

meio alternativo de ser lembrada da regra “na boca não”, quando a mãe não

está presente. As suas competências de leitura podem ser usadas como um

indutor visual.

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Objectivo: Ensinar a criança a inibir o acto de levar objectos à boca sem a indução da

mãe.

Intervenção: Vamos começar por ensinar a criança a ler um cartão com a regra e usá-la

para inibir os seus impulsos. Assim que ela aprender que é necessário que

leia a regra em vez de esperar que o adulto a leia, então podemos usar esta

técnica num número de diferentes situações.

1º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque um copo e uma colher

perto dela. Em frente ao copo coloque um cartão dizendo “usar a colher para

tirar gelo”. Assim que ela esquecer e agarrar o gelo com os dedos, não diga

nada mas remova rapidamente o copo e atire o gelo fora. Aponte para o

cartão e peça-lhe para ler. Explique: “esqueceste a regra,vamos tentar mais

tarde”. Tente novamente após uns 5-10 minutos.

2º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque algum do material que

ela gosta de colocar na boca, perto dela. Coloque um cartão perto disso com

a inscrição “na boca, não”. Explique que se ela se lembrar da regra durante

10 minutos, pode ser recompensada com pastilha elástica. Mais uma vez

não a lembre verbalmente, mas esteja pronta para remover a pastilha

elástica se ela se esquecer.

3º passo: Debaixo do ecrã da TV, coloque um cartão dizendo “na boca não”.

Não lhe forneça induções verbais. Vigie-a e, sempre que se esquecer e

colocar algo na boca, aproxime-se da TV, silenciosamente, e apague-a

durante alguns minutos. Aponte para o cartão e abane a cabeça. Não lhe

ralhe nem a tente confortar se ela parecer zangada ou aborrecida

C-9 REPETIÇÃO

Problema: Perguntas perseverantes “Que horas são?” independentemente

da resposta ou da situação.

Contexto: Tommy é um rapaz com excesso de peso e letárgico com 10 anos de idade

cujo funcionamento se situa no atraso moderado. Tem um forte interesse e

uma memória excelente para os aniversários das pessoas, números de

telefone, números de matrícula e horas. As questões acerca do tempo são

as mais frequentes e mais perseverantes. Pergunta as horas mesmo

quando está em frente a um relógio que possa ver facilmente. Esforços

anteriores para diminuir este comportamento incluiram responder à questão,

ignorar, irem embora e dizer-lhe para estar quieto.

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Análise: As técnicas passadas foram ineficazes porque possivel

C10 – DÉFICE

Problema: Curtos periodos de atenção, fraco controlo dos impulsos.

Contexto: O Dave é um rapaz de 4 anos de idade, extremamente energético cujo

funcionamento se situa nos 2 anos de idade relativamente às competências

não verbais. É impulsivo e distraido, não se senta para as refeições, não fica

quieto para tomar banho, quando está na casa-de-banho ou para o vestirem.

Consegue compreender algumas ordens simples se combinadas com

gestos quando está a prestar atenção. No entanto, tais momentos são raros.

Esforços prévios para o controlar incluiram reprimendas verbais e castigos

físicos. Os pais constataram que ele não entendia que tinha feito mal e

tornava-se mais activo e aborrecido. Os pais gostavam da natureza alegre

da criança e não queriam usar medicação para controlar o seu nível da

actividade.

Análise: Aumentar o período de atenção do Dave, o tempo em que ele permanece

em tarefa, são competências básicas para o progresso na linguagem, na

área de autonomia e para a frequência de um programa pré-escolar. Ele

pode iniciar por melhorar a sua atenção e controlar a sua impulsividade

durante sessões de ensino curtas e estruturadas nas quais ele saiba o que

está a fazer, onde tem de fazer e o que vai acontecer a seguir. Uma

organização visível de trabalho e a seguir brincar vai ensinar-lhe a diferença

entre o tempo de fazer o que ele quer e o tempo de controlar o seu

movimento.

Objectivo: Melhorar o comportamento de sentar e a capacidade de atenção de 2-15

segundos.

Intervenção: Delimite a sua área de trabalho de forma a que a criança possa ver onde vai

trabalhar e onde vai brincar (ver figura 10.6). Comece com uma actividade

simples, uma que saiba que o Dave consegue fazer (por exomplo, um

puzzle simples de 4 peças). Coloque o puzzle na mesa e remova uma peça

para que a criança a coloque no local adequado. Chame-o para a mesa,

diga-lhe para se sentar e diga-lhe para completar o puzzle. Elogie-o e dê-lhe

uma uva. Em seguida, dirija-o para a àrea de brincar. Após cerca de 30

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segundos, chame-o para repetir a tarefa. Da segunda vez, remova 2 peças

do puzzle. Novamente, recompense-o com uma uva e um elogio e diga-lhe

para ir brincar. Quando a criança ficar habituada a esta rotina (cerca de 60

ensaios), aumente a tarefa removendo duas peça. Siga o mesmo

procedimento. Desta forma podemos aumentar a quantidade de trabalho

que ele faz antes de se levantar. Não alongue para uma tarefa maior (3 ou 4

peças) até que o João consiga terminar a tarefa mais curta sem necessitar

de indução da sua parte.

Figura 10.6. Estrutura para aumentar o período de atenção

C11 – DÉFICE

Problema: Falta de iniciativa em mudar actividades durante períodos de

trabalho na escola.

Contexto: O Brian é um rapaz de 14 anos com um nível intelectual cuja capacidade é

treinável. Na sala de aula ele aprendeu a trabalhar de forma independente

numa tarefa estruturada, mas era incapaz de passar à tarefa seguinte sem

que a professora acenasse, apontasse ou sem indução verbal da

professora. O Brian entendeu a estrutura diária e todos os outros alunos da

sala trabalhavam de forma consistente, não necessitando de induções

verbais quando terminavam a tarefa. Sem as induções da professora, o

Brian senta-se, olha para a professora e não inicia movimentos ou contactos

com a professora.

Análise: O Brian tornou-se dependente da indução da professora e é reforçado pela

sua própria falta de iniciativa de cada vez que lhe é fornecida a indução. A

sua capacidade em iniciar uma mudança de uma actividade para outra é

essencial para a sua adaptação para uma situação futura de trabalho

protegido. Os professores podem desenvolver um sistema de recompensaa

com prémios (sistema token) para que o Brian se motive para iniciar o seu

trabalho sem necessitar de atenção individual.

Objectivo: Guardar trabalho terminado e tirar trabalho novo sem directivas individuais

ou atenção da professora.

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Intervenção: Coloque em uso um sistema token para o Brian no qual ele receba

inicialmente um prémio por cada ocasião em que, voluntáriamente, guarde o

trabalho terminado e tire trabalho novo sem que seja necessário dirigi-lo

pessoalmente através de um acenar de cabeça, de apontar ou verbalizar.

Inicialmente, pode induzir o Brian dando uma direcriz ao grupo todo sem

olhar para a criança “Lembrem-se têm de guardar o trabalho, sozinhos”.

Coloque uma caixa de prémios na sua secretária e, de cada vez que inicie

uma acção sem indução, dê-lhe atenção positiva, colocando um prémio na

caixa e elogiando-o. De início pode dar-lhe 10 minutos de tempo livre por

cada 3 prémios na caixa. Assim que ele iniciar as tarefas por si com maior

frequência pode aumentar o número de prémios que ele necessita de juntar

para ganhar tempo livre.