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CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE 1 A SUPERVISÃO NA FUNDAÇÃO CASA SÃO PAULO Introdução A adoção de um novo paradigma, em qualquer instituição, representa um enorme desafio. Mudança de paradigma na Fundação Casa, marcada por um passivo de rebeliões, acusações de maus tratos e de violações de direitos de toda ordem, enquanto denominada Fundação para o Bem Estar do Menor – FEBEM, se constituiu num desafio ainda maior. Entretanto, era preciso sair do velho paradigma da situação irregular (Código de Menores) para a Doutrina de proteção integral, preconizada pelo ECA já no seu artigo primeiro - “essa lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. Muito embora o ECA date de julho de 1990, a então FEBEM trazia em sua prática resquícios da antiga doutrina. Era preciso sair do plano conceitual das mudanças para a adoção de práticas inovadoras que de fato colocassem o adolescente em conflito com a lei como sujeito de sua própria história e não mais objeto de intervenção. Para isso, se fez necessário significativas mudanças na então FEBEM – mudanças desde sua denominação até estrutura jurídica, formas de gestão, conteúdo, método de trabalho e principalmente conceitos. A atual gestão da Fundação CASA adotou uma metodologia de trabalho participativa, expressa de várias formas, que vão, desde a consulta pura e simples, até a representação de grupos em encontros. Também promoveu uma alteração na estrutura, instituindo uma descentralização técnica administrativa criando onze divisões regionais, cada uma responsável por um conjunto de unidades destinadas a desenvolver programas de internação, internação provisória e de semiliberdade. Construiu unidades menores para acolher um número reduzido de adolescentes, capazes, por suas instalações físicas, de oferecer condições de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança aos adolescentes custodiados, bem como aos servidores, em substituição as existentes, e ainda, atender demandas de proximidade familiar, garantindo assim o restabelecimento e preservação dos laços familiares. Promoveu

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    A SUPERVISO NA FUNDAO CASA SO PAULO

    Introduo

    A adoo de um novo paradigma, em qualquer instituio,

    representa um enorme desafio. Mudana de paradigma na Fundao Casa,

    marcada por um passivo de rebelies, acusaes de maus tratos e de

    violaes de direitos de toda ordem, enquanto denominada Fundao para o

    Bem Estar do Menor FEBEM, se constituiu num desafio ainda maior.

    Entretanto, era preciso sair do velho paradigma da situao irregular (Cdigo

    de Menores) para a Doutrina de proteo integral, preconizada pelo ECA j no

    seu artigo primeiro - essa lei dispe sobre a proteo integral criana e ao

    adolescente. Muito embora o ECA date de julho de 1990, a ento FEBEM

    trazia em sua prtica resqucios da antiga doutrina.

    Era preciso sair do plano conceitual das mudanas para a adoo

    de prticas inovadoras que de fato colocassem o adolescente em conflito com

    a lei como sujeito de sua prpria histria e no mais objeto de interveno.

    Para isso, se fez necessrio significativas mudanas na ento FEBEM

    mudanas desde sua denominao at estrutura jurdica, formas de gesto,

    contedo, mtodo de trabalho e principalmente conceitos. A atual gesto da

    Fundao CASA adotou uma metodologia de trabalho participativa, expressa de

    vrias formas, que vo, desde a consulta pura e simples, at a representao de

    grupos em encontros. Tambm promoveu uma alterao na estrutura, instituindo

    uma descentralizao tcnica administrativa criando onze divises regionais, cada

    uma responsvel por um conjunto de unidades destinadas a desenvolver programas

    de internao, internao provisria e de semiliberdade. Construiu unidades

    menores para acolher um nmero reduzido de adolescentes, capazes, por suas

    instalaes fsicas, de oferecer condies de habitabilidade, higiene, salubridade e

    segurana aos adolescentes custodiados, bem como aos servidores, em

    substituio as existentes, e ainda, atender demandas de proximidade familiar,

    garantindo assim o restabelecimento e preservao dos laos familiares. Promoveu

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    a adequao dos quadros de servidores respeitando os parmetros recomendados

    pelo SINASE, e o fez realizando concursos pblicos e, adequando as carreiras.

    Criou uma Escola para Formao e para a Capacitao dos

    Servidores que vem preparando os novos, e os mais antigos para o

    desempenho de suas funes dentro desse novo conceito institucional.

    Ampliou consideravelmente a oferta de cuidados mdicos,

    psicolgicos, odontolgicos e farmacuticos, assim como escolarizao,

    educao profissional, atividades culturais, artsticas, esportivas e de lazer

    para os adolescentes.

    Para implantar essa nova poltica descentralizada de atendimento

    adotada pela Fundao CASA, foi necessrio desenvolver uma lgica

    organizacional capaz de garantir as mudanas no cotidiano das unidades e

    assim atender ao novo paradigma. Redefiniu-se as competncias da Diretoria

    Administrativa e a Diretoria Tcnica, ligadas diretamente a Presidncia,

    cabendo a cada uma, no mbito de sua atuao, estabelecer as diretrizes

    administrativas e tcnicas a serem seguidas pelas divises regionais.

    Na Diretoria Tcnica, criou-se trs superintendncias sade,

    pedaggica e de segurana, responsveis pelo estabelecimento das diretrizes

    de cada uma dessas reas, baseadas em diagnsticos e propostas definidas,

    atravs do processo de planejamento estratgico adotado pela gesto.

    Nas Divises Regionais, a mesma lgica foi estabelecida atravs da

    criao de seo administrativa e tcnica e replicou-se nas unidades atravs

    das encarregaturas tcnica e administrativa. Surge a, ligado a seo tcnica,

    a figura do supervisor, uma figura de fundamental importncia na instncia

    regional, figura esta, que anteriormente se encontrava no nvel central.

    O grupo de supervisores inicialmente foi proposto

    proporcionalmente ao nmero de unidades existentes, de modo que

    pudessem atuar em duplas, por profissionais da banda tcnica, tanto da rea

    pedaggica como psicossocial, alm dos encarregados de segurana e

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    supervisores ( poca) de NAISA Ncleo de Ateno Integral Sade do

    Adolescente.

    Desde ento, estas equipes vm atuando junto s unidades,

    buscando contribuir na melhoria do atendimento, contudo, sem nenhuma

    avaliao sistematizada dessa prtica. Como conseqncia, o agir do

    supervisor acabou sendo reduzido condio de intermediador nas relaes

    das unidades com a instancia burocrtica, perdendo seu carter tcnico. O

    supervisor passou a ser o portador de ordens, normas, instrues,

    instrumentos de controle e o portador de queixas, reivindicaes dos

    diferentes grupos, paralelo a funo do diretor, junto s unidades.

    Diante disso, a Diretoria Tcnica, aps diversas discusses com as

    Divises Regionais, avaliou a necessidade de redefinir esse papel do

    supervisor, e optou faze-lo atravs de uma construo coletiva, estabelecendo

    um novo conceito de ao da superviso. Para esse fim, foi estruturado um

    Encontro que se delineou como um espao de escuta para a superviso

    apresentar dificuldades, expectativas e produzir definies do papel, perfil e

    atribuies, resultando no presente documento.

    O Encontro com os supervisores se deu no perodo de 13 17 de

    setembro de 2010, em Atibaia; foi conduzido atravs de oficinas e plenrias

    com a participao de todos os supervisores regionais, incluindo aqueles que

    tem papel de superviso nas reas de segurana, sade e administrativa,

    culminando na plenria final, com a conduo da presidente da Fundao

    CASA e a presena dos diretores regionais.

    O trabalho que est sendo apresentado no pretende ser um

    modelo acabado de superviso. A idia propor um guia para que as

    Divises Regionais possam dar consistncia ao trabalho da superviso e

    possibilitar que se tenha uma ao supervisora que atinja os objetivos

    institucionais mudana de paradigma.

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    Apresentao

    A Fundao se imps, portanto uma mudana de paradigma,

    traduzido em dois princpios: garantia de direitos e a prtica no violenta.

    Embora aparentemente simples, quando de sua aplicao, so permeadas

    de valores, disseminados socialmente, pela mdia, pregando a punio e o

    castigo aos adolescentes infratores, inclusive sugerindo modelos mais

    severos, experimentados por outros pases e com adultos.

    No cotidiano de uma instituio viva e dinmica, cuja populao

    atendida encontra-se em plena intensidade de emoes e transformaes

    biolgicas, tendo como contraposio a privao de liberdade ou, mesmo o

    monitoramento desta (Semiliberdade), torna-se realmente difcil preservar os

    reflexos que os comportamentos apresentados nesse processo causam, em

    nome da garantia de direitos e a no violncia. Entretanto, para a mediao

    desta relao possvel desenvolver mecanismos e tcnicas, das quais os

    profissionais podem lanar mo e alcanar bons resultados.

    Dessa forma, o reordenamento institucional exigiu e ainda exige,

    mais do que renovar conceitos e aes, mas desconstruir prticas perversas

    que vinham nomeadas e legitimadas como instrumentos de educao pela

    disciplina e at o direcionamento dos recursos administrativos financeiros aos

    interesses diferentes dos do atendimento as necessidades do adolescente.

    Estabelecer uma prtica no violenta significa, portanto mais do que

    a ausncia a agresso fsica ao adolescente, mas, sobretudo a garantia do

    atendimento s suas necessidades, agregado de qualidade. Exige tambm

    boas intervenes dentro de cada especialidade, a oferta de recursos e

    materiais de qualidade, exige o fluxo de documentos em tempo,

    especialmente os relatrios ao judicirio, enfim, exige uma preocupao

    voltada ao adolescente, remetendo a uma equao: A medida est para o

    adolescente e no o adolescente para a medida.

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    Assim, respeitando o princpio bsico definido no SINASE, o

    atendimento ao adolescente na Fundao CASA contempla os aspectos:

    social, sade, educao e, justia/segurana, atravs da integrao das

    diversas reas, configurando ento, a equipe multiprofissional, com a seguinte

    representatividade: servio social, psicologia, nutrio, odontologia, medicina,

    enfermagem, farmcia, pedagogia, educao fsica e os agentes

    socioeducativos.

    A sociedade civil, tambm foi chamada a participar de forma

    efetiva, no cotidiano dos centros de atendimento atravs do estabelecimento

    da Gesto Compartilhada.

    A Gesto Compartilhada pode ser definida como a parceria entre

    a sociedade civil e a Fundao, na gesto dos centros de atendimento

    scioeducativos destinados a abrigar adolescentes privados de liberdade e/ou

    de restrio de liberdade.

    As organizaes no governamentais assumiram o atendimento

    sade, educao e a administrao dos recursos tcnicos financeiros

    necessrios ao atendimento a adolescentes. Para tanto, essas organizaes

    no governamentais - ONGs devem ser do municpio onde se construiu o

    centro, assim como, devem ter larga experincia na rea de atendimento ao

    adolescente e registro no Conselho Municipal da Criana e Adolescente -

    CMDCA do mesmo municpio. Permanece a cargo da Fundao a direo dos

    centros, e a segurana e disciplina. Essa parceria, j se mostra eficaz, quando

    demonstra aos demais centros, que permanecem em gesto plena da

    Fundao a possibilidade de um modelo diferente ao adotado at ento, e

    que produz excelentes resultados.

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    Planejamento Estratgico

    Muitos foram os desafios para essa administrao da Fundao

    Casa estabelecer um processo de trabalho que envolvesse o planejamento de

    aes de forma a atingir objetivos estratgicos numa organizao que

    tradicionalmente foi pensada de forma centralizada e gerida sem a

    participao dos atores e com o desenvolvimento de aes pontuais no

    enfrentamento de situaes problemas.

    Para tanto foi necessrio:

    Definir a misso, viso, os objetivos e o mapa estratgico da

    Fundao;

    Convencer os funcionrios da importncia de planejar e

    cumprir o planejamento como estratgia de mudana e no

    apenas de cumprir tarefa de construir um plano de trabalho,

    Garantir a participao de todos os envolvidos no processo;

    Enfrentar os desafios que se apresentam, sem desacreditar no

    processo (variveis no controlveis);

    Desconstruir gradativamente prticas tradicionais;

    Envolver novos atores abandonando a idia de instituio

    total;

    Atribuir novos conceitos as reas profissionais;

    Estabelecer trabalho interprofissional, substituindo o conceito

    de reas exclusivas;

    Implantar modelos de ateno para substituir o cotidiano de

    fazejamento.

    Importante que todo processo de planejamento se deu de forma

    ascendente iniciando pela construo do mapa estratgico, a partir da

    definio da misso, viso e objetivos a atingir.

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    MAPA ESTRATGICO DA FUNDAO CASA/SP

    A partir desse mapa, cada Centro, anualmente prope seu Plano

    Poltico Pedaggico, que consolidado na regional apresentado para a

    executiva e num processo participativo e ascendente que culmina num

    Encontro Estadual, onde se estabelece o Plano de Ao da Fundao CASA

    para aquele ano. Esse processo ocorre desde 2005, e subsidiou o Plano

    Plurianual (PPA) da Fundao junto ao governo do Estado em 2006 e em

    2011.

    Para acompanhar a implantao das metas que so estabelecidas

    nesse planejamento foram definidos indicadores:

    Indicadores de tipos de atos infracionais e de reincidncia.

    Indicadores de oferta e acesso.

    Indicadores de fluxo de sistema.

    Indicadores de custos e financiamento.

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    Indicadores de resultados e de desempenho.

    Esse conjunto de indicadores so acompanhados mensal,trimestral ou

    semestralmente conforme sua importncia e unidade de medida.

    Plano Poltico Pedaggico

    O Plano Poltico Pedaggico um instrumento fundamental para

    que cada Centro defina a forma com vai atuar junto aos adolescentes que

    recebe.

    A primeira etapa na construo do PPP deve ser o diagnstico:

    Esse diagnstico deve ser realizado por toda a equipe do

    Centro, coordenado pela equipe diretiva e acompanhado pela

    superviso regional. Deve utilizar dados dos sistemas de

    informao desenvolvidos na Fundao: SIMOVA, Portal,

    Sistemas de Informaes gerenciais, e de outras fontes como

    IBGE, SIA/SUS.

    Esses sistemas produzem dados que para se constituir em

    informaes devem ser analisados e estabelecidas as correlaes que sero

    indicativos de um diagnstico.

    Os dados a serem colhidos versaro sobre:

    A regio - onde se insere a unidade ou programa e de onde

    provem os adolescentes e suas famlias. So do tipo:

    atividades econmicas, pirmide populacional, programas

    sociais desenvolvidos, organizao poltica, meios de

    transporte, participao popular (conselhos de direto,

    conselhos tutelares), tipo de habitao, distribuio de renda,

    e outras importantes para conhecer o meio social onde o

    adolescente vive e deve retornar.

    Os adolescentes delitos pelos quais so inseridos nos

    programas, antecedentes educacionais, profissionais

    esportivos, culturais, de sade e sua posio na famlia.

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    As famlias insero social dessa famlia, composio

    familiar, antecedentes educacionais, de sade, profissionais,

    tipo de moradia, utilizao de recursos comunitrios,

    participao de programas de transferncia de renda, ou

    outros.

    A unidade quadro e caractersticas dos funcionrios,

    estrutura fsica, localizao, acesso, programas oferecidos.

    O Judicirio, Ministrio Pblico, Defensoria medidas

    aplicadas x tipo de delito, tempo de medida, acolhimento de

    relatrios, envolvimento com o Centro, acolhimento de defesa.

    A partir do diagnstico a equipe deve definir o(s) objetivo(s) a ser atingido

    pelo Centro. O estabelecimento do(s) objetivo(s) dever ser subsidiado pela

    concepo de que a medida scioeducativa visa a formao da cidadania, e da

    crena que todo homem nasce com potencial a ser desenvolvido. Isso se constitui

    no referencial terico a ser levado em conta em cada ao a ser estabelecida no

    PPP e condiciona toda a execuo garantia de direitos, de forma a superar a

    concepo bsica de que medida socioeducativa tem uma natureza sancionatria

    por responsabilizar os adolescentes judicialmente.

    No passo seguinte que o estabelecimento do Modelo de Ateno,

    a ser implementado na unidade, as referncias tericas, sero a base a serem

    respeitadas. Por Modelo de Ateno, entende-se a organizao do cotidiano

    da unidade, desde a recepo do adolescente at sua sada, a insero da

    famlia na medida, a participao do adolescente nas decises sobre seu

    Plano Individual do Adolescente, a agenda pessoal e multiprofissional do

    Centro, o monitoramento das atividades; as referncias do adolescente, as

    sadas externas. Portanto, no Plano Poltico Pedaggico do Centro de

    Atendimento devem estar descritas as aes que sero desenvolvidas no

    cotidiano, de forma clara, objetivando educar o adolescente. No podemos

    organizar o cotidiano da unidade e encaixar o adolescente nas atividades e

    sim organizar o cotidiano a partir das necessidades do adolescente. Com

    base nas definies feitas a equipe deve elaborar, com a participao do

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    adolescente, famlia e comunidade as Normas de convivncia do Centro que

    sero discutidos e aprovados pelo Conselho Gestor, constitudo de acordo

    com a Resoluo Conjunta SJEL/FEBEM n 1 de 12/03/2002.

    O Plano Poltico Pedaggico ser revisado na sua essncia sempre

    que necessrio, mas o planejamento das aes devero ser revistas mensal,

    trimestral e anualmente de acordo com o seu contedo. O monitoramento e a

    avaliao do processo, do impacto e dos resultados sero desenvolvidos de

    modo compartilhado entre os gestores, equipe e a superviso do Centro.

    O Plano Poltico Pedaggico o instrumento de superviso por

    excelncia da equipe regional. Toda e qualquer alterao de rumo proposta

    pela equipe ser discutida e avaliada pela Superviso Regional.

    Nos Centros, onde a gesto compartilhada com as entidades da

    sociedade civil, todo o processo de elaborao, discusso, avaliao, ser

    realizado e conduzido em conjunto ONG e Fundao. As renovaes de

    contrato sero analisadas, a partir do cumprimento das metas estabelecidas

    entre outros, parmetros.

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    DIRETRIZES DE ATENDIMENTO NA FUNDAAO CASA

    Cabe a Diretoria Tcnica da Fundao CASA a explicitao das

    diretrizes a serem seguidas pelos Centros de Atendimento socioeducativos

    no atendimento do adolescente em conflito com a lei. O acompanhamento da

    operacionalizao das diretrizes de responsabilidade das regionais atravs

    da Chefia da Seo Tcnica e da equipe de supervisores a ela

    subordinados. Para que no restem dvidas quanto aos processos de

    trabalho que se espera nesse capitulo esto abordadas as principais

    mudanas preconizadas na direo de alcanarmos um ambiente institucional

    caracterizado por uma proposta educativa com opo pelo dialogo,

    transparncia das aes, responsabilidade pela proposta de educar com

    responsabilidade social.

    a) Atendimento individualizado:

    A diretriz fundamental do processo scioeducativo a ser

    estabelecida a individualizao do adolescente e de sua famlia - buscar dar

    significado a cada ao a ser desenvolvida tanto para aquele que a executa

    quanto para aquele que receber o resultado dessa ao, rompendo, com

    atitudes padronizadas, de pouco ou nenhum significado, para o educando e

    para educador. Esse objetivo alcanado com a elaborao do Plano Individual de Atendimento PIA, cujo incio do processo se d com a

    elaborao do diagnstico polidimensional.

    Pensar o diagnstico polidimensional, na perspectiva

    multiprofissional no significa o abandono da especialidade de cada rea na

    profundidade de seu parecer (e, conseqentemente, na interveno), mas,

    sobretudo, se configura num parecer nico acerca das necessidades do

    jovem, indicando, a participao de cada profissional, a partir de sua

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    especificidade, nas intervenes, de modo a sanar as necessidades

    diagnosticadas, em cada rea profissional.

    A definio de atuao atravs de uma equipe multiprofissional

    implica, no rompimento da idia da dupla de referncia psicossocial, como

    nicos responsveis pela conduo do caso, delegando esta equipe

    (multiprofissional) tal responsabilidade, reforando a integrao das reas,

    num conceito de unidade.

    E, enquanto processo de atendimento PIA a essncia est na

    visibilidade atribuda ao adolescente, o qual carece de todo o empenho

    tcnico da equipe enquanto interveno. Ou seja, o atendimento se define na

    postura que o profissional assume frente ao jovem, no intuito deste encontrar

    significado nesta relao, estabelecendo com isso, um ambiente saudvel.

    As metas de atendimento devem ser sempre viveis para serem

    cumpridas no perodo em que o jovem est cumprindo a medida e devem se

    referir as metas que indiquem seu plano de vida futura. O eixo do PIA do

    adolescente, portanto deve ser na direo de torn-lo protagonista de seu

    prprio processo de vida, buscando que encare a realidade social da forma

    como se apresenta e procurando buscar mecanismos de enfrentar as

    situaes adversas respondendo ao problema de forma satisfatria e no com

    afastamento das regras sociais. As metas sero revistas sempre que o

    adolescente consiga cumpri-las. O PIA, ento um processo de trabalho que

    envolve os profissionais e o adolescente e no num instrumental a ser

    preenchido. importante no cair na tentao de transformar o PIA num

    instrumental de regulao de seu comportamento dentro da instituio e

    consider-lo apto para sair quando aceita as regras de disciplina e

    pedaggicas do Centro. Embora h aqueles que defendem que a realidade do

    Centro seja um microcosmo da realidade ela tem um aspecto perverso da

    subordinao pela privao de liberdade e assim no reproduz a sociedade.

    O PIA da famlia se constitui num instrumento de atuao

    importante para balisar a atuao dos profissionais tanto na compreenso dos

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    problemas apresentados pelo adolescente (Diagnstico) como no referencial

    indicando a forma de atuao conjunta no processo de crescimento do

    adolescente. Entendendo o funcionamento do sistema familiar possvel

    ajudar o adolescente e a prpria famlia na superao dos aspectos

    disfuncionais que se apresentam, assim como descobrir formas de inseri-los

    no contexto comunitrio de forma a superar aspectos que as tornam caticas

    (famlias e adolescentes).

    b) Trabalho em equipe multiprofissional:

    O trabalho num Centro de atendimento, tradicionalmente se d por

    rea de conhecimento e/ou de atuao, ocorrendo a integrao apenas em

    determinados momentos de reunies ou planejamentos de atividades

    principalmente festivas. Essa forma de trabalhar o cotidiano da unidade e

    atender os adolescentes possibilita que algumas reas de atuao

    prevaleceram sobre as demais e/ou decidiam sobre o futuro do adolescente

    isoladamente. (s se pode fazer qualquer atividade se a segurana deixar ou

    s se elabora relatrios conclusivos por deciso do psicossocial, so

    exemplos dessa forma de trabalho).

    .O trabalho em equipe multidisciplinar uma estratgia para superar essas

    barreiras. Os contedos especficos que cada rea possue: - segurana,

    enfermagem, mdica, servio social, psicologia, odontologia, educao fsica,

    nutrio, educao, pedagogia devem ser colocados a servio do adolescente

    no atendimento socioeducativo, e atravs da interlocuo e do dilogo se

    complementam visando alcanar sucesso na interveno. Isso vale tanto no

    atendimento individual do adolescente - o estabelecimento do diagnstico

    polidimensional e das metas (PIA), como na construo do cotidiano da

    unidade - AGENDA MULTIPROFISSIONAL.

    Cada centro deve construir uma Agenda Multiprofissional onde se

    especifique a rotina da unidade com os horrios de cada atividade que

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    envolve os adolescentes especificando os espaos onde ocorrero e os

    profissionais e adolescentes envolvidos.Todos os profissionais que atuam

    diretamente com os adolescentes devem ter seu espao e horrio previsto na

    agenda evitando retir-los de atividades de outras reas. uma construo

    coletiva envolvendo todos os profissionais e coordenada pela encarregada

    tcnica e supervisionada pelo Diretor. Essa agenda atualizada mensalmente

    e/ou sempre que necessrio. supervisionada pelos supervisores no seu

    estrito cumprimento. A agenda prev ainda os espaos coletivos de encontros

    de profissionais de referencia dos adolescentes para discusso do PIA, do

    adolescente e de sua famlia, com a presena dos mesmos. A agenda

    multiprofissional se desdobra em agendas individuais dos adolescentes de

    forma a garantir que conheam os atendimentos individuais e em grupo que

    recebero.

    c) Transparncia na aplicao de sanes disciplinares:

    Dada a necessidade de orientar os Centros de Atendimento a

    garantir os direitos dos adolescentes, foi elaborada na Fundao CASA, seu Regimento Interno. O Regimento Interno um instrumento norteador das

    aes a serem desenvolvidas junto aos adolescentes. Foi construdo com

    ampla participao dos servidores e publicado em 2007. Na Seo III que

    trata das Sanes, foram descritas as sanes disciplinares a serem

    aplicadas aos adolescentes e na Seo VII criou-se a Comisso de Avaliao

    Disciplinar composta por profissionais da unidade, das reas de segurana,

    psicolgica, social e pedaggica, presidida pelo diretor, com objetivo de

    garantir a neutralidade e imparcialidade quando da avaliao de alguma

    ocorrncia de indisciplina por parte do adolescente, buscando aplicar sanes

    que de fato alcancem ressonncia junto a ele, desenvolvendo o senso de

    responsabilizao de seus atos, sem perder o carter pedaggico. Tambm,

    se prev aplicar elogios (estmulos), quando de aes positivas do

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    adolescente. Portanto, a CAD passa a se configurar como mais uma

    ferramenta da interveno, multiprofissional integrando o PIA, de modo a

    fazer sentido ao adolescente ao longo de sua trajetria na medida

    socioeducativa, com isso, atendendo os princpios colocados por essa

    administrao. Nesse processo o adolescente ganha o direito de auto defesa

    ou defesa tcnica por parte do seu defensor.e embora possa ter participado

    de aes coletivas receber interveno individualizada.

    As sanes tero carter eminentemente pedaggicas, evitando

    qualquer tipo de castigo.

    Vale lembrar que ao tratarmos de comportamento, estamos

    pensando em manifestaes que representam o nvel maturacional do

    indivduo, portanto, as intervenes tm a funo de provocar

    amadurecimento, o que conseqentemente modificar o comportamento na

    direo de seu protagonismo.

    d) Atendimento Sade:

    A grande maioria dos jovens que chegam a FCASA goza de boa

    sade fsica, embora pouco se atentem para as questes de preveno e

    mesmo autocuidado. As dificuldades aparecem no mbito das doenas

    mentais, especialmente no contexto da privao de liberdade, ou seja, na

    internao.

    Por outro lado, a histria da instituio nunca valorizou a sade, em

    qualquer dos aspectos promoo, preveno e assistncia, levando a uma

    realidade precria, com equipamentos obsoletos (quando existiam), recursos

    humanos defasados e mal direcionados, medicao insuficiente, na

    contrapartida de uma superpopulao a ser atendida, com demandas de

    urgncias/emergncias at especialidades, cujas enfermidades carregavam

    mais sintomas do ambiente insalubre, do que propriamente uma enfermidade

    na sua concepo.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    16

    Assim, o objetivo inicial da Superintendncia de Sade, que foi

    criada na Diretoria Tcnica, foi implementar um eixo do atendimento,

    elevando a FCASA a uma instncia do SUS. Nesse sentido, atendeu a

    Portaria Interministerial n 1426 de 14/07/2004 que definiu que: todo

    adolescente tem o direito a ateno integral sade, atravs do SUS. As

    portarias 340 de julho de 2004 e 647 de 2008 norteiam as aes a serem

    desenvolvidas e prevem a elaborao de um Plano Operativo de Sade por

    parte do rgo gestor das medidas scioeducativas de internao e

    internao provisria, em parceria com a Secretaria de Sade do Estado.

    A Fundao CASA e a Secretaria Estadual de Sade apresentaram

    seu Plano, ao Ministrio da Sade em 2006. Este plano prev a atuao da

    Fundao atravs de corpo funcional prprio na ateno bsica e das

    especialidades nas instanciais estaduais e municipais do SUS, incluindo o

    atendimento em sade: assistncias em sade, psicossocial, farmacutica,

    nutricional e sade e segurana do trabalho.

    Na operacionalizao dessas aes contidas no Plano, no mbito

    interno da Fundao CASA: - foram criadas as UAISAS - unidades de

    atendimento integral a sade do adolescente e servidor para atuarem como

    plos descentralizados de atendimento aos adolescentes e servidores, os

    quais respondem s Divises Regionais, e recebem orientao tcnica da

    Superintendncia de Sade. So os responsveis pela superviso das aes

    de sade preconizadas, e operacionalizadas nos Centros e Programas da

    Fundao.

    Desde a chegada do jovem na Fundao, quer nas portas de

    entrada, como nos Casas com programa internao e de semiliberdade

    so realizados atendimentos as necessidades urgentes que o jovem

    apresente, bem como verificao de suas condies fsicas atravs de

    consultas de enfermagem, mdica e odontolgica.

    O atendimento na assistncia sade para o adolescente em

    programa de internao provisria contempla as primeiras consultas dos

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    17

    profissionais: enfermeiro, mdico e dentista, com foco no Diagnstico

    Polidimensional.

    O atendimento na assistncia sade, no programa de internao,

    contempla atendimento mdico, de enfermagem, odontolgico e nutrio, em

    complementao ao Diagnstico Polidimensional e/ou elaborao e execuo

    do PIA da Sade. A demanda de encaminhamento para as especialidades

    so direcionadas rede SUS.

    J na semiliberdade, o atendimento no mbito da assistncia

    sade realizado na comunidade, na rede SUS, conforme previsto no

    Caderno de Diretrizes da Semiliberdade (anexo).

    Todo adolescente em programas de internao provisria e

    internao imunizado de acordo com o Programa Nacional de Imunizao -

    PNI, com registro em carteira de vacina bem como providenciado o Carto

    SUS do adolescente, pelo corpo funcional da Fundao. Os servidores

    tambm recebem as vacinas do programa de adultos. a Gerncia de Sade,

    o rgo a nvel da Superindentncia de Sade que coordena essas aes.

    O atendimento inicial para o adolescente nas portas de entrada

    contempla tambm atendimento do servio social, com foco no diagnstico

    inicial das relaes familiares e de cidadania do adolescente.

    O atendimento psicolgico ao adolescente e famlia em programa de

    internao provisria tem como foco o Diagnstico Polidimensional e incio da

    elaborao do PIA inicial, utilizando tcnicas especficas de sua rea de

    atuao, subsidiando avaliao psicolgica;

    O atendimento social, nas Unidades de Internao Provisria prev

    o estudo aprofundado das relaes familiares e comunitrias e tambm

    utilizando todo instrumental prprio da rea, estabelece um diagnstico que

    possibilite a indicao de metas a serem atingidas, prontamente.

    Est em curso capacitao dos profissionais da rea psicossociall

    para utilizao de instrumental diagnstico especifico sobre utilizao de

    drogas pelos adolescentes (ASSIST), que possibilitar o aprofundamento do

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    18

    diagnstico do adolescente em relao as drogas e a indicao mais

    adequada de interveno j nas internaes provisrias.

    Os atendimentos psicolgico e social ao adolescente e famlia em

    programa de internao tem como foco, a complementao do diagnstico

    polidimensional e o estabelecimento de metas a serem cumpridas no perodo

    de privao de liberdade, que sero acompanhadas atravs de intervenes

    especficas do servio social e da psicologia e a preparao da sada com a

    participao da rede social da regio de moradia do adolescente e da famlia.

    Se o diagnstico psicolgico indicar a necessidade de complementao das

    intervenes psiclogicas com atendimento em psicoterapia breve, est ser

    desenvolvida pelos profissionais da prpria Fundao ou da rede de sade

    mental do municpio. O atendimento psiquitrico sendo indicado ser

    realizado no prprio Centro e/ou Uaisas por profissionais do SUS ou na rede

    de servios. Prev-se ainda, se necessrio, quando da realizao do

    diagnstico de tratamentos hospitalares ou em clinicas especializadas para

    tratamento de drogadio o devido encaminhamento e acompanhamento.

    Os atendimentos psicolgico e social ao adolescente e famlia, no

    programa de semiliberdade, incluem o Diagnstico Polidimensional,

    elaborao e execuo do PIA, utilizando-se a rede scio-assistencial, como

    apoio a execuo das metas traadas.

    Cabe a Gerncia Psicossocial, da Superintendncia de Sade a

    discusso e estabelecimento de diretrizes nessa rea.

    A gesto da Assistncia Farmacutica preconiza o cumprimento

    das Portarias 344/98- Medicamentos Controlados, e 44/10 Medicamentos

    Antibiticos, realizada por uma gerncia central e operacionalizadas nas

    UAISAS.

    Para atendimento aos adolescentes, a farmcia cumpre a Portaria

    Interministerial n 1426/04, onde todo adolescente tem direito a ateno

    integral sade, para tanto a Fundao CASA assinou alguns convnios com

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    19

    a S.E.S, para recebimento dos medicamentos do Programa DOSE CERTA , e

    do NUFOR- IPQ.-HC.

    Para agilizar a dispensao dos medicamentos, a DT determinou

    um fluxo das receitas prescritas, com atendimento em 24 horas, sendo

    necessrias outras parcerias como os POSTOS DO DOSE CERTA.

    A Gesto da Assistncia Farmacutica proporcionou mudanas

    significativas na Fundao CASA, pois era prtica na FEBEM a entrega ao

    adolescente da cartela de comprimidos, frasco de xaropes, sem a necessria

    prescrio mdica. Hoje a equipe de sade s administra medicamentos

    prescritos a dose no horrio previsto pela enfermagem.

    A dispensao de medicamentos (Reposio), est atrelada ao

    Consumo mdio mensal dos UAISAS evitando assim estoque nas Unidades,

    prtica utilizada no passado.

    Para um controle mais eficaz tambm h reposio dos materiais

    Cirrgicos - Hospitalares e os Odontolgicos, pelo estoque.

    A prescrio de medicamentos aos adolescentes pelos profissionais

    mdicos segue a lista padronizada que definida e controlada pela gerncia

    de farmcia, estando passvel de alteraes peridicas mediante discusso

    dos profissionais de sade. As indicaes no constantes da lista so

    analisadas e avaliadas pela gerncia de farmcia, sendo adquirida, se for o

    caso, em tempo hbil evoluo teraputica. O SUS, em alguns municpios

    fornece a medicao indicada.

    A alimentao equilibrada e racional, em condio higinico-

    sanitria adequada, observada a legislao vigente fornecida ao

    adolescente nos Centros, e supervisionada por nutricionistas dos UAISAS.

    O atendimento nutricional individual pode ocorrer, a partir de

    encaminhamento do profissional de sade, situaes de agravo e ou risco

    nutricional;

    A avaliao nutricional realizada por nutricionistas se inicia na

    internao provisria, devendo ter continuidade nos programas de internao

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    20

    e semiliberdade, subsidiando a avaliao permanente da alimentao

    fornecida, com base nos resultados. Cabe a Gerncia de Nutrio da

    Superintendncia de Sade o acompanhamento junto aos UAISAS desta

    ao.

    A ateno sade do trabalhador se configura no acesso as aes

    definidas pelo Programa de Controle Mdico da Sade Ocupacional

    PCMSO;

    A segurana do trabalho est ancorada no Programa de

    Preveno dos Riscos Ambientais PPRA.

    As UAISAS possuem no seu quadro de pessoal, profissionais

    especializados para desenvolver esses Programas e assim se estabelece o

    preconizado de cuidar de quem cuida. A nvel da Superintendncia de Sade,

    a Gerncia de Sade do Trabalhador, quem orienta essa rea.

    e) A educao e as aes pedaggicas:

    A Superintendncia Pedaggica, assim como as Superintendncias

    de Sade e de Segurana, compe a Diretoria Tcnica e tem por competncia

    estabelecer e implementar diretrizes e polticas de atendimento pedaggico

    para internao provisria e s medidas socioeducativas de internao e

    semiliberdade, seguindo as determinaes do ECA, as diretrizes do SINASE e

    da LDBEN. Tem, tambm, como objetivo, fundamental, traduzir em aes

    efetivamente educativas, nas reas, escolar, educao profissional, arte e

    cultura, educao fsica e esporte, as demandas colocadas por essa

    legislao reproduzindo nas diversas especialidades tcnico-pedaggicas,

    com a mesma intensidade e dimenso valorativa, a fundamentao

    pedaggica central desta Fundao.

    As diretrizes e procedimentos de cada uma das reas sobre a

    responsabilidade da superintendncia encontram-se definida e detalhada em

    no Caderno: Conceitos, Diretrizes e Procedimentos e, a apropriao de seu

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    21

    contedo pr-requisito para uma boa prtica de superviso em nossos

    Centros de Atendimento (anexo I).

    Nesse texto, alguns contedos que j foram detalhados em no Caderno,

    sero reproduzidos com o intudo de dialogar com a prtica de superviso.

    Essa temtica ser detalhada num captulo mais adiante, porm iniciar o

    dilogo apresentando o sentido etimolgico do termo superviso se faz

    necessrio. A palavra Superviso formada pelos vocbulos super (sobre) e

    viso (ao de ver). Indica a atitude de ver com mais clareza uma ao

    qualquer. Como significao estrita do termo, pode-se dizer que significa olhar

    de cima, dando uma idia de viso global.

    Afirma Ferreira (1999): supervisor aquele que: assegura a

    manuteno de estrutura ou regime de atividades na realizao de uma

    programao/projeto. uma influncia consciente sobre determinado

    contexto, com a finalidade de ordenar, manter e desenvolver uma

    programao planejada e projetada coletivamente.

    Ao falar em superviso, preciso situ-la quanto ao nvel e ao mbito

    de ao. A superviso da qual se fala neste contexto a que se realiza nos

    Centros de Atendimento Socioeducativo, integrada equipe regional que

    supervisionar o trabalho multiprofissional desenvolvido nos Centros de

    Atendimento, na qual, a rea pedaggica parte de toda ao educativa ali

    desenvolvida.

    Todavia, so histricos, tambm os conceitos sobre a funo do

    Supervisor, se configuraram a partir de prticas e paradigmas implcitos em

    discursos que legitimaram a ideologia, em quase todos os casos, dominante.

    Como o perodo da ditadura no um fato histrico to distante, muitos ainda

    no se desvencilharam totalmente de seus efeitos, o que compreensvel

    quando encontramos entendimentos acerca da Superviso que remontam ao

    esprito ditatorial com manifestos numa linguagem e prticas em consonncia

    com termos como fiscalizao e inspeo.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    22

    A questo conceitual extremamente importante, uma vez que ela

    determina uma prtica, num determinado contexto, em determinada poca.

    Esta ao pode ser restrita ou abrangente, burocrtica ou pedaggica, poltica

    ou subserviente, alienada ou comprometida. Permite optar por uma ao

    fundamentada, que, alis, deve ser a caracterstica de um Supervisor

    comprometido com as medidas socioeducativas.

    A natureza conceitual subsidiar a ao, consciente ou

    inconscientemente. E ao consciente privilgio dos comprometidos, dos

    que realmente tm maturidade para optar, para planejar e executar. Na

    prtica, o papel da superviso junto a rea pedaggica dos Centros inclue

    essa dimenso e ser evidenciada neste contexto.

    Conforme aponta o SINASE a medida socioeducativa tem um aspecto

    sancionatrio, porm sua dimenso essencialmente tico-pedaggica.

    Partindo desse princpio o que se busca oportunizar aos adolescentes

    que cumprem medida socioeducativa nos Centros, respeitando as

    particularidades da medida, uma vivncia de escola de tempo integral, onde

    os contedos formais e no-formais da educao se entrelaam no processo

    educativo, mostrando que o aprendizado ocorre por diferentes vias e que

    todas elas so espaos de intensa interao humana, em que o

    conhecimento, seja ele direto e objetivo ou indireto e subjetivo, construdo

    na dimenso da razo e da emoo.

    Diante dessa multiplicidade de saberes e atendendo o que apregoa a

    legalidade, o trabalho pedaggico deve contemplar os vrios conhecimentos

    presentes na rea escolar, na educao profissional, na arte e cultura e a na

    educao fsica e esporte. Sabe-se, no entanto, que h diferenas na

    valorao social dada a cada uma delas, porm no se pode nos esquecer

    que tanto em medida socioeducativa com privao de liberdade, como em

    escola de tempo integral as diversas especialidades tcnico-pedaggicas,

    devem ser tratadas com a mesma intensidade e dimenso valorativa.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    23

    Por isso, fundamental que nos momentos de superviso e orientao

    dos setores pedaggicos sejam explicitados os objetivos e as finalidades de

    cada atividade, pois como afirmava Paulo Freire todo ato educativo

    intencional.

    Dessa forma, vale retomar aqui as diretrizes colocadas, visto serem

    elas as balizadoras do trabalho pedaggico desenvolvido com, e, para os

    adolescentes. Quais sejam:

    Oferecer atendimento pedaggico semanal aos adolescentes

    no programa de Internao Provisria em educao escolar,

    no Programa de Educao e Cidadania - PEC, em conjunto

    com a Secretaria Estadual da Educao, proporcionando

    33h/aula de educao artstico-cultural, 3h de educao fsica

    e esporte.

    Elaborao do Diagnstico da trajetria pedaggica do

    adolescente nas reas da escolarizao, arte e cultura,

    educao profissional, esportes e as aptides para essas

    reas,

    Oferecer atendimento semanal aos adolescentes em

    programa de internao relativo educao escolar em

    parceria com a Secretaria Estadual da Educao com

    atribuio de aulas aos professores da rede de ensino, nas

    unidades nos Nveis I, II, III.

    Oferecer educao profissional atravs de parcerias com

    ONGs especializadas oferecendo cursos de acordo com as

    aptides e expectativas dos adolescentes - cursos com no

    mnimo 45h/aulas.

    Oferecer educao artstico-cultural atravs de educadores

    parceiros contratados por ONGs especializadas nessa rea

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    24

    Oferecer educao esportiva atravs de corpo de

    profissionais da rea de educao fsica da prpria Fundao

    CASA que oferecem recreao e esporte.

    Garantir que as diretrizes pedaggicas que regem o modelo

    de gesto compartilhada e o atendimento para a medida de

    semiliberdade sejam executadas, conforme os Cadernos de

    Gesto Compartilhada e de Diretrizes da Semiliberdade,

    respectivamente, considerando a elaborao do Diagnstico

    Polidimensional e execuo do PIA;

    Planejamento das aes pedaggicas especficas a serem

    desenvolvidas no PPP do Centro, de acordo com o

    diagnstico da unidade - tempo mdio de permanncia dos

    adolescentes, localizao geogrfica, perfil dos adolescentes

    e da regio, mantendo permanente avaliao.

    Espao na agenda multiprofissional com os horrios das

    atividades pedaggicas oferecidas aos adolescentes de

    acordo com suas escolhas indicadas no seu PIA

    Elaborao das agendas individuais dos adolescentes onde

    constem seus horrios.

    Desenvolvimento de oficinas que tratem do eixo tnico racial

    Utilizao de tcnicas, metodologias e instrumentos

    participativos, eficazes que estimulem a participao dos

    adolescentes, familiares e comunidade no processo

    educativo.

    Trabalhar com referencias por adolescentes e por rea

    conforme explicitado no Caderno da Superintendncia.

    A centralidade da educao no atendimento que prestado se

    manifesta no cotidiano socioeducativo atravs da rotina dos Centros de

    Atendimento e, esta rotina educativa, deve ser organizada a partir de

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    25

    planejamento discutido, com clareza nos objetivos e operacionalizao

    cuidadosa das aes considerando as particularidades e especificidades de

    cada uma das medidas, ou seja, internao e semiliberdade e, tambm, na

    internao provisria.

    Por fim, vale ainda reforar, que toda superviso da rea pedaggica

    deve ser orientada a partir dos conceitos, diretrizes e procedimentos contidos

    no Caderno da Superintendncia Pedaggica.

    f) a Segurana e Disciplina:

    A partir do novo paradigma adotado pela FCASA, a segurana

    atravs de uma ao profissional pautada na disciplina e humanizao,

    assume um carter de proteo, buscando no somente a garantia da

    integridade fsica e mental do adolescente, como tambm contribuir na

    proteo dos seus direitos, para que atravs da exemplaridade propicie

    possibilidades dignas de vivncia, na garantia de um ambiente estvel,

    oferecendo ao adolescente a possibilidade de se perceber no tempo e no

    espao, tendo a disciplina como instrumento fundamental, permitindo ao

    jovem a previsibilidade do cotidiano.

    Assim, disciplina e segurana tornam-se indispensveis ao processo

    educativo, e para tanto, as diretrizes dessa rea indicam:

    Elaborao do Plano de Segurana como parte integrante,

    do Plano Poltico Pedaggico do Casa; identificando o

    trabalho por postos de acordo com orientao nos manuais

    elaborados pela S de Segurana,

    Estabelecimento de referncia para o grupo de adolescentes,

    contemplando os 04 plantes-01 (um) funcionrio para 04

    (quatro) adolescentes;

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    26

    Anotaes dirias em todos os turnos no Registro Individual

    de Conduta RIC de cada adolescente que compe a pasta

    de segurana;

    Informao a sala de situao com todas as informaes

    referentes dinmica da unidade, fidedignamente e em

    tempo real; como responsabilidade do coordenador de cada

    equipe,

    Elaborao de um plano de contingncia, para aes em

    situaes de crise, com a colaborao de toda a equipe e

    como parte integrante do PPP dos centros,

    Composio de Grupo de Apoio Regional que ser

    acionado se necessrio, evitando a necessidade de

    interveno externa.

    Acompanhamento da segurana patrimonial pelos

    coordenadores de equipe seguindo manual da

    superintendncia.

    Trabalho em escala de servio mensal respeitando o regime

    de 2x2 e com quantidade de profissionais coerentes com as

    necessidades (mais dia e menos noite), supervisionado pelo

    supervisor regional de segurana.

    Participao do diagnostico polidimensional do adolescente e

    doa elaborao do Pia do adolescente e famlia contribuindo

    com analise da conduta diurna e noturna.

    Acompanhamento dos adolescentes em sadas externas

    passeios, atividades esportivas, apresentao em audincias,

    em consultas mdicas, em internaes hospitalares.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    27

    EIXOS DO ATENDIMENTO SCIO EDUCATIVO NA FUNDAO CASA

    EIXO ETNICORACIAL - Um dos eixos apontados no SINASE para

    o atendimento aborda trs questes, de ampla discusso no sistema

    socioeducativo, quais sejam: raa, gnero e opo sexual.

    RAA - A maioria da populao atendida pela Fundao CASA tem

    sobremaneira o preconceito e a excluso identificada. Estatisticamente, por

    pesquisa realizada em 2006 na instituio, apontou que 67% dos

    adolescentes, por autoclassificao, se consideraram pretos ou pardos,

    portanto considerar a varivel cor no atendimento incontestvel.

    Para tanto, foi criado o Comit Institucional Quesito Cor, em 2006,

    com representao em todas as instncias da FCASA, ou seja,

    superintendncias, divises regionais e Centros de Atendimento. Seu objetivo

    foi dar visibilidade questo racial, qualificando os profissionais para a

    abordagem adequada ao jovem e sua famlia, considerando os efeitos

    causados pelo racismo, tanto na sua formao individual, como tambm nos

    efeitos coletivos a uma sociedade formada sob esses valores/preconceitos.

    Inicialmente, a sensibilizao junto s equipes permitiu a introduo

    do tema e dada a dimenso que a discusso assumiu na instituio, foi

    possvel elevar a sensibilizao ao patamar de eixo, incluindo a questo no

    Planejamento Estratgico de forma transversal a todas as reas do

    atendimento. Hoje pode-se considerar implantado junto ao adolescente,

    familiares e funcionrios a atuao desse eixo.

    Gnero - Se pensar na questo da cor na medida socioeducativa

    era desafio imensurvel, qui incluir nessa discusso o fator gnero, que

    historicamente registra uma luta social pela igualdade entre mulheres e

    homens. Embora, em nmero reduzido, se comparado populao

    masculina, as adolescentes na FCASA contavam com atendimento que, na

    verdade, pouco atendia s suas necessidades e, que exigia e ainda exige, um

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    28

    debruar de conhecimento sobre esse universo, o qual estava distante de ser

    reconhecido na instituio.

    Desta forma, foi necessrio diagnosticar as dificuldades

    apresentadas pelas adolescentes e liberar recursos especficos para atend-

    las. Das roupas at aos produtos de higiene prevalecia a masculinidade como

    padro. Os centros de atendimento no eram contemplados por um olhar

    especifico que hoje passa a ser um eixo norteador das reas: pedaggica,

    psicolgica, social, da sade e da segurana e disciplina. O caminho para

    garantir a individualizao com respeito ao gnero est em desenvolvimento.

    Opo Sexual - Agregar discusso do tema opo sexual,

    assume uma esfera cujas respostas ainda no foram capazes de superar o

    tabu entre os funcionrios e mesmo entre os prprios adolescentes, que

    imbudos de preconceitos sociais, ainda reagem negativamente ao se

    depararem com o homossexualismo, lesbianismo, por exemplo.

    Vrias foram as experincias da instituio para contornar o que

    sempre foi tratado como um problema - isol-los em unidades especficas,

    trat-los como portadores de problemas psicolgicos ou tentar incorpor-los,

    fingindo no entender sua condio especifica. Todos resultaram em

    experincias mal sucedidas. A discusso est posta e deve ser tratada como

    necessidade de ser compreendida e contemplada nas abordagens dos

    diferentes Centros como um eixo.

    So passiveis de interveno de cada rea profissional e

    abordagem multiprofissional, garantindo o direito de ser respeitado como

    opo, sem isolamento nem por parte dos adolescentes, nem como abuso e

    outros comportamentos que induzem a dificuldades de relacionamento.

    EIXO CULTURA DE PAZ

    A violncia um fenmeno construdo socialmente, que pode se

    manifestar em meio social mais amplo, nos grupos de pertencimento e dentro

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    29

    dos lares. um fenmeno, no exclusivo, mas presente no histrico dos

    adolescentes custodiados na Fundao CASA. A histria de vida desses

    adolescentes, em geral apresenta episdios de violncia domestica e social

    que acabam por incorporar a violncia como padro de comportamento

    normal.

    Em geral, a Justia coloca-os em programas de restrio total e

    parcial de liberdade como forma de interromper esse circulo e espera que as

    prticas educativas instrumentalize esses jovens para manejar seus conflitos

    e exercer a cidadania. Por outro lado, como j foi tratado nesse documento,

    ao longo dos anos a Fundao CASA desenvolveu praticas de trabalho em

    que a violncia foi institucionalizada sob o discurso da segurana e da

    obedincia irrestrita das normas e procedimentos. Essa administrao tem

    tratado o tema de diferentes formas e tem, desenvolvido instrumentais e

    mecanismos para coibir esses comportamentos e garantir os direitos dos

    adolescentes. Nessa busca criou-se a Ouvidoria, a Corregedoria, o

    Regimento Interno, as Notificaes Compulsrias da Violncia na sade, a

    Sala de Situao, o livro de ocorrncias entre outras, principalmente a ampla

    discusso do tema nos mais diversos fruns, inclusive no planejamento.

    A problemtica est imbuda de tal complexidade que se buscou na

    Prtica Restaurativa a metodologia de enfrentamento desses conflitos no

    cotidiano dos Centros, promovendo assim uma cultura de Paz no ambiente. A

    essncia da Prtica restaurativa est em entender o fenmeno violento junto

    com os envolvidos e promover aes no sentido de ou ressarcir os receptores

    do ato violento ou minimizar a possibilidade de se repetir atravs da empatia e

    no por dissuaso. Est em vias de se implantar uma capacitao ampla

    dessa metodologia para os atores da prtica socioeducativa, visando prepar-

    los para sua correta utilizao. uma ao transversal a todas as reas e por

    isso um eixo do trabalho.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    30

    VII - Superviso na Fundao CASA

    O ponto de partida da reflexo sobre a prtica da superviso na

    Fundao CASA foi identificar o agir do supervisor. O trabalho do supervisor

    foi conduzido a condio de mero intermedirio nas relaes das unidades

    com a instancia burocrtica das Divises regionais e no representou o

    carter de ao educativa modificadora de uma prtica como se imaginou,

    quando de sua definio. Levar aos centros, normas, ordens, instrumentos de

    controle, trazer relatos queixas e expectativas foi na melhor das hipteses o

    trabalho do supervisor desde o inicio de suas atividades regionais. Como j

    abordado foi preciso parar para discutir e reconstruir esse papel. Essa uma

    tarefa que no se esgota num encontro e nas discusses que se

    apresentaram como resultados. A exigncia produzir conhecimentos que

    ajude a cumprir a misso de tornar os adolescentes custodiados em cada um

    dos programas e Encontros da Fundao, em sujeitos de sua histria. Mas

    como fazer isso? Com que instrumentais? Com que conhecimentos?

    Em primeiro lugar necessrio definir que a Superviso um

    processo um movimento na direo do que se quer atingir. Portanto no

    pode ser um movimento catico que no sabe onde quer chegar. Tambm

    um movimento que pretende atingir um fim uma ao educativa que

    transforme ou inicie um processo de transformao nos adolescentes.

    Necessita, para tanto dos conhecimentos de vrias disciplinas

    todas as que esto no universo da instituio, ou seja, um trabalho em equipe.

    Precisa ter foco claro ou seja, o objetivo o adolescente em seu ambiente

    social e no preparar o adolescente para o comportamento no ambiente do

    centro.

    Toda essa discusso est posta nesse documento, de forma clara e

    sem a preocupao de refletir teorias e tericos, intelectualizando a

    discusso. So conceitos discutidos, trabalhados no dia a dia da instituio.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    31

    Necessrio agora influir na prtica de modo definitivo e isso que se espera

    do supervisor.

    Ao supervisor cabe, portanto o papel de incorporar as diretrizes do

    novo e supervisionar a sua execuo; e, por meio de diagnsticos, orientar os

    gestores das unidades para as aes junto aos profissionais, bem como

    articular diferentes instncias e segmentos, de modo a transformar prticas

    cotidianas.

    Outrossim, isso o coloca diretamente envolvido na elaborao do

    Plano Poltico Pedaggico da unidade, como participante responsvel na

    promoo da reflexo crtica quanto s aes que sejam ali definidas, ou seja,

    o supervisor assume um lugar de espinha dorsal na construo desse Plano,

    como interlocutor entre as diretrizes, referencial terico e modelo de ateno.

    Aparentemente razovel o exerccio dessa funo, uma vez

    consolidada a estrutura tcnica administrativa e com diretrizes que vieram

    compor em vivacidade, qualificando o atendimento, tal afirmao se esvazia

    ao se deparar com a resistncia de um sistema, que embora fracassado e

    fracassante, se mantm relutante em vigorar.

    Sendo assim, cabe-lhe ainda a capacidade de leitura e anlise

    crtica do cotidiano da unidade, e daquilo que ainda est latente,

    fundamentando-se nas diretrizes norteadoras da FCASA, dispondo da

    habilidade necessria para criao de estratgias de interveno, visando o

    cumprimento da poltica de atendimento socioeducativo.

    Portanto, supervisionar exige a apropriao, na sua essncia, do

    conceito garantia de direitos, transpondo prtica tal significado. Assim,

    pode-se conceitualizar superviso como o processo que visa orientar, acompanhar e avaliar a execuo das atividades na prtica do cotidiano, em

    consonncia com as diretrizes norteadoras, possibilitando intervir no curso

    das aes socioeducativas, com vistas a sua melhoria quantitativa e

    qualitativa no atendimento ao adolescente. A superviso est pautada no

    diagnstico, monitoramento da execuo e da avaliao do processo

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    32

    educativo, que na prtica, pela sua interdependncia, guarda uma estreita

    relao.

    Pensar no exerccio dessa prtica remete imediatamente em

    estabelecer o perfil do profissional que assumir tal funo, uma vez que

    algumas caractersticas podem ser indispensveis para o desenvolvimento

    das atividades, quais sejam: a capacidade de escuta e anlise crtica,

    perspiccia, atualizao em estudos de temas afins ao atendimento e

    adolescncia, pr-ao, assertividade, tica, compromisso, capacidade em

    agregar e articular, bem como postura facilitadora.

    Aliado s caractersticas, considerando sua atuao tcnica e a

    estrutura institucional, a composio do corpo de supervisores

    necessariamente ser por profissionais da banda tcnica, de carreira da

    Fundao, com formao correlata s reas de educao ou servio social e

    psicologia, de modo a garantir a diversidade das reas na equipe.

    E, tendo em vista, a profundidade da atuao do supervisor junto s

    unidades, incluindo todas as atividades pertinentes a serem desenvolvidas, o

    grupo de supervisores deve ser composto por profissionais das reas

    pedaggicas, psicossocial, segurana e sade, constitudos em uma dupla

    de supervisores para cada duas unidades, levando em considerao as

    particularidades de cada regional e unidades pertencentes, incluindo a

    distncia entre elas.

    Ainda, considerando o proposto enquanto conceito de superviso e

    o papel que cabe ao profissional, este deve estabelecer um acompanhamento

    sistemtico nas unidades, cabendo a observao da execuo do PPP e

    agenda multidisciplinar em todo perodo de funcionamento da unidade

    O dilogo e a dialtica, pela qual o supervisor se aproxima e se

    envolve na prtica e ao mesmo tempo se distancia no plano da critica,

    buscando compreender a realidade resume sua metodologia de trabalho.

    Os registros desse acompanhamento na linha da subordinao

    administrativa e tcnica so instrumentos eficazes de aprimoramento da

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    33

    pratica e da produo de conhecimentos e portanto a DT e a diviso regional

    se responsabilizaro pela sua analise e providencias. Atravs do portal da

    Fundao CASA em tempo real, as informaes sero disponibilizadas.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    34

    ANEXOS

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    35

    I - O ENCONTRO

    A gesto da Fundao CASA tem como caracterstica principal a

    democratizao nas decises, priorizando e valorizando a contribuio de

    todos os envolvidos, ou seja, seus servidores. Dessa forma, atendendo a essa

    lgica, a programao do Encontro objetivou, sobretudo, a participao dos

    supervisores, na identificao e apontamentos das dificuldades que

    prejudicavam a atuao do grupo, bem como na definio de

    encaminhamentos e propostas para a superao de tais dificuldades.

    Ainda em consonncia com essa idia, houve uma sistemtica de

    discusso tambm com as superintendncias acerca da superviso,

    perpassando por suas dimenses poltica, pedaggica e fiscalizatria, bem

    como quanto ao contedo que deveria ser apresentado no Encontro,

    inclusive, com uma apresentao prvia entre as reas, visando o

    alinhamento conceitual a ser proposto.

    Para tanto, a programao foi definida da seguinte forma:

    1 dia Oficinas de Escuta, cujos profissionais foram subdivididos

    em 04 grupos, compostos por supervisores das diversas DRs juntamente

    com diretores das UAISAS e encarregados de segurana e, 01 grupo dos

    chefes de seo tcnica e administrativa.

    Tais oficinas no tiveram o acompanhamento de nenhuma das

    SUPERINTENDNCIAS/DT, uma vez que esta se destinava a oferecer um

    espao absolutamente livre para o apontamento das dificuldades enfrentadas

    pelos supervisores.

    A produo de cada grupo foi registrada para uso posterior, no

    Encontro.

    2 e 3 dia A proposta foi apresentao das diretrizes pelas

    superintendncias e Diretoria Tcnica, incluindo os Ncleos NIDA,

    NUMOVA e NUPRIE, como garantia de que estas ficassem alinhadas

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    36

    conceitualmente para todos os presentes, uma vez que a atuao dos

    supervisores baseia-se, essencialmente, nas diretrizes.

    4 dia Novamente, em formato de subgrupos, foram realizadas

    oficinas com o objetivo de delinearem a atuao dos supervisores, atravs de

    tpicos bem definidos, quais sejam: papel, perfil, atribuies do supervisor,

    alm do conceito de superviso, baseando-se nas diretrizes apresentadas nos

    dias anteriores.

    5 dia Plenria para a consolidao, com breve discusso dos

    trabalhos produzidos pelas oficinas do 4 dia.

    Como tarefas imediatas ao Encontro, as superintendncias/DT

    deveriam discutir as produes com o intuito de formatar um documento

    oficial, sendo este o norteador da atuao dos supervisores. Na contrapartida,

    as Divises Regionais encaminhariam as configuraes do quadro de

    supervisores atualizados, indicando sugestes, se fosse o caso, de alteraes

    desse quadro, enriquecendo com isso a discusso a ser finalizada pela

    Diretoria Tcnica.

    Portanto, toda a produo desta publicao foi fruto do material

    construdo nas oficinas (05 grupos) do Encontro, que embasaram as

    discusses finais, as quais encontram-se aqui anexadas na ntegra, como

    segue:

    Grupo 1

    PPEERRFFIILL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Profissional que apresente conhecimento e entendimento da

    aplicao e execuo das medidas socioeducativas, com capacidade de

    fomentar nas equipes a operacionalizao das diretrizes vigentes.

    Considerando que o perfil desse profissional contemple ainda

    objetividade, capacidade de escuta, anlise crtica, organizao, sntese e

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    37

    devolutivas, atuando com tica e imparcialidade, sendo sujeito impulsionador

    na integrao das equipes multiprofissionais, articulando, mediando e

    facilitando o desenvolvimento do processo socioeducativo nas unidades.

    PPAAPPEELL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Acompanhar e subsidiar a elaborao e execuo dos PPPs nas

    Unidades, de acordo com as normativas e diretrizes vigentes, em conjunto

    com as demais reas da Diviso Regional, buscando a qualidade do

    atendimento socioeducativo.

    AATTRRIIBBUUIIEESS DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Propostas de acrscimo nas atribuies em portaria:

    Diagnosticar, orientar, acompanhar, monitorar, avaliar e

    redirecionar a elaborao e execuo do PPP nas unidades, em

    conformidade com as diretrizes da Fundao;

    Promover em conjunto com os gestores de Unidades a integrao

    e interao das equipes, visando o aprimoramento das mesmas;

    Participar do processo avaliativo dos candidatos a gestores das

    Unidades;

    Dar continuidade capacitao de servidores ingressantes em

    nvel regional e participar conjuntamente com a EFCP na capacitao de

    servidores quando da inaugurao de unidades;

    Redigir de outra forma os itens contidos na Portaria Normativa

    103/2006: IV - Supervisionar as atividades desenvolvidas pelas diversas

    reas, no tocante a execuo das diretrizes definidas para o atendimento do

    adolescente, e analisar qualitativamente os instrumentais, fornecidos pelas

    unidades para subsidiar as Superintendncias.

    VII - Elaborar relatrios elucidativos e informativos, contendo

    propostas de ao, para subsidiar a tomada de decises dos setores

    competentes, no sentido de manter um sistema de informao eficaz.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    38

    DDIIFFIICCUULLDDAADDEESS NNAA EEXXEECCUUOO DDOO PPAAPPEELL

    Necessidade de legitimidade do papel de supervisor por parte da

    Regional e Unidades;

    O quadro de superviso proposto nem sempre atende a

    necessidade da Regional, considerando a distancia e a quantidade Unidades;

    Necessidade de alinhamento das aes entre as UAISAS,

    Encarregados de Segurana e Superviso;

    Morosidade e/ou falta de providncias diante de apontamentos

    feitos pela superviso;

    Falta de recursos materiais (equipamentos, linha telefnica, meio

    de transporte);

    No participao efetiva dos supervisores nas capacitaes e

    formaes continuadas, devido as demandas.

    EEXXPPEECCTTAATTIIVVAASS

    * nesse campo so apresentadas as propostas do grupo:

    Garantir o fortalecimento do papel do supervisor enquanto

    legitimador das diretrizes estabelecidas junto aos gestores das unidades, por

    meio de divulgao de documento oficial produzido no encontro de

    supervisores, utilizando-se de reunies sistemticas junto aos mesmos.

    Estabelecer estratgias para legitimar as aes dos supervisores,

    responsabilizando os gestores que no efetivam as orientaes para o devido

    cumprimento das diretrizes.

    Sistematizar reunies entre as referncias/gerncias das

    superintendncias e a superviso para alinhar as aes desenvolvidas.

    Criao de sistema de informao para superviso, de forma a

    registrar as aes, avali-las e estabelecer estratgias de intervenes,

    uniformizando procedimentos/relatrios.

    Garantia de suporte administrativo para desenvolver as aes da

    superviso (transporte, recursos materiais, linha telefnica e equipamentos).

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    39

    Implantao de Fruns permanentes entre supervisores.

    Efetivao do trabalho em dupla de superviso junto s unidades.

    Garantia da participao dos supervisores nas formaes

    continuadas.

    Reviso da Portaria Normativa 103/2006 no artigo 8 inciso II.

    CCOONNCCEEIITTOO DDEE SSUUPPEERRVVIISSOO

    Processo de acompanhamento contnuo e dinmico das unidades

    por meio de suporte tcnico e aes planejadas, visando a efetivao das

    diretrizes, valores e viso da Fundao CASA.

    GGRRUUPPOO 22

    PPEERRFFIILL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    O supervisor necessita ter conhecimento tcnico e das diretrizes da

    Fundao CASA. Saber trabalhar em equipe, alm de possuir caractersticas

    e habilidades, tais como: ser tico, objetivo, compromissado, pr-ativo,

    cooperativo, lder, dinmico, mediador e crtico.

    PPAAPPEELL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Analisar, dialogar, orientar, apoiar, propor intervenes em conjunto

    com a gesto local, socializar elementos da superviso com os demais

    setores interessados, considerando para tanto a execuo no cotidiano das

    unidades.

    AATTRRIIBBUUIIEESS DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Acompanhar o cotidiano das unidades, periodicamente ou

    conforme realidade/ necessidade;

    Realizar diagnstico/intervir/propor aes e garantir que as

    informaes cheguem ao conhecimento dos setores competentes;

    Auxiliar o fluxo das informaes oficiais;

    Planejar as aes in loco;

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    40

    Acompanhar a efetiva execuo da agenda multiprofissional e PIA;

    Verificar se as aes, atividades planejadas, conforme diretrizes,

    ocorrem no cotidiano;

    Elaborar relatrios descritivos de acordo com dados coletados no

    acompanhamento s unidades;

    Atuar enquanto referncia das DRs para servidores e

    adolescentes;

    Realizar interlocuo direta com Encarregado de Segurana

    (DRs), Diretor das UAISAS e Chefe de Seo Administrativa.;

    Orientar s unidades no processo de articulao com as polticas

    pblicas e a rede de atendimento;

    Promover, mediante planejamento/objetivo da superviso tcnica,

    e/ou participar de reunies intersetoriais nas unidades;

    Analisar os relatrios tcnicos mensais da Gesto Compartilhada,

    com base no plano de ao e diretriz;

    DDIIFFIICCUULLDDAADDEESS NNAA EEXXEECCUUOO DDOO PPAAPPEELL

    Resistncia de alguns gestores de unidades em aderir s

    orientaes dos supervisores quanto ao cumprimento das diretrizes;

    Portaria 103, Art.8 no condiz integralmente com a prtica atual da

    superviso tcnica;

    Diferenas na organizao tcnico-administrativa das DRs,

    considerando as caractersticas regionais x recursos humanos/ tcnicos/ infra-

    estrutura;

    Fragilidade no fluxo de documentao e informaes repassadas

    aos setores competentes da Fundao;

    Pouca disponibilidade de veculo para superviso;

    Sobreposio das agendas e atividades (solicitao de relatrios,

    planilhas etc) das Superintendncias s agendas das Regionais, o qual

    acarreta na dificuldade de garantir o planejamento;

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    41

    Dificuldade da superviso em efetivar a agenda para garantir

    espao de discusso e reflexo sobre seu prprio trabalho;

    Falta de avaliao personalizada das regionais quanto ao nmero

    de supervisores x distncia das unidades x acesso s mesmas;

    Pouca integrao com as demandas e aes das UAISAS;

    Morosidade na reviso e no cumprimento de procedimentos que

    se mostrem inexeqveis ou falhos (Ex. CAD, Regimento Interno);

    Apropriao do modelo de ateno (MPC e Day Top) e a efetiva

    execuo das medidas socioeducativas frente s normativas vigentes;

    Falta de providncias diante de alguns apontamentos realizados

    pela superviso.

    EEXXPPEECCTTAATTIIVVAASS

    Estabelecer estratgias para legitimar as aes dos supervisores,

    responsabilizando os gestores que no efetivam as orientaes para o devido

    cumprimento das diretrizes.

    CCOONNCCEEIITTOO DDEE SSUUPPEERRVVIISSOO

    Superviso, sobretudo, trabalho de campo, so os olhos da

    gesto, o fazer junto, estabelecendo vnculos. verificar como anda o

    processo de atendimento (socioeducativo), no sentido de apontar caminhos,

    intervenes que possam solucionar os problemas. Deve tomar posio de

    orientador, apoiador quanto ao planejamento, controle e execuo do

    atendimento frente as diretrizes e poltica institucional.

    GGRRUUPPOO 33

    PPEERRFFIILL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    O perfil do Supervisor deve contemplar a capacidade de leitura e

    anlise da realidade/cotidiano da Unidade, fundamentada nas diretrizes

    norteadoras da Fundao CASA, tendo habilidade necessria de criar

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    42

    estratgias de interveno, visando o cumprimento da poltica de atendimento

    socioeducativo. Para tanto, consideram-se caractersticas importantes:

    PERSEVERANA, CAPACIDADE DE ESCUTA QUALIFICADA,

    SER FLEXVEL, AGREGADOR, CRIATIVO, TER COMUNICABILIDADE,

    ARTICULADOR, MEDIADOR DE CONFLITOS E RELAES, TER

    PERSPICCIA E BOA PERCEPO E TICA.

    PPAAPPEELL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Garantir a qualificao da execuo da medida socioeducativa,

    seguindo normativas legais e as diretrizes norteadoras da Fundao CASA.

    AATTRRIIBBUUIIEESS DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Manter as atribuies da Portaria n 103/06.

    Participar do processo avaliativo dos candidatos aos cargos de

    Gestores das Unidades.

    Participar da execuo do processo de capacitao nas regionais.

    Desenvolver metodologia de superviso de acordo com as

    especificidades de cada Regional com base no diagnstico.

    Acompanhar a elaborao do PPP, orientar na aplicao e avaliar

    a sua execuo nas Unidades, garantindo a organizao do cotidiano.

    Mediao das situaes de conflito e relaes interpessoais.

    Acompanhar, orientar e avaliar as atribuies dos gestores das

    Unidades.

    DDIIFFIICCUULLDDAADDEESS NNAA EEXXEECCUUOO DDOO PPAAPPEELL

    Morosidade na reviso da CAD e do Regimento Interno para a

    sua efetiva aplicao;

    Manter o quadro completo de Superviso considerando regio e

    peculiaridade;

    Executar atribuies inerentes a outros cargos.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    43

    EEXXPPEECCTTAATTIIVVAASS

    Sistematizar reunies entre as referncias/gerncias das

    superintendncias e a superviso para alinhar as aes desenvolvidas

    CCOONNCCEEIITTOO DDEE SSUUPPEERRVVIISSOO

    Superviso o processo que visa orientar, acompanhar e avaliar a

    execuo das atividades na prtica do cotidiano, em consonncia com as

    diretrizes norteadoras, possibilitando intervir no curso das aes

    socioeducativas, com vistas a sua melhoria quantitativa e qualitativa no

    atendimento ao adolescente. A Superviso est pautada no diagnstico, no

    monitoramento da execuo e da avaliao do processo educativo, que na

    prtica, pela sua interdependncia, guarda uma estreita relao.

    GGRRUUPPOO 44

    PPEERRFFIILL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Ser tico, proativo, flexvel, agregador, integrador, mediador,

    articulador, emptico, assertivo, criativo, estudioso; ter capacidade de anlise

    e organizao e de liderana; ter escuta qualificada, desprovida de valores

    pessoais e julgamentos.

    PPAAPPEELL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Fazer cumprir a execuo do trabalho nas Unidades, de acordo com

    as normativas e diretrizes vigentes e em conjunto com demais setores da

    Diviso regional, contribuindo para a qualificao das Medidas

    Socioeducativas.

    AATTRRIIBBUUIIEESS DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Realizar diagnsticos organizacional, funcional e situacional da

    Unidade, definindo estratgias para contribuir com a sua atuao;

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    44

    acompanhar o cotidiano das Unidades e propor aes para sua qualificao;

    redirecionar aes junto a equipe de gestores das unidades e com respaldo

    regional; incentivar e promover espaos de discusso e reflexo gerenciais,

    setoriais e intersetoriais; registrar as aes e orientaes para cincia

    regional; acompanhar e avaliar as anlises de dados e informaes; participar

    do processo avaliativo dos candidatos aos cargos de gestores das Unidades,

    para posterior avaliao da Diretoria Tcnica; acompanhar a elaborao dos

    PPPs das Unidades e orientar a aplicao e avaliao da sua execuo;

    participar da elaborao do Planejamento Estratgico, execut-lo e avali-lo;

    favorecer o fluxo de comunicao entre Unidades, Diviso regional e

    Superintendncias; participar do processo de acolhimento e de apresentao

    da Diviso regional para servidores; buscar constante apropriao das

    Portarias e Resolues da Fundao CASA; buscar ampliao de repertrio

    de mundo.

    DDIIFFIICCUULLDDAADDEESS NNAA EEXXEECCUUOO DDOO PPAAPPEELL

    Desrespeito ao papel; ausncia de autonomia, legitimidade e

    reconhecimento; falta de integrao com as demais reas da Diviso;

    sobreposio de funes/ atribuies; deficincia no alinhamento das aes

    realizadas do UAISAS e Superviso em relao equipe psicossocial;

    deficincia no fluxo de informao; pouca disponibilidade de veculos para

    transporte da equipe de superviso s Unidades e para visita aos domiclios

    de servidores pela equipe de UAISAS; congestionamento de Agendas

    (resoluo de urgncias, no previstas em Planejamento); solicitaes

    compartimentadas por parte das Superintendncias; morosidade no retorno

    de outras instncias dificultando a continuidade das aes e contribuindo para

    o descrdito do papel da Superviso; burocratizao em detrimento da

    prontido para resoluo de questes emergenciais.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    45

    EEXXPPEECCTTAATTIIVVAASS

    Sistematizao de reunies da Superviso com as

    Superintendncias e Diretoria Tcnica; sistematizao de reunies

    intersetoriais na Diviso regional; capacitao como responsabilidade da

    ECFP e Superintendncias, ficando como responsabilidade da Diviso

    Regional o processo de acolhimento e apresentao regional aos servidores

    com participao da Superviso Regional; reviso da Portaria que define as

    atribuies do Supervisor; uniformizar o fluxo de informaes contidas na

    Resenha da Sala de Situao, de modo a instrumentalizar o trabalho da

    equipe de superviso; avanar no processo de capacitao continuada;

    garantir no planejamento no espao para estudo, reflexo e discusso sobre a

    prtica; maior aproximao das Superintendncias as Unidade e Divises

    Regionais; melhor delimitao do papel da superviso, atravs de aes de

    esclarecimentos junto aos demais profissionais; aes integradas e

    complementares, bem como agilizar o retorno por parte das reas

    (Superintendncias) de modo a consolidar a atuao da Superviso (reviso

    do Regimento Interno para Semiliberdade, Caderno de Diretrizes Pedaggico,

    etc.); delimitar o nmero de supervisores, considerando a complexidade no

    atendimento, aspectos geogrficos e capacidade no acolhimento de

    adolescentes; unificar o BDL (finais de semana) ao Diretor Adjunto; adequar e

    garantir recursos fsicos de apoio ao trabalho da Superviso.

    CCOONNCCEEIITTOO DDEE SSUUPPEERRVVIISSOO

    Processo de acompanhamento contnuo das Unidades por meio de

    suporte tcnico e aes planejadas visando a efetivao das diretrizes,

    valores e misso da Fundao, perpassando pela investigao, diagnstico,

    monitoramento, avaliao e redirecionamento das prticas profissionais.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    46

    GGRRUUPPOO 55

    PPEERRFFIILL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Lder, assertivo, objetivo. Perseverante, proativo, perceptivo,

    criativo, comunicativo, tolerante, ponderado, emptico. tico, transparente,

    compromissado. Agregador, cooperativo, articulador. Capacidade de anlise

    crtica, sistematizao, trabalhar em equipe e organizao.

    PPAAPPEELL DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Buscar garantir os direitos dos adolescentes com foco no

    atendimento socioeducativo de qualidade, a partir de uma viso sistmica,

    tendo como referncias as diretrizes da poltica de atendimento, divulgando-

    as e supervisionando a sua execuo; e, por meio de diagnsticos, orientar os

    gestores das unidades para as aes junto aos profissionais, bem como

    mediar diferentes instncias e segmentos, de modo a transformar as prticas

    cotidianas.

    AATTRRIIBBUUIIEESS DDOO SSUUPPEERRVVIISSOORR

    Divulgar e fortalecer as diretrizes da Fundao e contribuir para sua

    implementao e efetivao, na busca de superar o modelo meramente

    sancionatrio;

    Acompanhar e assessorar a elaborao, execuo e avaliao do

    PPP das Unidades, com especial ateno a Agenda Multiprofissional;

    Realizar diagnsticos e participar na elaborao do planejamento

    estratgico da Diviso Regional;

    Orientar e acompanhar o trabalho desenvolvido pelas unidades e

    propor aes para sua qualificao; com base nos respectivos diagnsticos;

    Orientar e acompanhar a atuao da gesto das unidades com

    respaldo regional, buscando garantir a efetivao das diretrizes;

    Dar continuidade na capacitao dos servidores ingressantes nas

    unidades;

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    47

    Participar do processo avaliativo dos candidatos aos cargos de

    gestores das Unidades (Pr-seleo);

    Incentivar e promover espaos de discusso e reflexo gerenciais,

    setoriais e intersetoriais;

    Incentivar as equipes para o aprimoramento do trabalho;

    Acompanhar e avaliar as anlises de dados e informaes;

    Elaborar relatrios, registrar aes e orientaes para cincia

    regional;

    Representar a Fundao em eventos;

    Favorecer o fluxo de comunicao entre unidades, regional e

    superintendncias;

    Participar na discusso de propostas de aes visando preveno

    e reduo de agravos decorrentes da privao e restrio de liberdade aos

    adolescentes, bem como aos servidores considerando a especificidade do

    trabalho;

    OBS: Alterar na PN 103/2006, artigo 8, inciso V o termo

    Determinando por Contribuindo.

    DDIIFFIICCUULLDDAADDEESS NNAA EEXXEECCUUOO DDOO PPAAPPEELL

    Falta metodologia de trabalho.

    Falta da legitimidade de seu papel por parte da Regional e Unidade.

    Na prtica aparece confuso na execuo das atribuies da

    Superviso, que ora se sobrepe direo das Unidades e ora faz pela

    direo ou ainda se submete direo da Unidade.

    Sobreposio das agendas e atividades (solicitao de relatrios,

    planilhas etc.) das Superintendncias s agendas das Regionais, o que

    acarreta dificuldade na execuo das aes.

    Dificuldade da superviso em efetivar a agenda para garantir

    espao de discusso e reflexo sobre seu prprio trabalho.

  • CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE

    48

    Dificuldade na substituio de gestores das Unidades considerados

    inadequados (dificuldade para encontrar servidores com perfil adequado para

    assumir cargo de gestores falta de poltica nas Regionais, que visem a

    identificao de servidores com perfil).

    Critrios inadequados para definir o nmero de supervisores para as

    Regionais.

    Morosidade quanto ao retorno das solicitaes de recursos fsicos e

    humanos.

    Pouca proximidade da realidade regional (Unidades e Diviso) por

    parte das Superintendncias, prevalecendo, por vezes os aspectos

    burocrticos em detrimento ao atendimento das necessidades reais;

    Solicitaes compartimentadas por parte das Superintendncias. Fluxo de

    informaes (truncado) entre Superintendncias Superviso < - >

    Unidades. Falta de entrosamento entre as superintendncias e respectivas

    gerncias o que gera dificuldades na superviso junto s unidades.

    EEXXPPEECCTTAATTIIVVAASS

    Definir o limite de atuao do supervisor em Portaria.

    Promover encontros entre os supervisores das diferentes DRs.

    Rever critrios para definir o nmero de supervisores considerando

    as especificidades das DRs (distancia, acesso e n de equipamentos).

    Avanar no processo de capacitao continuada.

    Maior aproximao das Superintendncias e Divises Regionais.

    CCOONNCCEEIITTOO DDEE SSUUPPEERRVVIISSOO

    Superviso o processo que visa orientar, acompanhar e avaliar a

    execuo das diretrizes da Fundao CASA e das atividades prticas, a partir

    de objetivos e metas planejadas, introduzindo possveis mudanas no curso

    das aes socioeducativas, com vistas a sua melhoria.