Suplemento JNG - CoEER

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoa Publicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIAL Página: Página I Edição: Lisboa Lisboa BOAS PRÁTICAS Partilha de informação garante sucesso BEJA A cidade portuguesa com o maior potencial VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT Este suplemento é da responsabilidade editorial do departamento comercial da Cofina Media, é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2588, de 19 de Setembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente negócios mais. suplemento Cidades como motor de crescimento de uma região Num mercado cada vez mais global a diferença é agora um factor chave. Especialização ou diversificação o importante é atrair investimento e fomentar a economia.

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CoEER - Congress of European Emerging Regions Beja Conferences - Suplemento JNG

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página I Edição: Lisboa

Lisboa

B OA S P R Á T I C A S Partilha de informação garante sucesso

B E JA A cidade portuguesa com o maior potencial

VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PTEste suplemento é da responsabilidade editorial do departamento comercial da Cofina Media, é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2588, de 19 de Setembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente

negócios mais. suplemento

Cidades como motor de crescimento de uma regiãoNum mercado cada vez mais global a diferença é agora um factor chave. Especialização ou diversificação o importante é atrair investimento e fomentar a economia.

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_II_III Edição: Lisboa

SUPLEMENTO COMERCIAL - Página_II_III - Lisboa

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Beja | Agricultura, infra-estruturas e turismo são três dos factores diferenciadores da região

R E G I Õ E S E M E R G E N T E S N O C O N T E X TO G L O B A L

Apostar na diferenciação

Ser diferente, quer através da especialização ou da diversificação. Essa é a solução para atrair investimentos e proporcionar o desenvolvimento.

ALEXANDRA COSTA [email protected]

As cidades sempre foram o motor de crescimento das regiões onde es-tão inseridas. A diferença é que ac-tualmente concorrem num merca-do global e, por isso, o factor diferen-ciador assume maior importância. Hoje, não se trata de conseguir mais fundos do que outra cidade vizinha, mas sim de procurar e atrair inves-timentos que, de outra forma, irão para concorrentes que podem estar localizados no outro lado do mun-do.

A questão, vista desta forma, é re-lativamente recente. E de tal forma importante que suscitou a realiza-ção de um congresso internacional, que decorreu entre 11 e 13 de Setem-bro, em Beja, uma das potenciais ci-dades emergentes da Europa.

Com as novas regiões surgem também novos negócios. Ou formas diferentes de abordar um mesmo sector. Veja-se o caso da agricultu-ra. Giuseppe Falco, da Masseria GioSole e antigo presidente da Eu-ropean Council of Young Farmers,

apontou a sua empresa como um exemplo de adaptação às mudanças do mercado. Localizada em Capua, a antiga Azienda Agricola Raffaele (só em 1986 assumiu a denomina-ção actual) cedo assumiu a inovação como um factor chave para o suces-so comercial. Em 1970 apresentou os kiwis ao mercado italiano e vin-te anos depois iniciou um processo de reprodução in vitro e produção em sistema hidroponia (sem terra) de plantas ornamentais. Seguiram--se as especialidades alimentares, os produtos artesanais, a produção de energia fotovoltaica e o negócio do agro-turismo. A receita do suces-so, para Giuseppe Falco, está na constante análise do mercado e na interligação entre a empresa, a co-munidade e as universidades. Des-ta forma todos os intervenientes be-neficiam.

A vantagem da especialização

Noutros casos, a melhor aposta passa pelo aproveitamento e apri-moramento do legado histórico da cidade. E pela aposta na especiali-

Congress of European Emerging Regions

Nos últimos tempos verificou-se um regresso ao sector primário, não só por parte da população mais jovem, mas também dos in-vestidores. A razão, mais do que a crise económica, deve-se, no Alentejo, à disponibilidade de água, vinda do Alqueva. A falta de irrigação anterior condicionava as plantações, fazendo com que os produtores optassem por cereais de sequeiro e alguns olivais. Ago-ra são possíveis novas culturas, como as de regadio, e produções intensivas, como os novos olivais. Como referiu ao Jornal de Negó-cios Luís d’Argent, da ACOS – Agricultores do Sul, a grande van-tagem é a de “hoje podermos fa-zer tudo o que quisermos”. Exem-plo disso são as novas plantações de frutos vermelhos, como as ro-mãs, e de marmeleiros.

Apesar de o fenómeno se estar a verificar um pouco por todo o País, o Alentejo tem a vantagem de ser a região com maior núme-ro de horas de luz solar, o que, alia-do à água disponível da barragem, lhe confere uma vantagem para plantações intensivas. Não é por acaso que muita da produção já se

destina à exportação. Também a bovinicultura de

carne tem vindo a ter resultados positivos. Em parte devido ao fac-to de, como explica José Pais, da ACBM - Associação de Criadores de Bovinos Mertolengos, desde 2008 os produtores não necessi-tarem de terceiros para entregar os vitelos no matadouro. O que, aliado à exportação de animais vi-vos para Espanha fez com que os preços se tenham mantido em alta. No entanto ainda há algumas questões a resolver. Em termos técnicos Portugal ainda está, se-gundo José Pais, muito longe dos parceiros europeus, como a Fran-ça, Itália, Inglaterra, entre outros. Para José Pais é necessária uma intervenção urgente nas áreas da reprodução, genética e alimenta-ção animal. A solução passa pela criação de “programas de apoio, ligados a regras de produção bem delineadas e objectivas”.

Mas isto de nada vale se não se conseguir comercializar. E o pro-blema é que falta o “último elo da cadeia, entre os agrupamentos de produtores de bovinos e o consu-midor final”.

zação de um determinado sector. Foi o que aconteceu com a cidade Rzeszów, na Polónia. A região é co-nhecida pela sua forte vertente in-dustrial, nomeadamente na quími-ca e farmacêutica e aviação. Curio-samente tudo começou em 1936, quando o governo polaco decidiu desenvolver uma região industrial na zona centro do país. O objectivo era “simples”: industrializar as re-giões pobres e apostar na defesa do país face às ameaças da Alemanha e da então União Soviética. Para tal foram criados clusters de indústria militar – aviação, artilharia, muni-ções. A decisão não foi a tempo de impedir a II Guerra Mundial, mas permitiu juntar todo um conjunto de infra-estruturas, onde se desta-cam quatro aeroportos (um deles internacional), universidades téc-nicas (onde existe o único simula-dor para a aviação civil) e centros de investigação.

Numa região considerada das mais pobres da Polónia, a indústria aeroespacial revela-se essencial no desenvolvimento económico, social

e humano, sendo o segundo maior sector a contribuir para a economia local, atrás apenas do comércio, transportes, turismo e comunica-ções. Mais importante é o potencial inerente, não só ao nível do empre-go (actualmente o sector da aviação já emprega mais de 23 mil pessoas), como da investigação em termos de investimento. Os números indicam que há um potencial para vendas su-periores a mil milhões de dólares. Hoje, a maioria da produção já tem como destino a exportação, nomea-damente para os Estados Unidos, Venezuela, Indonésia, Itália, Cana-dá, Espanha, Alemanha e México. Sem esquecer que isso significa uma reestruturação da economia da re-gião. Investir na cultura, ganhar no turismo

Mas nem todas as regiões têm um sector tão especializado como o da aviação. É o caso da Andaluzia,. onde, como explicou Pablo Mora-les, da Câmara de Comércio de Se-vilha, a solução passou por uma

selecção criteriosa dos projectos a apoiar. Não vale a pena apostar num programa que não sobreviverá com o trémito dos fundos comunitários.

Dado o contexto específico da Andaluzia foi criado o CHORD , um programa que aproveita a herança cultural para desenvolver oportu-nidades de desenvolvimento rural. Implementado entre 2009 e 2011 o CHORD promoveu eventos típicos, de forma a diversificar a oferta tu-rística e conquistar novos públicos. Para tal primeiro foram identifica-das as necessidades e constrangi-mentos culturais e criadas parcerias de longo prazo.

A aposta na cultura culminou no recuperar de algumas tradições, na criação de novas ideias e na dimi-nuição da taxa de desemprego, no-meadamente dos jovens.

Tão ou mais importante é o fac-to de os resultados terem provado que o investimento na criação de um posto de trabalho na cultura pode, indirectamente, suportar ou criar quatro empregos no sector do turismo em geral.

Um posto de trabalho na cultura suporta directa ou indirectamente quatro empregos no turismo geral PABLO MORALES Câmara de Comércio de Sevilha

Regiões emergentes num quadro em transição

A capacidade de cooperação, dife-renciação e liderança nas redes glo-bais é um activo crítico das cidades e regiões face aos desafios da com-petitividade, do desenvolvimento e do crescimento.

Hoje a competição é global e tor-na-se imprescindível que uma cida-de ou região consiga ter um factor diferenciador, capaz de atrair inves-timentos, turistas e residentes.

Beja e o Baixo Alentejo têm res-pondido a esse desafio através de uma persistente estratégia de pro-moção dos seus activos regionais, nos quais se distinguem infra-estru-turas significativas, e da maximiza-ção dos seus impactos no desenvol-vimento económico. O sucesso competitivo da região depende da adequada valorização desses acti-vos regionais, entre os quais se des-taca o Alqueva e o regadio, o Aero-porto e as oportunidades de locali-zação empresarial, a proximidade ao Porto de Sines, a capacidade tec-nológica e formativa e a oferta turís-tica. Dado o potencial de crescimen-to da região, essa política local tem relevância e impacto nacional. Con-vém não esquecer que estes em-preendimentos foram considera-dos como sendo projectos PIN.

A integração, cooperação e lide-rança de redes europeias corres-ponde à visão estratégica segundo a qual a projecção global do municí-pio e da região é de importância de-cisiva para o desenvolvimento. As Conferências de Beja e a rede CoEER, assim como os projectos internacionais, em que agentes lo-cais se têm envolvido, confirmam essa vocação e afirmam a capacida-de da região se diferenciar na com-petição global – em que cada vez mais se decide o futuro das cidades

e das regiões – pela atracção de re-cursos, investimento, inovação, quadros, ideias e oportunidades.

O expectável desenvolvimento, com base na participação nessas re-des, de um cluster aeronáutico lo-cal exemplifica, de forma categóri-ca, o significado dessa visão e a im-portância da projecção global dos factores de diferenciação competi-tiva da cidade e da sua região.

O significado das infra-estrutu-ras e das estratégias regionais para a fixação de investimentos, recur-sos e empregos, para o qual insubs-tituivelmente contribuem as auto-ridades locais, as empresas e os pro-motores – públicos e privados – re-gionais permitem afirmar Beja e o Baixo Alentejo como uma região emergente no quadro das regiões europeias.

No presente momento de tran-sição convergem, temporalmente, alterações significativas no quadro competitivo, no qual se afirmam as cidades e as regiões: inicia-se um novo quadro europeu de financia-mento estrutural, clarificam-se de-safios globais – em especial o climá-tico - afirmam-se novos sectores económicos, intensificam-se as mu-tações tecnológicas, aprofundam- -se as redes globais – de pessoas, empresas, cidades, grupos e regiões. Neste quadro em transição despon-tam (novas) oportunidades, deci-dem-se apostas competitivas e emergem novos paradigmas com-petitivos.

É neste quadro em transição que as regiões europeias emergentes, nas quais se distinguem Beja e o Bai-xo Alentejo, esperam encontrar ar-gumentos que consolidem as suas aspirações de crescimento, desen-volvimento e futuro.

AG R I C U LT U R A

O regresso aos campos

Irrigação constante trouxe novas culturas ao Alentejo

Editorial

O sucesso competitivo de uma cidade depende da valorização dos seus activos

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_IV_V Edição: Lisboa

SUPLEMENTO COMERCIAL - Página_IV_V - Lisboa

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F I N A N C I A M E N TO

A vantagem da partilha de conhecimento

Nem sempre é fácil para as PME conhecerem os vários mecanismos de financiamento existentes na União Europeia. O DIFASS foi criado com o objectivo de permitir a troca de informações entre parceiros europeus.ALEXANDRA COSTA [email protected]

Muitos dos projectos que promo-vem o desenvolvimento de uma ci-dade/região assentam em fundos comunitários. Mas nem sempre é fácil, nomeadamente para as peque-nas e médias empresas (PME) a ob-tenção desses fundos. A DIFASS pretende colmatar essa “falha”.

Através de uma rede de 26 par-ceiros, espalhados por 20 países da União Europeia, a DIFASS preten-de ser um meio de partilha de infor-mações que permitam ajudar as PME a obter os investimentos ne-cessários. O projecto pretende tro-car experiências e boas práticas comprovadas.

Os resultados, segundo Kathryn Havering, project manager na WSX Enterprise, permitem que os par-ceiros conheçam as várias formas de financiamento existentes nas vá-rias regiões. A ideia é a de que se pro-mova a partilha de dados de projec-tos já implementados e testados. Por exemplo, uma ferramenta de Gestão de Micro Finanças, da Hun-gria, está a ser “transferida” para a Estónia, Espanha, Itália e Repúbli-ca da Eslováquia. Ou o programa de apoio à internacionalização das PME, desenvolvido pelo parceiro na Andaluzia, que está a ser imple-mentado, como um programa-pilo-to, na Dinamarca, na Itália, na Ro-ménia e na Suécia.

Para conseguir conciliar as ope-rações de 26 parceiros são realiza-das inúmeros workshops com um programa pré-estabelecido. Tudo começa com a análise do trabalho feito na sessão anterior e com a ob-servação do tema em causa. Se-guem-se as apresentações, as ques-tões e os debates. Só depois é esta-belecido uma listagem com os feedbacks e com as boas práticas, que vão a votos. O objectivo é iden-tificar as duas boas práticas de maior sucesso que possam ser implementadas, através de um pro-

grama piloto, em oito regiões. Sen-do que tudo isto fica devidamente documentado, de forma a servir de base a trabalhos futuros e para con-sulta posterior. Os documentos es-tão acessíveis através do site do DI-FASS, assim como os vídeos reali-zados. Esta foi a forma encontrada para que os parceiros tivessem, sempre, à sua disposição todo o tipo de informação e ajuda disponível. Porque essa é a principal “queixa”.

Simplificar os processos

A continuação da realização dos encontros permite aprender com os erros. No Workshop referente à internacionalização foi detectado que existem condicionantes ao su-cesso de qualquer projecto. É o caso do excesso de papelada. O DIFASS recomenda que o processo seja o mais simples possível, que dê tem-po às empresas mais cépticas e que aposte na qualidade dos agentes de negócios nos países em causa. Já em relação aos micro-emprésticos as recomendações incidiram em qua-tro pontos estratégicos: disponibi-lizar o máximo de formação e su-porte possível, simplificar o proces-so, flexibilizar os termos dos paga-mentos e utilizar os intermediários financeiros correctos.

Independentemente do cenário em causa as entidades competen-tes, quer sejam os governos, a ban-ca ou outra instituição, estas têm de ter em conta as vantagens da sim-plificação dos processos assim como da diminuição da papelada. Sem esquecer a formação. Esta nunca é demais. Por vezes uma em-presa pode ter todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimen-to do seu negócio com excepção do conhecimento necessário para a ob-tenção do financiamento. É aqui que entra o DIFASS e os seus par-ceiros. Todas as reuniões já realiza-das e programadas têm como objec-tivo que os casos de sucesso sejam transmitidos e reaplicados sempre que possível. A Andaluzia é um caso

paradigmático. O seu programa de internacionalização está neste mo-mento a ser implementado na re-gião autónoma de Sardenha, na Itá-lia; no Tallinn Science Park Tehno-pol, na Estónia; na região da Mace-dónia, na Grécia; na Fundação Teknikdalen, na Suécia; e no Vaeksthus Central, na Dinamarca. Pablo Morales, da Câmara de Co-mércio de Sevilha, explicou que um dos erros recorrentes é o de inves-tir em projectos que, findo os fun-dos comunitários, não terão possi-bilidade de seguir em frente. É por isso altura de repensar as estraté-gias a seguir. Programas regionais potenciam crescimento

Existem duas vias possíveis aquando da implementação de fun-dos comunitários. A primeira con-siste na adaptação do projecto ao que a União Europeia e a Comissão pretendem, orientando a proposta de financiamento nesse sentido. O que só e possível com um conheci-mento aprofundado das políticas europeias.

A outra via utiliza a abordagem oposta. Assenta na criação de pro-cessos de capitalização abertos pela União Europeia para criar novas ideias, novos cenários. Isso poderá ser realizado através do recurso a inquéritos, grupos de especialis-tas… Aqui há mais liberdade para inovar.

No entanto a possibilidade de obtenção de fundos comunitários é mais limitada. O que aumenta ain-da mais a importância da escolha do projecto.

Porque não implementar/finan-ciar um programa que aposta no lo-cal/regional? Ao contrário da ideia geral as regiões não têm apenas de optar por projectos internacionais. Na verdade, para Pablo Morales, a aposta certa passa exactamente pelo oposto. Porque são os progra-mas locais que vão desenvolver as regiões onde estão inseridos.

Congress of European Emerging Regions

Implementação de boas práticas comprovadas assegura sucesso de projectos KATHRYN HAVERING WSX Enterprise

Programas locais potenciam um maior desenvolvimento das regiões que projectos de dimensão eurpeia PABLO MORALES Câmara de Comércio de Sevilha

A evolução do Porto de Sines, a abertura do Aeroporto de Beja e o “aparecimento” da Barragem do Al-queva transformaram o tecido eco-nómico alentejano. Estão a surgir novos investimentos, alguns deles oriundos de outras partes do país, e do globo. E, de acordo com um es-tudo da Câmara de Beja, o concelho pode ganhar 22 mil habitantes até 2021, tendo em conta a exploração das potencialidades destes três em-preendimentos.

A agricultura e o enoturismo são uma das principais apostas desta nova geração de investidores. Não só ao nível do vinho com a experien-cia de novas castas mas também em termos de turismo. Hoje já se pro-cura aliar o negócio vinícola com ou-tros complementares.

E novos projectos significam mais postos de trabalho. Que, se-gundo o estudo, poderão ir até 15 mil novos empregos até 2021. Por ou-tro lado, e dado a “nova” população, prevê-se não só um crescimento po-pulacional do concelho como inclu-sive o seu rejuvenescimento.

Actualmente existem sete em-preendimentos, ao redor de Beja, de agro-turismo. Todos eles com ca-racterísticas, dimensões e ofertas distintas. O turista pode optar pelo Clube de Campo da cadeia Vila Galé, a unidade com mais quartos dispo-níveis, pela Herdade dos Grous, pelo Monte Novo e Figueirinha, pela re-centemente aberta Herdade do Vau entre outras hipóteses. Muitas des-tas unidades são investimentos de quem aprendeu a apreciar o Alen-tejo. Veja-se o caso de Miguel Sou-sa Otto. O que começou como um pequeno projecto começou a ga-nhar dimensão e hoje abarca gran-de parte do quotidiano deste execu-tivo do Norte. Embora o negócio principal assente no vinho este é complementado pelo do turismo e pela comercialização de azeite e de ervas aromáticas.

Todos os projectos financeira-mente sustentáveis são benéficos para o desenvolvimento da região. Um dos mais emblemáticos, pela sua complexidade, é o da Herdade

da Malhadinha Nova. A proprieda-de foi adquirida, em 1998, pela famí-lia Soares, estando os terrenos abandonados há mais de 30 anos. O negócio assenta maioritariamente na produção vitivinícola. No entan-to é também importante a criação de animais de raças autóctones, a criação e treino do cavalo pura raça lusitana, assim como as mais recen-tes apostas: o Hotel Rural – Coun-try House & Spa e o Restaurante da Malhadinha – Wine & Gourmet. A unidade, com 10 quartos, aliado ao serviço do restaurante e as opera-ções quotidianas da Herdade fazem com que haja uma equipa perma-nente de mais de 30 pessoas.

O sector do turismo está em cres-cendo, estando a Câmara Munici-pal de Beja a analisar novos projec-tos. Sendo por isso expectável o crescimento do número de camas.

Mas Beja não está só a atrair in-vestimento nacional.

O mesmo acontece com o inter-nacional. E um dos mais importan-tes, não só velo valor mas também pela notoriedade que traz à região é o promovido pela McFarland Smith, empresa que faz parte do grupo Johnson Mathey PLC, líder mundial na produção de alcalóides opiáceos e outras drogas controla-das. A companhia estava à procura de terrenos para a plantação de pa-poila e a solução foi o Alentejo. O primeiro contacto deu-se há quatro anos. Descobriram uma região com mais horas de sol, um terreno fértil e com boa irrigação, onde havia apoio técnico, boas acessibilidades e “uma porta aberta para a exporta-ção”. Com o potencial do terreno demonstrado há que passar à fase da implementação.

O projecto está distribuído por duas fases, com a primeira a termi-nar no próximo ano e a representar um investimento de cinco milhões de euros e a criação de cinco postos de trabalho. Com a plantação do campo de papoilas e respectivo pro-cessamento e extracção o programa conta contractar (até 2018) mais 30 pessoas, num investimento de 35 milhões de euros.

Condições específicas da região estão a atrair investidores nacionais e internacionais

Projectos na agricultura e turismo poderão criar 15 mil novos empregos até 2021

McFarland Smith vai investir 40 milhões de euros, até 2018, na plantação e extração de um campo de papoilas

Alqueva | Hoje a barragem assegura a irrigação a 68 mil hectares de regadio

AG R I C U LT U R A

Os novos alentejanos

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_VI_VII Edição: Lisboa

SUPLEMENTO COMERCIAL - Página_VI_VII - Lisboa

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C R E S C I M E N T O E S U S T E N TA B I L I D A D E

Envolver a comunidade

Quer seja na implementação de um projecto ou na elaboração de uma estratégia de diferenciação de uma cidade a sociedade civil tem uma palavra a dizer. Sem ela nenhum plano, por melhor que seja, tem sucesso.

ALEXANDRA COSTA [email protected]

Não é fácil para uma cidade/região criar uma estratégia de sucesso do zero. Hoje a concorrência é feroz e já há nomes implementados no mercado.

A definição do caminho a seguir é o primeiro passo. O definir a iden-tidade da cidade e o que a diferencia da concorrência. Só depois se pode elaborar uma estratégia, optar por projectos de desenvolvimento e candidatar-se a fundos comunitá-rios.

Antonella Valmorbida, da Asso-ciation of the Local Democracy Agencies (ALDA) reflectiu sobre o tema e deu alguns conselhos. Para a executiva está provado que os mu-nicípios e as regiões são o verdadei-ro motor do desenvolvimento sus-tentável e do crescimento económi-co. No entanto isso só é possível se se conjugarem com dois importan-tes factores: a sociedade civil e uma cidadania responsável. Não basta o poder político e o sector privado in-vestirem dinheiro e tomarem me-didas. A população também tem de estar envolvida. Caso contrário os projectos poderão não ser os mais adequados ou criar-se um senti-mento de resistência que pode le-var ao falhanço dos mesmos. Esta é aliás a área da actuação da ALDA. A associação serve de intermediária entre os vários intervenientes e pro-cura promover a governação e a par-ticipação dos cidadãos ao nível local.

Por outro lado a ALDA, nas pala-vras de Antonella Valmorbida, é de-fensora da descentralização e da re-gionalização do poder político. Para a executiva é essencial que haja

independência das autoridades locais ao orçamento de Estado. Só assim conseguirão desenhar e im-plementar as medidas necessárias à sua região.

Investir nas energias sustentáveis

Joana Mundó, da Ecoserveis, uma NGO espanhola, especializada nos temas da energia, também de-fendeu o envolvimento da comuni-dade aquando da definição e imple-mentação das estratégias. A organi-zação defende o relacionamento entre a sociedade e o sector como forma de promover um modelo de energia que seja justo e sustentável, quer do ponto de vista social, am-biental e cultural. Criada em 1992 permitiu o aproximar entre o cam-po técnico-científico e a sociedade, ao mesmo tempo que diminuiu as assimetrias informativas, aumen-tando o conhecimento sobre o tema da energia, nomeadamente a reno-vável.

Actuando nas áreas da eficiência energética, na poupança de energia e no seu impacto no ambiente, a or-ganização defende que o investi-mento nas energias renováveis pode ter impactos regionais positi-vos. Através da formação e da disse-minação da informação os consu-midores tornam-se mais conscien-tes e efectuam uma utilização mais racional da energia. Algo essencial, especialmente em tempo de crise económica. Mas mais do que isso. A aposta nas energias renováveis cria emprego e oportunidades de negó-cio.

Um exemplo claro, para Joana Mundó, são as comunidades gera-doras de energia. Quando um gru-po de cidadãos se une e, de forma consciente, investe, por exemplo, em painéis fotovoltaicos, a fim de produzir energia para consumo próprio e para comercialização. Ou, quando um conjunto de pessoas e/ou entidades se une no sentido de

Congress of European Emerging Regions

Programas de desenvolvimento só terão sucesso se envolverem a sociedade civil ANTONELLA VALMORBIDA ALDA (Association of the Local Democracy Agencies)

Sociedade | O não envolvimento da comunidade na definição, elaboração e implementação de projectos pode criar um sentimento de resistência e ao falhanço dos mesmos

Melhor qualidade de vida = mais competitividade

Investir na melhoria da qualidade de vida nas cidades é investir no fu-turo desenvolvimento territorial da Europa. Esta é a opinião de Si-mone d’Antonio, da Cittalia. Con-vém lembrar que 75% da popula-ção vive em cidades e que 70% da energia é consumida nas metrópo-les.

Mas, na Europa, o desenvolvi-mento e aprimoramento das cida-des envolve vários desafios. Quer ao nível da inovação, da coesão so-cial, da participação dos cidadãos, da mobilidade, do emprego, do am-biente, da energia, da construção, da inclusão, da regeneração dos es-paços públicos, da dimensão inter-nacional e do multinível do gover-no. Sendo que todos eles estão in-terligados e têm impacto no quoti-diano das pessoas. Veja-se o caso da (quase) inexistente participação dos cidadãos na vida da cidade. Isso acontece porque não há confiança nas políticas, quer nacionais como regionais. Por outro lado a mobili-dade ganhou importância, não só pela necessidade de ligação a ou-tras cidades mas também pela exis-tência de novas necessidades. É o caso dos veículos eléctricos, por exemplo.

E quanto à dimensão internacional?

Ela é tão importante porque hoje a competição não é só entre ci-dades mas sim entre redes de me-trópoles. A que for mais coesa e apresentar mais factores de dife-renciação estará em vantagem não só na atractividade de novos inves-tidores mas também em turistas, visitantes, residentes…

Mas o que faz com que as cidades sejam tão importantes no desenvolvimento das regiões?

Para Simone d’Atonio a respos-ta está no facto de conseguirem, por um lado, fazer um uso mais efectivo e nacional dos fundos eu-ropeus e, por outro, de a sua políti-ca ter um impacto directo no quo-tidiano dos cidadãos. Por outro lado podem criar ligações entre

diferentes sectores da economia e criarem hubs de determinado co-nhecimento ou indústria. Sem es-quecer que esta aposta reflecte-se na promoção do capital humano, nomeadamente ao nível da forma-ção e do emprego.

Para que uma cidade seja com-petitiva deverá apostar no que a di-ferencia de todas as outras. E con-jugar essas diferenças com as ou-tras metrópoles da sua rede, de for-ma a disponibilizar uma “oferta” integrada.

Simone d’Atonio apontou exemplos de diversas cidades eu-ropeias que estão a avançar nesse sentido. É o caso de Salerno, por exemplo, que está a utilizar os fun-dos europeus para regenerar a sua linha costeira e o centro da cidade. Já Vitoria-Gasteiz, a segunda cida-de do país Basco, optou por inves-tir no ambiente como motor de crescimento. Belfast, por seu lado, está a criar comunidades seguras através da regeneração urbana.

Embora não tenha tido oportu-nidade de conhecer Beja e só tenha visitado de forma superficial as ci-dades de Lisboa e Porto, Simone d’Atonio referiu que todas as cida-des deveriam encarar o melhorar a qualidade de vida como um factor competitivo.

encontrar e implementar soluções de energia sustentável. É aqui que entra a Ecoserveis. A NGO procura facilitar a partilha de informação e ajudar a desenvolver os projectos da comunidade.

Apesar de a melhor abordagem ser a que envolve a comunidade há ainda algumas barreiras a ultrapas-sar. Por um lado estes projectos re-querem um elevado nível de conhe-cimento técnico. O que pode condi-cionar não só a aprovação como a implementação dos programas. Por outro lado, não é transparente o cus-to total da energia convencional.

O não saber exactamente qual o preço da factura da energia dificul-ta a tomada de decisão dos utiliza-dores. Estes ficam sem perceber exactamente quais os custos envol-vidos e se vale, ou não, a pena investir nas energias alternativas. Mesmo porque o investimento ini-cial num projecto desta natureza é avultado. E convém não esquecer a

burocracia que envolve levar por diante um projecto desta natureza. Não só são programas morosos como “não há coordenação entre os vários organismos competentes”. Tão ou mais importante é o facto de o tema não constar no planeamen-to habitual dos governos, quer locais como centrais.

Formas de financiamento

Tendo em conta que os projec-tos de energias alternativas obrigam a um investimento inicial avultado e que nem todos as pessoas têm esse montante disponível há que conse-guir financiamento. Para Ecoser-veis e Joana Mundó há quatro mo-delos disponíveis: o financiamento directo, o misto, o recurso a um fun-do de energias renováveis ou o crowdfunding.

O primeiro, o financiamento di-recto, claramente só poderá ser uti-lizado ou por pessoas com uma ele-vada disponibilidade financeira ou

A cidade que apresentar mais factores de diferenciação atrairá mais investidores, turistas e residentes SIMONE D’ANTONIO Cittalia

Envolvimento da sociedade em projectos de energia leva a uma utilização mais racional JOANA MUNDÓ Ecoserveis

para projectos mais pequenos, de carácter individual. Ou, na compra de acções de empresas que actuem na área. O misto, que envolve inves-timento directo e instituições ban-cárias, por seu lado, permite uma maior abrangência mas obriga a uma maior supervisão por parte de terceiros. Este é o modelo vocacio-nado para investidores com uma personalidade mais conservadora.

Se prefere investir em diversos projectos a solução passa pela aquisi-ção de fundos de energias renováveis. O risco fica diluído entre os vários pro-gramas o que atenua possíveis perdas.

Quanto ao crowdfunding este ainda é um modelo relativamente recente. Sendo que Joana Mundó só conhece uma plataforma espe-cializada em energia. Trata-se da alemã crowdEner.gy.

Portugal é um dos países que mais tem investido, nos últimos anos, nas energias renováveis. Para isso contribuiu, em anos anteriores,

os programas de incentivo, por par-te de particulares, e uma maior consciência por parte das empresas.

A última legislação sobre o con-sumo energético, que obrigou a al-terações no desenho e construção das edificações novas e, agora, a uma análise dos edifícios comercializa-dos, está, lentamente, a modificar o cenário da construção nacional.

Mas ainda há muita coisa a fazer. O país não aproveita todo o seu po-tencial fotovoltaico. Veja-se o caso da Alemanha, que tem uma percen-tagem mais elevada de habitações com paineis fotovoltaicos. A expli-cação assenta, por um lado, no cus-to inicial de aquisição das tecnolo-gias, da crise económica, assim como da falta de conhecimento de alguns consumidores/construtores. Algo que, com a ajuda e cooperação das várias entidades envolvidas, po-derá aumentar a independência energética do país, permitindo in-clusive a sua exportação..

A alemã crowdEner.gy é, por enquanto, a única plataforma de crowdfunding especializada na energia JOANA MUNDÓ Ecoserveis

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_VIII_IX Edição: Lisboa

SUPLEMENTO COMERCIAL - Página_VIII_IX - Lisboa

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C A S O D E E S T U D O

Beja, a potencial região portuguesa

Infra-estruturas, economia diversificada, recursos humanos qualificados e projectos de âmbito nacional elevam a importância da cidade.ALEXANDRA COSTA [email protected]

Beja é uma região paradigmática portuguesa. Tendo por base o novo conceito de regiões emergentes como motor de crescimento encon-tra-se numa posição invejável face a outras cidades nacionais.

A agricultura, aliada às agro-indústrias, continua a ser o motor da economia, embora o tu-rismo tenha crescido nos últimos anos. Este desenvolvimento deve-se, em grande parte, ao aparecimen-to de grandes infra-estruturas na re-gião, como sendo o Aeroporto e a Barragem do Alqueva.

Terrenos que se encontravam abandonados, nalguns casos há vá-rias décadas, foram recuperados.

Isto está a impulsionar um sec-tor já de si importante. A garantia de água levou ao aparecimento de no-vas culturas. Onde antes dominava os cereais de sequeiro começa hoje a aparecer uma cultura de regadio. Com uma outra vantagem. A de per-mitir plantações intensivas. Estas, para já, destinam-se maioritaria-mente ao mercado interno. Mas o objectivo é o de possibilitar o au-mento das exportações. Falta uma maior coordenação na promoção e comercialização dos produtos.

A conjunção de uma diversidade da economia assente no sector pri-mário e numa rede de infra-estru-turas é o que permite o desenvolvi-mento da região. Para que Beja al-cance todo o seu potencial falta ape-nas uma coisa. As acessibilidades. Algo que está dependente do Gover-no Central e não das entidades lo-cais. No entanto, o facto de muitos

dos projectos já em curso ou planea-dos serem considerados de interes-se nacional pode facilitar o desblo-queio desta situação. O sucesso (ou insucesso) do Aeroporto de Beja, da Barragem do Alqueva ou mesmo do Porto de Sines não tem impacto apenas na região de Beja mas sim ao nível de todo o país.

O que poderá facilitar criação da ligação de Sines a Madrid, essencial, nomeadamente para o transporte de mercadorias. E para um maior desenvolvimento do Porto de Sines, que estará numa posição única para servir de “porta de entrada” para o mercado europeu. Por outro lado, e dado que se pretende fomentar o transporte de passageiros no Aero-porto de Beja, é fundamental per-mitir a rápida deslocação dos mes-mos. Quer para a região do Algarve como para Lisboa.

Com as infra-estruturas em fun-cionamento e projectos em curso prevê-se um aumento da criação de postos de trabalho na região, no-meadamente em termos do empre-go qualificado.

A relação entre as empresas e as universidades é essencial para o as-segurar do mesmo. Sendo que esta relocalização da população vai com-bater o fenómeno da desertificação do interior. E não se trata de um ce-nário futurista. Hoje a taxa de de-semprego já é inferior à média na-cional.

Número que deverá diminuir (ainda mais) tendo em conta os pro-jectos já aprovados, quer ao nível da agricultura como do turismo. A re-gião, ao contrário de outras, ainda dispõe de financiamento disponí-

vel, ao abrigo do PRODER. Estão previstos vários programas que “vão entrar agora em obra”. Quer seja ao nível do ampliamento de unidades já existentes como à cria-ção de novos turismos rurais.

Por outro lado, o facto de a eco-nomia social estar a crescer tam-bém permite a criação de novos pos-tos de trabalho, nomeadamente na geração mais jovem. Estão a surgir novas oportunidades e nas funções.

Novos tempos, nova imagem, Beja está a mudar. A modernizar- -se. A tentar captar (ainda) mais in-vestimento e a atrair novos residen-tes. Pelo que chegou então altura de lhe conferir uma nova imagem.

O objectivo era provocar reco-nhecimento junto da população e apresentar uma marca que fosse agregadora da cidade, do município e da região. Uma marca que reflec-tisse a tradição e a história de mais de dois mil anos de Beja com um re-flexo contemporâneo e moderno.

Depois de analisados casos inter-nacionais, como o de Amesterdão, Charlotte ou Copenhaga chegou-se a um resultado. O que se pretendia era promover os produtos De Beja, a história De Beja, as pessoas De Beja… e assim se chegou à denomi-nação “De Beja”. É o que distingue a cidade de todas as outras. E que permite criar uma espécie de selo de garantia.

A vantagem, segundo a Ivity, em-presa responsável pela criação da nova marca, é a de que este concei-to tanto se aplica à cidade como à re-gião. O De Beja tem uma abrangên-cia vantajosa, que pode ser utiliza-da por todos.

Congress of European Emerging Regions

Aeroporto de Beja Os aeroportos são mais do que um ponto de transporte de passageiros. Mais do que um potencial meio de transporte de turistas é uma impor-tante fonte de receitas e um pólo de desenvolvimento. O que a ANA – Aeroportos de Portugal pretende é criar um cluster de aeronáutica ao redor do aeroporto. Este permitirá não só desenvolver a indústria como potenciará a economia. Isto ao mesmo tempo que promoverá o trabalho especializado e criará no-vos postos de trabalho.

Inaugurado há dois anos, o aero-porto está a ser encarado como sen-do um pólo de desenvolvimento da região, nomeadamente através da criação de um cluster aeronáutico. Pedro Beja Neves, director do Aeroporto de Beja, dá o exemplo da TAP, que iniciou as operações de manutenção da sua frota nas insta-lações de Beja. Por outro lado, em termos do transporte de carga, há a destacar a presença do UTI.

O operador logístico internacio-nal efectuou o primeiro voo, de Beja para a Alemanha, este ano. “O pri-meiro passo – ter um operador no aeroporto – está dado”, refere Pe-dro Beja Neves.

Este é aliás, o “verdadeiro” negó-cio do aeroporto, dado que em ter-mos do tráfego de passageiros os nú-meros “interessantes” só deverão surgir a partir de 2018, quando este passará a ser uma “porta de entra-da regular”. O que só será possível se “a promoção do Alentejo, no mundo, continuar”. Mesmo assim, as expectativas são as de duplicar, em número, os cinquenta movi-mentos/voos realizados no ano pas-sado. Desde que iniciou operações, a 13 de Abril de 2011, o aeroporto já recebeu 160 movimentos, de sete companhias aéreas. Destes 110 eram operações charter e 48 de voos privados.

Por enquanto são o transporte de carga e a indústria os sectores que mais contribuem para as receitas do aeroporto. Que mantém, em per-manência, uma equipa de quinze elementos a trabalhar nas instala-ções.

Porto de SinesAssumindo o papel de “porta de en-trada” na ligação ibero-atlântica, o Porto de Sines é hoje líder nacional em termos de mercadorias movi-mentadas e a principal porta de abastecimento energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural). Adquire, por isso, primor-dial importância a sua interligação com os sectores industriais existen-tes na região e com outros meios de transporte.

O primeiro semestre deste ano trouxe um novo recorde em termos de carga movimentada. Números disponibilizados pelo Porto de Si-nes indicam um crescimento de 22% nas mercadorias e 62 por cen-to nos contentores. O que, traduzi-do em toneladas, significa que fo-ram movimentadas 17,4 milhões de toneladas mercadorias e 422 mil TEU.

Mas tão ou mais importante do que os números recorde de carga transportada são as notícias sobre

as parcerias efectuadas. Em Março a Autoeuropa anunciou estar a es-tudar a criação de uma plataforma logística em Sines. O Porto seria as-sim utilizado como porta de saída (e entrada) para os mercados euro-peus, americanos e do Extremo Oriente. A concretizar-se o negócio significa um aumento das exporta-ções nacionais assim como um au-mento da sua importância nas liga-ções América-Europa. Isto porque as características do Porto (águas profundas) permitem a atracagem de navios de maior porte.

Sem esquecer as acessibilidades terrestres. Está previsto uma evo-lução rodo ferroviária que permiti-rá dar resposta ao crescimento pre-visto.

Por outro lado convém não es-quecer a rede Global da Rede Tran-seuropeia de Transportes (RTE-T). Foram feitas iniciativas no sentido de incluir o Porto de Sines como porto estratégico.

A ser aprovada esta acção permi-tirá potenciar uma ligação ferroviá-ria de mercadorias entre Sines e Madrid e aumentar o tráfego de mercadorias.

Barragem do AlquevaO maior lago artificial da Europa, e consequentemente a maior reser-va estratégica de água da Europa, o Alqueva garante a disponibilização de água mesmo em períodos de seca extrema. Com uma área de influên-cia que ronda os 10 mil quilómetros quadrados e que abrange os distri-tos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal, o Sistema de Rega de Alqueva transformou o que antes era a agricultura alentejana. Onde antes imperavam os cereais de se-queiro hoje há mais liberdade para experimentar novas culturas.

Na fase actual de implementação estão em exploração cerca de 68 mil hectares de regadio. De um total de 120 mil, previstos para 2015. Este garante de água está a abrir portas a novas produções. Quer de novos produtos como de plantações inten-sivas, como sendo o olival. Estas permitiram inclusive que Portugal, na fileira do azeite, se tornasse auto--suficiente.

As novas apostas passam pela plantação de milho assim como to-mate, cebola, alho, melão e melan-cia, papoila, fruteiras (pomar de cle-mentinas, uva de mesa, e outros) e frutos secos (amendoeiras e noguei-ras).

A taxa de adesão referente a 2012 foi superior a 60%, com as previsões a apontarem para um novo recorde este ano. Em causa está não só o ga-rante do fornecimento de água como o apoio disponibilizado pelo SISAP - Sistema de Apoio à Deter-minação da Aptidão Cultural, atra-vés da EDIA, entidade gestora de Al-queva. Este serviço de consultoria é especialmente importante na defi-nição de novas culturas. Sendo que, actualmente, estão em desenvolvi-mento projectos nas áreas de: olival, fruteiras, hortícolas, horto-indus-triais, medicinais, cereais de rega-dio, pecuária, proteaginosas, olea-ginosas e especiarias.

A influência do Alqueva não ter-mina no sector agro-pecuário. Teve também influência no turismo. Quer ao atrair turistas para a região envolvente como ao implicar a cria-ção de projectos turísticos náuticos.Beja | A capital do baixo Alentejo tem uma das baixas taxas de desemprego do país

As três infra-estruturas chave

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_X_XI Edição: Lisboa

SUPLEMENTO COMERCIAL - Página_X_XI - Lisboa

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I N V E S T I M E N T O

Alavancar os sectores chave de cada região

Congress of European Emerging Regions

ALEXANDRA COSTA [email protected]

Está provado que a partilha de ex-periências é benéfica, dado que per-mite encontrar as melhores solu-ções para os mesmos problemas, evitar erros e poupar tempo. E quando a partilha se traduz num de-bate com membros de vários países o resultado é ainda mais positivo. Foi esta a premissa das cinco round tables realizadas aquando do con-gresso European Emerging Re-gions. As áreas abordadas são im-portantes a todas as cidades/regiões que se pretendam firmar no merca-do global mas especialmente para Beja. A cidade alentejana não só foi a anfitriã do evento como é consi-derada como uma região portugue-sa com muito potencial.

A agricultura é o sector com mais peso na economia da região. E que tem vindo a crescer desde a abertu-ra da Barragem do Alqueva. No en-tanto isso não significa que não haja obstáculos a ultrapassar. O aumen-to de irrigação de água está a levar novas culturas para um local onde antes imperava os cereais de sequei-ro. Mas será que os novos produtos se adaptam ao novo território? Nem sempre os investidores se podem dar ao luxo de fazer experiências (fa-lhadas). E o facto de um produto ter tido sucesso num outro local não si-gnifica que resulte em Beja. É por isso que uma das conclusões foi a de que é necessário existir uma maior aproximação entre os centros de in-vestigação e desenvolvimento, as universidades e os terrenos. Por ou-tras palavras, é essencial a experi-mentação in loco.

Mas esse não é o único problema. Estamos na era da internet. Através da rede é possível obter todo o tipo de informações. Por isso é incrível

que uma das “queixas” seja precisa-mente o acesso ao conhecimento. Mais precisamente à sua descodifi-cação. Existem pareceres e estudos técnicos. Acontece que, por norma, os agricultores/produtores não têm o tempo necessário para ler as mi-lhares de páginas técnicas. É neces-sário que este conhecimento seja descodificado e simplificado, de for-ma a permitir a sua disseminação e assimilação.

Novo turismo, novas estratégias

A nova realidade da agricultura portuguesa poderá permitir a exis-tência de produção intensiva. O que não só vai permitir “alimentar” o mercado interno como começar a avançar para a exportação. Mas aqui há alguns pontos a considerar. Por um lado isso implica uma concen-tração organizativa e da produção. Só assim haverá escala suficiente para atacar mercados de maior di-mensão. Mas isso só será consegui-do se, em simultâneo, se actuar na promoção dos produtos alenteja-nos e na aposta da certificação dos mesmos.

Embora seja o sector que, numa primeira abordagem, desperte mais atenção, a agricultura é acompa-nhada por outras “economias”. É o caso do turismo, cujo peso tem vin-do a crescer na região. Aqui Beja (e todas as outras regiões) têm não só de aprender com que de se melhor se faz no mercado, através do recur-so a benchmarking e estudos de mercado, mas também de estar atenta aos novos turistas. Estes têm necessidades diferentes do turista de décadas anteriores e a região tem de estar preparada para as satisfa-zer. Uma das soluções passa pela di-versificação da oferta disponível. Quer ao nível das unidades hotelei-ras como das experiências criadas.

E aqui os agentes de viagens voltam, na opinião dos especialistas, a ter um papel primordial. Mas, tão ou mais importante, é a comunicação. De nada vale uma região investir no desenvolvimento das infra-estutu-ras, da sua hotelaria, na criação de experiências diversificadas, se não souber se diferenciar da concorrên-cia e comunicar essa mesma dife-rença.

Mas não basta pensar nos turis-tas. É, também, necessário, pensar nos residentes. Em quem vive numa cidade e contribui para o seu desenvolvimento. Em aumentar a sua qualidade de vida. Quer seja em termos de mobilidade, proporcio-nando uma melhor rede de trans-portes públicos, procurando aderir às vantagens das novas tecnologias, ou aumentando a qualidade do ar. Por outro lado o ordenamento do território tem benefícios não só es-téticos, como também no fluxo do trânsito e no quotidiano da cidade e das suas pessoas. Sem esquecer algo (aparentemente) tão básico como a gestão dos resíduos e do flu-xo de água. Por último, os espaços públicos, nomeadamente os verdes. Estes servem de “pulmão” da re-gião, local de descanso e uma fonte de atractividade para turistas.

Beja assume que quer criar um cluster aeronáutico. O aeroporto abriu portas, conseguiu atrair um operador logístico e já se realizaram alguns voos de transporte de passa-geiros. Agora há que continuar a tra-balhar.

E, com base no exemplo dado pela cidade de Rzeszów, na Polónia, foi possível saber alguns dos passos a dar. Para conseguir alcançar o ob-jectivo estabelecido é necessário uma maior interligação entre a in-fra-estrutura, a universidade e os privados (indústria).

Para se distinguir uma região tem de investir e diferenciar-se em áreas chave. Ultrapassar as barreiras existentes e aprender com os melhores.

AERONÁUTICA E AVIAÇÃO Tal como Rzeszów, na Polónia, Beja quer ser reconhecida pelo cluster da aeronáutica. O seu aeroporto foi construído com fundos comunitários e foram necessários quinze anos para alcançar o impacto que o sector tem hoje na indústria. Algo que pode e deve ser replicado noutras regiões. Adicionalmente no planeamento do aeroporto polaco constou, desde o início, a componente de serviços à indústria aeronáutica. As infra- -estruturas necessárias foram criadas de raiz. Ou seja, não foi desenhado apenas o terminal de passageiros. A parte do transporte de carga, da manutenção das aeronaves… já constava do projecto inicial. O que facilitou a entrada das empresas do sector. O planeamento prévio provou ser benéfico. Não só ao nível da organização dos serviços como na poupança de tempo e de dinheiro. Por outro lado o exemplo polaco também alertou para a importância da forte relação entre as entidades de investigação e desenvolvimento, as universidades e as empresas do sector. Todos os intervenientes deverão agir em conformidade, de forma a beneficiar a região.

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AGRICULTURA E AGRO-INDÚSTRIAS Apesar de o sector estar a ganhar novo fôlego ainda há algumas questões a resolver. Foi essa a conclusão das round tables sobre o tema. Sendo que a primeira dificuldade reside no acesso ao conhecimento. Embora haja muita informação técnica disponível esta terá de ser descodificada e simplificada de forma a ser acessível aos agricultores. Tão ou mais importante é a necessidade de ter um certificado referente aos produtos alentejanos. Este, aliado aos nichos de mercado que estão a surgir poderá ser um motor de crescimento para a região. O que poderá ser mais facilmente conseguido se houver uma maior proximidade entre a investigação e o local de produção. Por outras palavras, o facto de uma experiência que ter sucesso na Irlanda não significa que o mesmo vá acontecer no Alentejo. Mas, partindo do princípio que esse trabalho já foi feito e que é possível avançar-se para a internacionalização, coloca-se a questão da comercialização. Para responder às necessidades dos mercados externos é necessário organizar a concentrar a produção.

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TURISMO Sector em crescimento é necessário efectuar estudos de benchmarking entre vários mercados/países/regiões. Só desta forma será possível partilhar informações e aprender com os melhores. Por outro lado há que estar atento às mudanças no mercado e ao surgimento de novas formas de turismo e de novos perfis de turistas. O conhecimento existe. Há que utilizá-lo para elaborar estratégias e implementar projectos. Num mundo em constante mutação as agências de viagens adquirem um papel novo, mas nem por isso menos importante. O seu conhecimento sobre as regiões e os turistas revela-se essencial aquando da comunicação e elaboração de estratégias. Sobre a comunicação, ainda mais imprescindível num mundo em que a concorrência é global, as regiões têm de perceber quais os seus pontos fortes/diferenciadores e comunicá-los. Criar reconhecimento, não só junto do público final como nos intervenientes do sector e nos órgãos de comunicação social.

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ENERGIA E BIOENERGIA O sector que começa a ser relevante, principalmente em momentos de crise, exige, no entanto, planeamento. Não só a nível municipal como nacional. Há que definir quais as áreas de interesse e onde/quais os projectos a serem implementados. Sendo que o planeamento é a verdadeira ferramenta para a implementação da eficiência energética. Que é um tema cada vez mais importante para as empresas e os cidadãos. Com os custos da energia a aumentar cabe a cada um adoptar comportamentos que permitam uma mais eficiente utilização. Os municípios têm de reduzir os seus custos, o que poderá ser alcançado através da monitorização e de uma melhor utilização dos equipamentos. Em relação às novas formas de criação de energias, como os painéis fotovoltaicos a round table considera que é necessário avaliação dos custos. Isto porque há oportunidades e soluções onde o retorno justifica o investimento feito.

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SUSTENTABILIDADE, AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA URBANA Uma cidade só poderá ser considerada um motor de crescimento da região onde esta inserida se tiver pessoas. E se oferecer uma boa qualidade de vida. Esta foi a conclusão a que chegaram os membros que estiveram a debater o tema nas round tables. É necessário investir na sustentabilidade das cidades. E isto passa por muito mais do que simplesmente “injectar” dinheiro num ou noutro programa. Estes têm de ser adaptados à realidade de cada cidade, combatendo problemas específicos. E, numa altura em que surgem novas formas de mobilidade, em que a população ganha nova consciência, as cidades têm de ser capaz de dar resposta. Quer seja através de uma mais eficiente rede de transportes públicos ou através da criação de condições à utilização de meios alternativos, como sendo a bicicleta ou os veículos eléctricos. Estas iniciativas terão impacto directo em algo básico como a qualidade do ar. E que deverá ser acompanhado por um correcto ordenamento do território, por uma eficiente gestão dos resíduos e do fluxo de água.

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OpiniãoMaria da Graça Carvalho

Membro do Parlamento Europeu

A posição única do AlentejoAs regiões emergentes têm um pa-pel essencial no preparar a Europa para os desafios do século XXI. Es-tes vão desde saber diferenciar-se numa economia em constante mu-dança, enfrentar a competição dos mercados internacionais ao aque-cimento global e as consequências de ter uma população cada vez mais envelhecida.

O timing deste congresso é espe-cialmente interessante dado que es-tamos a finalizar a preparação da nova geração dos programas da União Europeia, que estarão em vi-gor entre 2014-2020. Entre eles destaca-se o Horizon 2020, voca-cionado para a investigação e des-envolvimento, com um orçamento de 70 mil milhões de euros. Realço também o Quadro Estratégico Eu-ropeu, que inclui cinco fundos: coe-são, desenvolvimento regional, fun-do social europeu, agricultura e pes-cas. Sendo que, só para Portugal fo-ram alocados 27 mil milhões de eu-ros, que serão geridos pelas autori-dades nacionais e regionais.

Ainda em relação às verbas que serão disponibilizadas a Portugal, o Alentejo CCDR está, actualmente, a proceder ao planeamento de como investir esses fundos, de acordo com as prioridades regionais. As conclu-sões deste congresso serão um im-put precioso para o processo de de-cisão dessas mesmas prioridades.

O Alentejo está numa posição única. Tem uma grande riqueza de recursos naturais e um dos melho-res conjuntos de activos da Europa, onde se incluem o Aeroporto de Beja, o Porto de Sines e a Barragem do Alqueva. A que se juntam insti-tuições de ensino de elevada quali-dade, com o Instituto Politécnico de Beja a fazer parte de um pólo de ex-celência regional.

Mas nem tudo são pontos posi-tivos. A infra-estrutura rodoviária alentejana ainda necessita de ser melhorada.

Ao determinar as prioridades que beneficiarão dos fundos

comunitários é essencial que estas sejam estabelecidas de acordo com o objectivo de estimular o cresci-mento económico e de promover o emprego. Os tópicos abordados no congresso – aeronáutica e aviação; agricultura e agro-indústrias; turis-mo e as novas ruralidades; energia e bioenergia; sustentabilidade, am-biente e qualidade de vida urbana – são os apropriados para promover o crescimento na região, atenuar o desemprego e criar novos postos de trabalho.

Apesar de factores como a infra--estrutura, os recursos naturais, a qualidade do ensino e os fundos eu-ropeus serem importantes no futu-ro da região, por si só não são sufi-cientes para assegurar o seu cresci-mento económico. Houve alturas em que Beja teve todo um conjun-to de factores positivos e os resulta-dos obtidos não foram os desejados.

Para tal é necessário assegurar as condições macroeconómicas favo-ráveis, menos burocracia e uma maior aposta na inovação. Se con-seguirmos juntar todos estes dife-rentes aspectos num “pacote” har-monioso creio que conseguiremos fazer crescer a economia e baixar o desemprego.

Mas, para conseguir isto, é essen-cial prosseguir com o processo de reformas estruturais. E que estas não sejam encaradas apenas como exercícios de poupança. Todas as re-formas estruturais podem e devem ser orientadas como forma de atin-gir e proporcionar as condições para um crescimento e prosperidade fu-turo.

Em conclusão, os municípios e a região de Beja só conseguirão res-ponder aos desafios de hoje se con-seguirem explorar aos seus recur-sos naturais, as infra-estruturas dis-poníveis, o capital humano e a rede de ensino existente no Alentejo. Condições que serão alavancadas pela correcta aplicação dos fundos disponibilizados pelo próximo or-çamento da União Europeia.

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18/09/2013 17:58h Utilizador: nádia pessoaPublicação: JNG - Suplemento Conferência Beja Secção: SUPLEMENTO COMERCIALPágina: Página_XII Edição: Lisboa

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