TCC gestao em saude
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“Algumas pessoas somente sabe a grande importância da saúde perdendo ela.”
Kleiton Lucas
RESUMO
A pesquisa visa identificar quais os riscos ocupacionais a que estão expostos os
trabalhadores da área da saúde. Neste sentido, foi avaliado para saber até que ponto os
trabalhadores da área de saúde, identificam os agentes propiciadores de riscos
ocupacionais no ambiente hospitalar, analisados a relação de trabalho hospitalar com os
riscos ocupacionais na qual está submetido e identificado a importância do controle e da
prevenção de infecção entre profissionais da área da saúde. A pesquisa foi de cunho
bibliográfico retrospectiva de natureza exploratória realizada por levantamento de dados
de literatura, interpretação de livro e de artigos referentes às problemáticas propostas,
onde o critério de seleção foi de estudos sobre o tema trabalho hospitalar, cujo enfoque
fosse sobre o campo da saúde do trabalhador. Foram revisadas as produções científicas
localizadas nas áreas da saúde pública, saúde coletiva, medicina social, ergonomia e
meio ambiente que contemplassem o conteúdo intervenção em espaços de atenção para
o trabalho em saúde e em hospital. Identificamos que os profissionais de saúde
enfrentam vários riscos nos seus estabelecimentos de trabalho e muitos desses riscos são
ignorados e pouco é feito para que não se repitam. E por fim recomendamos que as
práticas em serviços de saúde do trabalhador requerem formulações e prescrições com
interdisciplinaridade, metodologias de investigação e métodos de intervenção com
projeto e planejamento integrados.
Palavras-Chave: trabalhadores da área de saúde, riscos ocupacionais, ambiente
hospitalar.
ABSTRACT
The research aims to identify occupational hazards to which workers are
exposed health care. In this sense, was evaluated to determine the extent to which health
care workers, officials identify enablers of occupational hazards in hospitals, analyzed
the relationship of hospital work with occupational hazards to which it is submitted and
identified the importance of control and prevention of infection among health
professionals. The bibliographical research was an exploratory retrospective survey
conducted by the literature data, the interpretation of books and articles concerning the
issues proposed, where the selection criterion was the subject of studies of hospital
work, whose focus was on the field of worker's health. We reviewed the scientific
production in localized areas of public health, public health, social medicine,
ergonomics and environmental content to contemplate intervention in areas of attention
for work in health and hospital. We identified that health professionals face many risks
in their establishments and work many of these risks are ignored and little is done so as
not to repeat. Finally we recommend that the practices in occupational health services
and prescriptions require formulations with interdisciplinary, research methodologies
and methods of intervention with integrated design and planning.
Keywords: health care workers, occupational risks, the hospital environment.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional e Vigilância em Saúde
BIREME – Biblioteca Regional de Medicina
CEREST - Centro de Referencia de Saúde do Trabalhador
CLT – Consolidação da Lei Trabalhista
EEAN – Escola de Enfermagem Anna Nery
ENSP – Escola Nacional de Saúde Pública
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FENF – Faculdade de Enfermagem Federal
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
HB – Hepatite B
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMS – Instituto de Medicina Social
LER – Lesão por Esforço Repetitivo
LILACS - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde
MS - Ministério da Saúde
NR – Norma Regulamentadora
OIT – Organização Internacional do Trabalho
SUS – Sistema Único de Saúde
UEA – Universidade do Estado do Amazonas
UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
SCIELO – Scientific Electronic Library Online
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................12
1.1. FORMULÇÃO DO PROBLEMA......................................................................................14
1.2. HIPÓTESE.........................................................................................................................14
2. OBJETIVOS..........................................................................................................................15
2.1. Objetivo Geral................................................................................................................15
2.2. Objetivos Específicos......................................................................................................15
3. METODOLOGIA..................................................................................................................16
3.1. Tipo de Estudo...............................................................................................................16
3.2. Universo Bibliográfico...................................................................................................16
3.3. Instrumentos, Procedimentos de Coleta dos Dados........................................................17
4. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................18
4.1. Breve Histórico da Atenção à Saúde do Trabalhador.....................................................18
4.2. A Saúde do Trabalhador no Brasil...................................................................................19
4.3. Saúde dos Trabalhadores Hospitalares............................................................................20
4.4. Epidemiologia.................................................................................................................20
4.5. Fatores de Risco a Saúde.................................................................................................22
4.5.1. Riscos Biológicos....................................................................................................23
4.5.2. Riscos Físicos...........................................................................................................24
4.5.3. Químicos..................................................................................................................24
4.5.4. Psicossociais.............................................................................................................25
4.5.5. Ergonômicos............................................................................................................25
5. O TRABALHO HOSPITALAR.............................................................................................25
5.1. Exposição aos Riscos do Trabalhador Hospitalar............................................................28
6. DISCUSSÃO......................................................................................................................30
7. CONCLUSÃO.......................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................34
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho buscamos desenvolver uma análise que levasse a compreensão da
dinâmica da relação trabalho/saúde dos trabalhadores da área da saúde hospitalar,
revelando aspectos dessa relação e dando uma maior visibilidade à problemática da
relação saúde/trabalho através de um estudo de viés qualitativo, procurando estar à
escuta da dinâmica que aí se estabelece, entendendo como o trabalho no ambiente
hospitalar contribui para a produção de adoecimento nos que lá trabalham e ainda
identificando como se defendem da nocividade do ambiente de trabalho e convivem
com esta situação.
O estudo desta temática, integrado de pesquisa, revelou a problemática das
condições precárias de trabalho no que diz respeito aos seus efeitos sobre o quadro de
saúde/doença dos trabalhadores da área hospitalar e o ambiente de risco no qual estes
trabalhadores estão inseridos.
O trabalho teve como objetivo geral identificar quais os principais riscos
ocupacionais aos quais estão expostos os trabalhadores da área de saúde no ambiente
hospitalar. Tendo como objetivos específicos avaliar até que ponto os trabalhadores da
área de saúde identificam os agentes propiciadores de riscos ocupacionais no ambiente
hospitalar; analisar a relação de trabalho hospitalar com os riscos ocupacionais na qual
estão submetidos e identificar a importância do controle e da prevenção de infecção
entre profissionais da área da saúde.
Para o desenvolvimento deste trabalho lançamos mão de uma pesquisa
bibliográfica retrospectiva de natureza exploratória realizada por levantamento de dados
de literatura, interpretação de livro e de artigos referentes às problemáticas propostas.
Ressaltamos que esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros,
revistas, jornais, teses dissertações e anais de eventos científicos.
O trabalho depois de finalizado ficou dividido em Objetivo Geral e Específico,
os questionamentos através da Problematização e a Hipótese onde colocamos que,
embora o profissional de saúde promova o cuidado ao indivíduo doente, pouco sabe a
respeito de cuidar de sua própria saúde profissional, pois a preocupação destes
trabalhadores com sua saúde são genérica, na relação saúde/trabalho/doença. O
Referencial Teórico ficou estruturado em um Breve Histórico da Atenção à Saúde do
Trabalhador; a Saúde do Trabalhador no Brasil; Saúde dos Trabalhadores Hospitalares;
Epidemiologia; Fatores de risco a saúde com os tópicos de Riscos biológicos, Físicos,
Químicos, Psicossociais, Ergonômicos. O item Trabalhador Hospitalar mostra que
dentro dos espaços de intervenção e atenção à saúde do trabalhador eles executam
atribuições, normas e rotinas prescritas durante a formação profissional e agem em
conformidade com as diretrizes, protocolos institucionais, lei do exercício profissional e
construtos profissionais aprendidos. Dentro deste contexto foi escrito um tópico
constando a Exposição aos Riscos do Trabalhador Hospitalar. As Diretrizes
Metodológicas vieram dizer o tipo de estudo, o universo bibliográfico, instrumentos e
procedimentos de coleta dos dados. Para finalizar apresentamos Discussão e as
Considerações Finais.
1.1. FORMULÇÃO DO PROBLEMA
Ao realizar visita em uma unidade hospitalar para cumprimento das atividades
do curso de especialização, pudemos perceber que os trabalhadores das unidades
hospitalares estão vulneráveis a diversos fatores que podem comprometer seu estado de
saúde ou até mesmo suas vidas. Partindo dessa problemática que despertou-nos o
interesse sobre o assunto e que surgiram as seguintes indagações:
Até que ponto os trabalhadores da área de saúde, identificam os agentes
propiciadores de riscos ocupacionais no ambiente hospitalar?
Qual a relação de trabalho hospitalar com os riscos ocupacionais na qual estão
submetidos?
Qual a importância do controle e da prevenção de infecção entre profissionais da
área da saúde?
1.2. HIPÓTESE
Os riscos ocupacionais prevalentes nos prontos socorros, são identificados e
preveníveis pelos trabalhadores do nosocômio, contudo, nossa hipótese levam-nos a
crer que, embora o profissional de saúde promova o cuidado ao indivíduo doente, pouco
sabe a respeito de cuidar de sua própria saúde profissional, pois a preocupação destes
trabalhadores com sua saúde é genérica, na relação saúde - trabalho - doença.
É importante aprofundar o estudo desta problemática, pois se espera que esse
trabalho possa conscientizar e estimular os gestores e os profissionais da rede hospitalar
quanto a adoção de uma postura preventiva quanto à saúde do trabalhador, ampliar a
discussão sobre qualidade de vida no âmbito institucional e comunitário e formar
cidadão mais conscientes de seu papel e seu valor no seu local de trabalho e para a
sociedade.
15
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
- Identificar quais os principais riscos ocupacionais aos quais estão expostos os
trabalhadores da área de saúde no ambiente hospitalar.
2.2. Objetivos Específicos- Avaliar até que ponto os trabalhadores da área de saúde, identificam os agentes
propiciadores de riscos ocupacionais no ambiente hospitalar;
- Analisar a relação de trabalho hospitalar com os riscos ocupacionais na qual
estão submetidos;
- Identificar a importância do controle e da prevenção de infecção entre
profissionais da área da saúde.
16
3. METODOLOGIA
3.1. Tipo de EstudoTrata-se de uma pesquisa bibliográfica retrospectiva de natureza exploratória
realizada por levantamento de dados de literatura, interpretação de livro e de artigos
referentes às problemáticas propostas.
Consoante Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material
já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso,
como livros, revistas, jornais, teses dissertações e anais de eventos científicos. Este tipo
de pesquisa propicia um estudo de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando
a conclusões inovadoras (LAKATOS E MARCONI, 2001).
Gil (2010) relata que as pesquisas exploratórias têm como propósito
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito
ou a construir hipóteses.
A pesquisa exploratória como salienta Gil (2010) é usada pelo pesquisador
quando o mesmo não tem total domínio sobre o tema ou situação a ser pesquisada,
tornando-se muito útil nas etapas iniciais do projeto dispondo ao pesquisador uma maior
familiaridade e interação com o problema em estudo.
De acordo com Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa exploratória trata de
investigações de pesquisa empíricas que tenham o objetivo de formular questões ou um
problema com a finalidade de desenvolver hipóteses, elevar a familiaridade do
pesquisador com o ambiente a ser estudado ou até mesmo modificar e esclarecer
conceitos estudados.
Minayo (2007) relata também que a pesquisa exploratória tem como finalidade
aprofundar o conhecimento do pesquisador sobre o assunto estudado. Pode ser usada,
para facilitar a elaboração de um questionário ou para servir de base a uma futura
pesquisa, ajudando a formular hipóteses, ou na formulação mais precisa dos problemas
de pesquisa.
3.2. Universo BibliográficoO estudo utilizou livros, artigos científicos da biblioteca da Universidade do
Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Utilizaremos ainda, os periódicos da CAPES, e por meio de pesquisas eletrônicas
17
utilizando as palavras chaves trabalho hospitalar, saúde do trabalhador, saúde
ocupacional, acidente de trabalho.
Nesse escopo estão: artigos; livros; anais de eventos científicos; dissertações de
mestrado; teses de doutorado; relatórios técnicos; manuais e produção científica on-line;
em busca dos estudos originais nas bases de dados dos sites científicos de acesso livre
do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde
(BIREME) - (LILACS, MEDLINE, COCHRANE, SCIELO); via acesso Google
acadêmico e bibliotecas virtuais (ENSP, BIREME).
Foram também pesquisadas as produções das seguintes bibliotecas universitárias
públicas: Faculdade de Enfermagem (FENF) e Instituto de Medicina Social (IMS),
ambas da UERJ; Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (EEAN/UFRJ); e do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia
Humana da ENSP/FIOCRUZ. As três instituições possuem linhas de pesquisa em saúde
do trabalhador, fornecendo assim conteúdos pontuais.
3.3. Instrumentos, Procedimentos de Coleta dos DadosA pesquisa se desenvolveu com caráter de busca e compreensão dos fenômenos
sociais relacionados à prática do trabalho em saúde, bem como das interfaces que se
sobrepõem ao cotidiano e modos de olhar e observar os serviços de atenção à saúde do
trabalhador. A fase exploratória representa o esforço de apreender as dimensões do
fenômeno estudado.
O critério de seleção foi de estudos sobre o tema trabalho hospitalar, cujo
enfoque fosse sobre o campo da saúde do trabalhador. Foram revisadas as produções
científicas localizadas nas áreas da saúde pública, saúde coletiva, medicina social,
ergonomia e meio ambiente que contemplassem o conteúdo intervenção em espaços de
atenção para o trabalho em saúde e em hospital.
Os conteúdos teóricos foram organizados a partir do referencial teórico e
mapeamento sistemático das produções científicas. Eles são apresentados pelos
seguintes tópicos: conceitos, histórico da atenção a saúde do trabalhador, a saúde do
trabalhador no Brasil, dos trabalhadores hospitalares, epidemiologia e os riscos
hospitalares.
18
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1. Breve Histórico da Atenção à Saúde do Trabalhador.Para que consigamos entender a estrutura do trabalho de saúde hospitalar e
chegarmos especificamente às condições de trabalho e riscos que daí advém, precisamos
fundamentar historicamente a condição deste trabalho na sociedade capitalista.
De acordo com Foucault (1982), com o desenvolvimento do capitalismo em fins
do século XVIII e início do século XIX, ocorre à socialização do corpo enquanto força
de produção, sendo investido política e socialmente como força de trabalho.
Num primeiro momento, não foi o corpo como força de produção que foi
atingido pelo poder médico na evolução da medicina social. "Foi somente em último
lugar, na segunda metade do século XIX, que se colocou o problema do corpo, da saúde
e do nível da força produtiva dos indivíduos" (Foucault, 1982, p.80).
Entretanto, a preocupação com o estado de saúde da população em um clima
político, econômico e científico é comum em todas as nações do mundo europeu desde
o final do século XVI e começo do século XVII, no período dominado pelo
mercantilismo.
Ramazzini (1985), foi um médico italiano que se dedicou a descrever doenças
ocupacionais, relatou que movimentos violentos e irregulares, bem como posturas
inadequadas durante o trabalho provocavam sérios danos à máquina vital. É a partir do
século XVII, com Ramazzini, que surgem as questões relativas à temática saúde e
trabalho, ele escreve um tratado sobre as doenças dos operários, revelando um primeiro
olhar sobre essa questão, onde apontam que certas atividades ocupacionais exigem das
pessoas posturas, esforços físicos e mentais que podem produzir doenças.
Lacaz (1997) aponta que a partir do século passado, na Saúde Pública-Medicina
(Preventiva) Social, surge à preocupação de lidar com o impacto do advento do
capitalismo e da Revolução Industrial sobre a saúde das populações urbanas. Passa a
ser, então, função do Estado moderno proteger e promover a saúde e o bem-estar dos
cidadãos, representando a consubstanciação de uma série de considerações políticas,
econômicas, sociais e éticas.
Segundo Silva (1998), a situação entre o trabalho e a saúde/doença – constatada
desde a antiguidade e exacerbada a partir da Revolução Industrial – nem sempre se
19
constituiu em foco de atenção. Afinal, no trabalho escravo ou no regime servil, inexistia
a preocupação em preservar a saúde dos que eram submetidos ao trabalho.
Entende-se por trabalho uma atividade coordenada, de caráter físico e/ou
intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento
(FERREIRA, 2001). “É a aplicação das atividades físicas e intelectuais; serviço,
esforço...” (ROCHA & PIRES, 2000).
“Doença, é a falta de saúde, moléstia ou enfermidade” (ROCHA & PIRES,
2000). Historicamente, foi entendida e interpretada de várias maneiras, com o passar
dos anos e diante da multiplicidade de diferenças culturais.
Lima (2003) salienta que a Saúde do Trabalhador é definida como “um conjunto
de atividades que se destina a prevenir e proteger o trabalhador dos riscos de doenças
próprias de ambientes de trabalho, bem como recuperar sua saúde quando submetida a
qualquer agravo ocasionado pelo trabalho, mediante o estabelecimento de normas de
saúde e segurança”.
4.2. A Saúde do Trabalhador no Brasil.No que se refere à saúde, a Constituição Federal Brasileira de 1988, expressa no
seu artigo 196, que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).
Apesar das mudanças estabelecidas na legislação trabalhista, referentes à
obrigatoriedade de equipes técnicas multidisciplinares nos locais de trabalho, a
avaliação quantitativa de riscos ambientais e adoção de "limites de tolerância", entre
outras, "foram mantidas na legislação previdenciária/acidentária as características
básicas de uma prática medicalizada, de cunho individual, e voltada exclusivamente
para os trabalhadores engajados no setor formal de trabalho" (MENDES & DIAS,1991).
Segundo Mendes e Dias (1991) a saúde ocupacional não atingiu os objetivos
propostos porque manteve o mesmo referencial da medicina do trabalho firmado no
mecanicismo; ainda relatam que a saúde do trabalhador, no pensamento clássico da
medicina ocupacional, era entendida como relacionada apenas ao ambiente físico, na
medida em que o trabalhador está em contato com agentes químicos, físicos e
biológicos que lhe causem acidentes e enfermidades. Ganhou novo enfoque, a partir da
20
década de 80, no contexto da transição democrática, e em sintonia com o que ocorreu no
mundo ocidental. Esse novo enfoque expressou-se nas discussões da VIII Conferência
Nacional de Saúde, na realização da I Conferência Nacional de Saúde dos
Trabalhadores, e foi decisivo para a mudança estabelecida na nova Constituição Federal
de 1988.
4.3. Saúde dos Trabalhadores HospitalaresA preocupação com a questão da saúde dos trabalhadores hospitalares no Brasil
iniciou-se na década de 70, quando pesquisadores da Universidade de São Paulo
enfocaram a saúde ocupacional em trabalhadores hospitalares.
Gomes (1974), estudando a saúde ocupacional em hospital, citou que em 1971
ocorreram 4.468 acidentes do trabalho em estabelecimentos hospitalares brasileiros.
Franco (1981) estudou 26 grupos ocupacionais de trabalhadores hospitalares no
ano de 1977 captando queixas e doenças relacionadas com o processo de trabalho, tais
como: doenças infecto-contagiosas, lombalgias, doenças alérgicas, fadigas e acidentes
do trabalho.
De acordo com Silva (1998) as instituições de saúde apresentam diversos
ambientes considerados insalubres, dependendo do tempo de exposição, atuam como
efeitos deletérios que irão comprometer o estado de higidez dos trabalhadores que
convivem no mesmo espaço. Visto que neste mesmo ambiente, podemos encontrar
pessoas com vários tipos de patologias, principalmente as infectocontagiosas, que são
de fácil disseminação em um curto espaço de tempo. Isso se torna um fator agravante
para saúde dos trabalhadores quando uma instituição de saúde não dispõe de condições
laborais satisfatórias e quando não atua com uma política séria de prevenção de doenças
relacionadas ao trabalho.
A saúde do trabalhador traz a particularidade de ser uma área que institui
práticas potencialmente transformadoras, que perseguem a integralidade da atenção à
saúde buscando a superação da dicotomia existente entre assistência individual e
coletiva, entre a vigilância epidemiológica e a vigilância sanitária, entre ações
preventivas e curativas.
4.4. EpidemiologiaOs acidentes do trabalho constituem um problema de saúde pública no Brasil
(CEREST, 2010), por isso a segurança e saúde do trabalhador são fatores preocupantes
21
aos governantes, empregadores, trabalhadores e respectivas famílias em todo o mundo
(OIT, 2008).
O Ministério da Saúde define trabalhadores como pessoas de ambos os sexos
que exercem atividades laborais para seu próprio sustento e/ou dos seus dependentes,
seja ele no setor formal ou informal da economia. Aqui estão incluídos indivíduos que
trabalham ou que trabalharam como empregados assalariados, trabalhadores
domésticos, avulsos, rurais, autônomos, temporários, servidores públicos, trabalhadores
de cooperativas e empregadores, particularmente os proprietários de micro e pequenas
unidades de produção e serviços, entre outros (BRASIL, 2004).
Já o Instituto Brasileiro de Geologia e Estatística (IBGE) define como acidente
de trabalho aquele que ocorre durante o serviço, ou no trajeto entre a residência e o local
de trabalho, podendo causar seqüelas permanentes ou temporárias, ou resultando em
morte da vítima, incluindo as doenças ocupacionais (IBGE, 2012).
Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (2008) estimava- se
que por ano ocorrem 270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo e 160
milhões de doenças profissionais tendo custos econômicos que ultrapassam os 4% do
PIB mundial, para além do imenso sofrimento pessoal e familiar que está subjacente a
esta realidade. O número de mortos ultrapassa os dois milhões todos os anos.
O profissional de saúde promove cuidados aos indivíduos doentes, porém, pouco
sabe a respeito de cuidar da sua própria saúde profissional. Pesquisas realizadas em um
hospital de Ribeirão Preto apontam que das 92 pessoas que trabalhavam em uma rede
hospitalar apenas 26% estavam consciente do que são segurança e medicina do trabalho.
(OLIVEIRA, MUROFUSE, 2001).
De acordo com o levantamento realizado em um hospital Público de Brasília,
dos acidentes de trabalhos e sobrecarga de trabalho, foi constatado que os trabalhadores
sofreram 76 acidentes de trabalho, dentre quais, 83,95% foram causados por materiais
perfuro cortantes, 8,64% por quedas, 6,17% por exposições a fluidos biológicos e
1,24% por contusões. A diversidade e simultaneidade de cargas de trabalho
contribuíram para a ocorrência desses acidentes (RIBEIRO E SHIMIZU, 2007).
Os acidentes com agulhas envolvendo o pessoal da higienização e limpeza são
bastante significativos, chegando a 24% dos casos relacionados em oito anos, sendo que
em alguns anos alcançou 35%. Em uma jornada de doze horas, mostra os acidentes de
22
trabalho ocorrido após seis a oito horas de trabalho, com afastamentos acima de treze
dias, com lesões nos pés, tendo como causa piso (SANTOS JR, 2004).
4.5. Fatores de Risco a SaúdeOs profissionais de saúde enfrentam vários riscos nos seus estabelecimentos de
trabalho e muitos desses riscos são ignorados e pouco é feito para que não se repitam,
pois, esses profissionais muitas vezes trabalham sem a utilização de equipamentos de
proteção individual (EPI). Entre eles encontram-se os riscos biológicos, físicos,
químicos, psicossociais e ergonômicos. A convivência com tais perigos predispõe os
trabalhadores a se tornarem enfermos e a sofrerem acidentes de trabalho, quando não
adotadas medidas de segurança.
O Ministério do Trabalho entende por serviços de saúde, de acordo com as
Normas Regulamentadoras 32, “qualquer edificação destinada à prestação de assistência
à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa
e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade”.
No Brasil, a legislação sobre Saúde e Segurança do Trabalho é descrita através
da Norma Regulamentadora contida na Portaria n 3214 de 08/06/78 (BRASIL, 2007).
Risco ocupacional é toda situação encontrada no ambiente de trabalho, que
representa perigo a integridade física e/ou mental dos trabalhadores (Vieira, 1996).
A Norma Regulamentadora (NR) 5, elaborada e divulgada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, estabelecem que estes riscos constituem-se em todas as situações
que podem trazer ou ocasionar danos a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho,
podendo trazer consequências em curto, médio e longo prazo, ou seja, provocar vários
tipos de sequelas, desde as imediatas, denominadas agudas, até as tardias chamadas
crônicas (BRASIL, 2007).
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (1985), os riscos a que
estão expostos os trabalhadores de serviços médicos e de saúde são: físicos, químicos, a
doenças transmissíveis, acidentes e lesões, riscos ergonômicos e de manipulação manual
e psicossociais.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), classifica os fatores de riscos para a
saúde e segurança dos trabalhadores relacionados com o trabalho, em cinco grandes
grupos, Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e Psicossociais, Mecânicos e
Acidentes.
23
Os riscos ficam melhores compreendidos quando são acrescentados alguns
vocábulos que produzem especificamente a natureza do risco, exemplificando os
choques elétricos (risco físico) risco de incêndio (químico), risco de queda (mecânico)
risco de contaminação pela hepatite B e HIV (riscos biológicos) (ANVISA).
Segundo a Agência Nacional de Vigilância, os acidentes nos ambientes
hospitalares é fato. Os principais envolvidos são os profissionais da área da saúde, além
do que não podemos descartar a ocorrência desses acidentes com pacientes, visitantes,
instalações e equipamentos. Muitos acidentes acarretam vários tipos de prejuízos, sendo
que destes, alguns dão origem a ações legais movidas entre os envolvidos. Essa situação
tem ocorrido e sido registrada, com frequência, em países desenvolvidos (ANVISA).
É de suma importância que os gestores, constantemente, possam reforçar aos
seus trabalhadores quanto às regras e regulamentos de seguranças, estarem atento a
identificar práticas e condições inseguras no ambiente de trabalho, mediante atitudes
apropriadas que busquem corrigir as irregularidades, bem como, que busque
proporcionar condições adequadas de seguranças e aderir a prevenção de acidentes
como uma prática normal de suas atividades rotineiras (ANVISA).
4.5.1. Riscos BiológicosDamasceno (2006) chama atenção ao que se referem a risco biológico, os micro-
organismo como vírus, bactérias e fungos, estão amplamente distribuídos em uma
instituição de saúde, e a todo o momento sofrem variações proporcionais aos seus
contatos intensos e direto com os pacientes, principalmente quando há o envolvimento
de secreções, fluídos corpóreos, e sangue.
Conforme Guilarde et al. (2010) os profissionais da área da saúde vivem sob
risco de exposição à material biológico em seu ambiente de trabalho e uma das mais
temidas conseqüências é a transmissão de doenças infecciosas, podendo ser ocasionadas
com material biológico que inclui a exposição a sangue e/ou fluidos orgânicos no
ambiente de trabalho, bem como ferimentos perfurantes por agulha ou objetos cortantes
contaminados, exposição de mucosa ou contato com sangue e/ou outros fluidos e
secreções potencialmente contaminadas em lesões cutâneas prévias.
Brandão (2000) ressalta que tuberculose, vírus da imunodeficiência adquirida
(HIV) e hepatites virais, estão entre os principais agravos envolvendo agentes
etiológicos e acidentes de trabalho. Com relação às hepatites virais, classifica a hepatite
24
B como a doença profissional infectocontagiosa de excelência dos profissionais da
saúde.
Figueiredo (1992) afirma que o contato com microorganismos patológicos
oriundo de acidentes ocasionados pela manipulação de material perfuro cortante, ocorre,
com grande freqüência na execução do trabalho de enfermagem, sendo o maior risco
para os trabalhadores da área da saúde que ficam expostos a microorganismos
patogênicos, sendo a hepatite B a doença de maior incidência entre esses trabalhadores.
De acordo com MS (2000), em publicação no Manual de Condutas em
Exposição Ocupacional à Material Biológico: Hepatite e HIV, onde se afirma que o
risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,3% após exposição
percutânea e de 0,09% após exposição mucocutânea. A probabilidade de infecção pelo
vírus da hepatite B após exposição percutânea é significativamente maior do que a
probabilidade de infecção pelo HIV, podendo atingir até 40% em exposições onde o
paciente-fonte apresente sorologia HB e Ag positiva. Entretanto, para o vírus da hepatite
C, o risco médio é de 1.8%. Dependendo do teste utilizado para diagnóstico de hepatite
C, o risco pode variar de 1% a 10%.
4.5.2. Riscos FísicosBulhões (1998) corrobora com a ANVISA quando enfatiza o calor, ruídos,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes e pressões anormais, como os principais
agentes físicos encontrados no ambiente hospitalar. Embora os níveis de iluminação
sejam relacionados diretamente a problemas de saúde, sua análise é feita por estar
relacionada a todas as atividades de trabalho.
4.5.3. QuímicosOs riscos químicos referem-se ao manuseio de gases e vapores anestésicos,
antissépticos e esterilizantes, drogas citostáticas, entre outros. A exposição aos riscos
químicos está relacionada com a área de atuação do trabalhador, com o tipo de produto
químico e tempo de contato, além da concentração do produto. Isso pode ocasionar
sensibilização alérgica, aumento da atividade mutagênica e até esterilidade.
(MARZIALE e RODRIGUES, 2002).
25
4.5.4. PsicossociaisDe acordo com Marziale e Rodrigues (2002) os riscos psicossociais, referem-se
a sobrecarga emocional advinda do contato com o sofrimento de pacientes, com a dor e
a morte, o trabalho noturno, rodízios de turno, ritmo de trabalho, realização de tarefas
múltiplas, fragmentadas e repetitivas, o que pode levar à depressão, insônia, suicídio,
tabagismo, consumo de álcool e drogas e fadiga mental.
4.5.5. ErgonômicosAraújo (2004) afirma que a ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do ser
humano ao trabalho procurando adaptar as condições de trabalho às características
físicas e limitações individuais do ser humano. E afirma que as pessoas são diferentes
em altura, estruturas ósseas e musculares, algumas são mais fortes e com capacidade
diferenciada para suportar o stress físico e mental.
Para Jansen (1997) os fatores ergonômicos são aqueles que incidem na
adaptação entre o trabalho-trabalhador. São eles o desenho dos equipamentos, do posto
de trabalho, a maneira como o trabalho é desenvolvido, comunicação e o meio
ambiente.
O freqüente levantamento de peso para movimentação e transporte de pacientes
e equipamentos, a postura inadequada e flexões de coluna vertebral em atividades de
organização e assistência podem causar problemas à saúde do trabalhador, tais como
fraturas, lombalgias e varizes e estão relacionados a agentes ergonômicos (SILVA,
1998).
5. O TRABALHO HOSPITALAR
O hospital é uma organização social construída nas cidades, juntamente com as
transformações tecnológicas do mundo do trabalho. É uma organização com cenários de
negociações, trocas com conformações de diferentes representantes grupos humanos;
saiu do domínio da religiosidade para o da racionalidade científica e tem nas suas
relações resquícios de padrões de comportamentos e de disciplina.
O perfil epidemiológico, a construção de protocolos, normas e rotinas trazem ao
processo de trabalho uma organização prescrita da atividade, favorecendo a
26
identificação de responsabilidades e de hierarquias de funções. O investimento em
equipamentos, recursos humanos, a inserção e direitos dos usuários como cidadão, o
arcabouço legislativo em prol das intervenções e a regulação junto aos serviços são
gradativamente crescentes, sobretudo para o serviço do tipo hospitalar.
Machado e Correa (2000) relatam que as relações e interfaces entre a saúde, a
produção, os trabalhadores e a identificação analítica das especificidades do processo de
trabalho no setor de serviços de saúde e no hospital é sabidamente recente nas pesquisas
sobre o tema.
Consoante Merhy et Al (2006) o processo de trabalho hospitalar é definido como
sendo do tipo “complexo e múltiplo, pouco articulado, com diferenciação e hierarquia
entre os grupos profissionais envolvidos no processamento do trabalho e pelo discurso
médico-hospitalar dominante sobre as parte do corpo”.
Merhy et al. (2006) salientam ainda que o trabalho em saúde é constituído de
atos de cuidar nas esferas individual, coletiva e social, relacionando-se aos meios, aos
lugares e às coisas em que esteja inserido na busca da construção da categoria saúde.
Logo, o processo de trabalho hospitalar caracteriza-se por marcada interação
humana. As atividades e tarefas são desempenhadas pelo trabalho humano de forma
recíproca e interdependente, dando ampliada problematizarão para o caráter coletivo da
relação saúde e trabalho.
Os profissionais de saúde executam atribuições, normas e rotinas prescritas
durante a formação profissional e agem em conformidade com as diretrizes, protocolos
institucionais, lei do exercício profissional e construtos profissionais internalizados. O
conhecimento em saúde não é pela determinação da organização in loco, há um ente
superior a ela, que é a instituição e a categoria profissional a que se pertence.
Merhy (2005) afirma que aos trabalhadores das atividades indiretas do cuidado
são exigidos conhecimentos gerais aplicados os ambientes de trabalho, que podem ser
utilizados para as especificidades organizacionais hospitalares. Relata ainda que a
formação específica aos conhecimentos de saúde é recente para o conjunto de
trabalhadores que não lidam diretamente com o cuidado. Entretanto, Merhy (2005)
salienta que os trabalhadores das atividades diretas do cuidado desenvolvem seus atos
de cuidar e providenciam os instrumentos técnicos e científicos para seus processos
produtivos, integrando-os no agir humano e no ato produtivo com marcada importância
e destaque em função da autonomia e valoração profissional.
27
Machado et al. (2006) nos diz que a municipalização que se iniciou na década de
1990 e a integração dos hospitais universitários ao SUS favoreceram o
redirecionamento do financiamento do sistema de saúde brasileiro, permitindo
ampliação da rede de cuidados e de acesso a serviços especializados com o crescimento
da assistência hospitalar e das redes pública e privada em serviços de saúde para o
território nacional.
Segundo o MS (2007), postos e centros de saúde, clínicas, centros de assistência
à saúde, pronto socorros, unidades mistas, hospitais, complementação diagnóstica e
terapêutica, clínicas de reabilitação e laboratórios de análise clínica, formam um
conjunto de estabelecimentos de serviços de saúde, estão distribuídos de acordo com
uma dada localidade. Neles podemos identificar indicadores de saúde sobre a demanda
de pessoas que frequentam um determinado local de acordo com a especificidade do seu
problema de saúde.
Isto traz implicações não somente para as organizações, mas, sobretudo, para os
processos de trabalho e para as relações de vínculo e de gestão da produção. Ao
processo de trabalho acrescentaram-se novos profissionais, que não somente o médico e
a equipe de enfermagem. Tal fato trouxe novos conceitos e interação disciplinar para o
desenvolvimento das atividades relacionadas a este sistema. A recriação de estratégias
de espaços e papéis a serem desempenhados aumentou o acirramento das defesas das
hegemonias clássicas de poder, aguçada pelo surgimento de atividades profissionais
complementares aos processos clássicos do cuidado hospitalar.
As dificuldades em lidar com as assimetrias de conhecimentos assistenciais
tornaram-se mais presentes, por requerem coordenações de processos de trabalho em
uma dinâmica de necessária autonomia profissional mergulhada em fatores
interdependentes e interdisciplinares. O que é marcante hoje, tanto no trabalho em saúde
quanto nos hospitais, são os lócus precários de vinculação às instituições que, entre
outros fatores, gera baixo grau de responsabilização e de envolvimento - com frágil
construção de relações de trabalho.
Os modelos de cooperativas têm crescido muito nos últimos anos, criadas como
prestadoras de serviços a clinicas e hospitais. Justifica-se tal crescimento a redução do
número de contratações de trabalhadores como pessoas físicas pelos órgãos
governamentais (NETO, 2007).
28
A terceirização dos profissionais, visando reduzir os custos, e a compra de
atividades consideradas não-especializadas, com contratação de empresas que oferecem
mão-de-obra terceirizada dos seus trabalhadores, aparece nos setores dos serviços de
limpeza, lavanderia, copa/cozinha e segurança.
Este panorama dos serviços do tipo hospitalar no cenário brasileiro reflete parte
dos desafios a ser considerado na concepção dos espaços de intervenção e atenção à
saúde do trabalhador que visem a atendê-lo e que, sobretudo, tem a necessidade de
aprender a lidar com a coordenação diante de um trabalho autônomo e integrado das
relações de produção e de vida.
5.1. Exposição aos Riscos do Trabalhador HospitalarO exercício de atividades laborais consome boa parte da vida produtiva das
pessoas, no entanto, essa relação homem/trabalho pode se tornar nociva, diante da maior
probabilidade de ocorrência da exposição do trabalhador a fatores de risco em seu
processo de trabalho, ocasionando transformações na sua saúde física e mental,
conforme afirmação de Carrasco (1989) apud Morais (2009).
Nesse contexto, destacam-se alguns grupos com maior vulnerabilidade e de
elevado risco para a ocorrência de acidente e de doenças laborais. Segundo Cavalcante
et al. (2006) o grupo com maior risco corresponde ao dos profissionais de saúde,
principalmente aqueles que atuam em unidades hospitalares, por estarem em constante
contato com diversos fatores de riscos ocupacionais, expondo-se mais do que outros
grupos de trabalhadores.
Mendes (1995); Bulhões (1994); Alves (1988); Marziale & Rozestraten (1995);
Alexandre & Angerami (1995); Machado & Gomes (1995); Lopes et al.(1996); Lacaz
(1997); Siqueira et al.(1995); Robazzi et al. (1990) , destacam algumas funções e a
relação de causa e efeito no desenvolvimento das atividades laborais, considerando os
riscos que esses profissionais estão expostos:
Serviço de enfermagem: contato com substâncias, compostos ou
produtos químicos em geral, risco biológico permanente, esforço físico,
levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho
noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes
arranjo físico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos,
iluminação inadequada;
29
Auxiliares de limpeza: contato com substâncias, compostos ou produtos
químicos em geral, risco biológico permanente, esforço físico,
levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho
noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes
arranjo físico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos,
iluminação inadequada, contato com lixo hospitalar;
Auxiliares de lavanderia: contato com substâncias, compostos ou
produtos químicos em geral, risco biológico permanente, esforço físico,
levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho
noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes
arranjo físico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos,
iluminação inadequada;
Pessoal de cozinha e copa: exposição ao calor, trabalho noturno,
máquinas e equipamentos sem proteção, arranjo físico inadequado,
materiais inadequados ou defeituosos, probabilidade de incêndio ou
explosão;
Auxiliares de costura: postura inadequada, monotonia e repetitividade,
iluminação inadequada;
Auxiliar de farmácia e almoxarifado: levantamento de peso, postura
inadequada, arranjo físico inadequado;
Serviços de escritório (recepcionista, secretária, auxiliar de escritório,
digitador, office-boy, escriturário, etc.): iluminação deficiente, postura
inadequada, lesões por esforços repetitivos - L.E.R., monotonia e
repetitividade;
Técnicos de RX: exposição a radiação.
Visto que existe uma gama de fatores relacionados diretamente aos riscos
ocupacionais, percebe-se que a adoção de medidas preventivas é de grande importância
no sentido de inibir a ocorrência de acidentes no ambiente hospitalar. Entendemos como
profissionais de saúde hospitalar aqueles citados anteriormente. Há outros ainda que não
foram, como por exemplo os médicos, Gestores e afins, pois a realidade estudada não os
contempla.
30
6. DISCUSSÃO
Os processos de trabalho nas organizações de atenção ao trabalhador devem ser
os mais saudáveis possíveis, primando-se pela coerência da interlocução entre os seus
membros, pela integração interdisciplinar e pela prioridade para ações de promoção à
saúde do coletivo de trabalhadores.
Na área hospitalar, freqüentemente, explora-se o trabalhador que exerce suas
funções, muitas vezes em condições insalubres, com baixos salários e extensas jornadas.
Frisamos que a precarização do trabalho está ligada a uma precarização da saúde
como apontam Vieira e Araujo (2003). Nesse contexto a concepção de saúde, traduz um
campo de lutas no qual o sujeito constrói o seu destino, reagindo aos diversos
obstáculos com os quais é confrontado no cotidiano da vida e particularmente do
trabalho.
Há que se considerar os processos de trabalho como um conceito a ser priorizado
durante as observações, pois este é propiciador da detecção de elementos concretos da
realidade dos trabalhadores e dos modos de ser dos processos produtivos e da sua
determinação sobre a relação saúde-trabalho.
A organização do trabalho corrobora os estreitamentos dessas relações,
apontando passos para a proposição de práticas investigativas e de metodologias de
intervenção. Estas deverão ser capazes de reunir os aspectos históricos e sociais do
mundo do trabalho, propiciando crescimento e empreendimento por parte dos atores
envolvidos nos programas, núcleos, departamentos, divisões e serviços de atenção aos
trabalhadores.
O universo metodológico do campo deve transcender às categorias profissionais,
uma vez que a consolidação de uma equipe integrada permite a aplicação das avaliações
às situações e cenários de trabalho.
Um projeto único com a integralidade das ações de intervenção para o estudo da
relação saúde-trabalho propicia as informações de indicadores em saúde do trabalhador
com vistas à construção de diretivas de intervenções coletivas a serem aplicadas aos
cenários reais dos processos de trabalho.
Assim, podemos refletir que o trabalho produz valores e também os sujeitos que
produzem tais valores, ou seja, esse procedimento se desdobra na produção de
subjetividades, que por sua vez interferem e transformam o processo de trabalho
31
A manutenção dos conceitos, pressupostos e possibilidades metodológicas
flexíveis e estimuladoras que visem à integração da equipe promotora parece-nos ser o
modo de coordenar e de desenvolver atenção para o trabalhador.
No trabalho em saúde e para o cenário hospitalar, há que se considerar o
destaque para os aspectos das especificidades dos processos de trabalho. Isto requer
aprimoramentos e refinamentos que abarquem a complexidade e as dimensões humanas
deste trabalho. Esta característica pontual da organização produtiva hospitalar tem em si
mesma, a pressuposição de uma exigência metodológica que apreenda as dimensões
subjetivas e do trabalho negociado.
Desse modo, com o objetivo de investigar e de problematizar as questões da
relação saúde-trabalho hospitalar, o caminho metodológico irá requerer o
estabelecimento de discussões sobre o setor de serviços e de saúde. A observação do
instrumento metodológico pode vir ajudar a traduzir as verdades sobre as reais
condições de trabalho.
Construir o planejamento das ações em saúde do trabalhador a partir dos
diferentes níveis de aprofundamento metodológicos para o conhecimento, a
investigação e a intervenção concebem possíveis modos de se fazer atenção. Entretanto,
para o desenvolvimento de quaisquer modos de intervenção e atenção, há que se
considerar a previsão e provisão dos recursos que deveram ser disponibilizados para o
serviço, a baixa implementação dos recursos metodológicos do planejamento e do saber
da gestão em serviços de saúde tem gerado fragilidade estrutural e demonstrado o
mínimo alcance de êxito e de satisfação sobre a execução dos projetos de atenção em
saúde do trabalhador.
Deve-se ter a maturidade de reconhecer, por intermédio da avaliação continuada
do projeto coordenado de trabalho, se houve e se há a carência de objetivos, metas de
ações e de definições das atividades dos processos de trabalho.
Os modos a serem empregados na construção das ações durante as fases do
planejamento coletivo sobre o desenvolvimento do projeto de trabalho pode se dá por
meio do reconhecimento das áreas de atuação, identificando seus componentes e eixos
que irão compor o plano de ação. O diálogo com todos os espaços e interlocuções são
aspectos que deverão estar presentes e, quando não, deverão ser alcançados. Desse
modo, o planejamento deverá atender à observância dos desafios com estruturação de
objetivos, expressão dos resultados e vontades por metas e construir de ações passo-a
32
passo, seguido da qualificação e capacitação dos envolvidos no planejar, implementar e
avaliar.
Os objetivos estratégicos devem ser freqüentemente avaliados e reavaliados para
o favorecimento de construções de metas e de desafios seguidos das observações dos
cenários e as análises situacionais, estabelecimento da contínua identificação e
avaliação dos pontos fortes e assertivos, bem como dos pontos fracos e desafiadores.
Essa forma de entendimento e aplicação do planejamento - que pode ser
estratégico e situacional - permitirá a reorganização das atividades com o
estabelecimento de medidas adequadas à superação dos desafios identificados. Cabe
ressaltar que as ações em saúde do trabalhador são elementos constitutivos e integrantes
das atividades que compõem os processos de trabalho.
33
7. CONCLUSÃO
Conclui-se que os trabalhadores de saúde conhecem os riscos à sua saúde de
uma forma genérica. Na literatura pesquisada, percebe-se que o conhecimento
demonstrado é fruto da prática cotidiana e não oriundo da existência de um serviço de
saúde ocupacional. Esse conhecimento, entretanto, não se transforma numa ação segura
de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o que aponta para a necessidade de
uma atuação que venha a modificar essa situação.
O trabalhador que presta assistência em saúde, direta ou indiretamente, demonstra
preocupar-se muito com o cuidado do cliente e pouco com os riscos a que está exposto ao
prestar este cuidado. Entendendo que o trabalhador na área da saúde hospitalar fica exposto a
diversos riscos ambientais, físicos e mentais.
Dentro deste contexto percebe-se que esta temática representa um esforço de
compreensão deste processo - como e porque ocorre -. Cabe, aos gestores de saúde,
providências no sentido de desenvolver alternativas de intervenção que levem a
transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores da dimensão humana do
trabalho. Que os avanços citados com relação à atenção a saúde dos trabalhadores saiam
definitivamente do papel e sejam incorporados, de fato, ao cotidiano dos trabalhadores
de um modo geral e em particular dos trabalhadores da saúde. Pois se entende que é
inviável um lugar que deveria promover a saúde acaba produzindo adoecimento.
34
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