TCC - Reforço e Recuperação Estrutural - 20151006
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LEONARDO DO ESPIRITO SANTO AQUINO
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO –
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E ESTUDO DE CASO
Londrina - PR
2015
LEONARDO DO ESPIRITO SANTO AQUINO
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO –
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Jorge Bounassar Filho
Londrina - PR 2015
LEONARDO DO ESPIRITO SANTO AQUINO
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO – LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E
ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________ Orientador: Prof. Dr. Jorge Bounassar Filho Universidade Estadual de Londrina - UEL
___________________________________
Prof. Dr. Roberto Buchaim Universidade Estadual de Londrina - UEL
___________________________________
Prof. Dr. Paulo Sérgio Bardella Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, _____de ___________de _____.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Fissura por assentamento plástico............................................................ 25
Figura 2 - Fissura por assentamento plástico............................................................ 25
Figura 3 - Fissura por assentamento plástico............................................................ 25
Figura 4 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto ........... 26
Figura 5 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto ........... 26
Figura 6 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto ........... 27
Figura 7 - Fissura por dessecação superficial ........................................................... 27
Figura 8 - Fissura por efeito térmico .......................................................................... 28
Figura 9 - Fissura por efeito térmico .......................................................................... 28
Figura 10 - Fissura por efeito térmico ........................................................................ 29
Figura 11 - Fissura por retração hidráulica ................................................................ 29
Figura 12 - Fissura por retração hidráulica ................................................................ 29
Figura 13 - Fissura por retração hidráulica ................................................................ 30
Figura 14 - linhas de fluxo de tensão numa placa com descontinuidade .................. 31
Figura 15 - Exemplo de fissuras devido a concentração de tensões ........................ 31
Figura 16 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de flexão ................................... 32
Figura 17 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de cisalhamento ........................ 32
Figura 18 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de torção ................................... 33
Figura 19 - Exemplo de fissuras devido à punção ..................................................... 33
Figura 20 - Exemplo de fissuras devido ao recalque diferencial no apoio ................. 34
Figura 21 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura ............................. 35
Figura 22 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura ............................. 35
Figura 23 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura ............................. 36
Figura 24 - Exemplo de erosão em ponte ................................................................. 37
Figura 25 - Exemplo de fissura devido ao desplacamento ........................................ 38
Figura 26 - Exemplo de segregação ......................................................................... 39
Figura 27 - Hipóteses para reconversão de estruturas com desempenho insatisfatório ............................................................................................................. 41
Figura 28 - Exemplo de emenda de barras de aço com luva prensada .................... 57
Figura 29 - Materiais para prensagem da luva para emenda entre barras de aço .... 58
Figura 30 - Sequência de montagem da emenda com luva rosqueada .................... 59
LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Vida útil de projeto ................................................................................ 17
Quadro 2 - Vida útil de projeto ................................................................................ 17
Quadro 3 - Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas de concreto................................................................................................................ 20
Quadro 4 - Quadro para execução de emenda com luva prensada .......................... 58
Quadro 5 - Quadro para execução de emenda com luva rosqueada ........................ 59
Quadro 6 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ....... 60
Quadro 7 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ....... 61
Quadro 8 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ....... 62
Quadro 9 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ....... 63
Quadro 10 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ..... 64
Quadro 11 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto ..... 65
Quadro 12 - Relação entre coeficiente de capacidade e o grau de intervenção ....... 68
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Resistência de vários cimentos, aos 7 dias, no ano de 1953 .............. 9
Gráfico 2 - Resistência de vários cimentos, aos 7 dias, ano de 1994 ................. 10
Gráfico 3 - Lei de evolução dos custos .................................................................. 22
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8
2. OBJETIVO ..................................................................................................... 12
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 13
4. METODOLOGIA ............................................................................................ 14
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 15
5.1 PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ........................................................ 15
5.2 VIDA ÚTIL DE UMA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO ....................................... 16
5.3 ORIGEM DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS ................................................................ 18
5.4 LEI DE SITTER ............................................................................................................ 20
5.5 SINTOMAS E CAUSAS DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS .......................................... 22
5.5.1 Fissuras .................................................................................................................... 23
5.5.1.1 Fissura no concreto fresco .................................................................................... 24
5.5.1.2 Fissura no concreto endurecido ........................................................................... 28
5.5.2 Desagregação ......................................................................................................... 35
5.5.3 Desgaste Superficial e Erosão .............................................................................. 36
5.5.4 Disgregação (Desplacamento Ou Esfoliação) ................................................... 37
5.5.5 Segregação .............................................................................................................. 38
5.5.6 Manchas ................................................................................................................... 39
5.5.7 Eflorescência ........................................................................................................... 39
5.5.8 Flechas Excessivas ................................................................................................ 40
5.5.9 Perda de Aderência entre Concretos (nas Juntas de Concretagem) ............. 40
5.6 ANÁLISE DA ESTRUTURA ........................................................................................... 40
5.7 MATERIAIS PARA RECUPERAÇÃO, REFORÇO E PROTEÇÃO ..................................... 48
5.7.1 Concreto ................................................................................................................... 49
5.7.2 Aditivos ..................................................................................................................... 51
5.7.3 Argamassas Poliméricas ....................................................................................... 52
5.7.4 Grautes à Base de Cimento .................................................................................. 53
5.7.5 Argamassas e Grautes Orgânicos ....................................................................... 53
5.7.6 Argamassas à Base Epóxi ..................................................................................... 54
5.7.7 Argamassas à Base Resinas Poliéster ou Estervinílica ................................... 55
5.7.8 Argamassas de Base Furânica ............................................................................. 55
5.7.9 Argamassas à Base Fenólica ............................................................................... 55
5.7.10 Adesivos ................................................................................................................... 56
5.7.11 Produtos para Ancoragem e Emendas de Barras De Aço ............................... 56
5.7.12 Concretos e Argamassas de Pega / Endurecimento Rápido........................... 59
5.7.13 Exemplos de Materiais Existentes no Mercado ................................................. 60
5.8 TÉCNICAS USUAIS PARA RECUPERAR E REFORÇAR ESTRUTURAS DE
CONCRETO ............................................................................................................................... 66
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 69
8
1. INTRODUÇÃO
Durante toda a história da construção civil pode-se observar um
grande desenvolvimento das técnicas e materiais para execução das edificações.
Conjuntamente, percebe-se, também, o desenvolvimento na tecnologia do
concreto, com melhoria de desempenho, maiores resistências e métodos de
cálculo mais refinados.
Com uma maior compreensão de como os materiais são
solicitados e como se comportam, novos materiais, necessidade de projetos mais
econômicos, as estruturas têm a possibilidade de ser mais esbeltas. Aliadas a
tais inovações, porém, por uma necessidade de executar as construções em
menor tempo e, por descuido dos engenheiros, que algumas vezes delegam sua
função a encarregados, as construções passaram a ter mais patologias. Além de
todos esses fatores, pode-se observar as construções que já ultrapassaram a sua
vida útil (normalmente de 50 anos), que também precisam de reparos.
De acordo com Thomaz (2008):
[...] Comparando com os concretos antigos, os concretos
modernos tendem a fissurar mais facilmente, devido à sua menor
fluência (deformação lenta) e à maior retração térmica, à maior
retração por secagem e ao maior módulo de elasticidade tem
ocorrido deterioração prematura de estruturas de concreto,
mesmo quando se segue a melhor boa técnica na prática da
construção. Isto mostra que alguma coisa está errada nas nossas
normas, no que se refere às exigências feitas para garantir a
durabilidade do concreto.
Como consequências, diz Thomaz (2008), há o aumento das
manifestações patológicas, de ações na justiça em defesa do consumidor,
acarretando o aumento de gastos com manutenção e indenizações aos usuários
das obras. Maiores gastos com manutenção estão exigindo ações de melhoria
para atender à durabilidade.
Ainda de acordo com Thomaz, percebe-se que as mudanças
9
ocorridas no concreto ao longo do tempo, não levando em consideração o
concreto de alto desempenho (CAD), resultaram num concreto moderno mais
permeável, mais poroso e, consequentemente, mais sensível à carbonatação e
mais propicio à penetração de agentes agressivos. Muitos cimentos, que são
considerados comuns hoje em dia, eram considerados de endurecimento rápido
poucas décadas atrás.
Consegue-se perceber essas mudanças no concreto de acordo
com o gráfico apresentado por Mehta na bibliografia de Thomaz, Eduardo (2008):
Gráfico 1 - Resistência de vários cimentos, aos 7 dias, no ano de 1953
Fonte: Thomaz (2008)
15 17 18 19 21 22 23 25
Po
rce
nta
gem
de
cim
en
tos
Resitência à compressão do concreto (MPa)
1953
10
Gráfico 2 - Resistência de vários cimentos, aos 7 dias, ano de 1994
Fonte: Thomaz (2008)
Analisando os gráficos, percebe-se que até 1953 pelo menos 50%
dos cimentos ASTM Tipo II tinham menos de 21 MPa de resistência aos 7 dias.
Porém, analisando esses mesmos dados no ano de 1994, percebe-se que
nenhum deles tinha resistência menor que 21 MPa, e 50% dos cimentos ASTM
Tipo II tinham resistência entre 31 MPa e 38 MPa aos 7 dias.
Segundo Thomaz, em 2001 a resistência mais precoce do cimento
disponível no comércio avançou ainda mais, tendo já entre os 3 dias e os 7 dias
a resistência mínima exigida pela ASTM para o dia 28.
De acordo com Hayes, M. D. (1998) e Keller Thomas (2003), só
nos Estados Unidos estima-se que 42% das cerca de 575.000 pontes da rede de
estradas necessitem de reparação, sobretudo devido a problemas de corrosão
dos tabuleiros, e que 40% das pontes construídas depois de 1945 necessitavam
de substituição durante a década passada.
Obviamente, as causas da deterioração da estrutura podem ser as
mais variadas, desde as que foram comentadas acima até acidentes, ou até
mesmo por irresponsabilidade de profissionais que escolhem utilizar materiais
fora das especificações ou projetam fora das normas vigentes que, na maioria
das vezes, alegam o fazer por razões econômicas.
26 28 29 30 32 33 34 36 37
Po
rce
nta
gem
de
cim
en
to
Resistência à compressão do concreto (Mpa)
1994
11
Por consequência desses fatores apresentados, além de outros a
serem comentados mais além, percebe-se, atualmente, que há uma grande
necessidade de engenheiros na área de recuperação e reforço estrutural.
12
2. OBJETIVO
O trabalho consiste em apresentar as principais técnicas de
recuperação e reforço de estruturas em concreto armado utilizadas hoje em dia,
fundamentado em estudos bibliográficos, com suas respectivas vantagens,
desvantagens e procedimentos dos mesmos, com exemplificações de estudo de
casos.
13
3. JUSTIFICATIVA
Assim como qualquer outro material construtivo, o concreto
armado tem uma vida útil média estimada através de sua finalidade e utilização
em serviço.
Tal vida útil média pode ser alcançada ou, até mesmo, aumentada,
desde que haja uma adequada manutenção preventiva. Por outro lado, porém,
essa mesma vida útil pode ser reduzida ou, até mesmo, encerrada, em casos que
a estabilidade da estrutura é comprometida.
Como, de acordo com Thomas (2008), percebe-se um aumento de
patologias nas estruturas de concreto atuais, justifica-se o desenvolvimento deste
trabalho a fim de sanar tais patologias através da reabilitação estrutural.
14
4. METODOLOGIA
Para realização do trabalho, serão feitas análises de várias
revisões bibliográficas baseadas não só no assunto de recuperação e reforço de
estruturas em concreto armado, mas, em alguns casos, até mesmo do material
propriamente dito a ser utilizado para o reforço ou recuperação da estrutura.
Após um minucioso levantamento e estudo bibliográfico, serão
feitos estudos de casos de determinadas técnicas de reforço e recuperação
estrutural com as sequências de cálculo e dimensionamento.
15
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
A construção civil é uma área que está em constante crescimento
e evolução. Porém, como todo produto que há a presença de mão-de-obra, as
estruturas mais usuais (aço, madeira e concreto) são passíveis a erros de
execução, erros de fabricação do material, erros de projetos, alterações no
material e muitas outras causas que se desenvolvem em patologias, que serão
comentadas mais além. Por conta das várias obras de concreto no Brasil e muitas
patologias que vêm ocorrendo nestas obras, neste trabalho só serão abordados
assuntos sobre este material.
De acordo com HELENE, P. (1992):
Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que
estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do
problema.
Por ser um material formado por vários elementos e por causa da
interação entre eles (cimento, areia, água, aço e alguns aditivos), o concreto
armado está sujeito a alterações ao longo do tempo por conta dos agentes
externos, como ácidos bases, sais, gases, vapores, micro-organismos, efeitos
térmicos ações de cargas, etc.
Os problemas patológicos, salvo raras exceções, tem sua
manifestação nas partes externas das estruturas, sendo mais facilmente
observadas. É importante salientar, porém, que existem partes da estrutura que
são externas e não são observadas com facilidades, no caso de estruturas total
ou parcialmente enterradas (fundações, arrimos, piscinas, etc), interior de
galerias e reservatórios, partes internas das juntas de dilatação, etc.
Para um diagnóstico adequado e completo destas patologias,
portanto, é necessário o esclarecimento de todos os aspectos do problema, que
são divididos, de acordo com HELENE, P. (1992) em: Sintomas, Mecanismos,
16
Origem, Causas e Consequenciais.
5.2 VIDA ÚTIL DE UMA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO
Vida útil de uma estrutura pode ser entendida como um
determinado tempo em que a mesma consiga atender às suas respectivas
funções estruturais, de segurança e estética sem gastos com manutenções não
previstas.
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) vida útil é entendida
como:
[...] período de tempo durante o qual se mantêm as características
das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde
que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo
projetista e pelo construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem como de
execução dos reparos necessários decorrentes de danos
acidentais.
Ainda de acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), pode-se dizer
que o conceito de vida útil é aplicado tanto à estrutura como um todo, quanto às
suas partes individuais. Com isso, diz a norma, que certas partes das estruturas
têm a probabilidade de merecer uma consideração especial com um valor
diferente de vida útil do todo, como, por exemplo, aparelhos de apoio e juntas de
movimentação.
Uma estrutura de concreto, dependendo da importância da obra,
função estrutural e vários outros fatores, tem sua vida útil bem variada, sendo
este o motivo pelo qual não existe um valor mínimo fixo especificado na NBR
6118 (ABNT, 2014). Por exemplo, em obras provisórias é tecnicamente
recomendável, de acordo com (SANTOS, Paulo Eduardo Gomes dos; OLIVEIRA,
Isabela Souto; SOUSA, Osmano de; 2013), uma vida útil de projeto de, pelo
menos, um ano. Agora, para obras de caráter permanente, por exemplo, poderão
ser adotados valores como 50, 60 ou até mais de 100 anos de vida útil, conforme
recomendações normas internacionais, como a norma inglesa BS 7543 e
europeia CEN/EN 206 (apud SANTOS, Paulo Eduardo Gomes dos; OLIVEIRA,
Isabela Souto; SOUSA, Osmano de; 2013) conforme quadros à seguir:
17
Quadro 1 - Vida útil de projeto
Vida útil Tipo de Estrutura
≤ 10 anos Temporárias
≥ 10 anos Substituíveis
≥ 30 anos Edifícios Industriais e Reformas
≥ 60 anos Edifícios Novos e Reformas de Edifícios Públicos
BS 7543, 1992 Guia de Durabilidade de Edifícios e Elementos, Produtos e
Componentes de Edifícios
Fonte: BS 7543 (1992), Norma Inglesa
Quadro 2 - Vida útil de projeto
Vida útil Tipo de Estrutura
1 a 5 anos Temporárias
≥ 25 anos Substituíveis
≥ 50 anos Edifícios Novos
≥ 100 anos Obras de Arte Novas
Comitê Europeu de Normalização
CEN / EN 206, 1994
Fonte: CEN / EM 206 (1994), Norma Europeia
De acordo com RIPPER, Thomaz e SOUZA, Vicente Custódio
Moreira de (1998):
[...] As normas e regulamentos que hoje estão em fase de
produção, e que se prevê venham a vigorar ainda neste século,
optaram por estabelecer os critérios que permitem aos
responsáveis individualizar, convenientemente, modelos duráveis
para as suas construções, a partir da definição de classes de
exposição das estruturas e de seus componentes em função da
deterioração a que estarão submetidas, a partir de:
- corrosão das armaduras, sob efeito da carbonatação
e/ou dos cloretos, por tipo de ambiente;
- ação do frio e/ou do calor, também por tipo de
ambiente;
- agressividade química.
18
Para cada caso ou combinação de casos, as classes de exposição
indicarão níveis de risco ou parâmetros mínimos a serem observados como
condição primeira para que se consiga uma construção durável. Assim, estarão
definidos:
- dosagem mínima de cimento;
- fator água/cimento máximo;
- classe de resistência mínima do concreto;
- cobrimento mínimo das barras das armaduras;
- método de cura.
Cabe ao proprietário da obra, portanto, com a ajuda dos
responsáveis pelo projeto arquitetônico e estrutural, a definição correto da vida
útil do projeto da estrutura, que deve ser registrado na documentação técnica da
obra (HELENE, 2001).
Todavia, caso algum infortúnio venha a ocorrer, e o desempenho
da estrutura acabe sendo insatisfatório, os responsáveis devem ser capazes de
intervir da melhor maneira. Para tal devem levar em consideração vários fatores
como, por exemplo, os custos gerados, interferência mínima na estética da
estrutura (dependendo do tipo da edificação), aspectos socioambientais, entre
outros.
5.3 ORIGEM DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS
De acordo com RIPPER, Thomaz e SOUZA, Vicente Custódio
Moreira de (1998):
[...] Salvo os casos correspondentes à ocorrência de catástrofes naturais,
em que a violência das solicitações, aliada ao caráter marcadamente
imprevisível das mesmas, será o fator preponderante, os problemas
patológicos têm suas origens motivadas por falhas que ocorrem durante a
realização de uma ou mais das atividades inerentes ao processo genérico
a que se denomina de construção civil, processo este que pode ser
dividido, como já dito, em três etapas básicas: concepção, execução e
utilização.
19
Em nível de qualidade, exige-se, para a etapa de concepção, a garantia de
plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade
de adequada manutenção; para a etapa de execução, será de garantir o
fiel atendimento ao projeto, e para a etapa de utilização, é necessário
conferir a garantia de satisfação do utilizador e a possibilidade de extensão
da vida útil da obra.
Diante dessas três etapas básicas da construção civil, têm-se
tentado definir qual delas tem sido responsável pela maior quantidade de erros.
Existem várias estatísticas a respeito das origens das patologias nas edificações
(neste caso são abordados estruturas além das de concreto armado), porém elas
diferem muito de autor para autor. Primeiramente, tais discordâncias podem ser
explicadas porque os estudos contemplam diferentes continentes e, também, por
haver alguns casos com tantas possibilidades distantes de origem que pode ter
sido complicado de ser definir a preponderante.
Segundo MACHADO (2002), por ordem crescente de incidência,
são as seguintes principais origens dos problemas patológicos:
Causas diversas 04%
Utilização incorreta das estruturas 10%
Deficiência dos materiais construtivos 18%
Deficiência de execução 28%
Deficiência de projeto 40%
Já de acordo com, SOUZA & RIPPER (1998) segue quadro com
as origens das patologias:
20
Quadro 3 - Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas
de concreto
Causas dos Problemas Patológicos em Edificações
Fontes de Pesquisa Projeto Materiais Execução Outras
Edward Grunau 44% 18% 28% 10%
D. E. Allen (Canadá) 55% 49%
C. S. T. C. (Bélgica) 46% 15% 22% 17%
C. E. B. Boletim 157 50% 40% 10%
FAAP - Verçoza (Brasil) 18% 6% 52% 24%
B. R. E. A. S. (Reino Unido) 58% 12% 35% 11%
Bureau Securitas 88% 12%
E. N. R. (Estados Unidos) 9% 6% 75% 10%
S. I. A. (Suiça) 46% 44% 10%
Dov Kaminetzky 51% 40% 16%
Jean Blévot (França) 35% 65%
L. E. M. I. T. (Venezuala) 19% 5% 57%
Fonte: (SOUZA; RIPPER, 1998)
Conforme anteriormente, pode-se comprovar pelos valores tão
contraditórios para cada tópico do processo construtivo. Com isso há uma certa
dificuldade de se analisar o tema mais detalhadamente. Cabe salientar que tais
valores não são absolutos e totalmente concretos, mas sim diretrizes seguidas
por tais pesquisadores.
5.4 LEI DE SITTER
Para todo empreendimento se necessita de duas fases, a do
projeto e da execução. Para que se evite os problemas patológicos futuros,
portanto, deve se analisar cada parâmetro que está entre essas duas fases. Isso,
é claro, se a estrutura for utilizada sempre da maneira como foi projetada.
Sabe-se que no escritório de projetos deve-se planejar cada etapa
dependente direta ou indiretamente do projeto, e na obra se executar o projeto.
21
Algumas vezes, quando acontece a inversão dessa lógica, pode-se ter certeza
que o produto final da obra não será de boa qualidade.
Todas as estruturas, mesmo que bem projetadas e bem
executadas precisam de manutenção ao longo de sua vida útil. Com isso, deve-
se, a partir dos projetos e da execução da obra, planejar-se as manutenções
preventivas.
Porém, como dito anteriormente, nem sempre há uma aplicação
efetiva das duas fases mais críticas da edificação (projeto e edificação). Com isso
a estrutura de concreto poderá atingir uma condição inadequada de uso (Estado
Limite de Serviço), ou condição inadequada de resistência ou estabilidade
(Estado Limite Último). Quando isso ocorrer, será necessário fazer a manutenção
corretiva, que tem como propósito tratar as causas da patologia apresentada na
estrutura.
Cabe salientar que a manutenção corretiva, em geral, poderia ser
evitada se fosse feita a correta manutenção preventiva, o qual é fruto de um
projeto ou execução de má qualidade.
Com isso, os custos dos reparos para tais patologias podem ser
descritos conforme a Lei de Sitter, o qual é exemplificada por HELENE (1992)
como:
“Os custos dos reparos estruturais crescem segundo uma
progressão geométrica de razão cinco, na ordem crescente do projeto para a
execução, dessa para a manutenção preventiva e dessa para a manutenção
corretiva.”
Com isso, segue o gráfico:
22
Gráfico 3 - Lei de evolução dos custos
Fonte: HELENE, 1992.
5.5 SINTOMAS E CAUSAS DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS
Dentre os vários tipos de sintomas das enfermidades do concreto
armado, cabe expor aqueles mais usuais:
Fissura e trincas;
Desagregação;
Erosão e Desgaste;
Disgregação (desplacamento, esfoliação);
Segregação;
Manchas;
Eflorescência;
Flechas exageradas;
Perda de aderência entre concretos (nas juntas de
23
concretagem);
Cabe salientar que há uma diferença entre as enfermidades e os
sintomas, como é o caso da corrosão das armadura, em que os sintomas são
fissuras e disgregação do concreto, e a enfermidade é a falta de homogeneidade.
A seguir serão descritos cada um dos sintomas citados acima, com
suas respectivas causas, que são, na verdade, as causas da enfermidade.
5.5.1 Fissuras
A fissura é uma fratura linear no concreto, sendo geradas devido
a esforços de tensões de tração na estrutura de concreto. A existência desse
sintoma em estruturas de concreto armado é um problema de grande importância
tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista de conforto,
salubridade e satisfação dentro da edificação.
Ela é importante, primeiramente, pelo ponto de vista econômico,
porque poderá gerar gastos com recuperação e diminuir a vida útil da edificação.
Já pelo ponto de vista de conforto, qualidade e satisfação, ela é importante pois
a maioria dos usuários não são especialistas em segurança das estruturas e, para
muitos, uma pequena fissura pode significar o perigo de ruína imediata da
construção.
Por exemplo, há fissuras com ocorrências inerentes ao concreto
armado, porque uma vez que dimensionadas nos Estádios II (seção fissurada) ou
III (ruptura), a estrutura terá de fissurar para a armadura começar a ser solicitada
e, assim, fazer parte do material resistir às ações.
A diferenciação entre manifestação patológica ou não, portanto,
sob esse aspecto, é de grande relevância e é feita em função das dimensões e
causas das aberturas.
De acordo com SÁNCHEZ (1998), existem dois tipos de fissura, a
fissura ativa (viva ou instável) e a fissura inativa (morta ou estável). Como o
próprio nome já diz, a fissura ativa é aquela que apresenta variação significativa
na abertura em relação a um determinado tempo. Já a fissura inativa pode ser
exemplificada como aquela cuja abertura se mantém estável ou, até mesmo, que
24
apresenta uma variação insignificante (bem pequena) em relação a um
determinado tempo.
Segundo SÁNCHEZ (1998), para diferenciar uma da outra existem
vários métodos, entre eles:
Marcação do extremo da fissura com lápis apropriado –
procedimento que verifica se a fissura está a desenvolver-
se (fissura ativa), porém não fornece medidas de abertura
fissura;
Introdução de uma agulha na fissura – permite a verificação
do tipo da fissura (ativa ou passiva), porém, como no
procedimento anterior, não é capaz de fornecer dados de
abertura da fissura;
“Bases de medição” coladas junto à fissura – tal
procedimento é composto por pequenas placas de aço ou
outro material metálico, nas quais tem-se marcas
(pequenos furos espaçados de cerca de 2 cm) para efetuar-
se medidas com paquímetro ou extensômetros mecânicos.
Esse é o procedimento mais confiável, pois permite medir
as aberturas da fissura durante sua atividade, quer seja ao
abrir-se ou ao fechar-se.
As fissuras, como sintomas, têm como principais causas as
seguintes:
5.5.1.1 Fissura no concreto fresco
Por assentamento plástico
Como as partículas mais pesadas do concreto tendem a
sedimentar, isso pode provocar a ascensão da água e aprisionamento do ar
(exsudação). A massa de concreto, que tem a tendência de se deslocar para
baixo, quando parcialmente impedida, normalmente devido a armadura ou
agregado graúdo, ocorrerá a fissura.
25
Figura 1 - Fissura por assentamento plástico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 2 - Fissura por assentamento plástico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 3 - Fissura por assentamento plástico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
O assentamento plástico tem como causas:
26
o Exsudação;
o Uso excessivo de vibradores;
o Excessivo tempo entre lançamento e início de pega;
o Falta de estanqueidade das formas.
Por movimentação das formas ou do suporte do concreto
A quantidade de concreto disposta na forma é sempre
proporcional ao volume da mesma. Quando há uma movimentação da forma ou
do suporte do concreto, o volume inicial dentro da forma é alterado e, como o
volume de concreto inicial é o mesmo, surgirão espaços vazios na estrutura
concretada formando, assim, as fissuras.
Figura 4 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 5 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
27
Figura 6 - Fissura por movimentação das formas ou do suporte do concreto
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por dessecação superficial
Depois da concretagem há uma rápida perda de água na
superfície de concreto, o que, por consequência, gera uma redução no volume do
concreto (retração) fazendo com que surjam as fissuras provenientes das tensões
de tração.
A configuração dessas fissuras numa superfície se assemelha a
de um mapa, pois ao surgir as fissuras, estas anulam a tração na direção normal
a ela, mas não na direção dela, tendo a possibilidade de surgir uma fissura
ortogonal à primeira.
Figura 7 - Fissura por dessecação superficial
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por Vibrações
Fissuras podem ser causadas por vibrações oriundas de
movimentação ou funcionamento de equipamentos, impacto de ferramentas,
trânsito de pessoas ou veículos perto, entre outros, as quais são associadas com
a fadiga do concreto.
28
5.5.1.2 Fissura no concreto endurecido
Por efeito térmico
As movimentações térmicas de uma determinada estrutura estão
relacionadas às propriedades físicas da mesma e com a intensidade dessa
variação de temperatura. As intensidades das tensões surgidas ocorrem em
função das propriedades elásticas do material, da intensidade da movimentação
e do grau de restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação.
As fissuras de origem térmica podem surgir, também, por
movimentações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre
elementos de um sistema ou até mesmo entre regiões distintas de um mesmo
material. Tais movimentações diferenciadas ocorrem, principalmente, por conta
de materiais com diferente coeficiente de dilatação térmica, exposição de
elementos a diferentes solicitações térmicas, entre outros.
Figura 8 - Fissura por efeito térmico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 9 - Fissura por efeito térmico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
29
Figura 10 - Fissura por efeito térmico
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por retração hidráulica
Depois de endurecido o concreto ainda tem a possibilidade de
perder água e, portanto, diminuir de volume. Caso tal retração seja impedida, as
fissuras serão surgidas.
Figura 11 - Fissura por retração hidráulica
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 12 - Fissura por retração hidráulica
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
30
Figura 13 - Fissura por retração hidráulica
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por Concentração de Tensões
Furos, aberturas e descontinuidades dão origem a regiões
singulares onde as tensões neste ponto são maiores do que as tensões médias,
ou seja, há uma concentração de tensões.
Isto pode ser exemplificado, por exemplo, quando uma peça é
submetida a uma descontinuidade. As linhas de fluxo de tensão desta peça são
levadas a passar ao redor desta descontinuidade, o que faz com que tais esforços
se aproximem uns dos outros nesta região, gerando a concentração de tensões.
No vértice dessa descontinuidade o espaçamento entre as linhas
do fluxo de tensão é muito pequeno, o que indica que uma maior parte da carga
está sendo disposta nesse ponto, fazendo com que as tensões sejam maiores
nesse ponto quando comparados com os outros sem descontinuidade. Quando
observada as unidades de carga ao longo de uma peça através de uma linha
imaginária, esta patologia pode ser compreendida mais facilmente, conforme
imagens a seguir:
31
Figura 14 - linhas de fluxo de tensão numa placa com descontinuidade
Fonte: BROEK (1998)
A seguir, segue alguns exemplos de fissuras devido a
concentração de tensão:
Figura 15 - Exemplo de fissuras devido a concentração de tensões
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por flexão, cisalhamento, torção, compressão ou punção
Conforme exemplificado inicialmente, a fissura no concreto é, na
grande maioria das vezes, proveniente das tensões de tração na estrutura.
Quando esta ultrapassa o esforço resistente da peça de concreto surgirão as
fissuras.
Portanto, cada uma dessas fissuras apresentadas a seguir são
causadas porque a parte da estrutura que deveria resistir as tensões de tração
não estão o fazendo. As causas para essas fissuras podem ser as mais variáveis,
tendo como principais responsáveis o projetista estrutural, o engenheiro que
executou, quem está utilizando e, até mesmo, causas naturais.
Quando o responsável é o projetista, as causas podem ser a
armação insuficiente da peça e/ou a má avaliação das cargas atuantes. Já
32
quando o engenheiro que executou a peça é o responsável, as causas podem ser
a má ou equivocada execução, disposição de materiais ou equipamentos em cima
da peça com um peso acima do previsto pelo projetista e/ou materiais de baixa
qualidade. A causa sob responsabilidade do utilizador da estrutura é a sobrecarga
excessiva disposta por ele, não considerada no projeto estrutural e/ou a má
utilização da edificação. Agora, quando as causas são naturais, cargas
excepcionais acima do calculado podem surgir na estrutura, cargas devido a
fortes ventos, devido a terremotos, colisão de automóveis, entre outros.
Figura 16 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de flexão
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 17 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de cisalhamento
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
33
Figura 18 - Exemplo de fissuras devido ao esforço de torção
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 19 - Exemplo de fissuras devido à punção
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por recalque do apoio
O recalque diferencial do apoio provoca tensões na estrutura, que
podem geram fissura. Isso se deve ao fato da estrutura “trabalhar” em conjunto
com cada parte. Ou seja, se acontece um deslocamento na estrutura, influenciará
em outras peças, e isto gera as tensões inicialmente comentadas.
34
As fissuras causadas pelo recalque são inclinadas e, dependendo
da estrutura, são dispostas em direção ao ponto de maior recalque.
Figura 20 - Exemplo de fissuras devido ao recalque diferencial no apoio
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Por corrosão das armaduras
No fenômeno de corrosão, as reações envolvidas para sua
ocorrência são todas expansivas. Os hidróxidos e óxidos ferrosos e férricos
formados pela reação tem um volume de duas a mais de seis vezes maior que o
volume do ferro corroído.
Com isso, como a capacidade do concreto a resistir esforços de
tração é baixa, acontece, num primeiro momento, a fissuração e, se não for feito
o tratamento, num segundo momento, pode haver um desplacamento.
35
Figura 21 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
Figura 22 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura
Fonte: PIANSCATELLI (1997)
5.5.2 Desagregação
A desagregação do concreto pode ser entendida como um
“desplacamento” de uma parte do material. Ela ocorre por causa da perda do
poder aglomerante do cimento, que faz com que os agregados graúdos se
destaquem da argamassa, que, posteriormente, também irá se desfazer.
Pode-se perceber tal patologia, inicialmente, com a mudança da
coloração do concreto, seguido de fissuras cruzadas em todas as direções, que
aumentam rapidamente de divido à expansão da pasta de cimento.
De acordo com PIANCASTELLI, Élvio Mosci (1997) a
desagregação tem como principais causas:
Ataques químicos, como o de sulfatos;
Reação ácali-agregado;
36
Águas puras (águas que evaporam e depois condensam) e
as águas com pouco teor de sais (águas de chuva), que
arrancam-lhe sais pelos quais são ávidas;
Águas servidas (esgotos e resíduos industriais) em dutos e
canais, em função da formação, dentre outros, do gás
sulfídrico;
Micro-organismos, fungos, e outros, através de sua ação
direta e suas excreções ácidas;
Substâncias orgânicas como gorduras animais, óleos e
vinho;
Produtos altamente alcalinos.
Figura 23 - Exemplo de fissuras devido à corrosão da armadura
Fonte: www.cimentoitambe.com.br/patologias-comuns-em-obras/
5.5.3 Desgaste Superficial e Erosão
O desgaste superficial ocorre na estrutura de concreto quando um
fluído em movimento, ar ou água, contendo partículas em suspensão, colidem
sobre a superfície de concreto. Tais colisões, escorregamento ou rolagem de
partículas, provocam um desgaste superficial do concreto, dando origem ao
37
desgaste superficial por erosão.
De acordo com PIANCATELLI, Élvio (1997), chama-se de
desgaste quando a abrasão é causada por materiais sólidos, como no caso de
moegas, silos e pistas de rolamento, e erosão quando o agente abrasivo é um
líquido e, caso existam, as partículas por ele arrastadas, caso típico de canais.
Figura 24 - Exemplo de erosão em ponte
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/dnit-fara-novo-edital-para-obras-nas-pontes-
de-igapo/252184
5.5.4 Disgregação (Desplacamento Ou Esfoliação)
De acordo com PIANCATELLI, Élvio (1997), a disgregação.
desplacamento ou esfoliação caracteriza-se pela ruptura e destacamento do
concreto superficial, principalmente das partes salientes da peça. O concreto
disgregado é são e conserva suas características de origem, porém não foi capaz
de suportar os esforços anormais que atuaram sobre o mesmo.
Suas causas, descreve PIANCATELLI, Élvio (1997), estão ligadas
à expansão provocada pela corrosão das armaduras; pelas deformações
provocadas por cargas excessivas, normalmente pontuais; pelo congelamento de
águas retidas; por desagregações internas; impactos; cavitação ou expansão
resultante da reação álcali-agregado.
38
Figura 25 - Exemplo de fissura devido ao desplacamento
Fonte: www.planusengenharia.com.br/projetos-reforco.php
5.5.5 Segregação
Pode-se chamar de segregação quando há a separação entre a
argamassa e a brita, que ocorre geralmente durante ou logo após o lançamento
do concreto. A segregação acontece porque os materiais componentes têm
massas específicas diferentes e com a queda ou lançamento tendem a se
separar.
De acordo com PIANCATELLI, Élvio (1997), suas causas, entre
outras, podem ser o lançamento livre de grande altura; concentração de armadura
que impede a passagem da brita; vazamento da pasta pela forma; má dosagem
do concreto; uso inadequado dos vibrados (vibração excessiva ou vibradores de
baixa frequência que provocam ressonância, isolando as pedras grandes da
argamassa).
39
Figura 26 - Exemplo de segregação
Fonte: http://construindo.org/vibrador-de-concreto-funcoes-e-preco-de-aluguel/
5.5.6 Manchas
As manchas podem ser descritas como uma diferenciação de cor
ou tonalidade na superfície da estrutura de concreto. PIANCATELLI, Élvio (1997)
descreve como principais causas das manchas as umidades (infiltrações); ação
de cloretos; presença de fungos; incrustação de fuligem; aditivos mal diluídos ou
mal misturados; lixiviação de óxidos de ferro de armaduras oxidadas; partículas
de solo carreadas pela água de percolação, ou nela dissolvidas.
5.5.7 Eflorescência
A eflorescência é caracterizada por depósitos de sais,
normalmente brancos, que se formam sobre a superfície do concreto. Elas
ocorrem por conta da dissolução dos sais (principalmente hidróxido de cálcio) do
cimento e cal causadas pelas águas de infiltração.
Por si só, a eflorescência pode não ser considerada como um
problema estrutural. Porém, elas podem indicar uma despassivação crescente da
armadura causadas pela perda de alcalinidades. Em barragens de gravidades,
portanto, onde há pouca, ou nenhuma, armação, não é considerado como
40
problema.
5.5.8 Flechas Excessivas
As flechas excessivas são deslocamentos verticais de lajes ou
vigas acima dos valores normativos recomendados, que podem comprometer a
estabilidade da estrutura ou não.
Elas são causadas, entre outros, por desforma precoce, incêndios,
cargas excessivas, baixo módulo de elasticidade do concreto ou sub-
dimensionamento da peça.
5.5.9 Perda de Aderência entre Concretos (nas Juntas de
Concretagem)
Tal patologia, como descrita pelo próprio nome, pode ser
conhecida através do surgimento de fissura na interface das juntas de
concretagem.
Geralmente, ela ocorre por falta de tratamento do concreto
endurecido antes do lançamento do novo concreto, associada a fenômenos de
retração. Ela pode ser causada, também, no caso onde há uma grande diferença
de idade entre os dois concretos, como em reforços, por falta de adoção de
medidas específicas relativas a reforços.
5.6 ANÁLISE DA ESTRUTURA
A grande maioria das intervenções visando restituir o desempenho
de uma estrutura deve ser precedida de vários estudos e análises da patologia,
do desempenho da estrutura, da necessidade de reforço ou recuperação, entre
outros, atendendo conforme SOUZA & RIPPER (1998):
41
Figura 27 - Hipóteses para reconversão de estruturas com desempenho insatisfatório
Fonte: SOUZA & RIPPER (1998)
Com isso, se a estrutura estiver com um desempenho
insatisfatório pode-se optar por alternativas como recuperar, reforçar, limitar seu
uso ou, ainda, em casos extremos, demolir. Portanto, para realizar um projeto de
reabilitação deve-se ter como principais pontos uma avaliação das condições da
estrutura existente a ser reparada, as soluções cabíveis e proteções adicionais.
De acordo com CÁNOVAS (1988), existem defeitos estruturais
localizados e de pouca importância, que não afetam o restante da estrutura. Deste
modo, a alternativa de reparar a estrutura pode ser feita imediatamente, sem a
necessidade de se esperar resultados de análises e pesquisas. Há, porém, entre
a maioria, defeitos que exigirão um estudo mais detalhado e completo da obra.
A inspeção é uma atividade técnica especializada que abrange a
coleta de elementos, de projeto e de construção, o exame minucioso da
construção, a elaboração de relatórios, a avaliação do estado da obra e as
recomendações, que podem ser de nova vistoria, de obras de manutenção, de
recuperação, de reforço ou de reabilitação da estrutura (HELENE & PEREIRA,
2007).
Tal ação tem como finalidade a determinação, com rigor, da
origem, do mecanismo e dos danos subsequentes, de forma que possa avaliar e
concluir as recomendações mais eficazes. Em termos gerais, de acordo com
42
TUTIKIAN, Bernardo & PACHECO, Marcelo (2013), uma inspeção deve seguir as
seguintes etapas:
Elaboração de uma ficha de antecedentes, da estrutura e do
ambiente, baseado em documentação existente e visita a obra;
Exame visual geral da estrutura;
Levantamento dos danos;
Seleção de regiões para a realização de ensaios, medições, análises
fisioquímicas no concreto, nas armaduras e no ambiente
circundante;
Seleção das técnicas de ensaio, medições, análise mais acurada;
Execução de medições, ensaios e análises fisioquímicas.
Com este intuito, segue um exemplo de uma ficha de avaliação,
apresentada por TUTIKIAN, Bernardo & PACHECO, Marcelo (2013):
43
Formulário
FICHA DE DESCRIÇÃO E ANTECEDENTES DA ESTRUTURA
1. Dados Gerais da Estrutura
1.1. Tipo da Estrutura
( ) Edificação
( ) Indústria
( ) Muro de Contenção
( ) Ponte
( ) Tanque de Armazenameto
( ) Outro: _______________
Descrição básica dos componentes:
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
1.2. Data de construção da estrutura: ___________
1.3. Uso geral da estrutura:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
1.4. Croquis da geometria, coordenadas, orientações e direção do vento indicando o meio de
exposição:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2. Dados específicos da estrutura
2.1. Propriedade dos materiais:
Tipo de Cimento: _____________________________________________________________________
Tipo de Água: ________________________________________________________________________
Natureza dos Agregados: ______________________________________________________________
2.2. Projeto de concreto:
Resistência característica à compressão: __________________________________________________
Dosagem do Cimento: _________________________________________________________________
Dosagem dos Agregados: ______________________________________________________________
Relação água/cimento: ________________________________________________________________
Uso de Aditivos: ______________________________________________________________________
2.3. Propriedade dos materiais:
Na obra: ____________________________________________________________________________
44
Pré-fabricado: _______________________________________________________________________
Concreto reforçado: ___________________________________________________________________
Tecnologia de fabricação em obras: ______________________________________________________
Método de compactação: _______________________________________________________________
Método de cura: ______________________________________________________________________
3. Histórico de Vida em Serviço da Estrutura
3.1. Data de início de utilização: _______________________________________________________
3.2. Resistência do concreto à compressão na obra: _______________________________________
3.3. Anomalias observadas durante a construção:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3.4. Anomalias anteriormente detectadas:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3.5. Ensaios e manutenção:
Resultados da prova de carga: _________________________________________________________
Inspeções rotineiras: _________________________________________________________________
Ensaios Específicos: _________________________________________________________________
Tipos de Manutenção: ________________________________________________________________
4. Reparações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5. Informações adicionais:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Data: _________________________________________________________________
Elaborado por: __________________________________________________________
45
Um diagnóstico bem feito permitirá que, uma vez conhecidos os
objetivos da reabilitação, poderá entrar na etapa de definições e responder as
perguntas mais comuns: O que deverá ser feito? Como deverá ser feito? Em quais
condições será feito? Quais materiais serão utilizados? Qual será a durabilidade
da solução? (HELENE & PEREIRA, 2007)
Para obter mais informações à respeito da patologia, de acordo
com LAPA (2008), devem ser feitos exames complementares: exames em
laboratório e exames “in loco”, divididos em exames destrutivos e não
destrutivos). Para que o exame seja eficaz e seja possível fazer uma análise
crítica dos resultados, o patologista deve reconhecer as limitações, capacidades
de resolução e as possibilidade de erro de cada exame.
Os exames laboratoriais, segundo LAPA (2008), são realizados
com o intuito de:
Determinar as características mecânicas dos materiais,
tais como: resistência à compressão; resistência à
tração; módulo de elasticidade; aderência; resistência à
abrasão e à impactos;
Determinar as propriedades física, tais como:
densidade, permeabilidade, porosidade, absorção de
água, coeficiente de dilatação térmica, condutibilidade
térmica, condutibilidade elétrica;
Verificar e quantificar a presença de elementos ou
compostos químicos, como, por exemplo, cloretos,
sulfetos, sulfatos, óxidos de enxofre;
Os exames “in loco”, conforme LAPA (2008), são divididos em
exames não destrutivos e destrutivos.
Os exames não destrutivos são os seguintes:
Esclerometria (estima a resistência a compressão do
concreto);
Ultrassonografia (verifica a estrutura internamente e
estima a resistência e o módulo de elasticidade do
46
concreto);
Pacometria (avalia o cobrimento e estima o diâmetro
das armaduras);
Sonometria (realiza a verificação de aderência entre
materiais);
Resistividade e potencial eletroquímico (determinam o
potencial de corrosão);
Raios X (verifica a estrutura interna);
Sondagem sônica (realiza a verificação da integridade
do concreto de estruturas enterradas);
Prova de carga (realiza a verificação do comportamento
e do desempenho da estrutura).
Os exames destrutivos são os seguintes:
Extração de corpos de prova (determina a resistência a
compressão, módulo de elasticidade do concreto);
Ensaios de arrancamento (avalia a aderência entre os
materiais e estima a resistência).
Cabe salientar, portanto, a grande importância de uma decisão
adequada no momento de decidir a estratégia de reabilitação estrutural, já que
esta terá total influência nos custos da execução do projeto, da duração da
execução em si, da durabilidade da mesma e da eficácia da reabilitação.
Desta maneira, o tempo investido no estudo da estratégia e na
seleção dos procedimentos, materiais e sistemas serão amplamente
recompensados com uma reabilitação muito eficiente.
O produto final da seleção da estratégia de reabilitação deve ser
precedido de uma redação das especificações de reabilitação, de forma clara,
apropriada, suficiente e precisa. Em particular deve-se especificar como será feita
cada uma das atividades seguintes: limpeza do aço e do concreto, repassivação
da armadura, reparação, reforço e proteção da estrutura. A montagem da
infraestrutura necessária, a organização das operações envolvidas, assim como
47
o controle de qualidade dos trabalhos e controle no recebimento dos materiais
devem ser estudados e colocados por escrito. (HELENE & PEREIRA, 2007)
Porém, a decisão de escolha da estratégia de reabilitação
depende, em grande parte, da opinião e poder decisório do proprietário da
estrutura, o qual, frequentemente, é conduzido a uma decisão que nem sempre é
baseada em considerações técnicas e duráveis. Esta decisão é tomada, muitas
vezes, por fatores de ordem econômico, político e, quase sempre, pelo prazo de
execução desta estratégia. (HELENE & PEREIRA, 2007)
Sendo assim, é obrigação do engenheiro responsável pelo projeto
de reparação apresentar todas as possibilidades de reabilitações sempre ligadas
à durabilidade e custos da mesma, de forma que um leigo possa interpretar as
informações e tomar a melhor decisão para a estrutura.
De acordo com HELENE & PEREIRA (2007), alguns passos
devem ser seguidos antes de definir a intervenção apropriada para a estrutura:
A estrutura deve ser corretamente avaliada e a informação
resultante, produto da avaliação, deve ser completa, sem a
probabilidade de ter incerteza sobre nenhum detalhe que possa
conduzir a uma definição errada do tipo de intervenção ou falha da
mesma;
Avaliar adequadamente as causas da deterioração, sua extensão e
o nível de comprometimento dos elementos estruturais;
Mensurar a vida útil e grau de segurança da estrutura, como o
impacto econômico, social e político da deterioração. Igualmente
deve-se definir a nível de urgência da intervenção, estudando a
probabilidade de colapso total ou de parte da estrutura e a
necessidade de escoramento, isolamento ou até mesmo, em casos
mais graves, a evacuação de pessoas;
Saber os objetivos do proprietário ao decidir intervir na estrutura, se
estes são viáveis técnica e economicamente, se tal reparação pode
ser realizada no prazo estabelecido e com os recursos disponíveis.
Dialogar com o proprietário à respeito da nova vida útil projetada
48
para a estrutura a reabilitar, já que isso dependerá do nível de
intervenção e seu custo, assim como os sistemas e produtos a serem
empregados. De igual modo deverá ser feito uma projeção futura das
cargas, o que definirá a necessidade de aumentar ou não a
capacidade resistente da estrutura.
Verificar se a estrutura cumpre as normas estruturais vigentes, dado
que pode ser necessário uma intervenção que contemple, além da
reabilitação por durabilidade, sua atualização estrutural. A situação
contrária também é muito comum, muitas vezes, em particular
quando são realizadas atualizações sísmicas, a estratégia de reforço
é definida, mas esquece-se de verificar o estado da estrutura no que
se refere à sua durabilidade e, ao começar a execução da
reabilitação, são descobertos danos que obrigam a redefinir o
alcance da intervenção e a modificar o pressuposto.
Se a estrutura tem valor histórico e/ou é patrimônio arquitetônico do
país ou cidade, deve-se definir previamente, em união com as
autoridades, proprietários, restauradores e especialistas em
materiais, a maneira que será feita a restauração, respeitando ao
máximo sua arquitetura e aspectos exteriores, bem como materiais
originais.
Após essa análise, muitas vezes feita de forma minuciosa, e
cumprida essas etapas propostas pelos autores, deve ser feita a escolha certa do
melhor tipo de reforço para a necessidade do proprietário. Porém essa escolha
demanda tempo e pesquisa de cada tipo de material que poderá ser utilizado para
a reabilitação da estrutura.
5.7 MATERIAIS PARA RECUPERAÇÃO, REFORÇO E PROTEÇÃO
Há uma diferença entre reforço e recuperação estrutural. Em
entrevista com a Revista Téchne (2004, Edição 84), o engenheiro Alexandre
Duarte, diretor da Teprem, esclarece:
[...] A diferença é que por recuperação entende-se o retorno da
49
integridade das peças estruturais incluindo a vida útil inicial. Já os
reforços pressupõem a perda da resistência residual, ou seja, a
estrutura não atende mais às solicitações de projeto.
Portanto, deve-se definir se a estrutura passará por reforço,
recuperação, ou por ambos os processos, já que a técnica difere uma da outra.
Quando a solução de reabilitação da estrutura é a recuperação, deve-se atentar
em recompor a geometria das peças.
Deste modo, HELENE (1988) sugere que as causas da patologia,
a patologia em si e a urgência da sua reparação devem ser muito bem definidos
para que a intervenção seja eficaz. Por exemplo, quando a estrutura precisa de
um reparo mais rápido, onde os elementos estruturais têm a necessidade de
resistirem às cargas após algumas horas de execução da reabilitação, a solução
provável é a utilização de sistemas de base epóxi ou poliéster. Porém, quando o
prazo é maior, ou seja, de alguns dias, o mais conveniente é se utilizar
argamassas ou grautes de base mineral. Já em casos de condições normais de
solicitação, ou seja, pelo prazo superior ou igual a vinte e oito dias para que a
estrutura esteja hábil a resistir aos esforços, os materiais podem ser argamassas
e concretos adequadamente dosados.
A quantidade oferecida de materiais hoje em dia no mercado é
muito grande e, permanentemente, novos produtos e modos de intervenções são
lançados. Segundo Mailvaganam (1991 apud HELENE, 1992, p. 213), entre 1970
e 1990 houve um crescimento no número de materiais disponíveis para
reabilitação nos Estados Unidos de 30% a 50% maior que o crescimento na
construção civil de novos empreendimentos, nesse mesmo período.
Portanto, como há inúmeros materiais disponíveis no mercado,
apresenta-se, a seguir, uma proposta de classificação e organização dos
produtos destinados à proteção, reparo e reforço de estruturas de concreto:
5.7.1 Concreto
O concreto, de acordo com HELENE (1992), é o material
tradicionalmente usado em reparos e reforços de estruturas de concreto armado.
50
Segunde o autor, a grande maioria das vezes sua confecção requer um traço
especialmente formulado que altere para melhor algumas de suas características
naturais. Por exemplo, pode ser necessário obter altas resistências iniciais, leves
e controladas expansões, ausência de retração de secagem, baixa
permeabilidade, elevada aderência ao substrato e outras propriedades
normalmente obtidas à custa do emprego de aditivos e adições tais como
plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, escória de alto forno, cinza
volante, microssílica e, via de regra, baixa relação água/cimento.
Porém, a alternativa de executar tal concreto, quando dosado em
canteiro de obras, não é viável. Apenas o é em locais onde há um grande volume
de concreto a ser utilizado e haja assistência técnica e orientação permanente de
pessoas especializadas em tecnologia do concreto.
O sucesso do reparo depende da boa aderência entre o concreto
novo e o velho e da capacidade de transferência de tensões entre os mesmos.
Algumas vantagens são dependentes da correta combinação do ângulo da junta
e a forma de preparação da superfície. Características como resistência e módulo
de elasticidade do concreto velho devem ser consideradas ao se projetar o
concreto novo.
Segundo COSENZA (1998) e SHEHATA & TEIXEIRA JÚNIOR
(1997) casos práticos de reconstituição de pilares e consolos danificados
estudados pelos autores que ensaiaram, respectivamente, modelos através da
remoção total do concreto danificado e das armaduras existentes, substituindo-
os por concreto e armadura semelhantes aos originais. Nos dois trabalhos
conseguiu-se observar que o comportamento em serviço e na ruptura das peças
reparadas foi similar ao comportamento original, entretanto tendo como ponto
fraco, a região de ligação entre concreto novo e o existente.
Deste modo, os autores COSENZA e SHEHATA & TEIXEIRA
JÚNIOR sugerem que a preparação adequada das superfícies de ligação é
primordial para o bom desempenho das peças reconstituídas. De acordo com
COSENZA (1998, apud REIS, 2001) é sugerido o uso de aditivos expansores para
melhoria das condições de concretagem.
51
5.7.2 Aditivos
Aditivos são utilizados, especialmente, para melhorar as
propriedades das argamassas e concretos, tanto no estado fresco quanto
endurecido. Podem ser considerados como aditivos, segundo HELENE (1992),
todo produto adicionado até o máximo de 5% em relação à massa de cimento.
Acima dessa porcentagem deve ser considerado como adição e ter tratamento
distinto.
De acordo com J. Calleja (1984 apud SOUZA & RIPPER, 1998) os
aditivos são produtos que, acrescentados aos aglomerantes no momento de sua
elaboração, e em condições adequadas, nas formas convenientes e nas doses
precisas, têm por finalidade modificar ou implementar, em sentido positivo e em
caráter permanente, certas propriedades do conglomerado, para seu melhor
comportamento em todos ou em algum aspecto, tanto no estado fresco como
endurecido.
Segundo SOUZA & RIPPER (1998), como normas gerais para
emprego de aditivos na confecção de concretos:
Sempre que possível, deve-se evitar o emprego de aditivos,
procurando obter, sem este recurso, um concreto com as
propriedades desejadas;
Quando houver a necessidade inevitável de se utilizar aditivos, por
quaisquer circunstâncias particulares, deverão ser realizados,
previamente, os ensaios necessários, sendo efetuado rigoroso
controle na sua dosagem, de forma a não existir nenhuma
incompatibilidade entre os aditivos e o aglomerante empregado;
Os aditivos devem ser protegidos de maneira adequada; assim, se
estão em pó, devem ser conservados em lugares secos, evitando a
possível formação de torrões por efeito da umidade, o que
acarretaria alterações nas suas propriedades; se em estado líquido,
devem ser protegidos do calor e agitados antes do seu emprego,
para evitar que as sedimentações que porventura se tenham
produzido tirem a sua uniformidade;
52
Devem ser tomados precauções para que se tenha uma mistura
uniforme do aditivo em toda a massa de concreto, já que a falta de
homogeneidade poderá ocasionar efeitos indesejáveis;
O emprego de vários aditivos em um único traço de concreto
pode provocar o aparecimento de problemas patológicos, devidos a
uma possível incompatibilidade da mistura.
5.7.3 Argamassas Poliméricas
As argamassas poliméricas são aquelas formadas à base de
cimento Portland modificadas com polímeros e agregados com graduação
adequada desenvolvida com aditivos e adições com a função de ter propriedades
especiais, como, por exemplo, baixa permeabilidade, boa resistência a esforços
mecânicos, boa resistência à abrasão, melhor aderência em superfícies de
concreto velho, entre outros.
Tais argamassas podem ser formuladas com resinas acrílicas do
tipo metil metacrilato, estireno-butadieno, com resinas à base de PVA, resinas
epoxídicas, resinas fenólicas, resinas orgânicas, entre outras. Porém, para cada
uma delas existem algumas restrições como, por exemplo, quando o polímero é
à base de PVA, que confere à argamassa baixa resistência à umidade e à ação
agressiva do ambiente.
De acordo com SOUZA & RIPPER (1998) as mais utilizadas no
Brasil são as resinas epoxídicas, derivadas do petróleo, resultantes da
combinação da epocloridina e do bifenol. De acordo com as proporções utilizadas
de cada um destes componentes, torna-se possível a obtenção de resinas com
diferentes propriedades, principalmente no que diz respeito a densidade e peso
molecular.
Ela é amplamente usada no nosso país porque a utilização deste
polímero é restringida à temperatura. Por exemplo, a temperaturas inferiores a 10
graus Celsius o processo de polimerização pode não acontecer, já quando as
temperaturas são elevadas (acima de 50 graus Celsius) o mesmo se torna
plástico, perdendo a rigidez.
53
5.7.4 Grautes à Base de Cimento
O graute pode ser definido como um concreto com agregados
finos, de alta fluidez e de baixa retração. Tais características o fazem eficaz para
preencher cavidades e lugares onde não é possível o uso de vibradores para
adensar o mesmo.
O graute de cimento, segundo HELENE (1992), é constituído por
cimento Portland comum (classe 32 ou 40), composto (32 ou 40) ou de alta
resistência inicial (CP V-ARI), agregados de granulometria adequada, aditivos
expansores e aditivos superplastificantes.
Os grautes à base de cimento, também chamados de grautes
minerais, de acordo com OLIVEIRA, Paulo; OLIVEIRA, Roberto; TULA, Leonel
(2002), podem ser classificados pelo tamanho do agregado:
Grautes injetáveis: agregado muito fino: partículas menores que 75
micrômetros;
Grautes de argamassa: agregado miúdo: máxima característica
menor ou igual a 4,8 milímetros;
Grautes de microconcreto: pedrisco ou brita 0: dimensão máxima
característica menor ou igual a 9,5 milímetros;
Grautes de concreto: com adição de até 30% de brita 1: dimensão
máxima característica menor ou igual a 19 milímetros.
De acordo com HELENE (1992), por suas características de
fluidez, boa aderência, baixa retração e alta impermeabilidade, este tipo de graute
é conveniente para reparos em locais de acesso difícil ou em casos de seções
densamente armadas.
5.7.5 Argamassas e Grautes Orgânicos
As argamassas e grautes orgânicos são, segundo HELENE
(1992), aquelas formuladas com resinas orgânicas cuja aglomeração e
resistência do conjunto é dada pelas reações de polimerização e endurecimento
54
dos componentes das resinas, em ausência de água. Pode-se adicionar, também,
o cimento Portland na composição do produto completando a distribuição
granulométrica e preenchendo os vazios da areia, porém atua apenas como
inerte.
As características principais deste material são a elevada
resistência mecânica e química, apropriadas para ambientes altamente
agressivos ou aqueles onde são exigidos alto desempenho dos reparos, reforços
e proteções.
Por ter elevada aderência ao substrato e baixo módulo de
deformação longitudinal, eles são mais indicados para uso em pequenos volumes
e espessuras. Razão tal que é motivada, também, em função do custo das
resinas, derivadas do petróleo. De acordo com o engenheiro José Eduardo
Granato em entrevista revista Téchne (Ed. 107, 2006), um graute de base
orgânica chega a ser até 20 vezes mais caro que um de base cimentícia.
Outra desvantagem deste graute, explica o engenheiro Paul Horst
Seiler em entrevista à revista Téchne (Ed. 107, 2006), é que a partir de 80 graus
Celsius a matriz começa a deteriorar-se e o material perde suas propriedades
mecânicas, ou seja, em situações de incêndio ela se torna totalmente ineficaz.
5.7.6 Argamassas à Base Epóxi
Tais argamassas e grautes à base epóxi geralmente são
fornecidas em dois ou três componentes: a resina (epóxi), o endurecedor (amina
e/ou poliamidas) e agregados selecionados.
De acordo com HELENE (1992) recomenda-se que atendam às
seguintes normas americanas: “ASTM C 395. Standart Specification for Chemical-
Resistant Resin Mortars”, “ASTM C 399. Standart Practice for Use of Chemical -
Resistant Resin Mortars” e “ASTM C 658. Standart Specification for Resin
Chemical-Resistant Grouts”, e à norma britânica: “BSI CP 3003: Part 5: 1966.
Epoxide resins”.
Suas principais características, declara HELENE (1992), é que
tais argamassas possuem excelente resistência a ácidos não oxidantes e álcalis,
55
também boa resistência a alguns solventes orgânicos, ótimas propriedades
físicas e mecânicas, além de muito boa aderência a vários tipos de superfícies.
Deste modo, como tal resina tem alto poder de aderência ao concreto e ao aço,
este tipo de argamassa pode ser utilizado para reparos superficiais, para
cobrimento de barras adicionais, ancoragem de chumbadores e, por ser
tixotrópica, pode ser aplicada até mesmo na vertical.
Porém, são atacados por ácidos oxidantes e alvejantes e sua
resistência térmica não supera os 70 graus Celsius.
5.7.7 Argamassas à Base Resinas Poliéster ou Estervinílica
Esta argamassa, segundo SOUZA & RIPPER (1998), apresenta
pequeno tempo de cura, com boa resistência inicial, alta resistência a ataques de
produtos químicos, elevada aderência ao substrato, baixa retração e, quando são
à base estervinílica, há a possibilidade do mesmo ser empregado em
temperaturas superiores a 100 graus Celsius.
Porém o custo deste produto é muito elevado, e o máximo
benefício é alcançado quando a estrutura precisa resistir às cargas logo após a
execução do reparo (22 horas, conforma SOUZA & RIPPER (1998)).
5.7.8 Argamassas de Base Furânica
De acordo com SOUZA & RIPPER (1998), essas argamassas são
produtos à base de resinas furânicas líquidas, sendo o catalisador e agregados a
base de sílica, carbono, barita ou coque pulverizado. Tal produto tem todos as
propriedades semelhantes às de base estervinílica, conforme descrito
anteriormente, com uma vantagem de poder ser utilizado em termperaturas de
até 200 graus Celsius.
5.7.9 Argamassas à Base Fenólica
As argamassas e grautes à base fenólica, segundo HELENE
56
(1992), são constituídas por aglomerantes de resina fenolformaldeído com fíleres
(sílica, carbono, coque pulverizado ou barita) contendo um catalisador ácido.
Esse tipo de argamassa apresenta resistência elevada a
ácidos minerais e sais inorgânicos, bem como soluções levemente oxidantes e a
temperaturas elevadas (em torno de 175 graus Clesius), conforme CÁNOVAS
(1988).
5.7.10 Adesivos
A função deste material, conforme o próprio nome já diz, é o de
unir, ou seja, elevar a aderência entre materiais a elementos estruturais já
existentes. Hoje em dia, os adesivos disponíveis no mercado são aqueles à base
de apóxi, PVA e acrílico.
Segundo SOUZA & RIPPER (1998), os adesivos de base apóxi
são polímeros formulados através de dois componentes: monômero e catalisador.
Quando misturado, o material apresenta uma boa viscosidade durante um
determinado tempo, depois endurece e se solidifica, o que lhe dá elevada
resistência mecânica. Tal mistura, entre esses dois componentes, deve ser feita
manualmente ou com um agitador mecânico até que o material fique homogêneo.
Os adesivos à base de acetato de polivinila – polímero vinílico,
comumente chamado por PVA – apresenta boa resistência ao intemperismo,
utilizado muito, na construção civil, em tintas, revestimento e membranas
impermeabilizantes, e tem como principal aplicação a confecção de argamassa,
pois, quando diluídos na água de amassamento, passam a ter uma melhor
aderência sobre os substratos.
Já os adesivos de base acrílica apresentam uma melhora na
elasticidade, reduzindo consideravelmente as fissuras de retração, melhora na
aderência e trabalhabilidade quando utilizados em argamassa.
5.7.11 Produtos para Ancoragem e Emendas de Barras De Aço
Os materiais utilizados para ancorar as barras de aço são, em
57
geral, de base polimérica ou à base de cimento, e têm como principais
características a pega rápida e capacidade de se expandir. Eles são disponíveis
tanto para mistura “in loco”, no canteiro de obras, quanto em forma de cartuchos
prontos.
Já para emendar as armaduras de aço os materiais mais utilizados
são dois tipos de luvas de aço, as quais, segundo um dos fabricantes,
PROTENDE, obedecem as normas nacionais NBR 6118 (Projeto de estruturas de
concreto — Procedimento), NBR 7480 (Aço destinado a armaduras para estruturas
de concreto armado) e NBR 8548 (Barras de aço destinadas a armaduras para
concreto armado com emenda mecânica ou por solda - Determinação da resistência
à tração - Método de ensaio).
Uma dessas duas luvas é executada com a utilização de uma
prensa hidráulica, acionada por uma bomba elétrica. Através dessa prensagem,
a luva é deforma, comprimindo-a sobre a barra. Este procedimento, segundo um
dos fabricantes deste material, é bem simples e executado em 2 estágios:
“inicialmente é prensada metade da luva na extremidade de uma barra solta, e,
em seguida, encaixada a outra metade numa barra já concretada, concluindo-se,
então, a prensagem da luva “in loco”. É possível, ainda, a emenda de barras com
diferentes bitolas com a utilização de redução, produzidas sob encomendas.
Figura 28 - Exemplo de emenda de barras de aço com luva prensada
Fonte: http://www.protende.com.br/newsite/tabelas/emendasdebarra.htm
58
Quadro 4 - Quadro para execução de emenda com luva prensada
DIÂMETRO NOMINAL DA
BARRA (mm)
DIMENSÃO DA LUVA APÓS PRENSAGEM
(mm)
ESPAÇAMENTO MÍNIMO (mm)
DIÂMETRO COMPRIMENTO D H
12,5 21 75 71 84
16 26 95 73 100
20 32 117 76 110
25 42 148 80 128
32 54 190 99 178
40 64 233 105 200
Fonte: http://www.protende.com.br/newsite/tabelas/emendasdebarra.htm
Figura 29 - Materiais para prensagem da luva para emenda entre barras de aço
Fonte: www.rudloff.com.br/downloads/catalogos/luvas-catalogo_completo-revA-peq.pdf
Já o outro tipo de luva, a emenda é feita através de duas luvas
rosqueadas internamente em uma das extremidades e mais um pino de ligação
rosqueado externamente. As extremidades sem rosca são prensadas nas barras
de aço com a utilização da prensa hidráulica e o pino deve estar disposto entre
59
as armaduras de aço para obter a continuidade entre as luvas.
Figura 30 - Sequência de montagem da emenda com luva rosqueada
Fonte: www.rudloff.com.br/downloads/emendas-mecanicas/catalogo-emendas-barras-de-
aco-2011-01.pdf
Quadro 5 - Quadro para execução de emenda com luva rosqueada
DIÂMETRO NOMINAL DA
BARRA (mm)
COMPRIMENTO DO CONJUNTO
(mm)
COMPRIMENTO DO PINO (mm)
DIÂMETRO MÁXIMO DO CONJUNTO
(mm)
12,5 125 40 25,4
16 155 50 28,6
20 185 60 34,9
25 225 70 44,5
32 275 90 57,2
40 335 110 69,9
Fonte: http://www.protende.com.br/newsite/tabelas/emendasdebarra.htm
5.7.12 Concretos e Argamassas de Pega / Endurecimento Rápido
Muitas vezes há a necessidade de reparos rápidos e que, depois
de reabilitada, a estrutura deve estar apta para resistir aos esforços, como, por
exemplo, em retomada de produção em indústrias ou a liberação do tráfego.
Os produtos, de acordo com HELENE (1992), podem ser
formulados com cimentos aluminosos, com base na reação do magnésio com
60
fosfatos ou, até mesmo, com materiais de base sulfato de cálcio. O inconveniente,
porém, é que o primeiro perde parte da resistência obtida inicialmente devido às
transformações biológicas dos cristais de aluminatos.
5.7.13 Exemplos de Materiais Existentes no Mercado
Segue, de acordo com HELENE (1992) e SOUZA & RIPPER
(1998), quadro adaptado dos materiais e sistemas para reparo, reforço e proteção
de estruturas de concreto:
Quadro 6 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Concreto ___
Elevado módulo de elasticidade, baixa aderência, resistência e durabilidade variáveis
Grandes volumes
Concreto projetado
LOKCRETE
Homogeneidade da mistura, baixa reflexão, boa aderência, elevada resistência
Via seca e via úmida
Microconcreto
RENDEROC LA
Fluido, auto adensável, retração compensada, boa aderência, elevada resistência final, baixa permeabilidade
Reparos e reforços em elementos estruturais com espessuras de 25 mm a 300 mm
PATCHROC
Retração compensada, boa aderência, elevada resistência inicial e final, baixa permeabilidade, liberação rápida (2h)
Reparos e reforços em elementos estruturais com espessuras de 10 mm a 50 mm
Fonte: HELENE (1992)
61
Quadro 7 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Aditivo acelerador de pega
QUICKSOCRETE SPRAYSET SUPER
Isento de cloreto, redutor de reflexão
Concreto projetado via seca ou úmida
Aditivo acelador de endurecimento
CONPLAST NC
Aumenta resistências iniciais
Necessidade de desforma rápida ou colocação rápida em serviço
Aditivo retardador CONPLAST R
Permite maior tempo de manuseio do concreto e argamassas
Ideal para reparos trabalhosos e demorados
Aditivo plastificante CONPLAST P509
Aumenta a fluidez e reduz a relação água/cimento para uma mesma consistência
Argamassas e concretos em geral
Aditivo super-plastificante
CONPLAST SP430
Aumento acentuado de fluidez e redução da relação água/cimento
Concreto fluido, para concretagem em locais com alta densidade de armaduras e lançamentos difíceis ou espaciais
Aditivo expansor CONBEX 100
Pode aumentar os efeitos deletérios da retração
Preenchimento de cavidades onde não pode haver retração
Aditivo impermeabilizante
VEDAX
Reduz a absorção de água por capilaridade
Argamassas de revestimento impermeabilizante
Argamassa polimérica base cimento
RENDEROC FC2
Fácil acabamento superficial, retração compensada, tixotrópica, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Revestimentos e acabamentos superficiais em espessuras de 0,5 mm a 3 mm
Fonte: HELENE (1992)
62
Quadro 8 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Argamassa polimérica base cimento
RENDEROC S2
Baixa retração, tixotrópica, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Reparos superficiais e revestimentos de componentes estruturais em espessuras de 5mm a 25 mm
RENDEROC HB2
Retração compensada, tixotrópica, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Reparos superficiais e revestimentos de componentes estruturais em espessuras de 10 mm a 50 mm
Argamassa base cimento
RENDEROC TG
Retração compensada, tixotrópica, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Reparos localizados e revestimentos de componentes estruturais com espessura de 10 mm a 50 mm
RENDEROC RG
Retração compensada, fluido, auto-adensável, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Reparos e reforços estruturais em espessuras de 20 mm a 60 mm
SHIM SET
Retração compensada, consistência seca, boa aderência, elevada resistência, baixa permeabilidade
Reparos em componentes estruturais pelo sistema conhecido por "Dry Pack"
Graute base cimento
CONBEXTRA P
Bombeável, retração compensada, fluido
Injeção de bainhas de cabos de protensão e preenchimento de cavidades de 10 mm a 40 mm
CONBEXTRA GP
Elevada resistência inicial e final, retração compensada, fluido, auto-adensável
Fixação de equipamentos, trilhos, monovias e preenchimentos de cavidades de 20 mm e 60 mm
CONBEXTRA LA
Expansão controlada, fluido, auto-adensável
Fixação de equipamentos, trilhos, monovias e preenchimentos de grandes cavidades com espessuras de até 300 mm
Fonte: HELENE (1992)
63
Quadro 9 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Graute base cimento
FOSGROUT
Retração compensada, fluido, auto-adensável
Fixação de equipamentos, trilhos, monovias e preenchimentos de cavidades de 20 mm e 60 mm
CONBEXTRA UW
Elevada coesão, não retrátil, bombeável, auto-adensável
Reparos e reforços submersos com espessuras de 20 mm a 60 mm
Argamassa base epóxi NITOMORTAR S
Tixotrópica, elevada resistência à compressão, à abrasão, e à ação de produtos químicos, elevada aderência ao concreto
Reparos de componentes estruturais, pisos, tanques, onde haja necessidade de liberação rápida (24h) ou de elevada resistência química
Argamassa base poliéster
NITOMORTAR PE
Elevada resistência inicial, baixa retração, elevada resistência a produtos químicos
Reparo de componentes estruturais, pisos, tanques, rejuntamento de cerâmica antiácida, onde haja necessidade de liberação rápida (2h) ou elevada resistência química em espessuras de 2 mm a 15 mm e área menor que 0,25 m²
Argamassa base furânica
NITOMORTAR FU
Resistente a temperaturas de trabalho de até 200 °C, baixa retração, elevada resistência a produtos químicos
Rejuntamento de cerâmicas e lajotas antiácidas em espessuras de até 15 mm
Argamassa base estervinílica
NITOMORTAR EV
Resistente a temperaturas de trabalho de até 115 °C, baixa retração, elevada resistência a produtos químicos
Rejuntamento de cerâmicas e lajotas antiácidas em espessuras de até 15 mm
Graute base epóxi
CONBEXTRA EPLV
Auto-adensável, elevada fluidez e baixa viscosidade
Injeção de fissuras de abertura de 0,3 mm a 9 mm
CONBEXTRA EPS
Auto-adensável, fluido, excelente aderência, elevadas resistências mecânicas e químicas.
Reparos, reforços de componentes estruturais ou chumbamento de equipamentos sujeitos a elevadas vibrações, em espessuras de 10 mm a 40 mm
Fonte: HELENE (1992)
64
Quadro 10 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Graute base epóxi CONBEXTRA EPL
Auto-adensável, fluido, excelente aderência, elevadas resistências mecânicas e químicas.
Reparos, reforços de componentes estruturais ou chumbamento de equipamentos sujeitos a elevadas vibrações, em espessuras de 35 mm a 70 mm
Adesivos
NITOBOND AR
Requer substrato úmido, adere ao concreto. Base acrílica
Ponte de aderência concreto velho/novo ou argamassa em reparos superficiais
NITOBOND SBR
Requer substrato úmido, adere ao concreto. Base estirenobutadieno
Ponte de aderência concreto velho/ concreto fresco em reparos superficiais
NITOBOND HAR
Requer substrato úmido, adere ao concreto. Base estirenobutadieno e acrílico
Ponte de aderência concreto velho/ concreto fresco para reparos estruturais de até 50 mm de espessura
NITOBOND EP
Requer substrato seco, adere ao concreto e ao aço, baixa viscosidade, aplicado a pincel. Base epóxi
Ponte de aderência concreto velho/ concreto fresco ou concreto/aço ou aço/concreto em reparos estruturais
NITOBOND EPD
Requer substrato seco, adere ao concreto e ao aço, alta viscosidade. Base epóxi
Ponte de aderência aço/ concreto velho, formulado para unir chapas metálicas ao concreto como reforço estrutural
NITOBOND EPPL
Requer substrato seco, adere ao concreto e ao aço, baixa viscosidade, aplicado a pincel, pega lenta. Base epóxi
Ponte de aderência concreto/ concreto ou concreto/ aço em reparos estruturais trabalhosos e demorados
NITOBOND EPMF
Requer substrato seco, adere ao substrato e ao aço, média viscosidade. Base epóxi
Ponte de aderência concreto/ concreto ou concreto/ aço em reparos estruturais
Fonte: HELENE (1992)
65
Quadro 11 - Materiais e sistemas de reparo e reforço de estruturas de concreto
Material Produto Principais
Características Aplicação
Adesivos
NITOPRIMER 25
Requer substrato seco, adere ao concreto e ao aço. Base epóxi
Ponte de aderência concreto velho/ argamassas base epóxi, poliéster ou poliuretano
NITOPRIMER S
Requer substrato seco, adere ao aço. Base epóxi
Ponte de aderência aço/ argamassas base epóxi, poliéster ou cimento
NITOPRIMER EV
Requer substrato seco, adere ao concreto. Base estervinílica
Ponte de aderência concreto velho/ argamassas de base estervinílica
Primer para armadura NITOPRIMER Zn
Requer armaduras secas e limpas, adere e protege a armadura, alto teor de zinco
Proteção da armadura contra corrosão por um processo de ânodo de sacrifício
Ancoragem
LOKSET S
Fluido, elevada resistência, mecânica e química, rápido endurecimento. Base poliéster
Ancoragem de barras de espera, tirantes e chumbadores
LOKSET P
Tixotrópico, elevada resistência mecânica e química, rápido endurecimento. Base poliéster
Ancoragem de barras de espera, tirantes e chumbadores
CARTUCHO LOKSET
Elevada resistência mecânica e química, vários tempos de pega. Base poliéster
Ancoragem de barras de espera, tirantes e chumbadores
CARTUCHO COMBEXTRA
Locais úmidos, elevada resistência mecânica. Base cimento
Ancoragem de barras de espera, tirantes e chumbadores
Argamassa de pega rápida
RENDEROC PLUG
Alta resistência e baixa idade, liberação após alguns minutos. Base cimento
Tamponamento de vazamentos de água por fissuras ou furos
Fonte: HELENE (1992)
66
5.8 TÉCNICAS USUAIS PARA RECUPERAR E REFORÇAR ESTRUTURAS DE
CONCRETO
Conforme já explicado, para que a reabilitação da estrutura seja eficaz
em todos os quesitos, deve-se fazer uma boa análise das origens da patologia e
estudos detalhados dos efeitos produzidos pela mesma. Depois de definidos estes
dois pontos o próximo passo é o da escolha da melhor técnica, que inclui a cuidadosa
seleção dos materiais e equipamentos a serem empregados e, até mesmo, a mão-de-
obra necessária para a execução do serviço.
Previamente, os serviços de reabilitação, sempre requerem uma
elaboração de trabalhos de cálculo estrutural, e nesta etapa estão considerados os
cálculos derivados da necessidade de alteração na funcionalidade da estrutura –
aumento da carga de utilização, por exemplo – ou, até mesmo, serviços em casos de
danificação da estrutura, onde o reforço estará inserido nos trabalhos de recuperação.
De acordo com SOUZA & RIPPER (1998), é importante lembrar que
a necessidade de recurso prévio de cálculo deve ser feita em todas as circunstâncias.
O que muitas vezes acontece, diz ele, é que os próprios profissionais, para não dizer
os contratantes (donos de obra), consideram que tal proceder não é necessário em
casos em que o reforço estará inserido nos trabalhos de recuperação, isso, ressalta o
autor, porque só a partir do cálculo poderão ser estabelecidos elementos básicos para:
Definição precisa das peças da estrutura em que será
necessário proceder-se ao reforço – e a extensão desta
intervenção – e daquelas em que será suficiente apenas a
recuperação, entendendo-se como tal a reconstituição das
características geométricas, de resistência e desempenho
originais;
Determinação da capacidade resistente residual da estrutura,
ou da peça estrutural, e, consequentemente, definição do tipo,
intensidade e extensão do reforço necessário;
Indicação da necessidade ou não da adoção de procedimentos
de escoramento durante os trabalhos;
Avaliação do grau de segurança em que se encontra a
67
estrutura, antes, durante e depois da execução do reforço;
Escolha da técnica a utilizar;
Determinação das tarefas necessárias e das quantidades reais
de trabalho a realizar, isto é, definição do custo real da
empreitada, em conjunto com os elementos da inspeção
técnica realizada.
O orçamento final de serviços de recuperação ou reforço estrutural é
intimamente ligada à solução de projeto adotada para a execução da mesma,
considerando nesta etapa os cálculos, metodologias, especificações de materiais e
trabalhos complementares, como escoramentos e andaimes, por exemplo, que muitas
vezes podem inviabilizar economicamente a obra.
A estrutura em si pode apresentar patologia em vários graus
evolução. Quando os serviços a serem executados nesta intervenção não implicarem
introdução de materiais com a finalidade de aumentar ou de reconstituir a capacidade
resistente da estrutura, tal trabalho é chamado de recuperação ou reparo da estrutura,
sendo chamado de reforço em caso contrário.
De acordo com COMITÉ EURO-INTERNACIONAL DU BETÓN.
Bulletin d’information nº 162 – Assessment of Concrete Structures and Design
Procedures for Up-grading (1983, apud SOUSA, 2008), para caracterizar o tipo de
intervenção deve-se calcular o coeficiente de capacidade, , definido pela expressão:
= R'd
Sd
onde Sd representa o valor de cálculo do esforço atuante na estrutura e R'd
corresponde ao valor de cálculo do esforço resistente residual do elemento. A tomada
de decisão é baseada nos critérios indicados no Quadro abaixo:
68
Quadro 12 - Relação entre coeficiente de capacidade e o grau de intervenção
Coeficiente de
capacidade, Modo de intervenção
≥ 1 Não reforçar
2/3 << 1 Reparar e eventualmente reforçar
1/2 << 2/3 Reforçar
≤ 1/2 Demolir
Fonte: SOUSA (2008)
Segundo SOUZA & RIPPER (1998), os serviços de reparos podem
ser classificados em reparos rasos ou superficiais, reparo semiprofundos e reparos
profundos, sendo que os reparos rasos são classificados de acordo com a área em
que se está a intervir – em pequenas ou em grandes áreas. O meio de intervenção e
os materiais utilizados para o reparo dependerão do tipo e da extensão dos danos e
de fatores econômicos.
São considerados reparos rasos ou superficiais, segundo SOUZA &
RIPPER (1998), aqueles em que a profundidade para o reparo é inferior a 2,0 cm,
sendo considerados em pequenas área os que forem executados em superfícies de
até 15 cm², e em grandes áreas os demais.
Já os semiprofundos são aqueles cuja profundidade está entre 2,0 e
5,0 cm, o que, normalmente, ultrapassa o cobrimento e atinge as armaduras. De
acordo com SOUZA & RIPPER (1998), ao redor da armadura a ser substituída deverá
ser feita uma limpeza de 2,0 a 3,0 cm de profundidade.
O reparos profundo, diz SOUZA & RIPPER (1998), são aqueles que
atingem profundidade superiores a 5,0 cm. Para que tal serviço posse ser executado,
as cavidades deverão ser cuidadosamente preparadas, removendo-se todo o material
danificado até que o concreto íntegro seja atingido
A seguir serão abordadas as técnicas, em termos de materiais e
intervenções mais comumente utilizadas, para execução de serviços de recuperação
e reforço de estruturas de concreto armado, juntamente com o tipo de patologias que
este tipo de intervenção abrange.
69
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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