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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP
ENGENHARIA CIVIL
PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO
UM ESTUDO DE CASO NA PONTE DO RIO CLARO EM JATA (G O)
Michel Carvalho Franco
Genilson Fernandes Rosa
Raumy Borges Viana
Goinia
2015
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Michel Carvalho Franco
Genilson Fernandes Rosa
Raumy Borges Viana
PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO
UM ESTUDO DE CASO NA PONTE DO RIO CLARO EM JATA (G O)
Trabalho de concluso de curso para
obteno do ttulo de graduao em
Engenharia Civil apresentado
Universidade Paulista UNIP.
Orientador: Prof Bruno
Goinia
2015
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Michel Carvalho Franco
Genilson Fernandes Rosa
Raumy Borges Viana
PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO
UM ESTUDO DE CASO NA PONTE DO RIO CLARO EM JATA (G O)
Trabalho de concluso de curso para
obteno do ttulo de graduao em
Engenharia Civil apresentado
Universidade Paulista UNIP.
Goinia , __/__/____.
Banca Examinadora:
____________________________________________/__/___________
Prof (nome do Professor)
Universidade Paulista UNIP
___________________________________________/__/____________
Prof (nome do Professor)
Universidade Paulista UNIP
__________________________________________/__/_____________
Prof (nome do Professor)
Universidade Paulista - UNIP
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RESUMO
O municpio de Jata, localizado no sudoeste goiano, tem um importante papel
na produo nacional de gros (soja e milho) e na p ecuria, com destaque
para a produo de leite. A BR 364, onde est situada a Ponte do Rio Claro,
uma via de grande importncia para a regio, pois a travs dela ocorre
diariamente a o escoamento de grande parte da produo da regio.
A ponte foi construda em concreto armado e j possui mais de 50 anos de uso
e hoje apresenta patologias visveis que comprometem a sua utilizao com
segurana. Em 2010 o Conselho Consultivo do CREA - GO alertou a sobre a
necessidade de recuperao dos danos na estrutura. Tal alerta culminou na
contratao de Projeto bsico que contemplou diagn stico e recuperao da
ponte.
A possibilidade de ocorrncia de um colapso na estrutura devido a diversos
agentes verificados no estudo remetem a importncia de se executar a
recuperao estrutural da ponte o mais breve possv el, para que ocorra a
preservao do patrimnio pblico e ocorra tambm o uso da estrutura com
mais segurana para os usurios.
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ABSTRACT
The Jata City, located in southwestern of Goias, plays an important role in the
national production of grains (soy and corn) and livestock, particularly milk
production. The Brazilian Road BR 364, which is situated a Bridge (in Claro
river), is an very important pathway for the region where occurs daily the flow of
most of the production in the region.
The bridge in the Claro river was built in reinforced concrete and already has
more than 50 years of use, and today, visible pathological conditions are
compromising its use safely. In 2010 the Advisory Board of CREA - GO (local
engineering advice) made the alert about the need to recover the damage to the
structure. Such alert led to the hiring of basic project which included diagnosis
and recovery for the bridge.
The possibility of a breakdown in the structure due to several agents checked in
the study reveals the importance of executing the structural recovery of the
bridge in the shortest time possible for to occur the preservation of public
property and also occurs using of the structure safer for users.
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DEDICATRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, esposas, filhos e demais
familiares, que direta ou indiretamente contriburam para a finalizao do nosso
curso. Aos amigos que estiveram presentes durante os cincos anos da nossa
vida acadmica..
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1:Localizao da Ponte do Rio Claro em Jata (GO) ..................................... 1
Figura 2: Elementos estruturais de uma ponte em con creto armado ..................... 3
Figura 3: Imagem de pilares e fundaes da ponte em 2010. .................................. 5
Figura 4: Capa da Revista do CREA - GO em dezembro de 2010. .......................... 6
Figura 5: Seo transversal ....................... ................................................................ 7
Figura 6: Detalhe 1 da Figura 03 .................. .............................................................. 8
Figura 7: Fissura devido a retrao trmica ....... .................................................... 11
Figura 8: Vista em planta e corte longitudinal da p onte ........................................ 21
Figura 9: Vista em planta de patologias ........... ....................................................... 22
Figura 10: Corte AA e BB apresentando patologias .. ............................................ 23
Figura 11: Vista Lateral Sentido Jata - Mineiros e Placa de Apoio ....................... 24
Figura 12: Vista inferior, fissura, concreto desagr egando, infiltrao e eflorescncia ...................................................................................................... 25
Figura 13: Concreto desagregado e armadura exposta ......................................... 26
Figura 14: Fissura, carbonatao e eflorescncia .. ................................................ 27
Figura 15: Buraco na pista, ausncia de sinalizao e guarda-corpo .................. 30
Figura 16: Ausncia de guarda-corpo e guard-rail .. ............................................... 31
Figura 17: Pilares com armadura exposta em setembro de 2015. ........................ 34
Figura 19: Laje sem recuperao ou reparo ......... .................................................. 35
Figura 18: Transversinas apresentando eflorecncia e no recuperadas ............ 35
Figura 20: Guarda-corpo e pavimento recuperados ... ........................................... 36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classes de agressividade do concreto .... ............................................... 12
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SUM`RIO
1. INTRODUO ........................................ ................................................................ 11.1. OBJETIVO .......................................... ....................................................................... 21.2. OBJETIVOS ESPECFICOS ...................................................................................... 2
2.REVISO BIBLIOGR`FICA.............................. ..................................................... 32.1. DEFINIES ........................................ ..................................................................... 32.2. HISTRICO DA PONTE DO RIO CLARO E CARACTERSTICAS DAS PONTES PROJETADAS ENTRE 1950 A 1960 ............... .................................................. 4
2.2.1. HISTRICO DA PONTE DO RIO CLARO ................... .................................. 42.2.2. CARACTERSTICAS GERAIS DE PONTES PROJETADAS ENTRE 1950 E 1960 ............................................................................................................... 62.2.3. SEO TRANSVERSAL ................................. .............................................. 7
2.3. PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO ........... ............................... 82.3.1. Causas fsicas .................................... ......................................................... 102.3.2. Causas qumicas de patologias nas pontes de concret o armado .......... 13
2.4. CONSIDERAES SOBRE TEMPO DE VIDA TIL DO CONCRETO ARMADO ............................................ ............................................................................. 172.5. REPAROS E REFOROS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMAD O .......... 17
3.MATERIAIS E MTODOS ............................... ..................................................... 194.RESULTADOS E DISCUSSES ........................... ............................................... 20
4.1. PESQUISA JUNTO AO DNIT ............................ ...................................................... 204.2. DIAGNSTICO DA PONTE DO RIO CLARO ELABORADO PELA EM PRESA ACCIONA ENGENHARIA ................................ ................................................................ 21
4.2.1. Quadro de Deformaes (Flechas) Encontrado ........ ............................... 244.2.2. Quadro de Danos nas Lajes ......................... .............................................. 244.2.3. Eflorescncias nas faces inferiores das lajes do ta buleiro ..................... 25 4.2.4. Quadro de Corroso Apresentado pelas Lajes dos Tabu leiros .............. 26 4.2.5. Quadro de Danos das Vigas Longarinas .............. .................................... 274.2.6. Quadro de Danos das Vigas Transversais ............ .................................... 284.2.7. Sobrecargas ....................................... ......................................................... 284.2.8. Juntas de Dilatao Transversais ao Tabuleiro ..... .................................. 284.2.9. Transio da Super para a Mesoestrutura ........... ..................................... 284.2.10.Mesoestrutura ..................................... ........................................................ 294.2.11.Infraestrutura .................................... .......................................................... 294.2.12.Falha de desempenho funcionais..................... ......................................... 294.2.13.Encontros e Taludes ............................... ................................................... 294.2.14.Pista ............................................. ................................................................ 304.2.15.Circulao de Pedestres ........................... ................................................. 314.2.16.Drenagem e Conduo de `guas Pluviais da Pista e Ta buleiros ........... 32 4.2.17.Acmulo de detritos na meso e infraestrutura ...... ................................... 32
4.3. MEDIDAS DE RECUPERAO PROPOSTAS NO PROJETO B`SICO DA EMPRESA ACCIONA ENGENHARIA ........................ ..................................................... 33
5.RESULTADOS E DISCUSSES ........................... ............................................... 345.1. REALIZAO DE REGISTROS FOTOGR`FICOS ATUAIS E VERIF ICAO DA SITUAO ATUAL DA PONTE DO RIO CLARO ........... .......................................... 34
6.CONSIDERAES FINAIS .............................. .................................................... 377.REFERNCIAS ....................................... ............................................................. 38
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1. INTRODUO
O municpio de Jata, localizado no sudoeste goiano, tem um
importante papel na produo nacional de gros (soj a e milho) e na pecuria,
com destaque para a produo de leite. A BR 364, on de est situada a Ponte
do Rio Claro, uma via de grande importncia para a regio, pois atravs dela
ocorre diariamente a o escoamento de grande parte da produo da regio.
A ponte do Rio Claro na BR 364, objeto desse estudo, foi inaugurada em
1957 pelo ento Presidente da Repblica Juscelino Kubitschek para atender a
necessidade de transpor o rio Claro, curso dgua que no local possui mais de
140 metros de largura. A ponte foi construda em concreto armado e j possui
mais de 50 anos de uso e hoje apresenta patologias visveis que
comprometem a sua utilizao com segurana, seja pa ra os veculos de
passageiros, para os veculos de transporte de cargas ou at mesmo, para os
pedestres por se tratar de uma ponte que faz parte da rea urbana do
municpio. Na Figura 1, pode ser verificada a localizao da ponte no
municpio de Jata.
Figura 1:Localizao da Ponte do Rio Claro em Jata (GO)
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O conhecimento da real e atual capacidade portante de uma ponte deve
ser uma preocupao constante do rgo gestor, vist o que ela sofre redues,
principalmente com a idade, a utilizao e a agress ividade do meio ambiente
(DNIT, 2010).
A verificao de patologias, o tempo de vida da pon te, a necessidade de
recuperao para promover o uso com segurana e a i mportncia da ponte
para o escoamento de produo rodovirio local, justificam a realizao do
estudo.
1.1. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho discorrer sobre as patologias verificadas na
Ponte do Rio Claro na BR 364 em Jata (GO), em decorrncia de seu elevado
tempo de uso e verificar quais so as medidas neces srias para que a
estrutura possa a voltar a ser utilizada com segurana.
1.2. OBJETIVOS ESPECFICOS
Como objetivo especfico propem-se a realizao d e pesquisa de
campo utilizando-se de coletas de imagens (fotografias) que possam indicar
patologias na estrutura de concreto armado da ponte. Propem-se ainda a
realizao de pesquisa junto ao DNIT para obteno de informaes relevantes
sobre a possibilidade reparos.
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2. REVISO BIBLIOGR`FICA
2.1. DEFINIES
Segundo Pinho (2007), ponte toda obra de transposio, quando o
obstculo molhado, como, por exemplo, rios, estreito; responsvel por
exercer a ligao entre as duas margens. Entretanto quando o obstculo
transposto no constitudo por molhado, como, por exemplo, vale e
depresso; denomina-se a obra de viaduto. Elevada uma obra que permite a
continuidade de uma via, com elevao da estrutura, quando cruza um
obstculo em mesmo nvel, como, por exemplo, outra via.
De acordo com Vitrio (2002) as estruturas de uma p onte so divididas
para seu estudo e projeto, dessa forma pode-se afirmar que os elementos
componentes de uma ponteso: a superestrutura, a me so-estrutura e a infra-
estrutura, conforme mostrado na Figura 2.
Figura 2: Elementos estruturais de uma ponte em con creto armado
Fonte: Vitrio, 2002.
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Apesar de o concreto ser o material de construo mais consumido no
planeta, o conhecimento e divulgao das prticas construtivas adequadas no
acompanharam o crescimento da atividade de constru o, ocasionando
seguidos descuidos nas obras, e reduzindo a capacidade do concreto em
proteger as armaduras contra a corroso. Com o temp o, a tecnologia de
fabricao do concreto foi avanando, com a melhori a das propriedades dos
aditivos, adies e ligantes, possibilitando uma re duo significativa nas
sees das peas de concreto armado em funo do au mento das resistncias
mecnicas (FERREIRA, 2000).
2.2. HISTRICO DA PONTE DO RIO CLARO E CARACTERST ICAS DAS PONTES
PROJETADAS ENTRE 1950 A 1960
2.2.1. HISTRICO DA PONTE DO RIO CLARO
A ponte que transpe a rio Claro no municpio de J ata, localizada na
BR 364 (antiga BR 31), foi inaugurada em 1957 pelo ento presidente
Juscelino Kubitschek de Oliveirao. A estrutura foi necessria no poca para
substituir uma ponte de madeira que j se encontrava que no atendia mais as
demandas crescentes existentes no local.
Com a construo de um rodo anel no municpio de Ja ta com a duplicao da
BR 364 (GO 060), foi necessrio novamente transpor o rio Claro com a
construo da segunda ponte, sendo esta mais robust a com pilares e
elementos de fundao com maior seo do que os ele mentos da ponte de
1957.
Em dezembro de 2010 a Revista do CREA-GO veio a pblico com uma
reportagem que trouxe a ponte do rio Claro em sua capa, alertando sobre a
necessidade de monitoramento das obras pblicas, motivada por um pedido do
Conselho Consultivo da Inspetoria de Jata. Na ocasio, o CREA em Goinia
recebeu a ata da reunio onde foi levantado as preo cupaes quanto as
armaduras expostas das estruturas de fundao da po nte.
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Na ocasio o CREA -GO solicitou ao corpo tcnico da Associao
Brasileira de Ensaios No Destrutivos e Inspeo (A DENDI), que fizesse um
parecer sobre a situao da ponte.
Conforme a Revista (CREA - GO, 2010), o corpo tcnico da ABENDI,
com o apoio de algumas entidades relacionadas ao tema, avaliou, atravs de
fotos do local, o estado dos pilares da ponte sobre o Rio Claro, na BR-060,
entre Jata e Mineiros. A situao desta obra foi d enunciada, no ano passado,
pelos integrantes do Conselho Consultivo do Crea-GO de Jata.
Ainda segundo a publicao, "verifica-se, pela av aliao das fotos, que
as estruturas (colunas) esto em um estado avanado de corroso, o que pode
colocar em risco a segurana da ponte e de seus usu rios. A arquiteta
argentina Nadia Elisabet Rosenburt, da CAEFE, especialista responsvel por
inspees em Concreto na Argentina e em toda a Amr ica do Sul, e o gerente
comercial da ARCTEST, Luiz Fernando Vieira Pacchioni avaliam que o uso da
tcnica de Tomografia em Concreto Armado TCA produziria uma avaliao
completa da estrutura, o que permitiria verificar o grau de comprometimento da
estrutura da ponte face ao avanado estado de corro so do concreto e da
armao das colunas. Com base nessa avaliao, po ssvel definir tcnicas
de reparo e reforo que permitiriam ampliar a vida da obra e garantir a
segurana de seus usurios. A Figura 3 ilustra a referida reportagem".
Figura 3: Imagem de pilares e fundaes da ponte em 2010.
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A imagem da capa da revista de dezembro de 2010 pode ser verificada
na Figura 4.
Figura 4: Capa da Revista do CREA - GO em dezembro de 2010.
2.2.2. CARACTERSTICAS GERAIS DE PONTES PROJETADAS ENTRE 1950 E
1960
Conforme o Manual de Inspeo de Pontes Rodovirias do DNIT
(2004), as pontes projetadas entre 1950 e 1960, possuem as seguintes
caractersticas gerais:
Seo Transversal: largura total de 8,30m, largur a de pista de 7,20m, dois
guarda-rodas de 0,55m com dois guarda-corpos de 0,15/0,60m, sobre os
guarda-rodas.
Normas Brasileiras: NB-1/1946 e NB-2/1946; Pontes Classe 24
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Normas Rodovirias: NPER/1949, Normas para Projeto de Estradas de
Rodagem.
Cargas Mveis das Classes Especial e I: Compresso r de 24 tf, tantos
Caminhes de 12 tf quantas forem as faixas dde trfego menos uma e Multido
conforme a pea e o vo terico, basicamente de 500 kgf/m.
Coeficiente de Impacto: = 1,3
2.2.3. SEO TRANSVERSAL
Conforme o Manual de Inspeo de Pontes Rodovirias do DNIT
(2004), as sees transversais das pontes projetada s entre 1950 e 1960,
possuem as seguintes caractersticas:
Pista com largura de duas faixas de trfego
Guarda-corpos baixos
Guarda-rodas ineficazes
Ausncia de pingadeiras
Drenos igualmente espaados, inclusive sobre as sa ias de aterro
Transversinas ligadas laje
Sobrelaje ou pavimentao de grande espessura.
Nas Figuras 5 e 6, verifica-se detalhes da Seo Tr ansversal.
Figura 5: Seo transversal
Fonte: Manual de Inspeo de Pontes Rodovirias do DNIT (2004).
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Figura 6: Detalhe 1 da Figura 03
Fonte: Manual de Inspeo de Pontes Rodovirias do DNIT (2004).
2.3. PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO
O Bulletin dInformation (CEB N: 182, 1989), class ifica na forma abaixo
os principais mecanismos de deteriorao que podem ocorrer durante a vida
til de uma estrutura de concreto. As pontes rodovirias de concreto armado,
foco deste trabalho, tambm esto sujeitas a ao d estes mecanismos que
so:
Fissurao;
Corroso de armaduras;
Ataques qumicos;
Ataque fsico;
Defeitos devido construo, concepo de projeto e detalhamento.
A presena de fissuras em estruturas de concreto a rmado no ,
necessariamente, indicao de deficincia de resistncia ou funcionamento e
no deve ser, em geral, causa para alarme, consider ando a possibilidade de
fissurao (CASTRO,1994).
Sengundo DNIT, 2010, os fatores que provocam a deteriorao das
pontes podem ser classificados em cinco grandes grupos:
Fatores intrnsecos;
Fatores resultantes do trfego rodovirio;
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Fatores ambientais;
Fatores resultantes do tipo e intensidade da manuteno;
Fatores correlacionados atividade humana.
Os fatores intrnsecos so intimamente ligados e strutura; isto significa
que a estrutura pode abrigar certos fatores de degradao ou serem mais
suscetveis de danos. Os principais fatores intrnsecos so a idade e a
qualidade do concreto; influem na qualidade do concreto a qualidade e a
quantidade do cimento, a qualidade dos agregados, os aditivos e adies e
principalmente, a relao gua/cimento. A escolha dos materiais e sua
dosagem adequada permitem obter, alm da resistncia mecnica desejada,
outras caractersticas indispensveis para a durabilidade: porosidade,
permeabilidade, densidade, compacidade e baixa fissurao (DNIT, 2010).
Os fatores resultantes do trfego rodovirio so de natureza externa e
so resultantes da utilizao da estrutura; as carg as rodovirias e a velocidade
dos veculos tm crescido continuamente, enquanto que a distncia entre eixos
tem diminudo; muitas pontes no conseguem suportar , sem danos, esta
evoluo, principalmente pelo grande aumento dos ef eitos dinmicos. As
cargas rodovirias majoradas provocam o desgaste da pavimentao, o
aumento dos efeitos da fadiga, a fissurao e apres sam o desgaste das juntas
de dilatao e dos aparelhos de apoio (DNIT, 2010).
Os fatores ambientais so de natureza climtica ou atmosfrica; os
primeiros, tais como variaes sazonais e dirias de temperatura, tempestades
e presso do vento, so independentes da atividade humana, enquanto que os
segundos, tais como poluio atmosfrica, chuva cida, guas poludas por
produtos qumicos, dos rios e subterrneas, so de responsabilidade humana e
degradam tanto as superestruturas como as infraestruturas (DNIT, 2010).
A manuteno, na maioria das vezes, o fator deci sivo que influencia a
durabilidade das pontes; a manuteno, preventiva o u corretiva, implicando em
limpeza, proteo anticorrosiva e medidas corriquei ras de conservao, um
fator decisivo na durabilidade. A manuteno de rot ina quando inadequada e
insuficiente permite a degradao da estrutura, ain da que ela tenha sido bem
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construda, com a utilizao de materiais e equipam entos adequados (DNIT,
2010).
Os quatro fatores explicitados acima podem, ainda, ser classificados
em dois outros grandes grupos, conforme haja ou no a interveno humana: a)
Fatores objetivos: fatores independentes da atividade humana no domnio da
engenharia de pontes; b) Fatores subjetivos: fatores dependentes da atividade
humana, na engenharia de pontes e em outros domnios (DNIT, 2010).
2.3.1. Causas fsicas
Segundo o DNIT (2006), as causas fsicas da deteriorao do concreto
podem ser agrupadas em duas categorias:
a) desgaste Superficial, ou perda de massa devida abraso, eroso e
cavitao;
b) fissurao, devidas a gradientes normais de temp eratura e umidade, a
presses de cristalizao de sais nos poros, a carr egamento estrutural e
exposio a extremos de temperaturas, tais como con gelamento ou fogo.
2.3.1.1. FISSURAS
A presena de fissuras em estruturas de concreto a rmado no ,
necessariamente, indicao de deficincia de resistncia ou funcionamento e
no deve ser, em geral, causa para alarme, consider ando a possibilidade de
fissurao (CASTRO,1994). Segundo Rocha, 2011, as f issuras so provocadas
por tenses oriundas de atuao de sobrecargas ou d e movimentaes de
materiais, dos componentes ou da obra como um todo. Nas pontes as fissuras
so provocadas, principalmente por:
Movimentaes provocadas por variaes trmicas e de umidade;
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Atuao de sobrecargas ou concentrao de tenses;
Deformabilidade excessiva das estruturas;
Alteraes qumicas de materiais de construo
Figura 7: Fissura devido a retrao trmica
Fonte: Manual de Recuperao de Pontes e Viadutos R odovirios
(DNIT,2010).
2.3.1.2. UMIDADE
A umidade do ar o nome dado ao vapor de gua existente na
atmosfera que varia de acordo com a temperatura e a presso do clima. A
umidade no visvel a olho nu, necessita-se de aparelhos como o higrmetro
para observ-la, mas ao saturar, o ar provoca alteraes visveis como o
caso de nevoeiros e neblinas. A umidade pode ser expressa em nmeros
absolutos (g/m) e relativos (%) onde os relativos se sobressaem. Quando
usado sob forma relativa, aponta para capacidade limite que o ar possui que o
permite reter o vapor de gua. No inverno, a umidade relativa do ar bem
baixa causando ar seco. J no vero, a umidade do ar mais alta. (CABRAL,
2008).
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As patologias mais comuns nas construes so as penetraes de
gua ou as formaes de manchas de umidade, os quais so muito freqentes
e trazem conseqncias bastante graves, seja pela aparncia, como tambm
pelas caractersticas da estrutura (Rocha 2011).
Conforme Veroza (1991), a umidade a causa ou o meio necessrio
para o aparecimento da grande maioria das patologias em construo. Ela
indispensvel para o aparecimento de mofo, eflorescncia, ferrugem, perda de
pintura, de rebocos e ate causa de acidentes estruturais. (p. 149).
2.3.1.3. AGRESSIVIDADE DO MEIO AMBIENTE
Segundo DNIT, 2010, alm dos sulfatos e cloretos, a agressividade do
meio ambiente pode manifestar-se pela poluio atmo sfrica, atravs do
dixido de carbono e das chuvas cidas, que encurtam a vida til da estrutura,
quando penetram em trincas e fissuras pr-existentes. A variao brusca de
temperatura, principalmente uma chuva fria logo ap s uma forte e continuada
exposio ao sol quente, pode provocar trincas e fi ssuras; analogamente, a
alternncia de superfcies midas e secas. As classes de agressividade do
concreto podem ser verificadas na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1: Classes de agressividade do concreto
Fonte: NBR 6118.
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2.3.2. Causas qumicas de patologias nas pontes de concret o armado
Segundo DNIT, 2010, praticamente todas as causas qumicas de
patologias do concreto tm origem em falhas humanas, ocorridas desde a fase
inicial de projeto, prolongando-se durante a execu o da obra e estendendose
ao longo da vida til da estrutura. Na fase de projeto e especificaes, a
avaliao otimista da agressividade do meio ambient e, a escolha inadequada
do cimento, a dosagem imprpria e a falta de indica o de aditivos; na fase de
construo, frmas pouco rgidas, vibrao e adensa mentos incompletos e
insuficiente tempo de cura e, na fase de utilizao , a falta de manuteno
preventiva e corretiva; todos estes fatores, isolados ou combinados, contribuem
para tornar o concreto poroso, permevel e fragilizado.
2.3.2.1. CORROSO DA ARMADURA
De acordo com Veroza (1991), a corroso da armadu ra do concreto
a interao destrutiva de um material com o ambient e que pode ser por
processo qumico ou eletroqumico. Basicamente, so dois os processos
principais de corroso que podem sofrer as armadura s de ao para concreto
armado: a oxidao e a corroso propriamente dita.
Segundo (Cnovas, Apud Rocha 2010), a corroso qumica, em geral,
a menos importante no concreto armado, a corroso provocada por
reaes qumicas normais. Todos os cidos inorgnic os (sulfdrico, clordrico,
ntrico, fluordrico, entre outros) so agentes vio lentos de corroso, sendo os
mesmos gotejados em aos, os perfuram rapidamente. Havendo a presena de
cloretos com a gua ruinosa, formam-se eletrlito com cloro livre que reage
com o ferro, que h a formao de ferrugem. O cloro e cloretos so
perigosssimos para a armadura e tambm para o concreto, porque a reao
contnua, os mesmos so muito encontrados em aditiv os, j que so
aceleradores de pega muito eficientes e rpidos.
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Segundo Cnovas (1988), a corroso qumica, em geral, a menos
importante no concreto armado, a corroso provocada por reaes qumicas
normais. Todos os cidos inorgnicos (sulfdrico, clordrico, ntrico, fluordrico,
entre outros) so agentes violentos de corroso, se ndo os mesmos gotejados
em aos, os perfuram rapidamente. Havendo a presen a de cloretos com a
gua ruinosa, formam-se eletrlito com cloro livre que reage com o ferro, que
h a formao de ferrugem. O cloro e cloretos so p erigosssimos para a
armadura e tambm para o concreto, porque a reao contnua, os mesmos
so muito encontrados em aditivos, j que so aceleradores de pega muito
eficientes e rpidos.
Segundo Rocha, 2010, o processo de proteo contra a corroso
qumica do concreto geralmente so processos que s aumentam a vida til da
pea, mas a agresso continua. Geralmente no pode ser evitada. A nica
soluo realmente perfeita seria remover o meio agr essivo, e dificilmente
possvel. Uma das maneiras de aumentar a resistncia corroso qumica
usar cimentos adequados. Os cimentos resistentes aos sulfatos e os cimentos
pozolnicos resistem bem melhor a quase todos os ti pos de substancias
agressivas.
2.3.2.2. ATAQUE DE SULFETOS
As trincas so resultantes de reaes qumicas exp ansivas entre
sulfatos, existentes no solo, na gua do mar ou em elementos contaminados
existentes no prprio concreto ou no cimento, e que penetraram em concretos
midos e permeveis. Em geral, estas reaes tm lugar quando a estrutura
fica submetida a uma temperatura no maior que 30 C, durante a maior parte
de sua vida (DNIT, 2010).
Os ataques dos sulfatos podem ser evitados com a utilizao de
cimentos adequados, tais como o Cimento Portland resistente a sulfatos,
Cimento Portland pozolnico e Cimento Portland de a ltoforno. O objetivo
principal conseguir um concreto denso, com redu o da porosidade e da
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permeabilidade e, consequentemente, da movimentao da umidade, inibindo
a reao qumica com os sulfatos (DNIT, 2010).
2.3.2.3. ATAQUE DE CLORETOS
O concreto de boa qualidade, com cobrimento adequado, envolve as
armaduras com uma camada passiva, protetora, que impede a sua corroso.
Entretanto, se o cobrimento insuficiente ou se o concreto permevel, a
camada passiva protetora pode ser rompida na presena de grande quantidade
de ons-cloreto. Os cloretos podem ter sua origem no cloreto de sdio,
conhecido como sal de cozinha, existente em regies marinhas, no prprio
cimento utilizado, nos aditivos, nos agregados mal lavados, na gua da mistura
e na gua usada na cura do concreto. Quando a camada protetora rompida,
a armadura pode sofrer corroso, que um fenmeno eletroqumico; a
corroso do ao produz xido de ferro e hidrxido d e ferro, que tm um volume
muito maior que a armadura original, no afetada (D NIT, 2010).
2.3.2.4. CARBONATAO
O dixido de carbono reage com o hidrxido de clc io [Ca (OH)2]
existente na argamassa do concreto, provocando, eventualmente, um
decrscimo crtico na alcalinidade; o valor do pH cai, de 13 para um valor em
torno de 9, que, normalmente insuficiente para proteger a armadura contra a
corroso; a profundidade da carbonatao aumenta co m o tempo e as
armaduras deixam de estar passivadas um dano dif cil de ser visualizado
numa inspeo. Para ser detectado faz-se necessrio o uso de um ensaio
simples, com a aplicao de fenolftalena com indic ador na superfcie recm
-
16
fraturada do concreto. A parte do concreto carbonatada fica incolor (pH < 9) e a
parte no carbonatada adquire a cor vermelha carm im (DNIT, 2010).
2.3.2.5. EFLORESCNCIA
Eflorescncias so depsitos salinos que se formam na superfcie de
materiais cermicos, resultantes da migrao e post erior evaporao de
solues aquosas salinizadas (SANTOS; SILVA FILHO, 2009)
A gua pura da condensao da neblina ou do vapor dgua e a gua
mole da chuva contm pouco ou nenhum on de clcio. Quando estas guas
entram em contato com a pasta de cimento Portland, tendem a hidrolisar ou
dissolver os produtos que contm clcio. Tecnicamente, a hidrlise da pasta de
cimento continua at que a maior parte do hidrxido de clcio tenha sido
retirada por lixiviao. Com isso, os constituintes cimentcios da pasta de
cimento endurecida ficam susceptveis decomposi o qumica (Mehta &
Monteiro, 2008).
Esse processo, consequentemente, reflete em gis de slica e alumina
com pouca ou nenhuma resistncia. Alm da perda de resistncia, a lixiviao
do hidrxido de clcio do concreto pode ser considerada indesejvel por razes
estticas. Frequentemente, o produto lixiviado interage com o CO2 presente no
ar e forma uma crosta esbranquiada de carbonato de ccio na superfcie. O
fenmeno conhecido por eflorescncia (Mehta & Monteiro, 2008).
A grande maioria das eflorescncias pode ser removida por processos
simples, tais como: escovao com escova dura e sec a, escovao com
escova e gua, leve jateamento dgua e leve jateamento de areia (DNIT,
2010).
-
17
2.4. CONSIDERAES SOBRE TEMPO DE VIDA TIL DO CONCRETO
ARMADO
O concreto um material que apresenta alta resistncia s tenses de
compresso, porm, apresenta baixa resistncia trao (cerca de 10 % da
sua resistncia compresso). Assim sendo, imperiosa a necessidade de
associar ao concreto um material com alta resistncia trao, com o objetivo
deste material, disposto convenientemente, resistir s tenses de trao
atuantes. Com esse material composto (concreto e armadura barras de ao),
surge ento o chamado concreto armado, onde as ba rras da armadura
absorvem as tenses de trao e o concreto 6 absorv e as tenses de
compresso, podendo ainda ser auxiliado tambm por barras de ao
(BASTOS, 2006).
Nenhum material indefinidamente durvel, pois suas propriedades
variam em decorrncia da interao da sua estrutura, mais especificamente, da
sua microestrutura com o meio ambiente. As variae s ocorrem ao longo do
tempo e a vida til de um determinado material se esgota quando suas
propriedades tornam seu uso inseguro ou antieconmi co (ROQUE, J.A.,
MORENO JUNIOR, A.L., 2005).
2.5. REPAROS E REFOROS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
ARMADO
Faz-se presente o reforo em uma estrutura quando existe a
necessidade de aumentar a sua capacidade resistente ou para corrigir
possveis falhas que fazem supor que a capacidade de carga prevista
inicialmente diminuiu (VALENZUELA SAAVEDRA, M.A., 2010).
Segundo DNIT (2006), as atividades diferenciadas para recuperao
das Patologias do Concreto podem variar, em nmero, de acordo com a
patologia a ser tratada, a gravidade da mesma e o tipo e dimenso da obra;
-
18
nenhuma delas, entretanto causa qualquer agresso p ermanente ao meio
ambiente. As atividades de recuperao so resumida s a seguir:
a) sinalizao: instalao e manuteno;
b) desvio de trfego;
c) plataformas suspensas de trabalho;
d) tratamento de trincas e fissuras;
e) descascamento do pavimento com escarificadores;
f) recomposio parcial do pavimento com argamassa enriquecida por
microslica, acrlico, ltex ou epxi;
g) demolio e remoo de pavimento de concreto;
h) recomposio do pavimento com concreto fck = 30 MPa;
i) jateamento de areia;
j) jateamento de gua;
k) corte de concreto;
l) concreto fck = 30 MPa;
m) concreto projetado, fck = 30 MPa;
n) pintura hidrofugante;
o) limpeza de superfcies: escovao e aplicao de soluo diluda de cido;
p) injeo de epxi;
q) os materiais, provenientes de tratamentos ou excedentes de qualquer
natureza, imediatamente aps a concluso das obras, devem ser removidos
para locais previamente determinados.
-
19
3. MATERIAIS E MTODOS
O mtodo utilizado para a obteno dos objetivos p ropostos ser a
realizao de pesquisas de campo para obteno da s ituao da ponte no rio
Claro, no municpio de Jata (GO). Propem-se ainda a realizao de uma
pesquisa junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte - DNIT
para a verificao da existncia de estudos ou projetos para a efetivao de
reparos e ou manuteno na referida ponte.
Para o atendimento dos objetivos sero realizados as seguintes aes:
Pesquisa junto ao DNIT para obteno de informae s quanto ao
andamento dos estudos, projetos, oramentos e demai s elementos
necessrios para a realizao e efetivao da manut eno e dos
reparos, haja visto as condies precrias das estruturas foram
alertadas e vieram a pblico pela revista do CREA em dezembro de
2010.
Realizao de registros fotogrficos da ponte para a verificao das
patologias conforme o item 8.2.4.2 do Manual de Inspeo de Pontes
rodovirias do DNIT (2004).
-
20
4. RESULTADOS E DISCUSSES
4.1. PESQUISA JUNTO AO DNIT
A pesquisa de campo junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transporte (DNIT) ocorreu na sede do rgo no mu nicpio de Goinia, no
dia 09 de maro de 2015, onde foram obtidas informa es quanto as aes
prvias realizadas para a realizao dos reparos ne cessrios na ponte do rio
Claro no municpio de Jata (GO).
Na ocasio, verificou-se que o DNIT contratou a el aborao de um
Projeto Bsico de Engenharia para ampliao da ponte do rio Claro, o qual foi
realizado em maio de 2014 pela empresa ACCIONA ENGENHARIA vencedora
do processo licitatrio realizado pelo rgo.
O referido Projeto Bsico aborda elementos como:
Dados gerais;
Descrio geral;
Convenes adotadas;
Caractersticas de implantao;
Caractersticas geomtricas e estruturais
Caractersticas dos elementos de desempenho funcional
Diagnstico
Sugestes para o tratamento das patologias
Atributos de durabilidade
ANEXO I - Relatrio tcnico
ANEXO II - Fotos
ANEXO III - Desenho topogrfico
ANEXO IV - Desenho mapeamento de patologias
No Projeto Bsico, elaborado pela empresa ACCIONAM
ENGENHARIA, verifica-se no item de diagnstico, qu e a ponte do rio Claro,
pode-se verificar que existem elementos textuais, peas grficas (pranchas
com levantamentos) e fotos com indicaes de patolo gias.
-
21
4.2. DIAGNSTICO DA PONTE DO RIO CLARO ELABORADO PELA
EMPRESA ACCIONA ENGENHARIA
A empresa Acciona Engenharia realizou em maio de 2014, um
PROJETO B`SICO PARA A AMPLIAO DA PONTE DO RIO CLA RO II, que
contemplou o diagnstico e demais aspectos tcnicos para a recuperao da
estrutura e das patologias da ponte. Um levantamento da estrutura foi
realizado, como pode ser verificado na Figura 8. O corte da seo transversal
pode ser verificado na Figura 10.
Figura 8: Vista em planta e corte longitudinal da p onte
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
Nas Figuras 9 e 10 pode-se verificar que as patologias foram
verificadas e transcritas para o levantamento, facilitando a visualizao dos
locais afetados.
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22
Figura 9: Vista em planta de patologias
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
-
23
Figura 10: Corte AA e BB apresentando patologias
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
-
24
4.3. DESCRIO DO DANOS E PATOLOGIAS VERIFICADOS NO PROJETO
B`SICO
4.3.1. Quadro de Deformaes (Flechas)
Conforme o Projeto Bsico (2014), os tramos dos encontros,
aparentemente da ponte, apresentam flechas, observando-se a linha superior
dos guarda-corpos lado jusante, provavelmente causado por fluncia que no
foi considerada na execuo do projeto.
4.3.2. Quadro de Danos nas Lajes
Conforme o Projeto Bsico (2014), as lajes apresentam buracos,
armadura exposta, concreto desagregado, fissuras, infiltraes de pequenas
incidncias e carbonatao de incidncia mdia.
Figura 11: Vista Lateral Sentido Jata - Mineiros e Placa de Apoio
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
Conforme o Projeto Bsico (2014), as fissuras apresentadas so
centrais, longitudinais, com infiltrao de guas pluviais e com eflorescncias
ao longo da fissura. A ocorrncia desta fissura se da pelo momento principal,
que est projetado para um TB 36,podendo ser tanto armadura insuficiente,
-
25
quanto armadura comperda de seo por corroso ou f adiga ou utilizao da
via por cargas maiores que a projetada.
Figura 12: Vista inferior, fissura, concreto desagr egando, infiltrao e
eflorescncia
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
Conforme o Projeto Bsico (2014), as fissuras ao longo do tempo
geram infiltraes, desgaste do concreto e carbonat ao. Observam-se trincas
transversais nas faces inferiores das lajes laterais, com eflorescncias,
manchas de umidade e formao de produtos carbonata dos, em situao
prxima posio dos eixos transversais dos pilare s de um mesmo apoio,
gerado por um momento secundrio, podendo ser tanto armadura insuficiente,
quanto armadura com perda de seo por corroso ou fadiga.
4.3.3. Eflorescncias nas faces inferiores das lajes do ta buleiro
Projeto Bsico (2014), nos diversos tramos da obra, encontram-se
eflorescncias nas faces inferiores das lajes do tabuleiro, tanto nas lajes
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26
laterais em balano quanto nas lajes centrais entre longarinas (ver fotos 3 a 6)
eflorescncias so manchas esbranquiadas que aparecem em lajes mais
porosas, onde ocorre a percolao de guas pluviais; estas guas carreiam a
cal livre do concreto (hidrxido de clcio) que, ao aflorar na superfcie inferior,
reage com o dixido de carbono, formando sais de ca rbonato de clcio, os tais
produtos carbonatados, de cor branca.
Figura 13: Concreto desagregado e armadura exposta
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
Projeto Bsico (2014), as eflorescncias encontradas podem ou no
estar comprometendo a durabilidade do concreto e do ao das lajes, funo da
percolao de guas pluviais continuada, observada em alguns pontos das
lajes; com a substituio da pavimentao, o novo p avimento rgido de
concreto, incorporado laje, dever apresentar caractersticas de
impermeabilidade e conduo de guas pluviais (caimentos) suficientes para
impedir esta manifestao patolgica, o inicio da e florescncia foi causado
pelas trincas provocadas pela solicitaes.
4.3.4. Quadro de Corroso Apresentado pelas Lajes dos Tabu leiros
Projeto Bsico (2014), as lajes dos tramos de apoio apresentam pontos
de corroso de armaduras, em decorrncia da existncia de buzinotes
-
27
danificados, com comprimentos insuficientes, escorrendo gua pluvial pelas
faces aparentes do concreto; o mesmo ocorre em todas as lajes laterais em
balano (lado montante e jusante), na posio das j untas de dilatao
transversais dos tabuleiros, decorrente da infiltrao continuada de guas
pluviais, o processo de corroso se acelera com a f ormao das trincas e a
perda da camada protetora, seja por desgaste da superfcie por abraso,
desplacamento ou outro, porm a ponte j apresenta uma idade avanada, que
mesmo sem a presena destas patologias, pode aprese ntar uma carbonatao
que atinja as armaduras.
4.3.5. Quadro de Danos das Vigas Longarinas
Projeto Bsico (2014), as vigas longarinas praticamente no
apresentam danos, restando infiltraes e carbonata o de pequena incidncia,
provocado pela idade avanada da OAE. O aspecto e c obrimento do concreto
esto em boas condies.
Figura 14: Fissura, carbonatao e eflorescncia
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
-
28
4.3.6. Quadro de Danos das Vigas Transversais
As vigas transversais apresentam carbonatao, fis suras e armaduras
expostas de pequena incidncia. A corroso das armaduras expostas deve-se
a funo da continuada percolao de guas pluviais pelas juntas de dilatao
transversais dos tabuleiros, j as fissuras so provocadas pela solicitao do
momento principal e momento secundrio. (ver foto 11 a 16) (PROJETO
B`SICO, 2014).
4.3.7. Sobrecargas
Nas obras brasileiras mais antigas (mais de 50 anos) o aumento do
peso prprio decorrente de camadas excessivas de pavimentao asfltica,
colocadas sobre um pavimento rgido de concreto, original da obra,
configurando sobrecargas no previstas ao tabuleiro , alm de consumir boa
parte da reserva portante da obra, mascaram possveis deformaes dos
tabuleiros (DNIT - PROJETO B`SICO, ACCIONA, 2014).
4.3.8. Juntas de Dilatao Transversais ao Tabuleiro
No foram localizadas juntas de dilatao na obra, provvel
deteriorao ao longo do tempo sem manuteno adequ ada (DNIT - PROJETO
B`SICO, ACCIONA, 2014).
4.3.9. Transio da Super para a Mesoestrutura
Pela idade da ponte, os aparelhos de apoio utilizado nas pontes, j
apresentam sinais de esmagamento (DNIT - PROJETO B`SICO, ACCIONA,
2014).
-
29
4.3.10. Mesoestrutura
Os pilares apresentam eroso na base, provocados p elo fluxo de gua
do rio, e consequentemente eroso das armaduras. Os pilares centrais que
mais sofrem com o fluxo so os mais deteriorados, p orm no foi possvel
vistoria-los melhor dado ao grande fluxo de gua presente na poca de vistoria
da ponte, porm, independentemente do estado da eroso, ser detalhado o
reparo de todos os pilares (DNIT - PROJETO B`SICO, ACCIONA, 2014).
4.3.11. Infraestrutura
Apresenta eroso do terreno de fundao de pequena incidncia, em
especial junto aos apoios de extremidade devido a percolao de gua junto
aos encontros. No h sinais de recalque, estacas desenterradas e
deslocamento das fundaes, bem como no h reflexo s visveis sobre a meso
e superestrutura (DNIT - PROJETO B`SICO, ACCIONA, 2 014).
4.3.12. Falha de desempenho funcionais
A sinalizao vertical est em bom estado de conservao (PROJETO
B`SICO, 2014).
4.3.13. Encontros e Taludes
Terraplenos: instveis; identificam-se recapeamentos, afundamentos,
degraus, trilhas e fissuras na pavimentao, nos do is encontros, em funo da
declividade apresentada pelos taludes dos encontros e funo da pequena
altura (varivel no trecho das lajes laterais em balano) das cortinas e a
inexistncia de alas, est ocorrendo a perda de solo e carreamento de
finos sob as cortinas, que desestabiliza parcialmente os terraplenos e ocasiona
afundamento no significativo na pavimentao super ior (PROJETO B`SICO,
2004).
-
30
Figura 15: Buraco na pista, ausncia de sinalizao e guarda-corpo
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
Taludes Laterais aos Encontros: Sem proteo vegetal superficial que
impea eroso, razo pela qual se observa fuga loca lizada de finos.
Taludes sob a projeo da obra: Taludes em terreno natural ou com material
de aterro. Apesar da declividade apresentada, no h sinais aparentes de
desconfinamento do aterro principal do encontro, apenas eroses localizadas.
Drenagens dos Taludes Laterais aos Encontros: O estado ruim de
conservao dos dispositivos de drenagem (captao e conduo) das guas
pluviais das aproximaes pode ter ocasionado inici o de eroso dos taludes,
que observada em pontos localizados na regio dos encontros (PROJETO
B`SICO, 2014).
4.3.14. Pista
Sinalizao horizontal: parcialmente desgastadas e / ou apagadas. (ver foto
28 a 33), causados por falta de manuteno regular.
Pavimentao: estado de conservao regular, contudo apresenta
-
31
irregularidades do pavimento; fissuras transversais e concntricas,
caractersticas da formao de panelas eafundamen tos do pavimento
asfltico (recalques do terrapleno); em algumas juntas os remendos
causam ressaltos na pavimentao; buracos distribue m-se ao longo do
tabuleiro, causados pelo trafego de veculos, sem as devidas manutenes
peridicas.
Defensas metlicas (guard-rails ), na aproximao e sada da obra:
No foram localizadas defensas metlicas posicionadas adequadamente nos
trechos dos encontros, devendo ser objeto de interveno por ocasio da etapa
de recuperao e ampliao da mesma (PROJETO B`SICO , 2014).
4.3.15. Circulao de Pedestres
Passeios laterais: no h passeios laterais na obra.
Guarda-corpos: padro antigo, com altura insuficiente, alto grau d e corroso
das armaduras, parcialmente chumbados no tabuleiro, com alto grau de
danificao, inexistente em alguns lugares, devido a choque de veculos, idade
avanada da OAE e falta de manuteno (DNIT - PROJE TO B`SICO,
ACCIONA, 2014).
Figura 16: Ausncia de guarda-corpo e guard-rail
Fonte: Projeto Bsico - Acciona Engenharia, 2014.
-
32
4.3.16. Drenagem e Conduo de `guas Pluviais da Pista e Ta buleiros
Drenagem de Pista: buzinotes de drenagem obstrudos, curtos, com
corroso e espaamentos insuficientes; apresentam i nfiltrao de guas
pluviais em torno do permetro externo, na interface com o concreto das lajes
laterais em balano, causado pela deteriorao ao l ongo do tempo e falta de
manuteno da pista.
Pingadeiras: existentes, com bom estado de conservao.
Estanqueidade das Lajes: Trechos com infiltraes / percolaes de guas
fluviais; eflorescncias de origem congnita e adquirida; identificada infiltrao
na posio da trinca central, longitudinal, encontr ada nos tramos dos encontros,
em decorrncia das trincas mencionadas anteriormente e pela deteriorao do
pavimento e juntas de dilatao (DNIT - PROJETO B`S ICO, ACCIONA, 2014).
4.3.17. Acmulo de detritos na meso e infraestrutura
No dia da vistoria a obra apresentava um gabarito vertical fluvial de
aproximadamente, 4,70 m, distncia obtida entre o n vel dgua e o fundo de
uma das vigas transversinas do tramo.
No se identificou acmulo de detritos e vegetao , junto aos pilares
vos centrais;
Recomenda-se inspees peridicas, evitando-se o r epresamento do
rio e esforos adicionais no previstos em projeto, que, a longo prazo, podem
comprometer a estabilidade estrutural da obra (DNIT - PROJETO B`SICO,
ACCIONA, 2014).
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33
4.4. MEDIDAS DE RECUPERAO PROPOSTAS NO PROJETO B` SICO DA
EMPRESA ACCIONA ENGENHARIA
A recuperao das patologias e danos estruturais to relevante
quanto a verificao e a realizao do diagnstico correto. O Projeto Bsico
apresenta as seguintes metodologias para a recuperao das estruturas:
Metodologia para Tratamento Superficial de Concreto Aparente
Metodologia para Tratamento Superficial do Concreto (Esttico)
Metodologia para Tratamento de Fissuras com Microcimento
Metodologia para Tratamento das Trincas no Fundo da Laje do
Tabuleiro
Metodologia para Instalao de Novos Buzinotes
Metodologia para Refazimento das Nervuras Prximas as Juntas de
Dilatao
Metodologia para Vedao das Juntas de Dilatao
Os detalhamentos das metodologias propostas pela empresa podem
ser verificados no Projeto Bsico.
Durante a pesquisa junto ao DNIT, verificou-se que as metodologias
para a recuperao ainda estavam em fase de estudo, uma vez que para a
realizao de execuo o rgo dever propor uma li citao que levar em
conta as possveis tcnicas e os custos associados, onde provavelmente, as
tcnicas de menor custo sero adotadas.
-
34
5. RESULTADOS E DISCUSSES
5.1. REALIZAO DE REGISTROS FOTOGR`FICOS ATUAIS E
VERIFICAO DA SITUAO ATUAL DA PONTE DO RIO CLARO
Para a compreenso da situao da ponte do rio Clar o, foi necessrio a
realizao de registros fotogrficos em uma visita in loco, que ocorreu em
setembro de 2015, com a finalidade de verificar as atuais condies desse
importante patrimnio pblico, do ponto de vista econmico e de segurana.
Em setembro de 2015, verificou-se que os elementos estruturais da
ponte no receberam nenhum tipo de reparo ou refor o. Os pilares que
apresentavam armaduras expostas em 2010 no recebe ram nenhum tipo de
tratamento, como verificado na Figura 17.
As patologias detectadas nas estruturas no Projeto Bsico elaborado
pela empresa Acciona Engenharia, contratado pelo DNIT, no foram
recuperadas, como pode ser verificado nas Figuras 18 e 19.
Figura 17: Pilares com armadura exposta em setembro de 2015.
-
35
Figura 19: Laje sem recuperao ou reparo
Figura 18: Transversinas apresentando eflorecncia e no recuperadas
-
36
Verificou-se que o guarda-corpo e o pavimento receberam recuperao,
como pode ser visualizado na Figura 20.
Figura 20: Guarda-corpo e pavimento recuperados
A qualidade do pavimento e a auxncia de guarda-corpo, est
intrinsecamente relacionados ao uso da estrutura, ou seja, tanto os pedestres,
quanto os usurios de veculos automotores podero notar mais facilmente
qualquer tipo de alterao nesses elementos, fazend o com que a recuperao
dos mesmos seja menos morosa. Embora destaca-se que os elementos
estruturais referidos anteriormente, em uma situa o de colapso podem trazer
prejuzos econmicos e conduzir a riscos elevados p ara os usurios.
-
37
6. CONSIDERAES FINAIS
A ponte foi construda em concreto armado e j possui mais de 50 anos
de uso e hoje apresenta patologias visveis que comprometem a sua utilizao
com segurana.
Em 2010 o Conselho Consultivo do CREA - GO alertou a sociedade
sobre a necessidade de recuperao dos danos na est rutura. Tal alerta
culminou na contratao de um Projeto Bsico por parte do DNIT que
contemplou diagnstico e recuperao da ponte, mas at o momento no
ocorreu a execuo dos servios necessrios.
A possibilidade de ocorrncia de um colapso na estrutura devido a
diversos agentes verificados no estudo remetem a importncia de se executar
a recuperao estrutural da ponte o mais breve poss vel, para que ocorra a
preservao do patrimnio pblico e ocorra tambm o uso da estrutura com
mais segurana para os usurios.
-
38
7. REFERNCIAS
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