Técnicas de redação e edição

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Dicas sobre como escrever bem

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  • tcnicas de redao e edio

  • Escrever apenas contar (bem) uma histria

    nfase

    propsito

    seduo/convencimento (na medida)

    crena

  • respeito inteligncia (alheia e prpria)

    municiamento de informao

    Inventividade e criatividade

    riqueza vocabular (sem empolao)

  • golpe de mestrebom comeo

    final equivalente

    elementos de conexo

  • Questes de estilo IJohn Hershey No dia 6 de agosto de 1945, precisamente s oito e quinze da manh, quando a bomba explodiu sobre Hiroshima, a Srta. Toshiro Saaki, funcionria da Fundio de Estanho do Leste da sia, acabava de sentar-se sua mesa, no departamento de pessoal da fbrica, e voltava a cabea para falar com sua colega da escrivaninha ao lado. Nesse exato momento o dr. Masakazu Fujii se acomodava para ler o Asahi de Osaka no terrao de seu hospital particular, suspenso sobre um dos sete rios que cortam Hiroshima; a sra. Hatsuyo Nakamura, viva de um alfaiate, observava, da janela de sua cozinha, a demolio da casa vizinha, situada num local que a defesa area reservara s faixas de conteno de incndios; o padre Wilhelm Kleinsorge, jesuta alemo, lia a Stimmen der Zeit, revista da Companhia de Jesus, deitado num catre, no terceiro e ltimo andar da casa da misso de sua ordem; o dr. Terufumi Sasaki, jovem cirurgio, caminhava por um dos corredores do grande e moderno hospital da Cruz Vermelha local, levando uma amostra de sangue para realizar um teste de diagnstico de sfilis; e o reverendo Kiyoshi Tanimoto, pastor da Igreja Metodista de Hiroshima, parava na porta de um ricao de Koi, bairro a oeste da cidade, para descarregar um carrinho de mo cheio de coisas que resolvera transferir para ali por temer o macio ataque dos B-29, que a populao aguardava. (...)

  • Questes de estilo IJohn Hershey (...)

    Uma centena de milhares de pessoas foram mortas pela bomba atmica, e essas seis so algumas das que sobreviveram. Ainda se perguntam porque esto vivas, quando tantos morreram. Cada uma delas atribui sua sobrevivncia ao acaso ou a um ato da prpria vontade um passo dado a tempo, uma deciso de entrar em casa, o fato de tomar um bonde e no outro. Agora cada uma delas sabe que no ato de sobreviver viveu uma dzia de vidas e viu mais mortes do que jamais teria imaginado ver. Na poca no sabiam de nada disso.

  • Questes de estilo IIErnest Hemingway Francis Macomber era muito alto, bem-feito de corpo (se no se levassem em conta seus ossos longos), moreno, cabelos cortados rente como os de um remador universitrio, lbios finos. Um homem atraente, no julgamento geral. Vestia o mesmo tipo de roupas para um safri, como as de Wilson, com a diferena que as suas eram novas e limpas. Estava com 35 anos, mantinha-se em plena forma e era muito bom jogador de tnis, alm de ter recebido vrios trofus em torneios de pesca ocenica.

  • Questes de estilo IIILygia Fagundes Telles Encontrou-o pela primeira vez quando foi coroada princesa no Baile da Primavera e assim que o corao deu aquele tranco e o olho ficou cheio dgua pensou: acho que vou amar ele para sempre. Ao ser tirada teve uma tontura, enxugou depressa as mos molhadas de suor no corpete do vestido fingindo que alisava alguma prega) e de pernas bambas abriu-lhe os braos e o sorriso. Sorriso meio de lado, para esconder a falta do canino esquerdo que prometeu a si mesma arrumar no dentista do Rni, o Doutor lcio, isso se subisse de ajudante para cabeleireira. Ele disse apenas meia dzia de palavras, tais como, Voc devia ser a rainha porque a rainha uma bela bosta, com o perdo da palavra.

  • Questes de estilo IVAntnio Torres Incrvel como ainda tem gente que no acredita em foras superiores como, por exemplo, a dos astros. o caso do Campeo de Salto aos Degraus. Se tivesse consultado o horscopo de hoje, poderia evitar todo esse esforo, perigoso e intil. Perigoso, porque ele pode tropear, cair e se machucar seriamente. Tambm pode ser acometido de uma sncope, j de uma certa idade, botando as tripas pela boca escada abaixo, no s causa estranheza como preocupao. Acho que em vez de polcia a gente vai ter que chamar um mdico, de maca e tudo.Calma, cidado. Devagar, majestade. Vai tirar o pai da forca? Toda essa correria intil, j disse. Por que no deu uma lida no seu horscopo antes? Teria sabido que o 3 o seu nmero da sorte. Veja a coincidncia: edifcio n 3, apartamento n 1003 foi de l que voc saiu, ah, isso foi. E da? E da que, para sua sorte, nesse exato momento a portaria est s moscas e o prdio entregue s baratas., Todo mundo foi para a rua. O n 3 est a maior limpeza.

  • Questes de estilo VRevista VEJA, 1969Oito vezes Armstrong repetiu a lenta e dramtica dana. De costas para a paisagem da noite lunar, com as mos seguras na escada de sua guia metlica, procurava com os ps cada degrau da histrica descida. Ento veio o ltimo lance: s 23h46 de 20 de julho de 1969, Armstrong estendeu seu p esquerdo, apalpou cuidadosamente o cho fino e poroso, pressionou-o depois com mais fora e s ento deixou-se ficar de p na Lua. O grande e grotesco vulto branco, que horas antes decidiu antecipar o primeiro passeio de um homem na Lua deveria ser s 3h16 da manh de 21 de julho emocionou-se: o astronauta Armstrong era, a partir daquele instante, Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua.

    Sua mo ainda se apoiou alguns instantes no mdulo j vazio de atmosfera. Depois, libertou-se totalmente e deus os primeiros passos. Na Terra, 1 bilho e 200 milhes de pessoas, reunidas diante dos vdeos, segundo os clculos da NASA, ficaram fascinados pelo duplo milagre da descida e de suas imagens. Na Lua, um homem grande e forte experimentava, naquele instante, a sensao de pesar como uma criana: 15 quilos apenas. A Terra conquistava a Lua.