TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO...

15
45 TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE PEDAGÓGICA NA AÇÃO INCLUSIVA DE CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC RESUMO A educação inclusiva é uma ação política, cultural e social que aponta para a necessidade de uma estrutura educacional que deve amparar pessoas com algum tipo de deficiência. O objetivo do estudo foi o de identificar as tecnologias de comunicação digital que são usadas como interface pedagógica na ação inclusiva atendendo as crianças com altas habilidades e superdotação. Com esse propósito, definiu-se a seguinte questão problema: qual a melhor forma de usar as tecnologias de comunicação digital como interface pedagógica na ação inclusiva de crianças com altas habilidades e superdotação? A fim de construir um fio condutor para o trabalho, foi delineada a justificativa da pesquisa que se pauta pela dificuldade em encontrar o apoio especializado no município de São José - SC. Quanto ao aporte teórico, são significativas as contribuições sobre o tema, e autores, como: Virgolim, Arroyo, Martorell e Tarragó, dentre outros, deram subsídios para amparar questões relevantes sobre o tema. A metodologia foi definida como qualitativa, tendo como técnica de coleta de dados a pesquisa bibliográfica. A conclusão apresenta alguns resultados preliminares que apontam para a necessidade de se utilizar tecnologias com interface pedagógica para amparar a ação inclusiva de crianças com altas habilidades e superdotação, na perspectiva de estimular o desenvolvimento cognitivo das crianças, ampliando suas habilidades e competências, nas mais vaiadas áreas do conhecimento. Palavras-chave: Tecnologia digital. Altas habilidades. Educação inclusiva. INTRODUÇÃO Para este estudo, não vamos nos deter na análise de elementos amplos em relação à educação inclusiva, mas dar enfoque à especificidade da criança que apresenta algum talento e que é diagnosticada e qualificada com altas habilidades e/ou superdotação. Para contextualizar o estudo, é necessário trazer não apenas o relato da pesquisadora, mas também a inquietação e a experiência vivenciadas como professora da educação infantil, educação básica nos anos iniciais e finais, médio e superior. No percurso profissional da pesquisadora, ocorreram momentos que deixaram lacunas pedagógicas a serem respondidas. Uma delas se apresentou durante as reuniões pedagógicas, momento em que os profissionais da educação de uma

Transcript of TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO...

Page 1: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

45

TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE PEDAGÓGICA NA AÇÃO INCLUSIVA DE CRIANÇAS COM ALTAS

HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO

Marinez Chiquetti Zambon- UDESC

RESUMO A educação inclusiva é uma ação política, cultural e social que aponta para a necessidade de uma estrutura educacional que deve amparar pessoas com algum tipo de

deficiência. O objetivo do estudo foi o de identificar as tecnologias de comunicação digital que

são usadas como interface pedagógica na ação inclusiva atendendo as crianças com altas habilidades e superdotação. Com esse propósito, definiu-se a seguinte questão problema: qual a melhor forma de usar as tecnologias de comunicação digital como interface pedagógica na ação inclusiva de crianças com altas habilidades e superdotação? A fim de construir um fio condutor para o trabalho, foi delineada a justificativa da pesquisa que se pauta pela dificuldade em encontrar o apoio especializado no município de São José - SC. Quanto ao aporte teórico, são significativas as contribuições sobre o tema, e autores, como: Virgolim, Arroyo, Martorell e Tarragó, dentre outros, deram subsídios para amparar questões relevantes sobre o tema. A metodologia foi definida como qualitativa, tendo como técnica de coleta de dados a pesquisa bibliográfica. A conclusão apresenta alguns resultados preliminares que apontam para a necessidade de se utilizar tecnologias com interface pedagógica para amparar a ação inclusiva de crianças com altas habilidades e superdotação, na perspectiva de estimular o desenvolvimento cognitivo das crianças, ampliando suas habilidades e competências, nas mais vaiadas áreas do conhecimento.

Palavras-chave: Tecnologia digital. Altas habilidades. Educação inclusiva.

INTRODUÇÃO Para este estudo, não vamos nos deter na análise de elementos amplos em

relação à educação inclusiva, mas dar enfoque à especificidade da criança que

apresenta algum talento e que é diagnosticada e qualificada com altas habilidades

e/ou superdotação. Para contextualizar o estudo, é necessário trazer não apenas o

relato da pesquisadora, mas também a inquietação e a experiência vivenciadas como

professora da educação infantil, educação básica nos anos iniciais e finais, médio e

superior.

No percurso profissional da pesquisadora, ocorreram momentos que deixaram

lacunas pedagógicas a serem respondidas. Uma delas se apresentou durante as

reuniões pedagógicas, momento em que os profissionais da educação de uma

Page 2: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

46

determinada instituição se encontravam para fazer a análise do desempenho das

crianças no bimestre. Em alguns casos, determinadas crianças eram caracterizadas

como crianças problemas, por não aprenderem de acordo com o objetivo do professor

ou porque faziam as atividades de forma muito rápida. Tal fato era considerado uma

dificuldade vivida pelo professor em relação à aula, uma vez que este estudante ficava

irritando o professor por não ter o que fazer. Será que as crianças que eram ditas

problemáticas poderiam ser classificadas como crianças com deficiência e/ou crianças

com altas habilidades e superdotação?

Acreditamos que, talvez, pela falta de conhecimento em relação às

características das crianças com déficit cognitivo, as quais necessitavam de atividades

mais direcionadas ou complexas, ou então por se tratar de uma criança com

diagnóstico de altas habilidades, isso poderia ser considerado o motivo das

dificuldades dos professores em direcionar melhor suas atividades pedagógicas.

Esta inquietação adormeceu por algum tempo, mas há dois anos, a

pesquisadora começou a observar que um dos seus sobrinhos aprendeu a ler e

interpretar textos, sozinho, aos três anos, e isso despertou sua curiosidade

novamente. Passado algum tempo, começou a investigar o que poderia ter acontecido

com o “Bê”, que se desenvolveu tão rapidamente. Um detalhe foi considerado muito

importante: o menino não frequentou a creche e quando ingressou na educação

infantil, com quatro anos, já lia e fazia contas de adição e subtração.

Em uma visita à casa do Bê, a pesquisadora sugeriu que seus pais

procurassem a Fundação de Educação Especial de São José, para fazer uma

avaliação, já que Bê estava muito avançado nos seus conhecimentos para frequentar

o Centro de Educação Infantil (EI) na etapa escolar que estava frequentando e

reclamava muito que a professora fazia sempre as mesmas brincadeiras, o que

deixava transparecer que se sentia diferente e não queria mais ir para a escola.

A Fundação de Educação Especial de São José avaliou “Bê” durante dois anos

e o diagnóstico foi o de que era uma criança com altas habilidades na linguagem

matemática e leitura, escrita e interpretação de texto. Diante desta situação, a

pesquisadora procurou aprofundar seus conhecimentos em relação ao tema, e o que

Page 3: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

47

mais a deixou preocupada foi a falta de conhecimento das professoras, que não

sabiam o que fazer com ele, a falta de organização da sala de AEE e do suporte que

é necessário para estimular suas habilidades.

Por esta situação de inquietude, e por querer ir mais além neste tema, foi se

definindo a seguinte questão problema: qual a melhor forma de usar as tecnologias

de comunicação digital como interface pedagógica na ação inclusiva de crianças com

altas habilidades e superdotação?

Com a intenção de responder à questão problema, foi elaborado o objetivo

geral: identificar as tecnologias de comunicação digital que são usadas como interface

pedagógica na ação inclusiva atendendo as crianças com altas habilidades e

superdotação.

O estudo deste tema se justifica pela dificuldade de encontrar o apoio

especializado no município de São José e pela falta de conhecimento dos professores

em relação à temática, mas também pelo fato de não se conhecer as especificidades

da educação inclusiva, bem como dar o suporte necessário para a criança com altas

habilidades e superdotação por meio de estímulos que podem acontecer com as

tecnologias digitais.

Para a fundamentação do estudo, localizaram-se autores que discorrem sobre

tema, como: Virgolim, Arroyo, Martorell e Tarragó, que deram contribuições

significativas, além de outras fontes que foram relevantes para a construção da

pesquisa. Na sequência, apresentam-se os temas que foram considerados centrais

para compor a pesquisa.

TECNOLOGIAS DIGITAIS: EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOB UMA NOVA

PERSPECTIVA

As demandas científicas que ocorrem em virtude da vertiginosa evolução das

tecnologias digitais provocam mudanças em vários aspectos da sociedade, inclusive

nas áreas educativas. Nesta fase de evolução tecnológica, as pessoas passaram a

perceber a mudança em relação à aprendizagem, que passou a ser um processo

Page 4: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

48

indeterminado em sua vida, sem a dimensão do tempo e do espaço definida, o que

remete à possibilidade de novas nuances de formas de ensinar e aprender e com a

perspectiva de inclusão social e especial. Conforme Sousa, Miota, Carvalho (2011, p.

79):

As Novas Tecnologias da Comunicação e Informação na Educação - NTIC devem ser entendidas como sendo um conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, organizados num sistema capaz de executar um conjunto de tarefas. Portanto, a inclusão social e digital da Pessoa com Deficiência deverá ser percebida, através de um olhar pesquisador, considerando a democratização da comunicação como um terreno propício à construção da sociedade inclusiva.

A rapidez com que a informação se propaga demonstra que é preciso uma

readaptação para o contexto onde o indivíduo está inserido. As mudanças na

sociedade da informação sugerem que haja uma reflexão sobre o processo de ensinar

e aprender que a escola formal oferece aos alunos, não se esquecendo dos processos

não formais de educação, que se ampliam, tendo em vista que a escola já não é mais

o único lugar em que o indivíduo pode aprender.

A evolução e rapidez na divulgação dos conhecimentos científicos causa

impacto no modelo da escola atual, que parece estática diante de tantas inovações e

das novas possibilidades educativas que surgem. A comunidade escolar assiste a um

distanciamento cada vez maior do que é necessário para alcançar este movimento

globalizado de conhecimento.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Com o movimento de globalização e a inserção das tecnologias digitais, é

comum ouvir pessoas dizendo que as crianças estão cada vez mais inteligentes, e

que mesmo quando bem pequenas, mostram habilidades incríveis ao manusear

dispositivos tecnológicos. E para melhor entender os processos cognitivos que estão

tão em evidências nos dias atuais, a educação inclusiva é definida como política de

ação cultural e pedagógica, como se pode constatar no texto que segue:

Page 5: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

49

O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (MEC, 2007, p.01).

Para entender o sentindo de exclusão é necessário conhecer a dimensão dos

processos educacionais, e isso ocorre em uma prática vivenciada na realidade das

escolas. Existem crianças que não têm a mesma percepção da maioria, pela sua

diferença de aprendizagem, e por esta razão, em algum momento, elas passam a ser

crianças que podem ser vistas como diferentes. Esta diferença está em fazer com

muita dificuldade e/ou mais rapidamente as atividades. De fato,

Sempre que falamos em superdotação, o que nos vem à mente é a figura dos grandes gênios e visionários da humanidade. Albert Einstein, William Shakespeare, Wolfgang Amadeus Mozart, Isaac Newton, Charles Darwin, Leonardo da Vinci, Marie Curie, Mahatma Ghandi e Pablo Picasso estão entre os relativamente poucos que ousaram inventar ideias inteiramente novas e quebrar os paradigmas vigentes em suas áreas. Todos eles se destacaram em virtude de suas realizações criativas, deram contribuições positivas para a humanidade e elevaram o conhecimento humano, as ciências, a tecnologia, a cultura e as artes a patamares inusitados. (VIRGOLIM, 2007, p.9).

Com o passar dos anos, deixou-se de identificar pessoas como talentos

extraordinários, mas há exemplos de indivíduos que estão fazendo com que o mundo

se desenvolva de modo a chegar a lugares inimagináveis, como investigar o universo

por meio de tecnologias, desenvolvidas especificamente para explorar o espaço, sem

que haja a necessidade de haver tripulantes animais ou humanos a bordo.

Conforme o que foi relatado, todos os talentos e as altas habilidades devem ser

identificados e estimulados com ações pedagógicas específicas, mas para que isso

ocorra é necessário primeiro identificar estes talentos através dos olhos de quem

convive com eles, como, por exemplo, a família e o profissional da educação, e para

Page 6: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

50

que isso ocorra, é preciso que se tenha conhecimento suficiente para reconhecer os

talentos que uma criança pode ter.

Criar, inventar, descobrir é trabalho mental da mais alta qualidade. Vem a ser,

em essência, enxergar nova configuração e nova forma em uma situação onde outra

forma já é conhecida. O incentivo à imaginação e ao pensamento criador está, não

em buscar respostas, sejam elas convergentes ou divergentes, mas em originar

perguntas, pois é a partir de uma pergunta estimulante e provocativa que a

configuração conhecida pode ser trabalhada e reconfigurada. Realmente, as grandes

descobertas e as grandes invenções emergiram a partir de momentos em que houve

uma sensação de perplexidade, de dúvida, levantando uma pergunta original.

Quando alguém perguntou por que a maçã caiu, a lei da gravidade foi

descoberta; quando Santos Dumont olhou os pássaros voando, este ato levou ao

desenvolvimento de uma tecnologia sensacional que é o avião. E as tecnologias que

são desenvolvidas para o tratamento de doenças, genoma humano, as células-tronco,

são criadas por pessoas que têm um olhar diferenciado e talentos que são inerentes

a sua condição humana. Afinal, o que pode ser definido como pensar criativamente?

O pensamento criativo pode ser estimulado e ampliado mediante a intervenção

pedagógica, feita por profissionais que tenham conhecimento sobre o assunto. A

sociedade atual compreende o conhecimento como o bem maior de uma nação. As

empresas sabem que o capital intelectual é um patrimônio que não tem preço, e que

se encontra em seus colaboradores, e este pode ser o diferencial para o sucesso de

um país ou de uma empresa.

Desta forma, é interessante, neste momento, procurar entender o que vem a

ser e como podem ser identificados alguns talentos, de acordo com autores que

discorrem sobre o tema, como se apresenta a seguir, com as altas habilidades e

superdotação. (AH/SD).

Page 7: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

51

ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO

Afinal, qual a importância em identificar o talento de um superdotado ou de uma

pessoa com altas habilidades? Esta pessoa se destaca ao longo da história da

humanidade, mas na sociedade contemporânea, deve-se ficar mais atento à evolução

cognitiva que acontece neste século:

A superdotação intelectual implica dispor um grande potencial em todas as áreas que compreendem a inteligência humana, acompanhado de uma alta capacidade para as tarefas criativas e um pensamento capaz de combinar estes aspectos com um resultado inovador e diferente. Os três eixos característicos da superdotação são: inteligência, personalidade e criatividade. (ARROYO, MARTORELL E TARRAGÓ, 2006, p.01).

A criança com superdotação precisa de um olhar sensível para ser entendida

no contexto escolar. Existem formas de identificar essas habilidades, e os cursos de

formação de professores devem ensinar seus futuros mestres a perceberem as

diferentes formas de identificar este indivíduo. A criança com altas habilidades nem

sempre é o melhor aluno, devido ao sentimento que cria em relação aos espaços

escolares.

Alencar (2007) alega que a falta de conhecimento por parte dos docentes

dificulta a identificação de crianças com superdotação, o que pode causar sérios

danos nos aspectos cognitivos e psicológicos. Percebe-se que a criança, quando não

diagnosticada e estimulada, passa a desenvolver conflitos internos, o que pode

prejudicar muito o desenvolvimento deste sujeito. Como se sabe,

[...] indivíduos com altas habilidades frequentemente demonstram extrema facilidade para se expressar nas áreas psicomotora, intelectual, imaginativa, emocional e dos sentidos, como, por exemplo, rapidez na fala, ações impulsivas, agitação motora e dificuldade em permanecer parado, por intensa visualização e devaneios. Para esse autor, os superdotados possuem um modo mais intenso e sensível de vivenciar seu desenvolvimento. Esta supersensibilidade, também denominada superexcitabilidade, é característica dos indivíduos com altas habilidades/superdotação. (BRASIL, 2007, p.44).

Page 8: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

52

A alta sensibilidade é um dos fatores que pode contribuir para que este tipo de

criança sinta-se deslocado e diferente dentro do contexto onde vive, por isso, quanto

mais cedo for identificado, maior será a possibilidade de potenciar suas habilidades e

seus talentos, já que as crianças que apresentam altas habilidades podem ser

entendidas como crianças com dificuldade de adaptação.

Ao fazer a leitura do quadro acima, é possível perceber que uma pessoa poder

ter alta habilidade em áreas específicas do conhecimento. Este pode ser um dos

motivos da falta de diagnóstico sobre as crianças com altas habilidades. É um

entendimento errôneo acreditar que a pessoa superdotada tem que fazer tudo da

forma perfeita.

As crianças podem apresentar as características descritas acima, como ponto

positivo da sua personalidade, mas também podem demonstrar várias dificuldades, o

que pode ser interpretado como dificuldade de convivência no espaço escolar.

Dessa forma, se percebe que as pessoas com altas habilidades e

superdotação, assim como as crianças com outros tipos de transtornos que abalam

os processos cognitivos, ainda são invisíveis aos olhos da escola que, ao recebê-los,

os trata como sujeitos que trazem dificuldades para este contexto.

TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO RECURSO NO ESTÍMULO ÀS CRIANÇAS COM

ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO

Com as mudanças e o advento das tecnologias de informação e comunicação,

em que o tempo e o espaço aproximam os sujeitos da informação que ocorre em

tempo real, assim como uma gama de tecnologias digitais que surgem exigindo a

inovação do conhecimento, os sujeitos têm acesso a diversos recursos tecnológicos

como é o caso das tecnologias assistivas. Destaca-se que: “Tecnologia assistiva é

uma expressão utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que

contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com

deficiências e, consequentemente, promover vida independente e inclusão”

(SCHIRMER et al, 2007, p. 31).

Page 9: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

53

Os recursos tecnológicos disponíveis podem ser importantes aliados no

desenvolvimento de novos talentos em crianças com altas habilidades e

superdotação. Então, entende-se que:

Tais recursos podem e devem ser utilizados no contexto educacional de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos de modo geral e, em especial, dos alunos com deficiências, TGD ou altas habilidades/ superdotação, uma vez que também compreendem parte dos recursos contemplados pelas salas de recursos multifuncionais, sob a denominação de tecnologias assistivas. (GIROTO, POKER E OMOTE, 2012, p.15).

As tecnologias assistivas são indispensáveis para que uma pessoa com

deficiência alcance o nível de qualidade de vida. De acordo com a Convenção sobre

os Direitos das Pessoas com Deficiência, Posto no Protocolo Facultativo à Convenção

sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de

2009:

Art. 4ª 1. Os estados, em parte se comprometem a assegurar e promover o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência. Para tanto, os Estados Partes se comprometem a: [...]; g) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Secretaria de Direitos Humanos 30 inclusive as tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível; h) Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e instalações. (BRASIL, 2012 p.01).

O uso das tecnologias pode contribuir para melhorar a autonomia das pessoas

com deficiência, e especialmente das crianças que são diagnosticadas com altas

habilidades e superdotação (AH/SD). Conforme o pensamento de Sousa, Moita,

Carvalho (2011, p. 80):

Page 10: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

54

O ser humano é um inventor de símbolos que transmite ideias complexas sob novas formas de linguagem. O estímulo a projetos de adaptação de equipamentos e programas de informática, desenvolvimento de projetos em tecnologia de assistência (apoio) e a disponibilização em todos os órgãos educacionais de recursos tecnológicos destinados a pessoas com deficiência.

Contribuindo para estimular os talentos e ampliar as competências destas

crianças existem as salas de Atendimento Especializado. Segundo Brasil (2010, p.23),

é necessário:

Maximizar a participação do aluno na classe comum do ensino regular, beneficiando-se da interação no contexto escolar; Potencializar a(s) habilidade(s) demonstrada(s) pelo aluno, por meio do enriquecimento curricular previsto no plano de atendimento individual; Expandir o acesso do aluno a recursos de tecnologia, materiais pedagógicos e bibliográficos de sua área de interesse; Promover a participação do aluno em atividades voltadas à prática da pesquisa e desenvolvimento de produtos; e Estimular a proposição e o desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito da escola, com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciências e outras.

Com estes objetivos, deve-se criar um espaço que propicie o acesso às

tecnologias de comunicação digital, onde sejam exploradas formas diferenciadas de

projetos e onde exista o acesso a um universo de informação que contribua para o

seu desenvolvimento cognitivo, ampliando os seus talentos. Em outras palavras:

As novas tecnologias da informação criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Cada dia mais pessoas estudam em casa, podendo, de lá, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância, buscar fora das escolas à informação disponível nas redes de computadores interligados, serviços que respondem às suas demandas pessoais de conhecimento. (GADOTTI, 2005, p.43).

Oportunizar o acesso a espaços tecnológicos com o objetivo de integrar e

estimular a criação de novas habilidades cognitivas, tratando a criança com AH/SD

com o respeito que merece, é fundamental no processo de verdadeira inclusão.

A linha de pesquisa deste estudo tem afinidade com o processo que envolve a

educação tecnológica, sabendo que o estudo dos sujeitos com altas habilidades e

Page 11: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

55

superdotação é muito importante e que a possibilidade de uso das tecnologias digitais

serve como estímulo para o desenvolvimento de novas habilidades. Nesse sentido:

A sociedade contemporânea apresenta novas formas de fazer e saber, e pensando nisso encontram-se os sujeitos que são considerados especiais, ou por não ter habilidades cognitivas para interpretar o ensino, ou são pessoas diferentes por apresentar altas habilidade e superdotação, esta inclusão deve ser pautada na descrição, conforme Giroto; Poker & Omote, (2012, p.25).

A construção de sistemas educacionais inclusivos implica na criação de um

ambiente escolar rico em estímulos, com o fortalecimento da participação plena dos

alunos nas salas de aula, por meio de oportunidades efetivas de desenvolvimento do

potencial e do atendimento às suas necessidades educacionais específicas, o que os

torna também sujeitos a partir das suas especificidades, com a possibilidade de

interação com tudo e todos que estão no seu entorno.

Quanto ao professor que faz a mediação, deve planejar sua ações na intenção

de modificar e melhorar as estratégias e os diferentes métodos de ensino e

aprendizagem, organizando o ensino com o uso das tecnologias digitais que surgem

a cada dia, como novas possibilidades na educação, favorecendo o desenvolvimento

das crianças e aproximando os sujeitos em dinâmicas diferentes de aprendizado.

Ressalta-se que:

As dificuldades de alguns alunos podem ser usadas para encontrar estratégias de ensino para outros. Sabemos que o “erro” tem uma função educacional importante se puder ser analisado, contextualizado e entendida a sua correção. É conhecido o exemplo das pessoas que têm problemas, por exemplo, em matemática e que finalmente superam as suas dificuldades quando a começam a… ensinar. (GIROTO; POKER & OMOTE, 2012, p. 30).

Estas problematizações surgem da necessidade de pensar a educação como

possibilidade de incluir sujeitos e aproximar os profissionais da educação que os

acompanham como pessoas que estão dispostas a desenvolver novos olhares, em

que haja a sensibilidade de perceber as diferentes formas de aprender de cada aluno.

Sob esta ótica, a

[...] articulação para a elaboração de estratégias de intervenção pedagógica, coerente com a proposta de desenvolver as habilidades

Page 12: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

56

e atender as necessidades educacionais específicas apresentadas pelos alunos, promove a oferta de serviços e recursos auxiliares para a identificação das habilidades e a disponibilização de atividades que desafiam a criatividade e estimulam a construção do conhecimento nas diferentes áreas curriculares. (DELPRETTO; BÁRBARA & LIMA. 2010 p.23).

Desta forma, o estudo aqui proposto deverá ter continuidade, ampliando os

conhecimentos da pesquisadora sobre o processo inclusivo de educação que, pelo

que foi identificado em suas observações, tem um vasto caminho a ser percorrido.

APROXIMAÇÕES METODOLÓGICAS

O estudo está sendo conduzido metodologicamente para responder à questão

problema, bem como criar subsídios para alcançar o objetivo proposto. A partir de

revisão bibliográfica, em que se encontrou o aporte teórico necessário para pensar

nas tecnologias como possibilidades de inovação para a educação, e conforme os

autores apontam a seguir, percebe-se que:

Ao identificar instrumentos e ferramentas mais favoráveis para tais objetivos, os professores em atuação conjunta deverão investir em condições acessíveis para favorecimento de habilidades, propiciando um espaço plural para sugestões, exercício da criticidade, participação com autonomia e criatividade. (DELPRETTO, BÁRBARA MARTINS DE LIMA. 2010 p.23).

E assim, aproximando a pesquisa da sociedade, por meio de ações na

produção do conhecimento, a metodologia aponta os resultados que estão sendo

encontrados, uma vez que é um processo que ainda não foi finalizado pela

pesquisadora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o estudo realizado, no momento, se percebe que é possível

oportunizar processos de ensino e aprendizagem, valorizando a criança no

desenvolvimento cognitivo, por meio do acesso às tecnologias digitais, envolvendo-a

Page 13: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

57

com estímulos nos processos que são evidentes e que, por conta das tecnologias,

podem propiciar o acesso a estes instrumentos.

As crianças, cada vez mais, indiferente dos diagnósticos, irão manifestar

processos cognitivos diferenciados, pelos estímulos que recebem desde seu

nascimento, por isso, é preciso dirigir um olhar atento em relação às pesquisas que

são desenvolvidas em todas as áreas do conhecimento.

Para tanto, afirma-se novamente o interesse nesta área, por entender que se

pode contribuir para ajudar um grupo de crianças que precisam ser mais bem

acompanhadas, melhorando o perfil do profissional que deve orientá-las no processo

de desenvolvimento cognitivo, e também pela relevância em oportunizar as

tecnologias de comunicação digital como uma interface pedagógica na ação inclusiva

de crianças com altas habilidades e superdotação.

Conclui-se destacando que o trabalho de desenvolvimento de novas

habilidades em crianças com diagnóstico de altas habilidades e superdotação deve

iniciar pela formação dos professores que as acompanham, tendo em vista que os

docentes, seguramente, precisam de mais esclarecimento em relação ao

conhecimento necessário para conviver, estimular e motivar essas crianças a

desenvolver novos talentos em diferentes áreas do conhecimento.

REFERÊNCIAS ASPESI, Cristina de Campos. A Família do Aluno com Altas Habilidades/Superdotação. In: FLEITH, Denise de Souza (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume três: o aluno e a família - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. ARROYO, S.; MARTORELL; M.; TARRAGÓ, S. La realidad de una diferencia: los superdotados: diagnóstico, asesoramiento, atención escolar, integración social. Barcelona: Terapias Verdes, 2006. BRASIL, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível em: <http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf > Acesso em: 16 maio 2016. ______. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades

Page 14: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

58

educacionais especiais de alunos com altas habilidades/superdotação. [2. ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. - Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. Disponível em: < file:///C:/Users/home/Desktop/P%C3%92S%20em%20andamento/UNINTER/altas%20habilidades1.pdf> Acesso em: 16 maio 2016. BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre, 2013. Disponivel em < http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf> Acesso em: 16 maio 2016. DELPRETTO, Bárbara Martins de Lima; GIFFONI, Francinete Alves; ZARDO, Sinara Pollom. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : altas habilidades / superdotação. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Fortaleza] : Universidade Federal do Ceará, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/novembro-2010-pdf/7121-fasciculo-10-pdf> Acesso em: 20 maio 2016. FLEITH, Denise de Souza. A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades / Superdotação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab2.pdf> Acesso em: 20 maio 2016. GADOTTI, Moacir. Informação, conhecimento e sociedade em rede: Que potencialidades? Revista Sociedade & Culturas, nº 23, 2005. Disponível em: <http://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC23/23-Moacir.pdf> Acesso em: 17 maio 2016. GIROTO, claudia.Regina Mosca; POKER, Rosimar Bortolini; OMOTE, Sadão (org.) As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. Disponível em: <https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf> Acesso em: 20 maio 2016. LIMA, Niusarete Margarida de. Legislação Federal Básica na área da pessoa portadora de Deficiência. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2007. ROSE D. H. e MEYER, A. Teaching Every Student in the Digital Age: Universal Design for Learning. apud 2002. Disponível em: <http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf> Acesso em: 16 maio 2016. RODRIGUES, Cinthia. Educação Especial: em Direção à Educação Inclusiva. Revista Nova Escola: Claus Dieter Stobäus e Juan José Mouriño Mosquera, 274 págs., Edipucrs, Disponível em: < http://revistaescola.abril.com.br/formacao/altas-habilidades-489225.shtml> Acesso em: 16 maio 2016. SCHIRMER, C. R. et al. (2007) Atendimento Educacional Especializado: deficiência Física. Brasília: DF, Cromos. Disponível em:

Page 15: TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL: INTERFACE … 4 - p.45-59.pdf · HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO Marinez Chiquetti Zambon- UDESC ... professora da educação infantil, educação

59

<http://gepid.upf.br/senid/download/senid2013/Artigo_Resumido/111132.pdf> Acesso em: 17 maio 2016. SOUSA, Robson Pequeno de, MOITA Filomena da M. C da S. C., CARVALHO, Ana Beatriz Gomes (Org.). Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: EDUEPB, 2011. Disponível em: < http://static.scielo.org/scielobooks/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247.pdf> Acesso em: 19 maio 2016. VIRGOLIM, Ângela. M. R. Altas habilidade/superdotação: encorajando potenciais. Brasília, DF: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial. 2007. Disponível em; < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab1.pdf > Acesso em: 16 maio 2016. Marinez Chiquetti Zambon Graduação em Pedagogia com Licenciatura em: Didática e Psicologia Educacional. Habilitação em Tecnologia Educacional (ênfase em Educação a Distância). Bacharelado em Treinamento Empresarial (UNIVALI). Mestra em Educação (UNIVALI). Especialista em: Gestão de Organizações Educacionais e Inovação Tecnológica (FACULDADE DECISÃO); Educação à Distância (SENAC). Especialista em Gestão de Defesa Civil (USJ). Educação Especial e Inclusiva (UNINTER).