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O PROFESSOR FRENTE ÁS ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAÇÃ O DE

ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Autor: Maria Andréia Fazolin¹ Orientadora Sueli de Fátima Fernandes²

Co-orientadora Laura Ceretta Moreira³

Resumo

Neste artigo, busca-se colocar os professores frente às estratégias para identificação do aluno com altas habilidades/superdotação no contexto escolar do Colégio Estadual Ottília Homero da Silva, Município de Pinhais. Sensibilizar e instrumentalizar o professor para o uso dessas estratégias educacionais inclusivas aos alunos com indicativos de altas habilidades/superdotação, oferecendo oportunidades que possibilitem a aprendizagem e a participação de todos, respeitando as diferentes formas de aprender, desenvolvendo um trabalho de cooperação e valorização da diversidade. Abordar os conceitos, mitos e realidades, aspectos legais e políticas públicas também foi um dos pontos relevantes que contribuíram para uma melhor compreensão do professor sobre a importância da identificação desse grupo de alunado, bem como reconhecimento destes como pessoa com necessidades educacionais especiais. Todos esses subsídios teóricos supracitados contribuíram e muito para a desmistificação sobre os falsos conceitos e preconceitos que circulam pelos meios educacionais. Junto à esta prática sobreveio O Grupo de Trabalho em Rede – GTR que é uma das atividades obrigatórias do PDE, prevista no Plano Integrado de Formação Continuada do Programa, sendo um momento privilegiado para avaliação e socialização das produções do Professor PDE e interação entre seus pares na Rede Estadual de Ensino.

Palavras-chave : Professor; Estratégias; Alta Habilidade; Superdotação

________________________

1 Especialista em Interdisciplinaridade, pelo IBPX( 1997). Professora da Rede Pública Estadual do Pr. E-mail: [email protected] ² Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal (2003). Professora Adjunta da UFPR, com experiência da Educação de Surdos. E-mail: [email protected] ³ Doutora em Educação pela USP ( 2004). Professora Adjunta da UFPR e do Programa de Pós - Graduação em Educação da UFPR. Coordenadora do CEPIGRAD. E-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

O presente artigo relata uma experiência pedagógica ocorrida no 2º

semestre do ano de 2011, no Colégio Estadual Ottília Homero da Silva, Município de

Pinhais, desenvolvida através do Programa de Desenvolvimento Educacional do

Paraná – PDE, referente ao ano de 2010. O projeto tinha como meta colocar os

professores frente ás estratégias para identificação de alunos com altas

habilidades/superdotação e de discutir e apresentar questões relevantes acerca da

temática. Pretendemos, neste artigo, apresentar uma análise dos valores e crenças

e de desconstruir mitos, pois muitos rótulos e preconceitos de que esses sujeitos

são os “sabedores de tudo”, “gênios”, “experts”, “nerds”, chegam a todas as escolas

como verdadeiros, bem como, demonstrar procedimentos pedagógicos identificados

na literatura especializada na área, que possam auxiliar aos professores em relação

aos alunos indicativos de altas habilidades superdotação/ nas áreas acadêmicas.

Sensibilizar e instrumentalizar o professor para o uso de estratégias educacionais

inclusivas aos alunos com indicativos de altas habilidades/superdotação, sobretudo

criar oportunidades que possibilitem a aprendizagem e a participação de todos,

respeitando as diferentes formas de aprender, desenvolvendo um trabalho de

cooperação e valorização da diversidade. Possibilitar aos professores subsídios

teóricos na área das habilidades/superdotação desmistificando os falsos conceitos e

preconceitos que circulam pelos meios educacionais e contribuir para uma melhor

compreensão do professor sobre a importância da identificação de alunos com altas

habilidades/superdotação, bem como reconhecimento destes como pessoa com

necessidades educacionais especiais prestigiando as áreas de maior habilidade e

interesse de seus alunos e favorecendo-os por meio de atividades de

aprofundamento de conteúdos e enriquecimento curricular.

O oferecimento destas condições supõe a uma transformação no ambiente

escolar e um enorme esforço na busca de soluções que contribuam para que todos

os alunos, sem nenhum tipo de discriminação, atinjam o desenvolvimento máximo

de suas capacidades pessoais, sociais e intelectuais A educação, neste caso

escolar, é indispensável ao desenvolvimento das pessoas, pois tem um papel social

e de trocas afetivas bastante significativas. O ambiente escolar deverá compor um

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meio rico em incentivo à construção de conhecimento, portanto cabe a nós

professores abrir espaços para que as crianças com ou sem deficiência tenham

oportunidades de preparar- se para vida.

Abordar os conceitos, mitos e realidades, aspectos legais e políticas públicas

e ao mesmo tempo instrumentalizar o professor para o uso de estratégias

educacionais inclusivas não somente destes alunos como também contribuir para a

aprendizagem e a participação de todos, também foi uma da principais intenções ao

longo do processo sempre lembrando ao grupo que quando o atendimento

diferenciado não é oferecido, um dos únicos caminhos para os alunos com altas

habilidades/superdotação é tentar se adaptar rotina do ensino convencional, o que

pode gerar desperdício de talento, potencial ou desmotivação por não estarem

devidamente assistidos Além das informações os professores puderam também

beneficiar-se de testes informais elaborados por estudiosos e pesquisadores da área

de altas habilidades /superdotação Sugerimos também após o trabalho executado

com grande habilidade e critério ser sistematizado como proposta pedagógica no

Projeto Político Pedagógico, com o intuito de que estes alunos deixem de ser

invisíveis à comunidade escolar e venham a compor o contexto do processo de

ensinar e aprender, e se efetive com o atendimento educacional especializado.

Entende-se que os desafios elencados contribuirão para a construção de

uma escola voltada efetivamente a uma educação para todos, exigindo uma ação

pedagógica transformadora, com metodologias mais abrangentes às necessidades e

interesses do indivíduo, como alternativa de se propor a oferecer aprendizagens não

centradas no professor, mas significativas para o aluno, em respeito às

particularidades dele. Essa mudança de atitude implica integração efetiva para

ambos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: MITO OU VERDADE ?

Segundo Alencar (2001),

No Brasil, pouco tem sido pesquisado e discutido sobre o superdotado. Este ainda é visto como um fenômeno raro, e prova disso é o espanto e curiosidade diante de qualquer indivíduo que se diz superdotado. Observa-se que muitas são as idéias errôneas a seu respeito, enraizadas no pensamento popular. Ignorância, preconceito e tradição mantêm vivas uma série de idéias que interferem e dificultam a implementação de programas direcionados esses sujeitos no sistema público e particular de ensino campo da educação, em particular, da educação especial. Diante disso, alguns mitos ou idéias equivocadas perpassam a trajetória acadêmica dos alunos com altas habilidades.

Acreditamos que grande parte desses mitos e dúvidas referentes às altas

habilidades/superdotação provém do desconhecimento quase generalizado da

sociedade e, em particular, da escola sobre o tema. Em relação aos mitos ainda

observamos, por meio dos estudos realizados neste trabalho que muitas pessoas,

entre elas profissionais da educação, acreditam que a superdotação está totalmente

ligada a QIs altos. Entretanto, isso nem sempre acontece, pois testes de QI medem

apenas poucas habilidades humanas, deixando de lado áreas em que a criança

pode apresentar alta habilidade como, esporte e música. Verificamos principalmente

nas escolas, de que quando uma criança é superdotada academicamente, ela tem

que ser excepcional em todas as disciplinas, porém estudos realizados atualmente

vêm demonstrando que um indivíduo pode ser extremamente bom em uma área do

conhecimento que apresentar dificuldades em outras.

A falta de informações, de pesquisas, tem ajudado na manutenção de muitos

dos mitos e crenças que povoam o imaginário dos profissionais da educação,

acarretando ainda mais a dificuldade para construir a identidade destes alunos.

Mediante a tal problemática é importante oferecer aos professores recursos teóricos

na área de altas habilidades superdotação, desmistificando estes falsos “conceitos

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preconceitos” que ainda circulam pelos meios sociais e, sobretudo os meios

educacionais. Trabalhar com alunos com altas habilidades requer, antes de tudo,

derrubar mitos. O professor deve ter claro que esses estudantes, também chamados

de superdotados, não são gênios com capacidades raras que domina todas as áreas

do conhecimento, só tira nota 10 (dez) em tudo, provêm de contextos

socioeconômicos elevados, sempre usam óculos com lentes grossas, são vistos

como “NERDS”, portanto privilegiados, e não necessitam de atendimento

educacional especializado. O fato de eles terem raciocínio rápido não diminui o

trabalho do professor. Ao contrário, eles precisam de mais estímulo para manter o

interesse pela escola e desenvolver seu talento para não correr o risco de evadir-se.

É importante também ressaltar que nenhum professor necessita apresentar

altas habilidades para ensinar alunos que as apresentam. O que compete ao

professor é a identificação das áreas de altas habilidades do aluno, observando

como estas estão sendo utilizadas no contexto escolar, e planejando as atividades

de ensino de forma a promover o crescimento de acordo com o ritmo, as

possibilidades, interesses e necessidades do educando. O professor deve

reconhecer que aluno habilidoso não está pronto. Como todo aluno ele precisa de

limites e ensinamentos básicos para todas as disciplinas. Ele não é uma miniatura

de um adulto, necessita de orientação, principalmente, como lidar com a sua

habilidade e saber desenvolver em sua plenitude. O aluno com altas

habilidades/superdotação, e não é raro, é o pior aluno da turma, pois fala muito ou é

indisciplinado. Critica muito os professores, possui uma opinião forte, sempre

considera a aula como muito chata, se não for de seu interesse ou porque já exerce

certo domínio sobre o conteúdo apresentado, também pode ser aquele aluno que só

desenha, não quer saber de escrever ou registrar os conteúdos pertinentes a série

que está inserido. Não é bom em tudo, não tira dez em tudo. Há casos, que mesmo

em sua habilidade se deixa fraco, para não aparecer perante aos colegas como

“CDF“ e etc. Em cada turma de uma escola, pode ser encontrado em média de três

alunos com Altas Habilidades/Superdotação.

Encontramos habilidosos desde o mais baixo nível econômico até o mais

elevado. Quando rico possui maior condição financeira para pagar uma boa escola,

ou até mesmo procurando outros meios para aperfeiçoar-se em sua área de

interesse. Salientamos também que o gênio não existe, não em nossa época, são

considerados gênios aqueles que deram alguma contribuição para sociedade. Agora

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crianças com altas habilidades superdotação, estão por toda parte, gente comum,

no povo, não notamos, mas eles existem!

2.2 ALTASHABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: ASPECTOS LEGAIS

Para que o professor compreenda a educação inclusiva é preciso que

conheça todo o processo e as principais legislações que são relevantes para

Educação Especial. Iniciaremos com Declaração de Salamanca (UNESCO &

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA DA ESPANHA, 1994), pois a partir das

recomendações contidas neste documento do qual o país é signatário, começam a

ocorrer discussões no sentido de uma escola que acolhesse a todos, sem distinção

de suas singularidades. A referida Declaração aumenta o leque de necessidades

educacionais especiais, elencando os superdotados quando enfatiza que os

princípios norteadores desta estrutura é o de que cada criança tem características,

interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios, e os

sistemas educativos devem estar projetados nessa perspectiva, ou seja, devem

estar adaptados ás necessidades educativas destas crianças, haja vista que

gestores, equipe pedagógica, professores e comunidade também fazem parte deste

processo podendo assim partilhar as responsabilidades ao que diz respeito ás

crianças com necessidades especiais.

A Declaração dos Direitos Humanos de Viena (UNESCO, 1993) trouxe o

princípio da Diversidade, colocando o direito à igualdade no mesmo patamar do

direito à diferença: “o reconhecimento da pluralidade de sujeitos portadores de

direitos e de seus direitos específicos como parte integrante e indivisível da

plataforma universal dos Direitos Humanos” (p.7). Estas declarações foram

determinantes para o avanço do pensamento político em torno da educação

inclusiva.

A “Constituição da República Federativa do Brasil de 1988” que determina

ações para a educação brasileira traz como um dos seus objetivos fundamentais,

“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV). Define, no artigo 205, a

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educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa,

o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I,

estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como

um dos princípios para o ensino e, garante como dever do Estado, a oferta do

atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino

(art. 208).

É preciso divulgar entre educadores que o aluno com altas

habilidades/superdotação necessita de uma variedade de experiências de

aprendizagem enriquecedoras, que estimulem seu potencial de acordo com suas

potencialidades. Conforme está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (a LDB – Lei nº 9.394/1996) que, em seu Capítulo V, art. 58, 59 e 60, trata

especificamente da modalidade Educação Especial. Em seu art. 24, inciso V, alínea

c, ao tratar sobre a verificação do rendimento escolar, admite a “possibilidade de

avanço nos cursos e nas séries, mediante verificação do aprendizado” e, no art. 59,

inciso II, consta a “aceleração para concluir, em menor tempo, o programa escolar

para os superdotados”. Integram-se a esse histórico, as novas Diretrizes Nacionais

para a Educação Especial na Educação Básica (Lei nº 10.172/2001), no sentido da

“inclusão” dos deficientes nacionais (e por extensão, dos superdotados, no que

couber). Os alunos com altas habilidades/superdotação devem receber atendimento

que valorize e respeite suas necessidades educacionais diferenciadas quanto a

talentos, aptidões e interesses. Por mais excepcionais que sejam tais aptidões e

talentos, caso não haja estímulo e atendimento adequados, os indivíduos

dificilmente atingirão um nível de excelência, é neste indivíduo que a organização e

fundamentação de programas educacionais devem se basear.

Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o

processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns

do ensino regular àqueles que “[...] possuem condições de acompanhar e

desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo

ritmo que os alunos ditos normais” (p.19). Ao reafirmar os pressupostos construídos

a partir de padrões homogêneos de participação e aprendizagem, a Política não

provoca uma reformulação das práticas educacionais de maneira que sejam

valorizados os diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum, mas

mantendo a responsabilidade da educação desses alunos exclusivamente no âmbito

da educação especial. Já a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

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da Educação Inclusiva no documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado

pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº

948, de 09 de outubro de 2007 orienta que os sistemas de ensino devem organizar

as condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação

que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de

forma a atender as necessidades educacionais de todos os alunos.

Em 2008, o MEC instituiu as Diretrizes Operacionais da Educação Especial

para o Atendimento Educacional Especializado - AEE - na educação básica,

regulamentado pelo Decreto nº 6.571, de 18 de setembro de 2008, complementado

pela Resolução 04/2009, que considera alunos com altas habilidades/superdotação

aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas

do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,

liderança, psicomotora, artes e criatividade. É importante que o aluno com altas

habilidades/superdotação esteja cadastrado no Censo Escolar para que a escola

possa receber recursos do FUNDEB para garantir melhorias para este aluno no

processo ensino aprendizagem. A descrição e definição sobre a concepção de

Educação Especial devem estar definidas no Projeto Político Pedagógico, enfatizar

os recursos utilizados e o perfil do professor que atenderá o AEE.

2.3 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: ASPECTOS CONCEI TUAIS

A definição de superdotação que consta nas Diretrizes Nacionais para

a Educação Especial na Educação Básica (MEC, 2001) e que é adotada por

alguns programas brasileiros, considera “crianças superdotadas e talentosas

as que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em

qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade

intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou

produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e

capacidade psicomotora”.

No contexto educacional a superdotação seria apresentada por

aqueles indivíduos que se saem bem na escola, aprendem rapidamente,

apresentam um nível de compreensão mais elevado e Têm sido os indivíduos

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tradicionalmente selecionados para participar de programas especiais (ALENCAR,

2001).

Para o Conselho Nacional de Educação - Resolução CNE/CEB nº2, de 11 de

setembro de 2001. Art. 5º consideram-se educandos com necessidades

educacionais especiais os que durante o processo educacional apresentarem: ( ) III

– altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a

dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Segundo Renzulli (1986)1, renomado pesquisador e referência no campo das

altas habilidades/ superdotação apresenta o Modelo dos Três Anéis que contém

características que um aluno deve apresentar para ser identificado com altas

habilidades/superdotação. Segundo esse modelo, o comportamento de

superdotação é originário de três peculiaridades essenciais: habilidade acima da

média, envolvimento com a tarefa e criatividade. O enlace dessas três

especificidades, de acordo com o pesquisador, resulta em um comportamento de

superdotação. O autor ainda ressalta que esse enlace passa por influências de

fatores externos, ou seja, do ambiente em que a criança está inserida, e de fatores

que dizem respeito a sua personalidade. Desse modo, baseado no subscrito, é

relevante ressaltar a importância da observação no cotidiano nos processos de

identificação relacionado aos fatores externos, pois já no final de século XX verifica-

se nos escritos de alguns autores como Renzulli e Gardner (1995) que faz-se

relevante para um processo de identificação a observação cotidiana do aluno. O

Modelo de Três Anéis (J. Renzulli):

FONTE: http://www.conbrasd.com.br

1 Joseph Renzulli, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa sobre o Superdotado e Talentoso, da Universidade de Connecticut, Estados Unidos. Sobre a teoria dos Três Anéis podem ser consultados em: Renzulli (1978, 1986, 2004) e Renzulli e Reis (1997).

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2.4 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: PERFIL E CARACT ERÍSTICAS

Apesar de não existir um padrão homogêneo de comportamento entre as

pessoas com altas habilidades/superdotação, há algumas características que podem

ser apontadas como relevantes na avaliação e identificação de indivíduos

superdotados. É importante lembrar que os superdotados poderão apresentar vários

dos traços descritos nesta unidade, mas não necessariamente todos eles, pois cada

indivíduo é singular, uma vez que características, habilidades, ou mesmo

dificuldades humanas manifestam-se em diferentes comportamentos. Há vários

documentos oferecidos pelo MEC/SEESP com conteúdos de fácil compreensão que

podem ser utilizados pelo professor. Dentre estes documentos, na Coleção Saberes

e Práticas da Inclusão (2005) o documento apresenta informações sobre altas

habilidades/superdotação, inclusive uma lista de indicadores que podem ajudar o

professor no reconhecimento de seu alunado.

Para Sabatella (2005) caracterizar e conceituar o aluno superdotado não é

tarefa das mais fáceis, pois os talentos, além de complexos, também podem ser

múltiplos. Várias são as definições, dentre as quais encontram-se conceitos

baseados sob o ponto de vista da evidências dos talentos e das habilidades

específicas, da liderança social, como também do ponto de vista percentual.

2.5 ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO: PROGRAMAS E A TENDIMENTO

O ConBraSD - Conselho Brasileiro para Superdotação é uma organização

não governamental sem fins lucrativos integrada por pessoas físicas e jurídicas de

todos os estados brasileiros interessadas em contribuir com a defesa dos direitos

das Pessoas com Altas Habilidades/Superdotação. Criado em 2003 tem por objetivo

estimular a realização de estudos e pesquisas, sobretudo estabelecer intercâmbio

de conhecimentos e experiências sobre temas referentes às Altas Habilidades/

Superdotação.

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A Sala de Recursos para Altas Habilidades/ Superdotação consiste num

serviço de apoio pedagógico especializado, de caráter diversificado, oferecido pela

Escola Regular, no período contrário àquele em que o aluno está matriculado. Conta

com um professor especialista em Educação Especial, um espaço físico (sala de

aula) apropriado e equipado com os instrumentos e materiais necessários para o

desenvolvimento das atividades a que se propõe. A Sala de Recursos tem como

característica a suplementação ou enriquecimento dos conteúdos escolares do

currículo formal, bem como de temas que não estão presentes nos currículos, mas

que sejam considerados pertinentes pelos professores e de interesse dos alunos. As

atividades desenvolvidas no programa podem ser realizadas em grupos ou

individualmente, de acordo com um cronograma a ser organizado pelo professor. A

utilização de uma metodologia diferenciada, com recursos que atendam às

necessidades específicas dos alunos com Altas Habilidades/ Superdotação,

contempla, segundo seus idealizadores, as reivindicações de uma escola inclusiva,

democrática e para todos.

O atendimento educacional especializado apresentou recentemente ainda

mais um destaque, que foi atender aos alunos com indicativos de Altas

habilidades/Superdotação matriculados no ensino médio, pois até 2008, esse

atendimento era restrito à 8ª série e este avanço consta na instrução nº 016/08 -

SUED/SEED.

Para viabilizar a identificação e o atendimento educacional à população de

alunos que apresentam Altas Habilidades/Superdotação matriculada na educação

básica, o governo federal, através da Secretaria de Educação Especial do Ministério

da Educação (MEC/SEESP), em parceria com a Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e com o Fundo Nacional de

Desenvolvimento da (FNDE), implantou os Núcleos de Atividades de Altas

Habilidades/Superdotação – NAAH/S, em todas as Unidades da Federação. Essa

parceria foi estabelecida no ano de 2005.

No estado do Paraná o NAAH/S é um projeto realizado com a parceria da

SEED, o então Departamento de Educação Especial e Inclusão – DEEIN e os

órgãos supracitados, no qual o mobiliário, os equipamentos e os materiais foram

fornecidos e os recursos humanos e o espaço físico foram assumidos pela SEED. O

objetivo do NAAH/S é dar impulso à área de altas habilidades/superdotação, em

todo o Brasil, com o atendimento ao professor, ao aluno e à família. Em nosso

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estado, o NAAH/S está autorizado a funcionar pela Resolução Nº 3059/2010, que

em seu artigo 1º coloca: autoriza a implantação do Núcleo de Atividades de Altas

Habilidades/Superdotação. O NAAH/S do Paraná está localizado no município de

Londrina, com sede no Colégio Estadual Vicente Rijo – Ensino Fundamental, Médio

e Profissional.

Outro avanço na área foi a implantação em 2007 dos programas

educacionais PROGRAD /CEPIGRAD/ NAPNE2 junto a Universidade Federal do

Paraná que ofertam cursos, grupos de estudos, seminários e orientam os estudantes

da Universidade em diversas ações, dentre elas o atendimento pedagógico aos

alunos com indicativos de Altas Habilidades/Superdotação.

2.6 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: INSTRUMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO

Segundo Alencar e Fleith (2007), é o professor, inicialmente, por meio do

contato diário com o aluno, que percebe sinais de um potencial superior, além de

interesses variados, podendo encaminhá-lo para uma avaliação e, futuramente, para

um programa especializado.

Para o professor identificar em seu alunado indicativos de altas habilidades

superdotação não é uma tarefa fácil, pois o processo de identificação deve envolver

uma avaliação abrangente, que englobe diversas fontes de informações (como

sujeito, professores, colegas de turma e familiares), levando-se em conta os fatores

ambientais e o contexto sócio-cultural.

Atualmente, as características como a criatividade, habilidade artística e

musical, liderança, entre outras, são também consideradas, porém não são medidas

por testes de inteligência, tornando essa identificação mais complexa. É importante

destacar o julgamento, avaliação e observação do professor (é o professor que tem

2 PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional; CEPIGRAD- Coordenação de Estudos e Pesquisas Inovadoras na Graduação; NAPNE – Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais.

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contato direto com o aluno). Ele desempenha um papel significativo no processo de

identificação do aluno com altas habilidades/superdotação.

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3 DESENVOLVIMENTO

A identificação do aluno com altas habilidades/superdotação tem sido um dos

grandes desafios para os educadores, e não há dúvida que a escola tem um papel

de destaque a desempenhar em relação aos seus alunos dotados de um potencial

mais elevado, principalmente no que se refere à educação inclusiva. Este material

aborda os resultados obtidos no que diz respeito ao reconhecimento do professor

sobre as características (indicativos básicos) dos alunos com altas

habilidades/superdotação. Entendemos que é necessária uma participação

significativa dos professores nos processos de identificação, afinal são estes sujeitos

que passam grande parte do tempo com os alunos, no tocante também são os

responsáveis por compreender seu universo, que muitas vezes, apresentam um

comportamento diferente dos demais. Estes alunos, muitas vezes, são apontados

como desinteressados, indisciplinados e desmotivados, o que pode desencadear um

baixo rendimento, ou até mesmo o fracasso escolar.

Este foi um dos caminhos capazes de colaborar com o corpo docente da

escola, no reconhecimento de que essa é tarefa de responsabilidade coletiva, e não

uma obrigação especifica do professor que tem o aluno especial em sua turma.

Para dar inicio a todo o processo, foi realizada a apresentação da proposta do

referido projeto à direção, equipe pedagógica e ao corpo docente da escola durante

a reunião pedagógica após o recesso do mês de julho do ano de 2011.

Aproveitamos o momento para fornecer elementos essenciais para caracterização

de alunos com altas habilidades e esclarecimento sobre os aspectos legais, teórico e

conceitual referente às altas habilidades/superdotação, sobre os quais este grupo

está amparado. Neste momento também foi apresentado à equipe pedagógica e

professores do ensino fundamental instrumentos para realização da sondagem

inicial de alunos com indicadores de altas habilidades/superdotação fascículo que

apresenta uma lista de indicadores que pode ajudar o professor no reconhecimento

deste alunado extraído do caderno: “Desenvolvendo competências para o

atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas

habilidades/superdotação”, da coleção “Saberes e Práticas de Inclusão” (

SEESP/MEC, Brasília 2005). E os Questionários para os alunos identificados com

indicativos de altas habilidades/superdotação destinados a professores e que foram

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adaptados e traduzidos por (Susana Graciela Pérez Barrera Pérez (2006) de

RENZULLIJ. S; Reis).

Esta ação não só ocorreu durante apresentação, mas no decorrer do

processo onde os professores eram atendidos em sua hora atividade

individualmente ou em grupo, para esclarecimento de dúvidas sobre este alunado.

Nestas orientações abrangiam discussões sobre os elementos que o caracterizam

como aluno com indicativos de altas habilidades/superdotação e orientação para o

preenchimento dos questionários de investigação de acordo com sua área/disciplina

de interesse. A participação do professor foi amplamente reforçada, pois sem eles

seria impossível a realização de todo o processo. Esta etapa foi muito importante no

procedimento de identificação, pois é comum o professor duvidar que um aluno mais

agitado e que não apresenta as características do tipo acadêmico possa ser um

aluno superdotado, serviu também para esclarecer as dúvidas do professor sobre

estes aspectos e desmistificar muitas ideias errôneas acerca da superdotação.

O mito de que o superdotado deve ser bom em todas as matérias, bem

comportado e extremamente dedicado aos estudos escolares, ainda é muito forte na

concepção do professorado em geral.

Orientamos a todos os envolvidos que o processo de identificação deve ser

efetuado com cautela e muito critério, para que não seja levantada falsa expectativa,

ou apresentados dados que não correspondam com o a realidade. Para isso,

professor/equipe que vai analisar os dados e realizar as entrevistas, deve conhecer

as teorias, os conceitos, as características e as possibilidades de manifestação das

altas habilidades/superdotação.

Paralela as orientações decorrentes das necessidades dos professores para

maiores esclarecimentos, também foi realizado o levantamento sobre o número de

turmas existentes no Ensino Fundamental na escola, número de professores,

disciplina e turno em que atuavam. Todos esses dados foram fornecidos através da

secretaria da escola.

Após a identificação dos alunos com indicativos de altas habilidades/

superdotação pelo professor, o nome deste aluno era inserido em uma tabela

padrão destacando sua área de interesse e a série. O uso desta tabela foi muito

importante pois, através dela tabulamos os dados, para informação do resultado

logístico geral e específico por área dos alunos com indicativos de altas habilidades.

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16

A entrevista foi realizada individualmente com alunos selecionados pelos

professores com indicativos de altas habilidades/superdotação. Nesta entrevista

foram utilizados os questionários destinados a alunos, adaptados e traduzidos por

(Susana Graciela Pérez Barrera Pérez (2006) de RENZULLIJ. S; Reis).

No decorrer de todo o processo muito professores questionaram sobre as

inteligências múltiplas e a pedido do diretor realizei uma palestra no dia 30 de

setembro, data esta destinada a parada para um momento pedagógico previsto em

calendário. A apresentação foi realizada a partir das teorias de Gardner (1995), esta

apresentação foi culminante para o processo de implementação, pois percebi que os

professores estavam bem empenhados e atentos aos alunos, discutindo entre eles a

área de interesse e as características do aluno identificado, houve muitas trocas de

informações entre os professores sobre os alunos selecionados com indicativos

básicos para altas habilidades/superdotação e sua área de interesse.

Finalizado todos os trâmites da implementação destinado ao 3º período do

PDE e após ter atingido todas as ações e ter alcançado os objetivos pretendidos foi

realizada a apresentação e divulgação a todos (funcionários, professores, equipe

pedagógica e direção) sobre os resultados obtidos, destacando a importância da

continuidade desse trabalho para o ano seguinte, bem como a inserção no Projeto

Político Pedagógico da escola.

Houve uma participação maciça dos professores, 23 no total, todos atuantes

nas 14 turmas do Ensino Fundamental, distribuídas em: 5 turmas de 5ª séries, 4

turmas de 6ª série, 3 turmas de 7ª séries e 2 turmas de 8ª séries.

Foram analisados os comportamentos observados pelos professores nas

entrevistas que se seguiram, de acordo com as áreas de interesse e os dados

tabulados foram transportados para gráficos, conforme os resultados analisados a

seguir.

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3.1 Análises dos Resultados

Os resultados obtidos por meio de entrevistas e observações do

comportamento dos alunos de 5ª a 8ª série do Colégio Estadual Professora Ottilia

Homero da Silva serão apresentados nos gráficos seguintes.

Nesses gráficos consta a porcentagem dos números de alunos com indicativo

de altas habilidades. Visto que esses dados foram obtidos através de entrevistas e

questionários realizados com os alunos das séries finais do ensino fundamental.

GRÁFICO 1 - Percentual de AH/SD dos alunos da 5ª Série A

Assim o gráfico 1 apresenta que na 5ª série A, com um total de 31 alunos, foi

possível verificar que apenas 2 alunos demonstraram um indicativo de AH/SD. Para

esses alunos as habilidades verificadas foram para as áreas de Artes Visuais,

Música, Exatas e Ciências Naturais.

31

Total de alunos

2 AH/SD

1 Artes Visuais e

Exatas

1 Ciências Naturais ,

Música, Artes e

Exatas

2

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por

area

Nº alunos por

area

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GRÁFICO 2 - Percentual de AH/SD dos alunos da 5ª Série B

No entanto a 5ª série B com um total de 32 alunos, averiguou-se que somente

4 indivíduos apresentaram habilidades para as áreas de Linguagem e Artes Visuais

como indica o gráfico 2.

GRÁFICO 3 - Percentual de AH/SD dos alunos da 5ª Série C

32

Total de alunos

4 AH/SD

3 Linguagem

1 Artes Visuais

4

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por area

Nº alunos por area

32

Total de alunos

3 AH/SD

1 Exatas

1 Artes visuais

2

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas

Habilidades

Nº alunos por area

Nº alunos por area

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De acordo com o gráfico 3 é possível perceber que apenas 3 alunos de uma

turma de 32, indicaram habilidades para as áreas de Exatas e Artes Visuais.

GRÁFICO 4 - Percentual de AH/SD dos alunos da 5ª Série D

Conforme os dados exibidos no gráfico 4, constatou-se que 2 alunos de uma

turma de 32 evidenciaram altas habilidades para as áreas de Humanas e

Linguagem.

GRÁFICO 5 - Percentual de AH/SD dos alunos da 5ª Série E

32

Total de alunos

2 AH/SD

1 Humanas

1 Linguagem

2

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas

Habilidades

Nº alunos por area

Nº alunos por area

33

Total de alunos

2 AH/SD1 Humanas

1 Exatas

2

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por

area

Nº alunos por

area

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20

Segundo os resultados apresentados no gráfico 5 confirmou-se que 2 alunos

demonstraram habilidade para as áreas de Humanas e Linguagem de uma turma de

33 alunos presentes na 5ª Série E.

GRÁFICO 6 - Percentual de AH/SD dos alunos da 6ª Série A

No gráfico 6 comprovou-se que na 6ª série A, com um total de 29 alunos,

apenas 1 aluno expôs indicativo de AH/SD para a área da Ciências Naturais.

GRÁFICO 7 - Percentual de AH/SD dos alunos da 6ª Série B

29

Total de alunos

1 AH/SD

1 Ciências Naturais

1

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas Habilidades

Nº alunos por area

32

Total de alunos

2 AH/S

1 Exatas

2

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas Habilidades

Nº alunos por area

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21

Tendo em vista 32 alunos na turma da 6ª série B, somente 2 alunos

apresentaram indicativos para alta habilidade na área de exatas, conforme gráfico 7

apresentado.

GRÁFICO 8 - Percentual de AH/SD dos alunos da 6ª Série C

Através do gráfico 8 pode-se observar que na turma da 6ª série C com total

de 31 alunos, somente 1 aluno caracteriza-se com indicativos para altas habilidades

na área de linguagem.

GRÁFICO 9 - Percentual de AH/SD dos alunos da 6ª Série D

31

Total de alunos

1 AH/S

1 Linguagens

1

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas Habilidades

Nº alunos por area

29

Total de alunos

3 AH/SD1 Ed. Física

2 Ciências Naturais

3

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por

area

Nº alunos por

area

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Por meio do gráfico 9 certificou-se que na turma da 6ª série D com o total de

29 alunos, observa-se que 3 alunos destacaram-se nas áreas de Educação Física e

Ciências Naturais.

GRÁFICO 10 - Percentual de AH/SD dos alunos da 7ª Série A

Sobre o gráfico 10 foi possível checar que apenas 2 alunos demonstraram um

indicativo de AH/SD para as áreas de Artes Cênicas/Dança e Ciências Naturais na

5ª série A, com um total de 31 alunos.

GRÁFICO 11 - Percentual de AH/SD dos alunos da 7ª Série B

34

Total de Alunos

2 AH/SD

1 Artes Cênicas

Dança

1 Ciências naturais

2

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por area

Nº alunos por area

36 Total de Alunos

2 AH/SD 1 Ed. Física

1 Ed. Física

2

Total de alunos

Nº Alunos Com Altas

Habilidades

Nº alunos por area

Nº alunos por area

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23

Quanto ao gráfico 11 avaliou-se que na 7ª série B, com um total de 36 alunos,

só 02 alunos demonstrou indicativo de AH/SD para a área de Educação Física.

GRÁFICO 12 - Percentual de AH/SD dos alunos da 7ª Série C

Com referência ao gráfico 12 afirmou-se que na turma da 7ª série c com o

total de 35 alunos, 03 alunos concluiu-se que 03 alunos destacaram-se nas áreas

Exatas e Educação Física.

GRÁFICO 13 - Percentual de AH/SD dos alunos da 8ª Série A

Total de alunos

35

4 AH/SD 1 Exatas

3 Ed. Física

4

Total de

alunos

Nº Alunos

Com Altas

Habilidades

Nº alunos

por area

Nº alunos

por area

43

Total de alunos

2 AH/SD

1 Música ,

Humanas e Exatas

1 Exatas

2

Total de

alunos

Nº Alunos

Com Altas

Habilidades

Nº alunos

por area

Nº alunos

por area

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A respeito do gráfico 13 confere-se que na turma da 8ª série A com o total

de 43 alunos, apenas 3 alunos manifestaram indicativos de AH/SD nas áreas de

Música, Humanas , Exatas e Tecnologia.

GRÁFICO 14 - Percentual de AH/SD dos alunos da 8ª Série B

Relativo ao gráfico 14 foi possível conferir que apenas 2 alunos

demonstraram um indicativo de AH/SD para as áreas de Exatas, Tecnologia e

Ciências Naturais, na turma da 8ª série B, com total de 44 alunos.

3.2 Análise dos Resultados Grupo de Trabalho em Red e – (GTR)

Concomitante à implementação também aconteceu O Grupo de Trabalho em

Rede – GTR que é uma das atividades obrigatórias do PDE, prevista no Plano

Integrado de Formação Continuada do Programa, sendo um momento privilegiado

para avaliação e socialização das produções do Professor PDE e interação entre

seus pares na Rede Estadual de Ensino. O GTR foi estruturado em três Temáticas,

44

Total de alunos

2 AH/SD

1 Exatas e

Técnologia

1 Exatas e Ciências

Naturais

2

Total de alunos

Nº Alunos Com

Altas Habilidades

Nº alunos por

area

Nº alunos por

area

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sendo cada uma composta por um texto para leitura e atividades para serem

realizadas no FÓRUM e/ou DIÁRIO e coordenado pela autora deste projeto.

Houve um período pré-estabelecido para a realização de cada Temática e o

acompanhamento durante o processo foi rigoroso, o que exigia uma atenção

especial para as datas de início e término das Temáticas. O Fórum se tratava de

uma atividade que oportunizava ao grupo a socialização de suas impressões,

promovendo a interação, discussão e troca de ideias sobre um tema específico,

enquanto que o DIÁRIO, as anotações eram de acesso exclusivo do participante

mas em ambos os casos o Professor Tutor apresentava seu feedback . O grupo,

formado por quinze professores da rede pública estadual avaliou positivamente a

aplicabilidade do material proposto contribuindo com relatos de resultados com seus

alunos, após a aplicação das metodologias sugeridas. O material proposto teve

grande receptividade pelo grupo e foi testado com os alunos da rede pública

estadual de outras regiões do Paraná. Na avaliação da aplicabilidade da proposta,

todos pontuaram positivamente as atividades sugeridas respondendo ao solicitado e

fornecendo também sugestões de outras atividades de exploração sobre o tema.

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26

CONCLUSÃO

Nosso objetivo ao escrever este artigo foi contribuir com os profissionais da

educação e outros envolvidos com a Educação Especial e interessados no processo

de inclusão social e educacional dos alunos com indicativos de altas habilidades, no

ensino fundamental regular, possibilitando o acesso a subsídios teóricos para a

desmistificação sobre os falsos conceitos e preconceitos que circulam pelos meios

educacionais;

Espera-se que, este trabalho possa estimular e despertar no educador o

desejo de construir novos conhecimentos e procedimentos pedagógicos que

favoreçam o processo de ensino-aprendizagem, bem como a possibilidade da

escola poder vir a ser um espaço no qual suas práticas, comporte e acolha este

grupo de alunos fazendo com que se sintam parte integrante desse processo. A

verdadeira inclusão necessita ter como alicerce um processo de construção de

mentalidades e práticas, derivadas de uma reflexão conjunta, na qual estejam

envolvidos, especialmente os professores, os gestores e funcionários e estes

precisam compreender que o aluno pode ao seu modo e ao seu tempo beneficiar-se

do convívio escolar desde que lhe sejam dadas oportunidades adequadas para o

desenvolvimento de suas potencialidades por meio de atividades de

aprofundamento de conteúdos e enriquecimento curricular.

Por meio dos dados obtidos nessa pesquisa verificou-se que alunos do

Colégio Estadual Professora Ottilia Homero da Silva, atinge o percentual apurado na

literatura para os indicativos de Altas Habilidades/Superdotação.

Almeja-se enfim, que este trabalho possa contribuir e nortear as

necessidades, verificadas e minimizar parte da ansiedade pela qual passam todos

que estão envolvidos com o atendimento educacional das pessoas com

necessidades educacionais especiais.

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BIBLIOTECA DIGITAL. Educação de Alunos Superdotados/Altas Habilidades Legislação e Normas Nacionais Legislação Internacio nal. Aparecida Andrés,

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FLEITH, Denise de Souza, ALENCAR, Eunice Soriano de. Desenvolvimento de Talentos e Altas Habilidades Orientação a Pais e Pr ofessores - Porto Alegre, RS: ARTMED, 2007.

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