TEMA: EXEMPLO PRATICO DE DIMENSIONAMENTO JOSE …
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-ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND
'
CURSO BASICO INTENSIVO DE ARGAMASSA ARMADA
TEMA: EXEMPLO PRATICO DE DIMENSIONAMENTO
JOSE SAMUEL GIONGO*
São Paulo, fevereiro de 1988
*Engenheiro Civil, Professor Assistente do Departamento de
Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos - Univer
sidade de São Paulo.
APRESENTAÇÃO
Neste trabalho, "Exemplo Prãtico de Dimensionamento",
analisa-se o projeto de uma viga de argamassa armada, bi-apoi~
da, de seçao U, submetida a uma carga uniformemente distribuída.
O objetivo é atender, com e?ta publicação didãtica,
um dos temas desenvolvidos no "CURSO BÁSICO INTENSIVO E ARGA
MASSA ARMADA", ministrado sob o patrocínio da ASSOCIAÇÃO BRASI
LEIRA DE CIMENTO PORTLAND.
Alguns dos conceitos desenvolvidos têm CARÁTER PROVI
SÓRIO, tendo em vista os ainda poucos dados disponíveis sobre o
material. A futura norma "Projeto e Execução de Argamassa Arma
da" estã em estudo e nao se chegou ainda a um Ante-Projeto de
Norma, podendo, portanto, serem mudados à medida que as pesqui
sas se desenvolvem. O projeto de Norma estã sendo desenvolvido
pela Comissão de Estudos - CE 18:05.14 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas na Delegacia Regional de São Paulo.
O Autor aproveita esta ApreseBtação para agradecer
aos Engenheiros João Bento de Hanai e Mounir Khalil El Debs, PrQ
fessor Livre-Docente e Professor Assistente-Doutor, respectiva
mente, docentes do Departamento de Estruturas da Escola de Eng~
nharia de São Carlos- USP, pelas contribuições e sugestões ofe
recidas na elaboração deste trabalho.
Í N D I C E
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2. GEOMETRIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL....................... 1
3. ESFORÇOS SOLICITANTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4. DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL 3
5. VERIFICAÇÃO DA ARMADURA TRANSVERSAL.................. 5
6. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE FORMAÇÃO DE FISSURAS........ 7
6.1 - Hipóteses de Cálculo
6.2 - Dedução das Equações
7. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE FISSURAÇÃO INACEITÁVEL
7
9
11
7.1- Critério da NBR-6118adaptado para telas soldadas 13
8. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE DEFORMAÇÃO EXCESSIVA 15
9. ANÁLISE EXPERIMENTAL DE VIGA SEMELHANTE À DO EXEMPLO 18
BIBLIOGRAFIA 22
APENDICE
Al - CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA E DAS TENSÕES NO ES-
TÁDIO II Al-1
A2 - TABELAS
A2-l - Flexão Simples em Seção Retangular - Armadu
ra Simples .....•...•.....................• A2-l
A2-2 - Flexão Simples em Seção Retangular - Armadu
ra Dupla ................................. . A2-2
A2-3 - Área de Seção Transversal de Telas Soldadas .. A2-3
A2-4- Área de Seção Transversal de Armadura ..... A2-4
1. INTRODUÇÃO
Analisa-se neste exemplo o dimensionamento de uma vigª
calha de argamassa armada com 2.500mm de comprimento, com distân
cia entre os apoios de 2.400mm.
A carga total aplicada a viga e uniformemente distri -
buída de intensidade igual a 13kN/m.
A resistência característica da argamassa, adotada nes
te exemplo, e fck= 3 O MP a. Considerando o alojamento das telas e
de fios de aço complementares adotam-se, inicialmente r duas telas ti
po EQ 98 1 Qma junto a face externa e outra junto a face interna.
A tela EQ 98 têm fios de diâmetro 2, Smm espaçados a cada 50mm nas
duas direções. A resistência característica do aço das telas e
dos fios adicionais é fyk= 600MPa.
No dimensionamento da armadura consideram-se os fios das
telas e os fios complementares que estão alojados na mesa inferior
desprezando-se os demais (Figura 1) . Desse modo podem ser ut_i
lizadas as equações que regem o equilíbrio de uma viga de concre
to armado. Este procedimento pode ser adotado no caso desta vi
ga, pois a consideração dos demais fios distribuídos ao longo das
alturas das almas leva a um valor do momento resistente próximo
ao calculado quando se desprezam estes fios. Para vigas de alturas
maiores a contribuição dos fios distribuídos ao longo da altura
da alma e significativa.
2. GEOMETRIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL
A figura 1 apresenta a seçao transversal da viga - ca -
lha. As espessuras da mesa inferior (hfi) e das almas (bw/2) sao
iguais a 25mm, a altura (h) é de 245mm e a largura da mesa infe
rior (bfi) é 260mm.
O cobrimento das armaduras, adotado neste exemplo, e
igual a 6mm, que é o valor preconizado pelo Projeto de Norma de
Argamassa Armada (1987) para peças expostas.
Considerando que os centros geométricos dos fios com
plementares e das telas sffio eqÜidistantes das faces inferior e supe
-2-
rior da mesa inferior a altura útil (d) e igual a 232,5mm.
y
210
i ' I
I i I I
p c -;---;--
p c o TELAS : EQ 98 {11 2:S mm ~ c
® FIOS ADICIONAIS : 0 5mm CA- 60
COBRIMENTO: 6mm
p c o c
o c '·L
o c
C.G. X I
o c c
~ ~
~ v v
(i n n " n o
260
FIGURA 1- Dimensões da seção transversal e alojamento da armadura (escalo I :25 ,medidas em milímetros l
I I I
_J_ . i I
~
Para o sistema de eixos cartesianos adotado para a se
çao transversal (figura l) as características geométricas sao
os seguintes:
a. o centro geométrico é definido pelo ponto de abs -
cissa xcg = l30mm e ordenada y cg = 89, Smm;
b.
c.
a área da seção transversal é igual a A = 175 cnt· C I
os momentos principais de inércia (centrais)
iguais a Ixr =lO. 60lcm4 e Iyr = 18. 906cm4 sao
-3-
3. ESFORÇOS SOLICITANTES
Os esforços solicitantes sao calculados com as conheci
das equaçoes deduzidas pela Mecânica das Estruturas, para urna vi
15,60
5o 5o ga bi-apoiada submetida a carrega-
E 1l.. mento uniformemente distribuído. 2400
15,60
Sendo a carga total p = 13kN/m e o
vão teórico da viga 9_ = 2, 40m, re
sulta para valor do momento fletor
máximo (expressão 01) no centro do
vao e para força cortante máxima
(expressão 02) junto aos apoios os
seguintes valores:
o 2 p ~ Mk = --8- = 9,36kNm (o l)
V = J2..J:. = 15 6 OkN k 2 , (02)
FIGURA 2 - Diagrama de momento fletor e força cortante
Na figura 2, encontram-se desenha
dos, em escala (momento: 1:50- ei
xos horizontal e vertical; cortan
te: 1:50- eixo horizontal e 1:100
eixo vertical) , os diagramas de mo
mento fletor e força cortante. As
medidas geométricas estão em milímetros(rnrn) e os números coloca
dos sobre os apoios (figura 2) representam a distância dos cen -
tros dos apoios até as faces da viga.
4. DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL
O dimensionamento da armadura longitudinal para a se
çao mais solicitada - meio do vão - é
timo, para o momento de cálculo (Md)
feito, no estado limite úl
(expressão 3) mul tipli -
cando o momento fletor característico (Mk) pelo coeficiente de
ponderação - y f= 1, 4 , supondo que a viga será executada por
processo convencional, obtendo-se:
Md = 1 , 4 . 9 , 3 6 = 13 , lO kNm = 131 O kN em (03)
-4-
A area de armadura pode ser determinada usando a Tabe
la 1, que se encontra no Apêndice 2 deste texto. Para a seção da
figura 1, têm-se:
bw = 2 f 5 + 2 , 5 = 5 , O em
d = 23, 25cm
Com esses dados calcula-se kc pela expressao 04f obten
do-se: b d2
k = w • c
Md
= _5_,f_o_._2_3_,_,_2_5_2 = 2 f o 6 l. 310
(o 4)
Na Tabela 1 (Apêndice 2), para resistência caracterís
tica da argamassa de 30MPa (C-30) e aço CA-60, determinam-se:
ks =O, 023
X s =- =o 40 X d '
onde, Bx define a posição da linha neutra no estado limite Últi-
mo e, ainda, a Tabela 1 informa que, neste estado, as
çoes, na argamassa comprimida e nos fios da tela e da
deforma
armadura
complementar, são compatíveis com os do domínio 3 (NBR 6118).
A área da seção transversal da armadura, posicionada
na mesa inferior (figura 1) é calculada pela expressão 05, resul
tando:
~ 1.310 = O , O 2 3 • = 1 , 2 9 6 em 2 (05) d 23,25
Com Bx e d determina-se que a poslçao da linha neu-
tra (expressão 06), medida a partir da borda comprimida supe-
rior), e:
X = f3 X • d = 0 f 4 0 • 2 3 r 2 5 = 9 , 3 Cm (o 6)
Para a determinação da área da seçao transversal da
armadura (efetiva) usam-se as Tabelas 3 e 4 (Apêndice 2). Para o
cálculo de Ase serão considerados os fios da tela - tipo EQ 98 -
alojados na mesa inferior (10 fios) e nas almas (4 fios), acres
cidos de 3 fios de 5mm de aço CA-60, conforme mostrado na Figura
1, resultando:
As e = 14 . f . O , 2 5 2 + 3 . O , 2 O
-5-
Ase=0,687 +0,600=1,287cm 2
A diferença, para menos, entre As(calculado)
de 0,7% e aceitável.
5. VERIFICAÇÃO DA ARMADURA TRANSVERSAL
( 07)
e
O critério adotado, pela Comissão de Estudo da ABNTque
elabora o projeto de norma de argamassa armada, para o dimensio
namento da armadura transversal submetida a tensões tangenciais
oriundas do cisalhamento, é o mesmo que o indicado pela NBR 6118
para peças de concreto armado.
Neste exemplo, o valor da força cortante de cálculo (e~
pressao 08) é obtida multiplicando-se, o valor da força cortante
característica (máxima junto aos apoios, Figura 2), pelo coefi
ciente de ponderação (y f= l, 4) , resultando:
V d = Y f . V k = l , 4 . 15 , 6 = 21 , 8 4 kN (o 8)
O valor de cálculo da tensão convencional de cisalhamen
to (expressão 09), nas almas da seção transversal da viga - calha
e dado por:
Twd = bw. d
= __ 2 __ 1_,,_8;_Ll ___ _
5,0. 23,25 = 0,188 kN l,88MPa (o 9)
cm 2
Essa tensão nao deve ser maior que o valor último da
tensão de cálculo indicado na NBR 6118 que vale (expressão lO):
30 Twu = 0,25. fcd = 0,25.-- = 5,4MPa ~ 5,5MPa 1,4
(lO)
A expressão acima é aplicada para peças lineares com
bw ~ Sh e quando toda a armadura transversal calculada for cons
tituída por estribos perpendiculares ao eixo da peça.
O cálculo da armadura transversal é feito pela teoria
clássica de M~rsch, com base na tensão Td, calculada pela expre~
sao 11, fornecida pela NBR 6118.
(em MPa) ( ll)
O valor de T c, que e a contribuição da argamassa, e cal
culado pela expressão 12, nos casos de flexão simples.
-6-
(em MPa) (12)
Na expressao 12, ~l é determinado em função de o1 que
é igual à menor taxa de armadura longitudinal de tração no tre
cho de comprimento 2h medido a partir da face do apoio.
Portanto, no exemplo, tem-se:
= 1,287 = 0,735% 175,00 (13)
A expressao 14, que fornece o valor de ~l pode ser ob
tida por interpolação linear dos valores limites de ~lf em fun
ção de o1 f dados na NBR 6118, resultando:
~l = 0,05 . pl + 0,065 (14)
Substituindo o valor de o1 , resulta:
~l = 0,05 . 0,735 + 0,065 = 0,102 (15)
Com esse valor de ~l e com fck = 30MPa, obtém-se a con
tribuição da argamassa na absorção das tensões tangenciais de ci:_
salhamento (equação 12) f resultando:
T = 0,102. fu = 0,56MPa (16) c
Substituindo convenientemente na equaçao ll os valores
calculados pelas expressões 09 e l2f resulta para Td o seguinte valor:
Td = 1,15 · 1,88 - 0,56 = lf60MPa ( 17)
A determinação da área da seção transversal da armadu
ra, posicionada perpendicularmente ao eixo longitudinal davigaf
é feita usando a expressão 18 f obtida igualando-se a resistência
de cálculo na armadura (Asw . fywd) com a solicitação de cálculo na armadura (Td . bw . s).
Asw s.n
Td =---
fywd
100 l
l
n
Na expressao 18, n e o número de ramos da
(18)
armadura
transversal e f d e o valor da resistência de cálculo para a yw armadura transversal que é igual a fyd (resistência de cálculo
do aço à tração igual a f k/y ) e não maior que 435MPa (NBR 6118). y s O aço das telas tipo EQ 98 é de classe CA-60 e portan
to f ywd fica igual ao menor dos seguintes valores:
f 600 f = yk= 52lMPa (19) ywd Ys lfl5
f ywd ;;;; 435MPa ( 2 o)
-7-
Nessas condições a resistência de cálculo do aço da
armadura transversal (fywd) resulta igual a 435MPa.
De acordo com a Figura lf o número de ramos do estri
bo e igual a 4 (n=4) f pois são 4 telas distribuídas nas almas.
Substituindo-se esses valores na expressão 18 que foE
nece o valor da área de armadura transversal por unidade de com
primento, vem:
Asw = l , 6 O . 5 f o . lO O . _l_ = o , 4 6 em 2 1m ( 21) s . n 435 l 4
Como a tela adotada e EQ 9 8, que tem area da seçao
transversal dos fios igual a 0,98cm 2 /m (Tabela 3 -Apêndice 2)e,
sendo essa área maior que a area transversal necessária
(0,46cm 2 /m), fica satisfeita a verificação da resistência da ar
madura transversal.
6. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE FORMAÇÃO DE FISSURAS
6.1. Hipóteses De Cálculo
A Comissão de Estudo da ABNT, que elabora o Projeto de
Norma de Argamassa Armada, indica que a verificação do estadode
formação de fissuras, para peças fletidasf deve ser feito segui~
do o mesmo roteiro prescrito pela NBR 6118 para peças deconcre
to armado.
O cálculo do momento de fissuração (Mr) , o qual se a
tingido,na seção transversal estudada,haverá uma grande probabi
lidade de iniciar-se a formação de fissuras normais a armadura
longitudinal de tração, será feito com as hipóteses da NBR 6118.
Essas hipóteses, com as quais se elaboram as equaçoes
do chamado Estádio Ib, para peças de concreto armado submetidas
a flexão, são os seguintes (figura 3):
a) a deformação de ruptura à tração do concreto (argama~
sa) é igual a 2,7 ftk/Ec ;
b) na flexão, o diagrama de tensões de compressao no con
ereto é triangular (regime elástico) ; a tensão na zo
na tracionada é uniforme e igual a ftk' multiplicando
-se a deformação de ruptura de alínea a) por 1,5;
M/
-8-
c) as seçoes transversais planas permanece planas.
d) o efeito da retração, como simplificação, pode ser
considerado supondo-se a tensão de tração igual a
0,75 ftk e desprezando-se a armadura.
E: c
Rcc ... L +3
X 2X 'h 3 ' +·I
Rct 'h-x i
1-- --~ -+-2 E: c r
FIGURA 3 - Estado de formação de fissuras
/ I
/ /
Considerando as indicações das alíneas a, b, c, d a
deformação de ruptura à tração da argamassa - ser (expressão 22)
e a tensão de tração - ocr (expressão 23) ficam, respectivamen
te iguais a:
ser = 1, 5 • 2, 7 • O, 7 5 •
o ct = O, 7 5 ftk
_!u_ EC
( 2 2)
( 2 3)
De acordo com o Projeto de Norma de Argamassa Armadao
módulo de deformação longitudinal da argamassa pode ser adotado
igual ao valor prescrito pela NBR 6118 minorando-o em 20%
resultando (expressão 24):
Ec = 0, 8 · Ec(NBR 6118) ( 2 4)
Sendo o módulo secante do concreto igual a 90% domódu
lo na origem dada pela NBR 6118, a expressão 24 pode ser escr~
ta do seguinte modo (expressão 25) :
EC = 0, 8 . 0, 9 . 6. 6 0 0 v' fck + 3, 5 (MP a) (25)
No Projeto de Norma de Argamassa Armada, e indicado
que na falta de determinação experimental, a resistência carac-
-9-
teristica da argamassa à tração pode ser fornecida pelas expres
soes 26 ou 27,prescritas pela NBR 6118.
f - fck para fck ;;; 18MPa (26) tk -1()
ftk = O, O 6 fck + O, 7 para fck > 18MPa ( 2 7)
Com essas hipóteses montam-se equaçoes de equilíbrio e
compatibilidade de deformações que, convenientemente desenvolvi
dos, fornecem a posição da linha neutra (x) e o valor do momento
fletor de fissuração (Mr).
6.2. Dedução Das Equações
Com as hipóteses de cálculo apresentadas no item 6.1.,
e com os diagramas de deformações e tensões da figura 4, podem -
se montar as equações de equilíbrio que fornecem a posição da li
nha neutra (x) e o valor do momento de fissuração (Mr) .
Considerando as resultantes das tensões, que agem par~
lelamente ao eixo axial, pode-se escrever a equação (28) de equi
librio de forças, que, convenientemente trabalhada fornecerá a
posição da linha neutra no Estádio Ib.
com:
Rcc = O, 5 . bw . x . o c
Rctfi = (bfi - bw) · h fi · 0 ct
Rctw = bw · (h-x) · 0 ct
~~----
h-x -+-~-2- p~ ---+-- ' i
( 28)
( 2 9)
( 3 o)
( 31)
-r------' Rctfi
~ 2
FIGURA 4 - Estádio Ib - Esquema de Solicitação
-10-
~ubstituindo-se essas expressoes na equaçao 28, resul
ta a equação 32.
Com a hipótese c) 1 item 6.1., e com o diagrama de com
patibilidade de deformações, da figura 4, obtém-se a equação 33,
com a qual se calcula Ec em função de Ecr·
~= Ecr (33) x h-x
Com a deformação Ecr definida em 22 e substituindo-a
em 33, a deformação da argamassa na região comprimida fica dada
pela expressão 34:
E c r = 1, 5 • 2, 7 . O, 7 5 X
( 3 4) h-x
A tensão de compressao na argamassa (oc) é igual ao
produto do módulo de deformação longitudinal da argamassa (Ec)P~
la respectiva deformação (Ec), resultando a equação 35:
X 0 C= 1 1 5 • 2 f 7 • o f 7 5 • ftk • --
h-X (35)
Substituindo, oc, expressão 35, e oct' expressão 23 1
na equação 32, obtém-se a equaçao 36 1 que fornece a posição da
linha neutra, para seção em forma de calha, quando ela está pa~
sando pelas almas.
1 1 025 bW x 2 + rfi hfi- bwhfi + 2bW~ X + ~bfi h hfi + bW h hfi
- bw h 2 ] = 0 ( 3 6 )
No caso do exemplo, bw= 5,0cm; h= 24,5cm; hfi= 2,5cm e
bfi = 2 6, Ocm e, substituindo-se estes valores na equação 3 6 resul
ta: x = 11 1 95cm
( 3 7)
A ação do momento de fissuração (Mr) gera o binário
interno com os módulos das forças definidas pelas expressões 29,
30 e 31 ; a equação (38) traduz o equilíbrio entre o momento Mr
e o binário interno, elegendo-se para polo o ponto de aplicação
da resultante de compressão na argamassa.
Assim sendo resulta:
M [ 2x (h-x) J + R . c~ + h-x- hfi J (38) r = Rctw · -3- + 2 _ ctf1 · 3 2 .
-11-
Substituindo em 38 as expressoes de Rctw e Rctfi da
dos por 30 e 31, obtém-se:
Mr =O, 75 ftk [bw (h-x) ( 3 h + X ) + ( b f . - b ) h f . (h - ~ -h f i)] 6 l w l 3 2
• • • • ( 3 9)
Sendo, ftk = 2, 5MPa (expressão 2 7) ; bw=5, O em; h=2 4, 5 em ;
x = ll,95cm (expressão 37); bfi = 26,0 em; hfi = 2,5cm e substi-
tuindo convenientemente na equação 39, resulta para momento de
fissuração o seguinte valor:
Mr = 3 , 4 2 kNm ( 4 O )
que e menor que o momento fletor solicitante Mk=9,36kNm, calcu
lado pela equaçao 01.
Para as seçoes da viga onde Mk ~ Mr, há uma grande pro
habilidade de se iniciar a formação de fissuras. Para essas se
ções verifica-se o estado de fissuração inaceitável.
7. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE FISSURAÇÃO INACEITÁVEL
Para as seçoes da viga em que Mk ~ Mr, há uma grande
probabilidade de se iniciar a formação de fissuras. Para essas
seções verifica-se o estado de fissuração inaceitável, onde as
aberturas das fissuras devem ficar abaixo de valores limitesnor
malizados.
O Projeto de Norma de Argamassa Armada considera que a
fissuração é nociva quando a abertura das fissuras na superfí -
cie da argamassa ultrapassa os valores dados na Tabela 1.
Tabela 1 - Aberturas Limites de Fissuras
ABERTURA AMBIENTE (mm)
0,05 exposto
-0,10 protegido
-12-
Segundo Hanai (1987), "há uma grande dificuldade, que
é a de estimar por meio de modelos teóricos a abertura das fis
suras numa peça de argamassa armada sujeita a solicitações de
diversos tipos".
"Embora haja características comuns no comportamento
estrutural de peças de argamassa armada, como fissuras finas e
pouco espaçadas, a previsão quantitativa desse fenõmeno depende
de vários fatores, e mesmo assim está sujeita a grande variabi
lidade".
"Além da taxa de armadura, da tensão no aço e da qua
lidade da aderência dos fios, a abertura das fissuras e extrema
mente dependente do tipo de tela de aço, da forma das malhas, do
espaçamento entre fios transversais. Por essas razões, entre ou
tras, como o tipo e a variação dos esforços solicitantes, não é
possível estabelecer expressões matemáticas únicas, representa
tivas do nível de fissuração de peças de argamassa armada com
diferentes taxas de armadura, tipos de telas,
etc."
de solicitações,
"No documento oficioso do Comitê 549 do ACI, nao se a
presenta nenhuma expressão para a avaliação da abertura de fis
suras, limitando-se a sugerir referências bibliográficas, as
quais, por sua vez, apresentam expressões resultantes de ensaios
efetuados sobre séries de corpo-de-prova submetidos à tração e
à flexão simples. Na opinião deste autor, essas expressões po
dem servir apenas para situações semelhantes e não devem ser
generalizadas".
"Já a norma soviética SN-366/77 apresenta uma expres-
sao para cálculo da abertura de fissuras, fundamentada essen-
cialmente na deformação média da armadura mais tracionada e no
espaçamento entre fissuras, admitido igual ao espaçamento entre
fios transversais; o produto da deformação média no aço pelo e~
paçamento entre fissuras é afetado por coeficientes de ajusta
mento, que dependem dos tipos de telas de aço e das ações, e da
categoria da argamassa empregada".
Neste exemplo, o valor da abertura das fissuras sera
avaliado pelo critério da NBR 6118, adaptado para telas solda
das.
-13-
7.1- Critério da NBR-6118 Adaptado para Telas Soldadas
A equaçao que fornece o valor da abertura das fissu
ras, para peças de concreto armado quando armado com telas sol
dadas, pode ser aplicado, neste caso do exemplo.
É prematuro adotá-la para peças de argamassa armada,
sem que sejam feitas análises numéricas comparadas, posterior
mente, com resultados experimentais.
Essa equação, deduzida por Mollica Junior e a seguin-
te:
( 41)
O espaçamento entre fissuras é calculado pela equação 42.
O valor de s, na expressao 41, assume um dos seguin
tes valores:
se > e
s = e se e
s = l, 8 s1 se e
sendo e o espaçamento entre juntas soldadas, que neste exemplo
mede SOrnrn.
guintes:
0 s
Os parâmetros envolvidos na expressao 41 sao os se-
tensão na armadura, para a solicitação Md = Mk no
caso do exemplo, calculada no Estádio II (ver Apêndi
ce l) i
~ =diâmetro dos fios da tela (em rnrn);
P taxa geométrica da armadura na seção transversal de r concreto (argamassa) A interessada pela fissuracr Ção = A /A · s cr'
E = 210.000 MPa, módulo de deformação longitudinal do as ço (NBR-6118) i
-14-
ftk = 0,06·fck+0,7 = 2,5MPa (equação 27);
c = 6mm, cobrimento.
Neste exemplo, tem-se:
os = 364,7 MPa (expressão Al-6)
q; = 2,5 mm
1,29 2,5. 26,0 = 0,01985 = 1,985%, considerando para
culo de Ac apenas a mesa inferior.
cál-
Substituindo os valores envolvidos na expressão 42,
resulta para s 1 :
31,03 mm (43)
Sendo,
s 1 = 33,03 mm < e = 50mm
1, 8 s 1 = 55 , 85 mm > e = 5 Omm
vem:
s e = 50mm
Usando a equaçao 41, e substituindo convenientemente,
resulta para abertura das fissuras:
1 50,00 --=2-=-1-=-o_;. ::,.o-=-o--=-o • 3 1, o 3 - o ' 12 mm ( 44)
O valor da abertura da fissura dada pela equaçao e
maior que a abertura máxima permitida para ambiente exposto que
é de 0,05mm (Tabela 1).
Como o valor da abertura da fissura, w = 0,12 mm, e
maior que o máximo permitido, pelo menos com os critérios anali
sados até esta data, há necessidade de se modificar alguns da
dos iniciais.
Analisando a equaçao 41, percebe-se que para diminuir
o valor da abertura da fissura, é necessário aumentar a taxa de
armadura pr, consequentemente diminuindo-se a tensão na armadura as·
-15-
Uma alternativa viável é aceitar a abertura de fissu
ra w = 0,12 mm e usar meios especiais de proteção contra a cor
rosao, por exemplo, aplicando-se verniz protetor à base de po
liuretano.
Ressalva-se que está em estudo a possibilidade de se
aumentar os valores limites da Tabela 1, de modo a aproximá-los
dos valores observados em obras existentes e em protótipos en
saiados em laboratório.
8. VERIFICAÇÃO DO ESTADO DE DEFORMAÇÃO EXCESSIVA
Os valores dos deslocamentos, oriundos das deformações,
nao devem ultrapassar os limites indicados pela NBR 6118 para p~
ças moldadas no local e para peças moldadas os da NBR 9062.
A NBR 6118 prescreve que, quando atuaremtodasasações,
o deslocamento causado pelas cargas acidentais não deve ser sup~
rior a l/500 do vão teórico.
A Comissão de Estudos da ABNT ( CB-18) que elabora a no r
ma de argamassa armada, indica que os deslocamentos provenientes
da flexão poderão ser calculados considerando a curvatura forne
cida na Tabela 2.
O coeficiente que considera o efeito da deformação le~
ta da argamassa (~ccl, varia em função da umidade ambiental mé -
dia e do tipo de cura a que a peça será submetida. Esse coefi
ciente é dado na Tabela 3.
A equação 45, obtida em SCHIEL (1970), fornece o valor
dos deslocamentos em função da curvatura . .2
dy --2- =
dx l r EI
{45)
No item 6.2. se observou que Mk > Mr, havendo portan
to, uma região da viga com grande probabilidade de formação de
fissuras. Considerando que para esta viga-calha as cargas sao de
longa duração, da Tabela 2, obtém-se a expressao da
Substituindo na equação 45, resulta 46: 2
~=-~ ~ d X2 • CC kii
curvatura.
( 4 6)
-16-
Integrando duas vezes a equaçao 46 e obtendo as cons
tantes em função das condições de contorno, resulta a equaçao
47~que fornece o valor da flecha no meio do vao.
Região
de de
(Mtot
Região
de de
(Mtot
Onde:
a = 5 . cp CC
Tabela 2 - Valores das Curvaturas (l/r)
Tipo das Ações
com pequena probabilida-
formação de fissuras
< Mr)
com grande probabilida-
formação de fissuras
> Mr)
K1 = 0,85 Ecii
K11 = 0,85 Ec r 11
Curta Duração Longa Duração
M (-M-) -- cpcc Kr Kr
M (
M ) cpcc --Krr Krr
( 4 7)
Ec = módulo de deformação longitudinal indicado na expre~
são 25
11 momento de inércia no Estádio I
r 11 = momento de inércia no Estádio II
cpcc coeficiente que considera o efeito da deformação len
ta da argamassa.
Tabela 3 - Valores do Coeficiente cpcc
Umidade Ambiental Média Cura Normal Cura a Vapor
40% ou mais 2,6 3,0
menor que 40% 3,9 4,5
-17-
Para se considerar a variação da rigidez ao longo do
eixo de uma peça fletida, pode-se adotar um momento de inér
cia equivalente (fórmula de Branson), calculado com:
onde:
I = ( Mr ) 3 Ir + [l- (~ ) 3 J Ir r :;; Ir e Mtot Mtot
(48)
momento total das açoes de curta e de longa dura -
çao
Mr = momento de fissuração
O momento de inércia no Estádio I (I 1 ) já foi forneci
do no item 2. O momento de inércia no Estádio II pode ser calcu
lado pelas equaçoes Al-2 e Al-3, agora com ae = Es/Ec = 7,64, sen
do E5 = 2lO.OOOMPa (NBR 6118) e Ec= 27.504MPa (expressão 18 e
i tem 8) .
A posição da linha neutra calculada pela equação Al-2 ,
com ae=7,64, As=l,29cm2 , bw=5cm e d=23,25cm, resulta:
x 11 = 11, 75cm ( 49)
O momento de inércia no Estádio II, calculado com a e
quaçao Al-3, resulta:
4 I I I = 4 . O O 7 em (5o)
Substituindo na fórmula de Branson, equaçao 48, os va
lores de Mr = 3,42kNm (expressão 40), Mk = 9,36kNm ( expressão 01)
além de 1 1 e r 11 , obtém-se o valor do momento de inércia equiva
lente:
4 Ie = 4. 329cm
Com os seguintes valores:
p l3kN/m = O, 13 kN/ em 4
Ie 4.329cm (expressão 51)
(51)
cjlcc = 2, 6 - viga em ambiente com umidade média e argama_§_
sagem com cura normal
EC = Of8. 0,9. 6.600 ~fck + 35' =27.504MPa = 2. 750,4 kN/cri
e usando a equação 47f resulta o valor da flecha no meio do vao: 4
a=-5-. Ofl3 . 240 . 2,6 (52) 384 0,85. 2.750,4. 4.329
a = l f 4 4 em = 14 f 4mm (53)
-18-
A flecha calculada nao deve ultrapassar o valor indi
cado pela NBR 6118, quando atuarem todas as ações, que é, neste
caso igual a (expressão 54)
a - = _l_ = ~ = O, 8 Ocm = 8, Omm max 300 300
(54)
Com a finalidade de atender essa indicação a viga de
ve ser moldada com uma contra-flecha de 6,4mm, o que deve ser
indicado no desenho de execuçao.
9. ANÁLISE EXPERIMENTAL DE VIGA SEMELHANTE A DO EXEMPLO
Está em desenvolvimento no Laboratório de Estruturas
da Escola de Engenharia de São Carlos - USP, um plano de pesqui
sa que estuda a "Flexão Simples em Perfis Típicos de Argamassa
Armada". Os casos de seções transversais com forma de U, T- in
vertido, V e duplo T, foram estudados em 1986 e 1987 pelos enge
nheiros Marquês de Collo e Nader, em trabalho de Iniciação Cien
tífica, como bolsistas da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesqui
sa do Estado de são Paulo, com orientação do ProfQ Dr.J.B.Hanai
e co-orientação do Autor.
Dois dos protótipos ensaiados sao vigas-calha ( seçao
U) com características geométricas idênticas as deste exemplo,
conforme mostrado no item 2. As características das telas e
dos fios complementares usadas nos modelos é compatível com
a indicada no item 1. A argamassa era dosada em massa no traço
1:2:0,4 obtendo-se resistências aos 28 dias da ordem de 50MPa.
Os protótipos, denominados FSU-1 e FSU-2, foram subm~
tidos a açao de duas cargas concentradas aplicadas nos terços m~
dios do vão da viga. Como, neste projeto, a carga considerada
foi uniformemente distribuída, igualando os momentos fletores
gerados pelos dois tipos de cargas, obtém-se o valor da carga
concentrada equivalente.
p ,Q,2 =
8
F
2
,Q,
3
E portanto F vale:
F=-3- p,Q, 4
(55)
(56)
-19-
Com p = 13kN/m, adotado neste projeto e .Q,= 2, 40m ob
tém-se a carga F equivalente que possibilita a comparaçao com
os resultados experimentais.
Portanto:
F = 2 3 , 4 kN ( 5 7 )
Nos ensaios dos protótipos o carregamento era de cur
ta duração, sendo que a flecha no centro geométrico da viga, sub
metida a ação de duas cargas concentradas nos terços médios, e
dada pela expressão 58, conforme PINHEIRO (1986)
F 23 -2- 9, 3
a0 =--. (58) ~~603" Ec Ie
Sendo Ie dado pela expressao 51 e o módulo de deforma
çao longitudinal (secante) Ec= 2.883,2kN/cm 2 que é o valor obti
do, em ensaios de corpos-de-prova de argamassa, por ocasião dos
ensaios dos protótipos, resulta:
a = o 23 603~
23,4
2 O , 4 9cm = 4;~ mm ( 5 9 )
2.883,2 . 4.329
Nos diagramas das figuras 5 e 6, para F= 23, 4kN, obtém
-se deslocamentos da ordem de 6,3mm, que são 29% maiores que o
valor da flecha imediata a0
= 4 ,9rnm dada pela expressão 59.
As figuras 5 e 6 e Tabela 4, apresentam o comportamen
to dos protótipos FSU-1 e FSU-2 durante os ensaios. são listados
os valores dos deslocamentos, as aberturas das fissuras e a car
ga medida nas seguintes fases: início da fase de formação de fis
suras, etapa com carga igual a 23,4kN (expressão 57), etapa pró
xima ao colapso e carga de colapso.
Nas figuras 5 e 6 indicam-se, ainda, as posições de a
plicação das cargas e dos defletômetros - D3 no centro da viga
e D2 e D4 nos terços médios.
Os momentos de fissuração, correspondentes ao apareci
mento da primeira fissura visível nos ensaios dos dois protóti -
pos, sao listados na Tabela 5, notando-se que eles sao próximos
do momento de fissuração avaliado com os critérios da NBR 6118.
A Tabela 6 apresenta os valores dos momentos Últimos
teóricos e experimentais obtidos nos ensaios dos protótipos. Os
momentos teóricos foram calculados considerando a distribuição
-20-
Carga(kN) Carga l~i.Nl
60+----.----.----.---,----,---~ t
60lr. ---,----r----.----.---.----.
23,
~ I Dl ' \__)
5 6,7 10
I IA t 'AI~·~ D2 D4 1 -DS'' \--../~, . . -.____/
<~V Deslocamento (mml
15 20 25 30
FIGURA 5 - Diagrama carga-deslocamento da viga FSU-1
I 50~1----+----+----~~~----+---~
I i2'~1~DA~_ DO COLAPSO
23,4
F F r2 t2 -; I I t _jl 8~61 Desl~camento ( mm ~ I I 11>
5 s,s 10 15 20 25 30
FIGURA 6- Diagrama carga-deslocamento da viga FS u- 2
TABELA 4 - COMPORTAMENTO DOS PROTOTIPOS FSU-1 E FSU- 2 DURANTE OS ENSAIOS
I N(CJO DA FASE ETAPA COM CARGA PROXIM!DADIE COLAP-
DE FORMAÇÃO DE IGUAL A 23,4 N DO COlAPSO PROTÓ so
FISSURAS TIPO
ar wr F r o I w F I a I w F Fu [mml {mml ! kN) !mmll ímml I&'<Nl llmml (mml lkNl I kNl
FSU-1 I. 26 o.o 5 li ,45 I 6,7 0,10 I 23.4 14,83 0,20 44,16 56,49
FSU-2 1.00 o. o 5 10.90 5,9 0,11 I 23.4 13,83 0.16 43,62 58,67
-21-
dos fios ao longo das alturas das almas das vigas (Mteo ,A) e sem
essa consideração (Mteo,MI), ou seja, levando-se em conta apenas
os fios alojados na mesa inferior. Nota-se que os resultados são
próximos.
Neste exemplo, o valor da abertura das fissuras foi
avaliado pelo critério da NBR 6118 adaptado para telas soldadas.
O valor obtido, W = O,l2mm (expressão 44) e diferente
do obtido no ensaio das vigas de seção U, que era w = 0,10 mm,
porem, a favor da segurança.
Essa discrepância, entre o valor estimado por aquela
expressão, indica a necessidade de continuidade da pesquisa pa
ra que se tenha um critério com maior confirmação experimental.
Tabela 5 - Comparação entre Mr cal e Mr exp
PROT6TIPO M r cal Mr exp
(kNm) (kNm)
FSU - l 3,93
3,42
FSU - 2 3,27
Tabela 6 - Comparação entre os Momentos últimos Teóricos e Experimentais
MOMENTO MOMENTOS TE6RICOS
PROT6TIPO ÚLTIMO
EXPERIMENTAL Mteo,A Mteo,MI
(kNm) (kNm) (kNm)
FSU - 1 22,59 22,74 21,07
FSU - 2 23,47 22,28 20,88
,_ .. ::. . .· ..
-22-
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T. São Carlos, EESC-USP, 1987. (Relatório FAPESP, nQ
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17.PINHEIRO, L.M. & GIONGO, J.S. Concreto armado: propriedades
dos materiais. são Carlos, EESC-USP, 1986. 79p.
18.SCHIEL, F. Introdução a resistência dos materiais. sãoCar
los, EESC-USP, 1970. 382p.
APÊNDICE 1
Al-1
Al - CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA E DAS TENSÕES NO ESTÁDIO II
Al-1 - Generalidades
A NBR 6118, nos ítens relativos aos estados de fissura
çao inaceitável e de deformação excessiva, prescreve que estes
estados devem ser verificados com as tensões, na borda superior
da viga e na armadura, calculados no Estádio II (peça em servi -
ço). Lembrar que a peça foi dimensionada no estado limite último.
No Estádio II, o concreto abaixo da linha neutra é con
siderado fissurado, não contribuindo na resistência da peça. Pa-
ra a determinação das tensões a seção da viga-calha deste
plo será assimilada a uma seção retangular.
ex em
O roteiro e a dedução das equaçoes, que a seguir sao u
tilizadas, podem ser encontrados em AMARAL (1969).
O valor de ae, que e a relação entre os módulos de de
formação do aço e àa argamassa deve ser adotado igual a 15, nes
te caso.
Com esse valor de ae se homogeniza a seçao transver
sal , substituindo a area de aço, no banzo tracionado (e compri
mido) , por uma area de concreto Ach= ae As
Al-2 - Determinação da posição da linha neutra
NO Estádio II a posição da linha neutra é calculada,
considerando que o momento estático,da seção de argamassa com -
primida - acima da linha neutra, e da seção de aço - posicio
nada na mesa inferior, agora transformada em seção de concreto
com Ach =aeAs, é igual a zero. Considerando a figura Al-1, tem-
bw/z
FIGURA A. 1-1- Determinação da LN no Estádio li.
se:
SLN = zero
b _:!!L x2 - a A (d-x) = O
2 e s (Al-1)
Com bw = Sem, a e= 15, d= 23, 25cm
e As= l,29cm, resulta:
X = lO,lcm (Al-2)
Al-2
Al-3- Cálculo do momento de inércia em relação a linha neutra
-~ 3 ( )2 r 11 - x + ae As d-x 3
~Al-3)
Substituindo os valores, Ja calculados, na equaçao an
terior, resulta:
r 11 = 5. 063 cm 4
Al-4- Cálculo das tensões
As tensões na borda superior (acc)
nado (as), com a seção submetida a ação do
Md =Mk =9, 36kNm (expressão 01), resultam:
a =~ x =~ 10,1 = l,87kN/cm2
CC III 5.063
acc = 18, 7MPa
(Al-4)
e no banzo tracio-
momento fletor
(Al-5)
( d-x) = 15 · 9 3 6 ( 2 3 , 2 5 - 1 O , 1 ) = 3 6 , 4 7 kN I em 2 = 5.063
(Al-6)
APENDICE 2
A2-l
TABELA 1
FLEXÃO SIMPLES EM SEÇÃO RETANGULAR - ARMADURA SIMPLES
bd 2 A d k (cm2 /kN) s
(cm2 /kN) = k =-B = ~ c Md s Md X d
C-24 C-25 C-27 C-30 C-35 C-40 CA-251CA-50A,CA-50B CA-60
0,02 43,2 41,5 38,4 : 34' 6 29,6 25,9 0,046!0,023 , 0,023 10,019 0,04 21,8 20,9 19,4 117,4 14,9 13,1 0,047 0,023 ! 0,023 !0,019
-
0,06 14,6 14,1 13,0 i 11,7 10,0 8,8 0,047 0,024 i 0,024 0,020 0,08 11,1 10,6 9,8 I 8,9 7,6 6,6 0,048 ,o,o24 I o,o24 0,020
0,10 8,9 8,6 7,9 i 7,1 6,1 5,4 0,048 0,024 : 0,024 0,020 0,12 7,5 7,2 6,7 6,0 5,1 4,5 0,048 0,024 . 0,024 0,020 0,14 6,5 6,2 5,8 5,2 4,5 3,9 0,049 o,o24 I o,o24 0,020
0,16 5,7 5,5 5,1 4,6 3,9 3,4 0,049,0,025 0,025 0,020 2 -· 0,18 5,1 4,9 4,6 I 4,1 3,5 3,1 0,050 0,025 0,025 0,021 I
0,20 4,7 4,5 4,1 3,7 3,2 2,8 0,050 0,025 0,025 0,021 0,22 4,3 4,1 3,8 3,4 2,9 2,6 0,050!0,025 0,025 0,021
I
0,051!0,025 0,24 4,0 I 3,8 3,5 3,2 2,7 2,4 0,025 0,021 0,26 3,7 3,5 3,3 2,9 2,5 2,2 0,051 0,026 0,026 0,021 0,28 3,5 3,3 3,1 2,8 2,4 2,1 0,052 0,026 I 0, 026 0,022 0,30 3,2 3,1 2,9 2,6 2,2 1,9 0,052 0,026 0,026 0,022 0,32 3,1 2,9 2,7 2,5 2,1 1,8 0,053 0,026 0,026 0,022 0,34 2,9 2,8 2,6 2,3 2,0 1,8 0,053 0,027 10,027 0,022 0,36 2,8 2,7 2,5 2,2 1,9 1,7 0,054 0,027 0,027 0,022 3 0,38
' 2,7 2,6 2,4 2,1 1,8 1,6 0,054 0,027 0,027 0,023
0,40 2,6 2,5 2,3 I 2,0 1,8 1,5 0,055 0,027 0,027 0,023 0,4384 2,4 I 2,3 2,1 1,9 1,6 1,4 0,056 0,028 0,028 0,023 0,44 2,4 2,3 2,1 1,9 1,6
' 1,4 0,056 0,028 0,028 0,023
0,4623 2,3 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 0,056 0,028 0,028 0,024 0,48 2,2 2,1 2,0 1,8 1,5 1,3 0,057 0,028 0,029 0,025 0,52 2,1 2,0 1,9 1,7 1,4 1,2 0,058 0,029 0,031 0,027 0,56 2,0 1,9 1,8 1,6 1,4 1,2 0,059 0,030 0,033 0,029 0,60 1,9 1,8 1,7 1,5 1,3 1,1 0,061 0,030 0, 035 I -0,6283 1,8 1,8 1,6 1,5 1,3 1,1 0,061 o 031 0,037 - 4 0,64 1,8 1,7 1,6 1,4 1,2 1,1 0,062 - I - -0,68 1,7 1,7 1,5 1,4 1,2 1,0 0,063 - - -o, 72 1,7 1,6 1,5 1,3 .1, 1 1,0 0,065 - - -0,76 1,6 1,6 I 1,4 1,3 1,1 1,0 0,066 - - -0,7717 1,6 1,5 1,4 1,3 1,1 1,0 0,067 - - -
Baseada em FUSCO (1981) e PINHEIRO (1986), calculada por J.S.GIONGO. Unidaáes: Quilonewton (kN) e centímetro (em)
C-25: Classe não especificada pela NBR 8953
Diagrama retangular de tensÕes no concreto, y = 1,4 e y = 1,15. c s Para y # 1,4, multiplicar b por 1,4/y antes de us~r a c c tabela.
A2-2
TABELA 2
FLEXÃO S H1P LES EN SEÇÃO RETANGULAR-ARMADURA DUPLA
A' s ~ CJc =0,85 fcd _L I
t · - d' - r ....., --~- -r •••t- I ~·
I I ---::~=: i y = 0,8 x
, . / . . - , . I I _:=--= !
h. di f-'-'~-'--·-'-"-~-----~~-"-.__ ---- --~-~- -- -1~- ~~ -+-
- ~ I I -I -L 1 I
v '-'-"'--' .________..._____, I I
L~ b~ ~Ast As Asz
M - M1 + M2 -
')
.tvl bd"-
A = A A = M2 = Md-Ml + 1 k
c9, im s s l s2
1-11 H H A k A k
2 A' k' 2 = d = d=d' = ci-=(fT s1 s s2 s2 s s
VALORES DE k = 1/fyd PARA os DO!"lÍN lOS 2 E 3 s2
AÇO CA-25 CA-50A CA-50B CA-60B
k s2 0,046 0,023 0,023 o' o 19
VALOl-a:s lJl·: k T = lI,., ' 1'/\l\/\ I' = p, s s X x ~- im
0 I AÇO
-h CA-25 CA-50A CA-50B CA-60B
0,05 0,046 0,023 0,025 0,021
0,10 0,046 0,023 0,026 0,023
0,15 0,046 0,023 0,027 0,025
0,20 0,046 '6,023 0,031 0,032
0,25 0,046 0,029 0,049 0,057
Elaborada por LI BANI O M. PINHEIRO
Unidades kN e em ·y s = L, 15
k = valor de k correspondente a B = f3 = 6 c9.,im c X x34 x9.im
k = valor dado na Tabela s
lo l • correspondente a Bx = BxQ.im
A2-3
TABELA 3
ÁREA DE SEÇÃO TRANSVERSAL DE TELAS SOLDADAS
BITOLA DOS FIOS MASSA SEÇÃO TRANSVERSAL ESPAÇAMENTO SUPERFI- DOS FIOS ENTRE FIOS
CIAL DESIGNA- LONGITUDI TRANSVER- LONGITUDI TRANSVER- LONGITUDI TRANSVER-- - -
ÇÃO NAL SAL NAL SAL NAL SAL
(cm2 /m) (cm2 /m) (kg/m2 ) (cm2 /m) (cm2 /m) (em) (em)
EQ 98 2,5 2,5 1,54 0,98 0,98 5 5
EQ 120 2,76 2,76 1,89 1,20 1,20 5 5
EQ 141 3 3 2,22 1,41 1,41 5 5
I
EL 126/63 2 2 1,48 1,26 0,63 2,5 I
I
5
ESPECIFICAÇÕES:
AÇO: CA 60 (fyk = 600 MPa)
As telas são fornecidas em rolos com largura de 2,45m e comprimento de
60m, com excessão da EL 126/63 que tem largura de 0,95 m.
FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE TELAS SOLDADAS
TABELA: TELAS SOLDADAS PARA ARGAMASSA ARMADA
FABRICANTES: TELCON S.A. - INDÚSTRIA E COMÉRCIO
COMPANHIA SIDERURGICA BELGO-MINEIRA
A2-4
TABELA 4
ÁREA DE SEÇÃO TRANSVERSAL DE ARMADURA - A (cm2)
s
!Bitola Massa NúMERO DE FIOS Nomi- Lineart----,.----.----.----.--~~~~~--~----~----~--~
nal I I 1 1
1
2 3 4 5 6 I 7 I 8 j 9 I 10 (mm) i (Kg m) i I I
0,91
r--3-, 2---r~-o ,_o_6_3 +-o-, o-8-t---l! o_._1_6 --+-0_,_2_4_ +--o-, 3-2--+ o, 40
1
o, 48 ! o,s_6 --+1-o _· 6-4-+----11 o_, _7 2------+l--o-,_8 o---.~ 3,4 o,on o,o9 o,l8 I o,271 o,36 o,451 o,54 !0,61" 1 o,73 o,82
I ~ i I I I
---+----+-----+------+----4-----~--~
4 0,88 o,1oo o,l3 I o,25 ( o,381 o,5o o,63 o,75 I i
I T l 4,2 0,109 0,14 I 0,28 I 0,42' 0,55 0,69 0,83
! i 0,97
i I I T I 4,6 0,130 0,17/ 0,33 I 0,50 0,66 0,83 1,00
1
1,16
1 r1
! s ;o,16o 0,20 o,4o o,6o o,8o 1,oo
11,20 11,40
i I I I
6,3 I o,250
8 I ! o' 400
I
0,32 0,63
i
0,50 11,00
I 0,9511,26
1,50 2,00
10 I 0,630 0,80 1,60 I 2,40 3,20
12,5 1,000 1,25 2,5 3,75 5,00
I 1,58 1,89 \2,21
I
I 2' 50 13' 00 i 3' 50
4,00 4,80 5,60
6,25 7,50 18,75
I
ELABORADA POR L.M.PINHEIRO (EESC-USP-PUB.020/86)
Aço CA-60
Massa Específica do aço: 7,85 Kg/dm3
Bitolas 3,4; 4,2; 4,6 não especificadas pela NBR 7480.
1,00 1,13
1,11 1,25
1,33 11,50
1,60 1,80
I
11,25
11,39 i
11,66 I
I 2. o o
I 2, 52 2,84 3,15
4,00 i
4, 5o I 5, o o
6,40 7,20 8,00
10' o 11' 25 12' 50