Teologia Do Novo Testamento

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TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO DANIEL SOTELO GOIANIA, 2015 1

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TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

DANIEL SOTELO

GOIANIA, 2015

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO

1 – Métodos e Objetivos de uma Teologia do Novo Testamento

2 – O Problema do Jesus Histórico

3 – O Novo Testamento como releitura do Antigo Testamento

4 – O Acontecimento da Leitura

A - O texto e o autor

B – O leitor, o ouvinte ou espectador

C – A mensagem

PARTE I – SITUAÇÃO ATUAL DA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

CAPITULO I – STATUS QUAESTIONIS DA TEOLOGIA DO NOVO

TESTAMENTO

1 – Obras em Inglês

A – Hans Conzelmann. An Outline of the Theology of the New Testament. SCM

Press, London, 1978

B – Ethelbert Stauffer. Theology the New Testament, SCM Press, London, 1960

2 – Obras em Português.

A – Werner Georg Kuemmel. Síntese Teológica do Novo Testamento, Editora

Sinodal, São Leopoldo, 1984

B – Leonhard Goppelt. Teologia do Novo Testamento, Editora Teológica, São

Paulo, 2003

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C – Joachim Jeremias. Teologia do Novo Testamento, Paulus, São Paulo, 1986.

Vol I

D – Alan Richardson. Introdução à teologia do Novo Testamento. ASTE, São

Paulo, 1984

3 – Obras em Espanhol

A – Eduard Lohse. Teologia Del Nuevo testamento, Ediciones Cristandad, Madrid,

1986

B – Joachim Gnilka. Teologia del Nuevo Testamento, Trotta, Madrid, 2000

C – François Vouga. Una Teologia Del Nuevo Testamento. Editorial Verbo Divino,

Navarra, 2003

D – Rudolf Bultmann. Teologia del Nuevo Testamento, Ediciones

Sigueme,Salamanca, 2001

CAPITULO II. TEOLOGIA DOS ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

1- TEOLOGIA PAULINA

2- TEOLOGIA DOS EVANGELHOS

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INTRODUÇÃO

Muitas são as formas de se fazer uma Teologia do Novo Testamento. Pode-se

usar uma metodologia baseada na pesquisa bíblica. Fazer uma leitura exegética e

outra apenas teologia. Muitas Teologias do Novo Testamento foram elaboradas a

partir da Teologia Dogmática ou da Teologia Sistemática. Partiam dos conceitos:

de Deus no Novo Testamento; de Cristo, da Igreja, do espírito Santo, e assim por

diante.

Temos vários livros de Teologia do Novo Testamento. Alguns extremamente

conservadores, alguns dogmáticos, outros sistemáticos e outros bons com critica

exegética apurada. Daremos alguns exemplos do que temos em inglês, português,

e espanhol. Para termos uma idéia bem sucinta destas formas de se fazer

Teologias do Novo Testamento. Depois analisaremos um status quaestionis da

situação atual como está a Teologia do Novo Testamento. Faremos uma historia

da pesquisa. Faremos uma análise de obra por obra do que possuímos então ate

hoje. Faremos é claro, uma seleção de obras.

No segundo capitulo esboçaremos uma nova metodologia do que é possível fazer

numa Teologia do Novo Testamento.

E por fim, tentaremos fazer uma Teologia do Novo Testamento.

1 – MÉTODOS E OBJETIVOS DE UMA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

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A Teologia do Novo Testamento tem como método às raízes de uma disciplina

cientifica. E difere da Teologia Dogmática e de Teologia Bíblica. Distingue a

compreensão dos textos das explicações dos artigos de fé. Este autor J P Gabler

foi o primeiro a fazer esta diferenciação (1753 – 1826). Ele toma a serio os textos

em si mesmos como historia e o modo às convicções do Cristianismo. Outro a

distinguir a Teologia Bíblica do Antigo Testamento e do Novo Testamento foi G L

Bauer (1755-1806).

A tarefa da Teologia do Novo Testamento consiste em interpretar e apresentar de

maneira sistemática as afirmações teológicas dos textos do Novo Testamento.

Começa por interpretar a mensagem central e a história da leitura do Novo

Testamento: conhecer a Deus e conhecer o homem são coisas que vão unidas

(João Calvino). A afirmação sobre Deus é a afirmação do homem, é uma leitura

existencial.

A Teologia do Novo Testamento difere de uma introdução do Novo Testamento e

uma historia da literatura do Cristianismo antigo, na medida em que não se

encontra na discussão das condições históricas da produção literárias dos textos e

dos escritos, senão que pressupõe como a condição necessária para a

compreensão da mensagem principal do texto.

O que podemos entender é que não existe uma Teologia do Novo Testamento,

mas varias Teologias do Novo Testamento. As Teologias do Novo Testamento

eram sistemáticas ou dogmáticas, baseavam - se em confissões de fé, temas,

símbolos dos Apóstolos, as doutrinas sobre Deus, Cristologia, Pneumatologia,

Eclesiologia. Baseava-se nas convicções cristãs das comunidades judaico-cristã,

helenísticas, de Paulo, pós - Paulina, de João.

F C Baur em 1864 e que depois foi retomado por Rudolf Bultmann falam de uma

teologia sem esquemas, e como se devia fazer Teologia do Novo Testamento.

Assim temos varias Teologias do Novo como: baseia-se em vários escritos do

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Novo Testamento: Mt, Mc, Lc, Heb, I Pe e ou em blocos literários como: Lc/At,

Paulo, Jô; ou em temas da teologia cristã: evangelho, reino de Deus, a salvação, a

vida, a fé, a esperança, o amor ou em sistemas: Cristologia, Eclesiologia,

Escatologia.

2 – O PROBLEMA DO JESUS HISTORICO

A questão continua. O debate está acirrado. Uns enfatizam o Jesus Histórico e

outros o Cristo da Fé. O Cristo da fé é a continuidade do Jesus da historia. O

evangelho de Marcos apresenta Jesus o evangelista (Mc 1,1). O evangelho de Mt

apresenta Jesus como Filho de Abraão, de Davi, Emanuel e Salvador de Israel (Mt

1, 1.12-23). O evangelho de João (Jô 1,1-18) apresenta a encarnação e a recusa

dos judeus ao Filho de Deus, a palavra de deus feito carne.

A pergunta sobre o Jesus histórico é sobre: foi Jesus em Rabi e Profeta (Rudolf

Bultmann); um profeta escatológico (E P Sanders); um reformador do judaísmo

(John Peter Méier); um mestre da Sabedoria (Marcus Borg); um pregador

itinerante da Galileia (Burton Mack; John Dominic Crossan); ele era um filosofo

como os cínicos (F G Downing).

O Jesus da fé tem uma continuidade histórica e teológica entre o ensinamento do

Jesus histórico e o cristianismo autentico Jesus é o primeiro teólogo da Igreja, do

Cristianismo Primitivo através do seu ensinamento. Jesus é o da confissão de fé

na morte e na ressurreição. Este é o Jesus do Protestantismo atual.

O Jesus do Cristianismo e o da fé Cristã, o da proclamação, da morte e da

ressurreição de Jesus e então, o Jesus de uma historia e de uma teologia está

entre o Jesus da Historia e o Jesus Histórico que está narrado em I Cor 11,23-26

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e em 15,3-5 deve ser fundamentado na proclamação da morte e da ressurreição

de Jesus. O verdadeiro Jesus é o do kerigma do ressurreto e do crucificado na

pregação pós-pascal (R Bultmann, M Kaehler, L T Johnson). A questão do Jesus

histórico segue sendo importante, o Jesus da fé e o da historia (E Kaesemann) e

que Jesus é o mais importante na pesquisa do Novo Testamento e na Teologia

Cristã e na Teologia do Novo Testamento está nos limites.

E não como uma teologia da literatura cristã da época apostólica e não no cânon:

o evangelho de Tomé, fonte Q, e as tradições apócrifas. Jesus histórico é o núcleo

do evangelho do Novo testamento está na atualidade e a presença de Deus no ato

simbólico, real e o Jesus que come e bebe com cobradores de impostos e os

pecadores (Lc 7,31-25), e a confiança e a nova criação (Gal 2, 14b-21; e Mc

11,21-25). A ressurreição ou a revelação, por parte de Deus, do crucificado como

Filho é a palavra da confirmação divina da liberdade adquirida e vivida por Jesus.

3 – NOVO TESTAMENTO COMO RELEITURA DO ANTIGO TESTAMENTO

Há uma continuidade do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Isto pode

ser visto e relido em Mt 1,1. Neste texto apresenta Jesus Cristo como Filho de

Davi, Abraão. O evangelho de Mt afirma a identidade do deus de Jesus com o

Deus do Antigo testamento judeu, a Bíblia Hebraica

Na genealogia como nos relatos da infância de Jesus confirmam a impressão da

continuidade: a genealogia confirma o acontecimento da vinda de Cristo na

historia da promessa, os relatos da infância de Jesus como que é um resumo da

historia do povo de Israel (passagem no Egito, Êxodo, e retorno do exílio em Mt

2,13-23) e o evangelho cita muito o Antigo Testamento como cumprimento dele no

evangelho e as palavras dos profetas.

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O Novo Testamento é uma releitura do Antigo Testamento. A citação é uma

releitura. A releitura assegura a continuidade entre o texto citado e o texto que se

refere a ele, já o que reproduz no essencial de forma idêntica. A reescritura é

quando a citação seleciona uma passagem que confere importância e interpreta o

texto.

O Novo Testamento se apresenta e se entende como uma releitura do Antigo

Testamento. A conseqüência imediata desta relação de intertextualidade é que o

Novo Testamento se apresenta e funciona como chave de leitura do Antigo

Testamento. Esta subordinação do Antigo Testamento ao Novo Testamento está

fundada na cristologia: o deus de Abraão, de Moises e de Davi se revela no deus

de Jesus, se encarna em cristo, na pessoa histórica de Jesus de Nazaré, que

morreu por nós, ao que Deus ressuscitou dentre os mortos, que subiu de novo aos

céus. Junto do pai e que retornará para julgar aos vivos e aos mortos. É válido que

as Sagradas escrituras sejam relidas a partir do acontecimento da revelação.

Pois a interpretação do Antigo Testamento a partir da revelação de Deus em

Cristo implica na concepção de uma historia da promessa que não dá razão do

modo em que o Antigo Testamento se define a si mesmo. O debate entre

hermeneutas judeus e cristãos faz com que apareça a existência de duas

comunidades descontinuas diferentes, as quais lêem o Antigo Testamento e a

outra o Antigo Testamento e o Novo Testamento e reconhecem a autoridade e a

revelação de Deus: o Cristianismo tem acesso ao Antigo Testamento e o Novo

testamento, o judaísmo rele o Antigo Testamento com o Talmude.

A Bíblia Judaica é o texto Hebraico da lei, dos profetas e dos escritos, e no

Cristianismo na LXX lê o Antigo Testamento em Grego, o cânon do Antigo

Testamento, a Bíblia Hebraica e o Antigo Testamento cristão formam o corpo

Cristão como literatura e teologia diferente dos judeus.

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A idéia da historia da salvação começa com a Idea de eleição de Abraão e do

povo eleito, os profetas, a redução de Israel a um pequeno povo fiel, a aliança

antiga e nova e a historia da salvação em Jesus e a missão universal dos cristãos

é a historia da salvação linear (Oscar Cullmann). A idéia é a da dialética entre

promessa e cumprimento (G von Rad) que mostra como o Antigo Testamento é

uma promessa que se cumpre no Novo Testamento. A idéia de Tipologia ocorre

na relação entre as figuras do Antigo testamento e do Novo Testamento (Samuel

Amsler) (Abraão e os crentes. Moises ou Davi e Jesus). Há uma simetria com

concepções lineares na historia da salvação, entre promessa e cumprimento.

Ao ler o Antigo testamento vemos as diversas formas existenciais estão no

individuo baixo a lei e a fé cristã como graça do amor de Deus. Significa que o

Novo Testamento não deve ser lido a partir do Antigo Testamento, senão do

Antigo Testamento para o Novo testamento. A vantagem desta leitura é que

respeita a sua diversidade, historia, mensagem de cada livro e que vai dar em

Jesus Cristo como toda a verdade.

Jesus é o tema do conjunto completo da Bíblia, de maneira que o Antigo

Testamento Cristão deve ser lido de forma metódica e a partir da revelação de

Deus em Jesus como testemunho que se dá dele (Jesus). Esta interpretação se

chama de leitura cristológica do Antigo Testamento, que é a pratica cristã e tem a

vantagem de respeitar o debate com o judaísmo colocando em relevo a cruz e a

aliança nova. A fé em Jesus exigiu dos primeiros cristãos a transformação radical

de sua compreensão de deus como faz Paulo em Filip 3,1-12 e em Gal 1,10-2,21:

a vocação do apostolo dos gentios significa a conversão do antigo fariseu ao deus

que era seu.

4 – O ACONTECIMENTO DA LEITURA

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Devemos partir do texto, do leitor, espectador ou do ouvinte e a mensagem.

A – O texto e o autor

O texto em si ou qualquer objeto ao ser analisado (escritor, pintor, compositor) tem

uma importância fundamental do que faz de si mesmo. O texto, ou quadro ou a

musica está caracterizada pela intenção do autor para com o ouvinte, leitor, etc.

No conceito da nova retórica, o texto é uma forma de argumentação, tem uma

intenção ou propósito. Os leitores ou ouvintes devem se encontrar perante a obra,

texto ou musica para se interpretar ou entender o que se lê ou ouve.

B – O leitor, o ouvinte ou espectador

O que é ler e entender? R Bultmann questionou esta problemática colocando a

forma da compreensão e da precompreensão. Existe a compreensão de um texto,

de uma obra; mas existe antes da compreensão uma precompreensão. Há uma

promessa de que o texto ou obra que lida ou escrita foram feitos para mim e a

convocação de entrar no processo de dialogo que requer a minha atitude de ler e

escutar como tudo tivesse feito para mim. Qual é a mensagem essencial do texto

ou da obra para mim? A minha disposição do leitor e do ouvinte de se transformar

e modificar pelo acontecimento do encontro implicado no dialogo.

C – A mensagem

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A tarefa da interpretação se fundamenta na vontade de entender ao outro. Esta

vontade é um dos modos do dialogo. A arte de interpretar consiste em deduzir do

texto o sentido que permita explicar de forma simples o conjunto dos conteúdos do

texto.

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PARTE I – SITUAÇÃO ATUAL DA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

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CAPÍTULO I – ANÁLISE DAS OBRAS DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

1 – OBRAS EM INGLÊS

A – HANS CONZELMANN. An outline of the Theology of the New Testament.

SCM Press, London, 1978

Este autor escreveu uma: História do Cristianismo Primitivo, Teologia do Novo

testamento, comentários bíblicos, sobre a justificação, Paulo, exegese, judeus,

etc. Na realidade nestes livros encontramos toso em inglês, nenhuma obra em

português e em espanhol dois comentários bíblicos. O autor é luterano alemão.

A sua obra de Teologia de Novo Testamento difere das demais teologias em

vários aspectos. É um autor mais ou menos recente. Em pesquisa exegética é

excelente, tem uma nova perspectiva. Na realidade ele chama sua obra de

“Esboço de Teologia do Novo Testamento”. O livro foge da natureza de todos os

demais livros sobre Teologia do Novo Testamento: o dogmatismo, os temas da

teologia sistemática, etc.

Assim vale a pena pesquisar esta obra com todas as suas perspectivas

exegéticas.

B – ETHELBERT STAUFFER. Theology of the New Testament, SCM Press,

London, 1960

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Este autor viveu o final de sua vida o horror da guerra. Muitos teólogos alemães

eram a favor do nazismo e não se engajaram numa nova realidade da igreja e da

teologia. Sua obra ainda é influenciada pelo hegelianismo e pela filosofia

iluminista, tem em seu bojo ainda o ranço do Dogmatismo e da Teologia

Sistemática. A divisão de sua obra ainda é sistemática. A teologia tanto do Antigo

como do Novo Testamento estava ligada a conceitos da teologia Sistemática:

Deus, Cristo, Espírito Santo, Igreja, Escatologia, Vinda de Cristo, etc.

Esta obra ainda sofre a influencia de todas as teologias do século XIX e do inicio

do século XX. Tem o influxo da teologia do pós-guerra. A teologia liberal faz parte

deste complexo de pensar teológico. Esta teologia quer ser mais Teologia Bíblica

do que do Novo Testamento, é mais filosofia do que teologia. A teologia liberal se

baseia na pesquisa historico-crítica, com contornos históricos e historicistas. Enfim

era um modo de se fazer teologia na época.

2 – OBRAS EM PORTUGUÊS

A – WERNER GEORG KUEMMEL. Síntese Teológica do Novo Testamento,

Editora Sinodal, São Leopoldo, 1996.

Acho a melhor obra sobre teologia do Novo Testamento. A obra começa com a

Teologia Paulina, tem em mente a pesquisa exegética e seus resultados atuais.

Elabora a teologia a partir das testemunhas principais do início do cristianismo:

Jesus histórico, Paulo e João. Conforme o autor este é o modelo de como se faz

teologia: a proclamação de Jesus conforme os evangelhos sinóticos. A questão do

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Jesus histórico, o senhorio de Deus. A proclamação e a reivindicação de deus, a

exigência da fé em Jesus Cristo. A paixão e a morte de Jesus.

A fé da Igreja Primitiva; a fé pascal, a fé em cristo na Igreja Palestinense e a

consciência da igreja. A teologia do Apostolo Paulo: a posição de Paulo; o tempo

da salvação; o evento do Cristo; a desgraça do homem no mundo. A salvação em

Jesus Cristo. O dom divino da salvação e a tarefa dos cristãos. E a comparação

entre a teologia de Jesus e de Paulo.

A teologia Joanina: a mensagem de Cristo no evangelho de João e nas cartas

Joaninas; a mensagem joanina de Cristo; a salvação e o caminho da salvação. Na

conclusão o autor trata do centro do Novo testamento: Jesus, Paulo, João: o

centro do Novo testamento; o futuro e a presença da salvação em Jesus; a

comunidade primitiva e Paulo; os escritos de João; a misericórdia de Deus e a

mensagem central do Novo Testamento.

B - LEONHARD GOPPELT. Teologia do Novo Testamento, Teológica, São Paulo,

2003

O livro de Goppelt traduzido na década de 80 pelas Editoras Vozes/Sinodal,

retorna agora com uma nova versão e editora. São dois volumes em um. Este

autor tem obras fantásticas como Tipos, Cristianismo Primitivo, Judaísmo, Novo

Testamento, Comentários, etc.

O Vol I fala sobre Jesus e a Comunidade Primitiva. Este volume tem duas partes.

A parte I trata da atividade de Jesus em seu significado teológico, que por sua vez

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trata: do método e as fontes utilizadas. O pano de fundo histórico e o historico-

salvifico; o anuncio do reino de Deus por intermédio de Jesus; sobre o

arrependimento como exigência ética de Jesus; o arrependimento como dádiva do

reino de Deus; a auto-compreensão de Jesus; Jesus e a Igreja. Estes são os

tópicos da primeira parte do volume primeiro.

A parte II trata da comunidade primitiva ou a Igreja no povo de Israel.

O Volume II trata da pluralidade e a unidade do testemunho apostólico a respeito

de Jesus Cristo. Fala sobre Paulo e o cristianismo helênico, sobre a teologia

paulina, sobre a cristologia; a obra de Cristo; o efeito salvifico da vinda de Cristo: o

evangelho como revelação da justiça de Deus.

C – JOACHIM JEREMIAS. Teologia do Novo testamento. Edições Paulinas, São

Paulo, 1986

Infelizmente a obra ficou inacabada. O autor pretendia escrever o Vol II e morreu

antes.

O vol I trata da pregação de Jesus. O autor resgata um pouco do pensamento

originário de Jesus e dos semitismos encontrados nos evangelhos sinóticos.

O capitulo I trata da: questão da credibilidade da Tradição das palavras de Jesus;

a base aramaica dos logia de Jesus nos sinóticos; os modos preferidos do falar

de Jesus; as características da ipsisssima vox Jesus; o problema sinótico.

No capitulo II trata da missão de Jesus: Jesus e João Batista; a vocação de Jesus;

a transmissão da revelação; a interpelação de Deus como Abba; o sim para a

missão.

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O capitulo III fala sobre a irrupção do tempo salvifico: o retorno do espírito que se

apagara; a superação sobre o demônio; a vinda do reino de Deus; as boas novas

aos pobres.

O capitulo IV fala sobre o tempo da graça: a catástrofe. Os ais; as exigências do

reino. O capitulo V fala sobre o novo povo de Deus: a fé ; remindo a comunidade

de salvação; a filiação; viver como discípulo; o envio dos mensageiros; a

consumação do povo de Deus. O capítulo VI trata da consciência que Jesus tinha

de seu poderio: o mensageiro da salvação; o Filho do Homem; a paixão. E por fim,

o capitulo VII fala sobre a páscoa: a mais antiga tradição e a mais antiga

interpretação.

3 - OBRAS EM ESPANHOL

A – EDUARD LOHSE. Teologia Del Nuevo Testamento. Ediciones Cristandad,

Madrid, 1986

Esta obra mais recente é mais teológica do que exegética. O autor é bispo

luterano em Hanover, e tem algumas obras em Português: A historia da paixão e

da morte de Jesus; Introdução ao Novo testamento. Em inglês tem: Historia do

cristianismo primitivo; Ética teológica do Novo Testamento, etc.

Ele começa a sua obra fazendo e explicando a metodologia de trabalho e os

objetivos de uma teologia do Novo Testamento. Fala do evangelho, fundamento

da Igreja. Ele divide a obra em 6 partes. A mensagem de Jesus: o problema do

Jesus histórico; João Batista e o começo da atividade de Jesus; o reino de Deus; a

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vontade de Deus; a misericórdia de deus; o povo de deus; Messias e Filho do

Homem. Esta é a primeira parte.

A segunda parte trata do kerigma da comunidade primitiva: a ressurreição de

Jesus; a cristologia; a escatologia; a Igreja; o batismo e a eucaristia; os começos

da missão.

A terceira parte trata da Teologia de Paulo: o apostolo dos gentios; a cristologia

paulina; a justiça de Deus; o homem como criatura de deus; pecado, lei e morte; a

nova vida em Cristo; a igreja; batismo e eucaristia; a escatologia.

A parte quarta fala sobre a teologia dos sinóticos: a tradição de Atos dos

Apóstolos e as palavras de Jesus; o evangelho de Mc; o evangelho de Mt; o

evangelho de Lc.

A quinta parte quarta da teologia de João: o lugar histórico da teologia de João; a

cristologia; o mundo; o juízo escatológico; o espírito da verdade; as cartas de João

e a sua relação com o quarto evangelho.

A última parte trata da doutrina apostólica da Igreja: a herança apostólica; a

cristologia; a igreja; a vida cristã; a escatologia; a unidade do Novo Testamento.

B – JOACHIM GNILKA- Teologia Del Nuevo Testamento. Trotta, Madrid, 2000

Esta obra é uma das mais recentes sobre Teologia do Novo Testamento. Ela é

baseada nas ultimas pesquisas exegéticas e segue a classificação histórica dos

escritos do Novo Testamento. Ele começa com a Teologia do Apostolo Paulo: a

pregação; o evangelho e o apostolado; a visão do homem; a salvação realizada

por Deus; a fé como via de acesso à justificação pela fé; a reconciliação,

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redenção, libertação, nova criação; em Cristo; no Senhor; o espírito; a

comunidade, sacramentos, povo de Deus.

O capitulo 4 fala dos escritos joanicos: os materiais pré-existentes; o homem no

mundo; cristo, o enviado de deus e a sua obra de salvação; a salvação presente.

A opção presente e a esperança futura; a comunidade eclesial.

O capitulo cinco trata da teologia pós-paulina: as cartas aos Col, e Ef; as

pastorais; Hebreus; o povo de Deus; a ética, a II Tess.

O capitulo seis trata sobre a Teologia do Apocalipse: os materiais pré-existentes; a

igreja dos últimos tempos; a perdição e a salvação; a imagem de Cristo; o que

virá; a instrução moral.

O capitulo sete fala sobre a teologia das cartas Católicas: a I Pe; a carta de Jd; e a

II Pe; a carta de Tg. Faremos um resumo aqui dentro de nossa Teologia do Novo

Testamento desta obra magnífica.

C – FRANÇOIS VOUGA. Una Teologia Del Nuevo Testamento. Ediciones Verbo

Divino, 2002

Esta obra é a mais atual de todas as teologias do Novo testamento. O autor é

luterano. A obra do século XXI. Ele começa a sua obra co: definição, tarefa e

método de uma Teologia do Novo Testamento; os problemas do Jesus histórico; o

Novo Testamento como releitura do Antigo Testamento; o acontecimento da

leitura. A obra tem a perspectiva retórica e lingüística na analise narrativa. Segue

o pensamento de Paul Ricouer.

O capitulo 2 trata do acontecimento da palavra: o evangelho e subdivide-se em: a

revelação de um tempo novo: Paulo e Marcos; o reino em Mc, Mt e Lc – a justiça

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em Mt e Paulo; a eleição em Paulo e I Pe; a verdade do evangelho; o dom de

Espírito Santo em Jô, Paulo e Lc; a nova criação em Paulo e apocalipse; morte e

vida em Jô e Paulo; a realidade da existência nova; a salvação em Lc e Jô; as

imagens de libertação e de purificação em Jô e cartas Joaninas; o perdão em

Paulo, Mt, Lc; a reconciliação em Paulo e em Ef; o surgimento do sujeito: a

existência cristã, a fé, a esperança, o amor; o fundamento cristologico: a

proclamação da ressurreição e a morte de Jesus; a ressurreição e a mensagem

pascal; o fundamento da fé: interpretações; a morte de Jesus: interpretações; os

lugares da fidelidade ao acontecimento; a presença do crucificado; viver e crer em

Jesus; Teologia do Novo Testamento; historia do Novo Testamento; paradigma

das interpretações do Novo Testamento: a parusia e a vinda do Filho do Homem

em Mt, Mc, Jo e Paulo; o milênio e o dia do Senhor em Apocalipse e I Pe; o

cumprimento da promessa; o juízo final em Paulo, Mt e Jô; a ressurreição dos

mortos em Paulo, Lc e Jô; a vida eterna em Jô, Paulo e os evangelhos e as cartas

pastorais.

D – RUDOLF BULTMANN. Teologia del Nuevo Testamento. Ediciones Sigueme,

Salamanca, 1996

Uma obra clássica em se tratando do autor. O livro de Bultmann tem dois volumes,

e agora em espanhol em um volume. O livro é dividido em três partes.

A primeira parte trata: dos pressupostos e motivos da teologia do Novo

Testamento. Esta parte é subdividida em três capítulos: a pregação de Jesus: a

pregação escatológica; a explicação da exigência de Deus; a idéia de Jesus tem

de Deus; a questão da autoconsciência messiânica de Jesus.

O capítulo dois fala sobre o kerigma da comunidade primitiva: o problema das

relações entre a pregação da comunidade primitiva e de Jesus; a comunidade

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primitiva como comunidade escatológica; a significa primitiva; começos da

formação de formas eclesiásticas.

O capítulo três trata do kerigma da comunidade helenística antes e no tempo de

Paulo: a pregação acerca de Deus e de seu juízo, de Jesus cristo o juiz e salvação

e a exigência da fé; a consciência da igreja e a relação com o mundo; a relação

com o judaísmo e o problema do Antigo testamento; o kirios e o Filho de Deus; os

sacramentos; o espírito e os motivos gnósticos.

A parte II trata da teologia de Paulo e de João. O capitulo uma fala sobre a

teologia de Paulo a posição histórica de Paulo; o homem antes da revelação da fé;

os conceitos antropológicos; carne, pecado e mundo; o homem debaixo da fé: a

justiça de Deus; a graça; a fé; a liberdade. O capitulo dois fala sobre o evangelho

e das cartas de João: o lugar histórico de João; o dualismo de João; o juízo do

mundo; a fé.

A parte III trata da evolução para a Igreja antiga. O capitulo uma fala sobre o

nascimento e primeiro desenvolvimento da organização da igreja. O capitulo dois

falas sobre o desenvolvimento da doutrina; e por fim, o capitulo três fala sobre o

problema da conduta cristã.

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CAPÍTULO II – TEOLOGIA DOS ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

1 – TEOLOGIA PAULINA

A – Introdução

Paulo foi o primeiro escritor e o primeiro teólogo do Novo Testamento I Co 1:5.

Teologia da ressurreição é o primeiro escrito de Paulo

A teologia da ressurreição precede o nascimento, e a pregação de Jesus Cristo.

Paulo se preocupa com Jesus pré - existente (que está com Deus e se encarna).

Aparente contradição = Mt. 20:29- 34; Mc 10:46-52; Lc. 18:35-43

A teologia de Paulo = pré – existência, encarnação e ressurreição.

Antropologia de Paulo = Adão – humanidade de Cristo Glorificado

Diacronia = de fora para dentro = do novo para o velho

Sincronia = de dentro para fora = do velho para o novo

Eisegese = colocar o que não tem.

AT___________________________NT___________________________HOJE

Deus se manifesta versus Deus presente com o seu povo versus Deus está

através do Espírito Santo.

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Deus tem ressuscitado dos mortos I Co 15:3b-5. Isso é um credo e uma confissão

de fé.

O que é Teologia da ressurreição? Jesus nasceu, cresceu, foi crucificado como

outras pessoas, como era costume naqueles tempos, mas só Jesus ressuscitou!

Paulo começa a fazer sua teologia (teologia da ressurreição – a igreja não começa

dos fatos históricos das pregações de Jesus, mas sim depois de sua morte e

ressurreição). É uma confissão de fé.

A teologia da ressurreição para a igreja primitiva significa que a morte de Cristo é

importante, mas o mais importante é a ressurreição, porque nesta época muitos

começaram a fazer sacrifícios, mas somente Jesus ressuscitou (qualquer uma

pode morrer, mas ressuscitar, só Jesus).

A igreja começa sua jornada a partir da ressurreição de Jesus. Depois de sua

aparição é que começa a escreve os Evangelhos. O primeiro foi João Marcos, o

qual era discípulo de Paulo (ele escreveu esta carta para Paulo, a respeito do que

estava acontecendo na igreja fundada em Roma; por isso Paulo escreve a carta

aos romanos). A Carta aos Romanos é o testamento teológico de Paulo. É

importantíssimo, porque através desta epístola é mudada a maneira da pregação

entre os romanos pagãos, judeus e gentios. Assim houve a primeira revolução no

Evangelho.

A Segunda foi com Santo Agostinho e Constantino. A terceira é com Lutero, em

cima das cartas feitas aos romanos. Em 1940 ocorreu a ascensão Hitler e o

comentário de Karl Barth a respeito desta epístola. Tudo isso porque ensina a

“justificação pela fé”, o que foi tirado de Habacuque, onde Paulo se baseou para

escrever esta epístola. Paulo é o primeiro escritor e o primeiro teólogo do Novo

Testamento.

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Page 24: Teologia Do Novo Testamento

II Tes. 4:14 = “... cremos que Jesus morreu e ressuscitou...”; justificação pela fé.

- Levantar – “Jesus... dentre os mortos”.

- Despertar – Jesus não permaneceu entre os mortos.

- Ressuscitar – ressuscitou.

II Co 5:15; Rom. 6:10; 14:9 – Paulo fala da morte e da ressurreição em que uma

está ligada e relacionada à outra.

É importante constatar que em muitos textos da Bíblia morte e ressurreição vêm

mostrando que Jesus ressuscitou e que nós também ressuscitaremos.

Fé – é forte, constituída com força vem de crise (quem sofre mais, tem mais fé).

II Co 13:4 – Jesus está vivo pelo poder de nosso Deus.

Rm. 4:25 – Quem foi entregue por nossos pecados, foi ressuscitado para a nossa

justificação.

Rm. 14:9 – Porque Cristo morreu, e voltou a vida.

Rm 8:34 – Acaso Cristo, o que morreu, mas que ressuscitou, está a direita de

Deus.

I Co 15:3 – acrescentou-se nesta confissão de fé: Maranata (era recitado) – ora

vem, Senhor Jesus. Tinham que crer na crucificação, morte, aparecimento e

nesse credo (maranata).

I Co 15:8; 16:22 – Aquele que não acreditasse era amaldiçoado.

I Tess 1:9-10; I Co 11:26c (“até que Ele venha” – vem do aramaico maranata).

Fil. 3:20-22 – transformará o nosso corpo em um corpo glorioso.

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Page 25: Teologia Do Novo Testamento

1. A fé cristológica na morte e na ressurreição.

2. Afirmações cristológicas sobre a obra de Cristo – FL 2:5-11; Gl 4:4; Rm 8:3; I

Jo 4:9

Salvação é a obra de Cristo:

Preexistência de Cristo (Deus enviou seu Filho – Ele veio em algum lugar; Ele

estava com o Pai);

Deus vem ao homem através de seu Filho, Jesus – presença existência;

Encarnação;

Espírito;

Preexistência – Filho de Abraão; Filho de Davi – termo pré – existência, ou seja,

antes dele se encarnar já existia como filho de Abraão, filho de Davi – terminologia

de pré – existência de Cristo.

3. A fórmula “Em Deus”

Paulo recebeu do judaísmo a concepção do Deus único (I Co 8:4-6; Rm 3:30 e Gl

3:20). Fala de justificação pela fé em um único Deus. (I Ts 1:9).

1 - EVANGELHO E APOSTOLADO

A - Evangelho

Os gregos já usavam no século V e IV a.C. a palavra “evangelho”. Evangelho no

NT foi utilizado por Paulo no ano 45 quando escreveu Gl e I Ts. Os evangelhos

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Page 26: Teologia Do Novo Testamento

receberam o nome de Mateus, Marcos, Lucas e João só a partir de 350 d.C (com

a canonização).

Para saber o que é Evangelho, primeiramente é necessário saber a biografia de

Paulo (vida, obra).

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Page 27: Teologia Do Novo Testamento

Cronologia de Novo Testamento

Gálatas, I Tessalonissenses____________________________________45 d. C.

Outros escritos de Paulo_____________________________________47-50 d. C.

Destruição de Jerusalém______________________________________70 d. C.

Evangelho Marcos__________________________________________70 d. C.

Morte de Pedro e Paulo em Roma______________________________70-80 d. C.

Apocalipse/ I, II e III João/ últimos____________________________90-120 d. C.

Escritos do Novo Testamento_______________________________120- 140 d. C.

Cânon e fechamento do cânon _________________________________350 d. C.

B - QUEM É PAULO?

É a Segunda geração dos discípulos (apóstolos). Matias (escolhido para ficar no

lugar de Judas) é Paulo (porque Matias é um nome de mistura aramaico, mas

traduzido é Saulo). Quem escreve é Lucas, discípulo de Paulo. O nome Matias só

aparece nesta escolha.

Os caps. 1 e 2 de Atos não são o começo, porque neste relata primeiro a escolha

e depois a conversão de Paulo (há uma inversão na colocação dos capítulos; eles

deveriam estar em outro lugar).

Paulo passa a ser a peça fundamental do evangelho. Foi ele quem criou o

cristianismo, e não Jesus. Ele faz a mudança de discipulado para apostolado.

O livro de Atos narra uma páscoa judaica, uma páscoa cristã e uma páscoa da

comunidade primitiva:

- Páscoa judaica – pregação (Evangelho) aos judeus;

- Páscoa Cristã - Evangelho na igreja;

- Páscoa da comunidade primitiva – evangelho inicial;

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Page 28: Teologia Do Novo Testamento

Paulo fica com a páscoa judaica e da comunidade primitiva e os discípulos com a

páscoa da igreja (cristã).

Quem começou o Evangelho foi Paulo (Gl 1:12-16).

Paulo não fez nada por ele, mas por Deus (I Co 14:45-58).

Paulo escreveu cartas aos Gálatas para diferenciar a justificação pela fé e da

circuncisão.

Ele estava em “briga” com Pedro, porque este queria a circuncisão dos gentios.

Gal 1:16 Deus revelou Jesus a ele.

Gal 1:12 o evangelho veio da revelação divina a Paulo.

Evangelho é salvação através de Jesus, Co 15:3-5 – confissão de fé da igreja

primitiva.

O evangelho de Paulo e o evangelho dos outros. O evangelho de Paulo mostra a

justificação pela fé. E dos outros mostra um evangelho segundo a lei. Paulo por

ela mesmo; prega fundamentalmente a ressurreição de Cristo, diferente da

narração de Lucas. Paulo por Lucas; há um certo exagero por parte de Lucas,

quando fala do seu mestre. Para Paulo o evangelho é a pregação de Cristo para a

justificação.

C - APOSTOLADO

Apóstolo é a mesma coisa que Evangelho na Teologia do Novo Testamento.

Quando Paulo receba a revelação de Cristo converte-se em apóstolo.

Apostolo como discípulo, ambos são uma vocação, aquilo que se faz por vontade

própria, fazemos por chamado ou desejo íntimo.

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Page 29: Teologia Do Novo Testamento

Devemos Ter certeza de que somos vocacionados, ou seja, temos que ter

autoconsciência do chamado. Paulo mostra que é autoconsciente de sua vocação

como apóstolo – II Co 8:23, Fp 2:25 – apóstolo – vocacionado.

A vocação de Paulo se concretiza no anúncio do evangelho sem fronteiras, sem

limites. Esse evangelho sem limites é a proclamação da soteria (salvação) a todos

os homens.

A revelação do filho de Deus é o tema central da pregação da teologia paulina aos

gentios (Gal 1:16).

A teologia de Paulo fala da salvação universal (a salvação é para todos). A tarefa

do evangelho é o anúncio da salvação (I Co 1:1).

D - O HOMEM

1. O homem como criatura de Deus.

Em toda a bíblia o homem aparece como criatura de Deus. Deus é a origem de

todo ser e toda criação (I Co 8:6; Rm 11:36; I Co 11:12).

Paulo assume toda teologia do NT sobre a criação. Desta forma o apóstolo

combate o gnosticosmo e o maniqueísmo quanto a criação corrupta e má para ele

toda criação de Deus é uma boa criação. Em um outro aspecto Paulo combate o

panteísmo histórico, que pregava a existência de Deus em todas as coisas. Para

teologia bíblica o homem é criatura e Deus o criador (Sl 24:1; I Co 10:26).

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Page 30: Teologia Do Novo Testamento

Segundo a teologia do homem, este se divide em corpo, alma e espírito

(tricotomia) ou corpo e espírito (dicotomia). Deus criou o homem completo quem

divide somo nós mesmos.

Hoje em nossas igrejas encontramos Estoicos (tudo é pecado) e Espiritualistas

(nada é pecado, posso fazer tudo).

O homem é completo, assim Deus o criou.

Πλερoµὰ (Pleroma) – completo

2 - O HOMEM SER CORPORAL.

Paulo dispõe de uma categoria ou fórmula antropológica para descrever o homem

e sua essência, palavra que ele usa para o ser espiritual e carnal é σώµα (soma).

Psique = alma, pneuma – espírito, sarx = corpo e nous = mente – para Paulo não

existe e sim uma coisa completa, soma ou somático.

Sendo assim, a dicotomia, tricotomia ou quatricotomia caem por terra. Paulo

menciona esta separação para combate os epicuristas.

O corpo é um todo. O homem é um todo e não dividido em pedaços. Ser completo

que ainda não chegou a perfeição, o que só acontece quando após a morte

encontra-se com Deus embora seja completo.

Na filosofia grega, o corpo não valia nada. O corpo somente atrapalhava, era

como um receptáculo, tão somente a lama interessava, para se unir aos deuses

do Olimpo.

Estóico = tudo é pecado.

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Page 31: Teologia Do Novo Testamento

Epicuristas = posso fazer todas as coisas (já estou salvo mesmo!).

E - A SALVAÇÃO DADA POR DEUS.

1. Justificação

2. Fé para a justiça

3. Reconciliação, redenção, libertação, nova criação, graça.

4. Em Cristo.

Deus tem realizado a salvação através de Jesus Cristo, através de sua morte

ressurreição a salvação está concretizada.

“Cristo morreu por nossos pecados” = confissão de fé. Mostra que a confissão de

fé e a formula de fé é uma criação da igreja primitiva.

1. Justificação – Paulo em Romanos e Gálatas transmite a força da ação

salvifica de Deus. A afirmação de que Deus torna os homens justos pode

ser uma coisa supérfula para o nosso mundo atual, ou seja, desnecessária.

Paulo luta constantemente em sua época para mostrar essa salvação que

neste período já não tinha muito valor (Rm 3:28).

2. A oposição fé e obras da lei dão a impressão de que uma independente da

outra. Paulo aos Coríntios declara que o homem é, justificado pela fé (I Co

4:4).

Nesse texto mostra que há esperança que o Senhor nos declare justos. A justiça

alcança tanto o serviço quanto os servidores, pois tudo isso são frutos da justiça.

A prática da nossa justiça deve ser estendida aos outros. A obra não é maior do

que a fé, e a fé não são maiores do que as obra.

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Page 32: Teologia Do Novo Testamento

3. Fé para a justificação – A interpretação que Paulo faz da justificação pela fé

não vem do Antigo Testamento, vem de um Conselho Religioso, mas vem

do sentido forense da lei romana (I Co 1:30 – Cristo é para nós justiça,

justificação e redenção). Ninguém vai ser justificado pela fé se pratica a

injustiça. Se não perdoamos o nosso próximo, será que Deus irá nos

perdoar? (II Co 5:19-21 – A justiça é de Deus; o pecado é do homem e a

injustiça também é do homem).

Ao carregar sobre si o pecado de todos, Cristo realiza a justiça de Deus. O

sacrifício de Deus é perdão da grande dívida, daí vem a justificação e redenção.

Ora, se a nossa grande dívida foi perdoada, porque não perdoamos os nossos

devedores? (Rm 3:24-26 – Paulo fala que a propiciação ou expiação é a prática da

justiça passando por cima de todos os pecados já cometidos).

A justiça de Deus é a que nos interessa, a morte de Cristo é a remissão dos

pecados. A justiça de Deus leva em si a idéia de revelação (Rm 3:21). Aqui a idéia

de revelação deve ser entendida como algo que vem de Deus, mas que

interrompe agora e continua como um futuro próximo e escatológico. O justificado

vive entre o presente e futuro, porém o presente não deve ser transferido para o

futuro, a salvação é pra já, a vida começa aqui e agora.

A justificação é a prática da justiça de Deus para conosco. A justiça de Deus é a

nossa justificação é a nossa aliança. A justiça de deus é aquela que nos torna

justos.

Somente aquele que recebeu a verdadeira redenção torna-se capaz de praticar a

justiça de Deus.

F - RECONCILIAÇÃO, REDENÇÃO, LIBERTAÇÃO, NOVA CRIAÇÃO E GRAÇA

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Page 33: Teologia Do Novo Testamento

1 -Reconciliação - A palavra reconciliação é o centro da teologia paulina (II

Co 5:19= mostra através de uma confissão de fé que Deus nos reconciliou).

A concepção cristã da reconciliação é que Deus, como criador, reconcilia a

sua criação e tudo aquilo que foi transgressão contra o próprio Deus. Para

Paulo a reconciliação é obra de Deus através de seu filho (II Co 5:20 =

“reconciliai-vos com Deus”). A reconciliação é a transformação da nossa

inimizade com Deus para a nossa amizade com Deus e com o próximo.

Quando chegar na igreja e não Ter nada contra nosso próximo e nada contra

Deus, estamos justificados diante de Deus. A justificação tem que se dialética

(movimento contínuo, eterno, infinito).

2 - Redenção – Gal: 3,13 – mostra que Cristo nos redimiu da maldição da lei

fazendo-se maldição por nós. Redenção significa resgate, adoção. Jesus

transformou a situação de escravo para a condição de filho, por adoção. Este

resgate traz liberdade.

- Remir = pagar para dar liberdade ao escravo (condicional)

- Redimir + remir pela Segunda vez (incondicional = todos têm direito à

liberdade)

3 - Libertação – Remir = redimir

4 - Nova criação – A expressão “nova criação” aparece somente duas vezes por

Paulo (II Cor 5:17, Gal 6:15) = nova criatura. Nova criação significa recriação. As

novas criaturas são sinais de esperança da nova criação, ou seja, esta se dá na

recriação pelo Espírito.

GRAÇA____________________

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Page 34: Teologia Do Novo Testamento

REDENÇÃO__________________RECONCILIAÇÃO

A - Graça - Tudo é Dom, graça de Deus não por merecimento do homem. A

palavra graça refere-se ao conjunto da doutrina da justificação. Graça é um termo

do poder divino para a salvação dos homens (Rm 5:15, 17, 20).

“Peca et fortifur” (Lutero) = quanto mais se peca mais se fortalece a recebe a

graça.

Em Cristo, no Senhor, no Espírito – Essas expressões são encontradas na

teologia de Paulo, são expressões usadas abrangendo as dimensões da vida,

principalmente quando se trata da comunhão, da vida cristã e da união com Cristo.

A expressão “em Cristo” é a mesma que no Senhor – também pode significar “o

Senhor exaltado que foi crucificado pelos homens, mas que Deus o ressuscitou”.

“Em Cristo” na teologia de Paulo significa em um com Cristo.

Na mística paulina esta expressão é cristocêntrica e pode significar a intimidade

do cristão com Cristo. Paulo usa uma expressão paralela como essa: “no Espírito

Santo”, em comunhão com Cristo e unido m Espírito é a mesma coisa do que

Cristo em nós. Tudo isso faz parte da vida cristã, Estar em Cristo.

A expressão “em Cristo” tem o significado escatológico porque ela dá idéia de

esperança. Significa que a autoridade e o senhorio de Cristo é para sempre. Estes

termos têm o significado paranético (Paranênse), exortam em esperar ou

permanecer em Cristo sempre (I Co 4:17, 5:17, 1:4; II Co 5:19, 2:12; Fp 1:13).

Fp 4:4 – “Alegrai-vos no Senhor”.

I Co 15:58; Fp 1:26 – “A glória de Cristo”.

Fl 20; Gl 2:4 = “A liberdade em Cristo” (Rm 8:39).

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Page 35: Teologia Do Novo Testamento

O amor de Deus em Cristo (Fl 23; Fp 2:29; Rm 8:9; I Co 2:12, 6:11; II Co 3:3; Rm

1:4)

a) Comunidade;

b) Sacramento;

c) Povo de Deus;

a) Comunidade – A teologia do Novo Testamento preza muito o tero

“comunidade” porque sem esta não existe nada: judaísmo, cristianismo.

O início do cristianismo é o início da fundação, criação e formação de

comunidades. A criação de comunidades tem duas finalidades:

- pragmática = prática, ação.

- Teológica

- I Co 9:2 = a igreja ou a comunidade é a marca de Paulo. É este quem inicia a

pregação, a criação da comunidade, e consequentemente é o criador do

cristianismo.

- Jesus não foi fundador do cristianismo, mas permaneceu no judaísmo. Se Paulo

não se levantasse e fundasse o cristianismo, os discípulos continuariam como um

movimento diferente dentro do judaísmo, tanto que Pedro queria circuncidar os

gentios convertidos. Mas Paulo veio com o cristianismo. Jesus não pregava outra

religião, mas viveu o judaísmo pregando a respeito do Reino de Deus. Portanto, a

igreja e o cristianismo foram fundados por Paulo.

Quando uma pessoa aceita o Evangelho vincula-se a uma comunidade. Paulo não

somente pregou, mas fundou comunidades. A criação de comunidades servia para

melhorar a vida cristã.

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Page 36: Teologia Do Novo Testamento

A criação da comunidade cristã não era uma necessidade pragmática, mas

teológica e catequética. Nesse sentido há uma grande relação entre comunidade e

segmento (Rm 1:7; I Ts 1:4 – referente a mar os amados de Deus). (I Co 1:2 –

referente os santos santificados em Jesus Cristo). O mais importante da

mensagem apostólica é sempre a comunidade e nunca o indivíduo. A conversão é

o início de todas as coisas:

- É o ingresso na comunidade;

- É a caminhada escatológica;

- A busca da santidade;

- A permanência na graça;

- Diaconia (serviço a comunidade);

- Unidade da comunidade;

- Comunidade universal (no sentido de católica);

Portanto, é uma comunidade de Deus (I Co 11:16).

(I Co 11:18, 22) = chamado, convocado para uma reunião.

b) Sacramentos – São os dois: batismo e santa ceia (eucaristia).

G - BATISMO

É um rito de iniciação e de entrada na comunidade. A palavra grega Baptismismo

significa imergir (entra na comunidade totalmente).

O Batismo – é a realização de um ritual de um simbolismo que vem com imagem,

a morte e o sepultamento de Jesus. Ao submergir o batizado sem a morte de

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Page 37: Teologia Do Novo Testamento

Cristo. E ao emergir com Cristo ressuscitou dos mortos o batizado emerge da

morte para a vida.

Paulo quando fala da ressurreição de Cristo e do batismo do final mostra uma

escatologia implícita – Cristo ressuscita como fiel sempre no futuro. Se morrermos

com Cristo ressuscitaremos como Ele ressuscitou se não morrermos com Ele não

ressuscitaremos como Ele.

O crente livre do pecado superou todo e qualquer pecado. Daí significa ser

crucificado com; morrer com; e viver com. A comunhão com a morte e a

ressurreição de Cristo é adquirida no batismo, por isso, o batismo é renovação da

vida cotidiana do cristão. O ato do batismo é semelhante a morte do velho homem

a concepção de Paulo em Rm 6:3-5 mostra a idéia de união sacramental da morte

e ressurreição de Cristo no Batismo.

Batismo = um rio de passagem.

II Co 5:14 = A realização do batismo parte desse pressuposto: - a morte de Jesus.

A comunhão com Cristo operada pelo batismo aparece na comunhão de todos os

batizados na igreja. O batismo vincula o cristão à igreja e a igreja ao corpo de

Cristo. O ser batizado na igreja é incorporado ao corpo de Cristo. A comunhão de

Cristo com os batizados e deste com a igreja. O batismo não é salvação, mas o

complemento de fé e de comunhão é a justificação do perdão dos pecados. Ex. I

Co 6:1;1: 30; II Co 5:21; Rm 3:24-26.

O batismo está desta forma vinculado a um imperativo da ética e da justificação. O

batismo é a incorporação ao corpo de Cristo e incorporação a igreja e cria um laço

de união entre todos os batizados.

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Page 38: Teologia Do Novo Testamento

H - EUCARISTIA

A eucaristia na teologia paulina tem relação direta desta celebração com as

concepções de fé já existente nesta época.

A interpretação da eucaristia é diferente da teologia do batismo, enquanto que o

batismo é o ingresso na comunidade a eucaristia trata da permanência nesta

comunidade e é uma orientação ética da mesma. A concepção paulina de

eucaristia baseia-se na sua interpretação feita em I Co 11:23-25 e Lc. 22:19-20.

Em I Co 11:23-25 a palavra mais importante é “MEMÓRIA”

Para Paulo a eucaristia ou ceia é a recordação ou tornar presente Cristo na

comunidade. Essa presença crística se faz na comida, na bebida, na dimensão

salvífica de sua morte e na idéia da nova aliança como economia da salvação.

Quando Paulo fala da nova aliança ele está combatendo os corintios a cerca dos

dons da salvação. Esses membros da igreja de Corinto misturavam o gnosticismo

com o cristianismo referente às palavras pronunciadas sobre o cálice; a palavra

comer (11:27) e a palavra beber e o corpo e o sangue de Cristo são simbólicos

pelo pão e o vinho não se trata de transubstanciação e consubstanciação.

A eucaristia é um sacramento e a comunhão fraterna I Co 11:22. A celebração

eucarística mostra o amor mútuo entre os cristãos (v 21). A eucaristia é um Dom

vertical e horizontal, Deus dá o seu filho para a salvação de todos e na eucaristia

dentro da comunidade não deve haver comilões, nem o que passa fome.

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Page 39: Teologia Do Novo Testamento

A eucaristia tem dois sentidos específicos: o corpo de Cristo e o corpo em Cristo.

Uma idéia eucarística e a outra idéia eglesiológica. A celebração eucarística cria a

comunhão com Cristo e cria a comunhão com fiéis. É sociológica porque reúne o

corpo de Cristo e escatológica porque vive na dimensão presente e futura. Por

isso a expressão de I Co 11:26 fala do futuro escatológico na expressão

“maranata”. A eucaristia é o memorial da morte e ressurreição tem a dimensão

escatológica da comida do banquete final.

O batismo é o sacramento da iniciação e a eucaristia é o sacramento dos

batizados. O batizado recebe o Dom do Espírito Santo e na eucaristia o Dom da

vida. No batismo você tem a comunhão da igreja, na eucaristia você tem a

comunhão de Cristo.

2 - TEOLOGIA DOS EVANGELHOS

Bibliografia.

J.Jeremias – Teologia do Novo Testamento – Paulus.

A. Richardison – Intr. A Teologia do Novo Testamento.

H. G. Kuemmel – Síntese Teológica do N.T.

Teologia dos Evangelhos Sinópticos

Três aspectos importantes dos sinópticos:

O Reino de Deus está próximo;

O Reino de Deus está no meio de vós;

O reino de Deus está em vós;

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Page 40: Teologia Do Novo Testamento

A - TEOLOGIA DOS EVANGELHOS SINÓPTICOS

Os sinópticos vão ser escritos após p apóstolo Paulo escrever todas as suas

obras. Ao compor os evangelhos, cada autores dos mesmos evangelhos tentaram

articular as suas teologias. Enquanto Paulo prega o ressuscitado, os evangelhos

narram as tradições orais a cerca do Jesus histórico. A preocupação e a tarefa de

cada evangelista alem do caráter redacional e composicional por fim passa a ser

mais teológico.

A tradição sinóptica começa daquilo que foi passado da tradição oral que foram

ampliados e obtiveram um conteúdo teológico especial para cada comunidade.

B - A TEOLOGIA DOS DITOS DE JESUS (FONTE Q)

Os ditos de Jesus foram uma teoria elaborada por Martin Dibelius. Segundo esse

autor, os ditos são denominados parenesi. A parenesi (exportação) mostra as

condições das palavras de Jesus, transmitidas por relatórios de sua atividade.

Jesus pronuncia a halakah (comentário de lei literal) e a hagadah (comentário

não literal da lei). Que juntas formam o Midrash (comentário literal e não literal da

lei). Paulo vai trabalhar com a midrash. Alguns autores usam a fonte “Q” na busca

de recuperar as pregações e palavras de Jesus.

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Page 41: Teologia Do Novo Testamento

A fonte “Q”, não é um texto narrativo, mas apotegma foram à cima dessas frases

curtas “mashal”, que foram escritos os evangelhos. Esses ditos ou frases curtas

sempre denotam a pregação de Jesus de forma escatológica (Lc 3:7-9 e 16); (Lc

4:1-12); Lc 6:20-23 e 27-(49); (Lc 7:1-10); (Lc 7:18-28 e 31-35); (Lc 9:56-60); (Lc

10:2-16 e 21-24); (Lc 11:9-13, 14-26, 29-32, 32-52); (Lc 12:2-10, 22-31. 39-46 51-

53); (Lc 17:23. 26, 34, 36,37).

Os ditos são fontes poéticas sapiênciais, que não são encontrados nos textos

narrativos de Lucas 7:1-10. Este escrito oferece uma logia de tradição, que

menciona a paixão de Jesus, este ligion é encontrado no escrito “Q” na história da

paixão de Jesus. A fonte “Q” pressupõe a fé na ressurreição a partir da

interpretação da cruz de Cristo. Desta forma podemos entender que estes relatos

são introduções escatológicas da igreja primitiva. Este logion é a mãe da teologia

Cristã.

O material de “Q”, formou-se pela tradição oral para depois ser fixado por escrito.

Assim sendo, no início da teologia Cristã, nós temos já uma separação de duas

teologias: o judaísmo cristão palestinense e o Helenista. Essas duas correntes

teológicas vão demarcar uma teologia implícita e uma teologia explicita.

A cristologia implícita trata de uma análise dos escritos da fonte “Q” comparando

com os Evangelhos. A teologia explicita analisa os escritos sobre Jesus e o título

cristológico. Este título cristológico sempre está relacionado com outros. Tanto a

fonte “Q” como o Evangelho de Lucas mostra a vinda do Filho do Homem em sua

plenitude Lc 12:40; em seu dia Lc 17:24; ou os dias Lc17: 26 e que sua vinda será

para o juízo (julgar). Jesus falou do Filho do Homem em sua mensagem e

pregação, porém, Ele mesmo não diferenciou a vinda do Filho do Homem e o

futuro do Filho do Homem, as suas palavras são impessoais Lc 12:8. Somente

após a cruz e a ressurreição a comunidade da fonte “Q” deixa bem claro que

Jesus é o Filho do Homem que virá.

41

Page 42: Teologia Do Novo Testamento

É preciso preparar-se para essa vida. A fonte “Q” refere-se que a ressurreição

impulsou os pregadores nos anos após a morte e a ressurreição de Jesus a fim de

preparar o povo para o dia do Filho do Homem.

Isto demonstra que eles acreditavam que o fim estava muito próximo (segundo o

tempo em que todos os que estavam vivos presenciariam este fato. II Ts.

(responde) chamava-se a esperança dos que não esperam).

A proximidade constituía o fundamento da pregação de Jesus. A esperança na

vinda eminente é a experiência mais intensa após a ressurreição de Jesus entre

os mortos enquanto acontecimento apocalíptico. A fonte “Q”, não fala da parousia

(Segunda volta imediata) com datas fixas.

A visão da chegada do Filho do Homem é dada pela idéia do juízo. A esperança

do final se converteu no anúncio de Jesus sobre a “basiléa tou Theou: reino de

Deus” e “basiléa tou ouranous: reino dos céus”. A fonte “Q” vai se distanciar dos

outros evangelhos a madida que se aproximar da pregação de João Batista. Se

Jesus oferece a salvação através do Reino é porque há mais pressa e o juízo á

secundário.

No caso de João Batista, tudo ocorre ao contrário, pois ele é precursor de Jesus o

filho do homem, que batizará com o Espírito e com fogo Lc 3:16. Este texto reflete

a vinda de Javé em pessoa. Esse batizar com Espírito e com fogo significa os

acontecimentos apocalípticos da vinda de Javé ao seu povo.

O que caracteriza o discurso sobre o filho do homem são as sua funções,

principalmente a de juiz. A função de juiz e a confissão de fé na fonte “Q” querem

confessar Jesus como o filho do homem. A cristologia acerca do filho do homem

apresenta um desenvolvimento na fonte “Q”: 1ª Jesus é apresentado como

42

Page 43: Teologia Do Novo Testamento

intinerante, sua pátria e seu lar Lc 9:58 e em 2ª Na ceia do filho do homem, muitos

não participarão dela, nem publicanos, nem pecadores, mas ladrões, prostitutas

entrarão em primeiro lugar no reino de Deus.

Com essas afirmações paradoxas o evangelho mostra a grandeza do Filho do

Homem (Fp 2:6-11), pois o Filho do homem renunciou todos os bens materiais,

para salvar os desprezados. Anuncia a sua graça como Dom.

A medida do juízo do Filho do Homem é a aceitação da sua vontade (aqui está o

juízo de Deus e a sua justiça). O convite considera a recepção da mensagem:

Amar os inimigos, renunciar da violência, essa idéia de não violência, essa idéia

de amor aos inimigos é uma tradição teológica da comunidade da fonte “Q” (Lc

6:46-49), fala da prática da graça. A graça exige responsabilidade, obediência e

serviço. A tradição é composta de todas as coisas e aí a igreja está sendo julgada

(Mt 11:2-6). A fonte “Q” mostra a maioria dos relatos de cura, nesse sentido Jesus

não é o Filho do Homem, mas um profeta escatológico (Lc 10:21).

Estes textos supõem que Jesus é filho no sentido completo e que o significado de

filiação se descreve como processo recíproco do conhecimento do filho e do pai.

Isto reflete que o logion era conhecido na comunidade “Q”. Sabiam, portanto que

Jesus era Filho do Homem, logo o filho faz conhecer o pai e o pai ao filho, e isto

refletido no Evangelho de João: “Quem vê a mim...” livros apócrifos: Eclesiástico

1:6-9; Baruque 3:32 = (Jó 28:23-28). Convém notar que essa formulação e

referência a Deus como pai encontra-se em Lc 10:22 (a). Este texto é uma

exclamação de júbilo: o ministério do filho consiste em que Deus se revela

precisamente com pai, por isso, que é filho.

O conhecimento do pai se acha incluso no conhecimento do filho. Encontramos no

evangelho 5 logias que fala de Jesus como sábio, é a fonte “Q” que estabelece a

relação entre Jesus e a sabedoria e apresenta Jesus como um grande sábio, se

diz que Ele era mais sábio do que Salomão (Lc 11:31). Jesus é considerado mais

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Page 44: Teologia Do Novo Testamento

sábio do que todos os sábios de Israel (Lc 7:35 ss.). A parábola da geração

obcecada considera João Batista e Jesus os filhos da sabedoria. Nas

perseguições muitas se solidarizam com Jesus e com os mensageiros de

sabedoria (Lc 11:49-51); (Lc 13:34 ss.); (Mt 23:34) referindo-se a Jesus como

sábio. A cristologia da sabedoria mescla o profeta, o sábio e todos os mensageiros

de Deus.

Na tentação de Jesus, o tentador chama Jesus de Filho de Deus (Lc4:3 e 4:9). No

relato do batismo de Jesus uma voz Divina chama Jesus de Filho de Deus. Para

os evangelistas a expressão “filho de Deus” é uma confissão de fé e refere-se a

uma cristologia messiânica como expressão da relação de Cristo com Deus. (A)

Resumindo: Jesus é o Filho do Homem, Jesus é o Filho de Deus, sabedoria

Divina, e com o tempo, certas confissões deixam de existir.

C - A COMPREENSÃO DA COMUNIDADE “Q”

A cristologia de “Q”, é formada por uma comunidade que recolhe após a páscoa a

pregação de Jesus. Esta comunidade esperava a volta do filho do homem para

realizar o juízo e se preparava para se encontrar com Ele. Estes relatos na

tradição oral foram escritos para ajudar os missionários nas suas pregações,

criando assim uma tradição de relatos. Com o texto reconstituído, os missionários

se serviam deles para fundarem as comunidades e pregar as mensagens

escatológicas a Israel. A questão é que com o passar dos tempos, as criações das

comunidades foram mais importantes do que a espera do juízo e a espera do filho

do homem. Surge então a 1º facção do cristianismo primitivo, os judeus cristãos

helênicos At. 12:16.

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Page 45: Teologia Do Novo Testamento

Desta forma a fonte “Q”, ajuda os pregadores da época anterior ao evangelho a

recuperar a antiga tradição oral que agora passa a ser escrita. Este texto

reconstituído como mensagem como mensagem escatológica a Israel, por isso

tem um caráter fragmentário e tem que saber ser lido a fonte “Q”. (1967).

A fonte “Q” transmite uma mensagem do cristianismo judeu como movimento

escatológico. Samuel Schlz afirma: “O movimento” “Q” vivia num ambiente de

apaixonada expectativa escatológica eminente e que nesse sentido todas as

comunidades do cristianismo nascente viviam essa esperança”.

A fonte “Q” preserva a idéia de um verdadeiro Israel e um novo Israel de Deus, e

contém autodefinições escatológicas sobre os escolhidos e santos de Israel. Esta

compreensão não faz parte da comunidade Jerusalimitana. Hoffmamm Paul, fala

de um grupo dessa comunidade que utilizou a fonte “Q” dos ditos para a sua auto-

concepção e que o grupo é de uma igreja local e não do cristianismo todo. Grupo

significa: Atividade missionária e comunidade significa: Os crentes ou neófitos que

vão aumentar esse grupo com o surgir da igreja.

D - OS DOZE DISCÍPULOS

Dos doze surgiram uns grupos, comunidades (casa-templos) “OIKOS, igrejas

locais do Séc. II 200 anos após a morte de Cristo. Paulo fundou OIKOS que eram

templos e não igrejas. (I Pe e 3 de Jo foram às últimas cartas a serem escritas)”.

Marcos é o Evangelho das boas novas. O conhecimento desta obra procede da

tradição de Jesus. A questão fundamental é: Marcos depende de algum evangelho

ou de algum apóstolo ou de uma Segunda ou terceira geração de discípulos.

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Page 46: Teologia Do Novo Testamento

Marcos vincula o Cristo da fé ao Jesus da história e parece conhecer Fp 2:6-11,

sobre a preexistência de Cristo. Para esse evangelista, Jesus não era apenas o

filho de Deus, mas o salvador do mundo, portanto a cronologia de Marcos baseia-

se não na ressurreição, mas na preexistência de Cristo. O Evangelho de Marcos é

o marco do kérigma da doxilogia. Cristo é o cosmocrator celeste, diferente do

Jesus rabino dos outros evangelhos.

Marcos compõe o seu evangelho partindo do Jesus histórico que em sua época

esteve sendo esquecido. O seu evangelho é uma pregação sobre os

acontecimentos históricos, por isso, a primeira fonte para compor o seu escrito

foram: as palavras de Jesus ou (a fonte “Q”) e tudo o que Paulo não escreveu em

suas cartas, mais o kérigma da morte e da ressurreição de Jesus que está em

Paulo. O interesse pela história de Jesus e pela sua vida pública, pelo batismo de

João até a paixão de Jesus, é os marcos primordiais dos Evangelhos.

Para Marcos a sucessão de fatos e a geografia são fortes detalhes de seu escrito.

Para Lucas Jesus é o Cristo da fé (aquilo que Paulo prega, já para Marcos Jesus

era, o Jesus histórico que fazia milagres). Para Marcos a sucessão de fatos e

atividade de Jesus sempre se dá no caminho da Galiléia para Jerusalém. Para

Marcos a paixão de Cristo é o ápice da sua mesianidade, por isso, encontramos

logo de início o relato da paixão Mc 3:6; 6:3; 8:31; 9:31; 10:33; 11:18; 12:12; 14:1;

14:55.

O caráter da pregação de Marcos concentra-se sobre o caminho para Jerusalém

para a cruz e para a ressurreição. O evangelho está a serviço do kérigma do

serviço messiânico.

1- O EVANGELHO DE MARCOS

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Page 47: Teologia Do Novo Testamento

Mc. 1:1; como várias outras passagens relatam os títulos cristológicos dando

ênfase ao (Filho de Deus). Marcos não conhece o termo evangelho como os

outros evangelistas. Para ele o mais importante é o anúncio. Todas as vezes que

encontramos o termo evangelho, em Marcos Keríssein é o termo mais importante

porque tem o sentido do anúncio Mc. 1:14; 13:10; 14:9; para Kérissein, Mc. 8:35;

10:29; 1:1; para evangelion e Mc. 13:10; 14:9; para arauto kérissein (mensageiro).

Somente neste evangelho encontramos a expressão: Evangelho de Jesus Cristo,

Evangelho de Deus, (João Marcos usa a expressão de Paulo).

Marcos tem em mente a vida, a obra e o anúncio de Jesus seguindo as instruções

que recebera de Paulo conforme a expressão anunciar o Evangelho de Deus I Ts.

2:9; Gl.2:2; Rm. 2:1; esta é a linguagem missionária de Marcos e de Paulo para os

gentios. Marcos fala de Deus que anuncia o Evangelho do reino de Deus que é

encontrado no deutero-Isaías 40-55.

O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo Mc 1:15 e Is. 53:8; 55:4

(tempo pode ser kairos “tempo oportuno”; cronos “cronológico; hora “minuto”;

aionas “tempo de Deus”; hemera “dia”.

O segredo messiânico de Marcos está identificado com a idéia de que Jesus se

auto denomina ou não o filho de Deus

A cristologia do Evangelho de Marcos parte do segredo messiânico ou do título

cristológico do filho de Deus em Mc. 4:11, ele cita o mistério do reino de Deus. Em

Marcos 9:9 Jesus ordena a seus discípulos que desciam do monte da

transfiguração, que nada revelasse. Esse ocultamento se revela quando Jesus

começa a operar milagres em Mc. 1:44; 5:43. 8.26. As confissões de fé revelam os

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Page 48: Teologia Do Novo Testamento

segredos messiânicos Mc. 1:34; 3:12; 8:30; o segredo messiânico pressupõe a

preexistência de Cristo. Esse segredo messiânico é o título cristológico que reúne

o Jesus histórico e o Cristo da fé.

As histórias da ressurreição e da páscoa mostram uma outra realidade do

segredo messiânico que é a influência apocalíptica vetero-testamentário no

Evangelho de Marcos. (apocalíptica), literatura de resistência aos governos

políticos e as potestades do mal. Após a páscoa não há mais pregação do

segredo messiãnico, mas a revelação do messias. Depois dessa data não se fala

mais de messias. Depois dessa data não se fala mais de messias mais do Cristo

ressurreto. Marcos 16:8(b), ainda mostra Jesus no sepulcro e ficam com medo e

não dizem para ninguém.

O reino de Deus é a salvação definitiva futura. Em Mc. 4:26-32 fala com será esse

reinado de Deus. A plenitude do Reino de Deus se dá através da exigência do

arrependimento e da conversão e da permanente situação ética mostrada pelo

ensino de Jesus. Nos textos Mc 1:15; 6:12; 1:4; encontramos o relato da

conversão feita pela pregação e João Batista, mas não é pregada pelos

discípulos. A pregação dos discípulos está centrada nas exigências éticas dos

ensinos de Jesus, por isso, a pregação de João Batista contém, não a conversão,

(mas a mudança radical de vida metanóia).

O reino de Deus no evangelho de Marcos inicia com a força e Jesus, suas ações

ou milagres em conflito com o reinado de satanás. O evangelho de Marcos é o

evangelho do conflito. Jesus no evangelho de Marcos, não é só aquilo que vence

o mal espiritual, a enfermidade, a violência, mas também a opressão política,

social e econômica, física e psíquica. O reinado de Deus é apocalíptico que

começa com o discipulado e acaba com a destruição do templo: 1º discipulado

1:16-20; 2º conflito: poder do mal – poder de Jesus; destruição do templo 13:1 ss.

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Page 49: Teologia Do Novo Testamento

O evangelho de Marcos termina no capítulo 13. Os capítulos 14,15 e 16 são

acréscimos.

(Rodolph Pesh). No capítulo 13, vemos a relação do reinado de Deus e o filho do

homem. Nesse caso, vamos a concepção Basiléia de Marcos. Mc. 8:39, 9:1 e no

final do capítulo 13 vemos o final do mundo com a (abominação da desolação).

Nesse texto vemos claramente a idéia de Calígola, de colocar a imagem de Cezar

no templo de Jerusalém.

O capítulo 13 de Marcos é um pequeno apocalípse, onde fala da destruição do

templo e da profanação de um parenesi, de um martírio, da vigília e da atenção

que deveria ser prestada. Esse peque no apocalípse tenta narra uma situação e

uma expectativa de que os acontecimentos terrenos serão seguidos por

acontecimentos cósmicos (a palavra que mais aparece no capítulo 13 é semeion,

que significa sinal).

Marcos 13:5-13, fala do final do mundo. O versículo 7 fala do começo do fim, o

versículo 8 fala do início das dores e o versículo 13 fala do fim do fim. Estes textos

estão relacionados com as dores do messias. O evangelho de Marcos é o único a

falar da abominação da desolação. Esta palavra abominação “ESTÉKOTA” é o

masculino singular neutro que dá a entender que o mal chegou a seu ápice e que

todo esse mal se encarnar em uma pessoa, surgindo então o anticristo. Podemos

comparar esse texto de Mc 13:14 com II Ts 2:3 e com “Didaquê” 16:4.

4º Esd 5,6- “Os habitantes da terra não imaginam, não esperam e nem pensam

sobre aquele que virá com toda a maldade”.

Didaquê 16:4 – “Virá um sedutor deste mundo”

O anticristo é o termo usado para o sedutor Mc 13:22. Esse texto é uma

reenterpretação da profanação do tempo feita pelos romanos e o termo pode ser

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Page 50: Teologia Do Novo Testamento

mais bem traduzido por malfeitor. Em 13:30 Mc abandona a idéia do fim de tudo

para falar de um fim próximo em 13:22.

A - O HOMEM E O DISCIPULADO – A ANTROPOLOGIA DE MARCOS.

A concepção de homem no evangelho de Marcos é pessoas individuais anônimas

sem nome ou com nome que oram e pedem, e que muitas vezes são muitos que

seguem a Jesus. São pessoas doentes, moribundos, paralíticos, possessos, mas

também são pessoas boas, sadias, que seguem a Jesus. São pecadores e

prostitutas e fariseus e saduceus, que são chamados a conversão e remissão dos

pecados. Essas pessoas fazem parte de dois grupos: Um próximo de Jesus é os

discípulos, ou alunos que seguem o mestre e os outros, desclassificados sociais.

O seguimento de Jesus pressupõe, o não olhar para trás, mas seguindo

radicalmente pelo caminho que o discípulo decide tomar é um processo longo e

permanente que deve ser feito como decisão e crise (juízo e justiça).

Toda essa compreensão mostra um só caminho, o

caminho da cruz. A pregação de Jesus é mais do que a cruz é a didática da

decisão e a ruptura que marca essa cruz, essa paixão e anuncia a graça de Deus

na ressurreição de Jesus.

B - O POVO DE DEUS.

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Page 51: Teologia Do Novo Testamento

No evangelho de Marcos, Jesus dirigiu-s sempre ao indivíduo e este mulher

sirofenícia, que lhe pede socorro. Esta petição que é recusada no primeiro

momento pode ser entendida como uma metáfora, a o reino de Deus X reino do

mundo. A última ceia é o marco decisivo entre a dissolução o povo de Israel e a

igreja como o novo povo de Deus (o templo é substituído pelo corpo).

2 - TEOLOGIA DE MATEUS.

Comparando o evangelho de Mateus com o evangelho de Marcos, temos as idéias

semelhantes e diferentes entre esses dois escritores. Mateus começa com a

árvore genealógica de Jesus, a sua pregação e o seu futuro. Mateus termina

diferentemente de Marcos, um termina com o ressuscitado e a missão da

pregação universal do evangelho. O centro dos evangelhos trata do mesmo

assunto: A pregação e as parábolas de Jesus, a ação, os milagres, e os discursos

sobre a expectativa do reino de Deus. Visão panorâmica de Mateus:

Capítulos 1-4 – nascimento de Cristo;

Capítulos 5-7 - Jesus sobre o monte;

Capítulo 13 - Senta no barco;

Capítulo 18 - As crianças;

Capítulo 23 - Moisés;

Capítulo 24 - Descrição do templo.

A - VISÃO PANORÂMICA DE MATEUS.

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Page 52: Teologia Do Novo Testamento

1___4____________________________________________________________

24.

24____25__________________________________________________________

28.

B - VISÃO PANORÂMICA DE MARCOS.

1____ 3

_________________________________________________15________16.

1_____4_________________________________________________14________

16.

O evangelho de Mateus como o de Marcos fala da palavra evangelizar 4 vezes.

O evangelho de Lucas + de 20 vezes.

O evangelho de João contém a palavra evangelizar porque a igreja já estava

instituída no período em que foi escrito, e foi escrito para combater o gnosticismo.

C - O POVO DE DEUS E A IGREJA MESSIÂNICA EM MATEUS.

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Page 53: Teologia Do Novo Testamento

O fio condutor do evangelho de Mateus é partido da genealogia de Jesus. A

eleição de Abraão é a eleição do povo e, é a eleição da igreja. A promessa de

Abraão cumprisse na promessa de Cristo. A genealogia de Mateus é a única que

menciona cinco mulheres, Jesus é considerado filho de Deus cinco vezes.

D - CRISTO EM MATEUS.

Cristo é o título cristológico no evangelho de Mateus em que um significado de

ungido, escolhido, para ser o pastor do povo. Cristo é o complemento da idéia de

filho de Deus, que vai culminar com o predicado de Kirios do mundo todo.

BIBLIOGRAFIA.

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