Teoria Crítica do Reconhecimento

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A Teoria Crítica do Reconhecimento Thor João de Sousa Veras Universidade Federal de Santa Catarina [email protected] Em linhas gerais, trata-se de apresentar, em termos introdutórios, o projeto do filosofo Axel Honneth de uma teoria social com conteúdo normativo, capaz de explicar no âmbito de uma filosofia social as causas e origens das formas de desrespeito e experiências de injustiça existentes na sociedade capitalista moderna, bem como os conflitos sociais delas decorrentes. A partir de uma análise crítica das diretrizes e fundamentações da Teoria Crítica proposta por Horkheimer, Adorno e, posteriormente, por Habermas, Honneth propõe um novo direcionamento para a perspectiva crítica desta vertente intelectual com o objetivo de investigar as causas responsáveis pelo desrespeito e violação de condições de reconhecimento. Neste sentido, critérios de busca para o entendimento da dominação propostos por Habermas seriam alocados para formas de identificação de patologias sociais provocadas através de processos de desrespeito e não reconhecimento de determinados grupos e esferas sociais. Para tanto, Honneth inspira-se na ideia de “luta por reconhecimento” de Hegel, expressão-chave para a compreensão dos conflitos contemporâneos, na medida em que a globalização capitalista torna os contatos transculturais cada vez mais acelerados, pluralizando valores e politizando identidades e diferenças . Este trabalho visa expor o debate filosófico que resgata o “ reconhecimento” como a categoria central da política moderna, a uma intenção de recuperar a herança tradicional hegeliana, segundo um registro não metafísico e aberto à investigação empírica, com intenção de fundamentar

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A Teoria Crítica do Reconhecimento

Thor João de Sousa Veras

Universidade Federal de Santa Catarina

[email protected]

Em linhas gerais, trata-se de apresentar, em termos introdutórios, o projeto do filosofo Axel Honneth de uma teoria social com conteúdo normativo, capaz de explicar no âmbito de uma filosofia social as causas e origens das formas de desrespeito e experiências de injustiça existentes na sociedade capitalista moderna, bem como os conflitos sociais delas decorrentes. A partir de uma análise crítica das diretrizes e fundamentações da Teoria Crítica proposta por Horkheimer, Adorno e, posteriormente, por Habermas, Honneth propõe um novo direcionamento para a perspectiva crítica desta vertente intelectual com o objetivo de investigar as causas responsáveis pelo desrespeito e violação de condições de reconhecimento. Neste sentido, critérios de busca para o entendimento da dominação propostos por Habermas seriam alocados para formas de identificação de patologias sociais provocadas através de processos de desrespeito e não reconhecimento de determinados grupos e esferas sociais. Para tanto, Honneth inspira-se na ideia de “luta por reconhecimento” de Hegel, expressão-chave para a compreensão dos conflitos contemporâneos, na medida em que a globalização capitalista torna os contatos transculturais cada vez mais acelerados, pluralizando valores e politizando identidades e diferenças. Este trabalho visa expor o debate filosófico que resgata o “reconhecimento” como a categoria central da política moderna, a uma intenção de recuperar a herança tradicional hegeliana, segundo um registro não metafísico e aberto à investigação empírica, com intenção de fundamentar uma teoria da emancipação com base no paradigma do reconhecimento que supere os déficits das gerações anteriores da Escola de Frankfurt, estabelecendo uma relação entre formação de identidade, reconhecimento e uma concepção formal de vida boa denominada como eticidade.

PALAVRAS-CHAVE: Reconhecimento. Escola de Frankfurt. Honneth. Eticidade.