Teorias da Comunicação

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1. Sumário: comunicação processo. 1. A natureza consequencial da comunicação de Sigman e Cronen (1995) A comunicação humana é uma condição de ser do humano que se manifesta diversamente e produz uma multiplicidade de efeitos. Esta afirmação significa que tudo o que se exprime durante o processo de interacção das pessoas umas com as outras e, mais ainda, as consequências que daí advêm são entendidas como resultados do processo e constituem uma pequena parte do mesmo. Assim, o processo comunicacional não deriva apenas da estrutura da linguagem verbal, das características particulares de cada pessoa ou das estruturas sociais a que estão ligadas as pessoas, mas sim de todas elas. A propósito da natureza da comunicação humana o autor Cronen, defende que comunicação humana é o processo no qual a intencionalidade é criada, dado que a natureza consequencial da comunicação é o lugar da acção, onde a consequencialidade se exprime por diversas conexões (consequências) que emergem, para serem criticadas, mudadas e ou abandonadas pelas pessoas que ao comunicarem realizam as suas intenções. Decorrente da afirmação da natureza consequencial da comunicação humana, esta é: 1. Inevitável   a comunicação é condição de ser do Humano. 2. Irreversível   a comunicação manifesta-se em processo. 3. Intencional   decorre da inevitabilidade da comunicação ( a não comunicação não existe) . Assim, todo o processo da comunicação é, sempre intencional. Porém, nem sempre é consciente. Diferença entre consciência (cognição) e intencionalidade (sensorialidade). Semântica da palavra comunicação: Etimologicamente a palavra comunicação deriva da palavra latina communis que significa partilhar, estar em relação, por em comum. Este é o sentido original que visa a intercompreensão, a meta ideal da comunicação humana. Assim, comunicar é relacionar-se, interagir, partilhar, transmitir, colocar em comum. É o processo de co construção da intercompreensão ( a harmonia dos pares que dançam metáfora). A comunicação é um processo: A natureza do processo da comunicação pressupõe a consideração de que a comunicação é social, dado que implica, sempre a existência de um outro. A dinâmica de mudança presente em todo o processo da comunicação poderia tornar irrealizável a investigação sobre a comunicação humana? A resposta é não. É essa dinâmica que desafia os investigadores e os estudiosos da comunicação a procurar as componentes constantes, do processo, para além do espaço e do tempo em que o processo ocorre. 2. Sumário: comunicação humana. Qual o conceito de comunicação humana que assumimos? Quais são as componentes universais que integram o processo da comunicação humana? “Entendemos por comunicação humana tanto os processos de transacção entre os indivíduos como a interacção dos indivíduos com a natureza, dos indivíduo com as instituições sociais e ainda o relacionamento que cada indivíduo estabelece consigo próprio. Os processos comunicacionais abrangem, domínios extremamente diversificados que compreendem actos discursivos, silêncios, gestos, olhares, acções e omissões, expectativas.” Patamares de ocorrência dos processos de comunicação (todo o processo de comunicação é localizado no tempo e no espaço) Componentes universais do processo de comunicação 1. Cada pessoa é, simultaneamente, Emissor   Receptor e Receptor-Emissor: Para sublinhar esta dupla função utilizamos o traço de união entre ambos: emissor- receptor.| Recetor-emissor. Ao mesmo tempo que cada pessoa emite informação e produz mensagens, simultaneamente as recebem, as selecciona e interpreta. Toda a pessoa em situação de comunicação age tanto como emissor (locutor) e como receptor (interlocutor e auditor). 2. Interacção: A interacção implica sempre a existência de uma relação. Toda a pessoa em situação de comunicação está em relação com algo e com alguém. 3. Relação: É um dos axiomas da comunicação interpessoal e dá-nos orientações de como devemos realizar as nossas transacções   conteúdos   na situação em que estamos envolvidos com outras pessoas. A relação apresenta-se com dois tipos (são como as duas faces de uma mesma moeda)   uma de natureza simétrica - baseia-se na semelhanças que as pessoas encontram entre si e outra de natureza complementar   que se baseia nas diferenças que as pessoas encontram entre si , no contexto onde estabelecem as suas transacções. Ambas contribuem, a seu modo, para a produção do sentido da comunicação interpessoal. 4. Informação: A informação é geralmente entendida como a transmissão de um conhecimento entre alguém que o possui e alguém que é suposto ignorá-lo. Também é, geralmente, associada às empresas  jornalísticas. Industriais surgidas nos finais do séc. XIX, mais, ainda, ao conjunto das mensagens produzidas e publicadas por essas empresas. Na actualidade confunde-se, informação com comunicação. A informação é uma componente da comunicação. A partir de 1948, a palavra passou a ser utilizada com sentido técnico restrito, por influência do campo disciplinar da cibernética. Na modernidade a informação é um campo específico de estudos, teorias da informação. 5. Código: É a convenção formada por um conjunto limitado de sinais e de regras que permite reformular um conjunto ilimitado de informação ou de mensagens. uma diversidade de códigos. 6. Codificação: É o resultado do “sistema de equivalências entre um sistema de valores, um sistema de sinais e um sistema de comportamento ou, se preferirmos, entre um sistema semântico, um sistema sintáctico e um sistema pragmático” (Rodrigues, 1991: 16). A codificação é a acção de produzir mensagens. No momento de traduzirmos os pensamentos e sentimentos em palavras, signos, escritos, imagens, gestos, sons etc. Utilizamos códigos, ou seja, codificamos. 6.1 Tipos de codificação: Codificação analógica alude à comunicação, não verbal. Características: é indicial. É apresentativa. Este tipo de codificação não pode referir-se a algo independente dela e do seu codificador, “transmite mensagens ligadas ao aqui e agora” (Fiske, 1993: 94-95) e funciona numa escala contínua. 6.2 Codificação digital Codificação digital alude à comunicação verbal. Características: é representativa, contrariamente à analógica que é apresentativa. É utilizada “para produzir mensagens com uma existência independente” (Fiske, 1993: 94). Ex: Um texto representa algo, independente de si mesmo e do seu codificador. Os dois tipos de codificação analógica e digital coexistem no processo de comunicação como veremos mais tarde na teoria orquestral da comunicação. 7. Descodificação: É a acção de compreender os códigos e as acções de codificação utilizadas pelos protagonistas do processo da comunicação. 8. O canal / canais de comunicação É o meio de ligação com os outros e o mundo: das palavras e não verbalmente - sem palavras. canal para comunicar. Exemplo: durante uma conversa, falamos e escutamos (canal vocal) mas fazemos também gestos e percebemos visualmente esses sinais (canal visual). Também, emitimos e sentimos odores (canal olfactivo, e tocamos (canal táctil). 9. O médium: fazemos. regras que condicionam a sua utilização.   plural de medium publicidade, jornais, revistas... 10. A competência da comunicação: A arte de comunicar eficazmente designa-se por competência de comunicação. (SpitzbergetCupach, 1989). Esta competência inclui o conhecimento da influência dos protagonistas na situação de comunicação. Os princípios da comunicação eficaz variam de cultura para cultura. Cada pessoa é mais eficaz no seio da sua própria cultura. 11. Cultura: Cultura é uma rede de significados compartilhados por uma comunidade e nem sempre é consciente. É, ainda o conjunto de hábitos de sentir que nos vinculam, a uma comunidade de pertença e que contribuem para a formação de quem somos  da nossa identidade. É a gramática invisível da comunicação interpessoal (Hall). 12. Os ruídos: São perturbações que ocorrem no processo da comunicação que deformam a compreensão da mensagem. Os ruídos são tudo o que interfere na recepção da mensagem. Podem ter natureza diversa: Físicas (ex: falar aos gritos) interferem na transmissão física da mensagem. Psicológica (ideias pré-concebidas) interferência cognitiva. Semântica (significações mal entendidas, o locutor e o auditor não atribuem o mesmo significado à mensagem. Quanto maior for a sua interferência na mensagem - mais ela é distorcida. Tal como as mensagens podem ser

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1. Sumário:

comunicação

processo.1. A natureza consequencial da comunicaçãode Sigman e Cronen (1995)A comunicação humana é uma condição deser do humano que se manifestadiversamente e produz uma multiplicidade deefeitos.Esta afirmação significa que tudo o que seexprime durante o processo de interacção das

pessoas umas com as outras e, mais ainda, asconsequências que daí advêm são entendidascomo resultados do processo e constituemuma pequena parte do mesmo.Assim, o processo comunicacional não derivaapenas da estrutura da linguagem verbal, dascaracterísticas particulares de cada pessoa oudas estruturas sociais a que estão ligadas aspessoas, mas sim de todas elas.A propósito da natureza da comunicaçãohumana o autor Cronen, defende quecomunicação humana é o processo no qual aintencionalidade é criada, dado que a naturezaconsequencial da comunicação é o lugar daacção, onde a consequencialidade se exprimepor diversas conexões (consequências) queemergem, para serem criticadas, mudadas e ouabandonadas pelas pessoas que ao

comunicarem realizam as suas intenções.Decorrente da afirmação da naturezaconsequencial da comunicação humana, estaé:1. Inevitável  –  a comunicação é condição deser do Humano.2. Irreversível  –  a comunicação manifesta-seem processo.3. Intencional  – decorre da inevitabilidade dacomunicação ( a não comunicação não existe). Assim, todo o processo da comunicação é,sempre intencional. Porém, nem sempre éconsciente. Diferença entre consciência(cognição) e intencionalidade (sensorialidade).Semântica da palavra comunicação:Etimologicamente a palavra comunicaçãoderiva da palavra latina communisque significapartilhar, estar em relação, por em comum.

Este é o sentido original que visa aintercompreensão, a meta ideal dacomunicação humana.Assim, comunicar é relacionar-se, interagir,partilhar, transmitir, colocar em comum.É o processo de co construção daintercompreensão ( a harmonia dos pares quedançam metáfora).A comunicação é um processo:A natureza do processo da comunicaçãopressupõe a consideração de que acomunicação é social, dado que implica,sempre a existência de um outro.A dinâmica de mudança presente em todo oprocesso da comunicação poderia tornarirrealizável a investigação sobre acomunicação humana?A resposta é não. É essa dinâmica que desafia

os investigadores e os estudiosos dacomunicação a procurar as componentesconstantes, do processo, para além do espaçoe do tempo em que o processo ocorre.2. Sumário:

comunicação humana.

Qual o conceito de comunicação humana queassumimos?Quais são as componentes universais queintegram o processo da comunicaçãohumana?“Entendemos por comunicação humana tantoos processos de transacção entre os indivíduos

como a interacção dos indivíduos com anatureza, dos indivíduo com as instituiçõessociais e ainda o relacionamento que cadaindivíduo estabelece consigo próprio. Osprocessos comunicacionais abrangem,domínios extremamente diversificados quecompreendem actos discursivos, silêncios,gestos, olhares, acções e omissões,expectativas.”Patamares de ocorrência dos processos decomunicação(todo o processo de comunicação é localizadono tempo e no espaço)Componentes universais do processo decomunicação

1. Cada pessoa é, simultaneamente, Emissor  – Receptor e Receptor-Emissor:Para sublinhar esta dupla função utilizamos otraço de união entre ambos: emissor-receptor.| Recetor-emissor.Ao mesmo tempo que cada pessoa emiteinformação e produz mensagens,simultaneamente as recebem, as selecciona einterpreta.Toda a pessoa em situação de comunicaçãoage tanto como emissor (locutor) e comoreceptor (interlocutor e auditor).2. Interacção:A interacção implica sempre a existência deuma relação.Toda a pessoa em situação de comunicaçãoestá em relação com algo e com alguém.3. Relação:

É um dos axiomas da comunicaçãointerpessoal e dá-nos orientações de comodevemos realizar as nossas transacções  – conteúdos  –  na situação em que estamosenvolvidos com outras pessoas.A relação apresenta-se com dois tipos (sãocomo as duas faces de uma mesma moeda)  – uma de natureza simétrica - baseia-se nasemelhanças que as pessoas encontram entresi e outra de natureza complementar  – que sebaseia nas diferenças que as pessoasencontram entre si , no contexto ondeestabelecem as suas transacções. Ambascontribuem, a seu modo, para a produção dosentido da comunicação interpessoal.4. Informação:A informação é geralmente entendida como atransmissão de um conhecimento entre

alguém que o possui e alguém que é supostoignorá-lo.Também é, geralmente, associada às empresas

 jornalísticas. Industriais surgidas nos finais doséc. XIX, mais, ainda, ao conjunto dasmensagens produzidas e publicadas por essasempresas.Na actualidade confunde-se, informação comcomunicação. A informação é umacomponente da comunicação.A partir de 1948, a palavra passou a serutilizada com sentido técnico restrito, porinfluência do campo disciplinar da cibernética.Na modernidade a informação é um campoespecífico de estudos, teorias da informação.5. Código:É a convenção formada por um conjuntolimitado de sinais e de regras que permite

reformular um conjunto ilimitado deinformação ou de mensagens. Há umadiversidade de códigos.6. Codificação:É o resultado do “sistema de equivalênciasentre um sistema de valores, um sistema desinais e um sistema de comportamento ou, sepreferirmos, entre um sistema semântico, umsistema sintáctico e um sistema pragmático”(Rodrigues, 1991: 16).A codificação é a acção de produzirmensagens. No momento de traduzirmos ospensamentos e sentimentos em palavras,signos, escritos, imagens, gestos, sons etc.Utilizamos códigos, ou seja, codificamos.

6.1 Tipos de codificação:Codificação analógica alude à comunicação,não verbal.Características: é indicial. É apresentativa.Este tipo de codificação não pode referir-se aalgo independente dela e do seu codificador,“transmite mensagens ligadas ao aqui e agora”(Fiske, 1993: 94-95) e funciona numa escalacontínua.6.2 Codificação digitalCodificação digital alude à comunicação verbal.Características: é representativa,contrariamente à analógica que éapresentativa. É utilizada “para produzirmensagens com uma existência independente”

(Fiske, 1993: 94). Ex: Um texto representa algo,independente de si mesmo e do seucodificador.Os dois tipos de codificação analógica e digitalcoexistem no processo de comunicação comoveremos mais tarde na teoria orquestral dacomunicação.7. Descodificação:É a acção de compreender os códigos e asacções de codificação utilizadas pelosprotagonistas do processo da comunicação.8. O canal / canais de comunicaçãoÉ o meio de ligação com os outros e o mundo:

das palavras e não verbalmente - sem palavras.

canal para comunicar. Exemplo: durante umaconversa, falamos e escutamos (canal vocal)

mas fazemos também gestos e percebemosvisualmente esses sinais (canal visual).Também, emitimos e sentimos odores (canalolfactivo, e tocamos (canal táctil).9. O médium:

fazemos.

regras que condicionam a sua utilização. – plural de medium

publicidade, jornais, revistas...10. A competência da comunicação:A arte de comunicar eficazmente designa-sepor competência de comunicação.(SpitzbergetCupach, 1989).

Esta competência inclui o conhecimento dainfluência dos protagonistas na situação decomunicação.Os princípios da comunicação eficaz variam decultura para cultura. Cada pessoa é mais eficazno seio da sua própria cultura.11. Cultura:Cultura é uma rede de significadoscompartilhados por uma comunidade e nemsempre é consciente.É, ainda o conjunto de hábitos de sentir quenos vinculam, a uma comunidade de pertençae que contribuem para a formação de quemsomos – da nossa identidade.É a gramática invisível da comunicaçãointerpessoal (Hall).12. Os ruídos:São perturbações que ocorrem no processo da

comunicação que deformam a compreensãoda mensagem.Os ruídos são tudo o que interfere na recepçãoda mensagem.Podem ter natureza diversa:

Físicas (ex: falar aos gritos) interferem natransmissão física da mensagem.Psicológica (ideias pré-concebidas)interferência cognitiva.

Semântica (significações mal entendidas, olocutor e o auditor não atribuem o mesmosignificado àmensagem. Quanto maior for a suainterferência na mensagem - mais ela édistorcida. Tal como as mensagens podem ser

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visuais, olfactivas, do mesmo modo, também,o podem ser os ruídos ou perturbações;

Pragmática (patologias da comunicação, cf.Paul watzlawicket al,1967).13. A ética da comunicação:A questão do bem e do mal coloca-se emqualquer acto de comunicação. As decisõestomadas no processo de comunicaçãobaseiam-se no princípio de eficácia mastambém no princípio ético. (permite acorrecção de um erro que ocorre no processode comunicação)A comunicação é portadora de um sentidoético (princípios) e moral (normas).(exemplo - adágio popular - Não faças aos

outros o que não queres que te façam a ti.).As Declaração Universal dos Direitos Humanosda ONU são uma plataforma laica deorientação ética.A ética faz parte integrante do processo dacomunicação humana.14. A mensagem (é o resultado do significadoe sentido da comunicação):As mensagens de comunicação resultam dosignificado construído na situação (verbais enão verbais). São apreendidas e emitidas pelosórgãos sensoriais (receptores e emissoressensoriais) onde um deles pode dominar, sejapela combinação entre si (visão, olfacto, tacto,audição, gosto) seja pelo domínio dalinguagem verbal onde a linguagem não verbalse insere (descodificação).O ser humano expressa as intenções e

conscientemente partilha objectivos nacomunicação que protagoniza transmitindo-osatravés das palavras e também pelo traje, pelasua maneira de andar, de sorrir etc. Tudocomunica.15. Situação e que ocorrem em diversospatamares de ocorrência do processo dacomunicação ordenados, de cima para baixo,por ordem de complexidade (da menor, paraa maior).16. Os Efeitos da comunicação:Toda a comunicação produz efeitos. Quer sequeira quer não. Quer se tenha ou nãoconsciência disso. Produz efeitos na pessoa(face a si mesma: intrapessoal) quer com nasoutras pessoas que participam na situação,seja de modo activo ou passivo.(Ligar com os três iii das comunicação  – 

inevitável; irreversível, intencional).17. Retroacção – feedback:É de natureza verbal e não verbal. Pode ser denatureza positiva ou de natureza negativa.Está relacionado com a clarificação damensagem interpretada pelos interlocutoressituação, ou por um deles.Se o conceito de comunicação é representadopor uma espiral (ver aula dedia 6)• Processo da comunicação humana érepresentado por uma tríade. Sendo que cadaum dos eixos dessa tríade corresponde a umsistema de interacção que desenvolvemos noprocesso da comunicação.A conexão é a característica fundamental dainteracção humana, que tudo religa, ainteracção face-a-face, mediada e mediatizada.

Distinção de cada um dos tipos de interacçãoque desenvolvemos no processo decomunicação:

-a- face é realizada emcontexto de co-presença. A sua natureza édominantemente dialógica;

e ocorre em contextos espaço-temporaisdistintos mediados (linguagem, cultura,instituições, tendo a mesma natureza dialógicada anteriormente referida;

situa o relacionamento estabelecido atravésdos meios de comunicação (Media de difusão).

Verifica-se a existência de separação decontextos e a existência de um númeroindefinido de receptores potenciais, sendo asua natureza monológica.3. Sumário:

polissémico: disciplinas que atravessam ocampo das ciências da comunicação

Tradições autores e conceito de comunicaçãoassociado• Na tradição sócio-psicológica –  acomunicação é entendida como influênciainterpessoal. Situa-se no domínio dacomunicação persuasiva de onde se destaca o

trabalho sobre a credibilidade das fontes e asua relação na mudança de opinião daaudiência. O autor pioneiro desta tradição foiCarl Hovland.• Na tradição cibernética –  a comunicação éentendida como transmissão de informação.NorbertWiener (1948), investigador do MIT,define cibernética como o campo dainteligência artificial e, com Rosenblueth eBigelow propõem a aplicação do conceito defeedback ao comportamento humano(feedback que conecta as partes separadas deum dado sistema de comunicação) afirmandoque este conceito é a chave para a explicaçãode todo o comportamento intencional. Osproblemas da causalidade circular preocupamuma diversidade de investigadores de váriasdisciplinas, entre eles, Kurt Lewin, Bateson…

Shannon a partir de conceitos matemáticos,constrói a teoria da informação, sendo atransmissão da informação o grande enfoque eo ruído o problema a resolver, na transmissãoda informação.Weaver aplica o conceito da perca deinformação à comunicação interpessoal,introduzindo o conceito de interatividade,desequilíbrios de poder e respostas emocionaispara o interior de sistemas comunicacionais.O diálogo entre Bateson, MargaretMead eWiener conduz ao reenquadramento doconceito de feedback com a sua aplicação àabordagem interacional do comportamentohumano.

feedback cuja origem é o campo da e ngenhariadas telecomunicações (entrada num dado

sistema e a saída desse sistema e a retroacçãocomo o efeito que retroage sobre a entrada nosistema) do conceito interacional para definiras interacções de um ecossistema que éindivisível (organismo vivo e ambiente formamúnico circuito).

da Escola de Palo Alto sublinham a influênciadesta disciplina na construção das suas teorias.• Tradição retórica - A comunicação éentendida como a arte de comunicar empúblico.Na tradição grego-romana era a fonte principalde sabedoria. Aristóteles na sua obra ArteRetórica (séc. IV a.C.) destaca três condiçõesessenciais: a pessoa que fala (locutor); odiscurso que faz; e a pessoa que ouve.A retórica focaliza-se no discurso, factor que

distingue os humanos dos animais, valoriza aconfiança que um orador evidencia na práticaargumentativa, sendo esta essencial naeducação de um líder. Dá ainda ênfase aopoder e à beleza da linguagem para induzir ointerlocutor a agir. A retórica é persuasiva.• Tradição semiótica - A comunicação éentendida como o processo de partilha designificados através de signos interpretados.Estuda os sinais que podem significar algoindependente de si: os signos não se limitam àspalavras, as imagens também funcionam comosignos. As palavras são signos especiais esímbolos.

Para Richards as palavras são símbolosarbitrários. São como camaleões que tomam acoloração do seu ambiente, ou seja tomam osignificado no contexto em que a enunciaçãose produz. Daí que os significados residem naspessoas e não nos símbolos, nem nas palavras.A sua preocupação maior está associada àforma como os signos canalizam significados ecomo podem ser usados para evitar patologias,em vez de as criar.Pretende explicar o sentido do que se enuncia;o que os signos são, esclarecendo, a sua funçãodesignativa e referencial e revelar como sãoutilizados os signos num dado sistema designos, estudando a relação entre quem

enuncia, os enunciados, os receptores, ocontexto.• Tradição sócio-cultural - A comunicação éconsiderada como a construção da realidadesocial e cultural. Esta tradição baseia-se naseguinte premissa: quando as pessoascomunicam, produzem e reproduzem cultura.Deste modo, há uma visão da realidade émoldada pela linguagem que se utiliza desdecriança.Os pioneiros desta tradição são os linguistasEdward Sapir e Benjamin Lee Whord dauniversidade de Chicago. Partindo da hipótesesobre a relatividade linguística afirmam que aestrutura da linguagem de uma cultura moldao que as pessoas pensam e dizem.Contradizendo as suposições de que todas aslínguas são semelhantes e que as palavras são

transportadores neutros que carregam osignificado.Também de inspiração fenomenológica, estatradição está presente nos trabalhos, entreoutros, de George Mead, pioneiro da teoria dainteracção simbólica.• Tradição crítica - A comunicação é entendidacomo o desafio reflexivo sobre o discurso dainjustiça. De génese marxista, Horkheimer eAdorno e Marcuse foram os seus pioneiros.Consideram que os média fazem parte doaparelho ideológico da classe dominante. Daíque o processo de comunicação não possadissociar-se do seu contexto sócio-histórico-cultural. A Escola de Frankfurt criada em 1923introduziu uma perspectiva crítica no estudosobre a comunicação social. Trêscaracterísticas da sociedade contemporânea

são alvo do seu foco crítico: o controlo dalinguagem como meio de perpetuação dosdesequilíbrios do poder; o papel dos médiacomo meios de alienação. Sublinham atendência dos média para a homogeneizaçãodos produtos culturais e que esta estádirectamente correlacionada com o domínio ea integração ideológica da sociedade sendoinstrumentos mediadores entre as classesdominantes e as classes dominadas. JurgenHabermas, o autor da teoria do agircomunicacional, faz parte desta Escola. Atravésdesta teoria Habermas destaca que é o agircomunicacional que possibilita oestabelecimento das normas que tornampossíveis as acções e os entendimentos entreos humanos.• Tradição fenomenológica - Entende a

comunicação como experiência do próprio edos outros, realizada através do diálogo, noquotidiano. Refere-se à análise quotidiana apartir do ponto de vista da pessoa que aexperiencia. Coloca a ênfase na percepção einterpretação das pessoas e na sua própriaexperiência subjectiva. Carl Rogers, psicólogoclínico, foi um dos pioneiros desta abordagem.Esta abordagem privilegia o diálogo e oentendimento do que é ser o outro. Rogers, noseu artigo como poderei ajudar os outros,apresenta um conjunto de dez questõesrespondendo com a apresentação de dezcaracterísticas que considera fundamentaisque ocorram: congruência, expressividade,

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positivismo incondicional, autonomia face aooutro, segurança que respeite a autonomia dooutro, entendimento empático, aceitaçãoincondicional das facetas do outro, elegância edelicadeza, responsabilidade por si sem ajuizar,confirmação do outro.8. Tradição ética - A comunicação éconceptualizada como responsabilidade ética,seguindo a linha de pensamento dos filósofosPlatão e Aristóteles. Atributo que acomunicação deverá contemplar e quesegundo Griffin integram: verdade;honestidade; cuidado; integridade dacomunicação; responsabilidade pelasconsequências da comunicação que cada um

protagoniza; expectativa de que os outroscompartilhem da mesma condição deresponsabilidade; compreender; respeitar osoutros comunicadores antes de os avaliar eresponder as suas mensagens.9. A tradição pragmática da comunicação - Aimpossibilidade de não comunicar e a lógicados efeitos. A abordagem pragmática sublinhaa importância da dimensão relacional einteraccional do processo da comunicação. E ainterconexão de todos os axiomas queintegram a compreensão do processo dacomunicação. A importância da abordagem daanálise da pragmática da comunicação éressaltada por Watzlawick (1990) ao considerarcomo este tipo de análise é revelador darealidade de cada pessoa inserida no seucontexto e na análise das diversas situações

que protagoniza.10. A tradição Sistémico-antropológica  –  Acomunicação é entendida como um sistemaaberto de interacção. Coloca em destaque apessoa como um todo integrado no universo; osistema dos seus valores; da cultura; dasmúltiplas relações entre os indivíduos  –  tudoincluído (aprendizagem-mudança-cultura).Através da abordagem sistémica ao mundovivo, Gregory Bateson sistematiza a coerênciadas interacções e das inter-relações existentes,entre a criatura humana e a biosfera,considerando-as como uma unidade indivisível,onde há uma estrutura que liga os diversoselementos em interacção sublinha a unidadeentre o espírito e entre os sistemas vivos.4. Sumário:

Experiência abordada como a acção econhecimento pessoal de alguma coisa oupessoa. E, diz respeito à prática experiencial decada pessoa.A experiência é a parte constitutiva doprocesso de comunicação que é alvo de basede todas as teorias da comunicação.Mundos de experiência_Mundo natural, mundo intersubjectivo,mundo subjectivo e mundo da linguagem.Sendo, este último constitutivo dos outros trêsmundos.A experiência do “mundo natural”: Aexperiência do mundo natural é regulada porleis que detêm autonomia em relação àvontade humana, essas leis são formulaçõesdiscursivas que cada pessoa inventa paraexplicar e compreender os fenómenos que

observa.Resulta da intervenção humana. É o mundoconstituído pelos objectos e pelos fenómenosque os nossos receptores - emissoressensoriais são capazes de apreender com ocontributo dos processos cognitivos. Assim é-nos possível elaborar, explicar este mundo ecriar e inventar artefactos de natureza técnicapara o controlar e adequar aos desígnios dessemundo.A experiência do mundo natural é moldadapela nossa maneira de os apreender, assimcomo pela linguagem que os designa e integraem discursos com sentido.

Deste modo, a experiência do mundo naturalconsiste no domínio dessas regras e nacapacidade de adaptação do comportamentohumano às suas exigências e regularidades.É por termos experiência do mundo naturalque sabemos adaptar a força com quelançamos uma bola a um companheiro no jogode basket ou baixar a cabeça para nãolevarmos com ela na cabeça.Podemos prever a ocorrência de todo umconjunto de fenómenos em determinadascircunstâncias e compreender a ocorrência deoutros que observamos à nossa volta.A experiência do “mundo intersubjectivo”:Trata-se da experiência constituída pelas

interacções protagonizadas entre as pessoas. Éum mundo regulado por normas.Contrariamente ao Mundo Natural que é ummundo regulado por leis.As normas ordenam as interacçõesinterpessoais. As normas têm uma força socialcoerciva que faz com que a sua violação sejacastigada. Ao contrário das leis que regulam odesenrolar dos fenómenos naturais que estãofora do nosso controle.A experiência do mundo intersubjectivoconsiste no domínio destas normas, nacompetência para as reconhecermos e para asrespeitarmos apropriadamente, nas diferentescircunstâncias da interacção queprotagonizamos ou em que nos vemosenvolvidos.As normas (sendo arbitrárias) são resultado de

convenções que se impõem com força coercivaàs quais não é possível fugir sob pena de seremsancionadas negativamente.Ex. A competência para compreender, paraagir e reagir, no mundo intersubjectivo, acapacidade para responder com o silêncio, aum pedido de silêncio durante uma aulateórica ou para escolhermos a maneira de nosvestirmos para uma determinada situação.A experiência do “mundo subjectivo “:

Consiste no mundo singular de ser cadapessoa. É feito de sensações, de afectos, dedesejos, de vontades, decisões, pensamentos,de histórias de vida que identificamos ereconhecemos como nossos.Este é o mundo que mais nos diferencia.Contudo, também este mundo possuicompetências comuns a todas as pessoas, uma

vez que podemos compreender o que alguémquer dizer quando expressa sentimentos dealegria ou tristeza, dor, prazer, independentede nós próprios sentirmos idênticossentimentos.Somos capazes de inferir com relativa certezado estado de espírito ou doença de alguématravés da observação da sua maneira de estarde falar, pelo estado das olheiras escuras etc.A experiência do” mundo da linguagem”:Através deste mundo é possível dar conta daexperiência de cada um dos outros trêsmundos. Este mundo da experiência integratodos os outros.É um mundo autónomo da experiência com osseus objectos, as suas regras, os seus própriosmodos de funcionamento cuja competência écompartilhada por todas as pessoas.

Esta competência manifesta-se na capacidadee no reconhecimento enquanto protagonistasda fala e dos discursos que endereçamos aoutrem e como destinatários de discursos e defalas de que os outros nos endereçam.Na teoria da experiência de Adriano DuarteRodrigues encontramos, ainda, a identificaçãode dois tipos de experiência:

O tipo de experiência primária  – aquela queé referida à socialização primária e é realizadano ciclo de vida da infância.

O tipo de experiência secundária  –  aquelaque é realizada ao longo da vida através dediversas formas de sociabilização.

Modalidades da experiência:Quais as relações entre comunicação eexperiência?Premissa: a experiência do mundo é realizadano processo da comunicação realizada face-a-face, mediada e quase mediada. Sendo que amaior das mediações da experiência é feitaatravés das linguagens verbais e não verbais.No processo da comunicação e de experiênciahá relações distintas marcadas por enunciadosdistintos.Quais são eles? As modalidades da experiência.1. A experiência do Testemunho2. A experiência da Transmissão3. A experiência Simbólica

Testemunho – Caracteriza-se pela partilha dealguém que teve a experiência directa eimediata de um acontecimento ou de umfenómeno e que a comunica a outra pessoaque a não teve.

Transmissão - Caracteriza pelo tipo derelação de alguém que transmite a outrapessoa o relato de um acontecimento ou deum fenómeno que lhe foi comunicado, de quenão teve, portanto uma experiência directa eimediata.

Simbólica  –  caracteriza-se pela compartilhade uma experiência que já é conhecida deambos os protagonistas dessa relação.Os testemunhos dão uma visão parcial darealidade:Factores de Parcialidade do testemunho: daexperiência directa e imediatamente vivida:

natureza física, psíquica, e socialA proximidade dos factos impede a necessáriadistância indispensável à sua perspectivação,os hábitos, iluminam determinados factos eescondem outros (selectividade) valorizandouns em detrimento de outros.Modalidade da experiência: Transmissão-éaquela em que o destinador da transmissãonão teve acesso directo e imediato, é de longea modalidade mais frequente de comunicação.Neste caso a credibilidade da mensagem já nãodepende apenas da credibilidade dodestinador, mas igualmente do testemunho doprimeiro destinador da mensagem, daqueleque a viveu directa e imediatamente aexperiência, assim como da credibilidade dossucessivos destinadores da eventual cadeia detransmissão da mensagem. (apenas o primeiro

destinador tem a possibilidade de verificardirectamente a correspondência ou adequaçãoda mensagem aos fenómenos ou aosacontecimentos relatados, nenhum dos outrosdestinadores da cadeia de transmissão tem,dos destinadores segundos, detém essapossibilidade.Transmissão a reconstituição da experiênciavivida exige modalidades distintas deprocedimentos: a averiguação dos factos e dosfenómenos que efectivamente ocorreram; aacreditação do testemunho de quem teve asua experiência primeira; a apreciação dafidelidade de cada um dos elos da cadeia detransmissão da experiência. Sendo que cadaum destes procedimentos são de naturezadiversa.Efeitos do testemunho e da transmissão:

O efeito tanto do testemunho quanto datransmissão da experiência épredominantemente de natureza informativa,na medida em que se trata de dar a conhecer aalguém uma experiência a que não teve acessodirecto e imediato.A modalidade da experiência simbólica dacomunicação:Diz respeito ao reconhecimento por parte dodestinatário, de uma experiência comum,vivida tanto pelo destinador como pelodestinatário.Alimenta e reforça (efeito simbólico) aexperiência comum. o que predomina nestetipo de comunicação simbólica não é a

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comunicação do acontecimento, na medida emque já é suposto ser conhecido por parte dodestinatário.O destinador de uma mensagem referente aum acontecimento já conhecido dodestinatário pretende assegurar uma mesmacomunidade de pressupostos que dão sentidoàquilo que o destinador tem em mente .Nota: ter presente que os destinadores(receptores) são simultaneamentedestinatários.É para garantir a constituição da compartilhados saberes relevantes para aintercompreensão que o locutor é muitasvezes levado a comunicar factos e

acontecimentos perfeitamente conhecidospelo interlocutor.É a experiência simbólica que serve defundamento para a intercompreensão,constituindo o quadro ou contexto situacionalsobre o fundo do qual os interlocutoresrecortam o sentido que dão aos enunciadosque trocam entre si.5. Sumário:

Socialização é o processo que emerge dacomunicação e da experiência de cada pessoae diz respeito ao modo como os membrosduma colectividade aprendem os modelos dasua sociedade, os assimilam e adoptam comoregras de vida pessoal.Existem dois tipos de socialização distintos:socialização primária e socialização secundária.

A socialização primária - realiza-se nainfância - através da educação  –  é daresponsabilidade dos “outros significativos”.Quem são eles? São os pais, e outras pessoas.A criança identifica-se com o “outrosignificativo” (George Mead) e assume(imitando, representado papeis ecomportando-se como tal) o mundo dele comosendo “o mundo simplesmente” –  sem se darconta que esse mundo é filtrado pelo modo dever e sentir do outro significativo. Além daaprendizagem sócio-cognitiva, a socializaçãoprimária inclui a vinculação emocional comesse “outro significativo”, a identificação comele. A relação entre o real (objectivo) e osimbólico (que imagina).• A socialização secundária - pressupõe asocialização primária. Neste tipo de

socialização a aprendizagem não requer aidentificação com os outros significativos.A criança compreende que os papéis sociaispor exemplo de pai , de mãe, de irmão, deamigo são distintos e aprende a comunicarcom essas pessoas em coerência com a relaçãoque mantêm com eles e de modo adequado aesses papéis.O meio mais importante para a socialização é ainteracção conversacional com as pessoassignificativas.A socialização primária e secundária realiza-sesempre numa estrutura social específica enum dado contexto-situacional. A construçãoda identidade pessoal é um resultado doprocesso da comunicação- socialização-experiência.Podemos afirmar que a socialização é o passo

para a interiorização do mundo que nos rodeiae a para activar a participação activa individualna sociedade.• Interiorizar é apreender a realidade comodotada de sentido, como significativa para“mim”.• É compreender, aceitar, rejeitar “assumir”,identificar-se.• Interiorizar o mundo social é socializar-se.O principal agente de socialização é a família. Éesta que determina as primeiras referênciassociais da criança, fornecendo instrumentosprofundos de interpretação e de acção social.• A socialização decorre da interacção e dacapacidade de interiorizar respostas a

contextos situacionais ou de adaptar-se aoutros novos utilizando, para tal, os recursoscognitivos adquiridos pela experiência.• Na actualidade e nas sociedades ocidentaisverifica-se a existência de uma supremacia noreconhecimento da importância dasocialização secundária aquela que é efectuadapela escola, pelos grupos de pares, profissões epelos media (neste último caso, pela televisão,a internet, o cinema, os livros).Identidade - Vinculados aos conceitos decomunicação socialização e experiênciaencontra-se o conceito de identidade  – conceito comum a diversas disciplinas como aFilosofia, a Antropologia, a Linguística e a

Psicologia. A identidade envolve a dimensãopessoal e a dimensão social do EU.• A identidade pessoal - resulta dacomunicação intrapessoal (Eu mim com o Eumesmo). É uma elaboração interna conscientee inconsciente, sobre as experiências vividas,reflectidas e constituintes do autoconceito.• A identidade social - corresponde à imagemconstruída por cada pessoa e que revela aosoutros, através das interacções sociais.Sendo ambos os conceitos importantes é naidentidade social que se encontram maiscontribuições para a compreensão do processoda comunicação, na medida em que permitecompreender as interacções entre as pessoas egrupos, em diversos contextos situacionais.Numa perspectiva abrangente - a identidadesocial de uma pessoa caracteriza-se pelo

conjunto das suas pertenças no interior de umsistema social, por exemplo, pertença a umaclasse social, ao género feminino ou masculino,a um grupo etário, a um público comdeterminadas opções, a uma nação.Esta acepção abrangente remete para umanorma de pertença, necessariamenteconsciente, assente em posições simbólicas.Define-se como um conjunto de repertórios deacção, de língua e cultura que contribuem paraa dependência da pessoa a um certo gruposocial, dado se identificar com ele.Assim a identidade, tal como foi definida écultural e se deverá ser compreendida emfunção das relações entre grupos sociais.HABITUS - Um outro conceito chave para acompreensão da inter-relação entrecomunicação-socialização-experiência é o

conceito de Habitus do autor Bourdieu (1979,obra la distinction, Paris. Ed. Minuit.)Segundo o autor:É o habitus que assegura a coerência entre osingular e o colectivo, permitindo a cadapessoa compreender como o Homem se tornaum ser social, no momento em que incorporahábitos de classe e reproduz a ordem socialestabelecida. É no percurso da socialização quese dá a formação do Habitus  –  Conceito deHabitus - conjunto de disposições duradourasque reflectem a trajectória individual daspessoas, mostrando não só oscomportamentos individuais e as suasescolhas, mas os modelos de comportamentoe de decisão interiorizados no momento daeducação  –  o que dá um grande peso àreprodução social, como forma de manter as

desigualdades sociais.Representações sociais:Vinculado aos conceitos anteriormenteexpostos está o conceito de representaçõessociais demonstra as formas como os grupos eas pessoas dentro dos grupos tendem a olhar ea descrever os outros e a si mesmos.

Para Moscovici - São um conjunto deinterpretações e conceitos que procuramexplicar o quotidiano, confundindo-se com osenso comum e ocupando nas sociedadescontemporâneas o lugar dos mitos e dossistemas de crenças das sociedadestradicionais.

As representações sociais são, também,princípios que orientam as tomadas de posiçãoque organizam elementos de carácterpredominantemente simbólico. Situam-se naarticulação entre dinâmicas sociais e dinâmicascognitivas individuais (fontes de conflito e departilha).6. Sumário:• EU na comunicação – a componente principalno processo da comunicação interpessoal.O nosso comportamento não é apenasinfluenciado pela acumulação das nossasexperiências, ele é também, e de modoextraordinário, influenciado pelas significaçõespessoais que atribuímos a essas exper-

vivencias (experienciações).O nosso comportamento não é somente umareacção aos estímulos exteriores, ele ésobretudo resultado do que sentimosinteriormente.O que sentimos leva-nos a fazer as nossasmelhores escolhas, quer tenhamos, ou nãoconsciência disso. (toda a comunicação éintencional, mas nem sempre é consciente).Auto-estimaA auto-estima é o sentimento queexperienciamos sempre que fazemoscorresponder a nossa acção/comunicação como autoconceito (a imagem que temos de nóspróprios). Ou quando o nosso autoconceito(esta imagem particular de si mesmo) seaproxima da versão idealizada que possuímosde nós mesmos.

Expor-se aos outros- dar e receber feedback.Um instrumento muito útil para analisar oprocesso transaccional de abertura de si, defeedback, e de auto-estima.A estima de siUma boa auto-estima é a base do bem-estarpessoal e social.Faz referência ao amor-próprio.Gosta de si? Pensa que tem algum valor?Estas são algumas das questões reveladoras donível de auto-estima que cada pessoa possui.Um instrumento muito útil para tomarconsciência de si e, também, identificar osníveis de abertura de si aos outros (se dáfeedback e se recebe).A janela de Johari representa quatro facetasque, de modo interdependente, constituem oEU:

• O Eu público  –  representa todas asinformações, todos os comportamentos, todasas atitudes, crenças, valores, e todos ossentimentos pessoais que são conhecidos peloEu e pelos outros (o nome, a cor dos olhos, aidade, as crenças e convicções• O Eu cego – representa aqueles aspectos queos outros conhecem de si e que vocêdesconhece.• O Eu desconhecido – representa os aspectosde si, desconhecidos dos outros.• O Eu escondido - represente tudo o queconhece de si mesmo e que não revela ou sórevela na privacidade com pessoas de quemtem muita confiança.Nota: A qualidade da comunicação depende,em grande parte, de si mesmo, assumirresponsabilidades.

A comunicação interpessoal é a única fonteque nos permite verificar e validar o que nóspensamos acerca de nós próprios (acerca dequem somos).7. Sumário:• Linguagem verbal - mundos da experiência(ver mais acima os mundos da experiência).É pela linguagem que cada pessoa constrói osseus diferentes mundos de experiência e,deste modo, dá sentido à sua existência.Assim a cada uma das modalidades daexperiência corresponde um tipo de discursoparticular.Discurso  –  interpretando a definição deAdriano Duarte Rodrigues discurso é a

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actualização da língua concretizada por cadaser humano através do uso que dela faz. Estaactualização não é de natureza instrumental. Éum fenómeno simultaneamente de naturezainterlocutiva e de natureza interactiva.Enquanto fenómeno interlocutivo, a língua éutilizada para dirigirmos a palavra a alguémque também nos dirige a palavra. Enquantofenómeno interactivo, a língua é utilizada paraexercer influência sobre alguém que tambémnos influência.Deste modo, a natureza interlocutiva einteractiva do discurso faz com que falar seja aactividade constitutiva da comunidade dosfalantes que, por um lado, se reconhecem

mutuamente como parceiros da transacção dapalavra e, por outro lado, se influenciammútua e reciprocamente.Falar  –  não é apenas produzir palavras deacordo coma s regras da gramática. Falar éinserir-se adequadamente na transacçãointerlocutiva que está a ser desenvolvida numadada situação enunciativa.Falar – também não se restringe à actualizaçãode palavras ou frases, mas é uma actividadeque envolve inevitavelmente a totalidade daexperiência do falante.O corpo do falante está sempre envolvido naprodução da fala e do discurso  –  quandofalamos utilizamos um conjunto de marcascorporais, entoação, timbre de voz, posturacorporal, intensidade do som da voz, maior oumenor aproximação dos interlocutores,

direcção do olhar e do corpo. Mesmo apretensão da neutralidade das marcas dodiálogo corporal é uma das suasmanifestações.As componentes não verbais do discurso e dafala que podem ser constantes ou dinâmicasintervêm na constituição do sentido daquiloque dizemos, reforçando, complementando oucontrariando o sentido das palavras ditas.Cada pessoa é um Ser de linguagem:Cada um de nós conhece e produz linguagem.A linguagem é a condição humana que nospermite pensar e falar acerca das coisas e dasideias.A linguagem possibilita a construção DEEXPERIÊNCIAS| realidades que não existem.Nos imaginamos algo porque temos um nomepara o designar (por exemplo: a partir de uma

fotografia de alguém desconhecido, nóspodemos imaginar essa pessoa e falar dapossibilidade de um encontro futuro com ela.Deste modo, graças à linguagem, o passado e ofuturo podem fazer parte da nossa experiência.A Linguagem verbal e não-verbal comosistemas de símbolos:Um símbolo é tudo aquilo que toma o lugar dequalquer coisa que o representa.Os objectos podem ser símbolos: por exemplouma aliança pode ser símbolo de casamento;um uniforme militar ou outro qualquer indica aocupação da pessoa que o usa;As pessoas podem tornar-se símbolos: porexemplo um primeiro-ministro representa oseu país; um padre ou um rabino representa asua religião, um agente da polícia de segurançapública ou um juiz representam a lei.

Certos gestos ou expressões faciais podemtornar-se símbolos por traduzirem uma atitudeou um humor particular.Uma palavra, falada ou escrita, é também umsímbolo. A palavra cadeira, não é mais que umsímbolo de qualquer coisa sobre a qual nospoderemos sentar (não é sobre a palavracadeira que nos sentamos.Contudo em certas sociedades primitivas, apalavra torna-se quase a coisa em si mesma (asformulas mágicas de encantamentopronunciadas pelos feiticeiros da tribo que asdizem e, ao fazê-lo as palavras transformam-sena própria realidade. Nas nossa sociedadesencontramos manifestações deste tipo: ex:

quando alguém evita dizer o nome de outroalguém porque pensa que ao fazê-lo o diacorrerá mal.Uma das características da linguagem é que elapode ser vista como um sistema de simbólicoque dá conta da experiência directa, que arefere ou que a substitui, mas nos factos, elanão está separada da experiência directa.Para qualquer pessoa, cada experiência real oupotencial está imbuída de verbalização.Qual a diferença entre signo e símbolo?Um signo linguístico é tudo aquilo que está nolugar de qualquer coisa, que o representa, eque com essa coisa mantém uma relaçãonatural; por exemplo, o fumo é um signo de

fogo.Um símbolo retoma o lugar de alguma coisa,seja porque é fruto de uma convenção ou sejaporque nós próprios estabelecemos algumaligação com essa coisa.Ex: quando o motor do automóvel de alguém,faz um barulho anormal ou não dá orendimento habitual, isto é um signo queindica a existência de um problema, apesar deque para pessoa o automóvel em causa, o seuautomóvel, ser um símbolo de estatuto eprestígio social.Os símbolos fazem parte do mundo real e domundo simbólicoRazões pelas quais comunicamos:Cada pessoa utiliza a linguagem paracomunicar: para descobrir quem é e aprendera conhecer-se; para conhecer o mundo que o

envolve; para partilhar esse conhecimento e aexperiência do mundo com os outros; parapersuadir ou influenciar os outros; Para sedivertir, se distrair das outras razões pelasquais comunica.Os nossos mundos de experiência estãoimbuídos de verbalismo. Nós utilizamos alinguagem para nomear, para pensar, falar apropósito das n/ideias e de certosacontecimentosGraças aos símbolos possuímos um patrimónioexperiencial que o n/ cérebro guarda emmemória e permite-nos relembrar e comunicá-lo a outrem.O que nós comunicamos a outrem não é a

experiência em si mesma, mas uma

representação, ou melhor uma imagem

simbólica dessa experiência.