TERRITÓRIO CEU PARQUE DO CARMO
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T R A B A L H O F I N A L D E G R A D U A Ç Ã O
T E R R I T Ó R I O C E U
P A R Q U E D O C A R M O
PR ISCILA SOUZA GYENGEORIENTADOR: CAIO BOUCINHAS
PRISCILA SOUZA GYENGE
Trabalho Final de Graduação apresenTado ao CenTro universiTário, uniFiaM-FaaM
arquiTeTura e urbanisMo, sob orienTação do proFessor Caio bouCinhas,
para obTenção do TíTulo de arquiTeTo e urbanisTa.
SÃO PAULO 2014
M e u o r i e n t a d o r, C a i o B o u c i n h a s ;
K a t i a C a n o v a , p o r m e e n s i n a r e a c e i t a r o c o n v i t e ;
a R e d e d e E q u i p a m e n t o s – S M D U , q u e m e c o m p l e t o u c o m o
p e s s o a e p r o f i s s i o n a l ;
a o m e u P a i , A l e x a n d r e , p e l o e s f o r ç o p a r a c o n s e g u i r e s t a
b o l s a d e e s t u d o ;
a m i n h a M ã e , R a q u e l , p o r i n c e n t i v a r a c a d a d a t a a
c a d a s e m e s t r e ;
a s m i n h a s i r m ã s , M a r i a n a e S a b r i n a , s e n d o s e m p r e m i n h a s
m a i o r e s m o t i v a ç õ e s ;
a o E r i c k , p e l a s c o n v e r s a s ;
a o m e u q u e r i d o p r o f e s s o r Z é B a r a v e l l i ;
e a i n d a a Vó C i d a e a Vó N i c e , p o r e s t a r e m n o m e u c o r a ç ã o .
O B R I G A D A !
A rua também pode ser o lugar para atividades comunitárias, tais como a celebração de ocasiões especiais que dizem respeito a todos os moradores locais. É impossível projetar a área da rua de tal modo que as pessoas resolvam subitamente fazer juntas as refeições do lado de fora.[HERTZBERGER, 1996]
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
CONFORMAÇÃO URBANA1.1 SEGREGAÇÃO
1.2 DESIGUALDADE1.3 FRAGMENTAÇÃO
COMPOSIÇÃO DO TERRITÓRIO
ESTUDOS DE CASO3.1 ESCOLAS CLASSE, ESCOLA PARQUE
3.2 CECAP-CONJUNTO ZEZINHO DE MAGALHÃES PRADO3.3 PROGRAMA SANTO ANDRÉ MAIS IGUAL
TERRITÓRIO CEU PARQUE DO CARMO4.1 OFICINA PARTICIPATIVA
4.2 O PROJETO
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I N T R O D U Ç Ã O
São Paulo, há um certo tempo, têm sido referida como “a capital dos muros”. Essa reflexão se
apresenta nos empreendimentos particulares e ainda nos equipamentos públicos que não se in-
tegram nas diversas áreas de atendimento à população como: educação, saúde, lazer, cultura, in-
tegração física e burocrática. Para complementar as atividades, os terrenos e espaços públicos,
as áreas verdes, se revelam espalhados e sem possibilidades de serem utilizados como lugares de
permanecer, ou que se pode caminhar com tranquilidade, exibindo então o desperdício das poten-
cialidades existentes nesses espaços.
No entanto, queremos saber por que os espaços e equipamentos públicos no mesmo bairro sofrem
discriminação pelas classes sociais que compõem o bairro. Por que um contorno que padece dos
mesmos problemas urbanos se tornou dividido fisicamente e socialmente?
No primeiro capítulo, abordaremos os conceitos sobre as áreas sociais segregadas e fragmentadas
do ponto de vista da destinação de terras e as atividades de usos que colaboraram para o atual
retrato.
No segundo momento, analisaremos os componentes estruturadores do território, com intuito de
compreendermos a inserção urbana em Itaquera. Posteriormente, aproximamos a escala para o
Parque do Carmo, onde a identificação dos percursos dentro do bairro e suas centralidades foram
fundamentais. Além disso, os estudos de caso expõem a concepção do projeto, e direciona a obser-
vação das ações fundamentais para configuração do território.
Consequentemente, descrevemos o partido da implantação do Território CEU tomado, iniciado
pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, seguido da oficina participativa com jovens
moradores do bairro e por fim, como se deu a modesta contribuição para Território CEU Parque
do Carmo proposto neste trabalho.
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CAPÍTULO ICONFORMAÇÃO URBANA
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CAPÍTULO ICONFORMAÇÃO URBANA
A periferia da zona leste da cidade de São Paulo, expõe gradualmente problemas urbanos iniciados a partir da explosão do crescimento urbano que se desenvolveu sem a aplicação de planos integrados de mobilidade e moradia. Essas características podem ser atribuídas a região (frequentemente identi-ficada como bairro dormitório), devido à natureza de sua localização. Este procedimento é revelado na segregação urbana das cidades brasileiras, porém, é relevante afirmar que, na zona leste, que se urbani-zou a partir dos anos 70, esta segregação ainda se revela como um espaço segregado e fragmentado.
1 . 1 S E G R E G A Ç Ã O
As principais essências para a contribuição neste raciocínio vêm do planejador urbano, pesquisa-dor atuante na vida acadêmica e ainda consultor de diversos órgãos de planejamento urbano do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de São Paulo¹, Flavio Villaça. Em seu livro “Espaço Intra-Urbano no Brasil” aborda, como um dos principais assuntos, a segregação urbana, mostrando o quanto é expressiva a organização social dos espaços do ponto de vista da segregação. Inicial-mente apresenta a segregação de modo a explicar a distribuição dos serviços urbanos em função da exclusão espacial:
“O mais conhecido padrão de segregação da metrópole brasileira é o do centro x periferia. O primeiro, dotado da maioria dos serviços urbanos, públicos e privados, é ocupado pelas classes de mais alta renda. A se-gunda, subequipada e longínqua, é ocupada predominantemente pelos excluídos. O espaço atua como um mecanismo de exclusão.” [VILLAÇA, 2001: 143]
No decorrer de sua análise o autor estuda o sociólogo Lojkine, que expõe um alinhamento da segregação em função do desenvolvimento econômico das cidades, com a expansão urbana das classes sociais menos privilegiadas, tendo que ocupar lugares distantes de infraestrutura (periferia) e a setorização dos usos por zonas:
“Lojkine distingue três tipos de segregação urbana: 1) uma oposição entre o centro, onde o preço do solo é mais alto, e a periferia; 2) uma separa-ção crescente entre as zonas e moradias reservadas as camadas sociais mais privilegiadas e as zonas de moradia popular; 3) um esfacelamento generalizado das funções urbanas disseminadas em zonas geografica-mente distintas e cada vez mais especializadas: zonas de escritórios, zona industrial, zona de moradia, etc.” [VILLAÇA, 2001: 147]
1. TEIXEIRA, Denise. Entrevista Flávio Villaça. Entrevista ONLINE, nº 024.04. São Paulo, Portal Vitruvius, out. 2006 http://
www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/06.024/3309?page=1
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“A segregação é um processo dialético, em que a segregação de uns pro-voca, ao mesmo tempo e pelo mesmo processo, a segregação de outros. Segue a mesma dialética do escravo e do senhor.” [VILLAÇA, 2001: 148]
“A segregação é uma determinada geografia, produzida pela classe domi-nante, e com a qual essa classe exerce sua dominação através do espaço urbano.” [VILLAÇA, 2001: 360]
Contudo, a forma de organização do espaço segregado está em função de quem do-mina o espaço. Se concentra desta forma na periferia o local onde vivem os pobres, onde o preço da terra é baixo e o território é socialmente e fisicamente segregado.
1 . 2 D E S I G U A L D A D E
O processo do desenvolvimento social na zona leste, e as características de segrega-ção apresentadas, está relacionado ao processo de desigualdade patrimonialista nas cidades no Brasil. A Profª Ermínia Maricato aborda o assunto no texto “Sociedade Desigual, Cidades Desiguais”, enquanto era vice-Ministra do Ministério das cidades que se revela num contexto positivo para contribuição neste trabalho. No início, vemos a contextualização da desigualdade quanto problema, sendo “solucionado” com uma forma que distribui as riquezas, e não as concentra:
Nossa história mostra, portanto, que não basta crescer para resolver o problema da desigualdade. É preciso crescer com distribuição das rique-zas geradas e isso inclui, também, o espaço urbano que é produzido. [MARICATO, 2005: 1]
Deste modo, a desigualdade é identificada do ponto de vista da localização do solo urbano em relação o que é ofertado a ele:
O ambiente construído faz parte da riqueza produzida e distribuída sob determinadas relações sociais. Se em qualquer cidade do mundo o preço de um imóvel, seja um terreno ou um edifício, é fortemente de-terminado pela localização no meio urbano, entre nós, em cidades ex-tremamente desiguais do ponto de vista da oferta de benefícios, essa diferença de preço é maior e determina a segregação tão conhecida,
Percebemos que as descrições dos tipos de segregação não se excluem, mas se apre-sentam de modo a se complementarem, focando na separação do solo, das zonas e das funções urbanas. Para tanto, o processo se torna contínuo, e estrutura a natureza social da segregação.
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além de determinar também características especulativas do mercado. Mercados restritos e especulativos são mercados excludentes. Mercados democráticos e abrangentes são mercados marcados pela alta produtivi-dade e incorporação de avanço tecnológico. Os primeiros, ao cercear o acesso à cidade e à moradia para todos, e controlar as terras mais bem localizadas, restringem também as alternativas legais de construção de ambiente urbano como veremos em seguida. Mesmo quando o poder público se empenha (o que não tem sido uma regra geral) para responder às necessidades das camadas de mais baixa renda, seja de habitação, de infra-estrutura ou de equipamentos urbanos, sua eficácia fica compro-metida pelo custo especulativo das terras e dos imóveis. Há outros mo-tivos para essa ineficácia mas esse é, sem dúvida, um dos principais. Um volume razoável de recursos financeiros injetados num ambiente especu-lativo de produção imobiliária pode, sob determinadas condições, elevar o preço da terra e aumentar a carência de habitação ou de outros equipa-mentos ao invés de combatê-la. A tese desenvolvida por Raimundo Faoro no clássico “Os Donos do Poder” explica as origens do patrimonialismo brasileiro, uma das marcas do nosso atraso, caracterizado pela relação entre concentração do patrimônio, poder econômico e poder político. [MARICATO, 2005: 1]
Portanto, o diagnóstico sobre a desigualdade da terra aponta para esta relação da concentração do patrimônio, como explica Raimundo Faoro, em sua obra “Os Donos do Poder”. Ainda assim, a formação do espaço urbano desigual, segundo Yvonne Mautner em A periferia como fronteira de expansão do capital², é impulsionada pela forma como o trabalho assalariado foi conduzido:
Assim como a tendência a generalização da forma mercadoria, cri-ou ao longo da história diferentes formas de trabalho assalariado, que induziu também a produção de um espaço urbano desigual e fragmen-tado. [MAUTNER, 1999: 248]
Acrescentando a mesma lógica, Raquel Rolnik aponta que as infraestruturas básicas para a exten-são no eixo horizontal em São Paulo não contemplavam as áreas mais povoadas, prolongando a exclusão social da terra:
2. CSABA DEÁK & SUELI RAMOS SCHIFFER (ORGS.) O processo de urbanização no Brasil. São Paulo, Editora Universidade de
São Paulo, 1999.
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3. Segundo Yvonne Mautner: O conceito mais óbvio para definir periferia é sem dúvida o geográfico, dada sua posição em relação às áreas centrais; na sociologia a tendência dominante foi seguir o viés “marginalista”, via “urbaniza-ção sem industrialização” (inchamento do terciário). A contribuição da economia da periferia como o locus de menor renda diferencial urbana.4. Esta noção de camadas é utilizada de maneira similar a Massey (1984): “a estrutura de economias locais poder ser vistas como produto da combinação de ‘camadas’ da sucessiva imposição do tempo, de novas rodadas de investimentos, novas formas de atividades”(pp. 117-118)
1 . 3 F R A G M E N T A Ç Ã O
O espaço urbano da periferia³ na zona leste dos anos 70, a qual analisamos, é estru-turado pela segregação social, mas não se estagna, se estende a novas terras mais baratas, enquanto as que tinham sido apropriadas antes recebem vagarosamente as condições mínimas indispensáveis numa sociedade, sendo assim, aplicada em um formato desigual.
“Para evitar uma aproximação fragmentada e antes de definir um con-ceito, consideramos a periferia como base de um processo de produção de espaço urbano. A periferia é de fato um local onde vivem os pobres, é socialmente segregada, e o preço da terra é baixo, porém, ao mesmo tem-po, é um local mutante, sempre reproduzido em novas extensões de terra, enquanto velhas periferias são gradualmente incorporadas à cidade, ocu-padas por novos moradores e reorganizadas pelo capital.” [MAUTNER, 1999: 254]
Considerando que, além das políticas de extensão de eletricidade, água, esgotos e limpeza pública, as prioridades em relação à pavimentação e arborização tampouco contemplavam as áreas mais densamente povoa-das como critério básico, tinha-se uma cidade onde a desigualdade de condições urbanísticas funcionava como grande indexador dos preços dos imóveis os mercados segmentados. A oferta de infra-estrutura não tinha uma relação direta com a densidade demográfica da cidade. Essa característica gerou um padrão de exclusão e também um mecanismo regulador do mercado. [ROLNIK, A cidade e A Lei, 1997: 132]
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A interpretação das camadas expressa a ordem para composição do espaço urbano sempre asso-ciado e em benefício do mercado imobiliário. A terra transformada em propriedade, lotes colocados à venda, abertura de ruas, legalização das áreas, adequação do loteamento que contempla: infra-estrutura, dimensão de lotes, áreas institucionais, áreas verdes, etc. E finalmente, o processo que pode levar anos, a transformação dessas áreas propriamente em “espaço urbano”. [MAUTNER, 1999: 257]
Contudo, ao final da análise vemos a conformação dos espaços públicos e privados nas periferias sendo controlados pelas prioridades do capital, onde possui suas prioridades distante do território onde o crescimento populacional é intenso, onde as necessidades de infra-estrutura básica são ex-tremas.
Portanto, o espaço urbano nas periferias se revela como não planejado e executado, mas ocupa-do de modo fervoroso, desta forma alguns equipamentos e áreas públicas mostram-se até então, segregados socialmente e fragmentados.
Embora seguindo um padrão fragmentado, descontinuo no tempo e no espaço, a forma predominante de produção do espaço urbano em São Paulo poderia ser apresentada como uma sequência de três camadas, as duas primeiras consistindo em trabalho, cobrindo e preparando a terra para a terceira, o capital. [MAUTNER, 1999: 256]
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Além disso, resulta um padrão repartido de terras, no qual o mercado conduz e fraciona a produção de um sistema que garante a fragmentação da terra, que, primeiro é transformada em propriedade (lotes, casas), separada da infraestrutura (viários, saneamento, áreas institucionais, áreas verdes), para após existir a chegada do capital, trazendo propriamente o “espaço urbano”. Ainda, Yvonne Mautner explica:
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CAPÍTULO IICOMPOSIÇÃO DO TERRITÓRIO
CAPÍTULO IICOMPOSIÇÃO DO TERRITÓRIO
A partir das imagens que introduzem este capítulo, podemos verificar alguns subsídios que auxiliam na compreensão do território levantado. Em evidência temos os vestígios das primeiras ocupações na periferia da porção leste da cidade de São Paulo, esta, aparece com traçado de qua-dras e sistema viário consolidado nos anos de 1943. De modo geral, os bairros consolidados se apresentam com os chamados nomes: Itaquera, Vila Carmosina, Fazenda Caguassú e Fazenda do Carmo, indicados na Planta da Cidade de São Paulo, de 1943.
Diversos fatores contribuíram a caminhada acelerada de muitas pessoas em direção à periferia estudada, além das imagens que expõem a expansão da mancha urbana da capital, a análise de Regina Meyer e Marta Grostein em “A Leste do Centro – territórios do urbanismo”, subsidiaram a abrangência desta transição.
Nas últimas três décadas, os distritos centrais por desdobramento, perderam população. Em con-traponto, os distritos periféricos da Região Leste continuam crescendo, indicando a existência de conjuntos habitacionais de interesse social, como COHAB-SP e CDHU. Essa dinâmica de distri-buição da população está relacionada ao estado de abandono que podem ser verificados nos bair-ros centrais. Essa dinâmica instalou em São Paulo uma contradição, pois as áreas equipadas com infraestrutura e transporte se esvaziam enquanto são abertos novos espaços, expandindo assim a mancha urbana, isto ocorre tanto pelo alojamento dos mais pobres nas periferias carentes de in-fraestrutura e equipamentos sociais, quanto pelos três fatores associados a esta expansão:
Fator 1 - a instalação da ferrovia em Itaquera que possibilitou o acesso a terrenos baratos.
Fator 2 – a introdução do ônibus como transporte público gerou a transformação de vias urbanas de novos bairros, em qualquer direção do território proporcionado assim a formação acelerada precária.
Fator 3 - a compra pelo poder público de um grande estoque de terra rural para a construção de conjuntos habitacionais de interesse social, em meados da década de 1970.
A implementação da linha 3-vermelha do metrô também impulsionou a expansão de Itaquera. Contudo, ainda tem como principal característica ser um bairro dormitório. [MEYER e GROSTEIN, 2010: 49]
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Sobretudo, com a expansão horizontal na zona leste, rapidamente os eixos de mobili-dade deixaram de suportar a locomoção da população. Compondo-se com a Avenida Jacu-pêssego no eixo norte-sul e a Avenida Aricanduva leste-oeste, ambas identi-ficadas nos mapas ao lado como vias estruturais, a linha vermelha do metrô, sendo as estações mais próximas do Parque do Carmo (cerca de 40 minutos), Itaquera e Artur Alvim, e algumas poucas outras vias principais, numa tentativa de interligar os outros distritos (Itaquera, Cidade Líder, Parque do Carmo e José Bonifácio), configu-ram a locomoção desta porção com a cidade. É relevante observar os corredores de ônibus, implantados só agora em 2014, e também é considerado positivo a presença das áreas verdes e parques que aqui foram preservados.A maior área verde da zona leste se localiza no distrito do Parque do Carmo, com isso, os parques na região leste da cidade também se concentraram somente neste trecho. Mesmo com a ocupação ao longo dos anos, a mancha urbana ainda não ocupa a área de preservação do Carmo, porém, a outra área de parque já está ocupada, pois deveria existir um projeto de parque. Em vez disso, o que ocorre é uma grande ocupação no chamado Parque Savoy City, identificado no distrito da Cidade Líder.Os tipos de terrenos também influenciam na disposição de usos na cidade, apenas nos terrenos municipais pode-se ter equipamentos de uso público. Porém, como vemos no terceiro mapa, os mesmos são a minoria em relação aos terrenos fiscais, impossibilitando ainda mais o atendimento a demanda da população. Ainda, nas áreas de reserva existe preservação do ecossistema, dificultando, neste caso, o uso desse espaço. Portanto, as classificações aprecem como sendo um problema quanto as áreas destinadas para de convívio público, uma vez que os espaços públicos além de fragmentados são insuficientes.
“A face visível dessa dinâmica da distribuição da população da cidade e na metrópole está relacionada à precariedade e ao estado de abandono que pode ser verificado tanto nos Bairros Centrais quanto nas perife-rias metropolitanas. Essa dinâmica é, ainda, responsável pela expansão descontrolada da ocupação devastadora e ilegal de áreas ambientalmente frágeis, como as Áreas de Proteção aos Mananciais (APMs) e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs). A busca de espaços para moradia pelas camadas mais pobres da população conduz a este processo. Desse modo, recursos significativos de solo urbano com infraestrutura implementada e do patrimônio construído estão sendo relegados e desperdiçados.” [MEYER e GROSTEIN, 2010: 62]
Seria errôneo afirmar que na cidade escravocrata não havia uma separa-ção clara entre o domínio do espaço público e o domínio privado, atri-buindo um caráter de ruptura radical as mudanças ocorridas no findar do século XIX. [ROLNIK, 1997: 33]
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Ao adentrar no território do Parque do Carmo, vemos nitidamente os assuntos dis-cutidos no capítulo um: a desintegração espacial às áreas públicas, equipamentos, morfologia urbana e classes sociais. A região próxima ao rio Aricanduva se revela em função do lugar segregado e fragmentado. Entretanto, devemos apontar algu-mas descrições realizadas sobre este território que descrevem geograficamente a as conexões existentes, mesmo sendo em período anterior a seu adensamento:
“A via principal de comunicação com o Jardim Nossa Senhora do Carmo é a Estrada do Caguassu [...] À página 5 deste memorial, tem-se a descrição das fazendas que formaram a do Carmo que, via de regra, é citada como tendo sido parte apenas da Caguaçu [...] “As terras que constituem a Fa-zenda de Nossa Senhora do Carmo, propriedade que era da Ordem Car-melita Fluminense, localizam-se na outrora “Paragem de Itaquera”. Ita-quera era formada por quatro grandes fazendas, destacando-se, pela sua extensão a do Carmo. Essas propriedades agrícolas, colocadas em forma de uma perfeita cruz, eram: a Fazenda do Carmo, assim popularmente chamada e que até o ano de 1919 foi propriedade da Ordem Terceira do Carmo, situada ao Sul;” [LEMOS e FRANÇA, 1999: 30]
A citada “via principal de comunicação com o Jardim Nossa Senhora do Carmo”, cujo nome hoje é Avenida Afonso de Sampaio e Souza, permanece indispensável para co-municação do bairro, para tanto, vemos a complementação desta ligação na Avenida Maria Luiza Americano (em vermelho). Esta conexão é primordial para as trans-posições realizadas pela parte mais alta do bairro, as manchas escuras evidenciam esses picos, sendo possível assimilar que em determinados momentos chegamos a um nível muito inferior ao topo.
Contudo, transposições transversais aparecem de forma tímida, percebemos pelo desenho das quadras comprimidas ausência de ruas que poderiam fazer esta comu-nicação das partes mais baixas do bairro.
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A ligação entre a história da divisão das fazendas ocorre hoje com o uso existente para as áreas que se dividiram em três partes: o Parque do Carmo, o Parque Natu-ral Municipal Fazenda do Carmo¹ e a APA do Carmo². Essas divisões, além de dis-tribuir as utilidades e ter função de preservação do ecossistema natural, conduz a característica da zona leste e principalmente do bairro vendido como um bom lugar devido a existência do parque. Observamos também nas fotos aéreas, com evidên-cia, que o bairro Jardim Nossa Senhora do Carmo é geograficamente desenhado em função do parque.
1. O Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC) foi criado em 12 de junho de 2003 com o nome de Parque Natural Municipal do Carmo, por meio do Decreto Municipal nº 43.329, totalizando uma área de 3.958.667,70m². Em 2008 foi ampliado sob o Decreto n° 50.201, quando passou a abranger uma área de 4.497.800,00m² e teve seu nome alterado para Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, a fim de diferenciá-lo do já existente, Parque do Carmo (Parque Urbano).(SITE PMSP-SVMA)2. Situado no interior da Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual Parque e Fazenda do Carmo, o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC) compõe a maior mancha de vegetação da Zona Leste do município de São Paulo, em contraposição à densa ocupação urbana que o circunda, representando a primeira Unidade de Conser-vação de Proteção Integral da capital paulista instituída em meio urbano. (SITE PMSP-SVMA)
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Ampliando o diagnóstico para o distrito do Parque do Carmo, alguns itens foram considerados indispensáveis para melhor compreensão do território: densidade de-mográfica, índice de vulnerabilidade social, áreas de risco, mobilidade, quantidade e variação dos equipamentos sociais.
Este diagnóstico aponta uma distribuição desproporcional dos equipamentos, pois se concentram onde as quadras são regulares, onde há maior possibilidade de caminhos e locomoção, ou seja, nos espaços que possuem uma mínima infra-estrutura. Porém, mesmo nas áreas que apresentam determinada concentração, permanece a ausência da variação de uso dos equipamentos sociais, dando prioridade ao uso educacional, não atendendo demais demandas que complementariam o Distrito, como cultura, lazer, saúde e assistência social.
Fica nítido, dessa maneira, que as áreas que apresentam maior índice de vulnerabi-lidade social são exatamente as que mais carecem de equipamentos sociais e eixos de mobilidade, como ruas asfaltadas, iluminação, transporte coletivo e ciclovias. Em contrapartida, o número de campos de futebol de “várzea”, são encontrados com frequência, mesmo em áreas de risco, pois a população acaba tomando iniciativa de atender, ou minimizar, a falta de lazer provocada pela ausência desses equipamentos públicos.
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LEGENDA
FUTURO CEU
ESCOLAS EXISTENTES
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VIELAS
FLUXOS MAIS UTILIZADOS
Para tanto, foram demarcados os equipamentos no território analisado, todas as vielas, feiras e os principais fluxos de circulação dentro no bairro.Também foram demarcadas as pisci-nas particulares, com intuito de ob-servar o lado do bairro que possui melhores casas, o lado esquerdo do mapa (favela) não possui casa com piscinas.
Ainda, é relevante informar a prevista construção de um novo equipamento no bairro, o CEU Parque do Carmo.
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Assim, o território localizado dentro da mancha urbana na região metropolitana de São Paulo, com cerca de 68.258 habitantes, possui impasse de acessibilidade e mobili-dade para com a cidade. Isto é, sendo aten-dido somente por ônibus, a fluidez urbana enfrenta ainda topografia acidentada, mu-ros e grades.
Acrescentando os dados de inserção urba-na no território, observamos os principais componentes estruturadores: os equipa-mentos urbanos de educação, lazer, e ape-nas um equipamento de saúde. As demais demandas (cultura e assistência social) não são atendidas. Para tanto, o acesso aos equipamentos, muitas vezes se dão por ruas e vielas mal resolvidas, que se apresentam de modo inadequado e incoerente para uma passagem segura.
À vista disso, as questões relacionadas ao medo, insegurança, pontos de encontro, es-paços lúdicos e lugares para práticas esporti-vas, ainda devem ser resolvidas independen-tes do funcionamento de um determinado equipamento público. Os banhos solares, lugares confortáveis e o pertencimento do espaço, se intimidam na presença dos mu-ros, devido à ausência das centralidades de bairro e a carência de diversas atividades sociais, revelando-se no esquecimento dos lugares de convívio.
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CEI Parque Savoy City
EMEF Prof Aurélio Arrobas Martins
EE Jozineide Pereira Gaudino
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Posto Policial e praça EMEI Padre Nildo do Amaral Junior
Centro Esportivo Rumi de Ranieri
Centro Esportivo Rumi de Ranieri
EMEF José Querino Ribeiro
Campo de futebol
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No Parque Savoy City, (com tal denominação, sem possuir o projeto de parque), nota-mos a existência de várias ár-vores, e, onde a topografia é menos acidentada acontece a ocupação de 800 famílias. Em meio as casas, atrás de uma escola de educação infantil, há um campo de futebol sendo o único lazer próximo a comu-nidade.
Os trechos de caminhos mais utilizados: ruas de feiras, aces-so a ônibus, praça de ponto final da linha do transporte coletivo e escadarias. Lugares com potencialidades de transformação por rece-berem grande fluxo de pes-soas de dia e de noite.
Em suma, o exemplo mais crítico de caminho no ter-ritório nos leva a uma escola. A caminhada feita todos os dias pelas crianças, jovens, adultos e idosos, faz o pedestre andar por buracos, desviar de car-ros. É de verificar-se que não existe calçada. A situação pi-ora quando anoitece, uma vez que muitas árvores amedron-tam as caminhadas quando se está sozinho.
Em última análise, os levantamentos realizados em diversos dias, expõem a fotografia do território (do lado mais vulnerável):
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CAPÍTULO IIIESTUDOS DE CASO
CAPÍTULO IIIESTUDOS DE CASO
Tendo em vista a análise do território, os estudos de caso escolhidos deram subsídios para im-plantação da proposta. Embora diferentes, se complementam a medida que são aplicados em determinados espaços.
O primeiro mostra a implantação do projeto do educador Anísio Teixeira em Salvador, quando desenvolve a proposta de um território que contemple o lugar-escola e o lugar-cidade. Revela, de tal modo, o seguinte raciocínio: uma centralidade (Escola Parque) que oferece apoio para o desenvolvimento do bairro e das demais escolas do entorno (Escolas Classe), de forma a se inte-grarem em um contexto, configurando assim os territórios educativos.
Em seguida, a escola do modernismo expõe o projeto CECAP em Guarulhos. Embora seja o pio-neiro dos conjuntos habitacionais, também contempla espaços destinados aos usos básicos para a futura população, sem negar a necessidade dos equipamentos sociais que traz suporte para moradores.
Por fim, o projeto aplicado na gestão do Prefeito Celso Daniel em Santo André, Programa inte-grado de inclusão social, executa um projeto urbanístico em determinadas favelas. Estabelece es-paços para atividades comunitárias e, principalmente, aborda melhorias nos principais caminhos utilizados pela população.
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3 . 1 ESCOLAS CLASSE, ESCOLA PARQUE (Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro)
SALVADOR – BAHIA1950ÁREA DO TERRITÓRIO: 106.580m²AUTORES: ANÍSIO TEIXEIRA, Diógenes Rebouças
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O educador Anísio Teixeira, depois de muitos estudos sobre modelos educacionais, inaugurava em 1950 o primeiro núcleo de uma obra edu-cacional de grande valor.
Com objetivo de implantar uma es-cola que fosse mais do que “uma es-cola”, um lugar onde a criança, além das atividades escolares, pudesse ainda complementar seu dia com atividades de artes industriais, de-senho, música, dança, a Escola Parque, se concebeu no Centro Educacional Carneiro Ribeiro. O conjunto se apresenta com 1 Escola Parque e 4 Escolas Classes (em am-arelo).
No município de Salvador, o bair-ro escolhido para receber a pri-meira experiência do sistema Es-colas Classe Escola Parque foi o da Liberdade, em virtude de estar ali a maior concentração de menores sem escola.
Conjunto da Liberdade:Esquema da implantação do conjunto Escolas Classe Escola Parque Distância entre as Escolas Classe e a Escola Parque, variando de 1 a 2 kmCrédito: Adaptado pela equipe Livi do original de Alice Seiko Matsumoto
Distribuição dos sete conjuntos inicialmente previstos para o município de SalvadorCrédito: Adaptado pela equipe Livi do original de Alice Seiko Matsumoto
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USO ÁREA(m²)
PORCENTAGEM
4%4.440TRABALHO
ESPORTE
EDUCAÇÃO
ATIVIDADESSOCIAIS
9%9.000
6%5.880
1%1.600
Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
CULTURA 7%7.000
ADMINISTRAÇÃOE CIRCULAÇÕES 73%78.660
TOTAL 100%106.580
ESC 1 : 2.500
USO ÁREA(m²)
PORCENTAGEM
4%4.440TRABALHO
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Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
CULTURA 7%7.000
ADMINISTRAÇÃOE CIRCULAÇÕES 73%78.660
TOTAL 100%106.580
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Podemos estabelecer uma relação com a es-colha do Território CEU Parque do Carmo, quando a vulnerabilidade social e a deman-das por equipamentos se estabelecem forte-mente.
A integração social é realizada pela variedade de atividades que assim proporcionam ações educativas na escala de bairro. [DUARTE, 2009: 109]
Conjunto da Liberdade:Esquema da implantação do conjunto Escolas Classe Escola Parque Distância entre as Escolas Classe e a Escola Parque, variando de 1 a 2 kmCrédito: Adaptado pela equipe Livi do original de Alice Seiko Matsumoto
Esquema do Centro Educacional Carneiro Ribeiro: SalvadorCrédito: Livro Escolas Classe Escola Parque
3 . 2 CECAP CONJUNTO ZEZINHO DE MAGALHÃES PRADO
CUMBICA – SÃO PAULO1968ÁREA DO TERRITÓRIO: 166.000m²AUTORES: J.B.V. ARTIGAS/ F. PENTEADO/ P.M. ROCHA
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“Esses são os conjuntos de contribuição de habitação popular, e esta solução, o conjunto Zezinho Magalhães em Guarulhos, é mui-to interessante porque é para 50 mil habitantes e eu tive de, com a equipe, que era muito grande, da qual Paulo Mendes da Rocha é talvez o único aqui presente, projetar equipamento urbano para toda aquela população. Calculamos uma pirâmide de idades, vimos quantas crianças de dez anos teriam, quantas de dezessete e colo-camos no conjunto todos os equipamentos sociais necessários para justificar cada apartamento”. [ARTIGAS, 1989]
O CECAP – Caixa Estadual de Casas para o Povo, sem compreende num projeto para habitação popular e urbanismo pois foi pensado em conjunto o projeto de toda a infraestrutura necessária para a população.Os equipamentos foram dimensionados para atender uma provável popula-ção de 50.000 habitantes, por isso foram planejadas escolas, posto de saúde,
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USO ÁREA(m²)
PORCENTAGEM
5%7.000TRABALHO
ESPORTE
EDUCAÇÃO
HABITAÇÃO
6%9.500
6%10.000
76%127.800
Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
SAÚDE 2%3.000
CIRCULAÇÃO 5%8.700
TOTAL 100%166.000
ESC 1 : 5.000
USO ÁREA(m²)
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5%7.000TRABALHO
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EDUCAÇÃO
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Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
SAÚDE 2%3.000
CIRCULAÇÃO 5%8.700
TOTAL 100%166.000
ESC 1 : 5.000
escola técnica, comércio, estádio de futebol, teatro de arena, edifícios de escritório e comércio, um hospital, um entreposto comercial, um clube e um hotel. As lâminas habitacionais foram dispostas de forma rigidamente ordenada compondo o que os arquitetos chamavam freguesias. As freguesias eram compostas por cerca de 32 lâminas, um centro comercial e uma escola sendo os demais ser-viços dispostos de forma distribuídas pelo conjunto. [SILVA, 2012]
3 . 3 PROGRAMA SANTO ANDRÉ MAIS IGUALPrograma integrado de inclusão social
Intervenções em Sacadura Cabral, Tamarutaca, Capuava e Quilombo IISanto André – SP2003ÁREA DO TERRITÓRIO: 290.000m²(Favela Sacadura Cabral)AUTORES: PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ
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USO ÁREA(m²)
PORCENTAGEM
3%10.000TRABALHO
ESPORTE
EDUCAÇÃO
HABITAÇÃO
1%8.000
6%15.000
9%20.000
Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
favela e circulaçõesmelhoradas 81%8.700
TOTAL 100%290.000
ESC 1 : 5.000
O programa começou a ser implantado em Sacadura Cabral e Tamarutaca, em no-vembro de 1998, estendendo-se a Capuava e Quilombo II a partir do ano seguinte. Foram contemplados tanto os componentes de caráter físico urbanístico (redução da densidade de ocupação do solo, implantação de infraestrutura, produção de lotes urbanizados, melhorias habitacionais), como os socioeconômicos – pro-gramas de complementação de renda, geração de trabalho e renda, educação pro-fissionalizante e saúde domiciliar.Para o envolvimento da população, foram desenvolvidas metodologias participa-tivas em todas as esferas de atuação do programa, isto é, nas dimensões físico-urbanística, social e econômica. O principal propósito do projeto era possibilitar a inclusão social de setores ex-cluídos da sociedade e da economia, através da ação pública norteada por uma concepção multidimensional. Para tanto, a prática se propõe a construir uma es-tratégia sustentável de inclusão social em territórios urbanos, de forma a ampliar o leque de possibilidades para a efetiva autonomização das populações desfavore-cidas. Esta estratégia privilegia a integração das ações, rompendo com a cultura institucional da oferta setorializada de serviços e benefícios.Além disso, a estratégia baseia-se na articulação de ações e na mobilização inte-grada e concentrada em âmbitos espaciais determinados – núcleos de favela -, de recursos públicos e ativos sociais que permitam a transição da condição de exclusão para a de inclusão social, com participação da comunidade nos processos decisórios e de execução dos diversos componentes do programa.Por fim, a implantação de infraestrutura e equipamentos como, projeto e execução de obras de iluminação e eletrificação e projeto e execução de equipamento social (Centros Comunitários), foram fundamentais para escolha deste estudo, pois se adequa as propostas que viram a seguir. [LARANJEIRA, 2003]
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USO ÁREA(m²)
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EDUCAÇÃO
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Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
favela e circulaçõesmelhoradas 81%8.700
TOTAL 100%290.000
ESC 1 : 5.000
USO ÁREA(m²)
PORCENTAGEM
3%10.000TRABALHO
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1%8.000
6%15.000
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Quadro de Áreas - Distribuição dos Usos
favela e circulaçõesmelhoradas 81%8.700
TOTAL 100%290.000
ESC 1 : 5.000
Santo André Mais Igual: o programa se caracteriza pela aplicação conjunta e si-multânea de programas em um mesmo território da cidade, originando o lema “tudo junto, ao mesmo tempo e no mesmo lugar”, que expressa a diretriz geral do programa.
DEPOIMENTO“Urbanizar é a rede de esgoto, é mais limpo, asfalto, acaba a viela, é diferente.”“A urbanização envolve o bem-estar das pessoas, a saúde mes-mo, ... não ter mais aquele es-goto a céu aberto, com moscas e ratos, não é Ieda? Melhora pra saúde, melhora a auto-estima das pessoas. Passar em vie-las não mais tão estreitas, mas ainda têm vielas muito estreitas, que ainda não aconteceu a ur-banização. Se uma pessoa pas-sar mal ali, nossa, vai ser muito difícil entrar.” Moradores de Capuava.
CAPÍTULO IVTERRITÓRIO CEU PARQUE DO CARMO
CAPÍTULO IVTERRITÓRIO CEU PARQUE DO CARMO
“O medo cria muros!” - foto levantamentoExpõe a indignação da população sobre os equipamentos sem permeabilidade com o entorno.
“O medo cria muros!” - foto levantamentoExpõe a indignação da população sobre os equipamentos sem permeabilidade com o entorno.
Tendo em vista a composição do território, o projeto urbanístico proposto é de primeira instância abordado pela SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano). Em 2013, a secretaria iniciou a implantação dos novos CEUs (Centro Educacional Unificado) retomando os princípios das escolas parque de Anísio Teixeira, com espaços de integração entre os programas educacio-nais e o bairro. Assim a atual gestão da Prefeitura de São Paulo tem como objetivo implantar os novos CEUs integrando-os com os equipamentos públicos existentes no entorno e espaços públi-cos que os conectam, com vias acessíveis, iluminadas e arborizadas, configurando os chamados Territórios CEU.
Portanto, as intervenções aqui apresentadas têm como objetivo também responder a expectativa de projeto que a prefeitura vem desenvolvendo, pois ainda não existe implantação de projeto de Território CEU, devido a ideia ter surgido em 2013.
Além do partido de projeto tomar como princípio a ideia da prefeitura, outros elementos foram essenciais para a conciliação do projeto, sendo eles: legislação incidente, estudo de topografia, identificação dos componentes estruturadores de mobilidade do território e, sobretudo, a oficina participativa com jovens moradores das áreas mais vulnerais. Assim, a integração de todos os tópicos de estudo visa ampliar o acesso seguro da população ao espaço da cidade, consolidando São Paulo como uma Cidade Educadora.
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4 . 1 O F I C I N A P A R T I C I P A T I V A
Com as premissas de desenvolver um projeto com participação da população, e prin-cipalmente para fundamentar as propostas aqui sugeridas, vimos a necessidade de entrevistar os moradores, e a oficina se apresentou de modo positivo para contri-buições das sugestões de projeto aqui defendidas.
Sobretudo, a ideia inicial de desenvolver uma oficina que diagnosticasse os problemas e potencialidades do território foi iniciada pela prefeitura, onde se realizou o Workshop Territórios CEU – Conceito e Metodologia no dia 14 de março de 2014, com o propósito de desenvolver o “conceito e a metodologia de implemen-tação dos Territórios em conjunto com agentes do governo local, que conhecem as demandas e anseios de cada região contemplada e que participarão ativamente de todo o processo”.
Site
Ges
tão
Urb
ana-
Terr
itório
CEU
-PM
SP-S
MD
U/2
014]
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A oficina participativa, realizada no dia 25/09/14 na EMEF Jose Querino, complemen-tou TCA (Trabalho Colaborativo de Autoria), que contou com o apoio da professora Mari Márcia Rodriguez, teve como referência a metodologia das audiências públicas realizadas para revisão do PDE em 2013, e buscava diagnosticar o que poderia ser melhorado no bairro, afim de intervir no território e concretizar a proposta do Ter-ritório CEU Parque do Carmo, além de propor uma intervenção para área de estudo do TFG em andamento. Participaram 24 alunos, com idade entre 13 e 14 anos, todos moradores do lado do que apresenta maior índice de vulnerabilidade do bairro. Durante o desenvolvimento da oficina os alunos foram separados, de acordo com a proximidade de suas respectivas casas, em 4 grupos de 6. Para cada etapa do tra-balho, os alunos, além dos exercícios, responderam questionários com perguntas direcionadas ao tema de cada exercício.
Primeiramente, no exercício 1, os alunos identificaram a suas respectivas casas no mapa, responderam há quanto tempo moravam nessas casas e onde moram seus familiares. Os endereços mais identificados foram as ruas Joaquim Meira de Siqueira, Jerônimo de Abreu do Vale, Cravo da Índia e José Dias Velho. Muitos afirmaram morar nessas localidades por mais de uma década, enquanto alguns há apenas há alguns anos. Já seus familiares, responderam eles, moram desde bairros próximos, como Artur Alvim e Guaianazes, até em outros estados, como Bahia e Pernambuco.
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No exercício 2, contaram quantas opções de caminho tinham até a escola e desenharam no mapa, com uma linha vermelha, o principal deles. O número de opções variou entre 1 e 5, sendo que a maioria respondeu que tinha uma ou duas opções. Identificaram ainda os lugares do bairro que eles costumavam frequentar. Na opinião deles, os locais mais atrativos da região são o Parque do Carmo e o SESC Itaquera, além do Shopping Aricanduva, que se encontram fora do limite do ter-ritório estudado. Isso evidencia a falta de equipamentos de cultura e lazer no bairro, que cria uma maior necessidade de locomoção. Dentro do território, foram identificados principalmente campos de futebol, praças, estabelecimentos comerciais (bares, padarias, pizzarias e sorveterias) e bailes funk organizados na rua, ao ar livre. Esses bailes, em determinado momento da oficina, geraram uma polêmica dividindo as opiniões entre os que gostavam ou não se incomodavam e os que não concordavam e criticavam o barulho que, segundo eles, incomodavam a vizinhança.
Quando questionados se costumavam andar sozinhos ou acompanhados, a maioria respondeu que normalmente andavam acompanhados.
No terceiro exercício, identificaram no mapa pontos de encontro com bolinhas amarelas, lugares abertos no período noturno com bolinhas azuis. Responderam o nome dos lugares mais frequen-tados pelas pessoas do bairro, se existem problemas quanto os lugares abertos a noite e se seria melhor que tivessem mais lugares. Em relação aos lugares mais frequentados, novamente o Parque do Carmo foi citado, assim como o “Clube”, “Mundo do Açaí”, a “Casa do Norte”, entre outros res-taurantes e padarias. Alguns restaurantes, juntamente com comércio ambulante de batatas fritas, bares e até mesmo posto de gasolina foram apontados como opções de lazer noturno. A maioria afirmou que seria melhor se houvessem mais opções noturnas, e alguns frisaram o risco de ser as-saltado como o principal problema dessas opções.
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No quarto exercício, além de responderem no questionário, também escreveram em cartelas amarelas as potencialidades do território e em cartelas verdes seus problemas, e colaram em um painel no centro da sala, ao alcance visual de todos. Essa atividade teve como objetivo deixar a oficina mais dinâmica, com a possibilidade de discutirem os diagnósticos. Os principais problemas apontados foram: ruas esbura-cadas, a falta de hospitais, a má iluminação de ruas e vielas, o convívio com drogas e prostituição, a falta de segurança, esgotos a céu aberto, os matagais e a criminalidade. As potencialidades, além das já citadas anteriormente, ainda incluíam as áreas verdes e o “Clube do Arrobas”.
Já no quinto exercício, o foco foi o transporte que mais utilizavam, e os ônibus e lotações foram os mais apontados. Ainda assim, carros, skates e bicicletas também foram citados.
Por fim, no último exercício, os alunos escreveram suas propostas para a melhoria do bairro. Essas propostas foram bem variadas: academia ao ar livre, laboratório de ciências, bibliotecas, rampas para deficientes, teleférico no morro, pontos de wi-fi, restaurantes do programa “Bom Prato”, mais moradias, mais lixeiras, “Fábrica de Cul-tura”, mais quadras esportivas, criação de hospitais, parques de diversão e até mesmo um piscinão. Todas essas cartelas de propostas foram coladas no mural, e logo depois cada grupo criou um desenho que resumia suas propostas. Esses desenhos foram apresentados pelos integrantes, que discutiam suas propostas com os demais.
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4 . 2 O P R O J E T O
Deste modo, o projeto do Território CEU Parque do Carmo se configura tendo como seus componentes estruturadores os equipamentos públicos, as atividades latentes e os pontos de conexões, sendo os principais: os percursos de ônibus, o ponto final de uma linha de ônibus que leva até o metrô, os pontos de ônibus, vielas, trilhas e as áreas verdes e públicas.
Sendo assim, apresentamos 4 detalhes de projeto que se adequam a legislação inci-dente, as propostas do Plano Diretor, aos estudos topográficos e sobretudo a oficina participativa. Assim, atende aos objetivos correspondentes a estimulação da integra-ção dos equipamentos e áreas públicas, proporciona circuitos seguros para a popula-ção, especialmente quando os mesmos levam até escolas, e ainda criamos espaços de mobilidade para modos não motorizados. Portanto, os caminhos do Território CEU levam sempre a um eixo de mobilidade estruturador.
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Font
e ba
ses
PMSP
-SM
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/ IBG
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D E T A L H E 1 – H I S / C O M É R C I O / C U L T U R A
Se apresentando como o problema mais delicado neste trabalho, as 800 famílias assentadas em áreas com declividades acentuadas, áreas inundáveis e áreas de pro-teção, tiveram remanejamento para este trecho do projeto. Entretanto, a habitação proposta atendeu cerca de 300 famílias em unidades habitacionais, e as demais se-guiram para a uma área da COHAB situada dentro do limite do Parque do Carmo. Esse trecho foi escolhido para destinação das famílias pois o terreno em que o edifí-cio habitacional se instala é tido hoje como ZEIS 5. Dessa maneira o edifício comer-cial, com salas de escritório, comercio e restaurante, apoia o adensamento proposto, assim como o projeto do CECAP, abordado no capitulo 3, onde cada freguesia con-tinha um edifício comercial. A implantação tomou como partido o desenho topográ-fico do terreno se configurando com seu traçado natural, possibilitando assim a não retiradas das árvores existentes e melhor aproveitamento do terreno conformado.
Além disso, esse trecho possui duas praças existentes, identificadas como poten-cialidades na oficina. Com isso, o projeto da praça foi adequado a receber um an-fiteatro com apoio de administração e instalação sanitária sendo concebido como um equipamento cultural, atendendo assim mais uma das principais demandas. É importante ressaltar as escadarias propostas, pois levam a 2 escolas e à Avenida Ma-ria Luiza Americano, que é atendida pelo transporte coletivo. Este é o trecho mais próximo do futuro CEU Parque do Carmo, por isso não concebemos equipamentos para futura população.
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D E T A L H E 2 – A V E N I D A P A R Q U E
Tendo como principal referencia as propostas da Lei 16.050/2014 Plano Diretor da Cidade de São Paulo, este detalhe aceita o traçado de melhoramentos viários e cor-redores de ônibus a serem implantados em 2016. Porém, o projeto foi redesenhado obedecendo a declividade da via proposta em até 10%, e contempla, além do cor-redor de ônibus, uma ciclovia. Deste modo, é nomeada Avenida Parque por estar localizada na área do Parque Savoy City, onde aqui são criadas trilhas de conexão que trazem mais acessibilidade ao novo CEU. Ainda, afim de atender as atividades complementares neste trecho, espaços de lazer comunitários para as crianças e ativi-dades e uma quadra coberta com vestiários e lanchonete se integram com o parque, onde em momentos decks de madeira levam o pedestre a contemplar a paisagem do parque.
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D E T A L H E 3 - P R A Ç A D A M Ú S I C A
Sem identificações de projeto de lei, mas de acordo com levantamentos de campo, entrevistas com moradores e a oficina, foi identificado que as áreas verdes próximas concentram grande número de pessoas, durante o dia e a noite. Além desses acon-tecimentos, é relevante informar que também se concentra neste trecho o ponto final de uma linha de ônibus que leva até a estação de metrô mais próxima (Artur Alvim), permitindo assim uma concentração mais intensa de pessoas, apresentando-se como um ponto de encontro latente.
Para tanto, o projeto desenvolve 2 novas circulações de caminhos do território sendo mais rápido o acesso as avenidas que circulam ônibus. Ainda, com objetivo de abrigar as atividades existentes no espaço aberto e sem infraestrutura, acatando as propos-tas e observações das oficinas, um CCJ – Centro Cultural da Juventude é proposto como equipamento cultural, se configurando com um pequeno anfiteatro e espaços de alongamento para idosos, acolhendo e configurando-o também como um espaço de lazer.
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D E T A L H E 4 – P A R Q U E M A C H A D O N U N E S
Em função de recuperar uma das nascentes do rio Aricanduva, e contemplar as ações do Plano di-retor, criou-se a proposta do Parque Linear Machado Nunes, que se integra com a favela Machado Nunes. Esse projeto atende diversas demandas apontadas na oficina, como áreas de caminhada, alongamento para idosos, parques, áreas para práticas esportivas, pontos de encontro, lazer para crianças, diversão, entre outras. Ainda é considerado um ponto importante para conexões com as demais regiões do território, porque temos uma feira próxima, que acontece aos domingos, e uma centralidade comercial que aproxima-se de uma das esquinas do terreno, tendo espaços para ativi-dades infantis e pontos que conformam o cotidiano, como por exemplo banca de jornal, padaria e mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conceber a criação de um projeto urbanístico estruturador do Território CEU Parque do Carmo
se mostrou indispensável, pois responde-se adequadamente as necessidades de melhorias a mobi-
lidade urbana e local do bairro, e acolhe diversas demandas sociais.
Sobretudo, realizar um projeto de intervenção a partir de problemas identificados pelos moradores
do território foi essencial para completar a esfera do direito da inclusão dos mais pobres. Ainda,
as conexões das atividades realizadas no espaço público aprimoram o desenvolvimento urbano na
cidade.
O urbanismo é a atividade de projeto, pois trata dos espaços, dos lugares existentes, necessári-
os, possíveis e desejados. Portanto, a pretensão de desenvolver um bairro, com diversos níveis de
classes sociais, que se unificam nos mesmos espaços dando assim as mesmas oportunidades de
uma educação integral fora do espaço físico da escola, completa a função social da educação de
estimular o aprendizado numa cidade educadora, permanecendo fora dos muros.
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
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