Território populaçao

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Se esta Rua fosse Minha! Isabel Breia TERRITÓRIO E POPULAÇÃO Ordenamento do Território

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TERRITÓRIO E POPULAÇÃO

Ordenamento do Território

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Introdução

A Rua dos Bons Amigos surgiu de

uma operação de loteamento de

iniciativa privada, a Sudoeste do centro

urbano de Mêda, tendo início na EN 331,

constituindo-se como um, dos

dois acessos ao novo tecido urbano.

O loteamento é constituído por lotes destinados a edifício de comércio/serviços e

habitação colectiva na frente Norte, moradias unifamiliares de dois pisos com anexo e um lote

destinado a Hotel situado no extremo Sul.

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Insuficiências

“A cidade e o automóvel convivem cada vez mais e cada vez pior”.

A Rua dos Bons Amigos inicialmente projectada como via local, passou por força das

circunstâncias a ter acesso à via principal a Norte. Por força dessa ligação passou a ser uma via

de passagem, sem características para tal.

A sua plataforma com 9 metros de largura, a que correspondem 6 metros de faixa de

rodagem e passeios em ambos os lados com 1.5 metros cada. No passeio pedonal a Nascente

foram plantadas árvores em toda a sua extensão. Este local não está servido por baias de

estacionamento, o que leva a que o estacionamento seja feito junto do passeio ao longo da via

que permite circulação nos dois sentidos.

As construções implantadas nesta urbanização são todas relativamente recentes,

maioritariamente unifamiliares, verificando-se ainda alguns vazios em lotes que ainda não

foram construídos, o deficiente tratamento dos espaços públicos.

A sua situação periférica levou a que se localizasse junto ao loteamento industrial,

paredes meias com oficinas e armazéns. Muito embora a presença de indústria dita pesada

seja praticamente inexistente, a verdade é que a transição não foi devidamente acautelada de

forma garantir condições de isolamento salubridade que se exigiam.

A população é maioritariamente jovem, com predominância de habitantes ligados ao

sector terciário. Verifica-se ainda a presença de um grande número de jovens em idade

escolar, que na falta de equipamentos desportivos e de lazer desenvolvem as suas actividades

no arruamento ou nos lotes não construídos.

Os lotes que ladeiam a estrada 331 a Norte, permitem o uso comercial ao nível do

r/chão e habitação multifamiliar ao nível do 1.º e 2.ºs andares marcando a frente edificada,

quer através da sua volumetria, quer pela oferta de serviços de restauração e bebidas e loja de

produtos alimentares.

O espaço público é algo impessoal e embora permita uma relação de proximidade dos

seus habitantes, não proporciona a vivência do exterior pela ausência de espaços ajardinados

e equipamentos de utilização colectiva adequados, levando-o a transformar-se num bairro

dormitório.

De salientar ainda, a débil ligação ao centro da cidade que não convida à deslocação

pedonal sobretudo, pela ausência de caminhos para o efeito, mas também pela distância a

percorrer o que leva inevitavelmente à utilização do automóvel.

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Oportunidades

“A cidade pode ser redescoberta”.

O local deve ser visto e pensado no conjunto da estrutura urbana da cidade,

valorizando a paisagem urbana e requalificação de espaço público.

Aquilo que são debilidades, devem ser transformadas em oportunidades, com

redefinição da lógica de mobilidade e dos espaços para circulação de peões. Uma mais valia

neste aspecto poderia ser o aumento da largura dos passeios e a transformação das vias em

trânsito de sentido único desincentivando o seu uso e reduzindo os conflitos passando a ser as

pessoas o actor principal - o cidadão, a pessoa, o peão.

A proximidade à zona industrial pode ser uma mais valia, desde que garantida a

qualidade ambiental e criando uma verdadeira barreira verde através da efectivação da cortina

arbórea prevista no plano da mesma. Esta proximidade permite que quem ali trabalha possa

habitar no bairro, evitando assim o uso do automóvel para se deslocar para o emprego.

A criação de um contínuo verde, uma ciclo via ou o reforço das comunicações pedonais

poderia atenuar a distância e permitir um melhor diálogo com o centro cívico onde se

concentram os principais equipamentos públicos.

Transformar este novo espaço de habitar num local com identidade, de espaços de

convívio, de vegetação e de lazer é um grande desafio. Não basta estar num local mais ou

menos calmo, longe da confusão, são necessárias novas dinâmicas!

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Visão

“A nossa cidade é diariamente o nosso cenário”.

Crente que o espaço nos condiciona e nos molda, o local onde vivemos é fundamental

para a nossa qualidade de vida. Não basta a casa ser confortável, o jardim ser bonito, é

necessário que tudo o que nos rodeia esteja adaptado à nossa vivência.

O automóvel é importante mas acaba por não ser essencial!

Em cada caminhada, em cada passeio de bicicleta, podemos vislumbrar novos

horizontes sobre a nossa cidade. Longe do volante; a pé, de autocarro, de comboio ou até de

elevador abre-se o campo de visão sobre o espaço que habitamos. A cidade parece que

cresce...

A intervenção teria que começar na rua, no bairro e chegar à escala da cidade.

Os objectivos essenciais para a qualificação do espaço seriam:

Reordenamento da rede viária e do estacionamento;

Novos planos de circulação pedonal;

Criação de espaços verdes e equipamentos de lazer;

Efectivar a cortina arbórea com a zona industrial;

Construção de uma ciclo via até ao centro;

Reforço do comércio/serviços de proximidade;

Conclusão das obras na urbanização.