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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de QueirozDesempenho horticultural de laranjeiras doces de meia-estação sobre tangerineira ‘Sunki’ Yuri Caires Ramos Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Fitotecnia Piracicaba 2015

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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Desempenho horticultural de laranjeiras doces de meia-estação sobre tangerineira ‘Sunki’

Yuri Caires Ramos

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Fitotecnia

Piracicaba 2015

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Yuri Caires Ramos

Engenheiro Agrônomo

Desempenho horticultural de laranjeiras doces de meia-estação sobre tangerineira ‘Sunki’

versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011

Orientador: Prof. Dr. FRANCISCO DE ASSIS ALVES MOURÃO FILHO

Co-orientador: Dr. EDUARDO SANCHES STUCHI

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Fitotecnia

Piracicaba 2015

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

DIVISÃO DE BIBLIOTECA - DIBD/ESALQ/USP

Ramos, Yuri Caires Desempenho horticultural de laranjeiras doces de meia-estação sobre tangerineira

‘Sunki’ / Yuri Caires Ramos. - - versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011. - - Piracicaba, 2015.

99 p. : il.

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.

1. Citrus sinensis 2. Desenvolvimento vegetativo 3. Produção acumulada 4. Qualidade dos frutos 5. Maturação 6. Similaridade fenotípica I. Título

CDD 634.31 R175d

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”

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Aos meus pais Ramos & Rita,

Pelos ensinamentos e valores da vida.

Minha esposa Naiara,

Pelo amor, paciência e companheirismo.

Meus tios:

Zé & Fá

Boni & Tina

Pelo apoio, amor e carinho.

Minhas irmãs: Tássia & Gizélia,

Meus sobrinhos: Maria Guadalupe & Lorenzo,

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força e livre arbítrio.

À USP/ESALQ, ao professor Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho e ao

pesquisador Dr. Eduardo Sanches Stuchi pelas referências e ensinamentos. Aos

pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA) Dr.

Walter dos Santos Soares Filho e Orlando Sampaio Passos pela iniciação da

pesquisa em Citricultura.

À Citrosuco S/A Agroindústria e, especialmente, Helton Carlos de Leão e André

Luiz Vanucci da Silva pela colaboração e apreço. À Fazenda Rio Pardo, ao gerente

Sérgio Morais e toda a equipe operacional da fazenda pela assistência na condução

dos experimentos.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

pela bolsa de estudos. À Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB)

pela logística e assessoria. Ao Grupo de Práticas em Fruticultura da ESALQ (GPF)

pelo auxílio nas análises laboratoriais.

À Prof.ª Dra. Simone Rodrigues da Silva pelo auxílio e condução inicial dos

experimentos. Ao Prof. Dr. Angelo Pedro Jacomino e ao técnico Dr. Marcos José

Trevisan pela disponibilidade e cooperação no uso do Laboratório de Pós-colheita

de Produtos Hortícolas. Ao Prof. Dr. Marcel Bellato Spósito pelo auxílio na

metodologia empregada na avaliação de doenças. Ao Prof. Dr. Paulo César

Sentelhas (Departamento de Engenharia de Biossistemas) por sua disposição e

ajuda na interpretação das variáveis agrometeorológicas. Ao Prof. Dr. Hilton Tadeu

Zarate Couto (Departamento Ciências Florestais) pelo auxílio nas análises

estatísticas.

Ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, as secretarias Luciane e

Solizete pelo carinho e “puxões de orelha”. Aos funcionários do Departamento de

Produção Vegetal: Bete, Célia, Cido, Eder, Horst, Jouly, Naliel, Osmair, Paulo J. e

Toninho.

Aos amigos: Gentil, Sakai, Carol, Rafael, Adilson, Dani, Nati, Caron, Custódio,

Nardélio, Wellington, Jose Luis, Fadel, Filipi, Sr. Natalio & D. Maria. Á rep. Lesma

Lerda PG, ao Prof. Luciano e a Liga Garra de Águia, ao Prof. Pastel e a família

Cordão de Ouro, a Associação de Pós-Graduandos (APG-ESALQ) e, toda

comunidade Piracicabana que contribuíram significativamente nessa caminhada.

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“Nunca se afaste de seus sonhos, pois se

eles se forem, você continuará vivendo, mas

terá deixado de existir”

Charles Chaplin

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................. 11

ABSTRACT ............................................................................................................. 13

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 17

2.1 Citricultura paulista ............................................................................................ 17

2.1.1 Breve histórico ................................................................................................ 17

2.1.2 Atualidades da citricultura paulista ................................................................. 19

2.2 Diversidade varietal, órgãos de pesquisa e germoplasma ................................ 20

2.3 Aspectos gerais da laranja doce ....................................................................... 22

2.4 Porta-enxertos utilizados na citricultura ............................................................. 23

2.5 Agrometeorologia dos citros .............................................................................. 25

2.5.1 Variação sazonal do clima e crescimento vegetativo ..................................... 25

2.5.2 Estimativa de produtividade ........................................................................... 26

2.5.3 Graus-dia ........................................................................................................ 27

2.6 Doenças fúngicas dos frutos ............................................................................. 28

2.6.1 Mancha preta do citros (MPC) ........................................................................ 28

2.6.2 Podridão Floral dos Citros (PFC) ................................................................... 30

2.7 Qualidade dos frutos cítricos ............................................................................. 31

2.8 Desenvolvimento e maturação dos frutos cítricos ............................................. 33

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 35

3.1 Localização e caracterização do experimento ................................................... 35

3.2 Materiais genéticos avaliados ........................................................................... 36

3.3 Crescimento vegetativo e densidade de plantio ajustada ................................. 38

3.4 Produção e variáveis relacionadas .................................................................... 38

3.5 Modelo agrometeorológico para sensibilidade ao déficit hídrico ....................... 39

3.6 Avaliação da MPC e PFC .................................................................................. 40

3.7 Qualidade dos frutos ......................................................................................... 41

3.8 Curva de maturação .......................................................................................... 42

3.9 Análise estatística ............................................................................................. 43

4 RESULTADOS ..................................................................................................... 45

4.1 Crescimento vegetativo ..................................................................................... 45

4.2 Produção, produtividade e eficiência produtiva ................................................. 48

4.3 Sensibilidade ao déficit hídrico .......................................................................... 51

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4.4 Podridão Floral dos Citros e Mancha Preta dos Citros ..................................... 53

4.5 Qualidade dos frutos ......................................................................................... 54

4.6 Curva de maturação ......................................................................................... 59

4.7 Similaridade fenotípica ...................................................................................... 61

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 63

5.1 Crescimento vegetativo .................................................................................... 63

5.2 Produção, produtividade e eficiência produtiva ................................................ 64

5.3 Sensibilidade ao déficit hídrico ......................................................................... 65

5.4 Podridão Floral dos Citros e Mancha Preta dos Citros ..................................... 66

5.5 Qualidade dos frutos ......................................................................................... 67

5.6 Curva de maturação ......................................................................................... 69

5.7 Similaridade fenotípica ...................................................................................... 70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 73

7 CONCLUSÕES .................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 77

ANEXOS ................................................................................................................. 93

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RESUMO

Desempenho horticultural de laranjeiras doces de meia-estação sobre tangerineira ‘Sunki’

A laranjeira ‘Pera’ é a cultivar mais plantada na citricultura brasileira. Com a incidências de doenças e aumento do custos de produção na citricultura, torna-se necessário a avaliação de materiais genéticos mais promissores que a laranjeira ‘Pera’. Portanto, buscou-se avaliar o desempenho horticultural de laranjeiras doces consideradas meia-estação e identificar aquelas superiores à cultivar padrão (Pera IAC). Foram avaliadas dezessete cultivares de laranja doce (Pera IAC, Pera IAC 2000, Pera 2, Pera 3, Pera 4, Pera Alexandre Maróstica, Pera Milton Teixeira, Seleta Amarela, Seleta Rio, Homosassa, Finike, Biondo, Bidwells Bar, Sanguínea, Vaccaro Blood, Torregrosa e Jaffa) enxertadas em tangerineira ‘Sunki’. O experimento foi instalado em maio de 2007, no espaçamento 6,5 x 2,5 m e conduzido sem irrigação. Avaliaram-se o crescimento vegetativo, produção, eficiência produtiva, abscisão dos frutos, sensibilidade ao déficit hídrico, incidência de podridão floral (PFC), incidência e severidade de mancha preta dos citros (MPC), qualidade e curva de maturação dos frutos. As médias das variáveis foram comparadas com a cultivar padrão (Pera IAC) e analisadas pelo teste de Dunnett (P < 0,05). Para sensibilidade ao déficit hídrico e curvas de maturação foram realizadas analises de regressão. As plantas de laranja ‘Pera 3’ registraram as menores alturas, no sétimo ano após o plantio. As plantas de laranja ‘Pera Milton Teixeira’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’ foram os únicos materiais que registraram produções acumuladas superiores às das plantas de laranja ‘Pera IAC’. As plantas de ‘Seleta Amarela’, ‘Pera 3’, ‘Pera 4’, ‘Vaccaro Blood’ e ‘Pera Milton Teixeira’ registraram as maiores eficiências produtivas. As plantas da laranja ‘Pera IAC’ registraram as maiores alternâncias produtivas e as plantas de laranja ‘Sanguínea’ registraram as menores alternâncias. As seleções ‘Pera 2’, ‘Pera 3’, ‘Pera 4’ e ‘Pera Milton Teixeira’ registraram as menores abscisões de frutos. As plantas das laranjas ‘Pera Milton Teixeira’, ‘Pera IAC’, ‘Pera IAC 2000’, ‘Pera 2’, ‘Seleta Rio’ e ‘Pera 3’ foram classificadas como cultivares de alta sensibilidade ao déficit hídrico e as plantas das laranjas ‘Bidwells Bar’, ‘Jaffa’, ‘Torregrosa’ e ‘Sanguínea’ como de baixa sensibilidade. As menores incidências de MPC foram registradas nos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’ e não houve diferenças entre as cultivares para incidência de PFC. Para o teor de sólidos solúveis, apenas os frutos da laranja ‘Finike’, ‘Pera 2’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’ foram superiores aos da cultivar padrão. A seleções ‘Pera IAC’, ‘Pera 2’, ‘Pera 3’ e ‘Pera 4’ apresentaram alta similaridade fenotípica entre si. Ao estabelecer a curva de maturação, verificou-se uma maior precocidade da laranjeira ‘Seleta Rio’ e uma maturação mais tardia para a seleção ‘Pera Alexandre Maróstica’ quando comparadas a laranjeira ‘Pera IAC’.

Palavras-chave: Citrus sinensis; Desenvolvimento vegetativo; Produção acumulada; Doenças fúngicas; Qualidade dos frutos; Similaridade fenotípica

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ABSTRACT

Horticultural performance of mid-season sweet oranges on 'Sunki' mandarin

'Pera' is the most widely planted sweet orange cultivar in the Brazilian citrus industry. Due to incidences of diseases and increase in production costs it is necessary to find promising genetic materials than ‘Pera’ sweet orange. Therefore, the horticultural performance of sweet oranges, considered mid-season, were evaluated and identified those ones which were better than standard cultivar (Pera IAC). Seventeen sweet orange cultivars (Pera IAC, Pera IAC 2000, Pera 2, Pera 3, Pera 4, Pera Alexandre Maróstica, Pera Milton Teixeira, Seleta Amarela, Seleta Rio, Homosassa, ‘Finike, Biondo, Bidwells Bar, Sanguínea, Vaccaro Blood, Torregrosa e Jaffa) were evaluated, all of then were grafted on 'Sunki' mandarin and were non-irrigated. The experimental orchard was planted in May 2007, from 12 month-old plants (nursery trees) disposed in a 6,5 m × 2,5 m spacing. We evaluated the vegetative growth, yield, yield efficiency, fruit drop, sensitivity to drought, incidence of postbloom fruit drop (PFD), incidence and severity Black Spot of Citrus (CBS), fruit quality and index of ripeness. The averages of variables were compared with the standard cultivar (Pera IAC) and analyzed by Dunnett's Test (P < 0.05). For sensitivity to drought and index of ripeness were performed regression analyzes. The lowest hight and canopy volume were recorded in the 'Pera 3' sweet orange trees seven years after planting. The 'Pera Milton Teixeira' and 'Pera Alexandre Marostica' sweet orange trees were the only materials which had superiority over the 'Pera IAC' sweet orange trees regarding cumulative yield. The largest yield efficiency was registered in 'Seleta Amarela', 'Pera 3', 'Pera 4', 'Vaccaro Blood' and 'Pera Milton Teixeira' sweet orange trees. The most alternate bearing index was found in the standard cultivar and 'Sanguinea' sweet orange trees showed smaller bearing index. Smaller fruit drop were checked in cultivars Pera 2, Pera 3, Pera 4 and Pera Milton Teixeira. The 'Pera Milton Teixeira', 'Pera IAC', 'Pera IAC 2000', 'Pera 2', 'Seleta Rio' and 'Pera 3' sweet orange trees showed high sensitivity to drought while the 'Bidewells Bar', 'Jaffa', ‘Torregrosa’ and ‘Sanguínea’ sweet orange trees showed low sensitivity. Regarding the evaluated diseases, the orange 'Pera IAC' recorded the lowest incidences of MPC and PFC differences were not cheked among the cultivars. For the soluble solids content, only the 'Finike', 'Pera 2' and 'Pera Alexandre Marostica' sweet oranges fruits were superior to standard. The cultivars Pera IAC, Pera 2, Pera 3 and Pera 4 sweet oranges showed high phenotypic similarity. The 'Seleta Rio' sweet orange was considered early–maturing cultivar and ‘Pera Alexandre Maróstica’ a late-maturing cultivar when compared 'Pera IAC' sweet orange.

Keywords: Citrus sinensis; Vegetative growth; Cumulative yield; Fungal diseases; Fruit quality;Phenotypic similarity

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1 INTRODUÇÃO

A citricultura brasileira apresenta hegemonia mundial na produção e

exportação de suco de laranja (FAO, 2015). Essa primazia deve-se ao Estado de

São Paulo que é responsável por 74% da produção nacional de laranjas (IBGE,

2015). Com a citricultura voltada para indústria, os citricultores paulistas limitam-se,

basicamente, no uso de quatro cultivares de laranja: Hamlin (precoce), Pera (meia-

estação), Natal e Valência (tardias), representando 82% das árvores cítricas do

Estado (FUNDECITRUS, 2015).

Entre as cultivares mais plantadas na citricultura paulista, destaca-se a

laranjeira ‘Pera’, participando com 35,7% das arvores cítricas (CDA, 2015). Bastante

adaptada às condições climáticas brasileiras, a laranjeira ´Pera’ é caracterizada por

suas múltiplas floradas e qualidade de suco aceitáveis pela indústria e pelo mercado

de fruta fresca (SCHINOR et al., 2009). Entre as seleções de laranja ‘Pera’, a ‘Pera

IAC’ foi largamente recomendada aos citricultores e chegou a participar com 70

milhões de plantas nos pomares paulistas (SALIBE et al., 2002).

A predominância da laranjeira ‘Pera’ e a baixa diversificação apresentada na

citricultura brasileira e, principalmente, na paulista vem provocando grandes danos

de ordem econômica e social. Como exemplo, cita-se a incidência de doenças como

a tristeza dos citros (citrus tristeza virus - CTV), a clorose variegada do citros (CVC),

a morte súbita dos citros e o huanglongbing (HLB). Essas doenças dizimaram, na

época, milhões de árvores nas principais regiões produtoras de laranja do Estado de

São Paulo (CCSM, 2001; BASSANEZI et al., 2005; FADEL et al., 2014; YAMAMOTO

et al., 2014; LEONEL et al., 2015). Tais impactos, associados à expansão dos

canaviais, intensificaram, nos anos 2000, a migração do cinturão citrícola para

regiões centrais e sudoeste do Estado de São Paulo (NEVES et al., 2010).

A região sudoeste do Estado de São Paulo vem se configurando como um

importante cinturão citrícola, na atualidade. Essa região tem como principal

característica o clima mais ameno, registrando temperaturas médias e deficiências

hídricas inferiores, quando comparada às regiões norte e noroeste do Estado

(RIBEIRO et al., 2006). Essas condições climáticas interferem diretamente na

produtividade, na suscetibilidade à doenças e na qualidade dos frutos.

Com a crescente demanda, do mercado externo, por sucos de melhor

qualidade, aumento dos custos de produção e deslocamento do eixo citrícola

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(NEVES et al., 2010), fica evidenciada a necessidade de avaliar materiais genéticos

mais promissores que a laranjeira ‘Pera’, com intuito de fortalecer a citricultura pela

agregação de características desejáveis às exigências do mercado (BASTOS et al.,

2014). Assim, este trabalho objetivou avaliar o desempenho horticultural de

dezessete cultivares de laranja doce consideradas meia-estação e identificar

aquelas superiores à laranjeira ‘Pera IAC’.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Citricultura paulista

2.1.1 Breve histórico

No Brasil, a atividade citrícola tornou-se economicamente relevante no final do

século XIX, através da exportação da laranja (Citrus sinensis L. Osbeck) in natura, a

partir do Estado do Rio de Janeiro. No Estado de São Paulo, a atividade passou a se

desenvolver no início do século XX, como uma das alternativas diante do

desaquecimento da atividade cafeeira (BORGES e COSTA, 2006).

A expansão da citricultura paulista contou com o apoio do governo do Estado

que, por volta de 1915, através da Secretaria de Agricultura, iniciou a produção e

comercialização de mudas cítricas, enxertadas em laranjeira ‘Azeda’ (C. aurantium

L.). Naquela época, estabeleceu-se o núcleo citrícola no município de Limeira, que

além de abastecer São Paulo, liderou a exportação da fruta in natura para Argentina,

Inglaterra e outros países europeus (DONADIO et al., 2005).

Em 1928, o governo do Estado de São Paulo criou a Estação Experimental de

Limeira (EEL) - atualmente Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do

Agronegócio de Citros Sylvio Moreira (CAPTACSM) - e a Estação Experimental de

Sorocaba, as quais iniciaram as pesquisas com citros no Estado. Naquela fase, foi

bastante recomendada a utilização da laranjeira ‘Baianinha’ como copa e a laranjeira

‘Azeda’ como porta-enxerto. Essa combinação passou a predominar nas novas

plantações (ANDRADE, 1933; VASCONCELLOS, 1939; BRIEGER et al., 1941).

Em 1937, surge uma doença intitulada ‘tristeza dos citros’ que, em poucos

anos, eliminou todas as plantas enxertadas em laranjeira ‘Azeda’, principal porta-

enxerto da época. Apenas as árvores de pé franco ou enxertadas em laranjeira

‘Caipira’, limoeiro ‘Cravo’, tangerineiras e híbridos de trifoliata resistiram à doença.

Entretanto, esses materiais representavam menos de 20% dos pomares paulistas

(MOREIRA, 1942).

A partir daquela época, o limoeiro ‘Cravo’ (C. limonia Osbeck) tornou-se um

dos principais candidatos a substituir a laranjeira ‘Azeda’ como porta-enxerto,

principalmente, pela resistência à seca e adaptação aos solos de baixa fertilidade.

Porém, os poucos pomares formados sobre o limoeiro ‘Cravo’ apresentavam plantas

de baixa produtividade e de vida curta. Os pesquisadores da época perceberam que

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esses problemas eram causados pela utilização de borbulhas retiradas das

cultivares copas enxertadas sobre a laranjeira ‘Azeda’ que traziam consigo os

viróides da exocorte e da xiloporose, evidenciando a necessidade de material

vegetativo livre de viroses para produção de mudas sadias (POMPEU JUNIOR,

2009).

Com esse impasse, em 1955, foram produzidos, na EEL, os clones nucelares

livres de viroses, mais vigorosos e produtivos. Com o Programa de Registro de

Plantas Matrizes, em 1961, tornou-se obrigatório o uso de clones nucelares que, em

pouco tempo, representavam 95% dos pomares. A partir de então, o limoeiro ‘Cravo’

passou a liderar os novos cultivos como porta-enxerto (MOREIRA, 1962; ROSSETTI

et al., 1965).

A partir de 1963, com as sucessivas geadas ocorridas na Flórida, EUA, maior

produtor mundial de suco de laranja, implantou-se no interior do Estado de São

Paulo, uma indústria processadora de suco de laranja. A implantação dessa

indústria deslocou o núcleo citrícola de Limeira para a região norte do Estado, que a

partir de então, tornou o agronegócio citrícola uma atividade relevante para o Estado

e para o Brasil (BORGES e COSTA, 2006; NEVES et al., 2010).

Em 1970, houve um aumento exacerbado das áreas plantadas em São Paulo,

com plantações anuais superiores a um milhão de árvores. Em 1977, com o

alastramento do cancro cítrico, na região sudoeste e nos Estados vizinhos, criou-se

o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Com a mudança do eixo citrícola e

a demanda por novas cultivares, pela indústria, criou-se também a EECB - Estação

Experimental de Citricultura de Bebedouro (MOREIRA, 1975; DONADIO et al.,

2005).

A partir de 1985, foi registrado o plantio anual de 12 milhões de plantas cítricas

e o Estado chegou a ter mais de 170 milhões de plantas, ocupando cerca de 800 mil

hectares, em 1988. Naquele ano, observou-se, também, uma tendência de novas

plantações de citros na antiga região citrícola do sudeste, que possui clima mais frio

e úmido (PIO, 1999; DONADIO et al., 2005).

Porém, em 1987, foi observada a presença da doença intitulada clorose

variegada dos citros (CVC) nas regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo e

no triangulo mineiro (ROSSETTI e DE NEGRI, 1990). Alguns anos após a

identificação da CVC, constatou-se a erradicação de aproximadamente 10 milhões

de plantas cítricas, sendo que as regiões norte e noroeste de São Paulo foram as

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mais prejudicadas, com sintomas presentes em quase metade das árvores (CCSM,

2001).

Em 1997, no sul do Triângulo Mineiro, relatos indicaram a ocorrência da morte

de laranjeiras doces enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo’, por motivos desconhecidos.

Em 2001, a doença intitulada morte súbita dos citros (MSC) foi confirmada e relatada

oficialmente no norte do Estado de São Paulo. Entretanto, a doença limitou-se à

região norte e noroeste do Estado (GIMENES-FERNANDES e BASSANEZI, 2001).

Poucos anos após os danos causados pela CVC e MSC, detectou-se na região

de Araraquara, em 2004, a presença do huanglongbing (HLB) (COLLETA-FILHO et

al. 2004). O HLB ou Greening é considerado a principal doença da citricultura

mundial (BOVÉ, 2006). Aproximadamente, 10 anos após a identificação da doença,

relatou-se a erradicação de 34 milhões de plantas (CDA, 2015; FUNDECITRUS,

2015). Em virtude dos danos causados e da dificuldade do seu manejo, o HLB vem

colocando em risco esse importante setor do agronegócio brasileiro (BELASQUE

JUNIOR et al., 2009).

Entre os anos de 2009 e 2012, com a alteração da legislação de controle do

cancro cítrico no Estado de São Paulo, o índice de talhões contaminados com a

doença apresentou um expressivo aumento, de 893%. Além do menor rigor da

legislação de erradicação de plantas com cancro cítrico, houve alteração nas

atribuições do Fundecitrus que deixou de inspecionar e erradicar as plantas doentes,

fato que contribuiu para a expansão da doença (SANCHES et al., 2014).

A citricultura paulista vem enfrentando uma séria crise, devido à queda dos

preços, que está associada à diminuição da demanda mundial pelo suco de laranja.

Aliados à menor demanda, alguns fatores agravam o setor, tais como elevação dos

custos da produção decorrente do maior emprego e aumento dos preços dos

produtos fitossanitários, limitação da oferta de suco devido à maior incidência de

doenças, crescente perda de poder do pequeno produtor rural frente ao avanço dos

pomares próprios da indústria, bem como a crescente expansão do cultivo da cana-

de-açúcar no Estado de São Paulo (BARBOSA e GITAHY, 2010).

2.1.2 Atualidades da citricultura paulista

O Estado de São Paulo dispõe, atualmente, de uma área cultivada de 483 mil

hectares de plantas cítricas. Deste total, 445 mil hectares são destinados ao grupo

das laranjas, com 194,3 milhões de plantas (FUNDECITRUS, 2015; CDA, 2015). O

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Estado participa com 74% na produção nacional de laranjas, conferindo uma

hegemonia nacional junto ao setor citrícola do País (IBGE, 2015).

A citricultura do Estado de São Paulo encontra-se distribuída de forma

marcante em duas regiões: a “tradicional”, constituída pelos Escritórios Regionais de

Desenvolvimento Rural (EDRs) de Araraquara, Barretos, Catanduva, Fernandópolis,

General Salgado, Jaboticabal, Limeira, Mogi-Mirim, Ribeirão Preto, São João da Boa

Vista, São José do Rio Preto e Votuporanga; e a região “nova”, constituída pelas

EDRs de Avaré, Bauru, Botucatu, Itapetininga, Itapeva, Jales, Jaú, Lins, Piracicaba e

Sorocaba (VICENTE et al., 2009).

Mesmo com essa hegemonia nacional e importância mundial na cadeia

citrícola, a citricultura paulista expressa pouca diversidade. Seus pomares são

formados, basicamente, por laranjeiras doces que representam 92% da área citrícola

(FUNDECITRUS, 2015). Entre as cultivares, a laranjeira ‘Pera’ de maturação meia-

estação está presente em 36 % da área citrícola do Estado (FUNDECITRUS, 2015).

Nas décadas mais recentes, verificou-se um considerável decréscimo na área

cultivada com laranjeira na região norte do Estado, devido à maior incidência de

doenças (CVC e MSC) e valorização das terras. No mesmo período, a região

sudoeste apresentou um grande incremento em área plantada, a exemplo a EDR de

Avaré, que passou de 3 mil hectares de laranjeiras, em 1995, para 24,4 mil hectares

em 2007 (LUPA, 2015) e, atualmente, registra-se um cultivo de 12,7 milhões de

plantas cítricas (CDA, 2015).

Nessa “nova” região, destaca-se o município de Iaras que possui 4,7 milhões

de plantas e participa com 2,5% do total de plantas do Estado de São Paulo, ficando

atrás, somente, do município de Mogi-Guaçu que detém 3,2%. No município de

Iaras, a laranjeira ‘Pera’ tem uma participação de 25,6% (CDA, 2015).

2.2 Diversidade varietal, órgãos de pesquisa e germoplasma

A citricultura brasileira e paulista tem apresentado pouca diversidade varietal

em seus pomares. No Estado de São Paulo, o grupo das laranjeiras doces participa

com, aproximadamente, 92% do total das cultivares cítricas plantadas. Por outro

lado, do total cultivado com laranjeira doce 80,6% é referente às laranjeiras ‘Pera’,

‘Valência’, ‘Hamlin’ e ‘Natal’, as quais são destinadas, principalmente, ao

processamento industrial (CDA, 2015).

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A agroindústria citrícola sempre contou com o apoio da pesquisa das

Universidades e Institutos de Pesquisa do Estado. Entre os principais órgãos de

pesquisa que mais contribuíram no avanço do conhecimento acerca do setor

citrícola no Estado de São Paulo, nos anos recentes foram: Universidade de São

Paulo (USP); Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP);

Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que engloba o Instituto

Agronômico de Campinas (IAC), o Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do

Agronegócio de Citros Sylvio Moreira (CCSM) e o Instituto Biológico (IB);

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Fundo de Defesa da Citricultura

(FUNDECITRUS); Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Estação

Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB) que, em conjunto, representam

88,9% das publicações citrícolas do Brasil (SOUZA et al., 2013).

Com a citricultura voltada para a indústria desde a década de 60, as cultivares

de laranjeira doce foram muito pesquisadas ao longo dos anos. Além de produzir

novas variedades e/ou seleções, as Instituições também introduziram materiais de

diversos países com intuito de expandir seu germoplasma (fonte de variabilidade

genética disponível para o melhoramento de plantas). Em citros, a introdução de

materiais genéticos e a necessidade de ampliar as atuais bases genéticas são as

principais abordagens, do germoplasma, para o desenvolvimento de programas de

melhoramento (RONZELLI JÚNIOR, 1996; MACHADO et al., 2005).

A conservação de germoplasma das plantas cítricas tem por objetivo manter a

diversificação de cada espécie ou variedade evitando a erosão genética e

garantindo material genético para os trabalhos de melhoramento. O Banco de genes

ou Banco Ativo de Germoplasma (BAG) é um tipo de conservação de germoplasma

que constitui amplos repositórios de genes (MOREIRA e PIO, 1991).

Esses BAGs são mantidos, geralmente, próximos ao sistema de produção

comercial. No Brasil, os dois principais BAGs encontram-se nas principais regiões

citrícolas do País: Entre os principais BAGs, podemos destacar o BAG do Centro de

Citricultura Sylvio Moreira, localizado em Cordeirópolis (SP), com 2000 acessos, o

BAG da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, localizado em Cruz das Almas

(BA) com 626 acessos (MACHADO et al., 2011) e o BAG da Estação Experimental

de Citricultura de Bebedouro, SP (EECB), que em parceria com diversas instituições

de pesquisas do setor público e privado, tem servido de base para diversos

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trabalhos na área de melhoramento, fitossanidade, tratos culturais e seleção de

cultivares/híbridos copa e porta-enxerto (STUCHI, 2007).

Os materiais genéticos que vêm sendo selecionados, introduzidos e

melhorados pelas Instituições precisam ser avaliados em diferentes condições

climáticas e combinações (quanto ao potencial agronômico), uma vez que, a

diversidade de citros encontradas nas coleções brasileiras são, praticamente,

desconhecidas pelos produtores.

2.3 Aspectos gerais da laranja doce

As laranjeiras doces predominam na maioria dos países citrícolas com,

aproximadamente dois terços dos plantios, ficando o restante para as demais

espécies cítricas (PIO et al., 2005). No Brasil, as laranjas doces representam mais

de 90% das espécies cítricas cultivadas (IBGE, 2015; CDA, 2015).

De acordo com os atributos físico-químicos dos frutos, as laranjas doces são

divididas em quatro subgrupos: comum, umbigo, sanguíneas e as de baixa acidez.

Os subgrupos: de umbigo, sanguínea e baixa acidez são direcionadas apenas para

o mercado in natura. O grupo das laranjas comuns apresenta aptidão tanto para a

indústria de suco quanto para o mercado interno de frutas in natura (MOURÃO

FILHO et al., 2008).

As laranjas também são classificadas de acordo com sua época de maturação:

precoces, meia-estação e tardias. Essa classificação está relacionada com o tempo

necessário, a partir da antese, para atingir o ponto ideal de colheita. Esse tempo

pode variar de 9 meses para as cultivares precoces a 18 meses para as cultivares

tardias. A sincronia entre a época de maturação das diferentes cultivares permite às

indústrias paulistas processarem laranjas doces ininterruptamente, por um longo

período (POZZAN e TRIBONI, 2005).

A laranjeira ‘Pera’, de origem desconhecida, é a mais importante cultivar cítrica

brasileira. A sua época de maturação e qualidade organoléptica foram os principais

fatores que a tornaram preferida pela indústria e também pelo mercado in natura.

Uma das principais características da laranjeira ‘Pera’ é a emissão de vários fluxos

vegetativos e floríferos ao longo do ano, que podem ser considerados como

desvantagem do ponto de vista fitossanitário ou vantagem para o mercado de fruta

in natura (período de maturação entre 11 e 14 meses), pela maior oferta de frutos ao

longo do ano (DONADIO,1999).

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A laranjeira ‘Pera’ sempre ocupou lugar de destaque na citricultura brasileira,

antes mesmo, da era do processamento industrial do suco de laranja. Porém, a

cultivar foi parcialmente abandonada na década de 60 devido à presença de

caneluras ou “stem pitting” nos troncos e ramos causados pela infecção do vírus da

tristeza. Essa doença exigiu uma abordagem mais complexa para a produção de

clones nucelares (SALIBE, 2009).

Algumas dezenas de clones nucelares de laranjeira ‘Pera’ foram produzidos a

partir de 1938, pela antiga Estação Experimental de Limeira. Porém, somente na

década de 70, a Seção de Virologia do IAC conseguiu produzir um clone nucelar de

laranjeira ‘Pera’ pré-imunizado com um complexo de raças fracas do vírus da

tristeza. As observações em campo demostraram a eficiência da proteção cruzada

através de sucessivas propagações. O resultado do emprego desse material

propagativo altamente selecionado e livre de viroses se tornou tão evidente que

houve grande distribuição das gemas em nível nacional e nos países vizinhos

(MULLER, 1980; SALIBE et al., 2002).

2.4 Porta-enxertos utilizados na citricultura

O porta-enxerto induz à cultivar copa alterações no seu vigor, produção,

qualidade dos frutos e tolerância/resistência a fatores bióticos e abióticos. Assim,

para que a planta proporcione o máximo de produtividade, é necessário haver

compatibilidade entre a copa e porta-enxerto, seja conduzida no ecossistema

apropriado e com os devidos tratos culturais (POMPEU JUNIOR, 1991).

Vários porta-enxertos vêm sendo utilizados na citricultura brasileira, e suas

substituições deveram-se à sua suscetibilidade a problemas fitossanitários. Entre os

principais porta-enxertos utilizados na citricultura paulista destacam-se, em ordem

cronológica: laranjeira ‘Caipira’ (C. sinensis), laranjeira ‘Azeda’ e limoeiro.

De acordo com Pompeu Junior et al. (2005), o limoeiro ‘Cravo’, até 2002,

representava 77% das mudas produzidas na citricultura paulista. Após confirmação

da sua suscetibilidade à MSC, em 2001, passou a representar 40% das mudas nos

viveiros, em 2003. A MSC acelerou o processo de diversificação nos pomares e

outros porta-enxertos começaram a ser utilizados pelos viveiristas, a exemplo da

tangerineira ‘Cleópatra’ (C. reshni hort. ex Tanaka), citrumeleiro ‘Swingle’ [C. paradisi

Macfad. x Poncirus trifoliata (L.) Raf.] e tangerineira ‘Sunki’ [C. sunki (Hayata) hort.

ex Tanaka].

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Entre os porta-enxertos mais utilizados para laranjeira ‘Pera’, na citricultura

paulista, destacam-se: o limoeiro ‘Cravo’, com 39,7 milhões de plantas; a

tangerineira ‘Sunki’, com 8,9 milhões de plantas; o citrumeleiro ‘Swingle’, com 5,6

milhões de plantas; e a tangerineira ‘Cleópatra’, com 4,8 milhões de plantas (CDA,

2015).

A escolha do porta-enxerto leva em consideração características como

compatibilidade, produtividade, precocidade de produção, eficiência produtiva,

tamanho da planta, tolerância/resistência a doenças e indução de melhor qualidade

aos frutos. Entre os porta-enxertos disponíveis para comercialização, a tangerineira

‘Sunki’, por induzir boa produtividade a copa e apresentar compatibilidade com as

laranjeiras doces e, com as seleções de laranjeira ‘Pera’, foi selecionada como

porta-enxerto deste estudo.

A tangerineira ‘Sunki’, originária do sudeste da China, apresenta tolerância ao

declínio, MSC, ao vírus da tristeza, suscetibilidade à gomose de Phytophthora e

intolerância ao vírus da exocorte (AGUILAR-VILDOSO e POMPEU JUNIOR, 1997;

BASSANEZI et al., 2002; POMPEU JUNIOR et al., 2005).

Diversos estudos vêm sendo realizados para avaliar o potencial da tangerineira

‘Sunki’, em combinação com diferentes cultivares copas de laranjeira doce em

condições ambientais distintas. Ledo et al. (1999) observaram que a tangerineira

‘Sunki’ induziu produção similar, menor volume de copa, maior teor de sólidos

solúveis e maior concentração de ácido cítrico para a cultivar copa de laranjeira

doce, quando comparadas ao limoeiro ‘Cravo’ nas condições do Acre. Stuchi et al.

(2004) avaliando diferentes porta-enxertos, não verificaram diferenças entre a

tangerineira ‘Sunki’ e o limoeiro ‘Cravo’ na produtividade e qualidade dos frutos da

laranjeira ‘Pera IAC’, em Bebedouro, SP.

Stenzel et al. (2005a) demonstraram que a tangerineira ‘Sunki’ induziu à copa

da laranjeira ‘Folha Murcha’ alturas, produções e eficiências produtivas similares às

plantas sobre o limoeiro ‘Cravo’. Para qualidade dos frutos, os autores verificaram

que as plantas sobre tangerineira ‘Sunki’ produziram frutos maiores e rendimentos

de suco e de sólidos solúveis inferiores ao limoeiro ‘Cravo’, no Estado do Paraná.

Auller et al. (2008 e 2009) avaliando diferentes porta-enxertos no Estado do

Paraná, observaram que as plantas de laranja ‘Valência’ sobre a tangerineira ‘Sunki’

foram mais produtivas e apresentaram maiores volumes de copa, quando

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comparadas às plantas enxertadas em limoeiro ‘Cravo’. Em relação a qualidade dos

frutos, os autores não observaram diferenças entre os dois porta-enxertos.

2.5 Agrometeorologia dos citros

Segundo Agustí (2000), o cultivo das plantas cítricas é compreendido entre os

paralelos 44° N e 41° S. Essa ampla distribuição geográfica das plantas cítricas

evidencia sua adaptação a vários regimes térmicos e hídricos. Porém, as principais

áreas produtoras concentram-se em regiões subtropicais, em latitudes superiores a

20º N ou 20º S (DONADIO et al., 2005).

O clima como fator condicionante do cultivo dos citros interfere de forma

decisiva em todas as etapas da cultura. Tem influência na adaptação de cultivares,

no comportamento fenológico, incidência de doenças e, sobretudo, na produtividade

e maturação dos frutos (ORTOLANI et al. 1991).

2.5.1 Variação sazonal do clima e crescimento vegetativo

A relação entre as condições ambientais e as diferentes fases de

desenvolvimento dos vegetais é chamada de fenologia (LUCCHESI, 1987). O

conhecimento fenológico possibilita um melhor aproveitamento do potencial das

plantas quando submetidas aos diferentes regimes térmicos e hídricos

(SENTELHAS, 2005).

As espécies cítricas reduzem o crescimento vegetativo em temperaturas

próximas a 13ºC e apresentam aumento progressivo da atividade metabólica com o

aumento da temperatura, atingindo o máximo crescimento ao redor de 30ºC

(SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT, 1996). Em relação ao fator hídrico, sua baixa

disponibilidade também reduz o crescimento dos citros, afetando o crescimento da

parte aérea e das raízes e, consequentemente, o fornecimento de fotoassimilados

para a planta. As baixas temperaturas e a deficiência hídrica também são fatores de

indução da floração, estando as plantas aptas a florescerem com o início das

chuvas, em clima subtropical (DAVIES; ALBRIGO, 1994; RIBEIRO et al., 2008).

Em climas tropicais, as plantas vegetam durante, praticamente, todo o ciclo

anual devido às altas temperaturas e disponibilidade hídrica. Em climas subtropicais,

o crescimento é intenso no período compreendido entre a primavera e o verão e,

posteriormente, ocorre uma redução entre o outono e o inverno. Nesses tipos

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climáticos, o crescimento acompanha a variação sazonal do clima, sendo a redução

do crescimento observada, normalmente, em épocas com baixa temperatura e com

deficiência hídrica e a retomada do crescimento observada em épocas com

elevação da temperatura e da disponibilidade hídrica (DAVIES e ALBRIGO, 1994;

STENZEL et al., 2005a). Estudo realizado na região central do Estado de São Paulo,

demonstrou que o principal fluxo vegetativo das plantas de laranja ‘Hamlin’

enxertadas em citrumeleiro ‘Swingle’ ocorreram no verão e a interrupção do

crescimento foi causado tanto por aspectos endógenos das plantas como pelas

condições ambientais desfavoráveis (RAMOS et al., 2010).

No Estado de São Paulo, as principais regiões produtoras de citros são

caracterizadas por um período quente e úmido, entre os meses de novembro e

fevereiro (verão), e outro período seco e frio, compreendido entre os meses de

junho, julho e agosto (inverno). Na região centro-norte do Estado, a deficiência

hídrica é a principal variável ambiental para a indução do florescimento das

laranjeiras, enquanto que na região centro-sul à baixa temperatura é a variável

predominante (RIBEIRO et al., 2006).

2.5.2 Estimativa de produtividade

As relações entre as variáveis climáticas e a produção agrícola são bastantes

complexas, pois, os fatores ambientais podem afetar o crescimento e o

desenvolvimento das plantas sobre diversas formas nas diferentes fases do ciclo da

cultura. O estudo dessas interações são desenvolvidos com o uso de modelos que

procuram quantificar os efeitos das variações do clima sobre o desempenho do

vegetal (ROBERTSON, 1983; CAMARGO et al., 1974).

O estudo do efeito do clima na produtividade vegetal é classificado em três

tipos de modelos: "empírico-estatístico", "matemático-mecanístico" e "conceitual".

Entre os modelos para a estimativa da produtividade ou quebra de produção, o

“matemático-mecanístico” ou agrometeorológico baseia-se na penalização da

produtividade segundo as condições hídricas prevalecentes nos estádios fenológicos

da cultura. Nesse modelo, considera-se que a deficiência hídrica é o condicionante

principal da produtividade da cultura, funcionando como um fator de eficiência, e a

produção final seria função da produtividade potencial e da sua interação com as

condições hídricas (ACOCK e ACOCK, 1991, CAMARGO et al., 1999).

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O efeito depressivo da baixa disponibilidade hídrica no estabelecimento da

frutificação foi analisado por Ben Mechlia e Carrol (1989), em vista da influência do

estresse causado por valores elevados da evapotranspiração e da deficiência hídrica

durante as fases de florescimento e fixação dos frutos na Califórnia (EUA).

No Estado de São Paulo, a principal florada dos citros inicia-se, normalmente,

entre os meses de agosto e outubro (TUBELIS, 1995) e de acordo com os estudos

realizados por Sequeira (1990), sobre o balanço hídrico específico para citros em

cinco localidades paulistas, verificou-se que a frequência de decêndios com

deficiências hídricas assemelhou-se com as fases de repouso, florescimento,

crescimento e desenvolvimento dos frutos.

2.5.3 Graus-dia

O método dos graus-dia (GD) considera que uma planta necessita de uma

certa quantidade de energia, representada pela soma de graus térmicos (GD

acumulados) acima de uma temperatura basal, para completar determinada fase

fenológica. Essa teoria admite que haja uma relação linear entre acréscimo de

temperatura e desenvolvimento vegetativo. Assume-se também que temperaturas

diurnas e noturnas afetam igualmente o crescimento e desenvolvimento da planta e,

a influência dos outros elementos, tais como fotoperiodismo e umidade do solo, são

desprezíveis quando comparadas às da temperatura. Mesmo considerando estas

restrições, tal método permite determinar com boa precisão a duração das fases

fenológicas de várias culturas (CAMARGO et al., 1987; PEDRO JUNIOR et al.,

2004).

Em citros, a temperatura basal (Tb), ou seja, temperatura abaixo da qual a

planta cítrica paralisa ou reduz sua taxa de crescimento (zero vegetativo) é de,

aproximadamente, 13ºC. Entre os diferentes ciclos fenológicos dos citros, o período

compreendido entre o florescimento e a maturação dos frutos é intensamente

influenciado pela temperatura do ar, ocorrendo uma relação inversa com a duração

do ciclo (REUTHER, 1973; ORTOLANI et al., 1991; DAVIES e ALBRIGO, 1994).

A relação significativa entre a soma térmica e a duração das fases fenológicas

das plantas cítricas foi demonstrada por diversos autores: Webber (1943), Barnard

(1946), Bain (1949), De Villiers et al. (1963), Jones e Cree (1965); Newman et al.

(1967), Mendel (1969), Cassin et al. (1969), Nakagawa (1969), Lomas et al. (1970),

Reuther (1973) e Bem Mechlia e Carrol (1989) apud Ortolani (1991).

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Chen (1990), na Califórnia e Flórida, demonstrou que o acúmulo de graus-dia

pode representar o acúmulo de sólidos solúveis e o aumento no índice de maturação

do suco a partir do mês de julho. Volpe (1992) verificou altos coeficientes de

correlação entre o ratio e o acúmulo de graus-dia para laranja ‘Pera’, nas condições

de Bebedouro (SP), sendo grande a variabilidade da correlação de ano para ano.

A soma térmica explica, praticamente, 80% da evolução do índice de

maturação e pode ser usada para comparar regiões, quando existe um mínimo de

homogeneidade edafoclimática das áreas abrangidas (REUTHER, 1973). Nesse

sentido, Ortolani et al. (1991) estimaram as necessidades térmicas, entre o

florescimento principal e as épocas prováveis de maturação (ratio = 12), para

diferentes cultivares de laranja, em cinco diferentes regiões do Estado de São Paulo.

Os autores verificaram que a maturação das cultivares precoces completa-se com

2500 GD, as cultivares de meia-estação com 3100 GD e as tardias com 3600 GD.

2.6 Doenças fúngicas dos frutos

Apesar da hegemonia paulista na produção de frutas cítricas e sua importância

socioeconômica, a citricultura enfrenta vários problemas fitossanitários que afetam a

produtividade dos pomares e a qualidade dos frutos. Entre as doenças fúngicas de

importância econômica para o Estado de São Paulo, destacam-se: a mancha preta

dos citros (MPC) e a podridão floral dos citros (PFC).

2.6.1 Mancha preta do citros (MPC)

A mancha preta dos citros (MPC) é causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa.

A MPC foi descrita pela primeira vez na região costeira da Austrália. A doença

infecta, essencialmente, os frutos, causando lesões na casca, prejudicando a sua

aparência (KOTZÉ, 1981). Quando severamente afetados, os frutos podem cair

prematuramente e ficam depreciados para o mercado in natura (GOES e KUPPER,

2002). A MPC restringe as exportações de frutos in natura para países onde a

doença é quarentenária A1 (aquelas que não estão presentes), implicando em

prejuízos econômicos importantes para o país (AGUILAR-VILDOSO et al., 2002).

Outro agravante é que a simples presença de um fruto com sintoma implica na

rejeição de toda carga, uma vez que a tolerância à doença é igual a zero (SPÓSITO,

2003; AGUIAR et al., 2012).

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São relatados seis tipos de sintomas de MPC: mancha dura, falsa melanose,

mancha sardenta, mancha virulenta, mancha trincada e mancha rendilhada. Os

sintomas do tipo mancha preta ou mancha dura são os sintomas mais frequentes e,

normalmente, são os primeiros a serem observados (KOTZÉ, 1981; HERBERT,

1989; GOES et al., 2000). A maior incidência e severidade da MPC nas cultivares

cítricas tardias, deve-se ao período de permanência dos frutos fixados à plantas,

mesmo apresentando grau de suscetibilidade similar, quando comparados às

variedades precoces e de meia-estação (SPÓSITO et al., 2004b).

O fungo P. citricarpa é específico dos citros e apresenta os ciclos primário e

secundário bem distintos. O ciclo primário representa a fase sexual (teleomórfico),

sendo suas estruturas infectivas, os ascósporos, responsáveis pela introdução do

patógeno na área e pelo início da epidemia. A fase assexual (anamórfico) do fungo,

caracteriza o ciclo secundário, cujos conídios são as estruturas representativas e

são os responsáveis pelo incremento da doença (TIMMER, 1999; BAAYEN et al.,

2002; AGUILAR-VILDOSO et al., 2002).

O controle da MPC baseia-se no emprego de práticas culturais e, basicamente,

no uso de fungicidas. Medidas complementares, como o uso de fertilizantes

nitrogenados para a aceleração da decomposição das folhas caídas no chão,

auxiliam no controle da doença (BELLOTTE et al., 2009). Para se alcançar alta

produtividade e a boa qualidade dos frutos, o controle fitossanitário deve ser

realizado periodicamente no pomar, com a finalidade de mantê-lo em condições

adequadas e impedir o aparecimento de doenças (BEDENDO, 1995; SPOSITO et

al., 2011).

Entre as práticas culturais adotadas, o uso de roçadeiras ecológicas (roçada

nas entrelinhas de plantio e transferência do mato roçado sob a copa das plantas) e

uso do conjugado rastelo mecânico e trincha (remoção das folhas de citros em

decomposição debaixo da copa das plantas, triturando-as e jogando-as na entrelinha

de plantio) são as principais. Com o uso da roçadeira ecológica o mato roçado forma

uma barreira física que impede a dispersão dos ascósporos, reduzindo os sintomas

da MPC em frutos. O rastelo mecânico conjugado com a trincha é utilizado no final

do inverno (período seco), antes do florescimento, uma vez que nessa época a

maioria dos pomares não tem uma quantidade de mato necessária para utilizar a

roçadeira ecológica (FEICHTENBERGER 1996; ROSSETTO, 2009).

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Na maioria dos pomares paulistas, o controle da MPC está alicerçado na

pulverização sequencial de fungicidas protetores, especialmente, os cúpricos, nas

fases de pós-florescimento, seguido de pulverizações com de fungicidas protetores e

sistêmicos, acrescidos de óleo mineral ou vegetal emulsionáveis. O número de

pulverizações, assim como os fungicidas utilizados dependem de uma série de

fatores, incluindo o nível de inóculo na área, as cultivares copa, a idade e o tamanho

das plantas e o destino da produção (GOES et al., 1990; GOES e WIT, 1999;

FEICHTENBERGER et al., 2000; FEICHTENBERGER et al., 2005). O tratamento

fitossanitário é baseado no controle dos ascósporos através de pulverizações,

enquanto que a redução da fonte de conídios é realizada com a remoção das folhas

caídas no chão. A integração dos métodos deve ser considerada para um melhor

controle e prevenção da doença no pomar (SPOSITO et al., 2008; SPOSITO et al.,

2011).

2.6.2 Podridão Floral dos Citros (PFC)

A podridão floral dos citros (PFC) ou ‘estrelinha’ é uma doença causada pelos

fungos Colletotrichum acutatum (BROWN et al., 1996) e C. gloesporioides (LIMA et

al., 2011) que acomete as flores e frutos da maioria das cultivares comerciais dos

citros, provocando epidemias severas em anos nos quais ocorrem chuvas intensas

durante a florada. Em regiões com chuvas frequentes nessa fase fenológica, esta

doença é de extrema importância e os prejuízos são bastante elevados, em vista da

queda da produção, que pode chegar a 95% (TIMMER et al., 1994; LARANJEIRA et

al., 2005).

Os primeiros sintomas podem aparecer 5 a 6 dias após a deposição do inóculo

na superfície das pétalas. Inicialmente, formam-se manchas aquosas nas pétalas

dos botões florais que evoluem para lesões pardas, com centro alaranjado. As

lesões desenvolvem-se rapidamente, tomando toda a superfície das pétalas, que

secam e permanecem presas por alguns dias. Os frutinhos tornam-se cloróticos e

caem, deixando o disco basal, cálice e pedúnculo firmemente retidos à planta

(AGOSTINI e TIMMER, 1994; ROBERTO e BORGES, 2001; AZEVEDO et al., 2008).

A doença ocorre em função de chuvas durante a florada e algumas cultivares,

tais como a laranjeira ‘Pera’, são mais suscetíveis. Essa maior severidade deve-se

aos frequentes fluxos reprodutivos, acarretando no aumento da probabilidade de

ocorrência da doença. A PFC é uma doença de difícil controle, porém, deve-se

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realizá-lo se houve histórico da doença na área e se as condições climáticas forem

favoráveis para a manifestação da doença (FEICHTENBERGER et al., 1997).

O controle da PFC fundamenta-se, basicamente, em pulverizações com

fungicidas na época da florada (DENHAM, 1979). O período de exposição das flores

associado a um curto período crítico de infecção e longos períodos de chuva

dificultam o planejamento e a execução das pulverizações. Pesquisas recentes

demonstram que a mistura dos ingredientes ativos trifloxistrobina e tebuconazol são

mais eficazes que o tratamento convencional (pulverizações com difenoconazol

seguido por até três aplicações de carbendazim), sendo esta mistura bastante

recomendada para os programas de controle da PFD (SILVA JUNIOR et al., 2014a).

Em condições ambientais favoráveis, há uma elevada reprodução do patógeno,

com consequente expressão de sintomas. Nessas circunstâncias, a doença

manifesta-se de forma exponencial, o que não permite atraso na tomada de decisão

para o controle da doença (GOES et al., 1998). A baixa temperatura durante o

período de floração pode prorrogar o florescimento por até 60 dias. Este

prolongamento também é favorável para o desenvolvimento do patógeno, sobretudo,

quando há presença de flores abertas nas plantas. Nestas circunstâncias, e

especialmente com elevada pressão de inóculo e condições ambientais favoráveis, a

aplicação de fungicidas protetores durante o florescimento é essencial. A aplicação

de fungicidas protetores seguido de sistêmico, em etapas subsequentes, reduzem

de forma significativa a presença da doença em campo (GOES et al., 1998).

O comportamento epidemiológico da PFD é bastante diferente de outras

doenças que acometem os frutos cítricos. A distribuição das árvores doentes e as

elevadas taxas de progresso da PFD indicam uma dispersão eficiente. Essa

eficiência pode estar relacionada a um mecanismo alternativo para a disseminação

do inóculo e pesquisas são necessárias para determinar se os insetos também são

os vetores responsáveis pela disseminação da PFD a longa distância (SILVA

JUNIOR et al., 2014b).

2.7 Qualidade dos frutos cítricos

No Brasil, as cultivares de laranja utilizadas para o processamento industrial

também são aproveitadas para a comercialização no mercado in natura, conferindo

uma dupla aptidão às cultivares (PIO et al., 2005). A qualidade dos frutos cítricos é

intrínseca à cultivar, porém é bastante influenciada pela combinação copa/porta-

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enxerto, manejo e condições edafoclimáticas (WUTSCHER, 1988; NEGREIROS et

al., 2014).

A composição química dos frutos varia no decorrer do amadurecimento, sendo

caracterizada pela mudança na pigmentação da casca, pelo aumento gradual da

porcentagem de suco e do teor de sólidos solúveis, e um decréscimo da acidez, em

consequência do processo de diluição (AGUSTI et al., 1996).

Entre os atributos de qualidade dos frutos, citam-se a massa, formato,

coloração da casca e da polpa, rendimento de suco, número de sementes, teor de

sólidos solúveis, acidez titulável, ratio e concentração de ácido ascórbico. Quando

os frutos são destinados ao processamento industrial, os principais atributos são

massa, rendimento de suco, cor da polpa, teor de sólidos e ratio (DONADIO et al.,

1995; CEAGESP, 2011).

Para indústria de suco1, frutos com massa entre 140 e 200g têm melhor

aproveitamento, devido à eficiência dos “copos” extratores. Para a comercialização

in natura, os frutos de aproximadamente 150g são considerados adequados para o

mercado (FIGUEIREDO, 1991). No que diz respeito ao formato do fruto, importante

atributo para a comercialização in natura, os mais arredondados são melhores

apreciados pelo consumidor. Entretanto, para o processamento industrial este

atributo é indiferente (SILVA JUNIOR et al., 2011). Outro atributo de maior

importância para o mercado in natura é o número de sementes e, as cultivares que

apresentam baixo número de sementes são consideradas potenciais para este

mercado. As cultivares são consideradas sem sementes quando apresentam de

zero a três unidades por fruto (CEAGESP, 2011). Enquanto a coloração externa é

um atributo determinante para a comercialização in natura, a cor do suco (polpa) é

determinante para indústria (DONADIO et al., 1999).

As cultivares cítricas pertencentes ao grupo das laranjas, para serem

comercializadas no mercado in natura, precisam apresentar certos requisitos de

qualidade, entre eles o aspecto externo dos frutos (coloração, tamanho e formato)

casca fina, suco com altos teores de acidez e sólidos solúveis. Para exportação,

outros fatores devem ser considerados, como resistência ao transporte e boa

conservação dos frutos (FIGUEIREDO e HIROCE, 1990).

1 Valores fornecidos pela Citrosuco S/A Agroindústria, Matão-SP.

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Sabendo-se que a composição do fruto cítrico é influenciada por diversos

fatores é imprescindível a avaliação dos atributos de qualidade das cultivares em

condições regionais específicas, visando a atender aos padrões tanto para o

mercado in natura, quanto para o processamento industrial (STUCHI et al., 1996).

2.8 Desenvolvimento e maturação dos frutos cítricos

O desenvolvimento do fruto cítrico segue uma curva sigmoidal desde a antese

até seu amadurecimento e caracteriza-se por três períodos bem diferenciados: (1)

período de crescimento exponencial – caracterizado por um rápido crescimento do

fruto, provocado pela divisão celular, que vai da antese até queda fisiológicas dos

frutos; (2) período de crescimento linear – caracterizado pela expansão dos tecidos

e formação dos espaços intercelulares no mesocarpo que varia de dois meses para

cultivares precoces a seis meses para cultivares tardias e (3) período de

amadurecimento – na qual há uma reduzida taxa de crescimento e compreende

todas as mudanças associadas a maturação (DEGLI ESPOSTI et al., 2008).

No período de amadurecimento, o aumento do tamanho do fruto deve-se,

essencialmente, ao aumento dos segmentos da polpa e do crescimento da casca.

As alterações na pigmentação da casca é consequência da degradação enzimática

das clorofilas e da síntese de carotenóides, coincidindo com a maturação interna. O

conteúdo de sólidos solúveis e compostos nitrogenados aumenta, enquanto o de

ácidos livres diminui progressivamente (DAVIES e ALBRIGO, 1994).

O desenvolvimento de um fruto cítrico caracteriza-se por mudanças notáveis

durante seu crescimento e é afetado pela temperatura. Em regiões tropicais, onde a

temperatura é mais uniforme durante o ano, o fruto cresce ininterruptamente durante

todo seu ciclo, diferentemente do que acontece nas regiões subtropicais, onde o

crescimento é mais lento devido à sazonalidade térmica (REUTHER, 1973).

A evolução da maturação dos frutos cítricos nas condições do Estado de São

Paulo pode ser explicada, em parte, pela relação copa/porta-enxerto, idade das

plantas e florada, sendo que, o clima exerce grande influência na variação de ano a

ano (DI GIORGI, 1991). Entre as variáveis climáticas, a temperatura exerce o papel

principal no efeito da maturação. As análises de regressão, entre as características

físico-químicas dos frutos e a temperatura, têm sido utilizadas na obtenção de

modelos de previsão de colheita e no estabelecimento de curvas de maturação

(KIMBALL, 1984; NUÑES e IGLESIAS, 1991).

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O estabelecimento da curva de maturação representa um dos primeiros passos

para caracterização do material genético, que pode ser utilizado como critério de

seleção, no campo, daqueles materiais que atendam às características desejáveis

(MATTOS JUNIOR et al., 1999).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização e caracterização do experimento

O experimento foi instalado em área comercial, em maio de 2007, na Fazenda

Rio Pardo (Citrosuco S/A Agroindústria), altitude de 640m, latitude 22° 52′ 15″ S,

longitude 45° 9′ 46″ W, no município de Iaras, região sudoeste do Estado de São

Paulo.

O solo é caracterizado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico

(EMBRAPA, 2006). O espaçamento utilizado foi de 6,5 x 2,5 m. O experimento foi

conduzido sob sequeiro e recebeu o manejo padrão para citros (MATTOS JÚNIOR

et al., 2005).

O clima da região é considerado Cwa (Köppen-Geiger), ou tropical de altitude,

com precipitação média de 1406 mm e temperatura anual média de 22,7°C,

registrado pela estação meteorológica da Fazenda Rio Pardo durante os anos de

2009 a 2014 e, devido as falhas, corrigidas nos meses de março, outubro, novembro

e dezembro de 2013 pela Estação Meteorológica de Manduri, pertencente ao Centro

Integrado de Informações Meteorológicas do Estado de São Paulo – CIIAGRO - à 40

km da Fazenda Rio Pardo (Tabela 1). O inverno seco e frio é caracterizado entres os

meses de maio e agosto, enquanto o verão quente e chuvoso é representado entre

os meses de dezembro e fevereiro (Figura 1).

Tabela 1 - Precipitação anual e temperatura média durante os anos de 2009 a 2014 na Fazenda Rio Pardo, município de Iaras, SP

Ano Precipitação anual (mm)* Temperatura média (ºC)*

2009 1899 23,4

2010 1236 23,2

2011 1256 21,1

2012 1441 24,2

2013 1462 22,2

2014 1140 22,3

Média 1406 22,7

*Estação Meteorológica da Fazenda Rio Pardo, corrigida nos meses de março, outubro, novembro e dezembro de 2013 pela Estação Meteorológica de Manduri (CIIAGRO), SP.

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Para estimativa da disponibilidade hídrica do solo, empregou-se o balanço

hídrico de Thornthwaite e Mather (1955), na escala decendial, programado em

planilha excel por Rolim et al. (1998), a qual considera como dados de entrada a

latitude, a precipitação pluvial, a temperatura e a capacidade de água disponível no

solo (CAD = 100 mm). O modelo estima a disponibilidade hídrica decendial, com

deficiências e excedentes hídricos, e também a evapotranspiração real (ETr). A

evapotranspiração da cultura (ETc) foi obtida pelo produto entre a evapotranspiração

potencial (ETp) e o coeficiente da cultura (Kc = 1) (CAMARGO et al., 1999).

Figura 1 - Precipitação mensal, temperatura máxima (T. MAX), média e mínima (T.

MIN) mensais entre 2009 e 2014, da Fazenda Rio Pardo, Iaras, SP

3.2 Materiais genéticos avaliados

O experimento envolveu a avaliação horticultural de 17 cultivares de laranjeira

doce consideradas meia-estação, sendo sete seleções de laranjeira ‘Pera’ (Pera

IAC, Pera IAC 2000, Pera 2, Pera 3, Pera 4, Pera Alexandre Maróstica e Pera Milton

Teixeira) e dez materiais genéticos oriundos de introdução (Seleta Rio, Seleta

Amarela, Homosassa, Finike, Biondo, Bidwells Bar, Sanguínea, Jaffa, Vaccaro Blood

e Torregrosa).

As cultivares Pera 2, Pera 3, Pera 4, Pera Alexandre Maróstica e Pera Milton

Teixeira são materiais selecionados, em pomares da região de Bebedouro, que

foram micropropagados e preimunizados com isolados fracos do vírus da tristeza

(EECB, 2002). As introduções foram oriundas do Centro de Citricultura “Sylvio

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Moreira” (CCSM) e da coleção de matrizes da Estação Experimental de Citricultura

de Bebedouro (Anexo B). Os materiais introduzidos apresentam as seguintes

descrições:

Biondo – Origem desconhecida, considerada uma das mais antigas cultivares

da bacia do mediterrâneo. Apresenta frutos de tamanho médio a grande, com

elevada porcentagem de suco de maturação precoce a meia-estação (HODGSON,

1967);

Finike – Origem desconhecida, foi introduzida na Califórnia (EUA) por semente

em 1963, considerada laranja de maturação meia-estação nas condições de

Riverside (USDA, 2015);

Bidwells Bar – Origem desconhecida, uma das cultivares mais antigas

introduzidas e plantadas na Califórnia (EUA), apresenta maturação meia-estação

(USDA, 2015);

Torregrosa – Origem espanhola que foi introduzida na Califórnia por borbulha,

em 1960. Assemelha-se à cultivar Cadena Punchosa, de maturação meia-estação,

porém, de menor tamanho, casca mais espessa, com menor porcentagem de suco e

acidez elevada (HODGSON, 1967; USDA, 2015);

Sanguínea – Originária da bacia do mediterrâneo, introduzida na Califórnia

(EUA), apresenta polpa de coloração rosada ou avermelhada em regiões áridas

(HODGSON, 1967);

Jaffa – Originária da bacia do mediterrâneo, foi introduzida na Flórida (EUA) em

1883. Planta de porte médio a alto e frutos de tamanho médio de maturação meia-

estação (HODGSON, 1967; USDA, 2015);

Homosassa – Uma das mais antigas cultivares da Flórida, originária de uma

seleção no município de Homosassa. Planta com porte alto e frutos de tamanho

médio e maturação meia-estação (USDA, 2015);

Vaccaro Blood – Cultivar italiana que apresenta frutos de tamanho médio, com

poucas sementes e maturação meia-estação (HODGSON, 1967);

Seleta – Cultivar originária, provavelmente, de Portugal. A principal

característica da laranja ‘Seleta’ é a coloração intensa antes de atingir a maturação e

a queda precoce dos frutos (HODGSON, 1967). Após sua introdução no Brasil, os

pesquisadores naquela época, realizaram a seleção de dois materiais: ‘Seleta Rio’ e

‘Seleta Amarela’.

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Os materiais genéticos foram enxertados em tangerineira ‘Sunki’ (C. sunki Hort.

ex Tan.) e o experimento foi implantado em delineamento inteiramente casualizado

(DIC) com cinco parcelas/repetições por cultivar, sendo cada repetição composta por

três plantas, totalizando 85 parcelas ou 255 plantas. As 17 cultivares avaliadas

foram distribuídas em campo na seguinte ordem: (1) Pera IAC, (2) Pera IAC 2000,

(3) Seleta Rio, (4) Seleta Amarela, (5) Homosassa, (6) Pera 2, (7) Finike, (8) Biondo,

(9) Bidwells Bar, (10) Sanguínea, (11) Jaffa, (12) Pera Alexandre Maróstica, (13)

Pera Milton Teixeira, (14) Pera 3, (15) Pera 4, (16) Vaccaro Blood e (17) Torregrosa.

3.3 Crescimento vegetativo e densidade de plantio ajustada

O crescimento das plantas foi avaliado, anualmente, após a colheita dos anos

2011, 2012, 2013 e 2014. Para determinar o crescimento das plantas, realizaram-se

as avaliações biométricas que consideraram a altura (do solo ao topo da planta), o

diâmetro paralelo (projeção da copa no sentido da linha de plantio) e o diâmetro

perpendicular (projeção da copa no sentido da rua de plantio), medidos com o

auxílio de uma régua graduada em metros. O volume da planta foi calculado à partir

da eq. (1) desenvolvida por Mendel (1956).

V = 2/3 x π x (Dpar x Dper/4) x H (1)

Onde o V é o volume da copa (m3), Dpar é o diâmetro paralelo à linha do

plantio (m), Dper o diâmetro perpendicular à linha do plantio (m) e H a altura da copa

da planta (m).

Com base nos diâmetros paralelo e perpendicular da copa no sétimo ano após

o plantio, estimou-se também a densidade de plantio ajustada (Dajus), com

sobreposição de 25% entre a linha de plantio de acordo com a eq. (2) proposta por

De Negri et al. (2005).

Dajus = 10000/ [(Dpar x 0,75) x (Dper + 2,5)] (2)

3.4 Produção e variáveis relacionadas

Para avaliar a produção, estabeleceram-se as datas da colheita de acordo com

o cronograma da fazenda. A colheita e pesagem dos frutos foram realizadas na

segunda quinzena do mês de outubro, entre o terceiro e o sétimo ano após o plantio

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(2010-2014). Para calcular a produção (kg.planta-1), considerou-se a carga da

parcela e, posteriormente, dividiu-se pelo número de plantas.

A produção acumulada foi obtida a partir da soma das cinco safras avaliadas (2010

a 2014). Para produtividade média, considerou-se um stand de 615 plantas (devido

ao espaçamento utilizado, de 6,5 x 2,5 m) e a caixa padrão de 40,8 kg. A alternância

de produção foi calculada à partir da eq. (3) desenvolvida por Pearce e Dobersek

(1967).

(3)

Onde o IAP = índice de alternância de produção, n = número de safras

avaliadas e a1, a2, ..., a(n-1), a(n) = produção dos anos correspondentes.

A eficiência produtiva (EFP) foi calculada considerando-se dados médios de

produção (Kg.planta-1) e volume da copa (m3), de acordo com a eq. (4).

EFP (kg.m-3) = Produção / Volume da copa (4)

Nas safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015, aproximadamente 30 dias

antes da colheita, ao verificar uma queda dos frutos, contabilizou-se o número de

frutos no chão de cada parcela. O número de frutos contabilizados na parcela foi

multiplicado pela massa fruto da respectiva cultivar e, posteriormente, dividiu-se pelo

número de plantas úteis na parcela. A produção perdida ou abscisão dos frutos, foi

expressa em kg.planta-1, e esta variável foi incluída na produção total das plantas.

3.5 Modelo agrometeorológico para sensibilidade ao déficit hídrico

Para avaliação da sensibilidade das cultivares, utilizou-se o modelo

multiplicativo de penalização de produtividade proposto por Jensen (1968), e

parametrizado para laranjeira, por Camargo et al. (1999), de acordo estádios de pré-

florescimento, florescimento e fixação dos frutos eq. (5).

(5)

Em que: Yr = produtividade estimada (caixas.ha-1); Yp = produtividade

potencial (caixas.ha-1) considerando a parcela mais produtiva, de cada cultivar, entre

as safras (2010/2011, 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015), acrescida de

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10%, de acordo com o critério sugerido por Kanemasu (1983); ETr1/ETc1,

ETr2/ETc2, ETr3/ETc3 = relação entre a evapotranspiração real e da cultura, ao

nível decenial, nos estádios de (1) pré-florescimento (agosto/setembro), (2)

florescimento (outubro/novembro) e (3) frutificação (dezembro/janeiro) (CAMARGO e

PEREIRA, 1994; CAMARGO et al., 1999).

Para se verificar a sensibilidade das cultivares ao déficit hídrico, estabeleceu-se

a regressão linear entre as médias anuais das produtividades estimadas e

observadas das diferentes safras, determinando-se os valores do coeficiente de

terminação (R2), para cada cultivar. Com os valores de R2 (medida de ajustamento

do modelo) foi possível classificar a sensibilidade das cultivares de acordo com a

medida de ajuste do modelo, uma vez que, quanto maior a relação entre as

produtividades observadas e estimadas (>R2) maior a sensibilidade da cultivar ao

déficit hídrico. A partir dessas informações, classificaram-se as cultivares de acordo

com os seguintes critérios: alta sensibilidade (R2 ≥ 0,70); média sensibilidade (0,70 >

R2 ≥ 0,30); e baixa sensibilidade (R2 < 0,30).

3.6 Avaliação da MPC e PFC

As avaliações da MPC e PFC foram realizadas no sétimo ano após o plantio,

safra 2014/2015. O manejo fitossanitário foi realizado de acordo o cronograma da

fazenda, com quatro a seis pulverizações por ano, utilizando produtos cúpricos

(sulfato de cobre, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre e óxido cuproso) e

sistêmicos (estrobirulinas), independentemente das avaliações realizadas.

Para as avaliações de incidência (porcentagem de frutos sintomáticos) e

severidade (porcentagem da casca lesionada) da MPC, considerou-se uma amostra

de 50 frutos em cinco plantas, totalizando 250 frutos por cultivar. As avaliações de

incidência foram realizadas em quatro períodos, em intervalo de 30 dias, iniciando

no mês de abril (2014), 224 dias após o pico de florescimento, até o mês de julho

sendo o valor calculado a partir da área abaixo da curva de progresso da doença

(AACPD) pelo método da integração trapezoidal (SHANER e FINNEY, 1977). A

avaliação da severidade foi realizada no dia da colheita (24/10/2014). Para ambas

avaliações, utilizou-se a escala diagramática elaborada por SPÓSITO et al. (2004a).

A incidência de podridão floral foi avaliada em brotações reprodutivas

desenvolvidas no segundo semestre de 2014. Para esta avaliação, foram

selecionados quatro ramos por planta, num total de cinco plantas por cultivar. A

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contagem das flores ocorreu na primeira quinzena de setembro de 2014, com as

plantas em pleno florescimento (antese). A contagem dos frutos fixados e número de

cálices retidos foram realizados na primeira quinzena de dezembro de 2014, três

meses após a antese.

Para calcular a incidência de podridão floral (IPF), considerou-se o número de

cálices retidos (PF) e o número de flores (NF). Para a porcentagem de frutos fixados

(PFF) dividiu-se o número de frutos (F) pelo número de flores de acordo com as eq.

(6 e 7) (BREMER NETO, 2012).

IPF (%) = (PF / NF) x 100 (6)

PFF (%) = (F/ NF) x 100 (7)

3.7 Qualidade dos frutos

As análises físico-químicas dos frutos foram realizadas no Laboratório de Pós-

colheita de Produtos Hortícolas (LBPH) do Departamento de Produção Vegetal

(LPV) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP).

Os frutos foram colhidos e analisados nos meses de outubro nas safras de

2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015, sendo que cada amostra foi composta por oito

frutos, de cada parcela, com cinco repetições, totalizando 40 frutos por cultivar,

coletados aleatoriamente. As seguintes variáveis foram analisadas:

a) Massa do fruto: determinada por gravimetria, utilizando-se uma balança com

capacidade para 15 kg e calculada a massa média do fruto em gramas.

b) Rendimento de suco: determinado após a medição da massa do suco na

extratora, e calculado através da relação massa do suco/massa do fruto, expresso

em percentagem.

c) Conformação do fruto, espessura de casca e número de sementes: com

auxílio de uma calha graduada foram tomadas os diâmetros laterais e longitudinais

do fruto, em cm, sendo a relação entre as variáveis o índice de conformação (ICF)

ou formato do fruto. Para espessura da casca (espessuras do albedo e casca)

utilizou-se um paquímetro e sua medida foi realizada em milímetros. As sementes

foram retiradas dos frutos (após extração do suco) e contabilizadas.

d) Coloração de polpa e casca: foram realizadas por colorímetro Minolta

Chroma Meter CR-300. O colorímetro foi colocado em dois pontos na região externa

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equatorial e um ponto na região interna (polpa). Segundo metodologia de Minolta

(1994), determinaram-se os valores de a* (variação entre as cores verde e

vermelha), b* (variação entre azul e amarela) e L (variação da luminosidade do

negro ao branco). Posteriormente, os valores foram inseridos na fórmula proposta

por Jimenez-Cuesta et al. (1983) do índice de cor [IC eq. (8)] para cálculo dos

índices de cor da casca (ICC) e polpa (ICP), com variação entre -20 e +20. Quanto

mais negativo for o IC, mais verde será a coloração e, quanto mais positivo, mais

alaranjada será sua cor. O valor zero (0) correspondente à tonalidade amarela.

IC = 100 x a*/ (L x b*) (8)

e) Sólidos solúveis (°Brix): uma alíquota de 2 a 3 mL de suco foi retirada para a

determinação do teor de sólidos solúveis, baseada na leitura do °Brix em

refratômetro manual, ajustada à temperatura de 25 ºC, conforme método descrito

por HENDRIX et. al. (1977).

f) Acidez titulável: foi determinada empregando-se o método da titulação de 25

mL de suco com uma solução de NaOH 0,1N (hidróxido de sódio), até atingir o pH

igual a 8.10, sendo expressa em porcentagem de ácido cítrico, segundo REED et al.

(1986).

g) Ratio: calculada pela relação sólidos solúveis/acidez, sendo esta relação

adimensional e considerada como o principal fator de maturação (REUTHER, 1973).

h) Ácido ascórbico: a concentração de ácido ascórbico foi determinada pelo

método titulométrico do 2,6-diclorofenol-indofenol (JACOBS, 1958), realizada em

triplicata, a partir de 10 mL de suco, onde foram adicionados 25 mL de ácido oxálico,

usando-se como padrão uma solução de ácido ascórbico a 1%. O resultado foi

expresso em mg de ácido ascórbico por 100 mL de suco.

3.8 Curva de maturação

Para estabelecimento da curva de maturação em 2012, 2013 e 2014, realizou-

se a coleta dos frutos (amostras) a partir do mês de julho do respectivo ano, com

intervalos de 20 dias entre amostragens (n), até o ponto de colheita, totalizando seis

pontos amostrais. Para o cálculo de necessidades térmicas, consideraram-se as

datas do pico de florescimento fornecidas pela gerência da fazenda (Tabela 2).

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A soma ou acumulo térmico, compreendidos entre o florescimento e as datas

de cada coleta (até o ponto de colheita) foram obtidas de acordo com a eq. (9).

(9)

Onde, GD (graus-dia) são as unidades térmicas necessárias para determinar o

tempo entre o florescimento e a maturação dos frutos; Σ é o acumulo de GD

compreendido entre o dia do florescimento (d) e as datas das amostragens dos

frutos (n); Tm é a temperatura média mensal e Tb é a temperatura basal mínima. O

acúmulo de graus-dia (GD acumulados ou ΣGD) foi feito pela soma do GD diário

para a fase fenológica em questão (MONSELISE, 1986; VOLPE et al., 2002).

Considerando a temperatura média da região (22,7ºC) e a temperatura basal (13ºC),

estimaram-se a duração do ciclo fenológico compreendido entre o florescimento, a

maturação dos frutos (ratio = 12) e o mês de colheita para cada cultivar (VOLPE et

al., 2002; BARBASSO et al., 2005).

Tabela 2 – Semana de pleno florescimento e respectiva data de colheita, na Fazenda Rio Pardo, Iaras, SP

Florescimento (semana) Colheita

35ª semana de 2011 15 de outubro de 2012

34ª semana de 2012 22 de outubro de 2013

35ª semana de 2013 24 de outubro de 2014

3.9 Análise estatística

As variáveis de crescimento vegetativo (altura, diâmetros paralelo e

perpendicular e volume), produção, produtividade, alternância de produção,

eficiência produtiva, incidência e severidade MPC, incidência de PFC e os atributos

físico-químicos dos frutos foram analisadas através do teste de Dunnett (1955; 1964)

(P<0,05), sendo a laranjeira ‘Pera IAC’, a cultivar padrão nesta pesquisa

(testemunha). As médias anuais do crescimento vegetativo foram comparadas pelo

teste de Tukey (P<0,05). Quando necessário, as variáveis foram transformadas pelo

teste de Box-Cox (1964). A sensibilidade ao déficit hídrico e a curva de maturação

foram analisadas por regressão linear. Para verificar a similaridade fenotípica entre

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as cultivares utilizaram-se nove variáveis agronômicas (produção acumulada,

volume de copa, massa do fruto, rendimento de suco, número de sementes, índice

de cor da casca e da polpa, SS e AT) para construção do dendrograma utilizando o

método hierárquico UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean).

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4 RESULTADOS

4.1 Crescimento vegetativo

As cultivares de laranja apresentaram uma taxa média de crescimento, em

altura, entre 10 e 20 cm por ano e as maiores taxas de crescimento ocorreram entre

os anos 2011/2012 e 2013/2014 (Tabela 2). As diferenças entre os maiores e

menores valores de altura das plantas experimentais mantiveram-se similares ao

longo das safras. No quarto ano após o plantio, as cultivares apresentaram alturas

entre 2,4 m e 3,2 m e no sétimo ano, entre 2,7 m e 3,7 m. No sétimo ano após o

plantio, as plantas das laranjas ‘Vaccaro Blood’ e ‘Homosassa’ foram mais altas em

relação à laranjeira ‘Pera IAC’, enquanto que as menores alturas foram observadas

nas plantas de laranja ‘Pera 4’, ‘Pera 3’ e ‘Seleta Amarela’ (Tabela 2).

Tabela 2 – Altura das plantas em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do terceiro ao sétimo ano após o plantio. Iaras, SP

Cultivares Altura da copa (m) 2011 2012 2013 2014

Pera IAC1 2,9 2,8 2,9 3,3 Pera IAC 2000 3,2 3,1(+) 3,3 3,3 Seleta Rio 2,9 3,0 3,2 3,3 Seleta Amarela 2,4(-) 2,6 2,7 2,9(-) Homosassa 2,8 3,1(+) 3,4(+) 3,7(+) Pera 2 3,0 3,0 3,1 3,1 Finike 2,9 3,2(+) 3,4(+) 3,4 Biondo 2,7 3,1(+) 3,3(+) 3,4 Bidwells Bar 2,8 3,1(+) 3,1 3,5 Sanguínea 3,0 3,2(+) 3,1 3,5 Jaffa 3,0 3,2(+) 3,1 3,3 Pera Alexandre. Maróstica 3,0 3,3(+) 3,1 3,2 Pera Milton Teixeira 2,9 3,1(+) 3,0 3,1 Pera 3 2,5(-) 2,6 2,7 2,8(-) Pera 4 2,5(-) 2,6 2,7 2,7(-) Vaccaro Blood 2,9 3,3(+) 3,4(+) 3,7(+) Torregrosa 2,8 3,1 3,1 3,5 Média 2,8D 3,0C 3,1B 3,3A CV (%) 4,7 5,1 6,2 5,0 Valor de P1 <0,001

1Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior à laranjeira ‘Pera IAC; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett. Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Verificou-se um crescimento médio de 0,9 m do diâmetro perpendicular das

plantas, entre o quarto e sétimo ano após o plantio. Os maiores valores de diâmetro

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foram registrados em plantas de laranja ‘Pera 2000’ (Tabela 3). Para o diâmetro

paralelo à linha do plantio, o crescimento médio do período experimental foi de 0,5 m

e as diferenças entre os materiais foram observadas, apenas, no quarto ano após o

plantio (Tabela 3). Entre o quarto e quinto ano após o plantio, as cultivares

apresentaram um crescimento perpendicular e paralelo, à linha do plantio, superior à

média do período experimental (Tabela 3).

As cultivares apresentaram uma variação média de volume de copa, entre elas,

de 7,4 m3 e uma taxa média de crescimento anual de, aproximadamente, 3 m3 no

período avaliado (2011-2014). O menor volume foi registrado em plantas de laranja

‘Pera 3’. As demais cultivares não apresentaram diferenças em relação às plantas

de laranja ‘Pera IAC’ (Tabela 4).

Para a densidade de plantio ajustada de acordo com De Negri et al. (2005),

não foram registradas diferenças entre os materiais genéticos avaliados. Entretanto,

os menores valores de densidades foram observados em plantas de laranja ‘Pera

IAC 2000’ (693 plantas.ha-1) e os maiores valores em plantas de laranja ‘Vaccaro

Blood’ (863 plantas.ha-1), registrando uma amplitude de 170 plantas entre as

cultivares (Tabela 4).

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Tabela 3 - Diâmetros paralelo e perpendicular à linha do plantio da copa em 17 cultivares de laranjeira doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do quarto ao sétimo ano após o plantio. Iaras, SP

1Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett. Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, para mesma variável na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).

Cultivares

Diâmetro (m) 2011 2012 2013 2014

Paralelo Perpendicular Paralelo Perpendicular Paralelo Perpendicular Paralelo Perpendicular Pera IAC1 2,3 3,1 2,6 3,4 2,8 3,4 2,83 3,8 Pera IAC 2000 2,4 3,4(+) 2,8 3,7(+) 2,8 3,7(+) 2,9 4,3(+) Seleta Rio 2,2 2,8 2,5 3,1 2,8 3,1 2,85 3,7 Seleta Amarela 2,0(-) 2,6(-) 2,5 3,0(-) 2,7 3,0(-) 2,79 3,6 Homosassa 2,2 2,8 2,5 3,2 2,7 3,2 2,94 3,8 Pera 2 2,2 2,9 2,7 3,3 2,6 3,3 2,9 3,8 Finike 2,4 3,2 2,6 3,5 2,8 3,5 2,79 4,0 Biondo 2,4 3,0 2,6 3,3 2,9 3,3 2,87 3,9 Bidwells Bar 2,3 2,9 2,6 3,2 2,7 3,2 2,71 3,7 Sanguínea 2,4 2,8 2,6 3,2 2,7 3,2 2,67 3,7 Jaffa 2,3 3,0 2,7 3,3 2,7 3,3 2,93 3,9 Pera Alexandre Maróstica 2,4 2,9 2,7 3,5 2,9 3,5 2,92 3,8 Pera Milton Teixeira 2,5 3,0 2,6 3,4 2,7 3,4 2,77 3,7 Pera 3 2,1 2,4(-) 2,5 2,9 (-) 2,7 2,9 2,72 3,5 Pera 4 2,2 2,6(-) 2,4 3,1 2,6 3,1 2,81 3,7 Vaccaro Blood 2,1 2,7(-) 2,5 3,1 2,7 3,1 2,55 3,6 Torregrosa 2,4 2,7(-) 2,5 3,4 2,6 3,4 2,73 3,8 Média 2,3D 2,9D 2,6C 3,3C 2,7B 3,5B 2,8A 3,8A CV (%) 6,7 5,3 6,9 4,3 5,4 4,8 6,5 3,6 Valor P1 <0,001 <0,001 <0,090 <0,001 <0,110 <0,001 <0,056 <0,001

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Tabela 4 - Volume de copa e densidade de plantio ajustada em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do quarto ao sétimo ano após o plantio. Iaras, SP

Cultivares Volume da copa (m3) Densidade Ajustada*

2011 2012 2013 2014 (Plantas.ha-1) Pera IAC1 10,3 12,5 15,0 18,1 758 Pera IAC 2000 12,9(+) 16,9(+) 19,9(+) 21,4 693 Seleta Rio 9,5 12,8 16,5 17,9 775 Seleta Amarela 6,4 (-) 9,9(-) 11,7(-) 15,4 797 Homosassa 8,9 13,4 16,4 21,6 727 Pera 2 9,9 14,4 14,4 17,8 740 Finike 11,2 15,0 17,6 19,8 731 Biondo 9,9 13,7 17,9 20,3 740 Bidwells Bar 9,7 13,2 14,6 18,2 814 Sanguínea 10,0 13,6 15,7 18,2 815 Jaffa 10,5 14,8 15,4 19,9 736 Pera Alexandre. Maróstica 10,8 16,2(+) 17,9 19,2 745 Pera Milton Teixeira 10,8 14,2 15,6 16,5 783 Pera 3 6,4 (-) 9,8(-) 12,3 13,7 (-) 824 Pera 4 7,4 (-) 10,1(-) 12,6 15,0 781 Vaccaro Blood 8,7 13,4 16,6 18,0 863 Torregrosa 9,3 13,3 15,5 19,6 776 Média 9,5D 13,4C 15,6B 18,2A 768 CV (%) 5,2 5,7 5,9 6,0 7,93 Valor de P1 <0,001 <0,06 1Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett. Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). *Valores obtidos através dos valores dos diâmetros paralelos e perpendiculares à linha de plantio na safra 2014/2015.

4.2 Produção, produtividade e eficiência produtiva

As plantas de laranja ‘Pera IAC’, considerada a cultivar padrão neste

experimento, registraram uma das menores produções iniciais (safra 2010/2011 e

2011/2012), enquanto que as plantas de laranja ‘Biondo’ registraram as maiores

produções iniciais entre as cultivares. Em relação à produção anual, apenas na safra

2014/2015 não houve diferenças entre as cultivares (Tabela 5). As maiores

produções foram verificadas na safra 2013/2014 (Tabela 5), ano no qual as

condições climáticas foram favoráveis para a frutificação e fixação dos frutos nas

plantas (ANEXO A).

Na soma de todas as safras (2010/2011, 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014),

as plantas das laranjas ‘Pera Alexandre Maróstica’ e ‘Pera Milton Teixeira’

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acumularam valores acima de 360 kg, sendo as únicas cultivares superiores à

laranjeira ‘Pera IAC’. Para produtividade média, calculada em função do número de

caixas padrão de citros (40,8 kg), foi registrada uma variação entre as cultivares de

392 cx.ha-1, sendo que, a menor produtividade foi registrada em plantas de laranja

‘Sanguínea’, enquanto as plantas das laranjas ‘Pera Alexandre Maróstica’, ‘Pera

Milton Teixeira’, ‘Biondo’, ‘Vaccaro Blood’ e ‘Homosassa’ foram superiores às plantas

de laranja ‘Pera IAC’, com produtividades superiores a 1000 cx.ha-1 (Tabela 5).

As plantas de laranja ‘Seleta Amarela’, ‘Vaccaro Blood’ e as seleções ‘Pera 3’,

‘Pera 4’ e ‘Pera Milton Teixeira’ registraram superioridade na eficiência produtiva, em

relação à laranjeira ‘Pera IAC’. Apenas as plantas de laranja ‘Sanguínea’

apresentaram valores de eficiência produtiva inferiores aos da cultivar padrão

(Tabela 5). Em relação aos valores do índice de alternância de produção (IAP), as

plantas das laranjas ‘Pera IAC’ registraram valores similares às laranjeiras ‘Pera

Alexandre Maróstica’ e ‘Pera Milton Teixeira’. As demais cultivares registraram

alternâncias produtiva inferiores a cultivar padrão. As laranjeiras ‘Sanguínea’, ‘Seleta

Amarela’, ‘Bidwells Bar’, ‘Torregrosa’, ‘Jaffa’, ‘Vaccaro Blood’ e ‘Seleta Rio’

apresentaram, respectivamente, os menores IAP (Tabela 5).

As plantas das laranjas ‘Torregrosa’, ‘Biondo’, ‘Vaccaro Blood’, ‘Jaffa’,

‘Sanguínea’, ‘Finike’, ‘Bidwells Bar’ e ‘Seleta Amarela’ apresentaram as maiores

abscisões de frutos durante o período avaliado, em relação a Pera IAC (Figura 2).

As menores abscisões de frutos foram observadas nas seleções ‘Pera 3’, ‘Pera 2’,

‘Pera 4’ e ‘Pera Milton Teixeira’ respectivamente, com valores inferiores a 10

kg.planta-1 (Figura 2).

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Tabela 5 - Produção anual, acumulada (2010-2014), produtividade média, eficiência produtiva (EFP) e índice de alternância de

produção (IAP) em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do terceiro ao sétimo ano após o plantio, com densidade de 615 plantas.ha-1. Iaras, SP

1Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett (P<0,05). *Calculado a partir da produção média, em kg.planta-1, considerando caixa padrão de 40.8 kg. **Calculado pela média das safras avaliadas. *** Valores referentes as cinco safras avaliadas (2010-2014), calculadas a partir da formula desenvolvida por Pearce e Dobersek (1967).

Cultivares Produção (Kg.planta-1) Produtividade* EFP** IAP***

2010 2011 2012 2013 2014 Acumulada (caixas.ha-1) (Kg.m-3)

Pera IAC1 31,9 60,6 35,1 105,3 63,6 297 894 4,8 0,33 Pera IAC 2000 52,1(+) 51,4 37,7 107,3 81,9 330 996 3,8 0,19 Seleta Rio 27,5 74,4 62,2(+) 78,4(-) 69,0 311 939 4,9 0,18(-) Seleta Amarela 41,3 53,2 48,7 82,2(-) 69,9 295 890 6,3(+) 0,13(-) Homosassa 49,0(+) 83,1 49,8 93,5 71,2 347 1045(+) 5,6 0,24 Pera 2 32,6 55,8 58,9 96,1 62,3 306 921 5,0 0,19 Finike 51,5(+) 72,5 53,1 104,1 54,1 335 1011 4,7 0,24 Biondo 66,0(+) 79,6 49,2 99,2 55,1 349 1053(+) 5,0 0,24 Bidwells Bar 54,7(+) 61,0 46,6 75,3(-) 57,2 295 889 4,5 0,14(-) Sanguínea 51,3(+) 53,8 51,1 44,0(-) 43,4 244 735(-) 3,6(-) 0,03(-) Jaffa 56,7(+) 79,1 57,3 77,7(-) 55,6 326 984 4,8 0,16(-) Pera Alexandre Maróstica 55,0(+) 95,1(+) 46,9 112,5 64,6 374(+) 1127(+) 5,4 0,32 Pera Milton Teixeira 46,8(+) 81,4 44,2 118,8 70,3 361(+) 1089(+) 5,9(+) 0,32 Pera 3 28,5 55,6 53,5 84,1(-) 59,1 281 846 6,3(+) 0,19 Pera 4 40,6 62,9 42,9 95,0 61,7 303 914 6,0(+) 0,25 Vaccaro Blood 49,2(+) 89,3(-) 56,4 80,5(-) 73,7 349 1053(+) 5,9(+) 0,18(-) Torregrosa 58,1(+) 67,6 51,7 70,8(-) 48,5 297 895 4,5 0,14(-) Média 46,6 68,1 49,7 89,7 62,4 316 958 5,1 0,22 CV (%) 15,13 18,5 26,2 11,6 21,0 9,7 9,7 10,4 17,4

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Figura 2 - Abscisão acumulada [frutos no chão (kg.planta-1)] das safras 2012/2013,

2013/2014 e 2014/2015 avaliadas 30 dias antes da colheita de 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do quinto ao sétimo ano após o plantio, Iaras, SP. *Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’, (+) Significativo e superior a laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett (P<0,05)

4.3 Sensibilidade ao déficit hídrico

A partir do modelo agrometeorológico foi possível registrar o efeito da restrição

hídrica no desempenho produtivo das plantas (ANEXO C).

As cultivares Pera Milton Teixeira, Pera IAC, Pera IAC 2000, Pera 2, Seleta Rio

e Pera 3 foram classificadas como cultivares de alta sensibilidade ao déficit hídrico

(R2 > 0,70). As plantas das laranjas ‘Homosassa’, ‘Pera Alexandre Maróstica’, ‘Pera

4’, ‘Vaccaro Blood’, ‘Finike’, ‘Biondo’ e ‘Seleta Amarela’ apresentaram média

sensibilidade (0,70 > R2 ≥ 0,30). Finalmente, as laranjeiras ‘Bidwells Bar’, ‘Jaffa’,

‘Torregrosa’ e ‘Sanguínea’ apresentaram baixa sensibilidade à restrição hídrica (R2 <

0,30), ou seja, as condições hídricas ao longo dos anos pouco interferiram na

produtividade destes materiais (Tabela 6)

As cultivares classificadas como alta sensibilidade ao déficit hídrico registraram

coeficientes angulares (a) superiores à 0,7 enquanto às de baixa sensibilidade

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registraram valores inferiores à 0,3 (Tabela 6). Os elevados (e positivos) valores dos

coeficiente angulares, nas seleções de alta sensibilidade, demonstram uma maior

relação entre as produtividades observadas e as estimadas pelo modelo

agrometeorológico.

Os elevados valores registrados nos coeficientes lineares (b) podem estar

relacionados com as diferenças das condições experimentais entre o presente

estudo e a parametrização do modelo realizado por Camargo et al., (1999).

Tabela 6 – Coeficiente angular (a), coeficiente linear (b), coeficiente de determinação (R2) das regressões entre as produtividades estimadas e observadas e classificação quanto à sensibilidade ao déficit hídrico em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, avaliadas entre o terceiro e o sétimo anos após o plantio. Iaras, SP

Cultivares Coeficientes Sensibilidade ao déficit hídrico a b R2

Pera Milton Teixeira 0,7149 405,71 0,89 Alta Pera IAC 0,9383 214,79 0,83 Alta Pera IAC 2000 0,8817 234,87 0,83 Alta Pera 2 0,8086 243,28 0,76 Alta Seleta Rio 0,9634 149,88 0,74 Alta Pera 3 0,7471 264,36 0,73 Alta Homosassa 0,5329 562,17 0,66 Média Pera Alexandre Maróstica 0,4053 926,59 0,50 Média Pera 4 0,5392 579,66 0,42 Média Vaccaro Blood 0,3646 887,00 0,42 Média Finike 0,4132 855,38 0,40 Média Biondo 0,4574 729,57 0,40 Média Seleta Amarela 0,4185 678,64 0,32 Média Bidwells Bar 0,2539 803,91 0,12 Baixa Jaffa 0,1149 1023,00 0,07 Baixa Torregrosa 0,1174 916,6 0,03 Baixa Sanguínea 0,1412 871,77 0,02 Baixa

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4.4 Podridão Floral dos Citros e Mancha Preta dos Citros

As cultivares de laranja não registraram diferenças em relação ao número de

flores, número de cálices retidos e incidência de podridão floral na avaliação de PFC

na safra 2014/2015 (Tabela 7). As laranjeiras ‘Homosassa’, ‘Seleta Amarela’,

Torregrosa’, ‘Pera 3’ e ‘Seleta Rio’ registraram maiores porcentagens de frutos

fixados em relação à laranjeira ‘Pera IAC’ (Tabela 7).

Tabela 7 – Quantidade de flores marcadas, frutos fixados (FF), cálices retidos, incidência de podridão floral (IPF) e porcentagem de frutos fixados (PFF) em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, no sétimo ano após o plantio. Iaras, SP

Cultivares Flores FF Cálice IPF PFF (Unidades) (Unidades) (Unidades) (%) (%)

Pera IAC1 61 1 4 6,6 1,6 Pera IAC 2000 44 0 5 11,4 0 Seleta Rio 56 2 2 3,6 3,6(+) Seleta Amarela 70 3(+) 4 5,7 4,3(+) Homosassa 62 3(+) 1 1,6 4,8(+) Pera 2 57 1 4 7,0 1,8 Finike 69 1 3 4,3 1,4 Biondo 74 1 1 1,4 1,4 Bidwells Bar 66 2 2 3,0 3,0 Sanguínea 59 2 2 3,4 3,4 Jaffa 64 3(+) 3 4,7 4,7 Pera Alexandre Maróstica 86 3(+) 12 14,0 3,5 Pera Milton Teixeira 57 2 7 12,3 3,5 Pera 3 75 3(+) 2 2,7 4,0(+) Pera 4 96 2 2 2,1 2,1 Vaccaro Blood 65 1 1 1,5 1,5 Torregrosa 55 2 1 1,8 3,6(+) CV (%) 6,8 51,5 61,7 58,8 52,4 Valor de P 0,027 0,001 0,010 0,010 0,004

1Comparação das médias em relação a laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett.

Os frutos das laranjas ‘Pera IAC 2000’ e ‘Seleta Rio’ registraram valores de

severidade da MPC inferiores aos da laranja ‘Pera IAC’. Em relação à incidência da

MPC, calculada através da área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD),

verificou-se que a laranja ‘Pera IAC’ registrou as menores percentagens de frutos

sintomáticos e os frutos das laranjas ‘Seleta Rio’, ‘Seleta Amarela’, ‘Homosassa’,

‘Finike’ e ‘Biondo’ registraram valores superiores aos da cultivar padrão (Tabela 8).

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Tabela 8 – Severidade e incidência (AACPD - área abaixo da curva de progresso da doença) da mancha preta dos citros (Phyllosticta citricarpa), em frutos de 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’ na safra 2014/2015. Iaras, SP

Cultivares Severidade Incidência

(% da área lesionada) (AACPD) Pera IAC1 10,8 171 Pera IAC 2000 8,9(-) 420 Seleta Rio 8,9(-) 578(+) Seleta Amarela 11,3 891(+) Homosassa 10,7 538(+) Pera 2 10,7 135 Finike 10,9 750(+) Biondo 10,0 672(+) Bidwells Bar 11,3 410 Sanguínea 11,7 347 Jaffa 11,4 307 Pera Alexandre. Maróstica 10,9 182 Pera Milton Teixeira 11,1 376 Pera 3 11,2 277 Pera 4 11,7 419 Vaccaro Blood 11,2 297 Torregrosa 11,4 283 CV (%) 6,9 26,9 Valor de P <0,001

1Comparação das médias em relação aos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior aos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior aos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett.

4.5 Qualidade dos frutos

Os maiores frutos foram colhidos de plantas das laranjas ‘Seleta Rio’,

‘Homosassa’, ‘Biondo’, ‘Seleta Amarela’, ‘Pera IAC 2000’, ‘Bidwells Bar’, ‘Jaffa’,

‘Finike’ e ‘Torregrosa’. A laranjeira ‘Pera 3’ foi a única cultivar que apresentou frutos

com valores de massa inferiores aos da laranjeira ‘Pera IAC’ (Tabela 9).

Os frutos das laranjas ‘Pera 2’, ‘Pera IAC 2000’, ‘Pera Milton Teixeira’ e ‘Pera 3’

apresentaram valores superiores a 1,10 para o índice de conformação do fruto (ICF),

indicando formato mais piriforme que a cultivar padrão. Os frutos mais arredondados

foram observados nas laranjas ‘Finike’, ‘Biondo’, ‘Jaffa’, ‘Vaccaro Blood’, ‘Torregrosa’

e ‘Seleta Amarela’. Entre os frutos mais achatados (ICF < 1) destacaram-se os frutos

da laranja ‘Sanguínea’, ‘Seleta Rio’ e ‘Bidwells Bar’ (Tabela 9).

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Apenas os frutos das laranjas ‘Pera 3’, ‘Pera 4’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’

registraram valores de espessura da casca similares aos da laranja ‘Pera IAC’. As

demais cultivares registraram frutos com valores de espessura da casca superiores

aos da cultivar padrão (Tabela 9).

Os menores números de sementes foram registrados em frutos das laranjas

‘Pera IAC’, ‘Pera IAC 2000’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’ com três sementes por

fruto (Tabela 9). As maiores quantidades de sementes (13 -16 unidades por fruto)

foram registradas nas laranjas ‘Bidwells Bar’, ‘Biondo’, ‘Torregrosa’, ‘Seleta Amarela’,

‘Finike’ e ‘Jaffa’.

Tabela 9 – Massa, índice de conformação do fruto (ICF- relação altura/diâmetro), espessura da casca e número de sementes de 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’. Valores médios referentes as safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015 (quinto ao sétimo ano após o plantio). Iaras, SP

Cultivares Massa do fruto ICF Casca Sementes

(g) - (mm) (Unidade) Pera IAC1 170 1,08 4,3 3 Pera IAC 2000 211(+) 1,11(+) 5,3(+) 3 Seleta Rio 258(+) 0,99(-) 6,3(+) 9(+) Seleta Amarela 211(4) 1,01(-) 5,7(+) 13(+) Homosassa 222(+) 1,07 5,9(+) 7(+) Pera 2 161 1,13(+) 6,1(+) 5(+) Finike 203(+) 1,00(-) 6,2(+) 13(+) Biondo 217(+) 1,00(-) 6,6(+) 15(+) Bidwells Bar 208(+) 0,99(-) 6,5(+) 16(+) Sanguínea 181 0,97(-) 5,5(+) 5(+) Jaffa 204(+) 1,00(-) 5,2(+) 13(+) Pera Alexandre Maróstica 183 1,09 4,7 3 Pera Milton Teixeira 173 1,10(+) 6,1(+) 5(+) Pera 3 156(-) 1,10(+) 4,3 5(+) Pera 4 174 1,08 4,6 4(+) Vaccaro Blood 195 1,00(-) 6,0(+) 6(+) Torregrosa 200(+) 1,00(-) 5,7(+) 14(+) CV (%) 1,3 2,3 8,7 11,6 Valor P <0,0001

1Comparação das médias em relação a laranja ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranja ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranja ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett.

Os frutos das laranjeiras ‘Pera Alexandre Maróstica’, ‘Pera 2’ e ‘Finike’

registraram teores de sólidos solúveis superiores aos da laranjeira ‘Pera IAC’ na

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média das safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015. Os frutos das laranjas ‘Seleta

Amarela’, ‘Homosassa’, ‘Pera 4’ e ‘Vaccaro Blood’ registraram valores de SS

inferiores aos da laranja ‘Pera IAC’ (Tabela 10).

Os frutos da laranjeiras ‘Pera IAC 2000’ e ‘Seleta Rio’ registraram valores

similares aos da laranjeira ‘Pera IAC’, em relação à acidez titulável. As demais

cultivares registraram frutos com valores de AT superiores aos da cultivar padrão

(Tabela 10). Os valores de ratio variaram de 12 a 18, entre as cultivares estudadas,

e apenas os frutos das laranjas ‘Seleta Rio’ e ‘Pera IAC 2000’ não diferiram da

cultivar padrão. As demais cultivares registraram frutos com valores de ratio

inferiores à laranjeira ‘Pera IAC’ (Tabela 10).

Os valores de rendimento de suco entre as cultivares variaram de 32 a 46% e,

não foram observados rendimentos superiores aos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’

(Tabela 9). Os frutos das cultivares Seleta Rio, Finike, Bidwells Bar, Jaffa e Pera

Milton Teixeira registraram valores de rendimento de suco inferiores aos da

laranjeira ‘Pera IAC’ (Tabela 9).

Os teores de ácido ascórbico nos frutos variaram de 42 a 74 g.mg-1 entre as

cultivares. Os frutos da laranjeira ‘Pera IAC’ registraram as menores concentrações

de ácido ascórbico no período estudado. Entre as maiores concentrações,

destacaram-se os frutos das laranjeiras ‘Finike’, ‘Alexandre Maróstica’ e ‘Jaffa’

(Tabela 10).

Os frutos das seleções de laranja ‘Pera’ registraram os menores índices de cor

da casca (ICC) e seus valores não difeririam dos frutos da cultivar padrão (Tabela

10). Os frutos dos materiais genéticos introduzidos registraram ICC superiores aos

da laranja ‘Pera IAC’. Para o índice de cor da polpa (ICP), apenas os frutos das

laranjas ‘Homosassa’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’ registraram valores inferiores aos

da laranja ‘Pera IAC’ (Tabela 10).

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Tabela 10 – Teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), ratio, rendimento de suco, vitamina C, índice da cor da casca (ICC) e índice da cor da polpa (ICP) em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, média das safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015. Iaras, SP

Cultivares SS AT Ratio Suco Vitamina

C ICC ICP

(ºBrix) (%) SS/AT (%) g.mg-1 Pera IAC1 11,5 0,73 17 44 43 3,7 0,9 Pera IAC 2000 11,5 0,74 16 44 48(+) 3,7 0,9 Seleta Rio 11,2 0,65 18 32(-) 58(+) 6,1(+) 1,1 Seleta Amarela 10,4(-) 0,79(+) 13(-) 42 55(+) 5,2(+) 0,6 Homosassa 10,2(-) 0,76(+) 14(-) 42 61(+) 4,6(+) 0,2(-) Pera 2 12,3(+) 0,94(+) 14(-) 46 52(+) 3,8 0,6 Finike 12(+) 1,02(+) 12(-) 38(-) 68(+) 6,2(+) 1,2 Biondo 11,7 0,91(+) 13(-) 42 61(+) 6,4(+) 1 Bidwells Bar 11,8 0,83(+) 15(-) 40(-) 64(+) 6,3(+) 1 Sanguínea 11,7 0,94(+) 13(-) 44 63(+) 5,8(+) 0,6 Jaffa 11,1 0,99(+) 11(-) 40(-) 67(+) 5,5(+) 0,9 Pera Alexandre Maróstica 12,4(+) 1,18(+) 11(-) 46 67(+) 3,5 0,1(-) Pera Milton Teixeira 11,6 0,93(+) 13(-) 41(-) 57(+) 3,9 0,7 Pera 3 11,2 0,76(+) 15(-) 44 49(+) 3,7 1 Pera 4 10,7(-) 0,91(+) 12(-) 45 54(+) 3,7 0,7 Vaccaro Blood 10,8(-) 0,89(+) 12(-) 45 63(+) 5,3(+) 0,8 Torregrosa 11,3 0,98(+) 12(-) 43 65(+) 5,9(+) 0,7 CV (%) 3,9 12,0 4,6 1,5 5,3 15,1 35,0 Valor P <0,0001

1Comparação das médias em relação a laranja ‘Pera IAC’. (+) Significativo e superior a laranja ‘Pera IAC’; (-) Significativo e inferior a laranja ‘Pera IAC’ pelo teste de Dunnett.

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59

4.6 Curva de maturação

As plantas da laranja ‘Seleta Rio’ registraram os menores acúmulos térmicos

(2963 GD) necessários para os frutos atingirem a maturação (ratio = 12) (Tabela 13).

Para a cultivar Pera IAC, a regressão linear não foi significativa (P > 0,05), devido ao

elevado coeficiente de variação (Tabela 11). Entretanto, esta cultivar registrou uma

soma térmica de 3375 GD para atingir a maturação (Tabela 12). As maiores

necessidades térmicas foram verificadas nos frutos das laranjeiras ‘Homosassa’,

‘Pera Milton Teixeira’, ‘Finike’, ‘Sanguínea’, ‘Vaccaro Blood’, ‘Pera 4’, ‘Torregrosa’,

‘Jaffa’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’, com necessidades térmicas compreendidas

entre 4013 (‘Homosassa’) e 4543 (‘Pera Alexandre Maróstica’) para atingir a

maturação (Tabela 12).

Em relação a duração do ciclo fenológico (florescimento-maturação), a

laranjeira ‘Pera IAC’ registrou um ciclo de 348 dias (Tabela 12). O menor ciclo (305

dias) foi registrado na laranjeira ‘Seleta Rio’, enquanto que o maior ciclo (468 dias)

foi registrado na laranjeira ‘Pera Alexandre Maróstica’, apresentando uma diferença

de 163 dias entre o maior e o menor ciclo fenológico (Tabela 12).

De acordo com o período de maturação dos frutos, para a região de Iaras, SP,

a colheita da laranjeira ‘Seleta Rio’ foi prevista para o mês de julho (Tabela 12). A

colheita das laranjas ‘Pera IAC 2000’, ‘Bidwells Bar’ e ‘Seleta Amarela’ podem ser

previstas para o mês de setembro, enquanto que as laranjeiras ‘Pera 3’, ‘Pera 2’,

‘Biondo’ e ‘Homosassa’ podem ser previstas para o mês de outubro, naquela região

(Tabela 12). No mês de novembro, a colheita foi prevista para as laranjeiras ‘Pera

Milton Teixeira’, ‘Finike’, ‘Sanguínea’, ‘Vaccaro Blood’, ‘Pera 4’, ‘Torregrosa’, ‘Jaffa’

e, no mês de dezembro, a colheita da laranjeira ‘Pera Alexandre Maróstica’ (Tabela

12).

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Tabela 11 – Coeficiente angular (a), coeficiente linear (b), coeficiente de determinação (R2) e coeficiente de variação (CV), em função da regressão linear da curva de maturação média (safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015) de 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, do quinto ao sétimo ano após o plantio. Iaras, SP

Cultivares a b R2 CV (%)

Seleta Rio 0,0046 -1,63 0,22* 15 Pera IAC 0,0037 -0,42 0,04 33 Pera IAC 2000 0,0051 -6,07 0,17* 24 Bidwells Bar 0,0055 -8,06 0,34* 17 Seleta Amarela 0,0047 -5,35 0,29* 17 Pera 3 0,008 -18,38 0,43* 23 Pera 2 0,0059 -10,84 0,30* 22 Biondo 0,0052 -8,55 0,46* 14 Homosassa 0,006 -12,2 0,43* 19 Pera Milton Teixeira 0,006 -12,29 0,33* 24 Finike 0,0044 -6,2 0,19* 24 Sanguínea 0,0051 -9,09 0,32* 21 Vaccaro Blood 0,0038 -3,83 0,21* 20 Pera 4 0,0052 -9,71 0,36* 20 Torregrosa 0,0042 -5,84 0,40* 14 Jaffa 0,0038 -4,21 0,33* 15 Pera Alexandre Maróstica 0,0047 -9,22 0,44* 18

*Significativo pelo teste F (P< 0,05).

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Tabela 12 – Graus-dia acumulados (ΣGD), duração do ciclo fenológico entre o florescimento e maturação (ratio = 12) e previsão da colheita em 17 cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, calculados através da equação de regressão linear entre o ratio e os graus-dia. Iaras, SP

Cultivares ΣGD Ciclo* (Dias) Colheita (mês) em Iaras, SP**

Seleta Rio 2963 305 Julho Pera IAC1 3375 348 Agosto

Pera IAC 2000 3578 369 Setembro Bidwells Bar 3660 377 Setembro Seleta Amarela 3715 383 Setembro Pera 3 3778 389 Outubro Pera 2 3897 402 Outubro Biondo 3944 407 Outubro Homosassa 4013 414 Outubro Pera Milton Teixeira 4068 419 Novembro Finike 4108 424 Novembro Sanguínea 4176 431 Novembro Vaccaro Blood 4198 433 Novembro Pera 4 4199 433 Novembro Torregrosa 4227 436 Novembro Jaffa 4277 441 Novembro Pera Alexandre Maróstica 4543 468 Dezembro

1Regressão linear não significativa. *Dias necessários para os frutos atingirem a maturação em Iaras, SP, considerando a temperatura média de 22,7ºC e Temperatura basal = 13ºC. ** Previsão realizada com os dados de maturação de três safras (2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015).

4.7 Similaridade fenotípica

Considerando a matriz de distância euclidiana pelo método hierárquico de

aglomeração (UPGMA), foi possível agregar as cultivares em três grupos, de acordo

com os padrões de similaridade entre elas (Figura 3). O primeiro grupo é

representado pelas laranjeiras ‘Pera 4’, ‘Pera IAC’, ‘Pera 2’, ‘Pera 3’, ‘Bidwells Bar’,

‘Seleta Amarela’, ‘Torregrosa’ e ‘Sanguínea’, tendo como principal característica a

baixa produção acumulada. Dentro deste primeiro grupo, as seleções de laranja

‘Pera’, especialmente a ‘Pera IAC’ e ‘Pera 4’ apresentaram alta similaridade, assim

como as laranjeiras ‘Bidwells Bar’ e ‘Seleta Amarela’ (Figura 3). O segundo grupo foi

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representado pelas laranjeiras ‘Jaffa’, ‘Finike’, ‘Pera IAC 2000’, ‘Vaccaro Blood’,

‘Biondo’, ‘Homosassa’, ‘Pera Milton Teixeira’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’, sendo o

grupo de cultivares com as maiores produções acumuladas. Nesse grupo, as

menores distâncias (maiores similaridades) foram observadas entre as laranjeiras

‘Jaffa’ e ‘Finike’, ‘Biondo’ e ‘Homosassa’ e, entre as seleções ‘Pera Alexandre

Maróstica’ e ‘Pera Milton Teixeira’. No terceiro grupo encontra-se, isolada, a

laranjeira ‘Seleta Rio’ que têm como principais características os frutos grandes,

baixas porcentagens de suco e maturação mais precoce (Figura 3).

Figura 3 - Dendrograma obtido da análise de agrupamento hierárquica pelo método

de ligação média não ponderada (UPGMA) baseada no desempenho de nove variáveis agronômicas de 17 cultivares de laranjas doce sobre tangerineira ‘Sunki’. Iaras, SP

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5 DISCUSSÃO

Dentre as variáveis climáticas, a baixa temperatura e a reduzida disponibilidade

hídrica são os principais fatores que regulam a indução do florescimento em citros

(DAVENPORT, 1990; CASTRO et al., 2001; RIBEIRO et al., 2006). No inverno, as

plantas diminuem o crescimento devido à baixa umidade do solo e baixa

temperatura, reduzindo seu metabolismo (REUTHER, 1977), estimulando a

transformação de gemas vegetativas em reprodutivas (KRAJEWSKI e RABE, 1995).

Em Iaras, região sudoeste do Estado de São Paulo, a florada principal ocorreu entre

os meses de agosto e setembro, e as condições térmicas e hídricas podem ser

consideradas satisfatórias para a competitividade da citricultura local (TUBELIS,

1995).

5.1 Crescimento vegetativo

O crescimento das plantas cítricas dá-se em função, principalmente, da

combinação copa/porta-enxerto, da idade da planta, do estado nutricional, da

disponibilidade de água no solo e das condições climáticas (SCHNEIDER, 1968;

BALLESTER et al., 2014). O menor crescimento das plantas ocorre no inverno,

devido às baixas temperaturas e ao fotoperíodo (BRAR e SPANN, 2014). Porém,

nas condições subtropicais do Brasil, há um crescimento contínuo, ao longo do ciclo,

registrando-se até dois fluxos vegetativos no inverno (STENZEL et al., 2005b).

O maior crescimento das plantas durante o quarto e quinto ano após o plantio

pode ter sido caracterizado pelo período juvenil, que também é influenciado pelo

material genético e condições ambientais. As plantas cresceram exponencialmente

nesse período (LEOPOLD; KRIEDEMANN, 1975 apud MEDINA et al., 2005),

verificando-se um crescimento superior à média do período estudado. Verificou-se,

também, um crescimento em altura mais expressivo, a cada dois anos, que pode ser

explicado pela maior renovação das folhas, evento este que pode ocorrer em torno

de 1 a 3 anos (ERICKSON, 1968; GOREN, 1993).

Entre as seleções, a laranja ‘Pera 3’ apresentou o menor volume de copa no

sétimo ano após o plantio, característica esta que pode estar associada à

ontogênese ou ao processo de pré-imunização e indexação para obtenção de

material tolerante as doenças viróticas (STUCHI, 2012).

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O adensamento dos pomares é uma alternativa para aumentar produtividade

por unidade de área, uma vez que há restrição da disponibilidade da terra, de

energia e aumento dos custos fixos (REITZ, 1998; FORNER-GINER et al., 2014).

Nos plantios mais adensados, há ganhos até a sétima safra, sendo necessárias

podas ou irrigações complementares a partir do quinto ano de plantio (DONADIO et

al., 2002).

A partir da aplicação da equação de densidade ajustada, proposta por De Negri

et al. (2005), o espaçamento entre as plantas das 17 cultivares poderia ser reduzido

para 6 x 2,5 m (densidade de 666 plantas por hectare) sem alteração do manejo,

demonstrando que as cultivares apresentaram potencial para plantios mais densos

(WHEATON et al., 1990). De acordo com Wheaton et al. (1995), nos primeiros oito

anos de implantação do pomar, há um aumento da produção com o aumento da

densidade de plantio, justificando assim, a necessidade de reduzir o espaçamento.

5.2 Produção, produtividade e eficiência produtiva

A produtividade das plantas cítricas é afetada, entre outros fatores, pela

combinação copa/porta-enxerto e, principalmente, pelas variáveis climáticas. Em um

pomar adulto, a produtividade pode variar até 33%, de um ano para outro, em

função da restrição hídrica (CHELONG e SDOODEE, 2013). Donadio et al. (2000),

avaliando o desempenho de cultivares de laranja doce sobre tangerineira ‘Sunki’, no

espaçamento 7 x 4 m, em Bebedouro-SP, encontraram produtividades similares ao

presente estudo para as laranjeiras ‘Vaccaro Blood’ e ‘Bidwells Bar’ e inferiores para

as laranjeiras ‘Pera Alexandre Maróstica’, ‘Pera Milton Teixeira’ e ‘Jaffa’. Esse

desempenho similar das plantas de laranjas ‘Vaccaro Blood’ e ‘Bidwells Bar’ em

diferentes espaçamentos e localidades pode demonstrar uma capacidade de

adaptação desses materiais, porém há necessidade de mais estudos para

conclusões consolidadas.

A tangerineira ‘Sunki’ como porta-enxerto induz boa produtividade à laranjeira

‘Pera IAC’, quando comparada com outros porta-enxertos (STUCHI, 2004). No

presente estudo (densidade de 615 plantas.ha-1), as plantas de laranja ‘Pera IAC’

registraram uma produtividade de 894 caixas por hectare. Para Castle et al. (2011),

a tangerineira ‘Sunki’ registrou os melhores desempenhos produtivos para a cultivar

copa, entre o quarto e sétimo ano após o plantio, nas condições do oeste de Hobe

Sound, Flórida, EUA. Diversas pesquisas demonstraram o potencial de utilização da

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tangerineira ‘Sunki’ como porta-enxerto para diversas cultivares de laranja doce

(KOLLER et al., 2000; POMPEU JUNIOR et al., 2003; CANTUARIAS-AVILÉS et al.,

2011) e os resultados encontrados demonstram esse potencial.

Cultivares que apresentam um menor volume de copa e uma eficiência

produtiva superior, tornam-se tão interessantes quanto as cultivares copa com maior

volume e produção elevada (AULLER et al., 2008), pois, essa produção pode ser

compensada com o aumento da densidade de plantas, considerando o mesmo

porta-enxerto. Neste aspecto, a laranjeira ‘Pera 3’ é um material potencial, uma vez

que apresentou o menor volume de copa, em relação à cultivar padrão (vide

crescimento vegetativo), e registrou valores elevados de eficiência produtiva.

A alternância produtiva é caracterizada pelas plantas que apresentam alta

produção numa safra seguida de baixa produção na safra posterior (TONET et al.,

2002). O menor índice de alternância observado nas plantas de laranja ‘Sanguínea’

deve-se à baixa carga de frutos registradas ao longo das safras, uma vez que, a

carga de frutos influencia, sobretudo, no florescimento das plantas cítricas

(MARTINEZ-ALCANTARA et al., 2015). Estudos realizados por Stenzel et al. (2003),

Espinoza-Núñez et al. (2008) e Yildiz et al. (2013) demonstraram que os porta-

enxertos também influenciaram a alternância de produção nas cultivares copa,

podendo influenciar o IAP em até 52% para as cultivares de laranja doce de

maturação tardia (CANTUARIAS-AVILÉS et al., 2011).

No decorrer das safras, observou-se uma queda bastante acentuada dos

frutos, a partir do mês de julho. Este fato pode estar relacionado com a incidência de

doenças ou com as condições hídricas e térmicas que ocorreram entre os meses de

julho e setembro na região (MEDINA et al., 2005). Para Moreno et al. (2015), a

abscisão dos frutos está relacionada ao balanço hormonal da planta e as condições

climáticas locais. De acordo com pesquisas realizadas por Betancourt et al. (2014), a

abscisão dos frutos maduros deve-se a senescência e, não dependem das

condições meteorológicas locais.

5.3 Sensibilidade ao déficit hídrico

Na literatura, existem poucos trabalhos de modelagem com cultivares

brasileiras (ROLIM et al., 2008) e o modelo proposto por Camargo et al. (1999)

estuda plantas de laranja ‘Valência’ enxertadas em limoeiro ‘Cravo’, na região norte

do Estado de São Paulo. Entretanto, essas diferenças não comprometem os

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resultados encontrados, uma vez que o balanço hídrico é considerado o principal

fator condicionante da produtividade das plantas.

As cultivares Pera Milton Teixeira, Pera IAC, Pera IAC 2000, Pera 2, Seleta Rio

e Pera 3 apesar de serem oriundas de seleção local (Estado São Paulo e Rio de

Janeiro) se classificaram como alta sensibilidade ao déficit hídrico, evidenciando que

outros materiais genéticos podem ser mais adequadas ao regime hídrico da região.

As cultivares de baixa sensibilidade, com exceção da ‘Bidwells Bar’ (origem

desconhecida), são originárias de regiões de clima mediterrânico onde o regime

hídrico é inferior às condições do experimento e as temperaturas no inverno são

menores.

A classificação das cultivares quanto à sensibilidade ao déficit hídrico é inédita

nas condições brasileiras e poderá servir como suporte aos programas de

melhoramento ou mesmo na tomada de decisão dos citricultores visando aumentar a

eficiência do sistema de produção agrícola (DONATELLI e, CONFALONIERI, 2011).

5.4 Podridão Floral dos Citros e Mancha Preta dos Citros

As baixas porcentagens de cálices retidos, indicativo de podridão floral dos

citros (PFC), foram similares aos observados por Roberto e Borges (2001) para a

laranjeira ‘Pera’, no município de Rincão, região norte do Estado de São Paulo.

Sabendo-se que a PFC ocorre em função de chuvas durante a florada e da

presença do inóculo na área (FEICHTENBERGER et al., 1997), a baixa incidência

encontrada, pode estar relacionada ao manejo fitossanitário realizado na fazenda (4

a 6 pulverizações por ano), cujo controle da doença é realizado desde a implantação

do pomar.

Na epidemiologia comparativa, a suscetibilidade das cultivares é dada pela

taxa de progresso da doença, que é obtido através de modelos matemáticos

epidemiológicos (SPOSITO et al., 2004a). Porém, em função dos baixos valores de

incidência de MPC encontrados neste estudo, não foi possível aplicar modelos para

os cálculos de inóculo inicial e taxa de progresso da doença, para as diferentes

cultivares.

Pesquisas realizadas, em Cordeirópolis, SP, por Schinor et al. (2002),

verificaram menores porcentagens de severidade da MPC nos frutos de 10 seleções

de laranja Pera (Vimusa, EEL, IAC 2000, Olímpia 15161, Premunizada 1212,

Bianchi, R. Gullo 1569/ 244, Dibbern CV, R. Gullo 1570/246 e Premunizada 1743/82)

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enxertadas em limoeiro ‘Cravo’ quando comparadas ao presente trabalho. Em

relação a AACPD da incidência da MPC, Rossetto et al., (2011) registraram valores

inferiores ao presente estudo. Essa inferioridade na incidência e na severidade da

doença, podem estar relacionadas com o nível inicial de inóculo ou com as

condições ambientais distintas (RIBEIRO et al., 2006).

A MPC afeta todas as cultivares de laranjas doces (AGUILAR-VILDOSO et al.,

2002) e a expressão de seus sintomas está relacionada com as fases subsequentes

de desenvolvimento e maturação dos frutos, sendo maior quanto mais madura

estiver a fruta (SPÓSITO et al., 2004a). Entretanto, nas condições subtropicais do

Brasil, os sintomas de MPC tornam-se mais expressivos nos meses mais quentes da

primavera e do verão, sendo mais pronunciados nas cultivares de maturação tardia

(NININ et al., 2012).

5.5 Qualidade dos frutos

A qualidade externa e interna dos frutos é uma característica intrínseca da

cultivar, porém, depende de outros fatores tais como manejo, nutrição, porta-enxerto,

condições edafoclimáticas (POMPEU JUNIOR, 1991; DONADIO et al., 1995) e da

carga pendente (tempo de permanência e quantidade de frutos) das plantas

(DUARTE et al., 2011).

O tamanho e o formato do fruto são variáveis importantes para comercialização

no mercado de frutas in natura. Além disso, o tamanho do fruto está inversamente

relacionado com a produção (CASTLE et al., 2011), ou seja, os anos de alta

produção originam frutos pequenos devido à maior competição por fotoassimilados

(WHEATON, 1986).

Os frutos destinados tanto para o mercado in natura quanto ao processamento

industrial devem cumprir requisitos mínimos de maturação. Porém, essa maturação

não é constante ao longo das safras e, essa sazonalidade nos atributos físicos

(tamanho dos frutos e rendimento do suco) influenciam os principais atributos

químicos dos frutos (SS, AT e ratio) (WARDOWSKI et al., (1995) apud CASTLE et

al., 2011).

Donadio et al., (1999) registraram valores similares, ao presente estudo, para a

massa dos frutos de laranja ‘Pera Alexandre Maróstica’ e valores inferiores para as

laranjas ‘Jaffa’ e ‘Homosassa’, para a mesma combinação (tangerineira ‘Sunki’), em

Bebedouro, SP. Stuchi et al. (2004) observaram, também, que a tangerineira ‘Sunki’

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induziu aos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’, nas condições de Bebedouro, SP, valores

de massa superiores aos encontrados neste trabalho.

Os frutos das laranjas ‘Bidwells Bar’, ‘Biondo’, ‘Torregrosa’, ‘Seleta Amarela’,

‘Finike’ e ‘Jaffa’ apresentaram alto número de sementes e essa característica indica

o baixo potencial dessas cultivares para o mercado in natura (PIO, 1993; PIO et al.,

2001). As seleções de laranja ‘Pera’ registraram baixo número de sementes, sendo

que, essa característica é comumente encontrada nas seleções deste material

genético (DONADIO, 1999).

Para o rendimento de suco, os valores registrados neste estudo foram

inferiores aos encontrados em pesquisas anteriores (FIGUEIREDO 1991; DONADIO

et al., 1999), devido ao processo manual de extração do suco. No que diz respeito a

qualidade interna, verificou-se que os frutos da laranja ‘Pera Alexandre Maróstica’

apresentaram teores de acidez superiores à 1% e, os frutos com melhores sabores

encontram-se numa faixa de acidez entre 0,75 e 1% (STEGER, 1990). Todas as

cultivares avaliadas apresentaram teores de sólidos solúveis superiores à 10 ºBrix,

sendo, esses frutos, aceitáveis para a comercialização no mercado in natura, no

Estado de São Paulo (CEAGESP, 2011).

Em pesquisas realizadas por Stuchi et al. (2004) e Donadio et al. (1999),

constatou-se valores de sólidos solúveis inferiores ao presente estudo, para os frutos

da laranja ‘Pera IAC’ e superiores para os frutos das laranjas ‘Homosassa’ e ‘Jaffa’.

Para acidez dos frutos, os autores observaram concentrações semelhantes para as

laranjas ‘Homosassa’, ‘Finike’ e ‘Torregrosa’ e distintas para os frutos das laranjas

‘Jaffa’ e ‘Pera Alexandre Maróstica’. Castle e Baldwin (2011) avaliaram diferentes

cultivares de laranja sobre citrumeleiro ‘Swingle’, na Flórida, e verificaram que frutos

das laranjas ‘Jaffa’ e ‘Torregrosa’ apresentaram menores teores de acidez, quando

comparados a este estudo, enquanto os frutos da laranja ‘Homosassa’ registraram

maiores teores de AT.

Os teores de açúcares e de ácidos orgânicos são os principais componentes

responsáveis pelas propriedades sensoriais dos suco de laranja (LEGUA et al.,

2013). As oscilações de temperatura e precipitação podem ser responsáveis pela

variação de até 70% no conteúdo de sólidos solúveis. As distintas concentrações de

acidez e açúcares encontradas pelos autores devem estar relacionadas com a

combinação copa porta/enxerto, com a localidade (ALBRIGO, 1992) e também com

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o tamanho dos frutos, uma vez que a concentração dos sólidos solúveis está

inversamente associada ao tamanho dos frutos (DIGIORGI et al.,1991).

Os baixos valores da coloração externa dos frutos é consequência da baixa

degradação da clorofila, estimulada pelas temperaturas existentes nas condições

experimentais (SPÓSITO et al., 2006). Essa baixa qualidade visual dos frutos

cítricos, associada às barreiras fitossanitárias e aumento de produção de laranja na

Espanha e nos países do continente africano vêm dificultando as exportações

brasileiras da fruta in natura (NEVES et al., 2010). Os elevados índices de coloração

da polpa dos frutos das seleções de laranja ‘Pera’, com exceção da ‘Pera Alexandre

Maróstica’, é considerado como um dos principais atributos de qualidade da laranja

‘Pera’ para o processamento industrial (DONADIO et al., 1999).

5.6 Curva de maturação

Com o estabelecimento da curva de maturação, pode-se acompanhar, em

tempo real, a maturação dos frutos (SENTELHAS, 2005) evitando o atraso na

colheita, uma vez que este atraso interfere na qualidade e abscisão dos frutos nas

plantas (BETANCOURT et al., 2014). A definição da melhor época de colheita

dependerá também do destino do fruto/suco. Na Califórnia, utiliza-se ratio de, no

mínimo, 8 para o consumo do fruto in natura, e ratio igual a 10 para frutos destinados

à fabricação de suco concentrado congelado. Na Flórida, geralmente, os

consumidores preferem o suco de laranja com ratio entre 15 e 18 (KIMBALL, 1991).

No Brasil, verifica-se a preferência por sucos com ratio acima de 14. Todavia, o

processamento pode começar quando o ratio alcança o valor 12, embora o preferido

pelas indústrias esteja entre 15 e 18 (MARCHI, 1993).

A presença de alguns compostos amargos (limonin, nomilin e naringin), que

não foram avaliados neste estudo, são de extrema importância para a produção do

suco cítrico. No decorrer da maturação, estes compostos demonstram uma

tendência de decrescimento, enfatizando assim, a necessidade de realizar a colheita

no estádio adequado para não prejudicar a qualidade do suco (LI et al., 2014).

Para a soma térmica (GD acumulados) necessária à maturação dos frutos das

laranjeiras doces no Estado de São Paulo, Ortolani et al. (1991) verificaram que as

cultivares de maturação precoce necessitaram de 2500 GD, as de meia-estação de

3100 GD e as tardias de 3600 GD. Entretanto, tal critério foi estabelecido a partir de

dados fornecidos por produtores e, não foram realizados trabalhos de campo

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(coletas de frutos e marcações das floradas) para confirmar tais resultados,

justificando as diferenças encontradas com este estudo.

Volpe (1992) registrou resultados similares aos do presente trabalho, relatando

que os frutos da laranjeira ‘Pera Rio’ necessitaram de, aproximadamente, 3700 GD

para atingir ratio igual a 13, em Bebedouro, região norte do Estado de São Paulo. A

temperatura média na região norte é mais elevada que a região sudoeste (Iaras) e,

essas diferenças resultam, principalmente, no início e duração de cada fase

fenológica (BARBASSO et al., 2005).

Uma das principais características da laranjeira ‘Pera’ é a maior produção de

fluxos vegetativos e reprodutivos, resultando na produção de frutos em diferentes

estádios de maturação, na mesma safra (DONADIO et al., 1999). As várias floradas

não foram avaliadas no experimento, entretanto, a não significância da curva de

maturação registrada nos frutos da laranjeira ‘Pera IAC’, pode estar relacionada com

a presença de frutos em diferentes estádios de maturação.

Volpe et al. (2002) observaram que as regressões lineares entre maturação e

graus-dia foram significativas (P < 0,01) independentemente do ano e da idade,

indicando que existe uma relação funcional entre a maturação e a soma térmica.

Stenzel et al. (2006) registraram elevados coeficientes de determinação (R2 > 0,95)

na equação de regressão entre o acúmulo de graus-dia e a maturação dos frutos.

Os elevados valores de R2 deve-se ao tamanho da amostra, que diferente do

presente estudo (três safras), considerou apenas uma safra.

A partir das condições térmicas do experimento, foi possível registrar um ciclo

(antese e maturação) de 10 (‘Seleta Rio’) à 15 meses (‘Pera Milton Teixeira’) entre

as cultivares. Segundo Medina et al. (2005), o ciclo fenológico das cultivares pode

variar até nove meses, para a mesma combinação, dependendo, das condições

hídricas e térmicas locais (REUTHER, 1977).

5.7 Similaridade fenotípica

As variações na produtividade entre as seleções de laranja ‘Pera’ pode ser

explicada pelas mutações nas células (CAMERON et al., 1959). As diferenças

encontradas entre as seleções de laranja ‘Pera’ do grupo 1 (‘Pera IAC’, ‘Pera 2’,

‘Pera 3’ e ‘Pera 4’) e do grupo 2 (‘Pera IAC 2000’, ‘Pera Alexandre Maróstica’ e ‘Pera

Milton Teixeira’) pode estar relacionada com as diferentes estirpes do virús da

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tristeza, quando preimunizados, ou mesmo com a senescência clonal em citros

(HODGSON; CAMERON, 1938).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os experimentos para avaliação regional de cultivares são primordiais para a

recomendação dos materiais genéticos. Na região sudoeste paulista, o município de

Iaras tem grande representatividade e a caracterização das cultivares nesta região

torna-se imprescindível para o desenvolvimento da citricultura, seja ela para o

processamento industrial ou para o mercado de fruta fresca.

Nos anos recentes, o mercado de suco de laranja vem perdendo espaço frente

aos mercados de bebidas não alcoólicas. Em contrapartida, a indústria da laranja

observa uma crescente demanda por sucos de melhor qualidade (NFC). Mesmo com

este cenário, a indústria continua pagando ao produtor [> R$ 10,00 por caixa (40,8

kg)] de acordo com a produção, desmerecendo, assim, os atributos de qualidade dos

frutos. Com base nesse aspecto (produção acumulada das plantas), apenas as

laranjeiras ‘Seleta Amarela’, ‘Bidwells Bar’, ‘Sanguínea’ e ‘Pera 3’ não seriam

recomendadas para os produtores que destinam sua produção à indústria.

De acordo com o modelo de produtividade, a alta sensibilidade encontrada nas

seleções ‘Pera IAC’, ‘Pera IAC 2000’, ‘Pera 2’, ‘Pera 3’, ‘Pera Milton Teixeira’ e na

laranjeira ‘Seleta Rio’ demonstram que essas cultivares são mais adaptadas às

condições onde não há deficiência hídrica. Para a similaridade fenotípica, as

diferenças encontradas entre as seleções de laranja ‘Pera’ evidenciam a

necessidade constante de obtenção de “clones novos” por programas de

melhoramento de citros, buscando-se a seleção de materiais mais produtivos.

Entre os materiais genéticos avaliados, a laranjeira ‘Pera IAC’ (cultivar padrão)

registrou os melhores atributos de qualidade dos frutos para uma colheita mais

precoce, porém, apresentou baixa produtividade quando comparada aos demais

materiais genéticos. Neste sentido, a curva de maturação pode ser utilizada como

ferramenta para tomada de decisão, no processo de escalonamento de colheita,

com intuito de potencializar a qualidade dos frutos de cada cultivar. Da mesma

forma, a partir das informações registradas, pode-se pensar em novas propostas de

ensaios experimentais, agrupando-se os materiais genéticos conforme maturação.

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7 CONCLUSÕES

1. A laranjeira ‘Seleta Rio’ apresenta produção similar e uma maturação mais

precoce que à ‘Pera IAC’.

2. A seleção ‘Pera Alexandre Maróstica’ é mais produtiva que a laranjeira ‘Pera

IAC’, indicada para uma colheita mais tardia, porém seus frutos apresentam

coloração de polpa menos intensa que a cultivar padrão.

3. As seleções ‘Pera 2’ e ‘Pera IAC 2000’ apresentam produções similares e frutos

de qualidade superior à cultivar Pera IAC.

4. As laranjeiras ‘Homosassa’ e ‘Vaccaro Blood’ são mais produtivas e seus frutos

contem menores teores de açúcares em relação à ‘Pera IAC’.

5. A laranjeira ‘Biondo’ é mais produtiva e seus frutos possuem elevado número de

sementes, em comparação à ‘Pera IAC’.

6. A seleção ‘Pera Milton Teixeira’ é mais produtiva e seus frutos apresentam

menores teores de suco, em comparação à laranjeira ‘Pera IAC’.

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ANEXOS

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Anexo A

Figura 4 – Extrato do balanço hídrico sequencial (CAD = 100 mm) entre os anos 2009-2014, na Fazenda Rio Pardo, calculado através de planilha eletrônica (ROLIM et al., 1998), Iaras, SP

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Anexo B

Tabela 13. Número de acesso das 17 cultivares de laranja doce nos Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) do CAPTACSM e da EECB.

Cultivar/Seleção BAG CAPTACSM* BAG EECB** Número do Acesso

1. Pera IAC1 519 2. Pera IAC 20001 520 3. Seleta Rio 555 521 4. Seleta Amarela 1185 522 5. Homosassa 523 6. Pera 2 524 7. Finike 1367 525 8. Biondo 1334 526 9. Bidwells Bar 1350 527 10. Sanguínea 528 11. Jaffa 1340 529 12. Pera Alexandre Maróstica 530 13. Pera Milton Teixeira 531 14. Pera 3 532 15. Pera 4 533 16. Vaccaro Blood 1349 534 17. Torregrosa 1343 535 *Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Citros Sylvio Moreira (Cordeirópolis, SP), ** Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, SP.1Cultivares registradas.

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Anexo C

Figura 5a – Produtividade estimada e observada de cultivares de laranja doce de

alta sensibilidade à restrição hídrica, sobre tangerineira ‘Sunki’, avaliadas do terceiro ao sétimo ano após o plantio (2010-1014), calculada através do modelo de produtividade, parametrizado por Camargo et al. (1999), em Iaras, SP. Cada observação (ponto) representa a média das produtividades de três plantas, sendo cinco observações por ano

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Figura 5b - Produtividade estimada e observada de cultivares de laranja doce com média sensibilidade à restrição hídrica, sobre tangerineira ‘Sunki’, avaliadas do terceiro ao sétimo ano após o plantio, calculada através do modelo de produtividade parametrizado por Camargo et al. (1999), em Iaras, SP. Cada observação (ponto) representa a média das produtividades de três plantas, sendo cinco observações por ano

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Figura 5c – Produtividade estimada e observada de cultivares de laranja doce

de baixa sensibilidade à restrição hídrica, sobre tangerineira ‘Sunki’, avaliadas do terceiro ao sétimo ano após o plantio, calculada através do modelo de produtividade parametrizado por Camargo et al. (1999), em Iaras, SP. Cada observação (ponto) representa a média das produtividades de três plantas, sendo cinco observações por ano