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1 Agradecimentos Na elaboração deste trabalho contei com a ajuda directa e indirecta de diversas pessoas, pelo que aproveito desde já para agradecer a todos quantos me apoiaram, incentivaram e me transmitiram conhecimentos. Sem qualquer ordem específica e correndo o risco de ser injusto com alguém, pretendo ainda destacar as seguintes pessoas: O meu Tutor – Professor Rafael Lucas Ruiz, pela sua disponibilidade, conhecimento, facilidade de comunicação, sentido de humanidade e compreensão. O Professor José Manuel Pagés y Madrigal, pelo exemplo de capacidade de trabalho, pelo apoio e orientação prestados antes do início do desenvolvimento da tesina, renovado na altura do início da tese, e pelo incentivo a que as desenvolvesse o mais rápido possível. O meu Pai, pelo exemplo e impulso que me vem dando há anos no sentido de aumentar as minhas qualificações, pela informação que me faculta e pela alegria que demonstra em me ver percorrer este caminho. Todos os Professores da Universidade de Sevilla que participaram no período lectivo pelos conhecimentos transmitidos ao longo do mesmo. A Professora de Espanhol - María Dolores Sánchez Peréz, pelos ensinamentos, boa disposição e facilidade de comunicação com os alunos. A minha mulher - Ana Sofia - e os meus filhos - Sofia e João, pelos sacrifícios materiais e pessoais que lhes tenho imposto, que nem sempre são fáceis de justificar e entender.

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Agradecimentos Na elaboração deste trabalho contei com a ajuda directa e indirecta de diversas pessoas, pelo que aproveito desde já para agradecer a todos quantos me apoiaram, incentivaram e me transmitiram conhecimentos. Sem qualquer ordem específica e correndo o risco de ser injusto com alguém, pretendo ainda destacar as seguintes pessoas: O meu Tutor – Professor Rafael Lucas Ruiz, pela sua disponibilidade, conhecimento, facilidade de comunicação, sentido de humanidade e compreensão. O Professor José Manuel Pagés y Madrigal, pelo exemplo de capacidade de trabalho, pelo apoio e orientação prestados antes do início do desenvolvimento da tesina, renovado na altura do início da tese, e pelo incentivo a que as desenvolvesse o mais rápido possível. O meu Pai, pelo exemplo e impulso que me vem dando há anos no sentido de aumentar as minhas qualificações, pela informação que me faculta e pela alegria que demonstra em me ver percorrer este caminho. Todos os Professores da Universidade de Sevilla que participaram no período lectivo pelos conhecimentos transmitidos ao longo do mesmo. A Professora de Espanhol - María Dolores Sánchez Peréz, pelos ensinamentos, boa disposição e facilidade de comunicação com os alunos. A minha mulher - Ana Sofia - e os meus filhos - Sofia e João, pelos sacrifícios materiais e pessoais que lhes tenho imposto, que nem sempre são fáceis de justificar e entender.

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Modelo de intervenção para a reabilitação dos Bairros Históricos da Cidade de Lisboa

1 Objectivo do trabalho Este trabalho tem como objectivo efectuar o confronto entre a procura da sociedade actual e a oferta existente e potencial dos Bairros do Centro Histórico de Lisboa, com vista a traçar as linhas gerais de um modelo de intervenção que permita a reabilitação desses bairros. A necessidade de concretização desta ferramenta resulta da complexidade e dispersão dos Bairros de Lisboa, com características díspares e especificidades próprias que derivam dos locais onde estão implantados e dos períodos históricos em que a sua natureza urbana se consolidou. Pela observação do património edificado, do equipamento urbano e das dinâmicas populacionais, torna-se evidente que o trabalho desenvolvido nas duas últimas décadas em termos de reabilitação urbana, apesar de bem-intencionado, não produziu resultados que se possam considerar positivos. Na realidade, à luz dos parâmetros antes referidos e apesar dos esforços e capitais dispendidos, o que se constata, censo após censo, estatística após estatística, é que os bairros históricos estão a ficar progressivamente depauperados em termos de população residente e de postos de trabalho, não só em quantidade como ainda em qualidade e diversidade. Simultaneamente e em consequência destas dinâmicas populacionais negativas, agudiza-se inevitavelmente o estado geral de conservação do património privado e público. O que se constata, ao fim de mais de duas décadas de investimento na reabilitação do Centro Histórico da Cidade de Lisboa, é que o seu manifesto insucesso não resulta da incapacidade técnica de quem está no terreno, mas sim da ausência de critérios e princípios que realmente pudessem alterar uma realidade progressivamente empobrecedora de todo o Centro Histórico da Capital, que deveria constituir uma riqueza única da cidade. Mais do que tentar-se substituir à iniciativa e ao capital privado, acreditamos que o Estado e a Câmara Municipal de Lisboa deveriam investir nos aspectos em que toda a área em estudo falha e que são indiscutivelmente competência própria.

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2 Estado da questão No âmbito da Reabilitação Arquitectónica e Urbana desenvolveram-se, entre outros, em Portugal os seguintes temas nos últimos anos: 2.1. Sobre o tema da reabilitação dos espaços públicos urbanos e/ou estratégias de desenvolvimento: O Professor associado Paulo Lourenço e o Professor assistente Luís Ramos da Universidade do Minho elaboraram em 2000 uma análise detalhada sobre as “Técnicas de Construção Pombalina” (Lourenço 2000) (Ramos 2000), incluindo uma apreciação do estado de conservação da estrutura do quarteirão do Martinho da Arcada. Esses mesmos professores efectuaram em 2002 uma “Análise da vulnerabilidade sísmica de um quarteirão da Baixa Pombalina” (Lourenço 2000) (Ramos 2000), onde consideraram as alterações estruturais efectuadas nos edifícios e o possível efeito de conjunto do quarteirão na resposta a um sismo. Na Universidade da Beira Interior (UBI) foi elaborado em 2001 um estudo sobre a “História da Real Fábrica de Panos” (Publicações UBI 2001), entretanto convertida em Museu de Lanifícios. Nesse estudo está descrita a Fábrica original, o edifício em si, a recuperação e a intervenção arquitectónica a que foi sujeito. O Arquitecto Domingos de Almeida Bucho, em colaboração com a Região de Turismo de S. Mamede, o IPPAR e o Ministério da Cultura, publicou em 2000 um livro intitulado “Fortificação do Marvão – História, Arquitectura e Restauro” (Bucho 2000). Em 1995 havia publicado uma análise do Mosteiro de S. Bernardo, em Portalegre. Nessa análise estão incluídos o estudo histórico e arquitectónico e as propostas de recuperação e valorização do património edificado. A Arquitecta Luz Valente Pereira, investigadora principal do LNEC, publicou em 1999 um documento subordinado ao título “Leitura da imagem de uma área urbana como preparação para o planeamento/acção da sua reabilitação” (Pereira 1999), onde pretende efectuar um retrato global, interpretativo e crítico da área urbana. Neste mesmo trabalho estuda os seguintes parâmetros: - Constituição e estrutura da área urbana; - Mobiliário urbano e Lettering; - Espécies animais e vegetais; - Carácter urbano; - Dinâmica urbana. Este trabalho contribui para o estudo do desenvolvimento das áreas urbanas e para a definição e conhecimento do ponto de partida de cada área no sentido da reabilitação. A Engenheira Alexandra Alegre defendeu em 1999 no Instituto Superior Técnico uma tese de mestrado submetida ao tema “Estudo de Diagnóstico de Consulta e Apoio à Reabilitação das Casas de Rendas Económicas das Células I e II do Bairro de Alvalade” (Alegre 1999), onde se procede a um estudo aprofundado das características construtivas do Bairro, das tipologias, da situação actual e da evolução social da população.

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O Arquitecto Vasco Massapina publicou em 1999 um estudo no Boletim de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa sobre a “Reabilitação urbana da Praça D. Manuel I, em Pedrouços” (Massapina 1999). A Engenheira Civil Elisabete Arsénio elaborou em 1996 um trabalho com o tema “Os modelos integrados no processo de planeamento de transportes e do uso do solo: o modelo HLFM II+, perspectivas e aplicação” (Arsénio 1996). Nesta publicação analisa as potencialidades e restrições do modelo e discute as aplicações possíveis, bem como os dados de base necessários. Estuda as interligações dos diferentes meios de transporte colectivo e privado entre si e com o uso do solo. A Arquitecta Luz Valente Pereira publicou em 1996 um livro com o título “Metodologia de planeamento da reabilitação das áreas urbanas” (Pereira 1996), onde analisa o conceito de reabilitação urbana associado ao conceito de desenvolvimento, focando ainda as relações entre técnicos e políticos. Nesta publicação é comparado o desenvolvimento tecnológico e social com o desenvolvimento urbano, evidenciando alguns desfasamentos do mesmo, sendo ainda abordada a articulação entre o poder político e a área técnica. A Professora Maria da Graça Carvalho e o Professor Amílcar Arantes publicaram em 1991 um estudo sobre “Modelação física e matemática da propagação de incêndios urbanos” (Carvalho 1991) (Arantes 1991). Tal como o título indica, é estudada a propagação de incêndios urbanos em função de diversos factores, entre os quais se destacam os ambientais, os limitativos de acesso de meios de socorro e os relacionados com os materiais constituintes das edificações. Este trabalho permite verificar e simular a propagação de incêndios urbanos ao serem alteradas as condições iniciais, comparando assim diferentes soluções urbanísticas. A Socióloga Maria João Lopes Freitas, investigadora do LNEC, publicou em 1990 um trabalho sobre “Satisfação residencial e atitudes face ao realojamento – estudo de uma amostra de indivíduos residentes no bairro do relógio” (Freitas 1990). Neste documento são tipificados vários padrões familiares e de comportamento e uso de e no interior da habitação. Permite perceber o papel desempenhado por cada espaço da habitação ao longo do dia, para cada um dos seus utentes e me função das suas rotinas. A Arquitecta Luz Valente Pereira publicou em 1990 um trabalho sobre “A utilização da cidade. Um estudo sobre a cidade de Lisboa” (Pereira 1990), acompanhado de um inquérito piloto que serviu de suporte para este. Neste documento observa como se realiza a utilização quotidiana do espaço urbano. Este estudo fornece dados importantes para perceber como se processa a apropriação do território da cidade. A Arquitecta Luz Valente Pereira publicou em 1987 um livro com o título “Reabilitar o urbano ou como restituir a cidade à estima pública” (Pereira 1987), apresenta e desenvolve estratégias sobre o tema da reabilitação.

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2.2. Sobre o tema das patologias: No Observatório da Construção de Trás-os-Montes e Alto Douro foi efectuada em 2002 a “Caracterização da ocorrência de Patologias em Vila Real” (Edição UTAD 2002). Este documento tem interesse no sentido de tipificar o comportamento dos diferentes géneros de edificações ao longo do tempo, permitindo ainda comparar com o que se passa em outros pontos do País com modos de construir e condições ambientais distintas. A Engenheira Química Elda de Castro, investigadora do LNEC, publicou em 2001 um documento sobre “Tratamento e conservação das pedras em monumentos” (Castro 2001), onde analisa as cantarias em edifícios monumentais na AMLisboa, com análise sobre os diversos tratamentos aplicados. Destes destaca a limpeza por pulverização de água, a limpeza com pastas de argila absorventes, a limpeza com pastas gelatinosas dissolventes e a limpeza com micro jacto de precisão de partículas abrasivas. No mesmo trabalho estuda a limpeza de “graffiti” em pormenor, a consolidação das cantarias em geral e a protecção e manutenção das mesmas. Este documento é muito útil e actual, abordando um tema com que nos debatemos diariamente. Entre os anos de 1996 e 2000 foram publicadas diversas notas sobre paredes de alvenaria, nomeadamente “Comportamento de paredes de alvenaria em estruturas reticuladas” e “Causas e classificações de patologias em paredes de alvenaria de pedra” A Engenheira Maria de Lurdes Reis defendeu em 1996 na FEUP uma tese de mestrado subordinada ao tema “Métodos de análise dinâmica aplicados à detecção e identificação de patologias em elementos construtivos” (Reis 1996); A Professora Maria da Graça Carvalho e o Professor Amílcar Arantes publicaram em 1992 um estudo sobre “Modelação física e matemática da propagação de incêndios no interior de compartimentos” (Carvalho 1992) (Arantes 1992). Tal como o título indica, é estudada a propagação de incêndios no interior de compartimentos, apresentando um método assistido por computador, destinado a analisar a propagação através de equações diferenciais e análise matricial. Este trabalho permite verificar e simular a propagação de incêndios no interior de edifícios ao serem alteradas as condições iniciais, comparando assim diferentes soluções construtivas. A Engenheira Química Maria Manuela Salta, investigadora do LNEC, publicou em 1990 um livro sobre “Inspecção e controlo da corrosão das armaduras do betão” (Salta 1990). Este documento destaca os métodos de análise do estado das armaduras embebidas no betão, sendo útil para ajudar a prever o comportamento e evolução das estruturas de betão armado. O Engenheiro Civil H. Novais Ferreira, investigador coordenador do LNEC, publicou em 1989 um documento sobre “Casos de obra, ruínas devidas às fundações” (Ferreira 1989), onde aborda e comenta a ruína de diversos edifícios por falência total ou parcial das fundações. Neste documento, analisa com mais pormenor os assentamentos diferenciais de fundações, as fundações superficiais, o aprofundamento

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das fundações em edifícios contíguos e as fundações por estacas. Estes elementos são de grande utilidade para quem projecta e analisa edifícios antigos. O Professor José Marecos publicou em 1984 um trabalho sobre “Investigação e observação a longo prazo de estruturas de betão” (Marecos 1984), onde se analisam os métodos de análise das estruturas de betão e as patologias que estão inerentes às mesmas. Este livro auxilia no processo de detecção de patologias do betão armado, tendo interesse para edifícios e também para obras de arte tais como viadutos e pontes. 2.3. Sobre o tema do projecto e/ou processos construtivos: Existe actualmente grande preocupação sobre as possíveis consequências resultantes da ocorrência de um sismo em Lisboa. O Instituto Superior Técnico e a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica têm estudado as possíveis medidas a tomar a nível estrutural para minimizar as consequências do mesmo, com base no raciocínio de que um sismo não se pode prever mas os seus resultados podem ser controlados. Os Engenheiros Civis Carlos Santos e José Paiva, investigadores do LNEC, elaboraram em 2002 um estudo da “Caracterização térmica, por via analítica, de paredes de alvenaria de utilização corrente em Portugal” (Santos 2002) (Paiva 2002). Este estudo identifica e classifica os diferentes tipos de comportamento das paredes de alvenaria em relação à condutibilidade térmica, auxiliando em fase de projecto a perceber o comportamento térmico das construções e as suas necessidades de aquecimento e arrefecimento. O Engenheiro Civil Jorge Lopes, investigador principal do LNEC, concluiu em 2002 um trabalho sobre “Revestimentos de impermeabilização de coberturas em terraço” (Lopes 2002). Neste trabalho descreve e classifica os principais materiais e soluções, distinguindo-se os tradicionais dos não tradicionais e destacando também as diferentes soluções em função das acessibilidades e exigências. No âmbito da reabilitação este trabalho tem interesse, uma vez que as profissões tradicionais estão a desaparecer, sendo necessário e urgente procurar novas formas de construir. Os Engenheiros Mecânicos Oliveira Braz, investigador coordenador e João Viegas, assistente de investigação, publicaram em 2001 um estudo sobre “Qualificação de componentes de edifícios – Selecção de janelas em função da sua exposição” (Braz 2001) (Viegas 2001). Este trabalho define os critérios de selecção das janelas em função da sua exposição e quantifica as pressões dinâmicas do vento que não devem ser excedidas de forma a satisfazerem esses critérios. A sua utilidade, em termos de projecto e construção, é óbvia. O Engenheiro Civil Fernando Domingues, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, elaborou diversas “Notas sobre o reforço estrutural em edifícios antigos” (Domingues 2000), focando os diferentes tipos estruturais existentes e as suas respectivas respostas às acções a que estão sujeitos. O Engenheiro Pompeu dos Santos, investigador coordenador do LNEC, publicou em 1999 um trabalho denominado “Segurança ao fogo de estruturas de alvenaria” (Santos

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1999). Neste estudo são realçadas as características resistentes das estruturas de alvenaria, bem como os seus limites de utilização. O Engenheiro Civil e Electrotécnico António Leça Coelho, Doutor na FEUP publicou em 1998 um livro sobre “Segurança contra incêndios em edifícios de habitação” (Coelho 1998), onde analisa o desenvolvimento e propagação de incêndios urbanos nas suas várias dimensões, a implicação da regulamentação no projecto e, por fim, comenta a regulamentação vigente. Este trabalho alerta para os riscos efectivos que existem em termos de propagação de incêndios e propõe normas básicas e práticas de projecto. O Engenheiro Civil Licínio de Carvalho, investigador coordenador do LNEC, publicou em 1997 um trabalho sobre “Iluminação natural no projecto de edifícios” (Carvalho 1997), onde estuda as potencialidades e características da iluminação natural e aponta soluções para o aproveitamento da mesma no projecto dos edifícios. O Professor Engenheiro Luís Calado, publicou em 1995 uma nota sobre a “Utilização do aço na recuperação de edifícios” (Calado 1995). Neste documento são referenciados os distintos comportamentos dos materiais, O Engenheiro Civil Joaquim Bastardo defendeu em 1995 uma tese de mestrado sobre o tema “A reabilitação como estratégia de renovação do parque habitacional do Porto” (Bastardo 1995); Propriedades higrotérmicas dos materiais de construção; Importância da higroscopicidade de revestimentos interiores nas construções;

Ventilação natural em edifícios; Os Engenheiros Civis Eduardo Carvalho e Carlos Oliveira, investigadores coordenadores do LNEC, publicaram em 1995 um estudo sobre “Construção anti-sísmica em edifícios de pequeno porte” (Carvalho 1995) (Oliveira 1995), onde analisam a origem e os efeitos dos sismos, prosseguindo com a enumeração de regras básicas de construção anti-sísmica. Na vertente do projecto de edifícios de pequeno porte, o bom senso em termos de projecto e construção é tão ou mais importante que o cálculo aprofundado das acções, esforços e tensões. Desde este prisma, este documento é de grande utilidade. Os Professores João Rodrigues, Cabrita Neves e Canha da Piedade publicaram em 1994 um documento sobre aspectos específicos da “Recuperação de estruturas danificadas por incêndios” (Rodrigues 1994) (Neves 1994) (Piedade 1994). A Engenheira Civil Helena Cruz e o Engenheiro Silvicultor José Saporiti Machado publicaram em 1993 uma “Proposta para o estabelecimento de classes de qualidade para a madeira de pinheiro bravo para estruturas e respectivos valores característicos de resistência mecânica” (Cruz 1993) (Machado 1993). Esta proposta propõe uma tabela de tensões resistentes características com base na experiência e na observação da aparência das peças. A sua utilidade para, em fase de projecto, se calcularem estruturas de madeira é importante. O Engenheiro Civil José Lucas, investigador auxiliar do LNEC publicou em 1990 um trabalho sobre “Revestimentos de ligantes sintéticos para paramentos interiores de

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paredes” (Lucas 1990). Neste trabalho aborda apresenta e classifica os materiais constituintes, o seu campo de aplicação, o seu processo de fabrico e a sua aplicação em obra. A importância deste trabalho está relacionada com o aparecimento de novas tecnologias de construção com a natural diminuição da componente de mão-de-obra e o incremento das soluções standard.

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3. Importância do estudo A reabilitação arquitectónica e urbana é um assunto que se encontra na ordem do dia em Portugal. Este facto prende-se com boas e más notícias. Se é verdade que temos centros urbanos com características únicas, há que lembrar também as notícias periódicas de queda de edifícios nas zonas mais antigas das cidades, o progressivo desajustamento entre o que os bairros antigos oferecem e o que as populações exigem, com o consequente esvaziamento da população dessas mesmas áreas. Os mais atentos não ignoram ainda os sismos que ocorrem em diversas regiões do globo e o potencial de destruição que os mesmos acarretam, fazendo inevitavelmente um paralelismo com o que pode vir a suceder em Lisboa. A desactualização das características das habitações, combinada com as insuficiências que se observam em termos de circulação, estacionamento e acessibilidades conduzem ao sistemático afastamento dos habitantes das áreas mais antigas em busca de melhor qualidade de vida. Apresentamos de seguida um conjunto de ideias que julgamos dar corpo à importância do estudo. 3.1. A alteração dos paradigmas da sociedade e a rigidez das características dos bairros constituintes da cidade Todos estamos cientes, seja pelo estudo da história, seja pela experiência vivida, das sucessivas alterações que se processam na sociedade e que modificam os sistemas de valores e as lógicas de actuação dos indivíduos que a compõem. As mudanças de comportamento, contudo, processam-se a uma velocidade que, por norma, não pode ser acompanhada pelas alterações nas características dos bairros. De facto, estas também se alteram no tempo, mas a um ritmo muito inferior, originando um desfasamento entre o progresso social e o património urbanístico. Além do mais, entre as diversas facetas de cada área há diferentes ritmos de resposta às alterações exteriores. Pelo que se observa, as características físicas demoram mais tempo a serem alteradas que as características sociais e, dentro das físicas, nem todas têm o mesmo tempo de reacção. Entre outros aspectos, este desfasamento contribui em grande escala para a desadequação dos bairros mais antigos face às progressivas ofertas e exigências da sociedade, levando a que estes se encontrem gradualmente desertificados. 3.2. Decréscimo sucessivo dos indicadores demográficos Conforme já estudado, observa-se no interior da capital um decréscimo da densidade populacional e dos postos de trabalho. Este aspecto não ocorreu isoladamente ou pontualmente, tendo-se vindo a declarar e acentuar ao longo das últimas cinco décadas. Deste modo, estamos obviamente perante uma tendência que urge inverter,

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sob pena de o património existente na zona histórica da capital, se continuar a degradar e, eventualmente, desaparecer. 3.3. Cidade viva, património e museus Partindo do princípio que os bairros históricos fazem parte do património da cidade e do país e que, como tal, se devem preservar, considerando ainda que a sua preservação implica que os mesmos se mantenham vivos, com população e comércio condignos, não passando a constituir simples vitrinas turísticas ou peças de museu, como agir de modo a que seja possível respeitar estes dois pressupostos? 3.4. O Estado: motor de arranque ou fonte permanente e principal de energia? Quando, na década de oitenta do século passado, o estado e a autarquia iniciaram um processo em que se foram substituindo aos particulares na preservação dos edifícios, passaram a ser a principal fonte de energia da recuperação das zonas urbanas degradadas do centro de Lisboa. Deste modo, os dinheiros públicos foram utilizados de um modo e numa perspectiva imediata e não de forma pensada no médio prazo. Como resultado desta política, podemos observar que ao fim de duas décadas as densidades de habitantes e postos de trabalho continuam a regredir em todos os bairros do centro histórico da capital, não se tendo conseguido uma valorização sustentada do património edificado aí existente. Deste modo, pode-se entender que a utilização das verbas públicas falhou no seu essencial que seria permitir que cada zona iniciasse um novo caminho de enriquecimento, saindo naturalmente da espiral de degradação em que se encontrava e em que hoje continua. 3.5. Tendência para a urbanização A evolução da urbanização é um fenómeno de grandeza crescente ao longo dos dois últimos séculos, podendo-se considerar composto por dois processos; a multiplicação do número de pontos de concentração demográfica e a tendência para o aumento da dimensão destes núcleos. Efectivamente, no mundo inteiro, a população a viver em lugares com 5000 e mais habitantes passou de 27,2 milhões em 1800 para 1644 milhões em 1975, representando então 41% da população mundial. Se em 1800 apenas 1,7% da população da terra se concentrava em núcleos com 100 mil e mais habitantes, correspondendo a 15,6 milhões de pessoas, em 1985 havia 2548 unidades urbanas com 100 mil e mais habitantes, alojando 1,3 mil milhões de pessoas, isto é, 27% da população mundial(1). Em Portugal, entre 1911 e 1981 a população passou de cerca de 6 para 10 milhões, registando um incremento de 65%. Simultaneamente, o número de residentes em lugares com 5000 e mais habitantes passou de 1 para 3,4 milhões, crescendo 240%(2). Visto de por outro ângulo, podemos afirmar que entre as datas indicadas, a percentagem da população que habitava em locais com 5000 ou mais habitantes passou de 17% para 34%, ou seja, duplicou. O crescimento da cidade de Lisboa foi em grande parte suportado pela ocupação dos terrenos rurais no seu entorno e pela destruição ou reordenamento das aldeias à sua

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volta. Agora que praticamente não existe espaço por urbanizar na capital esta estratégia vai forçosamente ter que dar lugar a outras.

3.6. A importância de Lisboa no panorama português Desde a estabilização das fronteiras portuguesas no século XIII, que Lisboa tem sido consistentemente ao longo dos séculos a cidade mais importante de Portugal. É a sua capital desde 1256, tendo sofrido um crescimento e uma expansão à medida da evolução e dos sucessos e insucessos do País. A sua localização no extremo Sudoeste da Europa, com um porto com excelentes condições naturais resultantes da sua extensão, facilidade de acesso e segurança relativamente à intempérie, beneficiada por um clima ameno, terras de cultivo em seu redor e acesso a inúmeros pontos de água potável, combinada com a expansão territorial e comercial portuguesa levaram a que o seu crescimento fosse significativo entre os séculos XIII e XVIII, sendo até então uma das maiores cidades da Europa. 3.7. Causas de destruição em Lisboa e a sua ausência nos últimos séculos A sua história tem sido marcada por sucessivos abalos sísmicos importantes, sendo o primeiro referido no século V, que terá destruído a grande maioria das construções romanas já de si debilitadas pelas sucessivas invasões da barbárie. Obviamente que à medida que a construção na cidade cresce, a relevância dos abalos também é incrementada, havendo que destacar os que se verificaram nos séculos XIV, XVI - em que o sismo de 1597 abateu parte do Monte de Santa Catarina - e XVIII, este último em 1 de Novembro de 1755. Pela sua localização geográfica, poucos recursos naturais, fraco interesse geopolítico no que ao território continental se refere, Portugal não foi palco das duas guerras mundiais que assolaram o Continente Europeu durante o século XX, passando deste modo ao lado do sofrimento da destruição das suas edificações e infra-estruturas. A ausência de grandes destruições provocadas pela mão humana ou pela natureza nos últimos 250 anos conduz a que o centro das cidades mais importantes do país esteja muito envelhecido e obsoleto, nomeadamente no que se refere a Lisboa e Porto. Ocorre nestes espaços a destruição lenta provocada pela falta de manutenção e conservação, pelo desinvestimento por parte dos particulares, pelo abandono das populações, pelo esquecimento da classe política, pela falta de preparação da classe técnica relativamente aos temas da reabilitação e conservação, pela construção galopante em outras áreas relativamente próximas com oferta de condições de vida aparentemente melhores. 3.8. Evolução social em Portugal A população portuguesa dispunha em geral de um nível económico, social e cultural muito baixo quando comparados com os padrões europeus. Esta situação tem sido atenuada desde a revolução de Abril de 1974, apresentando um ritmo mais acentuado depois da estabilização política do País e da entrada para a Comunidade Europeia.

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Embora o atraso relativamente aos padrões europeus continue a existir, é muito menor quando comparado com o de há 30 anos. A melhoria do nível de vida das populações acrescida do desenvolvimento tecnológico a nível mundial das últimas décadas, implicou o aumento do nível de exigência e a mudança de hábitos das sucessivas gerações. Este factor, entre outros, leva a que as pessoas não queiram viver nas condições em que os seus antepassados viveram, originando a desertificação do centro histórico da cidade. Coincidindo com o antes reportado, importa mencionar que o gradual desafogo financeiro proporcionou um aumento drástico da taxa de motorização, sem que houvesse a correspondente capacidade dos bairros em geral para proporcionar condições de circulação automóvel proporcionais, bem como capacidade de estacionamento de veículos. 3.9. Variação da população na Área Metropolitana de Lisboa e na cidade propriamente dita Segundo o recenseamento de 2001, cerca de 25% da população do País concentra-se na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e as previsões apontam para um crescimento significativo destes números num prazo de 10 a 15 anos. De entre todos os concelhos que constituem a AML o de Lisboa é o que apresenta uma população com maior média de idades e um património edificado mais antigo(3). A média de idade dos edifícios ronda os sessenta anos, enquanto que a da população os quarenta e dois. A população na AML tem crescido a um ritmo maior que a de Portugal e o seu concelho até agora mais populoso perde população de modo significativo ano após ano. A diminuição da população é generalizada na capital, mas ainda mais vincada nos bairros históricos. 3.10. Alteração dos fluxos migratórios

Paralelamente à melhoria generalizada da qualidade de vida da população portuguesa, surgiu a inversão dos fluxos populacionais de Portugal com o exterior. Na actualidade o país recebe anualmente milhares de emigrantes fornecedores de mão-de-obra de baixo custo, ávidos de melhorias na sua condição humana, predispostos a realizar trabalhos que a população portuguesa está a abandonar. Naturalmente esta população desloca-se para os grandes centros urbanos onde as perspectivas de encontrar rendimentos do trabalho são maiores. Dentro dos grandes centros urbanos, dada a escassez de recursos económicos esta nova população irá tendencialmente ocupar as áreas onde os custos com a habitação forem menores, sendo que os bairros dos centros históricos acabam por se situar dentro das suas preferências. Este fenómeno é muito semelhante ao que ocorreu décadas atrás com a população portuguesa relativamente aos países mais ricos do norte da Europa.

3.11. Investimento público Desde 1986 que a Câmara Municipal de Lisboa tem implementado um programa de reabilitação dos bairros históricos da cidade, com financiamento a fundo perdido de parte das obras de reabilitação a efectuar. Embora com o dispêndio de verbas

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importantes para reabilitação de edifícios, a perda de população nesses bairros continua a ser muito elevada. Será que, passados vinte anos, devemos continuar a fazer mais do mesmo esperando resultados diferentes? É preciso tirar conclusões destas experiências. Têm havido, ao longo dos últimos quinze anos, iniciativas da parte do governo e da autarquia no sentido de responder à crescente degradação do centro da cidade. Porventura, tem-se verificado alguma preocupação em reparar o que denota que está degradado, mas não em verdadeiramente reabilitar o existente. Julgamos que não se tem prestado a devida atenção à desactualização das características construtivas dos edifícios do centro da cidade, face à oferta existente na actualidade. Este facto, entre outros, terá levado a que, entre 1981 e 2001, Lisboa tivesse perdido 30% dos seus habitantes, sendo que esta diminuição é ainda mais acentuada nos bairros do centro, onde foram instalados pela CMLisboa gabinetes técnicos de apoio para proceder à reabilitação urbana. Na realidade, esses gabinetes dependiam da Direcção Municipal de Reabilitação Urbana da mesma Câmara (actualmente Direcção Municipal de Conservação e Reabilitação Urbana). 3.12. O congelamento das rendas Existem factores intrínsecos ao País que contribuíram de modo decisivo para a situação actual. Entre estes há que destacar o congelamento das rendas de casa, nos Concelhos de Lisboa e Porto, decretado pelo governo ditatorial em 1948 e estendido, em 1975, após a revolução, a todo o País. Esta lei originou que a manutenção e conservação dos edifícios fossem progressivamente descuidadas à medida que um cenário inflacionista se instalava em Portugal. Por este motivo, a resolução governamental de então contribuiu decisivamente para a degradação do património edificado, criando paradoxalmente uma situação onde todos têm razão e todos perdem. Pessoalmente, durante a década de 90, cheguei a dirigir obras de reabilitação de edifícios de habitação na zona da Mouraria, onde alguns apartamentos estavam alugados com rendas mensais inferiores a 1€, numa época em que um jornal diário custava 30 cêntimos. 3.13. Contraste entre as novas e as antigas zonas urbanas A crescente evolução tecnológica combinada com o incremento médio das capacidades económicas dos agregados familiares, conduz a que haja uma perda de competitividade dos bairros dos centros históricos relativamente a novas urbanizações. Nestas últimas, tudo aparece à primeira vista com um aspecto de novo e evoluído em contra-ponto com o que se constata nas edificações e tecidos urbanos mais antigos, dando a sensação a quem compra que o novo é preferível relativamente ao antigo. 3.14. Os sismos que abalam as zonas históricas A vinte e seis de Dezembro de 2003 ocorreu no Irão, próximo da cidade histórica de Bam, um sismo de magnitude 6,5 na Escala de Richter que provocou cerca de

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quarenta mil mortes, correspondentes a metade da população, e a destruição de grande parte dos edifícios e infra-estruturas. Ao analisarmos o sucedido ao longo dos séculos, concluímos que cataclismos como este podem assolar Lisboa, tendo um potencial de destruição incalculável. Se não começarmos seriamente a considerar o reforço estrutural das construções às acções não verticais, ou mais radicalmente a sua substituição, arriscamo-nos a perder a população e o património.

3.15. Características únicas do traçado urbano de Lisboa no universo das cidades portuguesas O traçado irregular das ruas, típico das cidades muçulmanas, é expressivo em Lisboa nas zonas de Alfama, Mouraria e Costa do Castelo. No panorama português é possível encontrar vestígios deste traçado nos cascos de Évora e Faro, contudo, além de Lisboa apenas Moura conserva a zona da Mouraria, de reduzidas dimensões, constituída por três ruas. 3.16. Fundos Estruturais Europeus Houve em Portugal uma grande entrada de capital, fruto da integração europeia. Esses tempos de obtenção de fundos perdidos ou de créditos a juros baixos, estão a chegar ao fim. Como tal, é admissível que a vertente de reabilitação de edifícios incremente o seu peso em comparação com o mercado da construção nova. 3.17. Turismo Uma das principais indústrias do País é a do turismo. Este negócio envolve uma significativa percentagem da população de forma directa e indirecta. Além do turismo de praia, que sofre bastante com a sazonalidade, há que desenvolver outros pólos de atracção turística que não dependam tanto das condições climatéricas. Lisboa está na linha da frente desta vertente, sendo o seu centro histórico bastante visitado por turistas ao longo de todo o ano. A Expo 98, mais recentemente o Euro 2004 e a instabilidade noutras áreas do globo têm funcionado como chamariz para toda a cidade. Urge não perder esse embalo. 3.18. Possibilidade ou impossibilidade de mudança Em diversas épocas da História de Portugal e da sua Capital, bastaram a visão, a audácia e a energia de um punhado de governantes para que, com inimigos ou não, a cidade pudesse mudar e progredir. Os exemplos, embora escassos, são dados pela história; D. Dinis começou a preparar o País e a sua Capital para os descobrimentos, D. Manuel desenvolveu a cidade de modo a torná-la no porto de excelência para as transacções comerciais relacionadas com os negócios dos descobrimentos, Pombal reconstruiu-a parcialmente após um grande desastre, implantou as ideias do iluminismo da época e iniciou a tendência para a industrialização da construção, Fontes Pereira de Melo fundou o Ministério das Obras Públicas, criou condições para que uma verdadeira escola de engenharia portuguesa se formasse e habilitou a cidade

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para o desenvolvimento industrial, Duarte Pacheco soube planificar e modernizar a cidade, não tendo ido mais longe devido à sua morte prematura aos 43 anos. Na era actual, do ‘politicamente correcto’ e da gestão cuidada da imagem pessoal dos intervenientes políticos até ao ínfimo pormenor, quem vai ter visão e coragem para promover uma verdadeira reabilitação da cidade? Iremos esperar, como Pombal, que o inevitável suceda, fingindo que desconhecíamos as consequências que daí adviriam? 3.19. Capacidade de mobilização dos investimentos provenientes dos particulares O investimento no património imobiliário, seja efectuado por pequenos ou grandes investidores, não pode ser considerado separadamente da oferta existente na envolvente de cada construção. Por outras palavras, sem que se melhore a oferta de cada bairro, será muito difícil que os investidores particulares atentem nas possibilidades de cada zona. Deste modo, o investimento no imobiliário, quer em termos de construção nova, quer em termos de reabilitação do existente, será tendencialmente condizente com as potencialidades que pode gerar. O que se tem observado é um progressivo alheamento dos investidores relativamente aos bairros históricos de Lisboa, acompanhado de um constante aumento da construção em outras zonas da cidade e nos concelhos limítrofes. Pelo exposto, não é de prever que as melhorias no património edificado que devem ser efectuadas pelos particulares se venham a concretizar sem que previamente o poder político tome medidas de fundo conducentes a uma verdadeira reabilitação dos bairros. Não é de prever que as melhorias a impor nas propriedades privadas se efectuem sem que o estado e/ou a autarquia dêem previamente garantias que estão de facto empenhados em resolver os problemas de cada zona. 3.20. As dificuldades políticas, económicas e financeiras na gestão da Câmara Municipal de Lisboa Lisboa tem atravessado períodos de grande instabilidade política e financeira com sucessivas mudanças na liderança da autarquia e com um progressivo acumular de resultados económicos e financeiros negativos. Estes cenários combinados com a diminuição do número de habitantes não fazem prever bons resultados no futuro. A possibilidade de criar um novo impulso no crescimento da cidade, através do seu centro histórico e não da fuga para o exterior, pode contribuir para um verdadeiro reequilíbrio da autarquia no que respeita aos indicadores económicos, sociais e políticos. 3.21. Urbanismo e segregação social Portugal é um país que apresenta uma visível e preocupante fractura social, constituindo esta uma verdadeira bomba relógio que ninguém pode prever com exactidão quando explodirá. De facto, a nível europeu, é considerado como o país onde existe maior distância entre ricos e pobres. Os bairros do centro histórico são, salvo raras excepções, verdadeiras zonas de pobres e de excluídos. É assim em todos os bairros analisados, onde a pobreza e a discriminação se espelham na precariedade do edificado, na falta de conservação, na insuficiência do espaço interior, na

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incompletude das soluções arquitectónicas, na falta de apoio social, na inacessibilidade, na miséria dos rendimentos de todos os intervenientes. Há a necessidade premente de mudar o rumo actual, devido à falta de condições humanas que se encontra escondida e ao mesmo tempo patente em toda esta área.

Notas

(1) Teresa Barata Salgueiro, A Cidade em Portugal, Edições Afrontamento 1992, pág. 39 (2) Teresa Barata Salgueiro, A Cidade em Portugal, Edições Afrontamento 1992, pág. 40 (3) A Área Metropolitana de Lisboa em números, pág. 45, relativo aos censos de 1991.

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4 Método de trabalho O método de trabalho baseou-se nas seguintes etapas:

4.1 Investigação histórica realizada a partir de estudos publicados, estatísticas oficiais e plantas originais de diversas épocas da Cidade de Lisboa Relativamente aos estudos consultados, referimo-nos a edições da História de Portugal e relatos específicos de distintas épocas elaborados por diversos historiadores reconhecidos. Em complemento foram ainda analisados os relatos e estatísticas da história recente de Portugal, com especial enfoque no que se reporta à década de 1960 e às suas subsequentes. Nos diversos trabalhos analisados encontram-se as estatísticas mais antigas – retiradas dos compêndios de História de Portugal, a evolução da população da cidade de Lisboa e de Portugal em geral – obtida através das edições do Instituto Nacional de Estatística, as análises elaboradas e publicadas pela própria Câmara Municipal de Lisboa, os estudos históricos que relatam a evolução do país desde a década de 1960, que concretizam uma radiografia muito apurada do que foi e como evoluiu a sociedade portuguesa em geral. Foram ainda obtidas e analisadas as plantas de diferentes épocas da cidade de Lisboa. Para tal, recorremos aos serviços de cartografia e ao arquivo histórico da Câmara Municipal de Lisboa, tendo obtido planos da cidade desde o Século XVII – o mais antigo datado de 1650 - até à actualidade.

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4.2 Criação de Bairros Teóricos Tipo

Foram criados Bairros Teóricos Tipo, baseados em distintas combinações de características. O número e a caracterização propostos para estes bairros estão relacionados com os sucessivos momentos históricos chave que encontrámos ao estudar a evolução de Portugal e de Lisboa no período que medeia entre o Século XI e o início do Séc. XIX. Referimo-nos a este espaço de tempo, pois foi durante o mesmo que ocorreu a consolidação de todo o Centro Histórico da cidade. O primeiro momento (Séc. XI e XII) corresponde ao período Medieval Islâmico em que se formaram dois arrabaldes anexos ao perímetro murado da cidade - a Cerca Moura. O primeiro a Este, onde hoje se situa Alfama e o segundo a Oeste, correspondente aproximadamente à zona da Costa do Castelo. O primeiro, ocupado pelas classes altas Muçulmanas e o segundo, supõe-se que por gentes ligadas às fainas piscatórias. Nesse tempo grande parte da zona da Baixa era ainda um braço do rio e as marés mais altas chegavam até ao Rossio. Após a conquista Cristã (1147), importa relevar o aparecimento de um novo arrabalde murado, destinado ao acantonamento da população Muçulmana, a Norte da referida Cerca Moura, com poder civil e religioso independente dos demais, posteriormente denominado de Mouraria. Até ao tempo do Rei D. Manuel o modo de expansão da cidade pouco se alterou, mantendo-se o essencial dos padrões existentes durante o período Muçulmano. Este facto pode-se constatar pelo mapa elaborado por Tinoco em 1650, onde se retrata o cariz árabe de toda a cidade, com vias estreitas e muito sinuosas, à excepção de uma pequena porção junto ao Tejo, desenvolvida durante o reinado de D. Dinis. Esta última área, com um traçado viário mais largo e recto, não é possível ser objecto físico de estudo na actualidade por ter sido completamente devastada pelo sismo de 1755 e pela subsequente reconstrução Pombalina. Com o início do reinado de D. Manuel (1495 – 1521) surge o segundo momento importante de crescimento de Lisboa, com um padrão de urbanização e construção das edificações distinto do anterior. O crescimento da cidade foi provocado pela expansão ultramarina portuguesa e a consequente centralização dos negócios dos Descobrimentos no porto marítimo da Capital, devido às condições excepcionais oferecidas pelo Tejo e à necessidade de controlo das transacções comerciais por parte do estado, para poder cobrar o máximo de impostos. Em simultâneo com estes factos ocorreu a expulsão de Judeus e Muçulmanos, de onde resultou a ocupação da Mouraria por Cristãos e a urbanização de quintas que pertenciam a Judeus, proporcionando a ampliação de Lisboa. Deste modo começam a surgir novos arrabaldes a Oeste da Cerca Fernandina, que havia sido edificada no Séc. XIV (1373 – 1375). Os exemplos mais importantes desta nova fase da vida da cidade são constituídos pelo Bairro Alto e pela Madragoa. Mais de um século mais tarde, após o sismo de 1597, que provocou o desabamento de parte do Monte de Santa Catarina, foi construído nesse mesmo local, sobre um declive significativo, o Bairro da Bica. Apesar da distância no tempo, os padrões construtivos mantiveram-se inalterados, originando uma nova área da cidade com edificações e ruas elaboradas pelos mesmos critérios do reinado de D. Manuel. Durante a governação do Marquês de Pombal – reinado de D. José – após o sismo e maremoto altamente destrutivos ocorridos em 1 de Novembro de 1755, surge o

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terceiro momento decisivo para a consolidação do Centro Histórico de Lisboa. O primeiro-ministro, aproveitando as ideias do período Iluminista e auxiliado por técnicos reputados, decide alterar por completo a cidade, planeando a recuperação da mesma em moldes inteiramente inovadores. Embora tenha falhado parcialmente os seus intentos, um terço da cidade é construída de novo (a Baixa e o Chiado), sofrendo os restantes dois terços alterações parciais com incidência variada. Em resumo podemos afirmar que analisando a história da cidade detectámos a existência de períodos longos no tempo em que a expansão era efectuada com base no pensamento e modo de construir anteriores, alternados com outros em que o modo de pensar, e consequentemente de agir, era rapidamente alterado, criando novos paradigmas na crescente urbanização e construção da capital. Com base no exposto, escolhemos três Bairros Teóricos Tipo, cada um deles identificado com um dos momentos descritos. O Bairro Teórico I identificado com a Baixa o Período Iluminista, o Bairro Teórico II identificado com o Período dos Descobrimentos, o Bairro Teórico III identificado com o Período Medieval Islâmico. Cada um dos Bairros Teóricos distingue-se dos demais mediante a classificação de diversos parâmetros relacionados com a origem histórica do bairro, a sua urbanização, a física das suas construções, as dinâmicas populacionais e a interligação com o resto da cidade. Como tal, cada um destes bairros apresentará características essenciais próprias que, avaliadas no seu conjunto, inequivocamente os distinguirão dos demais. O conceito de Bairro Teórico Tipo é abstracto, não real, pretendendo reflectir, em cada caso, um conjunto de padrões estereotipados da realidade, ajudando a entendê-la e a correlacionar diferentes bairros reais entre si. Deste modo, a criação deste modelo teórico composto por um conjunto de bairros, com as suas diferenças e semelhanças, abarca praticamente a variedade de bairros reais que existem no centro da cidade, permitindo estudá-los e compará-los de modo mais aprofundado.

De seguida, expõem-se as principias linhas consideradas em cada bairro teórico.

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4.2.1. Bairro Teórico Tipo I (Iluminista) a) Origem O Bairro Teórico Tipo I considera-se como tendo origem no período Iluminista, século XVIII, na sequência do sismo de 1755, que destruiu uma grande parte de Lisboa. b) Traçado viário O traçado viário é constituido por vias largas e rectas, ortogonais entre si. c) Orografia O bairro considera-se implantado sobre uma zona plana. d) Estilo Arquitectónico O estilo arquitectónico considerado é o Pombalino. e) Altura do edificado Considera-se uma altura de sete níveis regularmente distribuída por todo o bairro. f) Pavimentação As vias consideram-se asfaltadas na zona de circulação automóvel e calcetadas nos passeios. g) Tamanho do lote Considera-se que os lotes deste bairro são grandes e regulares. h) Circulação e estacionamento automóvel Considera-se que a circulação automóvel é fácil e que o estacionamento é difícil. i) Acesso a transportes públicos Considera-se que o acesso a transportes públicos é bom. j) Uso predominante das edificações Serviços e comércio.

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4.2.2. Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos) a) Origem O Bairro Teórico Tipo II considera-se como tendo origem no período da expansão marítima portuguesa, séculos XV e XVI, fundamentalmente desde o reinado de D. Manuel I “O Venturoso” – 1495 - 1521. b) Traçado viário O traçado viário é constituído por vias de largura média e aproximadamente rectas, tendendo a ser ortogonais entre si. c) Orografia O bairro considera-se implantado sobre uma zona de encosta de inclinação variável. d) Estilo Arquitectónico O estilo arquitectónico considerado é o dos Descobrimentos. e) Altura do edificado Considera-se uma altura de cinco níveis, irregularmente distribuída por todo o bairro. f) Pavimentação As vias consideram-se asfaltadas ou calcetadas na zona de circulação automóvel e calcetadas nos passeios. g) Tamanho do lote Considera-se que os lotes deste bairro são de dimensão média e regular. h) Circulação e estacionamento automóvel Considera-se que a circulação é difícil, bem como o estacionamento. i) Acesso a transportes públicos Considera-se que o acesso a transportes públicos é intermédio. j) Uso predominante das edificações Habitação e diversão nocturna.

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4.2.3. Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico) a) Origem O Bairro Teórico Tipo III considera-se como tendo origem no período anterior à conquista Cristã de Lisboa, ocorrida em 1147. Em termos temporais, este bairro teve a sua origem no século XI. b) Traçado viário O traçado viário é constituído por vias estreitas e sinuosas, adaptadas às curvas de nível, formando uma distribuição labiríntica na zona. c) Orografia O bairro considera-se implantado numa zona de encosta com inclinação forte em direcção ao rio. d) Estilo Arquitectónico O estilo arquitectónico é indefinido, com traços medievais. e) Altura do edificado Considera-se uma altura de quatro níveis, irregularmente distribuída por todo o bairro. f) Pavimentação As vias consideram-se calcetadas, sem distinção entre passeios e zonas de circulação automóvel. g) Tamanho do lote Considera-se que os lotes deste bairro são de dimensões reduzidas e irregulares. h) Circulação e estacionamento automóvel Considera-se que a circulação automóvel é difícil, bem como o estacionamento. i) Acesso a transportes públicos Considera-se que o acesso a transportes públicos é mau. j) Uso predominante das edificações Habitação e restauração.

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4.3 Execução de trabalho de campo de indução-dedução mediante a visita aos

bairros e recolha de dados da realidade

No desenvolvimento desta parte do trabalho tirámos partido das observações previamente efectuadas nos estudos anteriores, tendo posteriormente incidido nos bairros reais que mais se identificavam com cada um dos bairros teóricos representativos dos momentos históricos antes propostos. Deste modo e apesar das diferenças, três dos bairros reais estão mais próximos dos Teóricos; Alfama do Bairro Teórico III, Bica do Bairro Teórico II e Baixa e Chiado do Bairro Teórico I, enquanto que os demais – Costa do Castelo, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa - constituem situações intermédias entre os primeiros, por de alguma forma terem sofrido alterações mais significativas após a sua génese. Passamos a justificar mais pormenorizadamente as razões das nossas escolhas, recorrendo para tal à origem de cada área e às posteriores alterações a que esteve sujeita, de modo a evidenciar a semelhanças e diferenças com os respectivos Bairros Teóricos: O primeiro bairro escolhido foi o de Alfama por se tratar de um dos dois primeiros arrabaldes à cerca defensiva crida pelos Muçulmanos – a Cerca Velha ou Cerca Moura, situando-se a Este da mesma. Na realidade constituía a área que albergava a classe nobre Árabe. O traçado viário era tipicamente Islâmico e manteve-se praticamente inalterado até aos nossos dias. A reconstrução do património edificado após o sismo de 1755 foi bastante desorganizada, ficando entregue às possibilidades e à vontade de cada proprietário. A Baixa e Chiado, como é do conhecimento histórico, foi completamente arrasada na sequência do sismo e maremoto de 1755, tendo sido construída integralmente de novo, segundo padrões completamente distintos dos que até então se praticavam. Está, deste modo, muito próxima do período Iluminista que vigorava na época da sua génese. A Bica é um pequeno bairro, junto e a Sul do Bairro Alto, mas que se desenvolveu cerca de um século mais tarde. De facto, na sequência do sismo de 1597 que conduziu ao abatimento de parte do Monte de Santa Catarina, a falésia que até então aí existia ficou transformada numa área de grande declive, que foi urbanizada segundo os padrões estéticos e urbanísticos dos Descobrimentos, que continuavam vigentes. As alterações após 1755 foram reduzidas, mantendo-se o bairro típico dos Descobrimentos, com a particularidade de estar implantado sobre uma encosta muito íngreme que mais se assemelha às dos bairros orientais – Alfama, Mouraria e Costa do Castelo. Os dados recolhidos nos distintos locais estão relacionados com as vias de comunicação, a sua geometria e revestimento, com as características, uso e valorização das diversas edificações, a orografia do local, o arvoredo, a circulação e estacionamento automóvel, o acesso a transportes públicos e a facilidade de circulação de deficientes no interior e exterior das habitações. Em complemento, analisaram-se ainda a distribuição dos serviços públicos e privados, o estado e funcionamento das

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infra-estruturas de água, gás, electricidade, telecomunicações, segurança, recolha de resíduos sólidos e iluminação pública.

4.4 Análise e quantificação de diversas características com recurso a métodos numéricos para a elaboração de tabelas de conversão de realidades qualitativas em quantitativas

Após a concretização das etapas anteriores, passámos à avaliação qualitativa das diversas vertentes que caracterizam cada bairro real em estudo. Como tal, indicamos de seguida o modo como os diferentes aspectos de cada bairro foram avaliados, sendo que uma parte já havia sido efectuada em estudos anteriores: a) Origem: A origem de cada bairro foi avaliada com base na análise da História de Portugal e de Lisboa. Como complemento, foram analisados os mapas antigos da cidade – o primeiro datado de 1650. Interessaram para a avaliação deste elemento a época em que o bairro foi construído, a sua área original de ocupação, a expansão e as alterações que o mesmo sofreu em períodos posteriores.

b) População: A análise da população e das suas dinâmicas foi efectuada a partir das estatísticas oficiais, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística, complementada por publicações recentes, elaboradas pelo pelouro do Licenciamento Urbanístico e Planeamento Urbano da Câmara Municipal de Lisboa.

A circulação pelas ruas de cada bairro em dias de semana e ao fim de semana, também permitiu perceber a realidade transcrita pelas estatísticas.

c) Emprego: A análise do emprego foi efectuada com base nos mesmos elementos transcritos no ponto anterior.

d) Uso das edificações: O uso das edificações foi avaliado através da circulação pelas ruas de cada bairro, pondo atenção nos sinais exteriores que cada edifício apresenta. Como indicadores de habitações devolutas referimos a existência de vidros partidos, janelas permanentemente abertas, a ausência de cortinados, varandas com lixo, vasos com plantas secas em varandas ou junto a janelas, ausência de botoneira junto à porta de entrada e porta da rua fechada a cadeado. Como indicadores de pisos ocupados com habitação referimos a existência de roupa estendida, luz no interior das habitações, vãos exteriores conservados e com os vidros inteiros, referências recentes colocadas no exterior como por exemplo a bandeira de Portugal. Como indicador de piso ocupado com escritórios referimos a indicação na botoneira junto à porta da rua, os aparelhos de ar condicionado na parede da fachada, os cortinados interiores impessoais, os vidros espelhados nas janelas. Os estabelecimentos comerciais e de

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restauração são os mais fáceis de identificar, pela natural publicidade exterior ou pelas montras ao nível do R/C.

Em complemento foram considerados os estudos publicados pelo pelouro do Licenciamento Urbanístico e Planeamento Urbano da Câmara Municipal de Lisboa.

e) Traçado viário e orografia: O traçado viário e a orografia foram avaliados com base no percurso sistemático das vias de cada bairro e na análise de mapas e plantas topográficas da cidade de Lisboa.

f) Património edificado: O património edificado foi avaliado com no percurso sistemático das vias de cada bairro, tendo em atenção os sinais de deterioração e ruína, tais como, rachas e fracturas em paredes, desaprumos de paredes exteriores, apodrecimento de vãos e revestimentos de madeira. Simultaneamente foi avaliada existência e disseminação de edifícios em ruína.

Pelo interior, de acesso mais difícil, considerámos a experiência profissional própria e as publicações recentes da Câmara Municipal de Lisboa.

A análise relativa à percentagem de fogos pertencentes ao agregado familiar e ao valor da renda de casa foi efectuada com base nos estudos publicados pelo pelouro do Licenciamento Urbanístico e Planeamento Urbano da Câmara Municipal de Lisboa.

g) Estilo arquitectónico: Com base em três estilos distintos – Medieval/Islâmico, Descobrimentos e Pombalino – percorremos de forma sistemática as vias de cada bairro, procurando a identificação das construções com cada um dos estilos.

Como complemento deste trabalho analisámos os estudos existentes sobre Alfama, Mouraria, Baixa e Bairro Alto.

h) Cor das fachadas: A cor das fachadas foi analisada percorrendo de forma sistemática as ruas de cada bairro, recolhendo notas e fotografias.

i) Arvoredo: A avaliação do arvoredo foi efectuada percorrendo de forma sistemática as vias de cada bairro.

j) Altura do edificado: A avaliação desta característica foi efectuada percorrendo de forma sistemática as vias de cada bairro, sendo complementada com a experiência profissional própria. Foram consideradas a altura média do edificado e a regularidade do número de pisos.

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k) Pavimentação: A pavimentação das vias foi analisada percorrendo de forma sistemática as ruas de cada bairro, recolhendo notas e fotografias. Nesta característica estão considerados o tipo de perfil transversal, o material que reveste os passeios e a zona de circulação automóvel.

l) Tamanho do lote: A avaliação desta característica foi efectuada através da análise de plantas da cidade de Lisboa, sendo complementada com o percurso sistemático das vias de cada bairro.

m) Circulação e estacionamento automóvel: Esta característica está intimamente relacionada com o traçado viário e a orografia. Foi avaliada com base na análise dos mapas da cidade de Lisboa e pelo percurso sistemático das vias de cada bairro.

n) Circulação de deficientes motores: Esta característica está intimamente relacionada com o traçado viário e a orografia. Foi avaliada com base na análise dos mapas da cidade de Lisboa e pelo percurso sistemático das vias de cada bairro. Além do referido, foi considerada a largura dos passeios, a existência de obstáculos fixos nos passeios e a circulação no interior dos edifícios, nomeadamente na caixa de escada.

o) Acesso a transportes públicos: Para a avaliação desta vertente considerámos a circulação dos diversos sistemas de transporte pelo interior do bairro, a localização das estações de metropolitano, de comboio e de barco relativamente a cada bairro e a existência de transportes específicos como os ascensores.

p) Potencial comportamento à acção sísmica: Para a análise deste parâmetro percorremos de forma sistemática as vias de cada bairro. Na sua avaliação considerámos o tipo construtivo, o estado de conservação, a remoção de paredes resistentes ao nível dos pisos inferiores, o número de pisos e o acréscimo de pisos relativamente ao edifício original.

q) Potencial de propagação e combate a incêndios: Para a avaliação desta característica percorremos de forma sistemática as vias de cada bairro, complementando essa análise com o estudo dos mapas da cidade de Lisboa. Neste caso concreto, considerámos o tipo construtivo e os materiais combustíveis que compõem a estrutura, a largura e a facilidade de circulação pelas vias, a facilidade de manobra de veículos pesados no interior do bairro e a existência de meios de fuga alternativos dentro de cada edifício.

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r) Distribuição de serviços públicos Para a avaliação da rede de serviços públicos, foram consultados os diversos organismos envolvidos, relacionados com a educação, saúde e administração interna. Deste modo, foi possível obter uma listagem da existência e funcionamento dos diversos departamentos, sendo este posteriormente confirmado caso a caso nos diversos bairros em análise.

s) Distribuição de serviços privados Os serviços privados foram contabilizados bairro a bairro, através da circulação pedonal pelas ruas de cada área e das áreas envolventes.

t) Rede de infra-estruturas A rede de infra-estruturas foi observada localmente através da circulação pelas vias de cada zona, sendo o seu funcionamento avaliado através do histórico dos acontecimentos da última década e da experiência profissional sobre a matéria.

4.5 Determinação das características essenciais de cada bairro

Através da análise histórica conseguimos determinar as características que, no seu conjunto, definem a essência de cada bairro. Deste modo, entende-se como essencial, uma característica que existe e que perdura desde o surgimento do bairro, conferindo-lhe uma identidade única. Tal como antes referido, os aspectos relativos à elaboração das características essenciais de cada bairro foram analisados através de relatos, mapas e desenhos, complementando-se todos estes factores com a observação directa no local. Relativamente aos bairros teóricos, as características essenciais foram determinadas em função do período de tempo a que a sua génese se reportava, utilizando-se em complemento os relatos e os mapas históricos que contribuem para a descrição de cada zona.

4.6 Determinação dos princípios de evolução social

Os princípios da evolução da sociedade foram obtidos através da análise das estatísticas de da História de Portugal dos últimos cinquenta anos – aproximadamente desde o início da década de 60 do Século passado. Através dessa análise é possível detectar de modo nítido o papel crescente da mulher na sociedade portuguesa, o incremento da valorização do factor tempo, quer no que respeita ao custo horário da mão-de-obra, quer no que se refere ao valor atribuído ao lazer, o incremento da motorização, o aumento do nível cultural.

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4.7 Determinação das características base que servem os princípios de evolução social

Com base nos princípios de evolução social, criámos uma lista de características que servem de modelo de cidade contemporânea. O proposto foi posteriormente avaliado de modo a que se possa aferir a intersecção entre princípios e características. 4.8 Definição dos sectores sociais e económicos que utilizam cada bairro da

cidade

Através dos conhecimentos históricos, sociais e económicos de Lisboa e de Portugal, foi elaborado um conjunto de actores tipo que abrangem a generalidade dos utentes de cada um dos bairros em estudo. Estes elementos são fundamentais para a elaboração da análise da resposta dos bairros às características e princípios. Deste modo, consideraram-se os seguintes padrões para a definição das classes dos utentes: Classe baixa – rendimento do agregado familiar inferior a 15.000 euros por ano; Classe média baixa – rendimento do agregado familiar entre 15.000 e 25.000 euros por ano; Classe média média – rendimento do agregado familiar entre 25.000 e 40.000 euros por ano; Classe média alta – rendimento do agregado familiar entre 40.000 e 60.000 euros por ano; Classe alta – rendimento do agregado familiar superior a 60.000 euros por ano. 4.9 Perspectivação da resposta dos bairros

Tendo em conta os conhecimentos técnicos, o respeito mínimo pela identidade e essência de cada bairro, teórico ou real, em estudo, os princípios de evolução social e as características base de resposta a esses princípios, elaborámos uma análise da resposta de cada elemento em estudo. A perspectivação da resposta dos bairros foi elaborada em três momentos. O actual, permitindo saber de onde partimos. O de curto prazo – correspondente a um mandato autárquico de quatro anos – que nos permite perceber o que se poderá realizar sem medidas de fundo, que apenas produzirão resultados num prazo mais alargado. O de médio prazo – correspondente a um período de vinte anos – onde existe tempo suficiente para concretizar alterações de fundo, bem como, viver com os resultados dessas alterações. Não foi realizada uma análise de longo prazo, por se entender que o leque de variáveis que contribuem para este processo é muito extenso e a rapidez com que os factores mudam é crescente. Como tal, não faria sentido perspectivar a evolução quer dos bairros, quer da sociedade num prazo superior a vinte anos.

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4.10 Elaboração de conclusões

Após o estudo efectuado, resultante da combinação de actores sociais, princípios, características essenciais, resposta actual e perspectivação da evolução, foram elaboradas as conclusões sobre o momento actual e potencial dos bairros reais em análise.

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5 Modelo de cidade contemporânea 5.1 Análise sumária das principais alterações ocorridas na sociedade portuguesa nas últimas cinco décadas Começamos por analisar sumariamente o que se alterou na sociedade portuguesa nos últimos cinquenta anos, por ser sensivelmente a partir dessa altura que se começa a observar um decréscimo constante da população residente em Lisboa e, em especial, nos seus bairros históricos. Desde então a sociedade portuguesa sofreu, com alguns atrasos, a mesma evolução que ocorreu na Europa e no Mundo, havendo ainda a registar algumas alterações significativas que são específicas de Portugal. Este período de tempo foi marcado a nível global por uma grande evolução tecnológica onde se inclui o advento e a massificação da informática, pela transição da força de trabalho do sector primário para o sector secundário e, posteriormente para o terciário com a consequente tendência para a concentração da população nas cidades – aumentando a urbanização no país, por significativas alterações dos hábitos e locais de consumo, pelo papel crescente na mulher no mercado de trabalho, pela diminuição da natalidade e aumento da esperança de vida com implicações directas na idade da reforma e no hipotético nível de rendimentos nessa altura. Do aumento da esperança de vida resulta ainda o envelhecimento gradual da população e o surgimento de inúmeras pessoas a sofrer de solidão, por já não terem família ou esta se encontrar afastada. A nível nacional há que considerar como principal advento a ocorrência da revolução de 25 de Abril de 1974, que pôs fim a quarenta e oito anos de regime totalitário e a uma guerra com treze anos de duração travada por Portugal nas suas ex-colónias de Angola, Moçambique e Guiné. Como consequência da revolução e do posterior cariz democrático do regime, ocorreu a adesão à Comunidade Económica Europeia em 1986, que criou condições para que se verificasse um aumento até então inimaginável do nível de rendimento dos agregados familiares. Há ainda um terceiro factor a referir que embora seja menos geral do que os demais, teve profundo impacto no mercado da construção, reabilitação e aluguer. Tal aspecto consiste no congelamento das rendas das habitações, que combinado com cenários inflacionistas conduziu a que o mercado do aluguer de habitação não fosse atractivo para os investidores e a que grande parte do património edificado nas cidades em Lisboa e no Porto se degradasse de forma dramática durante décadas, sem que fossem tomadas medidas preventivas de qualquer espécie. Estas alterações originaram mudanças profundas nos princípios de organização e constituição das famílias e das empresas, bem como nos seus sistemas de valores e de prioridades. 5.1.1 Mudança do papel da mulher na sociedade Desde 1960 até à data o papel da mulher na sociedade portuguesa tem vindo a ser sucessivamente incrementado, pela quantidade de membros do sexo feminino que intervêm no mercado de trabalho e, não menos importante, pela qualidade e relevância crescentes dos trabalhos que desempenham, dado o enorme aumento das suas

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qualificações. De facto, a taxa de actividade feminina passou de uns diminutos 13% em 1960 para 43,5% cento em 1998, mais do que triplicando. Por outro lado, a percentagem de estudantes do sexo feminino no ensino superior passou, no mesmo intervalo de tempo, de 29,5% para 55,9%, isto é, na actualidade mais de metade dos estudantes universitários são mulheres. Aos factos agora referidos há que acrescer que Portugal é um dos países da Comunidade Europeia onde as mulheres com filhos apresentam maiores taxas de actividade. Portugal passou de uma situação em que praticamente todas as mulheres casadas eram donas de casa a tempo integral para outra em que as tarefas domésticas e de cuidados com a família ficam relegadas para o espaço de tempo que sobra após o dia de trabalho. 5.1.2 Melhoria do nível de escolaridade No que se refere à escolaridade, as diferenças entre o Portugal de 1960 e de 2000 são abissais, no que respeita ao analfabetismo, aos níveis máximos de ensino atingidos pela população, à frequência universitária e à investigação e desenvolvimento. Em 1960, a taxa de analfabetismo era de 33,1%, enquanto que em 1998 já estava reduzida a 9,8%. O país passou assim de uma situação em que cerca de um terço da população com 10 ou mais anos não sabia ler e escrever, melhorando essa estatística para aproximadamente um décimo dessa mesma população. Em 1960, 32,8% da população concluiu ou frequentou o ensino básico, tendo sucedido o mesmo com 4,6% da população relativamente ao secundário e 0,8% ao médio ou superior. Em 1991, para os mesmos escalões de ensino, as percentagens correspondentes eram de 64,8%, 21,5% e 8%. Na faixa etária compreendida entre os 20 e os 24 anos, a percentagem de população que estuda aumentou significativamente, passando de 1,7% em 1960 para 21,9% em 1998. Em termos de investigação e desenvolvimento, a evolução da despesa com estas actividades tem registado um aumento superior à inflação, à medida que o número de licenciados tem sido incrementado. 5.1.3 Aumento da taxa de actividade global e do nível de rendimentos A par do aumento da taxa de actividade feminina, também a masculina sofreu um incremento, embora de menor relevo. Por este motivo, a taxa de actividade global variou entre 1960 e 1998 de 37,5% para 50,1%, aumentando em mais de um terço. Ao combinarmos o aumento da taxa de actividade global com as melhorias ocorridas ao nível da escolaridade, concluímos que o rendimento disponível da população foi incrementado, originando uma maior exigência relativamente aos bens de consumo.

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5.1.4 Recomposição social Ao longo dos últimos 50 anos a sociedade portuguesa sofreu diversas recomposições, das quais destacamos a variação da ponderação das diversas faixas etárias e as alterações que ocorreram na população trabalhadora em relação aos sectores de actividade económica. Relativamente à composição demográfica, registamos que a faixa da população entre os 0 e os 14 anos significava 29,2% da população em 1960, passando a representar em 2005 15,6%. A faixa etária correspondente à população entre os 15 e os 64 anos evoluiu no mesmo intervalo de tempo de 62,8% para 67,3%. Entretanto e no que se refere ao escalão dos habitantes com 65 ou mais anos, as percentagens aumentaram de 8% para 17,1%. O fenómeno acima descrito resulta basicamente da diminuição da taxa de natalidade e do simultâneo aumento da esperança de vida. Esta última situava-se em 2005 nos 81,4 anos para as mulheres e 74,9 anos para os homens, sendo o valor global de 78,2 anos. No que respeita aos sectores da actividade económica observa-se uma transição da mão-de-obra do sector primário para o secundário e do secundário para o terciário, com a simultânea alteração na estrutura sectorial do PIB. O abandono do campo e o aumento dos serviços são também responsáveis pelo aumento da urbanização. Neste aspecto prepondera ainda a centralização em torno da capital, que tem levado a que o nível de riqueza aí produzido seja de grande importância em relação ao resto do país, em valor absoluto e per capita. A título de exemplo referimos que em 2001 o PIB português foi de 122 801 milhões de euros, dos quais 55 157 milhões se referem à região de Lisboa e Vale do Tejo. No mesmo ano, o PIB per capita foi de 11900 euros, enquanto que na região antes referida foi de 15800 euros, 32,8% acima da média nacional. 5.1.5 Melhoria das vias de comunicação Após a adesão de Portugal à CEE, o país foi beneficiado com fundos comunitários de desenvolvimento regional que foram em larga medida aproveitados para se proceder ao desenvolvimento das vias de comunicação, com especial relevo para as rodoviárias. Foi assim implementado um sistema de auto-estradas, quer no sentido Norte – Sul quer no Este – Oeste. Este sistema encurtou o país, aproximou o interior do litoral, permitiu um mais fácil acesso de mercadorias de e para Portugal, provocando por essa via uma maior competitividade entre as actividades económicas. Simultaneamente, foram criadas em torno dos grandes centros urbanos melhores vias de acesso para a entrada e saída de pessoas e veículos. Este factor, juntamente com o grande crescimento da taxa de motorização, proporcionou que surgissem inúmeros centros comerciais e hipermercados no interior e na periferia das cidades. Tal facto revolucionou os hábitos de compra dos portugueses em geral, tendo provocado grandes dificuldades no comércio tradicional. Na actualidade a concorrência entre os comerciantes e os negócios em geral, tornou-se muito maior.

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No que se refere ao caso de Lisboa, destacamos a construção da primeira ponte sobre o Tejo em 1966 (direcção Norte Sul), a conclusão da auto-estrada para Cascais em 1991 (A5) (direcção Este Oeste), a execução da via rápida para Sintra em 1991 (IC19) bem como a duplicação da via-férrea (direcção Sudeste Noroeste), a criação da auto-estrada até Torres Vedras em 1995 (A8) (direcção Sul Norte), a conclusão da Coroa Regional Externa de Lisboa em 1995 (CREL), o alargamento da auto-estrada A1 até Vila Franca de Xira e posteriormente até Santarém (direcção Oeste Este) e a execução de uma nova ponte sobre o Tejo (direcção Norte Sul) e do itinerário complementar de acesso a Alverca (IC2) (direcção Oeste Este) em 1998, aquando das obras relativas à Expo 98. Na mudança de século ocorreu ainda a conclusão da primeira travessia ferroviária do Tejo em Lisboa, materializada na primeira ponte aí construída em 1966. Há ainda a referir a expansão da rede do metropolitano que ocorreu primordialmente com o embalo das obras da Expo 98. Neste momento a referida rede já serve outros concelhos limítrofes de Lisboa como Odivelas e Amadora. Como se observa, ocorreu ao longo dos últimos quarenta anos um incremento e alargamento das principais vias de comunicação na zona da Área Metropolitana de Lisboa. Simultaneamente com este facto surgiram inúmeros núcleos urbanos em torno da capital com construções muito mais recentes do que as que esta comporta. 5.1.6 Taxa de inflação A inflação manteve-se baixa em Portugal até 1973 quando o preço do barril de petróleo aumentou bruscamente. Nos anos compreendidos entre 1974 e 1984 a conjugação dos efeitos do consecutivo aumento do preço do barril de petróleo e da revolução de Abril de 74, levou a que o aumento dos preços se mantivesse praticamente sempre acima dos 20%. Desde então, a inflação começou lenta e irregularmente a ser reduzida, estabilizando a partir de 1999 em valores da ordem dos 2,5%. Este factor é de grande importância para o património construído em Portugal, devido ao congelamento das rendas que vigorava e que originou uma dramática perda de rentabilidade do património alugado com a consequente e crescente deterioração do mesmo. Resulta ainda da análise da variação da inflação que, dados os valores reduzidos que se verificam desde há cerca de 10 anos com os correspondentes juros bancários baixos, o mercado da compra de habitação própria disparou, existindo na actualidade uma clara preferência por esta modalidade em detrimento do aluguer. 5.1.7 Taxa de motorização A melhoria do nível de vida que se registou após a adesão de Portugal à Comunidade Europeia implicou um grande aumento no consumo das famílias. Tal é bem patente na aquisição de toda a espécie de electrodomésticos, telemóveis, computadores pessoais e automóveis. No que respeita aos automóveis a taxa de motorização evoluiu entre 1991 e 2002 de 203 veículos por 1000 habitantes para 558 veículos por 1000 habitantes, sendo nesta última data apenas superada a nível europeu pela Itália e o Luxemburgo. Importa aqui frisar que a nível da Europa dos 15 e no mesmo período de tempo se registou uma variação de 401 para 496 veículos por 1000 habitantes. Este factor realça a dependência que os portugueses têm relativamente ao automóvel.

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O cenário persistente de baixas taxas de juros, combinado com a pressão para o consumo patrocinada pelos bancos e pelas marcas, é sem dúvida relevante para o incremento das vendas de veículos que ocorreu em pouco mais que uma década. 5.1.8 Mudança de hábitos de consumo Nos últimos 20 anos o comércio em Portugal foi transformado radicalmente. Os avanços registados desde então nos sistemas de gestão informática, na facilidade de circulação do dinheiro e na mobilidade das pessoas, por via da melhoria dos acessos e do aumento do número de veículos proporcionaram o aparecimento de novas formas de comercializar que vieram a alterar por completo o paradigma até então vigente. A acrescer ao referido, há que mencionar a pouca disponibilidade das pessoas para perderem tempo em compras do quotidiano, dadas as múltiplas ocupações que têm, sendo para grande parte da população preferível poder adquirir o que necessita num único local. A partir do ano de 1985 começam a surgir em Portugal diversos hipermercados que têm vindo progressivamente a atrofiar a capacidade de subsistir do comércio tradicional. Por fim importa referir a crescente importância da Internet enquanto canal de escoamento de produtos. 5.1.9 Fractura social Ao longo das últimas décadas tem vindo a ocorrer uma crescente divisão em Portugal e na sociedade portuguesa entre ricos e pobres, instruídos e ignorantes, litoral e interior. Citando o autor António Reis no seu livro Portugal Anos 2000 (página 131) “A sociedade portuguesa aprofundou o dualismo entre as novas gerações com alto nível de escolaridade e com fácil acesso à informática, e os mais idosos, de relativamente fraco nível de instrução, com uma taxa de analfabetismo ainda elevada. Outro dualismo, que se foi aprofundando ao longo do tempo, é o relativo ao agravamento da desertificação económica e demográfica do interior face ao litoral e principalmente às áreas metropolitanas. Nem a actuação geralmente dinâmica do poder local democrático criado depois do 25 de Abril, nem as novas vias de comunicação têm sido suficientes para contrariar este processo”. Dentro da própria cidade de Lisboa tem ocorrido algo de semelhante ao descrito, notando-se que a população que habita os bairros históricos é mais pobre e mais envelhecida relativamente à média da cidade e do país. Na actualidade, um pouco como consequência e paradigma do que se passou nas últimas décadas, a sociedade portuguesa é reconhecida a nível europeu como a que maior assimetria tem entre níveis sociais, isto é, onde se encontra mais vincada a diferença de condição de vida entre as camadas mais abastadas da sociedade e aquelas que mais desfavorecidas se encontram. Também no urbanismo, dentro de cada cidade, se marca esta discrepância, com áreas para ricos e áreas para pobres, quer no tecido

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antigo, quer nas malhas urbanas mais recentes. No caso presente, o nosso estudo recairá sobre o tecido mais antigo da capital, contudo, esta nota é igual e tristemente válida para as malhas urbanas mais recentes.

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5.2 Princípios propostos para a elaboração de um modelo de cidade contemporânea Partindo do princípio que cada indivíduo é um ser único e irrepetível, tendo portanto um sistema de prioridades e valores distinto de todos os demais e que, dentro de cada indivíduo, o referido sistema se altera com tempo, torna-se extremamente complexo e confuso estabelecer hipóteses para a elaboração de um modelo onde se integrem todas as hipóteses possíveis de apreciação individual sobre cada bairro da cidade. Assim sendo, optámos por construir um sistema de princípios que julgamos reflectir os padrões fundamentais de exigência em relação a cada bairro da cidade, tendo por base as linhas gerais de evolução da sociedade portuguesa e os comportamentos que a estas estão subjacentes. Deste modo, o modelo de cidade contemporânea que propomos assenta nos seguintes princípios, que passamos a descrever e justificar: 5.2.1 Exigência relativamente aos critérios de comodidade e conforto. À medida que o nível de rendimentos das famílias cresce, assim ocorre com o nível de exigência dos utentes de cada área da cidade. Este factor reflecte-se em diversos aspectos, tais como, a distância e a dificuldade dos percursos pedonais obrigatórios, a existência de meios mecânicos de elevação de pessoas e bens no interior dos edifícios, a existência das diversas infra-estruturas no interior dos prédios com dimensionamento adequado às necessidades actuais, dimensionamento adequado das infra-estruturas existentes na via pública, proximidade e facilidade do estacionamento automóvel e a possibilidade prática de circulação automóvel. O maior nível de rendimentos leva a que as exigências relativas aos edifícios sejam maiores. Este aspecto inclui a tipologia de cada fracção, as dimensões de cada divisão, o número e funcionalidade das instalações sanitárias, a funcionalidade da cozinha, as condições de iluminação, de ventilação, de conforto térmico e acústico, a estabilidade e fiabilidade estrutural. Em paralelo, ao acréscimo do nível de rendimentos, há que registar aumento generalizado de tecnologia que as construções actuais incorporam em relação ao que se passava anteriormente. 5.2.2 Massificação do uso do automóvel. Consideramos comum na actualidade o uso do automóvel. Esta situação reflecte-se no número de veículos em circulação e na quantidade de quilómetros efectuados por cada veículo. Foi a partir de 1974 que, lentamente, a utilização do automóvel se começou a generalizar. Antes o nível de pobreza era de tal forma generalizado que até 1970 nem sequer existia a obrigação, a nível urbanístico, de incluir nos planos de urbanização estacionamento automóvel específico para cada edificação, fosse esta destinada a serviços, habitação, comércio ou escritórios. A referida massificação implica que existam espaços na via pública, em silos automóveis ou em locais subterrâneos públicos ou privados, que permitam o

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estacionamento dos veículos. Encontra-se interligada com o acréscimo dos níveis de segurança, comodidade e conforto, reconhecimento e prestígio. Do mesmo modo, há que considerar a capacidade de escoamento do trânsito, como factor de relevância na actualidade. Os governantes foram dos primeiros a perceber a dependência crescente dos portugueses relativamente aos veículos automóveis, incrementado de forma sucessiva as contribuições fiscais sobre as actividades relativas ao comércio de automóveis e combustíveis. Na actualidade, os impostos que incidem sobre estes ramos são dos maiores da Europa e, mesmo assim, a utilização dos veículos automóveis não dá sinais de abrandar. 5.2.3 Exigência relativamente aos critérios de segurança. As necessidades de segurança estão no princípio da pirâmide invertida de Maslow, sendo uma das prioridades de qualquer ser humano, a seguir às fisiológicas. Naturalmente, à medida que cresce o património familiar ou empresarial, maiores serão as preocupações que existem em mantê-lo e maior é o valor que se atribui à vida humana. 5.2.4 Necessidade de rentabilização dos investimentos imobiliários efectuados. Quer a nível empresarial, quer a nível pessoal, existe uma grande preocupação com a rentabilização dos investimentos. A nível empresarial tal facto é óbvio. A nível pessoal, com o cenário actual de eventual diminuição de rendimentos após a reforma, existe cada vez mais a noção de que há que considerar todos os investimentos como potenciais aliados em fases posteriores em que o nível de vida venha a diminuir. Na realidade, o tema da inevitabilidade da retracção do valor das reformas e até o seu eventual desaparecimento devido à falência previsível dos sistemas de solidariedade social num horizonte relativamente próximo, leva a que qualquer pessoa analise criteriosamente a utilidade e o potencial de cada investimento. A par do motivo já apontado, há que ponderar o facto de todo o ser humano ter interesse em rentabilizar os investimentos efectuados. Como durante décadas o mercado do arrendamento foi deprimido pelo congelamento das rendas e pelo aumento do custo de vida, registou-se em Portugal um tendência crescente para a aquisição de habitação própria. Esta corrente tem sido ainda reforçada pela baixa das taxas de juro provocada pela queda da inflação e a posterior adesão ao sistema de moeda única europeia, combinadas com a agressividade comercial das instituições bancárias. Deste modo, sendo o número de habitantes proprietários crescente, é natural que o aspecto da rentabilização dos investimentos efectuados com o património seja cada vez mais importante.

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5.2.5 Necessidade de reconhecimento social e prestígio. O crescimento do rendimento e a concomitante satisfação das necessidades mais básicas, proporciona o aparecimento de novos níveis de exigência, onde se enquadram as necessidades de reconhecimento social e prestígio. A pressão social existente, criada pelas entidades bancárias e pelas campanhas publicitárias é outro dos aspectos que conduz à necessidade de aquisição e à suplantação dos bens materiais que os demais possuem, numa competição social normalmente sem sentido, onde todos os consumidores perdem. 5.2.6 Optimização da utilização do tempo. Nas condições actuais, em que a população feminina se encontra empregada e em que, de um modo geral, o valor hora de cada trabalhador ou empresário é elevado quando comparado com o que ocorria antes, são muito mais valorizados o tempo produtivo e de lazer. Por um lado, há que efectuar as tarefas domésticas, cuidar dos filhos ou de dependentes idosos, fazer compras em locais que por vezes se encontram distantes, por outro lado, quanto melhor utilizarmos o tempo, maiores podem ser os nossos rendimentos e maior pode ser o nosso tempo de descanso e de lazer. 5.2.7 Necessidade crescente de rentabilização dos negócios. Dada a crescente exigência e facilidade de mobilidade das populações, a competição entre os negócios é cada vez maior, pelo que há a necessidade absoluta de melhorar a visibilidade de cada projecto perante os potenciais clientes, melhorar o nível de oferta e aumentar a produtividade dos trabalhadores.

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5.3 Principais sectores sociais que utilizam cada bairro da cidade 5.3.1 Habitantes Os habitantes representam uma fatia importante da população que utiliza os bairros da cidade, a par com os trabalhadores que aí têm o seu local fixo de trabalho. O estudo da sua importância no crescimento da cidade tem relevância acrescida devido ao crescente abandono do centro da cidade que se tem vindo a verificar nas últimas quatro décadas. De facto, segundo as estatísticas oficiais, entre 1961 e 2001 Lisboa perdeu cerca de trezentos mil habitantes, isto é, mais de metade da sua população actual. Para o desenvolvimento do estudo optámos por dividir os habitantes em quatro grupos, que passamos a identificar e justificar. 5.3.1.1 População portuguesa oriunda da Área Metropolitana de Lisboa Esta importante fatia da população da cidade tem progressivamente optado por ir habitar os concelhos suburbanos da Área Metropolitana, contribuindo em larga escala para o esvaziamento do centro e de toda a capital. Urge inverter esta tendência, através da melhoria da oferta das áreas centrais. 5.3.1.2 População portuguesa oriunda de outras zonas do país A zona de Lisboa e Vale do Tejo é das poucas zonas do país que se aproxima da média do padrão de vida europeu em mais de 75%. Por esse motivo, a capital constitui um ponto de atracção da população que busca melhores condições laborais e de vida. A imigração interna, no sentido do interior para o litoral e, dentro do litoral, para os grandes centros urbanos aumentou durante décadas a população de Lisboa. Tal facto tem sido contrariado nos últimos quarenta anos pela concorrência dos concelhos limítrofes, onde se tem radicado uma importante porção deste conjunto. 5.3.1.3 População imigrante Pelos motivos apontados no ponto anterior, apesar de Portugal ser um país pouco atractivo quando comparado com a maioria dos países europeus, há uma importante quantidade de população imigrante que procura na zona do litoral e em Lisboa em particular melhores condições de vida relativamente às que dispunha no seu país de origem. A contrariar a baixa atracção económica existe a proximidade linguística e cultural com os países africanos de língua oficial portuguesa e o Brasil, reforçada pelas facilidades de circulação de pessoas e bens com esses países. Na actualidade está estimada a população imigrante como sendo 10% da população activa e 5% da população total. No caso dos grandes centros urbanos, os valores percentuais acima referidos são ainda mais relevantes, por ser precisamente aí que reside o principal pólo de atracção da população imigrante.

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5.3.1.4 Estudantes que se deslocam para Lisboa para prosseguirem os seus estudos Lisboa tem uma grande oferta em termos de cursos universitários, dentro dos diversos ramos do saber. É notória a presença de estudantes oriundos de outras zonas do país, suficientemente distantes para que seja impraticável a deslocação diária desde a residência habitual até ao local de ensino. Complementarmente, existe uma quantidade significativa de estudantes envolvidos em programas europeus de intercâmbio universitário que se encontram temporariamente a estudar na capital. É frequente a população estudantil de nível universitário passar a viver em Lisboa, mesmo depois de ter terminado os seus estudos, por circunstâncias diversas entre as quais prepondera a dificuldade de encontrar um emprego compatível com as suas novas habilitações nas zonas de origem e a progressiva habituação às dinâmicas inerentes a viver numa cidade de maiores dimensões. Mais do que pelo número que representam, estes elementos são importantes pela pouca idade que possuem – alimentando a cidade com sangue novo, pelo potencial que têm, dado o nível cultural e de conhecimentos específicos acima da média e pela usual disponibilidade de energia e capacidade de adaptação que normalmente lhes é inerente. 5.3.2 Trabalhadores residentes fora do bairro Esta categoria de utentes do bairro é de grande importância para o mesmo, visto que Lisboa está rodeada de subúrbios de onde se registam em cada dia útil importantes fluxos de população que vêm trabalhar para a capital. Estes fluxos produzem importantes impactos ao nível do tráfego automóvel no interior da cidade, da sua capacidade de estacionamento, das necessidades de energia e saneamento básico, das necessidades de segurança, das infra-estruturas de serviço das populações como esquadras de polícia, estações de correio, banco, ginásios e colégios, das necessidades de alimentação principalmente durante os períodos próximos do início e do fim do horário de trabalho, tais como o princípio da manhã, a hora do almoço e o fim da tarde. Sendo Lisboa a capital de um país macrocéfalo, com grande parte da administração pública aí concentrada, esta classe de utentes torna-se ainda mais significativa, pois ocupa temporariamente durante o dia uma parte significativa do centro da cidade, gera emprego à sua volta e garante estabilidade nos negócios que se desenvolvem para a servir. O sector do comércio e serviços também é grandemente afectado de modo positivo pela entrada periódica na cidade da massa laboral que aí tem o seu posto de trabalho. Observando o ocorrido nas últimas décadas, registamos que o número de postos de trabalho nos bairros das zonas históricas tem vindo a diminuir consistentemente, pelo que a situação é preocupante devido à diminuição em si e pelas sinergias negativas que inevitavelmente gera. Fica ainda considerado que o peso dos trabalhadores residentes fora do bairro é inferior ao dos habitantes, por a sua capacidade de decisão quanto ao local de

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laboração estar condicionada pela natureza do mercado de trabalho e pela vontade dos superiores hierárquicos e principais investidores. 5.3.3 Turistas Os turistas representam uma classe de utentes da cidade de grande importância, pela dinamização das actividades económicas que se desenvolvem em torno do sector, com a consequente criação de riqueza e de postos de trabalho e pela divulgação de Lisboa. Os bairros históricos são, por natureza, os mais procurados pelos turistas, constatando-se na actualidade que praticamente não dispõem de infra-estruturas compatíveis que permitam acolhê-los. Tal situação conduz a que, apesar de serem um pólo importante de atracção turística, não têm capacidade de gerar em seu benefício riqueza que poderia contribuir para a sua reabilitação e conservação. Embora a actividade turística esteja condicionada pela sazonalidade, a Expo 98 e o Euro 2004 serviram como cartão de visita de Lisboa, dinamizando de forma notória o turismo na capital, aumentando a procura e atenuando os efeitos da referida sazonalidade. Em simultâneo com este factor importa referir a instabilidade política e social em alguns destinos turísticos concorrenciais com Portugal e Espanha, que muito tem contribuído para o avolumar do número de turistas na capital. Há que não perder esse impulso e, se possível, incrementá-lo.

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5.4 Principais sectores económicos que intervêm na cidade 5.4.1 Empresários do ramo do comércio, diversão nocturna e restauração O sector do comércio, diversão nocturna e restauração desempenha um papel importante no interior dos bairros históricos da cidade. No caso do pequeno comércio, essa realidade é evidente, já que não existem na sua proximidade grandes centros comerciais e muitos dos seus habitantes não têm mobilidade para se dirigir para o exterior do bairro para adquirir os bens essenciais de que necessitam. Nas áreas onde a densidade dos postos de trabalho é elevada, a restauração desempenha um papel importante ao alimentar diariamente um número significativo de trabalhadores. A diversão nocturna constitui um negócio implantado em alguns dos bairros históricos da cidade, sendo simultaneamente uma fonte de rendimentos para os empresários e de problemas para os habitantes dessas zonas, em virtude dos contrastes entre a geração dos residentes e a dos utentes desses serviços, ao nível do ritmo de vida e incompatibilidade dos horários de lazer e descanso Em algumas áreas os negócios do comércio e restauração são complementados pelas vendas originadas pelos fluxos turísticos. Naturalmente a nenhum destes sectores de negócio interessa a progressiva desertificação dos bairros e a perda de postos de trabalho no interior destes. 5.4.2 Empresários do ramo dos serviços e profissionais liberais O sector dos serviços é de crescente importância na sociedade portuguesa, dada a sucessiva circulação de mão-de-obra do sector primário para o secundário e do secundário para o terciário. Em Lisboa as actividades ligadas aos serviços estão em geral relacionadas com a banca e as seguradoras, bem como as actividades relacionadas com prestação de serviços ao Estado, notando-se ainda um incremento das actividades relativas aos serviços domésticos. Por outro lado, o maior desenvolvimento intelectual das populações também acarreta uma maior aptidão para a prestação de serviços, factor este que se relaciona intimamente com a actividade dos profissionais liberais. 5.4.3 Empresários do ramo da hotelaria Embora considerando a existência de algumas infra-estruturas hoteleiras na zona da Baixa, com nível de qualidade duvidoso, os bairros históricos estão desprovidos de oferta credível no ramo hoteleiro. As unidades hoteleiras de bom nível e de grande ou média dimensão estão situadas fora do centro histórico da cidade. Deste modo, esta é uma área em que muito há a fazer e onde, por certo, existirão boas oportunidades.

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5.4.4 Investidores imobiliários Os investidores imobiliários e os pequenos proprietários terão forçosamente que se considerar como um parceiro fundamental no desenvolvimento dos bairros históricos. É frequente observarmos, ao circular pelas ruas desses bairros, edifícios praticamente desocupados, com uma ou duas fracções em uso. Tal sucede certamente por diversas razões, no entanto, não podemos deixar de destacar a falta de credibilidade por parte dos proprietários e investidores nas perspectivas de evolução dos bairros e nas respostas dadas pelas organismos camarários, considerando assim que é preferível não agir e deixar que o tempo, o desaparecimento dos ocupantes e a progressiva destruição das edificações faça o seu trabalho, aproveitando posteriormente as hipóteses que daí possam advir. A menos que se inverta a tendência de mergulho num ciclo vicioso como o que presenciamos, esta continuará a ser a atitude generalizada de proprietários e investidores, dadas as fracas expectativas de proveitos que os mesmos vislumbram.

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5.5 Principais características do modelo de cidade contemporânea proposto 5.5.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais fáceis relativamente à distância dos percursos e à inclinação

das vias e com espaço para a circulação de peões em segurança.

Consideramos neste documento um percurso fácil o que pode ser percorrido num período curto de tempo e onde os gastos de energia própria sejam reduzidos. Admitindo uma velocidade de circulação das pessoas em circuito plano de 3 km/h, o que equivale a 100 metros em cada dois minutos, e que um percurso fácil se realiza em menos de cinco minutos, concluímos que a distância de 250 metros constitui aproximadamente o limite do desenvolvimento de um percurso aceitável. No caso de um caminho com inclinação significativa – superior a 5% - admitimos como razoável uma distância máxima de 125 m, dado o incremento do desconforto físico. No caso de deficientes motores a questão da facilidade da circulação não é tão pertinente relativamente às distâncias a percorrer, mas sim, à inclinação das vias, aos obstáculos existentes nos passeio e à largura dos mesmos, à existência de locais próprios para efectuar a transição entre pavimentos a diferentes cotas, nomeadamente quando há que atravessar uma via com circulação de automóveis. A circulação em segurança relaciona-se com a existência de zonas delimitadas na secção transversal das vias para o movimento de peões. Estas áreas estão tipicamente identificadas com os passeios, contudo, observa-se amiúde que existem diversas zonas onde os passeios estão ocupados com estacionamento automóvel e outros obstáculos ou que, por vezes, não existem sequer passeios devido à geometria das ruas. A esta característica está associado o princípio da comodidade e conforto, por motivos que consideramos óbvios que se relacionam com o menor dispêndio de esforço físico. O princípio da optimização da utilização do tempo está também relacionado com a facilidade dos percursos pedonais. Na realidade, a percursos pedonais de menores dimensões corresponde forçosamente um menor intervalo de tempo gasto para os percorrer. O princípio do reconhecimento social e prestígio está associado a esta característica, visto que não é minimamente prestigiante na actualidade a impossibilidade de aceder de forma breve às habitações ou aos postos de trabalho, seja desde o local de estacionamento do automóvel, seja desde o terminal de transportes públicos. O princípio do reconhecimento social e prestígio encontra-se também associado a esta característica, pois torna-se desprestigiante e inclusive socialmente inaceitável, numa zona urbana por excelência, não existirem meios fáceis de acesso pedonal, colocando os habitantes numa situação de dependência da sua boa condição física e da boa vontade dos demais. A segurança pessoal é outro dos princípios que está envolvido com esta característica, devido ao facto de a maiores percursos corresponderem maiores hipóteses de ficar

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sujeito a qualquer tipo de agressão e por o estacionamento selvagem generalizado implicar com a segurança e normal fluir do trânsito de peões. A própria massificação do uso do automóvel implica um acréscimo de comodismo e de interesse em poder estacionar o mais próximo possível da residência ou do local de trabalho ou de diversão. O princípio da necessidade de rentabilização dos negócios fica também envolvido com este factor, visto que a melhoria das acessibilidades dos peões conduz a uma maior exposição dos negócios, quer pelo aumento da população na zona, quer pela maior disponibilidade para cada indivíduo se deslocar. Por último importa referir a necessidade de valorização do património, que é positivamente influenciada pela melhoria de qualquer dos tipos de acessibilidades. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbanos. Este aspecto está relacionado com a limitação dos percursos urbanos e com a facilidade de mobilidade dos habitantes que não dispõem temporária ou permanentemente de meios de transporte próprios. Subjacentes a este factor encontram-se os princípios da optimização da utilização do tempo, das necessidades de comodidade e conforto e da valorização do património. O aspecto relacionado com a optimização da utilização do tempo está relacionado com a rapidez com que se percorrem os espaços entre estações de diversos transportes públicos, e com os tempos de espera entre transportes, que serão menores no caso de existir uma boa articulação e proximidade entre estas. A comodidade e o conforto prendem-se exactamente com os mesmos aspectos, observados de outro ângulo. A valorização do património, tal como no caso anterior, é positivamente influenciada pela verificação deste factor. c) Existência de jardins e zonas de lazer exteriores com locais de sombra e

parques infantis. Aspecto que tem sido sempre considerado na criação de novos espaços urbanos, mas que não foi tido em conta aquando do desenvolvimento do centro histórico – naturalmente porque, na altura do seu crescimento, tudo à volta era campo sendo, como tal, considerado como um bem adquirido e duradouro. Relativamente à criação de parques infantis, estes são considerados como um equipamento urbano básico que em muitas áreas está completamente descurado. A existência de espaços verdes é considerada importante pelos elementos de todos os níveis de rendimento. Uma vez que o custo da habitação será maior, quanto maior for

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a área de espaço verde na envolvente – devido aos menores índices de ocupação do solo e à maior valorização da área – as classes de níveis de rendimento superiores estão mais sensíveis a esta característica. A presença de parques infantis e zonas de lazer é importante para todas as classes sociais, porém há que referir a especial importância destes para os agregados familiares onde existem dependentes menores e os habitantes reformados ou com pouca ocupação laboral atribuem especial valor a estas áreas. Associados a esta característica estão os princípios da comodidade e conforto, reconhecimento social e prestígio e valorização do património. Consideramos o princípio da comodidade e conforto em virtude de a proximidade de uma zona pública de lazer permitir um acesso fácil e rápido. O reconhecimento social e prestígio surgem do facto de este tipo de equipamento urbano estar normalmente relacionado com áreas urbanas bem projectadas, onde não existiu apenas a premência da construção para venda ou aluguer. A valorização do património torna-se óbvia, pelo mesmo facto referido para justificar os princípios da comodidade e conforto e do reconhecimento social e prestígio. d) Bairros seguros Existência de um sistema de protecção que permita garantir minimamente a segurança de pessoas e bens, com particular ênfase na protecção dos habitantes mais vulneráveis – crianças, mulheres e idosos. Consideramos que este factor se interliga com os princípios da segurança, reconhecimento social e prestígio e da valorização do património. No caso do princípio da segurança, cremos que a relação é óbvia. Relativamente ao reconhecimento social e prestígio, julgamos que o facto de uma determinada área ser conotada com a insegurança, conduz imediatamente ao pensamento de que essa mesma área não é ocupada por pessoas de bem, levando a que se instale um sentimento generalizado de desprestígio sobre a mesma. Em Portugal e em especial em Lisboa e nos seus arredores este aspecto tem sido notório, carregando algumas áreas e por inerência todos os seus habitantes um cunho de má integração social e de vandalismo. A necessidade de rentabilização dos negócios está envolvida com este parâmetro, visto que uma maior sensação de segurança em determinada zona implica que a disponibilidade para circular e comprar aumenta. O aspecto relativo à valorização do património está também envolvido com esta característica, por uma área considerada socialmente como segura é, por natureza, mais valorizada.

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e) Sinalização adequada para peões e condutores Este aspecto está relacionado com a protecção da circulação dos peões, especialmente no que se refere à clara identificação das zonas de atravessamento prioritário e às velocidades de circulação admitidas. Outro aspecto a considerar é o das inequívocas indicações para os automobilistas quanto aos circuitos preferenciais para se atingir os principais destinos. Este factor está relacionado com a segurança das pessoas, especialmente no que se refere à dos peões. Em Portugal e especialmente nas grandes cidades, a percentagem de mortes por atropelamento em acidentes de viação é muito elevada. De facto, em Junho de 2007, os serviços camarários responsáveis pela gestão do trânsito na cidade começaram a implementar um sistema de detecção automática de infracções por excesso de velocidade, por forma a reduzir a sinistralidade no interior da capital. Embora ainda incipiente, este novo sistema poderá constituir o início de um novo caminho a percorrer no sentido da protecção dos peões. Outro princípio envolvido com este factor é o da comodidade e conforto, pelo facto de uma melhor comunicação implica maior facilidade de compreensão por parte de peões e condutores. Por último não podemos deixar de referir que o princípio do reconhecimento social e prestígio, visto que o melhor ordenamento dos espaços urbanos provocado pela organização do trânsito implica que a área em questão seja considerada de maior prestígio. f) Espaços públicos com aspecto cuidado

Este aspecto está relacionado com os demais, principalmente no que se reporta ao estacionamento ordenado, à solidez e boa conservação das fachadas das edificações e à limpeza das ruas e jardins, bem como ao acondicionamento e remoção dos resíduos sólidos urbanos. Todos os factores acima mencionados interferem com os princípios da comodidade e conforto e do reconhecimento social e prestígio. Outro princípio a considerar é o da segurança das pessoas, devido ao facto de o melhor ordenamento dos estacionamentos permitir que a circulação dos peões seja mais segura e porque o aspecto cuidado dos espaços públicos conduz a que a tendência para o vandalismo seja menor. A necessidade de rentabilização dos negócios é outro dos princípios que fica afectado por este aspecto, já que os espaços públicos atractivos conferem outra credibilidade aos negócios e, por consequência, maior confiança aos consumidores. A valorização do património é outro dos princípios que está inerente à melhoria do aspecto geral dos espaços públicos.

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g) Facilidade de circulação de veículos automóveis no interior do bairro. Este aspecto, embora não seja coincidente, está intimamente relacionado com a facilidade de circulação pedonal no interior do bairro e com a garantia da possibilidade de efectuar percursos de pequena distância entre os veículos e as habitações. Inerente a esta característica encontra-se o princípio da comodidade e conforto já que a facilidade da circulação automóvel implica que as distâncias pedonais a percorrer sejam menores e que o desgaste na condução dentro da cidade seja mais reduzido. A optimização da utilização do tempo é outro dos princípios que se encontra subjacente a este factor, visto que a uma maior facilidade de circulação vão corresponder menores perdas de tempo no trânsito e nos trajectos pedonais. O princípio do reconhecimento social e prestígio fica também considerado como implicado neste aspecto em virtude de considerarmos desprestigiante o facto de ao adquirir ou alugar uma habitação ou um escritório, não ser fácil o acesso à mesma. Este factor afecta positivamente o princípio da necessidade de rentabilização dos negócios, visto que a melhoria da circulação aumenta a visibilidade de cada negócio e a comodidade de atendimento aos potenciais clientes. A valorização do património é outro dos princípios que consideramos directamente afectados pela melhoria da facilidade da circulação automóvel, pelo facto de o mercado imobiliário da zona se tornar mais apetecível e também porque o fácil acesso de veículos de socorro para resolver problemas relacionados com incêndios se torna mais efectivo. h) Facilidade de estacionamento na rua, em parques de estacionamento subterrâneos ou em parques de estacionamento próprios de cada edifício. Este parâmetro que está relacionado com a possibilidade de percorrer pequenas distâncias pedonais e, simultaneamente poder garantir o máximo de segurança para a pessoa e para os seus bens. Para esta característica são válidos os raciocínios explicitados no ponto anterior, havendo que acrescer o princípio da segurança pessoal e dos bens que fica inerente à proximidade do local de estacionamento com a habitação ou o trabalho. i) Facilidade de acesso às diferentes áreas da cidade.

A utilização do tempo é determinante na produtividade da população activa, pelo que a rapidez de deslocação a diferentes áreas da cidade pode ser crucial para que cada um possa desempenhar as tarefas diárias que lhe estão atribuídas.

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A este factor consideramos que está associado o princípio da optimização da utilização do tempo, independentemente de o acesso de proceder por meio próprio ou por transporte público. Outro princípio importante em relação a esta característica é o da comodidade e conforto, já que a uma maior facilidade de acessos às diferentes áreas da cidade fica inerente um aumento significativo do nível de conforto. O princípio do reconhecimento social e do prestígio está também associado a este parâmetro, visto que consideramos que a facilidade de acesso constitui por si só um factor de prestígio para os habitantes de determinada área.

j) Facilidade de acesso a serviços básicos.

O acesso a terminais de Multibanco, Estações dos Correios, agências bancárias, bombas de gasolina constitui um factor importante que contribui para a comodidade dos utentes de cada bairro. No caso deste factor, consideramos que o mesmo interfere com a optimização da utilização do tempo, com a comodidade e conforto e com o reconhecimento social e prestígio. k) Fiabilidade na utilização das redes de águas e saneamento, gás, electricidade, voz e dados. Este factor é de grande importância para o normal desenrolar da vida dos cidadãos. As perturbações causadas pela deficiente prestação de serviços com origem nas empresas responsáveis constituem, por norma, um grande impacto negativo no quotidiano de todos os utentes. Associado a este factor está o princípio da segurança pessoal, principalmente no que respeita à distribuição de electricidade, de gás e de águas, dados os riscos que um deficiente serviço comporta para a saúde dos utentes. Outro princípio que respeita a este factor é o da optimização da utilização do tempo, uma vez que os transtornos inerentes ao deficiente fornecimento de serviços afectam de sobremaneira a vida diária de todos os utentes. Por motivos semelhantes aos antes referidos, consideramos que o princípio da comodidade e conforto também se interliga com este factor. Dado o aspecto de terceiro mundo que fica associado ao deficiente fornecimento de serviços, consideramos que este factor interfere ainda com o princípio do reconhecimento social e do prestígio.

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l) Existência de centros de saúde, colégios, residências de idosos e ginásios nas proximidades do bairro. Esta característica, a verificar-se, traduz uma simplificação no processamento diário da vida dos cidadãos. Inerentes a esta característica estão fundamentalmente os princípios da optimização da utilização do tempo e o da comodidade e conforto. Consideramos o princípio da optimização da utilização do tempo importante relativamente a esta característica pelo facto de a proximidade do tipo de serviços descrito implicar uma muito menor perda de tempo por parte dos utilizadores, sejam eles habitantes ou trabalhadores. O princípio da comodidade e conforto está também interligado com esta característica, dado que a facilidade de acesso aos serviços traduz-se num factor de comodidade para qualquer pessoa. 5.5.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos e nos processos de conservação dos

edifícios.

Tendo como certo que qualquer edifício está periodicamente sujeito a trabalhos de conservação e manutenção, há no entanto que considerar como legítimo que exista fiabilidade nos elementos construtivos e nos processos de construção, principalmente no que respeita à estabilidade estrutural, sensação de solidez dos pavimentos e demais elementos de suporte, funcionamento das redes internas de águas, drenagem de águas residuais e pluviais, gás, electricidade, transmissão de voz e dados, sistemas de impermeabilização, acabamentos e revestimentos dos diversos elementos. Associado a este parâmetro encontra-se indubitavelmente a necessidade de ter segurança pessoal, que advém fundamentalmente da solidez estrutural. O princípio da comodidade e conforto é outro que é largamente afectado pela observância ou não observância da solidez e estabilidade dos processos construtivos. Outro princípio associado a este factor é o da necessidade de reconhecimento social e prestígio. Uma construção com aspecto degradado torna-se desprestigiante para quem a habita, ou para quem aí desenvolve qualquer tipo de actividade comercial. O princípio da necessidade da rentabilização do património é também bastante afectado pelo grau de confiança nos sistemas estruturais, de redes e de reparação e conservação. Por fim queremos referir o princípio da necessidade da rentabilização dos negócios, que pode ser prejudicado ou beneficiado pelo aspecto associado aos processos construtivos e pelos gastos inerentes à manutenção dos espaços.

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b) Tipologias adequadas às necessidades actuais. Há que considerar a adequação da tipologia do apartamento às necessidades e ao número de elementos de cada agregado familiar, principalmente no que respeita aos seguintes aspectos:

- Número de quartos; - Número de instalações sanitárias em relação ao número de quartos; - Equipamento das instalações sanitárias; - Equipamento da cozinha.

Este factor está associado à necessidade crescente de comodidade e conforto, bem como ao reconhecimento social e prestígio. Referimo-nos mais concretamente à necessidade crescente de possuir no interior das habitações de espaço próprio para cada indivíduo, comodidade na utilização das instalações sanitárias, idem no que respeita à cozinha. Outro princípio associado a este parâmetro é o da rentabilização do património, uma vez que a valorização e a facilidade de transacção de propriedades cresce com a adequação das mesmas às necessidades actuais. c) Condições de conforto térmico e acústico, iluminação e ventilação. Segundo os padrões actuais de comodidade é indispensável considerar as condicionantes de conforto térmico e acústico, iluminação e ventilação. Deste modo destacamos de seguida os princípios que consideramos básicos. Conforto térmico: - Vãos exteriores equipados com vidro duplo e sem frinchas para o exterior;

- Paredes de alvenaria com isolamento térmico incorporado ou paredes de alvenaria de tijolo ou pedra com grande espessura; - Existência de sistema de aquecimento central; - Existência de isolamento térmico ao nível das coberturas.

Conforto acústico: - Existência de paredes com correcção de transmissão de ruído entre divisões do mesmo apartamento e entre apartamentos; - Existência de pavimentos com correcção de transmissão de ruído entre apartamentos; - Existência de paredes, vãos e pavimentos com correcção de transmissão de ruído entre o exterior e o interior do edifício.

Iluminação e ventilação: - Condições para que todos os quartos, sala e cozinha tenham ventilação e iluminação natural; - Ventilação natural ou forçada nas instalações sanitárias; - Relação suficiente entre a largura das ruas e a altura dos edifícios de modo a que os apartamentos dos pisos inferiores possam beneficiar de iluminação natural.

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Associado aos aspectos descritos neste ponto estão os princípios acima descritos; reconhecimento social e prestígio, comodidade e conforto, valorização do património. d) Acessos verticais mecanizados.

Segundo os padrões actuais de comodidade e conforto é fundamental a existência de acessos verticais mecanizados, por diversos motivos, entre os quais destacamos:

- O modo generalizado como se efectuam as compras para o lar, com o desaparecimento progressivo do pequeno comércio de proximidade. Este factor conduz a que as compras sejam efectuadas em menos vezes e em maior volume, pelo que as dificuldades de transporte são acrescidas; - A tendência crescente para a comodidade; - O progressivo envelhecimento da população.

Naturalmente associado a este factor encontra-se o princípio da necessidade crescente de comodidade e conforto, bem como o do reconhecimento social e prestígio. Outro princípio importante é o da optimização da utilização do tempo, dado que o facto de os acessos verticais serem mecanizados permite uma maior rapidez no acesso aos apartamentos ou escritórios. Este aspecto é ainda mais relevante quando se verifica a necessidade de transportar objectos pesados, ou compras, crianças de colo ou doentes. A valorização do património é outro dos princípios que melhora grandemente com a existência de acessos verticais mecanizados. A necessidade de rentabilização dos negócios fica por outro lado afectada nos casos em que os mesmos se situam em pisos elevados. A ausência dos referidos meios mecânicos acaba por funcionar como um factor de desincentivo à utilização dos serviços que em determinado local existirem.

e) Possibilidade de fuga em condições de segurança em caso de incêndio; Embora este item não seja sempre ponderado pela maioria da população ou dos investidores aquando da aquisição ou aluguer de um imóvel, há que considerar a importância de que o mesmo se reveste, nomeadamente quando os materiais constituintes da estrutura das construções são, por si, combustíveis. Associado a este parâmetro está o princípio da segurança pessoal, dados os efeitos duradouros e por vezes letais que um incêndio pode implicar para os utentes de determinado espaço. A valorização do património é outro aspecto a considerar, pelo impacto negativo que pode ocorrer em caso de incêndio. A rentabilização dos negócios está também envolvida com este factor pelas implicações que podem existir em caso de incêndio com todo o equipamento, o

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espaço comercial e o impedimento de prosseguir temporariamente com a actividade comercial. 5.5.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade A importância atribuída a este factor surge após a verificação da satisfação de outras necessidades mais básicas. Cremos no entanto que, em certos níveis populacionais e empresariais, este aspecto é bastante valorizado, pois consideramos que a identidade de uma certa área é um valor intangível de relevo para quem pretende reconhecimento social e prestígio. Consideramos ainda que a sensação de segurança pessoal também fica incrementada pela identificação com determinadas áreas. b) Possibilidade de usufruir de uma paisagem agradável sobre a cidade e o rio Dadas as características físicas da cidade com diversas encostas em declive com inclinações variáveis sobre o Tejo ou sobre outras áreas da cidade, que permitem a visibilidade até distâncias importantes, consideramos que este factor é bastante valorizado pelas classes de maiores rendimentos e pelos empresários com negócios de maior prestígio. Esta característica fica implicada com as necessidades de reconhecimento social e prestígio.

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6. Construção de tabelas de avaliação dos diversos actores Obviamente os interesses e necessidades dos habitantes dependem, entre outros parâmetros, da faixa etária em que se inserem, do nível de rendimentos, das responsabilidades familiares, da situação laboral, da nacionalidade, do padrão cultural e do tempo que prevêem que vão viver no bairro. Como se pode imaginar, a diversidade de expectativas em relação à cidade é enorme dentro da gama de tipos de habitantes e das especificidades de cada tipo. Como tal, optámos por definir um padrão comum de necessidades, apresentando posteriormente as hipóteses de variação em função das características acima indicadas. A análise dos factores que cativam a população a residir e a investir na cidade e a posterior implementação de medidas condizentes com esta análise, será crucial para o combate à progressiva desertificação do centro de Lisboa. Para se analisar a posição dos diversos em relação às distintas características do modelo de cidade moderna proposto, começaremos por criar uma tabela de correlação entre características e princípios, posteriormente criaremos uma tabela de simulação da importância que cada princípio tem para os diversos actores sociais e, por último, através das duas tabelas já descritas, criaremos uma terceira que relaciona as características com os actores sociais, obtida através dum produto matricial das demais. A tabela de relacionamento dos actores sociais com os princípios servirá numa fase posterior para a análise dos bairros teóricos e dos bairros reais face aos modelos de reabilitação. 6.1 Tabela de correlação entre características do modelo de cidade contemporânea proposto e os princípios 6.1.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais fáceis relativamente à distância dos percursos e à inclinação das vias e com espaço para a circulação de peões em segurança. a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em a), visto que, dentro da população, a tendência para o dispêndio mínimo de energia física é crescente. Consideramos igualmente crescente o nível de exigência da generalidade da população.

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a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em a), por a crescente utilização do automóvel com a consequente diminuição da capacidade física do indivíduo, conduz a que se tornem mais incómodos os trajectos longos ou com grandes inclinações. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), devido ao facto de os percursos mais longos aumentarem as hipóteses de as pessoas que os percorrem serem sujeitas a assaltos e outras agressões. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), visto que a melhoria dos acessos pedonais vai aumentar a atractividade. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), pelo facto de não ser dignificante o facto de ter maus acessos pedonais aos principais locais em que vivemos. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), devido ao facto de uma maior simplicidade de percursos pedonais se traduzir num considerável aforro de tempo. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), visto que a simplicidade dos traçados pedonais implica uma maior disponibilidade para a circulação de pessoas. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbanos. b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), visto que a sua verificação contribui decisivamente para a

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simplificação do quotidiano das pessoas ao mesmo tempo que protege os utentes dos transportes públicos das condições climatéricas extremas. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não correlação com a característica indicada em b). b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), devido ao facto de a articulação dos transportes urbanos diminuir os percursos e os tempos de espera dos utentes, tornando-os assim menos vulneráveis. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), visto que se torna um factor de melhoria da qualidade de vida dos utentes. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em b), pelo facto de implicar uma melhoria do nível de vida dos utentes, não sendo esta decisiva. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), devido ao facto de uma maior articulação dos transportes urbanos se traduzir num considerável aforro de tempo. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), visto que a articulação dos transportes urbanos permite uma maior centralização dos negócios nas zonas em que ocorre.

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c) Existência de jardins e zonas de lazer exteriores com locais de sombra e

parques infantis.

c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em c), visto que a sua verificação permite aos utentes possuir uma maior qualidade de vida. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não correlação com a característica indicada em c). c3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em c). c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em c), visto que se torna um factor de melhoria da qualidade de vida dos utentes, aumentando a atractividade das construções existentes na zona. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em c), pelo facto de conferir uma melhoria do nível de vida dos utentes. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em c). c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em c), visto que a existência de jardins e zonas de lazer incrementa o número de pessoas que circulam numa determinada zona, assim como a predisposição para o consumo.

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d) Bairros seguros d1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), visto que a segurança é um factor decisivo para a sensação de comodidade e conforto. d2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada no ponto d). d3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em d). d4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), visto que a sensação de segurança é decisiva na hora de escolher uma habitação ou a localização de um negócio. d5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), pelo facto de a insegurança de uma zona ser um factor degradante, materializando assim o oposto do princípio. d6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em d). d7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), visto que a verificação de condições de segurança potencia a criação de negócios e a facilidade de circulação dos clientes.

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e) Sinalização para peões e condutores adequada

e1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em e), visto que a sinalização adequada para peões e condutores facilita o desenrolar do quotidiano dos utentes. e2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em e), visto que o incremento do número de automóveis origina que existam piores condições para a circulação de peões e veículos, tornando-se mais importante a adequada sinalização. e3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em e), por a sua verificação proporcionar melhores condições de segurança a peões e automobilistas. e4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em e), visto que o melhor ordenamento do tráfego de veículos e peões influenciar positivamente na escolha do local para aquisição de habitação. e5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em e), dado que a sua verificação proporciona um aspecto mais ordenado a cada zona. e6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem correlação média com a característica indicada em e), por a sua verificação proporcionar algum aforro no tempo dispendido a circular na via pública.

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e7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em e), visto que a criação de melhores condições de circulação afecta positivamente o número de clientes potenciais de cada negócio.

f) Espaços públicos com aspecto cuidado

f1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em f), visto que a sua verificação proporciona a cada indivíduo uma melhor qualidade visual à sua volta e contribui para a obtenção que um sentimento de segurança. f2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em f). f3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em f), por o aspecto dos espaços públicos condicionar as condições de segurança de uma determinada área. f4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em f), visto que a localização é um dos factores determinantes na valorização de uma propriedade, sendo assim crucial o estado em que se encontra o seu entorno. f5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em f), por ser evidente que esta característica é decisiva para a importância de cada zona estudada. f6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em f).

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f7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em f), visto que o bom aspecto de uma zona é determinante para a propensão ao consumo.

g) Facilidade de circulação de veículos automóveis no interior do bairro. g1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em g), visto que a sua verificação é decisiva para minorar o esforço físico de todos os utentes. g2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em g), por residir precisamente no incremento fortíssimo do número de automóveis em circulação a necessidade de melhorar as vias de comunicação. g3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em g), por a facilidade de circulação automóvel permitir que os percursos pedonais sejam de menor duração, diminuindo assim a exposição dos peões a eventuais agressões na via pública. Por outro lado, esta mesma característica leva a que o acesso de veículos de socorro seja mais rápido, melhorando deste modo as possibilidades de resolver positivamente qualquer situação de emergência. g4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em g), visto que a localização é um dos factores determinantes na valorização de uma propriedade, sendo assim crucial a simplicidade de acesso às diversas propriedades. g5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em g), por constituir um sinal forte de estatuto social.

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g6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em g), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar bastante tempo em diversas tarefas do quotidiano. g7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em g), visto que a facilidade de circulação automóvel no interior do bairro aumenta o número de potenciais clientes, ao mesmo tempo que outros não carecem de deslocação em veículo para acederem aos negócios existentes no bairro.

h) Facilidade de estacionamento na rua, em parques de estacionamento

subterrâneos ou em parques de estacionamento próprios de cada edifício. h1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em h), visto que a sua verificação é decisiva para minorar o esforço físico de todos os utentes. h2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em h), por residir precisamente no incremento fortíssimo do número de automóveis em circulação a necessidade de incrementar o número de estacionamentos e melhorar as condições de estacionamento. h3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em f), por a facilidade de estacionamento implicar em média menores deslocações até aos locais de destino dos utentes, diminuindo deste modo as probabilidades de ficarem sujeitos a qualquer tipo de agressões. h4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em h), visto que a localização é um dos factores determinantes na valorização de uma propriedade, sendo assim crucial a simplicidade de estacionamento na proximidade das diversas propriedades.

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h5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em h), por constituir um sinal forte de estatuto social. h6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em h), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar bastante tempo em diversas tarefas do quotidiano. h7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em h), visto que a facilidade de estacionamento no interior do bairro aumenta o número de potenciais clientes, ao mesmo tempo que outros não carecem de deslocação em veículo para acederem aos negócios existentes no bairro. i) Facilidade de acesso às diferentes áreas da cidade. i1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em i), visto que a sua verificação é contribui para diminuir o tempo perdido em deslocações, proporcionando assim maior tempo de descanso. i2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em i), por o incremento fortíssimo do número de automóveis em circulação criar a exigência de melhores acessos no interior da cidade. i3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em i). i4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em i), visto que a facilidade de acessos contribui para o aumento da procura de propriedades numa determinada zona.

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i5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em i), por constituir um sinal de estatuto social poder beneficiar de simplicidade de deslocação para outras áreas. i6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em i), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar bastante tempo em diversas tarefas do quotidiano. i7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em i), visto que a facilidade de acesso a outras áreas da cidade aumenta a atractividade de dos negócios que existem em determinada zona.

j) Facilidade de acesso a serviços básicos. j1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em j), visto que a sua verificação é decisiva para a simplificação dos processos quotidianos. j2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em j). j3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em j). j4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), visto que a facilidade de acessos contribui para o aumento da procura de propriedades numa determinada zona.

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j5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), por constituir um sinal de estatuto social poder beneficiar de simplicidade de acesso aos distintos serviços. j6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em j), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar bastante tempo em diversas tarefas do quotidiano. j7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em j).

k) Fiabilidade na utilização das redes de águas e saneamento, gás, electricidade, voz e dados.

k1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em j), visto que a sua verificação é decisiva para garantir um bom serviço aos utentes. k2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em j). k3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em j), dado que no que respeita aos serviços de distribuição de gás e electricidade um mau funcionamento dos mesmos poderá implicar problemas para a integridade dos utentes. k4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), visto que a fiabilidade na utilização das redes de serviços constitui um factor de valorização das propriedades.

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k5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), por ser degradante não poder usufruir de serviços estáveis das redes de distribuição. k6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar algum tempo em diversas tarefas do quotidiano. k7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em j), visto que a sua verificação é importante para o normal desenrolar dos negócios.

l) Equipamento Social

l1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em l), visto que a sua verificação é importante para garantir um bom serviço aos utentes. l2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em l). l3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em l). l4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em l), visto que a sua verificação constitui um factor de valorização das propriedades.

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l5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em l), por a sua verificação implicar um aumento de prestígio da zona. l6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em l), uma vez que a sua verificação permite aos diversos utentes aforrar algum tempo em diversas tarefas do quotidiano. l7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em l), por a sua verificação constituir um pólo de atracção de eventuais clientes dos negócios existentes. 6.1.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos e nos processos de conservação dos

edifícios.

a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), visto que, afecta o bem-estar da população e a sua vivência quotidiana. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em a). a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em a), devido ao facto de, em alguns casos extremos, a integridade dos utentes se encontrar em risco.

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a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em a), visto que a confiança nos processos de construção e nos de conservação são de grande importância, do ponto de vista do consumidor. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em a), pelo facto de a má imagem de uma construção ser normalmente considerada como sinónimo de baixo nível social dos seus utentes. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em a). a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), visto que a má imagem transmitida por uma construção afecta a credibilidade dos negócios que aí decorram, bem como a atractividade exercida sobre os potenciais clientes. b) Tipologias adequadas às necessidades actuais. b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em b), visto que, o bem-estar da população e a sua vivência quotidiana são decisivamente afectados por ela. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b). b3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b).

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b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em b), visto que a adequação das construções às necessidades dos utentes é crucial na hora da tomada de decisão por parte dos consumidores. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em b), pelo facto de a adequação das construções às necessidades dos utentes constituir por si um importante sinal de relevância social e de poder de compra. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b). b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em b), visto que a sua verificação implica melhorias na produtividade dos trabalhadores e, simultaneamente, a possibilidade de prestar um melhor serviço aos utentes. c) Condições de conforto térmico e acústico, iluminação e ventilação. c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em c), neste caso, por razões óbvias. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em c). c3) Segurança Consideramos que este princípio não tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em c), primordialmente relacionada com as condições de ventilação e iluminação.

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c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em c), visto que as condições de conforto são de grande importância na hora da tomada de decisão por parte dos consumidores. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em c), pelo facto de a adequação das construções às necessidades dos utentes constituir por si um importante sinal de relevância social e de poder de compra. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em c). c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em c), visto que a sua verificação aumenta a atractividade exercida sobre os potenciais clientes. d) Acessos verticais mecanizados.

d1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), por o facto de não existirem acessos verticais mecanizados constituir um dos principais aspectos que cria dificuldades físicas aos utentes. d2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em d). d3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em d).

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d4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), visto que as condições de conforto proporcionadas pelos acesso verticais mecanizados são de grande importância na hora da tomada de decisão por parte dos consumidores. d5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), pelo facto de a privação de condições de acesso consideradas correntes nos nossos dias é sinónimo de marginalização. d6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem uma correlação média com a característica indicada em d), pelo facto de a sua verificação implicar um aforro de tempo numa tarefa específica do quotidiano. d7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em d), visto que a sua verificação aumenta decisivamente a atractividade exercida sobre os potenciais clientes. e) Possibilidade de fuga em condições de segurança em caso de incêndio; e1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em e). e2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em e). e3) Segurança Consideramos que este princípio não tem uma correlação forte com a característica indicada em e), pelo facto de a sua verificação poder evitar desastres com consequências fatais para a vida humana.

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e4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula forte com a característica indicada em e), visto que a maioria dos consumidores não está atenta a estes problemas. e5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em e), pelos mesmos motivos indicados no ponto anterior. e6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em e). e7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em e), visto que a sua não verificação implica o encerramento do negócio. 6.1.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em a). a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em a). a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma correlação fraca mas não nula com a característica indicada em a), devido ao facto de, em alguns casos, a identificação com uma área da cidade contribuir para o sentimento de segurança.

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a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em a), visto que a sua verificação é importante para os segmentos da população que são atraídos pelos sectores mais elevados do mercado imobiliário. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em a), visto que constitui um factor de realce e de destaque social. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em a). a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média fraca mas não nula com a característica indicada em a), visto que os negócios identificados com os segmentos de maior poder de compra beneficiam com a sua verificação. b) Possibilidade de usufruir de uma paisagem agradável sobre a cidade

b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b). b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b). b3) Segurança Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b).

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b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma correlação média com a característica indicada em b), visto que a sua verificação é importante para os segmentos da população que são atraídos pelos sectores mais elevados do mercado imobiliário. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma correlação forte com a característica indicada em b), visto que constitui um factor de realce e de destaque social. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio não tem correlação com a característica indicada em b). b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma correlação média fraca mas não nula com a característica indicada em b), visto que os negócios identificados com os segmentos de maior poder de compra beneficiam com a sua verificação.

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6.2. Tabela de simulação da importância dos princípios para os distintos actores sociais 6.2.1. Habitantes 6.2.1.1. Provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a) Classe alta a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que, pela sua natureza, as necessidades mais básicas já se encontram satisfeitas. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, uma vez que o elevado poder de compra cria condições para a aquisição de vários veículos automóveis por unidade familiar, aumentando assim a dependência deste meio de transporte. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, por o elevado poder de compra criar condições para o indivíduo poder optar por habitar uma zona onde estejam garantidas, à partida, as condições de segurança. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que os montantes dos investimentos na aquisição de habitação própria são elevados, havendo assim uma maior preocupação com a evolução do valor do património. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, visto que a par com o poder económico existe uma imagem social a defender. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que quanto maior for a remuneração que um indivíduo tem por hora, mais valorizado o seu tempo se encontra.

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a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. b) Classe média alta b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que, pela sua natureza, as necessidades mais básicas já se encontram satisfeitas. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, uma vez que o elevado poder de compra cria condições para a aquisição de vários veículos automóveis por unidade familiar, aumentando assim a dependência deste meio de transporte. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, por o elevado poder de compra criar condições para o indivíduo poder optar por habitar uma zona onde estejam garantidas, à partida, as condições de segurança. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que nesta classe social, existe uma grande tendência para a aquisição de habitação própria com qualidade, havendo assim uma maior preocupação com a evolução do valor do património. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que a mesma patenteia um certo poder económico e uma imagem social a defender. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que quanto maior for a remuneração que um indivíduo tem por hora, mais valorizado o seu tempo se encontra.

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b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. c) Classe média média c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos, há a preocupação pelas questões relacionadas com a qualidade e o conforto, mas nem sempre se conseguem satisfazer. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, uma vez que o poder de compra de padrão médio permite a aquisição de pelo menos um veículo por família, bem como a sua circulação. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, visto que, apesar de o poder de compra não ser tão elevado, continua a ser uma das características que se encontra no topo das prioridades para esta classe social. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que os montantes dos investimentos na aquisição de habitação própria são menores quando comparados com os das classes sociais anteriores. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que o seu nível de rendimentos vira a sua atenção para outras prioridades. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas.

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c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. d) Classe média baixa d1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos, há a preocupação pelas questões relacionadas com a qualidade e o conforto, mas nem sempre se conseguem satisfazer. d2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra nem sempre permite a aquisição de viatura própria e, a acrescer a isto, nem sempre existe a liquidez necessária para fazer face às despesas de circulação e manutenção. d3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, por o nível de poder de compra lhe restringir a capacidade de escolha sobre a zona a habitar. d4) Rentabilização dos investimentos Dado o poder de compra que possui, na hora de aquisição de habitação própria, são os aspectos imediatos que ficam mais valorizados, em detrimento da perspectiva a médio prazo. Por este motivo, consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social. d5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que a sua atenção está concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico.

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d6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. d7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. e) Classe baixa e1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, na sua lista de prioridades se encontram outras necessidades mais prementes, como a satisfação das carências económicas e a necessidade de possuir uma habitação. e2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra não lhe permite aquisição de um veículo automóvel. e3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, por o seu poder de compra lhe restringir fortemente a liberdade de escolha sobre a zona onde habita. e4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que não está nos seus horizontes a aquisição de habitação própria, tendo a mesma perspectiva de valorização.

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e5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, visto que a sua atenção está concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico. e6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. e7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. 6.2.1.2. Provenientes de outras zonas do país a) Classe média média a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos, há a preocupação pelas questões relacionadas com a qualidade e o conforto, mas nem sempre se conseguem satisfazer. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, uma vez que, apesar de ter capacidade para a aquisição de veículos automóveis, o trânsito no interior da cidade, por ser muito mais complexo que na zona de origem da população, constitui um factor dissuasor para este meio de transporte. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, visto que, apesar de o poder de compra não ser tão elevado, continua a ser uma das características que se encontra no topo das prioridades para esta classe social.

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a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que a sua prioridade, ao deslocar-se para a capital é a de melhorar o seu nível económico através de uma melhor retribuição salarial. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que o seu nível de rendimentos vira a sua atenção para outras prioridades. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. b) Classe média baixa b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos e pelas opções tomadas no sentido de se deslocar para a capital, a preocupação fundamental é a de melhorar os seus níveis económicos. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra nem sempre permite a aquisição de viatura própria e, a acrescer a isto, nem sempre existe a liquidez necessária para fazer face às despesas de circulação e manutenção.

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b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, por o nível de poder de compra lhe restringir a capacidade de escolha sobre a zona a habitar. b4) Rentabilização dos investimentos Dado o poder de compra que possui, na hora de aquisição de habitação própria, são os aspectos imediatos que ficam mais valorizados, em detrimento da perspectiva a médio prazo. A este aspecto há a acrescentar o facto de esta população se deslocar para a capital para conseguir melhores condições laborais e não benefícios imobiliários. Por este motivo, consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que a sua atenção está concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. c) Classe baixa c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, na sua lista de prioridades se encontram outras necessidades mais prementes, como a satisfação das carências económicas e a necessidade de possuir uma habitação.

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c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra não lhe permite aquisição de um veículo automóvel. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, por o seu poder de compra lhe restringir fortemente a liberdade de escolha sobre a zona onde habita. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que não está nos seus horizontes a aquisição de habitação própria com perspectivas de valorização. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, visto que a sua atenção está concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes.

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6.2.1.3. Imigrantes a) Classe média média a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, o que se encontra nas suas prioridades é a possibilidade de obtenção de desafogo financeiro, sobrepondo-se esta perspectiva a todas as demais. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, uma vez que, apesar de ter capacidade para a aquisição de veículos automóveis, o trânsito no interior da cidade, por ser muito mais complexo que na zona de origem da população, constitui um factor dissuasor para este meio de transporte. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, visto que, apesar de o poder de compra não ser tão elevado, continua a ser uma das características que se encontra no topo das prioridades para esta classe social. Fica no entanto diminuída a relevância desta característica pela necessidade de cada indivíduo nestas condições de sujeitar aos condicionalismos existentes no país para onde imigrou. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que a sua prioridade ao deslocar-se para outro país será a de alugar um apartamento para viver, não pensando em investir em património imobiliário. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que o seu nível de rendimentos vira a sua atenção para outras prioridades. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. Regista-se ainda a

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necessidade de aproveitar todo o tempo disponível para rentabilizar em termos económicos. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. b) Classe média baixa b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, o que se encontra nas suas prioridades é a possibilidade de obtenção de desafogo financeiro, sobrepondo-se esta perspectiva a todas as demais. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra não permite que os seus membros adquiram viatura própria e, a acrescer a isto, existe a barreira decorrente de enfrentar o trânsito de uma cidade que se desconhece. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, por o nível de poder de compra lhe restringir em larga medida a capacidade de escolha sobre a zona a habitar. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que a sua prioridade ao deslocar-se para outro país será a de alugar um apartamento para viver, não pensando em investir em património imobiliário. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, visto que a sua atenção está completamente concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico. A este aspecto acresce o facto de a disponibilidade financeira ser extremamente reduzida.

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b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. Regista-se ainda a necessidade de aproveitar todo o tempo disponível para rentabilizar em termos económicos. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. c) Classe baixa c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, na sua lista de prioridades se encontram outras necessidades mais prementes, como a satisfação das carências económicas e a necessidade de possuir uma habitação. Acresce ao atrás referido que a disponibilidade financeira é precária, reduzindo ao máximo as hipóteses de escolha do indivíduo. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu poder de compra não lhe permite aquisição de um veículo automóvel. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, por o nível de poder de compra lhe restringir em larga medida a capacidade de escolha sobre a zona a habitar. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que a sua prioridade ao deslocar-se para outro país será a de alugar um apartamento para viver, não pensando em investir em património imobiliário.

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c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, visto que a sua atenção está concentrada em outras prioridades, fundamentalmente de âmbito económico. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível de rendimento não é tão elevado como o das anteriores classes sociais mas, por outro lado, normalmente os membros da família não dispõem de funcionários pagos para o auxílio das tarefas domésticas. Regista-se ainda a necessidade de aproveitar todo o tempo disponível para rentabilizar em termos económicos. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. 6.2.1.4. Estudantes a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para os estudantes, dado que, a maioria das tarefas que desempenham se desenrolam fora do âmbito da habitação. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para os estudantes, uma vez que a maioria dos seus elementos se deslocam na capital em transportes públicos. Este facto ocorre pelo preço do estacionamento para não residentes na via pública, pelas dificuldades do trânsito na capital e, obviamente, por motivos económicos. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os estudantes, pelo facto de os próprios pais se preocuparem com o bem-estar dos seus filhos e ainda pelas angústias inerentes a ir viver para um ambiente desconhecido e afastado da família.

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a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para os estudantes, já que o sacrifício económico efectuado pelos pais se dirige fundamentalmente para a obtenção de bons resultados no percurso escolar dos filhos. Contudo, no caso das famílias com maior poder económico é usual a opção de aquisição de habitação própria para mais tarde rentabilizar. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para nula para os estudantes, visto que o seu principal objectivo consiste em prosseguir com sucesso os seus estudos e grande parte das suas actividades diárias desenrolam-se longe do local da habitação. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para os estudantes, dado que, embora o seu labor não seja remunerado, existe a preocupação de rentabilizar o tempo relacionado com as actividades escolares. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os habitantes. 6.2.2. Trabalhadores a) Classe alta a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que, pela natureza elevada dos seus rendimentos, o grau de exigência relativamente às condições de trabalho aumenta. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, devido ao nível elevado dos seus rendimentos.

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a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que o nível elevado dos seus rendimentos implicar uma maior exigência em termos de segurança pessoal e dos seus bens. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, enquanto trabalhadores não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, visto que apesar de patentear rendimentos elevados, continuam a estar dependentes de uma relação laboral. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe social, dado que quanto maior for a remuneração que um indivíduo tem por hora, mais valorizado o seu tempo se encontra. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os trabalhadores. b) Classe média alta b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que, embora não seja constituída por trabalhadores com rendimentos de topo, o seu nível salarial continua a implicar um grau de exigência considerável em relação às questões de comodidade e conforto. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, uma vez que muitos dos seus membros optam por se deslocar para o trabalho de

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transportes públicos, apesar de disporem do poder de compra necessário para o fazerem diariamente de automóvel. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, visto que o seu nível salarial é elevado mas não de topo. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, enquanto trabalhadores não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, visto que apesar de patentear rendimentos elevados, continuam a estar dependentes de uma relação laboral. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o seu nível salarial ainda é elevado, mas não de topo. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os trabalhadores. c) Classe média média c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, em média, o seu nível salarial e as suas habilitações não lhe conferem capacidade de exigência e de reivindicação.

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c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, uma vez que o seu nível salarial não lhe permite o uso sistemático do automóvel nas suas deslocações para o trabalho. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, visto que, apesar de auferir de um rendimento mais baixo que os anteriores escalões, continua a ter um nível salarial que lhe exige cuidados ao nível da segurança. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, enquanto trabalhadores não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que, dado o seu nível salarial e o nível médio das suas habilitações, não existe grande preocupação sobre esta vertente. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que os seus membros necessitam de rentabilizar ao máximo o seu tempo de molde a conseguir melhorar os seus rendimentos. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os trabalhadores. d) Classe média baixa d1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, em média, o seu nível salarial e as suas habilitações não lhe conferem capacidade de exigência e de reivindicação.

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d2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu baixo poder de compra não lhe permite dispor de um automóvel para as deslocações laborais. d3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, o seu nível salarial médio que os seus membros auferem e a necessidade de obtenção dos seus rendimentos do trabalho, não lhes permite exigir em termos de segurança. d4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, enquanto trabalhadores não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. d5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, visto que o fraco poder económico condiciona de sobremaneira as suas opções laborais. d6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o fraco rendimento hora que retiram do seu trabalho, obriga os seus elementos a utilizarem o seu tempo disponível da forma mais rentável possível. d7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os trabalhadores. e) Classe baixa e1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, o nível salarial de que os seus membros dispõem é de tal modo reduzido

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que não lhes permite qualquer tipo de reivindicação em prol da melhoria das condições de comodidade e conforto. e2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, uma vez que o seu baixo poder de compra não lhe permite dispor de um automóvel para as deslocações laborais. e3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe social, dado que, o seu nível salarial médio que os seus membros auferem e a necessidade de obtenção dos seus rendimentos do trabalho, não lhes permite exigir em termos de segurança. e4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, dado que, enquanto trabalhadores não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. e5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe social, visto que o fraco poder económico condiciona decisivamente as suas opções laborais. e6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe social, dado que o fraco rendimento hora que retiram do seu trabalho, obriga os seus elementos a utilizarem o seu tempo disponível da forma mais rentável possível. e7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem importância nula para esta classe social, por a análise efectuada neste sub-capítulo se relacionar apenas com os trabalhadores.

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6.2.3. Turistas a) Classe alta a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe de turistas, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos, é natural que exijam em tempo de lazer as melhores condições. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe de turistas, uma vez que, apesar do elevado poder de compra, o veículo automóvel não se reveste de importância decisiva para visitar uma cidade como Lisboa. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe de turistas, por o elevado poder de compra criar condições para o indivíduo poder optar por visitar as zonas onde estejam garantidas, à partida, as condições de segurança. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão preocupados com as questões sociais. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe de turistas, uma vez que normalmente a actividade turística é efectuada em curtos espaços de tempo, tendo associada um custo fixo importante. Assim sendo, independentemente do nível de poder de compra, é natural que a ocupação diária seja aproveitada ao máximo.

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a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos negócios desenvolvidos em cada bairro. b) Classe média b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe de turistas, dado que, o seu nível de rendimentos, apesar de não ser de topo, ainda permite aos seus membros procurar condições boas de comodidade e conforto. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe de turistas, uma vez que, com um poder de compra médio, o veículo automóvel encontra-se longe das prioridades dos seus membros. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe de turistas, uma vez que, apesar do seu poder de compra não ser de topo, existe a preocupação por parte de quem livremente se desloca em lazer para um país ou uma região, pelas questões de segurança. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão preocupados com as questões sociais. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe de turistas, uma vez que normalmente a actividade turística é efectuada em curtos

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espaços de tempo, tendo associada um custo fixo importante. Assim sendo, independentemente do nível de poder de compra, é natural que a ocupação diária seja aproveitada ao máximo. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos negócios desenvolvidos em cada bairro. c) Classe baixa c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para esta classe de turistas, dado que, pela sua natureza dos seus rendimentos, o mais importante reside na visita ao país ou à região e não nas condições em que a mesma se efectua. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância nula para esta classe de turistas, uma vez que, com um poder de compra baixo, as opções sobre o modo de efectuar as deslocações incidirão sobre os transportes públicos ou o trajecto pedonal. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para esta classe de turistas, uma vez que, apesar do seu poder de compra ser baixo, existe a preocupação por parte de quem livremente se desloca em lazer para um país ou uma região, pelas questões de segurança. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos investimentos imobiliários efectuados em cada bairro. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão preocupados com as questões sociais.

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a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para esta classe de turistas, uma vez que normalmente a actividade turística é efectuada em curtos espaços de tempo, tendo associada um custo fixo importante. Assim sendo, independentemente do nível de poder de compra, é natural que a ocupação diária seja aproveitada ao máximo. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância nula para todos os turistas, dado que, enquanto tal não estão implicados nos negócios desenvolvidos em cada bairro. 6.2.4. Empresários 6.2.4.1. Comércio a) Nível alto a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio porque ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado das transacções comerciais, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo

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principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, pelo padrão elevado da sua oferta, é admissível que os potenciais clientes tendencialmente valorizem o seu tempo disponível. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio porque ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, continua na ser importante o uso do automóvel para as deslocações, mas o número de potenciais clientes que se encontram nas imediações do estabelecimento comercial aumenta. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes.

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b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível médio de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, a optimização do tempo disponível dos potenciais clientes é factor de relevo na escolha do local de compra. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. c) Nível baixo c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio porque o padrão da sua oferta comercial se destina fundamentalmente às camadas populacionais que valorizam o preço em detrimento das demais características. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, o factor decisivo na atracção dos potenciais clientes é o preço dos seus produtos.

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c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, uma vez que, além de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, os montantes implicados para garantir um nível baixo de oferta são menores. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, pelo facto de ser o valor da oferta o factor decisivo na atractividade dos potenciais clientes. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, a optimização do tempo disponível dos potenciais clientes é factor de relevo na escolha do local de compra. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. 6.2.4.2. Diversão Nocturna a) Nível alto a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio porque ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes.

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a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. Acresce que, pelas especificidades deste ramo, torna-se frequente que as deslocações dos clientes se efectuem em horários nos quais a oferta dos transportes públicos é reduzida ou nula. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado dos serviços prestados, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. Nos negócios associados à diversão nocturna, este factor é particularmente relevante. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância baixa para este nível de negócio, uma vez que, pelas suas especificidades, a principal actividade se desenrola fora dos horários de dificuldade de tráfego automóvel, não havendo assim uma perda de tempo relevante no acesso dos clientes aos locais de diversão. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial.

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b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio porque ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. Acresce que, pelas especificidades deste ramo, torna-se frequente que as deslocações dos clientes se efectuem em horários nos quais a oferta dos transportes públicos é reduzida ou nula. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado dos serviços prestados, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. Nos negócios associados à diversão nocturna, este factor é particularmente relevante. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível médio de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, de modo a compatibilizar o padrão da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância baixa para este nível de negócio, uma vez que, pelas suas especificidades, a principal actividade se desenrola fora dos horários de dificuldade de tráfego automóvel, não havendo assim uma perda de tempo relevante no acesso dos clientes aos locais de diversão.

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b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. c) Nível baixo c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância baixa para este nível de negócio porque o padrão da sua oferta comercial destina-se a clientes que valorizam primordialmente o custo dos serviços. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, o factor decisivo na atracção dos potenciais clientes é o preço dos seus produtos. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do valor mais reduzido dos seus serviços, a segurança dos clientes continua a ser importante para a salvaguarda e manutenção do negócio. Nos negócios associados à diversão nocturna, este factor é particularmente relevante. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, uma vez que, além de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, os montantes implicados para garantir um nível baixo de oferta são menores. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, pelo facto de ser o valor da oferta o factor decisivo na atractividade dos potenciais clientes.

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c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância baixa para este nível de negócio, uma vez que, pelas suas especificidades, a principal actividade se desenrola fora dos horários de dificuldade de tráfego automóvel, não havendo assim uma perda de tempo relevante no acesso dos clientes aos locais de diversão. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. 6.2.4.3. Restauração As considerações indicadas neste sub-capítulo coincidem com os que se referem ao comércio. a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio porque ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado das transacções comerciais, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo

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principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, pelo padrão elevado da sua oferta, é admissível que os potenciais clientes tendencialmente valorizem o seu tempo disponível. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio porque ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, continua na ser importante o uso do automóvel para as deslocações, mas o número de potenciais clientes que se encontram nas imediações do estabelecimento comercial aumenta. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes.

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b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível médio de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, a optimização do tempo disponível dos potenciais clientes é factor de relevo na escolha do local de compra. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. c) Nível baixo c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio porque o padrão da sua oferta comercial se destina fundamentalmente às camadas populacionais que valorizam o preço em detrimento das demais características. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, o factor decisivo na atracção dos potenciais clientes é o preço dos seus produtos.

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c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, uma vez que, além de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, os montantes implicados para garantir um nível baixo de oferta são menores. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, pelo facto de ser o valor da oferta o factor decisivo na atractividade dos potenciais clientes. c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, a optimização do tempo disponível dos potenciais clientes é factor de relevo na escolha do local de compra. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. 6.2.4.4. Hotelaria a) Nível alto a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio porque ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes.

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a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado das transacções comerciais, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelas especificidades dos negócios relacionados com a hotelaria, os montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta são bastante altos. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, uma vez que, ao padrão elevado da sua oferta há que adicionar a normal necessidade dos turistas nacionais ou estrangeiros em utilizar o melhor possível o seu tempo disponível. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial.

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b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio porque ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, continua na ser importante o uso do automóvel para as deslocações. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelas especificidades dos negócios relacionados com a hotelaria, os montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta são bastante altos. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, uma vez que, ao padrão médio da sua oferta há que adicionar a normal necessidade dos turistas nacionais ou estrangeiros em utilizar o melhor possível o seu tempo disponível.

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b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. c) Nível baixo c1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio porque o padrão da sua oferta comercial se destina fundamentalmente às camadas populacionais que valorizam o preço em detrimento das demais características. c2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, o factor decisivo na atracção dos potenciais clientes é o preço dos seus produtos. c3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das transacções comerciais não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes. c4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelas especificidades dos negócios relacionados com a hotelaria, os montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta são bastante altos. c5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância reduzida para este nível de negócio, pelo facto de ser o valor da oferta o factor decisivo na atractividade dos potenciais clientes.

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c6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, ao padrão baixo da sua oferta há que contrapor a normal necessidade dos turistas nacionais ou estrangeiros em utilizar o melhor possível o seu tempo disponível. c7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. 6.2.5. Serviços e Profissionais Liberais a) Nível alto a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio porque ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a facilidade de acesso e de transporte dos seus potenciais clientes. a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio, dado que, pelo preço tendencialmente elevado dos serviços prestados, são bastante relevantes as condições de segurança, quer para os proprietários como para os seus potenciais clientes. a4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível elevado de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património.

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a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão elevado da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, pelo padrão elevado da sua oferta, é admissível que os potenciais clientes tendencialmente valorizem o seu tempo disponível. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio porque ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, pelo padrão da sua oferta comercial, continua na ser importante o uso do automóvel para as deslocações, mas o número de potenciais clientes que se encontram nas imediações da actividade comercial aumenta. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, dado que, apesar do nível das prestações de serviços não ser de topo, continua a prevalecer a importância da segurança do estabelecimento e dos clientes. b4) Rentabilização dos investimentos Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, apesar de não ser a valorização imobiliária o objectivo

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principal da actividade, pelos montantes implicados para garantir um nível médio de oferta, há que ponderar seriamente a valorização do património. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio de modo a compatibilizar o padrão da sua oferta comercial com a dignidade do entorno da actividade comercial. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância média para este nível de negócio, uma vez que, a optimização do tempo disponível dos potenciais clientes é factor de relevo na escolha do local de compra. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. 6.2.6. Investidores imobiliários a) Nível alto a1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, visto que ao padrão elevado da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes. a2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, dado que, o perfil de cliente que procura património de nível elevado necessita de ter a garantia da fácil utilização do automóvel.

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a3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, pelo facto de para o padrão de cliente que procura património de nível elevado, é crucial a verificação das condições de segurança. a4) Rentabilização dos investimentos Para um investidor imobiliário, a rentabilização é o âmago do negócio, como tal consideramos que este princípio tem importância elevada. a5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, porque para a faixa de potenciais clientes a que a sua oferta se destina é de grande relevo a verificação de condições que garantam a dignidade e a relevância social da zona que habitam. a6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, uma vez que, pelo padrão elevado da sua oferta, é admissível que os potenciais clientes tendencialmente valorizem o seu tempo disponível. a7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial. b) Nível médio b1) Comodidade e conforto Consideramos que este princípio tem uma importância média para os investidores imobiliários, visto que ao padrão médio da sua oferta comercial terão necessariamente que corresponder as condições que a mesma propicia aos potenciais clientes.

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b2) Massificação do uso do automóvel Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, dado que, o perfil de cliente que procura património de nível médio necessita, tal como o de nível elevado, de ter garantida a fácil utilização do automóvel. b3) Segurança Consideramos que este princípio tem uma importância média para os investidores imobiliários, pelo facto de para o padrão de cliente que procura património de nível médio continua a ser relevante a verificação das condições de segurança. b4) Rentabilização dos investimentos Para um investidor imobiliário, a rentabilização é o âmago do negócio, como tal consideramos que este princípio tem importância elevada. b5) Reconhecimento social e prestígio Consideramos que este princípio tem uma importância média para os investidores imobiliários, porque para a faixa de potenciais clientes a que a sua oferta se destina continua a ser relevante, embora não decisiva, a verificação de condições que garantam a dignidade e a relevância social da zona que habitam. b6) Optimização da utilização do tempo Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para os investidores imobiliários, uma vez que, ao padrão médio da sua oferta, continua a ser válida a premência da valorização do tempo por parte dos potenciais clientes. b7) Rentabilização dos negócios Consideramos que este princípio tem uma importância elevada para este nível de negócio uma vez que, quaisquer que sejam os montantes implicados no investimento inicial, existe a premência da rentabilização da actividade comercial.

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6.3. Tabela de ponderação das características para os diversos actores Com base nas tabelas expostas em 8.1. – Tabela de correlação entre características e princípios, e 8.2. – Tabela de simulação da importância dos princípios, é criada a tabela de ponderação das características para os diversos actores. Esta obtém-se através da multiplicação matricial das duas acima descritas. Para que os coeficientes de ponderação se situem entre zero e um, cada coluna da tabela é dividida pelo máximo que cada sector social pode obter no produto matricial. Deste modo, torna-se mais simples comparar os resultados para os distintos sectores sociais e entre classes de um mesmo tipo de actores.

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7. Análise da adequação de cada bairro teórico aos princípios enunciados 7.1 Caracterização de cada bairro teórico Para o desenvolvimento deste capítulo recorremos à elaboração de bairros teóricos tipo já definida no estudo anterior subordinado ao título “Modelo de Análise para a Recuperação dos Bairros do Centro Histórico de Lisboa”, apresentado em Outubro de 2005. No referido estudo estão propostos três bairros teóricos, por entendermos pela análise da História de Portugal e da cidade de Lisboa que é esse o número de momentos de históricos que originaram desenvolvimentos e mudanças irreversíveis no urbanismo da capital. Deste modo, pela referida análise do desenvolvimento do país, destacamos o período Medieval/Islâmico com génese anterior à conquista cristã de Lisboa ocorrida no século XII, o período dos Descobrimentos com início no final do século XV e desenvolvimento nos séculos posteriores e o período do Iluminismo relacionado com a recuperação da cidade após o sismo de 1755, em pleno século XVIII. Deste modo, passamos a descrever as características propostas para cada bairro teórico. 7.1.1 Bairro Teórico Tipo do Iluminismo Este bairro teórico considera-se, em linhas gerais, implantado numa área plana, com uma rede viária ortogonal com vias largas e com passeios delimitados. Os lotes que o constituem são de grandes dimensões e os edifícios apresentam uniformidade construtiva, em termos da altura do edificado e do estilo arquitectónico. Estas características entendem-se como as essenciais deste bairro. 7.1.1.1 Características demográficas Este bairro apresenta fraca densidade populacional ainda assim com tendência para diminuir. A população é em geral pobre e envelhecida. Neste bairro a densidade dos postos de trabalho é elevada, com tendência para diminuir. O nível de qualificação dos postos de trabalho é médio. 7.1.1.2 Património edificado No caso deste bairro teórico existem mais de 30% de fogos vagos. As edificações existentes são normalmente ocupadas nos pisos inferiores por comércio, restauração e serviços. A habitação está por norma confinada aos últimos dois pisos de cada prédio. A rentabilidade do património é baixa. 7.1.1.3 Acessibilidades Para este bairro teórico está considerado que existe bom acesso a transportes públicos – autocarro, metropolitano, eléctrico, barco e comboio.

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A circulação automóvel é fácil, devido à largura das vias e à configuração plana do bairro. O estacionamento automóvel é difícil por não existirem lugares em cave em cada prédio e pela escassez de disponibilidade de estacionamento nas ruas. Considera-se que a facilidade da circulação automóvel, se estende aos veículos de socorro para combate ao incêndio. A circulação de deficientes motores é fácil, devido à morfologia plana do bairro e à existência de passeios com largura suficiente. No interior das edificações a circulação de deficientes motores é bastante dificultada pela ausência sistemática de meios mecânicos de elevação. 7.1.1.4 Orografia O bairro teórico proposto considera-se completamente plano. 7.1.1.5 Traçado viário O bairro é composto por vias largas e rectilíneas, formando entre si uma quadrícula ortogonal, com passeios diferenciados da zona de circulação automóvel. 7.1.1.6 Potencial comportamento à acção sísmica Dentro dos bairros teóricos propostos, consideramos que este é o que apresenta melhor comportamento potencial à acção sísmica. Tal apreciação é baseada na menor antiguidade dos edifícios e nos métodos construtivos utilizados. 7.1.1.7 Tamanho do lote Neste bairro teórico está considerado que os lotes são de grandes dimensões e regulares. 7.1.1.8 Estilo arquitectónico e altura do edificado As construções existentes neste bairro teórico identificam-se com o estilo Pombalino. A altura do edificado é de aproximadamente 7 níveis e regular. 7.1.1.9 Pavimentos exteriores Os pavimentos exteriores são asfaltados nas zonas de circulação automóvel e em calçada nos passeios.

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7.1.1.10 Arvoredo e zonas relvadas No caso deste bairro teórico considera-se que não existe arvoredo nem zonas relvadas de lazer. 7.1.2 Bairro Teórico Tipo dos Descobrimentos Este bairro teórico considera-se, em linhas gerais, implantado numa zona de encosta com inclinação variável, com uma rede viária ortogonal com vias de largura média, sendo que os passeios se encontram delimitados nas vias de maior importância. Os lotes que o constituem consideram-se dimensões médias e os edifícios apresentam uniformidade construtiva em termos de estilo arquitectónico. Estas características entendem-se como as essenciais deste bairro. 7.1.2.1 Características demográficas Este bairro apresenta alta densidade populacional, com tendência para diminuir. A população é em geral pobre e envelhecida. Neste bairro a densidade dos postos de trabalho é média, com tendência para diminuir. O nível de qualificação dos postos de trabalho é médio. 7.1.2.2 Património edificado No caso deste bairro teórico existem menos de 20% de fogos vagos. As edificações existentes são normalmente ocupadas com habitação. Ao nível do piso inferior existem diversos negócios relacionados com a diversão nocturna. A rentabilidade do património é baixa. 7.1.2.3 Acessibilidades Para este bairro teórico está considerado que o acesso a transportes públicos é de média qualidade. A circulação automóvel é dificultada pela inclinação da encosta e pela largura das vias. O estacionamento automóvel é escasso, por não existirem lugares em cave em cada prédio e pela escassez de disponibilidade de estacionamento nas ruas. Considera-se que a dificuldade da circulação automóvel, se estende aos veículos de socorro para combate ao incêndio. A circulação de deficientes motores é difícil, devido à inclinação do plano do bairro e à existência de passeios com largura insuficiente. No interior das edificações a circulação de deficientes motores é bastante dificultada pela ausência sistemática de meios mecânicos de elevação.

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7.1.2.4 Orografia O bairro teórico proposto considera-se implantado numa encosta de inclinação média. 7.1.2.5 Traçado viário O bairro é composto por vias de largura média e rectilíneas, formando entre si uma quadrícula ortogonal. 7.1.2.6 Potencial comportamento à acção sísmica Dentro dos bairros teóricos propostos, consideramos que este apresenta comportamento intermédio à acção sísmica. Tal apreciação é baseada na antiguidade dos edifícios e nos métodos construtivos utilizados. 7.1.2.7 Tamanho do lote Neste bairro teórico está considerado que os lotes são de dimensão média e regular. 7.1.2.8 Estilo arquitectónico e altura do edificado As construções existentes neste bairro teórico identificam-se com o estilo dos Descobrimentos. A altura do edificado é de aproximadamente 5 níveis e irregular. 7.1.2.9 Pavimentos exteriores Os pavimentos exteriores são asfaltados ou em calçada nas zonas de circulação automóvel e em calçada nos passeios. 7.1.2.10 Arvoredo e zonas relvadas No caso deste bairro teórico considera-se que não existe arvoredo nem zonas relvadas de lazer. 7.1.3 Bairro Teórico Tipo Medieval/Islâmico Este bairro teórico considera-se, em linhas gerais, implantado numa zona de encosta de grande inclinação, com uma rede viária adaptada às curvas de nível de onde resulta uma distribuição labiríntica das vias. No geral estas consideram-se estreitas e sem delimitação das zonas de passeios. Os lotes que o constituem são de pequenas dimensões e irregulares. Os edifícios não apresentam uniformidade construtiva, em termos da altura do edificado e do estilo arquitectónico. As características relativas à

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inclinação da encosta, ao traçado viário, à pavimentação exterior e à geometria dos lotes, entendem-se como as essenciais deste bairro. 7.1.3.1 Características demográficas Este bairro apresenta densidade populacional média, com tendência para diminuir. A população é em geral pobre e envelhecida. Neste bairro a densidade dos postos de trabalho é baixa, revelando tendência para diminuir. O nível de qualificação dos postos de trabalho é baixo. 7.1.3.2 Património edificado No caso deste bairro teórico existem entre 20% e 30% de fogos vagos. As edificações existentes são normalmente ocupadas por habitação. Nos pisos inferiores existem algumas fracções destinadas a negócios relacionados com a restauração. A rentabilidade do património é baixa. 7.1.3.3 Acessibilidades Para este bairro teórico está considerado que existe um mau acesso a transportes públicos – autocarro, metropolitano, eléctrico, barco e comboio. A circulação automóvel é muito dificultada pela estreiteza das vias, os desníveis acentuados, por vezes resolvidos com degraus. O estacionamento automóvel é difícil por não existirem lugares em cave em cada prédio e pela escassez de disponibilidade de estacionamento nas ruas. Considera-se que a dificuldade da circulação automóvel, se estende aos veículos de socorro para combate ao incêndio. A circulação de deficientes motores é muito difícil, devido à inclinação da encosta onde o bairro está implantado e à inexistência de passeios com largura suficiente. No interior das edificações a circulação de deficientes motores é bastante dificultada pela ausência sistemática de meios mecânicos de elevação. 7.1.3.4 Orografia O bairro teórico proposto considera-se implantado sobre uma encosta íngreme. 7.1.3.5 Traçado viário O bairro é composto por vias estreitas e sinuosas. Os desníveis encontram-se por vezes resolvidos por intermédio de escadas. Não existe distinção entre passeios e zona de circulação automóvel.

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7.1.3.6 Potencial comportamento à acção sísmica Dentro dos bairros teóricos propostos, consideramos que este é o que apresenta pior comportamento à potencial à acção sísmica. Tal apreciação é baseada na maior antiguidade dos edifícios e nos métodos construtivos considerados. 7.1.3.7 Tamanho do lote Neste bairro teórico está considerado que os lotes são de pequenas dimensões e irregulares. 7.1.3.8 Estilo arquitectónico e altura do edificado As construções existentes neste bairro teórico não apresentam estilo arquitectónico definido, embora apresentem traços do estilo Medieval/Islâmico. A altura do edificado é de aproximadamente 4 níveis e irregular. 7.1.3.9 Pavimentos exteriores Os pavimentos exteriores são compostos por calçada nas zonas de circulação automóvel e nos passeios. Em diversas vias não existe demarcação entre a zona de passeio e de circulação automóvel. 7.1.3.10 Arvoredo e zonas relvadas No caso deste bairro teórico considera-se que não existe arvoredo nem zonas relvadas e de lazer.

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7.2 Construção de uma tabela de compatibilidade entre características de cada bairro teórico e os princípios Neste capítulo iremos analisar o desempenho de cada bairro teórico em relação aos princípios enunciados, com base nas características definidoras que propomos. 7.2.1 Bairro Teórico Tipo do Iluminismo 7.2.1.1 Exigência relativamente aos critérios de comodidade e conforto No que se refere a este princípio, o bairro proposto revela características bastante positivas, tais como a facilidade de circulação automóvel por possuir vias largas e rectas, situar-se numa zona plana, possuir lotes de dimensão regular e grande e ter bons acessos a transportes públicos. Por outro lado, a escassez de estacionamento e a ausência de elevadores no interior dos edifícios são aspectos que prejudicam a comodidade e conforto. 7.2.1.2 Massificação do uso do automóvel Em resposta a este princípio o bairro proposto apresenta vias largas e rectas com natural facilidade de circulação automóvel mas, em contraponto, não possui capacidade de estacionamento de veículos, sendo que a não verificação de esta característica compromete a utilização deste meio de transporte. 7.2.1.3 Exigência relativamente aos critérios de segurança O facto de o bairro proposto possuir vias largas e rectas, onde a visibilidade é grande, contribui para melhoria das condições de segurança. Acresce ainda que o acesso de veículos de socorro, mesmo que de grandes dimensões, se encontra bastante facilitado pela geometria das vias. Por outro lado, o melhor comportamento à acção sísmica também é um factor com impacto positivo no que a este princípio se refere. A escassez de estacionamento fica considerada como um factor prejudicial deste princípio, já que obriga a população a incrementar os percursos em situação de eventual vulnerabilidade. 7.2.1.4 Necessidade de rentabilização dos investimentos imobiliários efectuados Pelas características propostas este bairro apresenta um elevado potencial no que se reporta à rentabilização dos investimentos. No entanto, dada a escassez de estacionamento, a ausência de meios mecânicos de elevação, a baixa rentabilidade do património existente e a inadequação do interior das habitações às exigências actuais, o potencial acima referido está por realizar.

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7.2.1.5 Necessidade de reconhecimento social e prestígio Visto que o bairro proposto possui um estilo arquitectónico definido, facilidade de circulação, lotes de grande dimensão e regular e bom acesso a transportes públicos, este bairro apresenta, por estas características, uma boa resposta ao princípio referido. Por outro lado, a escassez de estacionamento, a inexistência de elevadores e a baixa rentabilidade do património são prejudiciais para a verificação do mesmo. 7.2.1.6 Optimização da utilização do tempo No que respeita a este aspecto, há que referir como pontos positivos a facilidade de circulação automóvel e o acesso a transportes públicos. Em oposição constatamos a escassez de estacionamento e a inexistência de meios mecânicos de elevação. 7.2.1.7 Necessidade crescente de rentabilização dos negócios No caso deste bairro, existem diversos factores que contribuem para a rentabilização dos negócios. Referimo-nos principalmente à facilidade de circulação automóvel, ao facto de o bairro ser plano, ao bom acesso a transportes públicos, à elevada densidade de postos de trabalho no seu interior, ao estilo arquitectónico definido. Como aspectos negativos indicamos a dificuldade de estacionamento e o progressivo decréscimo da densidade da população e dos postos de trabalho. 7.2.2 Bairro Teórico Tipo dos Descobrimentos 7.2.2.1 Exigência relativamente aos critérios de comodidade e conforto No que se refere a este princípio, o bairro proposto revela características com impacto negativo, tais como a dificuldade de circulação automóvel por possuir vias de largura média, a escassez de estacionamentos disponíveis, situar-se numa zona de encosta exigindo um maior esforço físico nos trajectos pedonais, a ausência de elevadores no interior dos edifícios. Por outro lado, o razoável acesso a transportes públicos, bem como as dimensões regulares dos lotes são factores que melhoram a comodidade e conforto. 7.2.2.2 Massificação do uso do automóvel Em resposta a este princípio o bairro proposto apresenta vias de largura média e rectas implantadas sobre uma zona de encosta com dificuldade de circulação automóvel e pequena capacidade de estacionamento de veículos, pelo que as suas características comprometem a utilização deste meio de transporte.

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7.2.2.3 Exigência relativamente aos critérios de segurança O facto de o bairro proposto possuir vias rectas e de largura média, onde a visibilidade é grande, contribui para melhoria das condições de segurança. Dadas as dificuldades de circulação automóvel no interior do bairro, o acesso rápido de veículos de socorro encontra-se comprometido, tendendo este aspecto a prejudicar a segurança da área. Por outro lado, o comportamento razoável à acção sísmica é um factor com impacto positivo no que a este princípio se refere. A escassez de estacionamento fica considerada como um factor prejudicial deste princípio, já que obriga a população a incrementar os percursos em situação de eventual vulnerabilidade. 7.2.2.4 Necessidade de rentabilização dos investimentos imobiliários efectuados Pelas características propostas, pela sua localização geográfica, este bairro apresenta um potencial médio no que se reporta à rentabilização dos investimentos. No entanto, dada a escassez de estacionamento e a dificuldade de circulação automóvel, a ausência de meios mecânicos de elevação, a baixa rentabilidade do património existente e a inadequação do interior das habitações às exigências actuais, o potencial acima referido está por realizar. 7.2.2.5 Necessidade de reconhecimento social e prestígio Visto que o bairro proposto possui um estilo arquitectónico definido inerente a um período histórico importantíssimo da vida do País, lotes de dimensão média e regular acessos razoáveis a transportes públicos e vista panorâmica sobre a cidade e o rio, este bairro apresenta, por estas características, uma boa resposta ao princípio referido. Por outro lado, a dificuldade de circulação automóvel, a escassez de estacionamento, a inexistência de elevadores e a baixa rentabilidade do património são prejudiciais para a verificação do mesmo. 7.2.2.6 Optimização da utilização do tempo No que respeita a este aspecto, há que referir como pontos positivos o razoável acesso a transportes públicos. Em oposição constatamos a dificuldade de circulação automóvel, a escassez de estacionamento e a inexistência de meios mecânicos de elevação. 7.2.2.7 Necessidade crescente de rentabilização dos negócios No caso deste bairro, a ainda elevada densidade populacional, o razoável acesso a transportes públicos, o estilo arquitectónico definido e a localização, são factores que contribuem para a rentabilização dos negócios. Como aspectos negativos indicamos a dificuldade circulação automóvel, a escassez de lugares de estacionamento, o facto de estar implantado numa encosta implicando naturais dificuldades de locomoção e o progressivo decréscimo da densidade da população e dos postos de trabalho.

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7.2.3 Bairro Teórico Tipo Medieval/Islâmico 7.2.3.1 Exigência relativamente aos critérios de comodidade e conforto As características do bairro proposto são praticamente todas antagónicas ao conceito de comodidade e conforto. De facto, no caso desta área, consideramos a existência de vias estreitas e sinuosas, circulação automóvel muito difícil e estacionamento escasso, inexistência de elevadores no interior dos prédios, lotes pequenos e de dimensões irregulares, o bairro considera-se implantado sobre uma encosta de grande inclinação. O acesso a transportes públicos considera-se mau. 7.2.3.2 Massificação do uso do automóvel Em resposta a este princípio o bairro proposto apresenta vias estreitas e sinuosas e não possui capacidade de estacionamento de veículos, pelo que consideramos que não está adaptado à massificação do uso do automóvel. 7.2.3.3 Exigência relativamente aos critérios de segurança O facto de o bairro proposto ser constituído por vias estreitas e sinuosas diminui a sensação de segurança no seu interior, já que a visibilidade fica comprometida. Dadas as grandes dificuldades de circulação automóvel no interior do bairro, o acesso rápido de veículos de socorro encontra-se comprometido, tendendo este aspecto a prejudicar a segurança da área. Por outro lado, o mau comportamento à acção sísmica também é um factor com impacto negativo no que a este princípio se refere. A escassez de estacionamento fica considerada como um factor prejudicial deste princípio, já que obriga a população a incrementar os percursos em situação de eventual vulnerabilidade. 7.2.3.4 Necessidade de rentabilização dos investimentos imobiliários efectuados Pelas características propostas, este bairro apresenta um potencial médio no que se reporta à rentabilização dos investimentos. No entanto, dada a dificuldade de circulação automóvel, a escassez de estacionamento, a ausência de meios mecânicos de elevação, a baixa rentabilidade do património existente e a inadequação do interior das habitações às exigências actuais, o potencial acima referido está por realizar. 7.2.3.5 Necessidade de reconhecimento social e prestígio Embora o bairro proposto não possua um estilo arquitectónico definido, no que se refere ao património, o traçado viário e a implantação sobre uma encosta íngreme, com uma extensa visibilidade sobre o Tejo a Sul, proporcionam características ímpares que se podem tornar em sinónimo de distinção social e de prestígio. Por outro lado, a dificuldade de circulação automóvel, a escassez de estacionamento, a

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inexistência de elevadores e a baixa rentabilidade do património são prejudiciais para a verificação do mesmo. 7.2.3.6 Optimização da utilização do tempo No que respeita a este conceito, as características gerais propostas para este bairro são prejudiciais, visto que, a dificuldade de circulação e estacionamento automóvel, a inclinação da encosta, a ausência de meios mecânicos de elevação e o mau acesso a transportes públicos, comprometem-no decisivamente. 7.2.3.7 Necessidade crescente de rentabilização dos negócios No caso deste bairro, à parte da capacidade de atracção turística que evidencia, praticamente todos os outros factores se encontram em oposição à rentabilização dos negócios, com especial destaque para a dificuldade de circulação e estacionamento automóvel, o mau acesso a transportes públicos, a inclinação da encosta sobre a qual está implantado e o progressivo decréscimo da população e dos postos de trabalho.

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7.3 Análise das características de cada bairro teórico e sua compatibilização com o processo de reabilitação 7.3.1 Classificação das características 7.3.1.1 Perdurabilidade Com este parâmetro agora referido pretende-se aferir a maior ou menor capacidade de cada característica em se manter inalterada com o tempo. Em termos matemáticos podemos afirmar que todas as características de determinado bairro dependem, entre outras variáveis, do tempo, sendo que esta variável é a que permite em grande medida avaliar se determinado factor é essencial para a caracterização de cada zona da cidade. Deste modo, aquelas que menos se alteram com o passar dos anos, décadas e séculos são as que melhor reflectem a génese ou a essência de cada bairro. Pelos mesmos motivos é expectável que os bairros com origem mais remota apresentem um menor número de aspectos identificativos da sua génese, em contraponto com os mais recentes, já que, havendo decorrido um maior espaço de tempo sobre os primeiros, também o número e a profundidade das alterações verificadas será tendencialmente maior. Com base no previamente exposto, propomos e apresentamos uma escala de perdurabilidade de características, organizada do valor máximo – nível I – até ao mínimo – nível V. 7.3.1.1.1 Características com nível de perdurabilidade I Estes aspectos são os que mais resistem à passagem do tempo. Como exemplo deste factor referimos a orografia de cada local. De facto, reportando-nos agora à cidade de Lisboa e ao espaço de tempo em que analisámos a sua evolução – aproximadamente um milénio – registamos apenas duas alterações significativas à orografia do centro histórico da cidade; a primeira na zona do actual bairro da Bica, na sequência do sismo de 1597, onde a zona em falésia na extremidade de Santa Catarina se desmoronou dando origem a uma encosta íngreme sobre a qual se implantou o referido bairro. A segunda na zona da actual Baixa Pombalina, onde a cota altimétrica da zona foi elevada pela mão humana para as cotas que aproximadamente se verificam na actualidade. 7.3.1.1.2 Características com nível de perdurabilidade II Neste segundo nível propomos como aspectos de referência o traçado viário e a dimensão e regularidade do lote. Mais uma vez, analisando o que se passou em Lisboa, observamos grandes alterações na zona da Baixa Pombalina na sequência do sismo de 1755, na zona da Madragoa, no Bairro Alto fundamentalmente no interface com a área do Chiado e Largo Camões, na Mouraria e Costa do Castelo com especial relevo para as áreas de cota mais baixa, na zona alta de Alfama junto à Rua das Escolas Gerais mandada construir por D. Dinis e, por fim, na área da Bica na sequência do sismo atrás mencionado ocorrido em 1597 que veio a originar o actual bairro e a sua estrutura viária.

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7.3.1.1.3 Características com nível de perdurabilidade III No terceiro nível incluímos como factores de referência o estilo arquitectónico e a tipologia interior. Analisando o que se passou em Lisboa ao longo dos últimos séculos referimos como alterações significativas o sucedido em todos os bairros da zona Este do centro histórico, que começaram por ser constituídos por edifícios com traços medievais/islâmicos, absorvendo posteriormente o estilo dos Descobrimentos e, mais à frente, o Pombalino. Nos bairros da zona Oeste do referido centro começaram os edifícios por ser tipicamente com estilo dos Descobrimentos, evoluindo posteriormente para construções de maior porte e Pombalinas. Na zona da Baixa Pombalina e do Chiado, registou-se a grande alteração que sucedeu ao sismo de 1755, passando do estilo medieval para o iluminista. Posteriormente ocorreram sucessivos acréscimos de pisos nas construções da zona, com pequenas alterações às cantarias, carpintarias, sacadas e demais elementos exteriores. Acompanhando estes factores acrescem as correcções que se efectuam ao interior das edificações de modo a incorporar nova tecnologia, adaptar a exigências de mercado e comerciais. Estas últimas, por se situarem tipicamente ao nível do piso mais baixo das construções, têm grande impacto visual sobre todos os utentes do bairro. 7.3.1.1.4 Características com nível de perdurabilidade IV Como facetas de referência para este nível propomos o grau de conservação e a rentabilidade do património. Mais uma vez referindo-nos a Lisboa, destacamos as sucessivas oscilações que o mesmo patenteou. De facto, todos os bairros apresentaram ao longo dos séculos alterações e oscilações da população que aí se albergava e, consequentemente, no grau de investimento ou desinvestimento no património. Foi assim com Alfama que começou por ser a zona de excelência para a nobreza Árabe, passando posteriormente, após a conquista cristã, a abrigar os oficiais dos trabalhos relacionados com o mar, tornando o património menos protegido. O mesmo ocorreu em sentido inverso com a Mouraria, que começou por ser uma área de acantonamento de derrotados, passando no final do século XV a ser ocupada por todo o tipo de população, na sequência da expulsão dos infiéis e da concomitante alteração do sentido original do bairro. De igual modo a Costa do Castelo, originalmente local de repouso de pescadores, evoluiu após a reconstrução Pombalina, beneficiando então de muito maior dinamismo e rentabilidade do património. O Bairro Alto e Bica foram zonas inicialmente edificadas para dar suporte à expansão ultramarina portuguesa, passando posteriormente a dar suporte a outros estratos sociais de melhor condição económica. A Madragoa, inicialmente abrigo de escravos, passou a ser uma área importante na defesa a Oeste da capital, tendo posteriormente albergado diversos conventos. No caso da Baixa Pombalina todo o seu património foi alterado após a reconstrução levada a cabo por Pombal, ganhando assim um brilho intenso em comparação com o seu entorno. Posteriormente, à medida que surgiam novos pólos de atracção na cidade, assistiu-se à sua sucessiva degradação. A par de todos estes aspectos, registamos ao longo das últimas décadas, uma progressiva e até à data praticamente imparável degradação do património edificado no centro da capital.

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7.3.1.1.5 Características com nível de perdurabilidade V Relativamente a este último nível de perdurabilidade realçamos como referências os indicadores demográficos, tais como a densidade populacional, o nível socio-económico dos habitantes, a qualidade e a densidade dos postos de trabalho. Tal como exposto no ponto anterior, na cidade de Lisboa e ao longo dos séculos, as alterações que se observaram foram vastas e nem sempre no mesmo sentido em todas as suas áreas. Tal como no caso anterior, ao longo das últimas seis décadas, conforme os censos efectuados, assistimos a um esvaziamento do centro, com redução da densidade populacional, envelhecimento da população, baixo nível de escolaridade, redução da densidade dos postos de trabalho e até do nível dos mesmos. 7.3.1.2 Possibilidade e tempo de mudança das características Neste sub-capítulo vamos analisar para cada um dos bairros teóricos a possibilidade de mudança de cada uma das características base que foram previamente propostas, sendo essa análise efectuada a curto prazo – até ao tempo de duração de cada mandato autárquico, isto é, quatro anos – e a médio prazo – até ao tempo de duração de cinco mandatos autárquicos, isto é, vinte anos.

7.3.1.2.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais Esta característica é de muito difícil correcção, visto que implica directamente com o traçado viário. Sendo, este último, um dos aspectos com maior perdurabilidade no tempo, está intimamente relacionado com a essência de cada bairro. Há cerca de seis anos, quando o então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa tentou aprovar um acesso mecânico desde a Baixa até ao Castelo, um coro de críticas acabou por impedir tal objectivo. Este elevador iria permitir que um desnível considerável fosse vencido, aumentando deste modo o potencial turístico da área, bem como o acesso dos habitantes da zona – cada vez mais deserta – às suas habitações. No que se refere aos Bairros Teóricos, no caso do Iluminista (Tipo I) não existem correcções importantes a fazer. No caso do dos Descobrimentos (Tipo II), a dificuldade dos acessos prende-se com a inclinação da encosta e com a dificuldade de articulação dos meios de transporte urbano. Em particular neste bairro teórico é possível implementar um sistema de passadeira rolante que assegure o acesso mais cómodo às zonas de cota mais elevada do bairro, tirando partido da linearidade das vias. No caso Medieval/Islâmico (Tipo III) as dificuldades consistem basicamente nas mesmas do caso anterior, agravadas por a encosta ser ainda mais íngreme e por o traçado viário ser tendencialmente caótico.

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Em qualquer dos casos dos Bairros Teóricos Tipo II e Tipo III, quaisquer alterações a propor aos acessos pedonais terão forte oposição e terão forçosamente que ser consideradas a médio prazo, após decisão política consubstanciada por pareceres técnicos. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica, para ser melhorada, implicará alguma alteração pontual ao estilo arquitectónico, às dimensões dos lotes e ao traçado viário. No caso do Bairro Teórico Tipo I, onde as vias são largas e ortogonais e os lotes são de grandes dimensões, as alterações a estabelecer são pequenas e de fácil execução. Considera-se assim possível no curto prazo proceder às correcções necessárias. No caso do Bairro Teórico Tipo II, onde as vias são tendencialmente ortogonais, mas de largura média e onde os lotes aí existentes são de dimensão média, torna-se mais complexo levar a cabo uma boa articulação entre meios de transporte urbano. Deste modo, as correcções que se entenderem necessárias ocorrerão no médio prazo, estando dependentes da vontade política e dos estudos técnicos. No caso deste Bairro Teórico, por terem que existir alterações sensíveis ao traçado viário de algumas das vias, a decisão será forçosamente mais difícil. No caso do Bairro Teórico Tipo III, onde o traçado das vias é sinuoso, a largura das mesmas é reduzida e onde os lotes são de pequenas dimensões e irregulares, qualquer alteração a efectuar deverá ser considerada a médio prazo, devendo-se contar com forte oposição, visto que parte importante da essência do bairro irá ser comprometida. c) Jardins e zonas de lazer Para se implantarem nos diversos bairros jardins e zonas de lazer, haverá a necessidade de alterar pontualmente o traçado viário. Consideramos que, em qualquer dos três Bairros Teóricos propostos, há a possibilidade de, a curto prazo, se concretizarem estas infra-estruturas, visto que o centro da cidade, no seu todo, se encontra carenciado de espaços verdes e de zonas de lazer. d) Sinalização A concretização desta medida não implica com a essência de qualquer um dos Bairros Teóricos considerados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. e) Aspecto dos espaços públicos Este factor não implica com a essência de qualquer um dos Bairros Teóricos considerados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. f) Circulação dos veículos automóveis A concretização da melhoria da circulação dos veículos automóveis implica em muitos casos com o traçado viário, característica essencial de cada bairro, bem como com a distribuição dos lotes em cada área e o estilo arquitectónico. Deste modo, só

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com a decisão do poder político será possível proceder à melhoria da circulação automóvel. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), a circulação automóvel está garantida à partida, não havendo correcções de fundo a efectuar. As pequenas correcções a concretizar poderão ocorrer a curto prazo e de forma consensual, visto que não há alterações no que respeita ao traçado viário e ao estilo arquitectónico. No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), apesar de as vias serem tendencialmente ortogonais, a circulação automóvel concretiza-se com dificuldade, visto que a largura das ruas é média. Deste modo, as correcções a efectuar, dada a delicadeza do problema, serão a médio prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), vista as vias serem genericamente sinuosas e estreitas, torna-se extremamente complexo garantir uma boa circulação automóvel sem comprometer decisivamente a essência da área. De qualquer modo, qualquer medida a tomar será a médio prazo. g) Facilidade de estacionamento Para se ampliar a capacidade de estacionamento de determinada área há a necessidade de alterar pontualmente o estilo arquitectónico, garantindo o acesso às novas zonas de estacionamento criadas. Deste modo, dependendo da zona em questão, o traçado viário também poderá ser afectado. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), não há alterações a efectuar no traçado viário, havendo sim que criar zonas de estacionamento em áreas descobertas, transformando edifícios existentes em silos automóveis ou aproveitar os níveis inferiores de cada edifício, onde tal for viável, dado que as dimensões dos lotes são grandes. Estas medidas dificilmente serão concretizadas no curto prazo por estarem pendentes de decisão política. No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), dadas as dimensões médias dos lotes e a largura média das vias, para se proceder à implantação de estacionamentos será necessária uma decisão política respaldada por pareceres técnicos, pelo que qualquer medida eficaz ocorrerá a médio prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), o problema da criação de estacionamentos é ainda mais agudo do que no bairro anterior, em virtude da sinuosidade do traçado e das pequenas dimensões dos lotes, pelo que a intervenção política se prevê decisiva e bastante difícil de defender. h) Acesso a outras áreas da cidade Para se concretizar este aspecto, o factor mais importante é o da facilidade de circulação automóvel, combinada com os acessos exteriores ao bairro. Actualmente a cidade possui bons acessos e vias exteriores de comunicação, pelo que consideramos como crítica a circulação no interior do bairro. Deste modo, as considerações já elaboradas anteriormente na alínea f) repetem-se aqui.

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i) Acesso a serviços básicos Para se concretizar este factor, há apenas a necessidade de deixar intervir as forças económicas, pelo que a curto prazo, em qualquer dos bairros, seria possível garantir o acesso a serviços básicos. Não existem restrições importantes a registar relativamente ao essencial de cada Bairro Teórico. Há, no entanto, que referir que os investimentos dos particulares e dos agentes económicos estão pendentes dos sinais evidenciados pelo estado e pela autarquia, não sendo verosímil que os investidores em geral estejam dispostos a mobilizar meios financeiros para áreas da cidade onde a tendência de décadas é a da diminuição do número de habitantes e de postos de trabalho sem que haja um sinal das entidades públicas no sentido de que pretendem verdadeiramente reabilitar cada zona. j) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Em qualquer dos Bairros Teóricos indicados é possível garantir a fiabilidade na utilização das redes de serviços, quer na via pública, quer no interior das edificações, num horizonte de curto prazo. Existe em Portugal e concretamente na cidade de Lisboa, a experiência ocorrida na década de noventa do século passado, que resultou na mudança de toda a rede pública de distribuição de gás, por se ter passado de um fornecedor do chamado gás de cidade, para o gás natural. No interior dos edifícios, a melhoria das redes de distribuição de serviços depende dos proprietários, sendo que o investimento dos particulares está condicionado pelos sinais que o estado e a autarquia transmitirem para a sociedade no sentido de pretender verdadeiramente proceder à reabilitação de cada zona. k) Existência de equipamentos Este aspecto é de fácil execução em todos os bairros teóricos considerados, podendo ser implementado no curto prazo e no médio prazo, desde que haja vontade política para tal. As implicações com a essência de cada bairro teórico são nulas ou reduzidas. 7.3.1.2.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos Este factor depende da vontade dos particulares e da aplicação de conhecimentos técnicos. A correcção de defeitos dos sistemas construtivos não afecta a essência de cada área. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), é mais simples melhorar a capacidade dos sistemas construtivos, em virtude da modulação e repetição dos espaços interiores, da sistematização e do conhecimento prévio que já se tem sobre os métodos construtivos originais e das menores ampliações em altura e em planta a que os mesmos estiveram sujeitos. Os reforços estruturais e construtivos a efectuar poder-se-iam concretizar no curto prazo.

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No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), não existe tanta informação sobre o património edificado, os métodos construtivos, as alterações e ampliações ocorridas. Como tal, a tarefa de reforço estrutural e construtivo de cada edificação é mais complexa. Em todo o caso, é possível realizar os trabalhos referidos no curto prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), a tarefa de reforço estrutural e construtivo é de maior complexidade, por a informação prévia que existe ser de menor profundidade e por o estado geral de conservação do património ser pior. Neste caso, propomos que a tarefa a realizar apenas se poderia concretizar no longo prazo. Os tipos de investimentos aqui descritos estão directamente dependentes da vontade dos proprietários e investidores particulares. Como tal, apenas com sinais concretos da parte do estado e da autarquia no sentido de realmente reabilitar as áreas envolvidas, se poderá esperar que os particulares procedam de igual modo. b) Tipologias adequadas às necessidades Em muitos dos casos, para se garantir que as tipologias se encontram adequadas às necessidades dos actores sociais e económicos, haveria que alterar as dimensões das habitações e, consequentemente, dos lotes onde estas se encontram implantadas. Tal facto implicaria, em alguns dos bairros, a confrontação com as características essenciais dos mesmos. Como tal e nessas situações, apenas com decisões políticas seria possível proceder a alterações. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), por a generalidade das construções se encontrarem implantadas em lotes de dimensões grandes e regulares e onde cada habitação tem uma área em planta considerável, há apenas que incrementar o número de instalações sanitárias e completar o equipamento de cozinha. Estes trabalhos podem ser efectuados no curto prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), embora se verifique a regularidade do lote, as dimensões em planta de cada apartamento são por norma reduzidas, pelo que haverá a necessidade de conjugar dois ou mais apartamentos, convertendo-os num único, de modo a satisfazer as necessidades actuais. Estes trabalhos, embora não tão simples como no caso anterior, podem ser efectuados no curto prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), a situação é mais complexa, visto que a exiguidade do espaço se combina com a irregularidade dos lotes e com a falta de equipamentos interiores relativos a instalações sanitárias e cozinhas. Deste modo, apenas no longo prazo e com intervenção política e técnica será possível adaptar as tipologias a um leque alargado da população. A natureza dos investimentos a efectuar nesta alínea está directamente dependente dos particulares. Deste modo, considera-se válido o princípio já antes referido de que os particulares apenas investirão após um sinal claro proveniente do estado e da autarquia.

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c) Condições de conforto A criação de condições de conforto nos edifícios está relacionada com a actividade dos proprietários das fracções ou da globalidade de cada construção, constituindo uma exigência com grande actualidade, face à oferta existente ao nível das construções novas e das possibilidades de adaptação das menos recentes. Relativamente às condições de conforto térmico, dada a espessura das paredes exteriores dos edifícios, haverá fundamentalmente que considerar as perdas ou ganhos térmicos através das janelas e portas de sacada e pelas coberturas. Estas questões são relativamente fáceis de resolver no curto prazo, não comprometendo a essência de nenhum dos bairros teóricos propostos, apesar de se poderem registar pequenas alterações ao nível dos vãos exteriores. No que se refere às condições acústicas, relativamente ao isolamento dos sons provenientes do exterior, as soluções a implementar para o isolamento térmico contribuem também para obviar a questão acústica. No caso da transmissão de sons entre fracções, dada a estrutura de madeira dos pavimentos, a resolução do problema é mais difícil e onerosa, embora apenas técnica, podendo ser executada no curto prazo. No que importa às condições de iluminação e ventilação, é no bairro teórico com lotes de maiores dimensões que o problema existe me maior escala, visto que o maior tamanho do lote proporciona a existência de divisões sem fronteira com o exterior. Neste caso, relativamente ao Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), torna-se mais difícil garantir a iluminação natural e a ventilação de todas as divisões de cada fogo, no entanto, dada a maior dispersão em planta, é possível adaptar esses espaços para arrecadações, despensas ou instalações sanitárias, forçando a ventilação dessas áreas. Tal como antes referido, os investimentos necessários para proceder aos melhoramentos relatados nesta alínea estão dependentes das disponibilidades financeiras dos particulares e investidores, pelo que se torna decisivo o papel prévio de impulso por parte do estado no sentido de verdadeiramente reabilitar cada bairro. d) Acessos verticais mecanizados Em todos os bairros teóricos propostos há a necessidade de criar acessos verticais no interior dos edifícios. No entanto, a dificuldade de concretização desta medida é completamente diferente de bairro para bairro. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), dada a sucessiva repetição de características geométricas das construções e a generosidade das dimensões da caixa de escada principal, é possível, sem alterar o estilo arquitectónico dos edifícios, implantar ascensores com acesso aos diversos níveis. Podendo esta medida ser efectivada no curto prazo, mediante a apresentação de estudos técnicos. No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), os lotes têm dimensão média e regular. Nestas condições, não existe espaço na caixa de escada para colocar um elevador, sendo no entanto possível proceder à implantação deste dispositivo mediante a cedência de espaço em cada uma das fracções existentes no edifício. Como se percebe, este tipo de medidas é de mais difícil implementação, visto que, para que se concretize, há a necessidade de cada particular ceder uma porção da sua área. Por

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outro lado, uma vez que as dimensões interiores de cada fogo já são por si diminutas, este factor acarretará ainda uma menor disponibilidade de espaço. Deste modo, a implementação desta característica afigura-se de difícil concretização, a menos que combinada com outras tendentes à redução do número de fogos por edifício e ao consequente aumento da área de cada fogo. Pelo exposto e no caso deste bairro, as correcções inerentes a esta característica afiguram-se difíceis, sendo as medidas a tomar apenas possíveis no médio prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), a materialização de acessos verticais é muito complexa, visto que se combinam a irregularidade da distribuição dos lotes com as diminutas dimensões de cada lote. Deste modo e à semelhança do que está descrito para o Bairro Teórico Tipo II, as correcções inerentes a esta característica afiguram-se muito difíceis, sendo as medidas a tomar apenas possíveis no médio prazo. Tal como antes referido, os investimentos necessários para proceder aos melhoramentos relatados nesta alínea estão dependentes das disponibilidades financeiras dos particulares e investidores, pelo que se torna decisivo o papel prévio de impulso por parte do estado no sentido de verdadeiramente reabilitar cada bairro. e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio

Esta característica apenas se encontra assegurada à partida no Bairro Teórico Tipo I, encontrando-se em falta nos demais. A sua importância agrava-se com o facto de, na generalidade das construções, a estrutura dos pavimentos e da caixa de escada ser de madeira, podendo inflamar-se facilmente em caso de incêndio, cortando os caminhos de fuga às pessoas que se encontrarem no local. A este factor soma-se a quantidade de gases tóxicos que se geram num incêndio numa construção com estrutura de madeira, onde necessariamente a caixa de escada interior acabará por funcionar como chaminé de escoamento de gases. No caso do Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo), existe na larga maioria dos edifícios uma escada de salvação no Alçado de Tardoz com acesso directo de todos os pisos até ao nível do R/C e com posterior encaminhamento até à rua. Este dispositivo, tipicamente de construção metálica, necessita de manutenção por forma a garantir a sua estabilidade. Nos casos em que, por qualquer motivo, não exista este acesso vertical, a sua implementação é fácil, pelo que exacta característica para este bairro teórico fica facilmente garantida no curto prazo. No caso do Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos), dado que os lotes são de menores dimensões, apesar de regulares, torna-se mais complexo que no caso anterior colocar uma escada de salvação nas traseiras, não sendo no entanto inviável, já que a generalidade das construções dispõe de espaço livre nas traseiras. Neste caso levanta-se o problema de em muitas situações não estar previsto o espaço comum para colocação da escada, a saída de cada fogo para o dito acesso e o encaminhamento para a rua. Deste modo, consideramos que no caso deste bairro teórico, a execução desta característica é possível, sendo no entanto dificultada pela escassez de espaço e pela inexistência de caminhos pré-estabelecidos na estrutura. Propomos ainda que a concretização desta medida teria que ser considerada como de médio prazo.

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No caso do Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico), dadas as reduzidas dimensões dos lotes e a irregularidade dos mesmos, é muito complexo criar acessos verticais alternativos de fuga, sem comprometer o espaço de cada fogo e o estilo arquitectónico de cada construção. Como tal, consideramos que a materialização deste tipo de acesso é muito difícil, estando sempre sujeita a medidas de médio prazo. 7.3.1.2.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade Esta característica verifica-se em todos os bairros teóricos propostos, pelo que não há a necessidade de proceder a medidas de fundo com vista à sua correcção. Em todo o caso, as iniciativas a tomar no sentido de reforçar a identidade de cada espaço, são social e politicamente consensuais, pelo que a sua implementação é fácil. b) Possibilidade de usufruir de paisagem Esta característica verifica-se nos Bairros Teóricos Tipo II e III, pelo que nesses casos não há alterações a realizar. No que se refere ao Bairro Teórico Tipo I, pelas suas características físicas caracterizadas pela ausência de declives, torna-se complexo proceder à materialização de pontos elevados para usufruto da paisagem. Tal pode-se atingir através da execução de elevadores com miradouro no topo, no entanto, este tipo de solução necessita de cobertura política, devendo-se considerar como exequível no médio prazo.

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8. Resposta teórica actual 8.1 Características essenciais de cada Bairro Teórico 8.1.1 Bairro Teórico Tipo do Iluminismo Este bairro é caracterizado na sua essência por se implantar numa zona plana e possuir um traçado viário constituído por vias ortogonais e largas. O tamanho do lote é grande e regular e o estilo arquitectónico – Pombalino - está definido. Como se constata, este bairro teórico proposto mantém a generalidade das características que se propõem com os níveis de perdurabilidade I, II e III. A este facto não está alheia a época mais recente da sua génese – segunda metade do século XVIII. 8.1.2 Bairro Teórico Tipo dos Descobrimentos Este bairro é caracterizado na sua essência por se implantar numa zona de encosta com inclinação variável e possuir um traçado viário constituído por vias ortogonais e de largura média. O tamanho do lote é médio e regular, o estilo arquitectónico – Descobrimentos - está definido. Como se constata, este bairro teórico proposto mantém a generalidade das características que se propõem com os níveis de perdurabilidade I, II e III. A este facto não está alheia a época da sua génese – início do século XVI. 8.1.3 Bairro Teórico Tipo Medieval/Islâmico Este bairro é caracterizado na sua essência por se implantar numa zona de encosta íngreme e possuir um traçado viário adaptado às curvas de nível resultando daí uma distribuição labiríntica das suas estreitas vias. O tamanho do lote é pequeno e irregular, o estilo arquitectónico não está definido, resultando da sobreposição de influências de diversas épocas, partindo, é certo, de uma base Medieval/Islâmica. Como se constata, este bairro teórico proposto mantém apenas a generalidade das características que se propõem com os níveis de perdurabilidade I e II. A este facto não é alheia a sua génese milenar.

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8.2. Compatibilidade entre as características essenciais de cada bairro teórico, os princípios e as características base propostas Neste sub-capítulo vamos analisar o maior ou menor grau de compatibilidade entre as características essenciais de cada bairro e a capacidade de resposta aos princípios enunciados. Complementarmente referiremos as características que não se verificam na zona e que por isso comprometem a sua reabilitação à luz dos princípios enunciados. Em simultâneo evidenciaremos o grau de dificuldade em reabilitar o bairro e as perdas de identidade que daí surgirão. 8.2.1 Bairro Teórico Tipo do Iluminismo 8.2.1.1 Características essenciais do Bairro Teórico e sua implicação sobre os princípios propostos Neste sub-capítulo analisamos o impacto que as características essenciais propostas para o Bairro Teórico têm sobre as características base e, consequentemente, sobre os princípios propostos. 8.2.1.1.1 Bairro implantado em zona plana A verificação deste aspecto influencia positivamente a generalidade dos princípios. Com base na tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios podemos extrair o seguinte: a) Os acessos pedonais ficam facilitados por não existirem variações de

significativas de cota. Este factor tem um impacto muito positivo na comodidade e conforto e positivo na segurança, rentabilização dos investimentos, reconhecimento social e prestígio, optimização da utilização do tempo e rentabilização dos negócios.

b) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano também fica facilitada,

aspecto este que tem impacto positivo na comodidade e conforto, na segurança, na rentabilização dos investimentos, na optimização da utilização do tempo e na rentabilização dos negócios.

c) Embora dependendo de outros factores, a circulação automóvel torna-se mais

simples em zonas planas ou de reduzida inclinação. Este aspecto tem impacto muito positivo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na optimização da utilização do tempo. Há ainda que registar o impacto positivo na segurança e na rentabilização dos negócios.

d) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a outras áreas da

cidade também depende da orografia da zona, sendo que uma área plana garante à partida melhores condições de acesso com outras partes da cidade. Este facto tem impacto muito positivo na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o

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impacto positivo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

e) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a serviços básicos

também depende da orografia da zona, sendo que uma área plana garante à partida melhores condições de acesso aos serviços que cada indivíduo necessita. Este facto tem impacto muito positivo na comodidade e conforto e na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o impacto positivo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

f) A possibilidade de usufruir de paisagem sobre a cidade e o rio fica

comprometida pelo facto de o bairro se implantar sobre uma zona plana. Este facto tem impacto muito negativo sobre o reconhecimento social e negativo sobre a rentabilização dos investimentos. A correcção deste aspecto é muito difícil, para não a reputar de impossível. Para que o mesmo se alterasse haveria necessidade de comprometer a essência do bairro. Em alternativa é possível criar miradouros no topo de edifícios ou em elevadores panorâmicos. Esta medida não é de difícil execução e tem como impacto a alteração pontual do património edificado.

8.2.1.1.2 Traçado viário constituído por vias ortogonais e largas Este aspecto influencia positivamente a articulação entre os meios de transporte urbano, a segurança do bairro, a facilidade de circulação automóvel, o acesso a outras áreas da cidade e a identificação com uma área da cidade. No caso desta última característica, por ser o traçado viário um dos aspectos de cada bairro que mais resiste ao passar dos séculos. a) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano é mais simples de

efectuar quando, à partida, as vias já existentes são largas e rectas. A verificação deste aspecto tem impacto positivo sobre a comodidade e conforto, as condições de segurança, a rentabilização dos investimentos, a optimização da utilização do tempo e a rentabilização dos negócios.

b) A existência de vias largas e rectas também influencia positiva e decisivamente a

facilidade de circulação automóvel. Os impactos da verificação deste factor já foram antes referidos.

c) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade, embora dependendo da

natureza das vias que confluem para o bairro, é outro dos factores que beneficia decisivamente com a existência de vias largas e rectas. Os impactos da verificação deste factor já foram antes referidos.

d) A identificação com uma área da cidade também beneficia com a verificação

desta característica, visto que a mesma, ao nível do centro histórico é única. Este factor tem impacto muito positivo sobre o reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos.

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8.2.1.1.3 Lotes de dimensões grandes e regulares Este factor tem influência principalmente sobre as características dos edifícios da zona. Mencionamos este aspecto sobretudo pelo facto de que as dimensões generosas e regulares dos lotes proporcionam melhores condições de recuperação e adaptação dos edifícios às necessidades actuais. A regularidade das dimensões dos lotes tem ainda um contributo positivo para o bom aspecto dos espaços públicos, visto que facilita a edificação ordenada das construções, proporcionando um impacto visual ordenado aos utentes. a) A confiança nos sistemas construtivos é maior no caso deste tipo de lotes, visto

que o património edificado apresenta em média maior rigidez nas duas direcções ao nível de cada piso, bem como uma maior base de equilíbrio ao nível do R/C e, consequentemente um melhor comportamento potencial à acção sísmica. A sistematização dos métodos construtivos, com o consequente aperfeiçoamento, é também incrementada neste tipo de lotes. Segundo a tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios, a confiança nos sistemas construtivos tem impacto muito positivo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda que referir o impacto positivo na comodidade e conforto, e na rentabilização dos negócios.

b) Embora as tipologias da generalidade dos edifícios existentes nos centro histórico

de Lisboa não estejam adequadas às necessidades actuais, os casos dos edifícios implantados em lotes de dimensões grandes e regulares são os que maior potencial apresentam para sofrer alterações internas que visem a adaptação às realidades actuais. A adequação das tipologias tem impacto muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios.

c) A regularidade e grande dimensão dos lotes propicia melhores condições de

ventilação e iluminação, visto que aumenta a relação entre a superfície exterior e o volume dos edifícios. As boas condições de iluminação e ventilação têm impacto muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda a registar um impacto positivo na rentabilização dos negócios.

d) A possibilidade de fuga em caso de incêndio é aumentada pela existência desta

característica, já neste tipo de lotes existe mais espaço para colocar uma escada metálica junto ao Alçado de Tardoz dos edifícios. Esta característica tem um impacto muito positivo sobre as condições de segurança e sobre a rentabilização dos negócios.

e) Apesar de não estar apenas dependente da regularidade dos lotes, o aspecto dos

espaços públicos beneficia com esta característica. A sua verificação tem um impacto muito positivo na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a considerar um impacto positivo nas condições de segurança.

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8.2.1.1.4 Bairro com traçado arquitectónico tipificado – Pombalino A uniformidade do traçado arquitectónico tem influência no aspecto dos espaços públicos, visto que proporciona um impacto visual ordenado sobre todos os utentes, em contraste com o que ocorre nas áreas de construção caótica ou anárquica, que muito proliferam em Portugal. A uniformidade do traçado arquitectónico Pombalino melhora decisivamente, ao nível do centro histórico, a confiança nos sistemas construtivos, a possibilidade de adequação das tipologias às necessidades, as condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação, a possibilidade de fuga em caso de incêndio, bem como a identificação com uma área da cidade. a) O aspecto dos espaços públicos tem impacto muito positivo na rentabilização dos

investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a anotar o impacto positivo nas condições de segurança.

b) A confiança nos sistemas construtivos tem impacto muito positivo sobre a

rentabilização dos investimentos e o reconhecimento social. Propõe-se ainda um impacto positivo sobre a comodidade e conforto e a rentabilização dos negócios.

c) A adequação das tipologias às necessidades actuais não fica necessariamente

verificada pelo facto de o estilo arquitectónico ser Pombalino. No entanto, dadas as dimensões generosas da maioria das fracções, torna-se mais simples adaptá-las à actualidade. A sua verificação tem um impacto muito positivo sobre a comodidade e conforto, a rentabilização dos investimentos, o reconhecimento social e a rentabilização dos negócios.

d) As condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação não

ficam necessariamente verificadas por o traçado arquitectónico ser Pombalino, no entanto, à semelhança do descrito na alínea anterior, torna-se mais simples a adaptação às novas realidades quando as áreas de que partimos são generosas. A verificação deste factor tem impacto muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Consideramos ainda um impacto positivo na rentabilização dos negócios.

e) A possibilidade de fuga em caso de incêndio fica bastante beneficiada pelo estilo

arquitectónico vigente neste bairro, visto que o mesmo contempla a existência de uma escada de salvação. Esta característica tem impacto muito positivo nas condições de segurança e na rentabilização dos negócios.

f) A identificação com uma área da cidade tem impacto muito positivo sobre o

reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos. 8.2.1.2 Características base que não se verificam no Bairro Teórico proposto Neste Bairro Teórico não existem zonas de jardim e lazer, o estacionamento é escasso, as tipologias não se encontram adaptadas às necessidades actuais, o níveis de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação devem ser melhorados, os acessos

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verticais não são mecanizados e não existe a possibilidade de usufruir de paisagem sobre a cidade e o rio. 8.2.1.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico do Iluminismo com as características base propostas. Possibilidades de intervenção e seu impacto. a) Acessos pedonais fáceis Esta característica está verificada à partida, devido à morfologia do bairro e ao traçado viário. Não existem alterações a impor para que a mesma se verifique, pelo que não há qualquer tipo de impacto sobre o bairro. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica está verificada à partida, devido à morfologia do bairro e ao nível de serviço de transportes públicos que o mesmo dispõe. Não existem alterações a impor para que a mesma se verifique, pelo que não há qualquer tipo de impacto sobre o bairro. c) Existência de jardins e zonas de lazer Esta característica não se verifica à partida. Para que se consiga a implantação de zonas ajardinadas e de lazer será necessário interferir com o traçado viário e com a homogeneidade do padrão arquitectónico. Esta intervenção, pela generosidade da largura das vias e pela ortogonalidade das mesmas não é tão dramática como em outros bairros teóricos, onde as vias são francamente mais estreitas e nem sempre ortogonais. Para este último raciocínio contribui ainda o facto de o bairro proposto ser plano. Para proceder à criação deste tipo de estruturas será necessária a intervenção do poder político consubstanciada por estudos e pareceres técnicos. d) Condições de segurança no bairro Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. e) Sinalização adequada Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. f) Espaços públicos com aspecto cuidado Esta característica considera-se como não verificada para todos os bairros teóricos propostos, sendo que a sua correcção depende da acção da Câmara Municipal de Lisboa e dos proprietários particulares. A sua implementação não implica qualquer adulteração da essência do bairro. g) Facilidade de circulação automóvel Esta característica está verificada à partida, devido à morfologia do bairro e ao traçado viário. Não existem alterações a impor para que a mesma se verifique, pelo que não há qualquer tipo de impacto sobre o bairro. h) Facilidade de estacionamento Esta característica não se verifica. Para proceder à criação de lugares de estacionamento haverá necessidade de interferir com a morfologia dos passeios, criar zonas de estacionamento em cave sob edifícios, criar silos automóveis em edifícios ou grupos de edifícios anteriormente destinados a outros fins sem que o aspecto exterior

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se altere ou, por último, alterar pontualmente parte do património edificado, criando novos equipamentos ou zonas comerciais onde se possam implementar estacionamentos. Dadas as boas dimensões dos lotes é possível criar estacionamentos sob os edifícios existentes, embora do ponto de vista técnico a tarefa seja complicada e envolva riscos para a estabilidade das estruturas existentes. i) Facilidade de acesso a outras áreas da cidade Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico. j) Facilidade de acesso a serviços básicos Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico. k) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico, no que respeita ao fornecimento na via pública. No interior da generalidade dos edifícios do Bairro Teórico, dada a época da sua construção, registam-se problemas de qualidade e quantidade ao nível dos fornecimentos de energia eléctrica, gás e água. As águas residuais domésticas e águas pluviais são normalmente conduzidas por canalizações de grês que apresentam fissuras provocadas por assentamentos diferenciais, deformações ao nível de paredes e pavimentos e abalos sísmicos. As condutas de águas residuais domésticas estão ainda sub-dimensionadas para as necessidades actuais. As correcções dos problemas referidos neste ponto não implicam minimamente com a essência do bairro teórico. l) Existência de equipamentos Esta característica considera-se que não se verifica para todos os bairros teóricos. A sua implementação implicará alterações pontuais à uniformidade do estilo arquitectónico. Não será possível efectuá-las sem a intervenção do poder político. m) Sistemas construtivos sólidos Esta característica não se verifica em nenhum bairro teórico, no entanto, no caso do Bairro Teórico Tipo I as correcções a efectuar são de menor relevo que nos demais. O trabalho a executar não implica alterações nas características essenciais do bairro. n) Tipologias adequadas às necessidades Esta característica não se verifica nas edificações existentes no bairro. No entanto, as correcções a efectuar não comprometem de forma decisiva o aspecto exterior dos edifícios, pelo que, consideramos que não existirá deturpação dos aspectos essenciais do bairro. No caso deste bairro teórico, dado que os lotes são de grandes dimensões e regulares, torna-se simples proceder às correcções necessárias. Estas baseiam-se principalmente na criação de mais instalações sanitárias e na adaptação das cozinhas para as necessidades actuais. o) Conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação Estas características não se verificam de forma absoluta no bairro teórico proposto, no entanto, a sua implementação não implica alterações de fundo ao aspecto exterior dos edifícios, mantendo-se assim o estilo arquitectónico existente.

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p) Acessos verticais mecanizados Esta característica não se verifica nos edifícios que compõem o património edificado deste bairro. No entanto, dadas as generosas dimensões dos lotes, é possível na larga maioria dos edifícios implementar nas caixas de escada elevadores com acesso à generalidade dos pisos de cada construção. Esta medida poderá ser tomada por qualquer particular que licencie o referido ascensor, podendo ainda ser estimulada pelo poder político através da concessão de linhas de crédito para o efeito. q) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Esta característica verifica-se na generalidade das construções deste bairro teórico. Na realidade os edifícios de estilo Pombalino têm previsto no alçado de Tardoz a existência de uma escada de metálica de acesso a todos os pisos. Assim sendo, não haverá necessidade de outros que trabalhos além dos de manutenção dos acessos verticais pelo exterior. r) Identificação com uma área da cidade Pelo traçado viário, morfologia da zona e traçado arquitectónico podemos afirmar que existe identificação do bairro com uma área da cidade. s) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a morfologia plana do bairro, esta característica não se verifica à partida. Para que tal sucedesse haveria necessidade de criar pontos elevados de observação com as necessárias alterações pontuais ao estilo arquitectónico do bairro. 8.2.1.4 Impacto das características do bairro nos actores sociais e económicos Com base na tabela de ponderação de características para os actores, vamos neste capítulo apreciar o impacto que a não verificação de cada característica implica para os diversos actores sociais. Deste modo, consideramos que, para cada característica que não se verifique, se a sua ponderação for inferior a 0,250 o seu impacto é indiferente ou nulo, caso a sua ponderação seja superior ou igual a 0,250 e inferior a 0,750 o seu impacto é negativo, no caso de a sua ponderação ser superior ou igual a 0,750, o seu impacto é muito negativo. Com base nesta análise, posteriormente construiremos uma matriz de impactos para os distintos actores. 8.2.1.4.1 Impactos negativos provocados pelas características base que não se verificam a) A inexistência de jardins e zonas de lazer é uma das características deste bairro

teórico. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a inexistência destes espaços tenha um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

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No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela inexistência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a não verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto negativo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

b) O aspecto descuidado dos espaços públicos afecta principalmente as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja negativo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja negativo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja negativo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto descuidado dos espaços públicos seja negativo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo.

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c) A escassez de estacionamento é uma característica que, ao ocorrer, afecta praticamente todos os estratos sociais e todos os tipos de intervenientes na cidade. Segundo a tabela proposta de ponderação de características para os actores, este aspecto tem impacto muito negativo nas classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, impacto negativo nas classes média média e média baixa do mesmo conjunto de habitantes.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, regista-se apenas o impacto negativo na classe média média. Para os imigrantes, este factor é relativamente indiferente. No que respeita aos estudantes, a ponderação proposta encontra-se no limiar do negativo com o indiferente. Relativamente aos trabalhadores constatamos que a escassez de estacionamentos afecta muito negativamente as classes alta e média alta, tendo ainda um impacto negativo na classe média média. No que respeita aos turistas, de acordo com a tabela proposta, há a considerar um impacto muito negativo na classe alta, negativo na classe média e praticamente indiferente na classe baixa. A falta de estacionamento tem um impacto muito negativo na perspectiva da generalidade dos empresários com negócios de nível alto. Na generalidade dos empresários com negócios de nível médio e baixo, o impacto é negativo. A excepção prende-se com a hotelaria, onde mesmo no nível médio, o impacto é muito negativo. Nas actividades relacionadas com serviços e profissionais liberais, o impacto causado pela falta de estacionamento é muito negativo no nível alto e negativo no nível médio. Relativamente aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja muito negativo quer ao nível alto, quer ao nível médio.

d) A inexistência de equipamentos é outro dos aspectos característicos deste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela inexistência de equipamentos é negativo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é negativo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa.

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No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja negativo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja negativo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

e) A falta de confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que

prejudica este bairro teórico, afectando a perspectiva que os diversos actores sociais têm sobre ele. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto da falta de confiança nos sistemas construtivos seja negativo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais. No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é negativo para a classe alta e indiferente para as demais. A inexistência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto negativo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

f) A inadequação das tipologias afecta negativamente as classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a inadequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas. No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta negativamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo.

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Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a não adequação das tipologias afecta negativamente os níveis alto e médio.

g) A não verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação afecta negativamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente. A não verificação destas condições afecta negativamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do negativo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a não verificação desta característica afecta negativamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais. A falta de condições de conforto afecta negativamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

h) A não mecanização dos acessos verticais tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo relativamente indiferente para as classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto proposto é próximo do indiferente. No que respeita aos trabalhadores, é proposto que a não verificação deste factor tenha um impacto negativo sobre as classes alta e média alta, sendo indiferente para os demais. Considerando os turistas, propomos que o impacto seja negativo para os turistas de classe alta, no limiar entre o negativo e o indiferente para os de classe média e indiferente para os de classe baixa. A falta de condições de elevação mecânica afecta negativamente todos os ramos empresariais, nos níveis alto, médio e baixo. No que se refere aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, apontamos para um impacto negativo nos níveis alto e médio, provocado pela não verificação da característica.

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i) O facto de, no bairro em questão não haver possibilidade de usufruir de paisagem sobre a cidade e o rio, de acordo com a tabela de ponderação proposta, praticamente não cria impactos negativos na generalidade dos actores sociais e aos diversos níveis.

8.2.1.4.2 Impactos positivos resultantes das características base que se verificam a) Pelo facto de neste bairro a generalidade dos acessos pedonais serem fáceis,

existe uma muito maior atractividade para os distintos actores sociais. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente para a classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, segundo a tabela de ponderação proposta, verifica-se um impacto positivo na classe média média e média baixa e ainda um impacto indiferente na classe baixa.

No que respeita aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja positivo para a classe média média e indiferente para todas as classes média baixa e baixa. Dentro da classe dos estudantes, de acordo com o proposto, o impacto desta característica é positivo. Em relação aos trabalhadores, esta característica tem impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo que nas classes média baixa e baixa a ponderação proposta é indiferente. No que se refere aos turistas, a boa acessibilidade dos percursos pedonais impacta de forma positiva todas as classes. As boas características dos acessos pedonais, tem ainda um impacto positivo em todos os níveis e todos os ramos empresariais. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

b) Neste bairro teórico está proposto que a articulação entre os meios de transporte urbano é boa. Para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo proposto que para a classe baixa, o impacto seja indiferente.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, esta característica tem impacto positivo na classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes, fica proposto que o impacto desta característica seja indiferente sobre todas as classes sociais. No caso dos estudantes, é considerado pela tabela proposta que o impacto da boa articulação dos meios de transporte urbano seja positivo. Relativamente aos trabalhadores, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se que nas classes média média, média baixa e baixa o impacto é indiferente. No caso dos turistas, fica proposto que a verificação desta característica tem um impacto positivo sobre todas as classes. Dentro dos diversos ramos empresariais, de acordo com a tabela de ponderação proposta, o impacto desta característica é positivo para todos os níveis. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

c) A existência de condições de segurança é outro aspecto caracteriza este bairro teórico. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente na classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto desta característica seja positivo na classe média média e indiferente nas classes média baixa e baixa. No caso dos imigrantes, consideramos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes indicadas. Relativamente aos estudantes, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo. No que se reporta aos trabalhadores, fica proposto que a verificação desta característica tenha impacto positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que interessa aos turistas, através da tabela de ponderação de características, consideramos que esta característica tem impacto positivo para todas as classes consideradas.

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Para os diversos ramos empresariais, consideramos que esta característica tem impacto muito positivo para o nível alto do ramo da hotelaria, sendo que em todos os outros níveis e em todos os ramos o impacto é positivo. No que importa para os serviços e profissionais liberais, de acordo com a tabela proposta, esta característica tem impacto positivo para todos os níveis considerados. Por último, no que se refere aos investidores imobiliários, propomos que o impacto desta característica seja muito importante para o nível alto e importante para o nível médio.

d) Para este bairro teórico considera-se que a sinalização é adequada. No que importa para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto desta característica seja positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa e indiferente para a classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que o impacto desta característica é importante para a classe média média e indiferente para as demais. No que concerne aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja indiferente. No caso dos estudantes, de acordo com o indicado na tabela, fica proposto que o impacto desta característica seja positivo. Considerando os trabalhadores, propomos que o impacto da verificação desta característica seja positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que se refere aos turistas, propomos que o impacto desta característica seja importante para todas as classes consideradas. Por entre os vários ramos empresariais considerados fica proposto que o impacto da verificação desta característica seja importante para todos eles e a todos os níveis. Por último e no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto positivo para todos eles e em todos os níveis considerados.

e) A facilidade de circulação automóvel é uma característica que tem um impacto positivo na generalidade dos actores e das classes ou níveis existentes. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto muito positivo nas classes alta e média alta, considerando-se ainda que o impacto é positivo nas classes média média e média baixa. Relativamente à classe baixa, fica considerado que o impacto é indiferente.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, considera-se através da tabela proposta que o impacto da verificação desta característica é positivo para as classes média média e média baixa e indiferente para a classe baixa. No que se reporta aos imigrantes, considera-se que o impacto desta característica é positivo para a classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No caso dos estudantes, de acordo com a tabela proposta, consideramos que a facilidade de circulação de veículos automóveis se traduz num impacto positivo. No que se refere aos trabalhadores, o impacto desta característica tem um comportamento muito semelhante com o que ocorre com os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Neste caso concreto, fica estabelecido que a verificação desta característica tem um impacto muito positivo na classe alta, positivo nas classes média alta, média média e média baixa e indiferente na classe baixa. Relativamente aos turistas, propomos um impacto muito positivo para a classe alta, e positivo para as classes média e baixa. A observação desta característica é, segundo o proposto, de grande importância para a generalidade das áreas empresariais. Deste modo, propomos que o impacto seja muito positivo para o nível alto e positivo para os níveis médio e baixo. Por último e no que importa para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto muito positivo nos níveis alto e médio dos investidores imobiliários, assim como no nível alto dos prestadores de serviços e profissionais liberais. Fica ainda proposto que o impacto no nível médio dos prestadores de serviços e profissionais liberais seja positivo.

f) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade é uma característica que se verifica para este bairro. Deste modo, propomos que relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tenha um impacto positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo indiferente para a classe baixa.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do país e aos imigrantes, fica considerado, de acordo com a tabela proposta, que o impacto desta característica é indiferente para todas as classes indicadas. No que se refere aos estudantes, fica proposto que esta característica tenha um impacto indiferente nos mesmos.

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Por análise da tabela relativamente aos trabalhadores, referimos que a verificação desta medida tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, sendo indiferente nas demais. No caso dos turistas, consideramos que a verificação desta característica tem um impacto positivo em todas as classes propostas. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas, com excepção ao nível mais baixo da diversão nocturna, onde o impacto é indiferente. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

g) A facilidade de acesso a serviços básicos é outra das características que se verifica para este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, consideramos que o impacto desta característica é positivo para tocas as classes com excepção da baixa, para a qual é indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, fica proposto que o impacto desta característica é importante para a classe média média e nulo para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes e aos estudantes, fica proposto que o impacto seja nulo. No caso dos trabalhadores, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo no caso das classes alta e média alta, sendo indiferente nas restantes. Relativamente aos turistas, propomos que esta característica tenha um impacto positivo para todas as classes. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas a áreas e para todos os níveis alto e médio, considerando-se indiferente para o nível baixo. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

h) A fiabilidade na utilização nas redes de serviços é considerada como verificada neste bairro teórico. Deste modo, propomos que o impacto sobre os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa seja positivo em relação a todas as classes sociais, com excepção da classe baixa, para a qual consideramos que o impacto é indiferente.

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No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que a verificação desta característica tem impacto positivo nas classes média média e média baixa e indiferente na classe baixa. No caso dos imigrantes, fica proposto que este aspecto tenha impacto positivo na classe média média e nulo nas classes média baixa e baixa. No que se reporta aos estudantes, o impacto é considerado positivo. Relativamente aos trabalhadores, de acordo com as tabelas criadas, o impacto da observação desta característica sobre estes é muito semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Deste modo, propomos que o impacto deste factor seja positivo para as classes sociais alta, média alta, média média e média e indiferente para a classe baixa. Considerando o caso dos turistas, propomos que o impacto verificado pela fiabilidade na utilização dos serviços seja positivo para todas as classes interessadas. No caso dos empresários de todos os ramos de negócios referidos, fica proposto que o impacto da verificação deste aspecto seja positivo em todos os níveis referidos. O comportamento proposto para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários é idêntico ao dos empresários, sendo positivo para todos os níveis considerados.

i) A possibilidade de fuga em caso de incêndio é uma característica nem sempre valorizada mas de grande importância para quem ocupa uma determinada área numa perspectiva de longo prazo. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que a sua verificação seja positiva para as classes alta e média alta e indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas. No que concerne aos trabalhadores, propomos que a verificação desta característica tenha impacto positivo na classe alta e indiferente nas demais. No que reporta aos turistas, propomos que o impacto da verificação desta característica seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Dentro dos diversos ramos empresariais considerados, propomos que esta característica tenha impacto positivo para todos eles e em todos os níveis indicados.

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Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto positivo para todos eles e em todos os níveis considerados.

j) No caso deste bairro teórico verifica-se a identificação com uma área da cidade. Este aspecto, no que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que tenha impacto positivo na classe alta e indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas.

No que se refere aos trabalhadores e aos turistas, de acordo com a tabela construída, propomos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes consideradas. No que importa às áreas empresariais consideradas, propomos que a verificação desta característica tenha impacto positivo nos níveis alto e médio e indiferente no nível baixo.

8.2.2 Bairro Teórico Tipo dos Descobrimentos 8.2.2.1 Características essenciais do Bairro Teórico e sua implicação sobre os princípios propostos Neste sub-capítulo analisamos o impacto que as características essenciais propostas para o Bairro Teórico têm sobre as características base e, consequentemente, sobre os princípios propostos. 8.2.2.1.1 Bairro implantado em zona de encosta com inclinação variável A verificação deste aspecto influencia negativamente a facilidade dos acessos pedonais e a articulação entre os meios de transporte urbano. A possibilidade de usufruir de paisagem melhora consideravelmente devido a esta característica. Com base na tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios podemos extrair o seguinte: a) Os acessos pedonais ficam dificultados pela inclinação da encosta, sendo que, no

caso deste bairro, a combinação da referida inclinação com a ortogonalidade do traçado viário, sem adaptações às curvas de nível, piora ainda a circulação pedonal. Este aspecto, por não se verificar, tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, considerando-se negativo na segurança, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social, na optimização da utilização do tempo e na rentabilização dos negócios.

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b) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano é mais difícil de implementar num bairro assente numa encosta íngreme, embora seja de considerar que este factor não é decisivo. Este aspecto, por não se verificar, tem impacto negativo na comodidade e conforto, na segurança, na rentabilização dos investimentos, na optimização da utilização do tempo e na rentabilização dos negócios.

c) Embora dependendo de outros factores, a circulação automóvel torna-se mais

complexa por se processar numa zona íngreme, relativamente a uma área plana ou de reduzida inclinação. Este aspecto, ao não se verificar, tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social, e na optimização da utilização do tempo. Há ainda que registar o impacto negativo na segurança e na rentabilização dos negócios.

d) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a outras áreas da

cidade também depende da orografia da zona, sendo que uma área íngreme piora as condições de acesso com outras partes da cidade. Este facto tem impacto muito negativo na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o impacto negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

e) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a serviços básicos

também depende da orografia da zona, sendo que uma zona urbana implantada sobre uma encosta piora as condições de acesso aos serviços que cada indivíduo necessita. Este facto tem impacto muito negativo na comodidade e conforto e na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o impacto negativo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

f) A possibilidade de usufruir de paisagem sobre a cidade e o rio fica garantida

pelo facto de o bairro se implantar sobre uma zona de encosta. Este facto tem impacto muito positivo sobre o reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos.

8.2.2.1.2 Traçado viário constituído por vias ortogonais e de largura média Este aspecto influencia positivamente a articulação entre os meios de transporte urbano e a segurança do bairro. A facilidade de circulação automóvel e a facilidade de estacionamento são afectadas negativamente, visto que a largura média das vias não garante boas condições de circulação e, simultaneamente não possibilita a materialização de estacionamentos de superfície. O acesso a outras áreas da cidade também sofre um impacto negativo provocado pela largura média das vias. A identificação com uma área da cidade é bastante favorecida pelo traçado viário do bairro, já que esta é uma das características que mais resiste ao passar dos séculos. a) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano é mais simples de

efectuar quando, à partida, as vias já existentes são rectas. A verificação deste aspecto tem impacto positivo sobre a comodidade e conforto, as condições de

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segurança, a rentabilização dos investimentos, a optimização da utilização do tempo e a rentabilização dos negócios.

b) A largura média das vias, apesar de rectas, dificulta bastante a circulação

automóvel. Os impactos da não verificação deste factor já foram antes referidos.

c) A facilidade de estacionamento é outra das características que não se verifica neste bairro. Por não existir regista-se um impacto muito negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na optimização da utilização do tempo. Há ainda a referir o impacto negativo na rentabilização dos negócios.

d) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade, embora dependendo da

natureza das vias que confluem para o bairro, é outro dos factores que fica prejudicado pela largura média das vias. Os impactos da não verificação deste factor já foram antes referidos.

e) A identificação com uma área da cidade também beneficia com a verificação

desta característica, visto que a mesma, ao nível do centro histórico é única. Este factor tem impacto muito positivo sobre o reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos.

8.2.2.1.3 Lotes de dimensões médias e regulares Este factor influencia principalmente as características dos edifícios da zona. Mencionamos este aspecto sobretudo pelo facto de que as dimensões regulares dos lotes proporcionam melhores condições de recuperação e adaptação dos edifícios às necessidades actuais, relativamente aos que não estão implantados em lotes regulares. A regularidade das dimensões dos lotes tem ainda um contributo positivo para o bom aspecto dos espaços públicos, visto que facilita a edificação ordenada das construções, proporcionando um impacto visual ordenado aos utentes. a) A confiança nos sistemas construtivos é maior no caso de lotes regulares, visto

que o património edificado apresenta em média maior rigidez nas duas direcções ao nível de cada piso, bem como uma maior base de equilíbrio ao nível do R/C e, consequentemente um melhor comportamento potencial à acção sísmica. A sistematização dos métodos construtivos, com o consequente aperfeiçoamento, é também incrementada neste tipo de lotes. Segundo a tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios, a confiança nos sistemas construtivos tem impacto muito positivo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda que referir o impacto positivo na comodidade e conforto, e na rentabilização dos negócios.

b) Embora as tipologias da generalidade dos edifícios existentes nos centro histórico

de Lisboa não estejam adequadas às necessidades actuais, os casos dos edifícios implantados em lotes de dimensões regulares permitem uma melhor adaptação às realidades actuais. Dado que os lotes têm dimensão média, não será contudo possível, realizar alterações no seu interior que permitam satisfazer as exigências actuais relativas às áreas das habitações. A adequação das tipologias tem impacto

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muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios.

c) A regularidade dos lotes propicia melhores condições de ventilação e

iluminação, visto que aumenta a relação entre a superfície exterior e o volume dos edifícios. As boas condições de iluminação e ventilação têm impacto muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda a registar um impacto positivo na rentabilização dos negócios.

d) As dimensões médias dos lotes prejudicam decisivamente as hipóteses de

implementar um sistema de acessos verticais mecanizados aos diversos. A impossibilidade potencial de verificação desta característica tem impacto muito negativo sobre a comodidade e conforto, a rentabilização dos investimentos, o reconhecimento social e a rentabilização dos negócios.

e) A possibilidade de fuga em caso de incêndio é diminuída pelo facto de não

haver espaço suficiente para a implantação de uma escada de salvação junto ao Alçado de Tardoz dos edifícios. A não verificação desta característica tem um impacto muito negativo sobre as condições de segurança e sobre a rentabilização dos negócios.

f) Apesar de não estar apenas dependente da regularidade dos lotes, o aspecto dos

espaços públicos beneficia com esta característica. A sua verificação tem um impacto muito positivo na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a considerar um impacto positivo nas condições de segurança.

8.2.2.1.4 Bairro com traçado arquitectónico tipificado – Descobrimentos A uniformidade do traçado arquitectónico tem influência no aspecto dos espaços públicos, visto que proporciona um impacto visual ordenado sobre todos os utentes, em contraste com o que ocorre nas áreas de construção caótica ou anárquica, que muito proliferam em Portugal. O traçado arquitectónico típico dos Descobrimentos, garante alguma confiança nos sistemas construtivos. No entanto, pela escassez de área disponível no interior das habitações, torna a adequação das tipologias às necessidades actuais mais complexa. Por outro lado, permite com facilidade a implementação de condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação. A possibilidade de fuga em caso de incêndio fica comprometida neste tipo de construções. Por último, facilita decisivamente a identificação com uma área da cidade. a) O aspecto dos espaços públicos tem impacto muito positivo na rentabilização dos

investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a anotar o impacto positivo nas condições de segurança.

b) A confiança nos sistemas construtivos, embora não seja total, tem impacto muito

positivo sobre a rentabilização dos investimentos e o reconhecimento social.

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Propõe-se ainda um impacto positivo sobre a comodidade e conforto e a rentabilização dos negócios.

c) A adequação das tipologias às necessidades actuais não fica verificada pelo

facto de as construções terem o estilo arquitectónico dos Descobrimentos. Na realidade, dadas as dimensões médias do lote onde os edifícios se implantam e o número de fogos por piso, torna-se difícil proporcionar áreas por habitação que satisfaçam as necessidades actuais. Para que se verificasse esta característica seria necessário, ao nível de cada piso, agrupar duas ou mais habitações numa única, de modo a garantir condições mínimas de habitabilidade para a generalidade das famílias. A não verificação tem um impacto muito negativo sobre a comodidade e conforto, a rentabilização dos investimentos, o reconhecimento social e a rentabilização dos negócios.

d) As condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação não

ficam necessariamente verificadas por o traçado arquitectónico típico dos Descobrimentos, no entanto, dada a regularidade dos lotes e os processos construtivos utilizados, a adaptação às necessidades referidas não é complexa. A verificação deste factor tem impacto muito positivo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Consideramos ainda um impacto positivo na rentabilização dos negócios.

e) A possibilidade de fuga em caso de incêndio fica comprometida pelo estilo

arquitectónico dos edifícios do bairro. A não verificação desta característica tem impacto muito negativo nas condições de segurança e na rentabilização dos negócios.

f) A identificação com uma área da cidade tem impacto muito positivo sobre o

reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos. 8.2.2.2 Características base que não se verificam no Bairro Teórico proposto Neste Bairro Teórico os acessos pedonais são difíceis, a articulação entre os meios de transporte urbano é razoável, não existem zonas de jardim e lazer, a circulação automóvel é difícil e o estacionamento é escasso, o acesso a outras áreas da cidade é complicado pelas dificuldades de circulação automóvel, as tipologias não se encontram adaptadas às necessidades actuais, o níveis de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação devem ser melhorados, os acessos verticais não são mecanizados e não existe a possibilidade de fuga dos edifícios em caso de incêndio. 8.2.2.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico dos Descobrimentos com as características base propostas. Possibilidades de intervenção e seu impacto. a) Acessos pedonais fáceis Esta característica não está verificada à partida, devido à morfologia do bairro. Dado o traçado rectilíneo das vias e a largura média das mesmas, é possível implementar um sistema de mecânico de transporte de pessoas e bens ao longo de algumas vias de maior largura, ou onde o trânsito automóvel ficasse inibido. Este método implicaria a

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tomada prévia de decisões políticas e a concretização de estudos técnicos. A sua implementação traria implicações sobre o aspecto das vias públicas, embora sem lhes alterar o traçado. Outra solução consistiria na concretização de ascensores, com as limitações e consequências antes referidas. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica não está verificada à partida. Para que se concretizasse seria necessário alterar pontualmente o traçado viário e o estilo arquitectónico. Para proceder a estas alterações seriam necessárias decisões políticas consubstanciadas em estudos técnicos. c) Existência de jardins e zonas de lazer Esta característica não se verifica à partida. Para que se consiga a implantação de zonas ajardinadas e de lazer será necessário interferir com o traçado viário e com a homogeneidade do padrão arquitectónico. Esta intervenção, dada a ortogonalidade das ias, é possível sem afectar a generalidade do traçado viário do bairro. Para proceder à criação deste tipo de estruturas será necessária a intervenção do poder político consubstanciada por estudos e pareceres técnicos. A intervenção sobre o bairro no sentido de se verificar esta característica implicará forçosamente a demolição de património edificado e a alteração do traçado viário. d) Condições de segurança no bairro Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. e) Sinalização adequada Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. f) Espaços públicos com aspecto cuidado Esta característica não se verifica, sendo que a sua correcção depende da acção da Câmara Municipal de Lisboa e dos proprietários particulares. A sua implementação não implica qualquer adulteração da essência do bairro. g) Facilidade de circulação automóvel Esta característica não está verificada, devido à morfologia do bairro e ao traçado viário. Para que a mesma se verificasse seria necessário proceder ao alargamento das vias, o que implicaria à partida a demolição de património edificado em larga escala e a alteração do traçado viário. Este tipo de intervenções depende do poder político, consubstanciado em estudos técnicos. h) Facilidade de estacionamento Esta característica não se verifica. No caso deste bairro não é possível criar zonas de estacionamento ao longo das vias, dada a largura média destas. Visto que os lotes são de dimensões médias, é também muito difícil implementar estacionamentos sob os edifícios existentes. Para proceder à criação de lugares de estacionamento haverá a necessidade de criar silos automóveis em edifícios ou grupos de edifícios anteriormente destinados a outros fins sem que o aspecto exterior se altere ou, por exemplo, alterar pontualmente parte do património edificado e do traçado viário, criando novos equipamentos ou zonas comerciais onde se possam implementar estacionamentos.

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i) Facilidade de acesso a outras áreas da cidade Esta característica não se considera verificada para este bairro teórico. A sua implementação está condicionada à melhoria das condições de circulação automóvel e à melhoria da articulação dos meios de transporte urbano. j) Facilidade de acesso a serviços básicos Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico. k) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico, no que respeita ao fornecimento na via pública. No interior da generalidade dos edifícios do Bairro Teórico, dada a época da sua construção, registam-se problemas de qualidade e quantidade ao nível dos fornecimentos de energia eléctrica, gás e água. As águas residuais domésticas e águas pluviais são normalmente conduzidas por canalizações de grês que apresentam fissuras provocadas por assentamentos diferenciais, deformações ao nível de paredes e pavimentos e abalos sísmicos. As condutas de águas residuais domésticas estão ainda sub-dimensionadas para as necessidades actuais. As correcções dos problemas referidos neste ponto não implicam minimamente com a essência do bairro teórico. l) Existência de equipamentos Esta característica considera-se que não se verifica para todos os bairros teóricos. A sua implementação implicará alterações pontuais à uniformidade do estilo arquitectónico. Não será possível efectuá-las sem a intervenção do poder político. m) Sistemas construtivos sólidos Esta característica não se verifica em nenhum bairro teórico. No caso do Bairro Teórico Tipo II as correcções a efectuar são de algum relevo, reportando-se fundamentalmente à consolidação dos elementos verticais, reparação pontual de pavimentos, correcção dos sistemas de abastecimento de águas e drenagem de águas residuais e pluviais. O trabalho a executar não implica alterações nas características essenciais do bairro. n) Tipologias adequadas às necessidades Esta característica não se verifica nas edificações existentes no bairro. Dado que as dimensões dos lotes são médias, não será possível adaptar as construções às necessidades actuais sem que se proceda ao agrupamento de dois ou mais fogos num único. Esta solução permitiria o aumento de área útil de cada fogo. Em simultâneo seria necessário melhorar as condições sanitárias e adaptar as cozinhas às necessidades actuais. Para se proceder a estas alterações seria imprescindível a intervenção do poder político e os necessários estudos técnicos. No entanto, as correcções a efectuar não comprometem de forma decisiva o aspecto exterior dos edifícios, pelo que, consideramos que não existirá deturpação dos aspectos essenciais do bairro. o) Conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação Estas características não se verificam de forma absoluta no bairro teórico proposto, no entanto, a sua implementação não implica alterações de fundo ao aspecto exterior dos edifícios, mantendo-se assim o estilo arquitectónico existente.

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p) Acessos verticais mecanizados Esta característica não se verifica nos edifícios que compõem o património edificado deste bairro. Dadas as dimensões médias dos lotes não é possível na larga maioria dos edifícios implementar nas caixas de escada elevadores com acesso à generalidade dos pisos de cada construção. Para que esta medida se verificasse seria necessário alterar por completo a disposição interna dos edifícios a nível estrutural, com custos e inconvenientes de grande dimensão. q) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Esta característica não se verifica na generalidade das construções deste bairro teórico. Na realidade nos edifícios do estilo dos Descobrimentos não existe nem é fácil de implementar um acesso vertical que permita a fuga em caso de incêndio, visto que as dimensões dos lotes não permitem a implementação desses mecanismos. Em alternativa é possível investir em processos de combate ao incêndio e de treino de emergência. r) Identificação com uma área da cidade Pelo traçado viário, morfologia da zona e traçado arquitectónico podemos afirmar que existe identificação do bairro com uma área da cidade. s) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a morfologia do bairro, esta característica está verificada à partida. Como tal, não há quaisquer alterações a impor. 8.2.2.4 Impacto das características do bairro nos actores sociais e económicos 8.2.2.4.1 Impactos negativos provocados pelas características base que não se verificam a) Pelo facto de neste bairro a generalidade dos acessos pedonais serem difíceis,

existe uma menor atractividade para os distintos actores sociais. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tem um impacto negativo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente para a classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, segundo a tabela de ponderação proposta, verifica-se um impacto negativo na classe média média e média baixa e ainda um impacto indiferente na classe baixa.

No que respeita aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja negativo para a classe média média e indiferente para todas as classes média baixa e baixa. Dentro da classe dos estudantes, de acordo com o proposto, o impacto desta característica é negativo.

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Em relação aos trabalhadores, esta característica tem impacto negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo que nas classes média baixa e baixa a ponderação proposta é indiferente. No que se refere aos turistas, a má acessibilidade dos percursos pedonais impacta de forma negativa todas as classes. A dificuldade dos acessos pedonais, tem ainda um impacto negativo em todos os níveis e todos os ramos empresariais. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da ocorrência desta característica é negativo em todos os níveis.

b) Neste bairro teórico está proposto que a articulação e acesso aos meios de transporte urbano é difícil. Para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a não verificação desta característica tem um impacto negativo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo proposto que para a classe baixa, o impacto seja indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, esta característica tem impacto negativo na classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes, fica proposto que o impacto desta característica seja indiferente sobre todas as classes sociais. No caso dos estudantes, é considerado pela tabela proposta que o impacto da fraca articulação dos meios de transporte urbano seja negativo. Relativamente aos trabalhadores, a não verificação desta característica tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se que nas classes média média, média baixa e baixa o impacto é indiferente. No caso dos turistas, fica proposto que a não verificação desta característica tem um impacto negativo sobre todas as classes. Dentro dos diversos ramos empresariais, de acordo com a tabela de ponderação proposta, o impacto desta característica é negativo para todos os níveis. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da não verificação desta característica é negativo em todos os níveis.

c) A inexistência de jardins e zonas de lazer é uma das características deste bairro

teórico. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a inexistência destes

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espaços tenha um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela inexistência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a não verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto negativo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

d) O aspecto descuidado dos espaços públicos afecta principalmente as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja negativo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja negativo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja negativo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto descuidado dos espaços públicos seja negativo.

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Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo.

e) Apesar de as vias deste bairro serem tendencialmente ortogonais entre si, por a sua largura ser média, a circulação automóvel é difícil, tendo este aspecto impacto negativo na generalidade dos actores e das classes ou níveis existentes. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a dificuldade de circulação tem um impacto muito negativo nas classes alta e média alta, considerando-se ainda que o impacto é negativo nas classes média média e média baixa. Relativamente à classe baixa, fica considerado que o impacto é indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, considera-se através da tabela proposta que o impacto da não verificação desta característica é negativo para as classes média média e média baixa e indiferente para a classe baixa. No que se reporta aos imigrantes, considera-se que o impacto desta característica é negativo para a classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No caso dos estudantes, de acordo com a tabela proposta, consideramos que a dificuldade de circulação de veículos automóveis se traduz num impacto negativo. No que se refere aos trabalhadores, o impacto desta característica tem um comportamento muito semelhante com o que ocorre com os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Neste caso concreto, fica estabelecido que a sua não verificação tem um impacto muito negativo na classe alta, negativo nas classes média alta, média média e média baixa e indiferente na classe baixa. Relativamente aos turistas, propomos um impacto muito negativo para a classe alta, e negativo para as classes média e baixa. A não observação desta característica é, segundo o proposto, decisivo para a generalidade das áreas empresariais. Deste modo, propomos que o impacto seja muito negativo para o nível alto e negativo para os níveis médio e baixo. Por último e no que importa para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a dificuldade de circulação automóvel tenha um impacto muito negativo nos níveis alto e médio dos investidores imobiliários, assim como no nível alto dos prestadores de serviços e profissionais liberais. Fica ainda proposto que o impacto no nível médio dos prestadores de serviços e profissionais liberais seja negativo.

f) A escassez de estacionamento é uma característica que, ao ocorrer, afecta

praticamente todos os estratos sociais e todos os tipos de intervenientes na cidade. Segundo a tabela proposta de ponderação de características para os actores, este aspecto tem impacto muito negativo nas classes alta e média alta dos habitantes

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provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, impacto negativo nas classes média média e média baixa do mesmo conjunto de habitantes.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, regista-se apenas o impacto negativo na classe média média. Para os imigrantes, este factor é relativamente indiferente. No que respeita aos estudantes, a ponderação proposta encontra-se no limiar do negativo com o indiferente. Relativamente aos trabalhadores constatamos que a escassez de estacionamentos afecta muito negativamente as classes alta e média alta, tendo ainda um impacto negativo na classe média média. No que respeita aos turistas, de acordo com a tabela proposta, há a considerar um impacto muito negativo na classe alta, negativo na classe média e praticamente indiferente na classe baixa. A falta de estacionamento tem um impacto muito negativo na perspectiva da generalidade dos empresários com negócios de nível alto. Na generalidade dos empresários com negócios de nível médio e baixo, o impacto é negativo. A excepção prende-se com a hotelaria, onde mesmo no nível médio, o impacto é muito negativo. Nas actividades relacionadas com serviços e profissionais liberais, o impacto causado pela falta de estacionamento é muito negativo no nível alto e negativo no nível médio. Relativamente aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja muito negativo quer ao nível alto, quer ao nível médio.

g) A dificuldade de acesso a outras áreas da cidade é uma característica que se verifica para este bairro. Deste modo, propomos que relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa este factor tenha um impacto negativo para as classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo indiferente para a classe baixa.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do país e aos imigrantes, fica considerado, de acordo com a tabela proposta, que o impacto desta característica é indiferente para todas as classes indicadas. No que se refere aos estudantes, fica proposto que esta característica tenha um impacto indiferente nos mesmos. Por análise da tabela relativamente aos trabalhadores, referimos que a verificação desta medida tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, sendo indiferente nas demais.

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No caso dos turistas, consideramos que a ocorrência desta característica tem um impacto negativo em todas as classes propostas. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da dificuldade de acesso a outras áreas da cidade é negativo para todas, com excepção ao nível mais baixo da diversão nocturna, onde o impacto é indiferente. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto negativo para todos os níveis considerados.

h) A inexistência de equipamentos é outro dos aspectos característicos deste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela inexistência de equipamentos é negativo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é negativo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja negativo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja negativo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

i) A falta de confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que

prejudica este bairro teórico, afectando a perspectiva que os diversos actores sociais têm sobre ele. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto da falta de confiança nos sistemas construtivos seja negativo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais.

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No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é negativo para a classe alta e indiferente para as demais. A inexistência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto negativo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

j) A inadequação das tipologias afecta negativamente as classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a inadequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas. No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta negativamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo. Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a não adequação das tipologias afecta negativamente os níveis alto e médio.

k) A não verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação afecta negativamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente. A não verificação destas condições afecta negativamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do negativo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a não verificação desta característica afecta negativamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais.

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A falta de condições de conforto afecta negativamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

l) A não mecanização dos acessos verticais tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo relativamente indiferente para as classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto proposto é próximo do indiferente. No que respeita aos trabalhadores, é proposto que a não verificação deste factor tenha um impacto negativo sobre as classes alta e média alta, sendo indiferente para os demais. Considerando os turistas, propomos que o impacto seja negativo para os turistas de classe alta, no limiar entre o negativo e o indiferente para os de classe média e indiferente para os de classe baixa. A falta de condições de elevação mecânica afecta negativamente todos os ramos empresariais, nos níveis alto, médio e baixo. No que se refere aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, apontamos para um impacto negativo nos níveis alto e médio, provocado pela não verificação da característica.

m) A impossibilidade de fuga em caso de incêndio é uma restrição nem sempre valorizada mas de grande importância para quem ocupa uma determinada área numa perspectiva de longo prazo. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que a impossibilidade de fuga tenha um impacto negativo para as classes alta e média alta e indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas. No que concerne aos trabalhadores, propomos que a verificação desta característica tenha impacto negativo na classe alta e indiferente nas demais. No que reporta aos turistas, propomos que o impacto da verificação desta característica seja negativo para a classe alta e indiferente para as demais. Dentro dos diversos ramos empresariais considerados, propomos que esta característica tenha impacto negativo para todos eles e em todos os níveis indicados.

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Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto negativo para todos eles e em todos os níveis considerados.

8.2.2.4.2 Impactos positivos resultantes das características base que se

verificam

a) A existência de condições de segurança é outro aspecto caracteriza este bairro teórico. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente na classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto desta característica seja positivo na classe média média e indiferente nas classes média baixa e baixa. No caso dos imigrantes, consideramos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes indicadas. Relativamente aos estudantes, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo. No que se reporta aos trabalhadores, fica proposto que a verificação desta característica tenha impacto positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que interessa aos turistas, através da tabela de ponderação de características, consideramos que esta característica tem impacto positivo para todas as classes consideradas. Para os diversos ramos empresariais, consideramos que esta característica tem impacto muito positivo para o nível alto do ramo da hotelaria, sendo que em todos os outros níveis e em todos os ramos o impacto é positivo. No que importa para os serviços e profissionais liberais, de acordo com a tabela proposta, esta característica tem impacto positivo para todos os níveis considerados. Por último, no que se refere aos investidores imobiliários, propomos que o impacto desta característica seja muito importante para o nível alto e importante para o nível médio.

b) Para este bairro teórico considera-se que a sinalização é adequada. No que importa para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto desta característica seja positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa e indiferente para a classe baixa.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que o impacto desta característica é importante para a classe média média e indiferente para as demais. No que concerne aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja indiferente. No caso dos estudantes, de acordo com o indicado na tabela, fica proposto que o impacto desta característica seja positivo. Considerando os trabalhadores, propomos que o impacto da verificação desta característica seja positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que se refere aos turistas, propomos que o impacto desta característica seja importante para todas as classes consideradas. Por entre os vários ramos empresariais considerados fica proposto que o impacto da verificação desta característica seja importante para todos eles e a todos os níveis. Por último e no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto positivo para todos eles e em todos os níveis considerados.

c) A facilidade de acesso a serviços básicos é outra das características que se verifica para este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, consideramos que o impacto desta característica é positivo para tocas as classes com excepção da baixa, para a qual é indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, fica proposto que o impacto desta característica é importante para a classe média média e nulo para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes e aos estudantes, fica proposto que o impacto seja nulo. No caso dos trabalhadores, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo no caso das classes alta e média alta, sendo indiferente nas restantes. Relativamente aos turistas, propomos que esta característica tenha um impacto positivo para todas as classes. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas a áreas e para todos os níveis alto e médio, considerando-se indiferente para o nível baixo.

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Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

d) A fiabilidade na utilização nas redes de serviços é considerada como verificada neste bairro teórico. Deste modo, propomos que o impacto sobre os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa seja positivo em relação a todas as classes sociais, com excepção da classe baixa, para a qual consideramos que o impacto é indiferente.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que a verificação desta característica tem impacto positivo nas classes média média e média baixa e indiferente na classe baixa. No caso dos imigrantes, fica proposto que este aspecto tenha impacto positivo na classe média média e nulo nas classes média baixa e baixa. No que se reporta aos estudantes, o impacto é considerado positivo. Relativamente aos trabalhadores, de acordo com as tabelas criadas, o impacto da observação desta característica sobre estes é muito semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Deste modo, propomos que o impacto deste factor seja positivo para as classes sociais alta, média alta, média média e média e indiferente para a classe baixa. Considerando o caso dos turistas, propomos que o impacto verificado pela fiabilidade na utilização dos serviços seja positivo para todas as classes interessadas. No caso dos empresários de todos os ramos de negócios referidos, fica proposto que o impacto da verificação deste aspecto seja positivo em todos os níveis referidos. O comportamento proposto para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários é idêntico ao dos empresários, sendo positivo para todos os níveis considerados.

e) No caso deste bairro teórico verifica-se a identificação com uma área da cidade. Este aspecto, no que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que tenha impacto positivo na classe alta e indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas.

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No que se refere aos trabalhadores e aos turistas, de acordo com a tabela construída, propomos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes consideradas. No que importa às áreas empresariais consideradas, propomos que a verificação desta característica tenha impacto positivo nos níveis alto e médio e indiferente no nível baixo.

f) O facto de, no bairro em questão haver possibilidade de usufruir de paisagem

sobre a cidade e o rio, de acordo com a tabela de ponderação proposta, praticamente não cria impactos positivos na generalidade dos actores sociais e aos diversos níveis.

8.2.3 Bairro Teórico Tipo Medieval/Islâmico 8.2.3.1 Características essenciais do Bairro Teórico e sua implicação sobre os princípios propostos Neste sub-capítulo analisamos o impacto que as características essenciais propostas para o Bairro Teórico têm sobre as características base e, consequentemente, sobre os princípios propostos. 8.2.3.1.1 Bairro implantado em zona de encosta íngreme A verificação deste aspecto influencia negativamente a facilidade dos acessos pedonais e a articulação entre os meios de transporte urbano. A possibilidade de usufruir de paisagem melhora consideravelmente devido a esta característica. Com base na tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios podemos extrair o seguinte: a) Os acessos pedonais ficam dificultados pela inclinação da encosta, sendo que, no

caso deste bairro, este factor implica nas zonas de circulação perpendicular às curvas de nível a implantação de acessos em escadaria, dada a variação acentuada de cota. Este aspecto, por não se verificar, tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, considerando-se negativo na segurança, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social, na optimização da utilização do tempo e na rentabilização dos negócios.

b) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano é mais difícil de

implementar num bairro assente numa encosta íngreme, embora seja de considerar que este factor não é decisivo. Este aspecto, por não se verificar, tem impacto negativo na comodidade e conforto, na segurança, na rentabilização dos investimentos, na optimização da utilização do tempo e na rentabilização dos negócios.

c) Embora dependendo de outros factores, a circulação automóvel torna-se muito

complexa por se processar numa zona íngreme, relativamente a uma área plana ou

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de reduzida inclinação. Este aspecto, ao não se verificar, tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social, e na optimização da utilização do tempo. Há ainda que registar o impacto negativo na segurança e na rentabilização dos negócios.

d) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a outras áreas da

cidade também depende da orografia da zona, sendo que uma área íngreme piora as condições de acesso com outras partes da cidade. Este facto tem impacto muito negativo na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o impacto negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

e) Ainda que dependa de outros factores, a facilidade de acesso a serviços básicos

também depende da orografia da zona, sendo que uma zona urbana implantada sobre uma encosta íngreme piora as condições de acesso aos serviços que cada indivíduo necessita. Este facto tem impacto muito negativo na comodidade e conforto e na optimização da utilização do tempo. Regista-se ainda o impacto negativo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social.

f) A possibilidade de usufruir de paisagem sobre a cidade e o rio fica garantida

pelo facto de o bairro se implantar sobre uma encosta com inclinação significativa. Este facto tem impacto muito positivo sobre o reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos.

8.2.3.1.2 Traçado viário constituído por vias estreitas e sinuosas Este aspecto influencia negativamente a articulação entre os meios de transporte urbano, a facilidade de circulação automóvel, a facilidade de estacionamento e a facilidade de acesso a outras áreas da cidade. A identificação com uma área da cidade é bastante favorecida pelo traçado viário do bairro, já que esta é uma das características que mais resiste ao passar dos séculos. No caso presente, as características do traçado viário propostas são escassas no panorama nacional, sendo assim ainda mais valioso o seu contributo para a identificação com uma área da cidade. a) A articulação e acesso aos meios de transporte urbano é mais difícil de

efectuar quando, à partida, as vias já existentes são sinuosas e estreitas, não permitindo com facilidade a implantação de infra estruturas de interface entre sistemas de transporte. A não verificação deste aspecto tem impacto negativo sobre a comodidade e conforto, as condições de segurança, a rentabilização dos investimentos, a optimização da utilização do tempo e a rentabilização dos negócios.

b) A estreiteza das vias associada ao facto de estas serem sinuosas dificulta e por

vezes impossibilita a circulação automóvel. Os impactos negativos da não verificação deste factor já foram antes referidos.

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c) A facilidade de estacionamento é outra das características que não se verifica neste bairro. Por não existir regista-se um impacto muito negativo na comodidade e conforto, na massificação do uso do automóvel, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na optimização da utilização do tempo. Há ainda a referir o impacto negativo na rentabilização dos negócios.

d) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade, embora dependendo da

natureza das vias que confluem para o bairro, é outro dos factores que fica prejudicado pela natureza das vias. Os impactos da não verificação deste factor já foram antes referidos.

e) A identificação com uma área da cidade também beneficia com a verificação

desta característica, visto que a mesma, ao nível do centro histórico é única. Este factor tem impacto muito positivo sobre o reconhecimento social e positivo sobre a rentabilização dos investimentos.

8.2.3.1.3 Lotes de dimensões pequenas e irregulares Este factor influencia principalmente as características dos edifícios da zona. Mencionamos este aspecto sobretudo pelo facto de que as dimensões irregulares dos lotes proporcionam piores condições de recuperação e adaptação dos edifícios às necessidades actuais, relativamente aos que estão implantados em lotes regulares. Por outro lado, a diminuta dimensão dos lotes reduz a capacidade de adaptação das construções existentes às necessidades actuais e diminui, no geral dos edifícios, as hipóteses de proporcionar boas condições de iluminação e ventilação. Como aspecto positivo devemos indicar a identificação com uma área da cidade, visto que o padrão, ou ausência deste, que se observa na zona, combinado com o traçado viário cria em toda a área características únicas. a) A confiança nos sistemas construtivos é menor no caso de lotes irregulares, visto

que se torna muito mais complexo conseguir um padrão construtivo que sirva para a generalidade das edificações. Deste modo perde-se a hipótese de sistematizar o processo construtivo e aprender com os resultados sucessivamente obtidos. A acrescer a este aspecto, será importante referir que a diminuta dimensão dos lotes implica uma menor base de apoio e consequentemente um pior desempenho dos elementos estruturais relativamente à acção sísmica. A irregularidade dos lotes implica ainda uma pior dispersão das rigidezes dos elementos verticais, aos diversos níveis altimétricos, sendo assim e mais uma vez, prejudicada a resposta à acção sísmica. Segundo a tabela anteriormente proposta de correlação entre características e princípios, a falta de confiança nos sistemas construtivos tem impacto muito negativo na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda que referir o impacto negativo na comodidade e conforto, e na rentabilização dos negócios.

b) Embora as tipologias da generalidade dos edifícios existentes no centro histórico

de Lisboa não estejam adequadas às necessidades actuais, os casos dos edifícios implantados em lotes de dimensões pequenas e irregulares constituem os que dão pior resposta às realidades actuais. Dado que os lotes têm dimensão reduzida, não será possível realizar alterações no seu interior que permitam satisfazer as

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exigências actuais relativas às áreas das habitações. A não verificação da adequação das tipologias tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios.

c) A irregularidade dos lotes propicia piores condições de ventilação e iluminação,

visto que, por norma, diminui a relação entre as superfícies de contacto com o exterior e o volume dos edifícios. A não verificação das boas condições de iluminação e ventilação têm impacto muito negativo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Há ainda a registar um impacto negativo na rentabilização dos negócios.

d) As dimensões reduzidas e irregulares dos lotes prejudicam decisivamente as

hipóteses de implementar um sistema de acessos verticais mecanizados aos diversos. A impossibilidade potencial de verificação desta característica tem impacto muito negativo sobre a comodidade e conforto, a rentabilização dos investimentos, o reconhecimento social e a rentabilização dos negócios.

e) A possibilidade de fuga em caso de incêndio é diminuída pelo facto de não

haver espaço suficiente para a implantação de uma escada de salvação junto ao Alçado de Tardoz dos edifícios. A não verificação desta característica tem um impacto muito negativo sobre as condições de segurança e sobre a rentabilização dos negócios.

f) Apesar de não estar apenas dependente da regularidade dos lotes, o aspecto dos

espaços públicos fica prejudicado pela distribuição irregular das construções. A sua não verificação tem um impacto muito negativo na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a considerar um impacto negativo nas condições de segurança.

g) Tal como acima referido, este padrão irregular da dispersão e dimensão dos lotes

confere à zona características únicas, que garantem inequivocamente a identificação com uma área da cidade. A verificação desta característica tem impacto muito positivo no reconhecimento social e positivo na rentabilização dos investimentos.

8.2.3.1.4 Bairro com traçado arquitectónico indefinido A irregularidade do traçado arquitectónico tem influência negativa no aspecto dos espaços públicos, visto que proporciona um impacto visual desordenado sobre todos os utentes, à semelhança do que ocorre nas áreas de construção caótica ou anárquica, que muito proliferam em Portugal. Em acréscimo ao exposto, a ausência de traçado arquitectónico diminui a confiança nos sistemas construtivos, complica as possibilidades de adequação das tipologias às necessidades, dificulta a implementação de condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação. A possibilidade de fuga em caso de incêndio fica comprometida neste tipo de construções, visto que os traçados arquitectónicos patentes se implantam em lotes de reduzida dimensão. Por último, a identificação com uma área da cidade fica

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comprometida, no que respeita ao que se observa nos edifícios, embora se reconheça uma base de construção de carácter Medieval/Islâmico. a) Tal como previamente exposto, a indefinição do estilo arquitectónico das

construções piora o aspecto dos espaços públicos. Este facto tem impacto muito negativo na rentabilização dos investimentos, no reconhecimento social e na rentabilização dos negócios. Há ainda a anotar o impacto negativo nas condições de segurança.

b) A confiança nos sistemas construtivos, fica prejudicada pela indefinição do

traçado arquitectónico. Este aspecto tem impacto muito negativo sobre a rentabilização dos investimentos e o reconhecimento social. Propõe-se ainda um impacto negativo sobre a comodidade e conforto e a rentabilização dos negócios.

c) A adequação das tipologias às necessidades actuais não fica comprometida pela

irregularidade do traçado arquitectónico. De qualquer modo, este aspecto deve ser analisado conjuntamente com as reduzidas dimensões dos lotes. Na realidade, dadas as dimensões reduzidas e irregulares dos lotes onde os edifícios se implantam e o número de fogos por piso, torna-se difícil proporcionar áreas por habitação que satisfaçam as necessidades actuais. Para que se verificasse esta característica seria necessário, ao nível de cada piso, agrupar duas ou mais habitações numa única, de modo a garantir condições mínimas de habitabilidade para a generalidade das famílias. A sua não verificação tem um impacto muito negativo sobre a comodidade e conforto, a rentabilização dos investimentos, o reconhecimento social e a rentabilização dos negócios.

d) As condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação ficam

seriamente comprometidas com as dimensões irregulares e diminutas dos lotes, conjugadas com a irregularidade do traçado arquitectónico. A não verificação deste factor tem impacto muito negativo na comodidade e conforto, na rentabilização dos investimentos e no reconhecimento social. Consideramos ainda um impacto negativo na rentabilização dos negócios.

e) A possibilidade de fuga em caso de incêndio fica comprometida

fundamentalmente pelas reduzidas dimensões dos lotes, embora seja de referir que, dos estilos arquitectónicos existentes no bairro - Medieval/Islâmico, Descobrimentos e Pombalino - apenas o Pombalino contempla a possibilidade de fuga pelo Alçado de Tardoz em caso de incêndio. A não verificação desta característica tem impacto muito negativo nas condições de segurança e na rentabilização dos negócios.

f) No caso concreto e considerando apenas o estilo arquitectónico dos edifícios, este

é o bairro teórico que tem menor identificação com uma área da cidade. A não verificação desta característica tem impacto muito negativo sobre o reconhecimento social e negativo sobre a rentabilização dos investimentos.

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8.2.3.2 Características base que não se verificam no Bairro Teórico proposto Neste Bairro Teórico os acessos pedonais são muito difíceis, a articulação entre os meios de transporte urbano é reduzida, não existem zonas de jardim e lazer, a circulação automóvel é muito difícil e o estacionamento é escasso, o acesso a outras áreas da cidade é complicado pelas dificuldades de circulação automóvel, as tipologias não se encontram adaptadas às necessidades actuais, o níveis de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação são reduzidos, os acessos verticais não são mecanizados e não existe a possibilidade de fuga dos edifícios em caso de incêndio. 8.2.3.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico Medieval/Islâmico com as características base propostas. Possibilidades de intervenção e seu impacto. a) Acessos pedonais fáceis Esta característica não está verificada à partida, devido à morfologia do bairro, implantado sobre uma encosta íngreme. Dado o traçado sinuoso das vias e a reduzida largura das mesmas, é muito difícil implementar qualquer sistema mecânico de transporte de pessoas e bens ao longo do bairro. À partida, qualquer medida que se tome neste sentido alterará decisivamente a essência do bairro nas características quem mais lhe conferem identidade e diferenciação relativamente às restantes áreas da cidade, visto que para que tal suceda, ter-se-ia que comprometer em larga escala as características do traçado viário e, pontualmente, a inclinação da encosta onde o casario assenta. Em alternativa poder-se-ia criar um melhor sistema de transportes que envolvesse a zona e assim diminui-se os trajectos pedonais mais críticos. Para proceder a estas alterações seriam necessárias decisões políticas consubstanciadas em estudos técnicos. b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica não está verificada à partida. Dada a génese e as características do bairro, é muito difícil implementar no seu interior um sistema de articulação de transportes urbanos. A sua concretização teria que ser efectuada pelo exterior, eventualmente com base no exposto previamente para a melhoria dos acessos pedonais. Para proceder a estas alterações seriam necessárias decisões políticas consubstanciadas em estudos técnicos. c) Existência de jardins e zonas de lazer Esta característica não se verifica à partida. Para que se consiga a implantação de zonas ajardinadas e de lazer será necessário interferir com o traçado viário. Esta intervenção, dada a sinuosidade das vias e a estreiteza das mesmas, implicaria a demolição de quantidades significativas de património edificado, sendo que uma intervenção desta natureza fica dependente do poder político consubstanciada por estudos e pareceres técnicos.

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d) Condições de segurança no bairro Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. e) Sinalização adequada Esta característica considera-se verificada à partida para todos os bairros teóricos. f) Espaços públicos com aspecto cuidado Esta característica não se verifica, sendo que a sua correcção depende da acção da Câmara Municipal de Lisboa e dos proprietários particulares. A sua implementação não implica qualquer adulteração da essência do bairro. g) Facilidade de circulação automóvel Esta característica não está verificada, devido à morfologia do bairro e ao traçado viário. À semelhança do referido relativamente à circulação pedonal, qualquer alteração a efectuar no interior do bairro no sentido da melhoria deste aspecto comprometerá seriamente a identidade de toda a zona, pelo que não parece viável. Em alternativa poder-se-ia criar um sistema de parques de estacionamento, articulados com eventuais interfaces de transportes urbanos, na envolvente da área, que permitisse maior facilidade de acesso ao interior da zona sem o recurso do automóvel. Este tipo de intervenções depende do poder político, consubstanciado em estudos técnicos. h) Facilidade de estacionamento Esta característica não se verifica. No caso deste bairro não é possível criar zonas de estacionamento ao longo das vias, dada a reduzida largura das mesmas e as dificuldades de acesso automóvel. Visto que os lotes são de dimensões reduzidas e irregulares é também muito difícil implementar estacionamentos sob os edifícios existentes. A adaptação de conjuntos de edifícios a silos automóveis também se afigura muito complexa, dadas as características físicas dos lotes. As eventuais soluções para dar resposta às crescentes necessidades de estacionamento automóvel passarão, tal como acima referido, pela criação no exterior do bairro de estacionamentos dispersos pela sua periferia. Este tipo de intervenções depende do poder político, consubstanciado em estudos técnicos. i) Facilidade de acesso a outras áreas da cidade Esta característica não se considera verificada para este bairro teórico. A sua implementação está condicionada à melhoria das condições de circulação automóvel e à melhoria da articulação dos meios de transporte urbano. j) Facilidade de acesso a serviços básicos Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico.

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k) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Esta característica considera-se verificada para este bairro teórico, no que respeita ao fornecimento na via pública. No interior da generalidade dos edifícios do Bairro Teórico, dada a época da sua construção, registam-se problemas de qualidade e quantidade ao nível dos fornecimentos de energia eléctrica, gás e água. As águas residuais domésticas e águas pluviais são normalmente conduzidas por canalizações de grês que apresentam fissuras provocadas por assentamentos diferenciais, deformações ao nível de paredes e pavimentos e abalos sísmicos. As condutas de águas residuais domésticas estão ainda sub-dimensionadas para as necessidades actuais. As correcções dos problemas referidos neste ponto não implicam minimamente com a essência do bairro teórico. l) Existência de equipamentos Esta característica considera-se que não se verifica para todos os bairros teóricos. A sua implementação implicará alterações pontuais ao padrão do traçado viário. Embora no caso presente o estilo arquitectónico não esteja definido, dado que os lotes são em geral de dimensões reduzidas e irregulares, existirão também alterações ao nível da volumetria e alçados dos equipamentos a construir. Não será possível efectuá-las sem a intervenção do poder político. m) Sistemas construtivos sólidos Esta característica não se verifica em nenhum bairro teórico. No caso do Bairro Teórico Tipo III as correcções a efectuar são de relevo, reportando-se fundamentalmente à consolidação de terrenos sob fundações, de elementos verticais, reparação pontual de pavimentos, correcção dos sistemas de abastecimento de águas e drenagem de águas residuais e pluviais. O trabalho a executar não implica alterações nas características essenciais do bairro. n) Tipologias adequadas às necessidades Esta característica não se verifica nas edificações existentes no bairro. Dado que as dimensões dos lotes são reduzidas, não será possível adaptar as construções às necessidades actuais sem que se proceda ao agrupamento de dois ou mais fogos num único. Esta solução permitiria o aumento de área útil de cada fogo. Em simultâneo seria necessário melhorar as condições sanitárias e adaptar as cozinhas às necessidades actuais. Para se proceder a estas alterações seria imprescindível a intervenção do poder político e os necessários estudos técnicos. No entanto, as correcções a efectuar não comprometem de forma decisiva o aspecto exterior dos edifícios, pelo que, consideramos que não existirá deturpação dos aspectos essenciais do bairro. o) Conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação Estas características não se verificam de forma absoluta no bairro teórico proposto, no entanto, a sua implementação não implica alterações de fundo ao aspecto exterior dos edifícios, mantendo-se assim o estilo arquitectónico existente.

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p) Acessos verticais mecanizados Esta característica não se verifica nos edifícios que compõem o património edificado deste bairro. Dadas as dimensões reduzidas e irregulares dos lotes não é possível na larga maioria dos edifícios implementar nas caixas de escada elevadores com acesso à generalidade dos pisos de cada construção. Para que esta medida se verificasse seria necessário alterar por completo a disposição interna dos edifícios a nível estrutural, com custos e inconvenientes de grande dimensão. q) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Esta característica não se verifica na generalidade das construções deste bairro teórico. Na realidade, nos edifícios existentes neste bairro teórico, não existe nem é fácil de implementar um acesso vertical que permita a fuga em caso de incêndio, visto que as dimensões dos lotes não permitem a implementação desses mecanismos. Em alternativa é possível investir em processos de combate ao incêndio e de treino de emergência. r) Identificação com uma área da cidade Pelo traçado viário e pelas características únicas dos lotes, apesar de não se verificar um estilo arquitectónico definido, podemos afirmar que existe uma grande identificação do bairro com uma área da cidade. s) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a morfologia do bairro, esta característica está verificada à partida. Como tal, não há quaisquer alterações a impor. 8.2.3.4 Impacto das características do bairro nos actores sociais e económicos 8.2.3.4.1 Impactos negativos provocados pelas características base que não se verificam a) Pelo facto de neste bairro a generalidade dos acessos pedonais serem difíceis,

existe uma menor atractividade para os distintos actores sociais. Neste Bairro Teórico, as considerações indicadas são semelhantes às do caso anterior (Bairro Teórico Tipo II), no entanto, as dificuldades do acesso pedonal são mais intensas, devido a uma maior inclinação da encosta, sendo complementarmente mais complexo obviá-las, devido ao traçado caótico das vias. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tem um impacto negativo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente para a classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, segundo a tabela de ponderação proposta, verifica-se um impacto negativo na classe média média e média baixa e ainda um impacto indiferente na classe baixa.

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No que respeita aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja negativo para a classe média média e indiferente para todas as classes média baixa e baixa. Dentro da classe dos estudantes, de acordo com o proposto, o impacto desta característica é negativo. Em relação aos trabalhadores, esta característica tem impacto negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo que nas classes média baixa e baixa a ponderação proposta é indiferente. No que se refere aos turistas, a má acessibilidade dos percursos pedonais impacta de forma negativa todas as classes. A dificuldade dos acessos pedonais, tem ainda um impacto negativo em todos os níveis e todos os ramos empresariais. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da ocorrência desta característica é negativo em todos os níveis.

b) Neste bairro teórico está proposto que a articulação e acesso aos meios de transporte urbano é difícil. Para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a não verificação desta característica tem um impacto negativo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo proposto que para a classe baixa, o impacto seja indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, esta característica tem impacto negativo na classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes, fica proposto que o impacto desta característica seja indiferente sobre todas as classes sociais. No caso dos estudantes, é considerado pela tabela proposta que o impacto da fraca articulação dos meios de transporte urbano seja negativo. Relativamente aos trabalhadores, a não verificação desta característica tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se que nas classes média média, média baixa e baixa o impacto é indiferente. No caso dos turistas, fica proposto que a não verificação desta característica tem um impacto negativo sobre todas as classes. Dentro dos diversos ramos empresariais, de acordo com a tabela de ponderação proposta, o impacto desta característica é negativo para todos os níveis.

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No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da não verificação desta característica é negativo em todos os níveis.

c) A inexistência de jardins e zonas de lazer é uma das características deste bairro

teórico. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a inexistência destes espaços tenha um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela inexistência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a não verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da inexistência destes espaços seja negativo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto negativo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

d) O aspecto descuidado dos espaços públicos afecta principalmente as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja negativo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja negativo

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para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja negativo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto descuidado dos espaços públicos seja negativo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo.

e) A circulação automóvel neste bairro teórico é muito difícil, por se combinar a pouca largura das vias com o traçado sinuoso das mesmas. Este aspecto tem impacto negativo na generalidade dos actores e das classes ou níveis existentes. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a dificuldade de circulação tem um impacto muito negativo nas classes alta e média alta, considerando-se ainda que o impacto é negativo nas classes média média e média baixa. Relativamente à classe baixa, fica considerado que o impacto é indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, considera-se através da tabela proposta que o impacto da não verificação desta característica é negativo para as classes média média e média baixa e indiferente para a classe baixa. No que se reporta aos imigrantes, considera-se que o impacto desta característica é negativo para a classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No caso dos estudantes, de acordo com a tabela proposta, consideramos que a dificuldade de circulação de veículos automóveis se traduz num impacto negativo. No que se refere aos trabalhadores, o impacto desta característica tem um comportamento muito semelhante com o que ocorre com os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Neste caso concreto, fica estabelecido que a sua não verificação tem um impacto muito negativo na classe alta, negativo nas classes média alta, média média e média baixa e indiferente na classe baixa. Relativamente aos turistas, propomos um impacto muito negativo para a classe alta, e negativo para as classes média e baixa. A não observação desta característica é, segundo o proposto, decisivo para a generalidade das áreas empresariais. Deste modo, propomos que o impacto seja muito negativo para o nível alto e negativo para os níveis médio e baixo. Por último e no que importa para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a dificuldade de circulação automóvel

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tenha um impacto muito negativo nos níveis alto e médio dos investidores imobiliários, assim como no nível alto dos prestadores de serviços e profissionais liberais. Fica ainda proposto que o impacto no nível médio dos prestadores de serviços e profissionais liberais seja negativo.

f) A escassez de estacionamento é uma característica que, ao ocorrer, afecta

praticamente todos os estratos sociais e todos os tipos de intervenientes na cidade. Segundo a tabela proposta de ponderação de características para os actores, este aspecto tem impacto muito negativo nas classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, impacto negativo nas classes média média e média baixa do mesmo conjunto de habitantes.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, regista-se apenas o impacto negativo na classe média média. Para os imigrantes, este factor é relativamente indiferente. No que respeita aos estudantes, a ponderação proposta encontra-se no limiar do negativo com o indiferente. Relativamente aos trabalhadores constatamos que a escassez de estacionamentos afecta muito negativamente as classes alta e média alta, tendo ainda um impacto negativo na classe média média. No que respeita aos turistas, de acordo com a tabela proposta, há a considerar um impacto muito negativo na classe alta, negativo na classe média e praticamente indiferente na classe baixa. A falta de estacionamento tem um impacto muito negativo na perspectiva da generalidade dos empresários com negócios de nível alto. Na generalidade dos empresários com negócios de nível médio e baixo, o impacto é negativo. A excepção prende-se com a hotelaria, onde mesmo no nível médio, o impacto é muito negativo. Nas actividades relacionadas com serviços e profissionais liberais, o impacto causado pela falta de estacionamento é muito negativo no nível alto e negativo no nível médio. Relativamente aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja muito negativo quer ao nível alto, quer ao nível médio.

g) A dificuldade de acesso a outras áreas da cidade é uma característica que se verifica para este bairro. Deste modo, propomos que relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa este factor tenha um impacto negativo para as classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo indiferente para a classe baixa.

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No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do país e aos imigrantes, fica considerado, de acordo com a tabela proposta, que o impacto desta característica é indiferente para todas as classes indicadas. No que se refere aos estudantes, fica proposto que esta característica tenha um impacto indiferente nos mesmos. Por análise da tabela relativamente aos trabalhadores, referimos que a verificação desta medida tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, sendo indiferente nas demais. No caso dos turistas, consideramos que a ocorrência desta característica tem um impacto negativo em todas as classes propostas. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da dificuldade de acesso a outras áreas da cidade é negativo para todas, com excepção ao nível mais baixo da diversão nocturna, onde o impacto é indiferente. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto negativo para todos os níveis considerados.

h) A inexistência de equipamentos é outro dos aspectos característicos deste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto negativo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela inexistência de equipamentos é negativo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é negativo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja negativo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja negativo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

i) A falta de confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que

prejudica este bairro teórico, afectando a perspectiva que os diversos actores

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sociais têm sobre ele. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja negativo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto da falta de confiança nos sistemas construtivos seja negativo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais. No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é negativo para a classe alta e indiferente para as demais. A inexistência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto negativo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja negativo para todos os níveis considerados.

j) A inadequação das tipologias afecta negativamente as classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a inadequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas. No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta negativamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo. Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a não adequação das tipologias afecta negativamente os níveis alto e médio.

k) A não verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e ventilação afecta negativamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a não verificação desta característica é relativamente indiferente.

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A não verificação destas condições afecta negativamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do negativo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a não verificação desta característica afecta negativamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais. A falta de condições de conforto afecta negativamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

l) A não mecanização dos acessos verticais tem um impacto negativo nas classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo relativamente indiferente para as classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto proposto é próximo do indiferente. No que respeita aos trabalhadores, é proposto que a não verificação deste factor tenha um impacto negativo sobre as classes alta e média alta, sendo indiferente para os demais. Considerando os turistas, propomos que o impacto seja negativo para os turistas de classe alta, no limiar entre o negativo e o indiferente para os de classe média e indiferente para os de classe baixa. A falta de condições de elevação mecânica afecta negativamente todos os ramos empresariais, nos níveis alto, médio e baixo. No que se refere aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, apontamos para um impacto negativo nos níveis alto e médio, provocado pela não verificação da característica.

m) A impossibilidade de fuga em caso de incêndio é uma restrição nem sempre

valorizada mas de grande importância para quem ocupa uma determinada área numa perspectiva de longo prazo. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que a impossibilidade de fuga tenha um impacto negativo para as classes alta e média alta e indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas.

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No que concerne aos trabalhadores, propomos que a verificação desta característica tenha impacto negativo na classe alta e indiferente nas demais. No que reporta aos turistas, propomos que o impacto da verificação desta característica seja negativo para a classe alta e indiferente para as demais. Dentro dos diversos ramos empresariais considerados, propomos que esta característica tenha impacto negativo para todos eles e em todos os níveis indicados. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto negativo para todos eles e em todos os níveis considerados.

8.2.3.4.2 Impactos positivos resultantes das características base que se

verificam a) A existência de condições de segurança é outro aspecto caracteriza este bairro

teórico. No que se refere aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente na classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto desta característica seja positivo na classe média média e indiferente nas classes média baixa e baixa. No caso dos imigrantes, consideramos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes indicadas. Relativamente aos estudantes, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo. No que se reporta aos trabalhadores, fica proposto que a verificação desta característica tenha impacto positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que interessa aos turistas, através da tabela de ponderação de características, consideramos que esta característica tem impacto positivo para todas as classes consideradas. Para os diversos ramos empresariais, consideramos que esta característica tem impacto muito positivo para o nível alto do ramo da hotelaria, sendo que em todos os outros níveis e em todos os ramos o impacto é positivo. No que importa para os serviços e profissionais liberais, de acordo com a tabela proposta, esta característica tem impacto positivo para todos os níveis considerados.

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Por último, no que se refere aos investidores imobiliários, propomos que o impacto desta característica seja muito importante para o nível alto e importante para o nível médio.

b) Para este bairro teórico considera-se que a sinalização é adequada. No que importa para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto desta característica seja positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa e indiferente para a classe baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que o impacto desta característica é importante para a classe média média e indiferente para as demais. No que concerne aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja indiferente. No caso dos estudantes, de acordo com o indicado na tabela, fica proposto que o impacto desta característica seja positivo. Considerando os trabalhadores, propomos que o impacto da verificação desta característica seja positivo para as classes alta, média alta e média média e indiferente para as demais. No que se refere aos turistas, propomos que o impacto desta característica seja importante para todas as classes consideradas. Por entre os vários ramos empresariais considerados fica proposto que o impacto da verificação desta característica seja importante para todos eles e a todos os níveis. Por último e no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que esta característica tenha impacto positivo para todos eles e em todos os níveis considerados.

c) A facilidade de acesso a serviços básicos é outra das características que se verifica para este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, consideramos que o impacto desta característica é positivo para tocas as classes com excepção da baixa, para a qual é indiferente.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, fica proposto que o impacto desta característica é importante para a classe média média e nulo para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes e aos estudantes, fica proposto que o impacto seja nulo.

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No caso dos trabalhadores, consideramos que o impacto da verificação desta característica é positivo no caso das classes alta e média alta, sendo indiferente nas restantes. Relativamente aos turistas, propomos que esta característica tenha um impacto positivo para todas as classes. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas a áreas e para todos os níveis alto e médio, considerando-se indiferente para o nível baixo. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

d) A fiabilidade na utilização nas redes de serviços é considerada como verificada neste bairro teórico. Deste modo, propomos que o impacto sobre os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa seja positivo em relação a todas as classes sociais, com excepção da classe baixa, para a qual consideramos que o impacto é indiferente.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, consideramos que a verificação desta característica tem impacto positivo nas classes média média e média baixa e indiferente na classe baixa. No caso dos imigrantes, fica proposto que este aspecto tenha impacto positivo na classe média média e nulo nas classes média baixa e baixa. No que se reporta aos estudantes, o impacto é considerado positivo. Relativamente aos trabalhadores, de acordo com as tabelas criadas, o impacto da observação desta característica sobre estes é muito semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Deste modo, propomos que o impacto deste factor seja positivo para as classes sociais alta, média alta, média média e média e indiferente para a classe baixa. Considerando o caso dos turistas, propomos que o impacto verificado pela fiabilidade na utilização dos serviços seja positivo para todas as classes interessadas. No caso dos empresários de todos os ramos de negócios referidos, fica proposto que o impacto da verificação deste aspecto seja positivo em todos os níveis referidos. O comportamento proposto para os serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários é idêntico ao dos empresários, sendo positivo para todos os níveis considerados.

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e) No caso deste bairro teórico verifica-se a identificação com uma área da cidade. Este aspecto, no que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que tenha impacto positivo na classe alta e indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que esta característica tenha impacto nulo sobre todos eles e em todas as classes propostas.

No que se refere aos trabalhadores e aos turistas, de acordo com a tabela construída, propomos que o impacto desta característica seja indiferente para todas as classes consideradas. No que importa às áreas empresariais consideradas, propomos que a verificação desta característica tenha impacto positivo nos níveis alto e médio e indiferente no nível baixo.

f) O facto de, no bairro em questão haver possibilidade de usufruir de paisagem

sobre a cidade e o rio, de acordo com a tabela de ponderação proposta, praticamente não cria impactos positivos na generalidade dos actores sociais e aos diversos níveis.

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9. Resposta Teórica Potencial de Curto Prazo Neste capítulo vamos propor e analisar a resposta teórica de cada Bairro, admitindo as correcções que se podem fazer no prazo de quatro anos, correspondente a um mandato autárquico, e que não implicam reacções políticas adversas. À semelhança do que tem ocorrido nos últimos vinte anos, consideramos que o investimento dos particulares apenas ocorrerá de forma consequente a partir do momento que o estado garanta o investimento necessário nas medidas de fundo que permitam a reabilitação de cada bairro, melhorando assim as perspectivas com que os diversos investidores observam cada área. 9.1 Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo) 9.1.1 Características base que se consideram melhoradas no curto prazo No curto prazo e dentro da linha do politicamente correcto que tem pautado a actuação dos dirigentes autárquicos é apenas possível melhorar o aspecto dos espaços públicos e a rede de equipamentos sociais. Da parte dos particulares seria possível melhorar as redes de alimentação de água, gás, electricidade, telefone e demais serviços no interior dos edifícios, a confiança nos sistemas construtivos, as condições de conforto no interior dos edifícios e, por fim, criar acessos verticais mecanizados para os diversos pisos de cada construção. No entanto, tal como anteriormente exposto e seguindo o exemplo do que sucedeu nos últimos vinte anos, não é crível que os particulares invistam nos aspectos acima referidos sem que o estado e a autarquia criem condições ao nível das infra-estruturas urbanas, o que, no caso deste bairro, se pode executar de modo mais simples que nos demais. 9.1.2 Características base que continuam não verificadas De acordo com o sub-capítulo anterior, continua a faltar um número significativo de características base que passamos a descrever; a implantação de jardins e zonas de lazer, o aumento do número de estacionamentos, a fiabilidade na utilização das redes de serviços, a confiança nos sistemas construtivos, a adequação das tipologias às necessidades, as condições de conforto no interior dos edifícios, os acessos verticais mecanizados e a possibilidade de usufruir de paisagem. 9.1.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As alterações propostas em 9.1.1 têm impacto reduzido ou nulo na essência do Bairro Teórico, não colidindo com esta. 9.1.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos Neste sub-capítulo vamos apenas descrever o que se altera em termos de impacto, relativamente à análise previamente efectuada para a resposta teórica actual. A

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descrição da totalidade dos impactos resultaria redundante e fastidiosa, em nada contribuindo para a análise efectuada. Em qualquer caso, serão apresentadas matrizes de impacto para todos os bairros teóricos e para todas as análises efectuadas. a) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

b) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis.

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Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

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9.2 Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos) 9.2.1 Características base que se consideram melhoradas no curto prazo No curto prazo e dentro da linha do politicamente correcto que tem pautado a actuação dos dirigentes autárquicos é apenas possível melhorar o aspecto dos espaços públicos e a rede de equipamentos sociais. Da parte dos particulares seria possível melhorar as redes de alimentação de água, gás, electricidade, telefone e demais serviços no interior dos edifícios, a confiança nos sistemas construtivos, bem como, as condições de conforto no interior dos edifícios. A criação de acessos verticais mecanizados é bastante mais complexa, dadas as dimensões dos lotes e dos edifícios. No entanto, tal como anteriormente exposto e seguindo o exemplo do que sucedeu nos últimos vinte anos, não é crível que os particulares invistam nos aspectos acima referidos sem que o estado e a autarquia criem condições ao nível das infra-estruturas urbanas, no caso deste bairro, de modo mais simples que nos demais. 9.2.2 Características base que continuam não verificadas De acordo com o sub-capítulo anterior, continua a faltar um número significativo de características base que passamos a descrever; a criação de acessos pedonais fáceis, a articulação dos meios de transporte urbano, a implantação de jardins e zonas de lazer, a melhoria da circulação automóvel, o aumento do número de estacionamentos, a fiabilidade na utilização das redes de serviços, a confiança nos sistemas construtivos, a adequação das tipologias às necessidades, as condições de conforto no interior dos edifícios, os acessos verticais mecanizados e a possibilidade de fuga em caso de incêndio. 9.2.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As alterações propostas em 9.2.1 têm impacto reduzido ou nulo na essência do Bairro Teórico, não colidindo com esta. 9.2.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos Neste sub-capítulo vamos apenas descrever o que se altera em termos de impacto, relativamente à análise previamente efectuada para a resposta teórica actual. A descrição da totalidade dos impactos resultaria redundante e fastidiosa, em nada contribuindo para a análise efectuada. Em qualquer caso, serão apresentadas matrizes de impacto para todos os bairros teóricos e para todas as análises efectuadas. a) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

b) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

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9.3 Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico) 9.3.1 Características base que se consideram melhoradas no curto prazo No curto prazo e dentro da linha do politicamente correcto que tem pautado a actuação dos dirigentes autárquicos é apenas possível melhorar o aspecto dos espaços públicos e a rede de equipamentos sociais. Da parte dos particulares seria possível melhorar as redes de alimentação de água, gás, electricidade, telefone e demais serviços no interior dos edifícios, a confiança nos sistemas construtivos, bem como, as condições de conforto no interior dos edifícios. A criação de acessos verticais mecanizados é bastante mais complexa, dadas as dimensões dos lotes e dos edifícios. No entanto, tal como anteriormente exposto e seguindo o exemplo do que sucedeu nos últimos vinte anos, não é crível que os particulares invistam nos aspectos acima referidos sem que o estado e a autarquia criem condições ao nível das infra-estruturas urbanas, no caso deste bairro, de modo mais simples que nos demais. 9.3.2 Características base que continuam não verificadas De acordo com o sub-capítulo anterior, continua a faltar um número significativo de características base que passamos a descrever; a criação de acessos pedonais fáceis, a articulação e acesso aos meios de transporte urbano, a implantação de jardins e zonas de lazer, a melhoria da circulação automóvel, o aumento do número de estacionamentos, a fiabilidade na utilização das redes de serviços, a confiança nos sistemas construtivos, a adequação das tipologias às necessidades, as condições de conforto no interior dos edifícios, os acessos verticais mecanizados e a possibilidade de fuga em caso de incêndio. 9.3.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As alterações propostas em 9.3.1 têm impacto reduzido ou nulo na essência do Bairro Teórico, não colidindo com esta. 9.3.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos Neste sub-capítulo vamos apenas descrever o que se altera em termos de impacto, relativamente à análise previamente efectuada para a resposta teórica actual. A descrição da totalidade dos impactos resultaria redundante e fastidiosa, em nada contribuindo para a análise efectuada. Em qualquer caso, serão apresentadas matrizes de impacto para todos os bairros teóricos e para todas as análises efectuadas. a) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

b) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

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10. Resposta Teórica Potencial de Médio Prazo Neste capítulo vamos propor e analisar a resposta teórica de cada Bairro, admitindo as correcções que se podem fazer no prazo de vinte anos, correspondente à duração de cinco mandatos autárquicos, considerando a tomada de medidas politicamente corajosas, que proporcionem que os bairros sejam verdadeiramente reabilitados. Ao invés do considerado no capítulo anterior, neste caso concreto admitiremos um papel activo dos particulares, fundamentalmente na reabilitação dos edifícios. 10.1 Bairro Teórico Tipo I (Iluminismo) 10.1.1 Características base que se consideram melhoradas no médio prazo Este bairro teórico tem a possibilidade de num prazo razoável melhorar significativamente as suas características base, sem comprometer a sua essência. Deste modo, tal como previamente analisado, é considerado possível neste documento implantar no bairro jardins e zonas de lazer, apresentar os espaços públicos com aspecto cuidado, melhorar as condições de estacionamento no bairro, dotar a zona com uma rede de equipamentos sociais, melhorar a confiança dos sistemas construtivos, adequar as tipologias às necessidades actuais, melhorar as condições de conforto térmico, acústico de iluminação e ventilação e colocar acessos verticais mecanizados em cada edifício. 10.1.2 Características base que continuam não verificadas De entre todas as características propostas, apenas a possibilidade de usufruir de paisagem não fica verificada, não se podendo considerar tal como crítico. 10.1.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As mudanças propostas no médio prazo provocam nalguns casos alterações à essência do bairro teórico, que passamos a analisar: a) A implementação de jardins e zonas de lazer no interior do bairro é uma medida

que implica uma mudança na implantação dos lotes dos edifícios, a demolição de algumas edificações, bem como, a alteração pontual ao traçado viário. Estas correcções são de natureza pontual, não havendo a necessidade de se propagarem por todo o bairro;

b) Os processos conducentes ao bom aspecto dos espaços públicos não implicam

qualquer alteração à essência do bairro; c) A criação de estacionamentos é um factor que, a ser executado, necessita de uma

maior disseminação por todo o bairro, tendo por isso que se considerar que a sua implementação poderá impor algumas alterações à essência da zona. No caso concreto do Bairro Teórico Tipo I, devido à grande largura das vias e às dimensões e regularidade dos lotes, é possível criar estacionamentos na via

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pública e em edifícios já existentes, considerando neste último caso a alteração estrutural e arquitectónica do interior das construções, mantendo o seu traçado exterior;

d) A execução de uma rede de equipamentos sociais é um aspecto que não tem

implicações importantes na essência do bairro em análise. Poderão existir alterações pontuais ao nível do estilo arquitectónico, mas sem relevo no cômputo geral da área;

e) O reforço dos sistemas construtivos, por forma a garantir maior solidez às

estruturas e confiança aos seus utilizadores, engloba um número elevado de acções que não interferem com a essência do bairro teórico em análise. De facto, numa perspectiva mais ampla, este reforço será essencial para a preservação do património arquitectónico da zona e de todo o bairro em questão;

f) A adequação das tipologias às necessidades actuais implica alterações

arquitectónicas e estruturais no interior dos edifícios sem que essas mesmas mudanças se reflictam no seu aspecto exterior. No caso concreto do Bairro Teórico Tipo I, visto que as dimensões dos lotes são generosas e que os fogos são compostos por um número elevado de divisões, é fácil proceder à adequação das construções às necessidades;

g) A implementação de condições de conforto não cria praticamente quaisquer

condicionalismos à essência do bairro teórico, mormente no que se refere ao estilo arquitectónico dos edifícios. Como excepção referimos a colocação de janelas com vidro duplo, que, mesmo sendo de madeira, produzem um impacto visual diferente do que se observa nas tradicionais. Este aspecto, contudo, é praticamente inevitável, visto conferir por si só um muito melhor comportamento térmico e, em simultâneo, garantir um superior isolamento acústico relativamente ao exterior;

h) A implementação de acessos verticais mecanizados, não implica qualquer

alteração ao estilo arquitectónico dos edifícios, relativamente ao seu aspecto exterior. Interiormente, por a caixa de escadas ser de grandes dimensões, é possível implementar um meio de elevação mecânico nessa área sem interferir com os espaços interiores de cada fogo.

10.1.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos Neste sub-capítulo vamos apenas descrever o que se altera em termos de impacto, relativamente à análise previamente efectuada para a resposta teórica actual. A descrição da totalidade dos impactos resultaria redundante e fastidiosa, em nada contribuindo para a análise efectuada. Em qualquer caso, serão apresentadas matrizes de impacto para todos os bairros teóricos e para todas as análises efectuadas. a) A existência de jardins e zonas de lazer é uma característica que causa impacto

positivo nos actores sociais e económicos que compõem a estrutura do bairro. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes

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provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a existência destes espaços tenha um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela existência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto positivo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

b) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo.

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Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

c) A criação de lugares de estacionamento é uma característica que, ao ocorrer,

afecta praticamente todos os estratos sociais e todos os tipos de intervenientes na cidade. Segundo a tabela proposta de ponderação de características para os actores, este aspecto tem impacto muito positivo nas classes alta e média alta dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, impacto positivo nas classes média média e média baixa do mesmo conjunto de habitantes.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, regista-se apenas o impacto positivo na classe média média. Para os imigrantes, este factor é relativamente indiferente. No que respeita aos estudantes, a ponderação proposta encontra-se no limiar do positivo com o indiferente. Relativamente aos trabalhadores constatamos que a existência de estacionamentos afecta muito positivamente as classes alta e média alta, tendo ainda um impacto positivo na classe média média. No que respeita aos turistas, de acordo com a tabela proposta, há a considerar um impacto muito positivo na classe alta, positivo na classe média e praticamente indiferente na classe baixa. A disseminação dos lugares de estacionamento tem um impacto muito positivo na perspectiva da generalidade dos empresários com negócios de nível alto. Na generalidade dos empresários com negócios de nível médio e baixo, o impacto é positivo. A excepção prende-se com a hotelaria, onde mesmo no nível médio, o impacto é muito positivo. Nas actividades relacionadas com serviços e profissionais liberais, o impacto causado pela existência de lugares de estacionamento é muito positivo no nível alto e positivo no nível médio. Relativamente aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja muito positivo quer ao nível alto, quer ao nível médio.

d) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente.

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Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

e) A confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que, a existir,

melhora a perspectiva que os diversos actores sociais têm sobre este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto provocado pela existência de confiança nos sistemas construtivos seja positivo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais. No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é positivo para a classe alta e indiferente para as demais. A existência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto positivo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

f) A adequação das tipologias afecta positivamente as classes alta e média alta dos

habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a adequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas.

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No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta positivamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo. Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a adequação das tipologias afecta positivamente os níveis alto e médio.

g) A verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e

ventilação afecta positivamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. A verificação das condições de conforto afecta positivamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do positivo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a verificação desta característica afecta positivamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais. A criação de condições de conforto afecta positivamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

h) A mecanização dos acessos verticais tem um impacto positivo nas classes alta,

média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo relativamente indiferente para as classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto proposto é próximo do indiferente. No que respeita aos trabalhadores, é proposto que a verificação deste factor tenha um impacto positivo sobre as classes alta e média alta, sendo indiferente para as demais. Considerando os turistas, propomos que o impacto seja positivo para os turistas de classe alta, no limiar entre o positivo e o indiferente para os de classe média e indiferente para os de classe baixa. A existência de condições de elevação mecânica afecta positivamente todos os ramos empresariais, nos níveis alto, médio e baixo.

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No que se refere aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, apontamos para um impacto positivo nos níveis alto e médio, provocado pela verificação da característica.

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10.2 Bairro Teórico Tipo II (Descobrimentos) 10.2.1 Características base que se consideram melhoradas no médio prazo No caso do Bairro Teórico dos Descobrimentos, devido às suas características essenciais, é possível, numa perspectiva de médio prazo, dar respostas totais ou parciais às características base propostas. No que respeita aos acessos pedonais, na actualidade tal como antes descrito, estes são difíceis, devido fundamentalmente à inclinação da encosta. Dado o traçado rectilíneo das vias, com particular destaque para as que são perpendiculares às curvas de nível, é possível em algumas dessas artérias colocar meios de transporte de pessoas em passadeira mecânica ou em escada. Na realidade, esta solução já está implementada em Lisboa em algumas estações de Metropolitano, onde é muito elevado o desnível que se verifica entre a cota de circulação das composições e a via pública. Consideramos deste modo, que é possível resolver parcialmente o problema dos acessos pedonais no interior do bairro. Relativamente à articulação e acesso aos meios de transporte urbano, consideramos que a solução apontada para os acessos pedonais também resolve parcialmente esta característica. No que se refere à implantação de jardins e zonas de lazer, consideramos que é possível a execução desse equipamento no bairro, procedendo a pequenas alterações ao traçado viário. O tratamento adequado dos espaços públicos é uma medida de fácil implementação e que já estava prevista na simulação de curto prazo. No que se refere ao estacionamento, consideramos que é muito difícil aumentar significativamente o número de lugares de estacionamento no bairro, em virtude de os lotes serem de pequena dimensão, as vias serem estreitas e por isso não ser possível colocar mais estacionamentos na rua, inviabilizando ao mesmo tempo o franco acesso do automóvel a todos os locais possíveis para estacionar. O acesso a outras áreas da cidade, continuará a ser muito difícil, partindo do interior do bairro, visto que a circulação automóvel é limitada. Esta característica fica no entanto parcialmente melhorada, por se considerar que a maior facilidade de circulação pedonal contribuirá para um melhor acesso a terminais de meios de transporte urbano a existirem no interior ou na periferia do bairro. Relativamente às redes de serviços, consideramos que no médio prazo é possível resolver os problemas existentes na alimentação domiciliária. No que importa à criação de equipamentos sociais, consideramos que é uma medida se pode resolver no curto prazo, sendo assim de fácil implementação no médio prazo.

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A confiança nos sistemas construtivos depende em larga escala da sua solidez. Consideramos que no médio prazo é possível intervir nos edifícios de forma a restituir-lhes a solidez necessária. A adequação das tipologias às necessidades é uma característica que consideramos que se consegue melhorar significativamente no médio prazo, através da tecnologia existente e da adaptação dos fogos às novas necessidades. As de condições de conforto térmico, acústico, iluminação e ventilação podem ser melhoradas significativamente no médio prazo, através das tecnologias e soluções construtivas actuais. 10.2.2 Características base que continuam não verificadas No médio prazo, existem três características base que dificilmente poderão ser melhoradas de forma drástica. Referimo-nos à circulação de veículos automóveis, ao estacionamento e ao acesso a outras áreas da cidade. Das três agora referidas, importa referir que o acesso a outras áreas da cidade será a que mais melhorias poderá sentir, devido à maior facilidade de circulação de peões gerada pelas medidas propostas no capítulo anterior. 10.2.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As mudanças propostas no médio prazo provocam nalguns casos alterações à essência do bairro teórico, que passamos a analisar: a) A criação de acessos pedonais mecanizados em algumas das vias perpendiculares

às curvas de nível, alterará forçosamente a morfologia do traçado viário existente, a nível dos revestimentos, da utilização do espaço da via, dos materiais e volumes que necessariamente serão impostos à área. Deste modo, consideramos que a essência do bairro fica alterada ao longo das ruas afectadas, justificando-se esta alteração com a resposta que a mesma oferece no sentido de resolver parte das carências dos habitantes;

b) A articulação entre os meios de transporte urbano, sendo conseguida à custa da

melhoria da circulação dos peões no interior do bairro, não implica por si só qualquer alteração adicional à essência deste;

c) A implementação de jardins e zonas de lazer no interior do bairro é uma medida

que implica uma mudança na implantação dos lotes dos edifícios, a demolição de algumas edificações, bem como, a alteração pontual ao traçado viário. Estas correcções são de natureza pontual, não havendo a necessidade de se propagarem por todo o bairro;

d) Os processos conducentes ao bom aspecto dos espaços públicos não implicam

qualquer alteração à essência do bairro;

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e) A execução de uma rede de equipamentos sociais é um aspecto que não tem implicações importantes na essência do bairro em análise. Poderão existir alterações pontuais ao nível do estilo arquitectónico, mas sem relevo no cômputo geral da área;

f) O reforço dos sistemas construtivos, por forma a garantir maior solidez às

estruturas e confiança aos seus utilizadores, engloba um número elevado de acções que não interferem com a essência do bairro teórico em análise. De facto, numa perspectiva mais ampla, este reforço será essencial para a preservação do património arquitectónico da zona e de todo o bairro em questão;

g) A adequação das tipologias às necessidades actuais implica alterações

arquitectónicas e estruturais no interior dos edifícios, sem que essas mesmas mudanças se reflictam no seu aspecto exterior. No caso concreto do Bairro Teórico Tipo II, visto que as dimensões dos lotes são médias e que os fogos são compostos por um número reduzido de divisões, a adequação das construções às necessidades actuais implicará em muitos casos a transformação de distintos fogos num único. Estas alterações, processar-se-ão a nível interior, não afectando a essência do bairro no seu exterior;

h) A implementação de condições de conforto não cria praticamente quaisquer

condicionalismos à essência do bairro teórico, mormente no que se refere ao estilo arquitectónico dos edifícios. Como excepção, referimos a colocação de janelas com vidro duplo, que, mesmo sendo de madeira, produzem um impacto visual diferente do que se observa nas tradicionais. Este aspecto, contudo, é praticamente inevitável, visto conferir por si só um muito melhor comportamento térmico e, em simultâneo, garantir um superior isolamento acústico relativamente ao exterior.

10.2.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos Neste sub-capítulo vamos apenas descrever o que se altera em termos de impacto, relativamente à análise previamente efectuada para a resposta teórica actual. A descrição da totalidade dos impactos resultaria redundante e fastidiosa, em nada contribuindo para a análise efectuada. Em qualquer caso, serão apresentadas matrizes de impacto para todos os bairros teóricos e para todas as análises efectuadas. a) Pelo facto de neste bairro se melhorarem os acessos pedonais, existe uma muito

maior atractividade para os distintos actores sociais. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, considerando-se indiferente para a classe baixa. Importa referir que a melhoria nos acessos pedonais é apenas parcial.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, segundo a tabela de ponderação proposta, verifica-se um impacto positivo na classe média média e média baixa e ainda um impacto indiferente na classe baixa.

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No que respeita aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja positivo para a classe média média e indiferente para todas as classes média baixa e baixa. Dentro da classe dos estudantes, de acordo com o proposto, o impacto desta característica é positivo. Em relação aos trabalhadores, esta característica tem impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo que nas classes média baixa e baixa a ponderação proposta é indiferente. No que se refere aos turistas, a boa acessibilidade dos percursos pedonais impacta de forma positiva todas as classes. As boas características dos acessos pedonais, tem ainda um impacto positivo em todos os níveis e todos os ramos empresariais. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

b) Neste bairro teórico fica proposto que a médio prazo a articulação e acesso aos

meios de transporte urbano se considera melhorada. Para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo proposto que para a classe baixa, o impacto seja indiferente. Importa referir que a melhoria na articulação entre os meios de transporte urbano é apenas parcial.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, esta característica tem impacto positivo na classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes, fica proposto que o impacto desta característica seja indiferente sobre todas as classes sociais. No caso dos estudantes, é considerado pela tabela proposta que o impacto da boa articulação dos meios de transporte urbano seja positivo. Relativamente aos trabalhadores, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se que nas classes média média, média baixa e baixa o impacto é indiferente. No caso dos turistas, fica proposto que a verificação desta característica tem um impacto positivo sobre todas as classes. Dentro dos diversos ramos empresariais, de acordo com a tabela de ponderação proposta, o impacto desta característica é positivo para todos os níveis.

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No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

c) A existência de jardins e zonas de lazer é uma característica que causa impacto

positivo nos actores sociais e económicos que compõem a estrutura do bairro. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a existência destes espaços tenha um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela existência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto positivo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

d) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo

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para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

e) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade é uma característica passa a ser

parcialmente verificada para este bairro. Deste modo, propomos que relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tenha um impacto positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo este impacto indiferente para a classe baixa. Importa referir que a melhoria na facilidade de acesso a outras áreas da cidade é apenas parcial.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do país e aos imigrantes, fica considerado, de acordo com a tabela proposta, que o impacto desta característica é indiferente para todas as classes indicadas. No que se refere aos estudantes, fica proposto que esta característica tenha um impacto indiferente nos mesmos. Por análise da tabela relativamente aos trabalhadores, referimos que a verificação desta medida tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, sendo indiferente nas demais. No caso dos turistas, consideramos que a verificação desta característica tem um impacto positivo em todas as classes propostas. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas, com excepção ao nível mais baixo da diversão nocturna, onde o impacto é indiferente. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

f) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

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No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

g) A confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que, a existir,

melhora a perspectiva que os diversos actores sociais têm sobre este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto provocado pela existência de confiança nos sistemas construtivos seja positivo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais. No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é positivo para a classe alta e indiferente para as demais. A existência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto positivo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

h) A adequação das tipologias afecta positivamente as classes alta e média alta dos

habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a adequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas. No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta positivamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo. Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a adequação das tipologias afecta positivamente os níveis alto e médio.

i) A verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e

ventilação afecta positivamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. A verificação das condições de conforto afecta positivamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do positivo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a verificação desta característica afecta positivamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais. A criação de condições de conforto afecta positivamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

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10.3 Bairro Teórico Tipo III (Medieval/Islâmico) 10.3.1 Características base que se consideram melhoradas no médio prazo No caso do Bairro Teórico Medieval/Islâmico, pela combinação da orografia da encosta com o traçado viário de tendência caótica, à luz dos conhecimentos actuais, é impossível sem comprometer a essência do bairro, melhorar decisivamente os acessos pedonais no seu interior. Há, contudo, a hipótese de melhorar parcialmente os acessos pedonais e a articulação com os meios de transporte urbano, através da criação de estacionamentos e terminais de meios de comunicação na periferia da zona. Esta acção será tanto mais eficaz, quanto menor for a área do bairro relativamente ao seu perímetro, permitindo assim uma maior zona de influência de cada ponto terminal de meio de transporte. Salientamos que estas medidas agora referidas apenas poderão proporcionar uma resolução parcial das dificuldades de circulação pedonal e de articulação com os meios de transporte urbano. Por se tratar de um bairro teórico implantado numa encosta íngreme, haverá a necessidade de garantir que os pontos de acesso para o interior do bairro estejam espalhados por zonas de cotas altimétricas diferentes, não sendo viável a solução de todos eles se situarem ao nível das zonas de cota mais baixa ou de cota mais alta. No que se refere à implantação de jardins e zonas de lazer, consideramos que é possível a execução desse equipamento no bairro, procedendo a pequenas alterações ao traçado viário. O tratamento adequado dos espaços públicos é uma medida de fácil implementação e que já estava prevista na simulação de curto prazo. Para o acesso a outras áreas da cidade, propomos uma evolução semelhante ao referido para os acessos pedonais e para articulação com os meios de transporte urbano, isto é, é praticamente impossível à luz dos conhecimentos actuais melhorar decisivamente esta característica, no entanto, há a possibilidade através da criação de locais de estacionamento e de terminais de meios de transporte urbano na periferia do bairro, atenuar os efeitos negativos de que este factor enferma. Deste modo, consideramos que a médio prazo esta característica fica parcialmente melhorada. Relativamente às redes de serviços, consideramos que no médio prazo é possível resolver os problemas existentes na alimentação domiciliária. No que importa à criação de equipamentos sociais, consideramos que é uma medida se pode resolver no curto prazo, sendo assim de fácil implementação no médio prazo. A confiança nos sistemas construtivos depende em larga escala da sua solidez. Consideramos que no médio prazo é possível intervir nos edifícios de forma a restituir-lhes a solidez necessária. No caso particular deste bairro, em média os edifícios são de menor porte, constituindo este aspecto um factor positivo para a melhoria da sua estabilidade. Por outro lado, dado o generalizado desconhecimento relativamente aos métodos construtivos utilizados e a génese de auto-construção que

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existe em grande parte dos edifícios existentes, torna-se mais problemático intervir de modo eficaz em cada construção. No que concerne à adequação das tipologias às necessidades actuais, a reduzida dimensão dos lotes origina que o espaço interior da generalidade das edificações seja exíguo. No entanto, é possível no médio prazo adaptar as habitações existentes de modo a comportarem em cada uma das suas fracções famílias com um número relativamente reduzido de membros, garantindo ao mesmo tempo as condições de higiene necessárias. As de condições de conforto térmico, acústico, iluminação e ventilação podem ser melhoradas significativamente no médio prazo, através das tecnologias e soluções construtivas actuais. 10.3.2 Características base que continuam não verificadas A circulação de veículos automóveis está decisivamente comprometida pelas características do bairro, não havendo viabilidade de a melhorar significativamente. A combinação das ruas de reduzida largura com a existência de vias em escada, em substituição de planos inclinados acompanhando o declive da área, torna a melhoria da circulação automóvel bastante precária ou praticamente inviável. O estacionamento de veículos automóveis é outra das características que muito dificilmente poderão ser melhoradas sem comprometer as características essenciais do bairro, naturalmente considerando os conhecimentos actuais. A reduzida largura das vias, impede por si só a criação de lugares de estacionamento. Por outro lado, a irregularidade da geometria dos lotes acrescida da sua reduzida dimensão, não proporciona a realização de lugares de estacionamento no interior ou no subsolo das habitações. Acresce ainda a grande dificuldade que iria existir para efectuar manobras de entrada e saída de qualquer estacionamento privado, fosse este em desnível ou à cota da via pública. No que se reporta à colocação de acessos verticais mecanizados nas edificações existentes, consideramos que o reduzidíssimo espaço no interior das caixas de escada dos edifícios inviabiliza por completo a implementação deste tipo de mecanismos. 10.3.3 Resumo do relacionamento do Bairro Teórico com as alterações propostas As mudanças propostas no médio prazo provocam nalguns casos alterações à essência do bairro teórico, que passamos a analisar: a) A criação de pontos no exterior do bairro com locais de estacionamento e

terminais de meios de transporte urbano, por forma a facilitar os acessos pedonais e a articulação dos meios de transporte, não altera a morfologia das vias do bairro e não compromete a essência deste. No entanto, relativamente ao exterior do bairro teórico a situação será a oposta, visto que iremos descarregar sobre a sua periferia o ónus relativo às exigências actuais;

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b) No que concerne à articulação entre os meios de transporte urbano, repete-se o

raciocínio acima indicado;

c) A implementação de jardins e zonas de lazer no interior do bairro é uma medida que implica uma mudança na implantação dos lotes dos edifícios, a demolição de algumas edificações, bem como, a alteração pontual ao traçado viário. Estas correcções são de natureza pontual, não havendo a necessidade de se propagarem por todo o bairro;

d) Os processos conducentes ao bom aspecto dos espaços públicos não implicam

qualquer alteração à essência do bairro; e) A execução de uma rede de equipamentos sociais é um aspecto que não tem

implicações importantes na essência do bairro em análise. Poderão existir alterações pontuais ao nível do estilo arquitectónico, mas sem relevo no cômputo geral da área;

f) O reforço dos sistemas construtivos, por forma a garantir maior solidez às

estruturas e confiança aos seus utilizadores, engloba um número elevado de acções que não interferem com a essência do bairro teórico em análise. De facto, numa perspectiva mais ampla, este reforço será essencial para a preservação do património arquitectónico da zona e de todo o bairro em questão;

g) A adequação das tipologias às necessidades actuais implica alterações

arquitectónicas e estruturais no interior dos edifícios, sem que essas mesmas mudanças se reflictam no seu aspecto exterior. No caso concreto do Bairro Teórico Tipo III, visto que as dimensões dos lotes são reduzidas e irregulares, a adequação será forçosamente efectuada pensando em núcleos familiares com um número reduzido de membros. As alterações que houver a impor processar-se-ão basicamente pelo interior das edificações, não afectando a essência do bairro no seu exterior;

h) A implementação de condições de conforto não cria praticamente quaisquer

condicionalismos à essência do bairro teórico, mormente no que se refere ao estilo arquitectónico dos edifícios. Como excepção, referimos a colocação de janelas com vidro duplo, que, mesmo sendo de madeira, produzem um impacto visual diferente do que se observa nas tradicionais. Este aspecto, contudo, é praticamente inevitável, visto conferir por si só um muito melhor comportamento térmico e, em simultâneo, garantir um superior isolamento acústico relativamente ao exterior.

10.3.4 Impacto da melhoria das características nos actores sociais e económicos a) Pelo facto de neste bairro se melhorarem os acessos pedonais, existe uma muito

maior atractividade para os distintos actores sociais. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa,

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considerando-se indiferente para a classe baixa. Importa referir que a melhoria dos acessos pedonais é apenas parcial.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, segundo a tabela de ponderação proposta, verifica-se um impacto positivo na classe média média e média baixa e ainda um impacto indiferente na classe baixa.

No que respeita aos imigrantes, propomos que o impacto desta característica seja positivo para a classe média média e indiferente para todas as classes média baixa e baixa. Dentro da classe dos estudantes, de acordo com o proposto, o impacto desta característica é positivo. Em relação aos trabalhadores, esta característica tem impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo que nas classes média baixa e baixa a ponderação proposta é indiferente. No que se refere aos turistas, a boa acessibilidade dos percursos pedonais impacta de forma positiva todas as classes. As boas características dos acessos pedonais, tem ainda um impacto positivo em todos os níveis e todos os ramos empresariais. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

b) Neste bairro teórico fica proposto que a médio prazo a articulação e acesso aos

meios de transporte urbano se considera melhorada. Para os habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo proposto que para a classe baixa, o impacto seja indiferente. Importa referir que a melhoria da articulação com os meios de transporte urbano é apenas parcial.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do país, esta característica tem impacto positivo na classe média média e indiferente para as classes média baixa e baixa. No que se refere aos imigrantes, fica proposto que o impacto desta característica seja indiferente sobre todas as classes sociais. No caso dos estudantes, é considerado pela tabela proposta que o impacto da boa articulação dos meios de transporte urbano seja positivo. Relativamente aos trabalhadores, a verificação desta característica tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se que nas classes média média, média baixa e baixa o impacto é indiferente.

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No caso dos turistas, fica proposto que a verificação desta característica tem um impacto positivo sobre todas as classes. Dentro dos diversos ramos empresariais, de acordo com a tabela de ponderação proposta, o impacto desta característica é positivo para todos os níveis. No caso dos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, fica proposto que o impacto da verificação desta característica é positivo em todos os níveis.

c) A existência de jardins e zonas de lazer é uma característica que causa impacto

positivo nos actores sociais e económicos que compõem a estrutura do bairro. Naturalmente este é um aspecto que impacta primordialmente as classes de maior poder aquisitivo. Deste modo, propomos que, relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa a existência destes espaços tenha um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente nas restantes.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, propomos que o impacto deste factor seja indiferente. No que se reporta aos trabalhadores, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto causado pela existência de jardins e zonas de lazer é indiferente para todas as classes. No que se refere aos turistas, consideramos que a verificação desta característica é indiferente para todas as classes. Nos diversos ramos de empresários considerados, de acordo com o anteriormente construído, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo em todos os negócios de nível alto, bem como nos negócios de nível médio do sector da hotelaria. Relativamente ao nível médio dos restantes negócios e ao nível baixo de todos eles, propomos que o impacto seja indiferente. Relativamente aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto da existência destes espaços seja positivo no nível alto. Ao nível médio, propomos o impacto positivo relativamente aos investidores imobiliários e indiferente no que se reporta aos demais.

d) O aspecto cuidado dos espaços públicos afecta de modo positivo principalmente

as classes mais altas e toda a área empresarial e de investimento imobiliário. No que concerne aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este factor tem um impacto positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas classes média baixa e baixa.

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Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, propomos que o impacto seja positivo na classe média média e indiferente nas restantes.

No que respeita aos imigrantes e aos estudantes, de acordo com a tabela referida, propomos que o impacto seja indiferente. O comportamento dos trabalhadores é semelhante ao dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando proposto que o impacto seja positivo para as classes alta e média alta e indiferente para as classes média média, média baixa e baixa. No caso dos turistas, propomos que o impacto seja positivo para a classe alta e indiferente para as demais. Em todas as áreas empresariais e para todos os níveis de negócio, propomos que o impacto provocado pelo aspecto cuidado dos espaços públicos seja positivo. Por último, relativamente aos serviços e profissionais liberais, bem como, aos investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo.

e) A facilidade de acesso a outras áreas da cidade é uma característica passa a ser

parcialmente verificada para este bairro. Deste modo, propomos que relativamente aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa esta característica tenha um impacto positivo para as classes alta, média alta, média média e média baixa, sendo este impacto indiferente para a classe baixa. Importa referir que a melhoria na facilidade de acesso a outras áreas da cidade é apenas parcial.

No que respeita aos habitantes provenientes de outras zonas do país e aos imigrantes, fica considerado, de acordo com a tabela proposta, que o impacto desta característica é indiferente para todas as classes indicadas. No que se refere aos estudantes, fica proposto que esta característica tenha um impacto indiferente nos mesmos. Por análise da tabela relativamente aos trabalhadores, referimos que a verificação desta medida tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, sendo indiferente nas demais. No caso dos turistas, consideramos que a verificação desta característica tem um impacto positivo em todas as classes propostas. No que importa às diversas áreas empresariais, considera-se que o impacto da verificação desta característica é positivo para todas, com excepção ao nível mais baixo da diversão nocturna, onde o impacto é indiferente. Por último e no que se reporta aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que a observação desta característica tenha um impacto positivo para todos os níveis considerados.

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f) A existência de equipamentos sociais é outro dos aspectos passíveis de serem

alterados no curto prazo, neste bairro teórico. No que respeita aos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, este aspecto tem um impacto positivo nas classes alta e média alta, considerando-se indiferente para as demais.

No que se refere aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, consideramos que o impacto deste factor é indiferente. Relativamente aos trabalhadores, o impacto proposto pela existência de equipamentos é positivo na classe alta e indiferente nas demais. Do que se reporta aos turistas, consideramos que o impacto é positivo para as classes alta e média e indiferente para a classe baixa. No caso dos empresários de comércio, diversão nocturna e restauração, propomos que o impacto seja positivo para os níveis alto e médio, sendo indiferente para o nível baixo. Passando para os empresários do ramo da hotelaria, fica proposto que o impacto seja positivo para todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

g) A confiança nos sistemas construtivos é outro dos aspectos que, a existir,

melhora a perspectiva que os diversos actores sociais têm sobre este bairro teórico. No caso dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, propomos que o impacto seja positivo nas classes alta, média alta e média média, sendo indiferente nas demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, o impacto desta característica é nulo. No que se refere aos trabalhadores, propomos que o impacto provocado pela existência de confiança nos sistemas construtivos seja positivo nas classes alta e média alta e indiferente nas demais. No caso dos turistas, de acordo com a tabela proposta, consideramos que o impacto é positivo para a classe alta e indiferente para as demais. A existência de confiança nos sistemas construtivos tem um impacto positivo para todos os empresários dos diversos ramos considerados e em todos os níveis. Por último, no que importa aos serviços, profissionais liberais e investidores imobiliários, propomos que o impacto seja positivo para todos os níveis considerados.

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h) A adequação das tipologias afecta positivamente as classes alta e média alta dos

habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa, sendo indiferente para as demais.

Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. No que respeita aos trabalhadores, a adequação das tipologias é praticamente indiferente para todas as classes sociais, ocorrendo o mesmo com os turistas. No caso dos empresários, segundo a tabela proposta, este factor afecta positivamente todos os negócios de nível alto e médio, sendo relativamente indiferente para os de nível baixo. Para os serviços e profissionais liberais, bem como para os investidores imobiliários, fica proposto que a adequação das tipologias afecta positivamente os níveis alto e médio.

i) A verificação das condições de conforto térmico, acústico, de iluminação e

ventilação afecta positivamente as classes alta, média alta e média média dos habitantes provenientes da Área Metropolitana de Lisboa. Relativamente aos habitantes provenientes de outras zonas do País, aos imigrantes e aos estudantes, a verificação desta característica é relativamente indiferente. A verificação das condições de conforto afecta positivamente ao trabalhadores da classe alta, sendo relativamente indiferente para os restantes. Relativamente aos turistas, apenas para os que se situam na classe alta está proposta uma afectação no limiar do positivo. Para as demais classes, a ponderação é indiferente. No que respeita aos empresários, fica proposto que a verificação desta característica afecta positivamente os negócios de nível alto e médio, sendo indiferente para os demais. A criação de condições de conforto afecta positivamente os níveis alto e médio dos serviços e profissionais liberais, bem como dos investidores imobiliários.

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11. Comparação das respostas teóricas actuais e potenciais de curto e médio prazo dos bairros teóricos propostos 11.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

No caso do Bairro Teórico Tipo do Iluminismo consideramos que os acessos pedonais são bons nos três momentos indicados – actual, curto prazo e médio prazo. No Bairro Teórico dos Descobrimentos e no Bairro Teórico Medieval/Islâmico os acessos são íngremes devido à inclinação da encosta, sendo que o declive desta é maior no caso Medieval/Islâmico. No curto prazo não prevemos que se venha a concretizar qualquer alteração significativa. No caso do médio prazo, por via da constituição, na periferia dos bairros, de novos pontos de estacionamento e de acessos a transportes públicos, consideramos que os acessos pedonais melhoram, não ficando contudo totalmente resolvidos. No caso do Bairro Teórico dos Descobrimentos, tirando partido do alinhamento das vias, é possível, no médio prazo, executar passadeiras mecânicas para transporte de peões ao longo das ruas perpendiculares às curvas de nível. Em resumo, fica proposto que a resposta teórica do Bairro Teórico do Iluminismo é melhor que a dos demais, sendo ainda de considerar que, apesar de os restantes sofrerem de insuficiências comuns, o Bairro Teórico dos Descobrimentos tem uma melhor resposta potencial no médio prazo.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano No caso do Bairro Teórico Tipo do Iluminismo consideramos que a articulação e acesso aos meios de transporte urbano está garantida nos três momentos indicados – actual, curto prazo e médio prazo. No Bairro Teórico dos Descobrimentos e no Bairro Teórico Medieval/Islâmico, pelo traçado viário proposto, não se considera verificada esta característica no momento actual e no curto prazo. No médio prazo, através da colocação de pontos de acesso a transportes públicos na periferia do bairro, é possível melhorá-la, sem que fique completamente resolvida. No caso do Bairro Teórico dos Descobrimentos, à semelhança do indicado na alínea anterior, é viável, no médio prazo, colocar passadeiras mecânicas para transporte de peões articuladas com os pontos de acesso a transportes públicos. Como resumo indicamos os raciocínios já expostos na alínea anterior.

c) Jardins e zonas de lazer

No caso desta característica consideramos que a resposta dos três bairros teóricos considerados será muito semelhante. Deste modo, não prevemos que a mesma constitua um factor de distinção entre os diferentes tipos de áreas considerados. No caso presente, fica proposto que a criação de jardins e zonas de lazer ocorrerá nos três bairros teóricos no médio prazo.

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d) Segurança nos bairros

Este factor considera-se igualmente distribuído pelos três bairros teóricos propostos, estando prevista a existência de condições de segurança em todas as áreas indicadas. À semelhança do que ocorre no caso anterior, esta característica não constitui factor de distinção entre as áreas consideradas.

e) Sinalização

Tal como sucede para as condições de segurança, este factor verifica-se para os três bairros teóricos considerados não constituindo, nos três momentos propostos, um factor de distinção entre eles.

f) Apresentação dos espaços públicos

Para os três bairros teóricos propostos ocorrem respostas teóricas semelhantes nos três momentos de análise. Assim, na actualidade consideramos que as espaços públicos não apresentam um aspecto cuidado, invertendo-se esta situação no curto e no médio prazo.

g) Circulação dos veículos automóveis

No caso desta característica, propomos que exista uma grande diferença entre o Bairro Teórico do Iluminismo e os dois restantes bairros – Bairro Teórico dos Descobrimentos e Bairro Teórico Medieval/Islâmico. De facto fica proposto que a circulação de veículos automóveis seja fácil no primeiro, difícil nos restantes. Importa ainda referir que, pelo traçado viário proposto para estes dois últimos, a circulação de veículos no Medieval/Islâmico é mais difícil que no dos Descobrimentos. Esta análise é válida para os três momentos considerados. Como tal, consideramos que existe uma diferença marcante entre o Bairro Teórico do Iluminismo e os demais bairros indicados.

h) Estacionamento de veículos automóveis

Esta característica não se verifica na actualidade nos três bairros teóricos propostos. No curto prazo, não prevemos que a mesma se possa alterar em qualquer das áreas indicadas. No médio prazo, pelas características referidas para cada espaço, consideramos que o Bairro Teórico do Iluminismo terá condições de garantir o estacionamento de veículos automóveis, enquanto que os demais permanecerão com insuficiências nesta característica. Deste modo, propomos a existência de uma diferença marcante entre o Bairro Teórico do Iluminismo e os demais Bairro Teóricos.

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i) Acesso a outras áreas da cidade

Esta característica considera-se como parcialmente verificada para os três bairros teóricos propostos no instante actual. No médio prazo, apenas no Bairro Teórico dos Descobrimentos se pode considerar a mesma como verificada.

j) Acesso a serviços básicos

Esta característica considera-se verificada para os três bairros teóricos propostos nos três momentos de análise indicados. Como tal, não constitui factor de distinção entre as áreas em estudo.

k) Utilização das redes de serviços

Em todos os bairros teóricos indicados ocorre uma situação semelhante. De facto, na actualidade as redes de fornecimentos de serviços estão geralmente em más condições no interior dos edifícios, sendo que na via pública existem problemas nas zonas de cota mais baixa com a rede de distribuição de água. Deste modo, consideramos que a o acesso às redes de serviços não se encontra satisfatório no presente momento. Fica ainda proposto que no curto prazo tal situação não seja alterada. No médio prazo, prevemos que as redes de distribuição de serviços estejam a funcionar em bom estado nos três bairros teóricos propostos. Deste modo, esta característica será melhorada no tempo, não constituindo factor de distinção entre os bairros teóricos analisados.

l) Equipamentos sociais

No caso desta característica, fica proposto que o seu comportamento seja equivalente nos três bairros teóricos indicados. Referimos neste caso que a mesma não se verifica à partida, sendo esta situação alterada no curto prazo e no médio prazo.

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11.2 Edifícios

a) Confiança nos sistemas construtivos

Relativamente a esta característica, propomos que todos os bairros apresentem falta de confiança nos sistemas construtivos na actualidade e no curto prazo. Apesar destas considerações, há que enfatizar o facto de os sistemas estruturais considerados no Bairro Teórico do Iluminismo apresentarem tendencialmente maior solidez que os demais. Em complemento, importa ainda mencionar que os sistemas estruturais considerados no Bairro Teórico Medieval/Islâmico são os de menor fiabilidade. No médio prazo, fica considerado que a confiança nos sistemas estruturais pode ser recuperada nos edifícios de todos os bairros teóricos.

b) Tipologias

No que se refere à adequação das tipologias às necessidades actuais, consideramos que na actualidade e no curto prazo, não é possível a sua verificação nos três bairros teóricos considerados. No entanto, pelas diferenças entre as dimensões e regularidade dos lotes entre as diversas zonas, existe maior margem de adequação das tipologias no Bairro Teórico do Iluminismo que nos demais. No médio prazo, fica considerado que é possível efectuar a adequação das tipologias às necessidades actuais no Bairro Teórico do Iluminismo, sendo que nos demais esse procedimento apenas terá um sucesso parcial. Deste modo, o Bairro Teórico do Iluminismo apresenta vantagem relativamente aos outros dois.

c) Conforto

No imediato e no curto prazo fica considerado que as construções constituintes dos três bairros teóricos propostos não verificam as condições de conforto. No médio prazo, tal situação inverte-se, passando as edificações dos três bairros teóricos a responder positivamente a esta característica.

d) Acessos verticais mecanizados

Na actualidade e no curto prazo, esta característica não se verifica em nenhum dos três bairros teóricos propostos. No médio prazo, fruto do espaço existente na caixa de escada dos edifícios constituintes do Bairro Teórico do Iluminismo, é possível dotar essas construções com acessos verticais mecânicos, constituindo este factor uma vantagem importante deste bairro relativamente aos demais.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio

Esta característica encontra-se verificada desde a actualidade até ao médio prazo no Bairro Teórico do Iluminismo, ocorrendo o oposto nos demais, onde não existe

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a possibilidade de estabelecer percursos de saída de emergência, devido à exiguidade do espaço.

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11.3 Outros factores

a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica verifica-se em todos os momentos considerados para todos os bairros teóricos propostos, não constituindo factor de distinção entre eles.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem

Esta característica verifica-se no Bairro Teórico dos Descobrimentos e no Bairro Teórico Medieval/Islâmico, sendo omissa no Bairro Teórico do Iluminismo. Este aspecto considera-se como inalterável no tempo, sendo deste modo o único que beneficia os Bairros Teóricos dos Descobrimentos e Medieval/Islâmico relativamente ao do Iluminismo.

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12. Análise da adequação de cada bairro real aos princípios enunciados 12.1. Descrição de dados anteriormente obtidos Neste sub-capítulo apresentamos um resumo dos dados mais relevantes anteriormente obtidos no desenvolvimento de estudos anteriores. 12.1.1 Alfama O bairro de Alfama é o mais antigo dos três em análise, correspondendo ao primeiro momento histórico importante no desenvolvimento da estrutura urbana do centro histórico de Lisboa – o período Medieval/Islâmico. Nascendo a Este da primeira muralha defensiva da cidade, constituiu um arrabalde onde se albergava a nobreza árabe que compunha a estrutura social da cidade. O bairro encontra-se na zona Sudeste da área histórica da capital. A população actual do bairro, ocupando duas freguesias da cidade – Santo Estêvão e São Miguel, é em geral pobre e envelhecida, apresentando em simultâneo baixos níveis de escolaridade. Relativamente às dinâmicas de evolução populacional e de emprego, regista-se uma diminuição destes dois indicadores em percentagens superiores a 30% por década. As edificações que compõem o bairro têm como uso primordial a habitação.

O bairro encontra-se implantado sobre uma encosta orientada a Sudeste, apresentando grande inclinação.

O traçado viário é tipicamente Islâmico, com vias estreitas e sinuosas que vão subindo ou descendo a encosta acompanhando o melhor possível as curvas de nível. Devido à significativa inclinação da encosta, muitas das vias perpendiculares às curvas de nível são compostas por escadas – as tradicionais escadinhas. A única via de maior largura e praticamente direita é a Rua dos Remédios, encontrando-se orientada na direcção Este – Oeste. Esta rua situa-se na zona de cota mais baixa do bairro. Perpendicularmente a esta e já com pouca largura existe a Rua da Regueira, naturalmente orientada segundo Norte – Sul e apresentando grande inclinação.

O património de habitação apresenta sinais evidentes de deterioração. Os edifícios em ruína estão disseminados pelo bairro. Em geral os apartamentos são de reduzidas dimensões, apresentando em diversos casos instalações sanitárias insuficientes ou incompletas, sucedendo o mesmo com as cozinhas.

Neste bairro o património habitacional está bastante desvalorizado. Para esta situação contribuem o baixo valor das rendas – 48,4% das rendas são inferiores a 60 Euros, o

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número crescente de fogos vagos que não são colocados no mercado e a pequena proporção de casas próprias em relação às casas arrendadas (0,25). Em 2001, mais de um quarto dos fogos familiares encontravam-se devolutos (27,7%).

As igrejas têm sido preservadas, apresentando pelo exterior um bom estado de conservação.

Dada a antiguidade do bairro, a zona sísmica em que a cidade se encontra, os processos construtivos que se aplicaram ao longo dos séculos e até as decisões políticas sobre o urbanismo da capital, não se regista um padrão arquitectónico nesta área. Na realidade, coexistem edifícios com o estilo original do bairro, com avanços sucessivos nas fachadas, edifícios do estilo dos Descobrimentos, com cumeeiras perpendiculares à fachada principal e sem varandas ou com varandas de reduzido avanço sobre a parede, por fim registam-se ainda diversos edifícios de estilo Pombalino, embora implantados sobre lotes com menores dimensões.

As edificações existentes não apresentam uma uniformidade de cores nas suas fachadas. As que foram pintadas há mais tempo apresentam em geral tons indefinidos entre o cinzento claro, o castanho, o rosa e o amarelo. Em geral os tons estão desmaiados devido à combinação da acção do sol com o desgaste dos anos. As construções que foram objecto de recuperação mais recente estão em geral pintadas com cores claras – branco, amarelo, rosa ou azul, registando-se nestes casos recorrentes inscrições com grafitti nas fachadas.

Praticamente não existe arvoredo neste bairro.

O edificado apresenta uma altura média correspondente a R/C e mais três pisos, embora não exista regularidade na distribuição do mesmo.

A pavimentação das vias do bairro é composta por calçada basáltica na zona de circulação automóvel e por cubos de calcário nas faixas de circulação de peões. As zonas em escadinha são tipicamente pavimentadas com calçada constituída por cubos de calcário e por espelhos do mesmo tipo de pedra. No caso das vias mais estreitas não existe diferenciação entre a zona de circulação automóvel e a de passagem de peões, sendo toda a secção transversal calçada com pavimento de basalto.

Os lotes constituintes do bairro, em consequência do próprio traçado viário, são em geral de dimensão reduzida e irregular.

A circulação automóvel no interior do bairro é muito dificultada pela estreiteza e sinuosidade das ruas. A estes dois factores acresce a proliferação de desníveis em escada que, obviamente, não permitem a circulação automóvel. O estacionamento é

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muito reduzido no interior de Alfama. A zona principal de estacionamentos nas proximidades do bairro situa-se na zona ribeirinha na base da encosta do mesmo.

Num bairro com estas características um deficiente motor está completamente dependente do auxílio de outras pessoas para se deslocar no seu interior. As dificuldades começam no interior dos edifícios, pela inexistência de elevadores, prosseguem com os desníveis acentuados e com a dificuldade de acesso do automóvel até à porta de casa.

No interior do bairro é praticamente impossível a circulação dos transportes públicos de superfície. No exterior, junto à zona de cota mais baixa do bairro é onde existem os acessos a autocarros e eléctricos. Em finais de 2007 foi inaugurada a estação de metropolitano de Santa Apolónia, nas proximidades do terminal ferroviário aí existente que integra a linhas do Norte e Oeste, melhorando deste modo o acesso de dentro do bairro a transportes públicos, em especial para as zonas de cota altimétrica inferior. Em todo o caso, dada a dispersão do bairro pela encosta, este acesso continua a ser insuficiente.

A circulação pelo bairro e a observação do património construído evidencia a proliferação de edifícios com preocupantes fracturas e desaprumos de fachadas, que poderão ruir se sujeitas a uma acção horizontal. Devido à estreiteza das ruas, a possibilidade de fuga para um espaço aberto é diminuta, ficando os habitantes expostos à queda de objectos e estruturas. Embora o número de pisos não seja elevado e não sejam comuns as supressões de paredes nos níveis inferiores, prevemos que o comportamento global do bairro a um sismo seja mau.

Alfama alia a facilidade de propagação de incêndios com a dificuldade de deslocação de meios pesados de socorro no seu interior. Na realidade, a natureza construtiva da estrutura interior dos edifícios com acessos verticais, pisos intermédios e coberturas executados em madeira, aliada à inexistência de paredes guarda-fogo ao nível dos telhados, leva a que a propagação das chamas possa suceder de modo rápido. A reduzida largura da maioria das vias, contribui ainda para facilitar a propagação de qualquer incêndio de um lado para o outro da mesma.

Embora existam bocas-de-incêndio, ao nível do R/C, o acesso de meios de extinção e socorro ao interior do bairro está muito dificultado pela estreiteza das ruas e pela grande disseminação de vias em escada, sem circulação de veículos.

Constitui factor de grande preocupação a inexistência de escada de salvação em material incombustível na esmagadora maioria dos edifícios que compõem o bairro, quando é sabido que os acessos verticais pelo interior dos prédios são executados em madeira e que é difícil o acesso em tempo útil de meios de socorro que possibilitem a fuga dos habitantes de dentro das habitações.

Tal como analisado no estudo anterior, este bairro é claramente identificado com o Bairro Tipo Medieval/Islâmico, contribuído para este facto elementos preponderantes,

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tais como a inclinação da encosta, o tipo de traçado viário e a irregularidade dos lotes. O estilo arquitectónico das edificações da zona não resistiu do mesmo modo ao passar dos séculos, tendo sofrido alterações significativas.

12.1.2 Bica O bairro da Bica surgiu como consequência do sismo de 1597, que provocou o desabamento de parte do Monte de Santa Catarina. Desenvolvido durante o Séc. XVII, manteve o seu traçado viário até à actualidade. No que respeita às construções, podemos afirmar que é o bairro que mais preserva o estilo dos Descobrimentos, embora tenha sido erigido cerca de um século após a morte do Rei D. Manuel. Este bairro encontra-se encravado entre as freguesias de Santa Catarina e da Encarnação na zona Oeste do centro histórico de Lisboa.

A população que compõem esta zona é pobre e envelhecida. O nível de escolaridade está um pouco abaixo a média da cidade. A densidade populacional é quase de 200 habitantes por hectare e o nível de emprego é bastante baixo. Em qualquer dos casos regista-se um recuo destes indicadores na ordem de 20% por década.

Sendo um bairro maioritariamente habitacional, é natural que seja esse o destino principal das construções aí existentes. Tal como referido, apenas alguns pisos térreos estão ocupados com comércio ou restauração.

As vias de comunicação são perpendiculares entre si e adaptadas aos declives da encosta virada a Sul. Destaca-se a Rua da Bica de Duarte Belo, por onde circula o Ascensor da Bica. As vias perpendiculares a esta são quase todas compostas por pequenos troços onde um veículo ainda pode circular, terminando em escadinhas nas duas extremidades. O seu perfil longitudinal é em forma de V, com o vértice a coincidir com a intersecção com a Rua da Bica de Duarte Belo. O estacionamento automóvel, bem como o acesso e saída de veículos estacionados é bastante problemático.

O património de habitação apresenta, de um modo geral, sinais de deterioração, verificando-se uma quantidade significativa de desaprumos de paredes resistentes de alvenaria, que se sujeitas a um abalo sísmico mais intenso, poderão ruir. Os edifícios em ruína estão disseminados pelo bairro, embora não sejam em percentagem elevada.

Os apartamentos são em geral de pequenas dimensões e, em muitos casos, com cozinhas ou casas de banho incompletas.

Neste bairro o património habitacional está desvalorizado. Para esta situação contribuem o baixo valor das rendas – 37,4% das rendas são inferiores a 60 Euros, o número crescente de fogos vagos que não são colocados no mercado e a pequena

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proporção de casas próprias em relação às casas arrendadas (0,40). Em 2001, mais de um sexto dos fogos familiares encontravam-se devolutos (17,9%).

Este Bairro é o que apresenta uma maior concentração de edifícios construídos com base no estilo dos Descobrimentos. Encontram-se ainda nas diversas ruas e travessas do mesmo vários prédios com três pisos, outros com cumeeira perpendicular à fachada e, por norma, sem varandas ou com varandas pouco salientes do alçado. Percorrendo as vias do bairro, encontrámos um único edifício de betão armado. Tal como em todos os outros do lado Ocidental, não se encontram edifícios de estilo medieval.

Neste bairro a cor das fachadas está dependente da altura em que as edificações foram recuperadas. O caso predominante refere-se às que as que não foram objecto de recuperação recente, apresentando tipicamente cores indefinidas entre o cinzento claro, o castanho, o rosa e o amarelo, todas elas desmaiadas pelo sol ou pelo desgaste dos anos. As demais estão pintadas com cores claras – branco, amarelo, rosa, verde ou azul. Ocasionalmente surgem fachadas pintadas em tons de laranja, azul escuro, vermelho ou violeta. No caso dos edifícios recém recuperados, surgem por vezes inscrições em grafitti nas fachadas. São raros os revestimentos exteriores a azulejo. Nestes casos, os elementos cerâmicos apresentam principalmente as cores azul e branca.

Tal como na maioria dos bairros históricos, o arvoredo é escasso. Existem algumas árvores de pequeno porte na Travessa da Larangeira, não se encontram zonas relvadas.

O Bairro da Bica, no conjunto das áreas do centro histórico de Lisboa, é dos que apresenta uma menor altura média do edificado. Após percorrer as suas ruas, concluímos que a altura média das construções ronda os quatro pisos incluindo o R/C, não se pautando pela regularidade, oscilando entre os dois e os seis pisos. É perceptível, num número elevado de imóveis, o acréscimo de andares a que estes foram sujeitos.

Os pavimentos das vias do bairro são, em geral, constituídos por calçada basáltica nas zonas de circulação automóvel e em calçada de cubos de calcário nos passeios. As escadinhas são em geral constituídas por degraus com espelhos feitos de pedra de lancil e cobertores em calçada de cubos de calcário. Nas vias orientadas na direcção Este - Oeste onde não existe circulação de veículos, fica toda a secção transversal calçada com pavimento de calcário.

Os lotes que constituem o bairro são de dimensão regular e média.

A circulação automóvel no interior do bairro está praticamente restringida à Rua da Bica de Duarte Belo e a uma parte das travessas a essa via onde ainda é possível a movimentação de veículos. A única via de saída e entrada no Bairro com automóvel é

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através da referida Rua da Bica. Obviamente que sucede o mesmo no que respeita ao estacionamento. Nas vias perpendiculares à referida rua, o estacionamento é muito condicionado.

A zona principal de estacionamentos nas proximidades do bairro situa-se na zona de Santa Catarina e Encarnação, onde também é muito condicionado.

Num bairro com estas características um deficiente motor está completamente dependente do auxílio de outras pessoas para se deslocar no seu interior. As dificuldades começam no interior dos edifícios, pela inexistência de elevadores, prosseguem com os desníveis acentuados e com a dificuldade de acesso do automóvel até à porta de casa.

O bairro é mal servido por transportes públicos, à excepção do já indicado Ascensor da Bica. Na parte exterior Sul do mesmo, a uma cota muito inferior, existe acesso a autocarros. No extremo superior do bairro circula um carro eléctrico que atravessa o Bairro Alto.

A circulação pelo bairro e a observação do património construído evidencia um número importante de edifícios com fracturas nas fachadas. Os desaprumos de paredes exteriores não são comuns e, tal como antes referido, o número de pisos é baixo. No caso particular deste bairro, praticamente não existem edifícios comerciais e são raros os cafés e restaurantes. Deste modo, a supressão de paredes resistentes ao nível dos pisos inferiores é praticamente nula. A estreiteza da maioria das ruas prejudica a possibilidade de fuga das populações para um espaço aberto onde não fiquem sujeitas à queda de objectos e estruturas.

No caso da Bica a propagação dos incêndios está facilitada pela predominância da madeira como material construtivo da estrutura dos pisos e da caixa de escada dos edifícios. Neste bairro predominam os edifícios onde não existem paredes guarda- fogo ao nível das coberturas, o que aumenta o potencial de propagação das chamas.

A circulação de veículos de socorro é possível pela maioria das ruas do bairro, não se podendo afirmar que seja fácil. Há que salientar que o número de veículos estacionados é reduzido no seu eixo principal – a Rua da Bica de Duarte Belo – e que por aí há acesso a praticamente todas as demais vias. Apenas no caso improvável de se verificar uma avaria do elevador da Bica durante o seu trajecto, em simultâneo com um incêndio, se tornam complexas as manobras de auxílio. Na periferia da Bica, algumas das vias terminam em escada, contudo, o acesso de meios de socorro pelo exterior do bairro não é complicado.

Constitui factor de grande preocupação a inexistência de escada de salvação em material incombustível na esmagadora maioria dos edifícios que compõem o bairro, quando é sabido que os acessos verticais pelo interior dos prédios são executados em

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madeira e que é difícil o acesso em tempo útil de meios de socorro que possibilitem a fuga dos habitantes de dentro das habitações.

Tal como analisado no estudo anterior, este bairro é claramente identificado com o Bairro Tipo dos Descobrimentos, contribuído para este facto elementos preponderantes, tais como a inclinação da encosta, o tipo de traçado viário, a regularidade dos lotes. O estilo arquitectónico das edificações, embora não completamente homogéneo na área, apresenta sinais de evidentes de ligação com as edificações dos Descobrimentos, realçando-se a ausência ou a reduzida expressão das varandas, as cumeeiras perpendiculares às fachadas, bem como, a reduzida altura das edificações. Importa referir que o revestimento dos pavimentos exteriores e a existência de vias em escada, revelam, neste aspecto, uma aproximação ao que sucede nos bairros mais identificados com o período Medieval/Islâmico.

12.1.3 Baixa e Chiado

A área actual da Baixa, era maioritariamente ocupada por um braço do Tejo, quando sucedeu a conquista Cristã de Lisboa. Posteriormente foi sendo ocupada, à medida que o braço era assoreado, praticamente seguindo a mesma lógica da urbanização Islâmica. O sismo e o maremoto de 1755 criaram nessa zona danos considerados irreversíveis, pelo que foi completamente arrasada, pela Natureza e pela mão humana. O Bairro da Baixa e Chiado que é objecto físico deste estudo, tem assim a sua origem no período Iluminista da segunda metade do Séc. XVIII. A sua área já se encontrava confinada com as urbanizações em seu redor, pelo que não sofreu alterações, desde então. A área deste bairro está dispersa por várias freguesias, tais como São Nicolau, Madalena, Sacramente, Mártires ou Santa Justa, localizando-se na charneira do centro histórico da capital, fazendo a ligação entre o lado Oriental mais conotado com o período Medieval/Islâmico e o lado Ocidental relacionado com os Descobrimentos.

A população que habita a zona é pobre, envelhecida e extremamente reduzida. Embora durante as horas normais de trabalho se constate bastante animação nas ruas da Baixa, a partir do momento em que as pessoas regressam às suas casas esta zona parece desértica. O nível de escolaridade aproxima-se da média da cidade. Em oposição à densidade da população residente, o rácio de postos de trabalho é elevado – na ordem das quatro centenas por hectare. No que respeita à dinâmica da evolução destes indicadores regista-se um decréscimo por década de 21,5% na população residente e de 27,8% na densidade de postos de trabalho.

Sendo um bairro maioritariamente destinado a proporcionar postos de trabalho, é natural que seja esse o uso principal das construções aí existentes. Existem muitos fogos vagos e os que se destinam a habitação localizam-se em geral nos últimos pisos dos edifícios, que na esmagadora maioria dos casos, não têm elevador. Verifica-se ainda a existência de numerosos pisos intermédios destinados a armazém de mercadorias entre os de carácter comercial situados no R/C e os de habitação situados nos níveis mais elevados. Os escritórios destinados à gestão e administração dos negócios existentes ao nível do R/C, também se costumam situar nesses níveis intermédios.

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No geral observamos um traçado viário composto por ruas ortogonais e implantadas sobre uma superfície plana. Nos seus limites Nascente – Rua da Madalena, e Poente - Largo do Chiado, Rua Nova do Almada e Rua Garrett, a superfície não é plana e as ruas tendem para a ortogonalidade e linearidade.

O património de habitação apresenta, de um modo geral, sinais de deterioração, em alvenarias, vãos exteriores e coberturas. No entanto, não se constatam nos edifícios habitados desaprumos de fachadas e grandes fracturas em paredes resistentes de alvenaria. Os edifícios em ruína estão disseminados pelo bairro, embora não sejam em percentagem elevada.

Os apartamentos são em geral de grandes dimensões, em muitos casos, com cozinhas ou casas de banho incompletas e quartos sem ventilação.

As igrejas têm sido preservadas, apresentando, pelo exterior, um bom estado de conservação.

Neste bairro o património habitacional está desvalorizado. Para esta situação contribuem o baixo valor das rendas – 30,3% das rendas são inferiores a 60 Euros, o número crescente de fogos vagos que não são colocados no mercado e a pequena proporção de casas próprias em relação às casas arrendadas (0,43). Em 2001, mais de um terço dos fogos familiares encontravam-se devolutos (38,3%).

A Baixa foi reconstruída com base no respeito do modelo Pombalino, apresentando ainda hoje grande uniformidade dos seus prédios. Na actualidade estes possuem mais um, dois ou três níveis do que no início. Pontualmente foram destruídos conjuntos de edifícios para dar origem a sedes de grandes instituições, nomeadamente financeiras. Este fenómeno ocorreu principalmente no início do século XX. Ao nível do piso térreo, observam-se várias adaptações das construções aos negócios de comércio e restauração actuais. Normalmente tal implica a supressão de paredes interiores por vigas e a sua substituição por vigas metálicas. A abertura de vãos nas fachadas para proporcionar a execução de montras ou o alargamento de espaços de circulação também ocorre com frequência.

Neste bairro a cor das fachadas está dependente da altura em que as edificações foram recuperadas. O caso predominante refere-se às que as que não foram objecto de recuperação recente, apresentando tipicamente cores indefinidas entre o cinzento claro, o castanho, o rosa e o amarelo, todas elas desmaiadas pelo sol ou pelo desgaste dos anos. As demais estão pintadas com cores claras – branco, amarelo, rosa, verde ou azul. Ocasionalmente surgem fachadas pintadas em tons de laranja, azul escuro ou violeta. No caso dos edifícios recém recuperados, surgem por vezes inscrições em grafitti nas fachadas. Existem diversos edifícios com fachadas parcial ou totalmente revestidas a azulejo. Nestes casos, os elementos cerâmicos apresentam principalmente as cores azul e branca.

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Tal como na maioria dos bairros históricos, o arvoredo é escasso. Praticamente não existem árvores. Não se encontram zonas relvadas.

Dentro dos bairros do centro histórico de Lisboa, a Baixa é, sem qualquer dúvida aquele que apresenta uma maior altura e regularidade do edificado. Originalmente constituída por edifícios com quatro ou cinco níveis – R/C mais três pisos e sótão – sofreu gradualmente o acréscimo de pisos nos seus imóveis, sendo que na actualidade a maioria destes apresenta entre seis e oito níveis. No caso concreto desta área, o sótão é facilmente utilizável devido à combinação das dimensões generosas dos lotes, especialmente devido à sua profundidade, com a inclinação das coberturas.

Os pavimentos das vias do bairro são, em geral, constituídos por calçada basáltica ou asfalto nas zonas de circulação automóvel e em calçada de cubos de calcário nos passeios. Nas vias destinadas a circulação pedonal não existe a demarcação entre passeio e zona central de circulação de veículos, ficando toda a secção transversal calçada com pavimento de calcário.

Os lotes que constituem o bairro são de dimensão grande e regular. Ao contrário do que se passa na maioria das zonas históricas da cidade, a monotonia das dimensões vigora nesta área.

A circulação automóvel no interior do bairro é facilitada pela largura e linearidade das ruas. O estacionamento é muito reduzido no interior da Baixa, pois existem diversas vias de grande largura onde não é permitido estacionar. Existem parques de estacionamento pago espalhados pelo Bairro e sua periferia, tal como junto ao Largo dos Restauradores e Largo do Município.

Num bairro com estas características a principal dificuldade de um deficiente motor reside nos acessos no interior dos edifícios, por estes não estarem equipados com elevadores. No exterior a circulação é facilitada pelo facto de as vias serem praticamente todas planas e com passeios largos.

O bairro é bem servido por transportes públicos. A circulação de autocarros é fácil e o metropolitano tem duas estações activas nos limites da Baixa; o Rossio e a Baixa – Chiado. A estação do Terreiro do Paço está em vias de ter o seu problema estrutural resolvido constituindo mais um ponto favorável no que ao acesso a transportes públicos respeita. No limite Sudeste da Baixa existe ainda o terminal fluvial de comunicação com a margem Sul do Tejo. Na actualidade, devido a problemas detectados na estabilidade do túnel ferroviário que liga a estação do Rossio a Campolide, a zona vê-se privada do acesso directo à Linha de Sintra. Nas proximidades existe ainda o terminal ferroviário de Santa Apolónia que integra as linhas do Norte e do Oeste, bem como o terminal ferroviário suburbano do Cais do Sodré pertencente à linha de Cascais.

Esta zona, totalmente construída de raiz após 1755, apresenta edifícios com maior solidez construtiva, onde os travamentos horizontais foram considerados. Ainda assim, o natural envelhecimento dos componentes da estrutura de suporte e de

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travamento, combinado com o aumento de número de pisos e a supressão de paredes resistentes interiores e exteriores nos níveis inferiores, agrava o comportamento do património edificado.

No caso da Baixa e Chiado a propagação dos incêndios está facilitada pela predominância da madeira como material construtivo da estrutura dos pisos e da caixa de escada. Há que assinalar o aspecto positivo da existência sistemática de paredes guarda-fogo ao nível da cobertura, entre construções vizinhas.

A circulação pelas vias do bairro processa-se de modo fácil, pelo que não existem problemas quanto ao acesso de meios de extinção e socorro a qualquer ponto desta área. Tal não era a situação aquando do incêndio do Chiado, em Agosto de 1988, em que as vias estavam parcialmente obstruídas com bancos de betão que impediam a passagem dos camiões cisterna.

Constitui factor de grande preocupação o facto de a maioria das escadas de salvação que existem nas traseiras dos edifícios se encontrarem em estado de pré-ruína, por serem construídas em ferro que se encontra muito oxidado, tornando-se extremamente perigosas no caso de haver necessidade de se proceder a uma fuga generalizada do prédio.

Tal como analisado no estudo anterior, este bairro é claramente identificado com o Bairro Tipo do Iluminismo, contribuído para este facto elementos preponderantes, tais como a natureza plana de toda a área, o tipo de traçado viário, a regularidade e a dimensão generosa dos lotes. O estilo arquitectónico das edificações, embora tenha sofrido alterações pontuais ao nível do R/C e acréscimo de pisos, identifica-se claramente com o inicialmente projectado nos anos posteriores ao sismo de 1755, sendo por isso mais um factor de identificação com toda a zona.

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12.2. Complemento de dados Neste capítulo analisamos as redes de infra-estruturas que servem a cidade, bem como os principais serviços de que a mesma dispõe e a forma como estão dispersos. 12.2.1. Redes de infra-estruturas 12.2.1.1. Rede de distribuição de gás Ao longo da última década, toda a rede de distribuição de gás existente nas ruas de Lisboa foi substituída. Esta ocorrência deveu-se à mudança do tipo de gás distribuído. Apesar desta melhoria, no interior dos edifícios não foram substituídas as colunas montantes e as alimentações domiciliárias. Deste modo, as alimentações no interior dos edifícios das zonas mais antigas encontram-se, em média, bastante deterioradas. A este facto acresce um segundo de grande relevância; enquanto que o gás anteriormente distribuído continha humidade, o actual é fornecido por via integralmente seca. Como as juntas da canalização de gás no interior dos edifícios eram tradicionalmente colmatadas com linho, ao baixar o nível de humidade no gás o linho seca perdendo volume e, consequentemente, compromete a capacidade de tornar a junta estanque. Este factor constitui uma autêntica bomba de relógio que existe no interior da maioria dos edifícios dos bairros históricos, bem como, no resto da cidade. No interior dos edifícios sucede ainda que grande parte da tubagem de gás é ainda de chumbo, sendo essa uma das razões porque a distribuição de gás em Lisboa é efectuada a muito baixa pressão, já que, a não ser assim, o número de acidentes aumentaria exponencialmente. 12.2.1.2. Rede de distribuição de água e rede de incêndio Conforme a própria empresa pública de distribuição de água em Lisboa (Epal) reconhece, existem na capital quilómetros de tubagem em mau estado. Além de implicar uma contínua perda de água para o subsolo, este facto tem originado periodicamente problemas graves com quebra na alimentação de água e acidentes na via pública, provocados pela abertura de crateras. As zonas de cota mais baixa da cidade são as que mais têm sido atingidas, já que, em larga medida, coincidem com as áreas servidas por tubagens mais antigas e simultaneamente estão sujeitas a maiores pressões. Relativamente à rede de incêndio, toda a alimentação de água, existente no interior da cidade, para o seu funcionamento deriva da rede de alimentação da EPAL. Deste modo, os edifícios estão equipados com uma caixa colocada no seu alçado principal ou saliente no passeio da via pública, alimentada por um ramal independente do predial, da qual se alimentam os dispositivos de combate dos bombeiros. O principal problema que se observa resulta da dificuldade dos acessos a alguns pontos da cidade, que reduzem significativamente a possibilidade de actuar em tempo útil, isto é, antes que qualquer incêndio adquira proporções dramáticas com perdas de vidas e destruição significativa de património. Desde esta perspectiva, a maioria dos bairros antigos é duplamente perigosa, pois combina a dificuldade dos acessos com a incorporação na estrutura dos edifícios de materiais combustíveis. Esta situação

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verifica-se praticamente em todo o centro histórico da capital, à excepção da Baixa onde, apesar de quase todos os edifícios incorporarem na sua estrutura uma quantidade elevada de madeira, os acessos são francos, permitindo a intervenção rápida dos bombeiros apetrechados com todo o tipo de equipamento, incluindo veículos de grande porte. 12.2.1.3 Rede de telecomunicações Implantada há pouco tempo, devido aos relativamente recentes avanços tecnológicos na área, as infra-estruturas de comunicação de voz e dados não apresentam problemas significativos no seu funcionamento. Por outro lado, Portugal é um dos países da Europa com maior rácio de telemóveis por habitante, sendo o negócio das telecomunicações móveis disputado por três operadores que garantem uma cobertura completa da cidade com um grau de fiabilidade bastante elevado. 12.2.1.4 Rede de distribuição de energia eléctrica A par da rede de alimentação de água e de drenagem de águas residuais e pluviais, a rede de distribuição de energia eléctrica é dos sistemas mais antigos que servem a capital. Na generalidade da cidade não se registam problemas de alimentação de energia eléctrica. Na zona da Baixa e Chiado, onde se situaram e, nalguns casos, ainda permanecem grandes estruturas comerciais e bancárias o abastecimento decorre sem irregularidades assinaláveis. Há no entanto que referir que, na larga maioria dos edifícios construídos até ao final da década de sessenta do século passado, os ramais de alimentação a essas construções, bem como as colunas montantes de distribuição para os contadores individuais das habitações se encontram francamente sub-dimensionados, não permitindo a utilização normal dos dispositivos e utensílios que fazem parte do quotidiano das famílias e empresas. Nos casos de substituição da coluna de alimentação eléctrica é comum haver a necessidade de executar novo ramal de alimentação para o edifício que está a ser objecto de intervenção, ao longo da via pública até à caixa de alimentação eléctrica mais próxima. Do observado em inúmeras ocasiões de intervenção em edifícios mais antigos, este é um problema que está apenas parcialmente resolvido e que tem criado em Portugal acidentes periódicos em consequência da sobrecarga da infra-estrutura de alimentação eléctrica. Estes ocorrem por norma nos picos de consumo domiciliário, normalmente coincidentes com os períodos mais frios do ano. 12.2.1.5 Rede de drenagem de águas residuais e pluviais Nos bairros mais antigos da cidade a drenagem das águas residuais domésticas é unitária com a das águas pluviais, encontrando-se o interior dos colectores bastante assoreado. Em geral os ramais domiciliários de ligação ao colector situado no eixo da via pública encontram-se sub-dimensionados para as necessidades actuais, apresentando um diâmetro reduzido, facilitando este detalhe a ocorrência de entupimentos provocados por objectos indevidamente lançados no sistema de drenagem e por vezes a pura e simples incapacidade momentânea de garantir o escoamento das águas residuais. Naturalmente, o estilo de vida de cariz urbano dos

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habitantes também contribui para a sobrecarga do sistema, já que a simultaneidade de utilização dos dispositivos é grande. No que respeita aos colectores alinhados com o eixo da via pública, em geral possuem um diâmetro que garante o bom escoamento dos efluentes. Em complemento, a Câmara Municipal de Lisboa dispõem de mecanismos de detecção e diagnóstico que permitem a execução do cadastro dos colectores existentes no subsolo da cidade. Estes sistemas permitem o visionamento e filmagem do interior das tubagens, identificando os problemas que possam aí existir e indicando, através de sistemas de aferição e medida relativamente simples, onde há a efectiva necessidade de intervir. O dispositivo a que nos referimos é constituído basicamente por um veículo automóvel de apoio equipado com um sistema de visionamento e alimentação eléctrica, um pequeno carro movido a electricidade desenhado para se deslocar no interior da tubagem e que permite que se utilizem eixos de suporte das suas rodas com diferentes larguras em função dos diâmetros internos das tubagens, uma câmara de visionamento e filmagem que se acopla com o carro e um cabo flexível, com comprimento suficiente para cobrir a distância entre duas caixas de visita sucessivas, que alimenta de energia o motor do dispositivo que se desloca no interior do colector, permite o comando do referido dispositivo e transmite as imagens recolhidas pela câmara de filmagem. Os esgotos residuais domésticos estão no geral canalizados para as estações de tratamento de águas residuais situadas nas zonas de cota mais baixa da cidade, em Alcântara a Oeste e junto ao rio Trancão a Nascente. Dado que têm sido construídas na capital inúmeras vias automóveis desniveladas e tem vindo a ser sucessivamente ampliada a rede do metropolitano, também houve a necessidade de melhorar a drenagem das águas pluviais nos pontos mais críticos da cidade. No que respeita aos bairros históricos, é notório que os que se encontram situados em encostas com declives acentuados não apresentam problemas significativos de escoamento de águas pluviais. Esta situação inverte-se nas zonas planas e com cotas muito próximas das do nível da água do mar. Paradoxalmente, ao mesmo tempo que a drenagem junto aos pontos mais críticos do interior da cidade foi melhorada, verificou-se o oposto na zona ribeirinha, devido à combinação da progressiva impermeabilização dos solos da cidade e dos seus arredores com a topografia de toda a área que consiste basicamente numa encosta em declive sobre o Tejo. Assim, quando as chuvadas intensas coincidem com o período de maré alta, por o sistema de escoamento ser então menos eficaz devido ao escasso desnível de cotas, a probabilidade de ocorrerem cheias nas áreas próximas do Tejo e de o sistema entrar em colapso, aumenta. 12.2.1.6 Rede de iluminação Neste item avaliamos a qualidade da iluminação nocturna através da análise da dispersão dos dispositivos de iluminação e da visibilidade nocturna que se regista nos espaços públicos. Para tal, percorremos a pé as diversas áreas em análise, bem como outras que circundam o Centro Histórico. Na sequência dos circuitos pedonais efectuados concluímos o seguinte: - Na generalidade do Centro Histórico, os dispositivos de iluminação pública

encontram-se fixados aos edifícios, a uma altura aproximada de dois pisos; - Nas vias de maior largura existem candeeiros dos dois lados, enquanto que nas

vias mais estreitas, estes se encontram aplicados apenas de um dos lados;

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- Nas zonas de praças – como o Rossio e a Praça do Comércio – regista-se que a iluminação publica fica materializada por intermédio de candeeiros encastrados no chão;

- Nas áreas circundantes do Centro Histórico, bem como na generalidade do resto da cidade, a iluminação pública é garantida por intermédio de candeeiros encastrados no chão;

- Principalmente nas vias com candeeiros aplicados em um só lado a iluminação é fraca. Para tal também contribui a cor escura dos pavimentos e a sujidade que se observa nas paredes;

- De um modo geral, não se detectam candeeiros com lâmpadas inutilizadas, pelo que se percebe que há a preocupação de se proceder à sua manutenção.

12.2.1.7 Rede recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos A Câmara Municipal de Lisboa dispõe de uma Divisão exclusivamente dedicada à Higiene Urbana e Resíduos Sólidos (DHURS). Esta Divisão gere uma rede de Postos e Sub-postos de Limpeza dispersa pela cidade que é responsável pela limpeza da via pública e pela recolha dos resíduos sólidos urbanos. Cada Posto ou Sub-posto armazena o material e equipamento utilizado na limpeza urbana, garante a higiene dos trabalhadores camarários e tem um responsável que fiscaliza o trabalho efectuado. Na prática existe uma estratégia de proximidade que garante o funcionamento do sistema. A recolha de resíduos sólidos urbanos é efectuada através de equipas de três elementos e um veículo próprio. O tratamento dos resíduos é concretizado em aterros sanitários existentes na periferia da cidade. Existem ainda dispersos por toda a cidade eco-pontos destinados ao depósito seleccionado de resíduos – plástico, vidro, papel/cartão e pilhas.

12.2.2 Serviços Públicos 12.2.2.1 Polícia de Segurança Pública A Polícia de Segurança Pública está organizada através do Comando Metropolitano de Lisboa, que abrange toda a cidade e os Concelhos limítrofes, constituído por Divisões que agrupam diversas Esquadras e Postos Policiais. O Centro Histórico da cidade está equipado com várias esquadras, das quais destacamos: - A Esquadra da Praça do Comércio, junto à Baixa e nas proximidades do Bairro Alto e da Bica; - A Esquadra das Mercês no interior do Bairro Alto e relativamente próxima da Bica; - A Esquadra da Boavista junto à área de cota mais baixa do Bairro da Bica e ainda bastante próximo da Madragoa; - A Esquadra da Mouraria no Bairro com o mesmo nome, na zona de cota mais baixa; - A Esquadra do Rossio, no limite Norte da Baixa; - O Posto Policial do Hospital de São José, próximo da Baixa, da Mouraria e da Costa do Castelo; - A esquadra da Lapa, nas proximidades da parte Ocidental da Madragoa; - A Esquadra de Arroios, próxima da Mouraria e Costa do Castelo; - A Esquadra da Penha de França, próxima da Mouraria e Costa do Castelo;

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- A Esquadra dos Caminhos-de-Ferro, próximo da Estação ferroviária de Santa Apolónia, junto à zona de cota mais baixa de Alfama. Existe ainda uma Esquadra de Turismo no Palácio Foz, sito nos Restauradores, a Norte da Baixa. 12.2.2.2 Centros de Saúde e Hospitais A zona dos bairros históricos do centro da capital está servida pelos seguintes Centros de Saúde: - Centro de Saúde da Lapa, que serve parcialmente a Madragoa; - Centro de Saúde da Penha de França, que serve a Mouraria e a Costa do Castelo, embora esta se encontre mais afastada; - Centro de Saúde Luz Soriano, que serve o Bairro Alto, Baixa e Chiado e Bica. Mais remotamente pode ainda servir a Costa do Castelo e Alfama; - Centro de Saúde da Graça, que, tal como no caso anterior, serve o Bairro Alto, Baixa e Chiado e Bica. Mais remotamente pode ainda servir a Costa do Castelo e Alfama; -Centro de Saúde de São Mamede Santa Isabel, que serve o Bairro Alto, a Bica e a Madragoa. Da análise da dispersão destas unidades, podemos concluir que os bairros da zona oriental – Alfama, Costa do Castelo e Mouraria, são os que se encontram com piore acesso de proximidade aos cuidados de saúde.

Relativamente à rede hospitalar, toda a zona em causa fica servida pelo Hospital de São José – um dos principais hospitais de Lisboa, que se encontra a Nordeste da Baixa e a Oeste da Mouraria, numa área bem próxima de todo o centro histórico da capital. 12.2.2.3 Escolas Públicas do 1º Ciclo (1º ao 4º ano de escolaridade) A zona do centro histórico de Lisboa está servida pelas seguintes Escolas do 1º Ciclo: - Escola Básica do 1º Ciclo dos Anjos, que serve a Mouraria; - Escola Básica do 1º Ciclo do Castelo, que serve a Costa do Castelo, Mouraria e Alfama; - Escola Básica do 1º Ciclo Padre Abel Varzim, que serve o Bairro Alto, a Bica e a Baixa e Chiado; - Escola Básica do 1º Ciclo Gaivotas, que serve o Bairro Alto, Bica e Madragoa; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 1), que serve a Mouraria e a Costa do Castelo; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 212), que serve Alfama; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 4), que serve Alfama e Mouraria; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 68), que serve a Mouraria; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 72), que serve a Madragoa; - Escola Básica do 1º Ciclo de Lisboa (nº 75), que serve a Baixa e Chiado e a Costa do Castelo;

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- Escola Básica do 1º Ciclo Marqueses de Távora, que serve a Mouraria; - Escola Básica do 1º Ciclo de São José, que serve a Costa do Castelo. Uma análise da dispersão das Escolas Básicas existentes, indica-nos que todas as áreas em análise dispõem de acesso a este tipo de ensino. 12.2.2.4 Escolas Secundárias Públicas com 2º e 3º Ciclos (5º ao 12º ano de escolaridade) No caso das Escolas Públicas com ensino dos 2º e 3º Ciclos, observamos a seguinte dispersão: - Escola Secundária com 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Passos Manuel, que serve o Bairro Alto, a Bica e a Madragoa; - Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico D. Luísa de Gusmão, que serve a Mouraria e mais remotamente a Costa do Castelo. Como se observa, nas proximidades dos bairros históricos do centro da capital há uma notória falta de Escolas Secundárias. 12.2.2.5 Jardins de Infância Relativamente aos Jardins de Infância, constatamos a existência dos seguintes: - Jardim de Infância do Castelo, que serve a Costa do Castelo, Alfama e a Mouraria; - Jardim de Infância da Pena, que serve a Mouraria; - Jardim de Infância de São José, que serve a Costa do Castelo; - Jardim de Infância de São Vicente, que serve Alfama. No caso presente é notório, tal como no que se refere às Escolas Secundárias, que a dispersão de Jardins de Infância é reduzidíssima. Uma análise breve à dispersão de Jardins de Infância, Escolas Primárias e Escolas Secundárias, sugere de imediato as influências da política educativa até aos anos 50 e 60 do século passado, onde as mães ficavam em casa cuidando dos filhos até estes irem para a escola primária e, posteriormente, a maioria das crianças não prolongava os estudos para além dessa etapa, entrando precocemente no mundo do trabalho, alimentando com mão-de-obra barata a economia portuguesa. 12.2.2.6 Bombeiros Relativamente aos serviços bombeiros para combate a incêndios, inundações e outras ocorrências, podemos considerar que o centro histórico de Lisboa se encontra suficientemente servido, resultando os piores problemas das dificuldades dos acessos viários no interior de alguns dos bairro, tal como já analisado e referido. De entre as instalações existentes, destacamos:

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- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo, que embora se encontre longe do centro histórico, dadas as facilidades de acesso a toda a área Oriental – Alfama, Mouraria e Costa do Castelo, facilmente socorre qualquer ocorrência; - Bombeiros Voluntários de Lisboa, situados junto ao Bairro Alto, servem com facilidade toda a zona centro e Oeste dos bairros históricos de Lisboa – Madragoa, Bairro Alto, Bica e Baixa e Chiado; - Associação dos Bombeiros Voluntários da Ajuda Cruz Verde, situados a Norte a Baixa, serve com facilidade o Bairro Alto e a Baixa e Chiado; - Regimento de Sapadores Bombeiros, situado nas imediações da Madragoa, serve facilmente a Madragoa, o Bairro Alto e a Bica. De qualquer modo, a dispersão de instalações de bombeiros na zona central da cidade permite o rápido acesso a cada um dos bairros em análise.

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12.3. Análise das características essenciais de cada bairro real e das suas implicações no processo de reabilitação 12.3.1 Características essenciais 12.3.1.1 Alfama Este bairro está intimamente relacionado com o Bairro Teórico Medieval/Islâmico. As suas características essenciais são as desse bairro; encosta íngreme, traçado viário sinuoso ou labiríntico, adaptado às curvas de nível, constituído por vias estreitas, ausência de delimitação de passeios na generalidade das vias, vias em escada na direcção perpendicular às curvas de nível e lotes de dimensões reduzidas e irregulares. 12.3.1.2 Bica Este bairro está fundamentalmente relacionado com o Bairro Teórico dos Descobrimentos. As suas características essenciais são as desse bairro; encosta íngreme, traçado viário composto por vias ortogonais e de largura média, lotes de dimensão média e regular. Por apresentar em algumas zonas vias em escada, apresenta nesse aspecto semelhanças com o que ocorre no Bairro Medieval/Islâmico. O estilo arquitectónico não se encontra completamente definido. 12.3.1.3 Baixa e Chiado Este bairro está principalmente relacionado com o Bairro Teórico do Iluminismo. As suas características essenciais são as desse bairro; implantado em zona plana (no caso real não completamente plana), traçado viário composto por vias ortogonais e largas, com delimitação dos passeios, lotes de grandes dimensões e regulares, estilo arquitectónico definido (embora no caso real esteja parcialmente alterado). 12.3.2 Possibilidade de mudança face ao existente 12.3.2.1 Alfama Este bairro, tal como previamente exposto, coincide em larga medida com o referido para o Bairro Teórico Medieval/Islâmico. Seguidamente passamos a descrever característica a característica as possibilidades de mudança, bem como, as implicações que ocorrem no processo de reabilitação. 12.3.2.1.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais Esta característica é de muito difícil correcção, visto que implica directamente com o traçado viário. Sendo, este último, um dos aspectos com maior perdurabilidade no

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tempo, está intimamente relacionado com a essência de cada bairro. No caso de Alfama, consideramos ser muito difícil operar qualquer alteração significativa no traçado viário, sem que ocorra forte oposição política e social. Deste modo, prosseguirão no curto e médio prazo todos os constrangimentos que resultam desta característica. b) Articulação entre meios de transporte urbano No caso de Alfama, onde o traçado das vias é sinuoso, a largura das mesmas é reduzida e onde os lotes são de pequenas dimensões e irregulares, qualquer alteração a efectuar deverá ser considerada a médio prazo, devendo-se contar com forte oposição, visto que parte importante da essência do bairro irá ser comprometida. Há, no entanto a hipótese de criar infra-estruturas na periferia do bairro que venham a atenuar o deficit existente no interior deste. c) Jardins e zonas de lazer Para se implantarem nos diversos bairros jardins e zonas de lazer, haverá a necessidade de alterar pontualmente o traçado viário. Consideramos que, neste caso, há a possibilidade de, a curto prazo, se concretizarem estas infra-estruturas, visto que o centro da cidade, no seu todo, se encontra carenciado de espaços verdes e de zonas de lazer. d) Sinalização A concretização desta medida não implica com a essência do bairro em análise, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. e) Aspecto dos espaços públicos Este factor não implica com a essência do bairro em análise, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. f) Circulação dos veículos automóveis No caso de Alfama, por força do traçado viário, torna-se extremamente complexo garantir uma boa circulação automóvel sem comprometer decisivamente a essência da área. De qualquer modo, qualquer medida a tomar será a médio prazo. g) Facilidade de estacionamento No caso de Alfama, o problema da criação de lugares de estacionamento é duplo, visto que, por um lado é difícil ampliar a capacidade de estacionamento da zona e, por outro, é extremamente complicado garantir o acesso dos veículos aos eventuais locais

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de estacionamento, em virtude da sinuosidade do traçado e das pequenas dimensões dos lotes, pelo que a intervenção política se prevê decisiva e bastante difícil de defender. h) Acesso a outras áreas da cidade Para se concretizar este aspecto, o factor mais importante é o da facilidade de circulação automóvel, combinada com os acessos exteriores ao bairro. Actualmente a cidade possui bons acessos e vias exteriores de comunicação, pelo que consideramos como crítica a circulação no interior do bairro. Deste modo, as considerações já elaboradas anteriormente na alínea f) repetem-se aqui. i) Acesso a serviços básicos Para se concretizar este factor, há apenas a necessidade de deixar intervir as forças económicas, pelo que a curto prazo, em qualquer dos bairros, seria possível garantir o acesso a serviços básicos. Não existem restrições importantes a registar relativamente a Alfama. Há, no entanto, que referir que os investimentos dos particulares e dos agentes económicos estão pendentes dos sinais evidenciados pelo estado e pela autarquia, não sendo verosímil que os investidores em geral estejam dispostos a mobilizar meios financeiros para áreas da cidade onde a tendência de décadas é a da diminuição do número de habitantes e de postos de trabalho sem que haja um sinal das entidades públicas no sentido de que pretendem verdadeiramente reabilitar cada zona. j) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Em qualquer dos bairros reais analisados é possível garantir a fiabilidade na utilização das redes de serviços, quer na via pública, quer no interior das edificações, num horizonte de curto prazo. No interior dos edifícios, a melhoria das redes de distribuição de serviços depende dos proprietários, sendo que o investimento dos particulares está condicionado pelos sinais que o estado e a autarquia transmitirem para a sociedade no sentido de pretender verdadeiramente proceder à reabilitação de cada zona. k) Existência de equipamentos Este aspecto é de fácil execução em todos os bairros reais analisados, podendo ser implementado no curto prazo, desde que haja vontade política para tal. As implicações com a essência de cada bairro teórico são nulas ou reduzidas.

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12.3.2.1.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos Este factor depende da vontade dos particulares e da aplicação de conhecimentos técnicos. A correcção de defeitos dos sistemas construtivos não afecta a essência de cada área. No caso de Alfama, a tarefa de reforço estrutural e construtivo é de maior complexidade, por a informação prévia que existe ser de menor profundidade e por o estado geral de conservação do património ser pior. Neste caso, propomos que a tarefa a realizar apenas se poderia concretizar no longo prazo. Os tipos de investimentos aqui descritos estão directamente dependentes da vontade dos proprietários e investidores particulares. Como tal, apenas com sinais concretos da parte do estado e da autarquia no sentido de realmente reabilitar as áreas envolvidas, se poderá esperar que os particulares procedam de igual modo. b) Tipologias adequadas às necessidades Em muitos dos casos, para se garantir que as tipologias se encontram adequadas às necessidades dos actores sociais e económicos, haveria que alterar as dimensões das habitações e, consequentemente, dos lotes onde estas se encontram implantadas. Tal facto implicaria, em alguns dos bairros, a confrontação com as características essenciais dos mesmos. Como tal e nessas situações, apenas com decisões políticas seria possível proceder a alterações. No caso de Alfama, onde os lotes são pequenos e de dimensões irregulares, ter-se-ia que procurar um público alvo com necessidades reduzidas em termos de espaço interior das habitações, visto que a adequação das tipologias a unidades familiares com quatro ou mais elementos se torna em média problemática. Os aspectos relativos à modernização de instalações sanitárias e cozinhas são de fácil execução, estando dependentes, em geral, da vontade dos particulares. Estas medidas deveriam ser tomadas em consonância com a reparação e o reforço das redes de alimentação de águas e de drenagem de águas residuais de cada edifício. No médio prazo, é possível diminuir o número de fracções de habitação, agrupando duas ou mais numa única, permitindo assim aumentar a dimensão das famílias que habitam a zona. c) Condições de conforto A criação de condições de conforto nos edifícios está relacionada com a actividade dos proprietários das fracções ou da globalidade de cada construção, constituindo uma exigência com grande actualidade, face à oferta existente ao nível das construções novas e das possibilidades de adaptação das menos recentes.

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Relativamente às condições de conforto térmico, dada a espessura das paredes exteriores dos edifícios, haverá fundamentalmente que considerar as perdas ou ganhos térmicos através das janelas e portas de sacada e pelas coberturas. Estas questões são relativamente fáceis de resolver no curto prazo, não comprometendo a essência de nenhum dos bairros teóricos propostos, apesar de se poderem registar pequenas alterações ao nível dos vãos exteriores. No que se refere às condições acústicas, relativamente ao isolamento dos sons provenientes do exterior, as soluções a implementar para o isolamento térmico contribuem também para obviar a questão acústica. No caso da transmissão de sons entre fracções, dada a estrutura de madeira dos pavimentos, a resolução do problema é mais difícil e onerosa, embora apenas técnica, podendo ser executada no curto prazo. No que importa às condições de iluminação e ventilação, dado que no caso de Alfama as habitações são de reduzida dimensão, a iluminação natural que entra pelas aberturas das fachadas é em média suficiente para iluminar todas as divisões. Neste caso importa ainda referir que a reduzida largura das vias conduz a que nos pisos inferiores a luz natural exterior seja reduzida. Pelos mesmos motivos apontados para a iluminação, a ventilação das diversas fracções é fácil. d) Acessos verticais mecanizados Em todos os bairros analisados há a necessidade de criar acessos verticais no interior dos edifícios. No entanto, a dificuldade de concretização desta medida é completamente diferente de bairro para bairro. No caso de Alfama, a materialização de acessos verticais é muito complexa, visto que se combinam a irregularidade da distribuição dos lotes com as diminutas dimensões de cada lote. Deste modo, as correcções inerentes a esta característica afiguram-se muito difíceis, sendo as medidas a tomar apenas possíveis no médio prazo. e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio No caso de Alfama, dadas as reduzidas dimensões dos lotes e a irregularidade dos mesmos, é muito complexo criar acessos verticais alternativos de fuga, sem comprometer o espaço de cada fogo e o estilo arquitectónico de cada construção. Como tal, consideramos que a materialização deste tipo de acesso é muito difícil, estando sempre sujeita a medidas de médio prazo, eventualmente relacionadas com a aglomeração de diversas fracções em uma única.

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12.3.2.1.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade Esta característica verifica-se em todos os bairros analisados, pelo que não há a necessidade de proceder a medidas de fundo com vista à sua correcção. Em todo o caso, as iniciativas a tomar no sentido de reforçar a identidade de cada espaço, são social e politicamente consensuais, pelo que a sua implementação é fácil. b) Possibilidade de usufruir de paisagem Esta característica verifica-se em Alfama, pelo que não há alterações a realizar. 12.3.2.2 Bica Este bairro, tal como previamente exposto, coincide em larga medida com o referido para o Bairro Teórico dos Descobrimentos. Seguidamente passamos a descrever característica a característica as possibilidades de mudança, bem como, as implicações que ocorrem no processo de reabilitação. 12.3.2.2.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais Esta característica é de muito difícil correcção, visto que implica directamente com o traçado viário. Sendo, este último, um dos aspectos com maior perdurabilidade no tempo, está intimamente relacionado com a essência de cada bairro. No caso do bairro da Bica, a dificuldade dos acessos prende-se com a inclinação da encosta e com a dificuldade de articulação dos meios de transporte urbano. Neste caso particular, a encosta é de grande inclinação, enquanto que os caminhos transversais – paralelos ao rio – são relativamente planos na zona central e íngremes nas extremidades do bairro, terminando em alguns casos na forma de escada. No eixo viário principal do bairro, com grande inclinação, existe um elevador que garante o acesso da zona de menor cota até ao topo. Embora as vias sejam rectas, é muito difícil neste caso colocar um sistema de passadeira rolante paralelo ao trajecto do elevador, devido à exiguidade do espaço e às condições de segurança. Deste modo, torna-se complexo implementar qualquer alteração ao traçado viário que possa vir a melhorar os acessos pedonais, havendo ainda que contar com forte oposição política e social.

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b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica, para ser melhorada, implicará alguma alteração pontual ao estilo arquitectónico, às dimensões dos lotes e ao traçado viário. No caso do bairro da Bica, onde as vias são tendencialmente ortogonais, mas de largura média e onde os lotes aí existentes são de dimensão média, torna-se mais complexo levar a cabo uma boa articulação entre meios de transporte urbano. Deste modo, as correcções que se entenderem necessárias ocorrerão no médio prazo, estando dependentes da vontade política e dos estudos técnicos. Por outro lado, dadas as reduzidas dimensões do bairro em questão, é sempre possível garantir a articulação dos meios de transporte urbano através da sua periferia. Tal situação já se verifica no limite Sul da área, coincidindo com a zona de cota mais baixa. c) Jardins e zonas de lazer No caso particular da Bica, não se entende como viável criar jardins ou zonas de lazer no seu interior, visto que, com as suas diminutas dimensões, acabaria por uma infra-estrutura desta ordem absorver uma área muito significativa do bairro. Há que considerar a hipótese de criar áreas verdes e de lazer na sua periferia, servindo este e outros bairros próximos. d) Sinalização A concretização desta medida não implica com a essência de qualquer um dos Bairros analisados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. e) Aspecto dos espaços públicos Este factor não implica com a essência de qualquer um dos Bairros analisados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. f) Circulação dos veículos automóveis A concretização da melhoria da circulação dos veículos automóveis implica em muitos casos com o traçado viário, característica essencial de cada bairro, bem como com a distribuição dos lotes em cada área e o estilo arquitectónico. Deste modo, só com a decisão do poder político será possível proceder à melhoria da circulação automóvel. No caso do bairro da Bica, apesar de as vias serem tendencialmente ortogonais, a circulação automóvel concretiza-se com muita dificuldade, devido à largura, à inclinação do perfil longitudinal das vias e à coincidência na circulação com o elevador. Qualquer alteração a efectuar implicará com a essência do bairro, sendo por isso de extrema delicadeza e apenas se poderá encarar a médio prazo.

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g) Facilidade de estacionamento Para se ampliar a capacidade de estacionamento de determinada área há a necessidade de alterar pontualmente o estilo arquitectónico, garantindo o acesso às novas zonas de estacionamento criadas. Deste modo, dependendo da zona em questão, o traçado viário também poderá ser afectado. No caso do bairro da Bica, dada a natureza do traçado viário, é extremamente complexo garantir mais lugares de estacionamento no seu interior, por as vias em si próprias não apresentarem capacidade para acolher mais viaturas e por o acesso a hipotéticos locais de estacionamento ser muito difícil, quando não é impossível. h) Acesso a outras áreas da cidade Para se concretizar este aspecto, o factor mais importante é o da facilidade de circulação automóvel, combinada com os acessos exteriores ao bairro. Actualmente a cidade possui bons acessos e vias exteriores de comunicação, pelo que consideramos como crítica a circulação no interior do bairro. Deste modo, as considerações já elaboradas anteriormente na alínea f) repetem-se aqui. No caso da Bica, dado que a circulação automóvel no interior do bairro é diminuta, consideramos que este aspecto fica prejudicado, sendo que a sua melhoria sofre dos mesmos condicionalismos descritos na alínea f). i) Acesso a serviços básicos Para se concretizar este factor, há apenas a necessidade de deixar intervir as forças económicas, pelo que a curto prazo, em qualquer dos bairros, seria possível garantir o acesso a serviços básicos. Não existem restrições importantes a registar relativamente ao essencial deste bairro. Há, no entanto, que referir que os investimentos dos particulares e dos agentes económicos estão pendentes dos sinais evidenciados pelo estado e pela autarquia, não sendo verosímil que os investidores em geral estejam dispostos a mobilizar meios financeiros para áreas da cidade onde a tendência de décadas é a da diminuição do número de habitantes e de postos de trabalho sem que haja um sinal das entidades públicas no sentido de que pretendem verdadeiramente reabilitar cada zona. j) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Em qualquer dos bairros analisados é possível garantir a fiabilidade na utilização das redes de serviços, quer na via pública, quer no interior das edificações, num horizonte de curto prazo. No interior dos edifícios, a melhoria das redes de distribuição de serviços depende dos proprietários, sendo que o investimento dos particulares está condicionado pelos

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sinais que o estado e a autarquia transmitirem para a sociedade no sentido de pretender verdadeiramente proceder à reabilitação de cada zona. k) Existência de equipamentos Este aspecto é de fácil execução em todos os bairros teóricos considerados, podendo ser implementado no curto prazo, desde que haja vontade política para tal. As implicações com a essência de cada bairro analisado são nulas ou reduzidas. 12.3.2.2.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos Este factor depende da vontade dos particulares e da aplicação de conhecimentos técnicos. A correcção de defeitos dos sistemas construtivos não afecta a essência de cada área. No caso do Bica, não existe informação completa sobre o património edificado, os métodos construtivos, as alterações e ampliações ocorridas. Como tal, a tarefa de reforço estrutural e construtivo de cada edificação é mais complexa. Em todo o caso, é possível realizar os trabalhos referidos no curto prazo. Os tipos de investimentos aqui descritos estão directamente dependentes da vontade dos proprietários e investidores particulares. Como tal, apenas com sinais concretos da parte do estado e da autarquia no sentido de realmente reabilitar as áreas envolvidas, se poderá esperar que os particulares procedam de igual modo. b) Tipologias adequadas às necessidades Em muitos dos casos, para se garantir que as tipologias se encontram adequadas às necessidades dos actores sociais e económicos, haveria que alterar as dimensões das habitações e, consequentemente, dos lotes onde estas se encontram implantadas. Tal facto implicaria, em alguns dos bairros, a confrontação com as características essenciais dos mesmos. Como tal e nessas situações, apenas com decisões políticas seria possível proceder a alterações. No caso da Bica, embora se verifique a regularidade do lote, as dimensões em planta de cada apartamento são por norma reduzidas, pelo que haverá a necessidade de conjugar dois ou mais apartamentos, convertendo-os num único, de modo a satisfazer as necessidades actuais. Estes trabalhos, dependendo da tramitação burocrática, podem ser efectuados no curto prazo. Há ainda que encarar a possibilidade de, pela natureza das construções do bairro, este se orientar para um tipo de núcleo familiar alvo com um menor número de elementos. Outro aspecto a considerar relaciona-se com a ampliação do número de instalações sanitárias e a requalificação das cozinhas. Estas medidas deveriam ser tomadas em

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consonância com a reparação e o reforço das redes de alimentação de águas e de drenagem de águas residuais de cada edifício. A natureza dos investimentos a efectuar nesta alínea está directamente dependente dos particulares. Deste modo, considera-se válido o princípio já antes referido de que os particulares apenas investirão após um sinal claro proveniente do estado e da autarquia. c) Condições de conforto A criação de condições de conforto nos edifícios está relacionada com a actividade dos proprietários das fracções ou da globalidade de cada construção, constituindo uma exigência com grande actualidade, face à oferta existente ao nível das construções novas e das possibilidades de adaptação das menos recentes. Relativamente às condições de conforto térmico, dada a espessura das paredes exteriores dos edifícios, haverá fundamentalmente que considerar as perdas ou ganhos térmicos através das janelas e portas de sacada e pelas coberturas. Estas questões são relativamente fáceis de resolver no curto prazo, não comprometendo a essência de nenhum dos bairros teóricos propostos, apesar de se poderem registar pequenas alterações ao nível dos vãos exteriores. No que se refere às condições acústicas, relativamente ao isolamento dos sons provenientes do exterior, as soluções a implementar para o isolamento térmico contribuem também para obviar a questão acústica. No caso da transmissão de sons entre fracções, dada a estrutura de madeira dos pavimentos, a resolução do problema é mais difícil e onerosa, embora apenas técnica, podendo ser executada no curto prazo. No que importa às condições de iluminação e ventilação, dado que os fogos existentes na Bica são em geral de pequenas dimensões, devido ao tamanho dos lotes, praticamente todas as divisões têm iluminação natural e ventilação. Tal como antes referido, os investimentos necessários para proceder aos melhoramentos relatados nesta alínea estão dependentes das disponibilidades financeiras dos particulares e investidores, pelo que se torna decisivo o papel prévio de impulso por parte do estado no sentido de verdadeiramente reabilitar cada bairro. d) Acessos verticais mecanizados Em todos os bairros analisados há a necessidade de criar acessos verticais no interior dos edifícios. No caso do bairro da Bica, os lotes têm dimensão média e regular. Nestas condições, não existe espaço na caixa de escada para colocar um elevador, sendo no entanto possível proceder à implantação deste dispositivo mediante a cedência de espaço em cada uma das fracções existentes no edifício. Como se percebe, este tipo de medidas é de mais difícil implementação, visto que, para que se concretize, há a necessidade de cada particular ceder uma porção da sua área. Por outro lado, uma vez que as

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dimensões interiores de cada fogo já são por si diminutas, este factor acarretará ainda uma menor disponibilidade de espaço. Deste modo, a implementação desta característica afigura-se de difícil concretização, a menos que combinada com outras tendentes à redução do número de fogos por edifício e ao consequente aumento da área de cada fogo. Pelo exposto e no caso deste bairro, as correcções inerentes a esta característica afiguram-se difíceis, sendo as medidas a tomar apenas possíveis no médio prazo. Tal como antes referido, os investimentos necessários para proceder aos melhoramentos relatados nesta alínea estão dependentes das disponibilidades financeiras dos particulares e investidores, pelo que se torna decisivo o papel prévio de impulso por parte do estado no sentido de verdadeiramente reabilitar cada bairro. e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio No caso do bairro da Bica, dado que os lotes são de menores dimensões, apesar de regulares, torna-se mais complexo que no caso anterior colocar uma escada de salvação nas traseiras, não sendo no entanto inviável, já que a generalidade das construções dispõe aí de espaço livre. Neste caso levanta-se o problema de em muitas situações não estar previsto o espaço comum para colocação da escada, a saída de cada fogo para o dito acesso e o encaminhamento para a rua. Deste modo, consideramos que no caso deste bairro, a execução desta característica é possível, sendo no entanto dificultada pela escassez de espaço e pela inexistência de caminhos pré-estabelecidos na estrutura. Propomos ainda que a concretização desta medida seja considerada como de médio prazo. 12.3.2.2.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade Esta característica verifica-se em todos os bairros analisados, pelo que não há a necessidade de proceder a medidas de fundo com vista à sua correcção. Em todo o caso, as iniciativas a tomar no sentido de reforçar a identidade de cada espaço, são social e politicamente consensuais, pelo que a sua implementação é fácil. b) Possibilidade de usufruir de paisagem Esta característica verifica-se no bairro da Bica, pelo que não há alterações a realizar. 12.3.2.3 Baixa e Chiado Este bairro, tal como previamente exposto, coincide em larga medida com o referido para o Bairro Teórico do Iluminismo. Seguidamente passamos a descrever característica a característica as possibilidades de mudança, bem como, as implicações que ocorrem no processo de reabilitação.

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12.3.2.3.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais No que se refere à Baixa e Chiado não existem correcções importantes a fazer ao traçado viário para facilitar os acessos pedonais. Por um lado, a generalidade das vias são planas, por outro lado, a zona junto ao Largo do Chiado, onde se regista uma inclinação significativa das ruas, coincide com uma estação de metropolitano que serve essa zona, sendo ainda acessível por eléctrico. b) Acesso e articulação de meios de transporte urbano Esta característica, para ser melhorada, implicará alguma alteração pontual ao estilo arquitectónico, às dimensões dos lotes e ao traçado viário. No caso da Baixa e Chiado, qualquer alteração a concretizar é de fácil execução. Importa ainda registar que esta zona já se encontra bem servida de transportes – metropolitano, autocarro, eléctrico, barco e comboio – pelo que já existe uma boa articulação entre meios de transporte urbano. c) Jardins e zonas de lazer Para se implantar nos diversos bairros jardins e zonas de lazer, haverá a necessidade de alterar pontualmente o traçado viário. Consideramos que, neste caso, o traçado repetitivo das vias e a ocupação com edifícios de todos lotes, constitui um óbice à implantação de zonas verdes e de lazer. Para que tal suceda, terão que existir cedências e compromissos que permitam substituir a utilização de uma diminuta parte dos lotes que se encontram ocupados pelo património edificado. Visto que o centro da cidade, no seu todo, se encontra carenciado de espaços verdes e de zonas de lazer, é de presumir que medidas deste tipo se possam implementar no prazo de um mandato autárquico. d) Sinalização A concretização desta medida não implica com a essência de qualquer um dos bairros analisados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico. e) Aspecto dos espaços públicos Este factor não implica com a essência de qualquer um dos bairros analisados, sendo fácil de a executar no prazo de um mandato autárquico.

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f) Circulação dos veículos automóveis No caso do bairro em análise, a circulação automóvel está garantida à partida, não havendo correcções de fundo a efectuar. As pequenas alterações a concretizar poderão ocorrer a curto prazo e de forma consensual, visto que não implicam deturpações do traçado viário e do estilo arquitectónico. g) Facilidade de estacionamento Para se ampliar a capacidade de estacionamento de determinada área há a necessidade de alterar pontualmente o estilo arquitectónico, garantindo o acesso às novas zonas de estacionamento criadas. Deste modo, dependendo da zona em questão, o traçado viário também poderá ser afectado. No caso do bairro em análise, não há alterações a efectuar no traçado viário, havendo sim que criar zonas de estacionamento em áreas cobertas ou descobertas, transformando edifícios existentes em silos automóveis ou aproveitando os níveis inferiores de cada edifício, onde tal for viável, dado que as dimensões dos lotes são grandes. Estas medidas dificilmente serão concretizadas no curto prazo por estarem pendentes de decisão política. Outra possibilidade prende-se com a redução da intensidade de tráfego automóvel no interior do bairro, através da criação de vias alternativas pelo exterior do mesmo, que permitam que a circulação de veículos que não tenham origem ou destino nessa zona se processe por outras áreas. Deste modo, seria possível aumentar o número de estacionamentos ao ar livre nas vias de maior tráfego, tirando partido da sua largura. h) Acesso a outras áreas da cidade Para se concretizar este aspecto, o factor mais importante é o da facilidade de circulação automóvel, combinada com os acessos exteriores ao bairro. Actualmente a cidade possui bons acessos e vias exteriores de comunicação, pelo que consideramos como crítica a circulação no interior do bairro. Deste modo, as considerações já elaboradas anteriormente na alínea f) repetem-se aqui. No caso presente, o acesso a outras áreas da cidade é bom, havendo o senão de o estacionamento automóvel ser difícil. i) Acesso a serviços básicos Para se concretizar este factor, há apenas a necessidade de deixar intervir as forças económicas, pelo que a curto prazo, em qualquer dos bairros, seria possível garantir o acesso a serviços básicos. Não existem restrições importantes a registar relativamente ao bairro em análise. Há, no entanto, que referir que os investimentos dos particulares e dos agentes económicos estão pendentes dos sinais evidenciados pelo estado e pela autarquia, não sendo verosímil que os investidores em geral estejam dispostos a mobilizar meios financeiros para áreas da cidade onde a tendência de décadas é a da diminuição do número de habitantes e de postos de trabalho sem que haja um sinal

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das entidades públicas no sentido de que pretendem verdadeiramente reabilitar cada zona. j) Fiabilidade na utilização das redes de serviços Em qualquer dos bairros analisados é possível garantir a fiabilidade na utilização das redes de serviços, quer na via pública, quer no interior das edificações, num horizonte de curto prazo. No caso particular da Baixa e Chiado, por se situar a uma cota mais baixa que os demais bairros, existem mais problemas com a distribuição de água na rede pública, por a pressão ser maior. Este problema, aliás, é comum a toda a zona ribeirinha de Lisboa, onde a antiguidade dos troços se combina com a elevada pressão da água contida nos mesmos. No interior dos edifícios, a melhoria das redes de distribuição de serviços depende dos proprietários, sendo que o investimento dos particulares está condicionado pelos sinais que o estado e a autarquia transmitirem para a sociedade no sentido de pretender verdadeiramente proceder à reabilitação de cada zona. k) Existência de equipamentos Este aspecto é de fácil execução em todos os bairros analisados, podendo ser implementado no curto prazo, desde que haja vontade política para tal. As implicações com a essência de cada bairro são nulas ou reduzidas. 12.3.2.3.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos Este factor depende da vontade dos particulares e da aplicação de conhecimentos técnicos. A correcção de defeitos dos sistemas construtivos não afecta a essência de cada área. No caso da Baixa e Chiado, comparativamente com os demais bairros analisados, é mais simples melhorar a capacidade dos sistemas construtivos, em virtude da modulação e repetição dos espaços interiores, da sistematização e do conhecimento prévio que já se tem sobre os métodos construtivos originais e das menores ampliações em altura e em planta a que os mesmos estiveram sujeitos. Os reforços estruturais e construtivos a efectuar poder-se-iam concretizar no curto prazo. Os tipos de investimentos aqui descritos estão directamente dependentes da vontade dos proprietários e investidores particulares. Como tal, apenas com sinais concretos da parte do estado e da autarquia no sentido de realmente reabilitar as áreas envolvidas, se poderá esperar que os particulares procedam de igual modo.

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b) Tipologias adequadas às necessidades No caso da Baixa e Chiado, por a generalidade das construções se encontrarem implantadas em lotes de dimensões grandes e regulares e onde cada habitação tem uma área em planta considerável, há apenas que incrementar o número de instalações sanitárias e completar o equipamento de cozinha. Estes trabalhos podem ser efectuados no curto prazo. Estas medidas deveriam ser tomadas em consonância com a reparação e o reforço das redes de alimentação de águas e de drenagem de águas residuais de cada edifício. A natureza dos investimentos a efectuar nesta alínea está directamente dependente dos particulares. Deste modo, considera-se válido o princípio já antes referido de que os particulares apenas investirão após um sinal claro proveniente do estado e da autarquia. c) Condições de conforto A criação de condições de conforto nos edifícios está relacionada com a actividade dos proprietários das fracções ou da globalidade de cada construção, constituindo uma exigência com grande actualidade, face à oferta existente ao nível das construções novas e das possibilidades de adaptação das menos recentes. Relativamente às condições de conforto térmico, dada a espessura das paredes exteriores dos edifícios, haverá fundamentalmente que considerar as perdas ou ganhos térmicos através das janelas e portas de sacada e pelas coberturas. Estas questões são relativamente fáceis de resolver no curto prazo, não comprometendo a essência de nenhum dos bairros teóricos propostos, apesar de se poderem registar pequenas alterações ao nível dos vãos exteriores. No que se refere às condições acústicas, relativamente ao isolamento dos sons provenientes do exterior, as soluções a implementar para o isolamento térmico contribuem também para obviar a questão acústica. No caso da transmissão de sons entre fracções, dada a estrutura de madeira dos pavimentos, a resolução do problema é mais difícil e onerosa, embora apenas técnica, podendo ser executada no curto prazo. No que importa às condições de iluminação e ventilação, a Baixa e Chiado, por ser constituída por edifícios de maior profundidade apresenta mais problemas neste aspecto. Como tal, seria necessário criar ventilações forçadas para algumas das divisões, aproveitando esses espaços para implantação de instalações sanitárias, despensas e arrecadações. d) Acessos verticais mecanizados Em todos os bairros teóricos propostos há a necessidade de criar acessos verticais no interior dos edifícios. No entanto, a dificuldade de concretização desta medida é completamente diferente de bairro para bairro.

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No caso da Baixa e Chiado, dada a sucessiva repetição de características geométricas das construções e a generosidade das dimensões da caixa de escada principal, é possível, sem alterar o estilo arquitectónico dos edifícios, implantar ascensores com acesso aos diversos níveis. Podendo esta medida ser efectivada no curto prazo, mediante a apresentação de estudos técnicos. Obviamente, seria necessário considerar o reforço da alimentação eléctrica de cada edifício, de modo a poder suportar estes novos dispositivos. Haveria ainda que considerar o reforço estrutural dos elementos constituintes da caixa de escada. e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio

Esta característica encontra-se parcialmente assegurada neste bairro. Na generalidade dos casos existe uma escada de salvação no Alçado de com acesso directo de todos os pisos até ao nível do R/C e com posterior encaminhamento até à rua. Este dispositivo, tipicamente de construção metálica, necessita de manutenção de forma a garantir a sua estabilidade, estando na maioria dos casos em muito mau estado de conservação, dada a proximidade do rio e o clima húmido de Lisboa que proporciona uma rápida oxidação dos elementos metálicos. Nos casos em que, por qualquer motivo, não exista este acesso vertical, a sua implementação é fácil, pelo que exacta característica para este bairro teórico fica facilmente garantida no curto prazo. 12.3.2.3.2 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade Esta característica verifica-se em todos os bairros analisados, pelo que não há a necessidade de proceder a medidas de fundo com vista à sua correcção. Em todo o caso, as iniciativas a tomar no sentido de reforçar a identidade de cada espaço, são social e politicamente consensuais, pelo que a sua implementação é fácil. b) Possibilidade de usufruir de paisagem Esta característica não se verifica na generalidade da Baixa e Chiado. Existem pontualmente miradouros, no topo de edifícios ou elevadores, dos quais se pode observar a zona antiga da cidade. Pela morfologia do bairro, é muito complexo vir a alterar este aspecto no curto ou no médio prazo.

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12.4. Resposta actual dos bairros reais analisados 12.4.1 Alfama Devido às suas características essenciais, a resposta actual deste bairro é praticamente idêntica à projectada para o Bairro Teórico Tipo Medieval/Islâmico. A resposta actual será analisada com base nas características do bairro, na sua conformidade ou não conformidade com as características base propostas e nas implicações que daí resultam para os princípios enunciados. 12.4.1.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona onde o mesmo se encontra implantado, concluímos que os acessos pedonais são difíceis, observando-se ao longo de toda a área a disseminação de vias em escada, nos trajectos perpendiculares às curvas de nível.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano O bairro praticamente não possui transporte urbano no seu interior. A excepção a esta regra consiste na Rua dos Remédios, único eixo praticamente recto e plano que existe próximo da zona de cota mais baixa. Exteriormente, existe um eixo viário importante, quase à cota do Rio, que confina com a fronteira Sul de Alfama. Este eixo é servido por transportes públicos urbanos – metropolitano, eléctrico, autocarro, localizando-se ainda nessa área o terminal ferroviário de Santa Apolónia, bem como, uma estação de ligação de barco para a travessia do Tejo. Deste modo, podemos afirmar que a zona mais a Sul do bairro, localizada a uma cota mais baixa, encontra-se actualmente bem servida de transportes públicos, enquanto que para atingir toda a restante área, a uma cota mais elevada, há a necessidade de percorrer vias com uma inclinação variável, mas sempre com um aumento significativo das cotas altimétricas.

c) Jardins e zonas de lazer No interior de Alfama não existem infra-estruturas desta natureza. O arvoredo na generalidade do centro histórico de Lisboa é escasso ou inexistente. Neste bairro, localizam-se pontualmente árvores de pequeno porte, sem significado no cômputo geral da zona.

d) Segurança O traçado viário, composto vias estreitas e sinuosas dificulta a visibilidade e a iluminação nocturna, conferindo uma sensação de insegurança. No entanto, não há registos recorrentes de assaltos ou outros tipos de violência.

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e) Sinalização Sendo Alfama uma zona turística por excelência, estão referenciados no seu interior os principais pontos de interesse, bem como, os trajectos preferenciais para o tráfego automóvel, não existindo, neste aspecto, problemas importantes a resolver. Pela própria natureza do bairro, a circulação automóvel, onde possível, é lenta. As passagens para atravessamento de peões, embora assinaladas através de dispositivos verticais, encontram-se usualmente mal definidas ao nível dos pavimentos, constituindo um risco acrescido para os transeuntes. Tipicamente, por uma questão logística, o Departamento de Trânsito da Câmara Municipal de Lisboa decide pintar as passagens pedonais durante a Primavera.

f) Aspecto dos espaços públicos Tal como ocorre na generalidade dos bairros do centro histórico, os espaços públicos encontram-se predominantemente mal conservados. Esta consideração estende-se desde a falta de manutenção de passeios e faixas de rodagem, à acumulação de lixo e de dejectos de animais, até à falta de manutenção ou de reparação das fachadas da generalidade dos edifícios.

g) Circulação automóvel A circulação automóvel no interior de Alfama encontra-se bastante dificultada, devido à estreiteza e sinuosidade das vias.

h) Estacionamento O número de estacionamentos no interior de Alfama é extremamente reduzido, devido às características do traçado viário, já previamente mencionadas.

i) Acesso a outras áreas da cidade Através do eixo viário situado a Sul de Alfama, é possível aceder a todas as outras áreas da cidade. Esta característica fica prejudicada pela inexistência de lugares de estacionamento no interior do bairro e pela grande dificuldade de circulação.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Esta característica foi objecto de uma avaliação própria em outro sub-capítulo. Na generalidade, as redes exteriores encontram-se em boas condições, excepção feita à da rede de distribuição de água. No interior de cada edifício, observa-se como norma que as redes se encontram em mau estado de conservação e sub-dimensionadas para as necessidades actuais.

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l) Equipamentos sociais

Na actualidade, existe uma reduzida oferta na área dos Centros de Saúde, Jardins de Infância e Escolas do Ensino Secundário a toda a área Este do Centro Histórico de Lisboa. Relativamente à assistência em Hospital, toda a referida área está servida pelo Hospital de São José. No que respeita às Escolas Primárias, consideramos que o seu número é suficiente, havendo, no entanto, que proceder à necessária manutenção destas infra-estruturas.

12.4.1.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

A circulação pelas vias do bairro com olhar atento ao património edificado, permite constatar que, em geral, este se encontra bastante deteriorado, não sendo fiável para os seus utilizadores. São notórios, pelo exterior, os desaprumos de fachadas, a fissuração generalizada em paredes resistentes, a má qualidade e a falta de conservação da maioria dos vãos exteriores. Interiormente, são frequentes os pavimentos em que a estrutura de madeira se encontra parcialmente apodrecida, bem como as infiltrações provenientes da cobertura ou dos sistemas de abastecimento de água ou de drenagem das águas residuais.

b) Adequação das tipologias A adequação das tipologias fica naturalmente dependente do público alvo a que as habitações se destinam. No entanto, independentemente deste aspecto, dadas as dimensões reduzidas e irregulares dos lotes, uma parte significativa das fracções dispõem apenas de um quarto, uma sala, instalações sanitárias completas e cozinha. É ainda sabido que em diversas habitações, as instalações sanitárias e as cozinhas não se encontram completas. Este aspecto tem sido objecto de intervenção por parte da Câmara Municipal de Lisboa ao longo das últimas duas décadas, contudo, em virtude da exiguidade do espaço disponível em cada habitação, ocorrem diversas situações em que é muito difícil resolvê-lo. De um modo geral, podemos considerar que as tipologias não se encontram adaptadas às necessidades actuais.

c) Conforto Actualmente o património edificado em Alfama não apresenta condições de conforto térmico e acústico, fundamentalmente devido aos vãos exteriores, visto que as paredes exteriores são espessas, garantindo por si só uma barreira aos impactos acústicos e térmicos. Entre habitações e dentro de cada habitação, pela natureza das paredes divisórias e dos pavimentos interiores, a propagação do ruído é muito significativa. Dadas as dimensões reduzidas de cada habitação, normalmente existem boas condições de iluminação natural. Este aspecto é apenas prejudicado pela estreiteza das vias. Pelo mesmo motivo, a ventilação natural das diversas fracções ocorre com facilidade.

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d) Acessos verticais mecanizados

Actualmente, o património edificado no bairro está na sua totalidade desprovido de meios mecânicos de elevação de pessoas e bens, sendo bastante complexo no futuro alterar esta situação.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Na generalidade das edificações de Alfama não existem percursos alternativos de fuga em caso de incêndio, sendo que os principais são construídos e revestidos por madeira.

12.4.1.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida em Alfama.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

12.4.2 Bica Devido às suas características essenciais, a resposta actual deste bairro é praticamente idêntica à projectada para o Bairro Teórico Tipo dos Descobrimentos. A resposta actual será analisada com base nas características do bairro, na sua conformidade ou não conformidade com as características base propostas e nas implicações que daí resultam para os princípios enunciados. 12.4.2.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona onde o mesmo se encontra implantado, concluímos que os acessos pedonais são difíceis, observando-se ao longo de toda a área a grande inclinação das ruas orientadas segundo o eixo Norte Sul e uma menor inclinação nas vias perpendiculares a estas, embora neste último caso, as zonas próximas da fronteira do bairro terminem em escada.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Em termos de transporte urbano, o bairro é servido no seu interior unicamente pelo Elevador da Bica – eléctrico que vence a grande inclinação da Rua da Bica de Duarte Belo, percorrendo-a de uma extremidade à outra. Na fronteira superior do bairro, junto ao Bairro Alto, circula o eléctrico que percorre a Calçada do Combro,

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servindo também os todos os actores que intervêm no bairro. Na fronteira mais a Sul da Bica, relativamente próxima do eixo viário orientado segundo Este Oeste, encontramo-nos próximo de diversas infra-estruturas de comunicação; a linha de combóio de Cascais, diversas carreiras de autocarro e de eléctrico, terminal de barcos da TransTejo.

c) Jardins e zonas de lazer No interior de Bica não existem infra-estruturas desta natureza. O arvoredo na generalidade do centro histórico de Lisboa é escasso ou inexistente. Neste bairro, localizam-se pontualmente árvores de pequeno porte, sem significado no cômputo geral da zona.

d) Segurança O traçado viário, composto vias rectilíneas facilita a visibilidade e a iluminação nocturna, conferindo uma sensação de segurança. Independentemente deste aspecto, não há registos recorrentes de assaltos ou outros tipos de violência.

e) Sinalização Apesar de a Bica ser um ponto de interesse turístico, dadas as diminutas dimensões do bairro, não existe a necessidade de no seu interior se referenciar outras especificidades. Interiormente, os trajectos que existem são reduzidos e relativamente óbvios, em termos de preferências pedonais e em termos de opções de circulação automóvel. Pela própria natureza do bairro, a circulação automóvel, onde possível, é lenta. As passagens para atravessamento de peões, embora assinaladas através de dispositivos verticais, encontram-se usualmente mal definidas ao nível dos pavimentos, constituindo um risco acrescido para os transeuntes. Tipicamente, por uma questão logística, o Departamento de Trânsito da Câmara Municipal de Lisboa decide pintar as passagens pedonais durante a Primavera.

f) Aspecto dos espaços públicos Tal como ocorre na generalidade dos bairros do centro histórico, os espaços públicos encontram-se predominantemente mal conservados. Esta consideração estende-se desde a falta de manutenção de passeios e faixas de rodagem, à acumulação de lixo e de dejectos de animais, até à falta de manutenção ou de reparação das fachadas da generalidade dos edifícios.

g) Circulação automóvel A circulação automóvel no interior da Bica encontra-se bastante dificultada, devido à estreiteza das vias, à existência de vias em degraus e à circulação do Elevador da Bica.

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h) Estacionamento

O número de estacionamentos no interior da Bica é extremamente reduzido, devido à exiguidade do espaço e às características do traçado viário, já previamente mencionadas.

i) Acesso a outras áreas da cidade Através do eixo viário situado a Sul da Bica, é possível aceder a todas as outras áreas da cidade. Esta característica fica prejudicada pela inexistência de lugares de estacionamento no interior do bairro e pela grande dificuldade de circulação.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Esta característica foi objecto de uma avaliação própria em outro sub-capítulo. Na generalidade, as redes exteriores encontram-se em boas condições, excepção feita à da rede de distribuição de água. No interior de cada edifício, observa-se como norma que as redes se encontram em mau estado de conservação e sub-dimensionadas para as necessidades actuais.

l) Equipamentos sociais Na actualidade, existe uma reduzida oferta na área dos Jardins de Infância e Escolas do Ensino Secundário a toda a área Oeste do Centro Histórico de Lisboa. Relativamente à assistência em Hospital, toda a referida área está servida pelo Hospital de São José. No que respeita às Escolas Primárias e aos Centros de Saúde, consideramos que o seu número é suficiente, havendo, no entanto, que proceder à necessária manutenção destas infra-estruturas.

12.4.2.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

A circulação pelas vias do bairro com olhar atento ao património edificado, permite constatar que, em geral, este se encontra deteriorado, não sendo fiável para os seus utilizadores. São notórios, pelo exterior, alguns desaprumos de fachadas, fissuração em paredes resistentes, a má qualidade e a falta de conservação da maioria dos vãos exteriores. Interiormente, são frequentes os pavimentos em que a estrutura de madeira se encontra parcialmente apodrecida, bem como as infiltrações provenientes da cobertura ou dos sistemas de abastecimento de água ou de drenagem das águas residuais.

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b) Adequação das tipologias

A adequação das tipologias fica naturalmente dependente do público alvo a que as habitações se destinam. No caso presente, os lotes onde as edificações estão implantadas têm dimensões regulares e médias, no entanto, dada a excessiva divisão em fracções, cada apartamento acaba por ser exíguo, considerando os padrões normais de exigência. Por outro lado, à semelhança do que ocorre com a larga maioria das habitações do Centro Histórico, existe um déficit de qualidade e/ou quantidade em termos de instalações sanitárias e cozinhas. De um modo geral, podemos considerar que as tipologias não se encontram adaptadas às necessidades actuais.

c) Conforto Actualmente o património edificado na Bica não apresenta condições de conforto térmico e acústico, fundamentalmente devido aos vãos exteriores, visto que as paredes exteriores são espessas, garantindo por si só uma barreira aos impactos acústicos e térmicos. Entre habitações e dentro de cada habitação, pela natureza das paredes divisórias e dos pavimentos interiores, a propagação do ruído é muito significativa. Dadas as dimensões reduzidas de cada habitação, normalmente existem boas condições de iluminação natural. Pelo mesmo motivo, a ventilação natural das diversas fracções ocorre com facilidade.

d) Acessos verticais mecanizados Actualmente, o património edificado no bairro está na sua totalidade desprovido de meios mecânicos de elevação de pessoas e bens, sendo bastante complexo no futuro alterar esta situação.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Na generalidade das edificações da Bica não existem percursos alternativos de fuga em caso de incêndio, sendo que os principais são construídos e revestidos por madeira.

12.4.2.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida no Bairro da Bica.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

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12.4.3 Baixa e Chiado Devido às suas características essenciais, a resposta actual deste bairro é praticamente idêntica à projectada para o Bairro Teórico Tipo do Iluminismo. A resposta actual será analisada com base nas características do bairro, na sua conformidade ou não conformidade com as características base propostas e nas implicações que daí resultam para os princípios enunciados. 12.4.3.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona onde o mesmo se encontra implantado, concluímos que os acessos pedonais são fáceis, observando-se ao longo de toda a área uma quase unanimidade de vias planas, apenas alterada nas proximidades do Largo do Chiado.

b) Acesso e articulação dos meios de transporte urbano O bairro encontra-se bem servido de transportes urbanos, sendo que a disseminação destes facilita a sua articulação. Deste modo, quer a zona do Rossio e Praça da Figueira, quer a zona do Terreiro do Paço proporcionam aos diversos utentes uma série de soluções de transporte interligadas entre si. Parte do que mencionamos também serve o Bairro de Alfama – apesar de este último se encontrar mais distante – visto que, o extremo Sudeste da Baixa e Chiado é servido por transportes públicos urbanos – metropolitano, eléctrico, autocarro, localizando-se ainda nessa área o terminal ferroviário de Santa Apolónia, bem como, uma estação de ligação de barco para a travessia do Tejo.

c) Jardins e zonas de lazer No interior da Baixa e Chiado não existem infra-estruturas desta natureza. O arvoredo na generalidade do centro histórico de Lisboa é escasso ou inexistente. Neste bairro, localizam-se pontualmente árvores de pequeno porte, sem significado no cômputo geral da zona.

d) Segurança O traçado viário, composto vias largas e rectas facilita a visibilidade e a iluminação nocturna, atribuindo uma sensação de segurança. Em complemento a estes aspectos não existem registos recorrentes de assaltos ou outros tipos de violência.

e) Sinalização Sendo a Baixa e Chiado uma zona turística por excelência, estão referenciados no seu interior os principais pontos de interesse, bem como, os trajectos preferenciais para o tráfego automóvel, não existindo, neste aspecto, problemas importantes a resolver. Pela própria natureza do bairro, a circulação automóvel, nas vias mais

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largas pode ser rápida, estando os limites de velocidade assinalados. As passagens para atravessamento de peões, embora assinaladas através de dispositivos verticais, encontram-se usualmente mal definidas ao nível dos pavimentos, constituindo um risco acrescido para os transeuntes. Tipicamente, por uma questão logística, o Departamento de Trânsito da Câmara Municipal de Lisboa decide pintar as passagens pedonais durante a Primavera.

f) Aspecto dos espaços públicos Tal como ocorre na generalidade dos bairros do centro histórico, os espaços públicos encontram-se predominantemente mal conservados. Esta consideração estende-se desde a falta de manutenção de passeios e faixas de rodagem, à acumulação de lixo e de dejectos de animais, até à falta de manutenção ou de reparação das fachadas da generalidade dos edifícios.

g) Circulação automóvel A circulação automóvel no interior da Baixa e Chiado é bastante simples, devido à largura e à linearidade das vias.

h) Estacionamento O número de estacionamentos no interior da Baixa e Chiado é reduzido, sendo completamente desproporcional às condições favoráveis do fluxo do tráfego.

i) Acesso a outras áreas da cidade Através do eixo viário situado a Sul da Baixa e Chiado, bem como das boas condições de tráfego no seu interior, é possível aceder a todas as outras áreas da cidade. Esta característica fica prejudicada pela reduzida expressão de lugares de estacionamento no interior do bairro.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Esta característica foi objecto de uma avaliação própria em outro sub-capítulo. Na generalidade, as redes exteriores encontram-se em boas condições, excepção feita à da rede de distribuição de água. No interior de cada edifício, observa-se como norma que as redes se encontram em mau estado de conservação e sub-dimensionadas para as necessidades actuais.

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l) Equipamentos sociais

Na actualidade, existe uma reduzida oferta na área dos Jardins de Infância e Escolas do Ensino Secundário a toda a área da Baixa e Chiado. Relativamente à assistência em Hospital, toda a referida área está servida pelo Hospital de São José. No que respeita às Escolas Primárias e aos Centros de Saúde, consideramos que o seu número é suficiente, havendo, no entanto, que proceder à necessária manutenção destas infra-estruturas.

12.4.3.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

A circulação pelas vias do bairro com olhar atento ao património edificado, permite constatar que, em geral, este apresenta problemas significativos ao nível das caixilharias, rebocos e pinturas, revestimento e soluções construtivas de madeira. Interiormente, são frequentes os pavimentos em que a estrutura de madeira se encontra parcialmente apodrecida, bem como as infiltrações provenientes da cobertura ou dos sistemas de abastecimento de água ou de drenagem das águas residuais.

b) Adequação das tipologias A adequação das tipologias fica naturalmente dependente do público alvo a que as habitações se destinam. No caso presente, dadas as dimensões generosas e regulares dos lotes onde se implantam as edificações, é fácil adequar cada fracção a qualquer tipo de população alvo. Existem naturalmente, à semelhança do que ocorre nos demais bairros do Centro Histórico, necessidades actuais a resolver, nomeadamente no que se prende com a qualidade e/ou a quantidade de instalações sanitárias e cozinhas.

c) Conforto Actualmente o património edificado na Baixa e Chiado não apresenta condições de conforto térmico e acústico, fundamentalmente devido aos vãos exteriores, visto que as paredes exteriores são espessas, garantindo por si só uma barreira aos impactos acústicos e térmicos. Entre habitações e dentro de cada habitação, pela natureza das paredes divisórias e dos pavimentos interiores, a propagação do ruído é muito significativa. Dada a profundidade que grande parte das habitações apresenta, surgem por resolver questões relacionadas com a iluminação e a ventilação natural.

d) Acessos verticais mecanizados Actualmente, o património edificado no bairro está na sua totalidade desprovido de meios mecânicos de elevação de pessoas e bens, sendo no caso presente relativamente simples alterar esta situação, visto que a generalidade das escadas comuns têm espaço suficiente para permitir a colocação de ascensores.

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e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio

Na generalidade das edificações da Baixa e Chiado existem caminhos alternativos de fuga pelo alçado das Traseiras. Estes percursos são normalmente garantidos através de uma escada metálica aí construída. O maior problema que ocorre relaciona-se com o estado de conservação desta infra-estrutura que, por ser metálica, por a sua manutenção ser tendencialmente adiada e por se encontrar numa área de clima húmido, se encontra normalmente corroída e com a sua estabilidade comprometida.

12.4.3.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida na Baixa e Chiado.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a natureza plana do Bairro, torna-se bastante complexo cumprir com esta característica.

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12.5. Resposta potencial de curto prazo dos bairros reais. 12.5.1 Alfama Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico Medieval/Islâmico, a resposta potencial de curto prazo de Alfama apresenta uma evolução positiva relativamente ténue, quando comparada com a actual. 12.5.1.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona onde o mesmo se encontra implantado, consideramos que é impossível melhorar os trajectos pedonais no interior do bairro sem comprometer decisivamente a sua essência. Por outro lado, no curto prazo não se entende por viável criar uma rede de transportes e de estacionamentos na periferia de Alfama que atenue parcialmente o problema sério dos acessos pedonais.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Tal como exposto para os acessos pedonais, consideramos que não é possível desenvolver no curto prazo uma rede de transportes no interior de Alfama que garanta a articulação da mesma com a população. Sendo certo que a zona mais a Sul, na área de cota mais baixa, já se encontra servida com autocarro, eléctrico, metropolitano, terminal de barco e terminal ferroviário, existe um grande déficit no que respeita aos serviços públicos de transporte em todo o centro e topo Norte do bairro. Esta situação, tal como já propusemos, não é susceptível de ser alterada no curto prazo.

c) Jardins e zonas de lazer Não se prevê como exequível no curto prazo a implantação de jardins e zonas de lazer no interior do bairro. A diminuta largura das vias e a reduzida expressão dos lotes onde se implantam as edificações implicaria a destruição de ruas e lotes para concretizar esta possibilidade.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no curto prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Consideramos que no curto prazo é possível resolver os problemas de sinalização existentes em Alfama.

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f) Aspecto dos espaços públicos

O aspecto geral dos espaços públicos dos bairros do Centro Histórico de Lisboa é mau, mas consideramos que é possível alterar este panorama no curto prazo.

g) Circulação automóvel Pelas características físicas do bairro, consideramos que não é possível no curto prazo melhorar a circulação automóvel em Alfama.

h) Estacionamento Tal como exposto para a circulação automóvel, consideramos que não é possível no curto prazo melhorar o estacionamento em Alfama.

i) Acesso a outras áreas da cidade Alfama já dispõe de um eixo viário situado na sua fronteira Sul, através do qual se pode aceder à rede de vias principais da cidade, permitindo assim o acesso fácil às demais áreas de Lisboa. O problema no interior do bairro continuará a ser o mesmo no curto prazo, pelo que consideramos que não se registarão melhoras no curto prazo.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, considerando-se que se continua a verificar no curto prazo.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no curto prazo é possível recuperar a rede de distribuição de água existente na via pública, que tem sido, ao longo dos anos, a que maiores problemas de funcionamento tem trazido, principalmente nas zonas de cota mais baixa, associados a maior pressão na rede. No interior dos edifícios, onde a generalidade das alimentações se encontra em mau estado ou sub-dimensionada, visto que para a sua recuperação é decisiva a vontade dos particulares, consideramos que só no médio prazo tal será possível.

l) Equipamentos sociais Consideramos que no curto prazo é possível proceder à conservação das Escolas Primárias e melhorar a capacidade de atendimento em Centros de Saúde, bem como a oferta no capítulo dos Jardins de Infância, interligando-os com as Escolas Primárias. No que se refere às Escolas do Ensino Secundário, consideramos que é claro que falta uma infra-estrutura desta natureza que possa servir toda a área do Centro Histórico de Lisboa. No entanto, em nossa opinião, só no médio prazo se conseguirá atingir esse objectivo, já que há a necessidade de previamente decidir a sua localização e elaborar os correspondentes projectos.

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12.5.1.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Dada a grande dispersão de deficiências evidenciadas pelo património edificado do bairro, visto ainda a grande dependência da vontade dos particulares para a recuperação do dito património, consideramos que não é possível no curto prazo restabelecer a confiança nos sistemas construtivos, embora se possam dar passos nessa direcção.

b) Adequação das tipologias A adequação das tipologias, num bairro com um património implantado em lotes de reduzida dimensão e com inúmeras carências, além de depender da vontade dos particulares, fica também sujeito à vontade política e aos licenciamentos camarários, sendo estes últimos por natureza lentos e difíceis de obter. Como tal, consideramos que no curto prazo não é possível de modo eficaz adequar as tipologias às necessidades da população.

c) Conforto No caso presente é bastante simples garantir condições de conforto térmico e acústico nas edificações de Alfama. Para tal, basta melhorar os vãos exteriores das edificações, garantindo simultaneamente que não se compromete o estilo arquitectónico. Embora mais complexo, o isolamento acústico entre fracções também se consegue obter. Deste modo, consideramos que é possível no curto prazo obviar estes problemas.

d) Acessos verticais mecanizados Pela estrutura do património edificado, consideramos que é impossível no curto prazo garantir acessos verticais mecanizados nas edificações deste bairro.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Pela estrutura do património edificado, consideramos que é impossível no curto prazo garantir o estabelecimento de percursos de fuga em caso de incêndio nas edificações deste bairro.

12.5.1.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida em Alfama.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

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12.5.2 Bica Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico dos Descobrimentos, a resposta potencial de curto prazo do bairro da Bica apresenta uma evolução positiva relativamente ténue, quando comparada com a actual. 12.5.2.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona, consideramos que no curto prazo não ocorrerão melhorias nos acessos pedonais da Bica.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano No caso da Bica, não prevemos que no curto prazo ocorram mudanças significativas na articulação dos meios de transporte urbanos. De facto, no interior do bairro apenas poderá prosseguir a funcionar o elevador. A Norte, Este e Oeste, encontramo-nos com o Bairro Alto nas suas Freguesias da Encarnação e Santa Catarina, onde dificilmente ocorrerão mudanças significativas. Nas proximidades da fronteira Sul, existe o eixo paralelo ao Tejo, onde actualmente já de dispõe dos diversos tipos de transporte urbano.

c) Jardins e zonas de lazer Neste bairro não consideramos como viável no curto prazo a implantação de jardins, visto que, tal significaria uma diminuição muito importante do património edificado do mesmo, descaracterizando-o e reduzindo o que restasse a um apêndice do Bairro Alto, retirando-lhe assim a sua identidade.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no curto prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Consideramos que no curto prazo é possível resolver os problemas de sinalização existentes no bairro da Bica.

f) Aspecto dos espaços públicos O aspecto geral dos espaços públicos dos bairros do Centro Histórico de Lisboa é mau, mas consideramos que é possível alterar este panorama no curto prazo.

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g) Circulação automóvel

Pelas características físicas do bairro, não consideramos que seja possível no curto prazo alterar as condições de circulação automóvel no seu interior.

h) Estacionamento Devido às dificuldades de circulação no interior do bairro e às características geométricas das vias, não consideramos que é possível no curto prazo aumentar o número de estacionamentos na Bica.

i) Acesso a outras áreas da cidade Tal como sucede com os demais bairros em análise, através do eixo viário situado ao longo do Tejo, é possível aceder a todas as outras áreas da cidade. No caso presente, por não ser possível melhorar a circulação e o estacionamento no interior da Bica, consideramos que no curto prazo esta característica não sofrerá alterações.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no curto prazo é possível recuperar a rede de distribuição de água existente na via pública, que tem sido, ao longo dos anos, a que maiores problemas de funcionamento tem trazido, principalmente nas zonas de cota mais baixa, associados a maior pressão na rede. No interior dos edifícios, onde a generalidade das alimentações se encontra em mau estado ou sub-dimensionada, visto que para a sua recuperação é decisiva a vontade dos particulares, consideramos que só no médio prazo tal será possível.

l) Equipamentos sociais Consideramos que no curto prazo é possível proceder à conservação das Escolas Primárias e dos Centros de Saúde. No que se refere à oferta de Jardins de Infância, consideramos que é possível ampliar a sua oferta, interligando-os com as Escolas Primárias. No que se refere às Escolas do Ensino Secundário, consideramos que é claro que falta uma infra-estrutura desta natureza que possa servir toda a área do Centro Histórico de Lisboa. No entanto, em nossa opinião, só no médio prazo se conseguirá atingir esse objectivo, já que há a necessidade de previamente decidir a sua localização e elaborar os correspondentes projectos.

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12.5.2.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Uma vez que o património edificado na Bica apresenta deficiências de natureza vária, agravadas pela tradicional falta de manutenção, em parte resultante da fraca rendibilidade do mesmo, vista ainda a grande dependência da vontade dos particulares para a recuperação do dito património, consideramos que não é possível no curto prazo restabelecer a confiança nos sistemas construtivos, embora se possam dar passos nessa direcção.

b) Adequação das tipologias A adequação das tipologias, num bairro com um património implantado em lotes de dimensão média e com inúmeras carências, além de depender da vontade dos particulares, fica também sujeito à vontade política e aos licenciamentos camarários, sendo estes últimos por natureza lentos e difíceis de obter. Como tal, consideramos que no curto prazo não é possível de modo eficaz adequar as tipologias às necessidades da população.

c) Conforto No caso presente é bastante simples garantir condições de conforto térmico e acústico nas edificações da Bica. Para tal, basta melhorar os vãos exteriores das edificações, garantindo simultaneamente que não se compromete o estilo arquitectónico. Embora mais complexo, o isolamento acústico entre fracções também se consegue obter. Deste modo, consideramos que é possível no curto prazo obviar estes problemas.

d) Acessos verticais mecanizados Pela estrutura do património edificado, consideramos que é impossível no curto prazo garantir acessos verticais mecanizados nas edificações deste bairro. Embora neste bairro se verifique uma regularidade de dimensões que permitiria a execução de acessos verticais mecanizados, este processo é moroso, por necessitar de licenciamento e estar dependente de cedências espaciais a realizar por todos os intervenientes.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Pelas características geométricas dos lotes e pela disposição das edificações, não prevemos que seja possível no curto prazo materializar trajectos alternativos de fuga.

12.5.2.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida no Bairro da Bica.

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b) Possibilidade de usufruir de paisagem

Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

12.5.3 Baixa e Chiado Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico do Iluminismo, a resposta potencial de curto prazo para a Baixa e Chiado apresenta uma evolução positiva relativamente ténue, quando comparada com a actual. No caso particular deste bairro real, é de realçar que já existem uma série de características verificadas à partida, pelo que, apesar da evolução ser reduzida, a situação final, comparativamente com os demais, é bastante superior. 12.5.3.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Esta característica já se encontrava verificada positivamente na análise efectuada para o momento actual, mantendo-se no curto prazo.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica já se encontrava verificada positivamente na análise efectuada para o momento actual, mantendo-se no curto prazo.

c) Jardins e zonas de lazer

No caso deste bairro real, consideramos que esta característica é difícil de implementar no curto prazo, visto que a sua execução implicaria a demolição de edificações existentes ou a alteração da fisionomia das praças que compõem o tecido urbano da zona. Deste modo, apenas com decisões políticas consubstanciadas em pareceres técnicos será possível proceder a alguma mudança.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no curto prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Consideramos que no curto prazo é possível resolver os problemas de sinalização existentes na Baixa e Chiado. Sendo esta zona turística por natureza, os principais problemas prendem-se com as sinalizações horizontais, especialmente ao nível das passadeiras para peões.

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f) Aspecto dos espaços públicos

O aspecto geral dos espaços públicos dos bairros do Centro Histórico de Lisboa é mau, mas consideramos que é possível alterar este panorama no curto prazo.

g) Circulação automóvel A circulação automóvel no interior da Baixa e Chiado é bastante simples, devido à largura e à linearidade das vias. Logo, esta característica já se verificava relativamente à análise do momento actual, continuando a vigorar no curto prazo.

h) Estacionamento Consideramos que não será possível no curto prazo alterar significativamente o número de estacionamentos existentes no interior da Baixa e Chiado. Para que tal ocorra terão que existir decisões políticas e pareceres técnicos fundamentados, não sendo previsível que tal ocorra no prazo em análise.

i) Acesso a outras áreas da cidade Consideramos que esta característica continuará a sofrer no curto prazo dos constrangimentos que advêm da falta de estacionamento no interior da zona em análise, não se prevendo por isso melhoras significativas.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no curto prazo é possível recuperar a rede de distribuição de água existente na via pública, que tem sido, ao longo dos anos, a que maiores problemas de funcionamento tem trazido, principalmente nas zonas de cota mais baixa, associados a maior pressão na rede. No interior dos edifícios, onde a generalidade das alimentações se encontra em mau estado ou sub-dimensionada, visto que para a sua recuperação é decisiva a vontade dos particulares, consideramos que só no médio prazo tal será possível.

l) Equipamentos sociais Consideramos que no curto prazo é possível proceder à conservação das Escolas Primárias e dos Centros de Saúde. No que se refere à oferta de Jardins de Infância, consideramos que é possível ampliar a sua oferta, interligando-os com as Escolas Primárias. No que se refere às Escolas do Ensino Secundário, consideramos que é claro que falta uma infra-estrutura desta natureza que possa servir toda a área do Centro Histórico de Lisboa. No entanto, em nossa opinião, só no médio prazo se

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conseguirá atingir esse objectivo, já que há a necessidade de previamente decidir a sua localização e elaborar os correspondentes projectos.

12.5.3.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Uma vez que o património edificado na Baixa e Chiado ao nível de caixilharias, rebocos e pinturas, revestimento e soluções construtivas de madeira, a par de infiltrações provenientes da cobertura ou dos sistemas de abastecimento de água ou de drenagem das águas residuais, não existindo em geral problemas graves a nível estrutural global e de equilíbrio de zonas parciais, consideramos que é possível no curto prazo estabelecer a confiança nos sistemas construtivos.

b) Adequação das tipologias No caso particular da Baixa e Chiado, por as fracções apresentarem em média dimensões generosas, sendo necessário nos mais comuns dos casos proceder à reparação e ao aumento do número de instalações sanitárias e à requalificação das cozinhas, consideramos que é viável no curto prazo proceder à adequação das tipologias, visto que, por um lado, as tramitações camarárias serão de menor importância e, por outro, os montantes a investir pelos particulares em relação ao valor patrimonial são de menor dimensão.

c) Conforto As condições de conforto térmico e acústico são bastante fáceis de melhorar, através da mudança dos vãos exteriores. Relativamente à criação de condições de ventilação e iluminação natural, consideramos que a sua melhoria irá passar pelo uso a atribuir às divisões interiores que existam, eventualmente transformando-as em instalações sanitárias. Deste modo, consideramos que é possível no curto prazo atribuir condições de conforto às fracções que compõem este bairro.

d) Acessos verticais mecanizados Dado que existem à partida as condições físicas necessárias para implantar um ascensor nas partes comuns de cada edifício, consideramos que, vista a óbvia valorização que tal importa para as fracções servidas por ascensores, tal medida pode ser implantada no curto prazo.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Para se completar esta possibilidade nesta zona, há que rever e reparar os acessos verticais exteriores que constituem a parte crucial dos caminhos alternativos de fuga. Consideramos que tal medida, embora possível no curto prazo, não se concretizará, por falta de visão da importância da mesma.

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12.5.3.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida na Baixa e Chiado.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a natureza plana do Bairro, torna-se bastante complexo cumprir com esta característica. Deste modo, consideramos que no curto prazo não ocorrerão alterações importantes relativas a este aspecto.

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12.6. Resposta potencial de médio prazo dos bairros reais. 12.6.1 Alfama Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico Medieval/Islâmico, a resposta potencial de médio prazo de Alfama apresenta uma evolução positiva relativamente ténue, quando comparada com a actual e com a possível de obter no curto prazo. 12.6.1.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Será possível atenuar a dificuldade dos acessos pedonais através da criação de uma rede de transportes e de estacionamentos na periferia de Alfama que atenue parcialmente o problema sério destes acessos. O problema de fundo que se prende com a inclinação da encosta, a sinuosidade e estreiteza das vias e os caminhos em degrau, com base na tecnologia actual é impossível de resolver sem romper com a essência do bairro.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Tal como exposto para os acessos pedonais, consideramos que não é possível desenvolver no médio prazo uma rede de transportes no interior de Alfama que garanta a articulação da mesma com a população.

c) Jardins e zonas de lazer Não se prevê como exequível no médio prazo a implantação de jardins e zonas de lazer no interior do bairro. A diminuta largura das vias e a reduzida expressão dos lotes onde se implantam as edificações implicaria a destruição de ruas e lotes para concretizar esta possibilidade.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Esta característica foi considerada como previamente alcançada no curto prazo, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

f) Aspecto dos espaços públicos Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

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g) Circulação automóvel Pelas características físicas do bairro, tendo ainda em mente a sua essência, consideramos que não é possível no médio prazo melhorar a circulação automóvel em Alfama.

h) Estacionamento Tal como exposto para a circulação automóvel, consideramos que não é possível no médio prazo melhorar o estacionamento em Alfama.

i) Acesso a outras áreas da cidade Alfama já dispõe de um eixo viário situado na sua fronteira Sul, através do qual se pode aceder à rede de vias principais da cidade, permitindo assim o acesso fácil às demais áreas de Lisboa. O problema no interior do bairro continuará a ser o mesmo no médio prazo, pelo que consideramos que não se registarão melhoras no curto prazo.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, considerando-se que se continua a verificar no médio prazo.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no médio prazo é possível ter as diversas redes de serviços em funcionamento correcto, incluindo no interior dos edifícios.

l) Equipamentos sociais Relativamente a esta característica e ao médio prazo, considerámos que ficou pendente para resolução a oferta relativa às Escolas do Ensino Secundário. Acreditamos que este problema poderia ser resolvido neste tempo, através da implantação de uma nova unidade no interior do Centro Histórico.

12.6.1.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Embora a diversidade e a quantidade de deficiências existentes no bairro seja grande, consideramos que é possível no médio prazo proceder à reabilitação das edificações existentes, contribuindo deste modo decisivamente para o restabelecimento da confiança nos sistemas construtivos. Consideramos ainda possível que no médio prazo se estabeleça deste modo uma relação de sinergia entre investimentos públicos no que pertence ao domínio público e investimentos particulares no que a essa área diz respeito.

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b) Adequação das tipologias

Apesar de no caso deste bairro ser difícil conceber fracções com áreas superiores a 100 m2, sendo este valor já elevado na maioria dos casos, consideramos que no médio prazo é possível proceder à adequação das tipologias para famílias pouco numerosas e para negócios e serviços que requeiram pequenas dimensões. No caso deste bairro, o processo de adequação das tipologias necessitará da obtenção prévia de autorizações e licenciamentos camarários, visto que será forçosamente necessário proceder à diminuição do número de fracções por lote. Estas mudanças terão um impacto praticamente nulo na essência do bairro, no que se refere ao aspecto exterior.

c) Conforto As condições de conforto foram consideradas como alcançáveis no curto prazo. Como tal, admitimos que se continuam a alcançar no médio prazo.

d) Acessos verticais mecanizados Pela estrutura do património edificado, consideramos que é impossível no médio prazo garantir acessos verticais mecanizados nas edificações deste bairro.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Pela estrutura do património edificado, consideramos que é impossível no médio prazo garantir o estabelecimento de percursos de fuga em caso de incêndio nas edificações deste bairro.

12.6.1.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida em Alfama.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

12.6.2 Bica Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico dos Descobrimentos, a resposta potencial de médio prazo do bairro da Bica apresenta uma evolução positiva, quando comparada com a actual, embora continue a apresentar como pontos mais críticos de satisfazer os que se relacionam com a circulação e estacionamento automóvel.

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12.6.2.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Pela natureza do traçado viário do bairro e pela orografia da zona, consideramos que no curto médio não ocorrerão melhorias nos acessos pedonais da Bica. Esta afirmação é mais importante para as vias orientadas no sentido Norte Sul, onde se regista uma maior inclinação. Noutros bairros semelhantes ao da Bica, com traços inequívocos relacionados com os Descobrimentos, é possível em algumas das vias com a orientação acima referida estabelecer percursos em passadeira mecânica para peões. No caso presente não consideramos essa hipótese como viável, visto que tal só poderia ocorrer Rua da Bica de Duarte Belo, onde ocorreriam inevitáveis colisões com o trajecto do Ascensor da Bica – um ex-libris do bairro – bem como, com os acessos dos automóveis.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano No caso da Bica, não prevemos que no médio prazo ocorram mudanças significativas na articulação dos meios de transporte urbanos. De facto, no interior do bairro apenas poderá prosseguir a funcionar o elevador. A Norte, Este e Oeste, encontramo-nos com o Bairro Alto nas suas Freguesias da Encarnação e Santa Catarina, onde dificilmente ocorrerão mudanças significativas. Nas proximidades da fronteira Sul, existe o eixo paralelo ao Tejo, onde actualmente já de dispõe dos diversos tipos de transporte urbano.

c) Jardins e zonas de lazer Neste bairro não consideramos como viável no médio prazo a implantação de jardins, visto que, tal significaria uma diminuição muito importante do património edificado do mesmo, descaracterizando-o e reduzindo o que restasse a um apêndice do Bairro Alto, retirando-lhe assim a sua identidade.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Esta característica foi considerada como previamente alcançada no curto prazo, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

f) Aspecto dos espaços públicos Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

g) Circulação automóvel Pelas características físicas do bairro, não consideramos que seja possível no médio prazo alterar as condições de circulação automóvel no seu interior.

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h) Estacionamento Devido às dificuldades de circulação no interior do bairro e às características geométricas das vias, não consideramos que é possível no curto médio aumentar o número de estacionamentos na Bica. De facto, à luz da tecnologia actual, qualquer alteração tendente a proporcionar mais estacionamentos no Bairro da Bica, implicaria a alteração dos traçados das vias principais, bem como a criação de parques de estacionamento, o que implicaria forçosamente com a essência do bairro, comprometendo-a decisivamente.

i) Acesso a outras áreas da cidade Tal como sucede com os demais bairros em análise, através do eixo viário situado ao longo do Tejo, é possível aceder a todas as outras áreas da cidade. No caso presente, por não ser possível melhorar a circulação e o estacionamento no interior da Bica, consideramos que no curto médio esta característica não sofrerá alterações.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no médio prazo é possível ter as diversas redes de serviços em funcionamento correcto, incluindo no interior dos edifícios.

l) Equipamentos sociais Relativamente a esta característica e ao médio prazo, considerámos que ficou pendente para resolução a oferta relativa às Escolas do Ensino Secundário. Acreditamos que este problema poderia ser resolvido neste tempo, através da implantação de uma nova unidade no interior do Centro Histórico.

12.6.2.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Apesar de o património edificado na Bica se encontrar com deficiências de natureza vária, agravadas pela tradicional falta de manutenção, consideramos que no médio prazo é possível recuperar construtivamente as edificações existentes, contribuindo assim decisivamente para o restabelecimento da confiança nos sistemas construtivos. Tal como já exposto em outras ocasiões, a evolução deste factor resultará forçosamente da vontade dos particulares, embora seja necessário

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que o Estado e a Autarquia desempenhem o seu papel ao se responsabilizar pelo que ao domínio público se reporta.

b) Adequação das tipologias Dado que as dimensões dos lotes são médias e regulares, consideramos que no médio prazo é possível adequar as tipologias às necessidades actuais. Para que este aspecto se concretize será necessário proceder à reformulação interior de cada edificação, diminuindo o número de fracções que a compõem e aproveitando esta alteração para proceder à implantação de acessos verticais mecanizados. Obviamente, para proceder à reorganização dos espaços interiores haverá necessidade de obter autorizações e licenciamentos camarários. Fica ainda considerado que as alterações antes referidas não têm implicações na essência do bairro, no que aos aspectos exteriores do mesmo se reporta.

c) Conforto As condições de conforto foram consideradas como alcançáveis no curto prazo. Como tal, admitimos que se continuam a alcançar no médio prazo.

d) Acessos verticais mecanizados Tal como exposto na alínea relativa à adequação das tipologias, consideramos que é possível no médio prazo colocar acessos verticais mecanizados na maioria dos edifícios existentes no Bairro da Bica. Obviamente que este processo não é simples, mas é exequível sem comprometer a essência da área em estudo.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio Pelas características geométricas dos lotes e pela disposição das edificações, não prevemos que seja possível no médio prazo materializar trajectos alternativos de fuga.

12.6.2.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida no Bairro da Bica.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dado o declive acentuado da zona onde o bairro se encontra implantado, esta característica está garantida à partida.

12.6.3 Baixa e Chiado Devido às suas características essenciais, tal como já analisado para o Bairro Teórico do Iluminismo, a resposta potencial de curto prazo para a Baixa e Chiado apresenta uma evolução positiva, quando comparada com a actual.

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12.6.3.1 Infra-estruturas a) Acessos pedonais

Esta característica já se encontrava verificada positivamente na análise efectuada para o momento actual, mantendo-se no curto prazo.

b) Articulação e acesso aos meios de transporte urbano Esta característica já se encontrava verificada positivamente na análise efectuada para o momento actual, mantendo-se no curto prazo.

c) Jardins e zonas de lazer

No caso deste bairro real, consideramos que esta característica é possível de implementar no médio prazo, no entanto, a sua concretização implicará a demolição de edificações existentes ou a alteração da fisionomia das praças que compõem o tecido urbano da zona. Deste modo, apenas com decisões políticas consubstanciadas em pareceres técnicos será possível proceder a alguma mudança. No centro histórico da cidade existe uma carência de espaços verdes, já que, nas fases da sua consolidação urbana, tudo à sua volta era espaço não urbanizado, consequentemente com vegetação. Como tal, a criação de jardins constitui no sentido estrito uma alteração à essência da zona, embora seja politicamente defensável.

d) Segurança Esta característica foi considerada como previamente alcançada no imediato, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

e) Sinalização Esta característica foi considerada como previamente alcançada no curto prazo, como tal, consideramos que no médio prazo se continua a verificar.

f) Aspecto dos espaços públicos Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

g) Circulação automóvel A circulação automóvel no interior da Baixa e Chiado é bastante simples, devido à largura e à linearidade das vias. Logo, esta característica já se verificava relativamente à análise do momento actual, continuando a vigorar no médio prazo.

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h) Estacionamento

No que se refere a esta característica, consideramos que no médio prazo é possível aumentar significativamente a capacidade de estacionamento na área. Este factor poderá ser melhorado seguindo em simultâneo diversas estratégias. Referimo-nos concretamente ao aumento dos lugares de estacionamento na via pública, tirando partido das suas características geométricas, à criação de silos automóveis em edifícios, mantendo estes o seu aspecto exterior, à criação de lugares de estacionamento subterrâneo sob as edificações existentes, tirando partido das dimensões generosas dos lotes onde estas se inserem.

i) Acesso a outras áreas da cidade Consideramos que esta característica evoluirá positivamente no médio prazo, tirando partido da melhoria da capacidade de estacionamento em toda a área.

j) Acesso a serviços básicos Esta característica está garantida à partida para todos os bairro do centro histórico da capital, visto que a rede comercial de serviços, está em geral bem desenvolvida em toda a cidade, fruto do elevado nível de vida patenteado em Lisboa, relativamente à média do País.

k) Utilização das redes de serviços Consideramos que no médio prazo é possível ter as diversas redes de serviços em funcionamento correcto, incluindo no interior dos edifícios.

l) Equipamentos sociais Relativamente a esta característica e ao médio prazo, considerámos que ficou pendente para resolução a oferta relativa às Escolas do Ensino Secundário. Acreditamos que este problema poderia ser resolvido neste tempo, através da implantação de uma nova unidade no interior do Centro Histórico.

12.6.3.2 Edifícios a) Confiança nos sistemas construtivos

Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

b) Adequação das tipologias Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

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c) Conforto

Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

d) Acessos verticais mecanizados Esta característica foi considerada como resolvida no curto prazo, entendendo-se que no médio prazo assim continuará.

e) Possibilidade de fuga em caso de incêndio No que respeita a esta característica, consideramos que a mesma é fácil de concretizar no médio prazo.

12.6.3.3 Outros factores a) Identificação com uma área da cidade

Esta característica está garantida à partida na Baixa e Chiado.

b) Possibilidade de usufruir de paisagem Dada a natureza plana do Bairro, torna-se bastante complexo cumprir com esta característica. Deste modo, consideramos que no médio prazo médio não ocorrerão alterações importantes relativas a este aspecto.

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13. Proposta de Modelo de reabilitação Não cabe dentro desta tese a apresentação de soluções localizadas para a reabilitação dos bairros do centro histórico de Lisboa, mas sim, a delineação de princípios gerais de reabilitação desses bairros. No fundo, referimo-nos à delineação de uma estratégia que abarque todo o centro histórico. Deste modo, apresentamos de seguida um sub-capítulo dedicado aos princípios gerais e um outro de actuação sobre as características base definidas para os bairros. 13.1 Princípios Gerais 13.1.1 Entender os diversos bairros constituintes do Centro Histórico de Lisboa como complementares entre si Os bairros do Centro Histórico da capital encontram-se geograficamente próximos uns dos outros, ao mesmo tempo que apresentam características físicas, patrimoniais e urbanísticas muito diferentes. Esta situação permite que estes se complementem, resultando a união das diversidades um modo de enriquecer toda a área. Na realidade, a Baixa e Chiado apresenta um maior potencial de adequação aos princípios actuais, sendo que, por outro lado se encontra numa posição charneira entre os bairros a Este e a Oeste. Deste modo, o desenvolvimento da Baixa e Chiado pode servir de mola ao crescimento de toda a zona, sem que para tal, haja que deteriorar significativamente a essência de toda a área. Constata-se, porém, que o tipo de edificações da Baixa e Chiado, pela sua grande dimensão, se torna excessivamente dispendioso para a maioria dos agregados familiares. Ao mesmo tempo que a Baixa e Chiado, além de Bairro, constitui ainda um eixo viário importante de acesso a todo o resto da cidade, há um segundo eixo que toca a fronteira de todos o Centro Histórico, paralelo ao primeiro descrito, estendido ao longo do rio. 13.1.2 Identificar os diversos perfis possíveis de habitantes Identificar os perfis tipo dos diversos utentes para as várias zonas do Bairro Global que acaba por ser o Centro Histórico de Lisboa. Deste modo, conseguir-se-á dirigir a reabilitação de cada área parcelar ao tipo de utente, garantindo uma reocupação da generalidade do Centro Histórico, minimizando as zonas ostracizadas e os consequentes desequilíbrios no tecido urbano. 13.1.3 Estabelecer um compromisso entre a manutenção da essência de cada bairro e as necessidades da sociedade actual Este é um ponto delicado, que deve ser bem exposto e do qual depende, em larga medida e no nosso entender, o êxito da reabilitação urbana do Centro Histórico. Só esse compromisso permitirá resolver os problemas que estão hoje por hoje adiados, relacionados com as acessibilidades – circulação automóvel, estacionamento, acesso

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pedonal, acesso a meios de transporte, acessos verticais mecanizados – bem como com a adequação das tipologias – área útil de cada fracção, quantidade e qualidade do equipamento sanitário existente, equipamento de cozinha, condições gerais de conforto. 13.1.4 Criar condições de atractividade para o investimento privado Da análise do objecto estudado resulta evidente que o Estado e a Autarquia se encontram em falta para com as suas obrigações, nomeadamente no que se refere à qualidade das infra-estruturas, à preservação do seu património, à atenção dada à preservação dos espaços públicos, à diligência com que se tratam os diversos processos de licenciamento, aos acessos aos transportes públicos, aos equipamentos sociais. Uma vez que os diversos organismos estatais se encontrem a cumprir com o que lhes diz respeito, acreditamos que o investimento privado se desenvolverá naturalmente. Ao invés, temos assistido nas últimas duas décadas ao Estado e à Autarquia a desenvolverem esforços e a despender avultadas verbas para se substituírem aos privados, obtendo-se resultados práticos nulos. 13.1.5 Identificar os pontos mais importantes de actuação imediata O desejável seria intervir de modo positivo em todo o lado ao mesmo tempo, contudo, tal poderá não ser possível. Deste modo, consideramos que todo o Centro Histórico de Lisboa se deve reforçar em torno dos seus pontos mais fortes. No nosso entender esses pontos são constituídos pela Baixa e por toda a faixa paralela ao Tejo junto à zona de cota altimétrica mais reduzida. Este entendimento resulta do facto de nessas áreas se intersectarem diversos aspectos positivos – maior facilidade de acessibilidade em geral, maior facilidade de reconversão e adaptação das tipologias existentes, maior facilidade de proceder à reabilitação sem prejuízo da essência da zona. A estes aspectos junta-se um outro – toda a zona da Baixa corresponde à centralidade do Centro Histórico, pelo que a sua reabilitação terá de imediato efeitos positivos em todas as franjas dos demais bairros históricos que a envolvem, criando uma dinâmica positiva que permitirá acreditar que é possível a melhoria de toda a zona, sendo certo que as decisões de investimento privado e público também estão dependentes das expectativas que estão geradas. Por outro lado, dadas as relativamente reduzidas dimensões do Centro Histórico, todas as melhorias conseguidas numa área central afectarão necessariamente a zona por inteiro, reforçando o conceito de Bairro Global.

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13.2 Propostas de actuação sobre as características base 13.2.1 Acessos Pedonais Os acessos pedonais são fáceis ao longo do eixo central da zona da Baixa e Chiado, bem como da zona que daí deriva para a Praça dos Restauradores, Avenida da Liberdade, Rua da Palma e Avenida Almirante Reis. No que se refere ao eixo paralelo ao rio, a Sul de toda a zona histórica, também por aí os acessos pedonais são fáceis. Existe uma zona problemática correspondente à transição entre as zonas de menor cota – correspondentes aos eixos antes referidos – e as zonas mais elevadas dos bairros a Ocidente e a Oriente da Baixa. No caso dos bairros ocidentais – Bairro alto, Bica e Madragoa – é possível, dada a linearidade das vias, estabelecer circuitos com passadeiras mecânicas que permitam o transporte de peões, obviando deste modo o grande esforço físico correspondente à subida das encostas. Obviamente que a implantação de acessos pedonais mecanizados ao longo de vias previamente escolhidas exige atingir um compromisso com a essência de cada bairro, mas, por outro lado, melhora significativamente as acessibilidades e consequentemente a apetência pela utilização de toda a área. Nos bairros orientais, pelo circuito irregular da generalidade das vias, torna-se complexo estabelecer circuitos do género anteriormente referido. Nesta situação, as zonas de cota mais baixa, nas proximidades da Baixa e dos eixos que desta derivam, bem como do eixo paralelo ao Tejo, estarão muito melhor servidas que as demais. Em todos os casos, há a necessidade de conseguir estabelecer estacionamentos na periferia das zonas históricas, de modo a permitir o mais fácil acesso de pessoas e bens às habitações e locais de trabalho, de negócio ou de lazer. 13.2.2 Articulação e Acesso aos Meios de Transporte Urbano Tal como veremos mais à frente para a circulação automóvel, todas as zonas correspondentes à Baixa e Chiado e ao eixo paralelo ao Tejo encontram-se bem servidas de acessos aos meios de transporte urbano, existindo um deficit significativo no que respeita à generalidade das zonas de cota mais elevada. Esta menor valia pode ser parcialmente suprida do mesmo modo anteriormente proposto. A possibilidade de criar percursos dos diversos meios de transporte urbano de superfície é muito reduzida fora da zona da Baixa e Chiado, em virtude das características do traçado viário. Relativamente ao metropolitano, estamos obviamente restringidos às condições fronteira existentes, demarcadas pelas estações já executadas e pelos alinhamentos eixos de circulação. 13.2.3 Jardins e Zonas de Lazer Dadas as dimensões relativamente reduzidas do centro histórico, importa definir um local onde se pudesse executar uma infra-estrutura desta natureza. À partida, tal teria que ocorrer na zona da Baixa e Chiado, ou a Sul do Centro Histórico, junto ao Tejo, por ser a mais central, servindo simultaneamente as zonas Ocidentais e Orientais e por ficar implantada numa zona praticamente plana. Importa referir que, no caso dos bairros de Alfama, Mouraria, Costa do Castelo, Bica, Bairro Alto e Madragoa, para

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além das restrições inerentes à inclinação da encosta, a implantação de uma zona de jardim e lazer implicaria a destruição de uma parcela significativa de todo o bairro. 13.2.4 Segurança Não sendo, em geral, uma zona problemática do ponto de vista da segurança, importa manter as práticas já em curso e garantir a proximidade entre as forças de segurança e a população em geral. 13.2.5 Sinalização Por, na generalidade, estarmos perante um conjunto de zonas de interesse turístico para a cidade, a sinalização de trânsito e de monumentos e locais históricos é boa. Importa estabelecer e cumprir um plano de manutenção do equipamento existente, de modo a garantir a qualidade da informação a prestar e a segurança dos utentes. 13.2.6 Aspecto dos Espaços Públicos Este aspecto tem sido muito descurado ao longo dos anos pelas entidades públicas. Urge criar um sistema de manutenção dos espaços públicos. Em simultâneo, importa responsabilizar os proprietários privados pela manutenção das suas estruturas, incluindo o seu aspecto exterior. 13.2.7 Circulação Automóvel Actualmente a circulação automóvel na zona do centro histórico é fácil na zona da Baixa e Chiado e no eixo viário paralelo ao Tejo a Sul de toda essa zona. Para o interior dos bairros que se encontram a Este e a Oeste da Baixa, torna-se bastante complexa, seja pela estreiteza das vias, seja pela inclinação ou sinuosidade das mesmas. Sem corromper a essência desses bairros, à luz dos conhecimentos actuais é praticamente impossível inverter a situação. Como tal, urge desenvolver uma rede de acessibilidade e estacionamento pelo interior da cidade que facilite o estacionamento e proximidade por esse lado. Deste modo, o Centro Histórico ficaria servido a Sul pelo eixo já existente, no seu interior pela Baixa e a Norte pela rede de vias do resto da cidade. Obviamente, considerando a situação actual, toda a zona histórica mais próxima do Tejo e da Baixa, tende a ficar melhor servida, no que a este parâmetro se refere. 13.2.8 Estacionamento O estacionamento é, por si só, uma característica de maior dificuldade de resolução que a circulação automóvel, devido ao facto de acumular as restrições relativas ao número de lugares disponíveis para aparcar com as dificuldades inerentes à circulação propriamente dita. Por outras palavras, não adianta criar lugares de estacionamento se, simultaneamente com isso, não se conseguir garantir o acesso dos veículos a esses

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lugares. O que propomos para a atenuação das dificuldades inerentes a esta característica resume-se a criar mais lugares de estacionamento junto ao eixo viário paralelo ao Tejo e na Baixa – eventualmente transformando criteriosamente alguns edifícios ou grupos de edifícios em silos automóveis, sem prejudicar o seu aspecto exterior. Em complemento, à semelhança do proposto para a melhoria da circulação automóvel, dever-se-iam criar parques de estacionamento a Norte do Centro Histórico com acesso aos mesmos pelo interior da cidade, servindo estes parques e esses acessos as zonas mais afastadas do Tejo. 13.2.9 Acesso a Outras Áreas da Cidade Os problemas relativos à acessibilidade às outras áreas da cidade, ficam resolvidos ou atenuados com as medidas propostas para a melhoria da circulação dos veículos automóveis, para a melhoria da capacidade de estacionamento, para a melhoria do acesso e articulação dos meios de transporte urbano. 13.2.10 Acesso a Serviços Básicos De um modo geral, o acesso a serviços básicos privados está garantido na área do Centro Histórico, considerando-a como um todo. A análise relativa aos equipamentos sociais será efectuada noutro item. 13.2.11 Fiabilidade na Utilização das Redes de Serviços Relativamente a esta característica, urge resolver os problemas de distribuição pública de água. Na realidade, na área do Centro Histórico, conjugam-se dois factores negativos; a elevada pressão na rede e a antiguidade das canalizações. Toda a rede de drenagem de águas residuais e pluviais necessita de ser diagnosticada e substituída onde tal se justificar. Na actualidade, dispõe a Câmara Municipal de Lisboa de meios de diagnóstico que permitem aquilatar do funcionamento e conservação das canalizações pluviais e domésticas existentes na via pública. No campo da intervenção no domínio privado, regista-se a necessidade de, em geral, substituir e aumentar a capacidade de alimentação à generalidade dos edifícios existentes na área. Referimo-nos fundamentalmente às redes de alimentação de água, gás e electricidade. Outro aspecto a considerar no domínio privado consiste na necessidade de substituição e redimensionamento das canalizações de drenagem dos esgotos residuais domésticos. 13.2.12 Equipamentos Sociais Após análise dos equipamentos sociais existentes, constamos que ao nível dos Centros de Saúde, há a necessidade de proceder à manutenção dos existentes. Constata-se ainda que o acesso das populações dos bairros da Costa do Castelo, Mouraria e Alfama é mais escasso que o das demais zonas.

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A nível hospitalar, toda a área do Centro Histórico é servida pelo Hospital de São José, que se constitui num dos hospitais de maior importância a nível nacional. Como tal, entende-se que, a este nível, não há acções a tomar. A nível de Jardins de Infância, observa-se uma falta generalizada dos mesmos, sendo este aspecto, um dos que condiciona a integração de casais jovens. Numa perspectiva de curto e médio prazo, há a necessidade de implantar novos espaços desta natureza. A nível de Escolas do Primeiro Ciclo, considera-se que toda a área do Centro Histórico se encontra razoavelmente servida, não havendo a necessidade imediata de incrementar o seu número. Por outro lado, constata-se a importância de proceder à manutenção desses espaços. A nível de Escolas Secundárias do Segundo e Terceiro Ciclo, regista-se a escassez de oferta na zona do Centro Histórico da capital. Neste caso, cremos que de deveria apostar na edificação de uma escola nova na Baixa, que, pela sua centralidade, serviria toda a área. 13.2.13 Sistemas Construtivos Na generalidade os sistemas construtivos inspiram pouca confiança aos seus utentes. Este factor é menos evidente nos edifícios da Baixa e Chiado, agravando-se no caso dos bairros Ocidentais e, principalmente, nos Orientais. Na larga maioria das situações, esta tarefa não cabe ao Estado ou à Autarquia, por não serem estes os legítimos proprietários dos edifícios. Os particulares, têm resistido a efectuar investimentos nas suas propriedades, por falta de crença no real valor destas. Deste modo, acreditamos que para se obterem resultados duradouros, há a necessidade de o Estado e a Autarquia efectuarem os investimentos que lhes competem no domínio público, deixando e incentivando os privados a investirem na valorização das suas propriedades. Assim se poderia criar uma espiral de sucesso, com os resultados positivos de uns a criarem sinergias nos outros, acabando por se valorizar a globalidade do património. 13.2.14 Tipologias No caso particular deste item, verifica-se a necessidade de fazer convergir a acção da Autarquia com a dos particulares, no intuito de se garantir uma capacidade de oferta mais qualificada, no que respeita às tipologias das edificações. Se no caso da Baixa e Chiado se observam lotes de dimensões grandes e regulares, originando portanto apartamentos com capacidade para albergar famílias compostas por um maior ou menor número de elementos, nas demais situações, proliferam apartamentos de dimensões muito reduzidas e com número de quartos diminuto. Neste último caso, poder-se-á converter dois ou mais apartamentos num único, possibilitando uma melhor oferta ao mercado.

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13.2.15 Conforto Térmico, Acústico, de Iluminação e Ventilação Esta problemática atinge praticamente por igual todas as áreas analisadas. No caso particular de Lisboa, a sua resolução é fácil, convertendo-se automaticamente os investimentos efectuados em valorização dos imóveis. O âmago da sua resolução reside nos particulares, pelo que, a acção determinada da Autarquia e do Estado em resolver os problemas que lhes competem, implicará um maior empenho dos particulares na abordagem dos seus. 13.2.16 Acessos Verticais Mecanizados A ausência de acessos verticais mecanizados é um sinal evidente da desactualização dos edifícios relativamente às necessidades e práticas actuais. Pelos montantes implicados e pela necessidade de acompanhamento técnico, cremos que neste particular se justificava uma parceria entre o Estado, Autarquia e particulares, no sentido de melhorar as condições de habitabilidade dos imóveis. No caso da Baixa e Chiado, pelas grandes dimensões das caixas de escada é relativamente fácil dotar os edifícios de acessos verticais mecanizados. Nas restantes áreas, existe uma dificuldade acrescida que se prende com as dimensões das edificações, havendo a necessidade de se estudar caso a caso como e onde agir. Em todo caso, pela altura das edificações, o caso da Baixa e Chiado é o mais crítico. 13.2.17 Fuga em Caso de Incêndio Esta característica é de fácil cumprimento no caso da Baixa e Chiado, sendo bastante mais difícil a sua implementação nas demais áreas. Na situação referida, bastará proceder à manutenção das estruturas já existentes e à substituição das peças danificadas. 13.2.18 Identificação com uma Área da Cidade Esta característica encontra-se garantida à partida em todos os bairros. Todas as demais acções deverão concentrar-se em aprofundá-la e em mantê-la. 13.2.19 Possibilidade de usufruir de Paisagem No caso dos bairros implantados em zonas em encosta, verifica-se a priori esta característica. No caso da Baixa e Chiado, não se propõem acções concretas, visto que estas iriam adulterar a essência do mesmo. Dada ainda a proximidade dos bairros, acreditamos que tais acções não se justificariam.

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14. Conclusões 14.1. Conclusões Parciais Com base nas características previamente analisadas, propomos as seguintes conclusões: a) Acessos pedonais, Articulação e acesso aos meios de transporte urbano,

Circulação e Estacionamento automóvel Ao analisar as exigências actuais e a oferta que os bairros do Centro Histórico apresentam, concluímos que urge desenhar e por em prática um plano interligado que dê respostas a estes diversos factores. Dentro desse estudo caberão os compromissos com a essência de cada zona, os circuitos pedonais primordiais, as diferenças de cota a vencer, a decisão sobre a colocação de novos estacionamentos e estações de acesso a transportes públicos, bem como as eventuais vias de tráfego rodoviário a executar. b) Jardins e zonas de lazer

Relativamente aos jardins e zonas de lazer, dadas as dimensões do Centro Histórico, torna-se essencial decidir onde colocar novas áreas verdes que sirvam os diversos bairros. À partida, a área junto ao Tejo, a sul de todo o Centro Histórico apresenta as melhores condições para a concretização dessas infra-estruturas. c) Segurança

Esta característica tem uma variação necessariamente aleatória em comparação com as demais. Deste modo, torna-se mais difícil avaliar em curtos intervalos de tempo a sua real variação. Do que é dado a observar, não se apresenta preocupante, quando comparado com o que ocorre no resto da cidade. d) Aspecto dos Espaços Públicos

É fácil e necessário melhorar esta característica. Para tal há que implicar os proprietários privados na sua execução. e) Acesso a serviços básicos

Esta característica encontra-se, na generalidade, satisfeita, não havendo grandes alterações a promover.

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f) Fiabilidade na utilização das redes de serviços

Relativamente às redes de serviços, há um trabalho profundo a desenvolver, no que respeita às estruturas mais antigas e, fundamentalmente, no que se reporta à alimentação colectiva de cada edifício. g) Equipamentos No que se refere aos equipamentos, há um trabalho grande a desenvolver no sentido de dotar o Centro Histórico dos elementos básicos que sirvam de suporte a sectores importantes e significativos da população. Referimo-nos especialmente ao reforço das estruturas relacionadas com a educação, saúde e apoio à terceira idade. h) Sistemas Construtivos, Tipologias, condições de Conforto, Acessos Verticais e

caminhos de Fuga

O conjunto de características referenciados nesta alínea constituem, à semelhança do referido em a), um factor de grande importância para promover a atracção dos diversos actores sociais e económicos ao centro da capital. Estas diversas características não poderão ser analisadas em separado, por existirem interferências entre elas, havendo que promover a reabilitação do património edificado com base na resolução integrada das mesmas. Os aspectos relativos à existência de caminhos de fuga e acessos verticais mecanizados são de maior importância nas zonas onde as edificações existentes apresentam um maior porte. i) Identificação com uma área da cidade

No geral constata-se que as áreas analisadas apresentam identidade própria, não se considerando que existam medidas de fundo a promover. j) Possibilidade de usufruir de paisagem

Consideramos que não existe na actualidade possibilidade de alterar esta característica. Tal como outras já referidas, consideramos que se deve tirar partido da proximidade geográfica e da complementaridade que necessariamente se terá que verificar entre os bairros.

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14.2. Conclusões Gerais a) Apesar de existir na actualidade uma grande distância entre o que os bairros do

Centro Histórico oferecem e o que a sociedade em geral necessita, concluímos que estes contêm o potencial necessário para se reabilitarem, adaptando-se aos requisitos actuais da sociedade. Esta reabilitação exigirá compromissos e cedências parciais relativamente à essência de cada bairro, que se poderão considerar aceitáveis face às alternativas existentes e à progressiva degradação que se observa. Observam-se duas linhas principais onde é necessário e fundamental agir, no sentido da reabilitação: - A primeira relativa à interligação de acessos pedonais, meios de transporte

urbanos, possibilidade de circulação e estacionamento automóvel; - A segunda relativa à adequação do património edificado às necessidades

actuais. b) O ponto forte de desenvolvimento do centro histórico da capital é a Baixa e

Chiado, por aí coincidir a maior aptidão para as acessibilidades, com a maior aptidão das edificações para se adaptarem às exigências actuais, havendo ainda a favor deste aspecto a centralidade da Baixa relativamente a todo o Centro Histórico. Por outro lado, os investimentos efectuados nesta área afectam positivamente das demais zonas do centro histórico, por se encontrar no centro de todas as outras.

c) Os bairros não podem ser encarados individualmente, mas sim como um grande

bairro com diversas facetas, complementando-se e enriquecendo-se mutuamente. d) A reabilitação das infra-estruturas e das edificações deveria ser efectuada

considerando os perfis dos potenciais actores sociais que interessassem para as zonas em estudo, de modo a que, tirando partido da diversidade de oferta patrimonial que existe na actualidade, se pudesse proporcionar no Centro Histórico uma ocupação com diversas franjas da população.

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14.3. Futuros Trabalhos de Investigação Na sequência do presente trabalho, poder-se-iam desenvolver outros projectos de investigação, tais como: a) Escolher um dos bairros do Centro Histórico e estabelecer uma comparação deste

com os bairros teóricos, analisando as suas semelhanças e diferenças, bem como o modo de implementação das soluções encontradas.

b) Estudo das prováveis alterações sociais nas próximas décadas e o seu impacto na

capacidade dos bairros responderem a essas alterações.

c) Estudo da capacidade de resposta de outros bairros fora do Centro Histórico de Lisboa, no que respeita às alterações sociais dos últimos sessenta anos.

d) Análise do custo da progressiva desertificação de todo o Centro Histórico.

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15. Tabelas

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15.1 Tabelas 1. - Tabelas relativas à Sociedade

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15.1.1 Tabela 1.1 - Dinâmicas Populacionais

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15.1.2 Tabela 1.2 - Taxa de Actividade Feminina

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15.1.3 Tabela 1.3 – Analfabetismo

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15.1.4 Tabela 1.4 – Produto Interno Bruto

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15.1.5 Tabela 1.5 – Taxa de Motorização

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15.2 Tabelas 2. – Tabelas de relacionamento entre Princípios, Características e Actores

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15.2.1 Tabela 2.1 - Correlação entre Características Base e Princípios

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15.2.2 Tabela 2.2 – Simulação da Importância dos Princípios

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15.2.3 Tabela 2.3 – Tabela de Ponderação de Características Base para os Actores

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15.3 Tabelas 3. – Tabelas relativas aos Bairros Teóricos

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15.3.1 Tabela 3.1 – Possibilidade e Tempo de Mudança dos Bairros Teóricos

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15.3.2 Tabela 3.2 – Bairro Teórico Tipo I – Resposta Teórica Actual

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15.3.3 Tabela 3.3 – Bairro Teórico Tipo I – Resposta Teórica de Curto Prazo

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15.3.4 Tabela 3.4 – Bairro Teórico Tipo I – Resposta Teórica de Médio Prazo

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15.3.5 Tabela 3.5 – Bairro Teórico Tipo II – Resposta Teórica Actual

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15.3.6 Tabela 3.6 – Bairro Teórico Tipo II – Resposta Teórica de Curto Prazo

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15.3.7 Tabela 3.7 – Bairro Teórico Tipo II – Resposta Teórica de Médio Prazo

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15.3.8 Tabela 3.8 – Bairro Teórico Tipo III – Resposta Teórica Actual

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15.3.9 Tabela 3.9 – Bairro Teórico Tipo III – Resposta Teórica de Curto Prazo

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15.3.10 Tabela 3.10 – Bairro Teórico Tipo III – Resposta Teórica de Médio Prazo

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15.4 Tabelas 4. – Tabelas relativas aos Bairros Reais

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15.4.1 Tabela 4.1 – Momento Actual e Potencial dos Bairros Reais

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15.4.2 Tabela 4.2 – Baixa e Chiado – Resposta Actual

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15.4.3 Tabela 4.3 – Baixa e Chiado – Resposta Potencial de Curto Prazo

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15.4.4 Tabela 4.4 – Baixa e Chiado – Resposta Potencial de Médio Prazo

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15.4.5 Tabela 4.5 – Bica – Resposta Actual

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15.4.6 Tabela 4.6 – Bica – Resposta Potencial de Curto Prazo

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15.4.7 Tabela 4.7 – Bica – Resposta Potencial de Médio Prazo

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15.4.8 Tabela 4.8 – Alfama – Resposta Actual

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15.4.9 Tabela 4.9 – Alfama – Resposta Potencial de Curto Prazo

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15.4.10 Tabela 4.10 – Alfama – Resposta Potencial de Médio Prazo

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16. Mapas 16.1 Mapa 1. Mapa de Lisboa datado de 1650.

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16.2 Mapa 2. Plano de recuperação da Baixa, depois do sismo de 1755.

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16.3 Mapa 3. Plano de recuperação de Lisboa, depois do sismo de 1755.

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16.4 Mapa 4. Mapa de Lisboa de 1871 com as alterações efectuadas até 1911.

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16.5 Mapa 5. Mapa de Lisboa de 1899 com as alterações efectuadas até 1948.

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16.6 Mapa 6. Mapa de identificação dos bairros reais.

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16.7 Mapa 7. Mapa de Alfama.

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16.8 Mapa 8. Mapa da Mouraria.

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16.9 Mapa 9. Mapa da Costa do Castelo.

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16.10 Mapa 10. Mapa da Baixa e Chiado.

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16.11 Mapa 11. Mapa do Bairro Alto.

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16.12 Mapa 12. Mapa da Bica.

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16.13 Mapa 13. Mapa da Madragoa.

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17. Fotografias a) Alfama Fotografia 1 – Vista parcial de Alfama. Fotografia 2 – Escadinhas do Arco da D. Rosa. Fotografia 3 – Imagem da Rua da Regueira. Fotografia 4 – Calçada de São Vicente nº 15/17 – Edifício típico Medieval Islâmico. Fotografia 5 – Rua Guilherme Braga nº 25 – Edifício degradado. b) Mouraria Fotografia 6 – Vista parcial de Mouraria. Fotografia 7 – Imagem das Escadinhas da Saúde. Fotografia 8 – Rua do Benformoso nº 3/7 – Edifício degradado. Fotografia 9 – Rua do Capelão nº 6/10 – Edifício com o estilo Medieval Islâmico. c) Costa do Castelo Fotografia 10 –Imagem do Beco dos Surradores. Fotografia 11 – Largo dos Trigueiros – Dificuldades de locomoção. Fotografia 12 – Imagem da Rua de São Pedro Mártir. Fotografia 13 – Rua de São Pedro Mártir nº 6 – Edifício com estilo Medieval. Fotografia 14 – Beco dos Surradores nº 18 – Edifício similar aos da Baixa. Fotografia 15 – Rua de São Cristóvão nº 13/21 – Edifício com dois pisos acrescentados. d) Baixa e Chiado Fotografia 16 – Vista parcial de Baixa e Chiado. Fotografia 17 – Imagem da Rua Augusta. Fotografia 18 – Imagem da Rua dos Fanqueiros. Fotografia 19 – Rua Augusta nº 83/95 – Edifício típico Pombalino. Fotografia 20 – Rua de São Nicolau nº 51/57 – Habitado somente no último nível. Fotografia 21 – Imagem da Travessa da Espera. e) Bairro Alto Fotografia 22 – Imagem da Rua Luísa Todi. Fotografia 23 – Imagem da Rua da Vinha. Fotografia 24 – Rua da Atalaia nº 199/201 – Edifício típico dos Descobrimentos. Fotografia 25 – Rua da Misericórdia nº 23/25 – Edifício degradado. Fotografia 26 – Rua da Misericórdia nº 75/81 – Obra recente. f) Bica Fotografia 27 – Imagem da Rua da Bica de Duarte Belo – eixo principal do bairro. Fotografia 28 – Imagem da Travessa da Larangeira – perpendicular ao eixo principal. Fotografia 29 – Rua da Bica de Duarte Belo nº 31/33 – Edifício com o estilo dos Descobrimentos.

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Fotografia 30 – Travessa do Sequeiro nº 32/36 – Edifício com o estilo dos Descobrimentos. g) Madragoa Fotografia 31 – Imagem da Calçada do Marquês de Abrantes. Fotografia 32 – Imagem da Rua das Madres. Fotografia 33 – Rua das Madres nº 6/10 – Edifício com o estilo dos Descobrimentos. Fotografia 34 – Rua das Trinas nº 20 – Edifício reabilitado.

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18. Bibliografia

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