Textos Complementares_os Sofistas

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  • 7/21/2019 Textos Complementares_os Sofistas

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    OS SOFISTASOs sofistas foram os primeiros filsofos do perodo socrtico. Esses se opunham filosofia pr-socrticadizendo que estes ensinavam coisas contraditrias e repletas de erros que no apresentavam utilidadenaspolis (cidades. !essa forma" su#stituram a natureza que antes era o principal o#$eto de refle%o pelaarte da persuaso.

    Os sofistas ensinavam tcnicas que au%iliavam as pessoas a defenderem o seu pensamento particular esuas prprias opini&es contrrias so#re o mesmo para que dessa forma conse'uisse seu espao. )or

    desprezarem al'umas discuss&es feitas pelos filsofos" eram chamados de cticos at mesmo por*crates que se re#elou contra eles dizendo que desrespeitavam a verdade e o amor pela sa#edoria.Outros filsofos ainda acreditavam que os sofistas criavam no meio filosfico o relativismo e osu#$etivismo.

    !entre os sofistas" pode-se destacar+ )rot'oras" ,r'ias" pias" scrates" )rdico" /rtias" 0ntifonte e1rasmaco" sendo que destes" )rot'oras" ,r'ias e scrates foram os mais importantes. Estesprezavam pelo desenvolvimento do esprito crtico e pela capacidade de e%presso. 2ma conseq34nciaimportante que foi a a#ertura da filosofia para todas as pessoas das polis que antes era somente umaseita intelectual fechada formada apenas por no#res.

    Protgoras de Abdera(0#dera" 567 a./.- *iclia"587 a./. foi quem cunhoua frase 9o homem a medida de todas as coisas" das coisas que so"enquanto so" das coisas que no so" enquanto no so.9" tendo como #asepara isso o pensamento de erclito. 1al frase e%pressa #em o relativismotanto dos *ofistasem 'eral quanto o relativismo do prprio )rot'oras. *e ohomem a medida de todas as coisas" ento coisa al'uma pode ser medidapara os homens" ou se$a" as leis" as re'ras" a cultura" tudo deve ser definidopelo con$unto de pessoas" e aquilo que vale em determinado lu'ar no devevaler" necessariamente" em outro. Esta m%ima tam#m si'nifica que ascoisas so conhecidas de uma forma particular e muito pessoal por cadaindivduo" o que vai contra" por e%emplo" ao pro$eto de *cratesde che'ar ao

    conceito a#soluto de cada coisa.

    0ssim como *crates" )rot'oras foi acusado de atesmo (tendo inclusive livros seus queimados empraa p:#lica" motivo pelo qual fu'iu de0tenas" esta#elecendo-se na *iclia" onde morreu aos setentaanos.2m dos dilo'os plat;nicostem como ttulo Protgoras" onde e%posto um dilo'o de *crates com o*ofista. )rot'oras foi ami'o pessoal de)ricles.

    Grgias um dilo'o de )lato" filsofo 're'o do sculo < a./." e quefala" inicialmente" do papel da =etrica"qual a sua funo e como estadeve ser usada" contrapondo o seu uso ha#itual - o dos sofistas(representados por ,r'ias" )oloe /licles - com uma nova viso - a dofilsofo *crates- que conclui que esta no s in:til" mas mesmo imoral.

    niciando um de#ate com ,r'ias" *crates induz o seu oponente emcontradio" levando-o a dizer que a =etrica" a arte dos discursospolticos que tem como o#$ecto a $ustia" pode ser usada de forma erradae" ao mesmo tempo" que todos aqueles que a aprendem so incapazes decometer qualquer acto in$usto.

    )erante esta contradio" sur'e )olo" discpulo de ,r'ias" que defende oseu mestre e a sua 0rte" afirmando que esta a mais #ela das artes.

    *crates apresenta" ento" a sua Teoria da Adulao.

    )olo inicia um discurso ar'umentando que a =etrica d poder queles que a dominam" ao que *cratescontrap&e com o aparente parado%o de que os que t4m mais poder no so os mais poderosos. 0ps uma

    Prot oras: Filsofo sofista ue teve seus livros ueimados em blico.

    ,r'ias (cerca de56>-?67 a. /.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Abderahttp://pt.wikipedia.org/wiki/480_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Sic%C3%ADliahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sic%C3%ADliahttp://pt.wikipedia.org/wiki/410_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/410_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1clito_de_%C3%89fesohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sofistashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9ricleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9ricleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_V_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sofismahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Polohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A1licles&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Abderahttp://pt.wikipedia.org/wiki/480_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Sic%C3%ADliahttp://pt.wikipedia.org/wiki/410_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1clito_de_%C3%89fesohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sofistashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9ricleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_V_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sofismahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Polohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A1licles&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates
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    lon'a discusso" *crates o#ri'a )olo a admitir que cometer uma in$ustia mau" e" caso a tenhacometido" o su$eito deve preferir ser casti'ado a fu'ir ileso.

    /licles. o anfitrio" toma ento a palavra" afirmando que *crates est errado e critica sua forma dede#ater. 0firma que no e%istem semelhanas entre as @eis da Aatureza e as @eis da /onveno.

    *crates leva a discusso a outro ponto" ao per'untar se os mais poderosos s 'overnam os outros ou setam#m se auto-'overnam" isto " se t4m autodomnio e temperana. /licles ri-se desta ideia de

    temperante" chamando-lhe" pelo contrrio" de im#ecil. Este diz ento que os mais h#eis so os que t4mmais pai%&es e as satisfazem.

    Iscrates( BCDFGHI" em 're'o foi um orador e retrico ateniense" 5?J a./.- id."??6 a./..0 tradio o apresenta como aluno de)rot'oras de 0#dera" de )rdico de /eose"so#retudo" como aluno de ,r'ias de @eontini. )arece que tam#m ouviu *crates. 0,uerra do )eloponesoliquidou com suas posses e scrates comeou a 'anhar a vidacomo lo''rafo. !evido esta atividade" a#riu em 0tenas" mais ou menos na mesmapoca em que )latoa#ria sua 0cademia" uma escola de eloq34ncia que se tornoufamosa.

    /omo orador e retrico" preocupou-se so#retudo com a forma" dando prosa tica umadocilidade e harmonia ainda no atin'idas. /erca de vinte e um de seus discursos

    so#reviveram" entre eles+ Contra os sofistas" de ?K7 a./." Panegrico" de ?67 a./." Plataico" cerca de ?L?a./."Sobre a paz" de?>> a./.e Filipe" de ?5J a././om#ateu a filosofia plat;nica" que $ul'ava inapta paraa formao tica e poltica do homem 're'o.*ites de )esquisa+http+MMmundoeducacao.uol.com.#rMfilosofiaMsofistas.htmhttp+MMpt.Niipedia.or'MNiiM,P/?PQ?r'iashttp+MMpt.Niipedia.or'MNiiM)rotP/?P08'orashttp+MMpt.Niipedia.or'MNiiMsP/?PQ?crates

    0cesso em 8?M7>M76.OS FILSOFOS

    A EDUCAO NAS CIVILIZAES ANTIGAS

    SCRATES

    A Vida

    Ruem valorizou a desco#erta do homem feita pelos sofistas" orientando-a para os valoresuniversais" se'undo a via real do pensamento 're'o" foi Scrates. Aasceu *crates em

    5L7 ou 5JK a./." em 0tenas" filho de *ofr;nico" escultor" e de Senreta" parteira. 0prendeu a arte paterna"mas dedicou-se inteiramente meditao e ao ensino filosfico" sem recompensa al'uma" no o#stantesua po#reza. !esempenhou al'uns car'os polticos e foi sempre modelo irrepreensvel de #om cidado./om#ateu a )otidia" onde salvou a vida de 0lce#ades e em !elium" onde carre'ou aos om#ros aTenofonte" 'ravemente ferido. Sormou a sua instruo so#retudo atravs da refle%o pessoal" na moldurada alta cultura ateniense da poca" em contato com o que de mais ilustre houve na cidade de )ricles.

    nteiramente a#sorvido pela sua vocao" no se dei%ou distrair pelas preocupa&es domsticas nempelos interesses polticos. Ruanto famlia" podemos dizer que *crates no teve" por certo" uma mulherideal na qurula TantipaU mas tam#m ela no teve um marido ideal no filsofo" ocupado com outroscuidados que no os domsticos.

    Ruanto poltica" foi ele valoroso soldado e r'ido ma'istrado. Vas" em 'eral" conservou-se afastado davida p:#lica e da poltica contemporWnea" que contrastavam com o seu temperamento crtico e com o seureto $uzo. Xul'ava que devia servir a ptria conforme suas atitudes" vivendo $ustamente e formandocidados s#ios" honestos" temperados - diversamente dos sofistas" que a'iam para o prprio proveito e

    scrates 5?J-??6 a ./.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Atenashttp://pt.wikipedia.org/wiki/436_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/338_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/338_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1goras_de_Abderahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1goras_de_Abderahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pr%C3%B3dico_de_Ceos&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3rgias_de_Leontinihttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Peloponesohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/390_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/380_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/373_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/373_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/373_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/355_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/355_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/355_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/346_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/346_a.C.http://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/sofistas.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3rgiashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1gorashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Is%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Socrates_Louvre.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenashttp://pt.wikipedia.org/wiki/436_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/338_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1goras_de_Abderahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pr%C3%B3dico_de_Ceos&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3rgias_de_Leontinihttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crateshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Peloponesohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/390_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/380_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/373_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/373_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/355_a.C.http://pt.wikipedia.org/wiki/346_a.C.http://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/sofistas.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3rgiashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prot%C3%A1gorashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Is%C3%B3crates
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    formavam 'randes e'ostas" capazes unicamente de se acometerem uns contra os outros e escravizar opr%imo.

    Entretanto" a li#erdade de seus discursos" a feio austera de seu carter" a sua atitude crtica" ir;nica e aconseq3ente educao por ele ministrada" criaram descontentamento 'eral" hostilidade popular"inimizades pessoais" apesar de sua pro#idade. !iante da tirania popular" #em como de certos elementosracionrios" aparecia *crates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de Wnimo hostil a*crates concretizou-se" tomou forma $urdica" na acusao movida contra ele por Vileto" 0nito e @icon+ de

    corromper a mocidade e ne'ar os deuses da ptria introduzindo outros. *crates desdenhou defender-sediante dos $uizes e da $ustia humana" humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. 1inha ele diantedos olhos da alma no uma soluo emprica para a vida terrena" e sim o $uzo eterno da razo" para aimortalidade. E preferiu a morte. !eclarado culpado por uma pequena minoria" assentou-se com ind;mitafortaleza de Wnimo diante do tri#unal" que o condenou pena capital com o voto da maioria.

    1endo que esperar mais de um m4s a morte no crcere - pois uma lei vedava as e%ecu&es capitaisdurante a via'em votiva de um navio a !elos - o discpulo /riton preparou e prop;s a fu'a ao Vestre.*crates" porm" recusou" declarando no querer a#solutamente deso#edecer s leis da ptria. E passouo tempo preparando-se para o passo e%tremo em palestras espirituais com os ami'os. Especialmentefamoso o dilo'o so#re a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foidescrito por )lato no Fdoncom arte incomparvel. *uas :ltimas palavras diri'idas aos discpulos"

    depois de ter sorvido tranq3ilamente a cicuta" foram+ 9!evemos um 'alo a Esculpio9 .Y que o deus damedicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Vorreu *crates em ?KK a./. com L8 anosde idade.

    Mtodo de ScrateY a parte pol4mica. nsistindo no perptuo flu%o das coisas e na varia#ilidade e%trema das impress&essensitivas determinadas pelos indivduos que de contnuo se transformam" concluram os sofistas pelaimpossi#ilidade a#soluta e o#$etiva do sa#er. *crates resta#elece-lhe a possi#ilidade" determinando overdadeiro o#$eto da ci4ncia.O o#$eto da ci4ncia no o sensvel" o particular" o indivduo que passaU o inteli'vel" o conceito que see%prime pela definio. Este conceito ou idia 'eral o#tm-se por um processo dialtico por ele chamado

    induoe que consiste em comparar vrios indivduos da mesma espcie" eliminar-lhes as diferenasindividuais" as qualidades mutveis e reter-lhes o elemento comum" estvelU permanente" a natureza" aess4ncia da coisa. )or onde se v4 que a induo socrtica no tem o carter demonstrativo do modernoprocesso l'ico" que vai do fen;meno lei" mas um meio de 'eneralizao" que remonta do indivduo noo universal.

    )raticamente" na e%posio pol4mica e didtica destas idias" *crates adotava sempre no dilo'o" querevestia uma d:plice forma" conforme se tratava de um adversrio a confutar ou de um discpulo a instruir.Ao primeiro caso" assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as per'untas atcolher o adversrio presunoso em evidente contradio e constran'4-lo confisso humilhante de suai'norWncia. Y a ironia socrtica. Ao se'undo caso" tratando-se de um discpulo (e era muitas vezes oprprio adversrio vencido" multiplicava ainda as per'untas" diri'indo-as a'ora ao fim de o#ter" por

    induo dos casos particulares e concretos" um conceito" uma definio 'eral do o#$eto em questo. 0este processo peda''ico" em memria da profisso materna" denominava ele maiuticaou en'enhosao#stetrcia do esprito" que facilitava a parturio das idias.

    Do!tri"a #i$o%ica0 introspeco o caracterstico da filosofia de *crates. E e%prime-se no famoso lema con!ece"te a timesmo- isto " torna-te consciente de tua i'norWncia - como sendo o pice da sa#edoria" que o dese$oda ci4ncia mediante a virtude. E alcanava em *crates intensidade e profundidade tais" que seconcretizava" se personificava na voz interior divina do gnioou dem#nio./omo sa#ido" *crates no dei%ou nada escrito. 0s notcias que temos de sua vida e de seupensamento" devemo-las especialmente aos seus dois discpulos Tenofonte e )lato" de feio intelectualmuito diferente. Tenofonte" autor de Anbase" em seus $itos %emor&eis" le'ou-nos de prefer4ncia o

    aspecto prtico e moral da doutrina do mestre. Tenofonte" de estilo simples e harmonioso" mas semprofundidade" no o#stante a sua devoo para com o mestre e a e%atido das notcias" no entendeu opensamento filosfico de *crates" sendo mais um homem de ao do que um pensador. )lato" pelocontrrio" foi filsofo 'rande demais para nos dar o preciso retrato histrico de *cratesU nem sempre fcil discernir o fundo socrtico das especula&es acrescentadas por ele. *e$a como for" ca#e-lhe a 'lria

    http://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htm
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    e o privil'io de ter sido o 'rande historiador do pensamento de *crates" #em como o seu #i'rafo'enial. /om efeito" pode-se dizer que *crates o prota'onista de todas as o#ras plat;nicas" em#ora)lato tenha conhecido *crates $ com mais de sessenta anos de idade."Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que *crates cifra toda a sua vida de s#io. O perfeitoconhecimento do homem o o#$etivo de todas as suas especula&es e a moral" o centro para o qualconver'em todas as partes da filosofia. 0 psicolo'ia serve-lhe de preWm#ulo" a teodicia de estmulo virtude e de natural complemento da tica.Em psicologia" *crates professa a espiritualidade e imortalidade da alma" distin'ue as duas ordens de

    conhecimento" sensiti&o e intelectual" mas no define o livre ar#trio" identificando a vontade com ainteli'4ncia.

    Em teodicia" esta#elece a e%ist4ncia de !eus+ a com o ar'umento teol'ico" formulando claramente oprincpio+ tudo o que adaptado a um fim efeito de uma inteli'4nciaU # com o ar'umento" apenases#oado" da causa eficiente+ se o homem inteli'ente" tam#m inteli'ente deve ser a causa que oproduziuU c com o ar'umento moral+ a lei natural sup&e um ser superior ao homem" um le'islador" que apromul'ou e sancionou. !eus no s e%iste" mas tam#m )rovid4ncia" 'overna o mundo com sa#edoriae o homem pode propici-lo com sacrifcios e ora&es. 0pesar destas doutrinas elevadas" *crates aceitaem muitos pontos os preconceitos da mitolo'ia corrente que ele aspira reformar.

    %oral. Y a parte culminante da sua filosofia. *crates ensina a #em pensar para #em viver. O meio :nico

    de alcanar a felicidade ou semelhana com !eus" fim supremo do homem" a prtica da virtude. 0virtude adquiri-se com a sa#edoria ou" antes" com ela se identifica. Esta doutrina" uma das maiscaractersticas da moral socrtica" conseq34ncia natural do erro psicol'ico de no distin'uir a vontadeda inteli'4ncia. /oncluso+ 'randeza moral e penetrao especulativa" virtude e ci4ncia" i'norWncia e vcioso sin;nimos. 9*e m:sico o que sa#e m:sica" pedreiro o que sa#e edificar" $usto ser o que sa#e a$ustia9.

    *crates reconhece tam#m" acima das leis mutveis e escritas" a e%ist4ncia de uma lei natural -independente do ar#trio humano" universal" fonte primordial de todo direito positivo" e%presso da vontadedivina promul'ada pela voz interna da consci4ncia.

    *u#lime nos lineamentos 'erais de sua tica" *crates" em prtica" su'ere quase sempre a utilidade comomotivo e estmulo da virtude. Esta feio utilitarista empana-lhe a #eleza moral do sistema.

    G"oio$o&ia

    O interesse filosfico de *crates volta-se para o mundo humano" espiritual" com finalidades prticas"morais. /omo os sofistas" ele ctico a respeito da cosmolo'ia e" em 'eral" a respeito da metafsicaUtrata-se" porm" de um ceticismo de fato" no de direito" dada a sua revalidao da ci4ncia. 0 :nica ci4nciapossvel e :til a ci4ncia da prtica" mas diri'ida para os valores universais" no particulares.

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    Esta interioridade do sa#er" esta intimidade da ci4ncia - que no a#solutamente su#$etivista" mas acerteza o#$etiva da prpria razo - patenteiam-se no famoso dito socrtico(con!ece"te a ti mesmo( que" nopensamento de *crates" si'nifica precisamente consci4ncia racional de si mesmo" para or'anizarracionalmente a prpria vida. Entretanto" consci4ncia de si mesmo quer dizer" antes de tudo" consci4nciada prpria ignor'ncia inicial e" portanto" necessidade de super-la pela aquisio da ci4ncia. Estai'norWncia no " por conse'uinte" ceticismo sistemtico" mas apenas metdico" um poderoso impulsopara o sa#er" em#ora o pensamento socrtico fique" de fato" no a'nosticismo filosfico por falta de umametafsica" pois" *crates achou apenas a forma conceptual da ci4ncia" no o seu conte:do.

    O procedimento l'ico para realizar o conhecimento verdadeiro" cientfico" conceptual " antes de tudo" ainduo+ isto " remontar do particular ao universal" da opinio ci4ncia" da e%peri4ncia ao conceito. Esteconceito " depois" determinado precisamente mediante a definio" representando o ideal e a conclusodo processo 'nosiol'ico socrtico" e nos d a ess4ncia da realidade.

    A Mora$/omo *crates o fundador da ci4ncia em 'eral" mediante a doutrina do conceito" assim o fundador" emparticular da ci4ncia moral" mediante a doutrina de que eticidade si'nifica racionalidade" ao racional.

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    . 0 escola cirenaica ou !edonista(fundada por 0ristipo" (n. c. 5Z> que desenvolveu o utilitarismo domestre em hedonismo ou moral do prazer. Estas escolas" que" durante o se'undo perodo" dominadopelas altas especula&es de Plato e Aristteles " verdadeiros continuadores da tradio socrtica"ve'etaram na penum#ra" mais tarde recresceram transformadas ou de'eneradas em outras seitasfilosficas. !entre os herdeiros de *crates" porm" o herdeiro 'enuno de suas idias" o seu mais ilustrecontinuador foi o su#lime )lato.

    O#$AS %TILI&A'AS

    !2=0A1" [ill" +istria da Filosofia " A ,ida e as -dias dos .randes Filsofos" *o )aulo" EditoraAacional" 8.\ edio" 8KZJ.S=0A/0 *. X." )adre @eonel" /o0es de +istria da Filosofia.)0!O

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    dilo'os" porm" quecorrem so# o seu nome" muitos so apcrifos" outros de autenticidade duvidosa.

    0 forma dos escritos plat;nicos o dilo'o" transio espontWnea entre o ensinamento oral e fra'mentriode *crates e o mtodo estritamente didtico de 0ristteles. Ao fundador da 0cademia" o mito e a poesiaconfundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. Saltam-lhe ainda o ri'or" apreciso" o mtodo" a terminolo'ia cientfica que tanto caracterizam os escritos do s#io esta'irita.

    0 atividade literria de )lato a#ran'e mais de cinq3enta anos da sua vida+ desde a morte de Scrates"at a sua morte. 0 parte mais importante da atividade literria de )lato representada pelos dilogos-em tr4s 'rupos principais" se'undo certa ordem cronol'ica" l'ica e formal" que representa a evoluo dopensamento plat;nico" do socratismo aoaristotelismo*

    O )e"a,e"to+ A G"oio$o&ia

    /omo $ em *crates" assim em )lato a filosofia tem um fim prtico" moralU a 'rande ci4ncia queresolve o pro#lema da vida. Este fim prtico realiza-se" no entanto" intelectualmente" atravs daespeculao" do conhecimento da ci4ncia. Vas - diversamente de *crates" que limitava a pesquisafilosfica" conceptual" ao campo antropol'ico e moral - )lato estende tal inda'ao ao campo metafsicoe cosmol'ico" isto " a toda a realidade.

    Este carter ntimo" humano" reli'ioso da filosofia" em )lato tornado especialmente vivo" an'ustioso"pela viva sensi#ilidade do filsofo em face do universal vir-a-ser" nascer e perecer de todas as coisasU emface do mal" da desordem que se manifesta em especial no homem" onde o corpo inimi'o do esprito" osentido se op&e ao intelecto" a pai%o contrasta com a razo. 0ssim" considera )lato o esprito humanopere'rino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo. !eve" pois" transpor este mundo e li#ertar-se do

    corpo para realizar o seu fim" isto " che'ar contemplao do inteli'vel" para o qual atrado por umamor nostl'ico" pelo eros plat#nico.

    )lato como *crates" parte do conhecimento emprico" sensvel" da opinio do vul'o e dos sofistas" parache'ar ao conhecimento intelectual" conceptual" universal e imutvel. 0 gnosiologiaplat;nica" porm" temo carter cientfico" filosfico" que falta a 'nosiolo'ia socrtica" ainda que as conclus&es se$am" mais oumenos" id4nticas. O conhecimento sensvel deve ser superado por um outro conhecimento" oconhecimento conceptual" porquanto no conhecimento humano" como efetivamente" apresentam-seelementos que no se podem e%plicar mediante a sensao. O conhecimento sensvel" particular" mutvele relativo" no pode e%plicar o conhecimento intelectual" que tem por sua caracterstica a universalidade" aimuta#ilidade" o a#soluto (do conceitoU e ainda menos pode o conhecimento sensvel e%plicar o dever ser"os valores de #eleza" verdade e #ondade" que esto efetivamente presentes no esprito humano" e se

    distin'uem diametralmente de seus opostos" fealdade" erro e mal-posio e distino que o sentido nopode operar por si mesmo.

    *e'undo )lato" o conhecimento humano inte'ral fica nitidamente dividido em dois 'raus+ o conhecimentosensvel" particular" mutvel e relativo" e o conhecimento intelectual" universal" imutvel" a#soluto" queilumina o primeiro conhecimento" mas que dele no se pode derivar. 0 diferena essencial entre oconhecimento sensvel" a opinio verdadeira e o conhecimento intelectual" racional em 'eral" est nisto+ oconhecimento sensvel" em#ora verdadeiro" no sa#e que o " donde pode passar indiferentemente oconhecimento diverso" cair no erro sem o sa#erU ao passo que o se'undo" alm de ser um conhecimentoverdadeiro" sa#e que o " no podendo de modo al'um ser su#stitudo por um conhecimento diverso"err;neo. )oder-se-ia tam#m dizer que o primeiro sa#e que as coisas esto assim" sem sa#er porque o

    esto" ao passo que o se'undo sa#e que as coisas devem estar necessariamente assim como esto"precisamente porque ci4ncia" isto " conhecimento das coisas pelas causas.

    *crates estava convencido" como tam#m )lato" de que o sa#er intelectual transcende" no seu valor" osa#er sensvel" mas $ul'ava" todavia" poder construir indutivamente o conceito da sensao" da opinioU

    http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htmhttp://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm
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    )lato" ao contrrio" no admite que da sensao - particular" mutvel" relativa - se possa de al'um modotirar o conceito universal" imutvel" a#soluto. E" desenvolvendo" e%a'erando" e%asperando a doutrina damaiutica socrtica" diz que os conceitos so a priori" inatos no esprito humano" donde t4m de seroportunamente tirados" e sustenta que as sensa&es correspondentes aos conceitos no lhes constituema ori'em" e sim a ocasio para faz4-los reviver" relem#rar conforme a lei da associao.

    0qui devemos lem#rar que )lato" diversamente de *crates" d ao conhecimento racional" conceptual"cientfico" uma #ase real" um o#$eto prprio+ as idias eternas e universais" que so os conceitos" ou

    al'uns conceitos da mente" personalizados. !o mesmo modo" d ao conhecimento emprico" sensvel" opinio verdadeira" uma #ase e um fundamento reais" um o#$eto prprio+ as coisas particulares emutveis" como as conce#iam erclitoe os sofistas. !este mundo material e conti'ente" portanto" no hci4ncia" devido sua natureza inferior" mas apenas possvel" no m%imo" um conhecimento sensvelverdadeiro - opinio verdadeira - que precisamente o conhecimento adequado sua natureza inferior.)ode haver conhecimento apenas do mundo imaterial e racional das idias pela sua natureza superior.Este mundo ideal" racional - no dizer de )lato - transcende inteiramente o mundo emprico" material" emque vivemos.

    Teoria da Idia*crates mostrara no conceito o verdadeiro o#$eto da ci4ncia. )lato aprofunda-lhe a teoria e procuradeterminar a relao entre o conceito e a realidade fazendo deste pro#lema o ponto de partida da sua

    filosofia.

    0 ci4ncia o#$etivaU ao conhecimento certo deve corresponder a realidade. Ora" de um lado" os nossosconceitos so universais" necessrios" imutveis e eternos (*crates" do outro" tudo no mundo individual" conti'ente e transitrio (erclito. !eve" lo'o" e%istir" alm do fenomenal" um outro mundo derealidades" o#$etivamente dotadas dos mesmos atri#utos dos conceitos su#$etivos que as representam.Estas realidades chamam-se -dias. 0s idias no so" pois" no sentido plat;nico" representa&esintelectuais" formas a#stratas do pensamento" so realidades o#$etivas" modelos e arqutipos eternos deque as coisas visveis so cpias imperfeitas e fu'azes. 0ssim a idiade homem o homem a#stratoperfeito e universal de que os indivduos humanos so imita&es transitrias e defeituosas.

    1odas as idias e%istem num mundo separado" o mundo dos inteli'veis" situado na esfera celeste. 0certeza da sua e%ist4ncia funda-a )lato na necessidade de salvar o valor o#$etivo dos nossosconhecimentos e na importWncia de e%plicar os atri#utos do ente de )arm4nides" sem" com ele" ne'ar ae%ist4ncia do fieri. 1al a cle#re teoria das idias" alma de toda filosofia plat;nica" centro em torno do qual'ravita todo o seu sistema.

    A Meta%/ica

    A IdiaO sistema metafsicode )lato centraliza-se e culmina no mundo divino das idiasU e estas contrap&e-seamatriao#scura e incriada. Entre as idias e a matria esto o $emiurgo e as almas" atravs de quedesce das idias matria aquilo de racionalidade que nesta matria aparece.

    O di&inoplat;nico representado pelo mundo das idias e especialmente pela idia do Qem" que est novrtice. 0 e%ist4ncia desse mundo ideal seria provada pela necessidade de esta#elecer uma #aseontol'ica" um o#$eto adequado ao conhecimento conceptual. Esse conhecimento" alis" se imp&e ao ladoe acima do conhecimento sensvel" para poder e%plicar verdadeiramente o conhecimento humano na suaefetiva realidade. E" em 'eral" o mundo ideal provado pela necessidade de $ustificar os valores" o deverser" de que este nosso mundo imperfeito participa e a que aspira.

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    personalidade e atividade criadora - ou" melhor" ordenadora - " pelo contrrio" dotado o !emiur'o o qual"em#ora superior matria" inferior s idias" de cu$o modelo se serve para ordenar a matria etransformar o caos em cosmos.

    A A$,a0 alma" assim como o !emiur'o" desempenha papel de mediador entre as idias e a matria" qualcomunica o movimento e a vida" a ordem e a harmonia" em depend4ncia de uma ao do !emiur'o so#rea alma. 0ssim" deveria ser" tanto no homem como nos outros seres" porquanto )lato um pampsiquista"

    quer dizer" anima toda a realidade. Ele" todavia" d alma humana um lu'ar e um tratamento parte" desuperioridade" em vista dos seus impelentes interesses morais e ascticos" reli'iosos e msticos. 0ssim que considera ele a alma humana como um ser eterno (coeterno s idias" ao !emiur'o e matria" denatureza espiritual" inteli'vel" cado no mundo material como que por uma espcie de queda ori'inal" deum mal radical. !eve portanto" a alma humana" li#ertar-se do corpo" como de um crcereU esta li#ertao"durante a vida terrena" comea e pro'ride mediante a filosofia" que separao espiritual da alma docorpo" e se realiza com a morte" separando-se" ento" na realidade" a alma do corpo.

    0 faculdade principal" essencial da alma a de conhecer o mundo ideal" transcendental+ contemplao emque se realiza a natureza humana" e da qual depende totalmente a ao moral. Entretanto" sendo que aalma racional " de fato" unida a um corpo" dotado de atividade sensitiva e ve'etativa" deve e%istir umprincpio de uma e outra. *e'undo )lato" tais fun&es seriam desempenhadas por outras duas almas - ou

    partes da alma+ a irasc&el (mpeto" que residiria no peito" e a concupisc&el (apetite" que residiria noa#dome - assim como a almaracionalresidiria na ca#ea. Aaturalmente a alma sensitiva e a ve'etativaso su#ordinadas alma racional.

    @o'o" se'undo )lato" a unio da alma espiritual com o corpo e%trnseca" at violenta. 0 alma noencontra no corpo o seu complemento" o seu instrumento adequado. Vas a alma est no corpo como numcrcere" o intelecto impedido pelo sentido da viso das idias" que devem ser tra#alhosamenterelem#radas. E di'a-se o mesmo da vontade a respeito das tend4ncias. E" apenas mediante umadisciplina asctica do corpo" que o mortifica inteiramente" e mediante a morte li#ertadora" que desvencilhapara sempre a alma do corpo" o homem realiza a sua verdadeira natureza+ a contemplao intuitiva domundo ideal.

    O M!"doO mundomaterial" o cosmos plat;nico" resulta da sntese de dois princpios opostos" as idias e a matria.O !emiur'o plasma o caos da matria no modelo das idias eternas" introduzindo no caos a alma"princpio de movimento e de ordem. O mundo" pois" est entre o ser(idia e o no"ser(matria" e odevir ordenado" como o adequado conhecimento sensvel est entre o sa#er e o no-sa#er" e a opinioverdadeira. /onforme a cosmolo'ia pampsiquista plat;nica" haveria" antes de tudo" uma alma do mundo e"depois" partes da alma" dependentes e inferiores" a sa#er" as almas dos astros" dos homens" etc.

    O dualismo dos elementos constitutivos do mundo material resulta do ser e do no-ser" da ordem e dadesordem" do #em e do mal" que aparecem no mundo. !a idia - ser" verdade" #ondade" #eleza - dependetudo quanto h de positivo" de racional no vir-a-ser da e%peri4ncia. !a matria - indeterminada" informe"

    mutvel" irracional" passiva" espacial - depende" ao contrrio" tudo que h de ne'ativo na e%peri4ncia.

    /onsoante a astronomia plat;nica" o mundo" o universo sensvel" so esfricos. 0 terra est no centro" emforma de esfera e" ao redor" os astros" as estrelas e os planetas" cravados em esferas ou anis rodantes"transparentes" e%plicando-se deste modo o movimento circular deles.

    Ao seu con$unto" o mundo fsico percorre uma 'rande evoluo" um ciclo de dez mil anos" no no sentidodo pro'resso" mas no da decad4ncia" terminados os quais" che'ado o grande ano do mundo" tudorecomea de novo. Y a clssica concepo 're'a do eterno retorno" cone%a ao clssico dualismo 're'o"que domina tam#m a 'rande concepo plat;nica.

    O#$AS %TILI&A'AS

    !2=0A1" [ill" +istria da Filosofia " A ,ida e as -dias dos .randes Filsofos" *o )aulo" EditoraAacional" 8.\ edio" 8KZJ.S=0A/0 *. X." )adre @eonel" /o0es de +istria da Filosofia.

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    )0!O

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    ??>" treze anos depois da morte de )lato" 0ristteles fundava" perto do templo de 0polo @cio" a suaescola. !a o nome de 4iceudado sua escola" tam#m chamadaperipatticadevido ao costume de darli&es" em amena palestra" passeando nos um#rosos caminhos do 'insio de 0polo. Esta escola seria a'rande rival e a verdadeira herdeira da velha e 'loriosa academia plat;nica. Vorto 0le%andre em ?Z?"desfez-se politicamente o seu 'rande imprio e despertaram-se em 0tenas os dese$os de independ4ncia"estourando uma reao nacional" chefiada por !emstenes. 0ristteles" malvisto pelos atenienses" foiacusado de atesmo. )reveniu ele a condenao" retirando-se voluntariamente para Eu#ia" 0risttelesfaleceu" aps enfermidade" no ano se'uinte" no vero de ?ZZ. 1inha pouco mais de J7 anos de idade.

    0 respeito do carterde 0ristteles" inteiramente recolhido na ela#orao crtica do seu sistema filosfico"sem se dei%ar distrair por motivos prticos ou sentimentais" temos naturalmente muito menos a revelar doque em torno do carter de )lato" em que" ao contrrio" os motivos polticos" ticos" estticos e msticostiveram 'rande influ4ncia. !o diferente carter dos dois filsofos" dependem tam#m as vicissitudese%teriores das duas vidas" mais uniforme e linear a de 0ristteles" variada e romanesca a de )lato.0ristteles foi essencialmente um homem de cultura" de estudo" de pesquisas" de pensamento" que se foiisolando da vida prtica" social e poltica" para se dedicar investi'ao cientfica.

    0 atividade literria de 0ristteles foi vasta e intensa" como a sua cultura e seu '4nio universal. 90ssimilou0ristteles escreve ma'istralmente @eonel Sranca todos os conhecimentos anteriores e acrescentou-lheso tra#alho prprio" fruto de muita o#servao e de profundas medita&es. Escreveu so#re todas as

    ci4ncias" constituindo al'umas desde os primeiros fundamentos" or'anizando outras em corpo coerente dedoutrinas e so#re todas espalhando as luzes de sua admirvel inteli'4ncia. Ao lhe faltou nenhum dosdotes e requisitos que constituem o verdadeiro filsofo+ profundidade e firmeza de inteli'4ncia" a'udeza depenetrao" vi'or de raciocnio" poder admirvel de sntese" faculdade de criao e inveno aliados auma vasta erudio histrica e universalidade de conhecimentos cientficos. )elo elenco dos principaisescritos que dele ainda nos restam" poder-se- avaliar a sua prodi'iosa atividade literria9. 0 primeiraedio completa das o#ras de 0ristteles a de Andronico de 5odespela metade do :ltimo sculo a./.su#stancialmente aut4ntica" salvo uns apcrifos e umas interpola&es. 0qui classificamos as o#rasdoutrinais de 0ristteles do modo se'uinte" tendo presente a edio de 0ndronico de =odes.

    I.6scritos lgicos+ cu$o con$unto foi denominado 7rganonmais tarde" no por 0ristteles. O nome"

    entretanto" corresponde muito #em inteno do autor" que considerava a l'ica instrumento da ci4ncia.II.6scritos sobre a fsica+ a#ran'endo a hodierna cosmolo'ia e a antropolo'ia" e pertencentes filosofiateortica" $untamente com a metafsica.

    III.6scritos metafsicos+ a Vetafsica famosa" em catorze livros. Y uma compilao feita depois da mortede 0ristteles mediante seus apontamentos manuscritos" referentes metafsica 'eral e teolo'ia. Onome de metafsica devido ao lu'ar que ela ocupa na coleo de 0ndr;nico" que a colocou depois dafsica.

    I5.6scritos morais e polticos+ a 8tica a /ic#maco" em dez livros" provavelmente pu#licada por Aic;maco"seu filho" ao qual dedicadaU a 8tica a 6udemo" inaca#ada" refazimento da tica de 0ristteles" devido a

    EudemoU a .rande 8tica" comp4ndio das duas precedentes" em especial da se'undaU a Poltica" em oitolivros" incompleta.

    5.6scritos retricos e poticos+ a 5etrica" em tr4s livrosU a Potica" em dois livros" que" no seu estadoatual" apenas uma parte da o#ra de 0ristteles. 0s o#ras de 0ristteles as doutrinas que nos restam -manifestam um 'rande ri'or cientfico" sem enfeites mticos ou poticos" e%posio e e%presso #reve ea'uda" clara e ordenada" perfeio maravilhosa da terminolo'ia filosfica" de que foi ele o criador.

    O )e"a,e"to+ A G"oio$o&ia

    *e'undo 0ristteles" a filosofia essencialmente teortica+ deve decifrar o eni'ma do universo" em face do

    qual a atitude inicial do esprito o assom#ro do mistrio. O seu pro#lema fundamental o pro#lema doser" no o pro#lema da vida. O o#$eto prprio da filosofia" em que est a soluo do seu pro#lema" so asess4ncias imutveis e a razo :ltima das coisas" isto " o universal e o necessrio" as formas e suasrela&es. Entretanto" as formas so imanentes na e%peri4ncia" nos indivduos" de que constituem aess4ncia. 0 filosofia aristotlica " portanto" conceptual como a de )lato mas parte da e%peri4nciaU

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    dedutiva" mas o ponto de partida da deduo tirado - mediante o intelecto da e%peri4ncia. 0 filosofia"pois" se'undo 0ristteles" dividir-se-ia em teortica"prticaepotica" a#ran'endo" destarte" todo o sa#erhumano" racional. 0 teortica" por sua vez" divide-se em fsica" matemticae filosofia primeira(metafsica eteolo'iaU a filosofia prtica divide-se em ticae polticaU a potica em esttica e tcnica. 0ristteles ocriador da lgica" como ci4ncia especial" so#re a #ase socrtico-plat;nicaU denominada por ele analticae representa a metodolo'ia cientfica. 1rata 0ristteles os pro#lemas l'icos e 'nosiol'icos no con$untodaqueles escritos que tomaram mais tarde o nome de 7rganon. @imitar-nos-emos mais especialmente aospro#lemas 'erais da l'ica de 0ristteles" porque a est a suagnosiologia.

    Soi dito que" em 'eral" a ci4ncia" a filosofia - conforme 0ristteles" #em como se'undo )lato - tem comoo#$eto o universal e o necessrioU pois no pode haver ci4ncia em torno do individual e do contin'ente"conhecidos sensivelmente. *o# o ponto de vista metafsico" o o#$eto da ci4ncia aristotlica aforma" comoidia era o o#$eto da ci4ncia plat;nica. 0 ci4ncia plat;nica e aristotlica so" portanto" am#as o#$etivas"realistas+ tudo que se pode aprender precede a sensao e independente dela. Ao sentido estrito" afilosofia aristotlica deduo do particular pelo universal" e%plicao do condicionado mediante acondio" porquanto o primeiro elemento depende do se'undo. 1am#m aqui se se'ue a ordem darealidade" onde o fen;meno particular depende da lei universal e o efeito da causa. O#$eto essencial dal'ica aristotlica precisamente este processo de derivao ideal" que corresponde a uma derivaoreal. 0 l'ica aristotlica" portanto" #em como a plat;nica" essencialmente dedutiva" demonstrativa"apodctica. O seu processo caracterstico" clssico" o silo'ismo. Os elementos primeiros" os princpios

    supremos" as verdades evidentes" consoante )lato" so fruto de uma viso imediata" intuio intelectual"em relao com a sua doutrina do contato imediato da alma com as idias - reminisc4ncia. *e'undo0ristteles" entretanto" de cu$o sistema #anida toda forma de inatismo" tam#m os elementos primeirosdo conhecimento - conceito e $uzos - devem ser" de um modo e de outro" tirados da e%peri4ncia" darepresentao sensvel" cu$a verdade imediata ele defende" porquanto os sentidos por si nunca nosen'anam. O erro comea de uma falsa ela#orao dos dados dos sentidos+ a sensao" como o conceito" sempre verdadeira. )or certo" metafisicamente" ontolo'icamente" o universal" o necessrio" o inteli'vel" anterior ao particular" ao conti'ente" ao sensvel+ mas" 'nosiolo'icamente" psicolo'icamente e%isteprimeiro o particular" o conti'ente" o sensvel" que constituem precisamente o o#$eto prprio do nossoconhecimento sensvel" que o nosso primeiro conhecimento.

    0ssim sendo" compreende-se que 0ristteles" ao lado e em conseq34ncia da doutrina de deduo" se$aconstran'ido a ela#orar" na l'ica" uma doutrina da induo. )or certo" ela no est efetivamenteaca#ada" mas pode-se inte'rar lo'icamente se'undo o esprito profundo da sua filosofia. Ruanto aoselementos primeiros do conhecimento racional" a sa#er" os conceitos" a coisa parece simples+ a induonada mais que a a#strao do conceito" do inteli'vel" da representao sensvel" isto " a9desindividualizao9 do universal do particular" em que o universal imanente. 0 formao do conceito "a posteriori" tirada da e%peri4ncia.

    Ruanto ao $uzo" entretanto" em que unicamente temos ou no temos a verdade" e que o elementoconstitutivo da ci4ncia" a coisa parece mais complicada. /omo que se formam os princpios dademonstrao" os $uzos imediatamente evidentes" donde temos a ci4ncia` 0ristteles reconhece que impossvel uma induo completa" isto " uma resenha de todos os casos os fen;menos particulares para

    poder tirar com certeza a#soluta leis universais a#ran'endo todas as ess4ncias. Ento s resta possveluma induo incompleta" mas certssima" no sentido de que os elementos do $uzo os conceitos sotirados da e%peri4ncia" a posteriori" seu ne%o" porm" a priori" analtico" colhido imediatamente pelointelecto humano mediante a sua evid4ncia" necessidade o#$etiva.

    #i$oo%ia de Aritte$e

    )artindo como )lato do mesmo pro#lema acerca do valor o#$etivo dos conceitos" mas a#andonando asoluo do mestre" 0ristteles constri um sistema inteiramente ori'inal. Os caracteres desta 'randesntese so+

    . 2bser&ao fiel da natureza -)lato" idealista" re$eitara a e%peri4ncia como fonte de conhecimentocerto. 0ristteles" mais positivo" toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias" #uscando narealidade um apoio slido s suas mais elevadas especula&es metafsicas.

    !.5igor no mtodo-!epois de estudas as leis do pensamento" o processo dedutivo e indutivo aplica-os"com rara ha#ilidade" em todas as suas o#ras" su#stituindo lin'ua'em ima'inosa e fi'urada de )lato"

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    em estilo lapidar e conciso e criando uma terminolo'ia filosfica de preciso admirvel. )ode considerar-se como o autor da metodolo'ia e tecnolo'ia cientficas. ,eralmente" no estudo de uma questo"0ristteles procede por partes+ a comea a definir-lhe o o#$etoU #passa a enumerar-lhes as solu0es!istricasU cprop&e depois as d:vidasU d indica" em se'uida" a prpria soluoUe refuta" por :ltimo" assentenas contrrias.

    . 9nidade do con:unto - *ua vasta o#ra filosfica constitui um verdadeiro sistema" uma verdadeirasntese. 1odas as partes se comp0em" se correspondem" se confirmam.

    A Teo$o&ia

    O#$eto prprio da teologia o primeiro motor imvel" ato puro" o pensamento do pensamento" isto " !eus"a quem 0ristteles che'a atravs de uma slida demonstrao" #aseada so#re a imediata e%peri4ncia"indiscutvel" realidade do vir-a-ser" da passa'em da pot4ncia ao ato. Este vir-a-ser" passa'em da pot4nciaao ato" requer finalmente um no-vir-a-ser" motor imvel" um motor $ em ato" um ato puro enfim" pois" deoutra forma teria que ser movido por sua vez. 0 necessidade deste primeiro motor imvel no a#solutamente e%cluda pela eternidade do vir-a-ser" do movimento" do mundo. /om efeito" mesmoadmitindo que o mundo se$a eterno" isto " que no tem princpio e fim no tempo" enquanto vir-a-ser"passa'em da pot4ncia ao ato" fica eternamente ine%plicvel" contraditrio" sem um primeiro motor imvel"ori'em e%tra-temporal" causa a#soluta" razo metafsica de todo devir. !eus" o real puro" aquilo que

    move sem ser movidoU a matria" o possvel puro" aquilo que movido" sem se mover a si mesmo.

    !a anlise do conceito de !eus" conce#ido como primeiro motor imvel" conquistado atravs doprecedente raciocnio" 0ristteles" pode deduzir lo'icamente a natureza essencial de !eus" conce#ido"antes de tudo" como ato puro" e" consequentemente" como pensamento de si mesmo. !eus unicamentepensamento" atividade teortica" no dizer de 0ristteles" enquanto qualquer outra atividade teria fime%trnseco" incompatvel com o ser perfeito" auto-suficiente. *e o a'ir" o querer t4m o#$eto diverso dosu$eito a'ente e 9querente9" !eus no pode a'ir e querer" mas unicamente conhecer e pensar" conhecer asi prprio e pensar em si mesmo. !eus " portanto" pensamento de pensamento" pensamento de si" que pensamento puro. E nesta autocontemplao imutvel e ativa" est a #eatitude divina.

    *e !eus mera atividade teortica" tendo como o#$eto unicamente a prpria perfeio" no conhece omundoimperfeito" e menos ainda opera so#re ele. !eus no atua so#re o mundo" voltando-se para ele"com o pensamento e a vontadeU mas unicamente como o fim :ltimo" atraente" isto " como causa final" e"por conseq34ncia" e s assim" como causa eficiente e formal (e%emplar. !e !eus depende a ordem" avida" a racionalidade do mundoU ele" porm" no criador" nem provid4ncia do mundo. Em 0ristteles opensamento 're'o conquista lo'icamente a transcend4ncia de !eusU mas" no mesmo tempo" permaneceo dualismo" que vem anular aquele mesmo 0#soluto a que lo'icamente che'ara" para dar uma e%plicaofilosfica da relatividade do mundo pondo ao seu lado esta realidade independente dele.

    A Mora$

    0ristteles trata da moralem tr4s 8ticas" de que se falou quando das o#ras dele. /onsoante sua doutrina

    metafsica fundamental" todo ser tende necessariamente realizao da sua natureza" atualizao plenada sua forma+ e nisto est o seu fim" o seu #em" a sua felicidade" e" por conseq34ncia" a sua lei.

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    2ma doutrina aristotlica a respeito da virtude doutrina que teve muita doutrina prtica" popular" em#ora seapresente especulativamente assaz discutvel aquela pela qual a virtude precisamente conce#idacomo um:usto meioentre dois e%tremos" isto " entre duas pai%&es opostas+ porquanto o sentido poderiaesma'ar a razo ou no lhe dar foras suficientes. Aaturalmente" este $usto meio" na ao de um homem"no a#strato" i'ual para todos e sempreU mas concreto" relativo a cada qual" e varivel conforme ascircunstWncias" as diversas pai%&es predominantes dos vrios indivduos.

    )elo que diz respeito virtude" tem" ao contrrio" certamente" maior valor uma outra doutrina aristotlica+

    precisamente a da virtude conce#ida como !bito racional. *e a virtude " fundamentalmente" umaatividade se'undo a razo" mais precisamente ela um h#ito se'undo a razo" um costume moral" umadisposio constante" reta" da vontade" isto " a virtude no inata" como no inata a ci4nciaU masadquiri-se mediante a ao" a prtica" o e%erccio e" uma vez adquirida" esta#iliza-se" mecaniza-seU torna-se quase uma se'unda natureza e" lo'o" torna-se de fcil e%ecuo - como o vcio.

    /omo $ foi mencionado" 0ristteles distin'ue duas cate'orias fundamentais de virtudes+ as ticas" queconstituem propriamente o o#$eto da moral" e as dianoticas" que a transcendem. Y uma distino e umahierarquia" que t4m uma importWncia essencial em relao a toda a filosofia e especialmente moral. 0svirtudes intelectuais" teorticas" contemplativas" so superiores s virtudes ticas" prticas" ativas. Aoutraspalavras" 0ristteles sustenta o primado do conhecimento" do intelecto" da filosofia" so#re a ao" avontade" a poltica.

    A )o$/tica

    0polticaaristotlica essencialmente unida moral" porque o fim :ltimo do estado a virtude" isto " aformao moral dos cidados e o con$unto dos meios necessrios para isso. O estado um or'anismomoral" condio e complemento da atividade moral individual" e fundamento primeiro da suprema atividadecontemplativa. 0 poltica" contudo" distinta da moral" porquanto esta tem como o#$etivo o indivduo"aquela a coletividade. 0 tica a doutrina moral individual" a poltica a doutrina moral social. !estaci4ncia trata 0ristteles precisamente na Poltica" de que acima se falou.

    O estado" ento" superior ao indivduo" porquanto a coletividade superior ao indivduo" o #em comum

    superior ao #em particular. 2nicamente no estado efetua-se a satisfao de todas as necessidades" pois ohomem" sendo naturalmente animal social" poltico" no pode realizar a sua perfeio sem a sociedade doestado.

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    su#ordinadamente" as materiais" fsicas. O fim da educao formar homens mediante as artes li#erais"importantssimas a poesia e a m:sica" e no mquinas" mediante um treinamento profissional. Eis porque0ristteles" como )lato" condena o estado que" ao invs de se preocupar com uma pacfica educaocientfica e moral" visa a conquista e a 'uerra. E critica" dessa forma" a educao militar de Esparta" quefaz da 'uerra a tarefa precpua do estado" e p&e a conquista acima da virtude" enquanto a 'uerra" como otra#alho" so apenas meios para a paz e o lazer sapiente.

    Ao o#stante a sua concepo tica do estado" 0ristteles" diversamente de )lato" salva o direito

    privado" a propriedade particular e a famlia. O comunismo como resoluo total dos indivduos e dosvalores no estado fantstico e irrealizvel. O estado no uma unidade su#stancial" e sim uma sntesede indivduos su#stancialmente distintos. *e se quiser a unidade a#soluta" ser mister reduzir o estado famlia e a famlia ao indivduoU s este :ltimo possui aquela unidade su#stancial que falta aos doisprecedentes. =econhece 0ristteles a diviso plat;nica das castas" e" precisamente" duas classesreconhece+ a dos homens livres" possuidores" isto " a dos cidados e a dos escravos" dos tra#alhadores"sem direitos polticos.

    Ruanto forma e%terior do estado" 0ristteles distin'ue tr4s principais+ a monar3uia" que o 'overno deum s" cu$o carter e valor esto na unidade" e cu$a de'enerao a tiraniaU a aristocracia" que o'overno de poucos" cu$o carter e valor esto na qualidade" e cu$a de'enerao a oli'arquiaU ademocracia" que o 'overno de muitos" cu$o carter e valor esto na li#erdade" e cu$a de'enerao a

    dema'o'ia. 0s prefer4ncias de 0ristteles vo para uma forma de rep:#lica democrtico-intelectual" aforma de 'overno clssica da ,rcia" particularmente de 0tenas. Ao entanto" com o seu profundorealismo" reconhece 0ristteles que a melhor forma de 'overno no a#strata" e sim concreta+ deve serrelativa" acomodada s situa&es histricas" s circunstWncias de um determinado povo. !e qualquermaneira a condio indispensvel para uma #oa constituio" que o fim da atividade estatal deve ser o#em comum e no a vanta'em de quem 'overna despoticamente.

    A Re$i&i*o

    /om 0ristteles afirma-se o tesmo do ato puro. Ao entanto" este !eus" pelo seu efetivo isolamento domundo" que ele no conhece" no cria" no 'overna" no est em condi&es de se tornar o#$eto de

    religio" mais do que as transcendentes idias plat;nicas. E no fica nenhum outro o#$eto reli'ioso.1am#m 0ristteles" como )lato" se e%clui filosoficamente o antropomorfismo" no e%clui uma espcie depolitesmo" e admite" ao lado do 0to )uro e a ele su#ordinado" os deuses astrais" isto " admite que oscorpos celestes so animados por espritos racionais. Entretanto" esses seres divinos no parecem e nopodem ter funo reli'iosa e sem fsica.

    Ao o#stante esta concepo filosfica da divindade" 0ristteles admite a reli'io positiva do povo" atsem correo al'uma. E%plica e $ustifica a reli'io positiva" tradicional" mtica" como o#ra poltica paramoralizar o povo" e como fruto da tend4ncia humana para as representa&es antropomrficasU e no dizque ela teria um fundamento racional na verdade filosfica da e%ist4ncia da divindade" a que o homem seteria facilmente elevado atravs do espetculo da ordem celeste.

    0ristteles como )lato considera a artecomo imitao" de conformidade com o fundamental realismo're'o. Ao" porm" imitao de uma imitao" como o fen;meno" o sensvel" plat;nicosU e sim imitaodireta da prpria idia" do inteli'vel imanente no sensvel" imitao da forma imanente na matria. Aa arte"esse inteli'vel" universal encarnado" concretizado num sensvel" num particular e" destarte" tornandointuitivo" 'raas ao artista. )or isso" 0ristteles considera a arte a poesia de omero que tem por conte:doo universal" o imutvel" ainda que encarnado fantasticamente num particular" como superior histria emais filosfica do que a histria de erdoto que tem como o#$eto o particular" o mutvel" se$a em#orareal. O o#$eto da arte no o que aconteceu uma &ezcomo o caso da histria " mas o 3ue por naturezade&e; necessria e uni&ersalmente; acontecer. !este seu conte:do inteli'vel" universal" depende aeficcia espiritual peda''ica" purificadora da arte.

    *e #em que a arte se$a imitao da realidade no seu elemento essencial" a forma" o inteli'vel" esteinteli'vel rece#e como que uma nova vida atravs da fantasia criadora do artista" isto precisamenteporque o inteli'vel" o universal" deve ser encarnado" concretizado pelo artista num sensvel" numparticular. 0s leis da o#ra de arte sero" portanto" alm de imitao do universal verossimilhana enecessidade coer4ncia interior dos elementos da representao artstica" ntimo sentimento do conte:do"

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    evid4ncia e vivacidade de e%presso. 0 arte " pois" produo mediante a imitaoU e a diferena entre asvrias artes esta#elecida com #ase no o#$eto ou no instrumento de tal imitao.

    A Meta%/ica0 metafsicaaristotlica 9a ci4ncia do ser como ser" ou dos princpios e das causas do ser e de seusatri#utos essenciais9. Ela a#ran'e ainda o ser imvel e incorpreo" princpio dos movimentos e das formasdo mundo" #em como o mundo mutvel e material" mas em seus aspectos universais e necessrios.E%poremos portanto" antes de tudo" as quest&es 'erais da metafsica" para depois che'armos quela que

    foi chamada" mais tarde" metafsica especialU tem esta como o#$eto o mundo que vem-a-ser - natureza ehomem - e culmina no que no pode vir-a-ser" isto " !eus. )odem-se reduzir fundamentalmente a quatroas quest&es 'erais da metafsica aristotlica+ pot4ncia e ato" matria e forma" particular e universal"movido e motor. 0 primeira e a :ltima a#raam todo o ser" a se'unda e a terceira todo o ser em que estpresente a matria.

    I.0 doutrina dapotncia e do ato fundamental na metafsica aristotlica+ pot4ncia si'nifica possi#ilidade"capacidade de ser" no-ser atualU e ato si'nifica realidade" perfeio" ser efetivo. 1odo ser" que no se$a o*er perfeitssimo" portanto uma sntese - um snolo- de pot4ncia e de ato" em diversas propor&es"conforme o 'rau de perfeio" de realidade dos vrios seres. 2m ser desenvolve-se" aperfeioa-se"passando da pot4ncia ao atoU esta passa'em da pot4ncia ao ato atualizao de uma possi#ilidade" deuma potencialidade anterior. Esta doutrina fundamental da pot4ncia e do ato aplicada - e desenvolvida -

    por 0ristteles especialmente quando da doutrina da matria e da forma" que representam a pot4ncia e oato no mundo" na natureza em que vivemos. !esta doutrina da matria e da forma" vamos lo'o falar.

    II.0ristteles no ne'a o vir-a-ser de erclito" nem o ser de )arm4nides" mas une-os em uma snteseconclusiva" $ iniciada pelos :ltimos pr-socrticos e 'randemente aperfeioada por !emcrito e )lato.*e'undo 0ristteles" a mudana" que intuitiva" pressup&e uma realidade imutvel" que de duasespcies. 2m su#strato comum" elemento imutvel da mudana" em que a mudana se realizaU e asdetermina&es que se realizam neste su#strato" a ess4ncia" a natureza que ele assume. O primeiroelemento chamado matria(prima" o se'undo forma (su#stancial. O primeiro pot4ncia" possi#ilidadede assumir vrias formas" imperfeioU o se'undo atualidade - realizadora" especificadora da matria - "perfeio. 0 sntese - o sinolo- da matria e da forma constitui a su#stWncia" e esta" por sua vez" osu#strato imutvel" em que se sucedem os acidentes" as qualidades acidentais. 0 mudana" portanto"consiste ou na sucesso de vrias formas na mesma ess4ncia" forma concretizada da matria" queconstitui precisamente a su#stWncia.

    0 matria sem forma" a pura matria" chamada matria-prima" um mero possvel" no e%iste por si" uma#solutamente interminado" em que a forma introduz as determina&es. 0 matria aristotlica" porm" no o puro no-ser de )lato" mero princpio de decad4ncia" pois ela tam#m condio indispensvel paraconcretizar a forma" in'rediente necessrio para a e%ist4ncia da realidade material" causa concomitante detodos os seres reais.

    Ento no e%iste" propriamente" a forma sem a matria" ainda que a forma se$a princpio de atuao edeterminao da prpria matria. /om respeito matria" a forma " portanto" princpio de ordem e

    finalidade" racional" inteli'vel. !iversamente da idia plat;nica" a forma aristotlica no separada damatria" e sim imanente e operante nela. 0o contrrio" as formas aristotlicas so universais" imutveis"eternas" como as idias plat;nicas.

    Os elementos constitutivos da realidade so" portanto" a forma e a matria. 0 realidade" porm" composta de indivduos" su#stWncias" que so uma sntese - umsnolo - de matria e forma. )orconseq34ncia" estes dois princpios no so suficientes para e%plicar o sur'ir dos indivduos e dassu#stWncias que no podem ser atuados - #em como a matria no pode ser atuada - a no ser por umoutro indivduo" isto " por uma su#stWncia em ato. !a a necessidade de um terceiro princpio" a causaeficiente" para poder e%plicar a realidade efetiva das coisas. 0 causa eficiente" por sua vez" deve operarpara um fim" que precisamente a sntese da forma e da matria" produzindo esta sntese o indivduo. !auma quarta causa" a causa final" que diri'e a causa eficiente para a atualizao da matria mediante a

    forma.

    III.Vediante a doutrina da matria e da forma" 0ristteles e%plica o indivduo" a su#stWncia fsica" a :nicarealidade efetiva no mundo" que precisamente sntese - snolo- de matria e de forma. 0 ess4ncia - i'ualem todos os indivduos de uma mesma espcie - deriva da formaU a individualidade" pela qual toda

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    su#stWncia ori'inal e se diferencia de todas as demais" depende da matria. O indivduo " portanto"pot4ncia realizada" matria enformada" universal particularizado. Vediante esta doutrina e%plicado opro#lema do uni&ersal e doparticular" que tanto atormenta )latoU 0ristteles faz o primeiro - a idia -imanente no se'undo - a matria" depois de ter eficazmente criticado o dualismo plat;nico" que fazia osdois elementos transcendentes e e%teriores um ao outro.

    I5.!a relao entre a pot4ncia e o ato" entre a matria e a forma" sur'e o movimento" a mudana" o vir-a-ser" a que su#metido tudo que tem matria" pot4ncia. 0 mudana " portanto" a realizao do possvel.

    Esta realizao do possvel" porm" pode ser levada a efeito unicamente por um ser que $ est em ato"que possui $ o que a coisa movida deve vir-a-ser" visto ser impossvel que o menos produza o mais" oimperfeito o perfeito" a pot4ncia o ato" mas vice-versa. Vesmo que um ser se mova a si mesmo" aquilo quemove deve ser diverso daquilo que movido" deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. )ore%emplo" a alma que move o corpo. O motor pode ser unicamente ato" formaU a coisa movida - enquantotal - pode ser unicamente pot4ncia" matria. Eis a 'rande doutrina aristotlica do motor e dacoisa mo&ida"doutrina que culmina no motor primeiro" a#solutamente imvel" ato puro" isto " !eus.

    A )ico$o&iaO#$eto 'eral da psicolo'ia aristotlica o mundo animado" isto " vivente" que tem por princpio a alma ese distin'ue essencialmente do mundo inor'Wnico" pois" o ser vivo diversamente do ser inor'Wnico possuiinternamente o princpio da sua atividade" que precisamente a alma" forma do corpo. 0 caracterstica

    essencial e diferencial da vida e da planta" que tem por princpio a alma &egetati&a" a nutrio e areproduo. 0 caracterstica da vida animal" que tem por princpio a alma sensiti&a" precisamente asensi#ilidade e a locomoo. Enfim" a caracterstica da vida do homem" que tem por princpio a almaracional" o pensamento. 1odas estas tr4s almas so o#$eto da psicolo'ia aristotlica. 0qui nos limitamos psicolo'ia racional" que tem por o#$eto especfico o homem" visto que a alma racional cumpre no homemtam#m as fun&es da vida sensitiva e ve'etativaU e" em 'eral" o princpio superior cumpre as fun&es doprincpio inferior. !e sorte que" se'undo 0ristteles diversamente de )lato todo ser vivo tem uma salma" ainda que ha$a nele fun&es diversas faculdades diversas porquanto se do atos diversos. E assim"conforme 0ristteles" diversamente de )lato" o corpo humano no o#stculo" mas instrumento da almaracional" que a forma do corpo.

    O homem uma unidade su#stancial de alma e de corpo" em que a primeira cumpre as fun&es de formaem relao matria" que constituda pelo se'undo. O que caracteriza a alma humana aracionalidade" a inteli'4ncia" o pensamento" pelo que ela esprito. Vas a alma humana desempenhatam#m as fun&es da alma sensitiva e ve'etativa" sendo superior a estas. 0ssim" a alma humana" sendoem#ora uma e :nica" tem vrias faculdades" fun&es" porquanto se manifesta efetivamente com atosdiversos. 0s faculdades fundamentais do esprito humano so duas+ teortica e prtica" co'noscitiva eoperativa" contemplativa e ativa. /ada uma destas" pois" se desdo#ra em dois 'raus" sensitivo eintelectivo" se se tiver presente que o homem um animal racional" quer dizer" no um esprito puro"mas um esprito que anima um corpo animal.

    O conhecimentosens&el" a sensao" pressup&es um fato fsico" a sa#er" a ao do o#$eto sensvel so#reo r'o que sente" imediata ou distWncia" atravs do movimento de um meio. Vas o fato fsico

    transforma-se num fato psquico" isto " na sensao propriamente dita" em virtude da especficafaculdade e atividade sensitivas da alma. O sentido rece#e as qualidades materiais sem a matria delas"como a cera rece#e a impresso do selo sem a sua matria. 0 sensao em#ora limitada o#$etiva"sempre verdadeira com respeito ao prprio o#$etoU a falsidade" ou a possi#ilidade da falsidade" comeacom a sntese" com o $uzo. O sensvel prprio perce#ido por um s sentido" isto " as sensa&esespecficas so perce#idas" respectivamente" pelos vrios sentidosU o sensvel comum" as qualidades'erais das coisas tamanho" fi'ura" repouso" movimento" etc. so perce#idas por mais sentidos. O sensocomum uma faculdade interna" tendo a funo de coordenar" unificar as vrias sensa&es isoladas" quea ele confluem" e se tornam" por isso" representa&es" percep&es.

    0cima do conhecimento sensvel est o conhecimento intelig&el" especificamente diverso do primeiro.0ristteles aceita a essencial distino plat;nica entre sensao e pensamento" ainda que re$eite o

    inatismo plat;nico" contrapondo-lhe a concepo do intelecto como tabula rasa" sem idias inatas. O#$etodo sentido o particular" o contin'ente" o mutvel" o material. O#$eto do intelecto o universal" onecessrio" o imutvel" o imaterial" as ess4ncias" as formas das coisas e os princpios primeiros do ser" oser a#soluto. )or conseq34ncia" a alma humana" conhecendo o imaterial" deve ser espiritual e" quanto atal" deve ser imperecvel.

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    0nalo'amente s atividades teorticas" duas so as atividades prticas da alma+ apetite e vontade. Oapetite a tend4ncia 'uiada pelo conhecimento sensvel" e prprio da alma animal. Esse apetite conce#ido precisamente como sendo um movimento finalista" dependente do sentimento" que" por sua vezdepende do conhecimento sensvel. 0 &ontade o impulso" o apetite 'uiado pela razo" e prpria daalma racional. /omo se v4" se'undo 0ristteles" a atividade fundamental da alma teortica" co'noscitiva"e dessa depende a prtica" ativa" no 'rau sensvel #em como no 'rau inteli'vel.

    A Co,o$o&ia

    2ma questo 'eral da fsica aristotlica" como filosofia da natureza" a anlise dos vrios tipos demo&imento" mudana" que $ sa#emos ser passa'em da pot4ncia ao ato" realizao de uma possi#ilidade.0ristteles distin'ue quatro espcies de movimentos+.%o&imento substancial- mudana de forma" nascimento e morteU!.%o&imento 3ualitati&o- mudana de propriedadeU.%o&imento 3uantitati&o- acrescimento e diminuioU6.%o&imento espacial " mudana de lu'ar" condicionando todas as demais espcies de mudana.

    Outra especial e importantssima questo da fsica aristotlica a concernente ao espao e ao tempo" emtorno dos quais fez ele investi'a&es profundas. O espao definido como sendo o limite do corpo" isto "o limite imvel do corpo 9circundante9 com respeito ao corpo circundado. O tempo definido como sendoo n:mero - isto " a medida - do movimento se'undo a razo" o aspecto" do 9antes9 e do 9depois9.

    0dmitidas as precedentes concep&es de espao e de tempo - como sendo rela&es de su#stWncias" defen;menos - evidente que fora do mundo no h espao nem tempo+ espao e tempo vazios soimpensveis.

    2ma terceira questo fundamental da filosofia natural de 0ristteles a concernente ao teleologismo "finalismo - por ele propu'nado com #ase na finalidade" que ele descortina em a natureza. 90 natureza faz"enquanto possvel" sempre o que mais #elo9. Sim de todo devir o desenvolvimento da pot4ncia ao ato"a realizao da forma na matria.

    Ruanto s ci4ncias qumicas" fsicas e especialmente astron;micas" as doutrinas aristotlicas t4m apenasum valor histrico" e so lo'icamente separveis da sua filosofia" que tem um valor teortico.

    Especialmente cle#re a sua doutrina astron;mica 'eoc4ntrica" que prestar a estrutura fsica $i&inaComdiade !ante 0li'hieri.

    0!/1o o.re Aritte$eY difcil aquilatar em sua $usta medida o valor de 0ristteles. 0 influ4ncia intelectual por ele at ho$ee%ercida so#re o pensamento humano e qual se no pode comparar a de nenhum outro pensador d-nos" porm" uma idia da enver'adura de seu '4nio e%cepcional. /riador da l'ica" autor do primeirotratado de psicolo'ia cientfica" primeiro escritor da histria da filosofia" patriarca das ci4ncias naturais"metafsico" moralista" poltico" ele o verdadeiro fundador da ci4ncia moderna e 9ainda ho$e est presentecom sua lin'ua'em cientfica no somente s nossas co'ita&es" seno tam#m e%presso dossentimentos e das idias na vida comum e ha#itual9.Aem por isso podemos dei%ar de apontar as lacunas do seu sistema. *ua moral" sem o#ri'ao nem

    sano" defeituosa e mais 'ravemente defeituosa ainda que a teodicia" so#retudo na parte que tratadas rela&es de !eus com o mundo. O dualismo primitivo e irredutvel entre !eus" ato puro" e a matria"princpio potencial" " na prpria teoria aristotlica" uma verdadeira contradio e dei%a su#sistir" comoeni'ma insol:vel e ine%plicvel" a e%ist4ncia dos seres fora de !eus.

    Vita Retro-ecti2a/om *crates entre a filosofia em seu caminho definitivo. O pro#lema do o#$eto e da possi#ilidade daci4ncia posto em seus verdadeiros termos e resolvido" nas suas linhas 'erais" pela doutrina doconceito.)lato d um passo alm" procurando determinar a relao entre o conceito e a realidade" masencalha" dum lado" nas dificuldades insol:veis de um realismo e%a'eradoU de outro" nas e%trava'Wnciasdum idealismo e%tremo. 0ristteles" com o seu esprito positivo e o#servador" retoma o mesmo pro#lemano p em que o pusera )lato e d-lhe" pela teoria da a#strao e da inteli'4ncia ativa" uma soluo

    satisfatria e definitiva nos 'randes lineamentos. Em torno desta questo fundamental" que entende com ametafsica" a psicolo'ia e a l'ica" se vo desenvolvendo harmoniosamente as outras partes da filosofiaat constiturem em 0ristteles esta 'randiosa sntese do sa#er universal" o mais precioso le'ado dacivilizao 're'a que declinava civilizao ocidental que sur'ia.Sites de Pes3uisa

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    http+MMNNN.mundodosfilosofos.com.#rMaristoteles.htm http+MMNNN.suapesquisa.comMaristotelesM

    http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htmhttp://www.suapesquisa.com/aristoteles/http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htmhttp://www.suapesquisa.com/aristoteles/