Thales Castanho de Andrade, mais vivo do que nunca, 130 ...

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M M M AIORIA AIORIA AIORIA AIORIA AIORIA DOS DOS DOS DOS DOS PARTIDOS ARTIDOS ARTIDOS ARTIDOS ARTIDOS TEM TEM TEM TEM TEM SEUS SEUS SEUS SEUS SEUS CANDID ANDID ANDID ANDID ANDIDATOS OS OS OS OS DEFINIDOS DEFINIDOS DEFINIDOS DEFINIDOS DEFINIDOS A3 A3 A3 A3 A3 Thales Castanho de Andrade, mais vivo do que nunca, 130 anos depois Jornais fazem edições especiais, como A Tribuna Piracicabana, em seu Caderno Especial de oito páginas ao beletrista de Piracicaba A6 A6 A6 A6 A6 Com as recordações dos seus admiradores bem mais jovens – em torno dos 60 a 80 anos –, com reconhecimento de nomes de escolas, de ruas e avenidas, com as homenagens de entida- des como a APL (Academia Pira- cicabana de Letras), apoio do IHGP (Instituto Histórico e Geo- gráfico de Piracicaba), mais en- tidades que surgem para reedi- ção dos seus livros como a de seus Amigos, Thales Castanho de Andrade – o beletrista de Piraci- caba – está mais vivo do que nunca. Hoje, ele completaria 130 anos de nascimento, e uma ho- menagem especial lhe será pres- tada pela APL na sede da enti- dade, que fica no IBA (Instituto Beatriz Algodoal). Jornais fazem edições especiais, como A Tribu- na Piracicabana – cuja família o recebeu pela última vez, em 11 de março de 1972, na “visita à mi- nha terra”, na rua Rosário, 848, em almoço especial, com arroz, tutu de feijão, ovo frito, carne de porco e couve refogada –, em seu Caderno Especial de oito páginas. PSL O Partido Social Liberal (PSL) faz nesta terça (15), a par- tir das 10h, na AABB (Associa- ção Atlética Banco do Brasil), avenida José Trevisan, 1.001, Abaeté, sua solenidade de lança- mento da candidatura aos car- gos de prefeito, vice e vereadores de Piracicaba. Uso obrigatório de máscara e álcool em gel, como têm feito todas as legendas. Ótimo. BÔNUS – I Em seu site, a Apeoesp infor- ma que a Secretaria de Estado da Educação publicou sábado (12), no Diário Oficial do Estado, a Reso- lução Seduc 64 que define o dia 25 de setembro para o pagamento da Bonificação por Resultados (bô- nus), além de regras relativas ao benefício. A presidenta da Apeo- esp, a deputada Professora Bebel (PT), conta que, conforme estabele- cido pelo governo estadual, trata-se do bônus relativo ao ano de 2019. BÔNUS – II Para receber este bônus, o pro- fessor tem que ter participado de ao menos 2/3 de efetivo exercício no período de avaliação (2019). No entanto, licença saúde não é con- siderada como efetivo exercício. Portanto, recebem ingressantes no ano de 2019, afastado ou transfe- rido da Secretaria de Educação e ou que tenha se aposentado, mas desde que tenha cumprido 2/3 do período de avaliação, assim como é pago, desde que tenha cumpri- do os 2/3 acima, para os afasta- dos para a municipalização. BÔNUS – III O bônus será pago na propor- ção direta do cumprimento das metas da unidade de trabalho do servidor. Servidores das escolas recebem de acordo com o Índice de Cumprimento de Metas da unidade escolar, usando como peso o número de alunos avaliados. BEBEL — I Neste final de semana, a de- putada Professora Bebel (PT) par- ticipou de convenções que o Parti- do dos Trabalhadores realizou em diversas partes do Estado, para oficializar seus candidatos a pre- feito, vice e vereadores. No sábado, com participação on-line da con- venção na Capital, que confirmou Jilmar Tatto à Prefeitura pelo PT. BEBEL — II Já no domingo (13), parti- cipou da convenção on-line em Piracicaba, que confirmou o nome do Professor Adelino a prefeito, e da chapa a vereador, com 35 candidatos, e da reali- zada presencialmente na cidade de Águas de São Pedro, onde o PT terá chapa completa com 14 candidatos a vereadores. REPUBLICANOS — I O deputado federal Roberto Alves (Republicanos) participou da convenção da legenda em Campinas, que tem apoio do atu- al prefeito Jonas Donizete. Da- rio Saad e Wandão Almeida se- rão, respectivamente, candidatos a prefeito e vice-prefeito. Em Pi- racicaba, os Republicanos rea- firmaram apoio à reeleição do prefeito Barjas Negri (PSDB). REPUBLICANOS — II Em Pereiras, na região de Botucatu, o candidato dos Repu- blicanos à Prefeitura é Frajola, tendo Élcio como vice, dos De- mocratas, e mais o apoio do Po- demos. A Coligação foi definida como “Pereiras de todos nós”. FESTA Os mais apaixonados por eleição dizem que, a partir de sábado (26), começa a festa da democracia. Em torno de 700 candidatos a vereador e certa- mente 11 candidatos a prefeito, Piracicaba terá uma movimenta- ção maior. Só que, infelizmente, a Lei Eleitoral impede tantas ma- nifestações que, já como pré-can- didatos, alguns nem sequer escre- veram mais. Festa, em eleição, é o debate, o que gera democracia. REDES Talvez as redes sociais fa- çam mais festa com piadas e críticas, até mais ofensivas. Mas os meios de comunicação tradicionais – caso nosso, jor- nal – mantém o ritmo da notí- cia e da análise, porque sempre há nome, sobrenome, apelido e endereço. As concessões ofici- ais, tevês e rádios, ficam na ri- gidez do que a lei permite. E es- peramos que os candidatos se manifestem, positivamente, com seus projetos em papel im- presso. Precisamos de ideias. RESPINGOS Quando aparecerão os res- pingos da amizade que tinham – hoje, inimizade – o prefeito Bar- jas Negri (PSDB) e o ex-prefeito Gabriel Ferrato dos Santos (DEM), este candidato a vice-pre- feito na chapa do candidato a pre- feito Luciano Almeida (DEM)? O Capiau recebeu tantas insi- nuações, que para por aqui. Agências do INSS, em SP, fechadas por decisão judicial Por força de decisão judici- al do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Agravo de Instru- mentos (202) Nº 5025470- 25.2020.4.03.0000, a reabertura das agências do INSS em São Pau- lo foi adiada sem data definida para reabertura. Os segurados que tinham agendado devem descon- siderar e proceder com a remar- cação pelo Meu INSS ou pelo tele- fone 135. Muita gente, ontem, fi- cou chateada com mudanças de última hora. E vem recurso por aí. Edição: 24 páginas (inclui Caderno Especial Thales Castanho de Andrade e Linguagem Viva) EFEITO ESTUFA - Céu de Piracicaba sintetiza o que está ocorrendo. Aliás, um contraponto às obras de Tha- les Castanho de Andrade, o escritor piracicabano, pio- neiro da literatura infantil e da educação ambiental, cujos 130 anos do seu nascimento são comemorados hoje. A4 Rafael Bitencourt/Tempo D Fotos: Comunicação Acipi Para finalizar as comemo- rações da Semana da Pá- tria, a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba) realizou, na manhã de ontem (14), um ato de patriotismo. Na sede central da Associação, o encerramento foi marcado com o arriamento das ban- deiras do Brasil, Estado de São Paulo e Piracicaba, além da soltura de balões e sinalizadores verde e amarelo, que coloriram o céu. O presidente da enti- dade, Luiz Carlos Furtuoso, demonstrou seu orgulho e patriotismo. “Mostramos esse orgulho muitas vezes em praça pública quando reverenciamos a nossa ban- deira verde, amarela, azul e branca. Sete de setem- bro foi marcado neste ano com todo esforço da dire- toria, equipe da Acipi e inú- meras empresas que pres- tigiaram a ideia de marcar- mos a nossa Independên- cia. Somos a favor da livre iniciativa, da liberdade com responsabilidade. Amamos o nosso País e a nossa bandeira”, destacou. A ce- rimônia também contou com a presença do vice- presidente da Acipi e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Jorge Aversa Junior; Pal- miro Romani, diretor cul- tural; Antonio Carlos Schieva- no, diretor financeiro; Luis Francisco Bonassi, dire- tor jurídico; e José Fran- cisco Calil, conselheiro. SEMANA DA PÁTRIA

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Thales Castanho de Andrade, maisvivo do que nunca, 130 anos depois

Jornais fazem edições especiais,como A Tribuna Piracicabana,

em seu Caderno Especial de oitopáginas ao beletrista de Piracicaba

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Com as recordações dos seusadmiradores bem mais jovens –em torno dos 60 a 80 anos –,com reconhecimento de nomesde escolas, de ruas e avenidas,com as homenagens de entida-des como a APL (Academia Pira-cicabana de Letras), apoio doIHGP (Instituto Histórico e Geo-gráfico de Piracicaba), mais en-tidades que surgem para reedi-ção dos seus livros como a deseus Amigos, Thales Castanho deAndrade – o beletrista de Piraci-caba – está mais vivo do que

nunca. Hoje, ele completaria 130anos de nascimento, e uma ho-menagem especial lhe será pres-tada pela APL na sede da enti-dade, que fica no IBA (InstitutoBeatriz Algodoal). Jornais fazemedições especiais, como A Tribu-na Piracicabana – cuja família orecebeu pela última vez, em 11 demarço de 1972, na “visita à mi-nha terra”, na rua Rosário, 848,em almoço especial, com arroz,tutu de feijão, ovo frito, carne deporco e couve refogada –, em seuCaderno Especial de oito páginas.

PSLO Partido Social Liberal

(PSL) faz nesta terça (15), a par-tir das 10h, na AABB (Associa-ção Atlética Banco do Brasil),avenida José Trevisan, 1.001,Abaeté, sua solenidade de lança-mento da candidatura aos car-gos de prefeito, vice e vereadoresde Piracicaba. Uso obrigatório demáscara e álcool em gel, como têmfeito todas as legendas. Ótimo.

BÔNUS – IEm seu site, a Apeoesp infor-

ma que a Secretaria de Estado daEducação publicou sábado (12), noDiário Oficial do Estado, a Reso-lução Seduc 64 que define o dia 25de setembro para o pagamento daBonificação por Resultados (bô-nus), além de regras relativas aobenefício. A presidenta da Apeo-esp, a deputada Professora Bebel(PT), conta que, conforme estabele-cido pelo governo estadual, trata-sedo bônus relativo ao ano de 2019.

BÔNUS – IIPara receber este bônus, o pro-

fessor tem que ter participado deao menos 2/3 de efetivo exercíciono período de avaliação (2019). Noentanto, licença saúde não é con-siderada como efetivo exercício.Portanto, recebem ingressantes noano de 2019, afastado ou transfe-rido da Secretaria de Educação eou que tenha se aposentado, masdesde que tenha cumprido 2/3 doperíodo de avaliação, assim comoé pago, desde que tenha cumpri-do os 2/3 acima, para os afasta-dos para a municipalização.

BÔNUS – IIIO bônus será pago na propor-

ção direta do cumprimento dasmetas da unidade de trabalho doservidor. Servidores das escolasrecebem de acordo com o Índicede Cumprimento de Metas daunidade escolar, usando como pesoo número de alunos avaliados.

BEBEL — INeste final de semana, a de-

putada Professora Bebel (PT) par-ticipou de convenções que o Parti-do dos Trabalhadores realizou emdiversas partes do Estado, paraoficializar seus candidatos a pre-feito, vice e vereadores. No sábado,com participação on-line da con-venção na Capital, que confirmouJilmar Tatto à Prefeitura pelo PT.

BEBEL — IIJá no domingo (13), parti-

cipou da convenção on-line emPiracicaba, que confirmou onome do Professor Adelino aprefeito, e da chapa a vereador,com 35 candidatos, e da reali-zada presencialmente na cidadede Águas de São Pedro, onde oPT terá chapa completa com 14candidatos a vereadores.

REPUBLICANOS — IO deputado federal Roberto

Alves (Republicanos) participouda convenção da legenda emCampinas, que tem apoio do atu-al prefeito Jonas Donizete. Da-rio Saad e Wandão Almeida se-rão, respectivamente, candidatosa prefeito e vice-prefeito. Em Pi-racicaba, os Republicanos rea-firmaram apoio à reeleição doprefeito Barjas Negri (PSDB).

REPUBLICANOS — IIEm Pereiras, na região de

Botucatu, o candidato dos Repu-blicanos à Prefeitura é Frajola,tendo Élcio como vice, dos De-mocratas, e mais o apoio do Po-demos. A Coligação foi definidacomo “Pereiras de todos nós”.

FESTAOs mais apaixonados por

eleição dizem que, a partir desábado (26), começa a festa dademocracia. Em torno de 700candidatos a vereador e certa-mente 11 candidatos a prefeito,Piracicaba terá uma movimenta-ção maior. Só que, infelizmente,a Lei Eleitoral impede tantas ma-nifestações que, já como pré-can-didatos, alguns nem sequer escre-veram mais. Festa, em eleição, é odebate, o que gera democracia.

REDESTalvez as redes sociais fa-

çam mais festa com piadas ecríticas, até mais ofensivas.Mas os meios de comunicaçãotradicionais – caso nosso, jor-nal – mantém o ritmo da notí-cia e da análise, porque semprehá nome, sobrenome, apelido eendereço. As concessões ofici-ais, tevês e rádios, ficam na ri-gidez do que a lei permite. E es-peramos que os candidatos semanifestem, positivamente,com seus projetos em papel im-presso. Precisamos de ideias.

RESPINGOSQuando aparecerão os res-

pingos da amizade que tinham –hoje, inimizade – o prefeito Bar-jas Negri (PSDB) e o ex-prefeitoGabriel Ferrato dos Santos(DEM), este candidato a vice-pre-feito na chapa do candidato a pre-feito Luciano Almeida (DEM)?O Capiau recebeu tantas insi-nuações, que para por aqui.

Agências do INSS, em SP,fechadas por decisão judicial

Por força de decisão judici-al do Tribunal Regional Federalda 3ª Região, Agravo de Instru-mentos (202) Nº 5025470-25.2020.4.03.0000, a reaberturadas agências do INSS em São Pau-lo foi adiada sem data definida

para reabertura. Os segurados quetinham agendado devem descon-siderar e proceder com a remar-cação pelo Meu INSS ou pelo tele-fone 135. Muita gente, ontem, fi-cou chateada com mudanças deúltima hora. E vem recurso por aí.

Edição: 24 páginas

(inclui Caderno Especial

Thales Castanho de Andrade

e Linguagem Viva)

EFEITO ESTUFA - Céu de Piracicaba sintetiza o queestá ocorrendo. Aliás, um contraponto às obras de Tha-les Castanho de Andrade, o escritor piracicabano, pio-neiro da literatura infantil e da educação ambiental, cujos130 anos do seu nascimento são comemorados hoje. A4

Rafael Bitencourt/Tempo D

Fotos: Comunicação Acipi

Para finalizar as comemo-rações da Semana da Pá-tria, a Acipi (AssociaçãoComercial e Industrial dePiracicaba) realizou, namanhã de ontem (14), umato de patriotismo. Na sedecentral da Associação, oencerramento foi marcadocom o arriamento das ban-deiras do Brasil, Estado deSão Paulo e Piracicaba,além da soltura de balõese sinalizadores verde eamarelo, que coloriram océu. O presidente da enti-dade, Luiz Carlos Furtuoso,demonstrou seu orgulho epatriotismo. “Mostramosesse orgulho muitas vezesem praça pública quandoreverenciamos a nossa ban-deira verde, amarela, azule branca. Sete de setem-bro foi marcado neste anocom todo esforço da dire-toria, equipe da Acipi e inú-meras empresas que pres-tigiaram a ideia de marcar-mos a nossa Independên-cia. Somos a favor da livreiniciativa, da liberdade comresponsabilidade. Amamoso nosso País e a nossabandeira”, destacou. A ce-rimônia também contoucom a presença do vice-presidente da Acipi e daFacesp (Federação dasAssociações Comerciaisdo Estado de São Paulo),Jorge Aversa Junior; Pal-miro Romani, diretor cul-tural; Antonio Carlos Schieva-no, diretor financeiro; LuisFrancisco Bonassi, dire-tor jurídico; e José Fran-cisco Calil, conselheiro.

SEMANA DAPÁTRIA

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A2A Tribuna Piracicabana

Terça-feira, 15 de setembro de 2020

...e surgiu nova história"In Extremis""In Extremis""In Extremis""In Extremis""In Extremis"

não deseja que lhe seja feito; fa-zer ao outro o que desejaria fossefeito para si mesmo." Tinha sido,antes da pandemia, tão difícil en-tender esse simples segredo daconvivência, da coexistência?

O Criador, preocupado emexplicar da maneira mais fácil deser entendida, orientou os novosEva e Adão: "Vocês irão fazertolices, não tenham dúvida. Vi-ver, tornar-se humano é umaexperiência difícil, eu sei disso. Épreciso ir aprendendo aos pou-cos. E você, Adão, quando errarnão precisa se esconder, bobinho.Eu sei onde você vai estar. Er-rou? Aprenda, não repita. E nãose esqueça de ser, essa, umaou-traoportunidade aqui na Terra.Como os animais, como as plan-tas, como tudo o que é vivo - vocêtambém terá um fim. Aqui. O quevirá depois eu não conto, pois émeu segredo. Aproveitem - vocêe Eva - isso tudo que haverão dever ao longo de sua curta exis-tência. Nunca pensem, nova-mente, sejam donos disso oudaquilo. No máximo, vocês se-rão condôminos, hóspedes, vi-sitantes. Não estraguem, por-tanto, a Criação, pois outrosvirão depois de vocês, não re-velo se serão vocês mesmos..."

Eva quis dar um palpite,mas Adão - sem repetir a boba-gem que fizera antes, mandan-do-a calar-se - falou, gentilmen-te: "Calma, meu amor. Vamosconversar antes e, depois, agente vê quem estava com arazão, se você, se o Criador".

E a nova história come-çou. Mas o Criador não con-tou que, após a nova lua de mel,viriam filhos, netos, sobrinhos,tios, sogra e sogro, genros enoras, vizinhos, parentes,amigos, patrões, empregados,padres, pastores, políticos...

———Cecílio Elias Netto, escri-tor, jornalista, decano daimprensa piracicabana([email protected])

Cecílio Elias Netto

Depois da pandemia nosanos 2020, aconteceuo seguinte:

"O Criador não desistiu deseu projeto universal. Mas re-solveu reformulá-lo. Não porconsiderar ter errado, mas pelacerteza de o ser humano - suaprincipal criação - não ter com-preendido quase nada do queele fizera. Então, recomeçoupelo começo, sabendo que re-começar é começar do começo.

Chamou Eva e Adão, já cri-ados anteriormente. E expli-cou-lhes não precisarem deso-bedecer novamente. Bastava,apenas, que entendessem. Ora,da primeira vez, nada foraproibido, nem mesmo que co-messem o fruto da Árvore doConhecimento. Ele avisou, ape-nas, que o comessem quandojá adultos, amadurecidos paraa grande surpresa. Pois, se ofizessem infantilmente, nãosaberiam o que fazer com o re-sultado: comer do fruto da Ár-vore iria dar outros frutos. Eeles, Eva e Adão, não estavam,ainda, preparados para edu-car, ensinar e, nem mesmo,para eles próprios saborearemo que haviam experimentado.

O Criador, então, explicoudireitinho como poderiam se tor-nar humanos mais decentes,mais dignos de todas aquelasmaravilhas. Foi quando, pelaprimeira vez, surgiu a lição:"Olhem os lírios dos campos, asavezinhas dos céus..." E as cas-catas, as borboletas, as matas, alimpidez dos céus, o milagre dachuva, a luz do Sol, a meia-luzproduzida pela Lua, como alco-viteira de amores e de cochichos.

Ao novo primeiro casal, foiensinado que tudo lhe seria per-mitido, se realizado com amor,com solidariedade, com respei-to. E enfatizou: respeitar nãoapenas os humanos, uns aosoutros; respeitar tudo o queexiste, o que foi criado e o quehaveria de ser criação do pró-prio homem. Não se tratavamais daquele exigência anteri-or, quase impossível de sercumprida - Eva e Adão haviamentendido mal - de "amar unsaos outros incondicionalmen-te; de amar o inimigo como a simesmo". Não, não tinha sidoisso. Ao primeiro casal antigo,fora ensinado que eles deveri-am respeitar, apenas respeitar,aquele "não fazer ao outro o que

Reforma administrativa é farsaProfessora Bebel

Reduzir os serviços públicos,cortar financiamento para políticas sociais, retirar

direitos do funcionalismo, que-brar as condições de trabalho,terceirizar e privatizar serviçospúblicos são medidas destinadasa aplica a política do "Estado mí-nimo", que é objetivo dos gover-nos ultraliberais. Neste sentido,não há diferença entre os gover-nos de Jair Bolsonaro, João Do-ria e outros da mesma linha.

Neste momento, Doria enca-minha na Alesp o projeto de lei 529,que extingue 10 empresas, funda-ções e autarquias estaduais, o queirá causar graves prejuízos em áre-as fundamentais, como saúde,habitação, transporte, agricultura,meio ambiente, além de retirar di-nheiro da pesquisa científica e de-mitir servidores públicos. No âm-bito federal, Bolsonaro encaminhano Congresso Nacional a reformaadministrativa. Do que se trata?Essa reforma administrativa é vi-olento ataque aos princípios con-

sagrados na legislação brasileirarelativa à organização do Estadoe dos serviços públicos, que sem-pre nortearam a independênciaque o servidor público deve man-ter dos governantes da ocasião,além de tornar o serviço públicocapaz de atrair as pessoas maispreparadas para suas fileiras.

O foco da reforma adminis-trativa, em um primeiro momen-to, é a redução de pessoal, basea-da no falso argumento de que amáquina administrativa brasilei-ra está "inchada". Entretanto, sa-bemos que comparativamente aoutros países a relação entre onúmero de funcionários públicose a grandeza da população é defi-citária. A maioria dos servidorespúblicos está alocada nas áreas dasaúde, segurança e educação, quesão prioridades. Outra mentira édizer que os funcionários públicossão privilegiados e recebem altossalários. Pesquisa do Departamen-to Intersindical de Estatística eEstudos Socioeconômicos - DIEE-SE mostra que a grande maioriaganha entre um e três salários

O foco da reformaO foco da reformaO foco da reformaO foco da reformaO foco da reformaadministrativa éadministrativa éadministrativa éadministrativa éadministrativa éa redução dea redução dea redução dea redução dea redução depessoal, baseadapessoal, baseadapessoal, baseadapessoal, baseadapessoal, baseadano falsono falsono falsono falsono falsoargumento deargumento deargumento deargumento deargumento deque a máquinaque a máquinaque a máquinaque a máquinaque a máquinaadministrativaadministrativaadministrativaadministrativaadministrativabrasileira estábrasileira estábrasileira estábrasileira estábrasileira está"inchada""inchada""inchada""inchada""inchada"

Ainda queroAinda queroAinda queroAinda queroAinda querorepreendê-los,repreendê-los,repreendê-los,repreendê-los,repreendê-los,contar-lhescontar-lhescontar-lhescontar-lhescontar-lheshistórias dahistórias dahistórias dahistórias dahistórias dacarochinha,carochinha,carochinha,carochinha,carochinha,tomar-lhes astomar-lhes astomar-lhes astomar-lhes astomar-lhes asmãozinhas aomãozinhas aomãozinhas aomãozinhas aomãozinhas aoatravessarematravessarematravessarematravessarematravessaremas ruas (...)as ruas (...)as ruas (...)as ruas (...)as ruas (...)

Jardineira: causo piracicabano com um pouco de lustroO povo éO povo éO povo éO povo éO povo épor demaispor demaispor demaispor demaispor demaissupersticiososupersticiososupersticiososupersticiososupersticioso

Ajardineira mal dobrara aesquina e o motorista des- pencara em berreiro.

- Caixão aqui num entra!Mas no entre o berro e o

pulo, caixão e carpinteiro se ins-talaram no carro. Surdos porconveniência, criador e criatu-ra pipocavam como se o berronum fosse com eles. Em fuga demá sorte, o povo da jardineiratirava os olhos e se esgueiravaem plena curiosidade - olhandosem querer olhar a caixa pretareluzida. O motorista entornouo freio. A jardineira sacolejoupara adiante até parar de bico.Piiiiiischh! Três meteram os chi-fres no tampo - seco (tou!).

- Coisa de morto aqui nãopode, moço! A freguesia tem medo.

- Mas, Seo Oscar! Não foique a carroça emborcou justohoje. Fiquei no sem nenhum.Compreenda. A família do quese foi é que está na espera. Te-nha compaixão, homem. Ocaso nem é coisa de se ganhardinheiro: é caridade. No mais,o homem já apitou mesmo -

qual é o problema? Agora é sóvestir o paletó de madeira e pron-to. Num é pra causo nem custo.

- A freguesia tem medo, moço.- Mas e o pobre que se finou,

Seo Oscar? Sem vida e sem cam-pa. Dai descanso a quem mere-ce, homem. Colabore. E olhe quebulir com essas coisas no preju-dicado da hora pode trazer másorte. Se eu fosse o Senhor...

O homem ferveu a máqui-na - disparou:

- Então, que aqui isso sóviaja se for em cima, de telha-do, escondido da freguesia. Quese o povo bate o olho no azardeitado nos bancos, não sobeque é nenhum e eu perco o dia.

- Mas, Seo Oscar...- É pegar ou largar - que

assim num dou arranco.Tomando a fresca da tarde,

lá se foram caixão e carpinteiro porcima do coletivo - batendo de pon-to em ponto pela cidade. No miolodo carro, o povaréu foi se per-dendo e se partindo pelo caminho,nas esquinas do estou em casa.

No quase último ponto, no

quase derradeiro da entrega,o que era um vento virou água:tempão de Deus me livre e leve- que quem morre em dia dechuva vai direto pro céu.

No teto da jardineira, fugi-do da noite mais preta, meteu-seo carpinteiro no caixão fechado,seguro do rio a rodo que agoracaía. E lá ficou, seco e deitado, ohomem - descansando no des-cansado o turno e returno da vi-agem, e esquentando a caixa parao falecido que viria depois.

E o depois logo se deu. Depoça em poça, chegou a jardinei-ra à sua parada final. Com ela sefoi indo também a chuva, numfinda não finda meio sem fim.Na esquina, a lua e a fila - com-prida e magra no ponto de em-barque à espera do carro, quedessa vez trazia no teto, para es-panto dos que esperavam, um cai-xão de defunto todo brilhante.

No baque do freio, na pa-rada, diante das gentes, o ho-mem-carpinterio despertoudas profundas do impossível.Num muque demais de repen-te, abriu ele por dentro o cai-xão diante dos olhos do povo.

- Cabô a chuva? - pergun-tou de cima.

Bate perna que nunca nemjamais se esqueceu. Entre gritosdos infernos e ex-conjuros, a jar-dineira se esvaziou num corre-corre de louco sem oco nem tocoou beira. Que não sobrou senãonenhum para subir na jardinei-ra - que agora entrava para aestória das conversas ribeiras.

Depois, no tempo.Seo Oscar perdeu o ponto

e aposentou a jardineira deuma vez - que ninguém maisqueria andar nela de novo.

Pobre Seo Oscar.O povo é por demais su-

persticioso. ———Alexandre Bragioné editor do site Diá-rio do Engenho.

mínimos. Mas, de fato, a reformapretende repassar para a iniciati-va privada, paulatinamente, aexecução dos serviços públicos. APEC 32/2020 inclui artigo novo,o 37-A, na Constituição Federal,para que os governos, em suas di-ferentes esferas, possam firmarcolaboração com órgão e entida-des públicos ou privados, para aexecução de serviços públicos.

A redução de pessoal nosserviços públicos poderá se darpela permissão de acúmulo ili-mitado de cargos e funções paraos servidores que vierem a sercontratados pela nova legisla-ção, desde que haja compatibili-dade de horários. Atualmenteisso só é permitido para as áre-as de educação e saúde. Alémdisso, a PEC estabelece que deveser regulamentada a "demissãopor insuficiência de desempe-nho", uma arma que os gover-nos poderão utilizar para, naprática, acabar com a estabilida-de dos servidores públicos. A es-tabilidade existe justamente paraque haja a continuidade dos ser-

A morte de pertoJosé Renato Nalini

Um conjunto de circunstân-cias faz com que o eventomorte, sobre o qual não

gostamos de pensar, passe a fazerparte da reflexão diária. O anún-cio das mortes por Covid19, quenão têm dado trégua, é um com-ponente angustiante para grandeparte das pessoas. Enfrentar pro-blemas de saúde também nãoajuda. E por coincidência, encon-tra-se livro que estava à esperade ler e que retrata o dia-a-diade um idoso interno em casa derepouso em Amsterdã. O livro é"Tentativas de fazer algo da vida",o autor Hendrik Groen. Mas onome é pseudônimo. Seu diário foium sucesso e não só na Holanda.Ganhou muitas traduções e trou-xe para debate a vida dos abri-gados em asilos para velhos.

Os achaques, os gemidos, aincessante reclamação em virtudedas debilidades nessa fase termi-nal inspiram o suicídio. Diante deum companheiro que repete portrês vezes "Clima para se suicidar",Hendrik anota em seu caderno: "Onúmero de suicídio de idosos au-mentou bastante nos últimos anos,revelam as estatísticas. Aqui noasilo, nunca divulgam a causa damorte de moradores. Suicídio, por-tanto, simplesmente não existe.Estatisticamente, devem ter acon-tecido alguns nos últimos anos.Mas informações a respeito pode-riam provocar desconforto ou darideias às pessoas". São Paulo so-fre a bolha antártica e moradoresde rua são os que mais sofrem. NaHolanda, é o calor que mata os ve-

lhinhos: "o calor cobra seu preçoem nosso asilo: três mortos emdois dias. Onda de calor assolaanciãos. Bela manchete. Eu mes-mo criei. Parece que nós, velhi-nhos, usamos a brandura do ca-lor para escapar de fininho. Irtranquilamente para o caixão. Aprofecia que se autorrealiza".

Ele mesmo, em mais de umaoportunidade, pede ao médico oauxilie a morrer. Não menciona apalavra "suicídio", mas recorre àeutanásia. A Holanda admite aeutanásia, mas impõe alguns re-quisitos. O interessado precisa es-tar consciente, se aconselhar comassistente social e com dois médi-cos, que o ajudarão se quiser real-mente partir em definitivo. Porcoincidência - (Bernanos dizia quenão existe coincidência, senão alógica de Deus) - o médico ClóvisFrancisco Constantino, doutor emBioética pela Universidade do Por-to, escreve sobre o assunto no Su-plemento Cultural da AssociaçãoPaulista de Medicina nº 316.

Lembra que há vocábulos ta-natológicos de sufixo "asia" mui-to discutidos no campo da éticae da bioética. O principal é a eu-tanásia, ato intencional de pro-porcionar morte indolor com afinalidade de aliviar sofrimentointenso em paciente terminal. Odireito brasileiro não a admite.

Existe ainda a ortotanásia,cujo significado é não submetero paciente a procedimentos in-vasivos que posterguem suamorte. O desenlace está em cur-so, mas pode ser procrastinado.

É comum a adoção de cuida-dos paliativos, para aliviar os sin-

A História,A História,A História,A História,A História,senhora da razão,senhora da razão,senhora da razão,senhora da razão,senhora da razão,registrará pararegistrará pararegistrará pararegistrará pararegistrará paraaqueles que virão,aqueles que virão,aqueles que virão,aqueles que virão,aqueles que virão,o que de fatoo que de fatoo que de fatoo que de fatoo que de fatoocorreu no planetaocorreu no planetaocorreu no planetaocorreu no planetaocorreu no planetano ano de 2020no ano de 2020no ano de 2020no ano de 2020no ano de 2020

tomas, principalmente a dor. Podeser solicitado previamente, sobre-tudo no Testamento Vital, ondealguém, no pleno uso de suas ra-zões, explicita diretivas antecipa-das de vontade e assinala o quedeve ser feito com ele na hipótesede terminalidade existencial.

Para o Dr. Constantino, "aortotanásia é a compreensãoda finitude da vida, das limi-tações da ciência, do senti-mento humanitário que compõea assistência à saúde e o respei-to à autonomia dos cidadãos".

Outra situação é a distaná-sia, o prolongamento do processomortal, às vezes apenas de formabiológica. Distanásia requer pro-cedimentos tecnofarmacológicosextraordinários, pode igualmen-te ser o objeto da vontade livre econsciente. Algo que deriva daconcepção bem difundida do "en-quanto há vida, há esperança".

Mas o foco do artigo do Dr.Clóvis Francisco Constantino é apouco falada mistanásia. Ele ex-plica: do grego mis - distancia-mento, infeliz - e thanatos - mor-te. Significa a morte miserável poromissão, por negligência, por in-competência dos responsáveis. Éo que estaria a acontecer no Bra-

sil, que ignorou a advertência daOMS e não quis observar o queocorria nos países que primeiroenfrentaram a peste virótica.

Considerar a doença mera"gripezinha" ou "resfriadinho" ourecomendar medicamento inefi-caz, pode contribuir para a confi-guração de uma atitude geradorade mistanásia. Assim como ironi-zar ou ridicularizar o uso de más-cara e incentivar aglomerações, nãodeixam de ser condutas que favo-recem o crescimento dos óbitos.

A mistanásia não é tipo explí-cito, uma fattispecie incluída noCódigo Penal. Nem por isso deixade ser algo contemplado no âmbitoabrangente da ética. A ciência docomportamento moral dos homensem sociedade. O Tribunal ético nãotem procedimentos formais de in-vestigação, acusação, processo, jul-gamento, condenação ou absolvi-ção. Mas os fatos e aqueles que con-tribuíram para que eles ocorres-sem, ficarão na memória coletiva.

A História, senhora da ra-zão, registrará para aqueles quevirão, o que de fato ocorreu noplaneta no ano de 2020. Quantoa nós, a morte chegou perto,mostrou a cara, mas para maisde cento e trinta mil brasileiros,ela foi além. Terá isso servidopara transformar a nossa vida?

———José Renato Nalini, reitorda Uniregistral, docenteda Pós-graduação da Uni-nove, presidente da Aca-demia Paulista de Le-tras (APL); foi presiden-te do Tribunal de Justiçado Estado de São Paulo

viços públicos independentemen-te da alternância dos governos.

Ao avançar na "avaliação dedesempenho", os governos podemcriar formas subjetivas de avalia-ção para justificar a demissão dosservidores que não estejam de acor-do com seus objetivos políticos. Oataque aos direitos continua. Paraas admissões após a reforma, nãopoderá haver nenhum benefício dacarreira que se baseie em tempo deserviço, como quinquênios e sexta-parte (adicionais após 20 anos deserviço). De novo, isso representa oenfraquecimento dos serviços pú-blicos, pois bons profissionais dei-xam de ter motivação para perma-necer mais tempo na área pública,podendo optar pelo setor privadocom melhores salários e incentivos.

O espaço aqui é limitado parauma análise mais aprofundada,mas desde já não apenas os servi-dores públicos, mas todos os cida-dãos brasileiros que querem umEstado que verdadeiramente aten-da às necessidades da população,em todas as esferas, devem se opora essa reforma administrativa,uma farsa que servirá para redu-zir os serviços públicos e abrir ca-minhos para sua privatização aolongo do tempo. Aqui na Assem-bleia Legislativa, continuarei a li-derar o movimento para derrotaro PL 529 de Doria. No dia 16/9, aApeoesp, demais entidades do fun-cionalismo e movimentos sociaislá estarão para realizar um gran-de protesto contra esse projeto.

———Professora Bebel, presi-denta da Apeoesp, Depu-tada Estadual pelo PT

Data da fundação: 01 de agosto de 1.974(diário matutino - circulação de terça-feira a domingo)

Fundador e diretor: Evaldo Vicente

COMERCIALIZAÇÃO Gerente: Sidnei Borges

SB – Jornais Regionais – EIRELI - 27.859.199/0001-64Rua Madre Cecilia, 1770 - Piracicaba/SP - CEP 13.400-490

- Tel (19) 2105-8555

IMPRESSÃO: Jornais TRP Ltda, rua Luiz Gama, 144 – CEP 13.424-570Jardim Caxambu - Piracicaba-SP, tel 3411-3309

Juntos, comEsperança Sempre!

PT/Psol

É preciso celebrar a democra-cia popular e renovar a his- tória de luta e resistência

em nosso país. História marcadapor conquistas, desafios, emba-tes e enfrentamentos na defesados direitos sociais, civis e políti-cos da classe trabalhadora. Astrajetórias do PT e do PSOL re-fletem a história da democraciabrasileira, do povo brasileiro, demulheres e homens, pessoasemanadas e inspiradas na lutapor um mundo melhor, por umpaís justo, acolhedor e inclusivo.

Neste ano, nos lançamos aogrande desafio de defender direi-tos e nos colocar contra concep-ções elitistas e excludentes de so-ciedade, sedimentadas em uma ló-gica perversa de exploração, opres-são e destruição da natureza. En-corajamo-nos a enfrentar as de-tratações, os enganos ideológicose as fake-news. Imbuídos do me-lhor espírito, das grandes esperan-ças, das mais belas utopias, colo-camos nossos nomes para o pleitoeleitoral municipal em Piracicaba.Estaremos em uma campanhapropositiva, com propostas, com odesejo de fortalecer a democraciapopular, inverter prioridades,protegendo e promovendo osmais pobres e vulneráveis. Que-remos propor, sem medo, a in-clusão da classe trabalhadora,dos moradores de periferias, dasmulheres, crianças, jovens, ne-gros, comunidade LGBT, nos pro-cessos de decisão, compartilhan-do os poderes que libertam. Afas-taremos os grilhões da opressão edo clientelismo, com vistas àtransformação e à pluralidade deideias que defendam a igualdade.

Estamos mais fortes e madu-ros. Estaremos caminhando ladoa lado, PT-PSOL, confirmandonossa opção pela classe trabalha-dora, fortalecendo seu protagonis-mo e reconhecendo sua grandezahistórica. Somos chamados a com-por agora um vasto movimento,compartilhando muitos sonhos,uma cidade plural e ecológica, ca-

paz de resistir à opressão, ao neo-fascismo e às políticas neoliberaisque desejam esmagar trabalhado-ras e trabalhadores, retirando odireito à vida ao lazer e ao traba-lho. Em nossa sociedade, há forçasque desejam solapar nossa demo-cracia e a participação popular. Re-sistir é preciso. Estaremos juntosnas trincheiras de luta pela demo-cracia, por uma sociedade radical-mente justa e intransigentementeigualitária. A unidade da esquerdaé uma urgência e representa a de-fesa de nosso projeto de sociedade.

Lutaremos, combateremos,percorremos a cidade, os bairros,as comunidades, estaremos nasredes, dialogaremos, esclarecere-mos, reconstruiremos a práticapolítica com ética e esperança.

Este é o convite e o chama-do que se impõem. Faremosnossa campanha com alegria,diversidade e pluralidade, de-batendo os temas que são de in-teresse da sociedade e daquelesque clamam por justiça social.

É tempo de lutar!É tempo de esperançar!Juntos, com esperança sempre!———Adelino Francisco de Oli-veira (pré-candidato aprefeito - PT), Thiago Na-lesso (pré-candidato avice - PSOL), PenélotiMendes (presidenta doPT de Piracicaba) e LaraPedrozo (presidenta doPSOL de Piracicaba).

EstaremosEstaremosEstaremosEstaremosEstaremoscaminhando ladocaminhando ladocaminhando ladocaminhando ladocaminhando ladoa lado, PT-PSOL,a lado, PT-PSOL,a lado, PT-PSOL,a lado, PT-PSOL,a lado, PT-PSOL,confirmandoconfirmandoconfirmandoconfirmandoconfirmandonossa opçãonossa opçãonossa opçãonossa opçãonossa opçãopela classepela classepela classepela classepela classetrabalhadora,trabalhadora,trabalhadora,trabalhadora,trabalhadora,fortalecendo seufortalecendo seufortalecendo seufortalecendo seufortalecendo seuprotagonismo eprotagonismo eprotagonismo eprotagonismo eprotagonismo ereconhecendo suareconhecendo suareconhecendo suareconhecendo suareconhecendo suagrandeza históricagrandeza históricagrandeza históricagrandeza históricagrandeza histórica

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A3A Tribuna PiracicabanaTerça-feira, 15 de setembro de 2020

EEEEELEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕES

Surgem os candidatos: escolham o melhor...As convenções ocorrem desde o dia 31. O que se observa, mais uma vez, é o registro de candidaturas sabidamente inviáveis para as prefeituras

Dirceu Gonçalves

Termina na quarta (16) o prazopara as coligações e partidos polí-ticos escolherem, em convenção,seus candidatos a prefeito e vere-ador, para as eleições que este ano,por conta da Covid 19, foram adi-adas de outubro para novembro.Diferente das anteriores, nesseano será permitida apenas a coli-gação entre partidos para candi-datos a prefeito. Para vereador,cada agremiação terá de apresen-

tar sua própria chapa e não soma-rá votos como antigamente, quan-do um candidato forte de um par-tido elegia outros dos coligados.

As convenções ocorrem des-de o dia 31. O que se observa, maisuma vez, é o registro de candida-turas sabidamente inviáveis paraas prefeituras, cujo objetivo é ape-nas apoiar a chapa de vereadoresou, até, a popularização do nomepara disputas em futuros pleitos.Na maioria das localidades é fá-cil identificar quais candidatos

polarizarão as disputas ou - nocaso das com mais de 200 mil elei-tores - irão ao segundo turno.

A eleição municipal é aquelamais próxima do eleitor. Enquan-to presidente da República, gover-nadores, senadores e deputadosfederais e estaduais exercem suaatividade nas capitais, prefeito evereador têm de, obrigatoriamen-te, residir e trabalhar no municí-pio. Isso os faz ligados à popula-ção e mais susceptíveis a cobran-ças. São os políticos mais íntimos

do povo o que, de certa forma, lhesconfere maior representatividade.

Nesse ano uma incógnitapreocupa os candidatos. Nin-guém tem certeza de como reper-cutem no eleitorado as restriçõese até a repressão que os prefeitos– a maioria deles candidatos àreeleição – implantaram na pan-demia de coronavírus. O temadeverá ser explorado pelos ad-versários e, dependendo de comoa população recebeu as medidas,o governante poderá ficar fora.

Tudo vai depender da competên-cia que teve para justificar asquarentenas, isolamentos e ou-tras restrições. E também decomo seus concorrentes chama-rão a população a raciocinarsob o tema. A boa comunicação,tanto de um lado quando dooutro, poderá definir a eleição.

Mas, independente de suaopinião sobre como seu prefeito ad-ministrou a pandemia, os eleito-res, no interesse próprio, não de-vem abrir mão de analisar os can-

didatos e votar naquele que reu-nir as melhores condições paragovernar o município. O voto emcandidato errado custa, no míni-mo, quatro anos de atraso paratoda a população. Pensem nisso...

———Tenente Dirceu Cardo-so Gonçalves, dirigenteda Aspomil (Associaçãode Assistência Socialdos Policiais Militaresde São Paulo); e-mail:[email protected]

PPPPPARTIDOARTIDOARTIDOARTIDOARTIDO V V V V VERDEERDEERDEERDEERDE

Oficializada candidatura de Nancy Thame

Vereadora Nancy Thame tem o ex-vereador Bueno Prato como vice

Leandro Palauro Alves

Em convenção realizada nes-te sábado (12), o Partido Verde(PV) confirmou a vereadora Nan-cy Thame (PV) como candidata àprefeitura de Piracicaba, em ‘cha-pa pura’ com o ex-vereador Bru-no Prata de vice. A votação ocor-reu de forma presencial, com oanúncio da chapa via videocon-ferência, que também oficializou35 candidatos à vereadores.

“A política pode ser um es-paço de valores, de transforma-ção e transparência, e é esta nos-sa proposta para esse municípioque tanto amamos: proporcionaruma mudança com planejamen-to, diálogo, sustentabilidade,mais inclusão e respeito com odinheiro público”, disse Nancy.

Eleita vereadora em 2016,Nancy Thame está em seu primei-ro mandato na Câmara, muitomarcado por suas intervençõesem políticas ambientais, na edu-cação pela cidadania, no plane-jamento urbano sustentável, naagricultura e fomento aos peque-nos agricultores, e na proteção dosdireitos e igualdade de gênero.

A candidata é formada emengenharia agronômica pelaEsalq-USP, bacharel em direito e

pós-graduada em Gestão Ambi-ental, Ciência Política, Aperfeiço-amento em Técnicas de Treina-mento em Engenharia Agrícola eem Educação Ambiental e Transi-ção para Sociedades Sustentáveis.

Desde 2017 dirige a Escola doLegislativo da Câmara de Verea-dores de Piracicaba. Também éprocuradora na Procuradoria Es-pecial da Mulher e presidente daComissão de Meio Ambiente e De-senvolvimento Sustentável e da deAgricultura, Pecuária, Abasteci-mento e Desenvolvimento Rural.

“Nossa política é pelo centro,pela transformação, diálogo e pro-postas concretas para Piracicaba,que vamos apresentar em um pla-no de governo construído de for-ma coletiva. Nosso município émuito rico, com uma diversidadede instituições e essa riqueza pre-cisa ser mais bem aproveitada pormeio de ações conjuntas com apopulação”, afirma Nancy Thame.

A mesa de abertura contoucom a presença da candidata eseu vice, Bruno Prata, e o presi-dente do Partido Verde de Pira-cicaba, João Pauli. “Estamosaqui porque acreditamos naNancy e vemos o quando ela está

preparada. O PV defende a vida,a democracia e a participação,por uma cidade de política lim-pa, qualidades que a Nancy jános mostrou que faz com maes-tria, em seu trabalho como vere-adora na Câmara", disse Pauli.

De acordo com a legenda, achapa de 35 candidatos à verean-ça é integrada por 20 homens e 15mulheres. “Cada um está colocan-do sua energia e o que tem de me-lhor numa força coletiva para esteum município que a gente ama equer transformar, com muita co-ragem e enfrentamento. Vale cada

degrau nesta luta por uma socie-dade mais igual”, enfatiza Nancy.

A convenção foi realizada nasede do Partido Verde, no cen-tro de Piracicaba. De acordo coma candidata, o local ficou abertodas 9h às 12h30 para que os fili-ados pudessem comparecer paravotar, respeitando o limite máxi-mo de pessoas e distanciamen-to. “Conseguimos realizar umaconvenção com todas as medi-das de higienização e proteçãoem razão da pandemia, no qualoptamos por ser presencial pororientações jurídicas”, conclui.

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Luciano e Gabrielformam chapa pura

Luciano Almeida e Gabriel Ferrato, a chapa pura do Democratas

Carlos Mendes

O Partido Democratas for-malizou a candidatura de Luci-ano Almeida e Gabriel Ferrato,ao cargo de prefeito e vice-pre-feito respectivamente, em con-venção realizada em Piracicabana última sexta (11). O Democra-tas decidiu concorrer com chapapura por entender que o perfil deambos compõe uma candidaturarobusta, capaz de conciliar umnovo modelo de gestão públicacom experiência administrativa.

“A escolha do Gabriel, que jáfoi secretário de educação, plane-jamento e prefeito de Piracicaba,agrega mais valor para a nossachapa, diante da sua valiosa expe-riência no serviço público. Agora,com este respaldo, vamos maisconfiantes para implantar as mu-danças necessárias no Executivo,adotando um novo modelo de ges-tão, aumentado a eficiência admi-nistrativa, assegurando assimmaior transparência e o fim dacorrupção na prefeitura de Piraci-caba”, frisou Luciano Almeida.

O presidente da comissãoprovisória do partido, SerginhoSetten, agradeceu a presença dodeputado estadual Aldo Demar-chi, lembrando que a convençãorespeitou todas as normas dehigiene e segurança exigidas,com distanciamento de pelos

menos 1,5m entre os presentes,uso de máscaras obrigatório edisponibilização de álcool gel emprofusão. Na oportunidade, oDemocratas homologou tam-bém os 35 nomes dos candidatosque concorrem ao Legislativo.

LUCIANO ALMEIDA -Com 54 anos de idade, o empresá-rio Luciano Almeida é formado emadministração de empresas, pós-graduado em administração e ges-tão de negócios Internacionais pelaUniversidade de Berkeley (EUA).Foi secretário estadual de desen-volvimento econômico e secretáriode indústria e comércio em Piraci-caba, sendo um dos responsáveisneste período pela vinda de gran-des empresas ao município, casoda CJ Corp, Biomin e Hyundai.

GABRIEL FERRATO -Com 69 anos de idade, Ferrato éformado em economia, mestre emadministração de empresas pelaFundação Getúlio Vargas (FGV/SP), mestre em saúde pública pelaUniversidade Federal da Bahia(UFBA), doutor em economia pelaUnicamp e pós-doutorado pelaUniversidade de York (Inglaterra)e Universidade Pompeu Fabra(Espanha). Já foi secretário deplanejamento, educação e prefei-to de Piracicaba de 2012 a 2016,quando recebeu 138.920 votos.

CCCCCOLIGAÇÃOOLIGAÇÃOOLIGAÇÃOOLIGAÇÃOOLIGAÇÃO

PT/Psol na disputa pela Prefeitura

As convenções foram realizadas de forma virtual

Divulgação

A manhã do último domingo(13) foi marcada pela realização daconvenção municipal em que oPartido dos Trabalhadores (PT) eo Partido Socialismo e Liberdade(PSOL) oficializaram a coligaçãocom a candidatura do professorAdelino Francisco de Oliveira(PT) para prefeito e do advogadoe também professor Thiago Na-lesso para vice. O encontro, reali-zado de forma virtual por contada pandemia do Novo Coronaví-rus, também marcou a homolo-gação de mais de 30 pré-candi-daturas da coligação que vão con-correr aos cargos do legislativo.

Prefeito de Piracicaba porduas gestões, José Machado, foium dos nomes que esteve presentena convenção e reforçou o seuapoio à chapa. “Hoje é a nossa pri-meira vitória. O PT está unido deponta a ponta em prol da pré-can-didatura do companheiro Adeli-no. Independente do resultadodas urnas, nós já temos várias vi-tórias contabilizadas. Eu acreditomuito no companheiro Adelino e

no companheiro Thiago Nalesso.O saldo dessa campanha será enor-me! A nossa chapa é uma chapade qualidade”, disse Machado.Além dele, a Professora Bebel (de-putada estadual pelo PT), LaraPedrozo (presidente do PSOL emPiracicaba), Penéloti Mendes (pre-sidente do PT em Piracicaba) e Isa-ac Roston (ex-vereador pelo PT ecoordenador geral da campanha)marcaram presença na convenção.

Thiago Nalesso – pré-candi-dato a vice, pelo PSOL – ressaltoua importância da luta pela demo-cracia em Piracicaba e falou da co-ligação firmada entre PT e PSOL.“Nós temos o objetivo claro de de-fender a democracia na cidade eno Brasil e os direitos dos traba-lhadores. Eu estou muito satisfei-to de compor a chapa com o ami-go Adelino. Já trabalhamos e fi-zemos muitas coisas juntos. É umamigo de longa data”, falou o pré-candidato a vice-prefeito. O pro-fessor Adelino ressaltou, na se-quência, a importância de lutarpor um governo aberto ao diálo-

go e pronto para atender às neces-sidades do povo de Piracicaba.

“Nós saímos da convençãocom uma candidatura forte, con-solidada e com um projeto paraPiracicaba, construído por muitosprotagonistas. Temos o legado dosgovernos do PT em Piracicaba sobo comando do Machado, do lega-do na Câmara dos Vereadores etambém do PSOL. É certo que oencontro da estrela e do sol tem

muito brilho e é uma alegria agoracaminharmos lado a lado. Nósprecisamos denunciar a opressãosem fake-news e sem ódio, mascom veemência e coragem. Nós nãoqueremos o poder pelo poder. Nósqueremos o debate político que secoloca à serviço da sociedade. Apolítica precisa ser um compromis-so de vida. Nós queremos o poderpara transformar a sociedade”, fi-nalizou o pré-candidato a prefeito.

AAAAANHEMBINHEMBINHEMBINHEMBINHEMBI

Convenção define prefeitoMachado para a reeleição

Nove partidos coligados esco-lheram na tarde deste domingo(13) durante convenção, o prefeitoMiguel Machado como candidatoa reeleição para a disputa nas elei-ções municipais que acontecem em15 de novembro deste ano. Os par-tidos são: DEM, PL, Podemos, PP,PSB, PSD, PSDB, PTB e Republi-canos. O escolhido como vice nachapa será Alex, cumprindo a tra-dição de se escolher um candidatoa vice do distrito de Piramboia. Aconvenção reuniu líderes partidá-rios, vereadores e pré-candidatose centenas de cidadãos respeitan-do as recomendações sanitárias.

O prefeito Miguel Machadomencionou que o trabalho pre-cisa ser continuado: “Estoumuito contente de ver o tama-nho do apoio e a coligação denove partidos da nossa cidade emtorno da minha candidatura. Sótenho a agradecer. Se tem umacoisa que nosso governo fez mui-to nesses quase quatro anos foitrabalhar intensamente cada mi-nuto”, comentou. Entre as prin-cipais obras do seu mandato, estáa conquista da recuperação daSP-147, que liga Anhembi a Ro-dovia Marechal Rondon, queestá chegando a sua fase final.

Divulgação

SSSSSALALALALALTINHOTINHOTINHOTINHOTINHO

Convenção: Bernardinoe Evandro à Prefeitura

A Convenção partidária rea-lizada em Saltinho, no dia 5 de se-tembro, sábado, oficializou a pré-candidatura do atual vice-prefei-to Helinho Bernardino ao cargomáximo do Executivo Municipal.O atual vereador Evandro Perei-ra, que também foi presidente daCâmara de Vereadores entre osanos de 2017 e 2018, foi oficializa-do como pré-candidato a vice-pre-feito na chapa com Helinho Ber-nardino. O evento respeitou todasas regras sanitárias e de enfrenta-mento à pandemia do Coronaví-rus, como o uso de máscaras detodos os participantes, a disponi-bilização de álcool em gel a aferi-ção de temperatura na entrada do

evento e o distanciamento social.Na ocasião, também foram

formalizadas as candidaturasdos pré-candidatos a vereado-res dos partidos que fazem par-te da coligação: PSDB, Podemose Cidadania. Participaram doevento o deputado estadual Ro-berto Morais, além das partici-pações por vídeo dos deputadosMilton Monti e Vanderlei Macris.

Também presente à Conven-ção, o atual prefeito de Saltinho,Carlinhos Lisi, destacou o com-prometimento dos pré-candida-tos a prefeito e vice e a verea-dor: “São pessoas sérias, entusi-asmadas, comprometidas e dis-postas a trabalhar pela cidade”.

EducaçãoFrancys Almeida

Eu comecei a me interessare focar na educação, quan- do meu filho do meio Efra-

im precisou de uma vaga integral,minha esposa trabalhava cuidan-do de crianças, e a prefeitura ne-gou vaga integral por causa de 50reais a mais na renda dela, perde-mos a vaga, tive que cuidar deleao chegar da faculdade, eu estu-dava de manhã, saia correndo prapegar ele na creche. Ficava a tardeinteira com ele no carro, pra lá epra cá, ele pequeno, uma luta.

Algo que é um direito dacriança, estudar, ter acesso àescola pública de qualidade.

Acredito que nossa lutavai além, sozinhos somos fra-cos, mas juntos podemos in-comodar esses poderosos.

Consegui a vaga integralpra ele, mas entrei no Conse-lho da Escola e também ganheia eleição no Conselho do Fun-deb, de lá pra cá minha vidamudou e meu amor pela Edu-cação aumentou, acredito naforça da sociedade, mas princi-palmente na Educação como for-ma de transformação social.

Vamos pra cima ?———Francys Almeida, Ba-c h a r e l e m D i r e i t o ,Síndico Profissional

Algo que é umAlgo que é umAlgo que é umAlgo que é umAlgo que é umdireito da criança,direito da criança,direito da criança,direito da criança,direito da criança,estudarestudarestudarestudarestudar, t, t, t, t, ter acessoer acessoer acessoer acessoer acessoà escola públicaà escola públicaà escola públicaà escola públicaà escola públicade qualidadede qualidadede qualidadede qualidadede qualidade

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A4A Tribuna Piracicabana

Terça-feira, 15 de setembro de 2020

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Energia lidera ranking desetores que mais emitem gasesPublicação do Imaflora, lançada quinta (10), elenca setores que mais contribuempara emissões e aponta fragilidade em transparência; Piracicaba é 11ª do Estado

O Boletim de Emissões doProjeto “Pira no Clima”, lançadonesta quinta-feira (10) pelo Ima-flora, destaca os setores que maisemitem Gases do Efeito Estufa(GEE) em Piracicaba, o 11º mu-nicípio com maior emissão deCO2e (gás carbônico equivalen-te) dentre as mais de 600 cida-des do estado de São Paulo. Asemissões totais brutas estão nafaixa de 1,35 milhão de tonela-das de GEE, de acordo com o le-vantamento. Quando feita a con-versão dessa marca em distân-cia e transporte utilizado, aquantidade equivale a mais de945 mil viagens de ida e volta dePiracicaba (SP) à Brasília (DF).

São considerados no cálculoos setores de Energia, Agropecu-ária, Resíduos, Mudança de Usoda Terra e Florestas e ProcessosIndustriais e Uso de Produtos. Asanálises se baseiam nos últimosdados divulgados pelo sistema deestimativas e monitoramento(SEEG) do Observatório do Clima,de 2018. O boletim do projeto“Pira no Clima” com todos os de-talhes sobre as emissões de GEEem Piracicaba pode ser acessadoem: https://www.imaflora.org/p u b l i c / m e d i a / b i b l i o t e c a /boletim_pira_no_clima_final.pdf

Os dados apontados no bole-tim ressaltam a importância doentendimento da realidade localpara, dessa forma, viabilizar solu-ções para o combate às mudançasclimáticas atentas às necessidadesdos cidadãos piracicabanos.

O setor de Energia em Pira-cicaba lidera as emissões de Ga-ses de Efeito Estufa (GEE) nomunicípio, com um total de 887,2mil toneladas lançadas na at-mosfera, o que corresponde a66% do total na cidade. O dado éuma das informações presentesno Boletim de Emissões do “Pirano Clima”, que reúne levanta-mentos referentes a 2018, últi-mo ano com dados disponíveis.

Em seguida, vêm os setoresde Resíduos, com 197,1 mil to-neladas de GEE emitidos em2018, o de Agropecuária, respon-sável por 185,5 mil toneladas deCO2e, o de Mudança de Uso daTerra, que emitiu 72,7 mil tone-ladas e o de Processos Industri-ais (9.675), totalizando 1,35 mi-lhão de toneladas de GEE. Asmarcas colocam Piracicaba na11ª posição no ranking dos mu-nicípios que mais emitem GEE.

De acordo com o Imaflora,o alto número de emissões deGEE do setor de Energia é re-sultado da queima de combus-tíveis de automóveis, o que cha-ma a atenção para a resoluçãode problemas referentes à mo-bilidade urbana e o modelo detransporte baseado na utilizaçãode automóveis individuais. Odado, segundo o analista dePolíticas Públicas do Imaflora,Bruno Vello, aponta para a ne-cessidade de definir estratégiase políticas públicas para reduzirtais emissões. “Medidas impor-tantes incluem a otimização eincentivo ao transporte coletivo,o uso de combustíveis renová-

veis na frota pública e a criação deciclovias e ciclofaixas”, ressalta.

DESMATAMENTO — Nosetor de Mudança e Uso da Ter-ra, Piracicaba emitiu 72.774 miltoneladas de GEE, segundo oBoletim, e coloca a cidade na se-gunda posição no ranking entreos municípios que mais emitiramgases de efeito estufa do estadode São Paulo em 2018. As ativi-dades nesse setor têm relaçãodireta com desmatamento, de-gradação do solo, queima deresíduos florestais e calagem(preparo para o cultivo) des-sas áreas recém-desmatadas.

Para o Instituto, é precisoolhar para a questão com aten-ção, de forma a identificar as ati-vidades que estão impulsionan-do o desmatamento e a degra-dação e quais são os locais nomunicípio mais vulneráveis, queestão sob maior pressão.

DADOS — Com 9.675 tone-ladas de GEE emitidas, o setorindustrial aparece na última po-sição no boletim, mas merecedestaque na opinião dos profis-sionais do Imaflora. Isso porque,segundo os analistas, os dados es-tão subdimensionados, na medi-da em que apenas uma atividadeé contabilizada, a de produção deaço e ferro gusa. Devido à faltade dados, há a necessidade deações de incentivo ao aumentoda transparência do setor.

Apesar de a Indústria serapontada como a atividade quemenos emite gases de efeito es-tufa na cidade, ela precisa seranalisada de maneira mais cui-dadosa. “É preciso fazer um tra-balho de conscientização daspróprias empresas em Piracica-ba. O Plano Nacional de Mu-dança Climática (PNMC), porexemplo, sugere como uma boaprática que as empresas reali-zem seus inventários de GEE etornem seu acesso público”, afir-ma Nara Perobelli, consultorado Imaflora e coordenadora doProjeto “Pira no Clima”.

Há um entendimento dosespecialistas que, ao reduzir es-sas emissões, as indústrias es-tão tornando seu sistema maiseficiente. Assim, além do avan-ço ambiental, há também maiorlucro. O primeiro passo para issoé entender os gargalos de seusprocessos produtivos, o quepode ser atingido com a elabo-ração do inventário de emissãode gases de efeito estufa. Outramedida, de acordo com a coor-denadora do Projeto Pira no Cli-ma, é divulgar os dados, umavez que o tema é de interessesocial e sua abertura permiteuma melhor tomada de decisãopor parte do poder público. “Essaé uma boa prática empresarial,que mostra comprometimentocom o meio ambiente e com ainformação”, completa Nara.

PROJETO — A propostado “Projeto Pira no Clima” é pro-mover uma mobilização para en-frentar as mudanças climáticas,de forma a garantir a mitigação– redução significativa da emis-são de gases estufa – e uma

Carros e ônibus no Centro

Rafael Bitencourt/Tempo D

Prédios do Centro

Rafael Bitencourt/Tempo D

Piracicaba na segunda posição

Claudia Assencio/TempoD

adaptação às mudanças com re-cuperação de impactos de manei-ra rápida e eficiente, que culmi-ne em um plano climático para omunicípio. Para isso, desde abril,o Instituto vem realizando reu-niões virtuais com dois gruposde trabalho que envolvem dife-rentes áreas de Piracicaba, alémde diálogos participativos e for-mações em justiça climática.

A inclusão da sociedade naconstrução de um Plano Munici-pal Participativo que auxiliará nadefinição de ações prioritáriaspara o enfrentamento das mudan-ças climáticas é um dos objetivosdo projeto. Entre os processos pre-vistos, está a avaliação de políti-cas e projetos municipais relacio-nados ao clima e ao gênero.

“Sobre as mudanças climá-ticas, que já acontecem e ten-dem a se agravar, temos dife-rentes atores que são afetados etêm espaços distintos dentrodessa temática ambiental. O gê-nero é essa porta de entrada paradiscutirmos desigualdade, sa-bendo que, em Piracicaba e emoutros lugares, as pessoas afeta-das têm gênero, raça e classe eque, por isso, elas devem tam-

bém ser protagonistas dessa te-mática”, afirma Nara Perobelli.

“Buscamos uma participaçãosocial entendendo que a popula-ção tem os seus saberes e o seuinteresse nesse tema, assim comoo setor privado, público, terceirosetor e a academia”, completa.

REALIZAÇÃO E PARCE-RIAS — O projeto é realizado peloImaflora, com financiamento daOak Foundation e apoio do Ob-servatório do Clima, SEEG Brasil,Engajamundo, Observatório Ci-dadão de Piracicaba, Unesp RioClaro, Way Carbon e MOVE.

IMAFLORA — O Imaflo-ra atua na esfera federal comtemas de Mudança Climáticajunto ao Observatório do Cli-ma (http://seeg.eco.br/), naqual é responsável pelos cálcu-los das emissões de gases deefeito estufa do país no setoragropecuário e de elaboração depropostas para a redução dasmesmas. No atual planejamen-to estratégico do Imaflora, te-mos como meta trazer a exper-tise da instituição neste temapara Piracicaba, contribuindocom a estruturação de uma agen-da sustentável no município.

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Captação de poupança já cresce quase quatro vezesAplicação financeira tradi-

cional dos brasileiros, a poupan-ça registrou em agosto captaçãolíquida de R$ 11,4 bilhões, valoroito vezes maior que no mesmomês do ano passado, com R$ 1,31bilhão. Foi o maior resultado parao mês desde o início da série histó-rica, em 1995 - no ano, a captaçãoacumulada é de 123,98 bilhões.

Na Sicredi União PR/SP, oincremento nos oito primeirosmeses do ano foi de quase qua-tro vezes o valor do mesmo pe-ríodo do ano passado: R$355,834 milhões contra R$ 91,967milhões. Já a carteira de poupan-ça cresceu 39% no período.

O número de novos pou-padores quase dobrou, de7.628 para 13.782 de janeiroa agosto. No total, a carteirada Sicredi União conta commais de 130 mil poupadores.

Desde o início da pandemiaa poupança tem registrado recor-des. Para o economista RobertoRodrigues, que é gerente de in-vestimento da Sicredi União, issose deve ao fato de parte dos in-vestidores buscar rendimentosseguros e não ter predisposição ariscos. Outros aplicam os recur-sos para ter uma reserva de emer-gência, e ter essa reserva ficouevidenciada nos últimos meses.

“Antes da pandemia haviaexpectativa de retomada do cres-cimento e a bolsa de valores re-gistrava recordes, por isso, mui-ta gente buscou alternativas aosinvestimentos tradicionais. Só queveio a pandemia e parte dos in-vestidores não está mais dispostaa correr risco nem quer volatili-dade. Para muita gente, é maisimportante a segurança do queo rendimento neste momento. Etambém há quem está aplican-do em poupança para ter reser-va de emergência”, destaca.

INCENTIVO PARA POU-PAR — Para incentivar o hábi-to de poupar, o Sicredi está pre-

miando associados nos esta-dos do Paraná, São Paulo eRio de Janeiro, por meio daPromoção Poupar e GanharSem Parar. A promoção vaidistribuir, até o fim do ano,R$ 2,5 milhões em prêmios, omaior valor em cinco edições.A cada R$ 100 de incrementolíquido na poupança do asso-ciado, um número da sorteserá distribuído para concorrerà promoção. Se as aplicações fo-rem na modalidade programa-da, quando há o débito progra-mado mensal para conta pou-pança do associado, as chan-ces de ganhar são em dobro.

15º F15º F15º F15º F15º FENTEPIRAENTEPIRAENTEPIRAENTEPIRAENTEPIRA

Inscrições abertaspara mostra virtual

Grupo Tragatralha é um dos representantes piracicabanos

Tania Cristofoletti

Entre os dias 1º e 10 de no-vembro, o público de todo o mun-do poderá conhecer mais doFentepira – Festival Nacional deTeatro de Piracicaba. Nesta 15ªedição, a mostra ganhará o for-mato virtual, devido o períodorestritivo de plateia. As inscriçõespara os espetáculos teatrais adul-to, infantil ou infantojuvenil quefarão parte da programação, es-tão disponíveis de hoje (15) a 15/10 no link https://docs.google.com/forms/d/1RkIl1NQ_INj3azOMj2B-OrlLZ7HiL4iUSB vjdwO-BuA0/edit?vc=0&c=0&w=1&flr=0&gxids=7757 ou no w w w .semactur.piracicaba.sp.gov.br,para preenchimento de for-mulário e envio de material.

Serão selecionados 10 gru-pos para participarem da mos-tra, com trabalhados já desen-volvidos e construídos na cida-de de Piracicaba; outros dois se-rão escolhidos à critério da Co-missão Organizadora para aabertura e o encerramento damostra. Excepcionalmente nesteano, grupos cujas montagens já

foram selecionadas ou participa-ram da Mostra Oficial de qual-quer uma das edições anteriores,também poderão se inscrever.

Aos grupos teatrais interes-sados é necessário que já te-nham, no mínimo, um ano deexistência. Além disso, é precisoque a produção audiovisual sejagravada na horizontal com umaboa iluminação, a qualidade deimagem e de áudio (com boa dic-ção e clareza auditiva), sem ru-ídos e barulhos externos, e obe-decer aos padrões de 1920x1080para formato Full HD ou1280x720 para formato HD.

A transmissão será feita emplataformas digitais, de acessopúblico e gratuito. No fim de cadaobra apresentada, uma comissãodebatedora, formada por profissi-onais das Artes Cênicas e CiênciasHumanas, realizará uma discus-são reflexiva em relação às obras.

O objetivo do Festival Naci-onal de Teatro de Piracicaba –Fentepira é incentivar a criaçãoartística, a inovação criativa e avalorização da arte teatral.

AAAAAÇÕESÇÕESÇÕESÇÕESÇÕES

Saltinho: desinsetizaçãoe desratização em vias

A Prefeitura de Saltinho, atra-vés do Departamento de MeioAmbiente realizou nesta semanaas ações de Desratização e Desin-setização nas vias do município. Otrabalho tem como objetivo evitara proliferação de pragas urbanas,como baratas, escorpiões, ratos,mosquitos, dentre outros insetos.

Na ocasião, os agentes aplica-ram um inseticida que não oferecerisco direto à saúde humana, masque elimina todo foco de pragas, oque previne o aparecimento detransmissores de doenças. A açãojá foi realizada no início do mês, pormeio de empresa terceirizada con-tratada pela Prefeitura de Saltinho.

COLABORAÇÃO – É im-portante também que a populaçãotambém colabore, através deações que auxiliem na prevençãode acidentes com animais peço-nhentos, principalmente escorpiões:

- Eliminar abrigos: entulhos,madeira, garrafas, mato alto,frestas dos muros, folhagem egalhos. Reboque paredes e muros;

- Mantenha o lixo em localadequado (tampado);

- Impedir acesso: manterralos internos e caixas de gor-dura bem vedadas; telar ra-los da área externa;

- Checar roupas, toalhas ecalçados antes de usar.

O Governo de São Paulo vaipagar cerca de R$ 350 milhõesem bônus para 166 mil servidoresda Secretaria da Educação do Es-tado. O benefício é calculado apartir das notas do Índice de De-senvolvimento da Educação deSão Paulo (Idesp) de 2019. Os be-neficiados atuam em 4.166 esco-las que cumpriram alguma parteda meta 2019. O valor médio dobônus é superior a R$ 2 mil. Opagamento ocorre, em parcelaúnica, no dia 25 de setembro.

Entre o total de servidores queserão contemplados, 129 mil sãoprofessores de ensino fundamentale médio. Mas além deles, diretores,agentes de organização e equipes téc-nicas das escolas e órgãos centraistambém têm direito ao bônus.

"No dia 25 de setembro seráliberado o bônus 2019 aos profes-

sores e a todos os profissionais quealcançaram as metas - nossos di-retores, agentes de organizaçãoescolar, supervisores. É a valori-zação dos nossos profissionais daeducação, com foco na aprendiza-gem, reconhecendo aqueles queavançaram", destaca o secretárioda Seduc-SP, Rossieli Soares.

CONDIÇÕES — Para che-gar ao valor individual, a Se-cretaria considera se a unida-de avançou, atingiu ou superoua meta estipulada para o perío-do. Os servidores precisam ain-da ter trabalhado, no mínimo,em dois terços do ano letivo.

Escolas que superaramsuas metas terão um adicionalde até 20% da Bonificação porResultados. Quando a metanão é atingida, é calculado oavanço proporcional da escola.

EEEEEDUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃO

Governo de SP paga mais deR$ 350 milhões de bônus

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A5A Tribuna PiracicabanaTerça-feira, 15 de setembro de 2020

AAAAACIDENTESCIDENTESCIDENTESCIDENTESCIDENTES DODODODODO TRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHO

Conespi capacita dirigentes para prevençãoO presidente do Conespi, Wagner da Silveira, o Juca, ressalta que a realização deste curso faz parte do planejamento estabelecido pelo Conespi

Com a finalidade de contri-buir no trabalho de prevenção deacidentes de trabalho, o Conespi(Conselho das Entidades Sindicaisde Piracicaba) promoveu, na ma-nhã de segunda (14), o curso “Aná-lise de Acidentes de Trabalho”, vol-tado à capacitação de dirigentes sin-dicais e funcionários de sindicatos.O curso foi ministrado pelo enge-nheiro de segurança e pelo técni-co de segurança do Cerest (Cen-tro de Referência em Saúde doTrabalhador), respectivamente,Eduardo Buozo e Alessandro Sil-va, e realizado no Clube do Sindi-cato dos Metalúrgicos de Piraci-caba, com todos os participantesusando máscara, fazendo uso deálcool em gel e mantendo distan-ciamento, conforme recomenda-ções das organizações sanitárias.

Na abertura do evento, Mil-ton Costa (Sindicato dos Traba-lhadores nas Indústrias daConstrução e do Mobiliário dePiracicaba); Francisco Pinto Fi-lho, o Chico (Sindicato dos Tra-balhadores nas Indústrias doPapel, Papelão e Artefatos dePapel, e Fânio Luis Gomes (Sin-dicato de Alimentação), que in-tegram a direção do Conespi,destacaram o trabalho desen-volvido pelos sindicatos de tra-balhadores na cidade, em parce-ria com o próprio Cerest e o Minis-tério do Trabalho, que muito temcontribuído para ajudar a com-bater os acidentes de trabalho.

De acordo com AlessandroSilva, essa capacitação visa am-pliar o diálogo do controle soci-al sobre as ações de prevenção

de acidentes de Trabalho, tantonos relacionados às atividadesde manutenção em interação deatividades, como os com traba-lhadores informais que deman-dam estratégias diferentes deprevenção. Para o engenheiroEduardo Buozo, há necessida-de de se visualizar tanto asações preventivas como correti-vas, se antecipando ao previsí-vel e enfrentando o imprevisto.

O presidente do Conespi,Wagner da Silveira, o Juca, res-salta que a realização destecurso faz parte do planejamen-to estabelecido pelo Conespipara garantir que seja desen-volvida novas ações para am-pliar ainda mais as medidas desegurança no trabalho, atravésda CIST, na missão de fortaleci-

O curso visou a capacitação e requalificação dos dirigentespara atuarem na prevenção e correção de acidentes

mento dos organismos que tra-balham para assegurar que otrabalhador desenvolva as suasatividades com total segurança.

Para Francisco Pinto Filho,a saúde e a segurança dos traba-lhadores é uma questão de pre-servação da vida do trabalhadore de sua família. “Fortalecer e pre-parar os dirigentes sindicais parafiscalizar o dia a dia das ativida-des e para isso, sem dúvida, é pre-ciso estar capacitado para o de-senvolvimento desta ação. Essa éuma obrigação constitucional dosSindicatos e estarmos perto dabase é fundamental para tambémajudarmos a garantir que as ati-vidades nos locais de trabalhosejam desenvolvidas com total se-gurança, uma vez que a vida é onosso maior bem”, completa.

Divulgação

TTTTTESTESTESTESTESTAMENTAMENTAMENTAMENTAMENTOSOSOSOSOS

Cartórios de Notas registram aumento de 134%Tema recorrente em tempos

de pandemia, os testamentos rea-lizados em Cartórios de Notas detodo o País mostraram um aumen-to crescente ao longo dos últimosmeses, chegando a 134%, na com-paração entre os meses de abril ejulho de 2020. Os dados mostramque o crescimento começou ummês após o início da pandemia, emmarço, e continuam aumentandomês a mês em diversos estadosbrasileiros. Em números absolutos,o Brasil passou de 1.249 testamen-tos em abril para 2.918 em julho.

Os dados, coletados pelo Co-légio Notarial do Brasil - ConselhoFederal (CNB-CF), por meio daCentral Notarial de Serviços Ele-trônicos Compartilhados (CEN-SEC), mostram a crescente preo-cupação dos requerentes em ga-rantir que seus bens sejam corre-tamente encaminhados e suasvontades cumpridas em caso demorte, utilizando instrumentoslegais que evitem futuras disputasentre familiares. Tabeliães tambémrelatam aumento na busca pororientações sobre os atos por ido-sos, profissionais da saúde e atémesmo jovens, que fazem partedo grupo de risco da Covid-19.

Alguns estados destacam-sena comparação entre os meses deabril e julho deste ano, como Ama-zonas (1000%), Ceará (933%), Ro-raima (400%), Distrito Federal

(339%), Maranhão (300%), MatoGrosso (300%), Sergipe (260%),Pernambuco (225%), Espirito San-to (175%), Minas Gerais (170%),Rio Grande do Sul (187%), Alago-as (167%) e Santa Catarina (108%).Já outras unidades da Federação,como Tocantins (150%), Roraima(100%), Paraíba (45%), Goiás(31%), Espirito Santo (22%), Pa-raná (17%), Mato Grosso do Sul(7%) e Pernambuco (6%), mos-tram um crescimento acima damédia, ultrapassando inclusiveos números de julho de 2019.

A presidente do CNB-CF,Giselle Oliveira de Barros, obser-va que perfis de cidadãos queantes não pensavam em plane-jamento sucessório passaram arefletir mais sobre o assuntocom a pandemia de coronavírus.Para ela, "o aumento da procu-ra pelo ato demonstra a preocu-pação das pessoas diante de umcenário difícil e de muitas incer-tezas, sendo o testamento a me-lhor maneira de assegurar suavontade, por meio da orientaçãolegal de um notário sobre comorealizar a distribuição de bens deacordo com a legislação vigente".

TESTAMENTO — O testa-mento público é o documento peloqual uma pessoa (o testador) de-clara como e para quem desejadeixar seus bens após a sua mor-te. Para realizar o ato é necessá-

ria a presença de duas testemu-nhas que não podem ser herdei-ras ou beneficiadas pelo testa-mento, além dos documentos deidentidade de todas as partes, re-querentes e testemunhas. A pre-sença de um advogado é opcio-nal. O documento pode ser alte-rado e revogado enquanto o tes-tador viver e estiver lúcido, eterá validade e publicidade so-mente após a morte do testador.

Desde o final de maio, coma edição do Provimento nº 100,do Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ), os atos passaram serrealizados de forma online, pormeio da plataforma e-Notaria-do. O ambiente virtual oferecetoda a estrutura necessáriapara a realização remota dosatos de transferência de bens,com as mesmas garantias e segu-ranças do processo presencial.

SOBRE O CNB — O ColégioNotarial do Brasil - Conselho Fe-deral (CNB/CF) é a entidade declasse que representa institucional-mente os tabeliães de notas brasi-leiros e reúne as 24 Seccionais dosEstados. O CNB/CF é filiado àUnião Internacional do Notaria-do (UINL), entidade não governa-mental que reúne 88 países e re-presenta o notariado mundial exis-tente em mais de 100 nações, cor-respondentes a 2/3 da populaçãoglobal e 60% do PIB mundial.

Século XXIGiuliano Pereira D'Abronzo

Ah sim, vivemos no séculoXXI. Como são antiquados os que têm pensamento

preso no século passado ou maispara trás ainda. Vivemos no sé-culo da total liberdade, cada umfaz o que quer, sem compromis-so, sem estar preso a convenções,sem ter regras ou valores. Ah,como é bom essa liberdade.

Século XXI, o ápice da evolu-ção, somos o que há de melhor nacriação, se é que podemos dizerque há criação, pois se dizemosque somos o melhor da criação,pressupomos a existência de umCriador, alguém ou algo que pen-sou, que elaborou, que trabalhou,para que a criação pudesse exis-tir. Pensamento antiquado...

Somos o que há de melhor enão é necessário ter compromis-so. Somos livres, somos capazesde pensar sem regras, para queas regras? Regras, leis, princípi-os, cerceiam o ser humano. Ecomo o melhor que há na natu-reza, não precisamos disso.

Não é preciso regras, paraque elas servem? Somos o melhorfruto da natureza e as regras sãopara pessoas antiquadas, incapa-zes de se sentirem livres para agir.

Pois é, mas para quem pensaassim, será que ao menos é capazde perceber que tudo o que existe,absolutamente tudo, só existeporque há regras a seguir, as leisnaturais que devem ser observa-

das para que haja repetição daprópria natureza? Nada aconteceao acaso, nada é aleatório. Nanatureza, tudo requer regras,tudo é baseado em princípios.

Se formos analisar detida-mente o século XXI, temos aces-so a conhecimentos técnicos e ci-entíficos extremamente avança-dos, talvez como nunca ocorreu.Digo nunca, porque nosso conhe-cimento sobre as civilizações dopassado são incompletos e nãoconseguimos explicar satisfato-riamente como foram construí-das as pirâmides ao redor domundo, Puma Punku, na Bolí-via, as linhas de Nazca, no Peru,só para citar alguns exemplos.

Ou seja, nem sequer sabe-mos se somos mesmo o ápiceda civilização...

As regras, ao contrário doque dizem os que bradam seremlivres, permitem que haja organi-zação, disciplina. Com as leis na-turais é possível prever o que umato é capaz de gerar. Não é alea-tório, não é ao acaso. É sabido, éprevisível. Assim, é possível sabero que acontecerá depois. São asregras que permitem a liberdade.Se não for assim, vemos liberti-nagem. Talvez seja isso que aspessoas pensam viver hoje. Con-fundem termos, libertinagem e li-berdade não são a mesma coisa.

Adotar esse conceito na vida,ou seja, ter regras e princípios esegui-los conscientemente tornao indivíduo livre, já que as aceita

Somos o melhorSomos o melhorSomos o melhorSomos o melhorSomos o melhorfruto da naturezafruto da naturezafruto da naturezafruto da naturezafruto da naturezae as regras sãoe as regras sãoe as regras sãoe as regras sãoe as regras sãopara pessoaspara pessoaspara pessoaspara pessoaspara pessoasantiquadas,antiquadas,antiquadas,antiquadas,antiquadas,incapazes de seincapazes de seincapazes de seincapazes de seincapazes de sesentirem livressentirem livressentirem livressentirem livressentirem livrespara agirpara agirpara agirpara agirpara agir

por livre arbítrio. Isso é a plenitu-de da liberdade, escolher, por li-vre arbítrio, conscientemente oque seguir. Isso é ser livre, por quese é responsável por sua escolha.

Não é o que vemos em boaparte das pessoas do séculoXXI. Não são capazes de deci-dir se seguem um ou outro ca-minho, tanto faz, hoje um,amanhã outro. Não têm regras,não as assumem e, por falta deresponsabilidade, hoje escolheeste, amanhã aquele, tudo pelaconveniência do momento.

Assim é com o ser humano,e esse ser humano gera essa so-ciedade que vivemos. Então, sepensamos ser o ápice da civiliza-ção, que saibamos respeitar aqui-lo que fez com as civilizações evo-luíssem e permitissem que che-gássemos aqui, as regras, prin-cípios e valores. E se somos oápice, que saibamos respeitar.Será que sabemos respeitar?

———Giuliano Pereira D'Abron-zo, bacharel em Direito,servidor público federal

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Conselho Estadual de Saúde écontra volta das aulas presenciais

O Conselho Estadual de Saú-de, que reúne representantes deórgãos governamentais, se posi-cionou contrário à volta das au-las presenciais durante a pande-mia do coronavírus. A posiçãofoi tomada em reunião on-linenesta segunda (14), à qual presi-denta da Apeoesp (Sindicato dosProfessores do Ensino Oficial doEstado de São Paulo), deputadaestadual Professora Bebel (PT),foi convidada a participar paradebater a questão da volta dasaulas presenciais nas escolas daeducação básica do Estado deSão Paulo e se posicionou con-trária ao retorno das aulas.

A posição da entidade, con-forme explicou a deputada Profes-sora Bebel, está baseada em evi-dências científicas e nas recomen-dações da Organização Mundialda Saúde e da comunidade cientí-fica, além de estudos que vêm sen-do realizados, como o Manual paraEscolas Saudáveis, elaborado pelaApeoesp em parceria com o Insti-tuto dos Arquitetos do Brasil –seção São Paulo e o DIEESE.

Na reunião, a presidenta daApeoesp enfatizou sobre a con-dição dos prédios, que apresen-tam ausência de equipamentosde proteção individual e da au-sência de procedimentos adequa-dos de higienização, além de des-tacar a quantidade de pessoas queserão atingidas pela medida, queequivale à população do Paraguai.“Se voltarem as aulas, oito mi-

lhões de pessoas vão ser postas acircular pelas ruas do Estado.Portanto, se abrir as escolas vaivirar um genocídio”, ressalta.

Bebel lembrou também daquestão da mobilidade de pro-fessores e alunos, que deverãose utilizar dos meios de trans-porte, tanto o público comoaquele contratado pelas prefei-turas, para ir de casa para asescolas e vice-versa, destacan-do que as crianças podem serassintomáticas, mas carregamalta carga viral, e são cuidadaspor pessoas que estão nos gruposde risco, como por exemplo, ido-sos. “Ao final do debate, o Conse-lho foi sensível à nossa argumen-tação e aos dados apresentados,tomando posição oficial contra avolta das aulas presenciais nestemomento, que será encaminha-da ao governo estadual”, disse.

Para Bebel, “mais uma bata-lha vencida em defesa da vida,inclusive considerando que ascomunidades escolares aceitame acatam as recomendações dosindicato, recusando-se a parti-cipar da volta às escolas que ogoverno do Estado vem promo-vendo desde o dia 8/9, conformelevantamento diário que a Apeo-esp está realizando”, argumenta.

SEM AULAS - Em Piracica-ba, nesta segunda-feira, 14 de se-tembro, levantamento da Subsededa Apeoesp mostra que nenhumaescola estadual recebeu alunos. ASecretaria Estadual de Educaçãoestabeleceu o retorno das aulaspresenciais para reforço escolara partir do último dia 8 de se-tembro. No entanto, Bebel dizque os professores sabem que nãohá condições de retorno das au-las presenciais neste momento.

EE Barão do Rio Branco, no centro, continua sem receber alunos

Divulgação

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A6A Tribuna Piracicabana

Terça-feira, 15 de setembro de 2020

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MUITO FELIZESA Lotofácil da Independên-

cia deste ano teve 50 apostas ga-nhadoras. Cada uma levou umabolada de R$ 2.499.998,20. Ne-nhuma das apostas foi feita emlotéricas do Distrito Federal.

São Paulo teve a maiorquantidade de ganhadores: 14.Na sequência, aparece o canaleletrônico (site de apostas daCaixa), com seis ganhadores. RioGrande do Sul e Santa Catarinativeram quatro ganhadorescada. Minas Gerais e Sergipe apa-recem a seguir, com três. Comdois ganhadores: Bahia, Espíri-to Santo, Goiás, Pará e Rio deJaneiro. Ceará, Maranhão,Mato Grosso do Sul, Pernam-buco, Paraná e Rio Grande doNorte tiveram um sortudo cada.

FELIZESOutros 8.408 bilhetes fize-

ram 14 pontos. Neste caso, oprêmio será de R$ 942,83 paracada um. Com 13 pontos, fo-ram 246.828 apostas ganhado-ras, com prêmio de R$ 25. Jácom 12 pontos foram 2.702.658bilhetes contemplados, que le-varão R$ 10. E, por fim, serãopagos R$ 5 a cada uma das13.506.290 apostas ganhado-ras. O sorteio do concurso 2030ocorreu na noite deste sábado

(12/9) e teve os seguintes núme-ros sorteados: 02-03-04-05-06-09-10-12-14-15-17-19-22-23-25.

BOLÕESFaltou só uma dezena

para acertamos o prêmio má-ximo. Acertamos vários prêmi-os de 11,12, 13 e 14 pontos.

MÃO NA GRANAO dono da aposta de

Campinas que acertou as seisdezenas do concurso 2.296 daMega-Sena, já compareceu àCaixa para resgatar o prêmiode R$ 47.160.446,98. O ban-co não informou em qual uni-dade o sortudo compareceu.A divulgação do resultadoaconteceu no sábado (5).

O vencedor da Mega-Senade Campinas fez apenas umaaposta simples, de seis números,em uma lotérica do Jardim NovaEuropa. Veja as dezenas sortea-das: 01 - 06 - 21 - 29 - 36 - 59.

SUPER 7A nova loteria da caixa já

tem data marcada para come-çar: Inicio das vendas: 19 desetembro. Primeiro sorteio: 2de outubro. Aguarde mais de-talhes desta nova loteria queterá sorteios as segundas, quar-tas e sexta feiras às 15 horas .

AVISO DE LICITAÇÃO

Pregão Presencial 06/2020 Objeto: REGISTRO DE PREÇOS PARA PRESTA-ÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E ESPECIALIZADOS PARA REALIZAÇÃO DEANÁLISES LABORATORIAIS OBJETIVANDO O CONTROLE DE QUALIDADEDA ÁGUA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDROE PARA MONITORAMENTO E CONTROLE DOS PADRÕES DE EFLUENTES.Data da Sessão Pública: 28 de Setembro de 2020. Horário de Início da Ses-são Pública: 09:00 horas. Local: sede administrativa do SAAESP, sita à RuaMalaquias Guerra, nº 37, Centro, São Pedro, Estado de São Paulo.O SERVIÇOAUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE SÃO PEDRO, torna público para co-nhecimento dos interessados, que no local, data e horário indicados, realizarálicitação na modalidade Pregão Presencial, objetivando o REGISTRO DE PRE-ÇOS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E ESPECIALIZADOS PARAREALIZAÇÃO DE ANÁLISES LABORATORIAIS OBJETIVANDO O CONTROLEDE QUALIDADE DA ÁGUA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIODE SÃO PEDRO E PARA MONITORAMENTO E CONTROLE DOS PADRÕESDE EFLUENTES. O edital completo poderá ser retirado no endereço supracita-do ou através do site do SAAESP (www.saaesp.sp.gov.br), acessando a opção“Licitações” na página principal. Não serão enviados editais pelo correio oupor e-mail. São Pedro, 14 de Setembro de 2020.Giovane Henrique Genezelli - Diretor Presidente do SAAESP

CONSÓRCIO DEIMÓVEL

CONTEMPLADOCRÉDITO DE R$ 416

MIL PARACOMPRAR,

CONSTRUIR,QUITAR, OU

REFINANCIARR$ 54 MIL +

PARCELAS -19 99931 2397

Conserto fogãoa gás... PedroTel. e zap (19)9 9696 2179

ou (19)9 9654 2692

Page 7: Thales Castanho de Andrade, mais vivo do que nunca, 130 ...

A7A Tribuna PiracicabanaTerça-feira, 15 de setembro de 2020

FALECIMENTOS

FALECIMENTOS

ARROZA ministra da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, Tere-za Cristina, disse que o governovai trabalhar para manter oabastecimento e baixar o preçodo arroz no país. Durante reu-nião do Conselho de Governo, aministra foi questionada pelayoutuber mirim Esther Casti-lho, de 10 anos, sobre os preçosdo produto ao consumidor.

ZERADOO Comitê-Executivo de

Gestão (Gecex) da Câmara deComércio Exterior (Camex) de-cidiu zerar a alíquota do impos-to de importação para o arrozem casca e beneficiado até 31de dezembro deste ano. A re-dução temporária está restritaà quota de 400 mil toneladas.

CRÉDITOO desempenho favorável do

crédito rural nos dois primeirosmeses do Plano Safra 2020/2021 é reflexo da intensificaçãodas atividades agropecuáriasbaseando-se nas perspectivasfavoráveis de mercado e no ele-vado nível de confiança do pro-dutor rural. Nesse período, ototal das contratações de crédi-to rural atingiu R$ 48,9 bilhões,aumento de 30% em relação ajulho e agosto do ano anterior.

ANIMALAs novas regras para ins-

peção de produtos de origemanimal foram tema da live doprojeto Conexão Brasília. Asparticipantes abordaram o quemuda nas rotinas das indús-trias, os impactos no produtoentregue nos mercados inter-no e externo, o papel da inspe-ção oficial e como fica a relaçãoentre produtor e indústria.

CORÉIA-MERCOSULA Confederação da Agricul-

tura e Pecuária do Brasil (CNA)participou, do seminário “Acor-do de Comércio Coreia-Merco-sul”, promovido pelo Consula-do-Geral da República da Coreiaem São Paulo. O evento abor-dou as negociações entre o blo-co econômico e o país asiáticodo ponto de vista econômico,político, jurídico, tecnológico egeopolítico. O acordo em nego-ciação prevê livre comércio dosprodutos coreanos importadose exportados para o Mercosul.

PAULISTADe janeiro a julho de 2020,

o agronegócio paulista apresen-tou exportações de US$ 9,51 bi-lhões, montante 9,3% superiorao obtido no mesmo período de2019. As importações, com que-da de 12,9%, totalizaram US$2,44 bilhões. Essas transaçõesresultaram em um superávit de

Email: [email protected]

US$ 7,07 bilhões, volume19,8% maior que o registradono ano anterior, informa aSecretaria de Agricultura e Abas-tecimento, por meio do Institutode Economia Agrícola (IEA).

TOMATEDepois de amargar prejuí-

zos entre junho e julho, os pro-dutores de tomate, no geral, fe-charam agosto com rentabili-dade positiva. Com a desacele-ração da primeira parte da sa-fra de inverno, as cotações su-biram frente a julho, ficando namédia de R$ 37,61/cx (valorponderado por classificação).

FLORESO mercado de flores vem se

recuperando após o baque causa-do pela pandemia do novo coro-navírus, que diminuiu drastica-mente a demanda. Com a suspen-são de grande parte das ativida-des coletivas, cooperativas e agri-cultores buscaram alternativaspara recuperar o prejuízo, inves-tindo em divulgações nas redessociais e nas vendas on-line.

CONABA expertise da Companhia

Nacional de Abastecimento(Conab) frente ao mercado hor-tifrutigranjeiro do Brasil serátema de teleconferência com in-tegrantes da Organização deInformações de Mercado dasAméricas (Oima). Trata-se deuma rede de cooperação técni-ca formada por instituições go-vernamentais dos países líde-res em agricultura em todo omundo. O objetivo é coletar e dis-ponibilizar dados sobre os mer-cados agrícolas como apoio naformação das políticas públicasdo setor nos países membros.

FARINHA DE TRIGOHouve aumento no consu-

mo de farinha de trigo e na pro-dução, e por conta da alta de-manda chega ser necessário im-portar trigo do exterior. Umaindústria da região fez as con-tas e o balanço é positivo, tan-tos que vários investimentos es-tão sendo feitos por lá. Confor-me o Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística o (IBGE) aregião sul deve responder nesteano deve corresponder por 91%da produção de trigo nacional.

FISCALIZAÇÃOTécnicos da Conab vão per-

correr lavouras, pastos e flores-tas para conferir os dados. ACompanhia Nacional de Abas-tecimento (Conab) vai fiscalizaras propriedades rurais benefici-adas pelo Programa de Subven-ção ao Prêmio do Seguro Rural(PSR) via governo federal. Se-rão vistoriadas cerca de 1300lavouras até o final do ano.

SRA. VERA LUCIA GIMENES DE SOU-ZA faleceu dia 12 pp na cidade de Piraci-caba, aos 67 anos de idade e era casadacom Sr. Vitório Zeffa. Era filha do Sr.Manoel Gimenes e da Sra. Izabel PaivaGimenes, ambos falecidos. Deixa aindairmãos e sobrinhos. O seu sepultamentodeu-se anteontem as 10:00 hs, saindo aurna mortuária do Velório da Saudade –Sala 03, seguindo em auto fúnebre para oCemitério Municipal da Vila Rezende,onde foi inumada em jazigo da família.(GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. JOÃO AGUINALDO DE ALMEIDAfaleceu anteontem na cidade de Piraci-caba aos 73 anos de idade e era viúvoda Sra. Maria Beatriz de Almeida. Erafilho do Sr. Orlando de Almeida e da Sra.Benedita de Almeida, ambos falecidos.Deixou os filhos: Sandro Aguinaldo deAlmeida, Anderson Regis Dias de Almei-da, Rodrigo Alexandre de Almeida e Ta-tiane Dias de Almeida. O seu sepulta-mento deu-se anteontem as 16:00 hs,no Cemitério Municipal da Vila Rezende,onde foi inumado em jazigo da família.(GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SRA. ELZA DOS SANTOS OLIVEIRAfaleceu anteontem na cidade de Piracica-ba, aos 81 anos de idade e era casadacom Sr. Aparecido Martins de Oliveira.Era filha do Sr. Argemiro Florêncio dosSantos e da Sra. Maria Angélica dos San-tos, ambos falecidos. Deixa as filhas: IvoneOliveira Baccarin, Ivete dos Santos Oli-veira e Olivia dos Santos Oliveira. Dei-xa também netos, bisnetos e demais pa-rentes. O seu sepultamento deu-se on-tem as 16:30 hs, saindo a urna mortuá-ria do Velório “A” do Cemitério Parqueda Ressurreição para a referida necró-pole, onde foi inumada em jazigo da fa-mília. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

PROFESSORA: THERESINHA DE JE-SUS SCHMIDT RIBEIRO faleceu ante-ontem na cidade de Piracicaba, aos 93anos de idade e era viúva do Sr. JoaquimRibeiro. Era filha do Sr. João ConradoSchmidt e da Sra. Rita Hebling Schmidt,ambos falecidos. Deixa as filhas: Teresi-nha Maria Ribeiro Corrêa casada com oSr. Francisco das Chagas Corrêa, Ma-ria Cecília Ribeiro Nantes casada com oSr. Carlos Alberto Leonetti e Maria Apa-recida Ribeiro Germek casada com oSr. Hermas Amaral Germek. Deixa tam-bém netos e bisnetos. O seu sepulta-mento deu-se anteontem as 16:30 hs,saindo a urna mortuária do Velório da Sau-dade – Sala 07, para o Cemitério da Sau-dade, onde foi inumada em jazigo da fa-mília. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SRA. OTILIA MARCELINO BUENO DOPRADO faleceu ontem na cidade de Pi-

racicaba, aos 88 anos de idade e eraviúva em 1º núpcias do Sr. Natalio Belat-to e casada em 2º núpcias com o Sr.José do Prado. Era filha do Sr. MarcilioFrancelino Bueno e da Sra. Josefa Mariade Oliveira, ambos falecidos. Deixa asfilhas: Cleusa Maria Bellato Gandra casa-da com Nelson Ferreira Gandra, MagaliEliana do Prado Teixeira casada com NoelPedro Teixeira, Sandra Helena do PradoBellato casada com João Alberto Bellato eMarlene de Fatima do Prado, já falecida.Deixa ainda netos e demais parentes eamigos. O seu sepultamento deu-se on-tem as 16:00 hs, no cemitério da Sauda-de, onde foi inumada em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. ANTONIO ALVES DE SOUZA fale-ceu ontem na cidade de Piracicaba, aos69 anos de idade e era casado com aSra. Marinalva da Conceição. Era filho doSr. José Alves de Souza e da Sra. Luziada Conceição, falecidos. Deixa os filhos:Ana Lucia A. de Souza, Luciano A. deSouza, Fabiano A. de Souza, Luciane A.de Souza, Gleiciano A. de Souza, Luci-neide A. de Souza, Leandro A. de Souza eCharlene A. de Souza. Deixa genros, no-ras, netos e bisnetos. O seu corpo foi trans-ladado ontem as 14:30 hs para o Cremato-rio local, onde foi realizada a Cerimônia.(GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

ENG.º JOSÉ EGIDIO AMARAL FILHOfaleceu ontem na cidade de São Paulo,aos 77 anos de idade e era casado com aProf.ª. Sonia Furlan Amaral. Era filho doSr. José Egídio Amaral e da Sra. IzolinaTomazini Amaral, falecidos. Deixou os fi-lhos: Luciana Furlan Amaral Maistro ca-sada com Marcelo Correa Maistro, Mari-ana Furlan Amaral de Matos Rocha casa-da com Carlos Roberto e Daniel FurlanAmaral casado com Debora Batelo Fur-lan. Deixa o neto: Joaquim Furlan doAmaral de Matos Rocha. O seu corpo foitransladado em auto fúnebre para a cida-de de Piracicaba e o seu sepultamentodar-se-á hoje as 10:00 hs saindo a urnamortuária do Velório “A” do Cemitério Par-que da Ressurreição para a referida necró-pole, onde será inumado em jazigo da fa-mília. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. OSMIRO GOMES DE ARAUJO fale-ceu ontem na cidade de Rio Claro, aos 86anos de idade e era filho do Sr. JanuárioGomes Araújo e da Sra. Zulmira Martins,falecidos. O seu sepultamento deu-se on-tem as 13:30 hs saindo a urna mortuária doVelório Municipal de Rio Claro seguindo parao Cemitério São João Batista naquela loca-lidade, onde foi inumado em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. RENATO APARECIDO GOES fale-ceu anteontem na cidade de São Pedro,

aos 41 anos de idade e era fi lho doSr.Sebastião Goes Sobrinho e da Sra.Joana Aparecida de Oliveira Goes. Deixairmã, sobrinha e demais parentes. O seusepultamento deu-se ontem as 14:00 hsno Cemiterio Municipal naquela localida-de, onde foi inumado em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SRA. MARIA DE LURDES VAZ LOPESfaleceu ontem na cidade de Piracicaba,aos 80 anos de idade e era viúva do Sr.Euclides Lopes. Era filha do Sr. EgídioVaz e da Sra. Francisca Izabel, falecidos.Deixa os filhos: Benedito Lopes casadocom Katia Maria S. Lopes e Cristina Apa-recida Lopes. Deixa netas. O seu corpofoi transladado em auto fúnebre para acidade de Rio das Pedras e o seu sepul-tamento dar-se-á hoje as 10:30 hs, sain-do a urna mortuária do Velório Munici-pal de Rio das Pedras seguindo para oCemitério Municipal naquela localidade,onde será inumada em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. JOSÉ ANTONIO PERETE faleceuontem na cidade de Piracicaba, aos 71anos de idade e era casado com a Sra.Maria Cicera Perete. Era filho do Sr. Anto-nio Esico Perete e da Sra. Maria Madale-na da Conceição, ambos falecidos. Dei-xa os filhos: José Carlos da Silva Peretecasado com Jane Cleide B. da Silva, Clau-dia Marcia da Silva Nascimento casadacom Josué Dias do Nascimento e Elisan-gela Perete Santos casada com CristianoG. Santos. Deixa também netos e demaisparentes e amigos. O seu sepultamentodar-se-á hoje as 10:30 hs, saindo a urnamortuária do velório Parque da Ressurrei-ção sala D, seguindo para a referida necró-pole, onde será inumado em jazigo da fa-mília. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SRA. MARIA ELOISA PAES MAGAG-NATTO faleceu dia 12 na cidade de Piraci-caba, aos 62 anos de idade e era filha do

finado Sr. Vasco Magagnatto, falecido e daSra. Hermelinda Paes Magagnatto.Deixaos filhos: Lilian Almeida Prado da Silvacasada com Flavio Fernando da Silva;Bruno Magagnatto Mariani; Enzo Magag-natto Mariani.Deixa ainda demaisparentes.O seu sepultamento deu-se dia12 as 14:00 hs, no Cemitério da Sauda-de, onde foi inumada em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

MENINO MIGUEL BISPO SILVA faleceudia 11 na cidade de Piracicaba e era filhodo Sr. Dinael Silva dos Santos e da Sra.Miriane de Santana Bispo. O se sepulta-mento deu- se dia 12 as 09:00 hs, noCemitério municipal de Vila Rezende,onde foi inumado em jazigo da família.(GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

MENINO JOSÉ ANTENOR DE OLIVEI-RA SANCHES faleceu dia 12 na cidadede Piracicaba e era filho do Sr. MuriloHenrique Sanches do Nascimento e daSra. Magna Vaniele de Oliveira Sanches.O seu sepultamento deu-se dia 12 as10:30 hs, saindo a urna mortuária do Ve-lório do Cemitério de Vila Rezende, sala01, seguindo para a referida necrópole,onde foi inumado em jazigo da família.(GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. JOSE RIBEIRO SOBRINHO fale-ceu dia 11 na cidade de Bragança Pau-lista aos 78 anos de idade e era viúvoda Sra. Maria José de Oliveira Ribeiro.Era filho do Sr. Sabino Ribeiro e da Sra.Maria Sartori, ambos falecidos. Deixouos fi lhos: Angélica Aparecida RibeiroFranco casada com Wolney de JesusFranco e José Ribeiro Júnior. Deixa tam-bém 01 neto. O seu corpo foi transladadopara esta cidade e o seu sepultamentodeu-se dia 12 as 17:00 hs, saindo a urnamortuária do Velório da Saudade – sala07, seguindo para o Cemitério da Sauda-de, onde foi inumado em jazigo da famí-lia. (GRUPO BOM JESUS FUNERAIS)

SR. NELSON GEA MARGONATTO fale-ceu dia 12 p.p., nesta cidade, contava 66anos, filho dos finados Sr. Nelson Margo-natto e da Sra. Madalena Gea Margonat-to, era casado com a Sra. RosemaryMello Gregor Margonatto, deixa a filha:Flora Gregor Margonatto. Deixa netos, de-mais parentes e amigos. Sua Cerimônia deCremação foi realizada dia 12 p.p. às 18h00no Crematório Unidas de Piracicaba - SP.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. NEIDE DE OLIVEIRA DORTA fa-leceu dia 12 p.p., nesta cidade, conta-va 90 anos, filha dos finados Sr. Joa-quim de Oliveira Dorta e da Sra. MauraPinna Dorta, era viuva do Sr. Diogenesde Oliveira Dorta, deixa o filho: Antoniode Oliveira Dorta casado com a Sra.Juliana de Carvalho Oliveira Dorta. Dei-xa netos, bisnetas, demais parentes eamigos. Seu sepultamento foi realizadodia 13 p.p. às 09h00 no Cemitério Muni-cipal da Saudade em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. JOSEFA SEUVA DE JESUS fale-ceu dia 12 p.p. nesta cidade, contava 73anos, filha da Sra. Maria Laudelina dosSantos, já falecida, deixa os filhos: Ma-noel Messias dos Santos; José Givaldodos Santos; José Ailton dos Santos; Eri-naldo dos Santos, casado com a Sra.Maria do Carmo dos Santos; Maria Le-naide dos Santos, casada com o Sr. Ce-nilo Souza Aguiar; Everaldo dos Santos,casado com a Sra. Gilvania Bispo dosSantos; Shirle dos Santos, casada com oSr. Egidio Adalto Quadrado Martins; Ma-ria Lucia dos Santos Silva, viúva do Sr.José Augusto dos Santos Silva; Mauriliodos Santos e José Edivaldo dos Santos.Deixa netos, bisnetos, demais parentes eamigos. Seu sepultamento foi realizadoanteontem às 10h00 no Cemitério Munici-pal da Vila Rezende em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. VITALINA MAXIMIANA DA SIL-VA FELIPE faleceu anteontem, nesta ci-dade, contava 88 anos, filha dos finadosSr. Higino Januario da Silva e da Sra.Francisca Maximiana, era viúva do Sr.Francisco Elias Felipe. Deixa parentese amigos. Seu Sepultamento foi realiza-do anteontem às 09h30 no Cemitério Mu-nicipal da Saudade em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. GENY AZEVEDO DETONI fale-ceu anteontem, nesta cidade, contava95 anos, filha dos finados, Sr. Arthur Aze-vedo e da Sra. Georgia Vieira Azevedo,era viúva do Sr. Domingos Detoni, deixaas filhas: Valdete Sueli Azevedo Detonee Vadinea Detoni Corbini, casada com oSr. Lazaro Corbini. Deixa netos, bisne-tos, tataranetos, demais parentes e ami-gos. Seu sepultamento foi realizado an-teontem às 13h00 no Cemitério Munici-pal da Saudade em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. IZULINA FERREIRA Faleceu dia12 p.p. na cidade de Rio das Pedras/SP, contava 80 anos, filha da Sra. Ma-ria Ferreira, já falecida, era viúva doSr. Julio Rodrigues da Silveira. Deixademais parentes e amigos. Seu sepul-tamento foi realizado anteontem às 11h00no Cemitério Parque da Paz em Riodas Pedras / SP em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. CRISTIANO GOZZER faleceu dia12 p.p. nesta cidade, contava 33 anos,

filho do Sr. Braz Antonio Aparecido Go-zzer e da Sra. Maria Antonia Pereirade Campos, era casado com a Sra.Camila Rafaela Cipriani. Deixa demaisparentes e amigos. Seu sepultamentofoi realizado anteontem, tendo saído oféretro às 16h00 do Velório Municipaldo Cemitério de Rio das Pedras/SP,para o Cemitério Parque da Paz emRio das Pedras/SP em jazigo da famí-lia. ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. DOMINGOS CARLOS DA SILVAGOIS faleceu anteontem, nesta cidade,contava 59 anos, filho do Sr. Jose daSilva Gois, já falecido e da Sra. Mariade Lourdes Gois, era casado com aSra. Marl i de Fatima Salvador Gois;deixa os fi lhos: Grazielle Cristine daSilva Gois, casada com o Sr. AndersonAp. Alves e Thiago da Silva Gois, ca-sado com a Sra. Ana Claudia MiorinRodrigues. Deixa netos, demais paren-tes e amigos. Seu sepultamento foi rea-lizado ontem, tendo saído o féretro às10h30 da sala “C” do Velório do Cemi-tério Parque da Ressurreição, para areferida necrópole em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. EDIVALDO ANTONIO DA SILVAfaleceu anteontem, nesta cidade, contava55 anos, filho do Sr. Torquato Antonio daSilva e da Sra. Nirse Aparecida da Silva,era casado com a Sra. Rosa Maria An-dreoni da Silva, deixa os filhos: FelipeAndreoni da Silva e Rafaela Andreoni daSilva. Deixa demais parentes e amigos.Seu sepultamento foi realizado anteontem,tendo saído o féretro às 17h00 do Velórioda Saudade sala 08, para o CemitérioMunicipal da Saudade em jazigo da famí-lia. ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. ROBERTO BORGES DOS SAN-TOS faleceu anteontem, nesta cidade,contava 63 anos, filho dos finados Sr.Pedro Borges dos Santos e da Sra. Ca-tarina Penteado dos Santos, era casadocom a Sra. Maria Aparecida DonizettiBarbetta dos Santos; deixa as filhas: ElenRoberta Aparecida dos Santos Ribeirode Melo; Erica Aparecida de Fátima dosSantos e Elisangela Carolina Aparecidados Santos, deixa netas, demais paren-tes e amigos. Seu sepultamento foi rea-lizado ontem, tendo saído o féretro às10h30 da sala 01 do Velório Municipaldo Cemitério da Vila Rezende, para areferida necrópole, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. IZABEL DIONESIA DE JESUSSILVA faleceu anteontem, na cidade deSão Pedro/SP, contava 81 anos, filha dosfinados Sr. Ernesto Roque da Silva e daSra. Elisa Dionesia de Jesus, era viúvado Sr. João Ana da Silva; deixa os filhos:Maria Aparecida da Silva e João Batistada Silva, casado com a Sra. Maria Mar-garete dos Santos. Deixa netos, bisnetos,demais parentes e amigos. Seu sepulta-mento foi realizado ontem, tendo saídoo féretro às 10h00 do Velório Municipalde São Pedro/SP, para o Cemitério Par-que São Pedro/SP em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. OLGA DE FATIMA EIRÃO LOM-BARDI faleceu anteontem, nesta cida-de, contava 63 anos, filha dos finadosSr. Antonio Eirão e da Sra. EdezolinaBertolina, era casada com o Sr. AntonioValdir Lombardi; deixa os filhos: Cristia-no Roneval Lombardi, casado com a Sra.Alessandra D. Bento Lombardi e Thaia-

ne Grazielli Lombardi, casada com o Sr.Fernando Jardim dos Santos. Deixa ne-tos, demais parentes e amigos. Seu se-pultamento foi realizado ontem, tendo sa-ído o féretro às 13h00 do Velório do Cemi-tério Municipal de Charqueada/SP, para areferida necrópole em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. EDENIR DE MORAIS faleceu an-teontem, nesta c idade, contava 44anos, fi lho dos finados Sr. SebastiãoMartins de Moraes e da Sra. Salvado-ra Thiago de Moraes. Deixa a filha: Elo-isa de Moraes; demais parentes e ami-gos. Seu sepultamento foi realizado on-tem às 09h30 no Cemitério Municipalda Vila Rezende, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. APARECIDA FRANCO DA SIL-VA faleceu anteontem, nesta cidade,contava 65 anos, filha dos finados Sr.Gabriel Franco e da Sra. Rosalia Fran-co, era casada com o Sr. Jose Moreirada Silva; deixa os filhos: Luiz CarlosMoreira da Silva, casado com a Sra.Eva Ap. de Oliveira Silva; Odair JoseMoreira da Silva, casado com a Sra.Claudete Correa Leite Silva e Luis Fer-nando Moreira da Silva, casado com aSra. Sandra Cristina da Silva. Deixa ne-tos, bisnetos, demais parentes e amigos.Seu sepultamento foi realizado ontem, ten-do saído o féretro às 14h00 do Velório doCemitério Municipal da Vila Rezende,sala 02 para o Cemitério Municipal deIracemapolis/SP, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. ANTONIO JESUINO CORREA fa-leceu anteontem, nesta cidade, contava72 anos, filho dos finados Sr. Alfredo Je-suino Correa e da Sra. Benta RamilliaSeverino, era casado com a Sra. MariaEdena Monteiro Correa; deixa os filhos:Claudemir Jesuino Correa, casado coma Sra. Lucimara Lopes Correa; CarlosAlexandre Jesuino Correa, casado coma Sra. Rosineusa dos Anjos Correa; Ro-simeire Aparecida Jesuino Correa, ca-sada com o Sr. Juliano Pedro da Silva eVitor Roque Jesuino Correa, casado coma Sra. Roseli Aparecida Leite Correa.Deixa netos, bisnetos, demais parentese amigos. Seu sepultamento foi realiza-do ontem às 10h00 no Cemitério Munici-pal da Saudade, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. ANTONIO CARLOS BACHEGAfaleceu ontem, na cidade de Rio dasPedras/SP, contava 49 anos, filho dosfinados Sr. Antonio Bachega e da Sr.Maria Luzia Calsavara Bachega ; eracasado com a Sra. Patricia AparecidaRoncato Bachega; deixa a filha: Caroli-na Bachega. Deixa neto, demais paren-tes e amigos. Seu sepultamento foi rea-lizado ontem, tendo saído o féretro às10h00 do Velório do Cemitério Munici-pal de Rio das Pedras/SP para a refe-rida necrópole, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. AMANDO EPAMINONDAS ROGE-RIO NETO faleceu ontem, nesta cidade,contava 73 anos, filho dos finados Sr.Jose Epaminondas Rogerio Filho e daSra. Nair Cavalcante Rogerio, era casa-do com a Sra. Liete Santina Locatti Ro-gerio. Deixa filhos, demais parentes eamigos. Seu sepultamento foi realizadoontem ás16h00 no Cemitério Municipalda Vila Rezende, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SR. JOSE ISRAEL NETO faleceu on-tem, nesta cidade, contava 86 anos,filho dos finados Sr. Sutero Israel Filhoe da Sra. Zulmira da Conceição Israel,era casado com a Sra. Luzia de SouzaIsrael, deixa o filho: Valter Israel. Deixanetos, bisnetos,demais parentes e ami-gos. Seu sepultamento será realizadohoje, saindo o féretro às 10h00 do Veló-rio do Cemitério Pauliceia de São Ber-nado do Campo/SP, em jazigo da famí-lia. ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. ANA MARIA BEZERRA faleceuontem, nesta cidade, contava 83 anos,filha dos finados Sr. Jose Alves Bezer-ra e da Sra. Maria Licor da Conceição,deixa os filhos: Amilton Honorio da Sil-va, casado com a Sra. Leonora da Sil-va; Francinete da Silva Oliveira, casa-da com o Sr. José Serafim de Oliveira;Zumira Honorio da Silva; Maria LuciaHonorio da Silva, casada com o Sr. JoseAilton de Oliveira; Antonio Bezerra daSilva, casado com a Sra. Veronica daSilva; Dilma Honorio da Silva, viúva doSr. João Donizete Vieira; José Apareci-do da Silva, casado com a Sra. Lucile-ne Silva; Nilza Honorio da Silva, casa-da com o Sr. Claudemir Antonio Rossi;Jorge Honorio da Silva; Angeli Bezerrada Silva; João Bezerra da Silva, casa-do com a Sra. Lucilene de Campos Sil-va; Jorge Aparecido da Silva, já faleci-do e Donato Bezerra da Silva, já faleci-do, deixando viúva a Sra. Rosaria An-gela do Carmo. Deixa netos, bisnetos,irmãos, cunhados, sobrinhos, demaisparentes e amigos. Seu sepultamentoserá realizado hoje, saindo o féretro às10h30 da sala “01” do Velório do Cemi-tério Municipal da Vila Rezende, para areferida necrópole em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS.

SRA. ZULMIRA BUSO DE CAMPOSPENTEADO faleceu dia 11, na cidadede São Carlos/SP, contava 68 anos,filha dos finados Sr. Henrique Buso e daSra. Francisca Pascua Buso, era viú-va do Sr. Jonas de Campos Penteado;deixa os filhos: Rosemeire de CamposSoares, casada com o Sr. Marcio San-tos Soares; Carlos Alberto Penteado;Debora Cristina Penteado Seguro, casa-da com o Sr. Lindolfo Valverde Seguro eAline Cristina Penteado, casada com oSr. Claudio Fazanaro da Rocha. Deixanetos, demais parentes e amigos. Seusepultamento foi realizado dia 12, tendosaído o féretro às 10h00 do Velório daSaudade, sala 02 para o Cemitério Muni-cipal da Saudade, em jazigo da família.ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS

SR. VITORIO GUION FILHO faleceudia 11, na cidade de Rio das Pedras/SP, contava 67 anos, filho dos finadosSr.Vitorio Guion e da Sra. Maria Leonar-deli Guion; deixa demais parentes e ami-gos. Seu sepultamento foi realizado dia12 às 14h00 no Cemitério Municipal deRio das Pedras/SP, em jazigo da famí-lia. ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS

SR. RICCARDO BONOMETTI Faleceudia 12, nesta cidade, contava 76 anos,filho dos finados Sr. Cesare Bonometti eda Sra. Cesarina Bonometti; era casadocom a Sra. Maria Ines Alves dos SantosBonometti. Deixa demais parentes e ami-gos. Seu sepultamento foi realizado dia12 às 17h00, tendo saído o féretro do Ve-lório Municipal da Vila Rezende sala 01para a referida necrópole em jazigo dafamília. ABIL GRUPO UNIDAS FUNERAIS

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A8A Tribuna Piracicabana

Terça-feira, 15 de setembro de 2020

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ThalesCastanhode Andrade,mais vivodo quenunca,130 anosdepois

Com as recordações dos seus admirado-res bem mais jovens – em torno dos 60 a80 anos –, com reconhecimento de nomesde escolas, de ruas e avenidas, com as ho-menagens de entidades como a AcademiaPiracicabana de Letras (APL), apoio do Ins-tituto Histórico e Geográfico de Piracica-ba, mais entidades que surgem para reedi-ção dos seus livros como a de seus Ami-gos, Thales Castanho de Andrade – o bele-trista de Piracicaba – está mais vivo do quenunca. Hoje, ele completaria 130 anos denascimento, e uma homenagem especiallhe será prestada pela APL na sede da en-tidade, que fica no Instituto Beatriz Algo-doal (IBA). Jornais fazem edições especi-ais, como A Tribuna Piracicabana – cujafamília o recebeu pela última vez, em 11de março de 1972, na “visita à minha ter-ra”, na rua Rosário, 848, em almoço es-pecial, com arroz, tutu de feijão, ovo frito,carne de porco e couve refogada –, emseu Caderno Especial de oito páginas.

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S2Caderno Especial Thales Castanho de Andrade

Terça-feira, 15 de setembro de 2020A Tribuna Piracicabana

Academia Piracicabanade Letras faz homenagema Thales de AndradeA APL, com apoio do IHGP, do IBA e de várias entidades culturais, enaltecemos 130 anos de nascimento do autor de Saudade, Tales Castanho de Andrade

Thales: “humano,demasiado humano”

Cecílio Elias Netto

Não me ocorrera antes, mas,agora, parece-me apreen-der – talvez, mais lucida-

mente – a agridoçura do livro“Saudade”, de Thales de Andra-de. Pois é saudade o que estou sen-tindo. Uma estranha e esquisitasaudade. Dele, saudade dele. DeThales Castanho de Andrade.

Na verdade, não consigo de-fini-la nem a mim mesmo. Ela, asaudade, veio devagar, de mansi-nho. Percebi-a dois dias após oEvaldo Vicente convidar-me aparticipar desta homenagem aThales. Pelos seus 130 anos deexistência. Pois, embora em ou-tra dimensão, Thales de Andra-de, o professor Thales, o escritorThales – o Thales que me impul-sionou à vida literária – esse Tha-les existe. Cada vez mais, como seprisioneiro ou refém da História.

Não ouso dizer esteja sendo opassado a renascer das cinzas. Éalgo mais concreto, mais real. Nes-tas horas, sinto ter entendido – eespero assim o seja – Thales deAndrade não ser, para mim, tãosomente essa notável personalida-de histórica, mas uma força mui-to além disso: ele é parte fundantede minha vida profissional. Comonão o seria, se, nessa já longa es-trada, Thales de Andrade esteveentre os que mais segurança mederam, quase que lançando-meabruptamente nessa misteriosa,fascinante, imprevisível aventura?

Foi aos meus 17 anos. (Ah!“Volver a los 17” – como já ocantara a incomparável Merce-des Sosa.) Numa certa tarde,João Chiarini – sempre ele, ines-quecível João – foi à nossa casaà minha procura. Acompanha-va-se de um intelectual de Ta-tuí, de nome Paulo, coordena-dor, então, da Semana Paulo Se-túbal naquela cidade. Eles con-vidavam o jovem estudante –então, recém-saído do curso co-legial – para ser um dos pales-trantes das solenidades daqueleano. E, em ar desafiador, disse-ram-me: “Você irá proferir a pales-tra na mesma noite da fala de Tha-les de Andrade”. Falar em público,ao lado de Thales? Quis fugir.

Naquele mesmo momento,recebemos a visita de meu ex-professor de literatura e de lín-guas, o então padre EduardoAffonso. A casa de meus pais eracomo um quintal sem muros,portas abertas aos amigos, vizi-nhos e, até mesmo, a estranhos.Morávamos no coração de Pira-

cicaba e era quase um hábito daspessoas “ir tomar um cafezinhona casa de Dona Amélia e SeoTuffi”. Meu professor entusias-mou-se e bradou: “Ele (eu) irá,sim. E tenho o tema para ele de-senvolver: “As reticências dePaulo Setúbal!” Reticências...Uma quase criança tentar deci-frar o que Paulo Setúbal deixaraoculto em alma e coração, resu-mido a misteriosas reticências?

Jamais saberei se foi coragem,audácia, atrevimento ou irrespon-sabilidade juvenil. O fato é quepreparei a palestra e lá me vi leva-do a Tatuí. No mesmo carro quetransportava o Mestre Thales deAndrade. Não falei palavra duran-te a breve viagem. Tive medo, comose, por fim, desperto para a minhaimprudência. O fato é que umaforça inexplicável me moveu aofazer o discurso, o público incen-diou-se, os aplausos prolongaram-se e me vi aturdido, apalermado.Era como se o vulcão represadodentro de mim tivesse explodido,esvaziando-se e esvaziando-me.

Foi, então, que aconteceu anobreza, a grandeza, a realeza deespírito daquele já idoso senhor,do escritor consagrado, do pionei-ro da literatura infantil brasileira,de nome Thales Castanho de An-drade. Pois, ao se anunciar o seudiscurso, ele se levantou pachor-renta e serenamente como era deseu feitio, cumprimentou o públi-co e apenas informou: “Depois doque ouvimos desse moço, eu nadamais tenho a falar.” Olhou-me nãosei se com ternura se cumplicida-de e sentou-se. O público ovacio-nou-o. Todos compreenderam que,naquele momento, era a alma pa-terna, humana, generosa, com-passiva de Thales de Andradeabrindo-se para agasalhar, em pro-teção, um jovenzinho iniciante.

Era o Thales revelando-secomo realmente sempre foi: “hu-mano, demasiado humano”.Como não lhe render graças?

———Cecílio Elias Netto, es-critor, jornalista, de-cano da imprensa pi-r a c i c a b a n a ; e - m a i l :[email protected]

O professorO professorO professorO professorO professorThales, o escritorThales, o escritorThales, o escritorThales, o escritorThales, o escritorThales – oThales – oThales – oThales – oThales – oThales que meThales que meThales que meThales que meThales que meimpulsionou à vidaimpulsionou à vidaimpulsionou à vidaimpulsionou à vidaimpulsionou à vidaliterária – esseliterária – esseliterária – esseliterária – esseliterária – esseThales existeThales existeThales existeThales existeThales existe

Diploma que será entregue a Tiago Guarnieri Betti

Fotos: Divulgação/APL

Considerado o pai da li-teratura infanto-juvenil, opiracicabano Thales Casta-nho de Andrade terá seus130 anos de nascimento lem-brados pela Academia Pira-cicabana de Letras. Neste dia15 de setembro, às 16h, datade nascimento do escritor,uma solenidade restrita apoucos convidados, devido àsorientações diante da pande-mia do coronavírus, será rea-lizada para lembrar a data.

Segundo Vitor Pires Ven-covsky, presidente da enti-

dade, nesta ocasião será re-lançado o site em homena-gem aos 130 anos de Thales,o qual pode ser acessadopelo endereço thalesdean-drade. com.br. Neste, estãoos principais fatos da vida doescritor, apresentados atra-vés de fotografias, registroshistóricos, reportagens dejornais e revistas além deobras por ele publicadas.

A solenidade ocorre nasede da Academia Piracica-bana de Letras, que fica nasala Thales Castanho de An-

Thales e oBem-Te-Vi-Feiticeiro

Carlinhos Gonçalves

Estudei no Grupo MoraesBarros palco de minha educação e fantasias e

brinquei no seu jardim encan-tado, com árvores frondosas,frutas e arbustos gigantes, pal-co das nossas fantasias, tira-das dos gibis que comprávamose trocávamos na porta do Ze-lão (Cine Teatro São José).

Existia — e ainda existe —na frente da porta do Grupo,próximo à rua Alferes, um bus-to de Tales. Quem era Tales Cas-tanho de Andrade, nascido em15 de setembro de 1890, donodaquela cabeça que já fora debronze e que, um dia, por cobi-ça e ganância, foi roubada?Algo que muito me intrigava eraque o sobrenome escrito embai-xo daquela cabeça era igual aoda fábrica de bebidas Andra-de, que se localizava em frenteao jardim do grupo, no outrolado da rua. Um mistério quefomos desvendar na casa doilustre morador do bairro (ruaAlferes esquina com a rua Re-gente Feijó); professor JoãoChiarini, que nos esclareceucom uma aula de cultura sobreThales e família. Então soube-mos que a fábrica de bebidascom o mesmo sobrenome doilustre escritor, e que nos delici-ava cotidianamente com os maisinterioranos dos refrigerantes,Gengibirra e Etubaína, tinhasido de seu parente próximo.

Thales foi o primeiro escri-tor de história infantil da nossacidade e um dos primeiros doBrasil. Escreveu obras geniaiscomo El-Rei Dom Sapo, Fim doMundo e A filha da floresta.

Aquele espaço era nosso pe-dacinho de chão e, com certe-za, muitas histórias daquelelugar ainda contarei. Como di-zia o poeta Manoel de Barros:“Sou hoje um caçador de acha-douros de infância” vou procu-rando e escarafunchando nofundo de minha mente fragmen-tos do menino que fui um dia”.

Agora fechem os olhos, fi-quem em silêncio, e ouçam: ládo jardim encantado do GrupoMoraes Barros, vem um cantosaudoso do “Bem-te-vi feiticei-ro”, em comemoração aos 130anos do nascimento da “MaiorCriança Grande do Brasil”, naexpressão de João Chiarini.

———João Carlos TeixeiraGonçalves (CarlinhosGonçalves), professorde comunicação, dire-tor do Instituto Gonçal-ves – palestras e cursos;colaborador da Tribuna

O professor JoãoO professor JoãoO professor JoãoO professor JoãoO professor JoãoChiarini nosChiarini nosChiarini nosChiarini nosChiarini nosesclareceu, comesclareceu, comesclareceu, comesclareceu, comesclareceu, comuma aula deuma aula deuma aula deuma aula deuma aula decultura, sobrecultura, sobrecultura, sobrecultura, sobrecultura, sobreThales e famíliaThales e famíliaThales e famíliaThales e famíliaThales e família

drade, instalações do Insti-tuto Beatriz Algodoal. Nestemesmo local, numa data ain-da a ser definida, será reali-zada a inauguração do bustode Thales Castanho de Andra-de, que foi recentemente res-taurado pelo artista MarcoCavallari. A obra original foifeita pelo escultor Luiz Mor-rone em terracota e bronze.

Encerrando o evento, aAcademia entregará a trêsjovens o Diploma de Reco-nhecimento Cultural pela de-dicação à leitura e propaga-

ção da escrita. Receberão ahomenagem Ana Clara deNegri Kantovitz (ilustradorados livros), Tiago GuarnieriBetti (de apenas 10 anos eque já leu, conforme repor-tagem da Gazeta de Piraci-caba, cerca de 1.740 livros, evem produzindo um livrodurante a pandemia) e Hei-tor Barbosa Previtalli assí-duo frequentador da Biblio-teca Municipal). O evento po-derá ser acompanhado ao vivopela fan page facebook. com/academiapiracicabanadeletras .

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S3Caderno Especial Thales Castanho de AndradeTerça-feira, 15 de setembro de 2020 A Tribuna Piracicabana

Minhas lembranças de Thales de AndradeTive o privilégioTive o privilégioTive o privilégioTive o privilégioTive o privilégioraro de conhecerraro de conhecerraro de conhecerraro de conhecerraro de conhecerpessoalmentepessoalmentepessoalmentepessoalmentepessoalmenteesse ilustreesse ilustreesse ilustreesse ilustreesse ilustrepiracicabano, quepiracicabano, quepiracicabano, quepiracicabano, quepiracicabano, quededicou toda adedicou toda adedicou toda adedicou toda adedicou toda asua vida à causasua vida à causasua vida à causasua vida à causasua vida à causada educaçãoda educaçãoda educaçãoda educaçãoda educação

Antonio Messias Galdino

O conhecido e festejado escritor piracicabanoThales Castanho de

Andrade, que comemora 130anos de nascimento e cujamemória vem sendo alvo deexpressivas homenagens dasinstituições culturais da cida-de, deixou como legado umacervo enorme de livros vol-tados, de modo especial àscrianças, cuja lembrançapermanecesse inesquecível.

Tive o privilégio raro deconhecer pessoalmenteesse ilustre piracicabano,que dedicou toda a suavida à causa da educação,mostrando que a mente in-fantil é o melhor terrenopara, nele, serem lançadasas sementes da bondade,do amor, da tolerância, dasolidariedade, do civismo,do patriotismo e respeitopara com a natureza.

Iniciava-se o ano de1957, quando fui admitidoa trabalhar no nosso queri-do e centenário Jornal dePiracicaba, como revisor,após concorrer com diver-sos pretendentes, em umteste realizado pelo própriodiretor, o saudoso médico ecompetente jornalista Dr.Fortunato Losso Netto.

Conhecia Thales deAndrade de nome e da lei-tura de alguns dos seus li-vros, mas a figura huma-na impressionou-me. Es-tatura mediana, cheio decorpo, rosto risonho, sem-blante sereno, andar com-passado, adentrava o lon-go corredor que levava àsala da redação do “Jor-nal” , que funcionava, àépoca, na Rua Morais Barros.

Sentava-se na poltrona

ali existente e punha-se aconversar com o RedatorChefe, Severiano AlbertoFerraz Fi lho, apel idado“Nenê”. A mesa da revisãoficava no canto da sala e,de lá, era possível ouvir,por vezes, alguns trechosda conversa. Thales erauma simpatia. Teria, nes-sa época, pouco mais desessenta anos e já haviaocupado diversos e impor-tantes cargos na área daEducação do Estado. Sen-tava-se às vezes na mesade revisão e conversavaconosco – éramos dois;revisor e acompanhante –perguntava do serviço, oque estudávamos, em queescola, que profissão pre-tendíamos seguir . Suasimpatia era contagiante.

A redação do “Jornal”era ponto de encontro dosintelectuais da cidade. Por lápassavam os professores Ar-chimedes Dutra, DemósthesSantos Correa, Benedicto deAndrade, Joaquim do Mar-co, Pedro Krahenbuhl,Newton de Mello, autor doHino de Piracicaba, Cate-dráticos da “Luiz de Quei-roz”, e outras figuras impor-tantes da vida cultural dacidade. A redação do “Jor-nal” era ponto de passagemobrigatória dos intelectuaise acadêmicos da cidade na-queles tempos. Thales deAndrade não fazia exceção.

*****

No entanto, conhecen-do os livros de Thales deAndrade, seu carisma, po-demos entender agora,passados mais de 50 anos,a importância de sua obravoltada para a formação A Filha da Floresta, uma das obras de Thales, em defesa do meio ambiente

infantil. Seu culto à natu-reza, sua defesa intransi-gente ao meio ambiente,aos animais, à flora e à fau-na. Foi o pioneiro dos cha-mados ambientalistas dehoje, pois há mais de cemanos já tinha a preocupaçãocom a proteção do eco sis-tema. Seus livros o dizem.

De maneira simples, afá-vel, mas firme, mostrava osperigos que rondavam natu-reza, com queimadas, polui-ção dos cursos d’água, ten-tando incutir nas criançasuma consciência ecológica, oamor e defesa das plantas edos animais. Os grandes cri-mes ecológicos cometidospela humanidade durante oséculo XX, em nome do pro-gresso, do desenvolvimento,e do lucro, não teriam ocor-rido, se as lições deixadaspelo mestre Thales de An-drade pudessem ser esten-didas através do planeta.

Thales, o piracicabanovisionário, merece de todosnós o carinho, a compreen-são e o respeito, pois ele plan-tou, no coração de milharesde crianças, a semente doamor às coisas da natureza.

Ao mestre Thales , aminha singela homenageme imorredoura gratidão.

———A n t o n i o M e s s i a sGaldino, advogadoe jornalista

FOTO ESPECIALMaria de Lourdes (14.03), Ruth(31.10), Dorival (05.09), Lucila(11.07), José César (23.03), MariaCecília (31.07) e Luiz Roberto(08.07) — uma homenagem espe-cial de A Tribuna Piracicabana —,filhos de Dorival Piedade e da pro-fessora Maria José Sampaio Pieda-de. E vão alguns trocadilhos que,com a ajuda da irmã mais velha,nossa colaboradora, sintetiza essegrupo: sete nascemos, sete aindasomos, muito abençoados, todosos sete! Sete “filhotes” bem nas-cidos, no mesmo “ninho de amor”.E uma conclusão maravilhosa:“Segundo nossos pais, fomos ossete dons do Espírito Santo emsuas vidas, suas sete harmonio-sas notas musicais”. Deus sempreos ouviu e, assim, “somos felizes”,afirmam os sete, a uma só voz.

Divulgação

Álbum de Família

Apoio cultural

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S4Caderno Especial Thales Castanho de Andrade

Terça-feira, 15 de setembro de 2020A Tribuna Piracicabana

Thales de Andrade, entre a pedagogia e a políticaSuas atividadesSuas atividadesSuas atividadesSuas atividadesSuas atividadesliterárias,literárias,literárias,literárias,literárias,pedagógicas epedagógicas epedagógicas epedagógicas epedagógicas epolíticaspolíticaspolíticaspolíticaspolíticasandaram sempreandaram sempreandaram sempreandaram sempreandaram semprelado a lado, selado a lado, selado a lado, selado a lado, selado a lado, seentrecruzando, seentrecruzando, seentrecruzando, seentrecruzando, seentrecruzando, seinterpenetrandointerpenetrandointerpenetrandointerpenetrandointerpenetrando( . . . )( . . . )( . . . )( . . . )( . . . )

Alexandre BragionJosiane Maria de Souza

Tendo uma especial re-levância entre os escri-tores de literatura in-

fantil e juvenil no Brasil, o pi-racicabano Thales Castanhode Andrade produziu uma li-teratura que teve grande re-percussão por mais de qua-renta anos no país – especi-almente entre as décadas de20 a 60 –, uma vez que seuslivros, publicados pela Edi-tora Melhoramentos, e pos-teriormente pela Compa-nhia Editora Nacional, eramdistribuídos nas escolas pú-blicas. Sua obra, se reconhe-cida como pedagógica e pio-neira pelas temáticas queabordava, também se des-cortina como pertencente aocenário e à ideologia que en-tão fomentavam no Estadode São Paulo um caráter po-lítico aderente às forças re-publicanas nacionalistas.

No plano da literaturapedagógica, ao produzir umaobra literária voltada para asquestões educacionais, Tha-les abordava aspectos taiscomo a devastação das ma-tas e o incentivo ao reflores-tamento, defesa dos animaisúteis à lavoura, proteção àsaves, o combate à saúva en-tre outros. Seus textos alia-vam assim uma preocupaçãocom as questões educacio-nais, ecológicas e regionais –podendo ele ser considerado

um pioneiro na literatura in-fanto-juvenil por tratar deassuntos como a ecologia en-quanto isso ainda não eratema de debates. Nesse sen-tido, Thales inicia tambémuma vertente dentro da lite-ratura infantil brasileira,que é a do Brasil rural.

A esse respeito, NellyNovaes Coelho, em seu livroPanorama histórico da lite-ratura infantil/juvenil, assi-nala que “a grande novidadesurgida após Através do Bra-sil, de Olavo Bilac, foi a no-vela Saudade, de Thales Cas-tanho de Andrade, publica-da pela Secretaria da Agri-cultura do Estado de São Pau-lo (com tiragem inicial de 15mil exemplares), em 1919.Com ela abre-se um caminhoque vai ser dos mais trilha-dos pela literatura didáticadaí em diante: o rural.” Namesma trilha, o caráter pe-dagógico-ruralista da obrade Thales é também eviden-ciado pelo escritor MonteiroLobato quando do lança-mento do livro Saudade, aoafirmar que o livro do autorpiracicabano “é para a infân-cia das escolas” e “ que cainossos meios pedagógicoscom o fulgor de um raio.”

Em artigo publicadonesta mesma Tribuna, em 4de novembro de 1997, HugoPedro Carradore nos infor-mava também que o próprioThales encarnava em sua fi-gura o papel de um grande

educador – sendo parte desua vida e trajetória dedica-da plenamente ao universodas escolas, uma vez que“Thales foi professor da Es-cola Isolada Rural da Esta-ção Banharão, município deJaú; adjunto do Grupo Esco-lar Porto Ferreira; adjuntodo Grupo Escolar Modelo,anexo à Escola Normal Ofici-al de Piracicaba.”. Aindasegundo Carradore, “naárea do Magistério, Thalesfoi inspetor técnico de Ensi-no rural e assistente técnicodo Ensino Rural. (...)” Porfim, Hugor Pedro Carrado-re destaca no referido arti-go que “Thales foi tambémdiretor geral do Departa-mento de Educação do Esta-do de São Paulo, chegando aser Secretário da Educaçãodo Estado de São Paulo.”

A biografia posta pelo fol-clorista piracicabano noschama a atenção, todavia (epara além da observação deque Thales era – de fato – umhomem dedicado ao ensino)para o lado político do traba-lho do escritor, uma vez queThales, como nos conta Car-radore, foi Secretário daEducação do Estado de SãoPaulo e – para além do que nosconta o folclorista – foi tam-bém fiel signatário da fun-dação do antigo PRP, o Par-tido Republicano Paulista.

Por demonstrar em seuslivros uma incansável preo-cupação com os valores do

universo rural – deixando-se entrever que sua obraagradava, nessa fusão en-tre pedagogia e política,em muito ao poder consti-tuído da época –, Thales pas-sa, então, a receber elogiosde grandes figuras do cená-rio político nacional e inter-nacional. Por exemplo, opresidente WashingtonLuiz de Souza chegou a afir-mar que “nomeando o jo-vem e brilhante paulistaprof. Thales Castanho deAndrade para catedráticode História da Civilização edo Brasil da escola Oficial dePiracicaba, amplio a esferade sua patriótica ação juntoà infância e à juventude”.

Na seara da pedagogia eda política, vemos que tam-bém o Governador Arman-do de Salles Oliveira reve-lou publicamente, em jornalda época, que estava “satis-feito por ter nomeado Tha-les de Andrade Diretor daEscola Normal de Piracica-ba, sua terra natal”, pois“ele é digno desse cargo e decargos mais elevados” dapolítica nacional. Tambémno mesmo sentido, em 1959,quando do aniversário de 40anos da publicação do seulivro mais conhecido (Sau-dade), o senador Auro deMoura Andrade relatou –em pedido de moção apro-vado pelo Senado – que oreferido livro “tem servidoà instrução brasileira,” sen-

do “adotado pelas escolas”e “principalmente, vem en-sinado à infância brasileiraas mais generosas, belas ecívicas lições de amor à vidarural, de respeito pelos ho-mens do campo e de orgu-lho pela nacionalidade” –sendo que “a escolinha rural,descrita por Thales de An-drade, é como um santuáriodominado pelo espírito daPátria”, completa o senador.

Fica claro, portanto, queThales – muito para além dodestaque que dá à vida ruralem seus livros – é elogiadopela ideia de nacionalidadeque neles veicula. Isto é, nomomento em que o Brasil ur-bano começa a se desenvol-ver, a obra de Thales é vistacomo um evangelho ruralis-ta capaz de ensinar à criançao que é a pátria – sendo esseaspecto (a fusão entre litera-tura, pedagogia e política)um dos mais intrigantes e ar-riscados a ser trilhado porThales ao longo de sua vida eobra, e pelos estudiosos quequerem se debruçar sobre

esses textos sem a vendanostálgica do bairrismoamoroso a encobrir os olhos.

Em síntese, é fato que oexercício de conhecer a obrade Thales mais a fundo é tam-bém, por assim dizer, o am-pliar de uma visão idealistaacerca do autor. Para tanto,faz-se necessária a coragemde se entender e se reconhe-cer que a obra de Thales Cas-tanho de Andrade – se ingê-nua sob certo aspecto – nadatem de superficial, instintivaou apenas meramente infan-til. Suas atividades literárias,pedagógicas e políticas anda-ram sempre lado a lado, seentrecruzando, se interpene-trando e se construindo comounidade a serviço de ideais eideologias mais dilatadas doque a prática e cultivo do fa-zer estético-artístico. Suaobra, por fim – que tão bemsalienta a dicotomia campoe cidade –, configura-seamplamente dicotômica edialógica, tendo raízes fin-cadas em movimentos polí-ticos ocorridos no interiorpaulista da primeira meta-de do século XX e que po-dem e devem – a partir daobra de Thales – ser melhorestudados e compreendidos.

———Alexandre Bragion eJosiane Maria de Sou-za, doutores em Lite-ratura pelo Programade Teoria e HistóriaLiterária da Unicamp

Thales e Piracicaba: paixões, mitos e desejos.Alexandre Bragion

Valer-se de um aforismode Nietzsche como epí-grafe para um texto

que se põe a discutir litera-tura infantil pode pareceruma iniciativa fora de propó-sito. Todavia, quando reco-nhecemos que a literaturadesperta nas pessoas os maisrecônditos sonhos e as maisveladas paixões, decerto te-mos de admitir que – emmeio ao fogo cruzado dasdiscussões que cercam o de-bate literário – sempre ébom termos por perto o duroe maciço escudo da razão anos trazer de volta às trilhasda atividade científica.

Além disso, quando pai-xão e desejo encontram-seinseridos em um debate crí-tico costumeiramente vemosa vaidade, sorrateira, juntar-se a eles – instalando umacrise na qual a razão, se nãochamada às pressas, dificil-mente consegue intervir.Nesse sentido, pode-se dizerque, envolta em paixõesavassaladoras e desejos ar-dentes, a literatura infantilproduzida por Thales Casta-nho de Andrade não foge àfogueira das vaidades quecircunda o sentimento amo-roso mais banal.

Cercados de ferozes ad-miradores – na verdade, lei-tores e amigos fiéis, invete-rados e radicais –, Thales deAndrade e sua obra repre-sentam – para aqueles queconhecem seus livros e suatrajetória política e literária– um marco na cultura da ci-dade de Piracicaba (e, porque não dizer, na cultura doestado de São Paulo). Semexageros, podemos dizerque qualquer pesquisadorque se puser a conhecer e aestudar mais de perto a obrade Thales de Andrade verifi-cará que a recepção de suaobra aponta em especialpara a paixão de um seletogrupo de leitores piracicaba-nos – leitores esses que, jáhá algumas décadas, vêm ten-tando resgatar a imagem deThales escritor a fim de tra-zê-la de volta ao cenário naci-onal da literatura infantil.

Ora, em um país fre-quentemente acusado dedescaso em relação à suamemória cultural, a obstina-

da dedicação de alguns leito-res para com a vida e a obra deum escritor/educador comoThales não pode ser de formaalguma rechaçada. Todavia, ecomo nos lembra Niesztche,se por trás de toda boa açãosempre se esconde muitosangue e muito temor, a pai-xão desenfreada desse seletogrupo por Thales e por suaobra acaba deixando no arum cheiro perigoso de bairris-mo, rivalidade e mitificação.

Valorizada por Thales emseus principais livros – comoem “Saudade” e “Campo eCidade,” por exemplo –, Pi-racicaba deve, hoje, retri-buir ao autor os louros queesse lhe rendeu em suas es-tórias. Numa via de mão du-pla, a relação Thales/Piraci-caba nos leva a uma interes-sante equação de caráter,como já foi dito, eminente-mente bairrista: Piracicabavaloriza Thales, que por usavez (ao prefigurar no rol dosilustres escritores infantisdo Brasil) pode vir a desta-car Piracicaba entre as de-mais cidades brasileiras.

Da mesma forma, e sob aégide dessa mesma equação,procede a relação de Piraci-caba para com os demais es-critores de literatura infan-til que com Thales dividiramo cenário das letras e o mer-cado editorial brasileiro noinício do século XX. Ou seja,há entre os adoradores deThales um impulso inevitá-vel para coroá-lo como pio-neiro da literatura infantilou como pioneiro da temá-tica rural dentro dessa ver-tente literária – fato quesempre se impõe quando setrata de valorizar e destacara figura de Thales dentre osdemais escritores da litera-tura infantil brasileira.

Quase sempre rivali-zando de maneira direta einterminável com a obra deMonteiro Lobato, o orgulhode muitos leitores de Tha-les – embrenhados numaminuciosa busca cronológi-ca que visa descobrir qualdos dois autores primeirose aventurou pelas veredasda literatura infantil – nãopermite que um verdadei-ro diálogo entre a obra deThales e de seus contempo-râneos realmente se esta-beleça de forma crítica.

Quanto temor eQuanto temor eQuanto temor eQuanto temor eQuanto temor equanto sangue háquanto sangue háquanto sangue háquanto sangue háquanto sangue háno fundo de todasno fundo de todasno fundo de todasno fundo de todasno fundo de todasas coisas boas.as coisas boas.as coisas boas.as coisas boas.as coisas boas.Nietzsche –Nietzsche –Nietzsche –Nietzsche –Nietzsche –“““““A GenealogiaA GenealogiaA GenealogiaA GenealogiaA Genealogiada Moral”.da Moral”.da Moral”.da Moral”.da Moral”.

Nesse sentido, e ao con-trário do que inicialmentepossa parecer, o que aqui sepropõe – ao se tenta situaraqui a problemática que en-volve o culto a Thales Casta-nho de Andrade e à sua obra– não objetiva apenas apon-tar excessos ou desmistificarpaixões. Da mesma forma, demaneira alguma se intentadiminuir o valor de Thalesenquanto educador ou desua obra enquanto literatu-ra. Assim também não sepretende criticar ou ridicu-larizar qualquer esforço parase difundir a leitura ou o aces-so aos livros desse mestre pi-racicabano – afinal, como jáfoi dito, num país acusado denão ter memória nem edu-cação, qualquer tentativa dese incentivar a leitura deverser sempre bem-vinda.

O que aqui se pretende,na verdade, é mostrar – sepossível fora dos limites dapaixão – valor e a importân-cia da obra de Thales dentrode um contexto que toma porbase o estabelecimento deum gênero de produção li-terária destinada às crian-ças brasileiras. Contudo – esem contar que por trás des-sa intenção possa existir, a“la Niesztche,” qualquer in-tuito malévolo – pode-se di-zer que analisar a obra deThales intentando desmisti-ficá-la e destituí-la de seuposto celestial é poder de-bater de forma criteriosa asua importância dentro dopanorama da educação e daliteratura infantil brasilei-ra do início do século XX.

Em outras palavras, e aocontrário do que até hoje seveicula equivocadamentena mídia local, Thales não“inventou” a literatura in-fantil ou infanto-juvenil noBrasil. Do mesmo modo, nãoé ele o primeiro que se pôs aescrever para esse público.Outros autores – se é que sefaz necessária uma genealo-gia nesse sentido – escreve-

ram, no Brasil, para crian-ças e jovens, antes de Tha-les. A saber, por exemplo,data de 1905 uma das pri-meiras revistas infantis quetemos notícia, a revista “OTico-Tico”. Em 1910 é a vezde Olavo Bilac, inspiradonum romance juvenil fran-cês, escrever “Através doBrasil”. Julia Lopes de Al-meida também pode serelencada no rol dos que an-tecederam a Thales na litera-tura brasileira – sim, aindainsipiente – para crianças.

A genialidade de Thales,portanto, não pode erronea-mente ser atribuída a um pi-oneirismo completo nessaseara – uma vez que Thalesclaramente se inspira nessespoucos antecessores brasi-leiros e em alguns internaci-onais (como Edmundo deAmicis, por exemplo). O pio-neirismo de Thales, nessesentido, vem do fato de eletocar em temas até aquelemomento praticamente des-conhecidos – como a questãoda ecologia e do meio ambi-ente. Sua genialidade está,por assim ser, centrada naideia de fazer da literaturainfantil um instrumento depersuasão, de pedagogia eformação política para crian-ças e jovens – valendo-se daliteratura (bem ou mal), comopossibilidade de ensino.

Por fim, Thales ampliaa ideia do Brasil como umgrande sítio – e faz de “Con-gonhal”, de seu livro “Sau-dade”, a inspiração que Lo-bato pode ter encontradopara pensar o seu Sítio doPica-Pau Amarelo. Não àtoa, em exemplar de “AsReinações de Narizinho”,de 1921, enviado a Thales,Lobato reconhece a influ-ência parcial do piracicaba-no em sua obra, e escreve aele: “Ao piracicabano Tha-les Castanho de Andrade,padrinho de Narizinho”.

Pioneirismos à parte,importa conhecer a obra deThales para que – queiramos apaixonados ou os estudi-osos – possamos situá-lacom o devido cuidado na his-tória literária piracicaba,paulista e brasileira.

———Alexandre Bragion, dou-tor em Teoria e HistóriaLiterária pela Unicamp

Saudade da“Saudade” de

Thales de AndradeAlexandre Bragion

Vem ver o campo, Juvenal!Vem ver! Onde estão to-dos? Onde estão todos os

que dantes sarapintavam no meuquintal? Quede Mário? QuedeRosa? Quede Nhô Lau? Quedeluzes da cidade ofuscando a es-curidão de pirilampo da noite noroçal? Tristeza. No agora da con-cretude da urbe tão desejada,não há mais alegrias imaginadascorrendo pelas campinas, não hámais lições naturais e humanasdebaixo de árvores frondosas desabedoria, não há mais a vidasimples a exigir do amor devotoo seu quase-nada todo-dia.

O telhado distante não é oda escola rural, entre bois evacas. As frutas sobre a mesaperderam a segurança dasmãos ágeis do rurícula. Seráque é possível? Será que é?Vem, Juvenal! Vem ver o quefizeram com seu campo semigual. Vem ouvir as histórias davida cabocla que nasciam naboca e na pena do mestre de“Campo e Cidade.” Quede Ju-venal? Quede menino Mário?Quede causos de verdade? Que-de, nas estantes, os livros deThales Castanho de Andrade?

Houve tempo certo em quetodo o leitor desperto, da maistenra idade, lia até arder osolhos os livros do mestre An-drade. “A Filha da Floresta”(de 1918), “Saudade” (de 1919),“Campo e Cidade” (de 1956)entre tantos e outros dos maisde 48! Houve tempo? Houvedécadas! E as escolas públicasestado de São Paulo afora re-cebiam sem demora coleçõesinteiras de textos sagrados ecerteiros: obras do pioneiro egrande pedagogo rural.

Escritor a se fazer sozinho –sem escola de Letras ou profes-sor de ficção pelo caminho –,Thales antecedeu ao gigante Lo-bato, que ao escrever “Reinações

de Narizinho” (em 1921), dedi-cara a ele o volume primeiro deseu livrinho, escrevendo em ca-neta e próprio punho, na contra-capa: “A piracicabano ThalesCastanho de Andrade, padrinhode narizinho.” Ei, Mário? Cadêvocê? Onde está sua brincadeirade vem-me-ver? Onde estão oslivros do seu criador? Corre,Mário! Por favor! Corre que étempo de te reler a todo vapor!

Sua “Filha da Floresta” fazagora cem anos – mas sobre elapairam ainda poucos suspiros ealguns enganos. Pioneira daecologia, sua obra centenáriaabriu rota primeira na literatu-ra infantil brasileira. Ante osmales da civilização obcecadapelo cimento e pela cal, seu sítio(Congonhal) tão bem descreveu– em sua obra máxima, “Sauda-de” (evangelho de um tempo mí-tico feito de ficção) – o amor e averdade pela vida sem bajulação.

Os encantos e as flores, quetanto cantam nosso hino, têm deherança o destino de seus perso-nagens, ó Thales: meninos e me-ninas criados na roça do grandeBrasil campesino. Desaparecidosque estão, esquecidos da crian-çada destas e de outras terrasdeste imenso-ainda engenho-país, não quis a tradição que fos-tes tão famoso como seu amigo-escritor do Sítio do Pica-Pau.

Paciência. Talvez lhe tenhamfaltado a experiência da televi-são, a mídia e a indústria cultu-ral a imputar na mente de todosa semente dos ídolos. Paciência– e saudade. Que muito deve-mos a ti, na literatura infantilbrasileira e nesta cidade, mes-tre Thales Castanho de Andrade.

É tempo! Vem Mário!———Alexandre Bragion, dou-tor em Teoria e HistóriaLiterária pela Unicamp

É tempo!É tempo!É tempo!É tempo!É tempo!VVVVVem Mário!em Mário!em Mário!em Mário!em Mário!

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S5Caderno Especial Thales Castanho de AndradeTerça-feira, 15 de setembro de 2020 A Tribuna Piracicabana

Lembrando Thales e, emespecial, da “Flor de Ipê”De São Paulo para Piracicaba, passando por Caieirase Campinas, Thales Castanho de Andrade, beletristaencantado, tinha pronta a história... só faltava escrevê-la

”Sim, a história”Sim, a história”Sim, a história”Sim, a história”Sim, a históriaestá pronta àestá pronta àestá pronta àestá pronta àestá pronta àqual já dei oqual já dei oqual já dei oqual já dei oqual já dei onome; vounome; vounome; vounome; vounome; vouchamá-la ‘Florchamá-la ‘Florchamá-la ‘Florchamá-la ‘Florchamá-la ‘Florde ipê’!” (Thalesde ipê’!” (Thalesde ipê’!” (Thalesde ipê’!” (Thalesde ipê’!” (ThalesCastanhoCastanhoCastanhoCastanhoCastanhode Andrade)de Andrade)de Andrade)de Andrade)de Andrade)

Maria de LourdesPiedade Sodero Martins

A Literatura Infantil,como seguimento bemconduzido e explora-

do, torna-se Expressão de En-cantamento, levando-nos àverdadeira paixão pelos livros.

Ao ler o artigo da amigaIvana Maria França de Ne-gri, lembrei-me de que pos-suo a cópia de um primoro-so conto de amor escrito porThales Castanho de Andra-de, por volta dos anos cin-quenta. A pequena e sin-gela história nasceu duran-te uma viagem que fez comum casal amigo. A distân-cia entre São Paulo e Pira-cicaba, com paradas emCaieiras e Campinas paradescanso, ofereceu aos via-jantes, naquela época, pai-sagens maravilhosas, cená-rios de um território muitoflorido sobre campos ver-dejantes, quantidade con-siderável de espécies nati-vas e matas ciliares quedesempenham papéis im-portantes no ecossistema,infelizmente muito explo-radas e danificadas... Po-demos imaginar o grandi-oso panorama de outrora...

Bem, no trajeto final daagradável viagem, após umaprosa frutuosa, perguntou asenhora Bertha ao amigoThales, se o passeio não lhehavia inspirado uma novahistória para sua coleção delivros infantis “Encanto eVerdade”... Este lhe respon-deu prontamente: -- ”Sim, ahistória está pronta à qual jádei o nome; vou chamá-la‘Flor de ipê’! Só não está es-crita ainda... Posso contá-laagora mesmo.” E, como exí-mio e inspirado escritor,iniciou a narrativa da his-tória recém nascida, paradeleite e alegria dos amigos.

Conheci o referido li-vro, do qual tenho uma có-pia, através de uma saudo-sa professora, minha ami-ga do Rotary dos velhos esaudosos tempos, a quem oautor presenteou com umexemplar, estendendo aela, a bela e significativadedicatória original escrita

à senhora Bertha, a amigada viagem, responsávelpela impressão e lançamen-to do mesmo, como ofertagenerosa ao querido amigoThales. Ao receber umexemplar admirou-se con-tente e desejou expressarsua gratidão pela amizadee dedicatória à sua pessoa.Como complemento, a fimde homenageá-lo aindamais, ela e o esposo enca-minharam, na época, umacontribuição anual, no va-lor dos proventos do livro,ao Lar dos Velhinhos de Pi-racicaba, cidade natal do au-tor, que assim ficou constitu-ída: “Contribuição Prof. Tha-les Castanho de Andrade”.

Como feliz leitora, apre-ciadora da boa Literatura,ao finalizar meu relatodevo acrescentar que Flordo ipê provocou, em minha“alma menina”, apaixona-da que sou pelo campo e vi-vência campestre, uma fi-dedigna emoção juvenil.Surpreendi-me com o fato;foi deveras gratificante e re-alizador tal sentimento. Ameu ver, ao manusear e re-ler o cativante antigo com-pêndio e escrever este arti-go, posso afirmar ter des-

coberto várias histórias deamor, divinamente fraternas.

“A história publicadaneste volume leva todos àapreciação da beleza do as-sunto e o sentimento de bra-silidade do autor. Por coinci-dência feliz e como para enal-tecer o sentido da história, oipê amarelo, por decreto re-cente, foi proclamado “FlorNacional do País”! São Paulo,agosto (mês dos ipês) de 1956.Bertha Moraes Weiszflog.

CAPA E DEDICATÓRIA –Eis abaixo a capa e a dedi-catória deste gracioso e mar-cante “romance de amor”,inspirado por nosso talento-so e renomado escritor con-terrâneo Thales Castanho deAndrade, a quem devemoseterno reconhecimento porsua vasta contribuição àEducação e à Literatura.

Thales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales foi oThales foi oThales foi oThales foi oThales foi omaior ecologistamaior ecologistamaior ecologistamaior ecologistamaior ecologistado Brasil; issodo Brasil; issodo Brasil; issodo Brasil; issodo Brasil; issoem 1919,em 1919,em 1919,em 1919,em 1919,portanto há maisportanto há maisportanto há maisportanto há maisportanto há maisde 100 anosde 100 anosde 100 anosde 100 anosde 100 anos

Esio Antonio Pezzato

Thales Castanho de Andra-de será, eternamente, umgrande idealista, um gran-

de escritor, um desbravadorde coisas belas, um contadorde histórias maravilhosas,mas que fica a cada dia, maisesquecido do povo piracicaba-no, ou do povo caipiracicaba-no, termo esse que ele criou eJoão Chiarini passou a citar.

Thales foi o maior ecolo-gista do Brasil. Isso em 1919,portanto há mais de 100 anos.Quem leu “A Filha da Flores-ta” sabe disso. Na nossa infân-cia, quando a professora dePortuguês exigia a leitura deum livro, “A Filha da Flores-ta” era sempre um livro indi-cado. Por muita sorte ganheihá 25 anos, do meu amigoAraken Martins, o original es-crito a mão do referido livro.Original que Thales escreveu eonde colocou as ilustraçõesmaravilhosas feitas por AlípioDutra, com algumas das aqua-relas ali apresentadas. Zé Ma-ria de Carvalho Ferreira, pos-suía um dos originais dessa co-leção presenteado pelo Arakén.A mim sobr ou também comopresente, outras duas lindas

aquarelas e outras estão bemguardadas numa coleção.

Arakén em sua generosida-de com este amigo, também deude presente a capa original, umaaquarela do livro “Saudade” eoutra do “Campo e Cidade”.

Thales foi um gênio caipiraci-cabano. Vive hoje apenas na me-mória dos que conviveram com ele,e são poucos já... Thales vive comseu nome cantado por alunos, naescola que leva seu nome. Thalesvive sendo contemplado no bustoda Praça Tibiriçá, Thales vive emcasa, em minha casa, pois meu fi-lho ganhou seu nome de presente.Thales vive numa assinatura suaem um diploma de Concurso dePoesia feito no Sud Menucci háquase cinquenta anos. Thales vivena Saudade do Campo e da Cida-de e em outros desenhos feitor porGabriel Villin, Alípio Dutra e Mon-teiro Lobato. E vive também na “Pi-chorra d´Água”, conto de Mon-teiro Lobato inserido em seu livro“Sau dade”, cujo bico de pena fei-to pelo próprio Monteiro Lobatoassinando pelo pseudônimo“Tatu”, está em meu poder.

Thales foi professor numtempo em que ser professor eraum sacerdócio. Thales foi Dire-tor de Escola quando a Escolaera o Templo sagrado dos alu-

nos e dos professores. Thales foiVereador em nossa Câmara Mu-nicipal num tempo que ser Vere-ador era trabalhar pela cidade epara a cidade, sem provento al-gum e de qualquer espécie. Tha-les foi o gênio piracicabano queprecedeu Monteiro Lobato e dequem foi também muito amigo.

Mas se hoje Monteiro Loba-to é cantado em prosa e verso,se é sobejamente reverenciadopor programas na televisão,Thales é o grande esquecido.

Anos passados foi feita umatentativa, através da Associaçãodos Amigos de Thales de Andra-de que chegou a republicar algu-mas de suas obras, mas semapoio e sem interesse público, ficadifícil nos dias de hoje. Se nãohouver interesse, se não trouxerproveito de alguma forma...

Thales Castanho Andradeteve muito pouco reconheci-mento em sua Piracicaba. Umadas últimas homenagens que

recebeu foi em 1997 quando, nogoverno municipal, estava oProfessor Humberto de Cam-pos e na Secretaria de AçãoCultural Doutora Cida Abe.Nesse ano, a Biblioteca Infantil

anexa à Biblioteca MunicipalRicardo Pinto de Almeida Fer-raz recebeu o nome de Thales deAndrade. Nesse evento estavampresentes alguns familiares deThales Castanho de Andrade.

O tempo já passou e Thalesainda não recebeu as homena-gens que sua genialidade merece.

Thales, como filho da flores-ta, saudade do campo e da cidade,um abraço do El Rei Dom Sapo.

Ai, chora o coração numa ansiedade,Perdida já num mundo de distância...É que meu coração chora a Saudade

Da minha tão querida e amada Infância.E choro por lembrar Thales de Andrade

Que em livros magistrais traz a fragrânciaDe um tempo que lembramos como prece

E que jamais o coração esquece...

Conta-nos Thales, mágicas histórias,Dos sítios, das cidades, das fazendas,

Aviva nossas tímidas memóriasEm páginas sublimes, estupendas...

Canta Piracicaba e suas glórias,Os fatos de um passado e suas lendas,

Conta suas verdades de mentiraEntesouradas em preciosa Lira!...

Thales de Andrade, a tua fantasia,Vive no coração sempre criança.Se, preocupavas com a ecologia,

E com ela travavas aliança,

Sabias tu que dia menos diaPor ela iríamos erguer a lançaE defender num forte desafio

As agruras que estão em nosso Rio.

E também nossas matas dizimadasPelo progresso fúnebre e cruento.

Em quais perdidas, negras madrugadas,Teve início o processo atroz, violento,Que dizimou paisagens encantadas?

A Filha da Floresta num lamentoChora, Thales, num vale denso e escuro,

Por ver as matas mortas no futuro.

Crianças do Brasil, do mundo inteiro,Thales vem convocar nossas crianças

Que tragam n’alma um sonho verdadeiroE sorrisos repletos de bonanças,Para mudar o sonho de guerreiro

Num mundo colorido de esperanças,Com amor, muita paz, muita verdade,

Com alegrias de fraternidade!

Poema para Thales de Andrade(excerto do Poema "Os Caipiras")

Esio Antonio Pezzato

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S6Caderno Especial Thales Castanho de Andrade

Terça-feira, 15 de setembro de 2020A Tribuna Piracicabana

PROSA

Ivana Maria França de NegriA n o X I X - N º 1 0 30Carmen M.S.F Pilotto

THALES CASTANHO DE ANDRADE E EUCássio Camilo Almeida de NegriCássio Camilo Almeida de NegriCássio Camilo Almeida de NegriCássio Camilo Almeida de NegriCássio Camilo Almeida de Negri

Revolvendo os escaninhos de minha mente, nos meus profundos “sanka-ras” desta encarnação, procurei pela primeira história que eu me lem-brasse de ter ouvido na vida.Meus pensamentos foram progredindo até a idade de quatro anos.Me vi sentado no chão forrado com um pano de algodão branco, parecen-do um saco de açúcar alvejado. Pernas cruzadas, e ao meu lado, umajovem negra de uns vinte anos, também sentada na minha frente, contan-do-me uma história.Ela era semi analfabeta, mas conhecia muitas narrativas e lendas, e euadorava ouvi-la.Vi essa moça negra, de riso fácil envelhecer, tornar-se uma senhora, trans-formar-se em idosa e falecer aos 82 anos. Foi minha segunda mãe e meacompanhou em toda trajetória de vida.Mas voltando aos quatro anos, sentado no saco branco alvejado, que eladizia que era para eu não tomar a friagem do chão de cimento vermelho, elame contava a história do Agapito. Eu conhecia a história de Thales Castanhode Andrade intitulada El Rei Dom Sapo, como a história do Agapito.Sempre que meus pais saíam para dar aulas, eu ficava com ela, sentáva-mos nos panos e eu pedia:-“Bá (o nome dela era Sebastiana), você me conta a história do Agapito?”Quando ela terminava, ainda me contava as fábulas de Esopo, Branca deNeve, A raposa e as uvas, e também contava as lendas de Piracicabacomo a da Inhala Seca e do Capitão Nhô Lica. Mas a que eu mais gostavamesmo era a história do Agapito.Meus pais eram professores, e como mamãe tinha sido aluna do professorThales, tínhamos em casa o livro Saudade e os pequenos livros ilustradosde histórias infantis onde eu observava as figuras, como a do capítulo I e docapítulo XI no fim da história, onde existe uma casinha, uma mulher dandomilho para as galinhas e um mastro de festa de São João no terreiro.Eu me imaginava brincando feliz nesse pátio poeirento de terra dessailustração esperando que a porta da casinha se abrisse e de lá saísse oAgapito para brincar comigo.Já um pouco maior, minha mãe contava sobre Thales, seu professor, e atéquando nos deliciávamos ocasionalmente com Cotubaína, ela dizia que afábrica era da família Andrade, e ficava defronte à Escola Moraes Barros.Já adulto e avô, tenho saudades da minha netinha Ana Clara pequena(agora adolescente) me pedindo:“Vovô, conta a história do Agapito para eu dormir?” E sempre, logo apósNhô Fidelis e Nhá Vicência terem encontrado o bebê negrinho abandona-do na porta de sua casa, ela já estava dormindo...

Obs: Quem ficou curioso para saber de toda história, leia El Rei DomSapo e todas as outras histórias desse escritor pioneiro, e deguste as

lições de ecologia em cada narração, na minha opinião, maior queMonteiro Lobato. Só que este, teve muito mais propaganda e

divulgação de suas obras.

Hoje, aHoje, aHoje, aHoje, aHoje, apágina serápágina serápágina serápágina serápágina seráespecial emespecial emespecial emespecial emespecial emhomenagemhomenagemhomenagemhomenagemhomenagem

aos 130 anosaos 130 anosaos 130 anosaos 130 anosaos 130 anosde nascimentode nascimentode nascimentode nascimentode nascimento

do escritordo escritordo escritordo escritordo escritorThalesThalesThalesThalesThales

CastanhoCastanhoCastanhoCastanhoCastanhode Andradede Andradede Andradede Andradede Andrade

UMA HISTÓRIA VERDADEIRAAracy Duarte FerrariAracy Duarte FerrariAracy Duarte FerrariAracy Duarte FerrariAracy Duarte Ferrari

“... Cívicas lições de amor a vida rural; respeito ao homemdo campo e orgulho pela nacionalidade...” (Senado... 1990)

O professor Thales Castanho de Andrade, piracicabano, ruralista númeroum, realizador de seus sonhos, foi professor e deu aulas na rede públicade ensino,durante parte de sua vida. Foi pioneiro da leitura infantil, con-forme registro e elogio do escritor e amigo Monteiro Lobato e notabilizou-se com romance juvenil, infanto-juvenil, chamado “Saudade”, escrito em1918.Em suas obras, Thales deixou explícitas regras precisas para a proteçãodo meio ambiente, alertando sobre as prováveis conseqüências, caso oecossistema não fosse respeitado e tratado corretamente. Era um inten-cionalista ecológico.Ao perceber, naquela época, a chegada rápida do desequilíbrio ecológi-co, iniciou um trabalho direto com as escolas, propondo soluções viáveispara muitos problemas, e toda a teoria e a prática desenvolvidas, estãoinseridas nos seus livros “Filhas da Floresta”, “Bem-te-vi”, “Feiticeira”,“Bela”, “A verdureira”, “Árvores Milagrosas”, “A Fonte Maravilhosa” e“Flor do Ipê”, deixando bem claro o seu objetivo prioritário de proteger omeio-ambiente.Thales soube, como ninguém, utilizar a habilidade de contador de históri-as para despertar a imaginação infantil, incessante e modificadora, pre-parando os jovens para serem futuros defensores ecológicos em sua pró-pria casa, local de trabalho e na comunidade.O trabalho incessante do educador teve bons resultados mas poucos re-cursos foram destinados, naquela época, para a ecologia, ou para alicer-çar os seus projetos pioneiros. Mesmo atualmente, quando a sociedadeestá muito mais preocupada com os altos riscos que representam o dese-quilíbrio das forças da natureza, e acha importante investir em projetos edar suporte operacional a tudo que possa proteger e recuperar o meio-ambiente, a obra de Thales de Andrade continua relegada à segundo plano.

UM ENCONTRO INUSITADONO PRESENTE/PASSADO

Christina Aparecida Negro SilvaChristina Aparecida Negro SilvaChristina Aparecida Negro SilvaChristina Aparecida Negro SilvaChristina Aparecida Negro Silva

Jamais me esquecerei daquela tarde de verão...Descia desanimado a rua que ladeia o rio Piracicaba, observando o tristefio d’água a tentar encobrir as pedras do Véu da Noiva, cachoeira semágua, ossatura de pedras brancas, consequência do excesso de produtosquímicos nas águas do rio, quando, perto do Museu da Água, ouvi umfarfalhar de folhas nas poucas árvores dali. Sem nem eu mesmo entendero porquê, desci o barranco e me encaminhei para onde o som do canto deum sabiá me indicava.Momento estranho, as poucas árvores tornaram-se frondosas, o mormaçoda tarde foi trocado por um frescor verdejante e vi, a poucos metros demim, um menino que parecia procurar algo no chão, coberto de folhassecas e flores. Flores? Mesmo o rio, há pouco tímido em volume d’água,estava caudaloso e a linda cachoeira vertia feliz suas águas borbulhantes.O barulho de carros foi substituído por gorjeios de pássaros e aplausos defolhas à fresca brisa.O menino parecia saído de um álbum antigo, trajava um uniforme escolarazul marinho com camisa branca. Camisa? Muito esquisito aquilo tudo,sem camiseta, tênis ou boné, o menino olhou-me chegando e disse – Ah,pensei que fosse ela. Ela? Quem seria? Uma namoradinha, talvez. Com acuriosidade aguçada, perguntei: -- Quem? Ele pousou seus olhos vívidosem mim, respondendo: -- A FILHA DA FLORESTA! Eu a encontrei aqui,certa tarde, atraído pelo canto de um sabiá. Eu estava enlevado, quandosenti a presença de alguém que me observava, assim como você fez hápouco. Então, eu me virei e a vi: uma linda moça de olhos claros, cabeloscor de mel, vestida de verde e sorrindo para mim. Antes que pudesseperguntar qualquer coisa, ela me disse:Sou a FILHA DA FLORESTA, não te assustes! Minha mãe me protege, éela quem me alimenta, pelas folhas de seu arvoredo se evapora tantaágua, tanta, até que o ar se umedece e assim atrai as nuvens e as deixatão pesadas que os ventos não as podem arrastar...Depois sob a copaprotetora das árvores, esconde e guarda toda água que as nuvens derra-maram e quando o sol vem, não as pode beber. Eis porque as fontes nãoparam de jorrar...Eu estava boquiaberto. Um menino vestido à antiga, saído de um tempopassado, contava uma história fantástica, com precisão descritiva deadulto. Não notando minha admiração, ele continuou sua narrativa. – Elapediu minha ajuda! Como eu, um menino de dez anos, posso ajudá-la? Euvim aqui hoje para que ela me esclareça isso...será que você pode meauxiliar a encontrar essa resposta? A FILHA DA FLORESTA ainda conti-nuou me dizendo:Eu sou a fonte – passo a vida inteira dando de beber a todos: aos ho-mens, ao gado, aos passarinhos, às flores perfumosas, às hortaliças eàs árvores boas que dão frutos. Sei que tu és amigo das plantas e agoraque te desvendei meu segredo, que pedir-te que me ajudes, pois já sabesque a destruição das matas é a minha sentença de morte. Ora, a minhamorte será a morte dos animais, das plantas, a desgraça do Homem.Ajude-me!O menino continuou falando –Aproximei-me, mas antes que conseguissetocá-la, ela sumiu, assim, por encanto. Apenas uma borbulhinha de águavi saindo debaixo da terra, bem aí onde você está, do seu lado direito –apontou ele para uma fontezinha que eu nem havia percebido antes. Semsaber o que pensar (nem sabia onde estava) naquele clima surreal, ouvi-me dizendo: a FILHA DA FLORESTA deu-lhe uma missão, você vai crescer,desenvolver seu conhecimento sobre Ecologia e deverá deixar registradona História tudo que aprendeu como legado às futuras gerações. Tenho aconvicção de que ela quis dizer-lhe isso ao pedir a sua ajuda, para quevocê oriente as pessoas para preservarem os mananciais, visando salvar oplaneta da destruição que o próprio homem, por ignorância, está prati-cando. Quem sabe, um dia, você vai escrever sobre isso para ensinar ascrianças sobre a importância da água, da floresta, da Natureza e ...Omenino sorria e, olhando para mim com real satisfação, disse: -- Muitobem, Sílvio, agora você começou a entender.Como ele sabia meu nome? Epa, que estranha sensação! Uma onda decalor, cheiro de poluição do rio, uma sonoridade moderna invadia agoraaquele RECANTO TRANQUILO de segundos atrás. O menino sumira, ondeestariam as flores perfumosas, o frescor do arvoredo, a fonte tímida ajorrar suas águas cristalinas? Em seu lugar, notei um pequeno e antigolivrinho. Ao ler o seu título na capa, realmente, entendi tudo!A partir daquele encontro inusitado, minha vida mudou literariamente.Busquei ajuda com amigos para reimprimir o livrinho- A FILHA DA FLO-RESTA, do escritor Thales Castanho de Andrade, meu amigo, por quemtenho uma eterna gratidão, pois despertou-me o desejo de expandir seusideais de preservação à natureza para as crianças e jovens, através desuas narrativas fantásticas e tão ricas em ensinamentos sobre ecologia,ciência que usou com desenvoltura nos enredos de seus livros: EL REIDOM SAPO, COLIBRI FEITICEIRO, A FILHA DA FLORESTA e SAUDADES.A Thales, meu reconhecimento e gratidão.

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THALES ANDRADE, CRIANÇA GRANDELeda ColettiLeda ColettiLeda ColettiLeda ColettiLeda Coletti

Todos somos crianças grandes. Quem não tem sonhos?Quando menos esperamos, estamos a construir castelos na areia, comoas quando estão nas praias .Mas., a maré vem e eles se desfazem....Thales Castanho de Andrade foi um sonhador. Seus sonhos eram ricos deidealismo e como tais, não poderiam diluir como os castelos construídosem terreno arenoso e por demais movediços. Para isso buscou um solofértil - o da Educação-, conhecedor que era das almas infantis e juvenis.Era autêntico educador.Com histórias, envolvendo personagens humanos, animais e vegetais, eleensinou ecologia a escolares, desde as primeiras décadas do século pas-sado e continua a fazê-lo nos dias atuais, através de suas ricas obrasliterárias.. Associa a essas lições ecológicas, civismo e fraternidade, pas-sando-nos a mensagem da harmonia de se viver num mundo em que todosse entendem e se juntam para preservar o que é bom: na natureza, noambiente em que se vive e para o que lhe faz bem, sobretudo ao coração.Nós piracicabanos rendemos um preito de gratidão àquele que semeandopalavras a granel, conseguiu produzir frutos que se multiplicarão pelasgerações futuras.

O ENCANTADOR DE CRIANÇASElisabete BortolinElisabete BortolinElisabete BortolinElisabete BortolinElisabete Bortolin

Thales Castanho de Andrade, piracicabano da gema, fomos privilegiadascom tal presença em nossa cidade. Oh! Thales, Saudade suas entre nósque vivemos um momento de isolamento dentro de nossas casas impedi-das de sair às ruas por conta da pandemia. Quais novas histórias você noscontaria sobre esses dias?Você nos brindou com maravilhosas histórias contadas com muita emo-ção. As crianças ficavam embevecidas ouvindo o que acontecia com cadapersonagem dos seus livros. Que legado você nos deixou.A Filha da Floresta se você vivesse em 2020, veria as queimadas e incên-dios volumosos acabando com nossa Amazônia, dilapidando as árvorespor conta da ganância de madeireiros. Oh! Thales ainda bem que você nãoestá presente para ver isso.El Rei Dom Sapo, o que ele nos diria das águas poluídas dos nossos riosPiracicaba e Tietê?Bem Te Vi Feiticeiro, precisamos de seu encantamento e feitiçaria paraacabar com quem faz tráfico de animais em nosso país. Os setores gover-namentais responsáveis, não tem dado conta de vencer mais esse tipo decorrupção.Bela, A Verdureira, se você soubesse quantos tipos de agrotóxicos estãocontaminando nossos legumes, verduras e plantações, ficaria decepcionada.Árvores Milagrosas, poderosas que nos dão sombras, renovam o ar querespiramos, nos oferecem seus frutos e nos encantam com suas flores.Ainda nos resta a esperança de replantar árvores ao redor do mundo. Assementes da vida sempre se renovam.Vida na Roça e Fim de Mundo, voltar a viver na roça, saindo dos centrosurbanos, muitas famílias tem feito essa opção. Fugir desse concreto ar-mado, quente, que sufoca e nos distancia da natureza. Esse será o Fim doMundo se a população não voltar a reconhecer o valor da Vida na Roça.Campo e Cidade, O Sono do Monstro que quer devorar a vida de quem estásubmerso em sonhos de devastação. Assistindo em redes sociais devanei-os que se transformam numa realidade cruel.Rainha dos Reis, Praga e Feitiço, traz para nossas crianças a volta dasbrincadeiras de pura alegria como pega-pega, esconde-esconde, amareli-nha, cabra-cega, vividas ao ar livre sem a contaminação das telas douniverso digital de hoje, com gosto de sorvete de isopor.O Capitão Feliz, A Fonte Maravilhosa, seria a água o elixir da vida, capita-neada finalmente por pessoas que sabem cuidar da saúde da população?Itaí, o Menino das Selvas, O Mistério das Cores, Estamos num mundo ondeo progresso quer derrubar todas as Selvas que encontrar onde aprende-mos que vida é cor, vibração e energia.Flor do Ipê, O Melhor Presente, que árvore magnífica é o ipê, um dossímbolos de nossa querida Piracicaba. Realmente o melhor presente querecebemos foram todos esses livros como um legado para nossa cidadeatravés da Maior CriançaGrande do Brasil de seu venerável e honrado Professor Thales Castanhode Andrade.

THALES CASTANHO DE ANDRADE:130 ANOS DE NASCIMENTO

Vitor Pires VencovskyVitor Pires VencovskyVitor Pires VencovskyVitor Pires VencovskyVitor Pires Vencovsky

No próximo dia 15 de setembro serão comemorados os 130 anos denascimento do piracicabano Thales Castanho de Andrade. É uma data aser relembrada e comemorada pela grande contribuição que esse educa-dor representou para o desenvolvimento da literatura brasileira.Sua obra literária, composta por quase 50 publicações, foi desenvolvidanuma época em que o país era uma sociedade agrícola ou agroexportadora,portanto, o ensino rural era fundamental para atender os filhos dos agricul-tores. Suas publicações destacavam que a preservação do Meio Ambienteera condição fundamental para a manutenção da produção agrícola.A data natalícia de Thales, considerado a maior criança-grande doBrasil, será comemorada no mês de setembro com diversos eventosorganizados pela Academia Piracicabana de Letras e Instituto Históri-co e Geográfico de Piracicaba. No dia 15 será feito o relançamento dosite www.thalesdeandrade.com.br, que contém grande acervo de do-cumentos, fotos e publicações. De Piracicaba para todos os cantos doBrasil, Thales Castanho de Andrade continua sendo uma referência naliteratura infantil e ecológica.

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Dicas de livros de Alessandrae Tiago Guarnieri Betti

Visite o Bloguinho Infantilhttp://bloguinho-

infantil.blogspot.com/

CANTINHO INFANTIL

Mais um livro maravilhosoque todos deviam ler.. epensar que quando tudoparecia perdido, um mila-gre veio ao encontro da-queles dois senhores quecom todo amor e carinhoacolheram aquela vida eestavam sofrendo comaquele comportamentomaldoso. Ah Agapito .. quebom que você aprendeu ocaminho certo. Lindíssimo!!! Recomendamos!!!

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S7Caderno Especial Thales Castanho de AndradeTerça-feira, 15 de setembro de 2020 A Tribuna Piracicabana

VERSO

BRINCANDO COM TEXTOS DE THALESIvana Maria França de NegriIvana Maria França de NegriIvana Maria França de NegriIvana Maria França de NegriIvana Maria França de Negri

(SaudadeFim do Mundo

A Filha da FlorestaEl Rei Dom Sapo

Bem-te-vi Feiticeiro)

Explorar o Universo infantilÉ tarefa mais que sutil

Mesclar sonhos com diversãoEncantamento e paixão

A magia da naturezaEnvolve muita beleza

Há também bichos falantesEm sagas mirabolantes

Vive-se muita aventuraAlegria na forma mais pura!

E o Bem-te-vi feiticeiroNão passa de um simples mateiro...

No reino da fantasiaUm Rei Sapo é só alegria

E o garoto AgapitoFaz na história todo agito

Luta a Filha da FlorestaContra a devastação funesta

E as Histórias do Fim do MundoMomento de reflexão profundo

Mas o mais belo, na verdadeÉ o seu livro Saudade...

COMO SEU THALES SABIA?Elda Nympha Cobra SilveiraElda Nympha Cobra SilveiraElda Nympha Cobra SilveiraElda Nympha Cobra SilveiraElda Nympha Cobra Silveira

Deitada no tapeteApoiada em meus braçinhos

Lia avidamente “A filha da Floresta” e...De repente...

Tudo se tornou confuso!Como que o “seu”Thales “ Castanho de Andrade

Conseguiu escrever daquele jeito?Ele não era mais criança!

Será que ele entrou no túnel do tempo?Só nós entendemos os animais,

Claro são nossos amigos!Só quem morou em fazenda

Conhece esse jeito gostoso de viver.Ah! Para mim, e vou dizer para meus amiguinhos.

Ele ainda deve ser criança.

THALES CASTANHO DE ANDRADE1891 – 1983

Ésio Antonio PezzatoÉsio Antonio PezzatoÉsio Antonio PezzatoÉsio Antonio PezzatoÉsio Antonio Pezzato

Se Thales não cresceu e sempre foi criança,Por que tivemos nós de nos tornar adultos,Perder do coração a efêmera esperança

E dos sonhos pueris esmagar nossos cultos?

Hoje dias sem sol nublam nossa lembrançaE fantasmas de dor arrastam os seus vultos.

A ciranda morreu e sepultou a dança,Nossos sonhos azuis hoje seguem ocultos.

Se Thales mesmo adulto era um simples meninoE de cores povoou nossos sonhos dourados,Em qual atalho foi que erramos o destino,

E crescemos sem fé, entre dores e miasmas,Sem sorrisos de sol e sem sonhos alados,

E colamos em nós, máscaras de fantasmas?

FLOR DE IPÊMaria de Lourdes Piedade Sodero MartinsMaria de Lourdes Piedade Sodero MartinsMaria de Lourdes Piedade Sodero MartinsMaria de Lourdes Piedade Sodero MartinsMaria de Lourdes Piedade Sodero Martins

Entre ricas paisagens campestresNasce disputa de amor!

Dócil e gentil donzelaé cortejada por dois:

um jovem, sensato rapaze um senhor “cobiçador”!

Ambos, aos fins de semana,visitam a família feliz:o sincero apaixonadoe o velho galanteador!

De olhos na bela garotaO “duo” não se contém.

Cada qual à sua maneirana luta por conquistá-la

exibe, naturalmente,o que lhe passa na alma!

As imagens, gestos mostradosrevelam os sentimentos...Final da história, só lendo!

À custa de aposta sutil,e “pacto” bem humorado

vence o amor, a felicidadeao abraço das flores douradas

do cupido Ipê Amarelo!

A RUA DA MINHA SAUDADECarmelina de TCarmelina de TCarmelina de TCarmelina de TCarmelina de Toledo Pizaoledo Pizaoledo Pizaoledo Pizaoledo Piza

Na rua em que viviDe terra batida e pisada

De pé no chãoJogava amarelinha e rodava pião.

Tinha:Polenta da Dona Helena,A jabuticaba da Vó Glória,

A manga da Dora e da Dona Adelaide.

Na rua em que viviCom cheiro de terra molhada

Soltava pipa e brincava com boneca de pano,Mãe da rua e queimada.

De pega-pega e esconde-esconde.

A saudade bate no coraçãoNa leitura do livro de Thales Castanho de AndradeVem na memória uma infância rica de pé no chão.

Saudade!

Na rua em que viviSaudade marcada

No corpo, nas histórias que ouviaNas cantorias dos cururueiros.Saudade! Saudade! Saudade!

A FILHA DA FLORESTACarmen PilottoCarmen PilottoCarmen PilottoCarmen PilottoCarmen Pilotto

Descobrindo Thales de Andrade

No peito de um sonhador cabem florestasOra fechadas em arbóreos pesados,Ora explicitas em clareiras rasgadas

E de verde-vivo alimentam almas

Andando, andando, rumo a oesteThales atravessou cidades, vilas e povoados

Deparando-se com a mata devastadaE seus olhos se evaporaram em pranto

Uma velha árvore permaneceu altaneiraAmparando a deusa protetora da selva

Resquício do saudoso recanto tranquiloÚltima aragem de uma esperança revitalizada...

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NOTÍCIAS:Foi criado o Diploma Thales Castanho de Andradepara contemplar crianças e adolescentes que se des-tacaram na área literária. São elas:

“““““A árA árA árA árA árvvvvvore é fore é fore é fore é fore é fiandeiriandeiriandeiriandeiriandeira de sóis,a de sóis,a de sóis,a de sóis,a de sóis,caem-lhe na copa os raios cani-caem-lhe na copa os raios cani-caem-lhe na copa os raios cani-caem-lhe na copa os raios cani-caem-lhe na copa os raios cani-culares e ela, desfiando a fla-culares e ela, desfiando a fla-culares e ela, desfiando a fla-culares e ela, desfiando a fla-culares e ela, desfiando a fla-ma, dá apenas calor ao que sema, dá apenas calor ao que sema, dá apenas calor ao que sema, dá apenas calor ao que sema, dá apenas calor ao que se

aconchega à sua sombra”aconchega à sua sombra”aconchega à sua sombra”aconchega à sua sombra”aconchega à sua sombra”Thales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de AndradeThales Castanho de Andrade

- livro A Filha da Floresta- livro A Filha da Floresta- livro A Filha da Floresta- livro A Filha da Floresta- livro A Filha da Floresta

PALAVRA DO ESCRITOR:

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Ana Clara de Negri Kantovitz (13 anos) ilustradora de livros infantis. Já ilus-trou quatro e tem mais um no prelo. Cursa o 7º ano do Colégio Piracicabano.

Tiago Betti (10 anos) já leu mais de mil livros e está escrevendo o própriolivro. Cursa o 5º ano do Colégio Dom Bosco Assunção.

Heitor Barbosa Previtalli (14 anos), cursa o 9º ano no Colégio DomBosco Cidade Alta, indicado pela Biblioteca Municipal Ricardo

Ferraz de Arruda Pinto, por ser frequentador assíduo.

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S8Caderno Especial Thales Castanho de Andrade

Terça-feira, 15 de setembro de 2020A Tribuna Piracicabana

“Encanto e Verdade”: biografias em construçãoNão existe hojeNão existe hojeNão existe hojeNão existe hojeNão existe hojeapenas umaapenas umaapenas umaapenas umaapenas umaimagem deimagem deimagem deimagem deimagem deThales. Mas, sim,Thales. Mas, sim,Thales. Mas, sim,Thales. Mas, sim,Thales. Mas, sim,existem imagensexistem imagensexistem imagensexistem imagensexistem imagensconstruídas aconstruídas aconstruídas aconstruídas aconstruídas apartir do que ospartir do que ospartir do que ospartir do que ospartir do que osleitores da épocaleitores da épocaleitores da épocaleitores da épocaleitores da épocapensavam delepensavam delepensavam delepensavam delepensavam dele

Alexandre Bragion

Dentre as inúmeras fa- cetas da personalida-de do escritor piraci-

cabano Thales de Andradeestava sua certeira percep-ção de que a história e oshistoriadores da literaturairiam, num futuro não mui-to distante, debruçar-se emalgum momento sobre suapersona e obra. O cuidadode Thales com o arquiva-mento de dados sobre suaprópria biografia e o zelocom que deixou organizadorecortes de jornais, cartas,textos, fotos e outras pistaspara uma possível pesqui-sa futura é impressionantee corroboram a percepçãode que Thales ideava diri-gir os olhares sobre si.

Em pesquisa realizadapara o mestrado em Litera-tura Brasileira pelo progra-ma de Teoria e História Lite-rária da Universidade Esta-dual de Campinas – Uni-camp – nos deparamos comum verdadeiro mundo demateriais que Thales foicompondo e organizandomanualmente a fim de esta-belecer uma trilha paraquem, no futuro, como nós,se interessasse por compre-ender mais a fundo sua vidae obra. Assim sendo, na re-ferida pesquisa acadêmicapela Unicamp, pioneira so-bre a obra de Thales de An-drade, registrou-se com des-taque que a riqueza de ma-teriais encontrados em diá-rios e outros arquivos do es-critor é de encher os olhos.

Dentre esses materiais,o álbum manuscrito e de re-cortes intitulado “Encanto eVerdade” (nome tambémdado por Thales a uma longasérie de livros por ele publi-cados) – álbum esse que se

encontra no espólio do autorguardado no Museu Pruden-te de Moraes, em Piracicaba– revela que Thales sabiaque era uma figura pública aser biografada em algummomento da história, e seocupou em tentar conduziressas possíveis biografiasdeixando em seus guardadospistas e sugestões paraquem viesse a pesquisar essematerial. Isto posto, o quesabemos de Thales misturasuas próprias anotações e,evidentemente, o que sepode aferir sobre ele em do-cumentos firmados em car-tórios e outras instituiçõespúblicas. Entre ficção,auto-ficção e verdades, fatoé que a biografia de Thalessegue ainda em construção.

Oficialmente, sabe-seque Thales nasceu em Pira-cicaba, em 15 de setembro de1890, filho de um industrialdono de fábrica de bebidas,doces e torrefação de café –que foi também, vale dizer,um dos fundadores da So-ciedade Beneficente Ope-rária de Piracicaba. ThalesCastanho de Andrade pas-sou a infância entre a vidacitadina e a rural – uma vezque seus avós paternos fo-ram sitiantes chacareirosque habitaram as matas daserra da cidade São Pedro eseus avós maternos repre-sentantes modelares da vidacitadina de Capivari-SP.

Vem dos avós sitiantes ogrande exemplo que teriadespertado em Thales, anosmais tarde, o interesse porlevar o ensino às regiões ru-rais mais distantes dos gran-des centros urbanos e edu-cacionais do estado; uma vezque seu avô – Antônio Pintode Andrade –, substituindoo lápis por um instrumentoconstruído com varetas de

carvão amarradas a cápsu-las que envolviam nós debambus, encarregou-se deensinar a esposa – donaLuísa Maria Andrade –, avóde Thales, a ler e a escre-ver em pleno fundão dasmatas do sertão paulista.

Do outro lado dessa“balança genealógica”,aparecem os avós maternosde Thales – Augusto Césarde Arruda e dona TheodoraMartins Bonilha Castanho– como fiéis incentivadoresda vida urbana e de suaeducação voltada para omundo das letras – poisera o avô de Thales reco-nhecido e festejado na cida-de de Capivari como gran-de orador e beletrista, che-gando mesmo a assumir afunção de presidente doConselho de Instrução Pú-blica do Estado de São Paulo.

Tendo crescido, portan-to, entre o campo e a cidade,pode-se dizer que Thales vaicontinuar a levar essa vidadividida entre a urbe e a roçamesmo depois de ter se for-mado professor normalista.Lecionando ora nas chama-das escolas rurais isoladas –entre as quais vale citar aEscola Isolada da EstaçãoBanharão, no município deJaú, e o Grupo Escolar dePorto Ferreira – ora nas es-colas situadas nos centrosurbanos – como a EscolaNormal de Piracicaba, naqual além de atuar comoprofessor (lecionando disci-plinas como História da Ci-vilização e do Brasil, Histó-ria da América, História Ge-ral, Direito, Pedagogia, Psi-cologia e Prática de Ensino),Thales continuou a cruzarsempre a “divisa” que sepa-rava o campo e da cidade.

Além de ter conseguidoconciliar com sucesso a vida

rural e urbana, Thales tam-bém soube conciliar a vidade professor com a de escri-tor e de político. Ao mesmotempo em que se dedicou àprodução de sua obra literá-ria, Thales também partici-pou ativamente da vida polí-tica do Estado de São Paulo,chegando a ser eleito paraassumir uma cadeira na Câ-mara dos Vereadores de Pi-racicaba – além de, por leiespecial, ter sido nomeadoinspetor técnico do EnsinoRural e, posteriormente, as-sistente técnico do EnsinoRural, diretor geral do de-partamento de Educação doEstado de São Paulo, che-gando até mesmo a ser, noápice de sua carreira políti-ca, secretário de Educaçãodo Estado de São Paulo.

Perrepista, escreveutextos políticos e partidári-os publicados em diversosjornais, como “O Jornal dePiracicaba”, “Gazeta de Pi-racicaba” e “Vida Moderna”– e arquivou para a posteri-dade, como dissemos, essestextos. Além disso, vale re-gistrar que é de sua autoriaum artigo de página inteirapublicado em “O Estado deSão Paulo”, no qual apósmanifesta insatisfação, oP.R.P. Piracicabano rompiarelações políticas com oP.R.P. Central de São Paulo.

Vaidoso – se assim o po-demos adjetivar – ThalesCastanho de Andrade tam-bém faz menção em seusguardados e recortes para ofato de que seu nome figuratambém em enciclopédiasclássicas como a “Delta Jú-nior” e a “Britânica” – e,para tanto, aponta e indicao fato em seu “diário”, cha-mando em letra de mão aatenção do pesquisadorpara tal fato. Hoje, a aparen-

te facilidade de se biografarThales de Andrade curiosa-mente nos chama a atençãopara uma questão aparente-mente simples e óbvia, po-rém de fundamental impor-tância: Thales era um ho-mem biografável! Por outrolado, Thales curiosamentese esquivou de – ele mes-mo – traçar sua própria(auto)biografia, legando aofuturo essa iniciativa e in-tentado, com também jáafirmamos, guiar os olhos ea mente de possíveis biógra-fos para o que ele, Thales,gostaria que fosse contado.

Nesse sentido, diantedas breves biografias pro-duzidas sobre ele (basica-mente escritas e publica-das ainda e apenas sob aforma de artigos comoeste), podemos imaginarque Thales era uma pessoadisponível para ceder infor-mações sobre sua própriavida. Mais do que isso, agrande quantidade de infor-mações recolhidas e arqui-vadas pelo próprio Thalesem álbuns de recortes epastas de arquivo – que,consequentemente, trans-formam-se hoje em genero-sas fontes primárias parapesquisadores e biógrafos –nos leva a crer, como disse-mos, que o mestre piracica-bano da literatura infantilera alguém também preocu-pado com a difusão de sua

imagem de homem públicoe, por assim ser, com o re-gistro e fixação de sua me-mória para a posteridade.

Por fim, cumpre, a par-tir disso, reconhecer quenão existe hoje apenas umaimagem de Thales. Mas,sim, existem imagens cons-truídas a partir do que osleitores da época pensavamdele, a partir do que os ami-gos e a imprensa da épocapensavam dele e do que elemesmo gostaria de fossecontando sobre si – toman-do-se por base o que foi ar-quivando e indicando por elea pesquisadores hipotéti-cos. Nesse sentido, mais umavez cabe aqui ressaltar ou-tra faceta pioneira do pira-cicabano: a preocupaçãocom sua própria imagem e aconstrução que dela se fariano futuro revelam que Tha-les concebia também o seupróprio “marketing” e ide-ava, de maneira atenta e de-votada, conduzi-o – mistu-rando “encantos” e algu-mas “verdades” num legadopróprio e que deixou facili-tado para seus biógrafos.

Nasce aí, evidentemen-te, um ponto importantepara qualquer biógrafo quese preze: duvidar das pis-tas deixadas pelo autor so-bre si mesmo deve ser oponto de partida paraquem deseja adentrar commais profundidade à bio-grafia do escritor. Duvidarsempre, sem desprezar assendas propostas por Tha-les, essa deve ser a táticapara a construção de umabiografia mais segura sobreesse piracicabano ilustre.

———Alexandre Bragion,doutor em Teoria eHistória Literáriapela Unicamp

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Ano XXXI Nº 373 setembro de 2020

As teclas travam. O textoentristece. Um nó nagarganta. Um peso no

coração. Palavras que calam. Di-gito com dedos enlutados essenecrológio para minha grande ami-ga Lina, morta há três dias. Trêsdias já e sua voz vinda pelo celularde Brasília há menos de outros 15– e reverberando em meus ouvidosainda agora. Sua voz ainda cançãoe sempre, tão clara e delicada:

“Boa tarde, Ronaldo, realmen-te pneumonia não é uma coisa fá-cil, não. É uma convalescençamuito lenta e gradual. O tempo aquié uma memória, sabe? Vamos ver,espero sair dessa, né? Porque oúnico sintoma que eu tenho, Ronal-do, é falta de ar. Não tenho febre,não tenho tosse, não tenho dor nocorpo. Tô tomando antibióticos for-tíssimos. Vamos ver. Hoje eu fizexame de sangue pra ver minhasituação... também espero sair des-sa com muita lisura e muita maci-ez”.

“Aqui sonhamos. Aqui vamosmorrendo./ Na verdade, somos tudoo que somos,/ ao pé desta árvoreartificial/ arrancada às florestas domundo!” – escrevia sua grandeamiga Cecília Meireles, no poema“Abajur de Lina”, 1951. Na tarde daúltima terça-feira, 01 de setembro,a poeta cataguasense Lina Tâme-ga Peixoto (1931-2020) falecia emBrasília, para onde se mudara ain-da antes dos anos 1960 e da pró-pria inauguração da capital. Ela foiuma das nossas maiores vozes napoesia – não só de Cataguases,como de Brasília e do país comoum todo. Afora a poeta maior, Linaera uma lady, uma dama comopoucas, gentil, sensível, arquétipode um tempo que remetia a tem-pos de outrora, tempos de extremadelicadeza. Mais que simples dama– disse um dia o poeta JoaquimBranco –, na verdade Lina foi nos-sa primeira dama da poesia.

Nós estivemos juntos muitasvezes ao longo de nossas vidas, asduas últimas em lançamentos demeu livro “Momento Vivo”, quando

LINA LADY LINA: DAMA DA POESIARonaldo Werneck

ela esteve presente tanto no Rioquanto em Portugal. Foi a últimavez que nos vimos, naquele outu-bro do ano passado em Lisboa.Uma honra ser seu amigo, sem-pre uma honra sua presença, umatristeza só a sua ausência – essaausência que se fará sentir a partirde agora, a falta daquele largoaprendizado vindo de suas pala-vras que chegavam não mais porcartas, mas por constantes e-mails e até mesmo por whatsapps,que Lina esteve sempre antenadaem seu tempo.

Em 12 de julho de 2014, Liname escrevia do Rio, em trânsitopara o lançamento de seu livro “En-tre desertos” em Cataguases, mui-to preocupada com nosso grandeamigo, o poeta Francisco MarceloCabral (a quem tratava por “Cabru-xa”), seu querido companheiro democidade na aventura de editar aRevista Meia-Pataca. Cabruxa es-tava adoentado no Rio, mas memandara um longo email, bem-hu-morado como sempre, analisandomeu vídeo “Duas Faces”, razãopela qual achei que ele estivessebem. O que não era verdade.

“Estou à disposição para aentrevista na Rádio – Lina escre-via – ou qualquer outra ação literá-

ria que resulte numa convergên-cia de estímulos e descobertas.Também soube notícias do Cabru-xa, mas não tão otimistas quantoas suas. Há uma suspeita de cân-cer no pulmão e só na segunda-feira se saberá o resultado. Ele jáfoi avisado (intempestivamente poruma médica maluca) e está ner-voso e preocupado, com razão.Esperamos que tudo seja brancoe puro, sem manchas de escuri-dão”.

Não foi. Um mês depois(agosto, agosto!) Cabruxa morriano Rio de Janeiro, e lá estávamosLina, minha mulher Patrícia e euno velório do poeta, chorando nos-so grande amigo. Não imagináva-mos que o mesmo mal que o ma-tou atingiria seis anos depois osdois pulmões de Lina e a levariatambém – e para sempre. Faço mi-nhas as palavras do poeta Fran-cisco/Cabruxa Marcelo Cabral emseu poema-livro “Inexílio”:

“... nada, Lina, esse rio pri-mal,/ com suas lições de luz eventos e esmeraldas,/ Virgílio Be-atriz de uma comédia sem infer-no/ ovelha pastora forte macia ver-tigem/ da espiral azul que eu es-tou revendo agora/ sob a formavolátil da fumaça de meu cigarro/

e estou sentindo sob os pés, nesseponto mais firme/ onde me firmo,Lina-lináptera se afastando/ meafastando, lírio, ardósia, púrpura,/sol do planalto”.

Ainda agora, no último 12 deagosto, Lina me mandava um zap:“Estou lendo Gilbert Durand. Naconceituação que faz da civilizaçãoocidental cita um provérbio chinês,muito adequado pra o governo atu-al. Eis: Se apontares a lua com odedo, o imbecil olhará para o dedo”.Lina lunar via lua em todo lugar:“Debulhado, o dia/ dependura a lua”.

Vejam no meu blog, link a se-guir, o primeiro dos textos em ho-menagem à Lina e um vídeo, “Ca-taguases-Ascânio”, com a releiturado poema “Cataguases”, de Ascâ-nio Lopes (1906-1929), o grandepoeta da Revista Verde, pelos poe-tas Francisco Marcelo Cabral, LinaTâmega Peixoto, Joaquim Brancoe Ronaldo Werneck. A locação foino Rio de Janeiro, em 2013, noapartamento do hoje também sau-doso Francisco Marcelo Cabral.

Lina Tâmega

divulgação

Ronaldo Werneck é escritor,poeta, jornalista, videomaker,

ensaísta, cronista, tradutore crítico de literatura,

cinema e artes plásticas.www.ronaldowerneck.com.br

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Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

Impresso em A Tribuna Piracicabana -Rua Tiradentes, 647 - Piracicaba - SP - 13400-760

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Página 2 - setembro de 2020

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A Cultura sofre umaséria ameaça em nossoPaís. O obscurantismo, ouseja, a negação do conhe-cimento e, portanto, da ciên-cia e da cultura, é caracte-rística típica do fascismo. Obando fascista que se apoderou do governo não ficou apenas no discur-so anticultura. Depois de haver nomeado para os cargos do governoque cuidam da Cultura indivíduos totalmente avessos a ela, senão seusinimigos viscerais, agora está surrupiando as verbas destinadas a essaatividade no governo.

O ministério da Economia decidiu bloquear R$ 36 milhões de cincoórgãos ligados à Cultura: R$ 13,5 milhões foram cortados da FundaçãoNacional de Artes (Funarte); a Fundação Biblioteca Nacional teve cortede R$ 11,7 milhões; mais R$ 10,4 milhões de corte do Instituto Brasileirode Museus; a Fundação Cultural Palmares sofreu corte de R$ 1,2 mi-lhão; e a Fundação Casa de Rui Barbosa, outros R$ 122,8 mil. Issopode inviabilizar a realização de projetos fundamentais para a atividadecultural do País.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, “servidores da Funarteafirmam que o bloqueio é ainda maior do que o divulgado na planilha,sendo de R$ 14,7 milhões. Segundo eles, esse bloqueio irá comprome-ter todo o planejamento da instituição e inviabilizar projetos, como a Bol-sa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga”.

Mas, segundo a revista CartaCapital, a proposta orçamentária envi-ada ao Congresso para vigorar em 2021 torna ainda mais dramática asituação: “a proposta enviada ao Congresso prevê redução de recursosda ordem de R$ 9 bilhões (de R$ 11,6 bi em 2020 para 2,5 bi em 2021,mais de 80%) no orçamento do Ministério do Turismo, ao qual a Secre-taria Especial da Cultura é vinculada”. Nesse corte, está prevista a re-dução de 78% na verba da Cultura. Se isso acontecer, diz a matéria darevista: “será o colapso total de museus, fundações, política audiovisual,patrimônio histórico, entre outros setores”.

O presidente da Associação de Servidores do Ministério da Cultura(Asminc), Sérgio de Andrade Pinto, afirmou que “a área da cultura já temsido muito prejudicada pelo reducionismo da sua estrutura. A evasão derecursos irá piorar esse quadro”. A ameaça de colapso dos órgãos deCultura do governo compromete seriamente a própria atividade culturalno País. O Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo se soma atodos quantos fazem Cultura em nosso País no repúdio a mais essatruculência. É o mesmo que queimar livros.

São Paulo, 7 de setembro de 2020

Diretoria do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo

Comemoramos em setembro 31 anos de luta, resistência e decirculação ininterrupta do jornal Linguagem Viva.

Resistimos até nas pandemias. Sobrevivemos a todos os golpesavassaladores dos planos econômicos, mesmo com o total descasodos governantes com nossas Letras e Cultura.

373 edições divulgando a Literatura brasileira e o escritor com poucoacesso na mídia, vencendo o desafio de fazer um jornal literário numpaís em que a cegueira com a Cultura é a sina dos chefes de estado.

Linguagem Viva se mantém vivo mesmo diante do fantasmaCultural criado pelos governantes com os cortes acentuados das verbasdestinadas à Cultura e Educação.

31 anos de circulação mensal e ininterrupta muito mais que umdesafio que só foi possível com o apoio dos nossos colaboradores,leitores, assinantes, amigos, parceiros e da Tribuna Piracicabana quenos ajudam transformar nosso sonho em realidade.

Vamos dizer não aos cortes de verbas. Não à taxação dos tributosnos livros. Não à cegueira. A Cultura e Educação alimentam a almados brasileiros.

Almejamos salários mais dignos para os professores, com maisverbas para a Cultura, Literatura e Educação.

Continuemos, juntos, na luta pela democratização da leitura e pelaredemocratização da nossa Cultura. Oxalá, vamos resistir mais 31 anose fazer do nosso Brasil um País mais digno de se viver com Cultura,Leitura e Educação.

Rosani Abou Adal

31 anos de Resistência

Rosani Abou Adal é jornalista, poeta, publicitária, membro daAcademia de Letras de Campos do Jordão e vice-presidente do

Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo. Autora deManchetes em Versos. www.poetarosani.com.br

Tirar dinheiro da Cultura é omesmo que queimar livros

Capa e o projeto gráfico de Xavier

Prefácio de Raquel Naveira

Sebo Brandão: https://www.estantevirtual.com.br/brandaojr/rosani-abou-adal-manchetes-em-versos-1920679020

Manchetes em versos

Rosani Abou Adal

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Página 3 - setembro de 2020

Tels.: (11) 3214-3325 - 3214-3647 - 3214-3646 [email protected] - Face: Sebo Brandão São Paulo

https://www.estantevirtual.com.br/brandaojr

Rua Conde do Pinhal, 92 -ao lado do Fórum João Mendes

Fazemos encadernações

Para marcar os 40 anosde sua polifônicabibliografia, iniciada com

Uma obscura visão (1979), o poe-ta, tradutor, ensaísta, crítico e ara-bista Adalberto Alves (Lisboa, 1939)é alvo de uma exposição na Biblio-teca Nacional, numa mostra quereúne sua produção em livro, jornais,revistas, epistolografia e condeco-rações recebidas, entre as quais oPrémio Internacional Sharjah paraa Cultura Árabe (Unesco, 2008).

Na altura, foi apresentado seumais recente livro Os dedos trans-lúcidos do escrevinhador (Ed. La-birinto, 2020), que consagra sua in-tensa trajetóriacriativa e con-densa a recentesafra poética doautor. Esse po-emário atualizao acento reflexi-vo de um olharpreocupado não apenas com o des-tino do homem e do universo, mascom a função e o lugar da poesianum universo tão aviltado por disto-pias e conflitos, quando nos defron-tamos com inúmeros dilemas exis-tenciais e demandas éticas.

O poeta, saindo de sua zonade conforto, rastreia com imensatensão e energia estética uma atu-alidade contaminada por crises econtradições, cujos versos regidospelo sopro da inquietação não res-pondem ao caos civilizacional, massuscitam uma permanente indaga-ção. A arte indignada de AA, na es-teira de seu artefacto intelectual ehermenêutico, instaura um territó-rio de insurgências e frontalidadescrítico-reflexivas, catalisando seuatávico e drummondiano “senti-mento do mundo”.

Seja como escritor ou comocidadão participativo AA insere-sena história recente de Portugal comuma consciência multiculturalista ea defesa da justiça, da liberdade eda democracia, um sonho paraalém das fronteiras geográficas,culturais ou ideológicas. Na searajurídica, fez em sua advocacia mili-tante a defesa de presos políticos,o que lhe custou alijamento e cen-sura, tendo sido proibido de exer-

Adalberto Alves e o trânsito interculturalcer cargos públicos durante a di-tadura salazarista. No campo in-telectual, alargou o intercâmbio li-terário ao elaborar o Dicionáriode arabismos da língua portugue-sa (2013) e na tradução e popula-rização de diversos escritores ori-entais, propugnando uma relaçãosimbiótica com outras línguas,culturas, crenças e costumes.

Em quatro dezenas de livrospublicados, destacamos O meucoração é árabe: a poesia luso-árabe (1987), A presença árabena obra de Gil Vicente (1991), Por-tugal e o Islão – Escritos do Cres-cente (1991), Um humanista doséculo XI, al-Bâjî (1992), A noite dodestino (1993) Portugal: ecos deum passado árabe, (1999), His-

tória breve daadvocacia emPortugal (2003),No vértice danoite (2008), Ara-besco, músicaárabe e músicap o r t u g u e s a

(2016), Ibn ‘Ammâr al-Andalusî, odrama de um poeta (2016) , Al-Mu’tamid, poeta do destino (2016),Irão: viagem ao país das rosas(2016), A urgência do impossível(2018) e Entre/Vistas (2019).

A poesia de AA continua aaperfeiçoar-se no confronto comas questões individual e coletiva ese ressignifica ao abarcar novosenfrentamentos, um farol sempreatento e guiado por um indissoci-ável apostolado dialético. Eis umautor que rastreia as metamorfo-ses e o escalonamento de valo-res na vida contemporânea para(de)cantá-los em uma exegesepessoal rica de apreensões filosó-ficas e metafísicas que são o es-copo de uma posição diante davida.

De muitas maneiras e chavesé composta a poética adalbertia-na e em Os dedos trans-lúcidosdo escrevinhador culmina numatranscendência a partir do própriotítulo. São textos de sofisticadacontenção formal que chafurdamem nossas mais ermas pulsõese instintos: as noites que nos ha-bitam, os fogos do amor, os dilúvi-os da alma, os precipícios do co-ração, os embates da consciên-cia, as fragilidades do ser, os des-

vãos e atalhos vi-venciais nessa épo-ca de terrível bana-lização da vida e damorte. Todas es-sas nuances dopercurso humanodespertam no poe-ta uma rigorosa(auto)indagação:“quem redime aagonia do mundo?/ que deus veio àterra para o sal-var?”

Num momentocrucial de dèbacleda humanidade, denegação do espíritode alteridade e ins-tabilidades políticasque deságuamnuma outra idadede trevas, quando apandemia do coro-navírus escancaranossa impotência,o poeta reconheceque “a ignomínia éimparável, e ei-laem mim” e confessa, assombra-do: “se a fraqueza do mundo é suaregra inelutável,/ em minhas mãosa tomo e dela me envergonho.”

Além de todo o cariz exegéti-co de sua obra mirando o alvo dainsensibilidade e do alheamentoque vigoram, como viajante do in-sondável e navegante das perple-xidades humanas, AA não se reser-va nenhum pedestal, mas contra-põe-se, vigilante, aos arruídos eholofotes da notoriedade, à sober-

Sebo Brandão São Paulo

Ronaldo Cagiano

ba e ao desvario que tanto conta-minam a vida e até mesmo a lite-ratura: “sempre viajei incógnito./quando mais vagueio menos co-nheço./nenhum passaporte podedescrever/ o desmoronamento queé a vida.”

Livro: Os dedos trans-lúcidosdo escrevinhador

Autor: Adalberto AlvesEd. Labirinto – 104 pgs.

Ronaldo Cagiano é escritor,poeta, crítico e membro da

Associação Nacional deEscritores.

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Página 4 - setembro de 2020

Cel.: (11) 97382-6294 - [email protected]

Revisão -

Aulas Particulares

Profa. Sonia Adal da Costa

A vida é navegar rumos incertosPor mares abertosMonótonosA oscilar

NavegarBelas paisagens alémMiragens de nautas

Nosso barco vaiE passa

Ponto perdido no tempointemporal

Inscrição no deserto de Eval-do Balbino é sobre o processo ine-xorável do tempo, que, como um riocaudaloso, leva em seu fluxo todasas coisas vivas e amadas. Essedeus da perda é evocado nessaspáginas por uma voz poética quesabe estar diante de forças mais po-derosas do que qualquer ação hu-mana. Porém, a sua não é uma ati-tude de revolta, mas de reverência,marcada pela male-abilidade da água,que contorna obstá-culos e preencheabismos. Ainda que otempo seja “um cãofaminto”, o “coraçãose alarga / desdobrapanos e anseios, /querendo tirar davida / o mofo do es-quecimento, / o quesuja sua beleza”. Davoracidade do desti-no, tenta-se retirarsentidos que se opo-nham ao apagamen-to de tudo o queexiste.

Mesmo quando o cotidiano évivenciado como dias de “festa ecomeria”, a consciência da morte seimpõe amarga: “De repente a lem-brança de que à mesa, / plantadasobre a terra ancestral, / faltava oseu corpo já cansado”. A perda dosantecedentes nos lança nos “medosde orfandade”, na experiência deque afinal estamos todos sozinhos,abandonados no mundo à própriasorte até o dia derradeiro. Outrosdesaparecimentos, que na superfí-cie são amiúde considerados demenor importância, também contri-buem para tal sensação. No poema“Diva I”, a morte de um animalzinhode estimação acarreta a reflexão deque “as vidas / (a tua, a minha, anossa) / são oceanos escorrendoentre dedos”.

A relação com a divindade nes-se universo de desamparo é ambí-gua. Por um lado, Deus é sentidocomo um protetor sempre presen-te, como no poema “O salt(e)adoramoroso”, em que tanto a almaquanto o corpo sentem que podemrealizar tudo o que anseiam justa-

mente por terem essa companhiaconstante. Em outros momentos, poroutro lado, a felicidade divina é vis-ta como insensibilidade em face damiséria humana, já que “nada émotivo para festa”. Deus talvez sor-ria porque não sente na carne a dorda finitude. Se fosse feito à seme-lhança de sua criatura, saberia quenão há razão para alegrar-se. O eu-lírico se debate com a disposição deacreditar numa transcendência, em-bora aquilo que observa contrarie

sua vontade: “O que de-sejo ver, olhando osmortos, / é a vida plenae imortal, / mas vejo oque veem os vermes: /apenas esta vida e nadamais, / apenas esta vidaem seu final”.

Contudo, no lugardo desespero que po-deria surgir após essasconstatações, toma cor-po uma sensualidadesôfrega, buscando sor-ver da vida o que elapode oferecer antes determinar: “Sei-me vivoassim para sempre, /úmido de lábios que fe-

necerão: / beijos rubros, precipíci-os”. O amor físico não é apenasaquele que se volta ao corpo deoutro ser humano, mas tambémaquele que se dirige a tudo o quese apresenta para os sentidos, sejaanimado ou inanimado. Água, pás-saros, peixes, flores, montanhassão objetos do afeto da voz que can-ta “as coisas mui sensíveis, / as lin-das coisas (mesmo fugidias)”.

Inscrição no deserto é, na ver-dade, uma inscrição na imensidão,um mergulho na complexidade davida. Emaranhar-se nos fios quecompõem essa grande trama é oque resta fazer até que ocorra aconsumição pelo tempo. Refestelar-se em prazeres efêmeros enquantoa consciência do fenecimento nãoadormece jamais. Fruindo dessesbelos poemas, leitoras e leitorescertamente se tornarão mais cien-tes de tais realidades. É leitura pelaqual não se passa incólume quan-do se tem um coração batendo.

UMA INSCRIÇÃO NAIMENSIDÃO DA VIDA

Divanize Carbonieri

Divanize Carbonieri é escritorae professora da Universidade

Federal de Mato Grosso.

Ouvi os suavesarpejos do vento

murmurandoantigas canções

na vasta folhagemdos coqueiros esbeltos

Gritinhos alegresde bem-te-vis e pardaisadornavam o silêncioO cata-vento seguia

no seu compasso sossegadoIncrédulo e emocionado

contemplei o diase espreguiçando

no colo da alvorada

Raymundo Farias de Oliveira

ALVORADA

Raymundo Farias de Oliveira éescritor, poeta, contista,cronista e Procurador do

Estado aposentado.

NAVEGAR

Maria de Lourdes Alba é poeta,escritora, jornalista e pós-graduada em Comunicação

Jornalística. Autora de TraçosPoéticos, entre outros livros.

Maria de Lourdes Alba

Há um momentoEm que contabilizamos os mortos:

Avós,Tios,

Tios-avós,Uma geração,

Aí, nós os enterramos na floresta,Meio corroídos de ácido,Deformados pela velhice

E passamos um trator sobre as ossadas.

Depois, passeamos pela terra arada,Empapada da sangue,

O vento soprandoNas árvores esquálidas

Que soltam cinzas.

MORTOS NA FLORESTA

Raquel Naveira é escritora, crítica literária, professorauniversitária, vice-presidente da Academia Sul-Mato-Grossense

de Letras e Mestre em Comunicação e Letras pelaUniversidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo.

Raquel Naveira

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Página 5 - setembro de 2020

Até dias atrás me acreditava esperançosonas pesquisas: crente convicto, fervorosoHoje a esperança está instável, duvidosaa confiança se vai, não há mais fé ruidosa

Fé e confiança, a covid-19 está minandodia a dia ela me rouba, buscando eliminar:O instrumento utilizado é a dúvida lançadaque inquieta, intriga e desorienta o pensar

O medo, indesejado, que outrora inexistiaganhou certo status, durante a pandemia:Sensação abjeta, na quarentena crescidono momento se coloca, quase imperativo

Haverá futuro? Questiona o pensamentoO presente agita, traz confusão, angustiamas excita, leva a desejar viver o amanhã

O ontem derrubou o otimismo e a verdadeVirá, então, o pós verdade, o novo normalQuiçá, o check in detecte a alegria infinda!

Pandêmico VCarlos Moura

Carlos Moura é escritor, poeta, jornalista,conselheiro do Sindicato dos Escritoresdo Estado de São Paulo, editor do JornalCentro em Foco e coordenador do Sarau

do jornal. Autor de Vida em Versos.

Desdobrei o silêncioaté enxergar os segredos guardados.O espaço vazio espera as borboletas

com passos de mansidão.Alguns conceitos mofados,alguns desejos culpados,uma poesia incompleta,

um ato de contrição.Que venham as borboletas,os anjos e suas trombetas,

o curió e sua partitura.Cabe sempre um farfalhar de asas

entre a borda do silêncio e a dobradura.

Bem dentro de mimrespira o mistério sem fim

de minha alma.

É leve tanto quanto infinito.Se asas tivesse, seriam só

sustentáculos da aurorados dias dentro dos dias.

Não sei se me serve.Talvez apenas me caiba

a ele servir em meus eloscom as outras almas

na grande floresta do céu.

Que céu?, me pergunto.O mistério longamente se cala.

PARABÉNSLINGUAGEM VIVA!!!

LINGUAGEM VIVA,amado e esperado

pássaro de douradas asasa pousar em nossas plagas

e além mares.

PARABÉNSpelos 31 anos

de franca e ininterruptaperiodicidade.

PARABÉNSpelos 31 anos

de comprometimentoliterário e social!

*Parabéns à Jornalista e Poeta,Rosani Abou Adal, Fundadora-Editora de LV.

31 ANOSDE EDITORIAIS

FORTES E CONCLAMATIVOSDE NOTICIÁRIOS,

DE

DE

Débora Novaes de Castro

Pesquisa

Flora Figueiredo é escritora, cronista,poeta, jornalista, tradutora e compositora.

Autora de Chão de Vento, Limão Rosa,Florescência, entre outros livros. Exerceuo cargo de Vice-presidente da Associação

das Jornalistas e Escritoras do Brasil.

Flora Figueiredo

Manhã.Ao ar, ao sol, gozando a natureza,

estendo as mãos, as palmas para cima.A linha do coraçãoe a linha da cabeça

formam dois arcos contíguosque se aproximam e se encontram no final.

Entrelaçadas, unas,abraçadas.

A linha da cabeça,acima, separada, paralela

à do coração,ascende para além.

QUIROSCOPIA

Anderson Braga Horta é escritor, poeta,advogado, professor, cofundador da

Associação Nacional de Escritores e doClube de Poesia de Brasília. Membro da

Academia Brasiliense de Letras e daAcademia de Letras do Brasil.

Anderson Braga Horta

Débora Novaes de Castro é escritora,poeta e artista plástica.

www.deboranovaesdecastro.com.br

NADA SUSPIRAAlcides Buss

Alcides Buss é escritor, poeta e professoruniversitário. Exerceu os cargos de

diretor da Editora da UFSC, diretor deComunicação da ABEU e de presidente da

Associação Brasileira das EditorasUniversitárias. www.alcidesbuss.com

SE PERGUNTOA MIM MESMA

Teresinka Pereira

Quando as horaspassam lentas

e o abismo da distânciavai corroendo a esperança

Quando já não posso ouvirmeu coração evitando

uma rima da palavra ardente

Quando o silêncio perfuraa alma como um punhal

Pergunto a mim mesmase o meu amor é eternoou é como o relâmpago

que acende e apagaenquanto vai passando

o tempo.Teresinka Pereira é escritora, poeta,tradutora, presidente da Associação

Internacional de Escritores e Artistas - IWAe Doutora em Filosofia e Línguas Neo-

Latinas da University of New Mexico, USA.

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Página 6 - setembro de 2020

Débora Novaes de Castro éescritora, poeta, artista plástica

e Mestre em Comunicação eSemiótica – Intersemiose naLiteratura e nas Artes, pela

PUC - São Paulo, 2004.www.deboranovaesdecastro.com.br

Débora Novaes de Castro

Idos de 2020

Calamidadeuniversal.

A praga se instalanos quadrantes da Terra

e iguala, na morte,os entes amados.

Nobres,plebeus,

máscaras,isolamentos,

manchetes nas TVs, e Redes mundiais.

Vacinas?Em processo

e franca aceleração;se válidas ou não,

o futuro, a seu tempo,dirá...

08/08/2020

* Noticiário da TV CNN Brasil: Em 26de fevereiro, 2020, o primeiro caso

confirmado de infectado porCoronavírus. 8 de agosto, 2020, dados

atualizados: 100.000 mortes e 3milhões de infectados...”

Depois de mais de cinquenta anos de intensae brilhante atividade jor-

nalística, Cláudio de Cápua, pode-ria, se quisesse, escrever um inte-ressante e movimentado livro dememórias, com foco em sua ativida-de na imprensa. Primeiro, pelo fatode ter convivido com importantes eexpressivas personalidades e cele-bridades do mundo político, intelec-tual, jornalístico, artístico e empre-sarial e sempre se destacando poruma participação decisiva e respon-sável nas causas que abraçou. De-pois, por ser uma espécie de arqui-vo vivo dos acontecimentos mais re-levantes que marcaram as últimascinco décadas da qual foi um per-sonagem singular, dono de umamemória que registra com precisãodocumental a passagem e significa-ção das coisas, no tempo e na vida.No entanto, Cláudio de Cápua – re-velando mais uma vez seu espíritocriativo e empreendedor – ao invésde repetir o lugar-comum, preferiuinovar, construiu um monumental emultifacetado painel alegórico paradar nova vida a notícias, crônicas,estudos, pesquisas, poesias, enfim,uma coleção antológica de produ-ção jornalística, literária e artísticaque atravessou os anos e não per-deu o viço, manteve o brilho, o ca-lor e a emoção que apenas os bonse autênticos jornalistas conseguemcriar.

Para engrandecer ainda maisa sua já ampla produção literária,Cláudio de Cápua lançou agora,“Retalhos de Imprensa”. O autor fezuma seleção de parte de sua vastae diferenciada produção jornalísti-ca, conseguindo reunir flagrantescuriosos e impactantes registradosna revista Santos Arte e Cultura, cri-ada e dirigida por Cláudio de Cá-pua e que teve papel destacado navida cultural da baixada santista. Onovo livro de Cláudio de Cápua éuma daquelas obras que sempredespertam o desejo de ler mais emais. O leitor pode abrir em qual-quer página. Os textos abordam te-mas variados, sempre muito bemilustrados. O caráter enciclopédicodo livro garante-lhe, inclusive, umapermanente atualidade e interessepela leitura. O leitor vai encontrarnas páginas de “Retalhos de Im-prensa” figuras como Dom João VI,ex-presidente JK, sertanista Mare-

“RETALHOS DE IMPRENSA”DE CLÁUDIO DE CÁPUA

Henrique Novak

Henrique Novak é escritor,jornalista, publicitário e crítico.

Pandemia

Por sobre a vista panorâmicaem moderna arquiteturaO mirador é farol que apontaO sentido pleno do olhar.Desde o líquido e brilhanteMarulharA íris se espraiaE feliz percorre toda a linhaDo horizonte ao mar.E, em longitudinal movimento,O brilho solar se encontraCom imensos arcos a conversar.É a ponte 25 de abril.Do miradorMeus sentidos são sonsA percorrerem todas as direçõesDo ar.Agora meu serEm tudo se encontraAo abarcar a praia,a águae a terra além...a espreitar.Nítido e plenoMeu doce olharo Tejo encantaNele, a ad(mirar).E nas águas de claro azul,Intenso,todo o meu serAbarca o rio...De heróisE de mitosDa aventura secular.

Hino ao TejoRoseli Batista de Camargo

Roseli Batista de Camargo éMestra em Letras na área de

Estudos Literários, Doutora emEstudos Literários pela UNESP-Araraquara, coordenadora do

Curso de Letras - FESLJaboticabal/SP e diretora do

Núcleo Docente Estruturante.

chal Ron-don, Ro-wland Hill,criador doselo postal,Duque deCaxias, osescritoresJoão Gui-marães Rosa, Euclydes da Cunha,Machado de Assis e Eugênia Sere-no, padre Bartolomeu Gusmão o cri-ador do 14-Bis Santos Dumont,Amador Bueno que não quis ser rei,General Osório, republicano Benja-min Constant, radialista Murilo An-tunes Alves, Fabio Montenegro ePaulo Gonçalves poetas santistas,poeta Cassiano Ricardo, aviadorEdu Chaves, aviadora Ada Rogato,cantora Inezita Barroso, político Plí-nio Salgado, músico e poeta Vini-cius de Moraes, entre tantos outrosigualmente notáveis. Cápua, em seulivro, expõe também talento na cria-ção de peças musicais, em parce-ria com a musicista Glorinha Velo-so, como “Trovador do mundo”, “Meubarco”, “Sol, praia e mar”, “Musa cai-pirinha”, “Nem sei como explicar” e“Flor de abril”. Outro espaço em queCláudio de Cápua expressou suasqualidades foi nos quadrinhos,quando criou uma série de cartunshumorísticos em dupla com o dese-nhista Luís Antônio Adensohn e pu-blicados no jornal “O Indianópolis”em 1979.

A bibliografia de Cláudio deCápua reúne mais de uma dezenade obras que muito contribuírampara a divulgação de fatos históri-cos e expressivos como em “Fim daChibata na Marinha de Guerra”;“Epopeia Portuguesa”; “Revoluçãona Paulicéia” e também estudos bi-ográficos, como: “Santos Dumont,domador do espaço”; “Brasileirosque sobrevoaram o mundo”; “Ma-chado de Assis”; “Judas Isgorogo-ta”; “José Bonifácio”; “Paulo Setú-bal, uma vida, uma obra”; e “PlínioSalgado, biografia”. Sua obra poé-tica merece destaque especial, com“Meu Caderno de Trovas” e “Cantoque eu canto” que revelam um poe-ta capaz de surpreender e criaraquele deslumbramento inesperadoe revelador, ferramentas que os po-etas – os autênticos, como Cláudiode Cápua – manejam com rara ha-bilidade.

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Página 7 - setembro de 2020

Débora Novaes de Castro

Antologias:

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL -MOMENTOS - CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO -

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Opções de compra: 1.www.deboranovaesdecastro.com.br, LIVROS.2. E-mail: [email protected] 3. Correio: Rua Ática, 119

- ap. 122 - Jd. Brasil - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Livros

Comunico, muito triste e pesaroso, o falecimento, no final da tar-de de 1 de setembro de 2020, aos 89 anos de idade, de Lina TâmegaPeixoto.

Professora pioneira de Brasília, tendo aqui chegado em 1960, euma das fundadoras da ANE, em 1963, Lina foi poeta de recursosextraordinários, com meia dúzia de livros publicados, de superlativaqualidade literária. Sua presença nas atividades da ANE era uma cons-tante que a todos enchia de satisfação e alegria.

A partida de Lina Tâmega Peixoto significa perda irreparável paraa literatura e a cultura de sua amada Cataguases, de Minas Gerais, deBrasília e do Brasil. Ela deixa o filho Marcelo e a neta Mônica, e, emsuas dezenas de amigos e admiradores, um forte sentimento de sau-dade, admiração e gratidão pelo privilégio de convívio tão enriquecedor,ao longo de tantas décadas.

Fabio de Sousa Coutinho - Presidente da ANE

COMUNICADO DE FALECIMENTO

Solo Fértil, poemas de Vieira Vivo,Costelas Felinas - livros e revistas arte-sanais, Santos (SP), 64 páginas.

O autor é poeta, coeditor e encader-nador da Editora Costelas Felinas (livrosartesanais), editor da revista lítero temáti-ca Cabeça Ativa com Cláudia Brino, mem-bro do Clube de Poetas do Litoral, da In-ternational Writers Associacion, ativistacultural, letrista e radialista.

Segundo Dinovaldo Gilioli, “Sementespoéticas, daquelas que germinam emqualquer espaço e tempo, aportaram poraqui. Trazidas, talvez por loucos e desvai-rados pássaros? Não! Vieram pelos bi-cos certeiros e afiados de SOLO FÉRTILde Vieira Vivo, desse que não deixa dúvi-da dos saborosos e suculentos frutos. As-sim, Vieira Vivo nos realimenta, nos en-charca de dádivas palavras. Feito nau seus poemas navegam em bus-ca de outros mares, cujas ondas podem arejar tempos áridos.”

Costelas Felinas: [email protected]

A Lenda da Noiva da Colina, livro in-fantil de Ivana Maria França de Negri, cole-ção Lendas de Piracicaba, Piracicaba (SP).

As ilustrações são de Ana Clara de Ne-gri Kantovitz.

Prefácio de Valdiza Capranico.A obra foi lançada com o apoio do Insti-

tuto Histórico e Geográfico de Piracicabana semana do aniversário de 253 anos dePiracicaba (SP).

A autora é poeta, escritora, professora, membro da Academia Piracicabana de Letras, integrante do Centro Literáriode Piracicaba e do Grupo OficinaLiterária de Piracicaba.

Ivana: [email protected]

25 Anos de Poesia - ouvindo o si-lêncio, poemas de Sonia Sales, Editora,Kelps, Goiânia (GO), 425 páginas.

A autora é escritora, poeta, ensaísta,membro titular da Academia Carioca deLetras, da Academia Luso Brasileira deLetras, do Instituto Histórico e Geográficode São Paulo, da Sociedade Eça de Quei-roz - Rio, do PEN Clube do Brasil, mem-bro Correspondente do Instituto Histórico eGeográfico de Alagoas e do Instituto Arque-ológico Histórico e Geográfico Pernambu-cano.

A obra reúne 382 poemas em come-moração aos 25 anos de carreira poéticada autora. Abriga textos sobre os seus po-emas que foram enviados por renomadosescritores do Brasil.

Sonia Sales: [email protected]

41 POEMAS CONTRA, e-book de Carlos Barroso, Edições CemFlores em parceria de Ger-mina Literatura & Artes, São Pau-lo (SP).

O autor é escritor, jornalista,fundador das revistas Cemflores,CemfloresPirata e AquiÓ. Traba-lhou na Rede Bandeirantes, Hojeem Dia, Diário da Tarde e Estadode Minas. É comentarista políticodo Jornal BHNews e âncora doprograma de debates Cena Polí-tica, da mesma emissora (Canal

9, NET). É colunista político da Revista MatériaPrima.A obra é uma miniantologia que reúne poemas verbais & visuais,

três vídeo-poemas, registros de instalações, objetos e outros trabalhosde arte contemporânea selecionados de mostras.

Os poemas e registros abrangem desde o período de fundação darevista CemFlores, com os poetas Marcelo Dolabela, Luciano Cortez eAvanilton de Aguilar, ao atual pandemônio. O e-book também abriga trêspoemas escritos durante o isolamento da pandemia.

Carlos Barroso: [email protected]

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Página 8 - setembro de 2020

Notíciasdivulgação

Antônio Lázaro de AlmeidaPrado, escritor, poeta, tradutor, en-saísta e jornalista, faleceu no dia 8de setembro, em Assis (SP). Nasceuem outubro de 1925 em Piracicaba(SP). Doutor e Livre-Docente emLíngua e Literatura Italiana pela Uni-versidade de São Paulo e fundadordo curso de Letras da UNESP, cam-pus Assis/SP. Professor Emérito daFaculdade de Ciências e Letras eTitular Fundador da Cadeira de Lín-gua e Literatura Italiana. Autor de OAcordo Impossível, Ciclo das Cha-mas, Arte Poética para passarinhos,Lúcido sonho, entre outras obras.

André Figueiredo Rodri-gues e Maria Alda Barbosa Cabrei-ra lançaram Em busca de um Ros-to: a República e a representaçãode Tiradentes pela Editora UNESP.André é professor do Departamen-to e do Programa de Pós-Gradua-ção em História da Faculdade de Ci-ências e Letras da UniversidadeEstadual Paulista, campus de Assis(SP), mestre e doutor em Históriapela Universidade de São Paulo.Maria Alda é professora da Facul-dade de Tecnologia de Garça doCentro Estadual de Educação Tec-nológica Paula Souza, doutora emHistória e mestra em Educação.

Eva Alterman Blay lançou OBrasil como destino: raízes da imi-gração judaica contemporânea paraSão Paulo, pela Editora UNESP eImprensa Oficial do Governo do Es-tado de São Paulo.

Igor José de Renó Macha-do, antropólogo e docente do De-partamento de Ciências Sociais daUniversidade Federal de São Car-los, lançou o livro de crônicas, noformato digital, O Chihuahua Anão.https://bit.ly/3jwuYwQ .

Um esboço do passado, deVirginia Woolf, foi publicado pela Edi-tora Nós, com tradução de Ana Ca-rolina Mesquita.

O International Booker Pri-ze agraciou The discomfort of eve-ning (Faber & Faber), de MariekeLucas Rijneveld, com tradução deMichele Hutchison.

O 13º Festival de Poe-sia, promovido Instituto Usina deSonhos, com o tema “Poesia, aArte do Encontro”, será realiza-do no dia no dia 16 de outubro,sexta, às 20 horas, através doPortal RC1, Facebook, Insta-gram e Youtube. A ONG Usinade Sonhos, reconhecida pelaUNESCO em 1996, foi criada

pelo poeta e empresário JoséEduardo Mendes Camargo, emagosto de 1995, na cidade de DoisCórregos (SP). O evento reunirápoetas renomados dos 26 Estadosdo Brasil e Distrito Federal queapresentarão seus poemas. A Po-esia se faz presente em Dois Cór-regos - Terra da Poesia - resgatan-do a beleza, o amor e a transforma-ção para um mundo melhor.usinadesonhos.org.br

O Grupo Ibep Educação,que abriga as editoras Ibep, Nacio-nal e Conrad, doou mais de 283 millivros para as bibliotecas de comu-nidades carentes e para as famíliasem situação de vulnerabilidade dacapital e grande São Paulo.

A International PublishersAssociation se manifestou atravésde um documento para que o go-verno brasileiro desistisse de tribu-tar o livro com a implantação daContribuição sobre Bens e Serviços,conforme reforma tributária apre-sentada pelo ministro Paulo Gue-des. Com a referida reforma, o livronão será mais isento da Contribui-ção Social sobre Operações comBens e Serviços. Segundo a LEI Nº10.865, DE 30 DE ABRIL DE 2004,conforme o Art. 28, “Ficam reduzi-das a 0 (zero) as alíquotas da con-tribuição para o PIS/PASEP e daCOFINS incidentes sobre a receitabruta decorrente da venda, no mer-cado interno, de -VI- livros”, assina-da em 30 de abril de 2004 pelo pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lina Tâmega Peixoto del Pelo-so, poeta, escritora, professora uni-versitária e crítica, faleceu no dia 1de setembro em Brasília (DF). Nas-ceu em 5 de junho de 1931 em Ca-taguases (MG). Colaboradora doLinguagem Viva e membro do PenClube do Brasil-RJ, da AssociaçãoNacional de Escritores e da Acade-mia de Letras do Brasil. Fundou arevista literária Meia-Pataca. Autorade Os bichos da vó, Entre desertos,entre outras importantes obras.

O 46ª Prêmio FNLIJ, promovi-do pela Fundação Nacional do LivroInfantil e Juvenil, agraciou Caleidos-cópio de vidas, de João AnzanelloCarrascoza, com ilustrações de Adri-ano Catenzaro, como Hors-Con-cours na categoria Jovem. O coleci-onador de chuvas, de André Neves,foi laureado como Hors-Concoursem Melhor Ilustração; No corredorde cobogós, de Paula Fábrio, me-lhor na categoria Jovem.

Sonia Sales lançou 25 anosde Poesia - ouvindo o silêncio, pelaEditora Kelps. A obra reúne 382 po-emas. Abriga textos sobre os poe-mas da autora enviados por reno-mados escritores do Brasil.

69 poemas e alguns ensai-os, coletânea erótica com 49 poe-tas, organizada por Raquel Menezescom apoio do coletivo Mulheres queEscrevem, foi lançada pelas edito-ras Oficina Raquel e Jandaíra.

O 34º Festival de Arte Con-temporânea Psiu Poético - DAN-ÇAPALAVRA será realizado de 4 a12 outubro, pelo Instagram, Face-book, Youtube e zoom. Informações:[email protected] - http://www.psiupoetico.com.br/ - https://www.facebook.com/psiupoeticomoc

Cida Pedrosa lançou Estesia,pelo selo Claranan, que reúne 40haikais e imagens feitas pela própriaautora, em Recife (PE) quando pas-seava com seu cão de estimaçãoBob Marley. www.amazon.com.br

A União Brasileira de Escri-tores publicou o “Manifesto contraa tributação do livro Leitura é direitoe não privilégio”. www.ube.org.br/

Miguel Sanches Neto lançouHerdando uma biblioteca, pela Ate-liê Editorial. A obra reúne crônicasque falam de leituras, das bibliote-cas que herdamos e deixamos deherança.

Raquel Naveira e a juíza Dra.Luciane Buriasco falaram sobre otema “A Função Social da Poesia”,no programa Mulheres Falam Direi-to, da AMANSUL, no dia 3 de setem-bro. https://youtu.be/m9xHw1I-38E

O Conselho Universitário daUNESP aprovou, dia 27 de agosto,na reunião ordinária, uma moção deapelo, elaborada pelo Fórum de Di-retores e Vice-Diretores das Unida-des, aos deputados estaduais paraalterarem o conteúdo do Projeto deLei 529/2020. O PL 529 poderá cau-sar um prejuízo estimado em cercade R$ 1 bilhão às universidades es-taduais paulistas e à FAPESP.

A Universidade do Livro e oCentro de Estudos de Tradução Li-terária da Casa Guilherme de Almei-da promoverão nos dias 6, 13, 20 e27 de outubro, das 19 às 21 horas,a oficina, no formato EaD ao vivo,Revisão de literatura traduzida In-glês/Português que será ministradapela tradutora Amanda [email protected]

A Editora UNESP lançou His-tórias extraordinárias, coletâneaContos de Guy de Maupassant, Co-leção Clássicos da Literatura UNESP.A obra reúne oito textos do autorque mostram as marcas deixadaspela Guerra Franco-Prussiana e oretrato não otimista da vida burgue-sa na França do século XIX.

A Brasiliana de LiteraturaInfantil e Juvenil, da BN Digital daFundação Biblioteca Nacional, Sé-rie Documentos Literários, disponi-biliza gratuitamente A menina donarizinho arrebitado e outras obrasde Monteiro Lobato em https://www.bn.gov.br/explore/curiosidades/menina-narizinho-arrebitado-brasili-ana-literatura-infantil

O PRÊMIO SÃO PAULO DE LI-TERATURA 2020, promovido peloGoverno do Estado de São Pauloatravés da Secretaria de Cultura eEconomia Criativa, está com as ins-crições abertas até 8 de outubropara romances publicados, em lín-gua portuguesa no Brasil em 2019,no formato impresso, com ISBN.premiosaopaulodeliteratura.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Edita-P r e % C C % 8 2 m i o - S P - d e -Literatura.pdf

R. Major Basílio, 441 - Cjs. 10 e 11 - Mooca - São PauloTel.: (11) 2601-2200 - [email protected]

Roberto Scarano

Trabalhista -Cível - Família

OAB - SP 47239

Advogadodivulgação

Antônio Lázaro de Almeida Prado