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ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS>>>>>

80 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – MARÇO 2007

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSE TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSDE CONCRETO

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSCERÂMICOS

>>>>> PAREDES DE CHAPASDE GESSO ACARTONADO(DRYWALL)

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSSÍLICO-CALCÁRIOS

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSDE CONCRETO CELULARAUTOCLAVADOS

>>>>> ALVENARIA DE TIJOLOSCERÂMICOS MACIÇOS

Bloco e tijolo desolo-cimento

OPÇÕESVeja abaixo os tiposde parede semfunção estrutural(paredes de vedação)

CHECK-LISTVerifique os itens aserem consideradosno momento daespecificação

Absorção de água Aspecto Características

específicas do projeto Consumo Controle do serviço Desempenho Dimensões e tolerâncias Disponibilidade Forma de pagamento/

medição Interfaces alvenaria x

estrutura Juntas de controle Massa da parede Modulação Preços Recebimento em obra e

armazenamento Resistência à compressão

MATERIAL

PRODUTOBloco e tijolo de solo-cimento paraalvenaria sem função estrutural (Bloco etijolo de solo-cimento para alvenaria devedação).

DEFINIÇÃOSegundo a NBR 10834, de outubro de 1994,define-se o Bloco vazado de solo-cimentocomo componente para alvenaria de seçãotransversal útil entre 40 e 80% da seçãotransversal total, constituído por umamistura homogênea de solo, cimentoPortland, água e, eventualmente, aditivos.Conforme a NBR 8491, de abril de 1984,define-se o Tijolo maciço de solo-cimentocomo tijolo com volume real não inferior a85% de seu volume total bruto, constituídopor uma mistura homogênea de solo,cimento Portland, água e, eventualmente,aditivos.

PRODUÇÃO ANUAL ESTIMADAConforme consulta realizada em um dosfabricantes, a produção anual de blocosvazados especiais de solo-cimento é de 804mil peças em prensa hidráulica industrial.Fonte: Santana Pré-Fabricados,janeiro de 2007.

TIPOSOs blocos e tijolos de solo-cimento sãoclassificados da seguinte forma:

Blocos vazados de solo-cimentoBlocos comunsPossuem formato retangular e dimensõesnominais definidas conforme aNBR 10835/1994.Blocos especiais

H

C

L

e

C

L

H

Figura 1 – Bloco vazado comum de solo-cimento

Figura 2 – Bloco vazado especial de solo-cimento

C

L

H

Figura 3 – Tijolo maciço de solo-cimento

Possuem formas e dimensões nominais diferentes das que constam na NBR 10835/1994. Asespecificações são feitas de comum acordo entre o fabricante e o comprador.

Tijolos maciços de solo-cimentoComponente maciço de solo-cimento, de formato retangular e com reentrância, comdimensões que constam na NBR 8491/1984.

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MARÇO 2007 – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – 81

DIMENSÕES

Blocos vazados de solo-cimento

Dimensões nominais dos blocos vazados de solo-cimento comunsTIPO DIMENSÕES NOMINAIS DOS BLOCOS (mm)

LARGURA ALTURA COMPRIMENTO

BLOCO MEIO-BLOCO

A 90 140 390 190

B 140 140 390 190

C 190 140 390 190

Nota: A espessura mínima em qualquer parede do bloco comum deve ser de 25 mm conforme NBR 10834/1994.

Tijolos maciços de solo-cimento

Tipos e dimensões nominais dos tijolos maciços de solo-cimentoDESIGNAÇÃO DIMENSÕES NOMINAIS (cm)

L H C A B h

Tipo I 9,5 5 20 4,5 15,0 ≤ 1,3

Tipo II 11 5 23 6,0 18,0 ≤ 1,3

FORMA DECOMERCIALIZAÇÃOA forma ideal deentrega é com paletesprotegidos.No momento dacotação de preços, ocomprador deveinformar o local daentrega do material, otipo e dimensões dosblocos ou dos tijolos, aresistência àcompressão, o valor deabsorção de água eoutras característicasparticulares de projeto.

HC

B h2,5 2,5

2,5

2,5

A L

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Resistência à compressãoDe acordo com a NBR 10834/1994, a resistência à compressão para blocos vazados de solo-cimento deve ser maior ou igual a 2,0 MPa para valores médios, e maior ou igual a 1,7 MPapara valores individuais, aos 28 dias de idade.Segundo a NBR 8491/1984, a resistência à compressão para tijolos maciços de solo-cimento não deve ser inferior a 2,0 MPa para valores médios e 1,7 MPa para valoresindividuais, com idade mínima de sete dias.

Absorção de águaDe acordo com a NBR 10834/1994, a absorção de água para blocos vazados de solo-cimento deve ser menor ou igual a 20% para valores médios, e menor ou igual a 22% paravalores individuais, aos 28 dias de idade.Segundo a NBR 8491/1984, a absorção de água para tijolos maciços de solo-cimento nãodeve ser maior do que 20% para valores médios, e superior a 22% para valores individuais.

Aspecto visualOs blocos e tijolos de solo-cimento devem apresentar aspecto homogêneo, compacto earestas vivas, bem como devem ser isentos de fissuras ou outros defeitos que possamprejudicar seu assentamento, resistência ou durabilidade da construção.

Tolerâncias DimensionaisA tolerância permitida para blocos e tijolos de solo-cimento é de 3 mm para cada uma dastrês dimensões, conforme especificado em suas respectivas normas, NBR 10834/1994 eNBR 8491/1984.

Figura 4 – Planta e elevação lateral dotijolo maciço de solo-cimento

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82 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – MARÇO 2007

CONSUMO DE MATERIAL

Consumo de blocos e tijolos de solo-cimentoBlocos comunsEstima-se como consumo médio de blocos comuns de solo-cimento o valor de 16,7blocos/m², sem considerar perdas e adotando-se blocos com 14 cm de altura, 19 cm delargura e 39 cm de comprimento.Entretanto, recomenda-se fazer a quantificação de peças em função do projeto deprodução da alvenaria, considerando-se blocos inteiros e meios-blocos, como ilustradona figura 5.

Blocos especiaisEstima-se como consumo médio de blocos especiais de solo-cimento o valor de 44blocos/m², sem considerar perdas e adotando-se blocos com 7,5 cm de altura, 15 cm delargura e 30 cm de comprimento.Entretanto, recomenda-se fazer a quantificação de peças em função do projeto deprodução da alvenaria, considerando-se blocos inteiros e meios-blocos, como ilustradona figura 6.

Tijolo maciçoO consumo de tijolos sem considerar perdas é de aproximadamente 80 unidades para oTipo I e 70 unidades para o Tipo II.

Consumo de argamassa para blocos e tijolos de solo-cimento

Blocos comunsAdotando como referência o consumo de argamassa para blocos de concreto sem funçãoestrutural com dimensões de 19 cm x 19 cm x 39 cm, apresentado no TCPO (Tabelas deComposições de Preços para Orçamentos) 12ª edição, tem-se:

QUESTÃOAMBIENTAL

> Classificação doresíduo: conformeresolução Conama(Conselho Nacional doMeio Ambiente) 307 de 5-7-2002, os resíduos deblocos e tijolos de solo-cimento podem serconsiderados de classe A.Nota: verifique se nãohouve incorporação deoutro resíduo aoprocesso original deprodução dos blocos eda argamassa.

> Destinação doresíduo: esses resíduossão destinados a aterrosde resíduos daconstrução civil. Nãoforam encontradosestudos referentes àutilização de agregadosde blocos e tijolos desolo-cimento.

3003915

270

7,5

Figura 6

C3919 1

270

141

Figura 5Parede de 3,00 x 2,70Total de blocos inteiros: 342Total de meios-blocos: 36

Parede de 1,00 x 2,70Total de blocos inteiros: 36Total de meios-blocos: 18

med

idas

em

cm

med

idas

em

cm

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MARÇO 2007 – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – 83

DESEMPENHO

Vida útil de projetoAs alvenarias externas einternas, bem como seuscomponentesconstituintes, devemmanter suafuncionabilidade durantetoda a vida útil de projeto,desde que sejamrespeitadas as condiçõesde uso conforme previstoem projeto e submetidas amanutenções periódicas econservação especificadapelos respectivosfornecedores.No caso de paredesexpostas às intempéries,devem ser limitados osdeslocamentos,fissurações e falhas,inclusive nos seusrevestimentos, comoconseqüência daexposição ao calor eresfriamentos periódicos.As manutençõespreventivas e as de carátercorretivos, que visam nãopermitir o progresso depequenas falhas quepoderiam resultar emextensas patologias,devem ser realizadas deacordo com o “Manual deOperação, Uso eManutenção” fornecidopelo incorporador e/ouconstrutora.O Projeto de Norma02:136.01-001/1 de 10-11-2006,Edifícios habitacionais deaté cinco pavimentos –Desempenho, Parte 1:Requisitos gerais, AnexoE, indica o valor mínimo de15 anos para a vida útil deprojeto de paredes devedação.Ainda conforme apublicação acimamencionada, as alvenariasde vedação têm prazo degarantia mínimo de cincoanos no que diz respeito àsegurança e integridade.

> Consumo médio baseado nas composições do TCPO para blocos de solo-cimento comdimensões de 19 cm x 14 cm x 39 cm, considerando-se perda de 5%, é de 0,0140 m³/m².

> Consumo variável baseado nas réguas de produtividade do TCPO, em virtude da maior oumenor racionalização dos processos construtivos das empresas construtoras, mostra-se:

0,0022 (m3/m2)Mínimo

0,043 (m3/m2)Mediana

0,077 (m3/m2)Máximo

Blocos especiaisDevido às suas características, os blocos especiais de solo-cimento, de acordo cominformações fornecidas por fabricantes, são assentados com cola branca (PVA). Osconsumos dos itens envolvidos ficam assim distribuídos: cola branca de PVA, 400 g/m²;argamassa de enchimento, 0,016 m³/pilar ou pilarete, considerando paredes de 2,80 m dealtura e pilares espaçados a cada 1,80 m; uma barra de aço de Ø 5/16” para cada pilar.Fonte: Santana Pré-Fabricados, janeiro de 2007.

Tijolo maciçoAdotou-se como referência o consumo de argamassa para tijolo comum com dimensõesde 5,7 cm x 9 cm x 19 cm, apresentado no TCPO (Tabelas de Composições de Preços paraOrçamentos) 12ª edição, tem-se:

> Consumo médio baseado nas composições do TCPO para tijolos maciços de solo-cimento, considerando-se perda de 10% é de 0,0251 m³/m² para o Tipo I, e 0,0284 m³/m² parao Tipo II.

> Consumo variável baseado nas réguas de produtividade do TCPO, em virtude da maiorou menor racionalização dos processos construtivos das empresas construtoras,apresenta-se:

0,0053 (m3/m2)Mínimo

0,0147 (m3/m2)Mediana

0,037 (m3/m2)Máximo

PREÇOS UNITÁRIOS

Para fins de comercialização adota-se a unidade para blocos e milheiro para tijolos.

Preço de blocos especiais (R$):LARGURA (cm) ALTURA (cm) COMPRIMENTO (cm) UN SP

15 7,5 30 unidade 0,60

15 7,5 15 unidade 0,31

Fonte: Santana Pré-Fabricados, janeiro de 2007.

ARMAZENAGEMRecomenda-se que os blocos e tijolos de solo-cimento sejam armazenados em locaislimpos, planos, secos, arejados e protegidos de intempéries.

AMOSTRAGEM E INSPEÇÃO

Blocos vazados de solo-cimento

Amostragem de blocos vazados de solo-cimentoNº DE PEÇAS DO LOTE (N) Nº DE BLOCOS INTEIROS QUE CONSTITUIRÃO A AMOSTRA (A)

N ≤ 10.000 A ≥ 10

N > 10.000 A ≥ 10 + (N/10.000)*

Nota: * Para exemplificar, adotamos um lote de compra com 47 mil unidades. A quantidade de peças a serem ensaiadas será

de 10 + (47.000/10.000) = 15 blocos.

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84 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – MARÇO 2007

Da amostra a ser enviada ao laboratório, metade é submetida ao ensaio de compressão e aoutra metade ao de absorção de água. Caso o número da amostra seja ímpar, a quantidademaior de blocos é destinada ao ensaio de compressão, conforme a NBR 10834/1994.Adotando a quantidade de peças a serem ensaiadas, exemplificada anteriormente,temos que: oito unidades são direcionadas ao ensaio de compressão e sete ao deabsorção de água.

Tijolos maciços de solo-cimento

Amostragem de tijolos de solo-cimentoNº DE PEÇAS DO LOTE (N) Nº DE PEÇAS DA AMOSTRA

N ≤ 25.000 13

Nota: N > 25 mil, vide critérios da NBR 8491/1984

ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO

Blocos vazados de solo-cimentoDe acordo com a NBR 10834/1994, o lote pode ser rejeitado total ou parcialmente,independentemente dos ensaios a serem feitos nas peças, caso as dimensões,tolerâncias dimensionais e/ou os aspectos físicos dos blocos não sejam atendidos. Caso20% ou mais dos blocos não atendam a tais requisitos, o lote pode ser recusado; casocontrário, parte do lote pode ser substituída.

No caso de ensaios, as condições são as seguintes:

> O lote é rejeitado se a amostra ensaiada não satisfizer às exigências de resistência àcompressão e absorção de água médias;

> O lote é rejeitado se mais da metade dos resultados individuais não satisfizer àsexigências de resistência à compressão e absorção de água;

> Se menos da metade dos resultados individuais não satisfizer às exigências deresistência à compressão e absorção de água, deve-se retirar do lote outra amostrarepresentativa, com o dobro do número de peças da primeira amostra, e refazer osensaios. Nesse caso, se houver algum resultado de ensaio que não satisfaça àsexigências da norma, o lote pode ser rejeitado.O lote é aceito caso todos os resultados satisfaçam às exigências de resistência àcompressão e absorção de água.

Tijolos maciços de solo-cimentoPara que um lote seja aceito, a amostra deve atender os requisitos da NBR 8491/1984 noque diz respeito às dimensões, tolerâncias dimensionais, resistência à compressão eabsorção de água.

Normas técnicas diretamente relacionadas

NÚMERO DATA DA ÚLTIMA DESCRIÇÃO DA NORMA TIPO DE NORMA

DA NORMA ATUALIZAÇÃO

NBR 10834 out/94 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural Especificação

NBR 10835 out/94 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural – Forma e dimensões Padronização

NBR 8491 abr/84 Tijolo maciço de solo-cimento Especificação

NBR 10836 out/94 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural – Determinação da resistência

à compressão e da absorção de água Método de ensaio

NBR 8492 abr/84 Tijolo maciço de solo-cimento – Determinação da resistência à compressão e da absorção d’água Método de ensaio

NBR 10832 nov/89 Fabricação de tijolo maciço de solo-cimento com a utilização de prensa manual Procedimento

NBR 10833 nov/89 Fabricação de tijolo maciço e bloco vazado de solo-cimento com utilização de prensa hidráulica Procedimento

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MARÇO 2007 – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – 85

DEFINIÇÃOExecução de alvenaria sem função estrutural com blocos e tijolos de solo-cimento.

ESPECIFICAÇÃO DOS PRODUTOSBlocos, tijolos, argamassa ou outro material de assentamento e rejuntamento, barras deaço, grampos e grapas para encontro de paredes.

DADOS DE PROJETOPara atender às necessidades da produção, o projeto de alvenaria sem função estruturaldeve contemplar, pelo menos:

> Plantas de locação da primeira e segunda fiadas.

> Elevação (paginação) das paredes, contendo blocos, meios-blocos, singularidades,embutimento de instalações e vãos ou aberturas.

> Características das juntas entre blocos.

> Detalhes típicos de cintas, vergas e contravergas com respectivas armaduras.

> Detalhes típicos das interfaces entre alvenaria e estrutura.

> Detalhes típicos de pilaretes no caso de blocos especiais de encaixe.

> Juntas de controle ou de movimentação quando necessárias.

> Especificação do bloco, tijolo, da argamassa de assentamento ou outros produtosaplicáveis e dos produtos responsáveis pela interface alvenaria x estrutura.

INTERFACE ALVENARIA X PILAR (No caso de blocos comuns e tijolos maciços)Em geral são empregados ferros cabelo, constituídos de barras de aço, ou telas metálicasfixadas com pinos ou parafusos.No caso de panos de alvenaria relativamente grandes ou consideravelmente deformáveis,a colocação de ferros cabelo não conseguirá impedir o destacamento das paredes juntoaos pilares. Nesses casos, recomenda-se o uso de tela metálica na argamassa derevestimento (nas interfaces da alvenaria com pilares e vigas) ou o uso de selanteselastoméricos nas juntas, principalmente quando os pilares ficarem aparentes ou emrelevo na fachada.

PILARETES NA ALVENARIA (Nocaso de blocos especiais)Utilizam-se barras de aço engastadasdesde a fundação até a extremidadesuperior da cinta de amarração,preenchendo-se, posteriormente, osfuros dos blocos especiais com grauteou argamassa, como na figura 7.Deve-se evitar os vazios durante aconcretagem executando opreenchimento dos furos dos blocosespeciais por etapas.

> Locação da alvenaria> Execução da 1a e 2a

fiadas> Elevação das paredes> Juntas de controle> Vergas e contravergas> Cintas de amarração(eventualmente)

ETAPASDO SERVIÇOA execução divide-senas seguintes fases

SERVIÇO

Alvenaria sem funçãoestrutural com blocos outijolos de solo-cimento

Figura 7 – Pilarete

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86 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – MARÇO 2007

ENCONTRO ENTRE ALVENARIAS (No caso de blocos especiais)O encontro entre alvenarias garante rigidez e estabilidade do conjunto. A ligação podeser feita por meio de grampos colocados nos furos e preenchidos com concreto como nafigura 8 ou com o transpasse dos blocos sem cortes ilustrado na figura 9 – neste últimocaso, isso só é possível quando a largura do bloco é a metade de seu comprimento.Fonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produçãode alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

Normas e referências técnicas diretamente relacionadasNÚMERO DATA DA ÚLTIMA DESCRIÇÃO DA NORMA TIPO DE NORMA

DA NORMA ATUALIZAÇÃO

NBR 10832 nov/89 Fabricação de tijolo maciço de solo-cimento com a utilização de prensa manual Procedimento

NBR 10833 nov/89 Fabricação de tijolo maciço e bloco vazado de solo-cimento com utilização de prensa hidráulica Procedimento

NBR 8545 jul/84 Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos Procedimento

Qualihab mai/03 Programa Qualihab CDHU -

FABRICAÇÃO DOS BLOCOS E TIJOLOS

Tipo de soloPara o tipo de solo a ser utilizado na fabricação dos blocos e tijolos de solo-cimento foiconsiderada a especificação proposta pelo Ceped (Centro de Pesquisas eDesenvolvimento do Estado da Bahia) na tabela abaixo:

Teor de areia 45 a 90%

Teor de silte + argila 10 a 55%

Teor de argila < 90%

Limite de liquidez < 45%

Fonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produção de alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

As NBR’s 10832/1989 e 10833/1989 informam que os solos mais adequados para a fabricaçãode blocos e tijolos de solo-cimento são os que possuem as seguintes características:

Passando na peneira 4,8 mm (nº 4) 100%

Passando na peneira 0,075 mm (nº 200) 10 a 50%

Limite de liquidez ≤ 45%

Índice de plasticidade ≤ 18%

Figura 8 – Grampos Figura 9 – Transpasse dos blocos

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MARÇO 2007 – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – 87

Principais fases de fabricação> Armazenamento de matérias-primas

> Secagem

> Destorroamento para separar ao máximo partículas de solo

> Peneiramento

> Dosagem de solo, água e aditivos, recomenda-se moldar os tijolos nos traços 1:10, 1:12e 1:14 (cimento:solo) com a mistura na umidade ótima

> Homogeneização e conformação da mistura

> Cura úmida

> Secagem do produto final

> Ensaios de absorção, resistência e durabilidade após 28 dias de fabricaçãoFonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produçãode alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

CONSTRUÇÃO (Execução de alvenaria)

Argamassa de assentamentoA mistura precisa ser plástica e coesa, podem ser utilizados dois tipos de argamassa:cimento mais solo no traço 1:14 ou cimento, cal e solo no traço 1:3:12, tendo umaresistência igual ou inferior à resistência dos tijolos.Fonte: Alvenaria de tijolos de solo-cimento, Téchne 87 junho/2004.

PilaretesPara os pilaretes usa-se argamassa ou graute conforme a tabela abaixo:

TIPO CIMENTO PORTLAND CAL HIDRATADA AGREGADOS

MÍNIMO MÁXIMO FINO GROSSO

Graute Fino 1,0 0 – 2,3 – 3,0 –

– 0,1 2,5 – 3,3 –

Graute Grosso 1,0 0 – 2,3 – 3,0 1,0 – 2,0

– 0,1 2,5 – 3,3 1,1 – 2,2

Fonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produção de alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

Vergas e ContravergasSão empregadas nas aberturas de portas e janelas.Fonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produçãode alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

Revestimento das paredesRecomenda-se revestir as paredes com pintura impermeável ou argamassa de revestimento.

Juntas de controle ou movimentaçãoDevido à retração do solo-cimento, as distâncias máximas entre juntas ou comprimentomáximo de parede são de 4 ou 5 m, quando do assentamento de blocos e tijolos.Fonte: Recomendações práticas para uso do tijolo furado de solo-cimento na produçãode alvenaria. L. A. Pecoriello, São Paulo 2003.

FORMA DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO (Garantias)Quando o processo de execução é conduzido diretamente pela empresa construtora, commão-de-obra própria ou terceirizada, contratando também o projeto de produção eespecificando os materiais, normalmente a responsabilidade técnica é compartilhada coma empresa projetista. Nessa situação, a empresa construtora define e gerencia osfornecedores de mão-de-obra, o processo de produção, o controle da qualidade dosserviços e a administração dos materiais (especificação, negociação, compra e perdas).Por outro lado, quando a empresa construtora contrata outra empresa especializada, quecomercializa o pacote de serviço, pode incluir no contrato o fornecimento de materiais(blocos, argamassa, acessórios) e mão-de-obra para o serviço de alvenaria, além da:

FERRAMENTAS EEQUIPAMENTOSNECESSÁRIOS PARAA EXECUÇÃO DOSERVIÇO> Acessório parailuminação (rabicho elâmpada), tambémconhecido como“gambiarra” parailuminação

> Andaime metálico oude madeira

> Betoneira ouargamassadeira

> Bisnaga aplicadora oumeia-desempenadeiraespecial (palheta outabuinha) aplicadora deargamassa deassentamento

> Brocha ou trincha paraaspergir água

> Caixa ou caixote paraargamassa(argamassadeira manual)

> Carrinho de mão ougerica

> Colher de pedreiro

> Desempenadeira demadeira

> Escada de setedegraus

> Escantilhão

> Esquadros de 45º e 90º

> Fio de prumo

> Gabarito para vão deporta (opcional)

> Lápis de carpinteiro egiz de cera

> Linha de náilon

> Nível de bolha

> Nível de mangueira

> Nível laser (opcional)

> Régua de alumínio de 2 m

> Trena metálica de 3, 5 e20 m

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88 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – MARÇO 2007

> Definição do sistema a ser adotado, incluindo especificação de materiais,equipamentos e métodos construtivos para a execução dos serviços;

> Administração dos materiais fornecidos, com levantamentos quantitativos, elaboraçãode pedidos, recebimento e controle das perdas;

> Projeto de produção com planta de 1ª fiada e elevações das paredes;

> Equipamentos de execução, carrinhos de transporte e EPI’s (Equipamentos deProteção Individual);

> Gestão dos serviços, com elaboração de cronogramas detalhados, planejamento docanteiro e proposição de soluções logísticas para o serviço.A mão-de-obra para execução da alvenaria deve contemplar também transporte horizontale vertical dos materiais, dosagem dos materiais para argamassa e confecção das vergas econtravergas, além da alvenaria propriamente dita.Na contratação de empresas especializadas pode ser exigida a ART (Anotação deResponsabilidade Técnica) para os serviços executados, incluindo o fornecimento de materiais.Pode ser feita retenção, em geral de 5%, de cada medição, a ser paga posteriormente,normalmente 90 dias após a conclusão de todos os serviços contratados. O valor poderáser usado para eventuais correções de falhas verificadas ou até mesmo para algumadespesa administrativa não paga e de responsabilidade do empreiteiro como impostos,encargos sociais e possíveis causas trabalhistas.Em qualquer dos casos é importante que a construtora aplique a sua metodologia decontrole na aceitação dos serviços antes de efetuar a liberação do pagamento, sendo quemuitas construtoras já dispõem de fichas de verificação de serviços incluindo os itens aserem conferidos, ferramentas de verificação e tolerâncias, como:

> Desvios ou tolerâncias para marcação, prumo, nível e alinhamento;

> Desvios de espessura incluindo revestimento;

> Acabamento de juntas no caso de alvenaria aparente;

> Verificação do preenchimento das juntas entre blocos;

> Verificação de vergas e contravergas;

> Verificação dimensional do posicionamento de singularidades como tomadas,interruptores, papeleiras, etc.

FORMA DE PAGAMENTOEm geral, os pagamentos ou medições são feitos considerando-se a quantidade deserviço concluído por área de alvenaria. Dependendo do caso, a medição pode ser feitaconsiderando a área de alvenaria executada no andar ou no meio-andar, em função dasdimensões da obra e quantidades de serviço.As medições normalmente são feitas quinzenalmente, uma no início do mês (em torno do dia 5) eoutra no final do mês (em torno do dia 20).No caso de empresa que comercializa o pacote de serviço, incluindo fornecimento de materiaise mão-de-obra, a contratação é feita normalmente em regime de preços unitários. As mediçõessão feitas quinzenalmente e o pagamento é realizado segundo as quantidades de serviçoexecutado no período, conforme os critérios de medição definidos na contratação.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇAO livro NR-18 Manual de Aplicação, de abril de 1999, escrito por José Carlos de ArrudaSampaio e publicado pela Editora PINI, caracteriza o trabalho de alvenaria como umserviço de cuidados simples no que diz respeito ao uso de ferramentas.O início dos serviços de assentamento dos blocos ou tijolos deve ocorrer após ainstalação de proteções em todas as aberturas de pisos, paredes e fachadas, evitando,desta forma, a queda de pessoas ou materiais.Nas bordas das lajes ou nas aberturas de piso faz-se necessária a instalação deproteções coletivas, como guarda-corpos, plataformas etc. Os operários devem utilizarsempre cintos de segurança.O uso de EPI’s faz-se necessário quando da execução de serviços como:

> Aplicação de chapisco: utilização de óculos de segurança;

> Preparo da argamassa e assentamento dos blocos ou tijolos: uso de luvasimpermeáveis;

> Trabalhos em alturas superiores a 2,00 m: é necessário o uso do cinturão de segurançatipo pára-quedista.

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MARÇO 2007 – CONSTRUÇÃO MERCADO 68 – GUIA DA CONSTRUÇÃO – 89

CONTROLE DE ACEITAÇÃO DO SERVIÇO

Referências e tolerânciasFATOR REFERÊNCIA VALOR ESPECIFICADO TOLERÂNCIAS

Alinhamento referente ao eixo de locação Qualihab/CDHU Projeto executivo 5 mm/régua de 2 m

Máximo de ± 10 mm em relação ao comprimento total da parede

Espessura das juntas horizontal e vertical NBR 8545/84 ≤ 10 mm – 3 mm, + 5 mm

Alinhamento vertical da parede (prumo) Qualihab/CDHU Projeto executivo ± 2 mm/m em relação à altura, verificação nas fachadas, máximo de 5 cm

± 15 mm/pavimento

Planeza NBR 8545/84 ≤ 5 mm ≤ 5 mm / régua de 2 m (tolerância Qualihab/CDHU)

Nível de alvenaria Qualihab/CDHU Projeto executivo Máximo de 15 mm entre paredes do mesmo pavimento

Pé-direito Qualihab/CDHU – ± 25 mm

Irregularidade superficial gradual Qualihab/CDHU – 5 mm (alvenaria sem revestimento)

8 mm (alvenaria a revestir)

Irregularidade superficial abrupta Qualihab/CDHU – 5 mm no máximo

Desvio de esquadro Qualihab/CDHU – Máximo de 15 mm no comprimento total das paredes do ambiente

Abertura de vãos (horizontal e vertical) Qualihab/CDHU Projeto executivo – 0, + 20 mm

Posicionamento dos vãos (horizontal e vertical) Qualihab/CDHU – ± 20 mm

Comprimento de vergas e contravergas NBR 8545/84 ≥ 20 cm de cada lado – 20 mm, +0 (tolerância Qualihab/CDHU, em relação ao comprimento de projeto)

da largura do vão

Altura de vergas e contravergas NBR 8545/84 ≥ 10 cm – 20 mm, +0 (tolerância Qualihab/CDHU, em relação à altura de projeto)

No que diz respeito ao armazenamento de materiais, este deverá ser feito de forma a nãoobstruir as passagens e acessos.Quando do içamento dos blocos ou tijolos, este poderá ser feito por gruas ou guinchos,no caso de materiais paletizados, ou por meio de elevadores de materiais. Em qualquersituação, a carga máxima suportada pelo equipamento tem de ser respeitada, além deserem tomadas todas as cautelas necessárias para que não haja quedas de materiais.Além dos já citados, veja uma relação dos equipamentos de proteção coletiva necessáriosà execução do serviço:

> Bandejas primárias e secundárias

> Cancelas para bloqueio de circulação

> Tela de proteção para fachadas

> Telas de proteção do andar

RELAÇÃO DE EPI’S UTILIZADOS> Bota de segurança com bico de aço

> Capacete de segurança

> Cinto de segurança com trava-quedas (preso em cabo de aço ou corda de segurança auxiliar)

> Luva de proteção (vinílica, de raspa)

> Óculos de segurança

> Protetor auricular

ÁGUA E ENERGIANão é comum a apropriação do consumo de água e energia elétrica. Entretanto, éimportante a verificação do perfil de consumo para cada obra ou serviço, do ponto devista da sustentabilidade da construção.

PREÇOS MÉDIOS DO SERVIÇO

Preços de mão-de-obraDESCRIÇÃO DO SERVIÇO UN EQUIPE

TERCEIRIZADA (R$)

Alvenaria sem função estrutural com bloco comum de solo-cimento de 9 x 14 x 39 cm m2 11,00

Alvenaria sem função estrutural com bloco comum de solo-cimento de 14 x 14 x 39 cm m2 11,50

Alvenaria sem função estrutural com bloco comum de solo-cimento de 19 x 14 x 39 cm m2 12,00

Dados referenciais para São Paulo, data-base janeiro/2007.

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