TÍTULO: O ENSINO DE GEOMETRIA NÃO - EUCLIDIANA · O aluno notará que o algoritmo proposto até...
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ENY CANALLI
TÍTULO: O ENSINO DE GEOMETRIA NÃO - EUCLIDIANA
LOCAL: PARANAVAÍ
ANO: 2008
Resumo
Este material didático apresenta os conceitos básicos da geometria não-euclidiana, destacando a
geometria fractal. Com o intuito de estimular alunos e professores a observar formas e imagens
que possuem as características dos fractais, propomos a realização de atividades que envolvem
construções geométricas e a identificação das medidas de perímetro, área e volume associadas a
elas. A proposta está pautada nas Diretrizes Curriculares de Matemática para as séries finais do
Ensino Fundamental e para o Ensino Médio do Governo do Paraná. Tem como objetivo oferecer
recursos para subsidiar o trabalho de professores e alunos do ensino médio, no estudo das noções
de Geometrias não-euclidianas e dos Fractais, oferecendo informações e sugestões de atividades
para o trabalho em sala de aula. Os conceitos destes conteúdos específicos são fundamentais para
que o aluno do Ensino Médio amplie seu conhecimento e pensamento geométrico.
Geometria Fractal: muito além do que se pode ver!
“Nuvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos e
nem o raio viaja em linha reta.” Benoit Mandelbrot (The Fractal Geometry of Nature – 1983)
Fonte: matematicanacidadela.blogspot.com/2007/06/fra...
Fonte: www.ceticismoaberto.com/ciencia/kinouchi_frac...
Quando tentamos estudar e compreender as formas da natureza em toda a sua dimensão, nos
damos conta que os conceitos da Geometria Euclidiana não são suficientes e somos levados a
concordar com o pensamento de Madelbrot.
Para explorar essas formas é necessário olhar mais adiante, considerar as situações em que um
ou mais dos Postulados de Euclides não se verificam e buscar um novo campo conceitual, as
chamadas Geometrias Não-Euclidianas.
Mas o que são as Geometrias Não-Euclidianas?
São Geometrias em que um ou mais dos cinco Postulados de Euclides não se verificam.
Vamos relembrar esses postulados:
1) Por dois pontos distintos determinam uma única reta.
2) A partir de qualquer ponto de uma reta dada é possível marcar um segmento de comprimento
arbitrário.
3) É possível obter uma circunferência com qualquer centro e qualquer raio.
4) Todos os ângulos retos são iguais.
5) Dados um ponto P e uma reta r, existe uma única reta que passa pelo ponto P e é paralela a r.
Representação geométrica do 5º. Postulado.
As Geometrias Não-Euclidianas mais estudadas são:
• Topologia
• Geometria Projetiva
• Geometria Elíptica
• Geometria Hiperbólica
• Geometria Fractal
Voltaremos nossa atenção para esta última, a Geometria Fractal.
Mas, o que são Fractais?
De acordo com o Dicionário Aurélio – Século XXI, a palavra Fractal tem origem no latim fract,
(como em fractus que significa “quebrado” e fractio onis, “ação de quebrar, partir”; “fração”,
ambos de frangere, “fazer em pedaços”).
Em Matemática pode-se dizer que o fractal é uma forma geométrica cujas partes se assemelham
ao seu todo, ou seja, caracterizam por repetir um determinado padrão, com ligeiras e constantes
variações. De certo modo, as infinitas partes de um fractal são cópias reduzidas do todo.
Observe estas imagens. Cada uma delas possui as principais características de um fractal.
Fonte: gfhfhfg.blogspot.com/2005_02_01_archive.html
Fonte: lecypereira.tblog.com/post/1969926289
Fonte: gfhfhfg.blogspot.com/2005_02_01_archive.html
E que características são essas?
Podemos afirmar que as características que definem um fractal são duas:
• Complexidade Infinita: é uma propriedade dos fractais que indica que não é possível
representá-los em sua totalidade, pois sempre haverá um nível inferior, com saliências e
reentrâncias e saliências cada vez menores.
• Auto-similaridade: como afirmamos anteriormente, o fractal é uma forma geométrica
cujas partes se assemelham ao seu todo, ou seja, caracterizam por repetir um determinado
padrão, com ligeiras e constantes variações. Assim, um pequeno pedaço é similar ao todo
e observado em diferentes escalas a imagem de um fractal parece similar, como nas
figuras a seguir:
conversamos.wordpress.com/.../http://images.googl
http://www.amagiadosgifs02.hpg.ig.com.br/Fractais-029.gif
luscientia.pbwiki.com/FRACTAIS
Observando a natureza
Observe as imagens de elementos encontrados na natureza:
www.ceticismoaberto.com/ciencia/kinouchi_frac...
Figura fractal - a copa de uma árvore, um jacarandá
eu-calipto.blogs.sapo.pt/13690.html
http://www.krazydad.com/bestiary/bestiary_fern.html
janela-indiscreta.blogspot.com/2003_11_02_jan...
É mais comum do que se imagina, mas os fractais podem ser identificados na natureza em
diversas formas, como nos brócolis, em árvores, mariscos, e em qualquer estrutura cujas
ramificações são semelhantes a uma mesma forma básica. Esta é a característica da auto-
similaridade. Em conseqüência dela, quando vistas através de uma lente de aumento, as
diferenças partes de um fractal se mostram similares à forma como um todo.
Natureza, Ciência e Matemática
Vivemos num mundo em que a ciência revela novos mistérios a cada dia, e para cada descoberta
descortinam-se novos e inesperados horizontes, gerando mais e mais interrogações.
Ao estudar essas formas na natureza, percebeu-se que os fractais apresentam estruturas
geométricas de grande complexidade e beleza infinita, de tal forma que os cientistas passaram a
acreditar que compreender como essas estruturas se organizam, poderia ajudar a compreender o
desenvolvimento da vida e a organização do universo.
Diferentes definições de Fractais surgiram com o aprimoramento de sua teoria. A noção que
serve de fio condutor foi introduzida por Benoît Mandelbrot que na década de 70 introduziu a
palavra Fractal, que surgiu do adjetivo latino fractus, que significa irregular ou quebrado.
Foi Mandelbrot “fractal” a partir da palavra latina “fractus” que significa quebrado, irregular,
apesar de alguns destes objetos geométricos já serem conhecidos desde o final do século XIX.
Olhando mais de perto e detalhadamente, pode-se observar que é possível encontrar a equação
matemática que dá origem a um universo fractal. Assim, os fractais deram origem a um novo
campo de estudos na Matemática, também chamado de geometria da natureza.
Depois de estudado profundamente, percebeu-se que esse novo tipo de geometria aplica-se a
diversos ramos de outras ciências, como economia, geografia e meteorologia, e até mesmo nas
artes. As formas estranhas e caóticas dos fractais descrevem fenômenos naturais como os sismos,
o desenvolvimento das árvores, a forma de algumas raízes, a linha da costa marítima, as
nuvens...
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A beleza das imagens, a complexidade da matemática, o caos ...
Estas imagens possuem o caráter de onipresença por terem as características do todo
infinitamente multiplicadas dentro de cada parte. Ou seja, cada partícula possui dentro de si a
totalidade, o Universo.
Por que estudar Fractais?
Nas figuras observadas anteriormente, olhando à primeira vista a idéia que se tem é de uma
aparente desordem (caos). Mas ao observar mais de perto, pode-se perceber que esse mesmo
caos também apresenta certa ordem. Encontrar o padrão que determina essa ordem no caos é o
desafio da Matemática.
Atividade 1: Estabelecendo pontos ao acaso
Esta atividade consiste marcar pontos sobre um triângulo qualquer, a partir de um ponto dado. A
localização de cada novo ponto se dará por sorteio. Será que existe alguma ordem nessa
construção?
Material necessário: borracha, folha de papel tamanho ofício, lápis, régua, dado
Construção:
• Na folha de papel construa um triângulo qualquer ocupando grande parte da folha.
Marque os vértices do triângulo como A, B e C.
• No interior do triângulo A, B e C coloque um ponto que chamamos de Pi..
• Para definir qual o vértice do triângulo será escolhido para iniciar a construção, use o
dado para um processo de sorteio e associe os números 1 e 6 para o vértice A, os números
2 e 5 ao vértice B, os números 3 e 4 ao vértice C.
• Partindo do ponto Pi faça i = 0, e terá seu ponto P0
• Jogando o dado verifique pelo número qual é o vértice associado.
• Com a régua meça a distância do ponto P0 até o vértice sorteado e marque Pi + 1 o ponto
médio do segmento Pi e o vértice associado. (Não trace o segmento, só coloque o ponto).
Este será o ponto P1.
• Apague o ponto P0 o ponto escolhido.
• Faça novo sorteio e repita o procedimento para o ponto P1 , mas agora sem apagá-lo, e
determine P2.
• Para perceber o que acontece é preciso repetir o processo muitas vezes.
• Observe as figuras do exemplo:
Na Fig: 1.1
• Marcamos o ponto inicial P0 .
Na Fig: I . 2
• Foi jogado o dado e supomos que caiu no vértice C, achamos o ponto médio de P0 a C
que é o ponto médio P1 . Apagar o ponto P0 ( o ponto escolhido).
• Jogando o dado novamente e supomos que caiu no vértice A, achamos o ponto médio de
P1 a A que é o ponto P2.
• Jogamos o dado novamente e supomos que caiu no vértice A novamente, achamos o
ponto médio de P2 a A que é o ponto P3.
• Jogando o dado novamente e supomos que caiu no vértice B, achamos o ponto médio de
P3 a B que é o ponto P4 e assim sucessivamente.
Observação importante:
O aluno notará que o algoritmo proposto até aqui é infinito, pois teremos sucessivamente um
ponto marcado e não terá fim. Ele observará que os pontos, nas três experiências, estão
espalhados aleatoriamente no interior do triângulo, mediante uma desordem, uma vez que os
vértices são sorteados.
Entretanto, a geração desordenada e irregular oculta uma regularidade. Repetindo-se o processo
muitas vezes, nota-se que unindo-se os pontos médios dos segmentos AB; BC e CA forma-se um
triângulo e que seu interior não contém nenhum dos pontos marcados anteriormente.
(Quanto mais pontos médios encontrar, mais evidente ficará que eles estão localizados nas três
regiões triangulares extremas e que não existem pontos no triângulo central. Fig I .3)
Se dividirmos novamente os triângulos de canto em quatro triângulos, pelos pontos médios, não
teremos pontos nos triângulos centrais (Fig I .4) e assim sucessivamente, por mais pontos que
sejam marcados pelo algoritmo e por mais subdivisões que sejam realizadas (Fig I .5).
Esse triângulo é conhecido como Triângulo de Sierpinski. Essa forma geométrica possui as
caracterísitcas de um fractal (complexidade infinita e auto-similaridade) e foi descrita por
Waclaw Sierpinski (1882 - 1969), matemático polonês.
Como se vê, uma aparente desordem pode esconder regularidades importantes. Conhecer e
escrever essas regularidades em linguagem matemática permite aos pesquisadores maior controle
sobre os fenômenos que estudam e, conseqüentemente, a possibilidade de novas descobertas em
diversos campos das ciências.
.
Atividade 2: Construindo Fractal Triminó
Um triminó é a construção feita pela conexão de 3 quadrados, como por exemplo .
Utilizando essas formas, é possível construir alguns fractais, como na situação que propomos a
seguir.
Material:
Folha de caderno quadriculado
Tesoura
Papel colorido
Cola
Execução
• Fractal em nível 1, recortar o triminó não-reto, constituído pela conexão de 3 quadrados
(Fig. 1).
Fig 1
• Para ir ao nível 2, monte um triminó com três peças de três quadrados (Fig. 2).
Fig. 2
• Para ir ao nível 3, monte um triminó com nove peças de três quadrados cada uma.
Fig 3
• Para ir no nível 4, monte um triminó com 27 peças de 3 quadrados cada uma.
Fig. 4
• Nível 1: 3 quadrados
• Nível 2: 3 x 3 = 9 quadrados
• Nível 3: 3 x 3 x 3 = 27 quadrados
• Nível 4: 3 x 3 x 3 x 3 = 81 quadrados
• Em geral para o nível n, precisamos 3n quadrados
Atividade 3: Explorando a medidas do fractal triminó
1) Calcule o perímetro do nível 1, nível 2, nível 3 e nível 4, usando lado = 1 u
R: Fractal em nível 1 R: Fractal em nível 2
u2 u4
u4 u8
u2
4434421
u4
44 344 21
Perímetro = 8 u Perímetro = 16 u
R: Fractal em nível 3
8 16
Perímetro = 32 u
u8
4444 34444 21
R: Fractal em nível 4
16 32
Perímetro = 64
16
444444 3444444 21
2) Encontre a fórmula referente ao perímetro do fractal triminó.
R: Perímetro = largura + comprimento + transversal
Perímetro = 2 x nível + 2 x nível + 4 x nível
Perímetro = 8 x nível
Usando perímetro = P e nível = n ⇔ P = 8n
3) Calcule a área do nível 1, nível 2, nível 3 e nível 4, usando lado = 1 u
R: Fractal em nível 1 R: Fractal em nível 2 R: Fractal em nível 3
Área = 3 u2 Área = 9 u2 Área = 27
R: Fractal em nível 4
Área = 81 u2
4) Encontre a fórmula referente à área do fractal triminó.
Área = 3nível x lado2
Usando Área = A, lado = l e nível = n tem-se que
A = 2.3 ln
5) Com estas fórmulas é possível estabelecer as dimensões para os próximos níveis. Encontre as
medidas de perímetro e área para as figuras dos níveis 5 e 6.
Fractais e Arte: confeccionando cartões
Os cartões fractais apresentam uma proposta de atividades que exploram a geometria dos fractais
através da construção. A geometria dos fractais, difundida pelo matemático polonês Benoit
Mandelbrot, tem atraído interesse científico e educacional devido à sua potencialidade,
versatilidade e fascínio oferecido por sua beleza e pelo grande poder de análise dos objetos da
natureza. As atividades deste trabalho são sugeridas aos estudantes para explorarem propriedades
e conceitos da geometria euclidiana no processo de construção. Permite a exploração da beleza
estética do raciocínio e de padrões numéricos e geométricos, tornando a aula de matemática um
espaço propício para o aprendizado.
Que tal confeccionar um cartão como o da figura a seguir?
Para isso será necessário reunir o seguinte material:
Folha de tamanho A4.
Régua
Lápis
Tesoura
Os cartões resultam de uma seqüência de cortes (linhas cheias) e dobraduras (linhas pontilhadas).
Tomando-se como ponto de partida a planificação do cartão Degraus Centrais (Figura 1), as
etapas a seguir mostram sua construção.
Figura 1: Planificação do cartão Degraus Centrais [URIBE, 2004, p.19].
Pegue uma folha de tamanho A4.
Dobre a folha ao meio, ao longo de sua altura, como mostra a figura 2.
Figura 2: Dobradura inicial (Passo 2).
x
Com a folha dobrada ao meio, faça dois cortes verticais simétricos a uma distância 4
x das
extremidades da folha, de altura 2
a, como mostra a figura 9. Note que
242
xxa =×= .
Figura 3: Passo 3.
Dobre o retângulo formado para cima, fazendo um vinco na dobra.
Figura 4: Passo 4.
Volte o retângulo dobrado para a posição inicial e puxe o centro da figura em relevo. Podemos
dizer que esta é a primeira geração do cartão fractal.
Figura 5: Primeira geração do cartão fractal.
a
a/2
x/4
Dobre a folha novamente, conforme a figura 4, pois as gerações seguintes serão obtidas seguindo
os mesmos passos de 3 a 5, porém em uma escala menor, apenas na região dobrada. A segunda
geração do cartão fractal é obtida com o corte mostrado na figura 6.
Figura 6: Passo 6.
Dobre o retângulo para cima, fazendo um vinco na dobra.
Figura 7: Passo 7.
Volte o retângulo dobrado para a posição inicial e puxe a figura em relevo. Neste momento,
temos a primeira e a segunda geração do cartão fractal.
Figura 8: Primeira e segunda geração do cartão fractal.
Para obter mais gerações, repita esse processo enquanto for possível realizar os cortes e as
dobraduras no papel, sempre usando a regra de corte estabelecida no passo 3. Por fim, desdobre
a
a/4
a/2
todos os recortes e puxe as figuras em relevo. A figura 9 mostra um cartão de quatro gerações
obtido pelo processo descrito.
Figura 9: Cartão fractal Degraus Centrais.
Podemos observar que o cartão da figura 9 possui estruturas auto-similares. Com o cartão pronto,
observamos que as formas geométricas resultantes dos cortes e dobraduras são paralelepípedos.
Percebemos durante a construção que, a cada novo corte e dobradura, obtemos novos
paralelepípedos. Se chamarmos de iteração zero, a primeira geração do cartão, quantos
paralelepípedos novos surgem a cada iteração? Podemos explorar a construção do cartão
construindo a tabela 1.
Tabela 1: Iteração X Número de paralelepípedos novos.
Iteração Número de
paralelepípedos
novos
0 1
1 2
2 4
3 8
4 16
... ...
n n2
Note que a cada iteração, o número de novos paralelepípedos dobra, porém, em escala menor
(paralelepípedos menores). Com isso, podemos concluir que o processo de construção dos
paralelepípedos em cada iteração é descrito pela lei de potência n2 , onde n = 0, 1, 2, 3, ... é o
número da iterações. Identificamos que a cada nova iteração temos um paralelepípedo cercado
por 2 novos paralelepípedos. Este valor será denominado fator multiplicador.
Podemos incrementar nossa tabela explorando o volume de cada paralelepípedo gerado em
diferentes iterações (Figura 10). Na primeira geração, o volume do paralelepípedo construído
será 422
3aaa
a =×× .
Figura 11: Paralelepípedo obtido na primeira iteração.
A tabela 2 mostra o cálculo dos volumes dos paralelepípedos obtidos nas diferentes iterações,
assim como o volume total. Nesse caso, a lei de potência dos volumes produz equações de maior
complexidade. Esta atividade de generalização da lei dos volumes pode ser encarada como um
grande desafio para os estudantes.
Tabela 2: Volume dos novos paralelepípedos em cada iteração e volume total para o cartão Degraus
Centrais.
Iteraçã
o
Volume do novo paralelepípedo Volume total
(Soma dos volumes de todos os
paralelepípedos)
0
20
332
2242 ×
==×
aaa
a
4
3a
1
23
3
5
332
2223224 ×
===×
aaaaa
16
5
16
4
322
4
33333aaaaa
=+
=×+
2
26
3
8
332
22225648 ×
===×
aaaaa
64
21
64
20
2564
16
5 33333aaaaa
=+
=×+
... ... ...
n
23
3
2 +n
a
−
+13
4
11
3
na
Com base nos dados da tabela é possível chegar à fórmula geral que informa o volume total dos
paralelepípedos do cartão em uma iteração qualquer. Na tabela acima observamos que o volume
total do sólido em uma iteração qualquer é a soma dos termos de uma progressão geométrica.
À medida que o número de iterações aumentando, surgem novos paralelepípedos, logo o volume
total aumenta. Entretanto, a variação de volume de uma iteração para outra é cada vez menor,
pois o volume de cada novo paralelepípedo diminui. Essa idéia poderia ser utilizada para
introduzir a noção de limite.
Note também que o cartão possui auto-similaridade, ou seja, ele mantém a mesma forma e
estrutura sob uma transformação de escala e complexidade infinita. Se fosse possível continuar
infinitamente o processo de corte e dobradura no papel, nunca obteríamos o “cartão final”, uma
vez que a lei que define o processo de construção poderá continuar a ser aplicada infinitamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ruy Madsen. Descobrindo a Geometria Fractal. Autêntica Editora, Belo Horizonte, 2005 COSTA, Othon de Amorim. A Perspectiva no Olhar. Ciência e Arte do Renascimento: Encontro Paulista de Educação Matemática. São Paulo, 2004. KALEFF, Ana Maria Martensen Roland. A História, as Geometrias não-euclidianas e os Livros Didáticos do Ensino Médio: Uma Análise da Apresentação de Retas Paralelas.Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, 2007. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da Educação Básica no Paraná: Matemática. Curitiba: SEED, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Orientações Curriculares: Matemática. Curitiba: SEED, 2006 PMME-UNISON. Perspectives em l´Ensenyament de La Geometria pel segle XXI; Documento de discusión para um estúdio ICMI. Febrero, 2001. ALMOULOUD, Saddo Ag & Mello, Elizabeth Gervazoni Silva de. Iniciação à Demonstração Apreendendo Conceitos Geométricos. Rev. Brás. Educ. Dez., 2004