TLP415_Eficácia e Segurança Na Aplicação Do Protocolo de Ocitocina Sugerida Pela Minnesota...

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Departamento de Anestesiologia do Hospital do Servidor Público Estadual de SP Eficácia e segurança na aplicação do protocolo de ocitocina sugerida pela Minnesota Society of Anesthesiologists (Regra dos três) Chiari T. de Mendonça; Flávia Helena S. Carvalho; João Manoel da S. Junior; José Maria C. da Silva; Laisa R. Barros; Pedro Hilton de A. Filho A ocitocina, peptídeo natural comercializado sob a forma sintética, é droga de primeira escolha para prevenção e tratamento de atonia uterina e hemorragia no puerpério imediato. A dosagem recomendada ainda é divergente e observa-se tendncia em buscar a dose mínima eficaz para garantir tnus uterino adequado com menor risco de efeitos adversos. Este estudo se prope a apreciar a eficácia da “Regra dos trs”, sugerida pela Minnesota Society of Anesthesiologists. Trata-se de estudo descritivo e analítico de série de casos de gestantes submetidas à cesariana eletiva ou de emergncia. Após a dequitação da placenta infundiu-se 3U de ocitocina (durante 15 segundos), seguida da avaliação do tnus uterino por parte do obstetra (zero seria ausncia de contração e 10, contração ideal). De acordo com a nota, outra dose seria dada até duas vezes em intervalos de 3 minutos. Derivados de ergotamina seriam utilizados após as 3 doses, caso necessário. Após alcançado tnus uterino adequado, seria mantida infusão de manutenção de 3U/100mL/h de cristalóide. Nenhuma paciente apresentou atonia uterina ou hemorragia no período perioperatório. Porém, uma delas apresentou sinais compatíveis com efeitos adversos da ocitocina (aumento da frequncia cardíaca e queda da pressão arterial súbitos durante infusão). Nas pacientes avaliadas, foi obtida razoável resposta com a conduta preconizada no estudo de Minnesota. Diferente deste, o presente estudo não excluiu gestantes em trabalho de parto e podemos observar a maior dificuldade de contração uterina nesse grupo, o que pode ser atribuído a uma dessensibilização parcial dos receptores de ocitocina devido a infusão prévia da droga durante o trabalho de parto. Fatores de risco para atonia uterina e, consequentemente, hemorragia pós-parto, como multiparidade e distensão uterina excessiva, também estavam presentes nas pacientes que necessitaram de maior dose de ocitocina ou uso de ergotamina. Deste modo, devemos ter cautela na realização deste protocolo em pacientes que se encontram em trabalho de parto. 1.Tsen LC, Balki M. Oxytocin protocols during cesarean delivery: Time to acknowledge the risk/benefit ratio?. Int J Obstet Anesth 2010;19:243–5; DESCRIÇÃO DE SÉRIE DISCUSSÃO REFERÊNCIAS INTRODUÇÃO TLP 415 Nº de Doses Trabalho de Parto Sem Trabalho de Parto 1 Dose 0% 30% 2 Doses 0% 20% 3 Dose 50% 0% Ergotamin a 20% 0% TABELA 1 : Relação entre número de doses e trabalho de parto

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Page 1: TLP415_Eficácia e Segurança Na Aplicação Do Protocolo de Ocitocina Sugerida Pela Minnesota Society of Anesthesiologists (Regra Dos Três)

Departamento de Anestesiologia do Hospital do Servidor Público Estadual de SP

Eficácia e segurança na aplicação do protocolo de ocitocina sugerida pela Minnesota Society of Anesthesiologists (Regra dos três)

Chiari T. de Mendonça; Flávia Helena S. Carvalho; João Manoel da S. Junior; José Maria C. da Silva; Laisa R. Barros; Pedro Hilton de A. Filho

A ocitocina, peptídeo natural comercializado sob a forma sintética, é droga de primeira escolha para prevenção e tratamento de atonia uterina e hemorragia no puerpério imediato. A dosagem recomendada ainda é divergente e observa-se tendencia em buscar a dose mínima eficaz para garantir tonus uterino adequado com menor risco de efeitos adversos. Este estudo se propoe a apreciar a eficácia da “Regra dos tres”, sugerida pela Minnesota Society of Anesthesiologists.

Trata-se de estudo descritivo e analítico de série de casos de gestantes submetidas à cesariana eletiva ou de emergencia. Após a dequitação da placenta infundiu-se 3U de ocitocina (durante 15 segundos), seguida da avaliação do tonus uterino por parte do obstetra (zero seria ausencia de contração e 10, contração ideal). De acordo com a nota, outra dose seria dada até duas vezes em intervalos de 3 minutos. Derivados de ergotamina seriam utilizados após as 3 doses, caso necessário. Após alcançado tonus uterino adequado, seria mantida infusão de manutenção de 3U/100mL/h de cristalóide.

Nenhuma paciente apresentou atonia

uterina ou hemorragia no período perioperatório. Porém, uma delas apresentou sinais compatíveis com efeitos adversos da ocitocina (aumento da frequencia cardíaca e queda da pressão arterial súbitos durante infusão).

Nas pacientes avaliadas, foi obtida razoável resposta com a conduta preconizada no estudo de Minnesota. Diferente deste, o presente estudo não excluiu gestantes em trabalho de parto e podemos observar a maior dificuldade de contração uterina nesse grupo, o que pode ser atribuído a uma dessensibilização parcial dos receptores de ocitocina devido a infusão prévia da droga durante o trabalho de parto. Fatores de risco para atonia uterina e, consequentemente, hemorragia pós-parto, como multiparidade e distensão uterina excessiva, também estavam presentes nas pacientes que necessitaram de maior dose de ocitocina ou uso de ergotamina. Deste modo, devemos ter cautela na realização deste protocolo em pacientes que se encontram em trabalho de parto.

1.Tsen LC, Balki M. Oxytocin protocols during cesarean delivery: Time to acknowledge the risk/benefit ratio?. Int J Obstet Anesth 2010;19:243–5;

2.Butwick AJ, Coleman L, Cohen SE et al. Minimum effective bolus dose of oxytocin during elective Casearei delivery. Br J Anaesth 2010;104:338–43

DESCRIÇÃO DE SÉRIE

DISCUSSÃO

REFERÊNCIAS

INTRODUÇÃO

TLP 415

Nº de Doses

Trabalho de Parto

Sem Trabalho de Parto

1 Dose 0% 30%2 Doses 0% 20%3 Dose 50% 0%Ergotamina

20% 0%TABELA 1 : Relação entre número de doses e trabalho de parto