TN #90

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BERÇO DA INOVAÇÃO opinião Ano XV • jul/ago 2013 • Nº 90 • www.tnpetroleo.com.br Norte Fluminense: vocação renovada para petróleo e gás Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás Cobertura Brasil Offshore: Integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás A evolução da gestão no mercado de petróleo brasileiro, de Rafael Faria, diretor da Fesa. É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no Brasil?, por Jim Chamness Redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues Rumo ao sistema submarino de produção de petróleo, por Milton Korn Eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges Escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie Entrevista exclusiva Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel Cessão onerosa é quase doação CENPES: Especial: Cenpes 50 anos

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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berço da inovação

o p i n i ã o

Ano XV • jul/ago 2013 • Nº 90 • www.tnpetroleo.com.br

norte Fluminense: vocação renovada para petróleo e gásSanta Catarina: polo logístico do óleo e gásCobertura brasil offshore: integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

a evolução da gestão no mercado de petróleo brasileiro, de rafael Faria, diretor da Fesa.

É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no brasil?, por Jim Chamness

redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues

rumo ao sistema submarino de produção de petróleo, por Milton Korn

eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges

escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie

Entrevista exclusiva

Sonia agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

Cessão onerosa é quase doação

CenpeS: especial: Cenpes 50 anos

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Saiba mais

sobre essa e

outras histórias.

InspIrar É sonhar e realIzar.—

Acreditar, persistir, encontrar soluções.Jeferson Luiz Dias, geólogo da Petrobras,sempre sonhou com as infnitas possibilidadesque o mar poderia oferecer. Após anos de dedicaçãoe trabalho em equipe, suas pesquisas contribuírampara chegar aonde parecia impossível: à maior descoberta de petróleo em águas profundasde todos os tempos. Essa é a nossa gente.É ela que nos inspira a superar desafos.

Tão importante quanto descobrir e produzir petróleo no pré-sal é inspirar histórias como essa.

Compartilhe inspiração.

petrobras.com.br/meinspira

#meinspira

Gente. É o que inspira a gente.

AN_JEFERSON_42x28cm.indd 1 10/07/13 15:31

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petrobras dupla

Saiba mais

sobre essa e

outras histórias.

InspIrar É sonhar e realIzar.—

Acreditar, persistir, encontrar soluções.Jeferson Luiz Dias, geólogo da Petrobras,sempre sonhou com as infnitas possibilidadesque o mar poderia oferecer. Após anos de dedicaçãoe trabalho em equipe, suas pesquisas contribuírampara chegar aonde parecia impossível: à maior descoberta de petróleo em águas profundasde todos os tempos. Essa é a nossa gente.É ela que nos inspira a superar desafos.

Tão importante quanto descobrir e produzir petróleo no pré-sal é inspirar histórias como essa.

Compartilhe inspiração.

petrobras.com.br/meinspira

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Gente. É o que inspira a gente.

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Acompanho a TN Petróleo desde o seu lançamento. Tive a grata satisfação de publicar alguns artigos na revista, com excelente repercussão, medida através do contato posterior com alguns leito-res. Para a indústria offshore brasilei-ra, a TN é uma referência importante, mostrando as técnicas, políticas e tendências do setor. Gostaria de res-saltar que, como professor, recomendo a leitura e consulta à TN, pois ela traz artigos com excelente base técnica e com visões muito claras dos cenários atuais de produção e exploração de petróleo.

IsaIas Quaresma maseTTI, D.Sc., gerente-geral de Desenvolvimento e Inovação

Tecnológica da Transpetro

Há 15 anos a TN Petróleo iniciou uma nova era no mercado editorial brasileiro de revistas no ramo de petróleo e gás. Com conteúdo técnico extremamente rico e informações essenciais para quem atua no setor, aliado à classe e à beleza gráfica, a revista veio para ficar, conquistando milhares de leitores assíduos (como eu!).

JulIa moTa, da Mota Advogados

Tecnologia e negócios, gol de placa na mídia. Pela primeira vez um periódico realçou, de forma continuada, o papel da tecnologia para a sustentabilidade empresarial. Parabéns 15 vezes.

José FaNTINe, assessor da presidência da Petrobras

A TN Petróleo surgiu há 15 anos num momento muito especial, com a cria-ção da ANP e o ingresso no mercado brasileiro de novas empresas do setor de petróleo, período no qual houve

uma mobilização das universidades para a formação de recursos humanos especializados e a consolidação de infraestrutura de ponta para pesquisa e desenvolvimento. A revista soube ocupar um espaço fundamental como mídia especializada, com interlocução com empresas, academia e governo. Vida longa à TN Petróleo!

segeN F. esTeFeN, professor titular e diretor de Tecnologia e Inovação – Coppe/UFRJ

A cobertura jornalística da TN Petróleo é isenta e fidedigna, dando-nos a real dimensão dos assuntos tratados.

NelsoN NarcIso, ex-diretor da ANP e presidente da NNF Consultoria

Acompanho a TN Petróleo desde seu primeiro número, no qual tive a honra de publicar um artigo. É uma revista de primeira linha que já nasceu com qualidade, seja no conteúdo das maté-rias, seja na apresentação gráfica, pois não havia igual entre as publicações do ramo no Brasil. Agora, é uma debutante com a experiência e a respeitabilidade de uma velha senhora.

roberTo alFradIQue, gerente de Fomento à Cadeia de

Fornecedores da Petrobras (Progredir)

Acompanho a TN Petróleo desde as primeiras edições. A revista tem sido testemunha do grande desenvolvimen-to da indústria no Brasil nos últimos 15 anos. Com artigos e entrevistas em linguagem agradável, a TN traz infor-mações relevantes e coloca em debate os desafios e dificuldades do setor de óleo e gás no Brasil. Vida longa para a TN e parabéns a toda a equipe.

João carlos Pacheco,

general manager, do ABS Consulting Brazil

Os 15 anos iniciais da revista TN Petróleo trouxeram o respeito e a confiança do público leitor, por suas qualidades evidentes, que todos re-conhecem e aplaudem: fidelidade aos fatos, seriedade no trato dos assuntos mais sensíveis ou polêmicos e, acima de tudo, um grande profissionalismo de toda a equipe.Nossos parabéns ao Benício Biz e a toda equipe da TN Petróleo pelo ótimo trabalho desenvolvido até aqui e que, temos certeza, vai prosseguir nos próximos 15 anos!

arIovaldo rocha, presidente do Sinaval

Quinze anos de trabalho para consoli-dar uma revista brasileira voltada ex-clusivamente para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis! Parabenizamos a TN por essa conquis-ta! A revista se consagra como uma importante aliada para o desenvolvi-mento desse setor no Brasil, que gera emprego e renda, e contribui para um país melhor para todos os brasileiros.

marcelINo guedes, presidente da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

Nos últimos 15 anos, inúmeras mudan-ças marcaram o setor de petróleo, e pudemos acompanhá-las nas páginas da TN Petróleo. Vimos empresas cres-cerem, novos investimentos, descober-tas de novas fronteiras exploratórias e ainda a recuperação da indústria naval. Que os próximos 15 anos nos tragam tão boas notícias quanto as que tive-mos ou então ainda melhores.

JulIo bueNo, secretário de Desenvolvimento Econômico,

Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro

A comunicação tem importância fun-damental para a indústria de petró-leo e, nesses últimos 15 anos, a TN tem contribuído de forma isenta e profissional para trazer aos leitores e à sociedade um retrato desse seg-mento no Brasil. A revista conquis-tou seu espaço e adquiriu respeito e credibilidade entre os profissionais da indústria. Parabéns, Benício e equipe. Que venham mais 15 anos!

mIlToN cosTa FIlho, secretário executivo do IBP

A TN Petróleo está consolidada, com as marcas de profissionalismo e éti-ca, como um dos veículos setoriais de destaque no segmento de petró-leo e gás. Registro especial deve ser feito pela importante e pioneira iniciativa de divulgação de artigos técnicos de profissionais do setor. Parabéns a toda a equipe pelos 15 anos de contribuição ao desenvolvi-mento do setor.

elÓI FerNaNdez y FerNaNdez, diretor-geral da Onip

Nesses últimos 15 anos houve muitas transformações em diversos setores da economia, dentre eles o de óleo e gás foi um dos destaques. A nossa TN Petróleo foi capaz de acompanhar essa evolução e as realizações consoli-dadas no Brasil. Desejamos que vocês prossigam dando suas contribuições para a continuidade deste processo. Nossas congratulações.

raul saNsoN, vice-presidente do Sistema Firjan

a TN PeTróleo agradece os QuINze aNos de ParcerIa!

Ao completarmos, com esta edição, 15 anos de circulação da revista TN Petróleo no mercado editorial, reiteramos nosso compromisso de continuar a ser, mais do que uma mídia especializada com foco na geração de conhecimento e na disseminação da informação, um foro permanente de reflexão,

que, com ética e a transparência, busca contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de óleo e gás e do Brasil.

Assim, nesta edição especial, quisemos dar a palavra aos leitores e parceiros que, com suas críticas construtivas, nos estimularam a seguir em frente e a escrever algumas páginas da história dessa indústria no Brasil. Afinal, os leitores e os colaboradores é que fazem a TN Petróleo ser cada vez melhor.

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Acompanho a TN Petróleo desde o seu lançamento. Tive a grata satisfação de publicar alguns artigos na revista, com excelente repercussão, medida através do contato posterior com alguns leito-res. Para a indústria offshore brasilei-ra, a TN é uma referência importante, mostrando as técnicas, políticas e tendências do setor. Gostaria de res-saltar que, como professor, recomendo a leitura e consulta à TN, pois ela traz artigos com excelente base técnica e com visões muito claras dos cenários atuais de produção e exploração de petróleo.

IsaIas Quaresma maseTTI, D.Sc., gerente-geral de Desenvolvimento e Inovação

Tecnológica da Transpetro

Há 15 anos a TN Petróleo iniciou uma nova era no mercado editorial brasileiro de revistas no ramo de petróleo e gás. Com conteúdo técnico extremamente rico e informações essenciais para quem atua no setor, aliado à classe e à beleza gráfica, a revista veio para ficar, conquistando milhares de leitores assíduos (como eu!).

JulIa moTa, da Mota Advogados

Tecnologia e negócios, gol de placa na mídia. Pela primeira vez um periódico realçou, de forma continuada, o papel da tecnologia para a sustentabilidade empresarial. Parabéns 15 vezes.

José FaNTINe, assessor da presidência da Petrobras

A TN Petróleo surgiu há 15 anos num momento muito especial, com a cria-ção da ANP e o ingresso no mercado brasileiro de novas empresas do setor de petróleo, período no qual houve

uma mobilização das universidades para a formação de recursos humanos especializados e a consolidação de infraestrutura de ponta para pesquisa e desenvolvimento. A revista soube ocupar um espaço fundamental como mídia especializada, com interlocução com empresas, academia e governo. Vida longa à TN Petróleo!

segeN F. esTeFeN, professor titular e diretor de Tecnologia e Inovação – Coppe/UFRJ

A cobertura jornalística da TN Petróleo é isenta e fidedigna, dando-nos a real dimensão dos assuntos tratados.

NelsoN NarcIso, ex-diretor da ANP e presidente da NNF Consultoria

Acompanho a TN Petróleo desde seu primeiro número, no qual tive a honra de publicar um artigo. É uma revista de primeira linha que já nasceu com qualidade, seja no conteúdo das maté-rias, seja na apresentação gráfica, pois não havia igual entre as publicações do ramo no Brasil. Agora, é uma debutante com a experiência e a respeitabilidade de uma velha senhora.

roberTo alFradIQue, gerente de Fomento à Cadeia de

Fornecedores da Petrobras (Progredir)

Acompanho a TN Petróleo desde as primeiras edições. A revista tem sido testemunha do grande desenvolvimen-to da indústria no Brasil nos últimos 15 anos. Com artigos e entrevistas em linguagem agradável, a TN traz infor-mações relevantes e coloca em debate os desafios e dificuldades do setor de óleo e gás no Brasil. Vida longa para a TN e parabéns a toda a equipe.

João carlos Pacheco,

general manager, do ABS Consulting Brazil

Os 15 anos iniciais da revista TN Petróleo trouxeram o respeito e a confiança do público leitor, por suas qualidades evidentes, que todos re-conhecem e aplaudem: fidelidade aos fatos, seriedade no trato dos assuntos mais sensíveis ou polêmicos e, acima de tudo, um grande profissionalismo de toda a equipe.Nossos parabéns ao Benício Biz e a toda equipe da TN Petróleo pelo ótimo trabalho desenvolvido até aqui e que, temos certeza, vai prosseguir nos próximos 15 anos!

arIovaldo rocha, presidente do Sinaval

Quinze anos de trabalho para consoli-dar uma revista brasileira voltada ex-clusivamente para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis! Parabenizamos a TN por essa conquis-ta! A revista se consagra como uma importante aliada para o desenvolvi-mento desse setor no Brasil, que gera emprego e renda, e contribui para um país melhor para todos os brasileiros.

marcelINo guedes, presidente da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

Nos últimos 15 anos, inúmeras mudan-ças marcaram o setor de petróleo, e pudemos acompanhá-las nas páginas da TN Petróleo. Vimos empresas cres-cerem, novos investimentos, descober-tas de novas fronteiras exploratórias e ainda a recuperação da indústria naval. Que os próximos 15 anos nos tragam tão boas notícias quanto as que tive-mos ou então ainda melhores.

JulIo bueNo, secretário de Desenvolvimento Econômico,

Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro

A comunicação tem importância fun-damental para a indústria de petró-leo e, nesses últimos 15 anos, a TN tem contribuído de forma isenta e profissional para trazer aos leitores e à sociedade um retrato desse seg-mento no Brasil. A revista conquis-tou seu espaço e adquiriu respeito e credibilidade entre os profissionais da indústria. Parabéns, Benício e equipe. Que venham mais 15 anos!

mIlToN cosTa FIlho, secretário executivo do IBP

A TN Petróleo está consolidada, com as marcas de profissionalismo e éti-ca, como um dos veículos setoriais de destaque no segmento de petró-leo e gás. Registro especial deve ser feito pela importante e pioneira iniciativa de divulgação de artigos técnicos de profissionais do setor. Parabéns a toda a equipe pelos 15 anos de contribuição ao desenvolvi-mento do setor.

elIo FerNaNdez y FerNaNdez, diretor-geral da Onip

Nesses últimos 15 anos houve muitas transformações em diversos setores da economia, dentre eles o de óleo e gás foi um dos destaques. A nossa TN Petróleo foi capaz de acompanhar essa evolução e as realizações consoli-dadas no Brasil. Desejamos que vocês prossigam dando suas contribuições para a continuidade deste processo. Nossas congratulações.

raul saNsoN, vice-presidente do Sistema Firjan

a TN PeTróleo agradece os QuINze aNos de ParcerIa!

Ao completarmos, com esta edição, 15 anos de circulação da revista TN Petróleo no mercado editorial, reiteramos nosso compromisso de continuar a ser, mais do que uma mídia especializada com foco na geração de conhecimento e na disseminação da informação, um foro permanente de reflexão,

que, com ética e a transparência, busca contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de óleo e gás e do Brasil.

Assim, nesta edição especial, quisemos dar a palavra aos leitores e parceiros que, com suas críticas construtivas, nos estimularam a seguir em frente e a escrever algumas páginas da história dessa indústria no Brasil. Afinal, os leitores e os colaboradores é que fazem a TN Petróleo ser cada vez melhor.

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sumário edição nº 90 jul/ago 2013

Entrevista exclusiva

Especial: Cenpes 50 anos

Capital de energia

Norte Fluminense

com Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

Cessão onerosa é quase doação

Engenharia da renovação

Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás

Vocação renovada para petróleo e gás

22

48

28

42

22 TN Petróleo 90 TN Petróleo 90 23

entrevista exclusiva

Ex-procuradora-geral da Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP), a advogada

Sonia Agel é, acima de tudo, uma jurista apaixonada pelo que faz. E com profundo

conhecimento de um setor que até há duas décadas

era dominado por homens: o de óleo

e gás.

por Beatriz Cardoso

Cessão onerosaé quase doação

sonia agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

REGIME DE COMPE-

TITIVIDADE APÓS

O FIM DO MONOPÓ-

LIO FORTALECEU A

PETROBRAS, QUE

CRESCEU E SE

TORNOU UMA DAS

MAIORES COMPA-

NhIAS DE PETRÓ-

LEO DO MUNDO.

hOjE, COM AS MULhERES nos principais comandos deste setor – na Petrobras e na ANP –, a presença feminina poderia até passar despercebida não fosse o cabedal de conhecimento que Sonia Agel detém sobre o marco regulatório desse mercado. Da licitação de áreas exploratórias e contratos de concessão às regras aplicadas pela ANP na fiscalização das diversas atividades que estão sob sua responsabilidade. Assim, em entrevista exclusiva à Tn Petróleo, a jurista, que é sócia do escritório L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, fala de sua preocupação com o risco de esvaziamento da ANP que ela considera “com-pletamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.”

E questiona a mudança aleatória das regras do jogo, da distribuição de royalties ao regime de partilha e cessão onerosa. “Considero essa relação incestuosa, já que falamos de cessão para empresa pública onde o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação”, diz Agel, defendendo ainda a simplificação das regras dos contratos de concessão.

TN Petróleo – a anP foi criada em 1997, mas completou 15 anos de existência em janeiro, uma vez que passou a existir de fato, em janeiro de 1998. Como procuradora-geral da anP durante os primeiros cinco anos e jurista que acumula mais de 25 anos no setor público, principalmente de energia, qual o balanço que você faz da agência?

sonia agel – A criação das agências reguladoras no Brasil foi uma das faces mais visíveis do processo da reforma de Estado implantada em meados dos anos 1990. Com isso, deu-se início à era do ‘Estado Regulador’, já que o modelo de Estado Empreendedor já mostrava sinais de esgotamento.

Para tanto, era importante que essas agências fossem dotadas de plena auto-nomia e compusessem seus quadros com técnicos independentes e especializados sem qualquer interferência em nível político.

Essa receita foi seguida fielmente no início da ANP, que tinha total autonomia e contava com um então reduzido quadro de técnicos especializados, inclusive na composição da primeira diretoria. Na verdade, naquela época grande parte do conhecimento sobre a indústria do petróleo era detido pelos técnicos da Petrobras, o que fez com que o quadro da entidade fosse composto por grande número de acadêmicos e professores com nível de mestrado e doutorado.

A conjunção desses técnicos, acrescida de algumas consultorias internacionais, foi de grande ajuda para formatar o novo modelo de regulamentação em todos os elos da cadeia – do poço exploratório ao posto revendedor –, o que não foi tarefa fácil. O resultado foi surpreendente e gratificante para todos, sobretudo no setor de upstream, que abria as portas de entrada para novos investidores nacionais ou internacionais.

A partir da primeira rodada de licitações, o Brasil passou a fazer parte do time de países com grande atratividade para o setor de petróleo e, consequentemente atraiu grandes e médias empresas nacionais e estrangeiras, o que veio a fortalecer

a Petrobras que, no regime de compe-titividade com outras empresas teve um crescimento acentuado em todas as áreas, passando a fazer parte da lista das maiores do mundo.

a anP ajudou a criar um marco regula-tório e depois se viu obrigada a recriar algumas regras para se adequar a um novo ambiente: de cessão onerosa e partilha. Como você avalia estas mu-danças no âmbito legal?

A partir de 2002, a ANP começou a mostrar mudanças com a visível

interferência do novo Governo, que por razões ideológicas se mostrava contrário à autonomia e independên-cia concedida às agências regulado-ras. hoje, a ANP começa a mostrar uma nova cara com a nomeação de diretores com conhecimento do setor e reconhecida capacitação técnica – considero uma vitória a ANP ter em sua diretoria um técnico concursado integrante do quadro – bem como a formação de um quadro de pessoal com reconhecida capacidade técnica, contratados por concurso público.

Porém, o lamentável é que cada vez mais fica evidente a falta de indepen-dência da ANP diante do Ministério de Minas e Energia, o qual, aos poucos, vem ocupando o papel de formulador de po-líticas do setor, o que caberia ao CNPE, e ao mesmo tempo o de implementador dessas políticas, papel esse que caberia à Agencia. Voltamos, portanto à era do Estado Empreendedor ou, podemos di-zer, Estado Meio Regulador. Só espero que com a implantação da PPSA a ANP não seja esvaziada de suas funções, o que seria um grande desperdício, já que hoje ela se encontra completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.

quais foram os grandes desafios re-gulatórios no Brasil desde a quebra do monopólio?

A regulação de um setor com vários elos na cadeia por apenas uma agência reguladora já é um grande desafio. Da extração do petróleo ao posto revende-dor é um longo caminho que perpassa o transporte, refino, distribuição e revenda

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NorteflumiNeNse:vocação renovada para petróleo e gás

A implantação de projetos de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Campos há 30 anos teve papel crucial na economia e no crescimento do Norte Fluminense, que vê esta vocação renovada com a instalação de diversas empresas dessa cadeia produtiva na região. Na última década, além de Macaé e Campos dos Goytacazes, bases estratégicas da indústria petrolífera, outros municípios como Rio das Ostras, Quissamã, São Francisco de Itabapoana e São João da Barravêm passando por profundas transformações com a instalação de fornecedores de bens e serviços nesta região. Cidades que estão registrando crescimento do PIB graças ao desenvolvimento do empresariado local, geração de emprego e, claro, aos royalties do petróleo.

É movida a óleo e gás que a economia do Norte Flumi-nense, antes fortemente apoiada na indústria ca-navieira, vem se diversi-

ficando nos últimos dez anos, em função do incremento das atividades da Petrobras e de outras petroleiras na região, em função da flexibili-zação do mercado de exploração e produção de hidrocarbonetos.

Esta expansão da indústria, ala-vancada também pelas descobertas do pré-sal, que se estendem de Santa Catarina até o sul do Espírito San-to, perpassando por toda a bacia de Campos, atraiu para a região empre-sas da cadeia produtiva, criando uma economia de escala, com geração de empregos, riquezas e, consequente-mente, problemas e gargalos – como o da qualificação da mão de obra.

Segundo Julia Nicolau Butter, especialista em Competitividade Industrial e In-vestimentos do Sistema Firjan (Federação das I ndús t r i a s do Estado do Rio de Janeiro), a explo-ração e produção de petróleo e gás transformou muito esses municí-pios, promovendo aumento popu-lacional, expansão, diversificação econômica e avanços sociais.

A elevação da renda e a me-lhora dos níveis de educação e saúde de Campos, Macaé e Rio das Ostras reflete-se na evolução do IFDM (Índice Firjan de Desen-volvimento Municipal) entre 2000 e 2010. Todos esses municípios apresentaram um salto significa-tivo no indicador, que representa a média dos indicadores para em-prego e renda, educação e saúde.

Da mesma forma, o setor de petróleo provoca transformações em outros municípios do Norte Fluminense. É o caso de Quissa-mã, onde está sendo construído o Centro Logístico Farol barra do Furado, e São João da barra, que recebe gigantescos investimentos

associados ao Complexo Portuário do Açu.

De acordo com a especialista da Firjan, as empresas de apoio à exploração de petróleo continuarão a se instalar na região, com inten-sificação da atração de fornecedo-res de bens e serviços para toda a cadeia. A região também receberá estaleiros voltados para a construção de embarcações para exploração de petróleo e de apoio à atividade, além de portos e terminais de apoio, consolidando-se como importante polo logístico do estado e do país.

“Importante dizer que a região como um todo tenderá a se apropriar dessas oportunidades, abrindo espa-ço para os municípios que estão no entorno dos eixos já consolidados (Campos, Macaé e Rio das Ostras). Essa conjuntura provocará enorme desenvolvimento econômico da re-gião”, afirma butter.

Campos, Macaé e Rio das Os-tras passaram por explosões po-pulacionais e sofrem com os pro-blemas decorrentes da falta de planejamento, tais como favelização

e engarrafamentos. Por isso mesmo a especialista aponta a questão po-pulacional como um dos principais desafios da região.

“O Norte Fluminense deve estar preparado para uma nova onda de crescimento populacional. É preciso planejar a expansão urbana, garan-tindo a ocupação ordenada e a pre-servação das áreas de interesse in-dustrial. Da mesma forma, é preciso oferecer a infraestrutura adequada, oferecendo transporte de qualidade e garantindo o fornecimento adequado de serviços essenciais como sanea-mento básico, energia e telefonia. Outro ponto importante é assegurar a destinação e tratamento adequado de resíduos, tanto domiciliares quanto industriais”, ressalta.

É visível que os principais mo-tores de desenvolvimento da região são a exploração do petróleo, com destaque para o pré-sal, e toda a ca-deia petrolífera; o Porto do Açu, com seu distrito industrial; e o Complexo Logístico do Farol-barra do Furado. Para a Firjan, com o cenário que já começa a se delinear, a região Norte Fluminense poderá se consolidar como uma das mais prósperas do estado do Rio nas próximas décadas.

Barra do furado: complexo lo-gístico e industrial

Localizado na foz do Canal das Flechas, que divide os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, o Complexo Logístico e Industrial do Farol/barra do Furado está sendo implementado na região e atrairá empresas que demandarão serviços e mão de obra, principalmente do setor de petróleo e gás. O término das obras do Canal das Flechas está previsto para dezembro de 2013. O investimento total para instalação do empreendimento: acerca de um bilhão de reais.

Segundo a secretaria de Desen-volvimento Econômico e Petróleo de Campos, o Complexo Farol-barra do Furado representa um grupo integra-do por seis empresas, sendo cinco estaleiros para fabricação de embar-cações e reparos e uma empresa de

por maria fernanda romero

macaé em números

Área total: 1.216 km2 - correspon-dente a 12,5% da área da Região Norte Fluminense (182 km da capital do estado)Distritos: 6 (Sede, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana)População em 2012: 220.000 royalties: R$ 160.024.256,33 (ANP - Recebidos em 2013 até o mês de abril)território: 1216.846 km² (IBGE)PiB per capita: R$ 54.501,02 renda mensal média: 7,5 salá-rios mínimosÍndice firjan de Desenvol-vimento municipal (ifDm) 2012 (ano base 2010): IFDM – 8,8356 (8º do Estado do Rio); IFDM Emprego e Renda – 0,7966; IFDM Educação – 0,8241; IFDM Saúde – 0,8861

norte fluminense

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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gásGuardiã do extremo sul da região do pré-sal e contando com uma infraestrutura portuária e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos principais polos logísticos do setor de óleo e gás no Brasil nos próximos anos.

Sede da mais jovem ge-rência regional da Pe-trobras, a Unidade de Operações de Explora-ção e Produção do Sul

(UO-Sul), criada em 2010 e com sede em Itajaí, Santa Catarina vem ganhando posição no cenário de petróleo e gás do país.

Afinal, é na costa catarinense que se encontram os limites sul da região denominada de pré-sal, que pode abrigar volumes ainda não mensuráveis de hidrocarbonetos, capazes de dobrar e até triplicar as reservas brasileiras. E ainda que as atividades de exploração e produção tenham escalas pouco significativas, diante do gigantismo das bacias de Campos e Santos, o estado de Santa Catarina começa a descobrir uma nova vocação.

De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o oitavo estado que mais contribui para a geração do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com R$ 152,5 bilhões. Com cinco portos marítimos instalados em sua área, é o quinto maior estado em movimento de importações no Brasil – depois do Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Porto de Itajaí, considerado o principal do estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres – e o 13º na América La-tina e Caribe. Desde maio, passou a funcionar dia e noite após a entrada em vigor do programa Porto 24h, de-

senvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do Governo Federal.

Com grande concentração de estaleiros e portos, Itajaí deve abo-canhar boa parte dos investimentos relacionados à cadeia produtiva de petróleo e gás em Santa Catarina, exatamente por causa de suas ca-racterísticas geográficas e da infra-estrutura robusta.

Esses investimentos já começam a aparecer, em especial no setor de logís-tica. Para melhorar o acesso ao porto de Itajaí, a prefeitura, em parceria com os governos federal e estadual, está construindo uma via rodo-portuária exclusiva para os caminhões que se-guem rumo ao cais. Além disso, há um projeto para construção de uma Perimetral, além da duplicação da ro-dovia Antonio Heil (SC-486), a partir do entroncamento da BR-101.

Todas essas obras visam preparar a cidade para o incremento não so-mente do número de veículos, como também de empresas de bens e servi-ços, principalmente do setor de óleo e gás, que vão se instalar na região nos próximos anos. A expectativa da prefeitura é de que, em pouco tempo,

o município tenha o maior PIB do estado de Santa Catarina.

Infraestrutura reforçadaDentre as intervenções que es-

tão sendo realizadas no Complexo Portuário de Itajaí está a dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e do canal in-terno em 14 m e 14,5 m do canal externo. O serviço está sendo feito com a draga Catarina, do tipo ho-pper, com capacidade de 2,4 mil m³, comprimento de 83 m e largura de 16 m. “Com o início das operações desse equipamento, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores à conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.

De acordo com o superintenden-te, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. Além da draga-gem, uma nova bacia de evolução está planejada para o Complexo, em um projeto de R$ 300 milhões, o qual pretende permitir que o Porto de Itajaí receba navios de até 366 m de com-primento por 51 m de boca, até 2016.

Recentemente, uma das grandes obras de infraestrutura do estado foi anunciada pelo Governo Federal. A construção da Ferrovia da Inte-gração, também conhecida como ‘Ferrovia do Frango’, que terá, a princípio, um traçado de 862 km li-

por Rodrigo Miguez

capital de energiacapital de energia

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36 ‘Poupança’ tecnológica

51 Estaleiros em expansão

45 Itaboraí: o coração do Comperj46 Porto do Rio: expansão necessária

40 Uma história de superação

38 Gestão eficiente do negócios P&D

52 Qualificação crescente

54 Teporti quer ser porto segurodo pré-sal

para o setor offshore

53 UO-Sul é a guardiã da fronteira

28 TN Petróleo 90 TN Petróleo 90 29

Cenpes: Berço da inovação

responsável por boa parte das mais de mil patentes depositadas pela petrobras no instituto nacional de propriedade intelectual (inpi), o Cenpes, como é internacionalmente conhecido o Centro de pesquisas e desenvolvimento Leopoldo américo Miguez de Mello, completa cinquenta anos como um dos mais maiores do mundo na pesquisa aplicada no setor de óleo e gás e energia. abrigando em seu núcleo projetistas de engenharia básica e pesquisadores das mais diversas áreas da

ciência, o Cenpes “encurtou” o caminho entre o laboratório e a aplicação prática, em terra firme e no mar, de novas tecnologias e processos desenvolvidos para a indústria brasileira de petróleo e gás natural. exemplo da ‘criatura’ que, muitas vezes, ‘supera o criador’, o Cenpes deu uma contribuição decisiva para alçar a petrobras e o Brasil à condição de uma das principais lideranças mundiais na prospecção e produção de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas.

por Beatriz Cardoso

cenpes 50 anos

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CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Cezar P. Quintans

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

UTC 2013 - Noruega

Cobertura Brasil Offshore

18 É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no Brasil?, por Jim Chamness

112 Redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues

114 Eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges

117 Escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie

6 editorial 8 hot news 12 indicadores tn 56 eventos 88 perfil profissional 91 caderno de sustentabilidade

102 pessoas 106 produtos e serviços 118 fino gosto 120 coffee break 122 feiras e congressos 123 opinião

Mercado subsea promete... mas desafia

artigos

Ano XIV • Número 90 • jul/ago 2013Foto: Agência Petrobras

seções

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berço da inovação

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Ano XV • jul/ago 2013 • Nº 90 • www.tnpetroleo.com.br

norte Fluminense: vocação renovada para petróleo e gásSanta Catarina: polo logístico do óleo e gásCobertura brasil offshore: integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

a evolução da gestão no mercado de petróleo brasileiro, de rafael Faria, diretor da Fesa.

É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no brasil?, por Jim Chamness

redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues

rumo ao sistema submarino de produção de petróleo, por Milton Korn

eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges

escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie

Entrevista exclusiva

Sonia agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

Cessão onerosa é quase doação

CenpeS: especial: Cenpes 50 anos

TN Petróleo 90 83 82 TN Petróleo 90

Essa foi uma das conclusões da 19ª edição do Underwa-ter Tecnology Conference (UTC) 2013, realizada no mês de junho em Bergen,

na Noruega. ‘Os desafios globais subsea – gerenciando o velho e o novo’ foi o tema central da conferên-cia da UTC 2013, como foco nas tec-nologias submarinas para exploração e produção de petróleo no mundo. Organizado pelo Underwater Tech-nology Foundation (Fundação de Tecnologia Subaquática) o evento se realiza anualmente desde 2010 em Bergen, cidade que sedia um dos principais clusters mundiais em tec-nologia submarina.

Um dos mais importantes pontos de encontro para a indústria subsea de todo o mundo, o evento deste ano foi o maior de todos. Cerca de 850 pessoas participaram da conferên-cia, 30% a mais que no ano anterior, quando foram registrados 650 parti-cipantes. E mais de 1.100 pessoas, de 22 países, visitaram a exposição, que, pela primeira vez, teve todos os

continentes representados, com 60 expositores. A conferência contou com dois painéis e 44 apresentações técnicas, sendo quatro sessões pa-ralelas por dia.

De acordo com Irmelin Grønevik, organizador técnico da conferência, há fortes indícios de que o sucesso deste ano será repetido no próximo, pois a pré-inscrição já atingiu níveis recordes. A conferência de 2014 já tem data marcada: 18 a19 de junho, novamente em Bergen.

Oportunidades e desafiosTrond Olsen, presidente do Co-

mitê Organizador da UTC, abriu o evento e lembrou que embora a in-dústria subsea esteja na vanguarda de novas tecnologias, grande parte dos equipamentos de produção ain-da em uso foram desenvolvidos na década de 1980.

“Um dos principais desafios en-frentados pela indústria é garantir a compatibilidade do equipamento antigo com o novo. As tecnologias e sistemas utilizados hoje são comple-

tamente diferentes daqueles instala-do há 30 anos. O desafio é garantir que esses sistemas, que muitas vezes são percebidos como ‘tecnologias da idade da pedra’ por engenheiros recém-formados, sejam compatíveis com as que vêm sendo desenvolvi-das agora”, destacou Trond Olsen, que comanda o NCE Subsea (Centro Norueguês de Excelência Subsea).

Na ocasião, Kristian Siem, pre-sidente da Subsea 7, indicou como motivos para a elevação dos custos de exploração subsea o desenvolvi-mento de conteúdo local em países como o Brasil, a escassez de mão de obra qualificada e a crescente complexidade dos projetos. Dentre os principais desafios tecnológicos listados pelo executivo estão: os flui-dos anticorrosivos, o gerenciamento integrado e o ambiente agressivo, com elevadíssimas temperaturas e pressões.

Para Siem, o setor subsea está incrivelmente bem, mas enfrenta grandes desafios como os custos crescentes. “O nível de custos na

indústria do petróleo tem aumentado rapidamente e está fora de sintonia com outros setores. Como resultado, uma série de projetos em desenvol-vimentos está sendo adiada ou pa-ralisada”, indicou.

A Subsea 7 é uma das principais empresas de engenharia e constru-ção submarina, com mais de 14 mil funcionários no mundo, e opera a maior e mais avançada frota mundial de navios e equipamentos. E anun-ciou recentemente uma carteira re-corde, com vendas no valor de cerca de US$ 4 bilhões apenas para 2013. Apesar de um excelente período de crescimento para a indústria de sub-marinos e Subsea7, Siem sente que é hora de enfrentar o nível de custos no setor. “Temos de nos concentrar na redução dos custos”, enfatiza.

O executivo informou ainda que a Subsea 7 entregará uma embar-cação DSV (Diving Support Vessel) para a Hyundai Heavy Industries (HHI) no primeiro semestre de 2016. Esta é a segunda embarcação que a empresa constrói para a HHI. Além disso, recentemente a companhia inaugurou um escritório em Tromsø, na Noruega.

Também participaram da aber-tura do evento Damien Miller, em-baixador da Austrália na Noruega; Rod Cristie, vice-presidente e CEO dos sistemas subsea da GE Oil & Gas; e Jarand Rystad, sócio da con-sultoria Rystad Energy.

CapacitaçãoDe acordo com um dos pales-

trantes da UTC, Werner Menz, pre-

sidente da unidade de negócios de sistemas de controle da OneSubsea, um dos maiores desafios da indús-tria submarina é a capacitação em engenharia. “Acredito que os prin-cipais desafios estão na capacitação na área de engenharia e na elevação dos índices de recuperação dos re-servatórios”, diz Menz.

Ele considera que parte signi-ficativa do problema de capaci-tação é a falta de padronização. “Precisamos nos perguntar por que uma solução que é boa o suficien-te em um projeto não é utilizável em outro. Não estou falando de características de design e sim nos requisitos da norma de materiais, soldagem, qualidade e documenta-ção. Já existem diversas iniciativas que começam a lidar com isso, mas

Mercado subsea promete...Mas desafia

eventosUTC 2013

Além da constante busca por tecnologias mais modernas e seguras, que possibilitem aumentar o índice de recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios em águas profundas, o principal desafio do mercado subsea mundial é a capacitação profissional e a gestão dos altos custos destas atividades. por Maria fernanda Romero,

enviada especial

DeNTro De ciNco aNos o setor de subsea vai dobrar de tamanho, e dentro de 20 anos terá a produção igual à de óleo e gás tradicional e offshore. os dados foram apresenta-dos pela consultoria rystad energy durante a abertura do UTc 2013. “em cinco anos, o mercado de sub-marinos está previsto para crescer de Us$ 30 bilhões para cerca de

Us$ 60 e Us$ 70 bilhões ao ano”, informou Jarand rystad, analista de petróleo e sócio da energy rystad.

segundo o estudo, atualmente 70% do petróleo mundial são produzidos em terra e somente 9% correspondem à produção submarina. em 2020, essa área submarina vai representar cerca de 15%. ademais, hoje as instalações submarinas produzem 15 milhões de

barris por dia. em 2030, a produção diária vai aumentar para 35 milhões de barris.

a rystad energy é uma consul-toria independente de petróleo e gás, que trabalha com inteligência de mercado, consultoria estratégia e produtos de pesquisa em e&P para as empresas de serviços de petróleo, investidores e governos.

Mercado subsea deve dobrar de tamanho até 2020

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TN Petróleo 90 57 56 TN Petróleo 90

eventos

por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes do país, Macaé reuniu importantes players do mercado offshore e de óleo e gás na sétima edição da Brasil Offshore 2013, apontado como o terceiro maior evento mundial do setor. Com cerca de 51 mil visitantes e mais de mil marcas expositoras, sendo 105 internacionais, a feira ocupou 37.000 m² do centro de exposição – 2.000 m² a mais que em 2011. A conferência, que reuniu mais de mil congressistas, teve como tema central a questão da integridade, fator crucial em cenários desafiadores como o do pré-sal e outras novas fronteiras, assim como em bacias maduras, que contribuem para a maior parte da produção brasileira offshore de óleo e gás.

Brasil Offshore 2013

Com cerca de 300 milhões de poder de compra re-presentado por empresas nacionais e estrangeiras e quase 200 milhões em

potenciais acordos comerciais costu-rados nas rodadas de negócios, a 7ª edição da Brasil Offshore – Feira e Conferência Internacional da Indús-tria de Petróleo e Gás consagrou-se como a melhor de todos os tempos.

Realizada entre os dias 11 e 14 de junho, evento reuniu mais de 700 expositores – e um total de 1.020

marcas expostas – que apresentaram seu portfólio de produtos e serviços, destacando as principais soluções e tecnologias que estão disponibilizan-do para o mercado offshore.

A conferência reuniu quase 1.100 especialistas do setor, que debateram um dos aspectos mais importantes para a sustentabili-dade das empresas que atuam na exploração e produção offshore: a integridade dos ativos, desde a etapa de prospecção exploratória à produção e escoamento.

Com o tema ‘Integridade: quando você deve se preocupar?’, a confe-rência internacional foi dividida em três plenárias – ‘Interface de poço reservatório’, ‘Escoamento e enge-nharia submarina’ e ‘Instalação e produção’ – e oito sessões técnicas, com a participação de 44 palestran-tes, 25% deles internacionais.

O alto número de participantes reflete o interesse do setor e a decisão acertada dos organizadores da feira e do congresso – a Reed Exhibitions Alcantara Machado, o Instituto Bra-

InteGRIdadeé a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

DIRETOR EXECUTIVOBenício Biz - [email protected] DE NOVOS NEGÓCIOSLia Medeiros (21 8241-1133)[email protected]

EDITORABeatriz Cardoso (21 9617-2360)[email protected]

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RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 9361-2876) [email protected]

DESIGN GRÁFICOBenício Biz (21 3221-7500)[email protected]

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REVISÃOSonia Cardoso (21 3502-5659)

DEPARTAMENTO COMERCIALJosé Arteiro (21 9163-4344)[email protected]

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DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados.

Filiada à ANATEC

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores.TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

15 anos de informação de qualidade

Benício BizDiretor executivo da TN Petróleo

A magia dos números está no que eles representam. Para nós, os 15 anos da TN Petróleo, assim como o número 90 desta edição, têm um significado muito especial.

Primeiro, por representar não um espaço cronológico, mas um período único na indústria brasileira de petróleo e gás natural, com grande impacto no cenário mundial, do qual nossa revista foi testemunha fiel, contribuindo para a reflexão e o debate dos temas mais relevantes, de A a Z dessa cadeia produtiva.

Segundo, por refletir um avanço sem precedentes na indústria brasileira, com destaque para os setores naval, de engenharia, de tecnologia da informação e de bens e serviços, entre outros, impulsionado pelo incremento do setor petrolífero. A própria TN reflete essa evolução, pois sempre buscou mostrar o aporte das empresas brasileiras e estrangeiras para o desenvolvimento desse setor.

Terceiro, pelo acerto, desde seu nascedouro, ao manter um olhar especial para a inovação, para as novas tecnologias, para as oportunidades de negócios. Compromisso expresso em seu nome: TN – Tecnologia e Negócios.

O fato é que fomos partícipes da evolução dessa indústria, que hoje é reconhecida mundialmente pela sua lideran-ça tecnológica em águas profundas. Uma posição suportada por uma das mais importantes instituições mundiais de pesquisa e desenvolvimento no setor de petróleo, o Cenpes, que está completando 50 anos e merecendo a reporta-gem de capa desta edição.

Nesses 15 anos tivemos, como companheira de trajetória, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus-tíveis (ANP), que também completa uma década e meia de atividades, período no qual conduziu uma verdadeira revolu-ção no setor de petróleo e gás, depois de 45 anos de monopólio. Hoje, a agência reguladora se prepara para realizar o primeiro leilão do pré-sal, uma descoberta que vem mudando os paradigmas da indústria offshore.

E para não dizer que não lembrei do óbvio, 15 anos representam apenas um quarto dos 60 anos que a Petrobras vai completar em outubro próximo! E aí está a magia dos números, pois foi justamente nesses últimos 15 anos que a petroleira brasileira consagrou-se como uma das maiores do mundo, sendo reconhecida não somente por sua expertise offshore, mas também por sua capacidade de inovar, de quebrar paradigmas... pela ousadia.

Esta é também a matéria-prima com a qual trabalhamos todos os dias na TN Petróleo: a despeito dos desafios, dos altos e baixos, ainda acreditamos que ousar é preciso. Vamos em frente!

Boa leitura.

editorial

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editorial

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Fundada como Mannesmann, a V & M do BRASIL agora é Vallourec.Uma marca presente em 21 países, capaz de produzir, com paixão, diversidade e excelência, tubos de aço sem costura que ajudam o país na exploração e produção de petróleo, na infraestrutura de aeroportos, estádios, equipamentos e indústrias. Uma empresa com diversidade de culturas que permite resolver qualquer desafio, em qualquer condição, não importa o mercado, oferecendo soluções sob medida, de forma pioneira. É assim que conquistamos a confiança total dos nossos clientes. Vallourec. A solução para grandes desafios.

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hot news

A AgênciA nAcionAl do Petróleo, gás natural e Bio-combustíveis (AnP) anunciou no dia 16 de julho que estendeu para o dia 29 do mesmo mês o

prazo para a consulta Públi-ca das minutas do edital e do contrato da 1ª licitação do pré-sal. A Audiência Pú-

blica foi remarcada para o dia 6 de agosto, às 15h, na Escola de guerra naval, na Avenida Pasteur, 480, na Urca.

A prorrogação do prazo havia sido considerada pela diretora-geral da agência Reguladora, Magda Cham-briard, que na semana passada concedeu uma coletiva para

tirar dúvidas sobre o leilão. De qualquer forma, a AnP esclare-ce que a mudança não altera a data prevista para a licitação da área, marcada para o dia 21 de outubro no Rio de Janeiro.

na coletiva de imprensa, realizada no dia 12 de ju-lho, sobre o leilão do pré--sal, marcado para o dia 21 de outubro, ela explicou que o prospecto de libra deverá ser desenvolvido em módulos, com plataformas similares às que vão ser utilizadas na área de cessão onerosa. “ou seja, a área poderá ter entre 12 e 18 plataformas, com capaci-dade para processar até 150 mil barris de petróleo por dia. cada sistema de produção deverá ter de oito a dez poços, no mínimo”, destacou.

A expectativa da Agência é que o pico de produção chegue, no míni-mo, a 1 milhão de barris de petróleo por dia. “Esse número dependerá do desenvolvimento do campo. Tal previsão baseia-se no projeto básico da Agência”, afirma Magda chambriard, acrescentando que as premissas reguladoras projetam o primeiro óleo da fase de produção a partir do quinto ano do contrato.

Quando questionada sobre o investimento necessário para o campo, Magda preferiu exemplificar o valor possível de um poço no pré-sal. “Um poço perfurado no pré-sal pode custar até US$ 100 mi-lhões, depois de uma curva de aprendizado”, afirmou, di-zendo que o que a AnP quer é um projeto otimizado das empresas.

A PETRolEiRA BRiTânicA BP conclui acordo com a Petrobras de parceria em cinco concessões de exploração e produção em águas profundas, operadas pela petroleira brasileira na bacia Potiguar, localizada na margem equatorial brasileira. A operação ainda está sujeita às aprovações das agências regulatórias.

A BP Energy do Brasil ltda. terá 30% de participação nos blocos PoT-M-663 e PoT--M-760 (contrato BM-PoT-16) e 40% nos blocos PoT-M-665, PoT-M-853 e PoT-M-855 (con-trato BM-PoT-17). Juntos, os cinco blocos somam uma área total de 3.837 km2.

o presidente da BP Brasil, Guillermo Quintero, afirmou que esse é mais um passo na

construção da presença da companhia no país. “Desde 2011, quando passamos a ter participação em dez blocos com

a aquisição da Devon Ener-gy do Brasil, ampliamos nosso portfólio de exploração e produção para 27 concessões

em sete bacias, consolidando o maior portfólio de exploração em águas profundas de uma empresa internacional de petró-leo no Brasil.”

Esses 27 ativos compreendem as 14 concessões que a petroleira britânica detinha em cinco bacias, os oito blocos adquiridos na 11a Rodada de licitações (os acordos de concessão devem ser assina-dos em agosto) e as cinco áreas dessa parceria com a Petrobras na bacia Potiguar.

Leilão do pré-sal: ANP estende prazo de consulta a edital

BP será parceira da Petrobras na Bacia Potiguar

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Ibema ingressa no mercado livre de energia

Encomenda de US$ 1,6 bilhão à Subsea 7

Dois novos FPSOs

EM fEvEREiRo DE 2013, a ibe-ma, fabricante nacional de papel--cartão, passou a atuar no mercado livre de energia em razão da sua produção nas duas pequenas centrais hidrelétricas: a PcH ca-choeira, com capacidade instalada de 2,92 MW no rio cachoeira, e da PcH Boa vista ii, com capaci-dade instalada de 8,0 MW no rio Marrecas, ambos no Paraná. Para entrar nesse mercado, a empresa adequou a sua rede de transmis-são para a conexão ao Sistema de Distribuição da copel (companhia Paranaense de Energia Elétrica).

De fevereiro até maio, o total de geração de energia nas duas PcHs foi de pouco mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica e pela vila ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh. Desta maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a ibema comercializou no mercado livre.

A fabricante de papel-cartão se classifica na geração de energia como autoprodutora, já que tem concessão, permissão e autorização concedidas pela Agência nacional de Energia Elétrica (Aneel) para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo e comerciali-zar eventual excedente. De acordo com o gerente de Planejamento e controle de Energia e florestas da ibema, Serge Birepinte, a venda desse excedente de curto prazo já era programada. “Estudamos o

processo para começar a comercia-lização. Apesar das turbulências do mercado de energia, os resul-tados têm sido positivos e, nesses primeiros quatro meses já amortiza-mos quase 40% dos investimentos realizados no projeto da subestação e adequações”, comenta.

Todo o processo de compra e venda de energia de curto prazo é validado pela câmara comer-cializadora de Energia Elétrica (ccEE), que atua como operado-ra desse mercado. Já como agen-te comercializador, a ibema conta com os serviços da Tradener, que oferece soluções para compra, venda e gestão de energia elétri-ca. “Estamos operando com con-tratos de curto prazo, mês a mês para, desta forma, avaliarmos periodicamente a disponibilidade do nossa geração”, diz Birepin-te. o objetivo é que os contratos

garantam um mínimo a cada mês. “A expec-tativa é comer-cializar de 1 a 1,5 MW médio de excedente todos os meses”, afirma o diretor

de Energia e florestas da ibema, Lourival dos Santos e Souza. E acrescenta: “A intenção é que até o final de 2013 todo o investi-mento feito para esse projeto seja amortizado.”

A PETRoBRAS EncoMEn-DoU três navios lançadores de linha, conhecidos como PlSvs, para a Subsea 7. A encomen-da, no valor de US$ 1,6 bilhão, prevê a construção das em-barcações e a administração do projeto, além de serviços de engenharia e a instalação

de linhas de fluxo, e outros equipamentos fornecidos pela Petrobras, informou a Subsea.

os contratos têm duração de cinco anos e a entrega dos três navios está prevista para o ter-ceiro trimestre de 2016, o quarto trimestre do mesmo ano e o segundo trimestre de 2017.

A QUEiRoz gAlvão Óleo e gás (Qgog) firmou contratos, em conjunto com seus parceiros, para afretamento e operação de dois fPSos – Cidade de Maricá e Cida-de de Saquarema – com o consórcio BM-S-11, operado pela Petrobras (65%), Bg E&P Brasil ltda. (25%) e Petrogal Brasil S.A. (10%). os con-tratos terão duração de 20 anos.

o valor total do contrato para aquisição dos dois fPSos é de, aproximadamente, US$ 3,5 bilhões.

As unidades irão pertencer e serão operadas pela joint venture formada entre as empresas Qgog, SBM offshore, Mitsubishi corpo-ration e nippon Yusen Kabushiki Kaisha (nYK line).

os fPSos (floating Production Storage and offloading, na sigla em inglês) irão operar no campo de lula, no pré-sal da Bacia de Santos. As unidades são similares ao fPSo Cidade de Ilhabela, com capacidade diária de produção de óleo de 150 mil barris e capa-cidade de produção de gás de 6 milhões de metros cúbicos por dia.

A previsão de entrega do Cida-de de Maricá e Cidade de Saqua-rema é no final de 2015 e no início de 2016, respectivamente.

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hot news

Parques tecnológicos terão R$ 640 milhões para novos projetos

o MiniSTRo DA ciênciA, Tec-nologia e inovação, Antonio Rau-

pp, anunciou um reforço de mais R$ 10 milhões para o setor, que serão ofertados por meio de edi-tal a ser lançado, em breve, pelo cnPq. “Esses

recursos vão atender projetos de incubadoras de empresas”.

Segundo Raupp, a competitivi-dade do sistema econômico depen-de de um ambiente mais amplo, não só de ciência e tecnologia. Daí a necessidade de o McTi trabalhar em parceria com outros ministérios para a implementação da política de inovação do governo federal.

“A flexibilidade na composição deste edital, incluindo recursos não reembolsáveis, crédito e investimen-to, é tudo de que precisamos para

dar um salto sig-nificativo neste ambiente de ino-vação, promovido pelos parques tecnológicos”, disse a presiden-te da Associação nacional de

Entidades Promotoras de Empre-endimentos inovadores (Anprotec), Francilene Procópio Garcia, tam-bém presente à cerimônia.

“Esta é mais uma iniciativa para aumentar o número e o nível das empresas que inovam e as parce-rias com instituições de ciência

e tecnologia, pois só desta forma conseguiremos entrar nas áreas de tecnologia de ponta e elevar a qualidade e a relevância dos proje-tos de inovação no Brasil”, afirmou o presidente da finep, glauco Arbix. Ele observou ainda que os próximos editais da Agência vão abranger as áreas de mobilidade urbana e sustentabilidade.

Do total de recursos, R$ 90 milhões serão não reembolsáveis para parques tecnológicos em operação e em processo de implan-tação. As propostas deverão ser en-caminhadas até o dia 17 de agosto

para a finep. Para os parques em operação, os recursos serão de R$ 6 milhões a R$ 14 milhões.

Para propostas de parques em fase de implantação, o valor mí-nimo é R$ 2 milhões e o máximo, R$ 5 milhões. o resultado final da chamada pública será divulgado a partir do dia 21 de outubro. o edital também oferece R$ 500 mi-lhões em crédito para os parques em operação e implantação e será exigida contrapartida de 20% do valor pleiteado à finep.

glauco Arbix, destacou alguns dados que apontam que, apesar de a economia estar menos aquecida, a demanda por tecnologia no setor empresarial continua crescente. “Parte das empresas brasileiras compreende que mesmo em situa-ções mais difíceis, elas não podem abandonar planos e projetos de geração de tecnologia.”

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Agência Brasileira da Inovação (Finep) lançaram edital de R$ 640 milhões destinado a parques tecnológicos em operação e em estágio de implantação, para incrementar o apoio a empresas que queiram se arriscar e investir em novos projetos tecnológicos. Os investimentos também incluem empresas que ficam nos parques ou em incubadoras.

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Maersk Training inaugura centro de treinamento

Argentina reduz restrições

A MAERSK TRAINING Brasil inaugu-rou, em julho, o seu primeiro centro de treinamento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O local está equipado com simuladores para cursos técnicos nas áreas de posicionamento dinâmico, perfuração e manuseio de âncoras.

Os simuladores instalados incluem o Kongsberg Full Mission, simulador de passadiço integrado com simulador de manuseio de âncoras, de acordo com o Instituto Náutico (NI) Classe A, com dez diferentes tipos e modelos de embarcações e unidades. Os simulado-res instalados no centro são capazes

de criar as situações realistas, para que os programas de formação sejam iguais às operações genuínas.

A abertura do centro de treina-mento no Rio de Janeiro é o primeiro

passo para a expansão da Maersk Training no Brasil, onde a empresa está investindo mais de 10 milhões de reais. A ideia central da Maersk Training é melhorar a segurança e evitar acidentes, realizando uma formação adequada e eficaz dos profissionais da área. “Isto está no coração de tudo o que fazemos, e todos os nossos cursos são de-senvolvidos com isso em mente, o objetivo final de todos os nossos cur-sos de formação é o de assegurar um comportamento seguro e eficiente”, afirmou a empresa.

A ARgEnTinA AnUncioU que permitirá que as petroleiras que investirem em suas gigantescas reservas de petróleo e gás não con-vencionais exportem sua produção e tenham acesso livre às divisas, reduzindo uma série de restrições num momento em que o governo está prestes a assinar um acordo mi-lionário com a chevron.

A nova regulamentação estabe-lece que as companhias com planos de investirem pelo menos 1 bilhão de dólares em cinco anos poderão vender ao exterior, livres de impos-tos, 20 por cento de sua produção de petróleo ou gás natural.

com suas reservas definhando e a demanda em alta, a Argentina apenas exporta petróleo de bai-xa qualidade que não pode ser refinado localmente, ao mesmo tempo em que não permite o en-vio de gás natural ao exterior, de modo que se transformou em um importador global.

As petroleiras também poderão manter as divisas geradas pela ex-portação, o que está proibido para todos os setores econômicos devi-do a um controle

no câmbio estabelecido no final de 2011 para frear uma fuga de capitais, o que analistas apontam com um fa-tor que desestimula os investimentos estrangeiros.

“A nova regulamentação busca a promoção do investimento direto nacional e estrangeiros para garantir o autossuficiência no abastecimento de hidrocarbonetos”, disse o decreto do governo.

o governo de Cristina Kirchner quer desenvolver as enormes reser-vas petróleo e gás não convencionais no país – especialmente na formação de vaca Muerta, na Patagônia – para reduzir uma queda na produção de

petróleo e gás natural que levou a um salto nas importações de energia e prejudicou o superávit da balança comercial do país.

A nova regra foi anunciada em um momento em que a petroleira estatal YPf está prestes a firmar um acordo com a norte-americana chevron para investir 1,5 bilhão de dólares em vaca Muerta, o primeiro investimento de vulto em uma formação que pode con-tar uma das maior reservas não con-vencionais do hemisfério ocidental.

As petroleiras beneficiadas com a nova regulamentação poderão pedir uma renovação de suas concessões por 25 anos com a possibilidade de ampliar o período por mais 10 anos. os mesmos prazos serão aplicados para novas concessões.

no ano passado a Argentina ex-propriou a YPf, que até então era controlada pela espanhola Repsol, por supostamente não investir o ne-cessário para evitar uma queda na produção local de petróleo.

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Medicina do trabalho

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• atEndimEntomédicobilínguE• agilidadEnalibEraçãodoaso• gEstãodoabsEntEísmoEinss• ambulatórioEmprEsa• maisdE1000clínicascrEdEnciadasnobrasil

• cErtificadodinamarquês,libEriano,Etc

segurança do trabalho • avaliaçõEsambiEntais• ppra,pcmat,pca,ppr,ppp–WEb• gEstãodofap-nEtp• pEriculosidadE,insalubridadE• análisEErgonômica• Espaçoconfinado,nr10,cipa• trEinamEntos

sisteMa de gestÃo ocuPacional integrado – Web • rElatóriosEmtEmporEal• controlEsEgEstãorEmota

REFERÊNCIA NACIONALATENDIMENTO EM TODO O BRASILRio de Janeiro – Centro e Barra da Tijuca21 2158-8035 / 2158-8014 / 2158-8000

[email protected]

BREvE EM MACAÉ

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SEgUnDo oS DADoS disponíveis na plataforma Brix no final de junho, este valor representa baixa de 18,84% ante a curva de preços para o mesmo período no dia 29 de maio.

Já a curva de Preços futuros para o balanço de 2013 registrou uma baixa ainda maior – 52,82% em rela-ção ao mês de maio – indicando um

preço médio de R$ 152,93 MWh no último dia 28. A forte queda do preço da energia no curto prazo está relacionada a três fatores bási-cos, como analisa

Marcelo Mello, cEo da Brix.“no início de junho, as liminares

concedidas a agentes de mercado contra a Resolução n. 03/2013 do conselho nacional de Política Ener-gética (cnPE) reverteram a alta do Preço de liquidação das Diferenças (PlD) devido à aplicação da curva de Aversão ao Risco (cAR), para pe-ríodos de dois anos, que representa menor risco do que a cAR de cinco anos aplicada nos dois meses ante-riores”, comenta Mello. “Ainda como

consequência das liminares, os prê-mios praticados no mercado de curto prazo também caíram fortemente por conta da suspensão do cálculo do PlD final”, acrescenta.

“Adicionalmente, este cenário foi reforçado pelo sensível aumento no volume de chuvas verificado a partir do final de junho, levando o contrato para entrega de energia no mês de julho ao patamar de R$ 96,00 MWh na semana passada”, completa o executivo.

Após o mês de julho, a curva de Preços futuros sinaliza uma nova alta até novembro em fun-ção do período de seca sazonal

e da introdução da nova meto-dologia de cálculo do PlD, cujos modelos alternativos ainda estão em fase de testes. Já a partir de dezembro, com o início das chu-vas de verão, a expectativa dos Participantes da Brix é que haja uma queda de preços.

Em junho, a curva de Preços futuros para o período de janeiro a setembro de 2015 repetiu o com-portamento verificado em maio mantendo-se praticamente estável com média de R$ 120,00 MWh, com desvalorização de 5,88% em relação aos dados da plataforma no fecha-mento do mês anterior.

Preço médio da energia de R$ 140,00 MWh para o ano de 2014A curva de preços futuros para os contratos de energia elétrica de fonte convencional, para entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste, indica para o período de janeiro a dezembro de 2014 um valor médio de R$ 140,00 MWh (reais por megawatt-hora).

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O PREçO DA ENERGIA elétrica de fonte convencional para entrega no mês de junho para o submercado Sudeste/Centro-Oeste encerrou o período de negociação na plata-forma Brix, de 8 de junho a 5 de julho, a R$ 207,62 MWh (reais por megawatt hora), baixa de 41,9% em comparação ao patamar de fechamento do mês anterior. Este valor é determinado pela somatória

do índice Brix Convencional e do Preço de Liquidação das Diferenças da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), agora cha-mado PLD1 por conta da Resolução nº 003/2013 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Em média, a energia elétrica de fonte convencional para entrega no mês de junho (submercado SE-CO) foi negociada na plataforma Brix

a R$ 198,47 MWh. “Durante o mês de junho, as chuvas contribuíram para acentuada redução do preço da energia no curto prazo”, comen-ta Marcelo Mello, CEO da Brix. “A tendência de queda segue para os contratos do mês em curso (julho), no qual os negócios para entrega spot têm sido fechados no patamar de R$ 135,00 a R$ 140,00 MWh”, destaca.

Preço da energia cai mais de 40% em junho

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TN Petróleo 90 13

coM ESSES RESUlTADoS, a pro-dução acumulada em 2013 totalizou 17 milhões de toneladas de aço bruto e 12,9 milhões de toneladas de lami-nados, redução de 2,2% e aumento de 0,9%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2012.

Quanto às vendas internas, o resultado de junho de 2013 foi de 2 milhões de toneladas de produ-tos, aumento de 3,7% em relação a junho de 2012. As vendas acumu-ladas em 2013, de 11,3 milhões de toneladas, mostraram crescimento de 2,7% com relação ao mesmo pe-ríodo do ano anterior.

As exportações de produtos side-rúrgicos em junho de 2013 atingiram 543 mil toneladas no valor de US$ 386 milhões de dólares. com esse resulta-do, as exportações em 2013 totalizaram 4,4 milhões de toneladas e 3,0 bilhões

de dólares, representando declínio de 14,4% em volume e de 19,9% em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior.

no que se refere às importa-ções, registrou-se em junho o vo-lume de 240 mil toneladas (US$ 352 milhões) totalizando, desse modo, 1,7 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos importados

no ano, redução de 14,6% em re-lação ao mesmo período de 2012.

o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em junho foi de 2,2 milhões de toneladas, totali-zando 13 milhões de toneladas em 2013. Esses valores representaram queda de 1,2% e alta de 0,6%, respec-tivamente, em relação aos mesmos períodos do ano anterior.

Produção brasileira de aço bruto apresenta aumento de 2,7% em junhoA produção brasileira de aço bruto em junho de 2013 foi de 2,8 milhões de toneladas, alta de 2,7% quando comparada com o mesmo mês em 2012. Em relação aos laminados, a produção de junho, de 2,3 milhões de toneladas, apresentou alta de 5,0% quando comparada com junho do ano passado.

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COM FOCO NO mercado de óleo e gás brasileiro, empresa faz apresentação de suas soluções em design, constru-ção e operação.

A Bentley mostrou no último dia 20 de junho, em evento realizado no Rio de Janeiro, os seus softwares para os empreendimentos de infraestrutu-ra, incluindo o setor de petróleo e gás. Dentre as soluções apresentadas pela companhia, tiveram destaque o Open-Plant, o Construct Solution e o Ivara, que compõem respectivamente as áreas de atuação da companhia que são design, construção e operação.

O objetivo da Bentley com a ação foi mostrar aos clientes como eles po-dem incrementar o nível de segurança e eficácia de seus projetos por meio do

gerenciamento de informações, conec-tar, integrar e capacitar suas equipes de projeto, fornecendo-lhes informações qualificadas.

Uma dessas tecnologias é o Pro-jectWise, o principal software utilizado no mundo nos empreendimentos de infraestrutura, usado por 40% das companhias de engenharia do mundo. Já o Ivara, uma solução de gestão de desempenho dos ativos, foi integrado ao portfólio da Bentley para garantir, entre outras funcionalidades, que a manutenção da planta e dos seus equi-pamentos seja feita no momento certo.

De acordo com Malcolm Walter, COO da Bentley, uma das apostas da empresa é a compra de outras tecnologias para ampliar o portfólio da companhia, e uma

das mais recentes foi o SACS adquirido há dois anos e meio. O SACS é uma suíte integrada voltada para o projeto, fabrica-ção e instalação de estruturas offshore, incluindo plataformas de petróleo, gás e de projetos eólicos.

“Foi uma aquisição acertada e no momento correto, pois logo depois do negócio, os projetos do setor de óleo e gás começaram a crescer no mundo. Ele é usado na construção de projetos offshore”, afirmou o executivo.

Com a integração de softwares como o ProjectWise e o AssetWise para os projetos offshore, as soluções de design da empresa estão se tornando cada vez mais importantes para o portfólio da empresa.

Bentley apresenta soluções para o setor de óleo e gás

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AnAliSTAS Do MERcADo financeiro promoveram leves ajustes para o déficit em conta corrente e para a dívida líquida em relação ao Produto interno Bruto (PiB) do próximo ano. De acordo com o relatório de mercado focus, a mediana das estimativas para o rombo das transações cor-rentes do país em 2014 passou de US$ 79,75 bilhões para US$ 78,95 bilhões – um mês atrás estava em US$ 78,50 bilhões.

no caso da dívida/PiB, a mediana das projeções passou de 35,00%, mesmo nível que se en-contrava há um mês, para 34,90%.

não houve alterações das esti-mativas para essas duas variáveis para 2013. A expectativa é de um saldo negativo de US$ 75 bilhões na conta corrente (US$ 73,66 bilhões no vermelho um mês atrás) e de uma taxa de 35,00% para a relação dívida/PiB, mesmo patamar visto na semana anterior e um mês atrás.

Para 2014, os economistas man-tiveram a projeção de expansão do PiB em 2,80%. Há um mês era aguardado em 3,20%. Da mesma forma com que ocorreu no caso de 2013, as mudanças do PiB foram influenciadas pela expectativa em relação ao setor manufatureiro. Analistas mantiveram a projeção de que o setor deverá se expandir apenas 3,00% no ano que vem, como na semana passada. Quatro semanas atrás, a mediana das esti-mativas para a indústria era de um crescimento de 3,20%.

o mercado também não mexeu nas estimativas para a balança comercial. A expectativa é de um superávit de US$ 6 bilhões em 2013, como constava do levanta-mento anterior (US$ 6,55 bilhões um mês antes), e de US$ 8 bilhões para 2014 (US$ 9 bilhões quatro semanas atrás).Alta na Selic – A maior mudança foi vista para a Selic ao final de 2014, que passou de 9,25% para 9,50%. Para 2013, a mediana das projeções se manteve em 9,25% ao ano, como no levantamento ante-rior e acima da taxa de 9,00% ao ano verificada um mês antes.

na média deste ano, segundo esses profissionais, os juros ficarão em 8,25% ao ano, como já era esperado na semana passada. Um mês atrás, a taxa era de 8,16%. Já para 2014, a Selic deve ficar, em média, em 9,25% como já constava da focus anterior. Um mês antes, estava em 9,00%.

o DiREToR Técnico da Unica (União da indústria de cana-de--açúcar), Antônio Pádua Rodri-

gues, disse durante o lançamento do relatório anual da revenda de combustíveis da fecombustí-veis (federação nacional do co-

mércio de combustíveis e de lu-brificantes), no Rio de Janeiro, que as previsões do setor indicam que a produção de etanol deve crescer em torno de 20% com relação ao registrado no ano passado.

o setor vive um momento mais favorável devido a diversos fatores, como tempo bom nas lavouras, volta na proporção de 25% de eta-

nol misturado à gasolina e ainda a desoneração do etanol em PiS/cofins (Programas de integração Social / contribuição para finan-ciamento da Seguridade Social) pelo governo, o que aumentou a competitividade do produto.

Segundo o dirigente da entida-de, a previsão é que a safra de cana este ano chegue a 650 milhões de toneladas. “Teremos um mercado de etanol totalmente diferente”, afirmou Rodrigues. Ele afirma, tam-bém, que nesta safra os produtores de cana darão prioridade total para a produção de etanol, que vem se recuperando nos últimos dois anos.

o setor vem realizando diver-sos investimentos para melhorar a questão da infraestrutura, sobretu-do na distribuição do etanol pelo país, que em sua grande maioria é feita pelas estradas. As usinas já investiram mais de US$ 4,5 bilhões em equipamentos de cogeração de energia. E mais: em junho, a Refi-naria de Paulínia recebeu a primei-ra carga de etanol distribuída pelo uniduto Riberão Preto-Paulínia.

Mercado projeta PIB de 2,31% para este ano e Selic de 9,5% em 2014

Produção de etanol deve crescer 20% este ano

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A OPEP, CUJOS integrantes produ-zem mais de um terço dos barris de óleo consumidos no mundo, afirmou que não vai se beneficiar com o au-mento da demanda, já que a entidade prevê que a demanda por seu petróleo vai cair em cerca de 300 mil bpd no ano que vem.

Para 2014, a expectativa é de que o crescimento na América Latina seja de 200 mil barris por dia, ficando nas estimativas deste ano. O país que mais vai demandar petróleo na região, no ano que vem, será o Brasil, com um percentual de 45%. Ainda de acordo com o relatório da Opep, a demanda por petróleo na América La-tina deve ter crescimento de 230 mil barris por dia esse ano, alcançando 6,49 milhões de barris diários.

De acordo com a entidade, todos os produtos derivados de petróleo no Brasil vêm sofrendo crescimentos moderados em comparação com o ano passado, e a demanda por esses pro-dutos tem tido aumento este ano, com exceção do combustível de aviação e o querosene.

O relatório do mês de junho indica que a oferta global de petróleo no mês foi de 89,98 mb/d, com uma partici-

pação de 33,8% dos países-membros da Opep, número menor do que o registrado no mês anterior.

Com relação à produção de petró-leo no mês de junho, a Opep afirmou que de acordo com fontes secundá-rias, a produção estimada da Opep foi de 30,38 milhões de barris por dia, uma queda de 310 mil barris por dia em relação ao mês anterior.

Em 2014, o fornecimento de pe-tróleo pelos países não pertencentes à Opep deve subir 1,1 milhão de barris por dia, com os Estados Unidos, Ca-nadá, Brasil, Cazaquistão e Austrália como os principais responsáveis por esse aumento. Enquanto isso, a Opep

prevê que Noruega, Síria, México e Reino Unido devem ter os maiores declínios no ano que vem.

A Opep espera que, em 2014, a produção brasileira de petróleo chegue a 2,75 milhões de barris por dia no ano que vem, indicando cres-cimento suportado pela longa lista de projetos como Baúna, Lula, Papa Terra, Parque das Baleias, Roncador, Sapinhoá Norte e Waimea.

Pelas projeções da entidade, a produção de petróleo no Brasil no próximo ano deve ser de 2,68 mb/d, 2,69 mb/d, 2,78 mb/d e 2,83 milhões de barris por dia, respec-tivamente.

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Em seu relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projetou que a demanda mundial de petróleo vai crescer pouco mais de um milhão de barris por dia em 2014, para uma média de 90,7 milhões de barris/dia, o que representa um crescimento de 300 mil barris em relação à projeção feita para este ano.

Aumento na demanda mundial de petróleo em 2014

Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/11 a junho/13

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A PRoDUção DE ÓlEo e gás natural da ogX, em junho, atingiu a média de 23 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Desse total, 9,7 mil correspondem à produção média offshore no campo de Tubarão Azul, na Bacia de campos, e 13,3 mil (2,1 milhões m³ por dia) correspondem à parcela da companhia na produção média terrestre de gás natural no campo de gavião Real, na Bacia do Parnaíba. A produção total offshore foi de 290.499 boe e a produção total terrestre foi de 135,8 milhões m³ de gás natural.

De acordo com a ogX, no campo de Tubarão Azul, os poços ogX-26HP e ogX--68HP produziram durante os 30 dias do mês de junho, com uma produtividade média de 4,8 mil boe por dia cada poço.

Já a produção média total no campo Terrestre de gavião Real foi de 4,5 milhões m³ por dia (2,1 milhões m³ líquidos para a ogX), mantendo as quatro turbinas da Usina Termelétrica Parnaíba i operando ao longo do mês inteiro.

Produção de óleo e gás da OGX em junho chega a 23 mil barris por dia

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Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Dez Jan Fev Mar Abr Maio

Bacia de Campos 1.657,0 1.619,1 1.562,5 1.480,4 1.532,4 1.523,5

Outras (offshore) 156,5 135,7 145,6 156,9 180,2 165,0

Total offshore 1.813,5 1.754,8 1.708,1 1.637,4 1.702,6 1.688,5

Total onshore 218,5 209,7 212,1 209,1 211,0 203,3

Total Brasil 2.032,0 1.964,5 1.920,2 1.846,4 1.923,6 1.891,8

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Dez Jan Fev Mar Abr Maio

Bacia de Campos 25.659,2 25.378,6 24.459,2 24.021,2 24.892,4 24.721,9

Outras (offshore) 22.922,9 22.790,8 22.590,7 23.539,1 21.512,2 19.216,5

Total offshore 48.582,1 48.169,5 47.040,9 47.560,2 46.404,6 43.938,4

Total onshore 16.377,3 15.920,9 15.810,2 16.059,1 16.019,7 15.784,0

Total Brasil 64.959,4 64.090,3 62.860,1 63.619,4 62.424,2 59.722,4

Dez Jan Fev Mar Abr Maio

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 145,2 149,3 149,1 147,9 146,8 144,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 16.535,1 15.995,9 15.764,1 15.547,2 15.241,8 15.128,3

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.683,1 2.611,1 2.557,4 2.485,9 2.552,5 2.500,8

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 12/2012 a 05/2013

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

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*Valor de venda, em R$

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-2,340,49

0,40-0,38

2,962,60

Variação no período: 0.97%

Variação no período: -16.71%

Variação no período: 12.02%

Variação no período: 13.65%

PElo SEgUnDo PERíoDo con-secutivo, houve diminuição no crescimento econômico da china. o Escritório nacional de Estatís-ticas da china informou dia 15 de julho que o Produto interno Bruto (PiB) referente ao período de abril a junho cresceu 7,5%, percentual inferior ao primeiro trimestre do ano, que registrou 7,7%. oficial-mente, o governo informa em co-municado que a economia do país promoveu um desenvolvimento sustentado e cresceu a um ritmo moderado.

os dados indicam que as expor-tações caíram de forma acentuada. o yuan (moeda chinesa) registrou

alta em comparação às moedas dos principais países industrializados. As autoridades chinesas, segundo analistas, também estão pagando o preço de reduzir os investimentos na proteção e preservação do meio ambiente.

As informações oficiais são que o governo da china prepara reformas

estruturais na tentativa de retomar o crescimento econômico estável. in-ternamente, as autoridades adotam mecanismos para manter o consumo doméstico ao expandir os gastos dos consumidores.

Em nota, o Escritório nacional de Estatísticas da china diz que o menor crescimento, nos últimos trimestres, é explicado pelo rea-juste do modelo econômico chinês, dependente das exportações e da demanda externa. o total de inves-timentos do PiB cresceu em 24,8 trilhões de yuan, segundo os da-dos oficiais, volume elevado para a maioria das nações, mas que indica queda para os chineses.

Economia chinesa cresce menos de abril a junho

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FRASES

“A inovação é fundamental para o avanço da competitividade da indústria nacional.” Marco Antônio Raupp, ministro de Ciên-

cia, Tecnologia e Inovação - 08/07/2013

TN Petróleo

“Com o que temos hoje, vamos chegar em 2020 com 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. Mas as três rodadas de licitação abrem uma nova janela para a indústria de petróleo e gás no Brasil, para além de 2020.” Maria das Graças Foster, presidente da Petro-

bras - 24/06/2013 - Agência Petrobras

“A possibilidade de descentrali-zação de investimentos explo-ratórios com o gás em terra, no Brasil, levando energia para áreas remotas, é um projeto estruturante que não podemos deixar de lado.” Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP) , 12/07/2013 - TN Petróleo

“Vamos continuar fazendo o debate sobre a questão estra-tégica dos royalties. A partici-pação especial para educação é proposta inclusive da presi-dente. É um desejo dela colocar os recursos dos royalties na educação e uma parcela que foi aprovada para a saúde.” Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucio-

nais, 12/07/2013 - Agência Brasil

“Meu papel não é fazer previsões, mas trabalhamos com números por causa de estimativas orçamentárias. O governo tem de se esfor-çar para viabilizar um cres-cimento de 3% neste ano.” Guido Mantega, ministro da Fazenda,

28/06/2013 - Agência Brasil

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1,22 R$ 16,59

-2,10 R$ 32,10

-1,58 R$ 29,84

-1,74 R$ 27,06

-2,03 R$ 30,44

-1,69 R$ 14,55

0,59 R$ 18,91

-2,34 R$ 15,43

0,10 R$ 19,57

109.07103.61

106.1794.34

-21,82 R$ 0,43

6,82 R$ 1,88

Variação no período: 6.40%

Variação no período: 12.53%

MAiS UM AUMEnTo da taxa básica de juros, anunciada no dia 10 de julho pelo comitê de Política Monetária (copom), ele-vando a Selic de 8% para 8,5%, é um novo golpe para os setores da economia que ainda pensam em investir. Tal medida não é a solu-ção para os nossos problemas, a despeito do que podem afirmar al-guns economistas, e ainda elevam os gastos com a dívida pública. com o baixo nível de atividade econômica em que o Brasil se en-contra, estamos na contramão de

outros países que estão baixando as taxas de juros para reativar suas economias. o problema a ser discutido e atacado é o custo da produção local, que já é alto e fica ainda mais comprometido com o retorno da política de elevação de juros. Um eventual aumento de juros seria para diminuir os níveis da atividade econômica, com que-da dos investimentos e redução do consumo suficiente que leva à queda nos preços. Será que que-rem baixar ainda mais o nível da atividade econômica?

Alta dos juros: mais um aperto aos investimentos na indústria

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indicadores tn

É o momento de acordos estratégicospara empresas de engenharia e consultoria no Brasil?O Brasil continua a ser o destino preferido para investimentos internacionais enquanto empresas e governos continuam a lutar com problemas econômicos na Europa, nos EUA, e no Japão. No ano 2012, o crescimento no valor das fusões e aquisições envolvendo o investimento das empresas estrangeiras em companhias brasileiras mais que dobrou os R$ 37 bilhões registrados em 2011, subindo para R$ 78 bilhões.

Com enormes investimentos em energia e infraestrutura no Brasil, as perspectivas dos investidores nestes setores são bastante promisso-ras. Em leilão realizado em maio pela Agência nacional do Petró-

leo, gás natural e Biocombustíveis (AnP), as empresas pagaram grandes prêmios sobre o preço de oferta mínimo, desembolsando R$ 2,8 bilhões, o maior volume arrecadado pelo governo num leilão de petróleo.

Está previsto para novembro pela AnP o leilão de libra, o maior re-servatório de petróleo já oferecido para partilha de produção no mundo. o governo estima que a sanção da lei dos Portos poderá estimular, ainda este ano, investimentos de R$ 27 bilhões no setor.

Sem considerar estas notícias recentes, o governo brasileiro prevê in-vestir R$ 955 bilhões na segunda fase do Programa de Aceleração do cres-cimento (PAc-2). Juntos, esses fatores se combinam para tornar o Brasil um mercado atraente para empresas globais de engenharia e de consulto-ria que buscam o crescimento sustentável.

Estes fatores apresentam uma oportunidade única para os empresá-rios brasileiros preparados para negociar com ‘compradores estratégicos’. compreender os interesses e prioridades dos compradores estratégicos e preparar sua empresa com foco na criação de valor pode aumentar consi-deravelmente a sua capacidade de maximizar o valor de seu negócio.

Compradores estratégicos vs financeiros compradores potenciais podem ser agrupados em duas categorias gerais, ‘compradores Estratégicos’ e ‘compradores financeiros’. As diferenças fundamentais entre estas categorias são analisados a seguir.

os compradores estratégicos estão à procura de sinergias. Querem sa-ber como sua empresa irá complementar seu negócio já existente para au-mentar o valor de longo prazo para os acionistas. Podem estar dispostos a assumir mais riscos, porque já atuam no mesmo tipo de negócio e compre-endem bem os riscos e oportunidades envolvidos. Seu horizonte de inves-timento tende a ser de longo prazo, à medida que buscam oportunidades de crescimento de longo prazo.

Já que os compradores estratégicos têm a expectativa de obter valor de uma aquisição além do valor imediato financeiro da empresa adquirida, eles, muitas vezes, estão dispostos a pagar um preço superior, a fim de fechar um negócio.

os compradores financeiros são principalmente interessados em fazer investimentos para maximizar o retorno do investimento (Roi) dentro de um prazo definido, tipicamente da ordem de três a cinco anos. Para avaliar o Roi potencial, os compradores financeiros analisaram com cuidado os ativos da companhia, as demonstrações financeiras e a rentabilidade, em busca de oportunidades de crescimento atraente de curto prazo.

Jim Chamness é mana-ging director Brazil da

consultoria 1stWEST Mer-gers & Acquisitions LLC.

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os compradores financeiros costumam avaliar uma aquisição como um investimento autônomo, uma vez que em geral não planejam integrar o negócio com uma empresa maior.

Ambos os tipos de compradores avaliam oportuni-dades de aquisição com atenção e de forma abrangen-te, analisando cuidadosamente o desempenho finan-ceiro, gestão de operações, vendas, conformidade e governança corporativa. A rentabilidade comprovada e o potencial de ganhos futuros são considerações crí-ticas para todas as transações.

Posicionando seu negócio para maximizar o valor A compreensão das considerações que geram valor, além do balanço da empresa, fornece uma perspectiva que pode ser usada para fortalecer seu negócio e po-sicionar sua empresa para aumentar bastante o preço de venda. Algumas das considerações principais que podem ser abordadas para melhorar o valor estratégico do seu negócio são discutidos a seguir:

note que ao aumentar o multiplicador de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amorti-zação) de cinco a seis vezes, você estará aumentando o valor de sua empresa em 20%!Identifique sua vantagem competitiva – é importan-te compreender os pontos fortes e as fraquezas da sua empresa, e a sua posição competitiva no mercado. isto permite identificar e alavancar vantagens competitivas ao apresentar a sua empresa a potenciais compradores. As perspectivas futuras dos mercados servidos podem, em si, dirigir o valor do negócio.

começa com o desenvolvimento de um plano de negó-cios. Um Plano Estratégico escrito que inclui uma análise de mercado e identifica planos específicos de crescimento

pode ir longe para demonstrar o conhecimento do seu ne-gócio e seu entendimento do potencial de ganhos futuros.

Acoplada com processos eficazes para o rastrea-mento da carteira de clientes, perspectivas de cresci-mento, e a previsão de vendas futuras, essa ferramenta foca seu negócio em metas quantificáveis que permi-tem tomar as melhores decisões e aumentar sua credi-bilidade com potenciais compradores.Estabeleça a empresa e equipe como peritos em sua área – Estabelecer a sua empresa, e membros-chave de sua equipe, como peritos da indústria. isso pode ser feito através de publicações em mídias profissionais e respeitadas, participação ativa em congressos do setor, blogs, e discussões de grupo em redes sociais.

Estabelecer sua empresa como líder no setor, pro-curado por sua perícia, aumenta a visibilidade e a cre-dibilidade do seu negócio e o torna um alvo para com-pradores estratégicos.Aumente sua carteira de longo prazo – As receitas provenientes de contratos de longo prazo e de gran-de abrangência (MSAs / Master Service Agreements) tende a reduzir o risco de uma eventual perda de clien-tes importantes. carteiras associadas aos contratos de longo prazo ou recorrentes, tais como monitoramento ambiental, operações e manutenção, licenciamento, e serviços de conformidade podem aumentar o valor es-tratégico da sua empresa.Diversidade de clientes – As empresas que obtêm a maior parte das suas receitas de um ou poucos clientes correm o risco de uma grave desaceleração se o negó-cio de seus clientes não vai bem, se ocorrem mudan-ças de prioridades, ou simplesmente como resultado de mudanças nas práticas de compra de um cliente. Se clientes-chave saírem após uma transação, as chan-

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indicadores tn

ces são altas de que o comprador terá pago em excesso pelo seu negócio.

é boa prática construir uma base de clientes diver-sificada. Embora não haja ‘números mágicos’, manter a proporção de vendas derivada de um só cliente me-nor que 10% ou até 5% do total pode ser considerada uma boa regra.Diversifique ofertas de produtos ou serviços – Ser-vir a um ‘nicho’ bem definido pode, por si só, criar valor estratégico. Proporcionar uma diversidade de serviços aos seus clientes, entretanto, irá, em geral atrair mais compradores potenciais, e irá aumentar o valor intrínseco do seu negócio. Mesmo se não pode atualmente enfatizar todos os serviços oferecidos para maximizar seu potencial de mercado, oferecer uma variedade de produtos e serviços pode agregar valor com compradores estratégicos, principalmente para aqueles que têm o capital para aproveitar o po-tencial de crescimento inerente.Equipe de gestão / planejamento de transição – os proprietários de muitas pequenas empresas tendem a cometer o erro de administrar seu negócio com apenas uma ou duas pessoas capazes de tomar de-cisões críticas. isso pode comprometer o futuro da empresa quando os proprietários partirem. o desen-volvimento de talentos e o planejamento de sucessão são fatores críticos para a sustentabilidade do negó-cio e sucesso a longo prazo. os compradores estarão dispostos a pagar mais se puderem demonstrar que têm uma forte equipe de gestão implantada, prepa-rada, e entusiasmada com a perspectiva de assumir a liderança da empresa.Barreiras de entrada – os compradores estratégicos frequentemente se interessam em entrar num merca-do para aproveitar oportunidades sensíveis ao tempo, tais como as resultantes do destaque atual do Brasil na melhoria de infraestrutura e o desenvolvimento dos recursos de petróleo do Pré-sal. Requisitos de pré-qua-lificação e conteúdo local, a necessidade de registros profissionais reconhecidos pelas autoridades locais, e as licenças exigidas pelos órgãos reguladores podem constituir barreiras de entrada caras e demoradas para empresas novas ao mercado local, mesmo para empre-sas globais bem qualificadas. Posicionando sua empre-sa de forma adequada frente às barreiras de entrada potenciais pode aumentar a vantagem competitiva e o valor na hora da venda.Gestão de operações – Quanto mais fácil for para um comprador potencial entender seu negócio e, portanto, conceber a administração do seu negócio de forma ren-tável, melhor será o preço de venda de sua empresa. isto requer sistemas bem definidos para a gestão financeira, contabilidade, marketing e vendas, gestão e controle de projetos, e as políticas de gestão de recursos humanos.

Sistemas e políticas de gestão devem ser documen-tados e passíveis de auditoria.

Contabilidade – Uma fraqueza comum de pequenas e médias empresas é a documentação financeira. Muitas empresas tratam a contabilidade como um exercício ne-cessário somente para o cumprimento das obrigações fiscais. Demonstrações financeiras auditadas, que aten-dem aos padrões internacionais de contabilidade, facili-tam o due diligence e a negociação, e reduzem o tempo necessário para fechar um negócio. o investimento nes-tas demonstrações financeiras é facilmente recuperado com um preço mais alto de venda da empresa.Website – Um website bem projetado pode ser um ativo de valor agregado, se demonstrar a capacidade da em-presa de efetivamente apresentar-se ao mercado. Seu website oferece uma oportunidade para transmitir os fatores que tornam seu negócio único, e também pode ser aproveitado como uma ferramenta para agregar va-lor para os seus clientes e sua equipe.

vale a pena rever seu website, e os dos concorren-tes, para assegurar que seu site é ativo e não passivo quando apresenta sua empresa ao mercado.Monte uma equipe de assessores profissionais expe-rientes – Montar uma equipe experiente de assessores contábil, financeiro, jurídico e de M&A antes de apre-sentar a sua empresa a potenciais compradores. isto permite avaliar as vulnerabilidades de sua empresa e prepará-la para o processo de due diligence a fim de evitar surpresas constrangedoras e caras. isto deve in-cluir uma empresa de assessoria em fusões e aquisi-ções com relevante experiência na indústria.

o processo de venda de uma empresa é comple-xo e muitas vezes emocional. os proprietários podem ser facilmente esmagados pela carga de trabalho adi-cional, além das atividades normais do dia a dia. Um assessor em fusões e aquisições pode coordenar todo o processo de transação de modo que os proprietários podem continuar a focar no desempenho dos negócios. Um consultor em fusões e aquisições experiente traz uma perspectiva imparcial para ajudar os empresários a avaliar alternativas e para servir como um defensor e intermediário durante as negociações.

com o auxílio de uma equipe de consultores ex-perientes você estará bem preparado para identificar e avaliar compradores estratégicos e bem posicionado para negociar o melhor valor para a venda da sua em-presa.Pense globalmente – Antes de selecionar uma assesso-ria em fusões e aquisições, verificar se podem fornecer exposição global. os compradores estratégicos muitas vezes são internacionais e buscam expandir seus negó-cios geograficamente. Seu consultor deve conhecer seu negócio e mercado e ter as conexões e recursos neces-sários para apresentar sua empresa aos compradores potenciais bem qualificados no mercado local e global. A exposição internacional irá assegurar que a sua em-presa está aparecendo para os melhores compradores potenciais.

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TN Petróleo 90 21

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22 TN Petróleo 90

entrevista exclusiva

Ex-procuradora-geral da Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP), a advogada

Sonia Agel é, acima de tudo, uma jurista apaixonada pelo que faz. E com profundo

conhecimento de um setor que até há duas décadas

era dominado por homens: o de óleo

e gás.

por Beatriz Cardoso

CESSÃO ONEROSAÉ QUASE DOAÇÃO

HOJE, COM AS MULHERES nos principais comandos deste setor – na Petrobras e na ANP –, a presença feminina poderia até passar despercebida não fosse o cabedal de conhecimento que Sonia Agel detém sobre o marco regulatório desse mercado. Da licitação de áreas exploratórias e contratos de concessão às regras aplicadas pela ANP na fiscalização das diversas atividades que estão sob sua responsabilidade. Assim, em entrevista exclusiva à TN Petróleo, a jurista, que é sócia do escritório L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, fala de sua preocupação com o risco de esvaziamento da ANP que ela considera “com-pletamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.”

E questiona a mudança aleatória das regras do jogo, da distribuição de royalties ao regime de partilha e cessão onerosa. “Considero essa relação incestuosa, já que falamos de cessão para empresa pública onde o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação”, diz Agel, defendendo ainda a simplificação das regras dos contratos de concessão.

TN Petróleo – A ANP foi criada em 1997, mas completou 15 anos de existência em janeiro, uma vez que passou a existir de fato, em janeiro de 1998. Como procuradora-geral da ANP durante os primeiros cinco anos e jurista que acumula mais de 25 anos no setor público, principalmente de energia, qual o balanço que você faz da agência?

Sonia Agel – A criação das agências reguladoras no Brasil foi uma das faces mais visíveis do processo da reforma de Estado implantada em meados dos anos 1990. Com isso, deu-se início à era do ‘Estado Regulador’, já que o modelo de Estado Empreendedor já mostrava sinais de esgotamento.

Para tanto, era importante que essas agências fossem dotadas de plena auto-nomia e compusessem seus quadros com técnicos independentes e especializados sem qualquer interferência em nível político.

Essa receita foi seguida fielmente no início da ANP, que tinha total autonomia e contava com um então reduzido quadro de técnicos especializados, inclusive na composição da primeira diretoria. Na verdade, naquela época grande parte do conhecimento sobre a indústria do petróleo era detido pelos técnicos da Petrobras, o que fez com que o quadro da entidade fosse composto por grande número de acadêmicos e professores com nível de mestrado e doutorado.

A conjunção desses técnicos, acrescida de algumas consultorias internacionais, foi de grande ajuda para formatar o novo modelo de regulamentação em todos os elos da cadeia – do poço exploratório ao posto revendedor –, o que não foi tarefa fácil. O resultado foi surpreendente e gratificante para todos, sobretudo no setor de upstream, que abria as portas de entrada para novos investidores nacionais ou internacionais.

A partir da primeira rodada de licitações, o Brasil passou a fazer parte do time de países com grande atratividade para o setor de petróleo e, consequentemente atraiu grandes e médias empresas nacionais e estrangeiras, o que veio a fortalecer

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TN Petróleo 90 23

Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

REGIME DE COMPE-

TITIVIDADE APÓS

O FIM DO MONOPÓ-

LIO FORTALECEU A

PETROBRAS, QUE

CRESCEU E SE

TORNOU UMA DAS

MAIORES COMPA-

NHIAS DE PETRÓ-

LEO DO MUNDO.

a Petrobras que, no regime de compe-titividade com outras empresas teve um crescimento acentuado em todas as áreas, passando a fazer parte da lista das maiores do mundo.

A ANP ajudou a criar um marco regula-tório e depois se viu obrigada a recriar algumas regras para se adequar a um novo ambiente: de cessão onerosa e partilha. Como você avalia estas mu-danças no âmbito legal?

A partir de 2002, a ANP começou a mostrar mudanças com a visível

interferência do novo Governo, que por razões ideológicas se mostrava contrário à autonomia e independên-cia concedida às agências regulado-ras. Hoje, a ANP começa a mostrar uma nova cara com a nomeação de diretores com conhecimento do setor e reconhecida capacitação técnica – considero uma vitória a ANP ter em sua diretoria um técnico concursado integrante do quadro – bem como a formação de um quadro de pessoal com reconhecida capacidade técnica, contratados por concurso público.

Porém, o lamentável é que cada vez mais fica evidente a falta de indepen-dência da ANP diante do Ministério de Minas e Energia, o qual, aos poucos, vem ocupando o papel de formulador de po-líticas do setor, o que caberia ao CNPE, e ao mesmo tempo o de implementador dessas políticas, papel esse que caberia à Agencia. Voltamos, portanto à era do Estado Empreendedor ou, podemos di-zer, Estado Meio Regulador. Só espero que com a implantação da PPSA a ANP não seja esvaziada de suas funções, o que seria um grande desperdício, já que hoje ela se encontra completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.

Quais foram os grandes desafios re-gulatórios no Brasil desde a quebra do monopólio?

A regulação de um setor com vários elos na cadeia por apenas uma agência reguladora já é um grande desafio. Da extração do petróleo ao posto revende-dor é um longo caminho que perpassa o transporte, refino, distribuição e revenda

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24 TN Petróleo 90

entrevista exclusiva

sem contar com o gás natural que diante de suas características é quase uma agência dentro de outra.

Na maioria dos países que visitei, as agências reguladoras são bastante setorizadas ainda mais com relação ao gás natural. Notei, ainda, que as agências reguladoras, seja de gás ou de ativida-des ligadas ao upstream, são em geral organismos compostos de um número mínimo de servidores e que o mercado é autorregulável, sobretudo na área de distribuição e revenda. Nota-se uma quantidade bem reduzida de normas e regulamentos por áreas que apresentam regras de caráter geral que servem de norte para a execução das atividades.

Enfrentamos desafios em todos os elos da cadeia, os quais vêm sendo ven-cidos ao longo dos anos. De qualquer modo, creio que o grande desafio foi estabelecer um modelo de contrata-ção para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, até então exclusiva da Petrobras, que ao mesmo tempo em que atendesse o arcabouço jurídico brasileiro estivesse em consonância com as melhores prá-ticas da indústria em todo o mundo, de modo a se tornar competitivo para atrair novos investimentos.

O que avançou e superou até as ex-pectativas?

Por ser um setor praticamente novo, após 45 anos do exercício do monopólio exercido pela Petrobras, a atividade de exploração e produção de petróleo e gás foi a que mais avançou e apresentou

resultados mais favoráveis em pouco tempo, superando todas as expectati-vas, talvez porque tenha sido formatado desde o início.

Algumas áreas, como refino e trans-porte, principalmente de gás natural, pouco avançaram, muito em razão da concentração de mercado nas mãos da Petrobras. No setor de downstream fo-ram empreendidos esforços para corrigir as distorções do mercado de distribuição e revenda de combustíveis, existente à época da implantação da ANP, através do estabelecimento de regulamentação que, ao mesmo tempo em que incentivasse a entrada de novos agentes no setor, garantisse a livre e justa concorrência, preservando a legalidade e legitimidade na execução das atividades e, em espe-cial, a garantia da qualidade do produ-to. Muitos desafios foram vencidos ao longo dos anos e o aperfeiçoamento da regulamentação, em consonância com as mudanças ocorridas no mercado, a meu ver, tem produzido bons resultados ao longo desses 15 anos.

O que ainda precisa ser aprimorado: lei do gás? Transporte?

Em 1997, época da promulgação da Lei do Petróleo, o gás natural não tinha a importância que hoje tem na matriz energética brasileira, razão pela qual as peculiaridades inerentes aos

seus processos não foram adequada-mente tratadas naquela lei. Além das normas gerais referentes às atividades de exploração, produção, importação e exportação, as poucas disposições aplicáveis ao gás natural se resumiam ao livre acesso aos dutos de transporte e aos terminais existentes, o que sempre se mostrou problemático, tendo em vista a necessidade de negociação entre as empresas interessadas e a Petrobras, titular das instalações.

A nova Lei do Gás, além de instituir o regime de concessão para a cons-trução e operação dos novos dutos de transporte – dissociando o interesse de carregadores e transportadores e regulamentando o acesso de terceiros interessados –, veio a suprir a lacuna existente na Lei do Petróleo, na medida em que dispôs sobre as atividades de tratamento, processamento, estocagem, liquefação, regaseificação e comercia-lização de gás natural.

A expectativa é de que a nova Lei do Gás seja, de fato, um instrumento eficaz para a atração dos investimentos neces-sários à expansão da infraestrutura do setor. No entanto, o maior desafio hoje enfrentado pela indústria é a disponi-bilidade do insumo para o mercado não térmico, o que pressupõe não apenas o aumento da produção existente, mas, também, a entrada de novos agentes fornecedores. Existe uma perspectiva positiva quanto ao aumento da oferta de gás face à exploração do pré-sal e ao desenvolvimento do gás de xisto (shale gas) em algumas bacias terres-tres. A expansão da malha de dutos e da infraestrutura só será passível de crescimento se houver mercado para tal.

A cessão onerosa e o regime de parti-lha são apontados por alguns técnicos como quebra de um marco regulatório bem-sucedido. Qual sua avaliação? Essas mudanças podem significar um retrocesso? Ou podem trazer avanços?

Em primeiro lugar, não vi qualquer justificativa plausível – a não ser a ideo-lógica – para alterar o arcabouço jurídico do setor de exploração e produção de petróleo e gás natural, implantado pela Lei do Petróleo em 1997, já que esse foi responsável por resultados altamente

É UM RETROCESSO A

MUDANçA DO AR-CABOUçO JURÍDI-

CO, PRINCIPALMEN-TE DO MODELO DE CONCESSÃO PARA

O DE PARTILHA.

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favoráveis para o país, além de ter sido reconhecido em escala mundial como exemplo de transparência, segurança e estabilidade para o investidor. Não se mexe em time que está ganhando, a não ser para aperfeiçoá-lo.

Se o objetivo era aumentar as compensações financeiras relativas às anunciadas riquezas do pré-sal, seria suficiente alterar o Decreto Presidencial n. 2.705/98 para aumentar as alíquotas das participações governamentais, em especial a Participação Especial.

Considero um grande retrocesso essa mudança, sobretudo em rela-ção ao modelo sugerido. Um único operador para todas as áreas com o percentual mínimo de 30% é um ato de coragem e afasta de início a possibilidade de que outras empresas, nacionais ou estrangeiras, possam vir a operar campos exploratórios na área do pré-sal. Posso imaginar o esforço hercúleo por parte da Petrobras para cumprir, como operadora única, todos os compromissos que a exploração no pré-sal irão exigir.

Por outro lado, a criação de uma estatal – PPSA – que representará o Governo no consórcio, com direito a voto e a veto, é uma intervenção desarrazoada numa atividade em que deve prevalecer a competitividade e as forças de mercado, dado o tama-nho dos investimentos exigíveis, e me parece um retorno disfarçado ao monopólio estatal. Mais uma vez o Estado Meio Regulador e Meio Con-tratador toma posição.

O que representou, em termos de evolu-ção ou retrocesso do marco regulatório, mais de cinco anos sem leilões, uma vez que você ajudou a criar as regras dos primeiros BIDs?

Como já disse, os leilões realizados pela ANP apresentaram resultados bas-tante positivos durante os dez anos con-secutivos em que foram realizados, além de servir de exemplo de transparência e segurança para todos os investidores que dele participaram acreditando no desenvolvimento do setor de petróleo no Brasil. No entanto, bastou a existên-

cia de indícios de grandes reservas, na camada do pré-sal, para que essa esta-bilidade viesse a ser ameaçada através da suspensão dos leilões, colocando o Brasil, durante cinco anos, em um ce-nário de incertezas para aqueles que já haviam incluído em seu portfólio a possibilidade de investir no Brasil. Com isso, muitas empresas deixaram o Brasil de fora de seus portfólios, em busca de novos investimentos em outros países produtores.

Cessão onerosa é um modelo bem acei-to externamente? Existe modelo similar em outros países?

Não tenho como afirmar se exis-te cessão onerosa em outros países. São tantos e diferentes os arcabouços jurídicos! Não tenho acesso a todos. No entanto, tenho minhas dúvidas se há um modelo igual ao que foi usado para a Petrobras, que foi quase uma doação. Acredito que, para um país que está praticamente abrindo o setor de petróleo em regime de competitividade, beneficiar a empresa estatal não deve

cessão onerosa é quase doação

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entrevista exclusiva

estar sendo bem aceito pelos demais players do mercado.

O que há de bom e de ruim na cessão onerosa em termos regulatórios, para um país que quer desenvolver de forma sustentável este setor que tem um forte peso na economia? Abre lacunas em termos regulatórios ou algum tipo de conflito?

A cessão onerosa de áreas não concedidas no pré-sal, com dispensa de licitação, me parece inconstitucio-nal. Não consigo ainda entender o fato de que a Lei do Petróleo, promulgada em razão da Emenda Constitucional n. 09/95, determine que as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural sejam concedidas mediante prévia licitação e, logo em seguida, uma nova lei conceda a cessão onerosa para uma empresa, com dispensa de licitação!

Mas, prefiro deixar essa discussão para os grandes constitucionalistas e o Supremo Tribunal Federal, que melhor dirão. A meu ver, a cessão onerosa trata de uma relação incestuosa, já que fala-mos de cessão para empresa pública na qual o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação. Assim, acho que é um sério precedente para cessões onerosas futuras o que pode vir a fra-gilizar a credibilidade dos investidores diante do Brasil, além de servir como ameaça à segurança jurídica.

E o regime de partilha: existe em outros locais? É bem-sucedido? Possibilita o desenvolvimento do setor?

O regime de partilha da produção nada mais é do que a repartição, entre a União e o contratado, do petróleo e gás natural extraídos de determinada área exploratória, de acordo com os cri-térios previamente estabelecidos pela Resolução do CNPE, já publicada. Uma vez descontados os investimentos e custos de extração, de acordo com a forma pactuada no contrato, a parcela restante do óleo produzido na partilha (excedente em óleo) é dividida entre a União e o contratado.

No cenário internacional de explora-ção e produção de petróleo e gás, verifica--se que o regime de Partilha da Produção é comumente adotado nos países ainda

em desenvolvimento, tais como Indonésia, Malásia, China, Índia, Iêmen, Omã, Síria, Cazaquistão, Rússia (parte), Egito, Líbia, Argélia, Nigéria, Angola e Trinidad & Toba-go. Por outro lado, o regime de Concessão aplica-se a países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Noruega, Dinamarca, Holanda, Nova Zelândia, Rússia, Brasil, Argentina, Venezuela, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Alguns países adotam os dois mo-delos, como, por exemplo, Trinidad & Tobago, Angola e Rússia. Deve ter algum motivo para que os grandes produtores de petróleo no cenário mundial tenham optado pelo Contrato de Concessão ao invés da Partilha da Produção.

O que fazer para ampliar o acesso dos produtores independentes, de pequeno porte, a este mercado? Você acredita que o último leilão já respondeu a isso? Por quê?

A meu ver, existem três questões importantes que, se enfrentadas, poderão ampliar sobremaneira o acesso desses produtores ao mercado de exploração e produção de petróleo e gás. A primeira delas é a oferta de áreas. A 11ª Rodada foi um bom exemplo, já que muitas dessas empresas se fizeram presentes atraídas pelo perfil das áreas oferecidas. A se-gunda é o oferecimento de um Contrato de Concessão com regras mais simples e em consonância com as peculiaridades das áreas. Creio que ter um modelo de contrato para áreas em offshore de águas profundas ou com desafios tecnológicos e áreas localizadas em campos onshore (campos marginais, em especial) não tem se mostrado muito produtivo e, em determinadas situações, atrapalhado o desenvolvimento da atividade. A terceira e última, que considero a mais difícil, seria ampliar a malha de transportes para aumentar a oferta de consumidores já que hoje, ainda mais nas áreas onshore, não há competitividade quanto à oferta, já que falamos de apenas um consumidor.

O que você julga mais importante neste último leilão: o bônus de assinatura, a par-ticipação de tantas empresas ou o PEM? Por quê? O que representa de tão positivo?

A 11ª Rodada teve papel importante para a retomada do desenvolvimento

do setor de petróleo que nos últimos cinco anos sofreu uma estagnação. As áreas oferecidas, a presença de muitos e novos competidores foram fatores importantes para o sucesso do leilão. O bom é que o alto padrão foi mantido pela ANP e continua sendo um belo exemplo para o mundo.

Os prazos concedidos para o PEM são exequíveis, mesmo para aqueles em que o risco é maior, principalmente em decorrência do pouco conhecimento de algumas fronteiras?

Essa questão de prazo se mostrou bastante polêmica desde o início das rodadas. Na verdade, o que aconte-ce é que muitas vezes ocorrem fatos supervenientes que impedem o anda-mento normal da exploração, como, por exemplo, em 2008 os concessionários enfrentaram uma séria crise no mercado de sondas, o que gerou grande número de pedidos de extensão de prazo.

O ideal seria ter prazos diferencia-dos para áreas de maior dificuldade e também flexibilidade um pouco maior para a extensão de prazos exploratórios em caso de justificada necessidade. Mas o PEM e os prazos exploratórios evitam que o concessionário se mante-nha nas áreas sem fazer qualquer tipo de investimento. Acredito que é um mal necessário.

Novos leilões estão previstos para este ano: o do pré-sal e do gás (shale gas e convencional). Vários leilões em menos de oito meses (maio a dezembro) é bom em termos de mercado? O que pode se tornar um fator contraproducente nestes leilões seguidos? E quais os fatores positivos?

A realização de leilões é iniciativa muito bem-vinda para garantir que o Brasil continuará a desenvolver o setor de petróleo através de novos investi-mentos e geração de emprego, princi-palmente após o período de estagnação que vivemos nos últimos cinco anos.

Tenho dúvidas quanto ao resultado do leilão do pré-sal, não apenas pelo alto valor do Bônus de Assinatura, mas também pelo desconhecimento de como será desenvolver uma atividade extre-mamente complexa e cara e ser geri-

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da por um consórcio do qual o Estado participará como gestora dos contratos, com direito a voto e a veto.

Não resta claro também como será a composição da empresa pública que representará a União, e até onde vão os limites de sua atuação. Quanto ao leilão de shale gás, acho que veio em boa hora, porém há também questões a serem resolvidas. Por exemplo: o modelo do Contrato de Concessão que será adotado, tendo em vista que em-bora o gás natural convencional e o não convencional não apresentem grandes diferenças quanto ao produto, eles são encontrados em reservatórios diferen-tes que exigem técnicas diferentes de extração. Em assim sendo, o Contrato deverá se adaptar à atividade, sobretudo em relação a prazos, devolução de áreas, planos de desenvolvimento, e outras questões menores.

Pelo seu conhecimento desta área, o leilão do pré-sal pode demandar outros requisitos, inclusive em termos de PEM, ou de índice de conteúdo nacional, devido aos desafios tecnoló-gicos e logísticos, grandes distâncias da costa e altas profundidades, em ambientes severos?

Acredito que os investimentos na área do pré-sal exigirão mudanças con-tratuais que permitam prazos explorató-rios mais extensos, dentre outras altera-ções condizentes com as especificidades das atividades exploratórias naquelas áreas, considerando os desafios a que você se refere. Com relação aos índices de conteúdo local esses já foram defi-nidos pela Resolução do CNPE n. 5/13.

Mesmo havendo uma redução do percentual mínimo, diante do apresen-tado na 11ª Rodada, não acredito que a indústria nacional esteja capacitada para atender esses percentuais tendo em vista ser um tipo de exploração que exigirá tecnologia muito avançada. O ideal seria que os percentuais fossem menores e, ao longo dos anos, fossem aumentando de acordo com a capacita-ção da nossa indústria.

O conteúdo nacional tem data de va-lidade? O que pode ocorrer se ele se estender por muito tempo? Não poderá

haver uma defasagem da indústria, uma vez que não dá para dar um grande salto em tão pouco tempo? Qual o período saudável para que sejam mantidas re-gras como essas, olhando exemplo de outros países?

Não acho que o Conteúdo Local tenha data de validade. A Constituição de 1988 já determinava a integração do mercado interno no patrimônio nacional e incentivava a autonomia tecnológica do país. Por outro lado, a política de conteúdo local é usual na maioria dos países produtores e não seria justo que essa prática não fosse adotada também no Brasil.

O grande problema é que os per-centuais oferecidos, com base no per-centual mínimo determinado pela ANP, não estão em consonância com o parque tecnológico existente, na sua totalidade. Além disso, os mecanismos de controle de proteção adotados na política de es-tímulo à aquisição de bens e serviços da indústria nacional (como, por exemplo, o da certificação) motivam o aumento do custo do fornecimento.

Outros fatores, como falta de escala para atender demandas futuras, gargalos tecnológicos e pesada carga tributária acabam por impedir a competitividade diante dos equipamentos estrangeiros.

Ainda estamos em plena disputa pe-los royalties do petróleo e isto pode se

estender por um bom tempo. Afinal, o que seria justo e mais sustentável para o país? O que poderia ser mais proveitoso para o país como um todo? Gerar empregos, tecnologia, ganhar competitividade, melhorar os níveis da saúde, da educação? Enfim, os royalties devem ser usados em quê?

De início, acho que a disputa entre estados produtores e não produtores pelo valor dos royalties do petróleo é inconstitucional. O parágrafo 1º do artigo 20 da Constituição Federal assegura a participação da União, dos estados e dos municípios no resultado da exploração de petróleo ou gás natural “no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração”.

Se os royalties têm figura compen-satória, de que estariam os estados não produtores sendo compensados? Mais inconstitucional ainda é promover a mudança na distribuição dos royal-ties através de lei ordinária, já que se trata de disposição constitucional. Não acho que a o recurso dos royalties deva ser carta marcada para deter-minado setor. Se houver vontade e políticas definidas para os setores de educação, saúde, geração de empre-gos e transporte, definidos prioritaria-mente, a questão da distribuição será automática. Essa disputa pelos valores decorrentes dos royalties me parece um pouco de jogo para a plateia.

Como jurista, qual a grande causa do setor do petróleo hoje?

São várias as causas do setor de petróleo hoje no Brasil. Manter a es-tabilidade regulatória e a segurança jurídica são de extrema importância para garantir a atração de investimen-tos. A manutenção da autonomia e independência da agência reguladora, sem interferência política, serviria de estímulo para a implementação de políticas e expansão de investimentos no setor de petróleo, através de uma regulação com diálogo e transparên-cia. A alteração do modelo de Partilha para retorno ao modelo antigo seria o melhor dos mundos, com o qual me permito sonhar.

CESSÃO ONEROSA É

UMA RELAçÃO INCES-

TUOSA: É UMA CES-

SÃO PARA EMPRESA

PÚBLICA NA QUAL O

ESTADO DETÉM 47%

DO CAPITAL, COM DIS-

PENSA DE LICITAçÃO.

cessão onerosa é quase doação

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CENPES: BERÇO DA INOVAÇÃO

Responsável por boa parte das mais de mil patentes depositadas pela Petrobras no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), o Cenpes, como é internacionalmente conhecido o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, completa cinquenta anos como um dos mais maiores do mundo na pesquisa aplicada no setor de óleo e gás e energia. Abrigando em seu núcleo projetistas de engenharia básica e pesquisadores das mais diversas áreas da

por Beatriz Cardoso

cenpes 50 anos

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ciência, o Cenpes “encurtou” o caminho entre o laboratório e a aplicação prática, em terra firme e no mar, de novas tecnologias e processos desenvolvidos para a indústria brasileira de petróleo e gás natural. Exemplo da ‘criatura’ que, muitas vezes, ‘supera o criador’, o Cenpes deu uma contribuição decisiva para alçar a Petrobras e o Brasil à condição de uma das principais lideranças mundiais na prospecção e produção de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas.

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cinQUEnTA AnoS depois de sua criação, recomendada pelo que foi denominado “Relatório russo”, elaborado em 1963 por profissionais da antiga União das Repúblicas Socialistas Sovié-ticas (URSS), contratados pela Petrobras para avaliar a situação da exploração e produção do petróleo no Brasil, o centro de Pesquisas e Desenvolvimento leopoldo Américo Miguez de Mello consagra-se como o berço da engenharia de inovação da indústria petrolífera brasileira.

criado oficialmente em 4 de dezembro de 1963, com o pionei-rismo em seu DnA, o cenpes, como é conhecido mundial-mente, tornou-se, por mérito de petroleiros apaixonados por de-safios, o maior centro de pesqui-sa, desenvolvimento e inovação (PDi) da América latina e um dos mais importantes do mundo no setor de petróleo e gás. Mais ainda: destaca-se também na área de biocombustíveis e de energias renováveis, mostrando que a criatura (o cenpes) dá um suporte crucial ao criador (a Pe-trobras), para posicioná-la como uma companhia de energia de classe mundial.

“o cenpes não pode ser po-sicionado de forma isolada. Ele

é parte integrante da Petrobras e faz parte da estratégia e do Plano de negócios e gestão da companhia no que diz respeito à tecnologia”, frisa o gerente executivo do cenpes, Marcos isaac Assayag, cuja trajetória profissional está indissoluvel-mente vinculada à da instituição na qual passou três quartos dos quase 40 anos de Petrobras. “A excelência tecnológica pela qual somos reconhecidos é resultado do trabalho de toda a empresa e não do cenpes isoladamente”, afirma Assayag, que tem orgulho de fazer parte dessa história.

A integração entre a área de engenharia e a de P&D foi reforçada, com a reorganização da diretoria da Petrobras, no ano passado, e criação da área de Engenharia, Tecnologia e Materiais (ETM). “Estamos na mesma diretoria que as unidades de Engenharia, e que tem como meta a integração crescente entre os três segmentos (enge-nharia, materiais e tecnologia)”, observa Assayag.

comandada pelo engenhei-ro José Antonio figueiredo, a ETM reúne, além das gerên-cias corporativa e de Pesquisa e Desenvolvimento (cenpes), a de Materiais e as de Engenharia para Empreendimentos do E&P, do Abastecimento, de gás Ener-gia e de Tecnologia de informa-ção e Telecomunicações. “Hoje trabalhamos de forma integrada com essas gerências”, afiança Assayag.

Programa duradouroEm 1986, o cenpes criou

o Procap, depois de verificar que a tecnologia disponível em outros países não era suficiente para a produção nas condições e na profundidade (acima de 400 m) dos campos gigantescos

Ccenpes 50 anos

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cenpes: berço da inovação

recém-descobertos na Bacia de campos, como Albacora (1984) e Marlim (1985).

o Procap continua sendo o programa tecnológico mais du-radouro do cenpes. na verdade, segundo Assayag, os progra-mas tecnológicos que surgiram depois seguiram o modelo que o Procap inaugurou, de uma co-ordenação única de projetos de P&D que envolvem disciplinas transversais, mas com objetivos comuns focados nas metas de negócios.

“o Procap teve mais de uma fase, sendo cada uma um pro-grama diferente, com carteiras e metas distintas”, observa o engenheiro. isso porque a cada avanço da petroleira em águas profundas, uma nova versão era criada, à medida que eram des-cobertos campos em profundida-des maiores, que demandavam o desenvolvimento de tecnologias específicas.

A primeira versão, o Procap 1.000, visava ao desenvolvimen-to de soluções para produção em lâminas d’água de até 1.000 metros. Depois veio o Procap 2.000 e, posteriormente, o Procap 3.000. “Essas três primeiras fases foram muito bem-sucedidas e tornaram-se caso de sucesso na indústria, tanto que a Petrobras conquistou o prêmio da offshore Technology conference (oTc) por duas vezes, como empresa. E eu, pela minha atuação à fren-te do Procap.”

Hoje, a quarta versão do programa é chamada de Procap visão futuro. A profundidade já não é mais o foco, pois já há equipamentos e tecnologias disponíveis para 3.000 m. o foco passou a ser buscar a otimização do tempo, dos recursos, a melho-ria da produtividade e a questão da sustentabilidade na produção

nestes campos. “A profundidade é um desafio superado. o Procap visão futuro tem uma carteira que integra disciplinas e busca uma quebra de paradigma na produção offshore, por meio de novos arranjos, tecnologias oti-mizadas e uma nova geração de equipamentos, processos e mate-riais”, explica Marcos Assayag.

o cenpes e a Petrobras trabalham hoje em um cenário no qual a produção pode ser simplificada e mais eficiente, com equipamentos compactos, gerenciamento integrado em tempo real, plataformas menos complexas e mais operações no leito marinho. “Em algumas si-tuações, inclusive, com ausência de plataformas, com a produção sendo enviada do leito marinho direto para os terminais em terra, por meio de equipamentos de se-paração e escoamento”, agrega o gerente do cenpes.

Expansão além das paredesMarcos Assayag observa que

hoje o cenpes se configura como um grande provedor de soluções tecnológicas, tanto por meio dos projetos de pesquisa e desenvol-vimento quanto pelos projetos conceituais e básicos que a área de Engenharia Básica tem sob sua responsabilidade. “Além disso, prestamos assistências técnicas às áreas de negócios. E temos uma série de serviços técnicos especializados, como a análise química de amostras de óleos e combustíveis e a carac-terização de testemunhos de rochas, entre outros.”

com isso, nada mais natural que o cenpes acompanhasse o crescimento da Petrobras, inclu-sive em termos físicos. A parte física do projeto de expansão do cenpes, inaugurada em 2010, já está quase totalmente ocupada.

“faltam apenas poucos labora-tórios que ainda vão se mudar do complexo de prédios original para a nova área. Agora, temos uma etapa de modernização e ajustes das instalações originais, que são da década de 1970, sen-do que boa parte já passou por modernização”, revela o gerente executivo.

o que foi consolidado não demandará, na visão dele, nova expansão física. “Já temos um dos maiores complexos de pesquisa aplicada no país, um dos maiores desta indústria”, diz Assayag. os números da ampliação do centro confirmam isso: originalmente com 53.000 m2 de área construída, a ins-tituição ganhou mais 65.000 m2, totalizando hoje 118.000 m2. Já a área total ocupada pela Petrobras no terreno das Universidade federal do Rio de Janeiro (UfRJ), na ilha do fundão, passou de 118.000 m2 para 308.000 m2.

E o processo expansionis-ta não se limita às paredes do cenpes. “Para ampliar a nossa capacidade de pesquisa, temos parcerias com universidades,

Os númerosRECURSOS HUMANOS• 1.900 funcionários; 1.420 dedicados exclusivamente a P&D e 314 a enge-nharia básica dos projetos;• 23% dos pesquisadores têm titulo de doutorado e 42%, de mestrado;

REDE TECNOLÓGICA• 49 redes temáticas, que reúnem mais de cem instituições em 19 estados brasileiros;• Projetos com 33 universidades e institutos de pesquisa em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões.

DIMENSÃO FíSICAÁrea construída original: 53.000 m2 Expansão da área construída: 65.000 m2

Área total: 308.000 m2

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PROCAP 1000DESTAQUES • Árvore de natal molhada por cone-xão layaway em Albacora na Bacia de Campos, 1986;• Recordes de completação em água profunda: Enchova, 124 m, 1977; Boni-to, 189 m, 1979; Piraúna, 293 m, 1983; Marimbá, 383 m, 1985; Marimbá, 492 m, 1988; Marlim, 781 m, 1992.

PROCAP 2000DESTAQUES• Primeiro sistema de ancoragem completo em poliéster, em Marlin, na Bacia de Campos, 1997;

• Primeiro riser em catenária em uma semisub, em Marlim, na Bacia de Campos, 1998;• Primeira completação com bomba centrífuga submarina, em Carapeba, na Bacia de Campos, 1998;• Recordes de completação em água profunda: Marlim, 1027 m, 1994; Mar-lim Sul, 1709, 1997; Roncador, 1853, 1999; Roncador, 1877, 2000; Ronca-dor, 1886, 2003.

PROCAP 3000DESTAQUES• Sistema de anco-ragem por torpedos, Al-bacora Leste, na Bacia de Campos, 2005;• Primeira instalação pendular de manifold, Roncador, na Bacia de Campos, 2006;

• Operação de VASPS, Separação submarina gás-líquido, Marimbá, na Bacia de Campos, 2011;• Primeiro riser híbrido auto-susten-tável, Roncador, 2007, na Bacia de Campos;• Recordes de completação em água profunda: Tupi, 2190 m, 2009; Casca-de e Chinook, 2700, 2010.

fornecedores de bens e serviços. Trabalhamos em redes com essas instituições, que desenvolvem projetos de pesquisa conosco, focados em nossos objetivos de negócios”, complementa.

Hoje o cenpes tem nada menos que 49 redes temáticas, que reúnem mais de cem insti-tuições em 19 estados brasileiros. “As universidades e institutos de pesquisa de outros países não fa-zem parte das redes, formalmen-te, mas existem vários projetos dentro das redes que envolvem cooperação ou parceria com instituições no exterior. Temos

relacionamento com 33 univer-sidades e institutos de pesquisa estrangeiros em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões”, destaca Assayag.

Estudo do instituto de Pesquisa Econômica Aplica-da (ipea) estimou que, para cada pesquisador do cenpes existem cerca de 18 externos trabalhando em projetos de P&D associados à superação dos desafios tecnológicos da Petrobras, nas universidades, fornecedores e parceiros – e 15, considerando apenas as

universidades e institutos de pesquisa brasileiros.

Essa rede é fundamental, pois, segundo o gerente executi-vo do cenpes, a inovação aberta é uma tendência. “é possível desenvolver sozinho, sim, de forma unilateral. Mas, na grande maioria dos casos, a interação com o meio acadêmico e com empresas fornecedoras torna o caminho mais rápido”, afirma. obviamente, a empresa toma todo cuidado no que diz respeito à segurança da informação, ava-liando os cenários e riscos para decidir quando é mais vantajoso atuar sozinho. “E em grande parte optamos por trabalhar em parceria, seja com um fornecedor de bens e serviços, seja com uma universidade”, diz o engenheiro.

Ele afirma que cada vez mais as empresas de serviços e os fa-bricantes, estimulados pelas ope-radoras, serão os responsáveis pelas inovações na indústria do petróleo. Tanto que importantes fornecedores mundiais de bens e serviços da indústria do petróleo construíram ou estão construindo centros de tecnologia no Brasil e trabalham em parceria com a Petrobras em projetos de P&D.

Para o gerente executivo do cenpes, a concorrência é natural da indústria e é saudável. “Todos os fornecedores de bens e ser-viços da indústria de óleo, gás e energia que vêm se instalando no Parque Tecnológico do Rio, e tam-bém em outros estados, têm papel relevante no desenvolvimento das soluções necessárias para o negócio da Petrobras, e para a indústria nacional. Temos projetos estratégicos com eles”, diz.

o que muda, segundo As-sayag, é a questão da logística. “A indústria não precisa mais se deslocar para o hemisfério norte para desenvolver novos projetos:

cenpes 50 anos

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PROCAP 1000DESTAQUES • Árvore de natal molhada por cone-xão layaway em Albacora na Bacia de Campos, 1986;• Recordes de completação em água profunda: Enchova, 124 m, 1977; Boni-to, 189 m, 1979; Piraúna, 293 m, 1983; Marimbá, 383 m, 1985; Marimbá, 492 m, 1988; Marlim, 781 m, 1992.

PROCAP 2000DESTAQUES• Primeiro sistema de ancoragem completo em poliéster, em Marlim, na Bacia de Campos, 1997;

• Primeiro riser em catenária em uma semissub, em Marlim, na Bacia de Campos, 1998;• Primeira completação com bomba centrífuga submarina, em Carapeba, na Bacia de Campos, 1998;• Recordes de completação em água profunda: Marlim, 1.027 m, 1994; Mar-lim Sul, 1.709, 1997; Roncador, 1.853, 1999; Roncador, 1.877, 2000; Ronca-dor, 1.886, 2003.

PROCAP 3000DESTAQUES• Sistema de anco-ragem por torpedos, Al-bacora Leste, na Bacia de Campos, 2005;• Primeira instalação pendular de manifold, Roncador, na Bacia de Campos, 2006;

• Operação de VASPS, Separação submarina gás-líquido, Marimbá, na Bacia de Campos, 2011;• Primeiro riser híbrido autossusten-tável, Roncador, 2007, na Bacia de Campos;• Recordes de completação em água profunda: Tupi, 2.190 m, 2009; Casca-de e Chinook, 2.700, 2010.

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pode fazer isso aqui no Brasil, unindo nosso conhecimento e experiência à competência e especialização desses fornece-dores. Todos saem ganhando – principalmente a cadeia produ-tiva de bens e serviços nacional e as operadoras que atuam no Brasil”, garante.

Quanto às metas deste enge-nheiro, que mergulhou fundo na pesquisa e desenvolvimento para reforçar a aliança entre a enge-nharia e os pesquisadores, ele resume em uma única palavra: resultado. “Aprimorar significa-tivamente o acompanhamento e a busca de resultados do que é investido nas universidades e nas redes temáticas é um ponto muito importante para nós”, destaca Assayag. Aperfeiçoar o uso do P&D interno para trazer melhores resultados para as áreas de negócio é fundamental, assim como investir em projetos inovadores portadores de futuro deve ser a vocação do cenpes.

“Enfim, gerar projetos de in-vestimento dentro dos parâmetros fusíveis e das métricas internacio-nais – considerando o equilíbrio entre capex (capital Expenditu-res, o capital empregado) e opex (custos operacionais) e observan-do melhores prazos, custos e con-teúdo local – é mais que obrigação do cenpes”, conclui o executivo.

Currículo AssayagNatural de Manaus (AM), nasce em 19 de fevereiro de 1952 e vem para o Rio de Janeiro em 1957.1974 – Forma-se em Engenharia Mecânica na Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF).1975 – Ingressa na Petrobras. 1982 – É transferido para o Cenpes.1989 – Torna-se coordenador do Procap.2002 – Assume a gerência geral de Engenharia Básica do Cenpes.2007 – Recebe o prêmio “OTC Dis-tinguished Achievement Award for Individuals”, por sua contribuição para o

desenvolvimento tecnológico da indús-tria de petróleo.2008 – É admitido na Ordem do Mérito Científico, na classe de Comendador e na categoria Ciências Tecnológicas, que premia personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguem por relevantes contribuições à ciência e à tecnologia do país.2010 – Assume a Gerência de Equipamen-tos, Engenharia e Logística do Escritório de E&P da Petrobras em Londres.2012 – É nomeado Gerente Executivo do Cenpes.

PESQUISA & DESENVOLVIMENTO Em 2012 a Petrobras investiu R$ 2,2 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Neste mesmo período foram alocados R$ 586 milhões em universidades e insti-tuições de ciência e tecnologia nacionais. A gestão desses recursos é coordenada pelo Cenpes. PRINCIPAIS RESULTADOS EM 2012Exploração e ProduçãoConclusão de novo modelo geológi-co da Margem Continental Atlântica brasileira; Atualização de modelo de evolução geológica para a Bacia do Parnaíba; Conclusão de modelo sísmico tridimensional de velocidades para a descoberta de Júpiter, no pré-sal da Bacia de Santos; Aplicação de tecnologia de última geração e análises em simuladores desenvolvidos na Petrobras que auxiliaram na perfuração do primeiro poço horizontal no pré-sal; Instalação dos primeiros sistemas de completação inteligente no pré-sal, que permitirão aumento de produção; Início da operação da maior bomba multifási-ca submarina hélico-axial em funcio-namento no mundo, desenvolvida pela Petrobras e a Framo Engineering, para o Campo de Barracuda, na Bacia de Campos; Início da operação do sistema submarino de injeção de água do mar, desenvolvido pela Petrobras e pela Fra-mo Engineering, para o Campo de Alba-cora, na Bacia de Campos; Elaboração de Projeto Básico e Documentação Técnica para licitação das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 dos campos de óleo da Cessão Onerosa.

AbastecimentoAumento de 5% na produção de gasolina da Refinaria Gabriel Passos (Regap) pelo uso do novo aditivo iso-zoom; Início de operação da primeira unidade industrial de hidrodessul-furização de nafta craqueada com tecnologia Petrobras, na Refinaria de Capuava (Recap, foto), para produção de gasolina com teor de enxofre de até 50 ppm; Redução de 420 mi-lhões de litros de água por ano no consumo da Regap, por meio de técnica de reúso de água no refino inédita no mundo; Implantação de controle avançado na unidade de amônia da Fábrica de Fertilizantes da Bahia, que reduz o consumo de gás natural e evitará

anualmente a emissão de 17 mil toneladas de CO2; Início de sistema de recuperação de energia na Refinaria de Paulínia, que reduz em até 90% os custos de compra de energia elétrica da refinaria; Implementação da tec-nologia SACIOT na Refinaria do Planalto Pau-lista (Replan), que reduzem 5% a emissão de material particulado da refinaria; Desenvol-vimento de nova técnica de monitoramento marinho, que atenderá às exigências dos órgãos ambientais para descarte de água produzida offshore.

Investimentos e realizações em 2012

cenpes 50 anos

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cenpes 50 anos

Em 2012 a Petrobras investiu R$ 2,2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas mais distintas áreas relacio-

nadas à cadeia produtiva da compa-nhia: da exploração e produção ao refino e distribuição, incluindo meio ambiente, sem falar em gás natural e energias renováveis.

neste mesmo período foram alo-cados R$ 586 milhões em univer-sidades e instituições de ciência e tecnologia no país. A gestão desses recursos é coordenada pelo cenpes, que comanda uma malha compos-ta por 49 redes temáticas, reunin-do mais de cem instituições em 19 estados brasileiros. no exterior, há projetos com 33 universidades e ins-titutos de pesquisa em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões.

Atenta ao papel estratégico do cenpes em sua trajetória, em 2012 a Petrobras lançou um documen-to inédito, no qual pontuava os avanços e os principais pontos

de sua estraté-gia tecnológica. “Ao divulgar es-ses resultados para nossos in-vestidores e par-ceiros, estamos mostrando algu-mas das tendên-

cias nas quais estamos investin-do para garantir o crescimento sustentável que a Petrobras vem demonstrando ao longo de sua história”, afirmou a presidente da petroleira, Maria das Graças Foster, no prefácio do “Relatório Tecnologia Petrobras 2011”.

no documento, que reunia os principais resultados obtidos nas áreas de engenharia básica e pes-quisa e desenvolvimento ao longo de 2011, a executiva ressaltava que, além de impulsionar os resultados da própria Petrobras companhia, os investimentos em P&D e novas tecnologias alavancam a cadeia da indústria de óleo, gás e biocombus-tíveis como um todo.

“investimos em nossa capacidade interna de pesquisa e, paralelamente, mantemos intenso e produtivo in-tercâmbio com o ambiente externo, atuando em cooperação com insti-tuições, universidades e empresas fornecedoras brasileiras e estrangei-ras que também se destacam pela capacidade de inovar”, agregou. Essa atuação em redes possibilitou, segundo ele, não somente o cres-cimento do setor, como também o desenvolvimento do conteúdo local por parte dessa indústria.

os investimentos contínuos em PDi, reforçados nas últimas duas dé-cadas, e os avanços consolidados, reconhecidos internacionalmente pela indústria mundial, posicionaram

a petroleira brasileira como líder em águas profundas e uma empresa ino-vadora na área de refino. Dão suporte a esta posição de destaque os resul-tados obtidos a cada ano pela Petro-bras, que conclui etapas importantes da pesquisa das bacias sedimentares brasileiras e coloca em operação no-vas tecnologias e processos.

RESuLtADoS ConSoLIDA-DoS EM 2012 nA áREA DE P&D&InovAção:Exploração & Produção – conclusão de novo modelo geológico da Mar-gem continental Atlântica brasileira; Atualização de modelo de evolução geológica para a Bacia do Parnaíba; conclusão de modelo sísmico tri-dimensional de velocidades para a descoberta de Júpiter, no pré-sal da Bacia de Santos; Aplicação de tecno-logia de última geração e análises em simuladores desenvolvidos na Petro-bras que auxiliaram na perfuração do primeiro poço horizontal no pré-sal; instalação dos primeiros sistemas de completação inteligente no pré-sal, que permitirão aumento de produção; início da operação da maior bomba

‘Poupança’ tecnológicaInvestimentos em P&D somaram mais de R$ 2,2 bilhões em 2012, consolidando resultados significativos para a Petrobras, que colocouem operações diversas soluções tecnológicas desenvolvidas no Cenpes.

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POR INCRÍVEL QUE PAREçA, embora a maior parte das mais de mil patentes geradas pela Petrobras e o Cenpes tenham relação direta com o setor de óleo e gás, o milé-simo pedido depositado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) em 2010, refere-se à tecnologia de segunda geração de bioetanol, obtido a partir de resíduos agroin-dustriais. Um projeto piloto para testes de produção de bioetanol pela ação enzimática está em operação no Cenpes, desenvolvido em parceria com a empresa brasileira Albrech.

A planta experimental representa uma etapa intermediária do projeto de pesquisa em bioetanol (etanol de lignocelulose), iniciado pela Pe-

trobras em 2004, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras instituições brasileiras.

Milésima patente

Novos conceitos para Sistemas de Produção, incluindo uma nova geração de equipamentos mais eficientes e compactos; sistemas de processamento submarino; inspeção e monitoramento avançados; novos conceitos de unidades flutuantes de produção (FPSOs do futuro) com uma nova geração de plantas compactas; e nanotecnologia aplicada a materiais mais resistentes e com melhores propriedades mecânicas;Poços, incluindo o desenvolvimento de sistemas de perfuração sem riser, com maior velocidade e custos reduzi-dos; e técnicas avançadas de cimenta-ção visando à garantia da integridade;Compreensão dos reservatórios car-bonáticos, com modelos diagenéticos

e deposicionais integrados; geomoni-toramento; inversão de molhabilidade e nanotecnologia aplicada a reserva-tórios visando ao aumento do fator de recuperação.

Algumas linhas de pesquisa do portfólio do Procap Visão Futuro

multifásica submarina hélico-axial em funcionamento no mundo, desenvol-vida pela Petrobras e a framo Engine-ering, para o campo de Barracuda, na Bacia de campos; início da operação do sistema submarino de injeção de água do mar, desenvolvido pela Pe-trobras e pela framo Engineering, para o campo de Albacora, na Bacia de campos; Elaboração de projeto básico e documentação técnica para licitação das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 dos campos de óleo da cessão onerosa.

Abastecimento – Aumento de 5% na produção de gasolina da Refi-naria gabriel Passos (Regap) pelo uso do novo aditivo iso-zoom; início de operação da primeira unidade industrial de hidrodessulfurização de nafta craqueada com tecnologia Petrobras, na Refinaria de capuava, para produção de gasolina com teor de enxofre de até 50 ppm; Redução de 420 milhões de litros de água por ano no consumo da Regap, por meio de técnica de reúso de água no refi-no, inédita no mundo; implantação de controle avançado na unidade de amônia da fábrica de fertilizantes da Bahia, que reduz o consumo de gás natural e evitará anualmente a emissão de 17 mil toneladas de co2; início de sistema de recuperação de energia na Refinaria de Paulínia, que reduz em até 90% os custos de com-pra de energia elétrica da refinaria; implementação da tecnologia Saciot na Refinaria do Planalto Paulista (Re-plan) que reduz em 5% a emissão de material particulado da refinaria; Desenvolvimento de nova técnica de monitoramento marinho, que atenderá às exigências dos órgãos ambientais para descarte de água produzida offshore.

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38 TN Petróleo 90

cenpes 50 anos

Parte dos investimentos é alocada para a qualifi-cação de quase dois mil funcionários, dos quais

70% são dedicados exclusivamen-te à pesquisa e desenvolvimento – entre os pesquisadores, 24% possuem título de doutorado e 43% de mestrado.

no centro atuam ainda mais de 300 engenheiros dedicados às atividades de engenharia básica da Petrobras, responsáveis pelos primeiros estágios dos projetos de grandes empreendimentos. isto reforça a integração entre projetis-tas e pesquisadores, agilizando a aplicação de inovações tecnológi-cas nos projetos de engenharia da companhia.

Esta força de trabalho envolvi-da na inovação, que supera o de grandes instituições de pesquisas no mundo inteiro, ganha uma dimensão ainda maior se levarmos em consideração a imensa rede de pesquisadores formada pelas parcerias tecnológicas, que amplia a capacidade de desenvolvimen-to tecnológico da Petrobras e do próprio país.

Segundo estudo do instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea), realizado há pouco mais de um ano, para cada pesqui-sador do cenpes, existem cerca de 18 externos, nas universida-des, empresas fornecedoras e parceiros. Ao considerar apenas as universidades e institutos de pesquisa brasileiros, a estimativa é de que para cada pesquisador interno existem cerca de 15 ex-ternos trabalhando em projetos de P&D associados à superação

dos desafios tecnológicos da companhia.

Para gerenciar de forma eficaz as múltiplas linhas de pesquisa e desenvolvimento e os diversos pro-jetos de inovação, o cenpes está dividido em dez gerências gerais, das quais cinco de P&D e duas de engenharia básica.

Gerências de P&D cinco gerências conduzem

as pesquisas e desenvolvimento tecnológico de forma a atender às demandas e necessidades das áreas-fim da Petrobras: explo-ração, produção, transporte e refino de petróleo e gás natural, além de pesquisas sobre energias renováveis e desenvolvimento sustentável.

Geociências – abrange áreas das ciências, como geoquímica, Bioestratigrafia e Paleoecologia, geofísica, geologia Estrutural e geotectônica, Sedimentologia e Estatigrafia, caracterização de rochas, além de programas tec-nológicos como o de modelagem de bacias e o novas fronteiras exploratórias, entre outros.Geoengenharia e Engenharia de Poço – estão sob a responsabili-dade desta gerência as pesquisas de caracterização e modelagem de reservatórios, simulação de reservatórios e avaliação, tecno-logias de recuperação, interação rocha-fluido, perfuração e comple-tação de poços, entre outras. Ela ainda abriga programas tecno-lógicos estratégicos, como o de

Gestão eficiente do negócio P&D“Nosso desempenho resulta, em grande parte, de investimentos significativos em desenvolvimento tecnológico e na qualificação técnica, feitos ao longo da história da companhia”, afirma Graça Foster no documento que explicitou pela primeira vez a estratégia tecnológica da Petrobras.

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desenvolvimento da produção dos reservatórios pré-sal (Prosal) e o de recuperação avançada de petróleo (Pravap).Engenharia de Produção – com foco em plantas experimentais da produção (incluindo as chamadas plataformas do futuro), é um ge-rência que se dedica ao desenvol-vimento de novas tecnologias de elevação e garantia de escoamen-to, de equipamentos submarinos, de dutos submarinos e risers, de engenharia oceânica, de materiais, equipamentos e corrosão, de pro-cessamento primário e de métodos científicos. nela também estão abrigados programas tecnológicos desafiadores como o mais famoso de todos do cenpes, o Procap, assim como os mais recentes, de gerenciamento de co2 no desen-volvimento do pré-sal e um núcleo Experimental de co2.Abastecimento e Biocombus-tíveis – tecnologia de fcc (craqueamento catalítico, do inglês fluid catalytic cracking) e de petroquímica, engenharia e operações de plantas-piloto, novos combustíveis, estudos de desempenho de produtos em motores, distribuição, logísti-ca e transporte, hidrorrefino e processos especiais, lubrificantes e produtos especiais, processos de conversão de biomassa são algumas das linhas de pesqui-sa desta gerência. vários pro-gramas tecnológicos são nelas desenvolvidos, incluindo os que têm caráter operacional, como os de otimização e confiabilidade, refino, transporte, como também os que têm foco na inovação nas áreas de combustíveis e lubrifi-cantes e bioprodutos.Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável – sob sua coordenação estão as pesquisas em diversas áreas das ciências com foco na sus-tentabilidade do setor de energia: química, biotecnologia, avaliação e monitoramento ambiental, tecnolo-gias de gás, energia e gás-química, avaliação de petróleo, tratamento

e reúso de água, entre outras. Um dos programas tecnológicos mais importantes é o de mitigação de mudanças climáticas.

Gerências de Engenharia Básica

As atividades estratégicas de produção do projeto básico (conjunto de documentos técnicos que define completamente uma unidade operacional e visa a con-tratação das fases subsequentes do empreendimento), realização de avaliações técnico-econômicas e prestação de serviços de assis-tência técnica são realizadas pelas gerências de engenharia básica em duas áreas:Exploração & Produção – respon-sável pela gestão de portfólio de projetos para E&P, engenharia naval, processos de produção, es-truturas e geotecnia, facilidades de produção, engenharia de projetos, entre outras.Abastecimento, Gás & Energia – gerencia o portfólio de projetos para estas áreas, incluindo os dos segmentos de automação, equipamentos dinâmicos e con-fiabilidade, engenharia de equi-pamentos e de projetos, coque e processos de separação, hidrorre-fino e tratamentos, gás e ener-gias renováveis, petroquímica, fertilizantes, fcc e tecnologias da gasolina, além de avaliação e aquisição de projetos.

Gerências ExecutivasGestão tecnológica – criada devi-do à expansão do portfólio e o vo-lume de investimentos gerenciados pelo cenpes, cuida da estratégia tecnológica da Petrobras/cenpes, do relacionamento com a comuni-dade de ciência & tecnologia, as-suntos relacionados a informação técnica e propriedade intelectual, contratação de serviços tecnoló-gicos, organização, desempenho e gestão, e gestão de portfólio de projetos tecnológicos.Recursos Humanos, Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

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1952 – O Conselho Nacional de Petróleo (CNP) cria o Setor de Su-pervisão do Aperfeiçoamento Técnico (SSAT), que em seguida passa a se chamar Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal (Cenap), onde se realizou o primeiro curso de refinação de petróleo no Brasil. 1953 – Cria-se a Petrobras.

1955 – A Petrobras absorve o Cenap, que se torna uma escola de capacitação em laboratórios e em programas universitários no exterior. São implantados cursos de Geologia, Perfuração e Produção, Manutenção de Equipamentos, e Aplicação de Asfalto, entre outros. A partir de 1956, além de coordenar e executar o pro-grama de formação e aperfeiçoamento de pessoal para a Petrobras, o Cenap passa a realizar estudos e pesquisas científicas da tecnologia do petróleo.

1958 – O Cenap soma dez cursos de pós-graduação, em cinco especialida-des. Essa equipe vai formar, no futuro, o núcleo de implantação do Cenpes.

1963 – A Petrobras contrata profissionais russos para avaliar a situação da exploração e produção do petróleo. O documento, conhecido como “Relatório Russo”, reconhece o potencial da Petrobras, mas faz ressalvas aos métodos exploratórios e de perfuração utilizados. Também destaca a importância de fomentar as investigações científicas para um de-senvolvimento rápido e bem-sucedido da indústria de petróleo. E recomenda a criação de um centro semelhante

ao Instituto Científico e Tecnológico de Petróleo da Índia, criado em 1962, afirmando que a Petrobras contava com engenheiros e técnicos capazes de resolver os problemas da indústria petrolífera.

1963 – Em 4 de dezembro, é apro-vada pela diretoria executiva a criação do novo Centro de Pesquisas da Petro-bras. São estabelecidas as primeiras diretrizes do Cenpes, quando ficou definido que o novo centro continuaria, provisoriamente, colaborando com o Cenap no aperfeiçoamento de técnicos de nível superior, e a pesquisa indus-trial seria implantada.

1967 (março) – A Petrobras con-trata um estudo da Organização das Nações Unidas relativo à pesquisa em exploração e produção, visando a implantação do Cenpes. A “Missão da ONU”, como fica conhecida, sugere que o Cenpes abranja as áreas de refinação, petroquímica, exploração, produção, documentação, e que empreenda estudos gerais e análises, independentes do tempo para execu-ção. O estudo destaca também a im-portância de aumentar as pesquisas exploratórias e observa que os únicos serviços que funcionavam eram os de refinação, com laboratórios mediana-mente equipados. Assim, seria pre-judicial para a Petrobras esperar até 1969 para que o laboratório do setor de Exploração e Produção estivesse bem equipado, em função da impor-tância dessas atividades para o Brasil.

No mesmo ano, é divulgada a definição do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras

Uma história de superaçãocenpes 50 anos

Antônio Seabra Moggi (1963-1980); Flávio Magalhães Chaves (1980-1982); Milton Romeu Franke (1982-1985); José Paulo Silveira (1985-1989); Guilherme Estrella

(1989-1993); Álvaro Marcello Marco Peres (1993-1995); Antônio Sérgio Pizarro Fragomeni (1995-1999); Irani Carlos Varella (1999-2000); Carlos Camerini (2000-2002); Elias Mene-zes (2002-2003); Carlos Tadeu da Costa Fraga (2003-2012); Marcos Assayag (desde 2012).

Superintendentes do Cenpes

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(Cenpes), que absorve os setores de Pesquisas de Refinação e Petroquími-ca, e de Intercâmbio e Documentação do Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal (Cenap) da Petrobras. O novo órgão seria responsável por promo-ver todas as pesquisas científicas e tecnológicas na empresa, recolhendo e sistematizando sua documentação, além de coordenar trabalhos relativos a estudos de patentes.

1968 – Em 14 de março, a Petrobras assina convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para construção do Cenpes em uma área da Ilha da Cidade Universitária. O programa de construções elaborado pela consultoria Arthur D. Little es-tabelece o número de prédios e suas distâncias segundo suas funções, para garantir a máxima eficiência no trabalho e o maior potencial de ex-pansão. O plano piloto cobre as áreas de exploração, produção, refinação e petroquímica, com flexibilidade para prever seu crescimento.

O arquiteto Sérgio Bernardes é selecionado para desenvolver o projeto arquitetônico do Cenpes, tendo Flávio Sotto Maior como engenheiro responsável pelas obras. O Plano Dire-tor e o projeto arquitetônico preveem a integração entre a estrutura física e os campos de pesquisa, seguindo pontos básicos do relatório elaborado pela consultoria Arthur. D. Little: comparti-lhamento de equipamentos e serviços comuns, racionalização de material e tempo, bem como integração à paisa-gem e ao clima, aproveitamento da luz natural e maior segurança.

1969 – O documento “Concepção e plano de expansão do Cenpes” abrange as metas e objetivos de pes-quisa tecnológica, a composição dos

quadros de pessoal, os procedimen-tos táticos quanto à organização e às instalações e equipamentos necessá-rios aos laboratórios.

1972 – Inauguradas as instalações do Cenpes na Cidade Universitária do Rio de Janeiro. Na época, a Petrobras começava suas atividades offshore na Bacia de Campos e o Cenpes, que inicialmente tinha um foco maior no desenvolvimento de soluções para o refino, passa a atuar em novas áreas de pesquisa, como a exploração e produ-ção de petróleo, e incorpora atividades de engenharia básica. Na década se-guinte, o Cenpes reforça suas ativida-des em E&P, após as descobertas dos campos de Albacora e Marlim.

1976 – Tem início as atividades de Engenharia Básica, área responsável pelos projetos básicos e assistências técnicas para o Refino.

1982 – A Engenharia Básica do Cenpes passa a atuar nos projetos de Exploração e Produção. 1986 – Criado o Programa de Capacitação em Águas Profundas (Procap), que tem como objetivo desenvolver tecnologia para produ-zir petróleo em águas profundas e ultraprofundas. 1992 – A Petrobras vence o prêmio

mais importante do setor petrolífero mundial, o Offshore Technology Con-ference (OTC), em reconhecimento à sua contribuição para o avanço da tecnologia de produção offshore. É destacada a atuação da companhia na produção em águas profundas da Ba-cia de Campos, em trabalho conjunto do Cenpes (Procap 1000) e E&P. 2001 – A Petrobras conquista o segundo prêmio OTC, que reconhece o domínio tecnológico da empresa para a produção do campo petrolífero de Roncador, nas águas ultraprofundas da Bacia de Campos. A tecnologia desen-volvida tem participação do Cenpes. O centro também passa a atuar em pesquisas para fontes renováveis de energia, biocombustíveis de primeira e segunda geração, tratamento de efluentes, eficiência energética, gás natural, fertilizantes, gasquímica e tecnologias e metodologias de moni-toramento socioambiental da indústria de petróleo, gás e energia.

2006 – A Petrobras lança um novo modelo de parceria tecnológica: as Redes Temáticas. Os temas de cada rede são relacionados às metas tecnológicas da Petrobras, definidas a partir de seu Planejamento Estratégi-co e Plano de Negócios e Gestão. 2010 – Inaugurada a expansão do prédio do Cenpes. O projeto é de au-toria do arquiteto Siegbert Zanettini e conta com alas dedicadas a instala-ções laboratoriais e um prédio central com áreas administrativas e espaços de convivência e trabalho colabora-tivo. Na expansão, está o Núcleo de Visualização e Colaboração (NVC), com ambientes para desenvolvimento de estudos e projetos com simulação tridimensional.

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NORTEFLUMINENSE:vocação renovada para petróleo e gás

A implantação de projetos de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Campos há 30 anos teve papel crucial na economia e no crescimento do Norte Fluminense, que vê esta vocação renovada com a instalação de diversas empresas dessa cadeia produtiva na região. Na última década, além de Macaé e Campos dos Goytacazes, bases estratégicas da indústria petrolífera, outros municípios como Rio das Ostras, Quissamã, São Francisco de Itabapoana e São João da Barravêm passando por profundas transformações com a instalação de fornecedores de bens e serviços nesta região. Cidades que estão registrando crescimento do PIB graças ao desenvolvimento do empresariado local, geração de emprego e, claro, aos royalties do petróleo.

por Maria Fernanda Romero

norte fluminense

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É movida a óleo e gás que a economia do norte flumi-nense, antes fortemente apoiada na indústria ca-navieira, vem se diversi-

ficando nos últimos dez anos, em função do incremento das atividades da Petrobras e de outras petroleiras na região, em função da flexibili-zação do mercado de exploração e produção de hidrocarbonetos.

Esta expansão da indústria, ala-vancada também pelas descobertas do pré-sal, que se estendem de Santa catarina até o sul do Espírito San-to, perpassando por toda a Bacia de campos, atraiu para a região empre-sas da cadeia produtiva, criando uma economia de escala, com geração de empregos, riquezas e, consequente-mente, problemas e gargalos – como o da qualificação da mão de obra.

Segundo Julia nicolau Butter, especialista em competitividade industrial e in-vestimentos do Sistema firjan (federação das indús t r i a s do Estado do Rio de Janeiro), a explo-ração e produção de petróleo e gás transformou muito esses municí-pios, promovendo aumento popu-lacional, expansão, diversificação econômica e avanços sociais.

A elevação da renda e a me-lhora dos níveis de educação e saúde de campos, Macaé e Rio das ostras reflete-se na evolução do ifDM (índice firjan de Desen-volvimento Municipal) entre 2000 e 2010. Todos esses municípios apresentaram um salto significa-tivo no indicador, que representa a média dos indicadores para em-prego e renda, educação e saúde.

Da mesma forma, o setor de petróleo provoca transformações em outros municípios do norte fluminense. é o caso de Quissa-mã, onde está sendo construído o centro logístico farol Barra do furado, e São João da Barra, que recebe gigantescos investimentos

associados ao complexo Portuário do Açu.

De acordo com a especialista da firjan, as empresas de apoio à exploração de petróleo continuarão a se instalar na região, com inten-sificação da atração de fornecedo-res de bens e serviços para toda a cadeia. A região também receberá estaleiros voltados para a construção de embarcações para exploração de petróleo e de apoio à atividade, além de portos e terminais de apoio, consolidando-se como importante polo logístico do estado e do país.

“importante dizer que a região como um todo tenderá a se apropriar dessas oportunidades, abrindo espa-ço para os municípios que estão no entorno dos eixos já consolidados (campos, Macaé e Rio das ostras). Essa conjuntura provocará enorme desenvolvimento econômico da re-gião”, afirma Butter.

campos, Macaé e Rio das os-tras passaram por explosões po-pulacionais e sofrem com os pro-blemas decorrentes da falta de planejamento, tais como favelização

e engarrafamentos. Por isso mesmo a especialista aponta a questão po-pulacional como um dos principais desafios da região.

“o norte fluminense deve estar preparado para uma nova onda de crescimento populacional. é preciso planejar a expansão urbana, garan-tindo a ocupação ordenada e a pre-servação das áreas de interesse in-dustrial. Da mesma forma, é preciso oferecer a infraestrutura adequada, oferecendo transporte de qualidade e garantindo o fornecimento adequado de serviços essenciais como sanea-mento básico, energia e telefonia. outro ponto importante é assegurar a destinação e tratamento adequado de resíduos, tanto domiciliares quanto industriais”, ressalta.

é visível que os principais mo-tores de desenvolvimento da região são a exploração do petróleo, com destaque para o pré-sal, e toda a ca-deia petrolífera; o Porto do Açu, com seu distrito industrial; e o complexo logístico do farol-Barra do furado. Para a firjan, com o cenário que já começa a se delinear, a região norte fluminense poderá se consolidar como uma das mais prósperas do estado do Rio nas próximas décadas.

Barra do Furado: complexo lo-gístico e industrial

localizado na foz do canal das flechas, que divide os municípios de campos dos goytacazes e Quissamã, o complexo logístico e industrial do farol/Barra do furado está sendo implementado na região e atrairá empresas que demandarão serviços e mão de obra, principalmente do setor de petróleo e gás. o término das obras do canal das flechas está previsto para dezembro de 2013. o investimento total para instalação do empreendimento: acerca de um bilhão de reais.

Segundo a secretaria de Desen-volvimento Econômico e Petróleo de campos, o complexo farol-Barra do furado representa um grupo integra-do por seis empresas, sendo cinco estaleiros para fabricação de embar-cações e reparos e uma empresa de

Macaé em números

Área total: 1.216 km2 - correspon-dente a 12,5% da área da Região Norte Fluminense (182 km da capital do estado)Distritos: 6 (Sede, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana)População em 2012: 220.000 Royalties: R$ 160.024.256,33 (ANP - Recebidos em 2013 até o mês de abril)Território: 1216.846 km² (IBGE)PIB per capita: R$ 54.501,02 Renda mensal média: 7,5 salá-rios mínimosíndice Firjan de Desenvol-vimento Municipal (IFDM) 2012 (ano base 2010): IFDM – 8,8356 (8º do Estado do Rio); IFDM Emprego e Renda – 0,7966; IFDM Educação – 0,8241; IFDM Saúde – 0,8861

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estocagem para armazenagem dos derivados de petróleo.

Estão participando do projeto as empresas STX Brasil, o estaleiro Eisa/As, Alusa Alupar, cassinu, BR offshore e STX oSv. Já a estimativa de geração de empregos diretos é de cerca de 3.500 e mais de nove mil empregos indiretos.

A Barra do furado está bem pró-xima das atividades de exploração e produção de óleo e gás da Bacia de campos, passando a ser uma locali-dade privilegiada para a instalação de empresas voltadas para as ativida-des de apoio às empresas petrolíferas que operam nas bacias de campos e Espírito Santo.

De olho nessa proximidade (100 km do complexo às plataformas), a Petrobras está estudando a possibi-lidade de desenvolver uma parceria com a empresa BR offshore, que está implantando uma base de apoio e um estaleiro de reparo naval em Barra do furado.

Rio das Ostras: zona de negóciosoutro município norte flumi-

nense movido a petróleo é Rio das ostras. A cadeia de petróleo acabou alavancando todo o crescimento do município em outras áreas, como comércio e serviços, porque a cidade cresceu muito. Atualmente, a econo-mia do município depende 70% dos recursos oriundos dos royalties do petróleo – Rio das ostras recebeu um repasse de cerca de R$ 15 milhões em janeiro de 2012.

Além disso, a região abriga uma zona Especial de negócios, que con-siste em um complexo industrial que agrega numerosas empresas em um espaço de mais de um milhão de m². o empreendimento fica localizado na Rodovia Amaral Peixoto, junto à mar-gem direita do rio imboassica, divisa com o município de Macaé, na bacia hidrográfica do rio de mesmo nome.

Hoje, já há 56 concessões feitas para empresas na zen, com 35 delas operando. As outras 21 estão em fase de construção, implementação e apresentação de projeto. Ao final desse processo, serão cerca de 70

empresas nessa área, 95% delas do setor de óleo e gás, com geração de 5.200 empregos diretos e cerca de dois mil indiretos – com dados de de-zembro, fornecidos pela prefeitura.

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, negócios e Pe-tróleo de Rio das ostras, a grande mobilização das empresas do setor não é só pelo incentivo fiscal, mas também pela zen, que é um local preparado, com infraestrutura e uma posição estratégica – no Parque de Tubos, próximo a Macaé.

Itabapoana: pioneira eólica do Sudeste

A pacata cidade de São francis-co de itabapoana, com pouco mais de 42 mil habitantes, e território de 1.254 km², apesar de não muito co-nhecida, se destaca entre os outros municípios da região por possuir o Terminal Marítimo Ponto do gargaú, a Usina cana Brava de imburi, e o Parque Eólico de gargaú, o primeiro da região Sudeste.

A economia da cidade é basica-mente focada na cana-de-açúcar, plantação que se estende ao longo das margens da BR-101 (que atra-vessa a cidade). o Parque Eólico de gargaú é a grande atração dos turistas, pois estes querem registrar as imensas torres de geração de ener-gia em destaque ao longe. o parque pode ser visto de São João da Barra, do outro lado do rio Paraíba do Sul, a quase 50 km de distância.

o empreendimento, administrado pela empresa privada gesa (gargaú Energética S/A), teve sua energia co-mercializada por meio do Programa de incentivo às fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do go-verno federal, e começou a operar em outubro de 2010. Apesar de o parque ocupar uma área de 500 hec-tares, apenas 1,7 do total tem área construída.

com capacidade instalada de 28,05 MW, o parque eólico impres-siona pelo tamanho. cada uma das 17 torres tem 80 m de comprimento, podendo alcançar 110 m totais com uma das pás (ou hélices ou blades) na vertical. cada pá tem 30 m de extensão. São três pás para cada tor-re. Segundo especialistas, o litoral de São francisco é propício para a geração de energia eólica devido à

norte fluminense

Localização privilegiadaSituado a menos de 90 km dos princi-pais sistemas de produção da Bacia de Campos; Proximidade da região indus-trial de Macaé, onde estão localizadas cerca de 31% das empresas do setor de óleo e gás; Canal das Flechas terá 7,5 m de profundidade em seu interior e 9,0 m no canal de acesso; Integrado à Zona Especial de Negócios 4 / ZEN4, em Quissamã, com 14,2 milhões de m²; 13 km do Aeródromo do Farol de São Tomé (Heliporto da Petrobras); 50 km das universidades e áreas residenciais (Campos dos Goytacazes) e 70 km de Macaé; Acessos rodoviários sendo ampliados pelo DER-RJ e pela Auto-pista Fluminense (BR 101)

Características do Terminal de Ser-viços e Logística da Barra do Furado• 490.000 m² de área total;• 650 m de cais, com sete berços de atracação;• Estação de embarque e desem-barque de passageiros e cargas leves, contando com três helipontos.

Estaleiro Barra do Furado• Estaleiro de reparos especializado em OSVs;• 115.000 m² de área disponível;Docagem de até três barcos em seco simultaneamente;• Dois berços de atracação para reparos;• Utilização de Shiplift para otimização das operações de docagem em seco;• Zona Especial de Negócios de Rio das Ostras.

COMPLEXO BARRA DO FURADO

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existência de vento constante du-rante todo ano.

Novos portos fluminensesAlém da expansão do Porto do

Rio, o estado está prestes a ganhar mais três portos: os novos terminais em Macaé, Maricá e a retomada do Porto do forno, em Arraial do cabo – que têm como principal motivador a exploração do petróleo do pré-sal. com inaugurações previstas para 2015 e 2016, os empreendimentos já encaminharam o processo de li-cenciamento ambiental.

o Terminal de logística integra-da de Macaé (Terlom) está sendo construído no lagomar – próximo do condomínio industrial (codin) e do Polo industrial de cabiúnas – com um investimento de R$ 350 milhões da iniciativa privada. A previsão é de implantação até 2014.

o Terlom irá atender não apenas o crescimento da indústria offsho-re, mas também servirá para a mo-vimentação de cargas nacionais e internacionais. o complexo será composto pelo Terminal Portuário, com dois terminais offshore, Estação Aduaneira interior, uma área para prédios de escritórios e hotelaria e uma área para armazéns projetados para receber instalações industriais e comerciais.

A expectativa é de que o comple-xo gere 800 postos de trabalho diretos e 2.400 indiretos. os recursos iniciais para a implantação do projeto – R$

16 milhões – serão financiados pelo invest Rio e pelo fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico de Macaé (fumdec).

o projeto do Terminal Ponta negra (TPn), em Maricá, também se encontra em fase de licencia-mento ambiental junto ao institu-to Estadual do Ambiente (inea) e segundo a DTA Engenharia, res-ponsável pelo empreendimento, o estudo de impacto ambiental (EiA/Rima) está quase concluído.

Apesar de contar com o apoio da prefeitura de Maricá, ambien-talistas e parte dos moradores temem que além de transformar a paisagem, o empreendimento prejudique o turismo e a qualidade de vida na região.

orçado em mais de R$ 5 bilhões, o TPn promete ser o maior porto de aportagem do Brasil, apto a receber “as maiores embarcações do mundo”. A DTA Engenharia informa que o complexo portuário irá contar ainda

com um estaleiro para reparos e terá capacidade para receber e armazenar mais de 850 mil barris de petróleo por dia.

o Porto do forno, em Arraial do cabo, já existe e conta com licen-ciamento ambiental, porém, está quase inutilizado. Seu projeto é o mais adiantado e considerado por especialistas o de maior risco am-biental. o terminal pode sofrer res-trições a ampliações. fruto de uma parceria entre a Triunfo logística e a fB operação Portuária, o porto está localizado em uma área de preserva-ção e entre algumas das mais belas praias do Brasil.

no local, a empresa Triunfo lo-gística pretende montar em área de 12 mil m² uma base para movimen-tar produtos e apoiar funcionários das plataformas de petróleo das bacias de campos e Santos. A ideia é ter um porto para o offshore e um posto de abastecimento para outras embarcações.

norte fluminense: vocação renovada para óleo e gás

UM DOS PRINCIPAIS empreendimen-tos da história da Petrobras, o Com-plexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) está sendo construído no município de Itaboraí em uma área de 45 km², o equivalente a 10,5% da área de município. O empreendimen-to caracteriza-se como um complexo industrial, onde serão produzidos, numa mesma área, derivados de petróleo e produtos petroquímicos de primeira e segunda geração.

A Refinaria do Comperj tem o iní-cio de operação da sua primeira fase

previsto para 2014, com capacidade de processar até 165 mil barris de petróleo por dia. Na segunda fase, prevista para 2018, será atingida capacidade total de 330 mil barris de petróleo por dia.

Serão produzidos, pela refi-naria, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene, nafta, coque e enxofre a fim de suprir o mercado nacional e fornecer matéria-prima para as Unidades Petroquímicas. As Unidades Petro-químicas têm previsão de opera-

ção em 2017, produzindo eteno, propeno, polietilenos, polipropileno entre outros petroquímicos.

Itaboraí: o coração do Comperj

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46 TN Petróleo 90

Porto do Rio:expansão necessária

Em seus cem anos de existência, o Porto do Rio tem mantido o comércio marítimo internacional/nacional com a comunidade da cidade do Rio de Janeiro em total harmonia, em vista de suas facilidades no acesso marítimo, terrestre e armazenagem de produtos movimentados neste porto.

No momento, o porto está abrindo suas portas ao trá-fego offshore advindo do atendimento às plataformas

de petróleo estabelecidas na região Sudeste, através de seu cais público e nos terminais arrendados.

De acordo com luiz Kremer, su-perintendente do Porto do Rio de Janeiro, hoje o porto disponibiliza algo em torno de 32.000 m² de áreas para armazenagem e manuseio de cargas e equipamentos e cerca de 700 m lineares de cais público para atracação de barcos de apoio ma-rítimo às plataformas de petróleo. “no que se refere aos interesses do seg-mento offshore, o porto tem condições de ceder outros 700 m de cais lineares, além de retroáreas importantes ao ma-nuseio e armazenamento temporário de cargas e equipamentos”, afirma.

Desde 2011 (até 2015), o Porto do Rio de Janeiro receberá mais de R$ 1,2 bilhão em investimen-tos realizados por libra Terminais, MultiRio e Multicar, nos terminais de contêineres e de roll-on/roll-off

(para veículos). com os investimen-tos, a expectativa é de que o volume movimentado pelo porto atinja 25 milhões de toneladas até 2018, um crescimento próximo de 143% nos próximos sete anos.

com os investimentos, o Porto do Rio de Janeiro terá seu cais de contêineres expandido dos 1.258 m para 1.960 m, um aumento de 60% que fará surgir o maior cais contí-nuo de contêineres da América do Sul. A capacidade de movimentação passará dos atuais 750 mil TEUs/anos para 2 milhões de TEUs/ano em 2020. Também serão adequadas novas áreas para armazenagem de contêineres. As intervenções tor-narão o Porto do Rio de Janeiro o segundo do país em movimentação de contêineres. o terminal Roll-on roll-off terá sua capacidade ampliada de 243 mil veículos/ano para 326 mil veículos/ano.

Novos empreendimentosAlém dos investimentos nos

terminais de contêineres e roll-on roll-off, existem outros grandes projetos em execução no porto, como a reativação dos estaleiros caneco e inhaúma/Petrobras (an-tigo ishibras); o Terminal externo de suporte a operações offshore

NOVOS NúMEROS

R$ 1,2 bilhão

25 milhões

1.960 m

2 milhões

326 mil

de ton em volume até 2018

extensão do novo cais

de TEUs em 2020

mil veículos/ano no novo terminal roll-on-roll-off

de investimentos até 2015

norte fluminense

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TN Petróleo 90 47

da Petrobras; desenvolvimento da base de apoio offshore da Brasco/ogX; terminais externos de con-têineres (TTc, interportos, De-pot/libra, Sada, carvalhão, Trans Tita); canteiro para construção de plataforma (intercan).

Para dar suporte à expansão da parte onshore do porto, o governo federal está investindo na amplia-ção dos acessos marítimos. com as obras de derrocamento e dragagem do canal de acesso, o porto terá ter-minais de contêineres com 15 m de profundidade, capazes de receber a atracação de navios Super Post Pa-namax – de 300 m a 347 m de com-primento, com capacidade acima de 8 mil TEUs.

Segundo Kremer, quanto aos investimentos nas diversas áre-as do porto, por último, a com-panhia Docas do Rio de Janeiro (cDRJ) demoliu o armazém 22 tornando-o um excelente pátio para complementar outros já em movimentação dos equipamentos

no apoio offshore, como também um dos terminais arrendados, a Triunfo operadora Portuária, que disponibiliza mais da metade de seu pátio de produtos siderúrgi-cos para as cargas e equipamen-tos da Petrobras.

o executivo destaca também a Multiterminais Alfandegados do Brasil, que mantém parte de seu pátio disponibilizado a equipamen-tos do segmento de petróleo, e para isso fez um investimento significati-vo na preparação e estaqueamento dessa área.

Vantagens competitivasA principal vantagem compe-

titiva do Porto do Rio é sua loca-lização na região Sudeste, segu-rança quanto a pirataria, múltiplas facilidades de apoio ao comércio marítimo desenvolvido pela estru-tura industrial / comercial da cida-de do Rio de Janeiro, fácil acesso aos cais especializados e público, bem como a excelente estrutura,

moderna e dinâmica dos terminais especializados na movimentação de todo tipo de cargas. “Também dispõe de extensa área de cais (7 km) para atracação de diversos tipos de barcos, que no momento tem oferecido à navegação offshore excelente oportunidade de movi-mentar suas cargas com total apoio terrestre”, conclui.

o superintendente não comen-tou muito sobre a negociação da cia Docas com a Petrobras no que se refere à criação de uma base offhore no Porto, mas afirmou que a cDRJ tem a oferecer, de forma resumida: área terrestre disponível: 75.000 m²; extensão de cais disponível: 1.440 m lineares; 13 berços de atraca-ção para barcos padrão offshore; fornecimento de energia em 13,8 kvA; fornecimento de água direto da concessionária da região; ramal ferroviário com a MRS disponível junto a área citada; e acesso direto as principais vias de trafego de en-trada e da saída da cidade.

norte fluminense: vocação renovada para óleo e gás

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capital de energiacapital de energia

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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gásGuardiã do extremo sul da região do pré-sal e contando com uma infraestrutura portuária e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos principais polos logísticos do setor de óleo e gás no Brasil nos próximos anos.

Sede da mais jovem ge-rência regional da Pe-trobras, a Unidade de operações de Explora-ção e Produção do Sul

(Uo-Sul), criada em 2010 e com sede em itajaí, Santa catarina vem ganhando posição no cenário de petróleo e gás do país.

Afinal, é na costa catarinense que se encontram os limites sul da região denominada de pré-sal, que pode abrigar volumes ainda não mensuráveis de hidrocarbonetos, capazes de dobrar e até triplicar as reservas brasileiras. E ainda que as atividades de exploração e produção tenham escalas pouco significativas, diante do gigantismo das bacias de campos e Santos, o estado de Santa catarina começa a descobrir uma nova vocação.

De acordo com o censo 2010 do instituto Brasileiro de geografia e Estatística (iBgE), é o oitavo estado que mais contribui para a geração do Produto interno Bruto (PiB) do país, com R$ 152,5 bilhões. com cinco portos marítimos instalados em sua área, é o quinto maior estado em movimento de importações no Brasil – depois do Rio grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

o Porto de itajaí, considerado o principal do estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres – e o 13º na América la-tina e caribe. Desde maio, passou a funcionar dia e noite após a entrada em vigor do programa Porto 24h, de-

senvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do governo federal.

com grande concentração de estaleiros e portos, itajaí deve abo-canhar boa parte dos investimentos relacionados à cadeia produtiva de petróleo e gás em Santa catarina, exatamente por causa de suas ca-racterísticas geográficas e da infra-estrutura robusta.

Esses investimentos já começam a aparecer, em especial no setor de logís-tica. Para melhorar o acesso ao porto de itajaí, a prefeitura, em parceria com os governos federal e estadual, está construindo uma via rodo-portuária exclusiva para os caminhões que se-guem rumo ao cais. Além disso, há um projeto para construção de uma Perimetral, além da duplicação da ro-dovia Antonio Heil (Sc-486), a partir do entroncamento da BR-101.

Todas essas obras visam preparar a cidade para o incremento não so-mente do número de veículos, como também de empresas de bens e servi-ços, principalmente do setor de óleo e gás, que vão se instalar na região nos próximos anos. A expectativa da prefeitura é de que, em pouco tempo,

o município tenha o maior PiB do estado de Santa catarina.

Infraestrutura reforçadaDentre as intervenções que es-

tão sendo realizadas no complexo Portuário de itajaí está a dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e do canal in-terno em 14 m e 14,5 m do canal externo. o serviço está sendo feito com a draga catarina, do tipo ho-pper, com capacidade de 2,4 mil m³, comprimento de 83 m e largura de 16 m. “com o início das operações desse equipamento, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores à conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento”, diz o superintendente do Porto de itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.

De acordo com o superintenden-te, com maiores profundidades o complexo Portuário do itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. Além da draga-gem, uma nova bacia de evolução está planejada para o complexo, em um projeto de R$ 300 milhões, o qual pretende permitir que o Porto de itajaí receba navios de até 366 m de com-primento por 51 m de boca, até 2016.

Recentemente, uma das grandes obras de infraestrutura do estado foi anunciada pelo governo federal. A construção da ferrovia da inte-gração, também conhecida como ‘ferrovia do frango’, que terá, a princípio, um traçado de 862 km li-

por Rodrigo Miguez

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capital de energia

gando o oeste ao litoral catarinense e prevista para ser concluída em 2019. A ferrovia vai ajudar a ligar o interior do estado com os principais portos de Santa catarina, além de ampliar o desenvolvimento da economia.

A localização estratégica de Santa catarina também é con-firmada pelos diversos terminais da Transpetro, braço logístico da Petrobras: três terrestres e um marítimo para o recebimento de produtos como petróleo, gasolina, álcool e biodiesel.

o maior terminal da empresa fica em itajaí, com 12 tanques para o recebimento e armazenamento de óleo diesel ambiente, gasolina, álcool anidro e hidratado, além do gás li-quefeito de petróleo (glP), que fica em duas esferas com capacidade de 6.364 m³. Já o terminal aquaviário de São francisco do Sul armazena o petróleo que chega por oleodutos submarinos, depois de descarrega-dos de navios aliviadores por meio de monoboias. o petróleo bruto é levado pelo oleoduto Santa catarina--Paraná (ospar), para a Refinaria do Paraná (Repar) e ali é transformado em derivados. outros dois terminais, de Biguaçu e guaramirim, armaze-

nam produtos para abastecimento da região de sua influência.

Ampliação da rede de gásPara garantir mais gás para as

indústrias e para as cidades cata-rinenses, a companhia de gás de Santa catarina (Scgás) vai investir esse ano mais de R$ 40 milhões so-mente na infraestrutura da rede e no aumento da rede de distribuição de gás natural no estado. Este ano, a empresa vai implantar aproximada-mente 45 km de rede, que hoje tem

1.020 km de gasodutos para atender a 59 cidades catarinenses.

Em maio, foram distribuídos 1.900.737 m³/dia de gás natural, sendo que 82,5% desse volume for-necidos para as indústrias, 16,48% para veículos automotivos e 1,02% para o mercado de varejo (residências

e comércios).Para Cósme

Polêse , p res i -dente da Scgás, o resultado das vendas de gás é um termômetro do desempenho d a i n d ú s t r i a .

“Atendemos 224 clientes industriais no estado, dentre eles as principais plantas, com ênfase em segmentos que demandam alta carga de ener-gia térmica em seus procedimentos, como o cerâmico, metalmecânico, têxtil e de vidros e cristais”, explica.

com capacidade de gerar cerca de 3.000.000 m³ por dia de biogás, a ScgÁS apresentou à Agência nacio-nal do Petróleo, gás natural e Bio-combustíveis (AnP) seu programa de biogás/biometano. o atual potencial de geração de biogás do estado será proveniente de aterros sanitários e de

Municípios: 295Capital: FlorianópolisÁrea Total: 95.703,5 km²População: 6,3 milhõesAlfabetizados: 96%Expectativa de Vida: 76 anosIDH: 0,840PIB (2012): R$ 152,4 bilhõesRenda per capta: R$ 24.400Principais atividades: Portuário, construção naval, turismo, pesca, pecuária e agricultura.

METALURGIA E PRODUTOS DE METAL• 3.427 indústrias (2010)• 54 mil trabalhadores (2010)• 10% do Valor da Transforma-ção Industrial de SC (2010)• 3,2% das exportações de SC, US$ 289 milhões (2011)

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS• 1.422 indústrias (2010)• 37,1 mil trabalhadores (2010)• 6,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010)• 16,5% das exportações de SC, US$ 1,5 bilhão (2011)

INDúSTRIA NAVAL• 53 indústrias (2010)• 3 mil trabalhadores (2010)• 0,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010)• 0,03% das exportações de SC, US$ 2,5 milhões (2011)

Fonte: Sistema Fiesc

NúMEROS DO ESTADO

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TN Petróleo 90 51

santa catarina: polo logístico do óleo e gás

dejetos de animais, em concórdia e Braço do norte, e de um aterro na região da grande florianópolis.

o diretor técnico-comercial da ScgÁS, oswaldo luiz Monte, lem-brou que o biogás é uma alternativa para ampliação do suprimento no estado e uma ferramenta de de-

senvolvimento que gerará renda as propriedades rurais e preservará o meio ambiente.

com o objetivo de operar a partir de 2015 com o biogás gerado por um aterro sanitário, a companhia catarinense vai investir cerca de R$ 8 milhões em apenas um dos

projetos, para ampliar a rede até o ponto de injeção do gás dentro do aterro. De acordo com o atual Plano Plurianual de negócios 2014-2018 (PPn), que passa por revisão, a em-presa pretende chegar a 2016 com investimentos na ordem de R$ 591 milhões e 1.495 km de rede.

BRAçO CATARINENSE da Keppel, o estaleiro da Keppel Singmarine Brasil, instalado na cidade de Navegantes, re-cebeu aporte de US$ 50 milhões para ampliação da capacidade da unidade, que passou a construir barcos de apoio para plataformas offshore. A primeira fase da expansão do estaleiro, concluída no ano passado, inclui a construção de uma rampa, um cais de 85 m, um pórtico de 120 toneladas e uma oficina equipada com guindastes.

Hoje com capacidade de construir oito embarcações em um ano, a unidade também foi preparada para a fabricação de módulos offshore e para dar suporte na execução de grandes projetos do es-taleiro Brasfels, de Angra dos Reis (RJ).

Em 2012, a Keppel Singmarine Brasil construiu seis rebocadores SMIT Rebras e um barco de apoio offshore do tipo PSV (platform supply vessel) para a Guanabara Navegação, que fechou outro contrato com o es-taleiro catarinense para a construção de um segundo PSV.

Pertencente ao Grupo Edison Chou-est, o estaleiro Navship está construindo no momento 12 embarcações, sendo dez PSV e dois AHTS, porém, hoje, a demanda do grupo é de 16 embarca-ções. O estaleiro fabrica somente para as operações do próprio grupo Chouest, com sede nos Estados Unidos.

Com foco na construção de navios do tipo PSV, WSSV, OCV, FSVs, AHTS, MPSV, entre outros barcos de apoio offshore, o estaleiro tem boas perspec-tivas de crescimento para os próximos anos. “Com o conteúdo local em evidên-cia, ainda temos algo em torno de 300 embarcações de bandeira estrangeira para serem substituídas no mercado offshore, portanto, teremos mais alguns

anos construindo embarcações para e s t e m e r c a d o muito promissor no país”, afirmou Ricardo Chagas, diretor da Edison Chouest Offshore.

Dentre os di-versos estaleiros em atividades em Santa Catarina, dois estão em cons-trução em Itajaí, para atender exclu-sivamente o mercado offshore. Em um terreno de 310 mil m2, a Oceana Estaleiro vai empregar os mais mo-dernos processos construtivos, com instalações de última tecnologia e um contingente de mais de mil funcionários para produzir barcos de apoio.

O estaleiro foi projetado com im-portantes padrões de sustentabilidade como, por exemplo, reúso de água de chuvas, ventilação e iluminação natu-ral, além de uma área verde adjacente de 5,5 mil m2. A operação marítima do grupo Oceana, a Oceana Nave-gação, tem como foco embarcações de apoio offshore de médio porte, como Platform Supply Vessels (PSVs), Anchor Handling Tug Supply (AHTS), além de embarcações de inspeção e construção submarinas.

Segundo a empresa, Itajaí foi esco-lhida por sua vocação para construção naval, disponibilidade de mão de obra treinada e localização privilegiada em relação à cadeia de fornecedores e clientes. A previsão é de que o estalei-ro entre em operação ainda este ano.

O outro estaleiro que está em construção é o P2 Brasil, que terá como ponto de atuação a construção e o fornecimento de embarcações offshore de médio porte para atuar na exploração do gás e petróleo. Com investimentos na ordem de R$ 220 milhões, o estaleiro será erguido em uma área de 31 hectares, vai processar 15 mil toneladas de aço por ano e gerar mil empregos diretos.

A expectativa de aumento de de-manda por embarcações com estas es-pecificações é forte e a companhia tem como meta construir embarcações de alta tecnologia embarcada, dentro dos mais altos padrões de qualidade.

A unidade catarinense faz parte da P2 Estaleiro S/A, empresa recentemente estabelecida, que tem como sócio majo-ritário o fundo de investimento P2 Brasil Infraestrutura / Fundo de Investimento em Participações, gerido pela P2 Ges-tão de Recursos, formada pelo Pátria Investimentos e pela Promon.

Estaleiros em expansão

Estaleiro Navship

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52 TN Petróleo 90

capital de energia

As instituições de ensino tradicionais na região já estão preparando seus alunos para as oportuni-

dades que estão por vir, na onda do ouro negro. com cursos dire-tamente ligados ao setor de óleo e gás, como oceanografia, e Tecno-logia em construção naval, além de todos os cursos de Engenharia, a Universidade do vale do itajaí (Univali) tem quase dois mil alu-nos inscritos nessas disciplinas e que podem vir a atuar futuramente no mercado offshore.

De acordo com a entidade, o curso mais procurado pelos estudantes é o de Tecnologia em construção naval, muito devido a este setor que é muito forte no estado, por causa de seus muitos portos e estaleiros. Segundo João Luiz Carvalho, diretor do cen-tro de ciências Tecnológicas, da

Terra e do Mar da Univali, a ins-tituição não pre-tende abrir um curso específico para a área de petróleo, como de Engenharia de Petróleo, mas

nas ementas dos cursos tradicio-nais de engenharia, meio ambiente e tecnologia vai incluir conteúdos referentes ao setor. “A região apre-senta uma indústria diversificada e a área de petróleo ainda é uma promessa. itajaí e região atuam nessa área não na produção de pe-tróleo diretamente, mas fornecen-do equipamentos e serviços para o setor. Por isso, a decisão de não

colocar todos os ovos numa mesma cesta”, afirmou.

A Univali está se preparando para o aumento de alunos nas áreas de Engenharia, investindo em novos laboratórios e lançando disciplinas que agregam valor à área de óleo e gás. “Queremos ser um centro de Tecnologia de referência na região. Programamos visitas técnicas para empresas voltadas para o setor de óleo e gás que operam na região e temos um programa de estágios que privile-giam empresas do setor aqui ins-taladas”, acrescentou. Para ele, a entidade vai trabalhar na formação de profissionais que vão atuar mais na demanda de insumos e serviços especializados, com alto grau de tecnologia agregada.

Já o Serviço nacional de Aprendizagem industrial (Senai) vem investindo em novos equi-pamentos e na modernização de laboratórios, principalmente na região de itajaí. Um dos investi-mentos da instituição é em simu-

ladores para operação portuária e offshore.

Para se ter ideia da demanda que o setor vem empregando na região, a previsão do Senai é que mais de nove mil matrículas sejam realizadas para a capacitação em áreas ligadas a óleo e gás.

De acordo com o órgão, os cursos voltados para o setor offshore oferecidos hoje são de Técnico em construção naval, em Eletromecâ-nica, em Eletrotécnica, em logística, em Segurança do Trabalho, além de Aprendizagem industrial em caldei-reiro e Montador naval, e qualifi-cação como Soldador de Estruturas navais, caldeiraria, Eletricista naval, Encanador naval.

As formações duram, em média, dois anos (cursos técnicos) com opções de curso de menor duração (aprendizagem industrial e cursos de qualificação e aperfei-çoamento profissional). “os cursos estão tendo grande procura na região portuária de itajaí. A média é de quatro candidatos para cada

Qualificação crescenteA mão de obra será fundamental para atender à demanda crescente de serviços projetada para os próximos anos, e garantir o crescimento sustentável da indústria de óleo e gás em Santa Catarina.

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TN Petróleo 90 53

santa catarina: polo logístico do óleo e gás

vaga oferecida, o dobro da média no estado. Além disso, o curso téc-nico em construção naval é o mais concorrido do estado, cujo índice de candidato por vaga é de quase sete”, afirma a entidade.

no campus de Joinville da Universidade federal de San-ta catarina (UfSc), o curso de Engenharia naval, que vai formar a primeira turma no ano que vem, já é sucesso entre os alunos, já que 25% dos estudantes pretendem cursar essa disciplina.

Para o coordenador do curso, o professor lucas Weihmann, os investimentos na cadeia produtiva do petróleo, onde o pré-sal é um dos grandes impulsionadores, contribui para essa grande procura, já que o se-tor demanda a construção de muitas embarcações de apoio, e itajaí está se tornando um polo de referência para a construção destes modelos.

Mas a relação com o setor de petróleo e gás já existe e tende a crescer no campus Joinville, principalmente com a execução de projetos de pesquisa em conjunto com a Petrobras.

inaugurado no segundo semestre de 2011, o curso de Engenharia de Petróleo da Universidade do Estado de Santa catarina (Udesc) é um dos

poucos específicos para a área de petróleo no estado e a procura deve aumentar nos próximos anos.

com ênfase maior na parte de engenharia de reservatório, o cur-so possui 40 vagas por semestre, o que, segundo o coordenador do curso, o professor Diogo Siebert, é considerado alto em comparação com outras faculdades públicas.

EM FEVEREIRO, a Petrobras iniciou a produção do campo de Baúna, no bloco BMS-40, no pós-sal da porção sul da Bacia de Santos, por meio do FPSO Cidade de Itajaí. Este ativo, que com a incorporação do campo de Piracaba tem volumes recuperáveis totais estimados de 196 milhões de barris de óleo equivalente (boe), está localizada a 200 km da costa do esta-do de São Paulo.

Hoje com uma produção de 45 mil barris por dia de petróleo leve, este ativo paulista é gerido pela Unidade de Operações de Exploração e Produ-ção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 em função do acréscimo do volume de atividades da UO-Bacia de Santos (UO-BS), ao qual estava atrelada até então. Foi a forma que a Petrobras encontrou para distribuir a respon-sabilidade pela gestão das operações de exploração e produção da imensa Bacia de Santos, que se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC). Hoje, além de Baúna, esta UO geren-cia os campos de Cavalo Marinho, Ca-ravela, Estrela do Mar e Tubarão, em fase de avaliação de desenvolvimento

econômico. Em terra, a UO-SUL é responsável pelo desenvolvimento da produção do campo de Barra Bonita, que fica na Bacia do Paraná.

De acordo com a petroleira, o principal investimento da UO-Sul é no projeto de desenvolvimento do campo de Baúna, que abrange a construção de um total de 11 poços (sendo seis

produtores, quatro injetores de água, e um injetor de gás) e sua interligação com o FPSO Cidade de Itajaí.

Até agora, já foram concluídos e interligados quatro poços ao FPSO, com capacidade para processar até 80 mil barris de petróleo leve por dia, e 2 milhões de m³ de gás. A Petrobras é detentora de 100% deste ativo.

UO-Sul é a guardiã da fronteira do pré-sal

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54 TN Petróleo 90

Localizado próximo ao porto de itajaí e na área de abran-gência do pré-sal, a Teporti

possui um condomínio industrial capaz de receber diversas empre-sas das mais variadas atividades, mas o foco da companhia hoje é receber companhias do setor de óleo e gás.

Seu grande diferencial é estar anexado a um complexo industrial privado, com uma área totalmen-te alfandegada, com segurança e vídeos/filmagem 24 horas por dia, facilitando e multiplicando as possibilidades de exportação e importação das empresas.

Atualmente, o consórcio MgT, formado pelas empresas DM construtora e TKK Engenharia, avança com obras de infraestru-tura, onde serão construídos os módulos para os fPSo P-67 a fPSo-71, da Petrobras.

com a atuação do consórcio, a empresa já vem recebendo pedidos de pelo menos seis empresas do setor offshore querendo se instalar no empreendimento da Teporti. “Depois do início das operações do MgT, o interesse em nossa região aumentou bastante”, afirmou Ale-sandro zen, diretor da Teporti.

Para se preparar para rece-ber essas grandes companhias e também pensando nos módu-los para a Petrobras, a Teporti irá realizar até março de 2014 uma expansão do seu cais entre 50 m e 60 m. Porém, além dessa pequena expansão, o cais tem espaço para ser expandido em 300 m além dos 150 atuais,

podendo chegar aos 450 m. A empresa fará obras de amplia-ção da entrada do terminal por-tuário e também da ponte que liga uma área a outra, já que a atual não suporta o tamanho e o peso dos módulos que serão construídos pelo consórcio MgT. A nova ponte vai suportar até duas mil toneladas.

Segundo Alesandro zen, uma das principais vantagens do

empreendimento, além da fácil lo-calização, está também na área já estar toda licenciada por todos os órgãos governamentais. A empresa auxilia ainda as companhias que queiram se instalar ali na obtenção de licenças, agilizando o processo de instalação delas. “Acredito que nos próximos cinco ou dez anos, a nossa região será muito forte no setor offshore”, afirmou zen. “A gente sabe o potencial que há aqui. é um local estratégico e tem tudo para dar certo”, completou. no último ano, o Teporti teve um faturamento de R$ 65 milhões em prestação de serviços a clientes como Petrobras, WEg, ArcelorMi-tal e navship (chouest).

Hoje, o condomínio da Teporti tem 60% de espaço disponível para a chegada de novos empre-endimentos. Em média, a previsão de crescimento ao ano da Teporti, em serviços logísticos, deve ficar em torno de 15%.

Teporti quer ser porto seguro para o setor offshoreCom localização privilegiada e uma área total de 1,5 milhão de m2, o terminal Portuário de Itajaí (Teporti) vem trabalhando para se destacar no cenário logístico offshore nos próximos cinco anos.

capital de energia

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TN Petróleo 90 55

PARA QUE A INDÚSTRIA de Santa Catarina possa aumentar sua partici-pação na cadeia de fornecimento do setor de óleo e gás, o Sistema Fiesc criou o Comitê de Petróleo e Gás, que será presidido pelo gerente de relações institucionais de comércio da Weg, Edgar Cardoso da Silva. Até 2020, o segmento de óleo e gás prevê investir US$ 400 bilhões para atender a crescente demanda do setor em todo o país.

Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, além de alavancar a participação da indústria do estado, o comitê terá a missão de promover a articulação com universidades e centros de pesquisa visando ao desenvolvimento tecnológico dos fornecedores para suprir as neces-sidades do setor. “Como sabemos, o Brasil está numa fase de grande cres-cimento na atividade de óleo e gás com investimentos expressivos. Essa rápida expansão traz muitos desafios envolvendo inúmeras questões tecno-lógicas. A grande questão é que todos os equipamentos utilizados na cadeia têm que ser cada vez mais inteligen-tes e autônomos sem comprometer a segurança operacional e a eficiência do setor”, disse ele, destacando que o Sistema Fiesc, por meio do Senai, vai instalar em Florianópolis um instituto de inovação em sistemas embarcados com o objetivo de promover a pesqui-sa em software e de hardware para atender à indústria.

O superintendente da Organi-zação Nacional do Petróleo (Onip), Luís Fernando Frutuoso, apresentou um estudo que mostra que, no curto prazo, as empresas de base tecnoló-gica e os estaleiros para construção de barcos de apoio e reparo naval são

os negócios dentro da cadeia de óleo e gás mais atrativos para o estado de Santa Catarina.

O trabalho também considera que a instalação de um terminal de rega-seificação de gás natural liquefeito (GNL) é estratégica para o estado devido à repercussão em outros seg-mentos, ao eliminar gargalos referen-tes à matéria-prima de áreas como a petroquímica e de fertilizantes, que podem usar fontes permanentes de suprimento de gás natural. O levanta-

mento ressalta ainda que o terminal de GNL é importante para a segurança no abastecimento regional para ter-melétricas e outros usos industriais.

“Serão necessários 296 barcos (embarcações de apoio) e Santa Catarina está preparada para fazer isso. Muitas empresas estão consoli-dadas. Entendemos que o estado tem vocação para construir novas embar-cações e fazer reparo naval, que é bastante atrativo”, afirmou Frutuoso.

No dia 7 de junho, representantes de dez empresas catarinenses do setor de óleo e gás participaram de rodada de negócios para conhecer as demandas em caldeiraria e usinagem da empresa francesa Schlumberger, que busca fornecedores locais.

O diretor de contratos de FPSOs da Odebrecht no Brasil, Rodrigo Le-mos, disse que 108 pessoas trabalham na unidade Cidade de Itajaí. “O desafio é formar trabalhadores locais. Hoje estamos trazendo de outros estados, o que aumenta os custos de logística. Temos muito interesse em formar mão de obra local”, afirmou.

Fiesc cria Comitê de Petróleo e Gás

santa catarina: polo logístico do óleo e gás

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eventos

por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes do país, Macaé reuniu importantes players do mercado offshore e de óleo e gás na sétima edição da Brasil Offshore 2013, apontado como o terceiro maior evento mundial do setor. Com cerca de 51 mil visitantes e mais de mil marcas expositoras, sendo 105 internacionais, a feira ocupou 37.000 m² do centro de exposição – 2.000 m² a mais que em 2011. A conferência, que reuniu mais de mil congressistas, teve como tema central a questão da integridade, fator crucial em cenários desafiadores como o do pré-sal e outras novas fronteiras, assim como em bacias maduras, que contribuem para a maior parte da produção brasileira offshore de óleo e gás.

Brasil Offshore 2013

INTEGRIDADEé a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Com cerca de 300 milhões de poder de compra re-presentado por empresas nacionais e estrangeiras e quase 200 milhões em

potenciais acordos comerciais costu-rados nas rodadas de negócios, a 7ª edição da Brasil offshore – feira e conferência internacional da indús-tria de Petróleo e gás consagrou-se como a melhor de todos os tempos.

Realizada entre os dias 11 e 14 de junho, evento reuniu mais de 700 expositores – e um total de 1.020

marcas expostas – que apresentaram seu portfólio de produtos e serviços, destacando as principais soluções e tecnologias que estão disponibilizan-do para o mercado offshore.

A conferência reuniu quase 1.100 especialistas do setor, que debateram um dos aspectos mais importantes para a sustentabili-dade das empresas que atuam na exploração e produção offshore: a integridade dos ativos, desde a etapa de prospecção exploratória à produção e escoamento.

com o tema ‘integridade: quando você deve se preocupar?’, a confe-rência internacional foi dividida em três plenárias – ‘interface de poço reservatório’, ‘Escoamento e enge-nharia submarina’ e ‘instalação e produção’ – e oito sessões técnicas, com a participação de 44 palestran-tes, 25% deles internacionais.

o alto número de participantes reflete o interesse do setor e a decisão acertada dos organizadores da feira e do congresso – a Reed Exhibitions Alcantara Machado, o instituto Bra-

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sileiro do Petróleo (iBP) e a Society of Petroleum Engineers (SPE) – de não cobrar inscrição para a conferência.

Durante dois dias do evento, as rodadas de negócios mobilizaram quase cem empresas, das quais 23 âncoras – em mais de 550 reuniões. “é importante ter a participação de todas as partes interessadas nessa indústria, inclusive dos es-

tudantes. com essa integração vamos evoluir e at ingir nos-sos objetivos”, afirmou Joelson Falcão Mendes, gerente geral da Unidade de ope-

rações de Exploração e Produção da Bacia de campos (Uo-Bc) da Petrobras.“Estamos produzindo há 35 anos na Bacia de campos. nes-se período, muitas barreiras foram vencidas”, destacou ele, lembrando que a bacia ainda é o principal polo petrolífero do país, com uma par-ticipação expressiva na produção nacional (atualmente responsável por 81,5% do óleo extraído no país e 36,8% do gás natural, segundo dados da Agência nacional do Pe-tróleo, gás natural e Biocombus-tíveis (AnP).

“Hoje nos deparamos com uma situação interessante: temos mui-tos investimentos a serem feitos em novos campos, assim como em ativos maduros, com unidades de produção com mais de 20 anos, que precisam passar por melhorias para assegurar a produtividade dessa bacia”, observou Mendes, que lembrou ainda que a compa-nhia, graças a uma atuação em parceria com os fornecedores de bens e serviços e a academia (uni-versidades e centros de pesquisa), tem conseguido “fazer uma boa gestão dos reservatórios destes ativos maduros, mantendo-os em operação e com bons índices de produção por muito mais tempo do que o previsto inicialmente”.

“o Brasil representa um desa-fio tecnológico constante. o am-

biente em que t r a b a l h a m o s , principalmente o offshore, é extre-mamente deman-dante de tecno-logia”, destacou o diretor do iBP, Maurício Figuei-

redo, chamando a atenção para a crescente demanda de serviços que será proporcionada pelos leilões

que estão sendo realizados até o final deste ano.

Para o vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Paulo octávio Pereira de Almeida, esta edição foi o start para as dife-

rentes demandas que o setor de pe-tróleo e gás vive no país. “Se no passado a Brasil offshore estava direcionada para a Bacia de cam-pos, na região de

Macaé (RJ), hoje atrai empresários brasileiros e estrangeiros que têm interesses em outras bacias do país”, frisou. Segundo ele, o Brasil tem um grande desafio nas mãos, pois além de possuir áreas com grande poten-cial em bacias maduras, tem ainda que desenvolver as descobertas no pré-sal e viabilizar as novas frontei-ras exploratórias. “nesse contexto, a Brasil offshore teve um papel de-cisivo, tanto pelo conteúdo técnico apresentado em suas conferências, quanto pelo poder de negócios e con-vergência gerado entre visitantes e expositores.

Integridade em focogarantir a integridade dos sis-

temas de produção, desde o projeto até a operação plena das plataformas offshore foi o tópico das sessões ple-nárias que aconteceram nos dias 12, 13 e 14 de junho. o tema ‘integri-dade interface poço e reservatório’ abriu os debates, que começaram no segundo dia da feira.

o especialista em Regulação da AnP, carlos Agenor onofre cabral; o gerente geral de cons-trução de Poços da Petrobras, vir-mondes Alves Pereira; o diretor da Baker Hughes, Saul Plavnik; e o vice-presidente da Schlumberger, Kamel Bennaceur ministraram as palestras desta sessão, coordenada pelo consultor sênior da Petrobras, André leibsohn Martins e pelo ge-rente do Programa de Pesquisa de completação BRgc/Schlumberger, Eduardo Albino.

Área: 37 mil m²

Visitantes: 51 mil

Expositores: 1.000

Empresas estrangeiras: 105

Pavilhões internacionais: 7

Reuniões rodadas: 550

Expectativas de negócios:

R$ 196 milhões

Conferência

1.035 congressistas

44 palestrantes

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integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

“A integridade da interface po-ço-reservatório inicia-se na fase de construção do referido poço, e deve levar em consideração a avaliação de ris-cos e medidas de controle durante todo o seu ciclo de vida (constru-ção, operação e abandono)”, obser-vou Carlos Agenor onofre Cabral, da AnP.

Segundo dados da agência regu-ladora, em 2012 foram realizadas 26 auditorias de verificação de confor-midade na condução das atividades de perfuração e produção de petróleo e gás natural – ante 26 em 2011 e 2010, e duas em 2009.

o especialista a AnP também apresentou a agenda regulatória 2013/2014, que inclui a elaboração de resolução regulamentando a se-gurança operacional em perfurações terrestres; elaboração de resolução regulamentando projetos de poços, a revisão da Portaria AnP n. 25/2002 / Abandono de poços, e a elaboração de resolução que regulamenta a ope-ração de dutos submarinos.

os desafios para alcançar as profundidades do pré-sal com segurança e o panorama atual dos equipamen-tos que atuam no pós-sal foram a p r e s e n t a d o s pelo executivo da Petrobras. virmondes Pereira falou sobre o Programa de Redução de custo de Poços (PRc-Poço), estru-turado pela estatal com três frentes: reduzir custos unitários, otimizar es-copos de projetos e buscar ganhos de produtividade. “os cenários do pós--sal nos mostram áreas congestiona-das com plataformas, equipamentos submarinos, dutos, poços produtores e injetores. As orientações para esses cenários são, evidentemente, cons-truir poços direcionais de feel drilling em regiões de maior saturação de

óleo; ter ativos com integridade mais robusta, além do aproveitar ao máxi-mo as estruturas existentes, compa-tibilizando a vida útil dessas com o que ainda resta de reserva”, explicou. Ele observou que a companhia pros-pecta sempre oportunidades para aplicar tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento junto a presta-dores de serviços.

Pereira também falou sobre o ge-renciamento integrado das operações de poços, que a Petrobras realiza por meio de centros de Suporte à Deci-são, coordenado por técnicos espe-cializados que atuam em tempo real, o que aumenta a segurança gerando ganhos de produtividade. “Uma de nossas principais missões é deixar um legado para as gerações futuras. Estamos falando de transferência de conhecimento. Tenho certeza de que o próprio cSD (centros de suporte à decisão) já ajuda neste sentido”, concluiu.

Saul Plavnik, da Baker Hughes, abordou temas importantes para a integridade de equipamentos, a p r e s e n t a n d o tecnologias de-senvolvidas pela empresa para re-moção de incrus-tação (depósitos que se formam no interior das tubulações, devido à fixação de substâncias em suspen-

são) reentrada, abandono de poços, técnicas de estimulação, reparos, e o gerenciamento de água. Segundo o executivo, todas essas questões se aplicam na Bacia de campos. “A proposta da Baker para o geren-ciamento de água foca na redução dos resíduos. A ideia é se antecipar e inibir as ameaças com produção de água, como incrustação e de-pósito, que restringem a produção de hidrocarbonetos. Uma vez que a água chega à superfície, temos que reciclar para que o cliente possa descartá-la ou até mesmo reutilizá--la, como por exemplo em fratura-mentos”, explicou Plavnik.

Ele citou a tecnologia que a em-presa montou na inglaterra, chamada de Eco-centre. “Basicamente ela recebe e trata o resíduo que vem do Mar do norte, dispondo-o de manei-ra ambientalmente aceitável. Esse é um conceito que temos que pensar”, afirmou.

Quanto aos resíduos que não po-dem ser reutilizados, Plavnik des-tacou formas de fazer um descarte dentro das normas ambientais. “Esse descarte pode ser feito através de técnicas de injeção ou mesmo de evaporação”, garantiu.

Para a reciclagem de água, o exe-cutivo salientou a técnica de coagu-lação. “Este é um processo de deses-tabilização dos contaminantes, que estão dissolvidos no meio aquoso, pela introdução de uma corrente elé-

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trica. Essa corrente gera uma força eletromotiva que vai fazer algumas reações químicas eliminando me-tais pesados, bactérias, e deixando a concentração de hidrocarbonetos em quantidades aceitáveis”, explicou.

Desafios submarinosManter a integridade dos equi-

pamentos submarinos, expandir sua capacidade operacional e manter sua disponibilidade ao longo do processo de produção são os principais desa-fios apontados pelos palestrantes do segundo dia de plenária. Sistemas de controle e monitoramento foram as alternativas apontadas pelos especia-listas, que indicaram a segurança das equipes, operações, instalações, meio

ambiente e a con-tinuidade de uma produção rentável como principais objetivos.

Mauricio An-tônio Costa Di-niz, gerente geral da Unidade de

Serviços Submarinos da Petrobras (US-SUB) ressaltou o grande desafio entre monitoramento e confiabilida-de e comentou sobre o trabalho de gerenciamento integrado de opera-ções que a Petrobras está realizan-do, onde há uma integração entre as

gerências da Unidade de Serviços Submarinos e as demais Unidades de Serviço e Unidades de opera-ção na programação das operações, visando o desempenho da frota. “A busca pela continuidade da produção economicamente viável, uma vez que os custos dos serviços de instalação e manutenção submarina são bem elevados é a grande dificuldade”, informou Diniz.

De acordo com ele, é necessário um melhor planejamento para a área submarina através de novas tecnologias para garantir a integri-dade dos sistemas submarinos cada vez mais complexos e numerosos e o potencial de redução de custos por meio dos veículos subaquáti-

cos autônomos (Autonomous Un-derwater Vehicle / AUv) – sistemas subaquáticos e robóticos de mo-nitoramento que garantem a veri-ficação constan-

te das condições da infraestrutura submarina.

José Mauro Ferreira, diretor da fMc Technologies do Brasil, falou sobre a tecnologia de moni-toramento remoto condition and Performance Monitoring (cPM)

System, que previne falhas e aci-dentes nos sistemas subsea e pre-zam pela integridade submarina. o equipamento foi premiado na edição deste ano da offshore Technology conference (oTc), realizada em Houston. “Essa tecnologia ajuda os operadores a monitorar tudo que está acontecendo nos equipamentos submarinos. Ele possui um software que gera um relatório, podendo as-sim identificar e monitorar as infor-mações necessárias para trabalhar com as falhas e/ou sua prevenção e auxiliar a tomada de decisões mais rapidamente”, explicou.

Ebere chimezie, gerente de En-genharia surf da Shell, comentou sobre os desafios de integridade que a companhia passou em 2005 no gol-fo do México quando sua gigantesca plataforma Mars foi devastada pelo furacão Katrina, paralisando 90% de sua produção de petróleo. E em 2011 nos dutos da plataforma Ursa, que também estava operando no golfo do México. o executivo apontou que nesses casos a Shell utilizou sistemas de reparo em águas pro-fundas (deepwater pipeline system / DPRS) para substituir seus sistemas de abastecimento, alternativa bem--sucedida e que o gerente indica para o gerenciamento de integridade de dutos no Brasil.

Mitigar riscos e gerenciar custos foram os pontos levantados por Julia costa, gerente comercial da gE oil & gas, que também participou da plenária. Segundo ela, a chave para a garantia da integridade está nas no-vas tecnologias, produtos e materiais, processos mais robustos e qualidade nas execuções é possível desenvolver, qualificar, certificar e inspecionar as atividades submarinas. “Metodolo-gias e processos robustos tanto na fase de fabricação quanto na de produção, testes de qualificação e controle das matérias-primas (por auditorias e monitoramentos) dos fornecedores de materiais também são necessárias nesta direção”, complementa costa. A fMc Technologies já produziu mais de 400 árvores de natal e mais de 35 manifols no Brasil.

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Aluízio dos Santos Júnior, pre-feito de Macaé, disse que o parque poderá atender grande

parte das lacunas tecnológicas da Bacia de campos e terá como um dos seus principais objetivos estimular a geração, a difusão e a transferência de conhecimento das instituições de ensino, de pesquisa e de desen-volvimento e inovação para o setor produtivo, assim como capacitar pes-soas e empresas da região por meio de centros de competência e também com o apoio das instituições produ-toras e difusoras de conhecimento já existentes. “Queremos atrair os centros de pesquisas das empresas de petróleo e gás – não somente as que atuam aqui como também outras companhias. A meta é desenvolver novas empresas de base tecnológica. o centro como um todo irá sistema-tizar o processo de transferência tec-nológica e pesquisas voltadas para a demandas do setor de petróleo, gás e energia”, afirmou.

Segundo carlos Eduardo lopes da Silva, professor e analista de projetos do laboratório de Empre-endimentos inovadores (lEi) da Universidade federal fluminen-se (Uff), o projeto trabalha tam-bém com o propósito de melhorar o desenvolvimento da política de ciência e tecnologia de Macaé. “A base principal para esses de-senvolvimentos está pautada na hélice tríplice (calcada na articu-lação entre universidade, gover-no e empresariado), universidade empreendedora (que estimula seus alunos a desenvolver negócios e

tecnologias), e o parque tecnoló-gico”, anunciou.

carlos Eduardo explica que o projeto é coordenado pela prefeitu-ra de Macaé, mas é do município, e que já está conversando com rei-tores das universidades e em breve irá contatar as empresas da região para levantarem as demandas. A localização do parque está sen-do estudada pela prefeitura e será próximo à cidade universitária de Macaé, o Polo industrial de ca-biúnas e o Parque de Tubos.

o projeto do parque contempla: área administrativa, espaço da ci-ência, centro de desenvolvimento tecnológico da prefeitura (cDT), o museu do petróleo e o núcleo de in-cubação. A ideia é que tanto o espaço da ciência quanto o museu do petró-

leo seja financiado por empresas do setor, cujo propósito é a integração social e o estímulo ao empreende-dorismo social. o núcleo de incuba-ção irá desenvolver novas empresas de base tecnológica para a região e contará com núcleos específicos de inovação tecnológica (niT): petróleo, sustentabilidade, biotecnologia e tec-nologia da informação (Ti).

“A instalação do parque irá fa-vorecer a atração de profissionais e empresas do ramo da indústria do conhecimento e de alta tecno-logia e irá contribuir para a pes-quisa, o desenvolvimento e ino-vação no segmento de petróleo, gás e energia, assim como gerar uma diversificação da economia e, consequentemente, contribuir com a sustentabilidade da região

Macaé terá parque científico e tecnológicoDurante a Brasil Offshore 2013 foi anunciado o projeto de um Parque Científico e Tecnológico, cujo principal objetivo é o incentivo a inovação e o desenvolvimento econômico e sustentável da região. O projeto está em fase de planejamento e implantação e ainda não tem previsão para início das operações.

Carlos Eduardo, professor e analista de projetos do Laboratório de Empreendimentos Inovadores (LEI) da Universidade Federal Fluminense (UFF); Aluízio dos Santos, prefeito de Macaé; e Paula Guedes, gerente de Urbanismo e Saneamento da Câmara Permanente de Gestão (CPG) da prefeitura de Macaé

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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para a era pós-petróleo”, apontou o professor.

Mobilidade urbana e logísticana ocasião, Paula guedes, ge-

rente de Urbanismo e Saneamento da câmara Permanente de gestão (cPg) da prefeitura de Macaé, apre-sentou o plano integrado de mobili-dade urbana e logística de Macaé, em parceria com os municípios vizi-nhos e com o poder estadual, para melhorar o acesso aos diferentes bair-ros da cidade. o projeto faz parte do planejamento Masterplan (Polo industrial cabiúnas-Macaé), que tem definido como horizonte o ano de 2020. “o plano é uma requalificação do espaço urbano e ambiental. Além de um desenvolvimento regional in-tegrado, com incremento à logística e a busca de soluções de mobilidade urbana para a região norte-flumi-nense”, indicou guedes. Macaé é o eixo principal desse plano porque o município está com o projeto urbano

do veículo leve sobre Trilhos (vlT) em estágio avançado de implantação.

Segundo o prefeito de Macaé, a primeira etapa do plano será reali-zada no próximo ano com a criação do Arco viário de Santa Tereza, que poderá se tornar um acesso funda-mental ao Parque de Tubos, com a realização de melhorias como o

alargamento e a pavimentação de suas pistas, que hoje são de terra. “A indústria do petróleo será a mais beneficiada, pois as obras facilitarão a mobilidade e a logística do trânsito pesado que atualmente atravessa a região central da cidade, quase totalmente advindos da indústria do petróleo”, enfatizou.

A RODADA DE NEGÓCIOS da Brasil Offshore 2013 bateu recorde em rela-ção à última edição de 2011. Ao todo foram realizados 550 encontros com a participação de 98 fornecedores con-tra 320 encontros da edição anterior da Brasil Offshore. A expectativa de negócios de acordo com a Onip ficou em torno de R$ 196 milhões – R$ 26 milhões a mais que o registrado na edição passada.

O primeiro dia da Rodada de Negócios, promo-vida pela Orga-nização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), em parceria com o Sebrae-RJ, teve 320 encontros realizados entre as empresas âncoras e fornecedores do setor de petróleo e gás. Em apenas um dia, o número de reuniões foi igual ao total registrado em toda a última edição da rodada. “O mais importante na rodada é a oportunida-

de que as pequenas empresas têm de encontrar e apresentar seus produ-tos e serviços para grandes compra-dores”, afirmou o superintendente da Onip, Alfredo Renault.

O resultado agradou às empre-sas presentes, como a Schlum-berger, que conheceu potenciais fornecedores e futuros parceiros. “A rodada tinha muitas empresas com bom potencial para serem nossos fornecedores. Alguns deles ofere-cem serviços que são bem especí-ficos no mercado e que podem re-

presentar bons negócios no futuro”, disse Orleans Lima, especialista em Sourcing da empresa.

A Rodada de Negócios da Onip contou com a participação de 22 empresas âncora: Schlumberger, Aker Solutions, Akzo Nobel, Arpro-tec, Asca, Baker Hughes, Cameron, os estaleiros Eisa, Mauá, Iesa e TCE, Forship, G-Comex, Kongsberg, Mills, Oceaneering Brasil, Techint, Transpetro, UTC e WEG, além as operadoras Petrobras (UO-BC e UO-BS) e Shell.

Rodada de Negócios bate recorde

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De Norte a Sul: um mar De oportuNiDaDeS

29–31 Outubro 2013

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Premiada na offshore Tech-nology conference (oTc) deste ano, em Houston, a nova tecnologia surge

como uma solução economicamen-te produtiva para reduzir o gás de queima (flare).

A primeira plataforma equipa-da com a solução foi entregue em março, e está atualmente em fase de testes. De acordo com Reetta

Kaila, especia-lista da área de Soluções de gás da Wärtsilä, a companhia há mais de dez anos tem um grupo de pesquisa que

trabalha que desenvolvimento de tecnologias energéticas no centro da empresa em Helsinki.

o gasReformer foi o principal produto a sair desses anos de pes-quisa e, segundo Reetta, a tecno-logia desenvolvida pela empresa é única no mundo no setor offshore. o aproveitamento desses gases além de trazer benefícios ao meio ambiente, permite reduzir custos operacionais na exploração offshore de petróleo e gás.

A especialista pontua que a companhia vê o mercado onsho-re, em especial o do gás não con-vencional (shale gas), como uma grande oportunidade de expandir os negócios e ampliar a presen-ça do gasReformer no mercado,

transformando o gás gerado em energia elétrica e colocando essa energia no grid. Mas o foco prin-cipal continua sendo o offshore, já que a empresa está apenas no início do projeto da nova tecnologia. “Esperamos vender a segunda unidade este ano e depois começarmos a crescer gradativamente, de acordo com a aceitação do produto no mercado. vemos muito potencial para essa nossa nova tecnologia no merca-do brasileiro”, concluiu.

Para dar suporte aos contratos no país, a empresa inaugurou, em fevereiro, uma nova oficina de serviços de manutenção de equipamentos em niterói, tam-bém no estado do Rio de Janeiro. A unidade, que contará com labo-ratórios de automação e injeção eletrônica, além de uma área dedicada a propulsores navais, dobrou a capacidade operacional da Wärtsilä no estado. A empresa está construindo ainda uma fá-brica no Superporto do Açu, para atender a demanda crescente do setor offshore.

Rolls-Royce – Em entrevista du-rante a Brasil offshore, William Roberts, vice-presidente global de Treinamento e Desenvolvimento de Serviços de Engenharia da Rolls--Royce, afirmou que a empresa tem o Brasil como um dos principais locais de investimento, o que vem acontecendo nos últimos anos.

com a meta de posicionamento global da companhia, a Rolls--Royce está construindo um centro de treinamento em niterói, para preparar e integrar os funcioná-

rios no uso das mesmas tecnolo-gias usadas em todas as bases da companhia pelo mundo. o investimento no novo centro de treinamento está

dentro do cronograma de investi-mento de 200 milhões de dólares da companhia, que tem, dentro desse plano, a planta de Santa cruz, na zona oeste do Rio de Ja-neiro, que vai fabricar equipamen-tos para a Petrobras e que deve ser inaugurado no segundo semestre desse ano.

“Para nós, é importante que os funcionários saibam utilizar toda a nossa tecnologia, integrada mundialmente, da melhor forma possível e de modo correto”, afir-mou William. “Queremos manter uma presença global nos setores em que atuamos, e, principal-mente, que a tecnologia usada na Austrália e o treinamento sejam os mesmos aplicados aqui no Brasil”, completou.

De acordo com ele, o centro de treinamento é uma oportuni-dade excelente de os funcionários se aprimorarem cada vez mais, entendendo o funcionamento

Empresas destacam TECNOLOGIAS OFFSHORESempre presente nos principais eventos do setor de petróleo e gás, a Wärtsilä apresentou na Brasil Offshore 2013 a sua tecnologia Gas Reformer, que utiliza gases derivados da exploração de petróleo como fonte de energia autossustentável para a operação offshore.

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dos equipamentos e garantindo que os engenheiros mantenham os equipamentos funcionando. “Estamos vivendo um período muito dinâmico na Rolls-Royce e queremos continuar a ven-der equipamentos no país, mas também é nosso objeivo oferecer os melhores serviços”, concluiu William.

tiger Rentank – outra empresa presente na Brasil offshore este ano foi a Tiger Rentank, multi-nacional, de locação de tanques, contêineres, skids, cestas, cutting boxes, caixas metálicas e caçambas para plataformas offshore.

com clientes como Petrobras, clariant, Ecolab, Brasdril, Statoil e Repsol, a Tiger Rentank afirmou que um dos seus principais objeti-vos é se tornar a primeira compa-nhia do país no setor de locação de equipamentos offshore. Para isso conta com diferenciais como equipa-mentos novos e com certifica-ção da Dnv. “A Brasil offshore nos traz muitos contatos, além de ser uma ótima oportunidade para revermos clientes e conseguirmos novos parceiros”, afirmou Cláudia Batalha, coordenadora comercial da Tiger Rentank.

Akzonobel – com quase três mil funcionários no país, e com um mercado local que gera receita de € 1 bilhão, a Akzono-bel, especializada em tintas e revestimentos – além de ser uma das principais fabricantes de es-pecialidades químicas –, reuniu três de suas nove unidades de negócios na Brasil offshore para apresentar suas soluções: a Pow-der coatings (marcas interpon e Resicoat), a Marine & Protective coatings (marca international) e a Surface chemistry (especiali-dades químicas).

A divisão Marine da com-panhia tem foco em tintas anti-corrosivas para proteção, manu-tenção e reparo de embarcações, plataformas e

tudo o que estiver relacionado a aço. “Temos 70% de participação no mercado marítimo e mais de 25% no de plataformas”, afirma o gerente geral da unidade Marine & Protective coatings da Akzonobel, Fernando Macedo. o executivo afirma que o que

está sendo um divisor de águas para o mercado são os produtos ecopremium – mais ecológicos, eles não utilizam, por exemplo, solventes ou corantes.

Em função dessa linha mais ecológica, em 2012, a Akzonobel celebrou a primeira posição no Dow Jones Sustainabilty index (ín-dice Dow Jones de Sustentabilida-de / DJSi). Reconhecida e premia-da por sempre buscar desenvolver soluções que diminuam o impacto ao meio ambiente, a empresa tem a meta de, até 2015, ter 30% de sua receita advindos de produtos ecopremium. “outro importante

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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diferencial é que nossas tintas não contêm metais pesados, como chumbo ou cromo, e quanto a isso nós nos antecipamos à legislação local”, diz.

Macedo pontua que o cresci-mento anual da empresa tem sido de 8% para plataformas, 10% a 11% para o marítimo, e entre 15% e 25% para a divisão química. “Estamos crescendo acima do mercado”, comemora o executivo.

A divisão chemistry, também tem metas ambientais, garante o gerente de vendas e Marketing para Petróleo e Tratamento de Água, André oliveira. “nossa

meta é agres-siva. cerca de 30% de nossos produtos preci-sam ser ecopre-mium”, disse exemplificando o de polímeros, que são cha-

mados de híbridos – com origem mineral e vegetal.

Para a área de perfuração, oliveira explica que a empresa fornece matéria-prima e produto final. “não temos serviços agrega-dos a essa área. nós fornecemos para os prestadores de serviços que

atuam, por exemplo, com fluidos de perfuração, como Baker Hugues, Halliburton, Schlumberger, entre outras”, explica ele.

Até o final de 2013, a empresa anunciará a construção de um laboratório de Pesquisa e Desen-volvimento para Tintas, em São gonçalo(RJ). “As tintas serão volta-das para o mercado de óleo e gás”, garantiu fernando Macedo.

Arycom – Participando pela primeira vez da Brasil offshore, a Arycom, empresa 100% brasileira que atua com serviços e capaci-dade satelital das constelações in-marsat e iridium para transmissão de dados e voz, teve como princi-pal meta divulgar sua marca. com um escritório inaugurado há oito meses no Rio de Janeiro, a compa-nhia fornecedora de serviços para o setor marítimo, aéreo e terrestre pretende expandir negócios com o bom momento do mercado offshore no estado.

“nossas soluções têm cobertura mundial. isso quer dizer que se uma plataforma está em cingapura e vem para o Brasil, o serviço é o mesmo, com a mesma qualidade”, diz o gerente regional da empresa, Iñigo Lopez. “A transmissão via

satélite faz com que a comunica-ção funcione normalmente mesmo

há quilômetros de distância da costa”, explica.

Já atuando junto a grandes players – como Petrobras, Queiroz gal-vão, Modec,

Schlumberger, Brasdril e norsul – a empresa fornece pacotes que atendem às necessidades, sobre-tudo, de embarcações que dão suporte às plataformas de extra-ção de petróleo. Mas de acordo com lopez, os serviços vão além da telefonia e internet, incluindo também telemetria e rastreamento. “Trabalhamos com comunicações automáticas, como por exemplo, a medição dos níveis dos tanques, alarmes, monitoramentos... ou mesmo com posicionamento dinâ-mico de embarcações que neces-sitem de troca de dados em tempo real”, esclareceu.

A Arycom também dá supor-te às companhias, monitorando os custos dos serviços prestados. “Um funcionário pode esquecer uma conexão aberta, e isso eleva muito os custos. Então, fazemos o

eventos - Brasil Offshore 2013

DURANTE a sessão sobre revitalização de Campos Ma-duros, Osman Tosun, gerente de Desenvolvimento do Campo de Bijupirá e Sale-ma, localizado na Bacia de Campos, falou sobre o trabalho desenvolvido pela companhia, em parceria com a Petrobras - que possui 20% de participação na área.

Com início de produção em 2003, e o primeiro a ser operado por uma empresa estrangeira, o campo de Bijupirá e Salema começou com uma

produção de 100 mil barris por dia, mas no decorrer dos anos houve um declínio, até a manutenção com as ações feitas pela Shell e a Petrobras. Hoje, a produção atual está em 15 mil barris por dia, feita através de nove poços produtores, sendo sete em Bijupirá e dois em Salema. A pro-dução vai para o FPSO Fluminense, que também armazena e transfere o óleo e o gás.

Em 2012, deu início ao projeto de redesenvolvimento da produção, onde a Shell perfurou mais quatro poços e começou a produzir. Hoje, o fator de recuperação do campo está em 40%. Segundo a expectativa da empresa é estender a vida do campo até 2021

utilizando as mais novas tecnologias de caracterização, como a sísmica 4D.

Já Eduardo Abdounur, gerente de Desenvolvimento de Projetos de Exploração e Produção da Petro-bras, afirmou que a Bacia de Cam-pos mesmo sendo madura ainda tem um grande potencial produtivo e de valor agregador, com tendên-cia de crescimento.

“A Bacia de Campos tem muita capacidade ociosa, o que abre uma brecha para projetos de revitali-zação”, afirmou. Segundo ele, o uso de tecnologia e soluções de engenharia é importante na análise de projetos de revitalização de campos maduros.

Revitalização de Campos Maduros

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monitoramento preventivo junto aos clientes. Esse é um de nossos diferenciais”, conclui o gerente.

CP+ – investindo na participação de grandes eventos do setor, a cP+ (antiga cepemar) viu na Brasil offshore a oportunidade de se apre-sentar ao mercado de óleo e gás após o leilão da AnP. Experiente, a empresa atuou no licenciamento ambiental dos campos Espadarte, Roncador, Jubarte, BM-s-5, BM-S-27, e, recentemente, para o gasoduto norte-capixaba.

“Temos expertise no monitora-mento e licenciamento ambiental e oceanográfico. Entendemos as complexidades de algumas regi-ões leiloadas na última Rodada da AnP”, afirma o diretor comer-cial de operações Marine Survey, Érik Fabian Cunha. Ele explica que entre os fa-tores complexos estão condições climáticas, hidrodinâmicas, distância da costa, sensibili-dade ambiental, entre outras.

A companhia venceu um pro-jeto, junto à AnP, de ‘piston core’ (amostras de sedimento coleta-das para análises geoquímicas visando a identificação de hidro-carbonetos), e há dois meses está realizando trabalhos na Margem Equatorial. “Estamos analisando as linhas sísmicas, imagens de satélites para realizar modelagem matemática e mapear os pontos de coleta. Realizadas estas etapas, iremos com a embarcação para o mar”, explicou cunha.

A empresa possui duas embar-cações de monitoramento ambien-tal, oceanografia e geofísica: o oce-an Stalwart e o Seward Johson. o primeiro destina-se a levantamen-tos geofísicos, ambientais, coletas de sedimentos e quaisquer outros levantamentos meteoceanográficos em áreas costeiras e oceânicas. Já o segundo, oferece soluções

em monitoramento, pesquisa e survey na área offshore.

Para o leilão do pré-sal, a cP+ vem buscando aperfeiçoar sua mão de obra. “Sabemos que a região irá demandar novas tecnologias e capacidade técnica do nosso pessoal. com isso elaboramos um Programa de formação de Marine Surveys (formação de mão de obra para levantamento de dados), que acabamos de montar e devemos iniciar já nesse segundo semestre”, diz cunha. Ele explica que isso é inédito no Brasil, e que a princípio será direcionado para os funcioná-rios da empresa.

com o retorno dos leilões, a empresa prevê a diversificação de clientes com a entrada de novas empresas no cenário da explora-ção de hidrocarbonetos, e espera crescimento de 100%. “Sem essas empresas não se consegue volu-me de trabalho para investir, por exemplo, em um navio que custa US$ 30 milhões”, afirma.

Além do setor de óleo e gás, a empresa atua prestando serviços para mineração e energia.

Agrekko – Participante ativa de várias edições da Brasil offshore, a Aggreko, líder mundial no for-

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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eventos - Brasil Offshore 2013

necimento temporário de ener-gia, resfriamento de processos e climatização, além de expor seus produtos voltados para o setor, também foi, pela quarta vez con-secutiva, fornecedora oficial de energia do evento. foram disponi-bilizados 22 geradores, totalizan-do 14.300 kvA de energia contí-

nua em tempo integral, além de 21 km de ca-bos, painéis de proteção e equi-pe para operar a infraestrutura. “Estamos com um foco muito

grande em eventos. Além dos es-pecíficos para esse setor, atuamos na copa do Mundo, olimpíadas,

e também no Rock in Rio”, afirma o gerente geral da Aggreko no Brasil, Pablo varela.

A empresa fornece solu-ções temporárias, que incluem a locação de grupos geradores para o fornecimento de energia confiável para o deckmating de plataformas, a geração a bordo das unidades de produção, arma-zenamento e transbordo (fPSo) e durante interrupções progra-madas ou emergenciais, bem como o fornecimento de bancos de carga para testes em sistemas de geração, tais como turbinas, geradores, entre outros.

“Estamos trabalhando na cons-trução de plataformas do pré-sal. Atualmente atuamos no Sul, com a P-55, além dos fPSos que estão

sendo ou serão construídos. no processo de construção, eles mon-tam grandes turbinas de geração, e nós testamos a capacidade desses equipamentos com nossos bancos de carga”, diz varela, explicando que a Petrobras exige que os testes sejam feitos.

A Aggreko também disponi-biliza equipamentos e serviços de climatização, que podem ser aplicados na área de hotelaria de plataformas ou de produção em refinarias, por exemplo, além do fornecimento de contêineres módulos habitáveis de 20 pés que podem ser utilizados como escritórios móveis, almoxarifados, sanitários, entre outras aplicações. “Também temos contratos onshore, e incluímos em nosso portfólio o

A AMERICANA especializada em servi-ços de monitoramento ambiental, come-morou nesta edição da Brasil Offshore a marca de 100 mil km de dados geofísicos coletados para a Petrobras em águas profundas brasileiras com o submarino AUV (Autonomous Underwater Vehi-cle - veículo autônomo submersível), não tripulado, desenvolvido para dar suporte à exploração de óleo e gás em águas profundas.

Segundo Daniel Monroy, diretor geral da C&C Technologies, esse número cor-responde a um terço de todos os dados que a empresa já levantou mundialmente. “Os resultados obtidos foram aprovados pela Petrobras e desde 2005 mantemos um de nossos veículos, o AUV (5ª gera-ção), atuando exclusivamente para a es-tatal na coleta e processamento de dados em alta profundidade”, afirma Monroy.

A companhia foi percursora na uti-lização do AUV e atualmente lidera as operações de levantamento de dados com seus quatro AUV´s, e um destes, o AUV C-Surveyor II opera para a C&C Technologies do Brasil. Os dados obtidos pelo AUV são processados a bordo para

que o cliente possa recebê-los o mais rápido possível.

A experiência da empresa em le-vantamento de dados com AUVs tota-liza cerca de 300.000 km para mais de 60 clientes, dentre os quais o Brasil e a Petrobras destacam-se como importantes parceiros tecnológicos. Os serviços de alta precisão do fundo marinho prestados pela americana fornecem subsídios para as atividades de engenharia offshore.

Na Brasil Offshore, a empresa apre-sentou também o Mini CPTu (MCPTu), uma metodologia que permite determi-nar as condições do solo marinho sem a

necessidade de extração de amostras de solo. Os dados registrados são úteis para avaliação da construção de oleodutos e rotas de cabo. O equipamento permite realizar testes em profundidades de água até 3.000 metros.

No Brasil, a companhia realiza ainda serviços na área de oceanografia atra-vés de operações de linhas de fundeio instrumentadas e de monitoramento ambiental em áreas de exploração e produção de óleo e gás. Oferece tam-bém o C-Nav, sistema GPS diferencial corrigido globalmente que garante um posicionamento com acurácia em torno de 10 cm (equipamento geofísico que permite detalhar as características do fundo marinho).

A C&C Technologies é uma empresa familiar com atuação global, que em-prega cerca de 600 colaboradores. Ela conta com 11 escritórios em sete países, sendo três deles no México. No Brasil desde 2004, a empresa possui um es-critório na Barra da Tijuca e em Macaé e um galpão na Taquara, no Rio de Janeiro. O Brasil é o único país da América do Sul que a empresa está presente.

C&C Technologies comemora 100 mil km de dados coletados para a Petrobras

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atendimento a todas as refinarias da Petrobras. Para elas fornecemos tanto geradores, quanto equipa-mentos de resfriamento de proces-sos”, disse varela, e afirmou que a previsão de crescimento anual da empresa é de 15%, “dependendo do nível de construção de platafor-mas para o pré-sal”.

Expro – Especializada em me-dição, melhoramento, controle e processamento de poços de óleo e gás, onshore e offshore, a Expro acaba de fechar dois novos proje-tos com empresas de exploração e produção junto à brasileira Petra Energia e à francesa Total. com o aquecimento do setor de petróleo e gás, a Expro quer crescer 15% no Brasil em 2013. Reconhecida pela excelência em tecnologia, a empresa fez sua primeira partici-pação na Brasil offshore 2013.

A Expro iniciou a operação de uma série de testes para verificar o fluxo de poços localizados na Bacia de São francisco, em Minas gerais – onde a Petra Energia possui 24 blocos exploratórios. o contrato estabelecido entre as empresas é no valor de R$ 4 milhões e prevê que os testes que indicarão a poten-cialidade dos reservatórios sejam desenvolvidos no prazo de um ano.

com sede no Reino Unido, a Expro foi escolhida também pela Total para fornecer equipamentos de subsea para o campo de Xere-lete, na Bacia de campos. A Total deve perfurar novos poços ainda este ano e a atuação da empresa deverá acontecer em janeiro de 2014. “Estamos investindo para tornar a Expro líder em geren-ciamento de fluxo de poços de

petróleo e gás no Brasil. inaugu-ramos uma nova base operacio-nal em Macaé para atender ao crescimento da demanda da empresa e rees-

truturamos as denominações do portfólio de serviços, entre outras ações que estamos implementan-do”, explica o diretor para América latina, Jean Moritz.

na Brasil offshore, a Expro apresentou o Bigcat HPHT, um packer com tecnologia recém--lançada. A ferramenta atua em condições extremas de pressão e temperatura para avaliar reser-vatórios de óleo e gás, onshore e offshore. “o novo packer da Expro terá uma função importante nos poços do pré-sal da Bacia de campos – muito profundos, onde pressão e temperatura são bas-tante elevadas. o equipamento aumenta o limite operacional dos testes, suprindo as atuais deman-das de exploração e produção de petróleo e gás”, explica o gerente

de Desenvolvimento de negócios, gustavo Soares.

com atuação em mais de 50 países, a Expro comemora 40 anos de fundação em 2013. na América latina, a sede regional fica no Rio de Janeiro. no Brasil, a empre-sa possui bases operacionais em Macaé (RJ), Mossoró (Rn) e São Mateus (ES), além de escritórios em Salvador (BA), natal (Rn) e Manaus (AM). Entre seus princi-pais clientes estão Petrobras, BP e Queiroz galvão Exploração e Produção.

EagleBurgman – A subsidiária brasileira da EagleBurgmann apresentou nesta edição da Brasil offshore as soluções de vedação que desenvolve, produz e fornece para a indústria de petróleo e gás. Entre os itens do seu portfólio em exposição para atender os maiores desafios da indústria, estão selos mecânicos conforme norma APi 682, selos para altas pressões, selos a gás para compressores, aplicações para injeção de co

² na fase supercrítica e juntas de expansão construídas com os ma-

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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teriais de alta tecnologia e extrema durabilidade.

“Desenvolvemos vedações seguras e de alta performance para todo tipo de aplicação, mesmo ope-rando nas condições mais adver-sas, como ocorre frequentemente no setor de produção de petróleo e gás”, conta o diretor-geral da empresa na América do Sul, Benito De Domenico Jr.

A EagleBurgmann cita como um dos principais desafios do setor de petróleo e gás o forne-cimento de selagem para uma grande variedade de meios e fluidos, mesmo nas mais seve-ras condições operacionais. “A nossa empresa faz parte de um grande conglomerado industrial com unidades em todo o mundo, o grupo freudenberg, um dos líderes globais na implementa-ção de soluções de vedação para aplicações severas e de alta tec-nologia”, reforçou Domenico.

Fundição Moreno – Participando pela primeira vez como expositora

na Brasil offshore, a fundição Moreno aposta no mercado em expansão. com fábrica localizada em Sertãozinho, e know how de mais de 60 anos, a companhia possui certificações lloyds, ABS e Dnv em fase conclusiva, e atende os segmentos: naval, offshore, Mineração e Britagem, Açúcar e

Etanol, geração de energia, Side-rurgia, cimento, Papel e celulose, Moldes e ferramentais e de Bom-bas, válvulas e turbinas. A empre-sa, que funde peças tanto em aços como em ferros, tem capacidade produtiva de até 30 toneladas - de peça acabada.

Segundo o diretor presidente da companhia, José Roberto Mo-

reno, os mo-mentos críticos da economia fizeram com que os segmen-tos atendidos fossem diversi-ficados. “ofere-cemos soluções

completas. Também mantemos constante atenção com a segu-rança dos funcionários, e assim zelamos pela qualidade de nossos produtos buscando atender nossos clientes da melhor forma possí-vel”, afirma.

Entre os produtos apresenta-dos em seu estande, destacam-se: coroas do Barbotin, flap e olhal.

COM UM PÚBLICO DE 500 pessoas, o Arraiá Naval Offshore, evento paralelo a Brasil Offshore, reuniu empresários, prestadores de serviços e parceiros do setor de óleo e gás em sua 5ª edição, realizada no penúltimo dia da feira, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Macaé.

Patrocinado pelas empresas MRM Freight, Cockett Marine, Vitol, Schulz Tubos e Conexões, Estaleiro Mauá, Offshore Reparos Navais, Kleven ORN, Estaleiro Chamon, Special Steels do Brasil, Inovar Locação de Equi-pamentos, Veronezi Guindastes, e contando com o apoio da TN Petróleo, a festa tem o objetivo de promover a confraternização entre fornecedores, investidores e parceiros ligados ao setor de petróleo e gás.

“A cada edição cresce mais o número de executivos que

participam do evento, estamos reformulando e modernizando o projeto da próxima edição, que acontecerá em 2015”, afirma Mi-lena Barcelos, da MBS Produções,

responsável pela organização da festa. “O resultado deste evento é sempre positivo, fortalecendo o networking entre os steakholders do setor”, finalizou.

Arraiá Naval Offshore 2013

eventos - Brasil Offshore 2013

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“Estamos otimistas quanto a uma reação do mercado”, diz Moreno. “o evento é um ótimo ambiente para expormos a marca, além de possibilitar novos contatos comer-ciais que em breve resultarão em negócios. conseguimos agendar muitas visitas”, concluiu.

Mareste – Participando pela primeira vez da Brasil offshore, a Mareste, empresa fornecedora de soluções de telecomunicação via satélite, apresentou no seu estande sistemas com antenas estabilizadas para recepção de Tv (TvRo) e sistemas vSat.

De acordo com Márcio Esteves, diretor da Mareste, a empresa fornece soluções turn--key, desde o projeto, além de fazer a ins-talação e ma-nutenção dos equipamentos a bordo de fPSo, navios de apoio (PSv e MPSv) e navios especiais (Sísmica, AHSTs), navios-tan-que (fronape-Transpetro).

Para Márcio, a edição deste ano da Brasil offshore foi bom para conversar com os clientes e adiantar futuros negócios.

“Queremos consolidar o nome da Mareste como um dos princi-pais fornecedores de soluções de telecom e Tv via satélite para o mercado offshore”, afirmou.

national Instruments (nI) – Pio-neira em instrumentação virtual e projeto gráfico de sistemas, a ni apresentou na feira a plataforma para monitoramento e controle

embarcado compactRio, com des-taque para o sistema de múltiplos núcleos, que alinha a confiabili-dade e robustez dos controladores lógicos programáveis (clPs), e a capacidade computacional dos Pcs.

Para o setor de óleo e gás, a empresa oferece também os contro-ladores programáveis para automa-ção (PAcs), que podem construir sistemas avançados, tais como controle avançado, comunicação, registro de dados e processamento de sinais em uma plataforma de hardware robusta capaz de execu-tar operações lógicas, controle de movimento, controle de processos, aquisição e inspeção de imagens.

os PAcs da ni têm sido apli-cados com sucesso ao redor do mundo, operando sob condições severas, incluindo temperaturas extremas, choques e vibrações violentas.

Recentemente, a companhia anunciou dois novos produtos para engenheiros que fazem o moni-toramento de máquinas, equipa-mentos pesados e envelhecimento de infraestrutura. os engenheiros podem integrar o nó de deformação da rede sem fio (WSn) e o módulo da série c com o ni compact Rio para fazer a manutenção preditiva,

prevendo falhas, analisando fadiga, reduzindo custos operacionais e maximizando o tempo de operação.

com operações diretas em mais de 40 países, a empresa tem como principais clientes no setor de óleo e gás a Petrobras, Halliburton, Schlumberger, Shell, Key Energy Services, Alcatel-lucent, Pemex, nexans e UT Technology.

totvS – A empresa que trabalha com softwares de gestão empresa-rial, também participou pela primei-ra vez da Brasil offshore. A compa-nhia levou à feira seu portfólio de soluções tecnológicas e um time de profissionais especializados em con-sultoria no setor de petróleo e gás.

A equipe da ToTvS consulting Energia apresentou aos visitantes a experiência da empresa no seg-mento e detalhou como funciona a ferramenta de gestão de conteúdo local desenvolvida e comercializada pela compa-nhia. “A solução automatiza a prestação de informações à Agência nacio-nal do Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (AnP) sobre o porcentual de mate-riais e serviços de origem brasi-leira usados em um projeto, uma exigência legal”, explica o diretor da ToTvS consulting Energia, Marcelo Herskovits.

Além disso, foram demonstra-das no estande da companhia as ferramentas de ERP da ToTvS e o fluig, nova versão da plataforma de gestão unificada de processos, do-cumentos e identidade da empresa, lançada em junho.

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Esse ano, a Ubifrance, agência francesa para o Desenvolvimento de negócios internacionais,

vinculada à embaixada da frança no Brasil, trouxe 24 empresas das mais diversas especialidades do setor offshore, com foco em apre-sentar seus produtos e serviços para o mercado nacional.

Em março, o Polo de com-petitividade francês do Setor de Óleo e gás (Pôle Mer Paca) e a onip assinaram um acordo para a promoção de parcerias entre pequenas e médias empresas dos dois países, promovendo o forta-lecimento dessas companhias nos campos da inovação e o desenvol-vimento de tecnologias em áreas como pesquisa de redução de riscos da exploração de petróleo no Brasil, utilização de trabalhos de sísmica 4D, otimização de custos de produção, transferência de tec-nologia para exploração em águas ultraprofundas.

Representando as empresas norte-americanas, a câmara de comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) comemo-rou seu 10º ano de participação na Brasil offshore. no evento, a entidade promoveu encontros para as empresas expositoras no seu estande (com 120m² de espaço compartilhado por empresas pres-tadoras de serviço e produtos para a cadeia de óleo e gás no Brasil).

Ali estavam presentes empresas como Swift, oceanPact, Deep Sea e MXM Sistemas. Durante os quatro dias de feira, o estande re-cebeu cerca de 500 pessoas, sendo muitos empresários interessados

em se associar à entidade e ficar mais perto do mercado brasileiro e americano de óleo e gás.

Já o Reino Unido estava repre-sentado por 20 empresas no pa-vilhão britânico, organizado pela

Pavilhões estrangeiros refletem expectativa de

bons negóciosA edição desse ano da Brasil Offshore contou com pavilhões de sete países, entre já tradicionais – Estados Unidos, França e Alemanha –, e outros que começam a aparecer no mercado de óleo e gás, como a China. Ao todo, estiveram representados na feira 31 países. Os pavilhões estrangeiros ocuparam um total de 1.553 m2. De acordo com a organização do evento, nos pavilhões estavam cerca de 105 empresas.

eventos - Brasil Offshore 2013

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PROMOVENDO INTERAçÃO entre o mercado norte-americano e o brasileiro, a missão vinda da Luisiana, estado localizado na região Sul dos

Estados Unidos, participou pela segunda vez da Brasil Offshore. Com oito empre-sas, a missão, or-ganizada a partir de uma parceria entre o Conselho

de Exportação de Luisiana e o Loui-siana Economic Development, trouxe prestadores de serviços que forne-cem desde equipamentos, serviços de engenharia, tratamento de água, até hotelaria offshore.

“Essa é minha primeira vez no Brasil, mas já tivemos outra missão em 2007, e o sucesso dos negó-cios aqui fechados nos trouxeram de volta. Consideramos importante essa troca muito bem-sucedida”, diz o especialista em Comércio Internacional do US Export Assis-tance Center, Jim Lindley. “É bom

também para os empresários identificarem parceiros e se familiarizarem com o mercado local”, disse, observando que a feira virou

referência no mundo.

“Ser convidado pelo departamento de exportação dos Estados Unidos para participar dessa feira é muito importante para nós”, disse o con-sultor da Petrotech, Ernesto Garcia. “Participamos pela primeira vez desse evento, e trouxemos nossa expertise para controle de turbomáquinas, que incluem turbogeração e compressão”, finalizou.

Missão da Louisiana volta a Macaé

Eic (Energy industries council), a principal associação comercial para empresas nacionais que for-necem bens de capital e serviços para a indústria de energia do mundo todo.

Entre as participantes do pavilhão britânico, que ocupou um espaço de 302 m², estavam representantes de peso como Rolls--Royce, DPS global (que no Brasil é representada pela Tridimensional Engenharia), e a Teledyne, que fabrica instrumentos para indústria de construção offshore e inspeção. “Tivemos um feedback muito positivo das em-presas britânicas que participa-ram da Brasil offshore. Elas viram o evento como uma ótima

oportunidade para se aproximar ou reforçar suas ligações com o mercado brasileiro”, disse Clarisse Rocha, gerente regional para Amé-rica do Sul do Eic.

As empresas britânicas também aprovaram o evento. “Esta foi a

nossa primeira visita ao Brasil e vemos este mercado como uma grande oportunidade não só para a nossa empresa, mas também para outras companhias”, completou Steve Shanley, gerente de vendas da RBv Energia.

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Com o objetivo de desen-volver a interação entre essas empresas, o even-to paralelo aconteceu

no primeiro dia da feira e reuniu seis companhias representativas dessa indústria – Subsea 7, Shell, Aker Solutions, orteng, Repsol Sinopec e oceaneering, além da Age-Rio (Agência Estadual de fomento) – que presenciaram apresentações de oito empresas brasileiras de base tecnológica – formatus, i-dutto, Transele-tron, virtualy, Ativa Tecnologia, Subsin, Tungstek do Brasil e Ambidados.

“As apresentações tiveram altíssimo conteúdo tecnológico.

os possíveis fornecedores mostraram pro-dutos já desen-volvidos e que atuam em pro-jetos do setor de óleo e gás,

outros que ainda estão em fase de desenvolvimento, além dos que possivelmente serão absor-vidos em projetos futuros”, disse o superintendente de Tecnologia da onip, Carlos Camerini. Ele explicou que as tecnologias são consideradas pontuais por atua-rem em condições extremas e de difícil acesso: a cerca de 3.000 m de profundidade.

Há 13 anos no mercado de monitoração, controle e auto-

mação de poços de petróleo, a Transeletron participou da Roda-da Tecnológica apresentando as tecnologias ezSplitter e ezSen-sing. “o primeiro é um separador de cabo de sensor permanente de fundo de poço que aumenta a produtividade e a segurança da operação durante a instalação de poços. Já o segundo é um sensor de pressão e temperatura de cabeça de poço, onde foram incluídas diversas melhorias para diminuir custos de interven-ção no poço”, explica o gerente de desenvolvimento de negócios e gestor do comitê de inovação Tecnológica da Transeletron, Rhuan Barreto.

“Também levamos uma tecno-logia que realiza a aquisição de dados de pressão e temperatura dos poços de petróleo de forma inteligente”, acrescentou Barre-to. Para o executivo, a rodada foi altamente produtiva, e já existe a negociação de compra desses produtos. “Essa rodada mostra aos grandes players presentes no evento que existem empresas altamente inovadoras que estão desenvolvendo soluções impor-tantes para o crescimento desse mercado.”

outra participante da roda-da foi a virtualy, que levou sua competência em simuladores de guindastes, tratores e caminhões, utilizados para treinamento de operadores. “As ferramentas não

são voltadas somente para a indústria offshore, mas também para naval e portuária”, disse o diretor da companhia, gerson cunha. “nossos simuladores uti-lizam tecnologia 100% nacional em software e hardware, incluin-do o projeto de software, sistema de projeção e eletrônica. Além do conteúdo nacional, isso permite que o atendimento ao cliente em casos de manutenção seja feito em até 72 horas diferente dos equipamentos importados”, acrescentou.

indo ao encontro do futu-ro da produção offshore, que tende a transferir seus siste-mas flutuantes para o fundo do mar (como plataformas, fPSo, fPo), os fornecedores brasi-leiros expressam a capacidade que o mercado nacional tem para atender suas demandas. Dentre as tecnologias desta-cadas na rodada tecnológica também estiveram: simuladores para Rov, boias inteligentes e ferramentas de serviços de reparos subsea. As empresas participantes já fornecem, prin-cipalmente, para a Petrobras, esclarece camerini. “Eu diria que esta rodada tecnológica foi um protótipo do que iremos fazer em outros congressos. o modelo de apresentação deve passar por ajustes, mas todas as empresas fizeram apresenta-ções sofisticadas”, garantiu.

Evento inova com rodada tecnológicaReunindo grandes players e pequenos fornecedores de tecnologia para o setor subsea, a Onip realizou pela primeira vez uma Rodada Tecnológica dentro de um evento do setor de óleo e gás.

eventos - Brasil Offshore 2013

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A AgêNciA BrAsileirA de Promoção de exportações e investimentos (Apex Brasil) e a Associação para Promoção da excelência do software Brasileiro (softex) – através de sua vertical para o mercado de óleo e gás – organizaram um encontro durante a Brasil Offshore para discutir os cami-nhos do conteúdo local no país. O evento abordou as demandas do setor para Tecnologia da informação (Ti), pro-movendo networking entre representantes de empresas nacionais e internacionais.

Na ocasião, o coordenador de con-teúdo local da ge Oil & gas, Marcelo Villela, fez uma apresentação sobre as exigências atuais do mercado brasileiro. em sua explanação, ele lembrou que o não cumprimento das metas de conte-údo nacional podem acarretar sanções empresarias. “O desafio é trazer enten-dimento para as operadoras de que os compromissos são distintos para cada player do processo”, afirmou ele. “A con-

cessionária é responsável pelos compro-missos assumidos junto à ANP referente ao conteúdo local, enquanto os fornece-dores ficam responsáveis somente pelos compromissos nos seus contratos com as operadoras”, exemplificou.

Além de comitivas empresariais, governamentais e institucionais bra-sileiras, estiveram presentes repre-sentantes do governo dos estados Unidos, empresas e integrantes da câmara norte-americana de comércio, e representantes da câmara Brasil-china.

O consultor da softex, que coor-dena a vertical de óleo e gás, Gustavo Miguelez, observou que o evento foi uma ótima opor-tunidade para ex-pandir a orientação sobre o tema para empresas estran-geiras. segundo ele, o programa Bra-

sil iT+ marca que representa mais de 400 empresas de Ti, e que atualmente possui mais de duas mil conveniadas, contribui para a consolidação dessa indústria no mercado global.

Na ocasião, oito empresas que atu-am com a softex no Brasil realizaram apresentações sobre soluções para este mercado. entre elas, a constant, com seu sistema Drake para logística de pessoas; a gapso, especializada em tecnologia para logística de serviços offshore; a Dinamus, com consultoria especializada nas áreas de inovação e inteligência de negócios com foco em energia; a F2W, que criou um programa para gestão de cotação integrada ao sistema Petrobras; e a Aquamet, com seu sistema de controles por georre-ferenciamento para óleo e gás.

“conseguimos criar um resulta-do positivo, gerando um ambiente de oportunidades e possibilitando alianças estratégicas”, concluiu Miguelez.

Conteúdo Local e TI em debate

integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás

A WalPrint tem orgulhode ser parceira da TN Petróleo

há 15 anos!

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O principal objetivo do navalshore, que terá o triplo de expositores, oriundos de 40 países, é promover o desenvol-

vimento e crescimento da indústria naval no Brasil. Por isso, a con-ferência terá quatro painéis que abordarão temas como as parcerias estratégicas na indústria naval civil e militar e o desafio de estabelecer indicadores de produtividade para acompanhamento do desenvolvi-mento dos estaleiros brasileiros.

o duplo evento, que será rea-lizado nos dias 13 a 15 de agosto, no Rio de Janeiro, terá ainda dois workshops técnicos, um sobre galvanização (processo de revesti-mento de metal contra a corrosão), outro sobre as soluções, construção e desafios da soldagem.

Em uma área de 11.000 m², a exposição da navalshore reunirá as últimas novidades em produtos e serviços para construção e reparo naval, equipamentos e suprimen-tos para estaleiros, além de solu-ções para o setor de petróleo e gás.

Dos 350 expositores, 60 estão expondo pela primeira vez, como as empresas WMB, representan-

te dos EUA de mais de dez mar-cas alemãs fabricantes de peças originais para motores, Demag cranes, fornecedor de pontes rolantes, guindastes, aciona-mentos e tecnologia de manipu-

lação para qualquer aplicação e Sherwin Willians, especializada em tintas e anticorrosivos para embarcações e contêineres, den-tre outros.

“A feira se consolida cada vez mais como um espaço para com-partilhar experiências, conhecer tendências de mercado e gerar novos negócios e parcerias. Para esta edição da navalshore Ma-rintec South America, o número de expositores internacionais de países como Argentina, Japão, china, Espanha, Suécia, coreia do Sul, EUA, itália, noruega, canadá e Holanda aumentou ajudando a fomentar o networking e negócios com profissionais vindos de mais de 40 países”, destaca o gerente do evento, Renan Joel.

Segundo o executivo, a naval-shore acompanhou todo o processo de retomada do setor no país e reflete seus resultados e avanços. De acordo com Joel, a expectativa de visitação para a navalshore 2013 é de cerca de 17 mil pessoas, mil a mais que no ano anterior, e na conferência espera-se cerca de 80 participantes. o evento contará com a participação de seis pavi-

eventos

Com mais de 350 marcas expositoras, sendo 46 empresas internacionais de 16 países, seis pavilhões internacionais e 60 novos expositores, a 10ª edição da Navalshore – Marintec South America, organizada pela UBM Brazil, quer aprofundar as discussões sobre a indústria naval e offshore brasileira, forne-cendo um panorama da atual cadeia produtiva, os principais gargalos e os mais modernos produtos e serviços dessa indústria.

por Maria Fernanda Romero

Prévia Navalshore 2013

17.000 visitantes (previsão)

350 expositores

Área: 11.000 m2

Pavilhões internacionais (Argentina, Japão, China,

Espanha, Suécia, Coreia do Sul, EUA, Itália, Noruega,

Canadá e Holanda)

Navalshore 2013

Navalshorecomemora dez anos

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lhões internacionais: china, Di-namarca, Argentina, Reino Unido, noruega e Japão.

Paralelo à navalshore, será promovida a segunda edição da conferência internacional Work-boat South America. Especialistas brasileiros e estrangeiros participa-rão de uma série de palestras que abordarão o cenário atual e ações necessárias para o desenvolvimen-to da atividade de apoio no país.

no ano passado, a 9ª edição da navalshore reuniu 16.192 mil pes-soas. o evento contou com mais de 40 empresas de navegação e 86% de participação dos estaleiros do Brasil. A feira teve cinco pavilhões interna-cionais e 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras, além de profissionais vindos de mais de 40 países.

A feira tem o apoio da Abe-am (Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo), Abenav (Associação Brasileira das

Empresas de construção naval e offshore), Abraco (Associação Brasileira de corrosão), Syndarma (Sindicato nacional das Empresas de navegação Marítima), Sinaval (Sindicato nacional da indústria da construção e Reparação naval e offshore), ABS (Associação Brasileira de Soldagem), icz (ins-tituto de Metais não ferrosos), Sinaesp (Sindicato da indústria de Abrasivos dos Estados de São Paulo, Minas gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa catarina e Pernambuco), a companhia de Desenvolvimen-to industrial do Estado do Rio de Janeiro (codin), a Secretaria de Desenvolvimento Econômi-co Energia indústria e Serviços (Sedeis) e Sobena (Sociedade Bra-sileira de Engenharia naval).

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eventos

Diante da intensa atividade industrial gerada pelas demandas da Pe-trobras até 2020, o mercado naval brasileiro tem se preparado para este cenário atraindo novos fornecedores locais e internacionais e agregando novas tecnologias em produtos e serviços para conseguir atender as metas previstas.

Mercado entusiasmado

Buscar novas oportunidades e fazer negócios é sem dú-vida o principal motivo da participação da Sotreq, re-

vendedora brasileira de máquinas, motores e equipamentos da ame-ricana caterpillar, na navalshore 2013. De acordo com Jeferson Werneck, consultor de desenvol-vimento de projetos da Unidade de negócios Petróleo & Marítimo

da Sotreq, a companhia tem participado de todas as edi-ções da feira e apresenta a cada evento as novi-dades na oferta dos motores e

grupos geradores caterpillar, bem como as soluções Sotreq conforme as tendências do mercado. “vemos a navalshore como um dos mais importantes eventos para a indús-tria naval que tem enorme sinergia com a indústria de petróleo e que reúne autoridades, reguladores, in-vestidores, armadores, operadores, estaleiros, projetistas, empresas de engenharia e representantes de diversas empresas do setor – clien-tes, fornecedores e parceiros que juntos fazem acontecer e movi-mentam toda a cadeia produtiva”, afirma o executivo.

A Unidade de negócios de Pe-tróleo e gás & Marítimo da Sotreq com forte presença nestes merca-dos, atua com estrutura comercial e de suporte ao produto focado em

cada um destes segmentos. Para a indústria naval, a linha de pro-dutos da empresa inclui motores de propulsão e grupos geradores caterpillar e MaK, auxiliares e de emergência, incluindo unidades especificas para aplicação diesel--elétrica, com modelos de alta e média rotação. “os motores desen-volvem potências mecânicas na faixa de 93bkW a 16000bkW para propulsão e potências elétricas na faixa de 10kWe a 7680kWe para energia de bordo”, explica Wer-neck.

no setor de óleo e gás, para aplicações offshore e em terra, em perfuração, produção, estação de compressão e tratamento de gás, a

linha de motores e grupos gera-dores caterpillar e MaK é mais extensa com potências mecânicas de 31bKW a 18000bKW e potên-cias elétricas que podem chegar até 17200KWe. incluem também a linha de motores caterpillar/Pyroban à prova de explosões para operação em áreas de risco. “A li-nha de motores com tecnologia de última geração opera com óleo die-sel, óleo pesado (Hfo), óleo cru, gás natural e biodiesel e atendem as regulamentações internacionais de classificação marítima e normas atuais de emissões iMoii e solu-ções para iMo iii”, indica.

Atualmente a Sotreq está dando continuidade às entregas

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dos motores e grupos geradores caterpillar para o Estaleiro Rio Tietê, num total de 40 motores de propulsão e 120 grupos geradores. A encomenda se refere ao projeto da Transpetro, que irá equipar o comboio de empurradores e balsas que farão o transporte de etanol e derivados de petróleo na hidrovia Tietê-Paraná.

outros clientes como Wilson Sons, Brasil Supply, Astro Ma-rítima, Siem consub e grupo Bravante estão recebendo também diversos modelos de motores e grupos geradores caterpillar para instalação. Alguns estão em fase de comissionamento e outros já entraram em operação, mas o exe-cutivo não forneceu detalhes.

Para o setor de petróleo, a Sotreq já iniciou a entrega de gru-pos geradores caterpillar modelo c280-16 de média rotação para geração principal de sondas de perfuração do pré-sal.

Desde o ano passado a empre-sa está investindo em uma nova filial em Macaé, que será uma importante base de apoio para os clientes offshore e um moderno centro de treinamento de classe internacional para capacitação de técnicos e atendimento a neces-sidades de clientes. Além disso, a Sotreq tem expandido sua área de atuação para a região nordeste do Brasil, proporcionando maior co-bertura e disponibilidade de seus serviços à região.

o grupo zf, um dos líderes mundiais no fornecimento de siste-mas de transmissão, vai para expor na Brasil offshore 2013, além de sua linha de reversores marítimos, tunnel thrusters e sistema azimu-tal, o sistema AutoTroll, que permi-te o controle no deslizamento das lamelas, proporcionando a rotação necessária da hélice para manter a embarcação em velocidades muito baixas. o sistema é utilizado prin-cipalmente em embarcações equi-padas com Dynamic Position (DP0, DP1 e DP2), equipamento funda-mental para as operações offshore.

“na última navalshore, em 2012, a presença de empresas de navega-ção e estaleiros nos mostrou a ne-cessidade de colocarmos a marca zf como uma opção de tecnologia para o setor de offshore”, comenta Milton Ceotto, gerente divisional da América do Sul dos sistemas de propulsão marítima da zf.

o “braço” marítimo do grupo zf come-çou a operar no Brasil em 1995. Em 18 anos de atuação, já vendeu 25 mil reversores. com uma planta industrial em Sorocaba (SP), a Unidade de negócio conta com 60 colaboradores.

no Brasil, são produzidos seis modelos de reversores (de 100 a 680 hp e aplicados em operações contínuas) que podem ser finan-ciados pelo cartão BnDES, pois o índice de nacionalização desses produtos está em torno de 91%.

na ocasião, a cummins Mari-ne, divisão de negócios marítimos da cummins, vai apresentar seu completo pacote diesel elétrico, com 60% de conteúdo local, além

da ampla gama de produtos, que inclui motores de propulsão, motores auxiliares, geradores de emergência e geradores de bordo.

Montado no Brasil e composto por motor e gerador, o pacote die-sel elétrico da cummins permite seus clientes/estaleiros atenderem os requisitos da Agência nacional do Petróleo (AnP) devido ao seu conteúdo local. “Trata-se da so-lução integrada mais completa e moderna da cummins para o mer-cado offshore e disponível para to-dos os tipos de embarcações”, diz olmedo farfan, líder regional da cummins Marine para o México e América do Sul.

o pacote diesel elétrico da cummins também conta com o Painel c-command. Além de trabalhar de forma preventiva, foi projetado para auxiliar os opera-dores marítimos a controlar todos os parâmetros do motor, como gerenciar os custos operacionais, já que é capaz de monitorar todo seu funcionamento, como rotação, consumo de combustível, perío-do de parada para manutenção e temperatura de óleo e água. o c-command permite o monitora-mento da embarcação via satélite.

navalshore comemora 10 anos

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eventos

A vasta gama de produtos que podem equipar os pacotes são os motores de propulsão da cummins oferecidos com cilindrada/potência que variam de 19 até 60 litros e/ou 500 hp a 2700 hp. Já o grupo ge-rador traz potência entre 250 kw até 1.825 kw. Por fim, os motores auxiliares estão disponíveis a par-tir de 75 kw de 5.9 litros até 1.900 kw de 60 litros.

A cummins Marine também prepara o início da produção do maior motor de alta rotação já pro-duzido no mercado global, o QSK-95, conhecido como Hedgehog. De olho no crescimento do mercado offshore, a cummins Marine inicia em 2015 a fabricação do motor QSK95-M, em Seymour, indiana, com rotação de 1.800 rpm. Em aplicações marítimas, o novo pro-duto, de 95 litros e 16 cilindros em v, desenvolve de 3.200 até 4.000 cavalos de potência, ou seja 2.400 kwm a 3.000 kwm.

o motor, 100% eletrônico, segue os padrões de qualidade e exigências da empresa e, além de atender às mais rigorosas normas de emissões vigentes, iMo Tier ii e EPA Tier 2, está preparada também para o iMo Tier iii e iMo Tier iv, legislação que só entra em vigor em 2020. o QSK-95 já nasce para atender às emissões do futuro.

Para o mercado marítimo, o QSK-95 chega para atender às demandas de maior potência do mercado offshore, ou seja, empur-radores de embarcações em rios, rebocadores portuários, todo tipo de embarcação de suporte a produ-ção e extração de petróleo, geração de energia para as plataformas fPSo (floating Production Stora-ge and offloading), cuja função é extrair e/ou armazenar o petróleo.

Estreando no evento, a Arpoador Engenharia, contro-ladora dos estaleiros guarujá (SP) e Angra dos Reis (RJ), especializados na construção de barcos de apoio de médio porte para plataformas de exploração e produção de petróleo e gás,

marcará presença na navalsho-re deste ano.

com sede no Rio de Janeiro, a empresa é responsável pela constru-ção de 11 navios do tipo P3 – navios em alumínio com 35 m destinados à movimentação de cargas e tripu-lação das plataformas –, além de embarcações tipo P2 – barcos em alumínio com 50 m e capacidade para o transporte de 3,8 mil tonela-das de cargas e 70 passageiros. os navios devem ser entregues até o final de 2015.

no estaleiro da empresa no guarujá (SP), 80% da produção são destinados à demanda da Petrobras. Do total de embarca-ções, três já foram entregues e irão operar na unidade de perfu-ração e exploração da estatal na base de guamaré, no Rio grande do norte. “é a primeira vez que vamos expor a empresa e escolhe-mos a navalshore para potencia-lizar o contato com os principais fornecedores do setor. o principal objetivo é identificar empresas para fabricação de embarcações de apoio e resgate entre 8 m e 15 m e ampliar a carteira para a produção de navios entre 35m a 80 m”, explica o gerente da Arpoador Engenharia, Henrique franco neto. A empresa prevê um crescimento de 40% até 2018.

Além do Estaleiro Arpoador, estarão presentes na feira o Es-

taleiro catamaran, Rib offshore, Brastech, Top Boats, Aporador,

zemar, TcE, inace, entre outros.

A Sherwin--Williams, unidade Sumaré, participará da feira para estrei-tar relaciona-

mento com clientes e fornecedores, divulgar e consolidar ainda mais a marca na região. “Esta feira é uma excelente oportunidade para que possamos entender melhor as no-vidades no segmento e apresentar as novas tecnologias desenvolvi-das pela empresa. é um momento no qual há grande de troca de informações e experiências sobre o mercado”, afirma Durival Pitta, diretor comercial da Sherwin--Williams, unidade Sumaré.

Além disso, na navalshore 2013 a companhia vai apresentar sua mais nova linha de produtos de seu portfólio: firetex, revesti-mentos intumescentes para prote-ção passiva contra fogo à base de hidrocarbonetos.

indicada para os mercados offshore e onshore, como refina-rias, plataformas e instalações químicas, podendo ser usada em cenários de pool fire e jet fire, os produtos da linha fire-tex funcionam com o calor: em contato com o fogo, começam a se expandir para que o aço seja protegido e não entre em colap-so, dando mais tempo às pessoas para evacuarem o local, em caso de incêndio.

A Sherwin-Williams oferece uma linha completa de produtos para proteção contra corrosão (epoxies, zincos, poliuretanos) além de produtos especiais para alta temperatura, antifoulings, etc. o destaque da empesa para novas construções continua sendo a tecnologia Duraplate 301 (ES 301), produto 100% composto por sólidos para aplicações em superfícies hidrojateadas.

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Constrói parcerias para desenvolver o potencial dos projectos de shale gás em toda a América Latina

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Essa foi uma das conclusões da 19ª edição do Underwa-ter Tecnology conference (UTc) 2013, realizada no mês de junho em Bergen,

na noruega. ‘os desafios globais subsea – gerenciando o velho e o novo’ foi o tema central da conferên-cia da UTc 2013, com foco nas tec-nologias submarinas para exploração e produção de petróleo no mundo. organizado pelo Underwater Tech-nology foundation (fundação de Tecnologia Subaquática) o evento se realiza anualmente desde 2010 em Bergen, cidade que sedia um dos principais clusters mundiais em tec-nologia submarina.

Um dos mais importantes pontos de encontro para a indústria subsea de todo o mundo, o evento deste ano foi o maior de todos. cerca de 850 pessoas participaram da conferên-cia, 30% a mais que no ano anterior, quando foram registrados 650 parti-cipantes. E mais de 1.100 pessoas, de 22 países, visitaram a exposição, que, pela primeira vez, teve todos os

continentes representados, com 60 expositores. A conferência contou com dois painéis e 44 apresentações técnicas, sendo quatro sessões pa-ralelas por dia.

De acordo com irmelin grønevik, organizador técnico da conferência, há fortes indícios de que o sucesso deste ano será repetido no próximo, pois a pré-inscrição já atingiu níveis recordes. A conferência de 2014 já tem data marcada: 18 a 19 de junho, novamente em Bergen.

Oportunidades e desafiosTrond olsen, presidente do co-

mitê organizador da UTc, abriu o evento e lembrou que embora a in-dústria subsea esteja na vanguarda de novas tecnologias, grande parte dos equipamentos de produção ain-da em uso foram desenvolvidos na década de 1980.

“Um dos principais desafios en-frentados pela indústria é garantir a compatibilidade do equipamento antigo com o novo. As tecnologias e sistemas utilizados hoje são comple-

tamente diferentes daqueles instala-do há 30 anos. o desafio é garantir que esses sistemas, que muitas vezes são percebidos como ‘tecnologias da idade da pedra’ por engenheiros recém-formados, sejam compatíveis com os que vêm sendo desenvolvi-dos agora”, destacou Trond olsen, que comanda o ncE Subsea (centro norueguês de Excelência Subsea).

na ocasião, Kristian Siem, pre-sidente da Subsea 7, indicou como motivos para a elevação dos custos de exploração subsea o desenvolvi-mento de conteúdo local em países como o Brasil, a escassez de mão de obra qualificada e a crescente complexidade dos projetos. Dentre os principais desafios tecnológicos listados pelo executivo estão: os flui-dos anticorrosivos, o gerenciamento integrado e o ambiente agressivo, com elevadíssimas temperaturas e pressões.

Para Siem, o setor subsea está incrivelmente bem, mas enfrenta grandes desafios como os custos crescentes. “o nível de custos na

Mercado subsea promete...MAS DESAFIA

eventosUTC 2013

Além da constante busca por tecnologias mais modernas e seguras, que possibilitem aumentar o índice de recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios em águas profundas, o principal desafio do mercado subsea mundial é a capacitação profissional e a gestão dos altos custos dessas atividades. por Maria Fernanda Romero,

enviada especial

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indústria do petróleo tem aumentado rapidamente e está fora de sintonia com outros setores. como resultado, uma série de projetos em desenvol-vimento está sendo adiada ou para-lisada”, indicou.

A Subsea 7 é uma das principais empresas de engenharia e constru-ção submarina, com mais de 14 mil funcionários no mundo, e opera a maior e mais avançada frota mundial de navios e equipamentos. E anun-ciou recentemente uma carteira re-corde, com vendas no valor de cerca de US$ 4 bilhões apenas para 2013. Apesar de um excelente período de crescimento para a indústria de sub-marinos e Subsea 7, Siem sente que é hora de enfrentar o nível de custos no setor. “Temos de nos concentrar na redução dos custos”, enfatiza.

o executivo informou ainda que a Subsea 7 entregará uma embar-cação DSv (Diving Support vessel) para a Hyundai Heavy industries (HHi) no primeiro semestre de 2016. Esta é a segunda embarcação que a empresa constrói para a HHi. Além disso, recentemente a companhia inaugurou um escritório em Tromsø, na noruega.

Também participaram da aber-tura do evento Damien Miller, em-baixador da Austrália na noruega; Rod cristie, vice-presidente e cEo dos sistemas subsea da gE oil & gas; e Jarand Rystad, sócio da con-sultoria Rystad Energy.

CapacitaçãoDe acordo com um dos pales-

trantes da UTc, Werner Menz, pre-

sidente da unidade de negócios de sistemas de controle da oneSubsea, um dos maiores desafios da indús-tria submarina é a capacitação em engenharia. “Acredito que os prin-cipais desafios estão na capacitação na área de engenharia e na elevação dos índices de recuperação dos re-servatórios”, diz Menz.

Ele considera que parte signi-ficativa do problema de capaci-tação é a falta de padronização. “Precisamos nos perguntar por que uma solução que é boa o suficien-te em um projeto não é utilizável em outro. não estou falando de características de design e sim nos requisitos da norma de materiais, soldagem, qualidade e documenta-ção. Já existem diversas iniciativas que começam a lidar com isso, mas

DENTRO DE CINCO ANOS o setor de subsea vai dobrar de tamanho, e dentro de 20 anos terá a produção igual à de óleo e gás tradicional e offshore. Os dados foram apresenta-dos pela consultoria Rystad Energy durante a abertura da UTC 2013. “Em cinco anos, o mercado de submari-nos está previsto para crescer de US$ 30 bilhões para cerca de US$

60 e US$ 70 bilhões ao ano”, in-formou Jarand Rystad, analista de petróleo e sócio da Energy Rystad.

Segundo o estudo, atualmente 70% do petróleo mundial é produzido em terra e somente 9% correspon-dem à produção submarina. Em 2020, essa área submarina vai representar cerca de 15%. Ademais, hoje as ins-talações submarinas produzem 15

milhões de barris por dia. Em 2030, a produção diária vai aumentar para 35 milhões de barris.

A Rystad Energy é uma consul-toria independente de petróleo e gás, que trabalha com inteligência de mercado, consultoria estratégia e produtos de pesquisa em E&P para as empresas de serviços de petróleo, investidores e governos.

Mercado subsea deve dobrar de tamanho até 2020

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eventos

A Noruega é um país de excelência quando o assunto é tecnologia e soluções para o setor subsea. E o cluster norueguês vem demonstrando um interesse cada vez maior em fazer negócios com o Brasil.

Atentos a isso, representantes da Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico do Estado do

Rio de Janeiro (Sedeis) e da Federa-ção das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) foram a Bergen durante a semana da UTC para apro-fundar o trabalho de estruturação do cluster de subsea do Rio de Janeiro.

As instituições compuseram a delegação brasileira no evento, cujo principal objetivo foi a atração de investimentos para a cadeia de fornecedores subsea do Rio, além da elaboração da modelagem institucio-nal do cluster fluminense. “Através da Innovation Norway e a Intsok, que são coordenadores do cluster subsea norueguês, estamos em busca de parcerias de cooperação para o nosso cluster. Encontramos representan-tes do governo e acompanhamos as rodadas de negócios entre empresas

brasileiras e norueguesas, conduzidas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae) do Rio de Janeiro e a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip)”, afirmou o subsecretário de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis. O objetivo do projeto do gover-no do Rio é aumentar a atratividade nesse segmento, trazendo investimen-tos de empresas que estão de olho na demanda crescente do pré-sal.

Raul Sanson, vice-presidente do Sistema Firjan, opina que a modela-gem do polo subsea começou a ser discutida há oito meses. A parceria envolve, além da Sedeis e Firjan, a Petrobras, o Instituto Brasileiro de Pe-tróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a Onip, o Sebrae/RJ e a Rio Negócios.

“A ideia do novo polo é atrair ainda mais fornecedores e aumentar nosso potencial neste segmento. Ainda

estamos avaliando a melhor forma de financiamento para o projeto e fomos até Bergen para entender mais como funciona um cluster aqui e observar o sucesso da experiência norueguesa”, afirmou Sanson. Atualmente existem 35 empresas de subsea no Rio de Janeiro, sendo 27 de serviços e oito de produtos, que empregam quase 1,2 mil funcionários.

A delegação brasileira, organi-zada pelo Sebrae/RJ, foi composta por 33 pessoas de dez empresas. Além da participação na UTC 2013, os participantes visitaram o NCE Subsea e empresas subfornecedoras de tec-nologia subsea.

Contribuição brasileira – O principal objetivo da missão do Sebrae/RJ à Noruega foi conhecer a experiência do cluster subsea norueguês, tendo em vista a replicação do modelo no

Rio estreita vínculo com a Noruega para criar polo subsea

temos um longo caminho ainda a percorrer”, diz.

Segundo o executivo, outro gran-de desafio para a indústria é aumentar a recuperação, tanto de campos novos quanto dos já existentes. De acordo com ele, para atingir esse objetivo,

a indústria perfura mais poços, em cenários mais profundos, mais frios e longe da costa. Diante disso, os cus-tos estão aumentando – cada barril de petróleo está ficando cada vez mais caro para produzir. “na minha opinião, a direção correta não é ne-

cessariamente perfurar mais, e sim de forma mais inteligente. Se formos bem-sucedidos no aumento da taxa de recuperação de um reservatório por apenas alguns pontos porcentuais, o retorno já será enorme. Em contrapar-tida, tecnologias e serviços que podem proporcionar esses benefícios terão alta demanda”, afirma o presidente da oneSubsea, uma joint venture entre a cameron e a Schlumberger.

De acordo com Werner Menz, o verdadeiro desafio para a indústria submarina virá quando mais e mais equipamentos forem colocados no fundo do mar. Este é um desenvolvi-mento que vai exigir uma abordagem mais integrada para manipulação de dados, comunicação, vigilância e monitoramento. “A complexidade dos instrumentos do fundo do mar vai aumentar e, consequentemente,

Delegação brasileira no evento

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estado. O evento também contou com rodadas de negócios envolvendo em-presas brasileiras e norueguesas.

Dentre as brasileiras que fizeram parte da delegação esteve a Ambida-dos, especializada em soluções em monitoramento ambiental. A empresa que fica na incubadora da Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) trabalha desde 2006 com serviços de consultoria na área de instrumentação oceanográfica e análise de dados oceânicos, com destaque para correntes oceânicas, ondas e marés.

Em 2012, a Ambidados recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Sebrae, o Prêmio Nacional de Empreende-dorismo Inovador 2012, na categoria Melhor Empresa Graduada.

A OceanPact também participou da missão. Especializada no geren-ciamento e resposta a emergências nos ambientes marinho e costeiro, a companhia oferece soluções nas áreas de consultoria, treinamen-to (com acreditação pelo Nautical Institute), afretamento e operação de embarcações, gerenciamento e resposta a emergências, forneci-mento de tripulações especializadas

e marine survey (oceanografia, geofísica e geotécnica).

Mauricio Latado, diretor comercial da OceanPact, diz que a cada evento internacional de que participam, a empresa procura trazer para o grupo inovações, tecnologias, equipamentos e processos que tornem seus serviços cada vez mais abrangentes e efetivos para os clientes. “A participação na UTC foi muito interessante em função do alto nível dos debates e também da qualificação das empresas presentes. Tivemos a oportunidade de estreitar os laços com parceiros internacionais da OceanPact e estabelecer novas cone-xões com empresas que compartilham conosco a missão de proteção do meio ambiente marinho”, afirmou.

A OceanPact é a única empresa brasileira a participar do centro de comando do maior desastre do setor – o blowout do poço Macondo no Golfo do México em 2010.

Já a SKM apresentou seus princi-pais serviços em engenharia de auto-mação, comissionamento, consultoria e manutenção e reparo, e ressaltou os serviços de comissionamento e start-up de unidades de controle em navios, plataformas e submarinos.

Com oficina em São Cristóvão e escritório no Centro do Rio de Janeiro, a SKM conta com 140 funcionários e en-trou no mercado de óleo e gás em 2003.

Na ocasião, a Polar, distribui-dora de componentes elétricos, que representa as empresas Chalmit, Ellis Patents, Hawke, Killark e a Navac, tam-bém participou da comitiva brasileira. “Nosso objetivo em Bergen foi identifi-car pequenas e médias empresas com forte expertise subsea, que necessitem de suporte comercial para promover suas tecnologias no Brasil”, comentou Márcio Rigueti de Alencar, conselheiro da Polar. Com 21 anos de atuação no mercado brasileiro, a Polar é uma em-presa familiar baseada em Macaé (RJ).

A BG Brasil, companhia integra-da de gás natural e segunda maior petroleira privada do país (em volume de óleo produzido), aproveitou a ocasião para identificar institutos de pesquisa, universidades e empresas de tecnologia, incluindo start-ups, interessados em montar unidades no Brasil e dispostos a trabalhar em parceria com instituições brasileiras para desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil.

De acordo com Giancarlo Ciola, ge-rente de inovação da BG Brasil, a empre-sa espera inaugurar em meados de 2014 o centro global de tecnologia do grupo BG, na Ilha do Fundão (RJ). A unidade, que começou a ser construída este ano, vai coordenar os projetos de inovação. A britânica prevê US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões em P&D no país até 2025.

da análise de todos os dados que vão ser coletados. Além disso, serão ne-cessárias cada vez mais ferramentas de gerenciamento sofisticadas que forneçam orientações, soluções, au-tomação e também sistemas remotos mais eficientes”, comenta.

Gestão eficienteA gestão de risco em tempo

real foi um tema-chave na con-ferência deste ano. Segurança técnica não é um novo desafio para a indústria subsea, nem a utilização de sensores para moni-toramento. no entanto, à medida que aumenta a complexidade as-sim como os custos, a segurança é um parâmetro importante na tomada de decisão e no processo de planejamento, mas os níveis de lucro têm que ser mantidos.

Para lidar com essa complexa situação, a empresa norueguesa christian Michelsen Research AS (cMR), em colaboração com parceiros do recém-criado centro de competência Uptime, adotou o conceito de gerenciamento de riscos em tempo real (do inglês, Real-Time Risk Management – RTRM), que hoje já é utilizado na indústria de Ti, no mercado de ações e no setor de energia. “Assim como o mercado de ações e o setor de energia, as instalações submarinas dependem de sistemas no processo de avaliação contínua e eficaz de eventuais não confor-midades e as ameaças em tempo real”, diz Magne Husebø, diretor de tecnologia da cMR.

De acordo com ele, consequen-temente a isso são necessários

novos sensores para os processos de detecção de erros lógicos – im-portante para a integridade téc-nica do equipamento e processo de condutas. nas plataformas, o monitoramento da integridade técnica é realizado por inspeto-res técnicos, e muitas vezes com o avançado equipamento de medição móvel. “no fundo do mar, este é um desafio. Sistemas de sensores instalados permanentemente terão que fornecer informações sobre os equipamentos de processo e ainda sobre a degradação de gasodutos devido à corrosão, fatores de des-gaste, fadiga etc. Uma alternativa é substituir componentes para ter certeza absoluta, mas isso é caro e muitas vezes o dinheiro é desper-diçado em decisões não baseadas em fatos”, diz.

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eventos

Com a missão de desenvolver soluções tecnológicas, principalmente para conexões e tubulações que atuarão no pré-sal, a francesa Vallourec (antiga V&M do Brasil) inaugurou no dia 9 de julho o Vallourec Competence Center (VCC), um centro de pesquisa e desenvolvimento localizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.

A estrutura da companhia está distribuída em uma área de 3.900 m², onde será possível,

também, a atuação colaborativa en-tre empresa e academia. “o foco maior desse ambiente de pesquisa será na simulação numérica, usan-do tecnologias para simular esfor-ços aplicados nos tubos e conexões, como por exemplo a 5.000 m de pro-fundidade. feito isso passaremos para o processo de prototipagem de novos aços e conexões”, afirmou o vice-presidente de Tecnologia, Pes-quisa, Desenvolvimento e inovação (TDRi), flavio de Azevedo.

Este é o segundo centro da vallourec voltado para P&D no país – o outro está localizado em Belo Horizonte (Mg). o empreendimen-to deve iniciar suas atividades em outubro, contando com cerca de 30 profissionais, entre eles mestres e doutores. Segundo Azevedo, os dois centros de pesquisa do Brasil devem receber investimentos que somam R$ 90 milhões. “Esse valor é para os próximos cinco anos”, esclareceu o executivo.

o cEo da vallourec para o Bra-sil, Alexandre lyra, destacou que a empresa segue a política de con-teúdo local. “Essa política implica não apenas a fabricação do produ-to no país, mas também a geração do conhecimento, que é a base de manufatura do produto”, afirmou.

Tendo a Petrobras como uma de suas principais parceiras, a vallou-rec trabalha para vencer os desafios mecânicos dos tubos e conexões para as condições específicas e desafiadoras que estão na camada

pré-sal, colaborando com a meta da estatal, que é chegar em 2020 produzindo 5,2 milhões de barris diários de óleo equivalentes (boe). A intenção é cumprir com as expec-tativas de demanda de exploração e produção de petróleo e gás, de-senvolvendo tecnologias específicas que envolvem soldabilidade, corro-são dos tubos, capacidade mecânica e também conexões.

Entre os projetos em desenvolvi-mento, realizados simultaneamente

entre Europa e Brasil, es-tão aqueles voltados para early production risers,

definição e materiais com caracte-rísticas especiais (corrosão) e novas exigências para conexões.

Além dos executivos da empresa, estiveram presentes à cerimônia de inauguração o diretor de Exploração & Produção da Petrobras, José formi-gli; o diretor de Tecnologia e inovação da coppe, Segen Estefen; o secretário estadual de Desenvolvimento Econô-mico do Rio de Janeiro, Julio Bueno; e o secretário estadual de ciência e Tecnologia, gustavo Tutuca.

Vallourec inaugura centro de pesquisa

Da esquerda para a direita: o vice-presidente de Tecnologia, Pesquisa, Desenvolvimento e Ino-vação do Grupo, Flávio de Azevedo; o diretor-presidente do Grupo Vallourec, Philippe Crouzet e o diretor-geral da Vallourec, no Brasil, Alexandre de Campos Lyra

por Karolyna Gomes

Vallourec Competence Center (VCC)

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Respaldado na expertise adquirida tanto no mercado brasileiro quanto no norueguês, Gustavo Pedreira, presidente da Kongsberg Maritime do Brasil, vem conduzindo uma trajetória de sucesso na indústria offshore e de óleo e gás.

perfil profissional

Os 13 anos de experiência no mercado global, marcado por desafios tecnológicos e concorrência acirrada, aliado às habilidades profissionais que o jovem executivo aprimorou neste período, qualificam-no para atuar em um setor que vem

crescendo de forma acelerada nos últimos anos: o naval. com uma equipe de 115 colaboradores no Brasil, gustavo vem abrindo caminho para novos negócios nesse mercado, sem deixar de lado a excelência no suporte técnico aos clientes.

“costumo dizer que o destino, em forma de oportunidade, acabou me levando para um estaleiro e para o setor offshore”, diz gustavo Pedreira, 37 anos, que comanda a subsidiária brasileira do setor naval do grupo norueguês Kongsberg.

A oportunidade que transformou seu destino foi sua contrata-ção pelo Estaleiro Promar, em 2000, depois de ter estagiado em projetos diversos, em companhias de outros setores, como White Martins, Bayer, Petrobras e até o instituto nacional de Propriedade industrial (inPi).

“Acabei me identificando muito com o setor offshore, especial-mente com embarcações e plataformas”, diz o engenheiro mecânico paulista, nascido em Taubaté, interior de São Paulo, que veio para o Rio de Janeiro com os pais quando tinha apenas quatro anos. Primei-ros indícios de uma vocação marítima desse carioca de criação, que se formou pela Universidade federal do Rio de Janeiro (UfRJ).

Ele lembra que até meados dos anos 1990, o momento econômico era delicado para o setor naval, que sobrevivia, em sua maior parte, devido às atividades de reparo. “o Promar era o único que tinha en-comendas para novas construções”, lembra ele.

foi assim que teve a oportunidade de assistir e participar da reto-mada do setor naval depois de mais de duas décadas de estagnação. Mais ainda: de ampliar seus horizontes, indo mais além da engenha-ria, para começar a adquirir experiência na área comercial, desenvol-vendo e gerenciando orçamentos. “Um estaleiro, em si, é uma escola fantástica, onde você encontra todas as disciplinas de engenharia.”

Destino offshore

por Karolyna Gomes

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Dito e feito. gustavo ampliou e diversificou seu conhecimento e ganhou competências acom-panhando todas as fases de construção de uma embarcação, desde a negociação do contrato, passando pelo design, compras, planejamento, acabamento, comissionamento, provas de mar e entrega. “Posso afirmar que a demanda por tecnologias era razoável, mas todas as embar-cações que operavam no Brasil, naquela época, eram de bandeira estrangeira, e a idade da frota avançava.”

Mercado aquecido – foi o aque-cimento da demanda de bens e serviços relacionados às embar-cações de apoio marítimo, que davam suporte às atividades de exploração e produção de petró-leo e gás nas bacias offshore, que sinalizaria os novos tempos no setor naval. Principalmente após o lançamento do Programa de Renovação da frota da Trans-petro (Promef), em meados da década de 2000.

“A principal demanda do mercado era por navios de apoio, do tipo PSv (Platform Supply vessel)”, lembra gustavo. Entre as atividades realizadas por essas unidades estão os diversos serviços de montagem e lança-mento de equipamentos subma-rinos e tubulações, suprimento e apoio logístico, manuseio de âncoras, manutenção e reparo de tubulação e cabos variados, apoio a serviços de manuten-ção em plataformas e estruturas submersas, combate a incêndios, entre outros.

De início, esses navios eram unidades relativamente simples, mas, com o passar do tempo, fo-ram se tornando mais potentes e sofisticados, principalmente por terem de desenvolver atividades cada vez mais complexas, em águas mais e mais profundas, que demandam uma gestão cui-dadosa de cada operação.

“nos últimos 15 anos, a demanda cresceu significante-mente”, frisa o cEo da Kongs-berg Maritime. Essa renovação offshore tem exigido tecnologia de ponta e muita inovação no setor naval, principalmente pelo deslocamento da produção de petróleo e gás natural de águas rasas para profundas.

Rumo à noruega – foi nessa época que gustavo Pedreira ga-nhou o mundo, deixando o verão carioca de 40º para passar sua primeira temporada nas terras ge-ladas da noruega, para trabalhar na Aker Yards, onde ficou de 2002 a 2003. “levei menos de uma semana para me mudar depois de ter recebido o convite. Aterris-sei na pequena Alesund com 12

graus negativos. Mas apesar de ter ido sozinho, consegui me enturmar rapidamente. o fato de ser brasileiro, e por jogar futebol, ajudou bastante”, diz rindo.

na cidade portuária, famosa pelas indústrias de beneficia-mento de bacalhau, gustavo coordenaria o processo de compra de equipamentos im-portados para o Promar, tendo acesso a todo o cadastro de fornecedores do antigo gru-po Aker Yards — atual vARD — inclusive suas práticas, ferramentas, metodologias de gerenciamento de projetos e técnicas de construção.

“o conhecimento adquirido foi grande. Pude entender que os contratos praticados na noruega são mais simples do que os que utilizamos no Brasil”, diz ele. Se-gundo Pedreira, na área offshore, contratos padrão tipo “orgalime” e “nl-92” (padronização euro-peia de contratos, com cláusulas sólidas) são utilizados com muita frequência.

Em 2003, o executivo assu-miria um novo desafio: imple-mentar a filosofia de trabalho e valores noruegueses no setor de suprimentos brasileiros, ao retornar para o país natal como gerente de Suprimentos da STX Brasil offshore S.A., onde ficou até fevereiro de 2008. “com o tempo, o mercado foi exigindo tecnologias mais complexas para a construção de barcos de apoio de diferentes tipos”, salienta o executivo.

é que nessa época começa a crescer a demanda brasileira — e também no exterior — por embarcações de manuseio de âncoras, reboque e suprimento a unidades offshore (AHTS — Anchor Handling Tug Supply), de Suporte a Plataforma (PSv — Plataform Support vessel), de lançamento de linha (PlSv — Pipe laying Support vessel), su-porte às operações de Rov (RSv

Local de nascimento: Taubaté, SP

Idade: 37 anos

Principal Cargo: presidente da

Kongsberg do Brasil

Hobby: esportes em geral

Música: gosto de quase todos os

estilos musicais

Livro: Encantadores de vida, de

Eduardo Moreira

O melhor lugar para descansar? No

mar

Filmes: Coração Valente e

Gladiador

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90 TN Petróleo 90

perfil profissional

— Rov Support vessel. o Rov (remotely operated vehicle). é um veículo subaquático, contro-lado remotamente, que permite a observação do fundo do mar e de estruturas submarinas.

Selecionado para voltar à noruega em 2006, trabalhando diretamente com aquele merca-do, gustavo teve a oportunidade de visitar estaleiros na finlândia, Alemanha, Japão, índia, coreia e vietnã. Em 2008, foi para outra empresa do grupo, a STX oSv.

com o know-how adquirido nesse longo período no grupo STX, o executivo deu um novo passo no setor marítimo e offshore, ao ir para a britânica Rolls-Royce Marine, onde integrou o time de vendas de equipamentos de propulsão, que atendia a grandes mercados como o das Américas, índia e oriente Médio, de 2011 a 2013.

nesse período gustavo teve a oportunidade de conhecer mais de perto demandas de petroleiras como a Saudi Aramco e a Pemex (Petroleos Mexicanos). “Ambas estavam muito interessadas em copiar o modelo implantado no Brasil pela Petrobras”, explica.

Jovem executivo – o coroamento dessa meteórica carreira de su-cesso — que reflete a rápida evo-lução do setor no Brasil — veio em janeiro de 2013, quando gus-tavo Pedreira assumiu o cargo de presidente da Kongsberg Mariti-me do Brasil S.A. — empresa que se instalou no Brasil em 1980, quando os primeiros navios de posicionamento dinâmico (DP — Dynamic Positioning) passaram a ser usados na indústria brasilei-ra, para escoamento e transporte de petróleo offshore.

o executivo coordena uma equipe que tem foco em tecnolo-gias voltadas para um mercado específico, fornecendo sistemas

e serviços para cerca de 400 em-barcações (incluindo 50 platafor-mas de perfuração) que operam no Brasil. “Somos pioneiros em treinamento de operadores de DP. Essa tecnologia é utilizada em embarcações e plataformas a fim de manter uma posição fixa em alto-mar ou para se realizar uma determinada manobra, como é o caso dos navios alivia-dores”, destaca gustavo.

Ele conta que a companhia está transferindo o centro de treinamento da empresa, localiza-do desde 2001 em Macaé, para o centro da cidade do Rio de Janei-ro. “Além de simuladores, temos peças sobressalentes nacionali-zadas em nossas dependências, uma oficina de reparos de equi-pamentos e peças para locação emergencial”, complementa.

Entre as inovações que a empresa agregou, está o conceito de ponte de comando integrada, contendo sistema de automação e DP. “como as plataformas e embarcações offshore passaram a utilizar cada vez mais o conceito de propulsão diesel-elétrica, a possibilidade de haver controle pelo sistema de gerenciamento de carga (PMS), em um concei-to de console integrado, foi uma

grande inovação técnica. Ele é considerado o coração de um navio sonda”, explica.

Em uma avaliação sobre a posição do Brasil frente às gran-des fornecedoras de tecnologias, gustavo considera que a indús-tria nacional está no mesmo nível de grandes mercados como o da noruega, china, coreia e EUA.

“Já a necessidade de mão de obra continua sendo um desafio, visto que temos novos armado-res, operadores, estaleiros, e uma grande quantidade de multina-cionais, se instalando no Brasil”, opina. Ele considera que o trei-namento de novos profissionais não acompanhou a velocidade do crescimento da demanda. “vejo que a melhor opção é treiná-los por conta própria. é um investi-mento que fazemos hoje em dia na Kongsberg.”

Quanto às exigências de conteúdo local, gustavo não vê como um obstáculo. “São muitos os benefícios gerados: melhor aten-dimento no pós-venda, garantias e serviços, além da geração de novos empregos e desenvolvimento da indústria”, afirma. “Porém, existem entraves. Entre eles o alto custo da nossa mão de obra especializada, necessidade de treinamento, sus-tentabilidade do empreendimento no longo prazo, além do sistema complexo de tributação e isenções existente no Brasil.”

Ao falar sobre o futuro, gustavo Pedreira coloca a carreira profis-sional e as metas da companhia em primeiro plano. “As metas são manter a nossa posição de desta-que e a participação no mercado, melhorar continuamente a qualida-de de assistência técnica e também de treinamento no Brasil”, destaca. “Participar do desenvolvimento e implantação de uma planta de pro-dução da Kongsberg no país irá me trazer muita satisfação”, conclui.

@tnpetroleo

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Ano 4 • nº 28 • julho de 2013 • www.tnsustentavel.com.br

UM DOS NOSSOS GRANDES desafios da TN Petróleo, que está completando 15 anos de mercado, foi trazer para a revista o tema da sustentabilidade. Tratar do assunto dentro da nossa indústria foi (e continua sendo) um desa-fio em dobro.

Mas, como gostamos de desafios, nesta edição come-morativa escolhemos como entrevistado do nosso cader-no Marco Aurélio Fonseca, diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás que pontua muito bem o momento atual do setor em relação ao tema.

“A indústria de petróleo, pela própria natureza de suas atividades e alto potencial de exposição, tornou-se mais vulnerável às exigências dos governos, ONGs, acionistas, comunidades, público interno, competidores, consumido-res, fornecedores, entre outros”, lembra ele.

Afinal, são distintos públicos, diversas demandas — todas elas, legítimas. Como atender? Marco Aurélio nos mostra como a Odebrecht está alcançando suas metas e de como é possível, sim, conciliar petróleo com sustentabilidade.

Cada vez mais, empresas e profissionais enten-dem o valor das práticas sustentáveis e ampliam seus investimentos em recursos e conhecimento para que a sustentabilidade evolua dentro do mercado de óleo e gás, com os resultados que todos desejamos. A tarefa não é nada fácil, mas não há espaço para retrocessos, só para avanços.

Da nossa parte, reiteramos o nosso compromisso de trabalhar a informação de forma ética e transparente, para continuar a ter a parceria de vocês leitores, que nos incentivam com suas palavras de reconhecimento, das empresas que ajudaram a escrever essa história, e do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis), que deu o primeiro passo ao formar a comis-são de Responsabilidade Social.

Parabéns a todos e obrigada!

Lia MedeirosDiretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

92 96 98Fórum MundialEntrevista especial: Marco Aurélio

Fonseca, da Odebrecht Óleo e GásBenchmarking Brasil/Ranking 2013

Sustentabilidade como valor

Melhores práticas de sustentabilidade

Fórum Mundial de Meio Ambiente defende conscientização ambiental

O resultado que desejamos com o valor que precisamos

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

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Entrevista especial com Marco Aurélio Fonseca, diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás

Nas últimas duas décadas, as transformações socioambientais no ambiente empresarial

foram profundas, e isso em função da própria reorganização da sociedade em torno destas

questões. Hoje, as organizações são cada vez mais exigidas em relação à transparência e

capacidade de se inovarem, adotando posturas cada vez mais proativas em relação aos

temas ligados às responsabilidades social e ambiental, que se constituem em pilares

da sustentabilidade.

SUSTENTABILIDADEcomo valor

suplemento especial

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ção

por Maria Fernanda Romero

Alinhada a este conceito, a petroleira Odebrecht Óleo e Gás, do Grupo Odebre-cht, tem buscado trabalhar,

desde sua fundação, com uma filosofia empresarial focada na educação, tra-balho, respeito e confiança, de acordo com Marco Aurélio Fonseca, dire-tor de Sustentabilidade da empresa. “O cerne da questão é efetivamente passar da teoria à prática (walk the talk) e implantar planos e ações efeti-vas relacionados ao desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social, com o comprometimento de todas as partes interessadas”, frisa o executivo em entrevista exclusiva à TN Petróleo, pontuando os princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), que permeia os negócios da companhia ao redor do mundo.

TN Petróleo – O setor de óleo e gás ainda está engatinhando na criação de políticas para Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade. Em sua opinião, quais seriam ou deveriam ser as principais responsabilidades das empresas do setor em seus negócios no que se refere à preocupação com a sustentabilidade?

Marco Fonseca – A indústria de pe-tróleo, pela própria natureza de suas atividades e alto potencial de exposição, tornou-se mais vulnerável às exigências dos governos, ONGs, acionistas, comu-nidades, público interno, competidores, consumidores, fornecedores, dentre outros. As empresas buscam a pereni-dade de seus negócios, perenidade esta que se traduza em sua perpetuidade. Para alcançar essa perpetuidade devem estruturar políticas de responsabilidade

social e sustentabilidade, que vão além do gerenciamento dos seus impactos econômicos, ambientais e sociais. Pre-cisam estar alinhadas e preparadas para os desafios impostos pela indústria, levando em consideração ser o petróleo uma fonte não renovável.

Ao utilizar novas tecnologias para o incremento da produção e a relação de consumo, deverão desenvolver uma consciência sustentável, para que seja possível pensar nas próximas gerações. Portanto, faz-se necessário o estabe-lecimento de políticas que levem em conta as estratégias das empresas neste contexto.

Enquanto não tivermos tecnologia disponível a ponto de produzir subs-titutos mais confiáveis e competitivos ao petróleo, além de fornecer soluções ambientalmente corretas, minimizando e

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reduzindo os impactos socioambientais da atividade da indústria do petróleo, faz-se necessário mudar o modo atual de produção e consumo de um recurso natural tão precioso, porém finito. Essa mudança pode vir por novos marcos regulatórios, incentivos locais, consu-mo consciente, eficiência energética, estratégias corporativas etc.

Quais os desafios de criar e implemen-tar essas políticas? Como isso reverbera no dia a dia dos projetos com os mais diversos públicos de relacionamento da empresa (clientes, comunidades, investidores e parceiros)?

O maior desafio é integrá-las no plano estratégico das empresas com o entendimento do tema como uma opor-tunidade de negócio com ganhos tangí-veis e intangíveis. O cerne da questão é efetivamente passar da teoria à prática (walk the talk) e implantar planos e ações efetivas relacionadas ao desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social com o comprometimento de to-das as partes interessadas. Podem ser barreiras que dificultem a implantação desses planos e ações: as característi-cas organizacionais de cada empresa, a pouca participação e aderência dos cola-boradores, falta de comprometimento da liderança, comunicação interna e externa ineficaz (e por vezes não transparente), falta de um sistema de gestão robusto que disponibilize informação para acom-panhamento do desempenho e avaliação dos resultados, dentre outros.

Na Odebrecht Óleo e Gás (OOG), essas políticas estabelecem as diretri-zes que norteiam as ações da empresa relativas aos temas, sendo tais ações transversais, permeando todos os níveis da empresa. A liderança desses temas é responsabilidade de cada empresário em seu respectivo negócio na linha de empresariamento (contrato / operação). Estes têm a delegação de atuarem em seus negócios aplicando as políticas, atendendo às demandas e especificida-des de cada projeto/contrato/operação. Papéis e responsabilidades são bem

definidos, assim como os limites de competência são garantidos, refletindo, assim, no relacionamento diário com as partes interessadas. Quer seja pelo con-tato direto, quer seja pela comunicação formal, relatórios gerenciais, sistema de gestão, ações junto às comunidades, interação com governos, participação em fóruns, associação de classes etc.

Quais são as maiores dificuldades para uma empresa do porte da Odebrecht na disseminação das práticas de respon-sabilidade social internamente?

Acreditamos que a responsabilidade social na organização Odebrecht é a responsabilidade social de cada empre-sário ao satisfazer o cliente por meio da entrega de serviços e bens que resultem na melhoria da qualidade de vida das comunidades do entorno no qual a em-presa está inserida, contribuindo para o desenvolvimento social, econômico, tecnológico e empresarial dessas co-munidades, criando oportunidades de trabalho e geração de renda e assegu-rando o permanente respeito ao meio ambiente, em todas as etapas das suas ações empresariais. As maiores dificul-dades para disseminação e implantação dessas práticas se devem às caracte-rísticas estruturais e organizacionais da empresa, como a dispersão geográfica, o grande número de projetos com pra-zos e características muito distintas e específicas, pulverização de programas, comunicação deficiente etc.

Na Odebrecht Óleo e Gás, os con-tratos são, em geral, de médio e longo prazo. Portanto, há a oportunidade de estruturar projetos com esta visão de médio e longo prazo por meio de uma relação mais duradoura junto ao cliente e à comunidade na qual está inserido. Os projetos de responsabilidade social sustentáveis têm maior chance de su-cesso se a variável tempo for maior. Entretanto, os projetos de curta duração também podem consolidar programas sustentáveis desde que bem planejados e com uma estratégia de saída bem defi-nida desde o início do empreendimento.

Este é um ponto crítico, senão o mais importante, na estruturação e plane-jamento de programas e aplicação de práticas sociais, pois está diretamente ligado à sustentabilidade dos mesmos. Como, efetivamente, podemos garantir que ao término de um projeto, operação ou empreendimento estes programas permaneçam vivos e prosperando.

O que é a Tecnologia Empresarial Ode-brecht (TEO)?

A TEO – como chamamos interna-mente – é uma filosofia empresarial vol-tada para o fazer e fincada na educação e no trabalho. O conjunto articulado de seus princípios, conceitos e critérios provê aos integrantes da Organização Odebrecht os fundamentos éticos, mo-rais e conceituais que lhes permitem atuar com direcionamento estratégi-co comum, unidade de pensamento e coerência de ação. Em qualquer ponto do mundo e quaisquer que sejam os seus desafios, os integrantes da Or-ganização Odebrecht, sob a coordena-ção dos líderes-educadores, cultivam e exercem a disposição para servir mais e melhor, a capacidade do integrante de gerar e superar resultados e terem a confiança desses líderes. Portanto, os fundamentos da TEO estão na disciplina que gera o respeito e no respeito que gera a confiança.

Como é a política de sustentabilidade da empresa?

Nossa política é alinhada e aderente à política de sustentabilidade da Or-ganização Odebrecht. Está claramente definida em nossa política que o com-promisso com a sustentabilidade está presente nos princípios e valores da TEO e nas práticas empresariais da Organi-zação Odebrecht, de forma transversal aos resultados inerentes à sobrevivên-cia, ao crescimento e à perpetuidade da organização. A Sustentabilidade na Odebrecht tem o foco em pessoas que detêm a capacidade para implantar um modelo de desenvolvimento que possa atingir simultânea e sinergicamente re-

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sultados relacionados a desenvolvimen-to econômico, desenvolvimento social, responsabilidade ambiental, participação política e valorização da cultura.

A empresa possui metas nesta direção?Sim, a Odebrecht Óleo e Gás está

sempre buscando a melhoria contínua de seus processos e serviços, assim como do bem-estar de seus integran-tes. Para isso, define suas metas em sustentabilidade por meio do Programa de Ação (PA) anual de cada um de seus integrantes. A empresa trabalha o tema sustentabilidade em seis vertentes ou bandeiras e define suas metas para cada uma delas. Essas bandeiras cobrem a qualidade, segurança do trabalho, saúde ocupacional, meio ambiente, responsa-bilidade social e mudanças climáticas.

Essas metas podem ser tanto quantitativas quanto qualitativas. Como exemplo, temos metas para o próximo ano à implantação do relatório anual seguindo os padrões GRI (Global Reporting Initiative), a elaboração do inventário de emissões seguindo o protocolo GEE (Gases de Efeito Es-tufa), a ampliação do programa social Escola em Ação nas áreas onde atua (há mais de sete anos ele acontece apenas em Macaé), a consolidação de um calendário com as campanhas de segurança visando à melhoria das condições do ambiente de trabalho e reduzindo a exposição dos trabalha-dores, a inclusão de indicadores de incidentes com metas definidas, a consolidação nos diversos ambientes da empresa de campanhas de saúde (como combate ao tabagismo, con-sumo de álcool e drogas), além de programas de saúde e bem-estar como atividades de corrida e caminhada e acompanhamento nutricional, além de controle de índice de massa corporal e indicadores de saúde auditiva.

Quais os temas críticos para a sustentabilidade dos serviços que a Odebrecht presta à indústria brasileira?

Para a Odebrecht Óleo e Gás, os temas críticos são as exigências e/ou

demandas que qualificam e motivam os interesses de determinada parte interessada (stakeholder) em fazer ne-gócio ou se relacionar com a empresa. A identificação desses temas críticos é fundamental para estabelecer esta relação de confiança. Para a Odebrecht Óleo e Gás, a dimensão ‘meio ambiente’ é um tema crítico e de foco permanente, com um potencial de exposição sem-pre em evidência em função da própria natureza da atividade, seu potencial de risco e os recentes eventos ocorridos na indústria. O objetivo maior é assegu-rar a excelência operacional, cujo meio ambiente está inserido. As organizações que demonstram e praticam claramente a sustentabilidade em todas as suas di-mensões obtêm vantagens competitivas, assim como um diferencial em sua ima-gem adquirindo a confiança no mercado, clientes, investidores, consumidores e comunidades locais. A Odebrecht Óleo e Gás têm esse compromisso e o demons-tra com suas políticas e ações, quer seja na melhoria de seus processos (siste-mas, equipamentos, materiais etc.), quer seja na melhoria da gestão de sua força

de trabalho (qualificação, competência, habilitação etc.) ou ainda no seu sistema de gestão (procedimentos).

Em sua opinião, é possível conciliar petróleo com sustentabilidade?

Acho possível, sim. A sustentabili-dade deve ser uma bandeira imbuída de perpetuidade e responsabilidade social, que visa não abrir mão do desenvolvi-mento e do crescimento, mas que ob-jetiva, ao contrário, a sustentação deles no longo prazo. Sabemos que o petróleo é um recurso não renovável e, portanto, finito. O fato de estarmos lidando com um recurso finito, no longo prazo, é uma característica do setor de petróleo. Em contrapartida, isso traz a necessidade de desenvolvimento de fontes alternativas de energia, para que essas empresas de petróleo permaneçam no negócio, quem sabe com uma futura alteração de suas matrizes energéticas. Esse movimento tem se observado nas empresas de pe-tróleo no sentido de se transformarem em companhias de energia. A Odebrecht Óleo e Gás, como uma empresa de pres-tação de serviços do setor, também deve estar atenta para se adequar a este novo cenário e estar qualificada para prover soluções cada vez mais integradas que atendam às demandas da indústria e seus clientes.

Quais os principais projetos de susten-tabilidade da empresa em andamento?

Vários projetos estão em anda-mento no momento, como a inte-gração do seu sistema de gestão de sustentabilidade, o desenvolvimento do relatório anual padrão GRI (Global Reporting Initiative), o desenvolvi-mento do inventário de emissões at-mosféricas seguindo protocolo GEE, a avaliação da estrutura de apoio e suporte a emergências, o processo de certificação ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007 das unidades marítimas de perfuração, o desenvol-vimento e implantação do sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2008, dentre outros.

suplemento especial

PARA A ODEBRECHT ÓLEO E GÁS, OS TEMAS CRÍTICOS SÃO AS EXI-GêNCIAS E/OU DEMAN-DAS QUE QUALIFICAM

E MOTIVAM OS INTERES-SES DE DETERMINADA PARTE INTERESSADA (STAKEHOLDER) EM

FAZER NEGÓCIO OU SE RELACIONAR COM A

EMPRESA.

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No âmbito da responsabilidade so-cial, investimos nas comunidades onde estamos inseridos, estimulando o de-senvolvimento local. Com isso, atuamos em Macaé desde 2007 com o Programa Escola em Ação, em parceria com a Pre-feitura de Macaé, que visa à Educação ambiental, a inclusão social e a geração de renda, a inclusão digital e produtiva de jovens, crianças e adultos da região.

Qual o papel da Fundação Odebrecht nessas iniciativas?

A Odebrecht Óleo e Gás tem o com-promisso com a responsabilidade social, que é expresso por meio de investimen-tos em ações voltadas para a melhoria das condições de vida das pessoas e cuidado com as futuras gerações, de sua área de abrangência e atuação, tendo por base três pilares: o fortalecimento da cidadania e da governança, a promoção da educação para crianças e jovens, e a formação de caráter profissional para jovens e adultos, assim como o fomento

a iniciativas produtivas geradoras de oportunidades de trabalho e renda.

Para a realização de suas ações, a Organização Odebrecht mantém a Fundação Odebrecht, que com atuação concentrada no Baixo Sul da Bahia, tem a missão de educar adolescentes e jo-vens, para a vida, pelo trabalho e para valores e limites, formando a população para permanecer no campo e tornar-se autossustentável.

As ações desenvolvidas pela Funda-ção orientam a definição das diretrizes de responsabilidade social adotadas por cada uma das empresas que compõem a Organização Odebrecht, que têm de-legação para desenvolverem as suas próprias ações considerando o porte de seus negócios, e desde que estejam voltadas para o desenvolvimento local.

Uma das principais ações desen-volvidas pela Fundação é o Programa Tributo ao Futuro, o qual mobiliza os integrantes das empresas que fazem parte da Organização Odebrecht para

apoiar projetos reconhecidos e acom-panhados pela Fundação, por meio da destinação de parte do Imposto de Renda e doações que, mensalmente, prestam contas para cada investidor.

Em 2012, a Campanha do Tributo ao Futuro na Odebrecht Óleo & Gás foi pensada de maneira integrada entre as áreas de P&O e Sustentabilidade, com o objetivo de aumentar a participação dos integrantes com doações. A campanha se diferenciou pelos diversos recursos de comunicação utilizados.

Outro fator que contribuiu de forma positiva foi o envolvimento direto do presi-dente da OOG, Roberto Ramos, e dos seus diretos. Além de participarem do programa como investidores, os líderes assumiram um papel fundamental de influenciar os seus liderados. O resultado do empenho e do comprometimento de todos os atores envolvidos foi a evolução expressiva da par-ticipação dos integrantes que, em números absolutos, saltou de 31, em 2011, para 442 investidores, em 2012.

A italiana cesi, empresa de con-sultoria e testes de sistemas de energia, formalizou no início de

julho, no Rio de Janeiro, a abertura de seu primeiro escritório sul-americano no Brasil. os setores de transmissão e distribuição, smart grids (redes inteli-gentes) e energias renováveis serão o foco da empresa no país.

De acordo com Paulo cesar vaz Es-meraldo, diretor do escritório no Brasil, a previsão é de que até 2017 o Brasil represente 10% do faturamento global da companhia. “Até este período preten-demos ter entre 30 a 40 funcionários e faturamento aproximado de 10 milhões de euros”, pontuou.

o executivo comenta que a cesi está negociando parcerias com empresas brasileiras cujos projetos foram habili-tados no programa inova Energia, linha de financiamento de R$ 3 bilhões do go-verno para pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico. “os projetos serão para fornecimento de tecnologia de corrente

contínua (HvDc, na sigla em inglês) – que possibilita a transmissão de grandes blocos de energia a longas distâncias e com custos reduzidos, e o atendimento às fontes renováveis, principalmente a energia eólica”, afirma.

Segundo Matteo Codazzi, cEo da cesi, no Brasil a empresa presta serviços

de consultoria para o projeto de trans-missão de 2.300 km do rio Madeira (comissionamento, controle de quali-dade, revisão do projeto e certifica-ção), realiza o sis-

tema de monitoramento da hidrelétrica de itaipu, na fronteira com o Paraguai, e agora pretende participar da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

com mais de 50 anos de experi-ência em operações em seis princi-pais áreas, incluindo transmissão e distribuição elétrica, energias renová-

veis e de armazenamento, geração de energia, testes, certificação e garan-tia de qualidade e engenharia e meio ambiente. A cesi é também uma das três maiores fornecedoras mundiais de células solares de alta eficiência em multijunção avançada para aplicativos espaciais e terrestres. “inicialmente os equipamentos eram produzidos para satélites espaciais, mas estão sendo desenvolvidos para a produção de ener-gia elétrica em terra. Queremos trazer para o Brasil também essa tecnologia, que é revolucionária mundialmente. inclusive já estamos finalizando um acordo de negociação com a empresa orbital Engenharia para viabilizar esse negócio aqui”, assegurou.

com um volume de negócios anual de mais de 120 milhões de euros, a cesi opera em mais de 40 países em todo o mundo, com cerca de mil profissionais. A empresa possui escritórios em Milão (itália), Berlim e Mannheim (Alemanha) e Dubai (Emirados Árabes).

Cesi abre escritório no Brasil

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suplemento especial

Durante a cerimônia de abertura, o presidente do lide Sustentabi-lidade, Roberto Klabin, e o pre-

sidente do SoS Mata Atlântica, Pedro Passos, entregaram um manifesto pró- Parque do iguaçu para a ministra do Meio Ambiente, izabella Teixeira, e para o governador do Paraná, Beto Ri-cha. o documento se manifesta contra a reabertura da Estrada do colono – aberta em 1954 e fechada em 1986 –, o que acabou gerando invasões, tráfico de drogas e contrabando.

“não preciso reabrir a estrada para promover o desenvolvimento sustentável do Paraná”, afirmou a ministra Izabella teixeira (foto), complementando que um dos par-ques mais importantes do planeta e referência do país, além de protegido internacionalmente como Patrimônio natural da Humanidade, não deveria ser exposto a esse tipo de agressão, uma vez que muda toda a dinâmi-ca da borda da floresta e dificulta a preservação da fauna.

na ocasião, também foi assinado o Pacto nacional pela gestão das Águas – uma iniciativa do Ministé-rio do Meio Ambiente e da Agência nacional de Águas (AnA) em prol do fortalecimento da gestão das águas nos estados brasileiros, por meio de um programa de incentivo financeiro, com pagamento por resultados. o ob-jetivo é promover a articulação entre União e estados pelo uso sustentável dos recursos hídricos do país.

“A escolha da cidade-sede, foz do iguaçu, famosa por suas espetaculares cataratas, foi a mais acertada para discutir a cooperação em torno da conservação de água”, afirmou o governador do Paraná,

Beto Richa, que também apresen-tou projetos de preservação do meio ambiente por meio de uma ‘agenda verde’, entre eles o in-vest imento de

R$ 53 milhões em um sistema de prevenção de desastres naturais que possibilitará uma previsão de cenários com até três dias de adiantamento.

Segurança hídricano painel ‘A crise global da água’,

o presidente do conselho nacional da Água, Benedito Braga, falou sobre a necessidade de se garantir a segu-rança hídrica no país nas esferas hu-mana, socioeconômica e ecológica, dando acesso a água com qualidade e em quantidades imprescindíveis para os seres humanos. “Prover se-gurança hídrica à população é obri-gação do estado. As soluções técnicas nós temos, mas a questão é política, necessita de recursos financeiros”, ressaltou Braga.

o executivo também frisou a im-portância da articulação entre vários setores da sociedade para se traçar uma política eficiente sobre o tema, que ajude a melhorar a qualidade de produção, a distribuição e a redução do risco de catástrofes.

Para Robert f. Kennedy, ativista e advogado especializado em direito ambiental, que participou do painel ‘gestão da água no Brasil e no mun-do’, a privatização é a pior questão que enfrentamos atualmente. “A água deveria ser direito de todos os seres humanos, mesmo para quem não tem condições de pagá-la”, afirmou. Ele acredita que o capitalismo de livre mercado é a melhor solução, mas tem que ser manejado com um interesse social, senão as futuras gerações vão pagar pelos nossos erros e exageros. E defende: “Devemos encorajar o uso mais racional da água, mas não pode-mos restringir o uso pela população mais pobre por meio de taxações.”

Jean-Michel cousteau, ocea-nógrafo, ambientalista, ecologista, educador, fundador e presidente da ocean futures Society (ofS)

Fórum Mundial de Meio Ambiente defende conscientização ambientalSob o tema ‘2013: Ano Internacional da Cooperação pela Água’, o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) realizou, nos dias 21 e 22 de junho, em Foz do Iguaçu, o Fórum Mundial de Meio Ambiente. O evento contou com quatro painéis e seis workshops, dos quais participaram 405 empresários, além de ativistas ambientais, autoridades, pesquisadores e representantes de ONGs.

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– organização que busca o desen-volvimento de soluções sustentáveis para o oceano e a vida marinha –, chamou a atenção dos presentes sobre o fato de que há apenas um sistema de água no mundo e todos dependem dele.

“o momento é crítico. Precisa-mos encontrar soluções para pro-teger os seres vivos do planeta”, afirmou, durante o painel ‘Serviços ambientais dos oceanos’. cousteau vê boas oportunidades de negócios ao se gerenciar o planeta da mesma forma como gerenciamos empresas. o Brasil, segundo ele, tem a chance de ser o grande exemplo, o líder a convencer outras nações a proteger o meio ambiente.

Crise civilizatóriaAo ministrar a palestra ‘os desa-

fios do desenvolvimento sustentável e não sustentado’, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de-fendeu as recentes manifestações populares e afirmou que “está sur-gindo um novo sujeito político, fruto

de uma atualização da comunicação, do uso das tecnologias”.

Marina Silva afirmou que o Brasil reúne as melhores possibilidades para enfrentar a crise que afeta setores eco-nômicos mundiais, e fazer a quebra de paradigmas, uma vez que é um país industrializado, com uma base de conhecimento tecnológico, detentor de 22% das espécies vivas do planeta, 11% da água doce do mundo e 45% de matriz energética limpa.

Carta de Foz do IguaçuA carta de foz do iguaçu, pro-

duzida pelos participantes e lida no encerramento do evento, reuniu as conclusões gerais do fórum, desta-cando a necessidade de uma mudan-ça radical nos padrões de consumo e produção, levando em conta a si-tuação alarmante dos ecossistemas e dos recursos hídricos. outro ponto proposto foi a formulação e imple-mentação de políticas públicas ino-vadoras por parte do governo federal e dos entes regionais que garantam a proteção, distribuição eficaz e o

acesso à água e saneamento para todo o país em curto prazo.

Além da carta de intenções e das proposições gerais, foi gerado um documento com recomenda-ções complementares, com uma plataforma de ações imediatas, com dez itens, entre eles a não criação de uma estrada cruzando o Parque nacional do iguaçu, aprovação do projeto de lei de Pagamento por Serviços Ambientais antes da copa do Mundo de 2014, e criação de in-centivos tributários para os serviços de saneamento. “fico muito sa-tisfeito com as discussões que tivemos durante este fórum, de um nível ainda mais elevado do que nas edições anteriores, e deixamos como legado recomendações concretas para ca-minharmos rumo a um Brasil mais sustentável”, afirmou o presidente do lide, João Doria Jr.

A ITAIPU BINACIONAL esteve presente ao evento, apresentando seu modelo bem--sucedido de gestão dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Paraná.

Dentro do painel ‘Como as empresas podem ser mais sustentáveis’, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Frie-drich, apresentou o programa Culti-vando Água Boa, que compreende 20 programas e 65 ações abrangendo tanto a recuperação de passivos am-bientais como a promoção de modos sustentáveis de produção e consumo.

A ministra do Meio Ambiente citou, em seu discurso de abertura, o exemplo de Itaipu como modelo a ser adotado na gestão de recursos hídricos em reserva-tórios, com uma abordagem sistêmica e que leve em conta a geração de energia, a produção de alimentos no entorno, a

geração de energia, o abastecimento das cidades e com medidas que garantam a longevidade desses mananciais.

“Com as matas ciliares no entorno do reservatório e nas microbacias, além de outras ações visando a sustentabili-dade, Itaipu está prorrogando a vida útil de seu reservatório. E a capacidade de armazenamento de recursos hídricos per capita é hoje uma questão estra-tégica”, afirmou a ministra, enfatizan-do que a água será o tema central da discussão acerca do desenvolvimento sustentável nos próximos 30 anos, em que a humanidade precisará fazer uma

transição de sociedade de consumo para uma sociedade de bem-estar.

“Uma conferência como esta, de par-ticipação majoritariamente empresarial, é de grande importância, porque as em-presas têm, independentemente de seu porte ou se são públicas ou privadas, um papel a desempenhar no enfrentamento da crise ambiental e social que se aba-te sobre o planeta”, afirmou Friedrich. “Temos que compreender que ninguém pode estar de fora dessa caminhada pela sustentabilidade. Alguns têm uma responsabilidade maior que outros, mas todos têm que somar esforços”, concluiu.

Itaipu apresenta modelo de gestão

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Selecionadas por 15 espe-cialistas de oito diferentes países, as instituições com

boas práticas de sustentabilidade foram premiadas em São Paulo este mês com o Benchmarking Brasil / Ranking 2013. Em sua 11ª edição, o Programa Benchmarking é reconhecido como um dos mais respeitados Selos de Sustentabi-lidade que certifica os detentores das melhores práticas.

“é interessante notar como a maioria das empresas tem utiliza-do as mesmas práticas de susten-tabilidade durante as últimas três décadas. é preciso haver um avan-ço nas práticas corporativas de sustentabilidade, com inovações que possam distinguir as melhores empresas daquelas que simples-mente fazem o que é comum, mas que principalmente, excedam as expectativas de seus stakeholders para que, dessa maneira, possam se distinguir dentre suas concor-rentes e se tornarem empresas preferidas na sociedade”, afir-mou Alvaro Paes Pinto, diretor do departamento de sustentabilidade da fort Mackay first nation no

canadá, e um dos integrantes da comissão técnica 2013.

Em dez edições já realizadas, o Benchmarking Brasil se conso-lidou como um dos mais respei-tados Selos de Sustentabilidade do país. com uma metodologia estruturada e participação de especialistas de vários países, define e reconhece os deten-tores das melhores práticas de sustentabilidade. o Benchma-rking Brasil incentivou a busca da melhoria contínua e a adoção das melhores práticas nas or-

ganizações, contribuindo assim para a construção de massa crítica em sustentabilidade no país. Em 2013, a iniciativa foi a grande vencedora da categoria Humanidades do Prêmio von Martius de Sustentabilidade da câmara Brasil-Alemanha.

A metodologia de seleção e de-finição do Ranking Benchmarking Brasil começa pela formação de uma comissão técnica multidiscipli-nar composta por especialistas que avaliam a prática inscrita, sem ter acesso ao nome da organização para assegurar total imparcialidade, pre-cisão e credibilidade do resultado; o Programa não pode receber patrocí-nio pelo mesmo motivo, mas conta com apoio logístico institucional e de divulgação para sua realização.

o Dia Benchmarking reúne a massa crítica da sustentabilida-de, representada por empresas e gestores que são referências pela excelência de suas práticas. Para se tornar uma empresa ou gestor benchmarking é necessário sub-meter os modelos gerenciais em sustentabilidade a uma comissão técnica multidisciplinar.

Melhores práticas de sustentabilidade

Ambev (Companhia de Bebidas das Amé-ricas): Jovens de Responsa; ANA (Agência Nacional de Águas): Servidor Consciente Preserva o Meio Ambiente; ArcelorMittal Tubarão: Programa Novos Caminhos – So-luções sustentáveis para melhoria da mo-bilidade urbana e rural; Avon: Projeto Out of The Box: Otimização da cadeia de Su-pply Chain; Braskem: Projeto Água Viva: Reciclo de Águas Industriais e Pluviais no Complexo Básico de Camaçari; BRF: Gestão de Águas; Casa da Moeda do Brasil (CMB) : Reaproveitamento de água em processo gráfico; Celulose Irani: Gestão de Recursos Hídricos; Companhia Saneamento Básico do Estado São Paulo (Sabesp): Cliente de Olho no Futuro; Consórcio de Alumínio do Maranhão: Redução da Pegada Hídrica por meio de parceria sustentável entre empresas para utilização de efluentes industriais no processo produtivo; Consórcio Santo Antô-nio Civil: Rampa de Lavagem e Lubrificação

Ecológica em Ciclo Fechado; Cooperativa Central Aurora Alimentos: Gestão Ambiental Compromisso de Todos; Damha Urbanizadora e Construtora: Ações sustentáveis transfor-mando vidas; Danone: Construindo um case de sensibilização ambiental por meio de uma campanha de marketing; DEB / Pequenas Centrais Hidrelétricas: Conservação genética e reposição de estoques de peixes nativos em reservatórios; Diageo Brasil: Programa Learning for Life – Transformando vidas por meio da educação; Duke Energy International, Geração Paranapanema: Projeto Nascentes Protegidas, Águas Para o Futuro; Duke Ener-gy International, Geração Paranapanema: Corredor ecológico Fazenda Rosanela: um caso de sucesso no manejo participativo de paisagens; Ecotech Consultoria e Assesso-ria: Compra Verde; Ekofootprint Impressões Sustentáveis: Impressão sustentável de do-cumentos utilizando tecnologia ecológica que gera 90% menos resíduos; Fleury: A

Experiência de implantação de uma unidade sustentável em uma empresa de saúde; Gerdau: Programa de Educação e Conser-vação Ambiental – a educação ambiental como instrumento para a sustentabilidade local; Instituto do Câncer do Estado de São Paulo: Projeto Reciclarte – Redução do número de impressões e a arte de reutilizar o papel; Instituto Embratel 21: Comunidade e espaço de pesquisa conectados; Intel Semicondutores do Brasil: Voluntariado Corporativo e suas implicações para a em-presa, seus funcionários e a comunidade; Itaipu Binacional: Sustentabilidade de Co-munidades Indígenas; Kinross: Tambores de óleo vazios viram Lixeiras Ecológicas; LLX Açu Operações Portuárias: Plano de Investimento Social da Agricultura Familiar; LLX Açu Operações Portuárias: Implanta-ção e Manejo da RPPN Fazenda Caruara; Schneider Electric Brasil: Projeto Villa Smart; Universidade Federal de Lavras: Eco Universidade: Plano Ambiental para uma universidade socioambientalmente correta.

Ranking Benchmarking Brasil 2013

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As concessionárias brasileiras de saneamento precisam investir R$ 18,5 bilhões até

2025 para que as perdas de água caiam em 50% e cheguem a um nível aceitável no país e compará-vel às nações mais desenvolvidas. os números estão incluídos em estudo da consultoria go Associa-dos, feita a pedido da international finance corporation (ifc), insti-tuição de financiamento do Banco Mundial voltada ao setor privado. Essa redução será possível em um cenário otimista, no qual as empre-sas se empenhassem com afinco para melhorar a gestão e eficiência operacional.

Hoje, a perda média de água nas concessionárias, por ineficiên-cia operacional, é de 40%, chegan-do em alguns casos a 80%. Em con-cessionárias melhor administradas, como a Sabesp, de São Paulo, esse número cai para menos de 30%. o investimento anual necessário para que as perdas cheguem à média de 20% seria de R$ 1,088 bilhão por ano, valor elevado diante da falta de recursos da maioria das empre-sas, quase a totalidade controlada pelo Estado. com a redução para cerca de 20% de perdas, o Brasil se aproximaria de países como a Austrália, onde a média chega a 16%; da Espanha, com 22%; e do Reino Unido, com 17%. Mas ainda distante do Japão, com 11%.

Segundo Gesner oliveira, sócio da go e um dos autores do estudo, as concessionárias de água e sanea-mento têm muito espaço para me-lhorar e reduzir as atuais perdas, causadas, principalmente, por fraudes (gatos na tubulação), furos

na rede e deficiências operacio-nais. “os problemas de gestão são hoje a principal razão das perdas de água”, diz gesner.

os prejuízos, conforme o es-tudo, não se restringem às per-das de água. As concessionárias enfrentam também ineficiência energética, principal insumo nos custos das empresas de sanea-mento depois da mão de obra. o estudo mostra que, com um esforço nacional para reduzir as perdas de água e aumentar a eficiência ener-gética das empresas de saneamen-to, os ganhos potenciais até 2025 poderiam chegar a R$ 37,2 bilhões, num cenário otimista, com redução de 50% nas perdas atuais. Mesmo com uma diminuição menor das perdas, de 25% até 2025, os ga-nhos chegariam a R$ 20,9 bilhões.

Contratos de performance – Uma das maneiras de melhorar a eficiên-cia das concessionárias de sanea-mento é aumentar os investimentos na operação. Para a ifc, os modelos atuais de contratação de programas de redução de perdas não têm se mostrado eficientes.

“Muitas empresas têm dificul-dades de captar recursos e financiar seus programas de redução de perdas de água. é preciso desen-volver modelos que auxiliem as concessionárias a financiar seus investimentos em redução de perdas. Além disso, é preciso incentivar os prestadores de serviço a entregarem resultados efetivos de redução de perdas”, diz Rogerio Pilotto da ifc.

“os modelos tradicionais não vinculam a remuneração do presta-dor de serviços ao atendimento de

metas e entrega de resultados. Esses prestadores muitas vezes não têm o incentivo para agregar inteligência e tecnologia ao projeto. consequente-mente, os resultados ficam frequen-temente aquém do desejável.”

Uma alternativa aos modelos tradicionais de remuneração fixa, na visão da ifc, é o modelo de contrato de performance. “Diferen-temente da abordagem tradicio-nal, nesse modelo a definição das atividades relacionadas à redução de perda de água é transfe-rida ao parceiro privado”, afirma Marco Giussa-ni, coordenador regional do programa de eficiência no uso de recursos para América latina e caribe da ifc. o agente privado, nesse modelo, é remunerado com base na entrega de resultados e não apenas pela entrega de servi-ços. “Em contrapartida aos riscos assumidos, o agente privado tem a flexibilidade necessária para exe-cutar as suas tarefas da forma que julgar melhor de acordo com sua experiência na área.” E tem de cumprir metas preestabelecidas no contrato.

R$ 18,5 bi para reduzir perdas de água, diz IFC

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A crescente demanda por melhores serviços de abastecimento de água e saneamento, energia,

alimentos, sistemas de transporte eficientes e por um meio ambiente compatível com melhores padrões de qualidade de vida revelam algumas das maiores vulnerabili-dades do nosso país, enumera luiz gabriel Todt de Azevedo, presi-dente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), orga-nizadora do evento. “é necessário reduzir o déficit de infraestrutura por meio de políticas que incen-tivem maiores investimentos nos setores relacionados à água. é es-sencial avançar no desenvolvimen-to e implementação de modelos de governança mais transparentes, de sistemas de gestão menos burocra-tizados e mecanismos de operação mais eficientes”, completa.

com 35 anos de atuação, a ABRH congrega pessoas físicas e jurídicas em torno da gestão des-ses recursos. o SBRH é realizado a cada dois anos e é o principal fórum nacional de intercâmbio técnico-científico na área de recur-sos hídricos.

na edição de 2013, o simpósio terá profissionais de instituições de ensino, pesquisa e extensão, órgãos governamentais, profissio-nais liberais, estudantes, empre-sários, fabricantes e comercian-tes de equipamentos e demais agentes que atuam na área dos recursos hídricos.

Especialistas de países como Estados Unidos já confirmaram

presença, a exemplo de John Briscoe, da Harvard University, com 20 anos de carreira no Banco Mundial e que falará sobre ‘Se-gurança hídrica em um mundo em mudanças’. outro conferen-cista de destaque é Benedito Braga, presidente do conselho Mundial de Água, professor da Universidade de São Paulo (USP), que falará sobre ‘Pacto para a segurança hídrica global’.

A cada edição, centenas de trabalhos relevantes são selecio-nados e apresentados durante o evento através de sessões orais, mesas-redondas, painéis, con-ferências, assembleias e visitas técnicas. Dentre os temas das pesquisas estão trabalhos relacio-nados às águas urbanas, ambien-tes costeiros, energia, engenharia de sedimentos, gestão de recursos hídricos, hidrologia subterrânea, hidrometria e semiárido. foram recebidos 1.343 trabalhos inscritos,

cerca de 45% a mais que a edição de 2011.

o XX SBRH conta com patro-cínio da cnA (confederação na-cional da Agricultura e Pecuária do Brasil), da odebrecht infraestrutu-ra, do cnPq (conselho nacional de Desenvolvimento científico e Tecnológico) e da hidrelétrica itaipu Binacional. o evento tem apoio de diversas entidades e or-ganizações, entre elas, a Prefeitura Municipal de Bento gonçalves, o Ministério do Meio Ambiente e a Agência nacional de Águas.

Programação para a comunidade – Além dos temas voltados para profissionais, estudantes e pes-quisadores, o XX Simpósio traz uma série de atividades destina-das à comunidade de Bento gon-çalves. A caminhada e corrida Pelas Águas fará o percurso de 3 km e uma corrida de 6 km em locais distintos da cidade. Tam-

Simpósio traz à tona novas discussões à área de recursos hídricosDe 17 a 22 de novembro, a cidade de Bento Gonçalves (RS) sediará a 20ª edição do Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que vai reunir os mais importantes pesquisadores e profissionais para discutir os desafios brasileiros em relação às águas. O evento inclui programação para a comunidade local.

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bém estão programados o plantio de árvores, palestras de interesse público e para professores da rede de ensino sobre educação ambiental, sustentabilidade, mu-danças climáticas, quantidade e qualidade água.

A ExpoHidro, feira com estandes de empresas, institui-ções, órgãos do governo e for-necedores de serviço, também poderá ser visitada pelo pú-blico. Dentro dessa exposição, a Proamb montará o projeto viva a natureza, com cerca de 1.000 m² e deve levar cerca de dez mil estudantes da região durante os dias de evento. Um concurso de fotografias também faz parte da programação.

Prêmio Jovem Pesquisador– como forma de reconhecer e valorizar os jovens talentos, a ABRH escolhe três finalistas para o Prêmio Jovem Pesqui-sador, a partir dos trabalhos inscritos. A plenária que escolhe o vencedor acontece em um dos momentos mais festivos do Sim-pósio. Além do certificado, os finalistas garantem a anuidade de 2014 da Associação, além de exemplares de publicações rea-lizadas pela ABRH. o vencedor recebe um notebook.

Neutralização de emissão de gases estufa (GEE) – A ABRH segue os padrões adotados em eventos com grande preocupa-

ção ambiental e vai neutralizar as emissões de gases de Efeito Estufa (gEE) do Simpósio. Essa ação é feita a partir de ações compensatórias, por meio de plantio de árvores, compra de crédito de carbonos e apoio a projetos que reduzam emissões. o inventário de emissões de gEE é realizado por diretrizes fornecidas pelo iPcc (intergo-vernamental Panel on climate change) e por orientações do Programa Brasileiro gHg Proto-col Brasil. A Ecofinance negó-cios realizará o inventário de emissões de gEE das atividades do evento, através de metodolo-gias internacionalmente reco-nhecidas.

A maior usina eólica marítima do mundo, a london Array, foi inaugurada no dia 4 de

julho, na inglaterra, em projeto ide-alizado pelo consórcio formado pe-las empresas Dong Energy, E.on e Masdar. Situada no estuário do Tâmisa, a planta offshore conta com 175 turbinas eólicas de 120 m de diâmetro e capacidade de 3,6 MW da Siemens, que também fez a ligação dos equipamentos com a rede elétrica.

o projeto tem capacidade total de 630 MW e gerará energia sufi-ciente para fornecer eletricidade limpa a 500 mil lares britânicos. A london Array reduzirá as emis-

sões anuais de co2 em cerca de 900 mil tonela-das, o que equi-vale às emissões de 300 mil car-ros. “A london Array é a maior usina eólica

marítima do mundo e representa um marco no desenvolvimento da energia eólica marítima. o projeto destaca a posição de liderança da Siemens nesse atraente mercado em crescimento”, declarou Peter

Löscher, presidente e executivo chefe da Siemens Ag.

A operação e a manutenção da usina eólica serão feitas pela Siemens a partir de uma base no Porto de Ramsgate. Durante a execução do projeto london Array, a Siemens pôde padro-nizar ainda mais os proces-sos relacionados à instalação marítima, incluindo fabricação, transporte e logística, bem como a instalação de turbinas eólicas no mar.

os maiores mercados da energia eólica marítima, ingla-terra e Alemanha, têm planos de desenvolvimento ambiciosos, com um projeto de expansão rápida e ampla da geração de energia no mar. o governo alemão pretende ter 10 gW de capacidade maríti-ma instalada até 2020; já a ingla-terra tem como meta 18 gW de energia eólica nos próximos sete anos, o suficiente para atender a quase um quinto da demanda de eletricidade do país.

Maior usina eólica marítima do mundo

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RAFAEL LouREnço é o novo di-retor superintendente da câmara de comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Antes de assumir a função, Rafael atuou como manager, business development na seção ame-ricana do Brazil-US Business council. Além de ser o representante da enti-dade no Brasil, nesta função ele era encarregado do desenvolvimento de atividades para as empresas associa-das nas áreas de energia e infraestru-tura, assim como prospecção de novos associados e gestão do relacionamento com os associados existentes.

Entre 2007 e 2009, Rafael ocupou a função de Program Manager, in-ternational Policy no American na-tional Standards institute (Ansi), em nova York. neste papel atuou como subsecretário-geral do comitê na-cional dos EUA para a international Electrotechnical commission (iEc). Rafael representava Ansi e o comitê nacional para o iEc em diversos

fóruns internacionais advogando pela posição dos EUA em questões relacionadas à normalização técnica internacional e barreiras técnicas ao comércio exterior. Esta função exigia coordenação estratégica com empresas americanas na formula-ção de políticas a serem propostas

e defendidas nos diversos fóruns de normalização técnica internacional.

no período de 2004 a 2007, Rafael trabalhou para a United States chamber of commerce, em Washington-Dc. no cargo de As-sociate Manager, Western Hemis-phere Affairs, seu portfólio incluía a América latina. Ele era encarregado do desenvolvimento de projetos que abordavam as prioridades das empre-sas associadas, principalmente nas áreas de energia, biocombustíveis e facilitação de comércio internacional.

Rafael lourenço é fluente em in-glês e espanhol e possui um diploma em Sociologia, com concentração em ciências Políticas, da Saint cloud University de Minnesota; um mes-trado em globalização comércio in-ternacional e Mercados Emergentes, da Universidade de Barcelona; e está atualmente cursando o MBA em ges-tão Empresarial da fundação getúlio vargas (fgv).

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Amcham Rio nomeia novo diretor superintendente

Licia Rocha assumiu em abril a gerência comercial do Brasil da britânica Swire Oilfield Services, especializada em locação de cestas, tanques e contêineres. A executiva foi gerente de Desenvolvimento de Negócios da área de óleo e gás na Aggreko; gerente comercial adjunta

para petróleo e gás do Consulado Britânico no Rio de Janeiro; e gerente de inteligência de mercado do Con-selho Britânico de Energia (EIC).

Formada em comunicação social, com habilitação em Jor-nalismo, nas Faculdades Integra-das Hélio Alonso (Facha), Licia é pós-graduada em Marketing pelo Ibmec e especialista em negócios de petróleo e gás pela Coppe/UFRJ.

Swire Oilfield Services Brasil: nova gerente comercial

Paulo Abreu é o novo diretor financeiro da SKFA UniDADE BRASilEiRA do grupo sueco SKf anuncia a chegada de um novo diretor em seu quadro executivo. A companhia contratou Paulo César de Sousa Abreu para dirigir o departamento financeiro da companhia no Brasil.

com mais de 25 anos de experiência na área financeira, Paulo Abreu chega à direção com o desafio de dar suporte à expansão dos negócios

da companhia em todos os segmentos, especialmente no aftermarket. “chego com a missão de melhorar alguns processos, estruturar projetos e implementar novas práticas de gestão”, explica o executivo. Paulo possui MBA em finanças na Universidade de new Jersey (EUA). Antes de assumir o desafio na SKf, ocupou outros cargos e fun-

ções nas unidades da Phillips no México, Estados Unidos e Brasil.

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no início DE JUnHo, a Petro-bras deu posse ao novo diretor in-dustrial da fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobras (fafen--PR), Edmir Bitencourt de Souza, em Araucária (PR). no dia 1º de junho, a Petrobras oficializou a compra da Araucária nitrogenados da vale fertilizantes.

na cerimônia, que contou com a presença do diretor de gás e Ener-gia, Alcides Santoro, do diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, José Antônio de figueiredo, do ge-rente executivo de gás Química e liquefação, luiz Eduardo valente Moreira, de executivos da companhia e representantes dos empregados da fafen-PR, a presidente graça foster fez questão de ressaltar a importân-cia da unidade para os negócios e os resultados da Petrobras.

A executiva fez questão de fri-sar que a aquisição da fafen-PR é clara demonstração de que a situação financeira e econômica da Petrobras é sólida, e a compa-nhia está crescendo e investindo.

“é inquestionável o crescimento da Petrobras. Em 2012 investimos U$ 45 bilhões, e para este ano a previsão é de U$ 49 bilhões”, infor-mou, lembrando que em apenas três horas a Petrobras fez uma captação histórica de U$ 11 bilhões. “E não tomamos mais porque não era con-

veniente”, disse. “A Petrobras não está em dificuldades financeiras. A empresa fez um endividamento com vistas ao crescimento”, ressaltou. “Quem emprestaria tanto dinheiro a uma empresa que não tivesse lastro, resultados, portfólio?”, perguntou a presidente.

Fafen-PR tem novo diretor industrial

A BRASKEM ANUNCIOU no fim de junho que o administrador de empre-sas Mario Augusto da Silva assumiu o cargo de vice-presidente de Finan-ças e Relações com Investidores no lugar de Marcela Drehmer, que ficou no cargo durante três anos.

Formado em Administração de Empresas pela Universidade Sal-vador (Unifacs) da Bahia, em 1998, Silva conhece bem o setor petroquí-mico e a Braskem, onde começou a

atuar ainda durante a formação da empresa, em 2001, permanecendo até 2005, quando foi realizar seu MBA pela Harvard Business School (concluído em 2007).

Em sua volta ao Brasil, assumiu a área de Finanças da construtora Nor-berto Odebrecht. Depois, atuou como o responsável financeiro das empre-sas Odebrecht Óleo & Gás e Odebre-cht Infraestrutura / América Latina, onde atuava até recentemente.

Novo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores

Abimaq: novo presidente executivoA ASSociAção BRASilEiRA da indústria de Máquinas e Equipamentos/ Sindicato nacional das indústrias de Máquinas (Abimaq/Sindimaq) anunciou a contratação de José velloso para o cargo de presidente executivo.

com 30 anos de experiência no setor de máquinas e equipamentos, engenheiro mecâ-nico e administrador de empresas, José velloso trabalhou 21 anos como diretor do grupo PTi / Power Transmission industries do Brasil S/A e está desde 1998 como vice-presidente da Abimaq/Sindimaq, tendo várias vezes substituído a presidência da entidade, represen-tando a casa. José velloso é casado, tem 51 anos e dois filhos.

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o ATUAl DiREToR de Downstream, Ben van Beurden, substituirá Peter voser no cargo de executivo chefe da companhia. voser, que esteve no Brasil em abril para celebrar o centenário da companhia no país, anunciou sua aposentadoria e deve deixar o cargo em março de 2014, marcando o fim de uma carreira de 29 anos na Shell.

o presidente do conselho da em-presa, Jorma ollila, destacou a car-reia do novo cEo ao fazer o anúncio: “Ben tem profundo conhecimento da indústria e experiência execu-tiva comprovada por seu trabalho em diversas unidades de negócios da Shell. Ele continuará a conduzir e desenvolver a agenda estratégica que nos propusemos a seguir.”

Ben van Beurden ingressou na Royal Dutch Shell em 1983 e ocupou diversas funções técnicas e comer-ciais tanto nos negócios de Upstream quanto Downstream. o executivo já trabalhou na Holanda, África, Malá-sia, EUA e, mais recentemente, no

Reino Unido. o novo cEo visitou o Brasil no início desse ano, logo após assumir a posição de diretor de Do-wnstream do grupo Shell.

De nacionalidade holandesa, Ben van Beurden (55) ingressou na Shell em 1983 após graduar-se com mes-trado em Engenharia Química pela Delft University of Technology, na Holanda. A carreira de Ben na Shell

abrange tanto atividades de upstre-am quanto downstream, incluindo uma série de funções operacionais e comerciais, com cerca de dez anos no negócio de gnl.

Em janeiro de 2005, Ben se tor-nou vice-presidente de Excelência em Refino na sede em Houston, EUA. na função, foi responsável por padrões de qualidade opera-cional e iniciativas de alto desem-penho em refino e fabricação de produtos químicos.

Em dezembro de 2006, foi no-meado vice-presidente executivo de Produtos Químicos na sede em londres, Reino Unido. Durante seu mandato, Ben foi nomeado para os conselhos de várias associações de liderança da indústria, incluindo o conselho internacional de As-sociações de Produtos Químicos e o conselho Europeu da indústria Química. Em janeiro de 2013, foi nomeado diretor de Downstream e passou a integrar o comitê Exe-cutivo da Shell.

o gEÓlogo E EngEnHEiRo álvaro teixeira, consultor do instituto Brasileiro de Petróleo, gás e Biocombustíveis (iBP) e renomado profissional da indústria, vai receber, em setembro, uma homenagem no Hall da fama do offshore Energy cen-ter – oEc (centro de Energia offshore) pelas contribuições relevantes ao segmento offshore internacional.

Álvaro tem mais de cinco décadas de ativi-dades no segmento de exploração e produção de petróleo e gás, tendo iniciado sua carreira na Petrobras em 1960. Também atuou como Secretário-geral da Arpel na década de 90 e nos últimos vinte anos, ocupou a posição de Secretário Executivo do iBP.

o oEc é uma associação sem fins lucra-tivos fundada em 1989 pela indústria offsho-re de petróleo e gás, cujo objetivo é informar a sociedade e a indústria dos vastos recursos naturais energéticos disponíveis no oceano e as tecnologias de-senvolvidas pelo setor. Teixeira receberá a honraria de industry Pioneer em cerimônia do Hall da fama 2013,

que será realizada no dia 28 de setembro, em Hous-ton, Texas. Seu nome e de seis outros profissionais da indústria serão gravados em uma placa comemorativa que ficará exposta no Museu offshore Drilling Rig, na cidade de galveston, também no estado do Texas.

Shell anuncia novo CEO

Álvaro Teixeira será homenageado em Houston

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produtos e serviços

Altus

Altus lança Software HMI/SCADA

SEU SUPERviSÓRio é um de seus maiores d i fe renc ia i s . o software HMi/ScADA BluePlant, voltado para supervisão, controle e aquisição de dados, alia design e alto desempenho, além de confi-gurar-se em uma solução capaz de ser utilizada em diversas aplicações. Suas características atendem aos re-quisitos da indústria de controle de processos como óleo e gás, energia elétrica, saneamento, transportes, siderurgia, entre outros.

com arquitetura modular, seleção de drivers de comuni-cação incorporados ao produto, plataforma 64 bits (com suporte a sistemas operacionais 32 bits), suporte à redundância nativa e tecnologia oPc, o BluePlant pos-sui o que há de mais avançado em supervisório e aquisição de dados. Para reduzir custos de engenharia e manutenção, uma biblioteca de símbolos e servidor web incor-porado dispensam componentes externos como ActiveX.

Seus gráficos utilizam o editor gráfico vetorizado Windows Pre-sentation foundation (WPf). Eles também integram mapas geoes-paciais e modelos 3D, que podem ser apresentados diretamente ou vinculados a dados dinâmicos ba-seados em eventos e valores em tempo real.

Entre suas funcionalidades, destacam-se o registro e a emis-são de relatórios, servidor de

histórico avançado, módulo de notificação de eventos, servidor de alarmes, gerenciamento de ló-gica de negócios, além de supor-te para clientes locais e remotos, em computadores, web, tablets e smartphones, que facilitam o processo de supervisão. Tais ca-racterísticas fazem do BluePlant um produto robusto e com novas tecnologias que podem ajudar muito aos seus usuários.

A gaúcha Altus, fabricante de painéis de controle e automação, apresentou recentemente sua suíte de produtos para a automação de processos contínuos, da indústria e do segmento elétrico: o BlueWave. O produto integra de forma inovadora componentes de hardware e software em um único sistema, integrado e intuitivo, permitindo uma experiência única para a engenharia de integração de sistemas.

LANçADA PELA Altus para o seg-mento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Série Hadron Xtorm é a mais nova Unidade Terminal Remota (UTR) da empresa. Com base nas normas internacionais IEC 61850 e IEC 61131-3, esse novo produto é uma evolução da consolidada Série Hadron, presente há anos no mercado de energia elétrica, com

vasta base instalada e diversidade de aplicações.

A série possui algumas funcionali-dades de destaque como a redundância de fontes de alimentação, redundância de UCPs em um único bastidor, protoco-los DNP3 e IEC 61850 (MMS e GOOSE) e atendimento ao submódulo 2.7 da ONS, que se refere aos requisitos de teles-supervisão através do agrupamento de eventos digitais de proteção.

Sua arquitetura possui grande variedade de módulos de entradas e saídas que, combinados com uma UCP de 32 bits e um barramento baseado em Ethernet determinística de alta velocidade, respondem aos requisitos das mais variadas aplicações. Com altos padrões tecnológicos, a Série Hadron Xtorm está apta a promover uma inovação em supervisão e con-trole de sistemas no setor elétrico.

Série Hadron Xtorm: a nova UTR da Altus

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Mills

Novo equipamento reduz tempo de concretagemo SiSTEMA MoDUlAR da Mills (SM Mills) é composto por perfis metálicos especiais, conexões e vigas de alumínio que, combinados, têm alta capacidade de carga (até 40t/ poste) e podem formar diver-sas geometrias. o sistema conjuga o escoramento vertical e a forma horizontal, que, após a concretagem, pode ser levado para a fase seguin-te de trabalho. é ideal para seções repetitivas, pois, por não requerer desmontagem e montagem a cada etapa, confere excelente produti-vidade. Pode ser utilizado também na formação de treliças ou mesmo como sistema trepante de formas.

A composição modular em aço substitui com vantagem os sistemas tradicionais de escoramento com-

postos por torres, tubos e braçadei-ras, que deman-dam montagens muito trabalho-sas. “o uso do Sistema Modular da Mills per-mite o ganho

de produtividade e segurança do operário atrelados à qualidade final

da obra. Havendo uma redução comprovada de 30% no tempo final de concretagem comparada aos equipamentos tradicionais”, avalia o vice-presidente de operações da Mills, Erik Barstad.

Segundo a Mills, há duas possibilidades de uso do sistema: ligação articulada, que permite ângulos negativos e positivos até 30 graus. Desta maneira, foi uti-lizado para concretar a abóbada do túnel da linha 5 do Metrô de São Paulo. A outra possibilidade é como treliça SM, utilizada para escoramento e/ou passarela pro-visória. Atualmente a treliça SM Mills está sendo aplicada na obra da ponte estaiada da Transcarioca, no Rio de Janeiro.

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A MAnAgED PRESSURE opera-tions (MPo), subsidiária da Aker Solutions, fornecerá sistemas de perfuração com pressão gerencia-da (Managed Pressure Drilling / MPD) e serviços de tratamento do gás no riser para a Repsol Sinopec Brazil. o contrato de três anos, que exige confidencialidade sobre o valor do negócio, apre-senta a opção de um adicional de dois anos de serviços. A Repsol utilizará os equipamentos em águas ultraprofundas da Bacia de campos. “Este contrato demons-trará a capacidade única de nosso sistema de segurança para trata-mento de gás no riser e apresenta-rá a primeira aplicação em águas profundas de nosso dispositivo de perfuração de riser em um sistema MPD offshore abaixo do tensiona-dor”, disse o diretor da Managed Pressured operations (MPo), Charles orbell, que é parte do negócio de tecnologias de perfu-ração da Aker Solutions.

o sistema de tratamento de gás no riser ajuda a contro-lar os fluidos do poço durante a perfuração de óleo e gás no mar. Ele detecta

um influxo de gás em um riser de perfuração e desvia o gás para evitar um blowout, que é o fluxo descontrolado de fluido da forma-ção para o poço.

A tecnologia MPD melhora o desempenho e a segurança da perfuração. o dispositivo de perfuração de riser veda a área ao redor do tubo de perfuração durante as operações de perfu-ração. integrar um dispositivo de perfuração do riser com um sistema de tratamento de gás no riser permite as operações de perfuração MPD.

Em fevereiro de 2013 a Aker Solutions adquiriu a Managed

Pressure opera-tions internatio-nal, que fornece conhecimento e tecnologias den-tro do emergente segmento de perfuração com pressão gerencia-da. A MPD é usa-da para melhorar a segurança e a eficiência du-rante operações de perfuração, permitir acesso a novos campos com condições desafiadoras de perfuração e aumentar a vida útil de campos maduros.

A entrada do pedido está mar-cada para o segundo trimestre de 2013.

Aker Solutions

Contrato para sistemas de perfuração

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A SPARK EnERgY controlará a nova associada Spark Energy do Brasil, totalizando inves-timentos de 2,3 milhões de euros, com ênfase na monta-gem de cogeradores, através de componentes nacionais ou produzidos na fábrica do gru-po, instalada em Possagno, na província de Treviso.

Em sua primeira fase, a fábri-ca brasileira produzirá sistemas de cogeração com potência máxima de 500kW, dirigido ao mercado local e sul-americano. Dependendo das condições destes mercados, a nova fábrica poderá ser capacitada a produ-zir toda gama de cogeradores e estações de distribuição de ener-gia Spark Energy. “o mercado brasileiro tornou-se atraente ao nosso grupo, que faz da gera-ção e distribuição de energia a missão da empresa”, afirma giorgio cavagnera, diretor da DSfgroup e Spark Energy. “os grandes recursos agrícolas e florestais do Brasil representam para nós resíduos utilizados como matéria-prima para a pro-dução energética e que, recen-temente, se tornou um grande produtor de gás natural, outra matéria-prima ideal para a co-geração. o país se beneficia de um cenário econômico favorável para a modalidade de geração de energia distribuída, a ma-neira mais rápida e eficaz para atender as necessidades de uma

indústria em crescimento. Para nós da Spark, a unidade brasi-leira foi um novo e importante passo para a internacionaliza-ção do grupo e já caminhamos para uma representação nos Estados Unidos, outro mercado de interesse”, conclui giorgio cavagnera.

“A abertura da filial brasi-leira e montagem da fábrica no interior do estado de São Paulo confirmam nosso compromis-so com o mercado brasileiro, gerenciando a distribuição e já operando com uma rede eficien-te em todo o país, em vendas e pós-vendas, além de evidenciar a importância estratégica que a Spark dá a esse mercado”, explica Antonello Moscatelli, diretor da Spark do Brasil.

Soluções em tecnologia de ponta – com a tradição e o know-how de um grupo em-presarial em expansão (DSf),

a Spark Energy tornou-se uma das primeiras empresas do setor na Europa que projeta, fabrica e distribui ampla gama de máqui-nas de última geração, alimen-tadas a gás natural, biogás ou óleo diesel, para a produção de energia de alto desempenho, assegurando economia concreta e imediata do gasto energético total da empresa.

Possui completa linha de pro-dutos e diversidade de soluções: microSpark para a micro coge-ração, blueSpark para cogeração a gás metano, bioSpark para a cogeração a biogás, powerSpa-rk para os grupos eletrogênios a óleo diesel. com centros de assistência técnica e equipe de apoio treinada, graças a um programa de desenvolvimento de know-how no Brasil, a Spark Energy já oferece serviços de manutenção personalizada e sob medida em todo o território nacional.

produtos e serviços

Spark Energy

Spark Energy já opera no BrasilAtraído pela franca concorrência no setor energético no Brasil, o DSFGroup, com sede em Nova Milanese e Possagno, direcionado à produção e comercialização em todo o mundo de estações de geração de energia distribuída, já opera sua primeira filial fora da Itália, através de sua subsidiária Spark Energy, para produção de sistemas de cogeração de energia, na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo.

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A RollS-RoYcE AnUncioU no dia 4 de julho que fechou um contrato de cerca de R$ 38 milhões com o estaleiro Aliança S/A indústria naval e Empresa de navegação – uma subsidi-ária da fischer group –, e o armador Asgaard navegação S/A, para realizar o projeto e o fornecimento de equipamentos para duas embarcações offshore da Asgaard.

os navios oSRv, modelo UT 535 E, possuem sistemas proje-tados para evitar danos causados por derrames de óleo. Têm, tam-bém, a capacidade de transferir o óleo recuperado para o descarte adequado em terra. “Estamos muito satisfeitos por a Aasgard ter escolhido o projeto e o sis-tema integrado da Rolls-Royce para suas novas embarcações offshore. Esse é um cliente novo para nós e trabalhar em conjun-to durante a construção desses navios avançados será vital. vislumbramos uma longa e pro-fícua relação com o armador”, disse o presidente da Rolls-Royce

na América do Sul, Francisco Itzaina.

Além do projeto das embarcações, o contrato compreen-

de a entrega de pacotes de equipamentos, incluin-do sistemas de propulsão, propulsores, sistemas de posicionamento dinâmico, sistemas de energia elétri-

ca, sistemas de automação e controle, maquinário de convés e motores MTU.

o estaleiro Aliança perten-ce à cBo (companhia Brasi-leira de offshore) e já havia construído dez embarcações projetadas pela Rolls-Royce para a própria frota da com-panhia. os navios da Asgaard têm previsão de entrega para 2015, e o acordo ainda con-templa a construção de duas embarcações adicionais.

A BRASco, EMPRESA de lo-gística offshore do grupo Wilson Sons, fechou no início de julho a aquisição da Briclog, que agora passa a se chamar Brasco caju. Essa será a quarta unida-de da companhia que já possui uma base de apoio offshore em niterói (RJ) e opera também em Salvador (BA) e São luís (MA). com o negócio, a empresa pretende ampliar sua carteira de clientes. “com a aquisição

da nova base, a Brasco reforça seu posicionamento estratégico dentro da Baía de guanabara, tendo ativos com localização privilegiada para atendimento às atividades de exploração e produção das bacias de campos, Santos e Espírito Santo”, comen-ta a diretora executiva da Brasco, Renata Pereira.

A nova unidade fará a em-presa triplicar sua capacidade de atender embarcações, já que,

após obras de modernização, a base do caju terá seis berços, enquanto em niterói são três áreas de atraca-ção. Para apoiar

as atividades, a Brasco vai iniciar as operações de uma retroárea para armazenagem de equipa-mentos, que fica próxima à base, também no bairro do caju.

Rolls-Royce

Brasco

Equipamentos para embarcações da Asgaard

Nova unidade no Rio de Janeiro

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produtos e serviços

ESTE é o PRiMEiRo escritório da empresa na América do Sul. funda-da em 1948, a empresa americana, com sede em Reston (virginia), pres-ta apoio administrativo, técnico e de registros corporativos à República das ilhas Marshall, sendo atual-mente o terceiro maior registro do mundo. os registros têm crescido acentuadamente desde 2000.

Dentre os serviços prestados pela companhia estão: registro de embar-cações, apoio técnico, emissão de documentos e licenças de marítimos, realização de inspeções de segu-rança, licenciamento de estações de rádio e serviços de investigação de acidentes.

Segundo Luiz Augusto de Frei-tas, country manager da iRi no Brasil, em 2002 a empresa havia registrado 250 navios. Hoje, já são 2.877, dentre eles graneleiros, con-têineres, tanques, iates comerciais, plataformas e embarcações offshore de diversos tipos. “Em dez anos, multiplicamos o número de embar-cações registradas por dez, e cres-cemos de 17 milhões de toneladas para 92 milhões”, pontuou.

no Brasil, a iRi inaugurou seu escritório no Rio em março de 2012, o 25º de uma rede de escritórios ex-clusivos distribuídos em todas as re-giões do mundo. no país, a empresa

possui uma equipe de inspetores navais que dominam a legislação marítima brasileira e internacional, e orientam os clientes quanto à se-gurança de suas embarcações e do meio ambiente marinho.

São quatro inspetores navais no Rio, sendo três oficiais da reserva da Marinha e um engenheiro naval; e mais um inspetor em vitória (ES). Mais dois inspetores encontram-se em fase final de contratação, am-pliando dessa forma as possibili-dades de atendimento aos clientes.

com cerca de 200 funcionários exclusivos e cem prestadores de ser-viços distribuídos mundialmente, o diretor afirmou que a iRi no Brasil

possui somente dois funcionários, mas já está em vista de contratação de mais outros dois – que deverão ser engenheiros navais técnicos, para os próximos quatro meses.

“várias das maiores empresas de perfuração e exploração de pe-tróleo no mundo têm escolhido o Registro das ilhas Marshall para suas embarcações. no Brasil, entre outras empresas, estamos presentes em boa parte da frota da Petrobras. Em Rio grande, por exemplo, esta-mos registrando as unidades P-55, P-58 e P-63, além da P-59 e P-60 na Bahia”, complementa freitas. Petrobras, odebrecht, Queiroz gal-vão, Transocean, Ensco, Diamond, Schahin, BW offshore e Bravante, estão entre os principais clientes offshore da iRi no Brasil.

De acordo com o executivo, as principais vantagens da empresa no mercado compreendem o aten-dimento descentralizado, rápido e sem interrupções durante 24 horas, forte suporte técnico, diálogo e boa parceria com as principais Socie-dades classificadoras e Autorida-des Marítimas do mundo, além da participação nos principais fóruns marítimos internacionais como na iMo (international Maritime or-ganization) e ilo (international labour organization).

International Registries, Inc.

IRI se instala no BrasilA International Registries, Inc. (IRI), especializada no registro corporativo de empresas e embarcações, passou a operar diretamente no Brasil a partir de 2012 com a abertura de um escritório exclusivo na cidade do Rio de Janeiro, com foco na atividade offshore.

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O ENCONTRO DO SETOR NAVALGRANDES NEGÓCIOS | NETWORKING | MELHORES PRÁTICAS

MAIS INFORMAÇÕES: [email protected] - www.navalshore.com.br

46 marcas expositoras internacionais.

60 novos expositores.

Presença garantida de estaleiros de diversas regiões do Brasil na 2ª Edição do Pavilhão dos Estaleiros.

2ª Série de Workshops Técnicos ministrados por experts do setor.

2ª Edição da conferência WorkBoat South America com mais casos práticos para o setor de apoio marítimo.

DESTAquES DA NAVALShORE 2013

Presença de mais de 350 marcas expositoras, nacionais e internacionais na 10ª edição do evento, que reúne a cadeia produtiva da indústria naval e offshore.

2013

10ª EDIÇÃO13-15AGOSTO 2013HORÁRIO - 13H 20HCentro de Convenções SulAméricaRio de Janeiro/RJ - Brasil

www.navalshore.com.br

Cadastramento on-line disponível no site. Visite:

Evite filas.

PROGRAmA DE wORkShOPS E CONfERêNCIA NAVALShORE – mARINTEC SOuTh AmERICA: 13 DE AGOSTO 14 DE AGOSTO 15 DE AGOSTO

09:00 / 13:00 WOrkShOP TécnicOGalvanização a Quente

WOrkShOP TécnicOSoluções, Construção e

Desáfios / Soldagem ABS

14:00 / 15:30

PAinEl 1Estágio atual da indústria naval e offshore -

Capacitação para atender a demanda atual e futura com prazos e preços adequados.

PAinEl 3Cadeia de fornecedores – Gargalos relacionados

à ampliação, conquista de contratos e financiamento à indústria de navipeças.

cOnfErênciA WOrkBOAT

SOuTh AmEricA

16:00 / 18:00PAinEl 2

Parcerias estratégicas na indústria naval civil e militar.

PAinEl 4O desafio de estabelecer indicadores de produtividade para acompanhamento do

desenvolvimento dos estaleiros brasileiros.

cOnfErênciA WOrkBOAT

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Redundância e disponibilidade:inteligência para produtividade industrialInterrupções não planejadas no funcionamento das plantas industriais, além do impacto na produtividade, podem gerar perdas que variam de R$ 300 mil a R$ 3 milhões – de acordo com o setor da indústria e tempo de inatividade. O alto custo operacional, comercial – e, outras tantas vezes, o impacto na reputação por atraso na entrega – são preços que muitas empresas não podem pagar. Podem representar a diferença para alavancar a competitividade do negócio.

Em função disso, é cada vez mais estratégico direcionar o in-vestimento em pesquisa e desenvolvimento para a criação de tecnologias inteligentes, tanto para os processos da operação nas fábricas, como para integrar o funcionamento dos produ-

tos finais. no setor de energia, em especial, os desafios de trabalhar com ma-

teriais de alto valor e perigo – como petróleo, gás natural, químicos e petroquímicos – são ainda mais peculiares. neste setor, segurança, confiabilidade e precisão são imprescindíveis.

nos últimos anos, a norgren1, que desenvolve projetos de engenharia para grandes indústrias globais, tem apostado e in-vestido em sistemas de blocos redundantes, que são as melhores tecnologias para entregar alto desempenho e confiabilidade nos processos industriais.

Mas por que usar sistemas redundantes? A resposta mais simples é que, para processos que não toleram interrupções – como aqueles aplicados em plataformas de petróleo ou indústrias químicas, por exemplo, se uma válvula falhar, a solução redun-dante sempre oferecerá outra de suporte para manter o funciona-mento seguro, enquanto se realiza a manutenção do problema no primeiro equipamento.

é claro que nem todos os casos demandam redundância. Por exemplo, nos sistemas que necessitam apenas de interrupção com garantia, os blocos de disponibilidade são suficientes. Mas este não é o caso das indústrias de energia, que controlam parques fabris com sistemas críticos.

Até recentemente, os sistemas redundantes só estavam disponíveis em painéis complexos, com componentes múltiplos. Porém, nem to-dos os painéis disponíveis no mercado são certificados – além de não oferecerem o mesmo nível de segurança de blocos homologados.

Hoje, já é possível aplicar a tecnologia redundante em pelo menos três formatos. A solução em aplicações em que interrupções não planejadas não são admitidas é a utilização de um sistema de re-dundância, do tipo “dois de dois” (2002) – este contém duas válvu-las que permitirão o processo fluir mesmo em caso de falha de uma delas. Já em operações com alto controle de segurança, em que a

Ricardo Rodrigues é CEO da Norgren para o Brasil e América Latina. É graduado em Engenha-ria Civil pela USP, com MBA da University of Illinois (EUA). Antes de se tornar presidente da Norgren na região, Ricardo atuou em outros países por onde a empresa está instalada: Marketing nos EUA e Espanha, Vendas na Inglaterra, Produtos nos EUA. Assumiu o controle da operação no México em maio de 2006 antes de retornar ao Brasil e consolidar a liderança em toda a América Latina.

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1Líder global em automação pneumática e controle de fluidos, a empresa desenvolve soluções inovadoras há mais de 80 anos para os setores automotivo, de energia, ferroviário, médico, de alimentos & bebidas e mineração. Sua rede alcança 75 países no mundo, com o objetivo de atender a demanda dos mais variados clientes e parceiros, além de entregar Engeneering Advantage, que é o conceito com base no fornecimento de produtos de alto desempenho, serviço qualificado e excelência técnica. No Brasil há 38 anos, as soluções da Norgren estão presentes em 15 estados mais o Distrito Federal, além dos serviços disponibilizados para todo o país por meio da loja virtual Norgren Express.

necessidade de desligar o processo é muito crítica, um sistema de disponibilidade, do tipo “um de dois” (1002) em geral é suficiente. Há ainda uma terceira possível aplicação, no formato “dois de três” (2003). Sua vantagem está em aliar os fun-cionamentos para redundância e disponibilidade, ou seja, 2002 e 102, em apenas uma solução.

Apesar destas tecnologias, no Brasil ainda exis-tem instalações fabris usando uma única válvula para controle de processo – o que pode causar pro-blemas significativos. como não existe redundân-cia para dar suporte à produção caso uma válvula falhe, também não há garantia de que a produção poderá ser reativada rapidamente. Além disso, grande número de indústrias nacionais ainda não seguem a legislação Sil 4 (nível de integridade de segurança, do inglês), que passou a ser exigida nos últimos anos no setor industrial e apresenta o maior índice de gestão de segurança.

Um dos principais problemas dos sistemas redundantes do mercado é uma concepção de design pobre. Sistemas redundantes tradicionais tendem a ter suas válvulas parafusadas a uma pla-ca traseira e conectada utilizando aço inoxidável ou tubos rígidos.

Especificações incorretas, instalação e confi-guração abaixo do ótimo podem contribuir para a criação de um sistema que não alcança e mantém os padrões de segurança locais e internacionais – como a legislação Sil 4. Se o equipamento não é concebido de forma integrada, mas com compo-nentes independentes, o resultado final já pode

criar problemas de instabilidade. cada componente adicional incluído poderá ser causa de pontos de vazamento, por exemplo. nesse caso, não estamos falando apenas de um sistema dispendioso, mas de um sistema potencialmente perigoso.

é importante considerar ainda que, nos siste-mas de válvulas individuais parafusadas, haverá um tempo considerável de montagem – e eles não são simples de desmontar, além dos testes necessá-rios em cada etapa.

Em função deste cenário, recentemente, a norgren passou a introduzir no mercado brasi-leiro um sistema de válvula redundante manifold (RvM), 2oo3, completamente integrado, que bus-ca solucionar problemas de segurança e precisão. o bloco já atende às certificações internacionais. Seu design é concebido em alumínio ou em aço inoxidável, com unidades modulares compactas. Assim, pela primeira vez, um sistema redundan-te evita utilizar tubagem ao incorporar todas as funções. E, com apenas uma entrada e uma saída, sua instalação é rápida e simples, e minimiza pos-síveis pontos de vazamento.

o fato é que, tratando de processos industriais delicados como os que a indústria de energia en-volve, todas as medidas de segurança são requi-sitos obrigatórios para proteção das pessoas que trabalham em plantas, mas também do negócio. As soluções redundantes, ao oferecer a possibilida-de de administrar interrupções, contribuem para o processo de planejamento, deixando a produção mais inteligente.

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Eficiência e controlede custo de projetos

As empresas de exploração e produção de petróleo e gás, atualmente, estão focadas em acompanhar demandas crescentes e alavancar receitas incrementais explorando as reservas de hidrocarbonetos. Esta tendência é particularmente marcante em novos mercados dinâmicos e de rápido crescimento, como Brasil, Rússia, Índia e China, nos quais as operadoras buscam agressivamente novas oportunidades nos mercados interno e externo.

Estas oportunidades abrangem não apenas encontrar e desen-volver novas reservas, mas também prolongar a produção de ativos existentes. o alcance das metas impõe uma série de desafios às operadoras.

Uma nova exploração traz o risco inerente à descoberta de novos reservatórios, pode ser muito cara e, muitas vezes, é feita em locais difíceis. A ruptura no poço Macondo, situado no golfo do México, lembrou dolorosamente à indústria os riscos e desafios. com a exten-são da vida dos ativos e dos sistemas de produção existentes, os riscos para a base de recursos diminuem, além dos desafios de localização serem, pelo menos, familiares. Reconhecidamente, gerenciar e otimi-zar a produção de petróleo e gás é uma empreitada complexa devido à própria natureza dos reservatórios, por vezes imprevisível. como acontece com a exploração, gerir despesas cuidadosamente é sempre um desafio, mais ainda se os custos operacionais continuam aumen-tando e o conhecimento especializado interno torna-se cada vez mais escasso à medida que uma força de trabalho experiente se aposenta.

Tais tendências, juntas, estão estimulando a procura por uma com-binação poderosa de tecnologia e talento. Para lidar com a complexi-dade das operações, as operadoras querem soluções de engenharia de processos de alta qualidade – soluções que sejam precisas, robus-tas e fáceis de usar e que ajudem a impulsionar a produtividade do usuário.

As melhores soluções são capazes de prover eficiência de enge-nharia durante todo o ciclo de vida do projeto, sejam elas usadas para ajudar a realizar pequenas modificações e reformulações nas instala-ções ou para proporcionar eficiência nos megaprojetos do mundo.

Disciplina nos gastos de capital e na gestão do ciclo de vida dos ativos – chegar ao ‘primeiro óleo’ o mais rápido possível é muito importante, mas escolher os ativos certos a serem desenvolvidos é também vital. felizmente, para suportar estes objetivos de negócios,

Fúlvia Borges é doutora em Engenharia Química pela Universidade de São Paulo e pelo Instituto Politécnico de Toulou-se. Iniciou na Aspentech em 2007, como Suporte Técnico de Engenharia, apoiando os clientes do Brasil e da América Latina e ainda ministrando treinamentos técnicos. Atualmente vem trabalhando como Consul-tora Técnica de Negócios das soluções de Engenharia com foco em modelagem e simu-lação de processos.

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as empresas agora podem recorrer a uma série de soluções de engenharia de processos, soluções de estimativa de custos e soluções integradas de enge-nharia como as fornecidas pela AspenTech.

A tecnologia de engenharia ajuda as operadoras em toda a indústria de petróleo e gás a controlar os gastos de capital e manter o cronograma quando projetam e constroem ativos. nesta atividade de ca-pital intensivo, colocar as reservas de petróleo em produção mais cedo possibilita que as organizações atinjam seus objetivos de retorno de investimento.

As operadoras de petróleo e gás estão focadas em desenvolvimentos para converter recursos (hidrocarbonetos descobertos na terra) em reservas (economicamente recuperáveis com tecnologia existente). o custo de desenvolvimento é funda-mental no processo de decisão. Em qualquer proje-to deste tipo, em geral há várias opções de desen-volvimento, e o uso da tecnologia adequada para avaliar com eficácia estas alternativas de projeto contribui para melhores decisões fundamentais. Além disso, a capacidade de capturar a base para o projeto e reutilizá-la por meio de projeto detalhado, construção e entrada em operação podem resultar em menos erros, mais segurança nas instalações e mais rapidez até o ‘primeiro óleo’.

A Dow e a KBR se uniram para usar tecnologia para integrar projeto conceitual e estimativa de custo. o megaprojeto (mais de US$ 10 bilhões) enfrentou um desafio: o número de contratos, fornecedores e locais ultrapassou rapidamente os limites tradicionais. novas tecnologias, no entanto, proporcionaram uma abordagem integrada para o projeto, estimativa e compartilhamento de informa-ções, com resultados significativos. o tempo para fazer uma estimativa, por exemplo, caiu de 12-24 semanas para 1-4 semanas. A informação aprimo-rada permitiu que o custo de mão de obra fosse entendido mais cedo no feed (front-End Enginee-ring Design) e que mais opções fossem avaliadas, propiciando decisões melhores sobre projetos.

Uma vez que a empresa tem investimentos baseados em planejamento prévio (front-End loading), qualquer atraso no primeiro óleo pode prejudicar o retorno do investimento. Assim, em-presas como a Shaw concentram a atenção em pro-gramar e implementar processos de negócio para evitar atrasos, e o uso de tecnologia é vital para dar suporte a esta iniciativa. com o AspenBasic Engineering elas integraram o workflow de feed e eliminaram ineficiências. conseguiram se manter dentro do horário e do cronograma, trabalhando

com seis disciplinas diferentes e até mesmo alte-rações importantes no projeto. Além de eficiência, alcançaram melhor consistência e qualidade em entregáveis porque todos os envolvidos passaram a trabalhar a partir dos mesmos dados.

Otimizando os ativos existentes – não é mis-tério que a capacidade de produção dos campos existentes cai à medida que eles ‘envelhecem’. A international Energy Agency (iEA) calcula que a taxa média de declínio dos campos existentes é de 4,5% ao ano.

neste cenário, as soluções de gerenciamento de instalações são fundamentais para auxiliar as empresas ao longo da vida útil de um ativo. As tec-nologias desempenham um papel chave neste pro-cesso, seja a tecnologia hard de sensores, materiais etc., seja a tecnologia mais soft, como as soluções de modelagem, otimização, dados em tempo real e processos de negócios. Muitas vezes agrupadas sob termos como “tecnologias de campo digital de petróleo”, há anos são elogiadas pelas empresas e estão cada vez mais difundidas, tornando-se uma prática de negócio best-in-class.

não só as operadoras de petróleo e gás preci-sam ter a certeza de que estão explorando novas reservas com o máximo de eficiência possível, mas também é vital que otimizem seus ativos existen-tes. Um ativo (campo) típico talvez produza ape-nas 30%-40% dos recursos do reservatório. Uma produção mais eficaz pode elevar os números da recuperação (algumas empresas estimam 60%-70%) e acelerar a extração de petróleo.

novamente, a tecnologia pode desempenhar um papel chave na entrega de dados em tempo real e modelos de simulação para proporcio-nar o entendimento dos processos complexos envolvidos.

A Saudi Aramco explorou a tecnologia para atingir muitos objetivos de negócios em seu com-plexo sistema de produção de gás. A empresa tinha modelado cada planta e conseguia operá-la com eficiência, mas percebeu que poderia obter ainda mais valor com a otimização de sua rede de cam-pos, plantas de separação de gas e óleo e instala-ções de processamento de gás. Só em termos de economia de energia, a empresa reduziu os custos de compressão e de energia por meio de decisões de negócios relacionadas à mudança no roteamen-to de gás e à escolha das plantas para recupera-ção de gás natural liquefeito. o resultado foi uma economia anual de dezenas de milhões de dólares,

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redução do tempo para desenvolver planos pluria-nuais e maior capacidade do sistema.

Assim como em um modelo clássico de ma-nufatura, entender os processos e o modo como poços, compressores e separadores interagem, por exemplo, pode ajudar a baixar os custos e melhorar a confiabilidade. A BP aumentou a produção em 7% e a recuperação em 4% utilizando modelos de engenharia para otimizar decisões operacionais.

À medida que as exigências ambientais mudam, cresce a necessidade de documentar resultados e conformidade de instalações de processamento. Tendo em vista que as emissões de uma planta nem sempre são medidas diretamente, o uso de modelos para gerenciar a pegada de carbono é um requisito chave. A fim de atender essa exigência, a carbon intelligence Pty limited está desenvolvendo uma solução de modelos de simulação de processos e historiadores de dados em tempo real para medir o impacto ambiental, quantificar emissões e gerar relatórios. os mesmos modelos também podem aju-dar a prever mudanças em emissões quando a com-posição da produção ou as condições de operação mudam. Tendo em vista que a solução se baseia em simulações da planta e em dados em tempo real, a geração de relatórios se adapta às condições reais de operação. Esta solução vai ajudar as empresas a entender sua pegada ambiental, vencer os desafios da geração de relatórios e evitar a perda de milhões em multas.

Gerenciando o problema da escassez de com-petências – Milhares de engenheiros estão se aposentando e há uma escassez de pessoal com o conhecimento e a experiência necessários para substituí-los. cada uma destas soluções envolve tecnologia de modelagem, que incorpora o co-nhecimento de especialistas em uma simulação rigorosa baseada em primeiros princípios. os enge-nheiros mais jovens podem apreender este conhe-cimento capturado usando os modelos.

com a pressão do mercado e a busca das em-presas pela racionalização de recursos, é impro-vável que esta situação melhore – pelo menos, no curto prazo. De acordo com a Society of Petroleum Engineers, a média de idade dos petroleiros é 51

anos. Quase 60% têm 45 anos ou mais. isso repre-senta um pico no perfil de trabalhadores atuais e sugere que haverá uma perda de cerca de 40% da força de trabalho nos próximos dez anos.

A tecnologia de modelagem pode ser vital para ajudar as operadoras a vencer desafios de mudanças no ativo e no equipamento. Aplica-ções de suporte a decisão, soluções de controle avançado de processo e sistemas de treina-mento que vinculam o treinamento a questões da indústria no ‘mundo real’ podem ajudar a gerenciar o problema da escassez de competên-cias. Além disso, monitoramento de desempe-nho pode ser adotado para controlar a operação segura do ativo, ao mesmo tempo em que, com simulação dinâmica, as operadoras podem exe-cutar cenários what if (“e se...”) para validar a eficácia dos sistemas de segurança.

A tecnologia adequada vai permitir que tarefas mais corriqueiras sejam automatizadas e que com-petências de engenharia escassas sejam dedicadas aos problemas mais desafiadores. Também vai ajudar os recém-chegados no setor a assimilarem o conhecimento necessário dos colegas que estão se aposentando com anos de relevante experiência prática, otimizando, assim, a transferência de co-nhecimentos de uma geração de engenheiros para a geração seguinte.

Perspectivas de um futuro brilhante – os Brics (Brasil, Rússia, índia e china) continuam a apre-sentar forte crescimento no mercado upstream de petróleo e gás como consumidores e fornecedores de energia. números recentes mostram que a Rús-sia é o maior exportador mundial de gás natural e o segundo maior exportador de petróleo. cada vez mais, as operadoras nos Brics – e a indústria upstream global – precisarão ter acesso a soluções de otimização de processos da mais alta qualida-de para explorar eficiências do projeto, manter custos sob controle, sustentar a produtividade da força de trabalho e dar suporte à transferência de conhecimento. Quem consegue esta combinação está mais propenso a ter êxito tanto na exploração de novas reservas quanto no aproveitamento de ativos existentes.

resultado

calhau

@tnpetroleo

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opinião

o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás

Escócia:

O setor de petróleo e gás é uma das histórias de sucesso da Escócia e um componente vital da continuidade do seu crescimento econômico. Somente em 2012, nosso setor de petróleo e gás arrecadou US$ 15 bilhões em investimentos de capital. A partir de 2013, há grande otimismo e uma forte indicação de que os próximos dez anos serão muito bons para o Mar do Norte.

O petróleo foi descoberto pela primeira vez em águas britânicas há mais de 40 anos. Hoje, cerca de 40% das reservas de petróleo e gás da Es-cócia foram extraídas, e temos a ambição de atingir 50%. Há alguns anos, o setor era visto em declínio, mas essa percepção já foi revertida.

Apesar da recessão global, a Escócia está exportando uma quantidade recorde de petróleo e gás, sendo que a América do norte permanece no topo da cadeia de exportação de suprimentos da Escócia – cerca de US$ 5 bilhões das vendas são direcionadas para esta região.

Atualmente, o Mar do norte tem petróleo e gás suficiente para garantir a produção nos próximos 40 anos. Entretanto, o crescimento, por si só, pode re-presentar um desafio. com os pontos fortes da Escócia nas áreas de desenvolvi-mento de tecnologia, inovação e pesquisa e desenvolvimento, existem, sem dú-vida, grandes oportunidades de expansão das empresas escocesas no mercado brasileiro. Ao desenvolver um relacionamento mutuamente benéfico, podemos explorar novas formas de trabalho conjunto, compartilhando conhecimentos e experiências para poder tirar proveito das oportunidades globais.

Tecnologia avançada e mão de obra qualificada serão fundamentais para a continuidade do nosso sucesso. é por este motivo que a Escócia está investindo em inovação e atraindo novos talentos. Além disso, a Scottish Development international (SDi), a agência de comércio e investimento do país, prioriza a tecnologia, alocando até US$ 13 milhões para apoiar inovações tais como inte-gridade de ativos, imagens submarinas e sísmicas.

com recursos cada vez maiores investidos na manutenção das instalações e equipamentos, a integridade dos ativos é uma tendência chave no setor. o mer-cado submarino é outra área de crescimento expressivo. o setor submarino tem sido um dos mais importantes setores econômicos da Escócia nos últimos anos. os anos de produção de petróleo e gás no Mar do norte criaram uma forte ca-deia de suprimento, uma força de trabalho qualificada, um setor acadêmico de renome e uma infraestrutura energética bem desenvolvida.

Particularmente, o aprendizado na prática nas duras condições do Mar do norte significa que possuímos tecnologias específicas e capacitações para operarmos nas condições desafiadoras de águas profundas. Atualmen-te, cerca de um terço das despesas mundiais na área submarina provém da cidade de Aberdeen, o que torna a cidade um importante centro global para desenvolvimento, sendo que um número cada vez maior de projetos é admi-nistrado a partir dessa cidade.

grande parte da tecnologia submarina que está sendo agora usada em todo o mundo nasceu das dificuldades enfrentadas nas águas do Mar do norte. Desde aparelhos de inspeção de imagem 3D extremamente leves e compactos até softwares inovadores para previsão de riscos, as empresas estão usando décadas da experiência submarina escocesa para fornecer tecnologias para a extração de petróleo.

o setor de petróleo e gás pode se beneficiar da experiência e conhecimento que a Escócia vem construindo ao longo das últimas quatro décadas. Atual-mente, estamos também com foco nas áreas-chave que temos em comum com empresas de energia eólica offshore, bem como trabalhando com outras empre-sas do setor. Apesar dos desafios técnicos e comerciais que pairam sobre toda a indústria global, as oportunidades para a Escócia nunca foram tão grandes.

o Brasil é um mercado bastante significativo e a abertura do escritório da SDi no Rio de Janeiro reafirma nosso compromisso de reforçar os laços empre-sariais entre a Escócia e o Brasil. Ao aumentar nossa presença, ambos podemos ajudar a abrir caminho para as empresas da Escócia comercializarem com su-cesso no Brasil, incentivando ao mesmo tempo as empresas brasileiras a ver na Escócia seu destino para investimentos de negócios.

David Rennie é líder Internacional do setor de Energia da Agência de comércio e investimento da Escócia no Brasil (SDI/Scottish Develop-ment International).

sdi

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N

fino gosto

O nome Uniko está gravado, discretamente, no alto da imponente fachada do antigo prédio da Seguradora Sul América, com entrada pela rua do Carmo, sem fazer qualquer alusão à atividade ali implementada. por Orlando Santos

UNIKO

Rua do Carmo, esquina com Rua do

Ouvidor (Galeria Sul América)

Centro - Tel.: 21 3806 6334

no entanto, basta dar alguns passos e o visitante logo vai entrar em con-tato com o mais novo empreendimento gastronômico dos sócios nicola giorgio, Dionísio chaves e fabrizio giuliodori, donos de restaurantes na zona Sul do Rio de Janeiro.

Primeira experiência deles no centro do Rio, o Uniko nasce com a pro-posta, segundo nicola, de oferecer aos comensais, executivos sobretudo, o que há de melhor na culinária italiana, a preços acessíveis. Para isso cercou--se de bons profissionais, preparou um cardápio adaptado ao movimento dos executivos e acredita que tudo vai se desenvolver conforme o planejado. Tra-zem para o centro da cidade a tão bem-sucedida experiência dos premiados restaurantes abertos na zona Sul.

A proposta da Uniko é acreditar nas tradições da cozinha mediterrânea, como massas, bons peixes, boas entradas e uma ótima carta de vinho, setor bem administrado pelo sócio, o sommelier Dionísio chaves. Em recente en-trevista a um jornal de grande circulação, nicolas disse que o segredo da cozinha italiana é uma comida básica, mas com bons produtos. E que uma das imagens preferidas da sua memória gastronômica familiar é sua mãe preparando, aos domingos, o orecchiette ao ragu mediterrâneo, prato que ele serve nos seus dois restaurantes, Duo, na Barra, e Bottega Del vino, no leblon e que poderá ser também servido no Uniko.

a boa comida italiana num espaço nobre

Foto

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Bor

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TN Petróleo 90 119

O CARDÁPIOElaborado por Nicola Giorgio, traz sugestões de entradas, pra-

tos principais e sobremesas para o almoço. Alguns exemplos

são Salada de lentilhas com lulas ao vapor, Ravioli de vitela

com fondue de parmesão, Costela bovina assada ao vinho

chianti com purê de batata, Nhoque ao pesto e pinoli crocante,

Linguine em tinta de lula com camarões e aspargos.COSTELA BOVINA

ASSADA AO VINHO CHIANTI

o centro gastronômico do Rio só tem a ganhar com a chegada desse trio experiente, formada pelo restaurateur nicola giorgio, há mais de 32 trabalhando com alimentos e bebidas, Dionísio chaves, o melhor somellier da cidade, bicampeão segundo a revista Veja, e por fabrizio giuliodori, dono do restaurante Alessandro e frederico.

o prédio totalmente recuperado abriga, na parte tér-rea, o Uniko, e, ao lado, o Manekineko, de comida japo-nesa. italianos e japoneses aquecem o rol gastronômico do centro histórico do Rio.

Já não era sem tempo.

Quem é quem...com 31 anos de experiência na área de alimentos e

bebidas, nicola Giorgio passou por alguns dos mais im-portantes estabelecimentos da Europa. Trabalhou com o maître do Ritz, de Milão, e foi responsável pela abertura

em Parma, veneza e Roma de restaurantes do grupo Ba-glione, além de gerenciar o la Terraza, em londres.

Em 2002, desembarcou no Brasil para comandar a inauguração dos restaurantes gero, forneria e fa-sano Al Mare, todos do grupo fasano. Em janeiro de 2011, inaugurou o Duo, com carta de vinhos e serviço de qualidade, conquistando importantes prêmios. Em dezembro de 2011, abriu a Bottega del vino, no leblon, em sociedade com Dionísio chaves: misto de restau-rante e wine bar, localizado na Dias ferreira. Sucesso entre clientes e críticos, conquistou o primeiro prêmio

com menos de um ano de funcionamento. Desde 2006, nicola também é um dos sócios da premiada sandui-cheria carioca foccacia.

Em seus 17 anos de carreira, o sommelier Dioní-sio Chaves é um dos mais respeitados profissionais do país. vencedor por dois anos consecutivos do prêmio comer & Beber (2011 e 2012), da Veja Rio, na categoria Sommelier do Ano. Em abril de 2012 foi o sommelier do jantar de gala para 900 convidados do leilão de To-ques ET clochers, em limoux, na frança. foi bicam-peão brasileiro (1999/2002) como o melhor da América do Sul e o segundo melhor das Américas (2004).

italiano de Milão, Fabrizio Giuliodori começou a carreira no ramo de restaurantes em 2000, com o Ales-sandro e frederico, que inicialmente era um café para 60 pessoas, em ipanema. o empreendimento cresceu e, hoje, são cinco casas na cidade, somando 440 em-pregados. fabrizio faz questão de oferecer requinte e conforto aos clientes, desde a cozinha até a decoração. Por ser um apaixonado pelo trabalho, fabrizio não se importa em passar longas horas em seus restaurantes. Ao contrário, sente-se em casa em cada um deles. filho de um bem-sucedido restaurateur italiano, proprietário de 12 estabelecimentos em Milão e arredores.

Obra arquitetônicaPelo retrofit do Edifício galeria Sul América no

centro do Rio de Janeiro, a incorporadora norte-ameri-cana Tishman Speyer recebeu o Prêmio Master imobi-liário 2012, na categoria Empreendimento comercial. A premiação é concedida pela fiabci/Brasil (capítulo Brasileiro da federação internacional das profissões imobiliárias) e Secovi-SP (Sindicato das empresas de compra, venda, locação e Administração de imóveis Residenciais e comerciais de São Paulo). inspirado nos conceitos e critérios do Prix d’Excellence, entregue pela fiabci Mundial, o Master é uma das mais relevan-tes premiações do mercado imobiliário.

A Tishman Speyer refez as instalações do antigo prédio da seguradora Sul América com tecnologias de alto padrão corporativo, ao mesmo tempo que recuperou seus valores culturais e arquitetônicos. foram restaura-dos afrescos internos, as escadas de mármore, o relógio e as fachadas. Daí, esse espaço charmoso ser conside-rado Único no centro histórico do Rio e ter servido de inspiração para abrigar o nome do restaurante.

Fabrizio Giuliodori, Dionisio Chaves e Nicola Giorgio

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Oo EncAnTAMEnTo é quase o mesmo. os 400 m2 da livraria escondem coleções preciosas – são mais de 50 mil títulos – e sua arquitetura, guardando as devidas proporções, lembra em muito a realeza de seu histórico vizinho da rua luiz de camões.

livros raros de arte ocupam algumas mesas colocadas no espaço, como Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, com ilustrações feitas pelo pintor candido Portinari – edição que teve a tiragem de cem exemplares, todos assinados pelo artista. A diferenciar o espaço só o fato de que este, como pedem os tempos modernos, conta com um bistrô, e a venda de cDs, DvDs e coleções de revistas, incluindo gibis antigos que fazem a alegria de adultos e jovens.

o criador dessa quase maravilha começou com uma pequena loja. Seu nome: luiz Barreto, um fluminense de campos, com quase 40 anos de experiência como livreiro e que nunca imaginou ver sua livraria virar até cenário de novelas globais – principalmente as que evocam ambientes árabes – já que o décor de suas instalações, misturando coleções de livros em prateleiras gigantes e objetos antigos compõe todo o quadro de misti-cismo que envolve o lugar. Personalidades da música popular brasileira,

A poucos metros do imponente e suntuoso

prédio do Real Gabinete Português de Leitura,

no centro histórico do Rio, a Letra Viva

é quase uma réplica do seu vizinho mais famoso que abriga

preciosidades da literatura lusitana e

universal. Por isso, não têm sido poucos os

visitantes que, ao se depararem com a Letra Viva, acredita estarem

adentrando no Real Gabinete.

Rua Luiz de Camões, 10

Centro - Rio de Janeiro

CEP 20051-020

Tel.: (21) 2252-3460

http://letravivafilial.blogspot.com.br

por Orlando Santos

Foto

s: T

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etró

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coffee break

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Obras-primas da Coleção Roberto Marinho no PaçoMAIS DE 200 PEçAS da coleção particular do jornalista Roberto Marinho, sendo 78 inéditas, estão até meados de agosto à dispo-sição do visitante no Paço Imperial, na Praça XV, Centro do Rio. Peças sacras dos séculos XVIII ao XIX, com destaque para artistas como Mestre Valentim, estão encantando o visitante da super-mostra. Ele poderá apreciar também as 14 telas que retratam a via sacra, pintadas em 1955 pelo romeno Emeric Marcier e que, pela primeira vez, são exibidas lado a lado.

Guignard, Djanira, Antonio Bandeira, Milton da Costa, Di Cavalcanti, Pancetti, Anita Malfatti, Volpi, Tarsila do Amaral, e tantos outros, figuram na exposição, que abriga ainda esculturas e tapeçarias de artistas consagrados, como Maria Martins, Frans

Krajcberg e Sergio Camargo. Esse acervo, fruto de aquisições feitas pelo jornalista Roberto Marinho a partir da primeira peça adquirida em 1930, abre uma oportunidade rara para se ter uma ampla visão das artes plásticas no país, com o que ela produziu de melhor durante esse tempo.

como gilberto gil e Marisa Monte, também são frequentadores da livraria encravada na rua que leva o nome do famoso poeta português.

A arquitetura da livraria recepcio-na de modo agradável e silencioso o visitante, tal qual o Real gabinete, dando a ele a sensação de estar rece-bendo um abraço afetuoso e de muita interação, como se estivesse em sua própria casa, explica o gerente Sidney. nada mais charmoso e tranquilo.

A letra viva é um oásis de sensibilidade e de muito bom gosto, numa área que pode e deve ser revitalizada pelo poder público, a exemplo de outros espaços do Rio, como a lapa, a Praça Xv, e mais recentemente a zona Portuária, com a instalação do MAR (Museu de Arte do Rio), na an-tiga zona degradada da Praça Mauá, e com as obras que estão projetando o Museu do Amanhã, no cais do Porto.

no entorno estão a faculdade de Engenharia e Ar-quitetura, hoje transformada em faculdade de filoso-fia e História, e a igreja de São francisco de Paula, a pedir uma urgente recuperação já que degradados por incêndios de prédios históricos hoje transformados em estacionamentos, e uma mendicância constante em todas as suas ruas e transversais.

é preciso planejamento, recursos e zelo com a pre-servação de um espaço tão identificado com a cidade,

prestes a sediar eventos tão im-portantes como a copa de 2014 e os Jogos olím-picos de 2016! Esse é o grande apelo que todos os comerciantes da área fazem chegar às auto-ridades, através da tn, solidária com eles e dis-posta a colaborar no que for preciso para resgatar uma área tão preciosa da vida cultural carioca.

Em outras ci-dades que abri-gam eventos semelhantes, como Barcelona, por exemplo, a autoridade pública soube cuidar de recuperar e exibir ao visitante parte da história de seus antepassados, com zelo e dedicação.

é o que o Rio precisa e merece.

uma livraria que respira no Centro do Rio

LETRA VIVA,

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indicadores tn

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

feiras e congressos

Agosto

Novembro

Outubro

Setembro

22 a 24 - ÍndiaPetroWorldLocal: MumbaiTel.: +44 (0) 1992 656 647email: [email protected] www.petroworldindia.com

6 a 8 - BrasilNavalShoreLocal: Rio de JaneiroTel.: +55 11 4878-5916|email: [email protected]

16 a 19 - Cingapura14th Annual FPSO Congress 2013Local: CingapuraTel.: +65 6722 9451email: [email protected]

21 e 22 - Brasil13ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e EtanolLocal: São PauloTel: +55 11 4191 6994email: [email protected]

23 a 25 - DubaiArabian Water & Power ForumLocal: DubaiTel.: +44 20 7978 0336email: [email protected] www.thecwcgroup.com

5 a 7 - Estados UnidosDeepwater Operations 2013 Local: Galveston - TexasTel.: +1 888 299 8016email: [email protected]

3 a 6 - Reino UnidoOffshore EuropeLocal: Aberdeen, EscóciaTel.: +44 (0)20 8910 7797 email: [email protected]

29 a 31 - BrasilOTC Brasil 2013Local: Rio de JaneiroTel.: (21) 2112 9000email: [email protected]/2013

24 a 26 - BrasilRio PipelineLocal: Rio de JaneiroTel.: (21) 2112 9033email: [email protected]

15 a 16 - HolandaDeepwater Operations 2013 Local: Amsterdam, HolandaTel.: +0031 10 209 2675email: [email protected]

7 a 10 - ArgentinaArgentina Oil & Gas 2013 Local: Buenos Aires, ArgentinaTel. +54 11 4322 0916email: [email protected]

6 a 8 - ColombiaNGV 2013 ColombiaLocal: Cartagena, ColombiaTel.: +39 335 189 3249email: [email protected]

29 a 2 - BareinMepec 2013Local: Barein, Golfo PérsicoTel.: +44(0) 7818 458 634email: [email protected] www.inami.co.uk

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TN Petróleo 90 123

opinião

A Petrobras foi a responsável pela formação dos primeiros líderes da indústria de petróleo brasileira. no início, tínhamos um contexto de

carência tecnológica, que demandava referências em engenharia para validar as melhores soluções para cada projeto. nessa ocasião, a dedicação acadêmica do executivo e a capacidade de tirar conclusões sobre processos de engenharia determinavam a evolução do profissional dentro da empresa. o processo decisório era lento e burocrático, devido ao grande nível de incerteza técnica e política – muito por conta do pio-neirismo existente. como outra consequência dessa conjuntura, temos a valorização mais acentuada do tempo de experiência em determinada função.

com o aumento do peso estratégico da explo-ração de petróleo no Brasil, as empresas do setor se viram diante de uma nova realidade que estimulou a mudança na velocidade e qualidade de suas tomadas de decisão em outros âmbitos, não só o de engenharia. Esse foi o início da necessidade de reestruturação da gestão, que daria um formato mais consistente às or-ganizações, e era mais voltado para os negócios. Essa mudança de conjuntura trouxe um direcionamento a resultados, originando a necessidade de novas competências de gestão como: organização no acom-panhamento de processos de planejamento e execu-

ção, acompanhamento financeiro e visão sistêmica, englobando questões políticas e gestão por metas e indicadores. o executivo que exercia a liderança de questões de engenharia precisou se adaptar a esse novo momento. nesse momento de transição, apesar das novas exigências de gestão, tornou-se comum a presença do profissional que mantinha um modelo de pensamento orientado para temas técnicos.

Em paralelo a esse processo, evidenciamos os fenômenos de formação de cadeia de fornecedores, e da chegada de novas operadoras internacionais. carentes de conhecimento da indústria local e de pe-netração comercial no principal parceiro – a Petrobras –, esses grupos empresariais buscaram executivos que conseguissem suprir tais necessidades. o alvo principal nesse momento foi o executivo da compa-nhia ou ex-executivo da Petrobras. Mantendo lideran-ças estrangeiras na gestão das empresas, adquiriam conhecimento de mercado e penetração através de executivos que vivenciaram o ambiente criado pela petroleira. nesse momento, as competências de ges-tão necessárias a um cargo de liderança foram deixa-das parcialmente de lado. A indicação de profissionais pela própria Petrobras tornou-se uma prática comum no processo de formação das estruturas das empresas internacionais no Brasil.

de Rafael Faria, diretor da Fesa, empresa de recrutamento de altos executivos.

A evolução da gestãono mercado de

petróleo brasileiroDesde a quebra do monopólio, o modelo de gestão dentro das empresas no mercado de petróleo vem evoluindo de forma mais acelerada, exigindo uma mudança no perfil do executivo que exerce cargos de liderança. O executivo, antes totalmente focado em questões técnicas, passa a ter de participar de organizações e negócios mais complexos, demandando competências de gestão cada vez mais desenvolvidas.

ANUNCIANTES DA EDIÇÃOAerodinâmica - pág. 25Ecopetrol - pág. 47Energy Summit 2013 - pág. 87Filtros Mil - pág. 37Firjan - pág. 21

HP - pág. 33John Richard - pág. 35Lab Consultoria - pág. 41Mecan - pág. 39NavalShore 2013 - pág. 111

OTC Brasil 2013 - pág. 63Petrobras - 2ª capa e pág. 1RHMed - pág. 11Rio Pipeline 2013 - pág. 105Sermap - pág. 69

Telelok - 4ª capaUgas Brasil - 3ª capaV&M - pág. 7World Shale Oil & Gas - pág. 81Zap Containers - pág. 55

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opinião

outro elemento importante para entender a evolu-ção da gestão na indústria de petróleo é a formação de novas empresas por ex-profissionais da Petrobras – e empresas de governança simples que se baseavam no relacionamento do dono com executivos tomadores de decisão do setor. Muitos desses grupos cresceram em cima da mesma base de relacionamento e com pouca profissionalização da gestão.

Em 2010, com grandes investimentos vindos de instituições financeiras, o mercado entrou em uma nova fase de governança, sofrendo maior pressão externa. Apesar desse novo momento, as práticas de gestão dos executivos se mantiveram as mesmas, ten-do uma visão limitada a processos específicos e sem visão sistêmica, acrescentando uma pitada ainda mais forte de influência política nas principais decisões que ditavam as regras do mercado. Enquanto isso, os fornecedores internacionais e nacionais da cadeia de petróleo e iocs conseguiram gradualmente desenvol-ver suas lideranças, e aos poucos mudaram as carac-terísticas de gestão de suas empresas, diminuindo a dependência de seus ‘ex-Petrobras’. o que se enxer-gava era o início de uma gestão mais voltada para os negócios, desenvolvimento de pessoas e liderança de times. o profissional com capacitação pessoal e técni-ca se valorizou, exigindo uma gestão mais motivadora e progressista. A liderança por exemplo passa a ser um diferencial dentre os executivos, e marca o fim de um tempo de predominância da gestão 100% baseada em aspectos técnicos e políticos, a qual existia nas estru-turas menos evoluídas.

o processo evolutivo da gestão na indústria de petróleo brasileira ainda se encontra em um estágio inicial, se comparado a outras indústrias de explora-

ção de commodities no mundo. grande parte dos exe-cutivos seniores do mercado ainda pratica uma linha de pensamento mais técnica, e pouco voltada para assuntos igualmente importantes, como o desenvol-vimento e retenção de seus líderes, indo de encontro à nova realidade do setor, na qual os executivos com melhor formação e capacidade de realização são dis-putados de forma cada vez mais agressiva. Um líder, hoje, além da condução responsável e voltada para resultados de seu negócio, deve promover a evolução consistente do time e saber navegar de forma inteli-gente tanto no âmbito pessoal quanto profissional.

características como essa são rapidamente iden-tificadas por gestores habilidosos que conseguiram entender o novo contexto profissional. como resul-tado disso, temos executivos cada vez mais jovens ocupando cargos de liderança, conduta que seria muito difícil de acontecer há 15 anos, quando ser gestor significava, na maioria dos casos, ter perma-necido por um longo período na empresa e não ne-cessariamente ter as competências necessárias para a gestão. A busca por esses talentos está cada vez mais acirrada, levando as companhias a pensarem em maneiras alternativas de resolver o problema. Se não investirem em um bom plano de carreira dentro da empresa, e um excelente planejamento de suces-são, é bastante provável que algumas fiquem para trás. Agora é a hora de reconhecer o poder dos jovens talentos e transformá-los nos futuros gestores da em-presa, unindo a disposição, o conhecimento técnico e as habilidades de gestão.

Só assim se poderá amenizar o apagão de talentos que assola o mundo, e amenizar o impacto do mesmo no mercado do petróleo.

INFORMAçÃO DE QUALIDADE.

Na ponta dos seus dedoswww.tnpetroleo.com.br

A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na trans-missão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transfor-má-la em notícia.

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