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TNTERVEN(:AO PRECOCE COM CRTAN(:AS ABRIGADAS 'LC 0 I'JS U L TAj INTERNA CURITIBA 2006

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TNTERVEN(:AO PRECOCE COM CRTAN(:AS ABRIGADAS

'LC 0 I'JS U LTAjINTERNA

CURITIBA

2006

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DEBORA DE RIVERA

INTERVEN<;:AO PRECOCE COM CRIAN<;:AS ABRIGADAS

Monografia aprcsentada ao Cursa de PsicologiaClinica da UnivcrsidadeTuiuti Do Parana,Centro de Pos - Graduayao, Pcsquisae Extensao,como requisitoparcial a obtcnyao Do titulodeEspccialistaem PsicologiaClinica.Sob oricntalj!aoda professora:Ms. Maria da Gl'a~a Saldanha Padilha

CONSULTAINTERNA

CURJTfBA

2006

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TERMO DE APROV A<;:AO

DEBORA DE RIVERA

INTERVEN<;:AO PRECOCE COM CRlAN<;:AS ABRIGADAS

Esta monognlfia foi julgada e aprovada para obtenyil.odo titulo de espccialista em psicologia clinica, no

Programa de P6s-Graduar;ao em Psicologia, area de conccnl!"UryaoComportamental, da Universidade Tuiuti do

Parana.

Curitiba,03 de junho 2006.

P6s-Gradua~ao em PsicologiaClinica

UniversidadeTuiutido Parana

Orientador:~~~r-."a~

/ Prof.3 Mestre Maria da Ora~a Padilha

Univcrsidade Tuiuti do Parana

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RESUMO

Este trabalhotevc como objetivo gcraiaplicaruma avaliac;ao sistem,iticaem cinco

criany3S abrigadas em uma instituiyao.scrvindo de guia no pianejamento e exccu9HO

de atividadese de instrumentosde capacitayaodos paissociais.0 trabalhopartiudas

hip6tesesde que laiscrianY3s.por virem de ambientcs onde sao punidas fisicamentc

au privadasde afeto,podem tel' seu desenvolvimento prcjudicado.E por outrolado as

pais sociais sao capazes de estimuiar e acompanhar de modo adequado 0

desenvolvimcnto de sells filhos.Atraves da avaliay80 sistematica [orneeeu

informayoes para a analise em relayao a alguns objetivos especificos,laiscomo:

identificar,monitorar e estimular atividadesadequadas a idade, como tambem

prom over novo repertorioeomportamental ainda nao adquiridopela erianc;:a.Cone lui-

se que as hipoteses iniciaisforam eontirmadas e que 0 mancjo terapeuticocom

erianc;:asabrigadas e seus pais sociais,pode ser feitoao nivel de intervenc;:ao,

capacitandoos pais sociaisa serem capazes de estimular0 desenvoivimcnto de sellS

filhos.

Palavras-chavc:inlervenc;:aoprecoce,desenvolvimento infantil;organizac;:aofamiliar;

o processoterapcuticoe a intervenc;:aoprecoce.

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SUMARIO

RESUMO. 05

APRESENTA<;:Ao. 07

CAPiTULO 1- 0 DESENVOLVIMENTO INFANTIL . 09

o DESENVOLVIMENTO INFANTIL.. 09

A ORGANIZACAO FAMILIAR.. 12

A TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL COM CRlANCAS . 13

COMPREENDENDO A INTERVENCAo PRECOCE . 15

o INVENTARlO PORTAGE OPERACIONALIZADO ... 18

CAPiTULO" - METODO .

CAPiTULO 111- RESULTADO E OISCUSSOES.

RELATO DAS SESSOES .

Sessiio01 .

Sessiio02 .

Sessao03 .

Sessiio04.

Sessao05 ..

Sessao 06 .

Sessao07 .

Sessao08.

Sessiio09

SessiioI0 .

SessiioII .

Sessiio12 .

Sessiio13 .

Sessao 14 a 23.CONCLusAo

REFERENClAS BlBLiOGRAFICAS .

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APRESENTA<;:Ao

crianC;8Sabrigadasem uma inslituiyao,servindode guia no planejamento e execlIyao

de atividadee de instrumentos de capacitayao dos pais sociais.Partindo-sedo

principiade que 0 ambiente no qual 0 sujeitoeSla inseridoe primordialpara 0 sell

desenvolvimcnto,se a crianc;ase dcsenvolvc nurn umbientc cnde e pun ida fisicamcnte

ou e privada de areta, pode-se dizer que esta pode ter sell desenvolvimento

prejudicado,pais os fatoresde riscossao condic;oesvariavcisque estfiaassociadasa

uma altaprobabilidadede ocorrenciade resultadosncgativQsou indesejaveis.

Os objetivos especificosforam: monitorar as etapas de desenvolvimento,

identificare estimularatividadesadequadas a idadc como tamb6n promover novo

repel1oriocomportamental aindanao adquiridopela crianc;;a.

o trabalho roi desenvolvido em uma inSliluiyaodenominado Casa Lar. na

cidadede Curitiba.Esta instituiyao[em como intuito0 abrigamento de crianyasde 0

(zero)a 5 (cinco)anos em situay30de risco,sendo assim a mesma e regida pelas

norrnas da: FAS - Funda~ao de AssistenciaSocial do Parana, S.O.S Crianya,

VigilanciaSanitaria,Carpo de Bombeiros e MinisterioPublico.

Os recursos financeirosprovem de parceriascom empresas, convenios corn

lojas,como tambem uma rede de servic;osvoluntarioscomo; pediatra,dentista,

fonoaudi61ogo e psic6logo.

A partir de uma realidade da illstituic;;ao,[oi proposto um programa

individualizadode intervenyaodirela,realizadono ambiente natural,com a presenc;a

de urn profissional.No decorrer do trabalho foram alribuidasaos pais sociais

responsabilidadescada vez maiores no treinocom as crianC;3s,capacitandoas mcsmos

a lercm uma func;aovitalde importancia na accierayao do desenvolvimento das

crianc;asabrigaclas.

Inicialmcnte,0 tcabalhode intcrvenc;uofoidcscnvolvido individualmente,nllm

primciromomento para a avaliac;aoe depois do levantamcnto dos dados, em grupo,

com 5 (cinco) crian~as,com idade entre I (um) e 3 (tres)anos, que estao alastadas de

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selispaisbio16gicos,por estaremem situ3y30de riscono seu meio familiar.As sess5es

eram semanais,durantetreshoras,num perfodode cincomeses.

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CAPITULO I -0 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

De acordo com Kaplan, Sadock e Grebb (1997), Piaget descreveu qualro

principaisestagiosque levam a capacidade para 0 pensamcnlo adulto.Cada estagioelim requisitonecessariaao subsequente.A vclocidadecom que cada crianc;aatravessa

os diferentescstilgios,entretanto,varia de acordo com suas capacidades inatase

circunstanciasumbientais.Os quatm estagiossao: 10. sensoria-motor(nascimenlo a 2

anos), 2°, pCIlS8mcnto pre-operatorio(2 a 7 aI105), 3°, operac;oesconcrelas (7 a 11

anos)e 4°,operayoes formais(dos 11 anos ate0 finalda adolcscencia).

"No estagiosensoria-motor(nascimento a 2 anos),0 bebc comC9r1aprcnder alruvcsdaobscrv89iiosensorialc adquireCOlltrole de suas fUI190esmotoras atravcsda atividade,explora9uo e manipula9ao do ambiente. Os bebcs nascem corn 0 reflexode suc9ao,lima especiede aprendiz.'1,doocorre,pois0 bebe allera0 formato da boca c dcscobrc alocaliz.19aodo marnilo. E rccebido urn cstimulo, que resulta cm resposta,acompanhada par lim senso de conscientiza9iio,chmnado de esquema ou conceitoelementar.A medida que a bebe se toma rnaisative,censtr6ium esquema sabre outro,desenvolvendo-se novos esquemas, mais complexos. 0 mundo lalit,espadal c visualdo bebe expande-se durante este pcriodo, e a crian9a interageativamente com 0ambiente, utilizando os padr5es de comportamento prcviamente aprendidos. Aaquisi9ao critica,neste per/odo,e 0 desenvolvimento da cOl/sIal/cia do objelo. ESletermo define a capacidade da crian9ude comprecnder que os objetos possuem umaexistcncia independente de SClicnvolvimcnto com eles. A crian9a aprende adiferenciara simesma do mundo e c capaz de manter uma imagem mental do objeto,mesmo que este nao eSlcja presente c visivel."( KAPLAN ct ai, 1997, p. 158)."Durante 0 estagiode pensamcnto prc-operacionalou eSlagiointuitivo(2 a 7 anos),acriant;:autillzaos simbolos e a linguagem mais extensivall1entc.0 pensamento e 0

raciocinioatuam em UIl1 nivel intuitiva, no sentido de que a crianya aprende scmuliliz.1r0 raciocinio.A criant;:ae ineapaz de pensar 16gica ou dedutivamente, e osconecitossiioprimitivos,consegue nomear objetos,mas niloclassifica-los.E incapazde lidarcom as dilemas morais,em bora possua um senso do que e bom ou mau, comotambem nao modificarseu comportamento em favorde oulrapessoa.Neste estagio,ascrian9as tambcm empregam lima especie de pensaillentomagico, chamado decOllsolidade jellomena!i.\·to, no qual os eventos que ocorrem ao mesmo tempo saoconsiderados como callsando 1Il11ao outro. Ah!m disso, a crian9a demonstra Ulllpel/SOll/elllo {ll/ill/isIO, a tendencia a atribuircaractcrislicaspsicol6gicas,comoscntimentosou inten9oes,a eventose objetos fisicos."(KA PLAN etaI, 1997,p. 159)."0 cstagiodas operlH;5esconcretas ou estligiooperacional (7 a llanos), e assimchamado porquc, neslepcriodo,a crian<;:aopera e age sobre 0 mundo concreto,realevisiveldos objetos c cventos. A crian9'1 pode, agora, vcr as coisas a purtirdnperspectivade outros.Neste est{lgiocomet;:am a utilizarprocessos de pellSCImel/fO

16g;co, limitados,scndo capazes de serializar,ordenar e agrupar coisas em classes,com base em caracteristicascomuns. A cOlIservQ(;:iio e a capacidade para reconhecerque,embora II forma dos objetos paSSH mudnr, estes ninda conlinllam a conservarolltrascaracteristicasque possibilitamseu reconhecimenlo como 0 rnesmo objeto.A

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tarefadas crian~ase organizare remodelar 0 que ocorre no munda real,"(KAPLAN ctai,1997,p. 159)."Sabre 0 estagiodas opera(,:5esfonnuis que iniciaaos 11 allose vai ate 0 finaldaadolcscencia, cstc periodo do dcscnvolvimcnto cognitivo e caracterizado pelacapacidade de 0 jovem pensar abstratamente,raciocinardedutivamentc e definirconceilos(pensamento hipotetico-dcdutivo).0 esui.giorccebe estenome em razao deo pcnsamento da pessoa operar de maneira formal, altarnentelogica,sistematicacsimb6lica.As operar,:6esfonnais lambem sao caracterizadaspor habilidadesem lidarcom pennutar,:oesc combinacOcs. 0 jovem e capaz de comprcender 0 conceito deprobabilidadc.0 adolescentetentalidarcom tadus as rclncoese hip6tcsespossiveis,arim de expJicardados e evcntos.A ulilizayaoda linguagem e compJexa, segue asregras fonnais da 16gica e e gramaticalmente correta.0 pemwmellio ab5lralo edemonsLrado pelo interessedo adolcscente em uma varicdade de temas como:rilosofia,religiao,eticae politica.No quc se refereao pensamcnto hipotcticodedutivo,estepor sua vez,e a espccicde pensarnentoc a mais elevada organizac;aoda cognic;ao,permilindo a fonnac;aode uma hip6teseou propostac sua testagem contraa rcalidadc.o rac;ocillio dedlll;vo e camctcriz.adopelncapacidade de irdo geralpara0 particular,trata-sede urn processo mais compJicado que 0 raciocin;o indulivo, que e 0 OPOSIO, irdo particularpara0 gera!."(KAPLAN ct1.11,1997,p. 160).

Diante dos estagiosescritospor Jean Piagel,onde 0 mesmo cila que cada

estagioocorre em determinada idade,e que a crianyairamostrar urn nivelmaior de

organiza~ao cognitiva sc cada estagio sucessivo de seu desenvolvimento, forem

a1canc;adosde forma satisfat6ria.Por outro lado,crianc;asprivadasda companhia dos

paisbiol6gicase inseridasem instituic;:oes,par sofrerem punic;:aafisicaau privac;:aode

afeto,provavelmente teraocompromelido algum esbigiodo seu desenvolvimento, isto

inidepender da idadee 0 grau de negligenciados paisbiol6gicos.

Segundo Bee (1996), lodo 0 desenvolvimcnlo e produlo de variasformas de

interac;:aoentre influencias internas e cxtcrnas. Mesmo naquelas areas de

dcsenvolvimenta que parccem ser as mais determinadas ou intluenciadaspela

biolagia,como 0 desenvolvimento fisicoau 0 descnvolvimento perceptualinicial,0

desenvolvimento normal 56 pode ocorrerse a crian~avive num ambiente incluidono

intervalode ambientes adequados ou suficientes.Ao mesmo tempo, nao e suficiente

dizerque todo 0 desenvolvimento e um produto da interac;:aoentrea naturezae 0 meio

ambienle.

"0 desenvolvimento fiske e fortementc influenciado por fon;as intemas,

especiaimcnte durante 0 periado de bebe e na adolesd~ncia.Por outro lado, a

linguagem tende a emergir com urn minimo de apoio ambiental, porem a crianc;a

precisapelo menos ouvir a linguagem faladaou alguem sinaliza-la,sendo assim, 0

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ambiente no que se referea estaquestao e mais importanleque no desenvolvimento

fisico,pois paisque tendem a responder contingentemcnte as vocaliza~5csdos seus

filhos,lendem a acelerar0 processo".(BEE, 1996,P 467).

"Sabre 0 desenvolvimento cognitivo.pode-sc dizer que a qualidade do

ambiente propiciatanto 0 poder quanta a estruturacognitiva.Isto ocorrc quando as

crianc;asternacesso a brinquedos variadose adequados a idade,onde sao estimuladasa

explorare realizar,paisrcsponsivQstendem a fomceer um desenvolvimento cognitivo

l11aissatisfat6riocom escorcsde Qlmais altos",(BEE, 1996,p.468).

"No que se refere ao desenvolvimento social e emocional, 0 impacto do

arnbientetendea sermaior,porem nao esquecendo da influenciados fatoresgeneticos.

o tcmperamento pode serinato,ja os compOitamenlos de apego podem serinstintivos:

sendo esses dois fatoresinulos cerlamcnle modelam os primeiros encontros das

crian~ascom outraspessoas.A seguran~a do apego da crianyae a qualidadedos seus

relacionamentoscom outras pessoas que nao fazem parte da familiaparecem ser

afetadospelaqualidadedas intcrayoesque ocorrem dentroda familia".(BEE, 1996,p.

468).

Bee (1996), enfalizaque a descnvolvimento infantilpareee claramente ser

constitllidopar lim grande nUlllcrode seqUenciasamplamente compartilhadas(scnao

universais).Tanto para a crian~aquanto para os pais,0 desenvolvimento e cheio de

alegrias,assim como de um trabalhoarduo.

Portanto,torna-senecessarioque haja um trabalho de interVeny30precoce,

utilizandocomo metodo de avali3l;uodo repert6riodas crian9as,istoc, um inventario

operacionalizado,onde 0 mcsmo iraproporcionar resultados.E de acordo com os

resultadosobtidos alribuiraos pais sociais rcsponsabilidadescada vez maiores no

treinode sellSfilhos.0 espa90 onde se pode promover e interferirdiretamenteno

desenvolvimentoda crianyae a familia,sendo estabiol6gicaallnao.

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A ORGANIZA<;:AO FAMILIAR

Alravesda convivencia familiara crimwa se intcgrarano mundo. Por meio

destes relacionamentos cia ira aprcndendo a canalizar e expressar seus

comportamentos e afetos,berncomo seushcibitos,costumes,valorese cren'ras.

Segundo Kaplan elal(1997),a nonna culluralesperada na sociedade ocidenlal

e que pais e filhosvivam sob 0 mCsmo telaem uma interac;aoharmoniosa. Denlro

dessa Illoldura,supoe-se que 0 desenvolvimcnto da crianc;aocorra mais rapidamente.

Em geral,as estudosexperimenlaisindicam que 0 estilomais eficaze 0 que cnyolve

coerencia,recompensa pelo bom comportamcnto e punic;ao pelo comporlamcnto

indesejavel;ambos devcm ocorrer dentro do contexto de lI111ambiente lerna e

carinhoso.

Partindodestaprcmissa,pode-se pensar que as "Casas Lares" tambem surgem

no contextohist6ricocomo urnnovo modelo de familia.

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A terapia cogoitiva de crianyas,assim como no trabalho com adultos,

fundamenta-se oa sUpOSi'Y30de que 0 comportamento e adaptativoe de que existe

inlera'Yaoentrepensamentos, sentimenlose condutas do individuo.0 maior impulso

da terapiacognitivo-comportamentale em dircyaoa compreensao da naturezae do

desenvolvimento do repertariocomportamental de um individuo e dos processos

cognitivosque 0 acompanham. As cogni~oes sao vistas como um conjunto de

conhecimentos ou crenyase um conjunto de estrategiasque utilizamestasinfonnayoes

de forma adaptaliva.Quando as resposlascomponamentais e emocionais das crian<;:as

a urn evento nao sao adaptadas,ou seja,sao inadequadas,considerando-sea natureza

do cvcnto,ou prejudic3m de forma significativaa adapta<;:aosociale academica das

criany3s,presume-se que devem faJtar-lhcshabilidades comportamentais mais

adequadas,ou que suas creny3s(conteudoscognitivos)au capacidadesde resoiu'Yaode

problemas (processos cogllitivos)estejam, de certa forma, perturbados. Todavia, a

terapiacognitivo-comportamental com crian<;:ase promissora no senlido de que

reconhece explicitamentea importancia das variaveiscognitiva,comportamental,

afetivae socioambiental na etioiogiae manuten<;:aode transtomos emocionais

(REINECKE elai,1999).

Segundo Range (1998).trabalharcom os paisou seus substitutosobjelivando·se

alleraros comporlamenlos infantis,alias,e 0 esperado quando se acreditaque 0

comportamento de uma crian<;:a,anormal ou nao, e resultado da intersecyaodo

organismo infantilcom vaniveis histaricase ambientais relativasa crian<;:a.Esta

afinnativae a premissa primeirada abordagem comportamental. Como a sua premissa

segunda resideno reconhecimento de que as contingenciasambiental-familiarcssao 0

que mantem 0 comportamento, intcrvirsobre os pais e mais esperado ainda.IS10,

principalmente quando se acreditaserem eles(os pais),por cstarem a maior partedo

tempo com as criam;ase serem seus responsavcis,que tem condi<;:6esde altcraras

contingenciascontroladorasdcsses comportamentos, vistodisporcm, quase sempre,

dos rcfon;adores envolvidos com as referidasconlingencias (premissa terceira

abordagem). Quando se propoc que a familiaesteja envoivida com 0 trabalhode

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intervenyaoterapeuticapara a crianc;a,muitas vezcs ignora-seque 0 disturbio infantil

em sipode ser,e na maioria das vezes 0 e, extremamente refon;adorpara todos os

elementos da familia.Conscquenlementc, apenas 0 treino dos pais pode nac SCI'

suticiclltepara ajudar a crianC;3a superar suas dificuldades.Sabc-se que tal

envolvimcnto,porem, exige uma disponihilidadede tempo e motiv8y30, oem semprc

existentepor partedos paisdas criaw;as.

Panindo das ideiasde Silvares(2000), a psicoiogiacomportamentai infantil

lem, hoje. alguns procedimenlos estandardizados,que sc maslram uteis para a

realizuC;30 da analise.Desde a fase inicialde cantata com a familia,inicia-sc0

lcvantamentode dadas e tambem promovem-se possiveisintervem;:oesprovocadoras

de mudanc;:as.Desse modo, ficadescaracterizadaa especificac;:aode fasescomo as de

avaliac;:aoou psicodiagnosticoc de tratamcnto ou intcrvenC;50.Em primeiro lugar,

porquc se faz necessarioagilizar0 processo terapeutico;em segundo lugar,porque

nem sempre e necessariodispor de uma avaliac;:aoextensa ou completa para poder

intervir,e, finaimente,porque 0 proprioresultadoda intervenc;:aoajuda a validarad

hipolesesdiagnosticasiniciais.

Com base no que foiabordado anteriormenlec tendo como propostade trabalho

a Intervcnc;:aoPrecoce em Crianc;:asAbrigadas,busca-seatravesde uma avaliac;:aodo

repertoriodas crianc;:asdo lar,com base no "lnventarioPortage Opcracionalizado:

Intervenc;:aocom Familias"de Williams e Aiello(2001),urn programa individualizado

de intervenc;:aodircla, capacitando as pais sociais a monitorar elapas de

dcsenvolvimento de seus filhosou atemesmo identificaroutrasatividades,adequadas

a idadc,a fim de estimulartodo 0 potencialde seu filho.

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COMI'REENDENDO A INTERVEN<;:AO PRECOCE

o lermo Intcrven.yaoPrecoce tern haver corn capacitarcriancras a sllperar

obslaculosque de alguma forma bloqueiam 0 seu dcsenvolvimento, e por outro lado

ajudar a familiaa se adaplar de acordo com as necessidades individuaisde cada

crian~a.

A realizayuode uma ayao de natureza preventiva visando a aceierayao do

desenvolvimenlo de crianyasdeticientesem fasepre-escolar.Oferecendo-se a criancras

pn!-escolaresum ambiente psicol6gicoadcquado, seriapassive\aherar um quadro de

retardomental em laiscriaoyas,dada a ausencia de uma patologiaorgfinica.Estudos

rcalizadoscom criany3sdeficientesmentais mostraram que urn "enriquecimento" do

ambiente tcrialim impacto favonive1 no curso do desenvolvimento e, de modo

contnlrio,a privay30 de determinadas condiyoes ambientais,por sua vez, retardaria0

desenvolvimcnto,Queslionam a tentativade sc estabeleccrum pcriodo criticopara 0

desenvolvimento,af1rmando que todo 0 descnvolvimento humane e importantee nao

apenas os primeirosanos de vida,Nos ultimos anos, 0 clima mudou nova mente de

uma situayaode desilusaosobre 0 valordos programas para uma posiyao de otimismo

cauteloso,Os program as de intervcnyaoprecoce,com curriculoseslruturados,tiveram

tim efcitosignificativoa longo prazo,porem, a maioria dos resultadosgerados pela

pesquisasobre programas de intervenc;aoprecoce foram prejudicadas por urn excesso

de problemas metodol6gicos, Hfl uma abundancia de estudos que possllem

delineamentosexperimentaisadequados de forma a se asseguraros efeitosda variavel

independentesobrea variave1depcndente.(WILLIAMS, 1984).

Bijou (1981), citado por Willians (1984), formulou uma proposta mais

abrangcntede programa de illtervcn~aode naturezaprevenliva,sendo que eslaenvolve

trescomponentes: a) orientaC;30sistematicaa familiaintegradaa b) uma pre·escola

com uma programayao cun'icular de fO!ma a acelerar0 repert6rioda crianc;ac,

finalmcnte,c) lima escolade 1°,Grau que mantivesse os ganhos adquiridosateentao,

aJem de ofereceroportunidadesa crianc;ade dominar diversashabilidadesacademicas

e iingtiislicas,

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"Do ponto de vistamelodo16gico. a analisedo comporlamento podcria sanar

certasfalhasde pesquisaja apontadasna areade intervenc;:aoprccocc.Alcm dissa,ela

poderiacontribuirpara uma maior comprcensao dos fen6menos envolvidos,evitandoa

compara9ao do descmpenho de grupos de crianc;:asentresi em prol da utiiizac;:aode

cteiineamcntosde tim 56 sujeito.onde carla crianc;ae seu proprio contrale".

(WILLIAMS, 1984,P.47).

Segundo Erickson e Kurg (1999),por voltadc 1960,a palavrainterven,aonao

erausada e nem apJicada.0 desenvolvimento de uma crianC;:3era esperado de acordo

com as dificuldadescognitivas,onde 0 problema era denominado primario. Os

hospitaisficavam lotadoscom crian9asdeficientes.e por outro lado os pais dessas

crian9as!laO recebiam apoio para cuida-Ias.Oepois de 30 (trinta)anos, e que a

intcrvenyi'ioprccoce se fez prescnte,atravcsde tcorias,pesquisa e achados clinicos,

que descrevem descobertas dos efeitosda intervenyao precoce na adaptayaO do

aprendizadode crianyassem habilidades.

Gessel,citadopor Erickson e Kurg (l999),diz que as bases biol6gicascram

pre-determinadas,e estasnao podcriam ser mudadas. Crianyasprivadas de afetono

seu nascimento podem manifestarproblemas no seu desenvolvimento. Os pais sao

responsaveispelodesenvolvimento sadioda crian9a.

SpilZ,citadopar Erickson e Kurg (1999),estudou crianyasem orfanala,ande

eslasnao recebiam muita atenyaoe nao se envolviam emocionalmente, por voltade I

(um) ana de idade os bebes eram muitos passivos,raramente choravam ou sorriam e

nao faziam tentalivade falar.

A inlervellyaOprecoce de scriniciadadesde 0 nascimento,com os paissempre

envolvidos.Estudos revelam que crianyas Ilascidasem familiapabre tern men os

ganhos no seu desenvolvimento, estes envolve: habilidadc motora, cognitiva,

desenvolvimento pessoal,sociale comportamento adaptativo,istaacarrc par nao

serem estimuladas.As interven90cssao focadasnos paise direcionadaspara a crianya,

produzindo um desenvalvimento mais satisfat6rio,portanlo 0 resultadosera mais

efelivo.EIUCKSON E KURG (1999).

Para Guralnick (1991), citado por Williams e Aiello (2001), a arca dc

intervcl1yaoprecoce vern rcdcfinindo 0 papel da familia em relayao ao

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desenvolvimento de seus filhoscom deficiencia.Tal processo de l11udan9<1tem side

caracterizadoao lango de tresdimensoes inter-relacionadas:

I. "Acrcdita-se que a interverwiioprecoce seja rnais eficaz se for dirigidaprincipalmcntepara fortalecer0 relacionamento naturalentrepai-crianrr<lno inves decncorajar as pais a assumirem papcis csses que frcC]Ucntcrnenterequcrem atividadesdidaticassimilareslISutilizadaspor profissionais".(p.177).2. "Esla abordagem que prioriz..10 relacionamento pai-crianc;acontrastando com aabordagem tradicionalque enfatizaa deficienciadn criant,a"tende a fortalcccrc apoiaras familiaspropriamente ditas,tarnando-as mais competentes e indcpcndcntes.E afamiliaque c rcspons3velpela soluyao dos problemas diariosque surgem durante asvilriasctapasdo descnvolvimento de seus filhos".(p. 177).

Per exemplo: as familias podem aprender a tornarem-se confiantes e

competentes para tomarem decis5ese aperfeiyoaremsuas habilidadesem obterapoios

formais e informais junto a individuos,grupos ou instituiyoes,melhorancio,

conscqGentemente,sua qualidadede vida.

3. "Finalmente, sllrgiuurn novo modelo de relacionamento pai-profissionalqueconsistenuma verdadeiraparceriacom ambas as partestrabalhandopara satisfazerasnccessidades£lasfamiliase crianyas".(p.177).

De acordo com estasdimens6es, pode-sedizerque houve uma evolUly30de uma

nova visUoque enfatiza0 papelda familiaem determinarprioridadespara seus filhose

em dccidir que serviyos devem ser oferecidos e como devem ser oferecidos.

Atualmenteevita-seservi.yosem que os paisapenas assistam 0 terapeutaa trabalhar

cam seus filhosau a que e piar,e infelizmente0 mais freqUentena realidade

brasileira.paisque ficam esperando nas ante-salasde clinicas,desconhecendo 0 que efeitocom as crianyasna salade atendimento.Nesta nova visao,a familiamuda de

pOSiy30:de subservicnciaa protissionaispara um papel decisivo na tomada de

decisoes,passando a assumir maior participay30no planejamento do atendimento

oferecidoa seus filhos.

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o INVENTAruo PORTAGE OPERACTONALlZADO: INTERVENC;:AO COM

FAMiLJAS

o Guia Portage de Educa,ao Pre-Escolar("PortageGuide to Early Education" de

Bluma, Shearer,Frohman e Hilliard,1976 citadopar Williams e Aiello(2001),faz

partede Ulllsistema3mpio de treinamcntode paise cducaryao pre-escolar denominado

"ProjetoPortage",Tal projcto leve infcio,em 1969, em Portage,Wisconsin (E.U.A),

vis3ndo descnvolver e impiemcntar lim progrmna modelo que atendesse criaJ19as,

habitantesda zona rural,em fase pre-escolarcom problemas de desenvolvimento.

Sendo 0 termo "sistema" mais abrangente,assim sera denominado, ulna vez que 0

Portage c composto por tres elementos complexos e distintos:I) lima proposta de

procedimenlo de trcinodomiciliar;2) urncurriculapara avalia9aoe ensino de criam;3s

especiais("Guia Portage de Educayuo Pre-Escolar",Bluma, Shearer, Frohman c

Hilliard,1976) e, 3) um "InventilrioComportamental de Pais" eriado par (Boyd,

Staubere Bluma, 1977),de acordo com WILLIAMS E A1ELLO (200 I),

Quando 0 trabalho a scr rcalizado envolve criam;as, devemos levar em

considera~ao a contexto em que cia csui inserida.E quando eSLassao criam;as

vulneraveis e passaram par situa<;oesconsideradas de risco, necessilamos de

ferramentas,que pennit3m, ao mcsmo tempo, realizara avaliayao continua do

rcperL6riodessas criall98s,como tambem orienlaros pais sociaise sellscuidadoresa

flmde oferecerem uma estimula<;aocompativclcom as necessidadesde cada crian<;a.

as autorcsdo Guia Portage fazem uma observa~ao,que embora 0 guia tcnha se

apoiado em padr5es nonnais de desenvolvimenLo,(:proviivelque nenhuma crianya

"normal" sigacom exatidaoa seqUenciaproposta.Em sua forma 0 guia busca avaliar

as seguintesareasde dcscnvolvimento:

• Estimula<;aoinfantil- especificapara bcbes de zero a quatro mcses au para

crian<;ascom talnivelde runcionilmcnto.As demais areassao especificaspara

crian<;asde zero a seis8nos de idadc:

• Socializ8yao- habilidadesrelevantesna intera<;aocom as pessoas;

• Linguagem - comportamento verbalexpressiva;

• Autocuidados- independenciapara0 alimentar-se,vestir-se,banhar-seetc.;

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• Cognic;ao - Iinguagcm receptiva C 0 estabelecimento de reiayocs de

semelhanc;ase difercllyas;

• Desenvolvimento Motor - movimentos coordenados por pequenos e gran des

musculos.

Segundo Bluma ct aJ. (1978), eitado por Williams e Aiello (200 I), determinadas

crian9aspoderao omitir alguns itens,apresenlaroutros fora de seqUencia QU, ainda,

requerer objetivo intermediarios adicionais a !1m de aprender lim item especifico do

inycntario. Neste sentido, cabe ao usuario do guia alterar sua sequencia e seus

objetivos para atender as nccessidades especificas de cad a crianc;a.Os autorcs cham am

atenc;ao ao fato de tais areas nao serem isoladas, havcndo, pOTtanto uma sobreposiyao

entre clas, uma vez que 0 proccsso de desenvoivimcnto e cumulativo, neste sentido a

neccssidade de se fazer um trabalho curricular global, abrangendo lodas as {}feas.

o objetivo do Programa Portage de Pais e, segundo Boyd (1979), eitado por

Williams e Aiello (2001),lomar cada pai au familiar tao funcionalmcnte independenle

de proi'issionais com diferentcs formac5es (fisioterapeutas, psic6logos, professores de

cducaci'io especial, lerapculas ocupacionais, entre outros), quanto for possivel,

ensinando-o a planejar e realizar de modo cficaz 0 treino de seu filho, bem como !idar

com os diversos comportamentos da crianca no dia-a-dia.

Segundo Bijou citado por Williams e Aiello (2001), 0 grande sueesso e

aceitabilidade do sistema Portage, se deu pe10 falo de 0 programa ser desenvolvido no

ambiente natural de cada crian<;a. Ah~m das vantagens economicas traz vantagens

adicionais, como por exemplo:

a) nao hu necessidade de a familia lransporlar-se a um determinado local de

atendimento, minimizando a custo para a familia e, principal mente,

minimizando 0 problema de faltas, razoavelmente freqtiente no trabalho dos

pais;

b) possibilidade de acesso constanle e direto a comportamentos lal como ocorrem

naluralmente. iS10 favorece a individualizacao e uma maior adequacao da

programa<;ao curricular, podendo-se respeitar mais os valores culturais de cada

familia;

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c) a manutcm;ao dos comporlamenlOS aprendidose,possivelmente,facililada,naohavendo 0 problema de transferenciada escolaau c1inicapara 0 1ar;

d) e provavel que haja maior oportunidadede generalizayao,como por exempl0

pelo fatode outrosmembros da familia(irmaosetc.)participaremdo treino.

De acordo com Williams e Aiello(200 I),paisde criam;asnonnais lambem podcm

se benef1ciar de inventarios comportamcntais seja para monitorar etapas de

descnvolvimento dos fiIhosau para identificaroutrasatividades,adequadas itidade,a

tim de eSlimulartodo 0 pOlencialde seu tilho.

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CAPiTULO ll-METODa

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PART1CIPANTES

Parliciparamdo trabalha5 crianyascom nlixaetariade um a tresanos de idade,

privadas do convivio com seus pais e familiares,onde as mcslTIas permanecem

abrigadas por medida judicial, par estarem em situayao de risco. 0 criteria

estabelecidopara a escolha das criany3s, foi que as mesmas participassemdos

cnconlrosscm interruP9ao.

A origem do abrigamcnto dessascriany3sse dellpela comprova9ao dos delitos

praticadospeJos seus pais biol6gicoscomo: desabrigo,negligencia,usa de drogas.

Segue-se lim breve hist6ricode cada criany3,obtidoatraves da instituiyao.Os nomes

utilizadosagui sao ficticiose serviraopara idcIltilicaras participantcsate 0 finaldo

relata.

1. Joao: 2anos e seis meses, privado do convivio familiarl1(:i seis meses. Foi

encaminhado a instituiyaoporque seus pais biol6gicosestavam sem moradia.

Tern uma irma gcmca que estal1amesillainstituiyao.Segundo a inslituiyaoos

pais vao retornar para buscar as criany3s,assim que sc estabelecerem.

Participoude todasas sess6es.

2. Maria: 2 anos e seismeses, irma gemea de Joao, cncontra-sena institui<;ao

pelos mesmo motivos que seu irmao. Aguarda seus pais virem busd.-la.

Participoude tadas as sess6es.

3. Marcos: 1 ano e onze meses, foirCliradode sua familiacom oitameses de

idade.Foi abrigado porque sua mae e uSu(lriade drogas.Possui uma irma dc

lresanos de idadeque tambem est{1abrigadana mesma instituiyao,e urn irmao

mais velho que ninguem sabe onde eSla. Poi encaminhado para adoyao,

aguarda na instituiyaofamiliahabilitada.Participollde todasas sess6es.

4. Rodrigo: 2 al10Se oitomeses, privadodo convivio familiaraos oitomeses de

idade.Apes a nascimento foi encaminhado para uma casa de passagem, e

depois para a presenteinSliluiyao.Sabe-se que a mae e usu{lriade drogas,esta

intemada em lim hospital,sendo atendida por uma conselheirado ConselhoTutelar.ParlicipOlide todasas sessoes.

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5. Mara: I ana e nove mcses. Ap6s seu nascimento foi para uma casa de

acolhimento, dcpois rai inserida na instituiyao onde permancce ate hoje

aguardando para ser adotada. A origem do abrigamento ocorrcu por ser sua mae

negligentc c esmoleira. Esteve presentc em todas as sessocs, porem nao

participou de lodas.

lOaD, Maria, Marcos e Rodrigo participaramde todas as scssoes.Mara esteve

presente em locias,mas participOlisomente de algumas.

SITUA<;;Ao

As sess6es Coram realizadas em uma sala para atividades ludicas cia propria

instituic;ao,comcncio mcsinha e cadeirinhas de pl{lstico.As sessoes foram rcalizadas

nas tervas-feiras pela tarde, durante tres haras, de acordo com as normas ciainstituiyao.

PROCEDIMENTO

o procedimento envolvcu lcvantamento dos dados, observa~ao, avalia~ao e

interVeny3o.

o levantamento dos dados foi feito atnlves de entrevista e do hist6rico de vida

individual das crianyas, fornecida pela responsavcl da instituiyao. As observaC;6es e as

ava\iac;oes foram realizadas num perfodo de doze sess5es, ap6s as resultados obtidos

deu-se inicio ao trabalho de intervenc;ao.

o objetivo deste trabalho roi aplicar uma avaliac;ao sistematica nas criam;as,

servindo de guia no planejamento e execu~50 de atividades e de instrumcntos de

capacitayao dos pais socia is.

Os problemas encontrados durante 0 trabalha foram as relacionados ao

comportamento, birra e choro, intelTompendo a scssao varias vezes. Sendo assim, estes

comporlamenlos foram trabalhados no decorrcr das sess5es.

Os objetivos especificos foram: identificar, monilorar e estimular atividades

adequadas a idade das crianc;as, como lambt':m promover novo repert6rio

comportamemnl nindn niloadquirido pelas crian,as.

Foram formuladas as seguinlcs hip6teses:

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• As crian<rasabrigadasapresentam problemas no seu desenvolvimento de modo

geral;

• Paissociaissao capazes de estimulare acompanhar 0 desenvolvimento de seus

filhos;

As sess5esforam organizadasda seguintcmaneira: avaJiayaode uma area do

desenvolvimento infantilscguindo a tblha de registrodo Guia Portage de

Williams e Aiello(200 J),atividadcsludicas,leiturade hist6rias,pintura a dedo

com guache,argilae relaxamento.

F oi estabelecidoem contratoverbalentrea terapeula,a responsaveipela

inslituiyaoe a mae socialque pennitirama reaiiz8<ruO destetrabalhoacademico.

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CAPiTULO 1II -RESULTADOS E DISCUSSAO

RELA TO DAS SESSOES

A explanaf;aoa seguire 0 relatodo desenvolvimento do processo.Para facilitar

a exposi~ao,cada rclatode sessaomostrani os objctivos da mesma, os participantes,os

materiaisutilizados,0 descnvolvimento de cada atividadee 0 fechamcnto de cada

sessa.o.

Sessao 01

Objctivos: Fazel' a apresentac;ao da terapeulac formar vinculo com as crianc;ase

cuidadora.

Participantcs:TerapclIta,JOllO,Maria,Marcos, Rodrigo,Mara e cuidadora.

Material utilizado:bolas,falhade papelsulfite,gizde cerae livrede hist6ria.

Atividadcsrcalizadas:rolara bola no chao,desenho livree leiturade lima hist6ria.

A terapeuta deu iniciodizcndo qual era 0 seu nome, e perguntou a cada crianc;a

qualera0 nome e a idade.Mara e Joao nao falaramnada.Em seguida perguntou se as

criam;as estavam com vontade de jogar bola, novamcnte Mara e Joao nao

responderam, ficavam s6 olhando. Ao iniciara atividade,a terapeutadirigiu-seate

Mara e Joao convidando-os a participarem.Mara sentOllno chao e come~Oll a chorar,

Joao nao falollnada e foise juntar as OUlrascrian~as.A cuidadora quis lirarMara da

sala,falouque elae teimosa,birrenta,e que chora muito.A tcrapeutadissea cuidadora

que Mara poderia ficaralimesrno, nao devia ser retirada,nao estava incomodando

ninguem. Ao dar inicioa atividade,Mara parou de chorare ficous6 observando.Ap6s

o lermino destadeu-se inicioao desenho livre,as crianvasse acomodaram ern suas

mesinhas para receberem papel sulfitee giz de cera.Novamente Mara roiconvidada,

mas nao fez neohum movimento em querer parlicipar.Terminando este atividade

iniciou-sea atividadeem rolarbola.Mara foiconvidada a participar,rediu colo para a

terapeuta,e foiatendida.Durante estaatividadeMara permaneceu 0 tempo todo no

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colo.Oepois desta atividadciniciou-sea leiturade uma hist6riainfantilcom uma

musica como relaxamento.

Avalia~iio:

Os objctivosdo primeiroencontro fcram alcanc;:ados.pais ocaffeu a formayao

do vinculoentreas crianc;:ase a terapeuta.Durante a sessiiopcrcebeu-seque J080 fala

!TIuitopoueo, e timido,mas interagebem com as outrascrianyas.No que se rcferea

Mara, pode-se dizerque a cuidadora refon;80 comportamento de chorar de Mara,

quando estachora,e tentaretini.-lada sala.A terapeutaao permitirque Mara fiquena

sala, faz com que cia observe as Qutras crianc;:as,e se possa observar seu

comportamento. Ao if ao encontro da terapeutae pcdir colo,demonSlra carenciade

areto.Ao termino dessa sessao a terapeutaconversou com a cuidadora a respeitodo

comportamcnto de Mara, cstafalouque cIa e uma crian<rateimosa,birrenta,s6 quer

ficarno colo,nao deixa que ncnhuma crian<rachcgue pertoda pessoa quc cstacom cIa,

no finaldisse:"cIa e muito chata".A tcrapcutafaloucom a cuidadora que e normal

uma crianyase comporlar assim,a crian<raeS18dcmonstrando que e carcntedc afeto,e

que nao devcmos exclui-Ia,devemos fazercom que elaparticipedas atividadescom as

outrascrianyas,issoe muito importante.Desde 0 primeiroencontro,a terapeutausou

reforyadoresarbitniriospara incentivara participayaodas crianyas,esteseram: balas,

bombons ou pirulitos.Deu resultado,pois ao tcrmino de toda atividadcrecebiam

parabens pelo desempcnho c ganhavam uma guloseima, 0 que deixava as crianyas

contenles.

Sessao 02

Objctivos:Avaiia<raoda areade estimula<raoinfantil.

Participantcs:Terapcuta,Rodrigoe Maria.

Material utilizado:Folhade registro.

Atividadesrealizadas:Avaliac;ao,observac;ao.

Nesta sessao roi realizadaavalia,aoda area de estimula,ao infantil,que ecomposta de 45 itensque avaliam a "estimulayaovisualgeral",a "estimula9aotactil

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geral"e a "estimulayaoauditivageral".A areade estimulayaoinfantile especificapara

bebes de zeroa quatro!TIcses au para criany3scom talnivelde funcionamento.

Avali3l;ao:

o objelivodestasessao foialcanyado.Vma vez que se sabe 0 motivo que levol!

estascrianryasa serCITI institucionalizadas,se viu a necessidade de fazer uma avaliaryao

compieta,a tim de obterresultadosrnaisfidedignos.Rodrigo e Maria desempenharam

corretamenleos itens,sem dificuldade.Ao tenninara avaliaryaoa terapeutaperguntou

do que as crianryasgostariam de brincar.Escolheram brincarde bola.Oepeis dessa

atividadeas crianry3sforam colocadasdeitadasno chao para escutarem uma Illusica.

Sessao 03

Objetivos: Avaiiaryaoda areade estimuiayaoinfanti!.

Participantcs:Terapeuta,loao,Marcos e Mara.

Materialutilizado:folhade registro.

Atividadcsrc.alizadas:avaliayaoe observayao.

Nesta sessao foi realizadaavaliayaoda area de estimulac;aoinfantil,que e

composla de 45 itensque fazem partea estimulac;aovisualgeral,a estimulac;aotacti!

gerale a estimula930auditivagera!.

Avalia~ao:

o objctivodestasessaofbialcanc;ado.loao e Marcos responderam corretamente

lodosos itens,scm demonstrar dificuldade.Mara nao quisresponder nenhum item,fez

birra,jogou-se no chao, s6 queria ficarno colo.A avaliac;aode Mara ficoupara ser

iniciadana outra semana. Mara e carcntede cantata fisico.A partirdesta sessao a

cuidadoranao ficoumais na sala,pOItantoa terapeutaficoudurantetodo 0 tempo que

permaneceu na instituiyaosomente com as crianc;as.Enquanto aplicavaa avaliac;aoem

uma crianc;a,faziacom que as outrascrianc;asperrnanecessernentretidascom urn

brinquedo escolhido p~r elasmesmas. Durante todo 0 processo de avalia,aoulilizouestatecnica.

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Sessao 04

Objctivos: Avaiia<;:aoda area de estimuia<;:aoinfantile area de desenvolvimento

motor.

Participantcs:Tcrapeuta,Mara, Rodrigoe Maria.

M~lterialutilizado:folhade registro.

Atividadesrealizadas:Avalia<;:aoe observa<;:ao.

A terapeutaao chegar a institui<;:ao,brincou de reda com as crian<;:3s,incluiu

Mara e loaa.Estesnao queriam participar,com urn pOlleo de insistenciada terapeuta

concordaram em brincarcom Rodrigo,Marcos e Maria.Apos 0 termino da brincadeira

de roda,a terapeutadeu inicioa avalia<;:aode 24 itensque avaliacriam;asna faixa

etariade 0 a 2 anos da area de cstimula9aoinfantilcom Mara. Em seguida avalioua

areade desenvolvimento motor que estarelacionadoaos movimcntos coordenados par

pequenos e grandes musculos.composto por 80 itens.

Av;lIia'Yao:

as objelivosforam parcialmente alcam;:ados.Mara participouda avaliayaosem

choro e birra.As vezes pedia colo,terapeutascmprc que podia corresponciiaao seu

pedido.Mara respondeu corretamentetodos os itensreferentesitarea de eSlimulayao

infalltil.Rodrigo e Maria liveram dificuldade no item 75 da avaliac;aodo

dcsenvolvimcnto motor, que e descnroscarbrinquedos,istoe: rctirarum brinquedo

que estavapresopor sistemade rosca.

Sessao 05

Objctivos: Avaliayaoda areade desellvolvimentomotor.

Participantcs:Terapeula,Joao,Marcos e Mara.

Material ulilizado:falhade registro.

Atividadcsrcalizadas:Avaliayaoe observayao.

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Nesta sess50 foi realizadaa avalia'taoda area de desenvolvimcnlo moLor

composta de 80 itens,com Joao. Com Mara e Marcos foram avaliados 63 itens

compativeia faixaclariade ambos.

Avalia'r30:

Os objctivos foram alcan~ados nesta sessao.Joao rcspondeu Lodos os itcns

corretamente,Mara e Marcos tambem. Apos 0 terminG da avalia~aoa terapeulaleuurn

livrode hist6riasa pedido das crianyas.

Sessao 06

Objetivos: Avalia~aoda areade linguagem.

Participantes:Terapeuta,Maria,Rodrigoe Joao.

Material utilizado:folhade registro.

Atividadesrcalizadas:Avaliayaoe observa~ao.

Nesta sessao a tcrapeutaavalioua area da linguagem com Maria, Rodrigo c

Joao.EstaareaeSlarelacionadaao compOl1amCnLO verbalexpressiv~,possui58 itens.

Avalia~ao:

as objetivos dessa sessao foram atingidos,pois Maria, Rodrigo e Joao

responderam corretamentetodosos itens.

Sessao 07

Objctivos:Avalia~aoda areade linguagem.

Participantes:Terapeuta,Mara e Marcos.

Material utiIizado:Calhade registro.

Atividadesrealizadas:Avalia~aoe observa~ao.

Antesde iniciara avaliayuoa lerapeutabrincoucom bola com todasas crian<;8s,

ap6s a brincadeira aplicau a avalia,aa da area de linguagem em Mara e depois cm

Marcos. Respeitandoa faixaetaria,foram avaliadossomente 28 itens.

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Avaliac;ao:

Todos as 28 itens da area de linguagem foram respondidos corrctamente par

Mara e Marcos, logo 0 objetivo da avalia<;ao [oi a1can9ado.

Sessao 08

Objetivos: Avaliayao da areade socializ3yao.

Participantes:Terapeuta,lOaD, Maria e Rodrigo.

Materialutilizado:[alhade registro.

Atividadesrealizadas: Avaliayao e observayao.

Como 0 dia estava frioe as crian93sestavam um pOllea agitadas,a terapeuta

brincou de roda com as crian<;as,antes de iniciar as avaliayoes. Ap6s a brincadeira,

deu inicio a aplicayao da area de socializayao, que esta relacionada as habilidades

relevantes na interay30 com as pessoas. Esta avaliayao tern 43 itens para crianyas de 0

a 2 anes e 51 itens para crianyas na faixa etaria de 0 a 3 anes.

Avalia,:;ao:

Os objetivos dessa sessao foram alcanyados, pois as crianyas respondcram de

forma correta todos os itens perguntados.

Sessao 09

Objetivos: Avaliayao da area de socializayao.

Participantes: Terapeuta, Mara e Marcos.

Material utilizado: folha de registro.

Atividades realizadas: Avaliayao e obSerVayHo.

Ao chegar na instituiyao as crianyas pediram para a terapeuta montar quebra-

cabeya, pais a mesma havia levado varios, 0 que deixolL as crianyas bastante ansiosas.

A terapeuta sentolL no chao com as crianyas para distribuir e montar os quebra-

cabe,as.Explicou que ap6s a montagem Mara e Marcos tinham que fazer uma

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atividadecom a terapeutae depoisretornariama montagem. Ao termino da montagem,

iniciou a avaliac;ao dos 43 itens da area de socializa9ao.

Avaiiaf;ao:

As crianc;as participaram das montagens de quebra-cabcc;a com baSlante

enlllsiasmo. Mara e Marcos respondiam a avaliayao rapidamcnte, demonstrando

interesseem voltarpara a atividade.Os objetivosdeslasessao foram alcan9ados,pais

responderam lodosos itenscorretamente.

Sessao 10

Objetivos: Avalia9aoda areade autocuidados.

Participantes:Tcrapeuta,Maria,Rodrigo c Joao.

Material utilizado:folhade registro.

Atividadcsrealizadas:Avalia9ao e observ8c;ao.

Nesta sessao a terapeutadellinicioit avaliacyao da area de autocuidados, que

esta relacionado fa indepcndencia para 0 alimentar-se,vestir-se,banhar-se,etc.,ecomposta de 2S itenspara crianyas de 0 a 2 anos e 52 itenspara crian.:;asna faixa

eHiriade 0 a 3 anos de idade.Apcs 0 termino da avaliayaoa terapeutaleuum livrode

hist6riasescolhidopelascrianyas.

Avaiiaf;i'io:

Os objetivos foram atingidosnesta sessao, poisMaria, Rodrigo e Joao,

responderam de modo satisfat6rioos 52 itensreferentesa avaliayao da area de

autocuidados.

Scssiio11

Objctivos: Avaiiayaoda areade autocuidados.

Participantcs:Terapeuta.Mara e Marcos.

Materialutilizado:folhade registro.

Atividadesrcalizadas:Avaliayaoe observayao.

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Ao chegar nn inslitui~ao it lerapcuta montotl com Ladas crianc;asque estavam

parLicipando da avaliac;ao,um jogo brinquedo de encaixe, observando a criatividade de

cada crianya.Ap6s esta atividadeinicioua avaliac;aodos 25 itens da area de

autocuidadoscom Mara e Marcos.

Avalialtiio:

Os objctivos nesta sessaa foram alcanr;ados, pais ambos responderam lodos as

itens de forma correta.

Sessao 12

Objctivos: AvaJiayao da area de cognic;ao.

Participantcs:Terapeuta,Rodrigo,Maria e Joao.

Material utilizado: falha de registro.

Atividades rcalizadas:AvaJiac;ao e observac;ao.

Esta sessfla iniciou com a avaliac;ao da ultima area do "Inventario Portage

Operacionalizado", que e a area de cognic;fio,composto de 24 itens para crianc;as na

faixa etaria de 0 it 2 anos e 40 itens para crian'ras de ate 3 anos de idade. A area de

cogni~ao esta relacionada com a linguagem rcceptiva e 0 estabelecimento de reia'roes

de semelhan'ra e diferen'ra.

Avaliac;fIo:

Rodrigo, Maria e Joao nao demonstraram dificuldade de responder os 40 itens

da arca de cogni9ao, pOl·tanto os objetivos dcsta sessao foram alcan9ados.

Scssiio 13

Objctivos: Avaiia~ao da area de cogniyao.

Participantcs: Terapeuta, Marcos e Mara,

Matcrial utilizado: folha de registro,

Atividadesrcalizadas:Avalia,iioC observa,ao.

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As Crially3S quando viram a terapeutacorreram ao sell encontro,pediram para

brincarcom bola.A terapeutaatendeu 0 pedido das criam;as,mas falauque depois cIa

deveria fazer lima atividadc somenle com Marcos e Mara. Todos aceitaram

prontamente.Apcs 0 tennino da brincadeiraa terapculapassolla [azera avalia9aodos

24 itensda arca de cogniyao com Marcos e depois com Mara. Depois da avaliayaoa

terapeutainicioua atividade de desenho livrecom as crian9as.

Avaliu.yao:

Os objetivos desla sessao foram a1caJlyados,pais tanto Marcos como Mara

responderam os 24 itensda area de cogniyao corrclamente.

Sessao 14 iISessao 23

Objetivos: interven9ao

Participantes:Terapeuta,Joao, Maria,Rodrigo,Mara e Marcos.

Material utilizado:Folhas de papel sulfite,giz de cera, livrode hist6rias,jogos

educativos,tintaguaehe e argila.

Atividades rcalizadas: desenho livre,leiturade hist6riasinfantis,jogos llldicos

(eneaixe,bate pinos,quebra eaber;a,montagem de figurascom bloeos,etc),pinturaa

dedo com tintaguache e manuseio de argila.

As atividadesrealizadasa partirda sessao 14,nao scguiram urn cronograrna

rigido,a terapcutaoFereciaas criaIwas,duas opr;oes,par exernplo:brincarcom argila

ou pinturaa dedo com lintaguaehe, para que escolhessem.As crianr;asFaziam a sua

escolha.A atividadeera realizadasem exigir que fizessem algo, ao terminar a

atividadeescolhidapelas crianlYas,eseolhiaoutraatividadecomo bate pinos.onde era

oFerecidoas crianlYasuma baneada, onde deveriam baterpinos com um martelo,e

tentarrosquearalguns.No finaldas atividadesa lerapeutaliaurn livr~,escolhidopelas

propriascrianyas,mostrava as figuras,fazendo com que as crianyas intcragissem

consigoe entreelas.

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Avalia~iio:0 objelivopropostopelo trabalhofoialcan~ado.Realizadaa avalia,iiodas

areas de: estiJ11ula~aoinfantil,socializac;ao,Iinguagem, autocuidados, cognic;aoe

desenvolvimento motor do "lnventarioPortageOperacionalizado",a qual as crianc;as

nao apresenlaram dificuldadesem responder,sendo assim, a lerapcutaelaborou a

interven9ao.a tim de promovcr novo repert6riocomportamental ainda nao adquirido

pelascrianC;3s,atraves da estimulac;ao13Clil,visual,auditiva.Como estetrabalhaseria

encerrado,por motivos da propriainstituic;30,nas duas ultimas sessoes a terapcuta

pediu para que a cuidadora participasse,a tim de vcr 0 que deve ser feitopara

cstimular0 desenvolvimento das crianc;as.A cuidadorarecebeu 0 materialque deveria

ser utilizadoe foi feitourn treinocom a mesma com 0 objetivo de atender as

necessidadesespecificasde cada crianr;a.

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CONCLUSAO

A instituic:;aocasa lare regidapelasleiscontidasno E.C.A.,abrigacrian<;ase

adolescentesde ale dezoito anos de idadc.A institui<;aodeve proporcionara estes

protcryaointegrale lodos os direitosfundamentais inerentesa pessoa humana,

assegurando-lhesdesta forma tadas as oportunidades e facilidadescom intuitode

proporcionar0 desenvolvimento completo c adequado em condi90es de liberdadee

dignidade.

o projeto das casas larestem como prioridade a cOllvivencia familiar,po isa

familiae a respol1sl:iveipelo desenvolvimento adequado do individuo.Portanto,a

escolhados pais sociaise Qutros funcionariosque iraocompor a casa, cleveser de

pessoasqualificadase orientadasespecialmenteno item que delermina que nenhuma

crian'raou adolescentcpode serexplorado,negligenciado,discriminado,violentadoou

sofrercrueldade e opressao.

As crian<;asque participaram deste trabalho passaram por situa<;oesque

colocararnem riscosuas propriasvidas,por serernnegligenciadaspor seus paise ate

as vezes pelosseus farniliarcs,podcndo tercausado deficitsem seu desenvolvimento,

porem sc conciuiucom 0 termino destetrabalhoque estascrian<;asapesardos pesares

possuem em seu desenvolvimento geralum bom desempenho, satisfatoriopara sua

idade,podendo melhorar em alguns aspectosdo seu reper16riocomportamental. Uma

caracteristicadas crian<;astrabalhadasfaiquanta ao aspccto cmocional, onde am bas

chamavam a aten<;aopara sia tempo tada duranteas sessoes,chorando. fazendo birra,

para que fossem pegas no colo,eslascrian<;asdemonstraram seraltamentecarentede

afeta.

Para que 0 trabalhode intervenc;aose lome mais cficaz,seriainteressantea

participa'raodos paissociais.no cntaotoistonao foipossivel,parem a cuidadora das

crianc;asque fica0 dia todo,auxiliaa mae socialno honiriodas refeic;oes,higienee

brincacornas crian<;as,acompanhou parledo trabalhoda tcrapeuta.

Desta forma os itens que deveriam ser reforc;adosnas crianc;asforam

demanstrados e ensinados em sua lotalidadepela terapeula,para que apas a canclusaa

desletrabalho,tivcssetim prosseguimenta.

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