Todo mundo disse que não ia dar certo

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O livro reúne 20 mini biografias de pessoas que acreditaram nos seus sonhos, embora conselhos de todos ao contrário, e criaram grandes negócios, superaram adversidades e construíram marcas famosas. Obra incentiva e reconhece o empreendedorismo registrando emocionantes histórias de sucesso de empresários brasileiros. Escrito pelo jornalista e autor Ricardo Viveiros.

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Nota do Autor

No título "Todo mundo disse que não ia dar certo", empregou-se o verbo

ir como auxiliar do verbo dar com sentido de tempo futuro, que é uma

característica da variante informal da língua portuguesa, para respeitar

a forma que a maioria dos entrevistados ouviu das pessoas ao ser

mencionada a pretensão de iniciar um empreendimento.

Índice

Prefácio: O ininito gesto de empreender 9

Apresentação: Para eles, a utopia é só um objetivo real! 11

Alberto Carneiro Neto, Casa do Pão de Queijo 14

Clóvis Souza, Giuliana Flores 20

Alexandre Costa, Cacau Show 26

Priscila Callegari, Ciao Mao 32

Guilherme Paulus, CVC 38

Wanderley de Abreu Júnior, Storm Security 44

Edgard Corona, Bio Ritmo 50

Leandro Scabin, Dileto 56

Alberto Saraiva, Habib´s 62

Aleksander Mandic, Mandic magiC 68

José Efromovich, Avianca 74

Leandro Toledano e Daniel Neuman, he Gourmet Tea 80

Carlos Wizard Martins, Grupo Multi 86

Francisco Deusmar de Queiroz, Farmácias Pague Menos 92

Robinson Shiba, China In Box 98

Otávio Piva de Albuquerque, Expand 104

Alair Martins, Sistema Integrado Martins 110

Leandro Pinto, Granja Mantiqueira 116

Romero Rodrigues, Buscapé Company 122

Lindolfo Leopoldo Martin, Multicoisas 128

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"TODO MUNDO DISSE QUE NÃO IA DAR CERTO" Ricardo Viveiros

Pedro MeloPRESIDENTE DA KPMG BRASIL

Todas as empresas, pequenas, médias ou

grandes e independentemente de sua área de

atuação, têm um fator em comum: nascem de

uma boa ideia e da coragem do autor de colocá-la em

prática. A partir dessa fantástica gênese, com certeza

o grande milagre da história econômica, desenvolvem-

se tecnologias, serviços inovadores e produtos que

transformam a vida das pessoas e processos que

mudam e movem o mundo.

Conceber e fazer são os dois verbos que definem

com precisão o espírito dos empreendedores,

tema deste livro, do jornalista e escritor Ricardo

Viveiros. São indivíduos criativos, que acreditam em

si próprios, sabem superar desafios e conseguem

reunir pessoas competentes em torno de um projeto

potencialmente vencedor.

A saga desses autênticos desbravadores é a grande

base do universo corporativo. É a aventura destemida,

responsável e com riscos calculados de quem tem a

capacidade de converter sonhos em realidade, levando

à geração de empregos, distribuição de renda e

impostos, que propiciam haver justiça social e

desenvolvimento.

Tais resultados concretos advêm do trabalho das

empresas, as quais, nascidas do ímpeto empreendedor,

são os principais polos de cidadania no contexto

do capitalismo democrático. Afinal, ao proverem

salários e benefícios basilares, garantem vida digna

e a inclusão socioeconômica de seus colaboradores,

executivos e controladores de seu capital. Ademais,

sua atuação gera recursos tributários para o Estado

atender globalmente a sociedade.

Tudo isso nasce da crença de homens e mulheres

obstinados, que não temem os obstáculos existentes

entre a concepção de um projeto e a sua viabilização.

São pessoas confiantes, com imensa sensibilidade para

perceber cenários, diagnosticar dificuldades e adotar

soluções eficazes. Líderes inatos, capazes de subverter

o improvável, contradizer previsões, desafiar o óbvio

e acreditar no seu país mesmo quando todos duvidam.

Por isso, criam, realizam e vencem!

Para defini-los em sua singular personalidade, nada

mais adequado do que a primeira estrofe de A Mão,

que o genial empreendedor de palavras, poemas e

prosa Carlos Drummond de Andrade escreveu para

homenagear o também virtuoso Cândido Portinari:

Entre o cafezal e o sonho

o garoto pinta uma estrela dourada

na parede da capela,

e nada mais resiste à mão pintora.

A mão cresce e pinta.

Tão infinitos quanto a obra

imortal de nossos escritores e

artistas plásticos são a trajetória e

o legado daqueles que constroem

empresas para edificar ideias!

PrefácioO infinito gesto de empreender

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"TODO MUNDO DISSE QUE NÃO IA DAR CERTO" Ricardo Viveiros

Apresentação

O conteúdo deste livro testemunha a vida e

obra de pessoas muito especiais, daquelas

que agregam valor a tudo em que tocam e que

estão sempre predispostas a criar algo inovador, mesmo

que pareça impossível e ilógico. Indivíduos assim têm

particular capacidade de realizar grandes mudanças!

“Todo mundo disse que não ia dar certo” é uma

instigante coletânea de perfis biográficos e relatos das

trajetórias de empreendedores que começaram do zero

e construíram grandes marcas e empresas, responsáveis

por manter milhares de empregos, desenvolver e

disseminar tecnologia, contribuir para o crescimento

econômico, a inovação e o desenvolvimento brasileiro.

Dentre as histórias aqui contadas, embora os

protagonistas sejam bem diferentes em sua marcante

personalidade e atuem em distintos setores econômicos,

há um aspecto congruente: no início da luta de cada um

para realizar o sonho empresarial, todos lhes disseram que

seria inviável e que daria errado. Mas eles acreditaram em

si mesmos e no Brasil, e concretizaram seus sonhos!

Outra peculiaridade comum a esses indivíduos

raros é o fato de se valerem de bons colaboradores e,

sobretudo, assessorias e consultorias competentes

em atividades-meio relevantes, como marketing,

publicidade, comunicação/relações com a imprensa

e gestão. Para a KPMG, que contribui para a eficácia

da administração e governança corporativa, por

meio de serviços de Auditoria, Tax e Advisory, e em

cujo DNA empresarial estão paixão e fé no ato de

empreender, o significado de ser parceira é imenso.

Daí o investimento neste livro.

Esta leitura permitirá um entendimento maior

da colaboração de profissionais e empresas éticas

e eficazes para concretizar projetos, uma virtude

também inerente ao sucesso no universo empresarial.

É fundamental contar com aqueles que compartilham

valores, compromisso com resultados e disposição

inesgotável para o bom combate.

Esta obra transpira verdade em cada palavra e

parágrafo de seu texto, pois foi escrito por alguém que

poderia, perfeitamente, ser um de seus personagens.

Refiro-me ao escritor e jornalista Ricardo Viveiros

e seus muitos anos de vitoriosa carreira. Militando

em importantes veículos de comunicação do Brasil e

do exterior, cobrindo quatro guerras, entrevistando

grandes empresários, conquistando prêmios nacionais

e internacionais, publicando dezenas de livros e sendo

perseguido pela ditadura militar, jamais abdicou do

espírito de repórter. Sempre optou por fatos, não versões.

Pois bem, poucos supunham que o repórter pudesse

virar empresário e criar aquela que, hoje, é uma

das maiores agências de assessoria de imprensa do

Brasil, a Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de

Comunicação (RV&A), há 26 anos atendendo boa parcela

de nosso PIB. Assim, é fácil

entender por que são tão sinceros

e autênticos os relatos desta obra,

leitura obrigatória para todos

os que acreditam ser possível ir

muito além da utopia!

Ricardo AnhesiniSÓCIO-DIRETOR DA KPMG BRASIL

Para eles, a utopia é só um objetivo real!

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“Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver,

mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens

e ideias de hoje, as experiências do passado.

A memória não é sonho, é trabalho.”

Ecléa Bosi*

*Professora emérita e titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Graduou-se em 1966, fez mestrado em 1970 e doutorado em 1971 em Psicologia Social na mesma universidade. Em 2009 recebeu o prê-mio internacional Ars Latina pelo conjunto de sua obra. É autora de vários livros.

ELES NÃOACREDITARAM...

FIZERAMACONTECER!

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Ricardo Viveiros

O paulistano Alberto Carneiro Neto segue algu-

mas regras para ser um empresário bem-sucedi-

do, algo que podemos chamar de “receitas para

ter sucesso na vida”.

Foi do pai, seu Mário, um engenheiro civil nascido na

cidade mineira de Uberlândia, que ele aprendeu a ter cora-

gem, ser ético e trabalhar duro – ingredientes básicos para

a “concepção de um modelo empresarial moderno”. Sua

mãe, dona de casa, era filha de um grande empreendedor

em vários setores, de quem herdou o tempero da determi-

nação de buscar negócios, o destemido sabor de investir.

Entretanto, a mais bem-sucedida receita, literalmen-

te, originou de uma herança da avó paterna, dona Arthê-

mia, excelente quituteira que fazia e vendia doces e sal-

gados nas vizinhanças de Monte Alegre (Minas Gerais),

onde vivia. Foi com ela que o pai de Alberto começou a

formar, ao lado de um sócio, um pequeno negócio que mu-

daria totalmente o destino da família: a Casa do Pão de

Queijo. A primeira loja, na rua Aurora, centro da capital

paulista, foi fundada em 1967.

E tudo aconteceu quase por acaso. Em meados dos

anos 1960, dona Arthêmia veio de Monte Alegre para

morar em São Paulo, trouxe consigo o filho Mário. Um

belo dia, o dono de um conhecido restaurante paulis-

tano – o Rubaiyat –, o imigrante espanhol Belarmino

Fernandez Iglesias, estava visitando Mário. Junto com

o cafezinho, ele provou o pão de queijo preparado pela

mãe do amigo e... adorou. Imediatamente fez uma pro-

posta a ela, que começou a produzir e vender o quitute

para o Rubaiyat, local frequentado por um público se-

leto e formador de opinião.

E assim começou o negócio, que conquistou imedia-

to sucesso. Com o tempo, apareceram concorrentes, mas

Mário comprou a parte do sócio e trouxe para a empresa

um gestor para tocar a operação, mantendo a qualidade

do produto e também o diferencial de mercado. Foi, po-

rém, nas mãos de Alberto que a pequena lanchonete deu

uma grande guinada. Em 1981, ele começou a trabalhar

nos negócios da família, dando início a uma rede atual-

mente integrada por mais de 400 lojas.

Só que essa história começou bem antes. Pode-se di-

zer que tem início no perfil de Alberto, sempre muito

atento a tudo o que ocorria no dia a dia da família, sem-

pre prestando atenção a cada palavra do que era dito, fei-

to, sonhado. Essa história, na verdade, pode ter começado

com a inclinação nata que ele tem para o comércio. Tan-

to que abandonou as pretensões de seguir a carreira mili-

tar para cursar Administração de Empresas na Fundação

Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Ninguém na família

o forçou a isso. Bem ao contrário. Desde a adolescência,

seu pai o tratava como adulto, permitindo que o jovem

viajasse sozinho. Alberto foi para o estado de Massachu-

setts (Estados Unidos), fazer um intercâmbio de idiomas

para aprender Inglês.

A escolha pelo curso de Administração, um ref le-

xo de seu interesse pelo comércio, pode também ter

sido inf luência de um amigo mais velho. Aos 16 anos,

ele assistia o colega lucrar um bom dinheiro com a ven-

da de produtos diferenciados de limpeza para uma em-

presa multinacional, especializada em comércio por-

ta a porta. Funcionava assim: o vendedor comprava

um kit de produtos com 35% de desconto do preço no

A receita que mudou a minha vida

ALBERTO CARNEIRO NETO

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