Trabalho Ambiental

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INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo discutir os temas Ecoeficiência e Produção Sustentável nas Organizações. Optamos por organizar o trabalho da seguinte maneira: Capitulo I – Ecoeficiência Capítulo II – Produção e sistema sustentável Capítulo III – A aplicabilidade de produção sustentável e Ecoeficiência nas organizações, vinculado Considerações Finais O primeiro capítulo aborda o conceito de ecoeficiência, consumo consciente, coleta seletiva, e os índices de ecoeficiência, caracterizando as principais categorias de indicadores. O segundo capítulo trata da Produção e sistema Sustentável, onde o foco é a agricultura orgânica, produção integrada agropecuária, aquicultura e os sistemas agroflorestais. O terceiro capítulo é caracterizado pelo comportamento e atitudes direcionados a sustentabilidade e ecoeficiência. E para finalizar, as considerações acerca do conteúdo estudado. 4

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Ecoeficiência e Produção Sustentável nas Organizações.

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INTRODUOO presente trabalho tem por objetivo discutir os temas Ecoeficincia e Produo Sustentvel nas Organizaes.Optamos por organizar o trabalho da seguinte maneira:Capitulo I EcoeficinciaCaptulo II Produo e sistema sustentvelCaptulo III A aplicabilidade de produo sustentvel e Ecoeficincia nas organizaes, vinculado Consideraes FinaisO primeiro captulo aborda o conceito de ecoeficincia, consumo consciente, coleta seletiva, e os ndices de ecoeficincia, caracterizando as principais categorias de indicadores.O segundo captulo trata da Produo e sistema Sustentvel, onde o foco a agricultura orgnica, produo integrada agropecuria, aquicultura e os sistemas agroflorestais. O terceiro captulo caracterizado pelo comportamento e atitudes direcionados a sustentabilidade e ecoeficincia. E para finalizar, as consideraes acerca do contedo estudado.

CAPTULO I1. Ecoeficincia

Ecoeficincia significa gerar mais produtos e servios com menor utilizao de recursos e diminuio de resduos e poluentes; tem a ver com a capacidade de obter maior rendimento com o mnimo de desperdcio (Vilela e Demajorovic, 2006). A ecoeficincia obtida pelo fornecimento de bens e servios a preos competitivos que satisfaam as necessidades humanas e melhorem a qualidade de vida, diminuindo progressivamente os impactos ambientais e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento, 2013).Para Almeida (2002), a ecoeficincia considerada uma forma de responsabilidade ambiental corporativa que encoraja as organizaes a competitividade, inovao e gesto ambiental. Ela exige que as organizaes tracem estratgias de gesto ambiental preventiva, que integrem aspectos ambientais ao ciclo de vida de seus produtos e servios, relacionando a excelncia ambiental com a empresarial. De acordo com Pereira (2005), a implementao de prticas ecoeficientes um processo de melhoria contnua que combina o desempenho econmico e desempenho ambiental criando valores menos impactantes sobre o meio ambiente e promoo da substituio dos fluxos de material por fluxos de conhecimento; alinhando a gesto de qualidade, a gesto de sustentabilidade e a gesto estratgica empresarial com a gesto do conhecimento.Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel (2007), a implementao da ecoeficincia, como instrumento de gesto na empresa, deve seguir algumas prticas bsicas como reduzir o consumo de materiais com bens e servios, reduzir o consumo de energia com bens e servios, reduzir a disperso de substncias txicas, intensificar a reciclagem de materiais, maximizar o uso sustentvel de recursos renovveis, prolongar a durabilidade dos produtos e agregar valor aos bens e servios. Para a aplicao dessas prticas de ecoeficincia nas organizaes a WBCSD (Word Business Council for Sustainable Development) recomenda quatro instrumentos fundamentais: implantao de um sistema de gesto ambiental; obteno de certificao ambiental para seus produtos e/ou servios; analise dos impactos ambientais dos produtos e/ou servios da organizao (Anlise do Ciclo de Vida) e a adoo da tcnica de P+L(Produo mais Limpa), que durante o processo de produo mede, controla e reduz o consumo de matria-prima, poluio, e gerao de resduos (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentvel-2013).

1.1. Consumo consciente

Consumo de produtos e servios de forma consciente sobre sua origem de produo, matria-prima utilizada, processo de produo, comercializao e os impactos que esses podem causar no meio ambiente e na sociedade em funo do seu estilo de vida. Para o Ministrio do Meio Ambiente, o consumo consciente uma contribuio voluntria, cotidiana e solidria do cidado que garante a sustentabilidade da vida no planeta. ampliar os impactos positivos e diminuir os negativos causados pelo consumo no meio ambiente, na economia e nas relaes sociais (MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013).O Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), diz que a utilizao de bens e servios que cumprem com as necessidades bsicas e proporcionar melhor qualidade de vida alm de minimizar o uso de recursos naturais, materiais txicos, diminurem a emisso de poluentes e a gerao de resduos (PROGRAMA DAS NAES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE, 2013).Consumir de maneira consciente seria se informar sobre a procedncia do produto e/ou servio, e demostrar preferncia pelas organizaes que utilizem um modelo de produo socialmente justo, economicamente vivel e ambientalmente correto. Repensar, reduzir, reutilizar e reciclar integram o conjunto de Rs que sintetizam as atitudes prticas sobre mudanas comportamentais para preservao do meio ambiente: Reduzir: consiste em aes que diminuem a gerao de resduos, por meio da minimizao na fonte ou reduo do desperdcio. Contribui para minimizar gastos com o gerenciamento e tratamento, e pode ser aplicvel a qualquer grupo de resduos. Reutilizar: aes que possibilitam otimizar o mximo o uso dos resduos antes do descarte final ou reenvio ao processo produtivo, visando a recolocao para o mesmo fim ou recolocao no mercado. Reciclar: conjunto de tcnicas para aproveitar resduos e reutiliz-los no ciclo de produo. Materiais que se tornariam lixo ou do lixo, so separados, coletados, processados e usados como matria-prima na manufatura de novos produtos (CENTRO DE INFORMAES SOBRE RECICLAGEM E MEIO AMBIENTE,2013).

1.2. Coleta seletiva

um processo que consiste na separao e recolhimento dos resduos descartados por empresas e pessoas. Desta forma, os materiais que podem ser reciclados so separados do lixo orgnico (restos de carne, frutas, verduras e outros alimentos). Este ltimo tipo de lixo descartado em aterros sanitrios ou usado para a fabricao de adubos orgnicos.A coleta seletiva, nos dias atuais, o principal e mais simples sistema de controle de um importante aspecto ambiental da sociedade: os resduos slidos domsticos. O lixo produzido pela populao nas suas mais diversas reas de atuao causa enormes dificuldades na forma de disposio e tratamento final. A coleta seletiva avaliada como uma forma de preparo dos materiais para uma destinao diferenciada dos resduos potencialmente reciclveis, reduzindo, desta forma, o encaminhamento para locais imprprios e sem a mnima estrutura para a sua disposio final. necessrio que a sociedade reconhea que alm da coleta seletiva, somente a reciclagem, no ser a nica atitude para solucionar os problemas relativos destinao do lixo, sendo indispensvel a reduo do consumo, tendo em vista que, essencial modernidade, os produtos se tornam mais enriquecidos, face ao seu enorme processo at chegar ao consumidor final, sendo eles no reincorporados ao ciclo natural de recomposio dos nutrientes utilizados para a sua confeco, ocasionando perdas ambientais. Entretanto, imprescindvel que, nas empresas ou nas cidades, a coleta seletiva seja desenvolvida atravs de um eficaz suporte de educao e conscientizao ambiental para todos os envolvidos. Nestes programas, necessrio realar as problemticas causadas pela gerao do lixo pelos consumidores, a importncia da sua separao na fonte para posterior reciclagem e reutilizao dos mesmos e, principalmente, atitudes para reduo da gerao de lixo. Atravs da disseminao de informaes e estratgias para a conscientizao e sensibilizao ambiental, possvel que os usurios da coleta seletiva possam usufruir deste benefcio e alcanar um novo modo de pensar e agir em relao ao consumo e desperdcio (FIGUEIREDO, 1995).Quando salientamos a importncia da coleta seletiva para o meio ambiente, consideramos que este processo prev a diminuio do encaminhamento do lixo selecionado para locais imprprios, e automaticamente o seu envio para a reciclagem.De acordo com, Scarlato (1992), o grande obstculo da Coleta Seletiva est intimamente relacionado diminuio da disposio do lixo em reas imprprias, ou com a capacidade de suporte debilitada, sendo considerada como uma forma muito dispendiosa e que depende de vontade poltica para conscientizar e informar a populao, e criar rgos fiscalizadores e disciplinadores para manter a continuidade do processo que envolve operaes de acondicionamento, transporte e tratamento final do lixo urbano. J em nvel empresarial os programas de Coleta Seletiva, so utilizados para controle de um de seus aspectos ambientais, que a gerao do lixo domstico pelos seus funcionrios ou por algum tipo de processo produtivo. O Programa torna-se necessrio pela existncia de rgos fiscalizadores como a CETESB, no caso do Estado de So Paulo, Policias Ambiental, Secretaria de Meio Ambiente, Vigilncia Sanitria, entre outros, que cobram aes de melhoria contnua para a conservao ambiental, amparados pela lei federal 9.605/98 de crimes ambientais. Esta lei obriga os fiscais envolvidos a promover medidas necessrias preservao, interrupo ou minorao do agravamento do dano ambiental, que neste caso seria a disposio incorreta do lixo gerado pelos funcionrios (PIVA & FILHO, 2003).

1.3. Indicadores de ecoeficinciaO conceito de ecoeficincia a juno do desempenho econmico e desempenho ambiental para criar e promover valores com menor impacto sobre o meio ambiente. A sua implementao requer a mensurao do desempenho ambiental considerando-se essa mistura de ingredientes. Transcrever isto em nmeros um dos grandes desafios da sustentabilidade.Os indicadores de ecoeficincia ajudam a explicar a relao entre o desempenho financeiro e o ambiental. Uma forma de indicar ecoeficincia pela relao entre a unidade de valor do produto ou servio e a unidade de impacto ambiental:

Valor do produto ou servioEcoeficincia= Impacto ambiental

Fonte: WBCSD, (2000).

1.4. Principais categorias de indicadores

Segundo o WBCSD, pode-se dividir os indicadores em trs diferentes categorias associadas e seus aspectos, segundo o WBCSD: Valor do produto ou servio: volume ou massa, valor monetrio, funo; Influncia ambiental relativa fabricao ou criao do servio ou produto: consumo de energia, consumo de matrias primas, consumo de recursos naturais, gerao de sub-produtos e rejeitos, eventos no programados; Influncia ambiental associada ao uso do servio ou produto: caractersticas do produto ou servio, gerao de resduos (embalagem), consumo da energia, emisses durante o uso e/ou disposio.Os indicadores de desempenho ambiental dividem-se em dois tipos: os genricos, isto , aplicveis e relevantes para o conhecimento do desempenho de todos os tipos de empresas e organizaes; e os especficos, ou seja, relevantes para o conhecimento do desempenho apenas das empresas e organizaes a que se aplicam.Alguns exemplos de indicadores genricos so: consumo total de energia, de materiais e de gua, emisses de gases que agravam o efeito estufa e de substncias danosas camada de oznio, e resduos. So exemplos de indicadores especficos: iniciativas para adotar fontes renovveis de energia, uso de materiais reciclados e de animais e vegetais silvestres em processos industriais, fontes de gua significativamente afetadas pela empresa ou organizao, entre outros (Almeida, 2002).Na tabela a seguir, so apresentados alguns indicadores para diferentes categorias e aspectos.Categoria: valor de servio ou produtos

AspectoIndicadoresExemplo

VolumeUnidades vendidasNumero

Unidades indexadasNumero mdio

Mo de obraNmero de empregado; homem-hora.

rearea construda

MassaQuantidade vendidaKg; toneladas

Quantidade produzidaKg; toneladas

MonetrioVendas liquidas$$

Lucro liquido$$

Valor adicionado$$

Custos$$

Investimentos$$

FuncionalDesempenho do produtoKg de roupa lavada; m de parede recolocadas.

Servio entregueN de transaes bancrias efetuadas

Rendimento agrcolaTonelada; volume de madeira produzido.

DurabilidadeQuilmetros rodados; horas.

Capacidade de transporteToneladas-km; passageiros-km

Outros relevantesPreo do produto$$

Frao de mercado%

Categoria: Influncia Ambiental (Fabricao, criao e uso).

AspectoIndicadorExemplo

Consumo de energiaGigaJoule consumidosGJoules

Combustveis fsseisGJoules de carvo, GJoule de leo

FonteGJoule de fonte renovvel ou no renovvel

EmissesToneladas de SO2, NOx, etc.

Consumo de materiaisToneladas consumidasToneladas

TipoTon. De insumos primrios e secundrios.

FonteVirgem-reciclada, renovvel - no renovvel.

Caractersticas especiaisTxicas no txicas

Consumo de recursos naturaisToneladas consumidasgua, madeira, minerais.

FonteRenovvel no renovvel; m de gua subterrnea ou superficial,

Uso da terraha de biodiversidade/espcie.

Gerao de resduosQuantidade bruta geradaToneladas

Quantidade tratadaToneladas

EmissesToneladas (ar solo e gua)

CaractersticasToneladas de resduos perigosos e no perigosos, toneladas de poluentes prioritrio no prioritrios.

Fonte:WBCSD (2000b)

CAPTULO II2. Produo e sistema sustentvel

Segundo Branco (2011), produo ou manufatura sustentvelpode ser definida como a criao deprodutos manufaturadoscom base em processos que minimizem osimpactos ambientais negativos, alm de serem seguros para os trabalhadores, comunidades e consumidores, e que se mostrem economicamente viveis. Todo o sistema de produo que se desenvolve atendendo as necessidades da populao, garantindo que geraes futuras no sejam comprometidas, que o meio ambiente seja respeitado e que siga a poltica de economicamente vivel considerado um sistema de produo sustentvel.O Pas conta com diversas experincias de boas prticas para o desenvolvimento sustentvel. Uma delas est em Paraso, cidade localizada a 60 quilmetros da capital do Tocantins, onde funciona uma fbrica de telhas e tijolos, iluminada apenas pela irradiao natural do sol. A empresa utiliza cascas de arroz, antes jogadas no lixo e que agora so queimadas. As cascas substituem a madeira, recurso no renovvel. Aps a queima, esse subproduto do arroz reaproveitado pelas siderrgicas em um novo processo produtivo, que o reutiliza como matria-prima para fabricar isolantes trmicos. A produo sustentvel tambm implementada em Vitria de Santo Anto, cidade do interior de Pernambuco, onde fica localizada uma usina de cana-de-acar que reaproveita a grande quantidade de vinhaa produzida na regio para criar biogs, usado em carros pouco poluentes. A vinhaa um subproduto do lcool, usada para fertilizar plantaes. Estes dois casos dentre outros espalhados pelo Brasil podem representar a certa dimenso de como a incorporao de melhores alternativas para minimizar impactos ambientais e sociais e riscos sade humana podem ser favorveis para a populao como um todos, melhorando a vida de muitos em vrios aspectos. As atividades do 1 setor brasileiro tambm vem obtendo destaque no decorrer dos anos com sua forma de atuao moderna e sustentvel, distribuindo renda e diminuindo as diferenas sociais, criando novas formas de riqueza, ao mesmo tempo em que assegura a conservao dos recursos naturais. Boa parte dessa evoluo deve-se a Agricultura Orgnica, a Produo Integrada Agropecuria, a Aquicultura e a Produo Agroflorestal. A Embrapa que responsvel pelas atividades agropecurias brasileiras, junto ao Sistema nacional de pesquisas agropecurias vem investindo em novas tecnologias a fim de viabilizar a sustentabilidade agrcola do Brasil e tem isso como seu principal objetivo.

2.1. Agricultura Orgnica

A agricultura orgnica baseia-se em algumas premissas agroecolgicas e de conservao de recursos naturais, sendo elas o respeito ao meio ambiente e a sua utilizao saudvel, a diversificao de culturas agrcolas, a independncia de sistemas de produo e a de que o solo um organismo vivo. Todo alimento de origem orgnica vem ganhando destaque na preferncia da populao por ser de origem mais saudvel, passando a ser realmente um alimento natural, sem a ao de conservantes e produtos agrcolas industrializados. Tais caractersticas agregam grande valor ao produto at chegar ao seu consumidor final. Atualmente o Brasil um dos maiores produtores de produtos orgnicos do mundo, e tal mtodo de produo vem crescendo a cada ano em todo o territrio nacional, se solidificando cada vez mais no mercado consumidor como uma alternativa saudvel de alimentao, possibilitando o acesso da agricultura familiar aos mercados com remunerao justa e a insero no mercado de produtos oriundos de sistemas produtivos comprometidos com a conservao ambiental e com a incluso social. Vale citar que para algum alimento seja certificado como de origem orgnica ele precisar receber um selo que garante que o produto foi desde o inicio de sua produo passou por todo o processo exigido conforme as determinaes legais.

2.2. Produo Integrada Agropecuria

A Produo Integrada Agropecuria (PI Brasil) est focada na adequao de sistemas produtivos para gerao de alimentos e outros produtos agropecurios de alta qualidade e seguros, mediante a aplicao de recursos naturais e regulao de mecanismos para a substituio de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e viabilizando a rastreabilidade da produo agropecuria. Trata-se de um processo de certificao voluntria no qual o produtor interessado tem um conjunto de normas tcnicas especficas (NTE) a seguir, as quais so auditadas nas propriedades rurais por certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ao certificar, os produtores rurais tm a chancela oficial do MAPA e do Inmetro de que seus produtos esto de acordo com prticas sustentveis de produo e conseqentemente mais saudveis para o consumo, garantindo ainda menor impacto ambiental do que produtos convencionais e a valorizao da mo de obra rural. As Normas Tcnicas Especficas a serem seguidas pelos produtores so construdas numa parceria entre pesquisa, extenso, ensino e produtores rurais, e trazem consigo, alm da garantia de um produto diferenciado, a reduo dos custos de produo e conseqentemente maior rentabilidade para os produtores brasileiros. importante salientar que a Produo Integrada Agropecuria passvel de ser adotada por qualquer produtor, independente do seu porte. A certificao de pequenos e mdios produtores na PI Brasil pode ser custeada por entidades parceiras do Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento (MAPA)A adeso PI Brasil voluntria, porm o produtor que optar pelo sistema ter que cumprir rigorosamente as orientaes estabelecidas. O produtor pode contatar o MAPA ou o Inmetro para saber como proceder para adotar esse sistema de produo, inclusive verificar se o produto que deseja produzir j tem norma tcnica publicada. Se tiver, ento o Inmetro fornecer a lista de empresas acreditadas para certificar o produto. Caso no tenha norma, ento o MAPA analisar a proposta do setor e construir as diretrizes, as quais so elaboradas por colegiados formados por especialistas de rgos pblicos e privados, alm de representantes de cooperativas e empresas. As regras esto relacionadas capacitao de trabalhadores rurais, manejo, responsabilidade ambiental, segurana alimentar e do trabalho e rastreabilidade.

2.3. Aquicultura

A aquicultura baseada na criao consciente e racional de qualquer organismo aqutico, se enquadrando entre eles peixes e qualquer ser vivo que viva na gua, tanto doce como salgada, fazendo com que no seja comprometida a biodiversidade e os recursos naturais encontrados nos ambientes aquticos. considerado o nico tipo de produo de alimentos que se expande com velocidade maior do que o crescimento populacional, sendo assim de suma importncia para o abastecimento de alimentos para o mundo nos prximos anos, caso porventura ocorra algum holocausto no rede alimentao mundial. A grande captao de peixes e mariscos nativos pode levar a escassez de algumas espcies conhecidas, se for feita de forma descontrolada e desproporcional, o que poder proporcionar danos irreparveis na biodiversidade e contribuir para o aumento dos preos de pescados. Diante de tal situao necessria a adequao e o aperfeioamento de todo o processo de criao de peixes, desde sua gentica, nutrio, alimentao, sanidade, manejo, reproduo e processamento. De acordo com pesquisas mdicas e nutricionais a carne de pescado uma grande fonte de vitaminas e importantssimos nutrientes, tornando-se uma alternativa saudvel para a alimentao humana.

2.4. Sistemas Agroflorestais

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA) Sistema agroflorestal uma forma de uso da terra na qual se combinam espcies arbreas lenhosas (frutferas e/ou madeireiras) com cultivos agrcolas e/ou animais, de forma simultnea ou em sequencia temporal e que interagem econmica e ecologicamente. Os SAFs tm como princpio a sustentabilidade do sistema de produo, atravs da diversidade de espcies, favorecendo a reciclagem de nutrientes por meio da decomposio dos restos vegetais e dejees de animais, a diversidade de microrganismos no solo e o controle biolgico. Em se tratando de explorao agrcola, esses sistemas podem permitir ganhos diretos e indiretos ao produtor, por favorecer a reduo de insumos, possibilitar a extrao de madeira, frutas e demais produtos oriundos do mesmo, e, principalmente, favorecer a biodiversidade. O Sistema Agroflorestal objetiva otimizar a produo por unidade de rea, com o uso mais eficiente dos recursos (solo, gua, luz, etc.), da diversificao de produo e da interao positiva entre os componentes. Para implementao do SAF necessrio conhecimento e pesquisa sobre o solo, fauna, flora, de uma determinada rea. uma forma de produo sustentvel perante a demanda de grande explorao exercida por produtores em reas florestais que no fazem o uso de tcnicas adequadas. importante ressaltar que o modelo agroflorestal no uma soluo integral para a proteo da biodiversidade. Certamente, ele reduz os impactos das queimadas e dos agrotxicos e visa reduzir os impactos do desmatamento. Mas, em escala regional, necessrio um sistema integrado de reservas florestais, tanto pblicas (Parques e Reservas Biolgicas) como particulares (em assentamentos e grandes fazendas).

CAPTULO III3. Como ser sustentvel e ecoeficiente no ambiente de trabalho: Comportamentos e Atitudes

A ecoeficincia pode ser aplicada em nossas atitudes dirias, em nossas casas e principalmente, em nosso local de trabalho. Os profissionais podem e devem aplicar os conceitos da ecoeficincia e Produo Sustentvel em suas decises profissionais por meio de um planejamento que considere as questes socioambientais no momento das aquisies de bens assim como nas contrataes dos prestadores de servios, procurando sempre avaliar os impactos causados pela organizao.A ecoeficincia desafia o mundo empresarial a obter mais valor para o negcio, reduzindo as quantidades de materiais, energia e emisses, podendo ser aplicada a todo o negcio. A ecoeficincia e a produo sustentvel, segundo Valle (2002, p.42) procura atingir sete objetivos principais:1. Reduo da intensidade material2. Reduo da intensidade energtica3. Reduo da disperso de substncias txicas4. Aumento da reciclabilidade5. Otimizao do uso de materiais renovveis6. Prolongamento do ciclo de vida do produto7. Aumento da intensidade do servioPensando nesses objetivos a serem alcanados, as organizaes buscam fazer com que sejam atendidos, que ofeream respostas s necessidades daqueles quando for possvel e que sejam influenciveis por meio da presso social proveniente de grupos de interesses.Assim, podemos dividir os interesses e expectativas de diversos grupos em: As expectativas dos consumidores onde procuram adquirir produtos seguros e confiveis e servios adequadamente prestados. Com o advento do desenvolvimento sustentvel, os consumidores esto adquirindo o hbito de privilegiar as marcas e as organizaes que tragam consigo produtos e servios socialmente responsveis, ecologicamente corretos e comprometidos com aspectos alm de seus interesses empresariais imediatos. As expectativas dos empregados buscam empregos dignos, salrios compensadores e reconhecimento da empresa ou organizao sobre o seu trabalho e desempenho. Quando o empregador oferece uma possibilidade de segurana empregatcia, possibilidade de promoo na hierarquia ou salrios condignos com as necessidades financeiras, o empregado oferece em troca lealdade empresa e ao trabalho. As expectativas dos investidores Relacionam-se basicamente ao retorno do investimento feito na empresa com a compra de aes, o que leva os investidores a cobrar eficincia na forma como a empresa gerida e no cumprimento de suas obrigaes sociais, ambientais, trabalhistas e fiscais. Se as empresas no cumprem suas obrigaes, geram prejuzos futuros e, em consequncia, os acionistas perdero dinheiro ao investimento naquelas.

3.1. Prticas aplicveis na aquisio de produtos ou servios pensando na ecoeficincia e Produo Sustentvel

Ao adquirirmos um bem ou servio, devemos fazer questionamentos relevantes que ajudem a verificar o desempenho ambiental do produto, de forma a verificar alternativas mais eficientes. Por exemplo: Ao adquirir produtos eletroeletrnicos nacionais, opte pelos que possuem o selo de eficincia energtica da Procel e, entre eles, aqueles que consomem menos energia. No caso de produtos importados, opte pelos que possuem o selo Energy Star (em sua verso mais atual); Quando possvel, opte por torneiras de fechamento automtico (por presso) ou com sensores automticos. Esses equipamentos so programados para fornecer um volume de gua suficiente para a lavagem das mos, evitando, com isso, o desperdcio de gua. A aquisio de aeradores para as torneiras reduz o consumo de gua nas instalaes da Organizao. Eles reduzem a vazo da gua, porm, com a sensao de maior fluxo; Opte pela aquisio de micros com monitores de LCD que reduzem em mdia 40% do consumo de energia eltrica; Sempre que possvel, opte pela aquisio de cartes plsticos fabricados a partir de garrafas PET. Alm de apresentarem excelente resistncia e alta durabilidade, geram benefcios socioambientais como a incluso social e a gerao de renda com a preservao do meio ambiente; Opte pela aquisio de lmpadas fluorescentes, eletrnicas ou LEDs, que possuem maior durabilidade e eficincia. Os LEDs so considerados os mais ecolgicos porque no possuem mercrio em sua composio e reduzem o consumo de energia. Em relao ao descarte de resduos, fundamental certificar-se da legalidade da prestadora de servios e de seu perfeito compromisso contra a discriminao, trabalho forado e trabalho infantil. Em caso de processadora de resduo, necessrio verificar a legalidade da destinao final. Nas contrataes, fundamental definir especificaes tcnicas claras e precisas, empregando, fatores socioambientais, bem como atualizar-se sobre as inovaes tecnolgicas mais limpas e as tendncias de produtos ecoeficientes. Alguns selos e certificaes ambientais evidenciam o compromisso da empresa com a responsabilidade social e o meio ambiente. Por isso, importante questionar se produtos oferecidos possuem certificao florestal ou selo para materiais, produtos e equipamentos, confirmando seu atendimento aos critrios de salubridade, qualidade, economia e responsabilidades social e ambiental, entre outros. De uma forma geral, produtos com grande quantidade de embalagens consomem mais recursos naturais, tais como: madeira (papelo) e petrleo (plsticos). Assim, incluir um item referente prioridade de reduo de embalagens na solicitao de cotao ajudar na aquisio mais sustentvel. No entanto, priorize sempre a adequao do produto e o menor impacto ambiental em sua produo. Com estudos de anlise de ciclo de vida, possvel comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com similar funo, sendo mais um auxilio na escolha dos produtos. Por isso, sempre que possvel, durante a cotao, verifique se os participantes possuem algum tipo de estudo de anlise de ciclo de vida de seus produtos e servios de forma a conhecer melhor os impactos ambientais da cadeia.Alm disso, possvel em nosso comportamento sermos mais ecoeficientes e sustentveis. Abaixo apresentaremos algumas dicas de comportamento que podem ser adotadas no dia a dia de trabalho e que contribui para a ecoeficincia da Organizao.Ao manter a torneira fechada enquanto escova os dentes, voc poder economizar at doze litros de gua.Ao sair de um recinto (copa, banheiro, sala de reunio, entre outros) ou de um setor, se voc for a ltima pessoa e no houver problemas de segurana, desligue as luzes. Esse pequeno gesto pode contribuir para uma economia significativa de energia.Em ambientes com ar condicionado, procure manter as portas e janelas fechadas, pois a entrada de ar externo mais quente provoca o ajuste do equipamento para temperaturas mais baixas, aumentando o consumo de energia.Antes de imprimir um documento, avalie se realmente necessrio. Caso seja possvel, faa a leitura na tela, pois assim voc estar diminuindo o uso de papel e tinta. Nas impresses, configure para que sempre imprima dos dois lados da folha. Verifique o tamanho da fonte usada (aconselha-se a usar at o tamanho 12 no mximo) e a configurao das margens do papel (por meio da visualizao prvia de impresso). Com isso, possvel evitar que uma folha de papel seja utilizada para acomodar apenas uma ou duas frases. Opte pelo modo de impresso econmico. Com isso, evitar o uso de mais tinta, contribuindo para a diminuio de resduos. Cuide de seu material de escritrio lpis, grampeador, entre outros. Utilize-os at o fim de sua vida til, evitando, assim, o desperdcio.Ao enviar documentos dentro da Organizao, opte pelos envelopes vaivm. Eles podem ser utilizados diversas vezes para esse fim (em mdia, 30 a 40 vezes). Um envelope comum geralmente utilizado apenas uma ou duas vezes, sendo descartado em seguida.Nos sanitrios, ao utilizar toalhas de papel para secar as mos, atente para a recomendao do fornecedor quanto eficincia do material, usando somente o indicado (em mdia, duas folhas). No caso de papel toalha em rolo, veja a indicao do nmero de vezes suficientes para pressionar a alavanca. D preferncia ao uso de copos no descartveis. Caso seja necessrio e se for para beber gua, utilize apenas um copo descartvel por dia.Embora a ecoeficincia seja um instrumento til para o mundo empresarial e um conceito poltico valioso para os rgos de soberania em prol da sustentabilidade, preciso reconhecer que h outros passos igualmente necessrios para atingir este objetivo de longo prazo, que abrange os setores econmico, ambiental e social, que seria primordialmente a conscientizao e aes como essas citadas acima.Os negcios existem para satisfazer necessidades humanas e, em troca, serem recompensados com lucros. Os negcios responsveis encaram a melhoria da qualidade de vida, que os tornar mais sustentveis. Contudo, este processo por si s, dentro do mundo empresarial incapaz de evitar o crescimento da utilizao total de recursos e o impacto ambiental em toda a economia. A sustentabilidade s poder ser atingida com o mundo empresarial a trabalhar lado a lado com a administrao pblica e as restantes partes interessadas externas, tais como fornecedores, clientes e organizaes no-governamentais (ONGs). Por exemplo, importante que os governos apresentem polticas econmicas e industriais que, por um lado, encoraja a ecoeficincia nos negcios e, por outro, conduzam reduo da utilizao de energia e recursos em toda a economia.

CONSIDERAES FINAIS

Diante de todo contedo estudado, percebemos o quo importante entender e aplicar o conceito de ecoeficincia e produo sustentvel, pois contribui muito para mudanas de conduta nas organizaes, sendo possvel a utilizao de medidas de racionalizao de processos e produtos, e consequentemente agredindo menos o meio ambiente, ocasionando assim, melhor qualidade de vida. A aderncia da ecoeficincia como algo primordial na estratgia de uma empresa pode e deve ser aplicvel em todos os setores, sendo esse um papel importante_ de articular e difundir condutas sustentveis.A gesto ambiental em uma empresa diminui custos, evita riscos ambientais, gera diferencial competitivo, evita riscos sade dos funcionrios e clientes, alcana a conformidade legal, reduz a poluio, garante a manuteno dos recursos naturais e motiva as pessoas envolvidas a engajarem nas questes ambientais.Devemos destacar que no h uma regra ou norma para fazer uma organizao ecoeficiente, entretanto vale ressaltar que a sociedade e os empresrios constroem prticas e acumulam experincias que devem ser orientadas para soluo de problemas, principalmente ambientais. As aes dependem de cada estrutura na qual a organizao inserida.

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