Trabalho em grupo 2º ano

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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL SANTA CRUZ SOCIOLOGIA PROFESSOR JOSÉ AMARAL 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TURMA: 21052 ª ETAPA TRABALHO EM GRUPO (VALOR: 4,0) DATA: 09/07/2012 Com base nos textos I e II, responda as questões 1 e 2. Texto I: segundo Max Weber, o capitalismo enfrentou obstáculos até a sua definitiva instituição. Um destes obstáculos era a atitude que o sociólogo identificou como tradicionalismo, descrita da seguinte maneira: “A oportunidade de ganhar mais era menos atrativa do que a de trabalhar menos. Ele não perguntava: quanto posso ganhar por dia se trabalhar tanto quanto possível, mas: quanto devo trabalhar a fim de ganhar o salário que ganhava anteriormente e que era suficiente para as minhas necessidades”. (WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo). Texto II: Para os antigos, o ócio significava uma forma nobre e digna de ocupar o tempo livre com o lazer, a arte do governo e a reflexão. Enquanto isso, as atividades relacionadas diretamente com a sobrevivência material ficavam a cargo dos escravos, cujas funções eram consideradas desprezíveis. Um dos instrumentos de manutenção desse estado de coisas é a educação, privilégio daqueles que são proprietários. Não por acaso, a palavra grega scholé, de onde deriva “escola”, significa inicialmente o “lugar do ócio”. Aí as crianças das classes abastadas se ocupam com jogos, ginástica, música e retórica, enquanto as demais, pertencentes aos segmentos pobres, seguem seu “destino” social, sem que se levem em conta as tendências indi viduais. Nesse caso, ou são excluídas da escola, ou se encaminham para a aprendizagem de um ofício. Até a Idade Média, a riqueza se restringia à posse de terras, com o que predominava na economia o chamado setor primário. Nos séculos XVI e XVII, as atividades mercantis e manufatureiras desenvolveram-se a tal ponto que a riqueza passou a significar também a posse do dinheiro e do capital, o que exigiu o desenvolvimento da ciência e da técnica para a ampliação das indústrias, ou seja, do setor secundário. A Revolução Industrial, no século XVIII, é fruto dessas transformações. Haveria de ser recuperada a dignidade da atividade manual. Isso porque o proprietário mais importante da nova sociedade deixava de ser o senhor ou o nobre “ocioso”, que sempre desprezara a atividade manual, para ser o burguês, habituado ao trabalho, uma vez que constitui um segmento originado dos antigos servos libertos. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Trabalhar pra quê? Em: KUPSTAS, Márcia (org.) Trabalho em debate. São Paulo: Moderna, 1997 (pp. 28-29). Questão 1)Explique a relação entre o tradicionalismo (texto I) e a maneira como as sociedades antigas encaravam o trabalho (texto II). Questão 2)Com a ascensão da burguesia, da atividade manufatureira e, depois da indústria, a atividade de trabalho passou a ser valorizada. Para tanto, houve um esforço conjunto, não premeditado, de diversas instituições para que se desenvolvesse um novo olhar sobre o ócio. 2.1)A partir das informações do texto II, indique o acontecimento histórico que impulsionou essa mudança, explicando as razões para tal mudança. 2.2)Com base nas discussões em sala de aula e no material didático, identifique as instituições que construíram uma nova visão sobre o ócio, explicando a contribuição de cada uma delas. Questão 3) Em relação a divisão do trabalho no capitalismo, diferencie as concepções teóricas de Karl Marx e ÉmileDurklheim.

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Questionário para as turmas de 2º ano da ETESC.

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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL SANTA CRUZ SOCIOLOGIA – PROFESSOR JOSÉ AMARAL

2º ANO DO ENSINO MÉDIO – TURMA: 2105–2 ª ETAPA TRABALHO EM GRUPO (VALOR: 4,0) – DATA: 09/07/2012

Com base nos textos I e II, responda as questões 1 e 2.

Texto I: segundo Max Weber, o capitalismo enfrentou obstáculos até a sua definitiva instituição. Um destes obstáculos era a

atitude que o sociólogo identificou como tradicionalismo, descrita da seguinte maneira:

“A oportunidade de ganhar mais era menos atrativa do que a de trabalhar menos. Ele não perguntava: quanto posso ganhar por

dia se trabalhar tanto quanto possível, mas: quanto devo trabalhar a fim de ganhar o salário que ganhava anteriormente e que

era suficiente para as minhas necessidades”.

(WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo).

Texto II: Para os antigos, o ócio significava uma forma nobre e digna de ocupar o tempo livre com o lazer, a arte do governo e a

reflexão. Enquanto isso, as atividades relacionadas diretamente com a sobrevivência material ficavam a cargo dos escravos,

cujas funções eram consideradas desprezíveis.

Um dos instrumentos de manutenção desse estado de coisas é a educação, privilégio daqueles que são proprietários.

Não por acaso, a palavra grega scholé, de onde deriva “escola”, significa inicialmente o “lugar do ócio”. Aí as crianças das classes

abastadas se ocupam com jogos, ginástica, música e retórica, enquanto as demais, pertencentes aos segmentos pobres, seguem

seu “destino” social, sem que se levem em conta as tendências individuais. Nesse caso, ou são excluídas da escola, ou se

encaminham para a aprendizagem de um ofício.

Até a Idade Média, a riqueza se restringia à posse de terras, com o que predominava na economia o chamado setor

primário. Nos séculos XVI e XVII, as atividades mercantis e manufatureiras desenvolveram-se a tal ponto que a riqueza passou a

significar também a posse do dinheiro e do capital, o que exigiu o desenvolvimento da ciência e da técnica para a ampliação das

indústrias, ou seja, do setor secundário. A Revolução Industrial, no século XVIII, é fruto dessas transformações.

Haveria de ser recuperada a dignidade da atividade manual. Isso porque o proprietário mais importante da nova

sociedade deixava de ser o senhor ou o nobre “ocioso”, que sempre desprezara a atividade manual, para ser o burguês,

habituado ao trabalho, uma vez que constitui um segmento originado dos antigos servos libertos.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Trabalhar pra quê? Em: KUPSTAS, Márcia (org.) Trabalho em debate. São Paulo: Moderna, 1997 (pp. 28-29).

Questão 1)Explique a relação entre o tradicionalismo (texto I) e a maneira como as sociedades antigas encaravam o trabalho

(texto II).

Questão 2)Com a ascensão da burguesia, da atividade manufatureira e, depois da indústria, a atividade de trabalho passou a ser

valorizada. Para tanto, houve um esforço conjunto, não premeditado, de diversas instituições para que se desenvolvesse um

novo olhar sobre o ócio.

2.1)A partir das informações do texto II, indique o acontecimento histórico que impulsionou essa mudança, explicando

as razões para tal mudança.

2.2)Com base nas discussões em sala de aula e no material didático, identifique as instituições que construíram uma

nova visão sobre o ócio, explicando a contribuição de cada uma delas.

Questão 3) Em relação a divisão do trabalho no capitalismo, diferencie as concepções teóricas de Karl Marx e ÉmileDurklheim.