Trabalho Final Praça XV

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Universidade Federal do Espírito Santo Departamento de Arquitetura e Urbanismo HUGO TAVARES, JOÃO MACHADO, CAIO VALLI, BERNARDO ZANDOMENICO, BRUNO MACHADO, ALBERTO NOVAES PRAÇA XV E CANDELÁRIA VITÓRIA 2009

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Universidade Federal do Espírito SantoDepartamento de Arquitetura e Urbanismo

HUGO TAVARES, JOÃO MACHADO, CAIO VALLI, BERNARDO ZANDOMENICO, BRUNO MACHADO, ALBERTO NOVAES

PRAÇA XV E CANDELÁRIA

VITÓRIA2009

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HUGO TAVARES, JOÃO MACHADO, CAIO VALLI, BERNARDO ZANDOMENICO, BRUNO MACHADO, ALBERTO NOVAES

PRAÇA XV E CANDELÁRIAUma análise sobre a Arquitetura e a morfologia da região

Universidade Federal do Espírito SantoCentro de Artes Departamento de Arquitetura e UrbanismoDisciplina: Arquitetura do BrasilProfessora : Renata Hermanny de Almeida

Vitória2009

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1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42. Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63. Roteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.1 Região 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.2 Região 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.3 Região 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104. Fichamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115. Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

SUMÁRIO

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A região estudada foi, sem dúvida, o centro político e comercial do Brasil durante pelo menos dois séculos

inteiros (séc. XVIII e XIX), durante o ciclo do ouro e do Brasil Imperial. Ocupada, porém, desde os primórdios da

colonização, e sempre muito expressiva no cenário de sua capitania.

A capitania de São Sebastião do Rio de Janeiro teve sua ocupação inicial centralizada no atual Morro do

Castelo, que em poucos anos, se tornou incompatível com sua importância política e demográfica, pois não

comportava o crescimento inerente a um centro. Logo, no final do séc. XVI e início do XVII, essa centralidade

migrou para a várzea, tendo, como ocupações iniciais, a Câmara Municipal e da Cadeia (1619), casas, a igreja

de N. Sra. do Carmo, as casas dos carmelitas e a igreja São José (séc. XVI ambos). Simultaneamente a essa

ocupação, a região da várzea ganhara importância comercial, sendo um dos principais desembarcadouros de

mercadoria da cidade. O adro que se formou de fronte à Igreja do Carmo, que ficou conhecido como Largo do

Carmo, também constituía um importante ponto de negócios, inclusive fora construída pela Câmara um poste

de alvenaria onde se punha os nomes dos inadimplentes, o preço das mercadorias, e o nome dos fora-da-lei.

Figura 1: Mapa da região de 1500 segundo Eduardo Canabrava. Fonte: O Rio de JaneiroSetecentista – A vida e a Construção da Cidade da InvasãoFrancesa até a Chegada da Corte, p.28.

Figura 2: Mapa de 1580 indicando os principais caminhos da cidade. Fonte: O Rio de Janeiro Setecentista – A vida e a Construção da Cidade da Invasão Francesa até a Chegada da Corte, p.29.

Figura 5: Mapa de 1750. O traçado urbana ainda é bem parecido com o atual. Fonte: : O Rio de JaneiroSetecentista – A vida e a Construção da Cidade da InvasãoFrancesa até a Chegada da Corte, p.28.

Figura 3: Desenho que retrata a Igreja de N. Sra. do Ó em 1580, atual Ig. N. Sra. do Carmo e o caminho que deu origem à chamada Rua Direita. Fonte: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

Figura 4: Mesma região em 1620. A esquerda, a Casa da Câmara e da Cadeia, a cadeia, e a direita as casas dos carmelitas Fonte: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

1. INTRODUÇÃO

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Com passar dos anos, a relevância do local em nível regional desenvolveu-se, sendo até a casa dos governadores do

estado localizada naquela região (na rua Direita). Com o ciclo do ouro, o estado ganhara maior expressão no cenário

nacional, pois seria por seus portos que se escoaria o metal. E justamente o largo do Carmo foi o maior beneficiado disso,

pois a Casa da Moeda fora transferida para lá (1698), gerando um rico comércio local pelo ouro circulante. A casa da

moeda, após reforma e ampliação projetadas por Alpoim, passou a ser o térreo do Paço dos Governadores,

posteriormente, Paço do Vice-Rei, e com a chegada da corte ao Brasil, 1808, Paço-Real. Ali Dom. Pedro I protagonizou a

cena histórica do Dia do Fico, a lei Áurea foi assinada e por ali ocorreu também a saída para o exílio por parte de D. Pedro

II e sua família, e muitos outros acontecimentos relevantes.

Figura 6: 1750.: Saem os Carmelitas e é construída residências para os deputados. A casa dos Governadores é transferida para o Largo. A esquerda da Igreja da N. Sra. do Carmo, o convento dos carmelitas. Fonte: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

Figura 7: 1840: A casa dos governadores se paca a ser o paço Imperial, o largo se transforma numa ornamentada praça. Notável o avanço da faixa de terra. Fonte:http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

No fim do século XIX até meados do século XX, ainda era a capital político-comercial brasileira por causa dos principais portos

e pela bolsa de valores ainda estarem ali. A proximidade com as instalações portuárias do Rio, por onde fluía a exportação de

café; a vizinhança com o Banco do Brasil, na época situado na Travessa Candelária; e os vultuosos empréstimos do exterior,

acabou por concentrar, ainda nos seus arredores, nas rua do Carmo, Rua da Quitanda, Rua da Alfândega, Avenida Rio Branco

(no trecho entre a Av. Nilo Peçanha e a Av. Presidente Vargas), muitas sedes de bancos. Todavia, com a consolidação da

hegemonia paulista no cenário comercial nas décadas de 70 e 80, alguns desses edifícios bancários passaram a ter outras

funções, institucional, comercial e cultural. Todavia, não perdeu sua força, ainda concentrando importantes instituições, bancos, e

grandes marcos da história nacional. Assim, ao longo da das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, ainda verifica-se a

construção de obras de grande porte mais recentes, sobrepondo antigos edifícios demolidos na urbanização concebida

segundo propostas européias.

Durante o desenvolvimento do trabalho será visto com mais detalhes os elementos urbanos e arquitetônicos das áreas

citadas.

Figura 8: 1988: O cenário moderno e contemporâneo se apossa do entorno da praça. Fonte: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

Figura 9: 2002: Praça XV de Novembro em nossos dias. Desde então não houve mudanças significativas no cenário do antigo Largo do Paço. Fonte:http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/

Em nossos dias. Foto de satélite extraída do Google Earth. 5

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2. METODOLOGIA

O roteiro foi traçado segundo a história do local, com ênfase nos usos das áreas ao longo do tempo e das edificações remanescentes. O percurso inicia-se pela parte mais antiga (região 1 ), ao redor da praça XV , com o objetivo de exemplificar a importância institucional , religiosa e comercial ao longo da história do Rio de Janeiro desde o século XVII até o XIX. Para tanto, foram selecionados edifícios símbolos de várias épocas, como o Largo do Paço, o Palácio Tiradentes (edifícios institucionais), as igrejas do Carmo , os templos situados na rua Primeiro de Março (edifícios religiosos), Arco do Teles e os sobrados da rua do Comércio, e a Bolsa de Valores. (edifícios comerciais). Seguindo a mesma lógica, o roteiro segue para a região da Praça da Candelária (região 2), a fim de demonstrar a relevância econômica e institucional desta no fim do século XVIII e no séc. XIX , que a partir da chegada da corte passou a ser alvo de investimentos: criação da não mais existente praça do Comércio , posteriormente, o primeiro edifício da Bolsa de Valores e atual Centro Cultural Banco do Brasil; e da Casa da Alfândega, atual Casa França-Brasil. Nesta região, ainda vemos a igreja da Candelária e alguns edifícios modernos, estes últimos filhos da abertura da Av. Pres. Vargas, que trouxe consigo novas edificações. Essas, porém, se assemelham em tipologia com as obras da região 3. A última parte (região 3) do percurso caracteriza-se, em sua maioria, por construções dos séculos XIX e XX), de estilos arquitetônicos como o Art Deco, o Eclético, e nos tempos recentes o Moderno e o Contemporâneo, impulsionadas pelas reformas do governador Pereira Passos e pela influência no Brasil do modelo norte-americano de verticalização; representando assim as diversas modificações sofridas pelo local ao longo dos anos. Essa região compreende a área pertencente a Av. Rio Branco, bem como as ruas próximas a estas (R. da Alfândega, R. da Quitanda, etc.). O modo pelo qual buscou-se um entendimento mais específico de cada região foi a elaboração de um fichamento dos elementos urbanos (praças, ruas e monumentos) e arquitetônicos (obras emblemáticas), na seqüência do percurso proposto (no mapa 7) . Para melhor compreensão do doto, fez-se um mapa mostrando o percurso geral, e posteriormente, 3 mapas mostrando o percurso em cada região, com os elementos pesquisados identificados em seqüência. Após a compreensão da localização dos itens, o trabalho se desenvolve identificando cada marco, com breve histórico, características e fotos.

REGIÃO 1REGIÃO 1

REGIÃO 3REGIÃO 3

REGIÃO 2REGIÃO 2

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INÍCIO

3. ROTEIRO

O roteiro proposto inicia-se na Estação das Barcas, pois a partir dela se tem acesso à R. da Misericórdia e R. D. Manoel, ou seja, os elementos mais antigos do bairro. A partir daí, o roteiro segue buscando resmanescentes que mostrem as transformações e permanências dessa parte do tecido urbano carioca. Nesse quesito, tem-se um roteiro muito rico, e, exceção de alguns pontos, até mesmo cronológico. O percurso segue das igrejas do Carmo ao antigo largo, que passou a abrigar o Paço, gerando um rico comércio que culminou nas bolsas de valores; à Rua do Comércio congelada no tempo, com seu acesso pelo genial arco dos Telles, até as igrejas da Santa Cruz dos Militares e dos Mercadores da Lapa, daí ao Centro Cultural Banco do Brasil e à Casa França-Brasil: e imaginar que no século XIX o CCBB já foi uma praça – Praça do Comércio – e bolsa de valores, e que a Casa França-Brasil fora outrora uma movimentada Alfândega. A partir daí, encarar os impactos da ininterrupta história, que trouxe ao governo Pereira Passos, que diante das necessidades da população e do local, abriu uma larga avenida nos moldes haussmanianos. Assim, deixando a Casa-França Brasil, deparar-se com a solitária Igreja da Candelária, no meio da Av. Pres. Vargas, remanescente cercado por carros em movimento e edifícios mais recentes. Ali nas cercanias, encontraremos obras dos mestres Lucio Costa e Oscar Niemeyer e de seus contemporâneos. Adentrando pela Rua do Carmo, a tipologia não mudará tanto. Apesar do traçado da região 3 ser antigo (a mesma desde o do século XVIII), encontraremos obras tais quais às marginais das grandes Avenidas. Por certo, isso deve-se ao fato dessa área ter sido a melhor região para o alojamento das sedes bancárias e grandes edifícios no início do século XX, atraídas pela centralidade comercial histórica da região. Assim, o percurso escorre até a Av. Rio Branco, hausmaniana como a Pres. Vargas, e assim, há um mergulho em outro tempo distinto da praça XV. Ali, encontraremos os maiores edifícios brasileiros. A lógica parisiense mescla-se à manhattaniana. Pelas ruas da Quitanda e Sete de Setembro finaliza-se o percurso num marco emblemático: a Faculdade Cândido Mendes - um volume vertical atrás de um antigo Convento Carmelita. Um resumo da Obra cidade, um reflexo da sobreposição de tempos expresso em arquitetura.

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3.1- Região 1

1.Estação das Barcas2.Rua da Misericórdia / R. D. Manoel3.Palácio Tiradentes4.Igreja São José5.Rua Primeiro de Março6.Convento do Carmo7.Igrejas do Carmo8.Praça XV9.Paço imperial10.Chafariz do mestre Valentin11.Bolsa de Valores12.Rua do Mercado13.Arco do Telles14.Rua do Comércio15.Igreja N. Sra. da Lapa dos Mercadores16.Igreja Santa Cruz dos Militares17.Tribunal Regional Eleitoral

RUAS

Numeração Rua

Numeração Edifício

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3.2 – Região 2

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LEGENDA:

18. Centro Regional dos Correios19. Espaço Cultural dos Correios20. Centro Cultural Banco do Brasil21. Casa França-Brasil22. Avenida Presidente Vargas23. Memorial do massacre da Candelária24. Igreja da Candelária25. Banco Boa Vista26. Banco Aliança

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27. Banco Safra28. Visconde Cayrú

RUAS

Numeração Rua

Numeração Edifício

Numeração Praça/Monumento

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3.3 - REGIÃO 3

LEGENDA:

29.Rua da Alfândega30.Palácio do comércio31.Ed. Sulamérica Seguros32.R. Da Quitanda33.Ed. Sulacape34.Banco Transatlântico35.Igreja N. Sra. Mãe dos Homens36.Av. Rio Branco37.Manhattan Tower38.Igreja N. Sra. de Conceição e Boa Morte39.Ed. Leonel Miranda40.R. do Ouvidor41.Ed. Conde Pereira Carneiro42.Ed. Edson Passos43.Ed. Guinle44.Rua Sete de Setembro45.Ed. Avenida46.Ed. Sede do Banco do Estado do Rio de Janeiro47.Edifícios Castelo, Raldia e Nilomex48.Ed. Cândido Mendes

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RUAS

Numeração Rua

Numeração Edifício

Numeração Praça/Monumento

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Estação das BarcasPraça XV de Novembro, CentroConstrução: 1906Estilo arquitetônico: EcletismoProjeto: Adolpho José Dell Vecchio

Feito para realização do transporte de barcas a vapor, sua história iniciou em 1836, com a Companhia de Navegação de Niterói. Com o passar do tempo, a estação foi passando para outros Donos, como a Companhia de Barcas Ferry, Companhia Cantareira e Viação Fluminense (sec.XX), e em 1950, aos “Irmãos Carreteiro”, cuja má qualidade dos serviços fez com que a estação parasse seus serviços. Em 60, passou à CONERJ - Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro, que até hoje mantém os serviços com regularidade até hoje. (Carvalho, Ney O. R.). Essa bela obra é oriunda de uma das reformas, feita pela Cia. Cantareira e Viação Fluminense . Composto por um conjunto de três construções sendo a construção central a mais recente. Essa construção central traz um estilo misto que lembra os grandes pavilhões de exposição tendo seu coroamento sendo considerado um dos mais bonitos das construções ecléticas do Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.flickr.com/photos/claudiolara/40917168/

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Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

“No remoto ano de 1567 surgia a primeira rua da cidade: a Ladeira da Sé. Com efeito, não poderia ser outra coisa que não a ladeira que descia da Matriz de São Sebastião, no alto do Morro do Castelo, até a várzea, onde existia um fortim de terra. Em março de 1583, na sua base, o Padre José de Anchieta inaugurou a Santa Casa de Misericórdia, para atender aos doentes da esquadra espanhola de Diogo Flores Baldez, que aportou ao Rio de Janeiro com peste a bordo. Devido ao hospital, o povo crismou esse primeiro logradouro de “Ladeira da Misericórdia”, existindo até hoje pequena porção dela, atrás do prédio do Museu Histórico Nacional.l” (Carvalho, Ney O.R.). A “Ladeira da Misericórdia” emendava com a rua da “Misericórdia”, que terminava exatamente onde hoje está o prédio do Palácio Tiradentes. Posteriormente, parte dessa rua foi rebatizada de Rua D. Manoel.

Rua da Misericórdia e Rua D. ManoelArredor da Praça XVConstrução: séc. XVI

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Está construída no local que abrigava a antiga Casa da Câmara e Cadeia. Posteriormente, em 1835, passou a brigar a Câmara dos Deputados. Demolida 98 anos depois para dar lugar ao edifício que hoje abriga a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O seu nome é uma homenagem a Tiradentes, que dali saiu para a glória em 21 de abril de 1792. O Palácio Tiradentes lembra os epígonos do neogrego germânico. A composição sobre escadaria elevada tem ao centro colunata coríntia autônoma ladeada por corpos maciços. É curioso o modo como até os grupos escultóricos das laterais da fachada principal são um o rebatimento do outro. A nota de graciosidade nessa frente seria e pesada é dada pelas curvaturas da rampa que criam um espaço envolvente. Os interiores são intensamente decorados, merecendo destaque a sala do plenário coberta com a cúpula de vidro.

Palácio TiradentesAvenida Presidente Antonio Carlos, CentroConstrução: 1922Projeto: Archimedes Memória e Francisque Cuchet

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

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Igreja de São José(Av.Pres. Antonio Carlos)Construção: 1808-1842Estilo arquitetônico: ColonialProjeto:1º Mestre Felix José de Souza , 2º João da Silva Muniz

Esta Igreja demonstra a sistematização do partido arquitetônico das igrejas coloniais no inicio do século XIX, seja pelo partido da planta, inscrita em retângulo, seja pelo emprego da talha como elemento de conformação espacial ou ainda pela tipologia da fachada, na qual, contudo, aparece uma tendência verticalizante. Na fachada destacam-se três elementos que relevam tratar-se de composição do oitocentos: o frontão elevado; a sua colocação acima de uma faixa horizontal continua, que serve de base às pilastras das torres, e a planificação e rigidez da portada principal. Esta, apesar de possuir arranques de frontão curvo, elementos típicos do vocabulário formal barroco, apresenta-se sem volume e com pouca expressividade, revelando tratar-se de uma forma desprovida de seu conteúdo original. O frontão de arremate do corpo principal da fachada afasta-se da sua relação de arremate da empena do telhado e passa a funcionar como elemento autônomo de composição. A fachada lateral da igreja, de alta qualidade compositiva, desperta grande interesse, quer por apresentar uma tipologia que nos remete ao esquema usual das construções civis, quer por filiar-se ao modelo colonial com vergas curvas e sobrecargas de massa, balcões e grande cimalha com beirais de telha, apesar de projetada e construída no século XIX. No interior destaca-se a riqueza da talha tardia e policrômica de caráter rococó.

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

Provavelmente, no mesmo ano de 1567, essa rua era prolongada até um morrote lindeiro, que fora doado em sesmaria ao português Manuel de Brito Pereira (ou de Lacerda), dono de muitas casas na cidade e que, com certeza, concorreu financeiramente para a extensão dessa rua que, em última análise, valorizava suas terras. Teve vários nomes: “Caminho da Piaçava”, “Caminho da Praia Arqueada”, rua de “Manuel de Brito”, rua “Direita” e, desde 1870, rua Primeiro de Março, em homenagem ao término da Guerra do Paraguai, ocorrida aquele ano (Carvalho, Ney O.R.). Ao longo dos anos, essa rua foi ganhando importância, pois ficava de fronte a um dos primeiros desembarcadouros da cidade e posterior sede do poder político do Rio de Janeiro (Praça XV), e por causa das igrejas e diversas instituições (como a Bolsa de Valores) que se instalaram ao longo de sua extensão e no seu entorno.

Casa na Praça XV(Antigo Convento do Carmo)(Praça XV de Novembro, Centro)Construção: 1619Estilo arquitetônico: ColonialProjeto: desconhecido

O convento do Carmo foi durante muitos anos uma das maiores construção da cidade e seu valor histórico supera em muito o arquitetônico. O edifício originalmente com dois andares, teve acréscimo um terceiro pavimento em data anterior à vinda da corte portuguesa. Em 1808 o convento foi requisitado para abrigar a corte. Nessa época foi construído um passadiço que o ligava ao paço e provavelmente erigidos os contraforte posteriores ainda existentes. Por volta de 1960, quando esteve ameaçado de demolição foi tombado e restaurado recuperando o aspecto colonial.

R. Primeiro de Março(Antiga Rua Direita)Primeiro Caminho da cidade – séc. XVI

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

Fonte: : http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rio-CarmoConvent.JPG

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REGIÃO 1

7.17.2

Igreja de Nossa Senhora do Monte do CarmoCentro, Av. 1º de março com Rua 7 de setembroConstrução: 1761Estilo: arquitetônico : RomânticoProjeto: desconhecido Seu grande valor arquitetônico está na harmonia e unidade formal de seu interior; um dos melhores exemplos da segunda metade do século XVIII, com talha de feição rococó executada por mestre Inácio Ferreira Pinto. Foi capela real e imperial e funcionou como catedral até 1977. A alteração das suas fachadas no primeiro quartel do século XX, de gosto eclético, descaracterizando a composição original do qual se conservou apenas a parte inferior da fachada principal. Inicialmente era a capela do convento do Carmo a ele interligada, apresentando torre rústica com copiar. Desligou-se do corpo do convento em 1857, com a abertura da Rua do Cano, atual Sete de Setembro. No interior, as reformas do século XIX não chegaram a alterar a composição espacial da nave e capela-mor, preservando-se as características da talha original. As principais alterações foram os aprofundamentos dos altares laterais e a execução da capela do Santíssimo, com planta circular, seguindo os preceitos neoclássicos. Deve-se destacar ainda a qualidade da composição dos tetos, que com seus painéis e lunetas conformam um dos mais imponentes e monumentais dentre as igrejas da cidade.A composição geral dos interiores é formada pela compartimentação das superfícies por meio de painéis com molduras continuas que enquadram os ornamentos. A leveza da composição resulta de pequenos recordes nas extremidades dos painéis e do contraste das molduras douradas sobre fundo branco. Os ornatos, por sua vez, querem por apresentarem formas recortadas e curvas, quer por suas dimensões, ou porque ocasionalmente sobrepõem-se às molduras, criam um efeito de dinamismo e de continuidade entre as superfícies. Cabe ainda destacar os painéis peictorios ovais da nave, que interrompem as pilastras logo abaixo da composição frente aos cânones clássicos. O ponto de maior destaque da talha é o arco cruzeiro, de caráter triunfal.

Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo (Ordem Terceira)Centro, Rua 1º de março, ao lado da matriz do CarmoConstrução: 1755-1770 e 1772 até o século XIXProjeto: Irmão Francisco Xavier Vaz de Carvalho

Esta igreja é um dos mais importantes monumentos religiosos da segunda metade do século XVIII. Seu projeto apresenta o amadurecimento formal, que se reflete na distribuição equilibrada dos compartimentos, no tratamento espacial, no refinamento da talha e na elaboração da fachada.É a única igreja colonial carioca cuja frontaria é totalmente revestida em pedra, característica pombalina de influencia italiana, que não se afirmou no Rio de Janeiro. Sua composição com grande predomínio do cheio sobre os vazios, é precursora no uso de painéis. O corpo central é arrematado por frontão contracurvado, constituindo por segmentos de curvas com terminação em ápice, de origem borrominica, outra influencia da Lisboa de Pombal. Ordem dupla de pilastras colossais com capitel invertido e um pesado entablamento definem sua boa proporção. Destaca-se ainda a elaborada portada em lioz melhor obra do gênero na cidade. As torres, concluídas quase oitenta anos após a inauguração da igreja, não se integram ao corpo da fachada. Diferenciam-se de todas as outras existentes na cidade, por conta da forma dos bulbos de base octogonal elevada, sustentados por conchas.A planta segue o partido tradicional de nave única retangular com corredores laterais e capela mor profunda. O corredor esquerdo dá acesso à sacristia e configura-se como espaço de transição para o exterior, sob a forma de uma galeria aberta. Na capela mor, a cúpula sobre pendentes no presbitério é uma modernização do século XIX, que busca a valorização dos espaços através da iluminação natural, sistematizada nesse período. Participa da elaborada composição, se harmonizado com as laterais e o altar-mor.

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_do_Monte_do_Carmo

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REGIÃO 1

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Praça XV de NovembroCentro, Av. 1º de março com Rua da AssembléiaConstrução: Séc. XVII Inicialmente conhecido como o largo do Terreiro do Polé, vindo a mudar de nome e de forma com a evolução das edificações ao seu redor, como veio a se chamar largo do Carmo e Largo do Paço. Atualmente seu nome é uma clara homenagem à proclamação da republica. Tendo se modificado durante os anos continua sendo um dos principais marcos do centro do Rio de Janeiro. A praça XV foi por muito tempo o principal espaço cívico e econômico do Brasil, tendo determinados edifícios a seu redor como a utilidade de Símbolo do Brasil.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Quinze_de_Novembro Fonte: Fonte: http://www.revistatemalivre.com/paco12.html

Paço ImperialPraça XV de Novembro, CentroEstilo arquitetônico: Estilo ColonialConstrução: Meados do século XVIII Projeto: Sargento Mór José Fernandes Pinto Alpoim O monumento é um dos mais notáveis exemplos da arquitetura civil colonial brasileira. Varias reformas o descaracterizaram, com acréscimos ao longo dos anos. Suas fachadas e volumetria atuais correspondem à feição do edifício à época de D. João, resgatadas por restauração em 1985. Embora tivesse sido construído para servir de residência para os governadores da capitania e para sediar o governo das capitanias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, abrigou também o Tribunal da Relação e a Casa da Moeda. Com a vinda de D. João foi reformado e acrescido de um terceiro andar parcial nas fachadas transformando-se em Paço Real e posteriormente em Paço imperial.

Chafariz do Mestre ValentinPraça XV de Novembro, CentroConstrução: 1789Projeto: Mestre Valentin O Chafariz atual foi construído com a remodelação do cais para o porto do terreiro do Carmo no século XVIII, substituindo o chafariz existente, projeto de Carlos Mardel É o único marco urbano do período colonial cujos apuros formais e características compositivas conferem-lhe o caráter de monumento. Construído em gnaisse carioca, apresenta a conjunção da forma prismática com superfícies onduladas e cunhais salientes seção circular, integrados por entablamento que acompanha o movimento de curvas e contracurvas. Nos anos 1990, o arquiteto Pedro Alcântra idealizou a escavação da área frontal ao chafariz, recuperando-lhe a visualização com o conjunto da escadaria original de acesso junto ao cais.

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

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REGIÃO 1

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Bolsa de Valores Praça XV de Novembro, CentroConstrução: 1935 e 1998Estilo Arquitetônico: ContemporâneoProjeto: Leopoldo de Siqueira Queiroz Inicialmente uma edificação Moderna, mais em 1998 com a inauguração da expansão a sua forma foi descaracterizada, e atualmente é uma expressão da arquitetura contemporânea do Rio de Janeiro. Atualmente não tem mais a função de bolsa de valores. Junto com Centro Universitário Candido Mendes e a Via Perimetral formam o conjunto de obras que quebram o ritmo antigo do sitio arquitetônico da Praça XV.

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

Rua do Mercado Séc. XVIII

Entre o Largo do Paço e a rua do Ouvidor, fora construída por Grandjean de Montigny , de 1834 a 1841, a nova Praça do Mercado, onde anteriormente funcionava o mercado do peixe. A rua que dava acesso a esse mercado passou a ser conhecida até os nossos dias como Rua do Mercado. Atualmente, após restaurações, os edifícios estão em bom estado, e constituem um ponto turístico típico de sexta-feira à noite.

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/

Arco do Teles e Casa na praça XVCentro, Praça XV de Novembro nº 32/34Construção:Meados do Séc. XVIIIProjeto: Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim

Do conjunto original, formado por três edifícios contínuos e de igual aparência, resta apenas a fachada de um deles – o central, que servia de passagem, ergueu-se uma edificação moderna.O grande arco de três centros com ombreiras e verga em cantaria é similar aos existentes no pátio do Paço Imperial, assim como as janelas de verga curva com sobreverga de massa existente no terceiro pavimento. O Arco do Teles representa um interessante exemplo de integração entre o edifício e a cidade, criando diferenciação e riqueza nos percursos urbanos que por ele passam.

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Rua do ComércioSéc. XVII

Aberta em 1730, com o nome de “Beco da Praia do Peixe Nova”, servia de acesso ao mercado de peixe, instalo nas suas proximidades. Em 1747, também ficou conhecida como “Beco da Capela”,devido a construção de uma capelo dedicada À N. Sra. Da Lapa dos mercadores em sua vizinhança. Já em 1750, passou a se chamar “Beco do Arco do Telles”, “devido ao arco levantado de 1743 a 1747 pelo brigadeiro Alpoim...” (Carvalho, Ney O.R.). De 1863 em diante, passou a ser conhecida como Travessa do Comércio, devido sua proximidade com a Praça do Comércio (atual Centro Cultural banco do Brasil). “As casas da travessa foram antigos entrepostos construídos no século XIX, com depósitos, senzalas ou comércio no térreo e residência no andar superior, numa disposição típica dos antigos sobrados portugueses, partido arquitetônico tipicamente colonial brasileiro, e que perdurou até fins do século XIX.” (Carvalho, Ney O.R.)

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/enceprqu.html/Fonte: http://www.panoramio.com/photo/619037

Igreja de Nossa senhora da Lapa dos MercadoresRua do Ouvidor, 35 – CentroProjeto: Comerciantes dos arredoresano: 1753 Apesar de pequena esta igreja apresenta uma grande riqueza de influencias arquitetônicas. Ela possui nave elíptica e teto em cúpula de alvenaria, com o interior rico em detalhes que remetem a diversidade de influencias presentes neste projeto. Toda essa elaboração do interior não é perceptível de fora, tendo como única evidencia dela no exterior, a posição dos planos do telhado.

Igreja de Santa Cruz dos MilitaresRua Primeiro de março, 36 – CentroProjeto: (atribuído ao) brigadeiro Jose Custodio de Sá e Fariaano: 1780-1811Fonte: http://www.arteorganistica.org.br/images/militares6.jpg Esta igreja é importante devido a riqueza de composição de sua fachada e pela diferença que apresenta quanto aos padrões construtivos da época. Ao invés de apresentar um corpo central ladeado por duas torres como era o convencional, optou-se por uma solução diferente excluído da composição as torres e adotando um segundo pavimento mais estreito coroado por frontão e ladeado por volutas, modelo semelhante ao barroco. Com isso são perceptíveis as diversas influencias da arquitetura clássica que ocorreu no Brasil.

Fonte: http://www.arteorganistica.org.br/images/militares6.jpg

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Fonte: http://farm3.static.flickr.com/2397/2193246084_f119755b56.jpg?v=0

Tribunal Regional EleitoralRua primeiro de março 42 – CentroConstrução:1892Estilo arquitetônico: EcléticoProjeto: Luís Schreiner

Este prédio de 1892 é tido hoje, como um dos remanescentes mais bem conservados da arquitetura eclética. Sua fachada, ricamente trabalhada, com elementos em granito cria grande impacto ao ser vista no fim da rua visconde de Itaboraí e a fachada dos fundos se destaca imensamente por estar virada para um rua mais estreita e de edifícios de menor importância.

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Agencia central dos correios(Rua primeiro de março 64 – centro)Construção: Estilo arquitetônico: Projeto: Centro Cultural dos correios

(Rua visconde de Itaboraí 20 – centro)Construção: Estilo arquitetônico: Projeto:

Centro Cultural Banco do Brasil(Rua primeiro de março 66 – centro) Construção: 1880-1906Estilo arquitetônico: Projeto:Francisco Joaquim Bethencourt da silva

Um edifício imponente devido aos pilares e arcos presentes na sua fachada que remetem ao clássico. No centro do edifício, a uma quebra suave do ritmo criado pelos pilares quando estes se projetam para fora tornando-se verdadeiras colunas ladeadas por estatuas.

O centro cultural dos correios ao apresenta um tratamento mais simples que o dado a agencia central. Aqui é visível a influencia da arquitetura alemã nas grossas paredes de alvenaria e também na presença de adornos metálicos no coroamento do edifício.

Este edifício foi projetado inicialmente para ser uma casa de comercio devido e sua proximidade com a alfândega (casa França-Brasil) e mais tarde se tornou o edifício central do banco do Brasil, e depois um espaço de exposições do banco.

Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2009/02/213_1331-Fachada-CCC.jpg

Fonte: http://farm1.static.flickr.com/101/292605752_78a9987e64.jpgFonte: Guia da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.

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Casa França-Brasil(Rua visconde de Itaboraí, 75)Construção:Estilo arquitetônico: Projeto:

O edifício que atualmente abriga a casa França-Brasil foi originalmente criado para ser a primeira praça de comércio da cidade e algum tempo depois passou a ser considerado um dos edifícios mais importantes da região, pois, naquela época, passou a abrigar a sede da alfândega do Rio de Janeiro. O espaço interno reflete bem esta variedade de usos por sua versatilidade e liberdade interna, devido ao grande espaço vazio de seu interior, tendo como inspiração as basílicas cívicas romanas.

Avenida Presidente Vargas(centro)Construção: meados do século XX No Governo de Henrique de Toledo Dodsworth, a idéia de prolongar a Avenida do Mangue até o Cais dos Mineiros, atual Arsenal da Marinha, foi posta em prática e foi aberta a Avenida Presidente Vargas, que recebeu este nome em homenagem ao então Presidente Getúlio Vargas. Para abrir a Avenida muitos desafios foram enfrentados, foram demolidos 525 prédios, desapareceram velhas ruas, enfrentou-se a oposição de muitos seguimentos. A Avenida tem 2.040 metros de extensão no trecho até a praça Onze, mas incluindo a parte já existente até a Praça da Bandeira sua extensão é de 4 quilômetros, sua largura atinge 80 metros da Candelária até a Praça Onze e 90 metros no trecho do Canal do Mangue.

A Avenida Presidente Vargas, atualmente representa o maior canal de tráfego da cidade, comunicando o centro comercial da cidade aos viadutos da Ponte dos Marinheiros, que a partir daí fazem sua distribuição pela populosa Zona Norte.

Na abertura da Avenida foram demolidas três importantes igrejas da cidade: a de São Pedro dos Cléricos, a de Bom Jesus do Calvário e a de São Domingos, só foi preservada a Igreja da Candelária, que teve sua grandiosidade e imponência respeitada e, em torno dela, surgiu a Praça Pio X, com a Avenida passando ao seu redor.A Igreja de São Pedro dos Cléricos foi demolida, em 1944. Era uma das mais importantes Igrejas da cidade, sendo a maior jóia do Barroco carioca e a única na cidade a externar suas características na sua fachada, seu interior foi totalmente decorado por Mestre Valentim, apresentando uma talha em estilo Rococó. Sua construção datava de 1733.

Fonte: http://popturismo.files.wordpress.com/2006/11/casafranca.jpgFonte: http://picasaweb.google.com/lh/photo/Wi8bx7dKLsgwMJO6cMO8oQ

Fonte: http://www.marcillio.com/rio/histoind.html

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Igreja da candeláriaAvenida Presidente Vargas - CentroConstrução: 1775-1898Estilo arquitetônico: Romântico ?Projeto: Francisco João Roscio

Esta igreja se mostra como uma das mais importantes da região por ter sido escolhida durante a construção da avenida Presidente Vargas, por sua posição e monumentalidade, como a igreja que faria o coroamento da avenida.A igreja da candelária se mostrar hoje em dia, muito diferente de sua proposta inicial. A nave única foi substituída por 3 naves, uma principal ladeada por duas menores cortadas na frente pelo transepto, formando uma cruz encimada por uma cúpula.

Memorial do massacre da CandeláriaPraça Pio X (fronteiro da igreja de N. S. da Candelária) – CentroConstrução: 1934Estilo arquitetônico: Art DecoProjeto: Humberto Cozzo

Essa estatua faz parte do memorial às vitimas do massacre da candelária. É um exemplo de uma exceção na produção artística do período do art deco, pois, ao contrario da produção da época, nesta estatua a expressividade do estilo esta na estatua e não na ornamentação do pedestal como em outras produções deste período.

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Fonte: Guia da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.homesinrio.com/uploads/media/050804003813_3/centro/Igreja%20Nossa%20Senhora%20da%20Candelaria/web2_DSC_0495.jpg http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/rio-de-janeiro/igreja-da-candelaria.php 20

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Banco Boa vistaPraça Pio X, http://www.life.com/image/52195457 Projeto: Oscar NiemeyerEstilo arquitetônico: ModernistaConstrução: 1946 O projeto de Oscar Niemeyer é considerado um dos mais importantes projetos da arquitetura moderna e quando comparado com a produção arquitetônica da época mostra claramente o pioneirismo do arquiteto perante o movimento moderno no Brasil. O pavimento térreo é dividido em dois blocos, para atender as funções separadas do banco e dos níveis superiores e foi trabalhado pelo arquiteto para garantir acessibilidade dos três lados da construção, tornando possível acessar o edifício de qualquer um dos dois lados da quadra. As fachadas tiveram tratamento diversificado visando a proteção solar, com o emprego de brises horisontais na fachada norte e quebra-sol vertical na fachada oeste.

Banco Aliança (Edifício Dr. João Úrsulo Ribeiro Coutinho)Praça Pio X, 99 – Centro Estilo arquitetônico: ModernistaConstrução: 1956Projeto: Lúcio Costa

Este projeto de Lucio Costa foi bastante reconhecido pelo sucesso do arquiteto em apresentar uma solução simples e plasticamente adaptável ao problema do lote urbano desfavorável. O edifício mostra grande influencia das obras de Lê Corbusier, em especial pelo emprego das cores da fachada e do terraço jardim, porem utilizando-se de aspectos típicos da arquitetura do Brasil, como azulejos nas fachadas e treliças.

Banco Safra Praça Pio X, 17 – Centro.Estilo arquitetônico: Modernista Projeto: Paulo Case e Luiz Acioli ArquitetosConstrução: 1983

“Fortemente condicionado pela localização em frente a Igreja da Candelária, e pelos balizamentos obrigatórios referentes ao pilotis (com dupla altura), gabarito e ocupação total do terreno, que determina sua forma básica . O edifício do bando Safra cria uma identidade visual ao interromper sua fachada côncava em courtain walll para expor porções da estrutura, revestidas em granito.” (Guia da Aquitetura moderna do Rio de Janeiro)

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http://www.life.com/image/52195457

Fonte: Guia da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.

Fonte: Guia da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.

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Fonte: Guia da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.

Edifício Visconde de CayrúPraça Pio X, 55 – centro. Projeto: Edison e Edmundo Musaano:1976

“Fortemente condicionado pela localização em frente a Igreja da Candelária, e pelos balizamentos obrigatórios referentes ao pilotis (com dupla altura), gabarito e ocupação total do terreno, que determina sua forma básica e com condicionamento de um tratamento tradicional na fachada.” (Guia de Arquitetura moderna do Rio de Janeiro)

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Rua da AlfândegaConstrução: séc. XVI

A rua da Alfândega já existia no século XVII, com o nome de Caminho do Capueruçu. Fazia a ligação entre a Várzea (começava na antiga Rua Direita, atual Primeiro de Março) e a Lagoa do Capueruçu ou Sentinela (Posto de Vigilância contra os índios rebeldes que existia entre os Morros da Conceição e o de São Bento), na chamada "boca do sertão", caminho direto para Minas Gerais. Recebeu diversos nomes dentre eles rua da Quitanda do Marisco, rua dos Governadores - porque nela ficava a residencial dos governadores -, rua de Santa Efigênia, rua do Oratório de Pedra - porque um oratório de pedra nela existiu ali na esquina da Regente Feijó - rua de São Gonçalo Garcia e em 1716, o de Rua da Alfândega, porque diante dela se estabelecera a Alfândega da cidade. Nela morou o Governador Salvador de Sá e em 1682, o primeiro Bispo do Rio, D. Alarcão. Depois da Abertura dos Portos em 1808, também se instalaram nela comerciantes ingleses que chegaram ao Brasil. Pouco antes da Proclamação da República, tornou-se a Rua das Agências Marítimas. A Rua da Alfândega talvez seja a única do Brasil que ostenta três Igrejas construídas no Século XVII: a de Santa Efigênia; a de Nossa Senhora Mãe dos Homens e a Irmandade de São Jorge, na sua esquina com a Praça da República.Por volta de 1920, ao longo de toda a Rua da Alfândega, depois da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens à Rua Uruguaiana, alinhavam-se, de ambos os lados, em sua maioria geminados, velhos sobrados de, no máximo, dois andares. Muitos ainda existem até hoje, resistindo ao tempo.Atualmente, assim como a Rua do Ouvidor, possui grande atividade comercial, chegando a se tornarem verdadeiros formigueiros humanos em certas épocas do ano.

Palácio do ComércioRua da Candelária, 9Construção: 1937Estilo arquitetônico: Art DecoProjeto: Henri Paul Pierre Sajous e Auguste Rendu

O Palácio do Comércio representa um marco na história e cultura do Rio de Janeiro.O conjunto arquitetônico foi tombado provisoriamente pela prefeitura do Rio (Decreto nº 18.837), em 2000, como patrimônio cultural da cidade.Sendo um dos poucos exemplares de Art Deco deixados pelo Frances Henri Sajous, o edifício possui três fachadas assentadas sobre base de granito da tijuca, arenito de ipanema,seis pilares de sustentação, bem como os quatro de cada fachada lateral executadas em mármore travertino italiano.Nota-se a complexa articulação de seu volume e escala, além expressiva marcação vertical e arrojado balanço das esquinas.O seu hall de acesso possui altura tripla e abriga os murais em baixo relevo de A. Freyhoffer, que retratam atividades produtivas e comerciais.O edifício pertence Associação Comercial do Rio de Janeiro , a qual lançou em 2007 o projeto de restauração das fachadas com a finalidade de preservar esse monumento e restabelecer os traços originais de Sajous, prejudicados por intervenções ao longo dos anos.

Edifício SulAmérica

Rua da Quitanda, 86 Construção: 193?Estilo arquitetônico: EcléticoProjeto: Desconhecido

Está implantado em uma quadra inteira, possuindo 18 mil metros quadrados de espaço locável distribuídos em oito andares, onde trabalham atualmente duas mil pessoas. A edificação possui muitos prismas de ventilação e espaços vazios. O prédio foi recentemente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e passa atualmente por reformulações que incluem restauração das fachadas, instalação de ar condicionado central e modernização das instalações elétricas e hidráulicas.

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Rua da QuitandaConstrução: séc. XVII

Ruas estreitas, dos tempos coloniais, abrigava até há tempos recentes, o coração financeiro do Brasil.Segundo Melo Morais, o nome da rua deve-se à quitanda de mariscos e outras comidas existentes na esquina da Rua da Alfândega. Entre a rua do Ouvidor e a Rua do Hospício havia o "Canto dos Meirinhos", citados nas "Memórias de Um Sargento de Milícias". A esquina com a Rua do Ouvidor era o "Canto do Tabaqueiro", quando nela prosperava o comércio de tabaco. Em 1888 deixou de ser oficialmente Rua da Quitanda para tornar-se João Alfredo, o chefe do gabinete que obteve do Parlamento a Lei Áurea. Entretanto a denominação não foi aceita pelo povo e o nome da rua passou a ser, novamente, Quitanda.Havia, na Rua da Quitanda e em ruas próximas , várias sedes de bancos nacionais e estrangeiros. Como exemplo pode-se citar a construção do edifício-sede do Banco Alemão Transatlântico que foi concluída em1926. Era mais um banco estrangeiro que vinha se juntar aos já existentes nas Ruas da Alfândega e Quitanda. A concentração de estabelecimentos bancários estrangeiros nessa área naquela época justificava-se por três razões: a proximidade com as instalações portuárias do Rio, por onde fluía a exportação de café; a vizinhança com o Banco do Brasil, na época situado na Travessa Candelária; e os vultuosos empréstimos do exterior. Com a mudança do centro financeiro para São Paulo nas décadas de 1980 e 1990, perdeu sua elegância e função contumaz, passando a ser uma rua como outra qualquer, ainda com bancos, porém muitos restaurantes e comércio em geral.

Edifício Sulacap

Rua da Alfândega, 41 Construção: 1936Estilo arquitetônico: Art DecoProjeto: Robert R. Prentice

Edifício pertencente a Sul América Capitalizações S.A. possui linhas sóbrias e elegantes. Sua volumetria é definida pelo ritmo de suas aberturas, que,em grande número, anulam a presença das paredes externas. A fachada do prédio é revestida em mármore travertino e o acesso, emoldurado por pórticos em granito marrom,é fechado por portões de caprichosa serralheria artística.

Banco TransatlânticoRua da Alfândega, 42Construção: 1926Estilo arquitetônico: EcléticoProjeto: L.Riedlinger

É considerado um dos edifícios mais luxuoso do Rio de Janeiro de sua época. Todo material utilizado foi importado,como por exemplo: o ferro fundido e o bronze utilizados em suas pesadas portas, além dos vitrais e mármore carrara.O edifício guarda histórias interessantes da segunda guerra mundial. Dizem que em seus cofres Panzer (só haviam três iguais em todo mundo), que alemães e empresas de mesma nacionalidade guardavam, para o posterior envio clandestino, ouro e pedraria, com a finalidade de abastecer as máquinas de guerra alemã. Com a entrada do Brasil na guerra, o banco foi liquidado e o prédio espoliado pelo governo brasileiro, como outras propriedades e entidades germânicas e italianas.O pedido de tombamento do antigo banco foi feito em 1997.

Fonte: www.markbuilding.com.br Fonte: http://www.rioquepassou.com.br/2008/12/12/zona-bancaria-rua-da-alfandega-

1939/ Fonte: www.panoramio.com/photo/18877974

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Igreja de N. Senhora Mãe dos Homens

Rua da Alfândega, 54 Construção: 1758 – 1803Estilo arquitetônico: ColonialProjeto: Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim

A igreja teve origem num oratório colocado na esquina de uma rua próxima ao local onde foi construída. Com o aumento do número de devotos foi autorizada a fundação de um sodalício, em 1758. Decidiram os irmãos procurar um terreno para erguer a capela e o encontraram na Rua da Alfândega. A primeira capela foi aí erigida em 1758. Documentos encontrados em arquivos atestam que os trabalhos de cantaria e cilharia da atual igreja datam de 1779. Concluída em 1803, as obras foram paralisadas durante alguns anos e continuaram no correr do século XIX. Na igreja a talha foi executada no século XIX, por Antônio Pádua e Castro. O arcaz da sacristia é parte de um antigo arcaz beneditino executado por frei Domingos da Conceição.Essa igreja é o último exemplo de planta octogonal do período colonial, associando em sua composição elementos característicos das igrejas de nave retangular, como a fachada plana de corpo central ladeado por torres e corredores laterais. Sua nave coberta por cúpula com quatro lunetas está inserida em construção de contorno retangular condicionada pela forma do lote.

Avenida Rio Branco (antiga Av. Central)Construção:1904

O Rio de janeiro na época da república ainda conservava em parte da sua malha viária características coloniais. A grande concentração de pessoas no centro aliada a esse traçado colonial propiciava a disseminação de doenças como febre amarela e varíola.É nesse contexto que o engenheiro Pereira Passos projeta a Avenida Central seguindo os propósitos de modernização da cidade a partir das idéias européias. A via surge a partir da demolição de 641 casas, desalojando quase 3900 pessoas.A conclusão da avenida deixava lado a lado dois contrapontos, a modernidade que nela transitava e se erguia, com seus automóveis e lojas chiques; e a cidade velha que a circundava, com seu velho casario, ruas estreitas e hábitos a corrigir. A nova configuração dos terrenos ao longo da Avenida permitiu a construção de grandes edifícios de cunho comercial, principalmente bancos ligados as atividades de importação e exportação pelo porto.Com a morte do Barão de Rio Branco em 10 de fevereiro de 1912, passou a ser denominada a Av. Central de Avenida Rio Branco. Assim como seu nome original durou pouco tempo, a estrutura da própria aos poucos também começava a sofrer alterações. Os ideais europeus que eram símbolo de modernidade a época da inauguração aos poucos eram substituídos pelo pensamento de construção de torres norte americano, que ia se infiltrando no Brasil, principalmente após a 1° Guerra Mundial. Os últimos 40 anos da avenida foram sem dúvida muito menos intenso do ponto de vista arquitetônico do que os anos 40 e 50. Apesar disso, a história não parou, a Rio Branco continua a sofrer, mesmo que mais lentamente, suas mutações, como os investimentos dos expressivos projetos contemporâneos no inicio da década de 90.

Manhattan TowerAv. Rio Branco, 89Construção: 1992Estilo arquitetônico: ContemporâneoProjeto: Edmundo Musa

Está implantado em uma quadra inteira, possuindo 18 mil metros quadrados de espaço locável distribuídos em oito andares, onde trabalham atualmente duas mil pessoas. A edificação possui muitos prismas de ventilação e espaços vazios. O prédio foi recentemente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e passa atualmente por reformulações que incluem restauração das fachadas, instalação de ar condicionado central e modernização das instalações elétricas e hidráulicas.

Fonte: www.flickr.com/photos/

claudiolara/476792639/ Fonte: literaturaeriodejaneiro.blogspot.com/ Fonte: http://www.skyscrapercity.com/

showthread.php?t=278746 Fonte: http://skyscraperpage.com/cities/

?buildingID=16289 Fonte: http://www.copacabanadetoledo.blogger.com.br/2006_09_01_archive.html

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Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte Rua do Rosário, esquina com Av. Rio BrancoConstrução: 1735Estilo arquitetônico: ColonialProjeto: Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim

No local existiu uma ermida ou hospício, demolida para a construção da igreja em 1735, que ficou conhecida como Igreja do Hospício. A cerimônia de lançamento da pedra fundamental da igreja ocorreu em 25 de março de 1735, mas as obras foram feitas lentamente. A causa principal dessa lentidão foi o desentendimento entre a Ordem de Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos e a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte. Finalmente, em 09 de março de 1820, ocorreu a pacificação, e as duas irmandades se reuniram sob a denominação de Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte.Embora situada em um estreito lote inserido na malha urbana colonial, destaca-se pela complexidade de seu espaço interno com três naves que simulam a ocorrência de transepto e pela existência de uma cúpula octogonal. Junto à cúpula conjugam-se abóbadas de berço executadas em alvenaria, distanciando-se do modelo tradicional de nave única retangular.

Edifício Leonel Miranda

Rua do Ouvidor, 101 Construção: 1969Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto: Paulo Case

O Palácio do Comércio representa um marco na história e cultura do Rio de Janeiro.O conjunto arquitetônico foi tombado provisoriamente pela prefeitura do Rio (Decreto nº 18.837), em 2000, como patrimônio cultural da cidade.Sendo um dos poucos exemplares de Art Deco deixados pelo Frances Henri Sajous, o edifício possui três fachadas assentadas sobre base de granito da tijuca, arenito de ipanema,seis pilares de sustentação, bem como os quatro de cada fachada lateral executadas em mármore travertino italiano.Nota-se a complexa articulação de seu volume e escala, além expressiva marcação vertical e arrojado balanço das esquinas.O seu hall de acesso possui altura tripla e abriga os murais em baixo relevo de A. Freyhoffer, que retratam atividades produtivas e comerciais.O edifício pertence Associação Comercial do Rio de Janeiro , a qual lançou em 2007 o projeto de restauração das fachadas com a finalidade de preservar esse monumento e restabelecer os traços originais de Sajous, prejudicados por intervenções ao longo dos anos.

Rua do OuvidorConstrução: séc. XVI

Entre os anos de 1568 e o de 1572 alguns colonos abriram à pouca distância do começo da rua que se denominou Direita uma entrada em ângulo reto com ela. Chamaram-na Desvio do Mar e foi ali aumentando logo o número de residências. O Desvio teve por primeiros moradores gente pobre; peões que exerciam misteres, operários, e um cirurgião que era barbeiro dos nobres.Com a vinda da Família Real para o Brasil adquiriu luxo e importância, a ponto de vir a ser comparada com a Rua Viviene, de Paris, e logo em 1809 a Rua do Ouvidor; como todas as outras da cidade, melhorou muito o aspecto de suas casas.No ano de 1808 negociantes da Inglaterra interessaram-se na exportação de mercadorias para a cidade do Rio de Janeiro, e outras principais do Brasil, sendo a Rua do Ouvidor, a primeira do Rio de Janeiro a ter casas ou estabelecimentos de negociantes ingleses, lojas de louça, de fazendas ou panos tecidos, e enfim, de comércio de importação e de exportação de gêneros recebidos da Inglaterra e mandados do Brasil. Tempos mais tarde os franceses chegariam também.Muitas inovações chegaram primeiro à Rua do Ouvidor. Lá foi instalado o primeiro telefone, e surgiu a primeira vitrine, o primeiro cinema e a primeira linha de bonde regular da cidade. Em 1829 recebeu calçamento, sendo proibido o tráfego de veículos e foi calçada de paralelepípedos em 1857. Foi a primeira a receber a iluminação a gás, em 1860, substituindo a de azeite feita em 1854, e em 1891 recebeu a iluminação elétrica. Nela se instalaram muitos jornais como, por exemplo, o Jornal do Comércio, A Nação, o Diário de Notícias, O País, a Gazeta de Notícias, o Correio da Manhã, enre outros.O nome Ouvidor surgiu naturalmente, adotado pelo povo, como conseqüência do fato de nessa rua ter moradia, próximo à esquina com a Rua da Quitanda, o Ouvidor Dr. Manuel Pena de Mesquita Pinto. A partir daí os nomes antigos começaram a desaparecer.A abertura da Avenida Rio Branco, nos primeiros anos deste século, veio destronar a Rua do Ouvidor de sua condição de principal artéria do centro da cidade, que manteve por quase 90 anos, mas ainda hoje é uma das mais conhecidas ruas comerciais do Rio. Os principais comerciantes se transferiram para a nova avenida. Hoje, a maior parte das lojas é de moda feminina, mas sem o charme das modistas ou das grandes vitrines do passado.

Fonte: www.flickr.com/photos/

rosamar/2194834536 Fonte: www.marcillio.com/rio/encerbes.html Fonte: Guia da Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro

Fonte: http://picasaweb.google.com/lh/photo/Zvpntw8fLwypyzrTXky2NQ

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Edifício Conde Pereira Carneiro

Av. Rio Branco, 110 Construção:1973Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto:Edison Musa e Edmundo Musa

Edifício comercial de 41 pavimentos, um dos maiores do Brasil, que se beneficiou na época de mudança na legislação, ampliando o gabarito da área. No local, existia anteriormente o edifício-sede do Jornal do Brasil, obra eclética do arquiteto Renè Barda pertencente à ambiência original da Av. Central, atual Av. Rio Branco. Os arquitetos procuram uma solução que concentrasse no topo da edificação a maior área construída possível. Por esse motivo a fachada avança progressivamente em quatro planos, à medida que se aproxima da cobertura. Este recurso proporciona, por outro lado, correção ótica, assegurando ao pedestre uma perspectiva menos esmagadora. A solução construtiva é clara e sóbria, com utilização de estrutura em concreto aparente, pilares contínuos na fachada e vedação em cortina de vidro fumê.

Edifício Edison Passos

Av. Rio Branco, 124 Construção: 1946Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto: Jacques Pilon

O extenso programa do edifício exigiu ampliação do terreno através da compra de um lote contíguo, à Rua 7 de Setembro e, para escolha do projeto, foi realizado concurso do qual participaram vários arquitetos.A estrutura independente libera a fachada, que é modulada e se caracteriza por brises horizontais móveis dispostos na parte superior e inferior das janelas, sem prejudicar assim a visão sobre a avenida. O Clube de Engenharia ocupa os sete pavimentos superiores, evidenciados por recuo na fachada e, no coroamento do edifício localiza-se o auditório. A marquise sobre o acesso funciona como um marco de identificação para o transeunte, destacando o prédio da seqüência de construções que hoje povoa a via.

Edifício GuinleAv. Rio Branco, 135Construção: 1928Estilo arquitetônico: Art DecoProjeto: Gusmão, Dourado e Baldassini Ltda.

Está implantado em uma quadra inteira, possuindo 18 mil metros quadrados de espaço locável distribuídos em oito andares, onde trabalham atualmente duas mil pessoas. A edificação possui muitos prismas de ventilação e espaços vazios. O prédio foi recentemente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e passa atualmente por reformulações que incluem restauração das fachadas, instalação de ar condicionado central e modernização das instalações elétricas e hidráulicas.

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Fonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=562793 Fonte: Guia da Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro Fonte: Guia da Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro

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Rua 7 de SetembroConstrução: séc. XVI - XVII

Em meados do século XVII, por volta de 1646, tendo a vala que escoava a água da Lagoa de Santo Antônio se tornado insuficiente, foi construído um conduto de pedra e cal, chamado "o cano" como derivação da vala, pela Câmara Municipal, quando a cidade era governada por Duarte Correia Vasqueanes. O cano seguia em linha reta até o Terreiro do Carmo, hoje Praça XV de Novembro, para escoar as águas em excesso. O traçado deu origem a uma via de trânsito que até meados do século XIX, se chamou Rua do Cano e em 1856 veio a chamar-se Rua Sete de Setembro. O cano inicialmente chegava até aos muros do Convento do Carmo, aí era desviado e passava por baixo do Convento e o caminho terminava na Rua do Carmo. Em 1853, foi demolida a Capela do Senhor dos Passos e os muros do Convento para que a rua pudesse seguir até o Largo do Paço. A partir do Governo de Gomes Freire de Andrada, o cano passou a ser utilizado para levar água do Chafariz da Carioca ao Chafariz do Largo do Paço. Só veio a perder seu aspecto de viela em 1902, na modernização da cidade realizada pelo Prefeito Pereira Passos.

Edifício Avenida CentralAv. Rio Branco, 156, esquina com Rua São JoséConstrução: 1957Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto: Henrique E. Mindlin

O Edifício Avenida Central representou um grande projeto da nova arquitetura racionalista-funcionalista, tendo inspiração nos arranha-céus de Mies van der Rohe. Com seus 34 andares o prédio tornou-se uma referência absoluta na paisagem urbana do Rio de Janeiro nos anos 60 e 70, abrigando diversas lojas, consultórios, escritórios e diferentes modalidades de serviço. Iniciou a transformação espacial da Av. Rio Branco, antes definida pelo contínuo edificado do Plano Pereira Passos. Na época da construção, o edifício distinguiu-se por uma série de características peculiares, não só ao projeto arquitetônico mas sobretudo à técnica construtiva e equipamentos utilizados. A opção pela estrutura mista – pilares e vigas em aço e lajes em concreto armado – estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos. O sistema construtivo em aço deu também o primeiro passo para uma alternativa diversa ao concreto armado, característico da cultura modernista no Brasil. Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, destacam-se os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central de ar condicionado e sistema pneumático de distribuição de água. É um dos prédios mais altos do Brasil.

Edifício-Sede do Banco do Estado do Rio de JaneiroAv. Nilo Peçanha, 175, esquina com Rua

México Construção: 1963Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto: Henrique E. Mindlin, Giancarlo Palanti, Walter L. Morrison, Walmyr Lima Amaral e Marc D. Foundoukas

O projeto buscou atender às necessidades funcionais do programa e caracterizar a posição de destaque que a instituição assumia a partir daquele momento na economia do recém-criado Estado da Guanabara. Daí sua denominação original ser BEG – Banco do Estado da Guanabara. A solução imponente baseia-se numa extrema racionalização dos espaços e da construção. No fundo do terreno concentram-se as áreas de serviço, torres de infra-estrutura e elevadores que, articulados com dois grandes pilares frontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural que caracteriza o edifício. Esta solução permitiu o arranjo em planta de um grande salão, com frente para as três ruas que circundam o terreno, livre de qualquer apoio ou divisão, proporcionando grande flexibilidade na organização espacial. É um dos prédios mais altos do Brasil.

Fonte: Guia da Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro Fonte: www.marcillio.com/rio/encerbe1.html

Fonte: flickr.com/photos/24403192@N00/140880724/

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REGIÃO 3

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Edifícios Castelo. Raldia e Nilomex Av. Nilo Peçanha, 119, 151, 155 Construção: 1930Estilo arquitetônico: Art DecoProjeto: Robert R. Prentice

Esse conjunto arquitetônico formado pelos três edifícios foi projetado por Robert R. Prentice segundo as diretrizes do plano agache (1928-1930): gabarito de 8 pavimentos (2 recuados), galerias cobertas para pedestres, passagens e pátios internos coletivos. Contudo a unidade arquitetônica foi prejudicada pela alteração da legislação em 1935 que estabeleceu novas alturas para o local. Alteração impôs um acréscimo de mais 3 pavimentos ao Edifício Raldia, comprometendo a proporção do conjunto. Os elementos de destaque deste conjunto são a torre semi-circular com mirante, que demarca a esquina, e os motivos ornamentais do coroamento.

Centro Cândido MendesRua Assembléia, 10, esquina com Rua 1° de MarçoConstrução: 1977Estilo arquitetônico: ModernistaProjeto: Harry Cole

A liberação do gabarito em alguns pontos centrais veio prejudicar seriamente o equilíbrio da área, ao permitir a criação de edificações de grande porte que assumem destaque exagerado na paisagem urbana. Como é o caso deste edifício, que estabelece uma relação conflituosa com os monumentos vizinhos, muitos do período colonial. O projeto, no entanto, apresenta qualidades em sua solução espacial e nos detalhes arquitetônicos. O programa do edifício inclui lojas, salas comerciais, centro universitário e heliporto. O prédio, com estrutura de concreto armado, consiste numa lâmina vertical com 42 pavimentos e planta em “H” tratados externamente com uma cortina de vidro fumê, sobre embasamento em concreto aparente onde se localizam os subsolos. O conjunto, que totaliza 95 mil metros quadrados, incorpora os mais sofisticados recursos de comunicação, segurança, climatização e combate a incêndio. É um dos prédios mais altos do Brasil.

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Fonte: www.marcillio.com/rio/encerbe1.html Fonte: flickr.com/photos/24403192@N00/14088075/

DE VOLTA À PRAÇA XV

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