Trabalho final turma c - gabrielle sirianni

2

Click here to load reader

Transcript of Trabalho final turma c - gabrielle sirianni

Page 1: Trabalho final   turma c - gabrielle sirianni

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

História da Educação: história da escolarização brasileira e processos pedagógicos – Turma C

Professora Simone Valdete

Gabrielle Rodrigues Sirianni

A educação como construção da cidadania

Quando se trata da educação e construção da cidadania da mulher, não é possível evitar

uma introdução ao assunto com as contribuições de Nísia Floresta, precursora do feminismo no

Brasil e da luta a favor dos direitos da mulher. Dionísia (1810 – 1885), seu nome de batismo,

nasceu no Rio Grande do Norte e é considerada a mulher mais notável da história do estado.

Escritora, poetisa e educadora, ela teve como uma de suas bandeiras de luta, e talvez a principal, a

defesa do acesso da mulher ao conhecimento igualmente recebido pelos homens, indo além do

ensino doméstico que as escolas para meninas valorizavam, já que elas seriam apenas futuras

esposas e mães, e não profissionais.

Concomitante ao período de luta de Nísia para uma educação igualitária entre os gêneros,

em 1874 foi registrada uma superação do número de mulheres em comparação ao número de

homens nas Escolas Normais, responsáveis pela formação dos futuros professores, algo

surpreendente porque a profissão era de maioria masculina. No entanto, infelizmente, isso não

aconteceu como consequência de uma igualdade entre os gêneros, mas sim, porque os homens

passaram a ocupar cargos relacionados à urbanização e à industrialização das cidades.

Depois de algumas oposições, essa troca do homem pela mulher na docência foi bastante

conveniente e aceita pelas instituições de ensino, de maioria religiosa, já que a mulher passou a

ser vista como um ser mais paciente, afetivo e dedicado aos alunos do que os homens, que com

outras palavras, representa a sua submissão. A primeira profissão que teve número representativo

de mulheres no Brasil era vista como uma extensão da maternidade. Ou seja, magistério não

promovia a emancipação das mulheres, uma vez que a educação ainda era vista de modo

patriarcal e não igualitário. E essa visão da mulher submissa se estendia para as alunas, as quais

eram esperadas com um comportamento dócil e obediente.

Esse processo histórico da ocupação da mulher na docência não facilitou a construção da

cidadania feminina, principalmente para as professoras, que ainda são chamadas de “tias”. Por

outro lado, ao longo do tempo, a escola vem se construindo como uma instituição igualitária. As

mulheres têm ocupado cargos que sempre foram considerados masculinos, e sua educação tem

Page 2: Trabalho final   turma c - gabrielle sirianni

grande responsabilidade nisso. Infelizmente para as professoras, os estereótipos desvalorizadores

ainda existem, mesmo que em menores escalas.

Observando o fato de que a escola tem sido cada vez mais igualitária entre os gêneros,

como Nísia Floresta propunha, mas a professora ainda é vista com desvalorização, a medida

necessária para que a professora se firme cada dia mais como cidadã é seu papel, como a maior

responsável pela educação de seus alunos, a formação da conscientização de seus alunos sobre

seus direitos como cidadão e formação de opiniões e de senso crítico, para que os alunos

percebam o que é cidadania. Se tratando do gênero feminino, isso é tão necessário para as alunas,

quanto para as professoras, que encontrarão seu lugar na sociedade. Também são cada vez mais

imprescindíveis mudanças na formação dos educadores, para que saibam quais são os seus

deveres ao estarem à frente de uma turma, como agentes de transformação social.

Referência:

BRABO, Tânia Suely Antonelli Marcelino. Cidadania da mulher professora. São Paulo:

Ícone, 2005.