Traduzido por Thiago Marques e Priscila Elis · - Mais uma vez, a Deusa mudou de forma, criando...

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Agradecimentos:

Priscila Elis: Mais uma vez me sinto realizada por poder disponibilizar um trabalho feito com

muito carinho para todos vocês que, como eu, amam a leitura e nutrem um carinho todo

especial por essa série cheia de encantos e lições maravilhosas.

Quando comecei a traduzir Redimida, último livro de Houseof Night, estava um pouco receosa

de errar, de não conseguir fazer uma tradução a altura da série e dos fãs tão incríveis que ela

tem. Mas esses medos foram rapidamente soterrados pela determinação, dedicação e

segurança do meu parceiro de tradução que hoje posso chamar de amigo, o Thiago Marques!

E aqui estamos nós de novo com mais um trabalho concluído e muito feliz por saber que todo

tempo e carinho que dedicamos à tradução de A Queda de Kalona vai ser novamente

recompensado pela alegria de vocês, leitores da série.

Sem mais delongas, gostaria de agradecer o carinho e o acolhimento de todos os membros do

grupo The House Of Night - ☾, que cresce a cada dia e fica mais incrível e acolhedor. Quero

agradecer também ao Thiago Marques, claro, por ser esse amigo tão querido e tão

entusiasmado com as traduções e por estar sempre tentando me ajudar com a minha

pronúncia horrível do inglês (risos). Por fim, porém mais importante ainda, devo agradecer

sempre e sempre as Casts, nossas autoras incríveis que criaram esse universo maravilhoso

para nós. Por fim, Merry Meet, Marry Part e Merry Meet Outra vez. Que todos vocês

abençoados sejam.

Thiago Marques: Eu gostaria de agradecer à minha parceira de tradução Priscila Elis por

ter dedicado o tempo dela junto a mim para que nós pudéssemos fazer essa tradução que foi

bem diferente de quando havíamos feito a tradução de Redimida. Estou muito feliz de mais

uma vez poder contar com a parceria e amizade dessa mulher que é nada menos do que

SENSACIONAL! Agradeço também a minha namorada Angélica Correa pelo apoio e por me

incentivar a traduzir, ela sempre soube que fazer esse trabalho é o que eu mais amo! Obrigado

meu amor! E quero agradecer também a todos do grupo The House Of Night - ☾, que

postaram mensagens tão lindas de agradecimentos a mim e a Pri pela tradução do Redimida!

Foi por causa de vocês galera que este trabalho foi possível! Muito obrigado mesmo! De

coração!

Que todos abençoados sejam! Merry Meet, Marry Part & Merry Meet Outra vez!

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“A intriga gerou curiosidade,

E a curiosidade se transformou em exploração”

Era uma vez, há muito, muito tempo atrás, havia apenas a Energia Divina do

universo. A Energia não era boa nem ruim, Luz nem Trevas, homem nem mulher – ela

simplesmente existia, um turbilhão de possibilidades, chocando-se, juntando-se e

crescendo. Enquanto a Energia crescia, evoluía. Enquanto evoluía, criava.

Primeiro veio à criação dos reinos do Mundo do Além, intermináveis horizontes

preenchidos com os sonhos da Divindade. Estes domínios eram tão bonitos que

inspiraram a Energia a continuar a criar, e a partir do ventre de cada um dos reinos

Mundo do Além, grandes sistemas solares nasceram, reflexões tangíveis da Magia

Antiga do Mundo do Além.

A Energia Divina do universo estava tão satisfeita com as suas criações que

começou a alterar e mudar enquanto vórtices de energia dentro de si, como mariposas,

eram atraídas para os diferentes universos. Algumas Energias estavam satisfeitas e

descansadas, eternamente existindo numa órbita de estrelas e luas e belos, porém vazios,

planetas.

Algumas Energias destruíram suas criações, mais satisfeitas com elas mesmas do

que com as possibilidades.

E algumas Energias continuaram a mudar, evoluir e criar.

Em um reino do Mundo do Além a Energia Divina foi particularmente

questionadora e precoce, agitada e alegre, porque mais do que qualquer coisa, ela

desejava companhia. Então, de dentro dos bosques verdejantes e lagos safira do Mundo

do Além, o Divino criou seres fabulosos e deu vida a eles. O sopro do Divino trouxe

consigo imortalidade e consciência. O Divino nomeou esses seres de deuses, deusas, e

Fey. Ele concedeu aos deuses e deusas domínio sobre todos os reinos do Mundo do

Além, e encarregou os Fey de serem seus servos.

Muitos dos seres imortais se espalharam por todos os infinitos domínios do Mundo

do Além, mas os que ficaram satisfizeram grandemente o Divino. Para eles, o Divino

deu um domínio a mais sobre todos os outros imortais, e um planeta em particular no

seu sistema intrigou a Energia Divina porque refletia a beleza verde e azul do Mundo do

além.

Intriga gerou a curiosidade, e a curiosidade se transformou em exploração, até que

finalmente o Divino não pôde resistir e acariciou a superfície do planeta verde e azul

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safira. O planeta acordou, nomeando a si próprio de Terra. Terra acenou para o Divino,

convidando-o dentro de suas terras exuberantes e suas doces águas calmas.

Cheios de admiração, os deuses e deusas observaram.

Encantada com a sua própria criação, a Energia Divina se juntou com a Terra. Ela

lhe agradava muito, mas a energia não pode ser contida por muito tempo. A Terra

compreendeu e aceitou a sua natureza, nunca o amando menos por aquilo que não pode

ser mudado. Antes que ele a deixasse para perambular pelo universo, buscando mais

companheirismo, Energia Divina deu a Terra o seu dom, a mais preciosa magia, que era

o poder da criação.

A Jovem Terra, fértil e sensual, começou a criar.

A Terra semeou as terras e os oceanos com seu dom da criação, e deles evoluíram

criaturas de tal magnitude que os Deuses e Deusas que observavam do Mundo do Além

começaram a visitá-la frequentemente, deleitando-se com a diversidade da Terra viva.

Terra deu as boas vindas aos imortais, filhos de seu amado Divino. Ela os amava tão

ternamente que se inspirou para fazer uma criação muito especial. A partir de seu seio,

ela formou e, em seguida, deu vida a seres que ela criou na própria imagem dos Deuses

e Deusas, nomeando-os de seres humanos. Embora a Mãe Terra não fosse capaz de dar

a seus filhos a imortalidade que era um presente que só a Energia Divina podia

conceder, ela colocou dentro de cada um deles uma centelha da Divindade que havia

sido compartilhada com ela, garantindo que, apesar de que seus corpos devessem

sempre voltar para a terra de onde haviam sido feitos, a sua consciência iria continuar

eternamente sob a forma de espírito, para que eles pudessem renascer de novo e de novo

para a Mãe Terra.

Criadas a sua imagem, as crianças da Terra encantou os Deuses e Deusas. Os deuses

e deusas prometeram vigiá-los e compartilhar o Mundo do Além com os espíritos

divinos dentro deles quando o inevitável acontecesse e os seus corpos mortais

morressem.

No início estava tudo bem; os seres humanos prosperaram e se multiplicaram. Eles

estavam agradecidos com a Mãe Terra, cada cultura conservando sua essência. Os

Deuses e Deusas visitavam as crianças da Terra, muitas vezes, e os seres humanos os

reverenciavam como Divino.

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A Mãe Terra observava, notando quais dos filhos do Divino eram benevolentes, e

quais eram impetuosos. Quais deles perdoavam, e quais eram vingativos. Quais deles

eram amáveis e quais eram cruéis.

Quando os imortais eram benevolentes, tolerantes e bondosos, a Mãe Terra ficava

satisfeita e mostrava-lhes o prazer das terras férteis, chuvas têmpera, e as culturas em

grande quantidade.

Quando os imortais eram impetuosos, vingativos e cruéis, a Mãe Terra virava o

rosto para eles e havia seca, fome e peste.

As impetuosas, vingativas, divindades cruéis ficaram entediadas com a seca, a fome

e peste e pararam de visitar a Terra viva.

A Mãe Terra estava satisfeita, e ela recuou para dentro de si mesma, descansando da

estirpe da criação, dormindo por eras incontáveis. Quando ela acordou, procurou pelas

crianças do Divino, e mal teve conhecimento da sua presença em tudo.

Chamando Ar com ela, a Mãe Terra, enviou uma mensagem para o Mundo do

Além, rogando aos filhos de seu amado que se lembrasse de seus votos, e convidando-

os a voltar para ela.

Apenas um imortal respondeu seu apelo.

A Deusa manifestou-se durante uma noite clara, quando a lua estava quase cheia,

em uma ilha acidentada ainda a ser nomeada. Quando a Mãe Terra tornou-se consciente

da Deusa, ela viu a imortal atrás de um bosque, com a delicada mão estendida para um

gato selvagem curioso.

— Onde estão os outros filhos do Divino? - A voz da Mãe Terra soava como o

desprendimento das folhas de espinheiro no bosque.

A Deusa levantou o ombro em um gesto que a Mãe Terra achou

surpreendentemente infantil.

— Eles se foram.

O chão tremeu em resposta a surpresa da Mãe Terra.

— Todos? Como todos eles poderiam ter ido embora?

— Eles disseram que estavam entediados e ficaram inquietos. - A Deusa

balançou a cabeça e seu cabelo longo e fino brilhava a luz do luar, mudando de loiro a

prata.

As folhas das árvores do bosque estremeceram. — Assim como seu pai. - A Mãe

Terra sussurrou tristemente. — Por que todos eles me deixaram?

A Deusa suspirou.

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— Eu não sei. Eu não entendo como eles poderiam se entediar aqui. - Ela

acariciou o gato selvagem que tinha se enrolado amorosamente ao redor de seus pés. —

Há algo novo todos os dias. Imagine só, ontem eu não sabia que essa maravilhosa

criatura existia.

Satisfeita, a Mãe Terra aqueceu a brisa que levava a voz do bosque.

— Você deve ter sido formada a partir de um dos sonhos mais tangíveis Dele.

— Sim. - A Deusa disse melancolicamente. — Eu só queria que mais de seus

sonhos tivessem sido como eu. Isso é... - Ela hesitou, como se incapaz de decidir se

queria continuar.

— É o quê? - Solicitou a Mãe Terra.

— Solitário. – Ela admitiu suavemente. – Especialmente quando não há outros

seres como eu.

A Mãe Terra sentiu tristeza da Deusa e, tendo pena dela, ela chamou acordando

o bosque, de onde a partir do musgo e sujeira, folhas e flores, a Mãe Terra tomou forma

tangível.

A Deusa sorriu para ela. Tão bonita quanto as leves asas de uma borboleta, a

Mãe Terra sorriu de volta, perguntando:

— Qual é o seu nome, Deusa?

— Os seres humanos me chamam de muitos nomes. - A Deusa deu ao gato

selvagem uma carícia final e, em seguida, se endireitou, esticando os seus grandes

braços. – Alguns me chamam de Sarasvati. - O corpo dela mudou na forma, mudando

de pele do claro ao escuro, cabelo claro como a luz do luar para o preto da asa de um

corvo enquanto outro par de braços delgados de repente aparecia. Ainda sorrindo, a

Deusa continuou. – Nidaba é o nome alguns dos seus filhos sussurram em suas orações.

- Mais uma vez, a Deusa mudou de forma, criando asas e substituindo seus pés por

garras. – E não muito longe desta mesma ilha, eles começaram a me conhecer de Breo-

saighead, portadora do Fogo e da Justiça. - Com esse pronunciamento, a Deusa assumiu

a forma de uma bela mulher com cabelos cor de fogo, sua pele branca decorada por

tatuagens tribais brilhantes em safira.

Encantada, Mãe Terra bateu palmas, e as borboletas que dormiam acordaram

para pinotear em torno dela.

— Mas eu conheço você! Tenho observado essas Deusas por incontáveis eras.

Você é gentil, benevolente e justa.

— Eu sou. Eu também sou sozinha. - O fogo desapareceu de seu cabelo, e mais

uma vez a Deusa parecia uma donzela de cabelos claros, inocente e docemente tristes.

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— Que nome você gostaria que eu lhe chamasse? - Perguntou a Mãe Terra,

querendo distraí-la de sua melancolia.

A Deusa considerou e, em seguida, respondeu, um pouco timidamente.

— Há um nome que eu gosto mais do que os outros, Nyx. Lembra-me da noite, e

eu amo tanto a tranquilidade da noite, a beleza do luar.

Enquanto ela falava, a Mãe Terra observou que sua forma se alterava

ligeiramente. Ela ainda parecia jovem, mas ela ergueu o queixo, sorrindo para a lua,

delicada, uma tatuagem filigranada brilhava prata e safira sobre sua pele fazendo seu

olhar misterioso e incrivelmente belo. Com quase um pensamento, a Mãe Terra chamou

a magia do céu noturno e espargiu sobre a Deusa, de modo que se estabeleceram em

cima dela como um cocar de brilhante luar e as estrelas.

— Oh! Isso é lindo! Posso ficar com ele? - Disse a Deusa, rodopiando como

uma menina.

— Você é linda Nyx. E você pode mantê-lo com uma condição. Em vez de

seguir os outros, você não vai abandonar os meus filhos e a mim.

Nyx ficou muito quieta. Seu jeito de menina caiu longe dela até que a Mãe Terra

estava olhando nos olhos de uma Deusa madura que usava sabedoria e poder, tão certo

como ela fez o manto de luar. Quando Nyx falou, a Mãe Terra ouviu sua voz dentro do

poder da Divindade.

— Você não precisa me amarrar aqui com suborno. Esses truques não são

dignos de você. Quando você criou os seres humanos eu jurei que eu iria vigiá-los e

construir um lugar para que o interior deles permaneça eterno e divino. Eu nunca quebro

uma promessa.

Lentamente, a Mãe Terra inclinou a cabeça para Nyx.

— Perdoe-me.

— Com todo o meu coração. - Disse Nyx.

A Mãe Terra parou, e com o farfalhar do vento que varreu através de um prado

da grama alta, ela virou-se para Nyx e segurou o rosto da Deusa entre as palmas das

mãos verdejantes.

— E agora eu dou livremente a você um presente, um que é digno de nós duas.

De agora em diante a partir desta noite, eu concedo-lhe o comando sobre os meus cinco

elementos: Ar, Fogo, Água, Terra e Espírito. Chame-os em qualquer momento, e eles

devem responder, obedecendo ao seu comando eternamente. - Mãe Terra se curvou e

beijou Nyx em sua testa.

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Do centro da testa de Nyx uma lua crescente perfeita apareceu, e em ambos os

lados de seu rosto, espalhando-se para baixo pelo belo corpo da Deusa, um padrão de

filigrana apareceu, tendo sinais e símbolos que representavam todos os cinco elementos.

Nyx ergueu o braço fino, estudando suas novas marcas em apreciação. — Isto é

tão especial como são cada um dos elementos. Vou valorizar seu presente eternamente.

- O sorriso de menina de Nyx retornou. — O que eu também agradeço de todo o meu

coração. Depois desta noite eu não me sinto tão só, nem tão assustada.

— Assustada? Mas o que é que poderia assustar um imortal criado pelo Divino?

Nyx afastou uma mecha de cabelo prata de seu rosto, e a Mãe Terra notou que

sua mão tremia.

— Escuridão. - A Deusa sussurrou a palavra.

Mãe Terra sorriu enquanto se sentava sob a árvore de espinheiro mais próxima

de Nyx.

— Mas você acabou de falar sobre a paz e a beleza da noite. Como, então,

poderia a escuridão te assustar?

— A noite nunca poderia me assustar; não é escuridão literal de que falo, mas

uma parte dentro dela intangível em que sinto uma busca, o poder crescente que não

sabe nada sobre paz, alegria e beleza, que não sabe nada sobre amor. - Nyx falou

baixinho, mas sinceramente. — Ela não está totalmente inserida no Mundo do Além

ainda, mas eu a tenho percebido muitas vezes aqui, no reino mortal. Eu acho que fica

mais forte quanto mais eu estou sozinha.

Mãe Terra considerou suas palavras cuidadosamente antes de responder.

— Eu sinto a verdade em seu medo. Esta escuridão se agravou com a sua

solidão, me diz que o que aconteceu com você está afetando meu reino e muito

possivelmente isso vai se espalhar para o Mundo do Além. Deusa, eu tenho medo que

nossos reinos se tornem desequilibrados.

— Como é que vamos restaurar o que foi perdido?

Mãe Terra sorriu.

— Eu acredito que o nosso primeiro passo já foi dado. Vamos concordar em ser

amigas. Enquanto eu existir você nunca deve realmente ficar sozinha novamente.

Nyx lançou os braços ao redor da Mãe Terra.

— Obrigada!

A Mãe Terra devolveu o abraço.

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— Querida criança, você me trouxe muita alegria esta noite. Você vai me

encontrar de novo? Aqui, neste bosque, três noites, portanto, quando a lua estiver cheia?

— Seria um prazer.

Nyx levantou-se e inclinou a cabeça regiamente diante da Mãe Terra, sorrindo,

ela inclinou-se e pegou o gato selvagem em seus braços. Em uma explosão de estrelas

de brilho prata, ela e o animal desapareceram.

Enquanto observava o rastro de estrelas desaparecerem, a Mãe Terra descansou

contra a pele de um espinheiro, pensando... Pensando... Pensando...

Durante três dias e três noites a Mãe Terra não se mexeu.

No terceiro dia, o bosque era tão infundido com a magia de sua presença que

chamou a benevolente luz solar abundante que cobria a pequena ilha que começou a

florescer em roxo com alegria.

A Mãe Terra sorriu sobre o sol, e o Sol se acelerou em resposta.

Quando a noite caiu no terceiro dia, a Lua refletiu para o bosque pela magia de

sua presença, irradiando tão plenamente na pequena ilha que os aglomerados de rochas

escarpadas que pontilhavam a paisagem mudaram de cor permanentemente, refletindo o

branco do luar, infundida com a Magia da Noite.

A Mãe Terra sorriu para a Lua e a Lua se acelerou em resposta.

Com um pequeno som de satisfação, a Mãe Terra sabia o que ela devia fazer

para este último, este único, este mais especial da Deusa, Nyx.

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“É porque você não pediu que eu quero recompensá-la...”

Nyx se vestiu cuidadosamente para sua visita a Mãe Terra, instruindo a pequena

Fada Skeeaed, a mais divina das criaturas criadas a partir dos fios de Energia Divina que

circulavam sem descanso pela atmosfera do Mundo do Além, a tomar um cuidado

especial com o drapejar de seu vestido prateado.

— Obrigada por escolher a cor perfeita, L'ota! - Ela disse ao skeeaed quando seu

corpo sinuoso rodeou a Deusa, sussurrando — cor bonita lua - em sua voz líquida.

Quando uma dríade começou a tecer uma hedera através de seu cabelo longo e

escuro, Nyx exclamou com prazer:

— Oh! Esse é um belo toque! Mãe Terra irá apreciá-lo.

Apenas os Skeeaeds tinham a capacidade de falar, mas a pequena Dríade tornou-

se lavanda profunda e vibrou no prazer em louvor a Deusa.

Em seguida, a Deusa virou a cabeça para um lado, examinando seu reflexo no

espelho ônix moldado.

— Mas a hera está escondida na escuridão do meu cabelo. Eu quero que a Mãe

Terra a veja, saiba que eu tenho me enfeitado em respeito a ela! - Com um aceno de

mão, Nyx mudou seu semblante, tendo cabelos loiros tão prateados que o verde da hera

parecia luminoso.

— Perfeito! - Nyx sorriu de alegria.

Outro Fey, um coblyn que minava joias das cavernas do Mundo do Além,

apareceu. Curvando-se respeitosamente, ele segurou a sua frente um colar formado a

partir de uma cascata de brilhantes cristais de quartzo.

— Seu presente toca meu coração. - disse Nyx, segurando o seu comprido e

espesso cabelo para que o Fey pudesse colocar o colar nela.

— Eu espero que toque o coração da Mãe Terra também.

Nyx acariciou os cristais, pensando em como ela desejava desesperadamente

companhia. Ela adorava os Fey, mas eles eram mais o espíritos do que físicos. Nyx

queria muito o verdadeiro companheirismo... O toque de outro imortal.

Nyx sentiu a tristeza que irradiava dos Fey em resposta a seus pensamentos

solitários e ficou instantaneamente arrependida de ter cedido à melancolia. Ela era a

última dos imortais e ela sabia que os Fey a adoravam mais do que apenas o afeto

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compartilhado entre eles. Como a Mãe Terra, eles temiam que ela fosse seguir os

outros, que abandonasse seu voto e deixasse este reino.

— Nunca. - A voz de Nyx era suave, mas ela falou com caráter definitivo,

acariciando um preocupado skeeaed tanto quanto ela acariciava o gato selvagem, que

agora a seguia em todos os lugares. — Vocês não têm nada a temer. - Ela tranquilizou

L'ota e o grupo de Fey. — Eu nunca vou quebrar esse voto ou qualquer voto que eu

fizer por toda a eternidade. Agora, por favor, ajudem a colocar no lugar o cocar de luar e

de estrelas que foi presente da Mãe Terra, e não se preocupem mais!

Os Fey dançavam em torno dela, colorindo o ar de felicidade enquanto se

alegravam com a fidelidade de sua Deusa.

No canto do aposento da Deusa, dentro da mais profunda das sombras, algo

escuro se movimentava. Como se encolhesse para longe da alegria contagiante dos Fey,

aquilo deslizou, sem ser visto, pelo quarto.

A Mãe Terra estava à espera de Nyx. Ela já tinha tomado forma e estava em pé

diante do bosque, respirando profundamente a prímula perfumada a partir da qual ela

havia formado seu cabelo. Ela acariciou a pele lisa, curvilínea, que ela havia formado

para o seu corpo a partir da mais pura das argilas. Ela chamou o Ar para ela, dirigindo-o

a levantar o diáfano vestido que tinha criado para si. Ela sabia que ela parecia

especialmente sedutora. O sol se irradiou para baixo em seu bosque do amanhecer ao

anoitecer, e agora, ao horizonte, a lua assistiu.

A Mãe Terra estava satisfeita.

A Deusa se manifestou quando a lua, cheia e atenta, estava alta no céu da noite

clara.

— Nyx! Você me delicia! Você optou por minha hera para o seu cabelo. Ela

complementa o cocar como flores complementam um prado.

A Deusa tinha escolhido usar o rosto de uma menina com o cabelo louro

prateado e pele clara, e as tatuagens delicadas e familiares que decoravam os ombros

lisos. Mãe Terra sorriu quando Nyx corou de prazer.

— Obrigada! Os Fey ajudaram a me adornar. Eles são inteligentes e atenciosos,

embora eles raramente falem. - Nyx tocou o colar de cristal. — Um coblyn fez isso para

mim.

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— É tão bonito quanto o seu cocar! Eles devem ser criaturas muito especiais.

Estou curiosa para saber mais sobre eles, como eu não criei nada como eles. Nyx, você

os deixaria saírem para me visitar? Eu gostaria de ter a presença dos Fey.

— Claro! Tenho certeza de que ficariam encantados. Você se importaria se eles

se permitissem ser vistos por seus filhos? Eu acho que iria torná-los menos solitários,

embora eu deva avisá-la, alguns dos Fey podem ser um pouco travessos.

— Oh, não deixe que isso preocupe você. Meus filhos humanos poderiam usar

um pouco de maldade divina. Às vezes eu acho que a humanidade tornou-se muito

séria. Esqueceram-se da magia especial que pode ser encontrada em divertir-se

maleficamente e bondosamente. - O próprio riso da Mãe Terra fez com que os jacintos

dormindo no prado diante do bosque acordassem e explodissem em plena floração.

— Essas flores são tão bonitas! Os Fey particularmente adoram cores brilhantes.

Obrigada, Mãe Terra. - Nyx e a Mãe Terra sorriram uma para a outra e a Ilha brilhava

com alegria refletida.

Durante todo o tempo a Lua assistiu.

— Nyx, você poderia me contar mais sobre os Fey? Eu nunca conheci um.

— Oh, sim! Há tantos tipos deles.

O sorriso de Mãe Terra ficou satisfeito enquanto acariciava uma pedra branca

que tinha sido saturada pelo luar e chamou musgo para servir de carpete. — Vem, sente-

se ao meu lado. - Enquanto Nyx graciosamente acomodava-se, a Mãe Terra gentilmente

acenou com a mão através da grama que crescia em tufos ao redor da pedra.

Instantaneamente, várias plantas saltaram para vida, produzindo flores brancas, em

forma de trompete. Agradecendo cada planta, a Mãe Terra arrancou delicadamente as

flores livres e ofereceu uma a Nyx. — Beba lentamente, o néctar é tão delicioso quanto

é poderoso.

— Bebendo do cálice vivo, Nyx começou a descrever os diferentes tipos de Fey

para a Mãe Terra, que ouviu atenta e sorrindo, até que a lua relutantemente começou a

afastar-se. Onde o horizonte se encontrava com as águas cinza-azuladas que cercam a

ilha, o sol se aproximando fez o céu a corar.

— Eu não tinha ideia que era tão tarde. Você tem que me perdoar. Faz muito

tempo desde que eu tive a oportunidade de conversar.

— Adorável Deusa, eu me diverti muito hoje à noite mais do que eu tenho em

eras. E eu tenho uma confissão a fazer: você não é a culpada pelo comprimento da nossa

conversa. Eu mantive você comigo propositadamente até agora. Quero recompensar a

fidelidade.

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Nyx olhou assustada. — Mas isso não é necessário. Mãe Terra, eu vou

permanecer e cuidar de suas crianças. Eu lhe dei o meu voto. Eu não vou pedir uma

recompensa para manter minha palavra.

— É porque você não pediu que eu quero de recompensá-la. - Olhando de um

modo satisfeito consigo mesma, a Mãe Terra se levantou. Virando-se para o leste, em

direção ao sol nascente, ela levantou o rosto para a lua desaparecendo.

— Mas o que... - Nyx começou.

A Mãe Terra sorriu carinhosamente sobre o ombro para a Deusa. — Este

presente não é para amarrar você a mim. Confio na sua fidelidade. O que eu irei criar

esta noite é formado de amizade e apreço. Hoje à noite o meu único objetivo é acabar

com sua solidão, trazendo-lhe a alegria. - Então, com a jovem Deusa olhando com

curiosidade, a Mãe Terra levantou os braços.

— Lua, me escute antes de partir do meu céu. A Mãe Terra chama a ti! - Ela

deixou cair o queixo para que o seu olhar se focasse no céu acima, à ponta coral do sol

nascendo e disse: — Sol me escute antes de subir muito alto. Mãe Terra vos chama a ti!

Por um momento, nada aconteceu, mas a Mãe Terra não se desesperou. Ela

jogou o perfumado cabelo para trás e chamou o Ar até ela novamente. O elemento a

acariciava, revelando sua beleza exuberante. Ela chamou o Fogo até si para que ela

brilhasse com chama viva. Ela chamou a Água, e de repente o mar que rodeava a ilha se

acalmou e se tornou um espelho líquido, refletindo beleza da Mãe Terra. Ela chamou o

Espírito e fios de energia caíram sobre ela, aumentando sua forma já sobrenaturalmente

luminosa.

Com confiança, Mãe Terra esperou.

A lua respondeu primeiro, mudando para sempre o destino de Nyx.

Como se uma pedra tivesse perturbado a superfície de um lago adormecido, a

lua tremeu e, em seguida, se iluminou de cinza a prata. Muito acima do bosque, uma

voz profunda ecoou do céu.

A lua acaso escutou ao chamado da Mãe Terra. Qual é a tua vontade? A Lua

poderosa está ansiosa para cumprir.

Só então o sol ergueu-se acima do horizonte aguado, brilhando o amarelo e rosa

do alvorecer no chão gramado diante do bosque. Desde sobre as ondas calmas, uma voz,

igualmente tão profunda e poderosa, repetiu.

O sol acaso escutou ao chamado da Mãe Terra. O que é que te exige? O poder

do sol deve satisfazer aos seus desejos.

O sorriso de Mãe Terra era tão promissor e fértil como um prado na primavera.

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— Lua Poderosa e Sol Forte, guardiões gêmeos de meu céu, eu peço um favor

de cada um de vocês.

E o que eu ganho em troca? Ambas as vozes falaram ao mesmo tempo.

O sorriso de Mãe Terra não diminuiu. Ela ergueu o rosto para a lua. — Para

você, poderosa Lua, eu dou o domínio sobre os meus oceanos. Depois deste dia, a maré

vai seguir a sua vontade.

Eu aceito seu presente. A voz da lua retumbou, aprofundando com prazer.

A Mãe Terra olhou totalmente para sol nascente. — Para você, Sol forte, eu dou

o domínio sobre minhas terras setentrionais. Por todo verão, você reinará supremo lá, e

nunca se punha.

Eu aceito o seu presente. O sol concordou ansiosamente.

— Vocês fizeram um juramento a mim, assim, vocês são obrigados, assim seja!

- Proclamou a Mãe Terra. — Saibam primeiro que o que eu peço não é para mim, mas

para Nyx, a Deusa sempre fiel que manteve o seu voto e permaneceu, o último dos

filhos do Divino.

Houve uma ondulação no ar como a lua transmitindo surpresa. Eles se foram?

Todos os Deuses e Deusas?

— Todos, menos esta. - Disse a Mãe Terra.

O ar ao redor do bosque aqueceu com o choque do sol. Mas parece que foi

ontem que os Deuses e Deusas brincavam abaixo e acima.

— Para mim, também parece. – A Mãe Terra concordou. Então ela se virou,

acenando para a pálida, silenciosa Deusa para ficar ao lado dela. Segurando a mão de

Nyx, ela continuou. — Mas para Nyx, conhecida por muitos nomes pelos meus filhos,

esses dias e noites têm sido longos e vazios.

Ainda que eu não estivesse vinculado por voto para ajudar, eu estaria disposto a

recompensar esta Deusa solitária e encantadora. Disse que a Lua.

O sorriso de Nyx estava cheio de tímida delícia. — Obrigada, poderosa Lua. Há

muito que apreciava o seu rosto sempre em mutação e sua luz prata pura.

Eu também tenho o prazer de ajudar alguém tão leal e fiel. Disse o Sol.

— E obrigada, Sol forte. Seu calor de verão trouxe-me incontáveis dias de

prazer. - Disse Nyx, curvando-se para o leste.

— Maravilhoso! Então vamos fazer esse sonho se concretizar! - Gritou a Mãe

Terra.

— Como? Sinto muito, mas eu não entendo. - Disse Nyx.

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Diga-me, doce Deusa, se você pudesse ter um companheiro, trazido à vida pelo

poder da Lua e do poder do Sol, como você gostaria que este companheiro fosse?

Sem hesitação, Nyx respondeu: — Ele seria Guerreiro e amante, companheiro e

amigo.

— Muito bem, então é isso que você deve ter. – A Mãe Terra apertou a mão de

Nyx antes de soltá-la e voltar a sua atenção para a Lua de e o Sol.

Ela levantou os braços novamente, e desta vez começou a virar as mãos

suavemente, graciosamente, como se peneirasse fios invisíveis ao seu redor.

— Mais uma vez, eu uso o que o Divino me concedeu. Poder da Criação, eu

chamo-te diante do céu! Casando com o poder da Lua e com o poder do Sol, e trago à

vida um imortal como companheiro para minha fiel Deusa!

A voz de Mãe Terra assumiu uma cadência rítmica enquanto falava o feitiço:

Eu sou Ela

Tão amada pelo Divino

A criação é o meu presente

Eu sou Ela

Tão queria pelo Divino

Meu chamado da Terra para céu levantará

Eu sou ela

Tão bem quista pelo Divino

Lua! Sol! Céu! Juntem-se a verdade, juntem-se a certeza, juntem ao repentino!

Criem o guerreiro e amante, companheiro e amigo.

Não deixem minha amiga Deusa na solidão sem fim!

O céu acima do bosque ganhou vida com correntes de brilhante Magia Antiga

como a Energia Divina interminável obrigada a obedecer à ordem da Terra. Ela se

multiplicou e se dividiu, pulsando com a luz da criação tão brilhantemente que, mesmo

a Mãe Terra e a Deusa Nyx tiveram que proteger seus olhos. Então as correntes

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varreram para cima, até a Lua pálida, e subindo, subindo, até o nascer do Sol. A Lua e o

Sol brilharam, pulsando de forma tão esplêndida com a união que a Mãe Terra pensou

que parecia que o céu beijou primeiro a Lua, e então o Sol.

Houve uma explosão de luz acima e em torno da Mãe Terra e de Nyx, e então

tudo ficou quieto.

O Sol continuou a subir, em silêncio, distante. A Lua desapareceu no céu.

Mãe Terra tinha apenas começado a franzir a testa e estava pensando em como

ela iria penalizar tanto Lua quanto o Sol por não cumprirem seus votos quando ouviu o

surpreso suspiro de Nyx.

A Mãe Terra virou seu olhar. Ela estava olhando para cima, esperando um ser a

flutuar para baixo do céu. Mas as expectativas dela tinha sido incorretas. Os seres já

estavam lá, ajoelhando-se diante Nyx.

Em estado de choque, a Mãe Terra observou quanto dois jovens alados formados

a partir da junção do Céu e da Lua e do Sol e da Lua, levantaram o rosto e olharam com

adoração absoluta para sua Deusa.

— Eles têm asas! - Exclamou Nyx.

— E há dois deles. – A Mãe Terra, disse, franzindo a testa em consternação. —

Nyx, isto não foi exatamente como eu havia planejado.

— Eu acho que eles são perfeitos! - Disse a Deusa.

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3.

“Ela seria uma poderosa inimiga”

Recém-criado, Kalona abriu os olhos. Sua primeira visão foi a de Nyx. Ele não

sabia o nome dela até então. Tudo o que sabia era que sua beleza flechou dentro dele e

se alojou em algum lugar tão profundo que isso o deixou incapaz de falar.

Ela se aproximou dele em primeiro lugar, embora ele mal tivesse conhecimento

do outro ser ajoelhado ao seu lado. Ela estendeu a mão para ele e disse as primeiras

palavras que ele ouviu falar: – Eu sou a Deusa Nyx e eu o recebo com todo o meu

coração.

Sua voz era doce, musical e calmante. Kalona pegou a delgada mão dela

cuidadosamente dentro de sua própria mão, uma muito maior, percebendo a beleza

única da sua pele contrastante com a dele, mais escura, polida, mais áspera, enquanto a

dela era suave e pálida e absolutamente impecável.

Ainda assim, ele não conseguia falar. O sorriso dela fazia seu sangue esquentar e

ele sentiu o corpo corar.

— E qual é o seu nome? - Perguntou ela.

— Kalona. - Ele revelou.

— Kalona. Que belo nome! Suas asas são do prateado da lua cheia. Você deve

ser o filho da Lua. - Disse ela.

— Eu sou. - Disse ele, sem parar para admirar como ele sabia disso. – E eu fui

criado para você.

O sorriso dela ardia e Kalona podia sentir sua pulsação aumentar.

— Deusa Nyx, eu sou Erebus, filho do sol dourado. Daí a razão de minhas asas

não serem da cor do luar. Eu também fui criado para você. - O outro jovem alado falou.

– Desculpe-me, irmão, mas não posso permitir que você mantenha a Deusa para si

mesmo. - Brincou enquanto dava um passo em torno Kalona, puxando suavemente a

mão de Nyx da sua, então Erebus curvou-se com um floreio de asas douradas.

Nyx virou seu sorriso luminoso para Erebus e sua risada encantadora parecia

brilhar no bosque ao redor deles. — Erebus! Estou encantada com o filho do sol e o

recebo com todo o meu coração também.

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— Adorável Deusa, tenha um cuidado com o quanto de seu coração você dá de

presente. Você deu a Kalona todo ele. Você me deu todo ele. Certamente um de nós

será limitado? - Os olhos dourados de Erebus brilharam tão maliciosamente quanto seu

sorriso.

Kalona franziu a testa para Erebus e encontrou-se tendo de cerrar os dentes

contra um rugido feroz. Ele não deveria se atrever a falar com a Deusa assim! Kalona

teria gostado de bater aquele sorriso arrogante pra fora do rosto do jovem alado!

— Eu não acho que você deva começar este relacionamento admoestando sua

Deusa, jovem Erebus, especialmente porque eu posso ver que isso incita à ira de seu

irmão. - Kalona nem tinha notado o outro ser, até que ela começou a falar, movendo-se

para frente de modo que se posicionasse entre Nyx, Erebus e ele, quase como se ela

achasse que a Deusa precisava de proteção contra eles. Kalona estreitou os olhos para

esta mulher menor, pronto para corrigi-la, para lhe dizer que Nyx nunca precisaria de

proteção contra ele! Ele nunca, jamais, iria machucá-la! Mas os olhos da mulher

chamaram sua atenção antes que ele pudesse falar, e um aviso em suas profundezas

escuras o silenciou.

— Kalona, Erebus, por favor, cumprimentem minha amiga, a Mãe Terra. Vocês

devem agradecer a ela, pois foi ela quem permitiu sua criação! - Nyx disse sem fôlego.

O sorriso de Erebus era encantador, sua voz profunda e suave quando ele se

curvou para ela dizendo: – Grande Mãe, eu a saúdo e agradeço-lhe, e eu peço que você

esqueça a minha primeira tentativa, equivocada de humor. Garanto-vos que a minha

intenção não foi a admoestar minha Deusa, embora eu admita achar engraçado que eu

seja capaz de incitar tão facilmente à ira do meu irmão.

— Precoce, tão precoce! - Mãe Terra sorriu para Erebus enquanto ela falava,

abraçando-o com cuidado e deixando óbvio que gostava da preciosa criança do sol.

Kalona se levantou e se curvou profundamente, respeitosamente. — Saúdo-vos,

a Mãe Terra, e obrigado pelo papel que desempenhou na minha concepção.

— Não há de quê Kalona. - Ela abraçou-o também, mas Kalona pensou que foi

com muito menos calor do que quando ela abraçou seu irmão. A Mãe Terra recuou e

abordou os três deles. — Então cada uma de vocês reconhece que eu tenho uma

responsabilidade materna aqui. - Disse a Mãe Terra.

— De fato você tem, minha amiga. - Respondeu prontamente Nyx. — E eu vou

agradecer eternamente por isso.

— A eternidade é um longo, longo tempo. - Disse a Mãe Terra, estudando

Kalona e Erebus, por sua vez. — Devo supor que você vai querer levá-los de volta para

o Mundo do Além com você?

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O olhar de Kalona trancou com o de Nyx. Ele viu que seu rosto tinha um rosado

sedutor e embora seu olhar não deixasse o dele, sua voz se suavizou, parecendo quase

tímida. — Sim, eu vou.

— Hoje?

— Hoje! - Disse Nyx, balançando a cabeça, ainda sem afastar o olhar de Kalona.

— O Mundo do Além - Kalona disse, encontrando sua voz. — Até mesmo o

nome soa mágico.

Nyx o recompensou com um sorriso íntimo. — É lindo lá, muito parecido com

este planeta, só que ele é preenchido com divina Magia Antiga e poderes que são, por

vezes, difíceis de manejar até mesmo para mim. Esses poderes podem ser desgastantes.

- Ela terminou, de repente parecendo mais velha e cansada.

— Minha Deusa, eu vou ajudá-la a manejar os poderes que a esgotam. - Kalona

disse, dando um passo ansioso em direção a ela.

— E, no entanto, não é o seu lugar manejar a Magia Antiga no Mundo do Além

de Nyx- A Mãe Terra disse, também dando um passo mais perto.

Kalona sentiu o calor da energia da Mãe Terra e de seu descontentamento. Seus

olhares se encontraram o dela ainda mais inflexível do que o seu. Ela seria uma

poderosa inimiga... O conhecimento ecoou em sua mente.

Kalona recuou e baixou a cabeça ligeiramente em reconhecimento ao poder da

Mãe Terra.

Erebus pareceu não notar o intenso descontentamento da Mãe Terra. Sua voz era

tão leve quanto o seu sorriso. — O que queremos com a magia de Nyx? Há grande

quantidade de magia no Éter Divino que nos criou. Caso precisemos de energia, nós

temos, é só chamar ela. Ela deve responder-nos, como é o nosso direito de sangue,

como filhos do Divino. Grande Mãe, a nossa matriarca, garanto-vos, meu irmão e eu

não temos outros desejos senão o de servir a Nyx.

— Lembre-se, Mãe Terra, os imortais alados foram criados para mim e não

contra mim. - Disse Nyx, concordando com o imortal alado dourado.

— Sim eu sei. Eles foram criados por mim. – A Mãe Terra não era tão fácil de

aplacar. Ela enfrentou Kalona e Erebus. — Vocês foram criados por mim para servir

Nyx; portanto, é minha responsabilidade ver se vocês estão dispostos e capazes de

satisfazer os seus destinos individuais como guerreiro e amante, companheiro e amigo.

Nyx, você concorda que esta é a minha responsabilidade?

— A minha gratidão é tal que eu nunca vou debater responsabilidades com você.

Em vez disso eu reconheço abertamente que você é Mãe e Criadora de tudo isso. - Nyx

fez uma pausa, varrendo seu braço graciosamente em um gesto que abrangeu toda a

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terra, bem como os dois imortais alados. — Simplesmente me diga como você se

propõe a cumprir sua responsabilidade maternal. Não vou desautorizar você.

Kalona sentiu seu estômago apertar quando a Mãe Terra continuou a estudá-los

com cuidado, como se procurasse falhas.

— Eu tomarei à sua palavra, Nyx. Isto é o que proponho. - Mãe Terra, disse,

enviando a Nyx um sorriso maternal e aparentemente muito satisfeito. — Sob a minha

supervisão, seus dois Imortais alados devem completar, cada um, três tarefas para você,

provando que eles são poderosos, sábios e leais o suficiente para serem dignos de você.

— Isso soa encantador, não é? - Disse Nyx.

— Absolutamente. - Disse Erebus.

— Estou ansioso para provar o meu valor para você. - Disse Kalona.

— Encantador! - Nyx repetiu, encontrando o olhar de Kalona.

— Então começamos imediatamente. - Disse a Mãe Terra, o calor que o olhar de

Nyx para ele vinha borbulhando no sangue de Kalona.

— Imediatamente? - Disse Nyx, obviamente, menos satisfeita do que a Mãe

Terra.

— Oh, filha. - A Mãe Terra colocou o braço em volta da Deusa. — Saboreie

esses primeiros passos maravilhosos. A magia da descoberta é sempre mais doce se

tiver sido conquistada.

Nyx iluminou. — Você esteve certa até agora. Eu confio em você! - A Deusa

voltou-se para Kalona e Erebus. — Eu peço que vocês sigam os editais da Mãe Terra

como se fossem meus. Ela é a minha verdadeira querida amiga. - Nyx olhou deles para a

Mãe Terra. — O que você gostaria que fizessem?

— Haverão de ser três tarefas. Para cada um deles eu gostaria que Kalona e

Erebus escolhessem um elemento, três dos cinco elementos: Ar, Fogo, Água, Terra e

Espírito. Junto com o elemento de sua escolha, eu os presentearei com um fio de energia

da criação. Misture o meu presente com o poder do Divino que Erebus tão recentemente

reivindicou como seu patrimônio. - Ela fez uma pausa e inclinou a cabeça ligeiramente

para Erebus em reconhecimento. — E eles devem cada criar algo aqui - suas mãos

gesticularam para fora, um gesto que espelhava o de Nyx — que vai agradá-la lá. - Mãe

Terra levantou o braço, apontando para cima o azul brilhante do céu da manhã.

— Que ideia maravilhosa! - Disse Nyx, batendo palmas de felicidade.

Kalona franziu a testa. — Criação através de elementos? Criado aqui e

desfrutado no Mundo do Além? Eu não pretendo impertinência, Mãe Terra, mas como é

que vamos concluir essas tarefas sem saber nada sobre a Terra ou sobre o Mundo do

Além?

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Mãe Terra agitou as mãos com desdém. — Você carrega a imortalidade da

Energia Divina que criou todos nós. Olhe para dentro. Você já conhece o Mundo do

Além. O resto é simples, se você tiver tempo para aprender sobre a minha terra e os

meus elementos.

— E conhecemos a nossa Deusa. - Disse Erebus, sorrindo carinhosamente para

Nyx. — Fomos criados conhecendo a nossa Deusa. Satisfazê-la é o nosso prazer!

Kalona rosnou novamente.

Mãe Terra estreitou os olhos escuros sobre dele, dando-lhe um olhar duro, como

se ela fosse realmente uma mãe e ele o seu filho errante.

— Qual o elemento que você vai escolher primeiro? - Perguntou Nyx,

aparentemente alheia à tensão entre Kalona e a Mãe Terra.

Kalona estava certo de que a Deusa tinha falado com ele, mas foi seu irmão que

respondeu: — Ar, é claro. Foi a partir do ar que fomos formados para você. É justo que

o Ar continue a agradar você.

— Uma excelente escolha, Erebus. - Disse a Mãe Terra. — Até que você

conclua a sua criação, eu concedo-lhe domínio sobre o Ar! Então, eu tenho dito; Que

assim seja! -Uma lufada de vento caiu sobre eles, pontuando suas palavras. Então ela

pegou a mão de Nyx e envolveu-a através de seu braço. — Venha, Nyx, vamos deixar

os seus imortais para o primeiro de seus testes, enquanto bebemos mais néctar e você

me conta um pouco sobre suas interessantes Fadinhas.

— Mas, o que é exatamente que devemos criar? - Perguntou Kalona, odiando o

desespero que ele ouviu em sua voz.

Mãe Terra o olhou por cima do ombro. — Se você é inteligente o suficiente para

reivindicar um lugar ao lado desta adorável Deusa fiel, você é inteligente o suficiente

para descobrir isso por si mesmo. A menos que você falhe no teste, Kalona.

— Eu não irei falhar. - Kalona disse estridente.

— Mas se você falhar - Mãe Terra disse: — não lhe será permitido o acesso ao

Mundo do Além, não até passar em todos os três testes. De acordo?

— Concordo de boa vontade - disse Erebus.

— Concordo. - Kalona disse, embora com relutância.

— Mas eu tenho certeza de que você não vai falhar. - Disse Nyx. Suas palavras

eram um bálsamo para ele até que ela virou o olhar dele a seu irmão. — Nenhum de

vocês irá me decepcionar. E eu não posso esperar para ver suas criações!

— Oh, uma última coisa. - Disse a Mãe Terra. – Meu mundo é povoado por

seres humanos, mortais criados por mim na imagem dos imortais. Eles são amados por

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mim. Tomem cuidados com eles. Sem dúvida, eles vão confundi-los com Deuses. Se

vocês tiverem que interagir com eles, estejam certos de que eles saibam que estão

errados. Vocês são guerreiro e amante, amigo e companheiro, vocês não são Deuses.

Vocês me entenderam?

Os imortais alados murmuraram garantias que fizeram, de fato, entender a Mãe

Terra.

— Bom! Quando vocês tiverem ganhado bastante conhecimento e estiverem

prontos, usem o Ar para me convocar. Nyx vai me acompanhar. Como sua Deusa ela

que tem o direito de julgar as suas criações. Eu desejo a vocês sorte em seus

empreendimentos. - Disse a Mãe Terra.

— E eu estou ansiosa para receber vocês no Mundo do Além quando os testes

forem concluídos. - Disse Nyx, sorrindo para Kalona e Erebus, por vez.

Então, mudando rapidamente de divinas para juvenil, as duas mulheres uniram

suas cabeças, uma tão luminosa quanto à lua cheia, a outra tão escura e misteriosa como

a terra em que eles estavam. Rindo e cochichando, desapareceram no bosque verdejante.

Kalona olhou o rastro de sua Deusa, desejando nada mais do que se apressar

para Nyx e puxá-la da Mãe Terra, puxá-la para longe de qualquer coisa e qualquer um

que tentasse ficar entre eles.

— Ela é requintada, não é, meu irmão?

Kalona desviou o olhar do bosque para encarar Erebus. Recusando-se a falar

com ele sobre a Deusa, ele disse: — Ar? Por que você escolheu um elemento tão

intangível para dominar?

Erebus deu de ombros ensolarados. Kalona notou que seu cabelo brilhava com o

mesmo fogo dourado de suas asas. — Minha única resposta é a que eu já dei a nossa

Grande Mãe: é a partir do ar que nascemos. Parecia lógico que ele devesse ser o

primeiro elemento que comandaremos.

— Ela não é minha mãe. - Disse Kalona, surpreendendo a si mesmo.

As sobrancelhas douradas de Erebus se ergueram. — Eu acho que a nossa Deusa

pode discordar de você.

Nossa Deusa. Kalona odiava o som dessas palavras. — Gaste seu tempo

pensando no que você irá criar. - Kalona disse bruscamente ao seu irmão. — Pois eu lhe

asseguro que o que eu criarei será digno dela.

— Eu não acredito que estes testes foram feitos para ser uma competição. - Disse

Erebus.

— Bem, irmão, eu acho que a nossa Deusa pode discordar de você. - Com essas

palavras, Kalona tomou vários passos largos em direção ao litoral. Ele foi até a sua

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borda, batendo suas asas poderosas e usando correntes invisíveis de energia para

levantar-se.

Ele podia sentir o olhar de Nyx sobre ele e, pouco antes de desaparecer no horizonte,

Kalona olhou para trás. Ela estava em pé na borda do bosque, olhando para ele e

sorrindo com um calor que ele podia sentir contra sua pele. Kalona encontrou os olhos

dela e tocou os lábios com a mão. Quase como se fossem seres espelhados, Nyx ergueu

a própria mão para tocar seus lábios.

Ela me ama mais! As palavras em sua mente combinavam com a batida de suas

poderosas asas enquanto Kalona subia para o céu, com a intenção de criar o que iria

provar que ele era digno da benevolência de sua Deusa.

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4.

“Naquele momento, Kalona estava absolutamente feliz.”

Kalona não pensava muito da terra mortal. Ele atravessou um grande corpo de água para

encontrar um grande e fértil continente. Mas muito dele era quente demais ou frio

demais. Grande parte do continente era desabitada e, o a parte que era povoada pelos

filhos humanos da Mãe Terra estava longe de ser o que Kalona havia predeterminado

inconscientemente considerado ser civilizada. Ele os evitou. Os seres humanos podem

ter sido criados a partir da imagem de Nyx, mas eles pareciam desinteressantes quando

comparados com a glória da sua Deusa. Kalona percorreu o vasto continente pensando

em Nyx.

Ele finalmente foi descansar perto do centro do continente, erguido por uma extensão de

ervas selvagem que pareciam estender-se a partir de baixo dele por todo o caminho até o

horizonte ocidental. Ele desceu para a terra na borda de uma grande pradaria, perto de

um riacho com um banco de areia que percorria seu caminho musicalmente ao longo do

rio em meio a pedras lisas. Kalona bebeu da água limpa, fria e, em seguida, ele se

sentou de volta contra a casca áspera de uma árvore.

O que ele poderia criar a partir do ar invisível e poder divino para agradar Nyx? Ele

procurou dentro de si e facilmente encontrou o poder divino que percorria pelo seu

sangue. Usando-o, ele concentrou sua consciência para fora e para cima, muito acima da

borda da pradaria e da terra mortal. Lá ele encontrou correntes de magia, correntes do

Poder Divino, a mesma força bruta e antiga que corria dentro de seu sangue.

Experimentando, Kalona roubou um fragmento de energia etérea, puxando-o para baixo

para ele. Então ele se levantou, preparando-se, e chamou um pouco hesitante:

— Ar?

No mesmo instante, o elemento respondeu, girando em torno dele.

— Mostre-me o que você pode fazer. - Kalona se sentiu um tolo falando em voz alta

para um elemento invisível. Ele apontou para uma enorme árvore que tinha de alguma

forma crescida longe da área das outras árvores, orgulhosa e sozinha, bem nas ervas

altas da pradaria. — Com a ajuda do Poder Divino, eu comando o Ar para criar esse o

que pode ser visto a partir do Mundo do Além!

Ar circulou em volta dele, capturando o fio de energia etérea, e com um rugido

poderoso, ele soprou a árvore, que explodiu em uma enorme nuvem de madeiras e

lascas que dispararam para longe, no céu que Kalona perdeu de vista. Grandes pássaros

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pretos, perturbado em seus poleiros, resmungaram e circularam-no, como se o

estivessem repreendendo-o.

O imortal suspirou. Ele não achava que a explosão de uma árvore, não importa o quão

espetacular fosse...

Os pensamentos Kalona foram interrompidos por um súbito afluxo de poder, algo que

vertida para ele, como se tratasse de uma retro lavagem de energia a partir da destruição

da árvore.

Kalona balançou a cabeça, limpando seus pensamentos. Seu corpo formigava

brevemente, mas dentro de segundos a sensação se dissipou, deixando com que sentir-se

vazio e confuso. Ele franziu a testa. Ele deveria lembrar que ele era novo nesse mundo,

novo para os poderes que ele tinha nascido para controlar. Talvez ele estivesse

destinado a absorver os restos de energia não utilizada. Kalona passou a mão pelos

cabelos longos e espessos, falando sua frustração em voz alta. — Como vou saber? É

lamentável que a Mãe Terra não pudesse dar tempo para me adaptar e compreender

antes que ela impusesse testes em cima de mim, especialmente os testes que se destinam

a estabelecer o meu valor.

Bem, ele tinha usado com sucesso o Ar e o poder do Divino juntos. E o resultado,

provavelmente, poderia ter sido visto a partir do Mundo do Além, bem como a partir do

Sol e da Lua. Mas Kalona não acreditava que Nyx iria encontrar a visão de lascas,

poeira e pássaros irritados muito agradáveis. Certamente não o agradou enquanto

minúsculos fragmentos da árvore começaram a chover. Kalona ainda estava franzindo a

testa quanto ele escovou o pó de madeira liquida de suas asas. — O Ar é um elemento

ridículo, - ele murmurou e, em seguida, envolto em uma nuvem de pó de madeira, ele

tossiu e continuou escovar poeira e fragmentos de madeira de suas asas.

— Oh Alado! Santo Deus! Rogamos a conhecer o seu nome para que possamos adorá-

lo e não incorrer em sua ira! Por favor, não nos destrua como você fez Árvore do

Grande Espírito!

Tossindo, Kalona olhou para cima de suas asas. Fechando os olhos através do ar

carregado de pó, ele viu um grupo de nativos vestidos de couro e penas e conchas

ajoelhando-se na margem oposta do fluxo do rio. Ele olhou para trás e abafou um

suspiro e outra tosse, registrando mais um na sua lista de erros, ele foi tão concentrado

na pradaria de grama e em empunhando seu poder que ele não tinha notado que ele veio

para a terra não muito longe de um assentamento humano.

Kalona deu de ombros. Coberto de poeira ou não, ele tinha que dizer alguma coisa para

estes curiosos e equivocados filhos da Mãe Terra.

—Eu sou Kalona, - disse ele. Eles se encolheram de medo, e ele percebeu que deveria

modular o poder em sua voz. Ele limpou a garganta e começou de novo. —Eu sou

Kalona, e eu não vim para destruí-los.

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— Kalona das Asas Prateadas, como podemos adorá-lo? - Perguntou o homem que

tinha falado primeiro. Ele estava amassado e dobrado, mas enfeitado com mais penas e

conchas do que os outros, e seu rosto e peito à mostra foram pintado de redemoinhos

cor ocre.

— Não, não é pela adoração que estou aqui, - disse Kalona.

— Mas você matou Árvore do Grande Espírito! Você é mais forte do que ele. Agora

você encheu o ar com evidência de seu poder, e os corvos chamaram por você.

Rogamos que você não seja como o Coiote Malandro. Vamos trazer oferendas e o

melhor da nossa carne cozida para comer. A mais bela das nossas servas para aquecer

sua cama e dançar a Dança do Nascer do Sol para você. Só não nos destrua!

— Você não entende. Estou não...

As palavras de Kalona foram cortadas como o ar cheio de pó e de repente uma mulher

requintada se materializou. Ela estava vestida com o mais puro dos couros brancos

aparadas em pedras azuis, contas vermelhas redondas, e esculpida em um cocar de

ossos. Seu cabelo escuro passava de sua cintura delgada. Seus pés delicados estavam

nus, seus tornozelos decorados com cordas e conchas, de modo que cada vez que ela se

movia, ela fazia música. Sua pele marrom fora pintada com símbolos antigos em um

azul tão escuro e rico que parecia líquido e sempre mudando. Embora na aparência ela

fosse totalmente diferente de sua primeira visão da Deusa, Kalona imediatamente sabia

que esse ser radiante era Nyx.

Os seres humanos se ajoelharam novamente e começou a gritar “Estsanatlehi!"

— Amada Mulher da Transformação!

— Salve-nos do Kalona de Asas Prateadas!

Kalona tossiu mais uma vez e, em seguida, apressadamente tentou explicar:

— Eu não sabia que era sua árvore.

Nyx caminhou em direção a ele e pegou em sua mão, apesar de sua atenção, e seus

belos olhos escuros, estarem voltados inteiramente para os seres humanos.

— Meu povo não tema. Kalona de Asas Prateadas não é um destruidor, nem é um Deus.

Ele é meu... - Nyx fez uma pausa, levando o olhar para ele. Kalona tinha certeza que ele

viu diversão em seus olhos, embora ela tenha escondido seu sorriso bem. — Meu

guerreiro, meu Destruidor de Monstros e meu Matador de Inimigos. - concluiu.

— Será que a Árvore do Grande Espírito ofende-a, Estsanatlehi? De modo que você

enviou o seu Matador de Inimigos contra ele? - perguntou o homem pintado e coberto

de penas.

— Não, Shaman. Meu guerreiro só foi abrindo caminho para uma nova Árvore do

Grande Espírito, uma que dará frutos. Eis aqui o meu presente para vocês! - Nyx soltou

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a mão de Kalona e se virou para o buraco negro vazio onde a árvore costumava ficar.

Ela começou a mover seus pés descalços em uma dança que teve o ritmo de um

batimento cardíaco, acompanhada pela música das cordas de conchas que decoravam

seus tornozelos. —Ouça-me, oh Mãe Terra. Eu sou Estsanatlehi, A Mulher da

Transformação, Prenunciadora dos Povos. Peço que a Árvore do Grande Espírito

renasça e dê frutos para alimentar o meu povo. Ouça-me, oh Mãe Terra. Eu sou

Estsanatlehi, A Mulher da Transformação, Prenunciadora dos Povos... - Nyx repetiu sua

canção mais e mais, até que ela tivesse dançado ao redor do buraco negro três vezes.

Com o círculo concluído, ela quebrou um talão vermelho rodada de seu vestido e jogou-

a no buraco com um tiro vitorioso.

Kalona ofegou juntamente com os seres humanos quando uma árvore instantaneamente

germinou a partir do centro do furo, crescendo e criando membros que se alongava a

brotação, floração, em seguida, preenchido com folhas simples, brilhando verde na parte

de cima e de prata na parte inferior. Kalona piscou, e toda a árvore estava carregada de

gordas frutas vermelhas.

— Desfrutem e compartilhem esse fruto, e lembre-se que a sua Deusa não é destrutiva

ou vingativa – Nyx disse, movendo-se de volta para o lado de Kalona. — Como sempre,

eu desejo que vocês abençoados sejam. - concluiu. Então ela deslizou os braços ao redor

do pescoço de Kalona e sussurrou em seu ouvido: — Você deve me levar daqui agora.

Ainda com dificuldade de respirar, Kalona ergueu a Deusa em seus braços e saltou no

ar, segurando-a firmemente como suas poderosas asas indo em direção ao céu.

— Ali, - disse Nyx, apontando para baixo. O terreno tinha mudado abaixo deles. Ele

tinha começado a rolar suavemente e foi coberto com aglomerados de árvores altas. A

Deusa fez sinal para além das árvores, em direção a um amplo rio escuro salpicado de

bancos de areia e forrado com esfoliação. — Você pode me colocar lá em baixo.

Kalona circulou até que encontrou um livre banco levemente inclinado de ervas

daninhas e pincel. Ele aterrissou suavemente.

—Você não tem que me segurar agora, - disse ela. A cabeça de Nyx estava descansando

em seu ombro, como tinha estado durante a maior parte de sua jornada. Ele não podia

ver seu rosto, mas ele podia ouvir o sorriso em sua voz. Isso lhe deu coragem.

— Eu gosto de você segurando, - disse ele.

—Você é muito forte, - disse ela, rindo baixinho.

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— Agrada a você que eu seja forte?

— Me agrada quando você tem que me tirar rapidamente longe de uma situação

complicada.

Kalona a colocou no chão e, em seguida, embora ele permanecesse perto dela, levando

ambas as mãos na sua. — Perdoe-me por isso. Minha intenção não era assustar os

mortais. Eu estava... Eu estava tentando... – Sua voz sumiu e Kalona sentiu seu rosto

aquecer de vergonha.

Nyx sorriu e acariciou sua bochecha com a mão livre. — Você estava tentando o quê?

— Agradar você! - Disse ele de uma vez.

— Você pensou destruir uma árvore iria me agradar?

Ele balançou a cabeça e poeira árvore caiu de seu cabelo em seu rosto. Nyx espirrou

violentamente três vezes e esfregou os olhos lacrimejando.

— Perdoe-me outra vez! - Ele ergueu as mãos impotente, tentando ajudá-la, e, como se

tivesse apenas à espera que o movimento de suas mãos, mais poeira choveu de seus

braços em seu rosto. Ela espirrou novamente e, incapaz de falar, fez um gesto para ele

dar um passo atrás. Frustração brilhou através dele, atraindo pedaços de poder divino.

Com uma ideia repentina, Kalona desabafou: — Ar, ajude a criar uma paz reconfortante

para Nyx!

Ele prendeu a respiração enquanto o ar girou em torno de sua Deusa, carregando os

fragmentos luminosos de seu poder para que eles gentilmente tocassem sua pele,

soprando a poeira de seu rosto e deixando-a piscar a última de suas lágrimas e sorrindo

para ele.

— Agora, isso me agradou. Obrigado, Kalona.

— Então você me perdoa pelo o que eu fiz com a árvore? E assustar aqueles seres

humanos? E a poeira?

— É claro que eu o perdoo. Você não quis ofender nem machucar com nada disso.

Embora eu ainda não consiga entender o que você tentou criar lá.

— Algo que você pode ver a partir do Mundo do Além -, disse Kalona. E acrescentou:

— Minha invocação foi falha, minha intenção confusa. Eu não tenho certeza do que eu

esperava que acontecesse, mas tenho certeza de falhei.

— Oh, eu não diria que foi um fracasso total. Você fez chamar minha atenção, porém,

foi porque eu senti o medo do meu povo.

— Honestamente, eu não tinha nenhuma intenção de machucá-los. - disse ele.

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— Eu acredito em você, mas devo também dizer-lhe o que a Mãe Terra não explicou

totalmente a você ou Erebus. Muitos de seus seres humanos são infantis em suas

crenças. Eles são facilmente assustados e contam histórias elaboradas para fazer sentido

daquilo que eles não conseguem entender completamente. No entanto, eu especialmente

gosto da raça de mortais que você conheceu hoje. Eles têm um profundo amor e respeito

para com a Terra, e uma lealdade que toca meu coração. Eu provavelmente apareço a

eles mais do que devia, mas eu aprecio as histórias que eles contam sobre mim.

— É por isso que você está com essa aparência hoje? Porque eles não iriam reconhecê-

la se eles te vissem como você era antes?

— Sim, em parte. Acho que as diferentes raças da humanidade ficam mais confortáveis

se eu aparentar ser tanto quanto eles possível. - Nyx sorriu, de repente, como se fosse

uma garotinha. — E eu gosto de assumir diferentes rostos. Eu encontro a beleza em

todas elas. Assim como eu encontro beleza em muitos da terra e dos mortais que

habitam. - Ela apontou para o grande rio de areia. — Eu amo a água deste mundo, tudo

a partir de rios como este, para os grandes lagos que ficam ao norte daqui, e os oceanos

cor de safira e turquesa que separam os continentes. Sua beleza me intriga. Há um lago

a noroeste desta terra que é tão azul e profundo e frio que me deslumbra cada vez que eu

vou visitá-lo.

- Não existem corpos de água no Mundo do Além?

— Claro! Mas não como os daqui, não tão profundos e misteriosos e aparentemente

intermináveis. E aqui eles não são preenchidos com sereianos e Feys. Os Fey raramente

me permitiriam desfrutar da tranquilidade do dos rios flutuantes, livre de preocupações

e responsabilidades, em um local fresco, como este lago. - Sua expressão era de sonho e

ela balançava em direção a ele. — Posso te contar um segredo?

— Você pode me dizer muitos segredos. Gostaria de guardá-los para toda a eternidade.

— Eu acredito que você faria isso. Obrigada, - disse ela, e inclinou-se, beijando-o na

bochecha. — O meu segredo é que às vezes eu altero minha aparência para visitar a

Terra, fingindo ser mortal. Sento-me e olho através de um lago ou um rio ou um oceano,

e eu sonho.

— E o que você sonha Deusa? - Perguntou Kalona, a pele do seu rosto ainda

formigando pelo seu beijo.

— Eu sonho com amor e felicidade e paz. Eu sonho que não há escuridão ou Trevas

neste mundo ou no meu. Eu sonho que os mortais irão parar de lutar uns contra os

outros e unir-se em seu lugar. E eu sonho que eu não serei eternamente sozinha.

— Mas você é uma Deusa, imortal, divina e poderosa. Você não poderia forçar os

mortais a serem pacíficos para afugentar a escuridão?

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O sorriso de Nyx estava triste. — Eu poderia se quisesse tirar o livre arbítrio deles. Eu

não gostaria de fazer isso, no entanto. E eu prometo a você, eles não iriam querer

também. E eu estou começando a entender que, mesmo na ausência de livre arbítrio não

iria livrar este mundo ou o meu da escuridão.

— Explique essa escuridão de que você fala, - disse Kalona.

— Eu não acho que eu consiga, ou pelo menos não muito bem. Eu sou inexperiente com

ela. Até agora eu só havia percebido a sua malevolência e testemunhei aqueles sob sua

influência fazem. Os seres humanos podem ser muito cruéis quando são incitados. Você

sabia disso?

Kalona não sabia, mas ele percebeu que ele sabia disso porque ele não estava prestando

muita atenção aos mortais que habitavam a terra. Seu único foco tinha sido em ganhar o

seu lugar ao lado de Nyx. Ele tinha apenas começando a entender que ele pode

precisava estar ao lado dela por razões mais do que o desejo que sentia por ela.

— Você está em perigo, Nyx?

A Deusa encontrou seu olhar. — Eu não sei.

— Estes testes ridículos! Eles me mantêm longe de você. Eu deveria estar ao seu lado,

protegendo-a!

Ela estudou-o com cuidado, não reagindo a sua explosão. Eventualmente, ele sentiu-se

tolo, e olhou para longe do no rio preguiçosamente fluindo.

— Você está ansioso para falar sobre o conflito dos humanos e os perigos das Trevas.

Você é rápido para pular para minha defesa.

— Sempre! - Ele garantiu a ela, se perguntando por que ela de repente parecia tão triste.

— Mas você não diz nada da minha solidão eterna.

— Eu pensei que eu não precisava dizer nada, que você compreenderia que se eu fosse

o seu protetor, eu estaria ao seu lado, seria seu amante e companheiro, cuidando

eternamente de você.

— Kalona, talvez uma boa lição para você aprender é nunca presumir que você sabe o

que é uma deusa, ou qualquer mulher, está pensando, - disse Nyx. Com um sorriso ela

fez sinal para ele se juntar a ela enquanto ela se sentava suavemente em um tronco e

começou a pegar através dos seixos de pedras que estavam em seus pés descalços,

escolhendo alguns e descartando outros.

Kalona se sentou e, sem saber o que dizer em seguida, deixou escapar, — A Terra

realmente é como o Mundo do Além?

— Sim e não, - explicou ela. — A terra é para o Mundo do Além assim como a Árvore

do Grande Espírito do povo é a uma Deusa.

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— Então, a terra é apenas um reflexo pálido do Mundo do Além, - Kalona disse,

incapaz de manter o alívio de sua voz.

O olhar de Nyx foi ao encontro do seu brevemente antes que ela voltou-se para a

escolha das pedras. Ela continuou:

— Apesar de ter apenas um reflexo do Mundo do Além, há uma beleza única no mundo

que se torna ainda mais, especial e preciosa, porque nada permanece o mesmo aqui. A

humanidade vive e morre e, em seguida, vive novamente. As estações mudam. Os

continentes mudam. A vida humana acontece aqui, o amor acontece aqui, o nascimento

e a morte acontecem aqui. O tempo da humanidade é breve, mas fascinante e comovente

e requintado. E eu espero que vá chegar o dia você vai dar valor aos seres humanos, e a

terra, que eu faço.

— Eu valorizo você, acima de todas as coisas, - disse Kalona.

Nyx encontrou seu olhar. — Eu sei que você faz. Eu podia sentir a nossa ligação ao

primeiro olhar que eu dei aos seus olhos âmbar. Desde então, eu acredito que você já me

intoxicou.

Kalona caiu de joelhos diante dela. — Diga-me o que eu posso criar que lhe agradar

ainda mais! Eu quero apenas te fazer feliz e estar ao seu lado sempre como seu protetor

e companheiro.

— Kalona, filho da Poderosa Lua que eu amo tanto, eu não posso te dizer o que criar

para mim. Seria injusto para com a minha amiga, a Mãe Terra. É que ela é quem é

responsável pela sua criação. É ela quem criou os testes que devem passar. Eu não

posso, não, usurpar suas responsabilidades. O que eu posso lhe dizer é que eu desejo

apenas que você seja você mesmo, - forte, honesto - nesses testes, e durante a eternidade

que possamos compartilhar juntos. - Ela tomou sua mão, em seguida, e ficou de pé,

puxando-o para cima com ela. — Agora eu gostaria de compartilhar algo com você

sobre este, mutável, engraçado e fabuloso mundo. Venha comigo!

Tão ágil como uma garotinha, Nyx pulou em direção à borda de areia da margem do rio.

Voluntariamente, Kalona seguiu a música de conchas que ela deixou em seu rastro. Eles

chegaram à margem do rio, e Kalona percebeu que ela estava segurando a saia de seu

vestido de camurça, de modo que uma bolsa havia sido criada em que ela carregava uma

pilha de pedras que ela tinha escolhido.

— É isso o que você faz. Você escolhe uma pedra, o quanto mais suave, mais redonda,

e inclinada, melhor. Então você a joga assim! - Com um movimento hábil de seu pulso,

a Deusa soltou uma pedra, jogando-o para o rio que se movia lentamente.

Kalona riu alto de surpresa quando sua pedra não afundou. Em vez disso, saltou por

cima da água, tão graciosamente quanto Nyx tinha pulado para a borda do banco. Em

seguida, a Deusa pulou de felicidade. — Cinco vezes! Ela pulou cinco vezes! Essa foi

especial. Aqui, tente você.

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Hesitante, Kalona escolheu uma pedra, esperando que fosse suave e redonda e plana o

suficiente. Ele franziu a testa em concentração. Ele tentou apontar. Ele lançou seu pulso

várias vezes na prática, não deixando que o pedra soltasse de sua mão ainda, com a

intenção de fazê-lo o mais perfeito possível.

— Kalona.

A voz de Nyx era suave. Ele se virou para ela interrogativamente.

Ela se inclinou para ele, levantou-se nas pontas dos pés descalços, e beijou-o

suavemente, suavemente nos lábios. Seus braços foram ao redor dela e ele inspirou o

cheiro único de sua pele. O que era? Algo doce e algo de terra que o absorveu para ela e

fez querer nada mais do que estar perto dela para sempre. — Isso é para ser divertido,

não é um teste, - ela sussurrou. — Relaxe, meu poderoso Matador de Inimigos. Eu

acredito que você poderá ser o meu companheiro e guerreiro. - Obviamente relutante em

deixar seus braços, ela se soltou lentamente, deixando sua mão ficar em seu peito. —

Agora, divirta-se! - Disse ela, empurrando-o para trás, de modo que suas asas tinham

levantado para impedi-lo de cair para trás.

Nyx riu, em seguida, fechou a mão sobre a boca e riu um pouco mais.

Kalona pensou que sua risada era tão envolvente quanto o cheiro dela era sedutor. Ele

endireitou-se, caminhou à beira da água, e sem mirar em algo especifico, jogou a pedra

no rio, onde ela aterrissou com um som “plop” líquido e afundou imediatamente.

Ele olhou para Nyx, que estava tentando, sem sucesso, abafar mais risos. — Bem, -

disse ele com falsa seriedade. — Parece que ao contrário de você, eu só posso fazer uma

coisa bem de cada vez.

Nyx engoliu outra risada e inclinou a cabeça para ele. — E o que é essa uma coisa que

você está fazendo bem?

— Eu estou sendo inebriado, - disse ele, e estendeu a mão para escovar um resquício do

persistente pó de madeira de seu peito.

Os olhos escuros de Nyx se iluminaram com humor. Ela sorriu para ele e disse:

— Bom. Então vou continuar derrotando você em lançar pedra na água e em qualquer

outra coisa que eu fizer. - A Deusa lançou outra pedra sobre a superfície do rio e gritou

em triunfo quando ela pulou seis vezes antes de desaparecer abaixo da superfície.

Kalona coçou o queixo. — Talvez eu devesse trabalhar em ser menos inebriado.

Nyx sorriu para ele. — Por favor, não. Eu prefiro que você seja exatamente como você

é.

— Então que assim seja. - Kalona acariciou sua bochecha suavemente com a palma de

sua mão antes de segurar uma pedra lisa de sua pilha e movimentando-a para dentro do

rio, onde ele pulou três vezes antes de afundar.

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Os aplausos de Nyx se juntaram a ele e, rindo, Kalona começou a lançar pedras uma

após a outra, lado a lado com a sua Deusa.

Naquele momento, Kalona estava absolutamente feliz.

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5.

“Eu sinto saudades de você no instante em que eu não estou na sua

presença”

— Eu sei que eu estou favorecendo Kalona, - Nyx disse, encarando seu reflexo no

espelho enquanto L’ota penteava o cabelo loiro prateado e começou a trançá-lo em um

padrão impossivelmente complicado. — Não é a minha intenção. Não é como se eu não

gostasse de Erebus. Pelo contrário! Toda vez que vejo Erebus ele me faz rir. Ele é tão

inteligente e talentoso. Você sabia que ele pode cantar e tocar lira? Na verdade, era a

sua voz que ontem me chamou do Mundo do Além para a Grécia. Ele estava tocando e

cantando tão bem que todos de Delos1 o haviam nomeado Alado Apollo Encarnado.

Eles estavam colocando ramos de oliveira a seus pés e adorando-o.

Não deve ser adorado. A skeeaed sussurrou desaprovação.

— Oh, não, ele não permitir que eles o adorassem. Mesmo antes que ele soubesse que

eu era parte da multidão ele riu de ser chamado de Deus e fez um grande show de notas

que faltavam, fingindo que ele era um músico itinerante e não muito bom nisso, e que

suas asas eram parte de seu traje. Com um golpe de mão muito rápido para os olhos

mortais a seguir, ele chamou o Ar e misturou com a Energia do Divino, e de repente ele

estava usando uma máscara que o fazia parecer como um pássaro bobo. Dentro de

instantes, ele tinha o público rindo e seguindo-o em uma dança engraçada, e totalmente

esquecendo o quanto divino ele realmente é. - Nyx sorriu quando se lembrou de como o

doce e bobo Erebus fizera-se parecer, só para o benefício dos mortais assistindo.

Ela se perguntou se Kalona teria feito o mesmo se ela não aparecesse para interceder

entre ele e o povo da pradaria. Seu sorriso desapareceu. Ele havia negado sua divindade,

não tinha?

Você está pensando no Outro. Disse L'ota.

— Estou. Eu penso nele frequentemente. Alguma coisa aconteceu quando eu olhei pela

primeira vez em seus olhos, algo maravilhoso.

Deve ser digno de você. O skeeaed disse, sua voz sussurrando soando invulgarmente

forte.

Nyx deu-lhe um olhar curioso. — L'ota, ambos foram criados para me, Erebus e

Kalona. Os testes da Mãe Terra são apenas uma formalidade. Ela esta, afinal de tudo,

1 Delos: Ilha grega que se situa aproximadamente no centro do grupo de ilhas do Mar Egeu conhecido como Cíclades, tendo servido como santuário de Apolo na Antiguidade Clássica, e sendo considerada mesmo o berço desse deus, bem como de Ártemis.

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agindo como uma mãe, o que significa que ela está sendo carinhosamente, mas

previsivelmente, super protetora. A skeeaed não encontrou o olhar da Deusa no espelho,

e Nyx deu de ombros.

— Não importa. Eu não espero que você entenda pequena L'ota. Erebus e Kalona não

são de sua preocupação. Agora, onde estão as dríades que eu convoquei? - Nyx

levantou-se e caminhou até a parede de janelas que davam vista para os jardins

requintados de seu palácio, sem perceber que a skeeaed tinha ido para um canto em

silêncio e mal humorada ao ouvir as palavras de desprezo da Deusa. — Eu pedi a um

grupo de dríades para reunir gardênias do reino mortal de modo que você pode tecê-las

em meu cabelo. Você já reparou que desde que eu lhes permiti visitar a terra, as dríades

sempre parecem distraídas?

Apenas observo o que você comandar. L'ota murmurou baixo demais para Nyx ouvir.

A Deusa tinha se afastou da janela para olhar para a skeeaed quando sua câmara

explodiu em uma enxurrada de dríades cujos braços estavam cheios de flores brancas

perfumadas, mudando de cores vertiginosas de verdes e azuis e roxos em sua excitação.

— O que vocês... - Nyx parou, percebendo o que deve ter causado a emoção das

Dríades.

— Um deles está pronto para começar seu teste!

O Fey pulou e dançou em volta dela, caindo gardênias no cabelo dela, e fazendo com

que a pequena L'ota rapidamente reorganizasse as tranças de sua Deusa.

— Qual deles? - Nyx perguntou sem fôlego, obrigando-se a sentar ainda assim L'ota

pudesse terminar sua trança e as dríades excessivamente animadas pudessem

rapidamente armar seu corpo com as roupas que ela havia escolhido que eram da cor do

blush de uma donzela.

As dríades começaram a ficar atônitas novamente e Nyx balançou a cabeça em

consternação. Eles eram muito animados. Nem mesmo a Deusa podia entender sua

estridente tagarelice.

L'ota entendia seus pensamentos perfeitamente. Ela sussurrou uma palavra para a

Deusa: Kalona.

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Nyx não teve problemas em encontrar Kalona. Com o passar dos dias de sua criação,

ela aprendeu que tudo que ela precisava era pensar nele, imaginar seu rosto lindo e forte

em sua mente, e ela seria atraída até ele.

Ela tentou encontrar Erebus da mesma forma e ela não obteve sucesso. Nyx não falou

sobre essa falha a ninguém, especialmente para Kalona ou Erebus.

Nesse dia, a imagem em sua mente a levou para um lugar familiar, a pradaria cheia de

grama não tão longe de onde Kalona havia explodido a Árvore do Grande Espírito.

Embora, ela notou quando ela sorriu e correu para saudar a Mãe Terra, desta vez ele não

estava tão perto do assentamento mortal.

— Um de seus seres alados declarou que está pronto para ser testado, - Mãe Terra, disse

depois de abraçar Nyx. Então ela sorriu feliz. — Ah! Você trouxe um Fey com você! Eu

tenho desfrutado tanto da companhia deles.

Nyx deu ao Fey brincando um sorriso indulgente. — Você os mima muito.

— Eles são maravilhosos! Gosto de mimá-los, - Mãe Terra, disse, acariciando uma das

dríades atônitas com carinho. — Oh! Este é um novo Fey! - Ela disse, acariciando L'ota.

— O que você é linda?

— L'ota é uma skeeaed. Um que me serve pessoalmente.

— Ela é linda, - disse a Mãe Terra, e, então, compartilhou um sorriso com L'ota. — Por

favor, visite-me muitas vezes, e traga mais de sua espécie com você.

Se Nyx permitir...

— Ela fala! Que interessante.

— É claro que eu permito L'ota. Você e o resto das skeeaeds podem visitar a Mãe Terra

sempre que os seus deveres permitirem, - Nyx disse distraidamente, procurando no céu

por Kalona.

— Ele ainda não está aqui, embora ele tenha usado Ar para me convocar. Seu Kalona

deve ser ensinado a não deixar as Deusas esperando.

De repente, um bando de corvos negros como uma lua nova circulou o céu acima deles

e em seguida, eles se empoleiraram como se observando nas árvores próximas.

— Nyx! Tenho sentido saudades de você. - Kalona caiu do céu acima deles a ajoelhou-

se perante de sua Deusa.

Sua respiração ficou presa em sua beleza crua. Ele estava usando calças de couro

costuradas elaboradamente e franjas que haviam sido tingidos para combinar com o

branco de suas asas. Seu peito estava nu, apesar de redemoinhos de ocre estar decorados

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por toda sua extensão muscular. Ela pensou que ele parecia que ele poderia ser um Deus

poderoso guerreiro da

Pradaria de seu Povo. Ansiosamente, ela tomou sua mão, puxando-o de pé, flertando de

brincadeira.

— Sentiu minha falta? Mas eu passei grande parte da última noite com você escalando

os galhos das árvores gigantes perto do oceano e olhando para a água enluarada. - Ela

virou as palmas da à palma dele para cima. - Veja você ainda tem as manchas das bagas

doces que você colheu para mim. Como você poderia sentir minha falta em menos de

um dia?

— Eu sinto saudades de você no instante em que eu não estou na sua presença. - As

palavras Kalona não estavam brincando, e seu olhos cor de âmbar detidos aos de Nyx

enquanto ele acariciava seu rosto com as costas da mão.

Mãe Terra pigarreou delicadamente. — Você me chamou aqui porque você estava

pronto para mostrar sua criação, não é não, Kalona?

— Sim, - disse Kalona. Sem qualquer hesitação mais, moveu-se vários passos largos

para longe delas.

Ele encarou as duas mulheres e o rebanho de Fey, que girava em torno deles. — Nyx, eu

criei para você algo que demonstra o poder da paixão irei eternamente sentir por você.

Kalona ergueu os braços, desfraldando suas grandes asas da cor do luar. Sua voz, cheia

do antigo poder do Divino, intensificado pelo Ar, ecoou pelas pastagens.

Ventos de força, eu os chamo para cá!

Através do meu sangue, Eu os invoco pelo poder!

A força da paixão eu o ordeno mostrar!

Minha criação, a Nyx você irá se revelar!

Com um estalo ensurdecedor Kalona bateu as poderosas mãos, e instantaneamente o ar

acima deles começou a turvar e soprar, e ao redor, de modo que grandes nuvens

carregadas trovoassem e o céu mudou de doce dia de verão azul para machucado e com

raiva e escuro.

Agora cresça! Cresça para longe!

Minha criação, a Nyx você irá se revelar!

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Com a repetição de suas palavras, Kalona também repetiu o trovão de suas mãos, e os

ventos foram circulando para longe. Conforme os ventos iam movendo eles mudaram,

misturados com o poder divino ele rugiu, formando um vórtice que se tornou um funil,

que mergulhou para baixo, para baixo, até sua cauda cinza encontrar o chão da pradaria

em uma explosão de um elemento colidindo com outro. O funil ignorado pelos

gramados, deixando um rastro de destruição em seu rastro.

Nyx forçou seu olhar da terrível, maravilhosa criação de Kalona para olhar para ele.

Kalona brilhou. Ele estava no centro de um turbilhão de energia eólica e, olhando para

ela com um desejo tão poderoso que a assustava. A Deusa não podia falar. Ela estava

presa em seu olhar, atraída e repelida, igualmente com medo de perdê-lo assim como de

aceitá-lo.

— Controle-o, seu tolo! - Mãe Terra gritou seu comando sobre o vento. — Ele se

transformou em uma maldição!

Nyx olhou para onde o funil tinha estado apenas a alguns momentos atrás. Ele tinha ido

embora! Ela procurou pelo céu e percebeu que tinha pulado em todo o terreno plano da

pradaria, mudando de direção, e se dirigia para a da linha das árvores, onde havia as

habitações de seu povo.

— Ar! Eu ordeno que você parta! - Gritou Kalona.

Mas a tarefa de Kalona estava completa, e ele já não comandava mais o Ar. Os ventos

que chicoteiam dentro do funil uivaram e cresceram, caindo sobre o parque de

campismo.

Do céu houve uma explosão de ouro e Erebus caiu no chão, de pé alto e orgulhoso entre

o turbilhão e a linha das árvores. Com uma voz forte, certo de que ele estava ordenando:

Ventos da tempestade e relâmpagos, paixão e poder,

Eu te ordeno com uma intenção diferente.

Paz e calma que eu trago a esta hora.

Agora! Minha criação à Deusa eu apresento!

Erebus bateu palmas, e luz solar estouro das palmas de suas mãos, espetando no coração

da nuvem escura em forma de funil rodopiante. Como o orvalho queimado pelos raios

do sol do verão, as nuvens se abriram a dissolução da paixão da tempestade. Desde o

centro do que tinha sido tão recentemente uma espiral de paixão caótica e poder, cores

cresceram e arquearam, espalhando-se em um arco brilhante de amarelo e rosa, violeta,

púrpura, e verde.

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As dríades, que haviam se encolhido de medo, escondendo-se na grama alta, se

arrastaram para fora, arrulhos e trinado na valorização da colorida demonstração.

Mesmo L'ota, que estava agachada atrás de Nyx, espiou para fora e engasgou com

prazer.

— Você gostou? - Perguntou Erebus, correndo até Nyx e curvando-se em primeiro lugar

para ela e, em seguida, para a Mãe Terra.

— Eu estava um pouco apressado. Eu tinha planejado para apresentar isso para você ao

anoitecer de hoje, onde as cores ficariam mais brilhantes, mas eu fui atraído aqui com

esse turbilhão, e sabia que meus planos deveriam mudar. – Erebus franziu a testa para

Kalona. — O que você estava pensando?

— Eu não estava pensando em você!

Os olhos de Nyx se arregalaram de surpresa pelo tom áspero de Kalona, ,mas antes que

pudesse repreendê-lo, Mãe Terra falou:

— Você não estava pensando em ninguém, exceto a si mesmo! Kalona, você falhou este

teste. Seu desprazer fez com que a pradaria de ervas tremesse. Mãe Terra virou as costas

para Kalona e foi até Erebus, abraçando-o calorosamente. — Erebus, a sua criação foi

adorável, e agradeço-lhe para acabar com a terrível tempestade que poderia ter destruído

alguns dos meus filhos.

— Espera aí, minha amiga. - Nyx se dirigiu a Mãe Terra lentamente, com cuidado,

considerando cada uma de suas palavras. — Quando você ordenou que Kalona e Erebus

completassem três tarefas, você proclamou que, como sua Deusa é o meu direito de

julgar as suas criações. Eu irei respeitosamente lembrá-la de sua própria proclamação.

Mãe Terra encontrou o olhar de Nyx. A Deusa procurou raiva ou ressentimento dentro

dos olhos de sua amiga, mas ela viu única preocupação, e, em seguida, resignação. Mãe

Terra inclinou a cabeça para Nyx. — Você faz bem em me lembrar de minhas palavras.

Eu me curvo a seu juízo.

Respirando fundo, Nyx encarou Kalona. Ele aproximou-se dela quando o furação tinha

saído de controle, e ela sabia que ele estava pronto para protegê-la contra a sua própria

criação. Ela também sabia que a miséria que viu em seus olhos cor de âmbar. Ela sentiu

a dor espelhada dentro de si mesma.

— Kalona, o que você criou para mim fez exatamente o que você pretendia.

Demonstrou o poder da sua paixão, e eu podia ver o seu turbilhão do Mundo do Além.

Eu aprecio a sua força e seu desejo de compartilhar suas paixões mais íntimas comigo.

Você faz exercer o poder de um guerreiro imortal, meu guerreiro imortal, e que me

agrada. Mas se você quiser sempre a ser mais do que o guerreiro para mim, você deve

temperar a sua paixão com a bondade, o seu poder com o controle. - Ela fechou o

espaço entre eles.

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Ela precisava tocá-lo. Para deixá-lo tê-la em seus braços como ele a teve na noite

anterior, como ele tinha a alimentado e olhado para o mar iluminado pela lua com ela.

Mas, para seu próprio bem, Nyx negou sua necessidade e terminou seu julgamento. —

Eu entendo a intenção por trás de sua criação, e por causa do que você fez você não

falhou no teste, mas você não me agradou também.

Os ombros de Kalona caíram e ele não olhou em seus olhos. — Eu peço que você me

perdoe e me dê outra chance para agradá-la, porque desejo ser muito mais do que o seu

Guerreiro.

— Prontamente, eu te perdoo e concedo-lhe outra chance. Qual elemento você

escolheria para controlar?

Seu olhar encontrou a dela novamente. — O que é tão favorecido por você, a Água.

— Minha amiga? - Disse Nyx, olhando de Kalona para a Mãe Terra.

Mãe Terra balançou a cabeça e disse: — Até que cada esteja pronto para demonstrar sua

criação eu concedo-lhes o domínio sobre a Água. Então, eu tenho dito; que assim seja.

— Obrigado, Mãe Terra, - disse Nyx. Sem outra palavra para Kalona, Nyx virou de

costas para ele e caminhou até Erebus. Abraçando-o calorosamente, ela disse: —

Erebus, o seu arco de cor é linda! Você me agradou muito. Será que você caminharia

comigo por algum tempo? Eu gostaria de apresentá-lo ao Povo do Prado. Depois do que

eles testemunharam hoje, tenho certeza que a sua música lhes traria a tranquilidade

necessária para eles.

— Deusa, é o meu maior prazer de fazer a sua vontade.

Nyx deixou-o tomar-lhe a mão e, juntos, eles caminharam pelas gramíneas em direção

as árvores.

Embora quisesse a Deusa não se permitiu olhar para trás, Kalona sequer uma vez.

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6.

“Confie em mim Deusa, eu nunca irei deixá-la cair...”.

Kalona ficou de mau humor por vários dias após o teste, repetindo uma e outra vez em

sua mente a conclusão desastrosa para o que ele tinha a intenção como uma inspiradora

demonstração de paixão e poder.

Como tinha dado tão terrivelmente errado?

Ele tinha praticado dia após dia no gramado da pradaria. Na tribo vizinha de Pairei as

pessoas poderiam ter comprovado o fato de que ele havia criado muitos funis

rodopiantes de vento e de magia, e que ele tinha facilmente controlado eles. Os mortais

locais tinham começado até mesmo a deixar doações de alimentos, potes de barro cheios

de ocre precioso, e roupas cuidadosamente feitas para ele. Lembrando o carinho de Nyx

para essas pessoas particulares, Kalona tinha se vestido cuidadosamente para seu teste,

decorando-se para agradá-la.

Mas nada havia saído Kalona tinha planejado.

Erebus tinha salvado o dia e conquistado o prazer de Nyx. Kalona não podia suportar a

ideia do que mais Erebus tinha ganhado de Nyx.

Ele não se permitiria falhar de novo!

— Foi a Magia Elemental miserável que estava em falta. O Ar é tão imprevisível, tão

mutável. Foi à escolha de Erebus dos elementos que foi falha. Embora a minha escolha

de Água seja melhor? - Ele andava ao redor da clareira em que tinha começado a pensar

como sua. Ele foi longe o suficiente da tribo de Prairie de modo que as pessoas não

costumavam passar por ali, e perto o suficiente para que as ofertas que continuavam a

deixar para ele ficassem de fácil acesso. O povo não interessava particularmente

Kalona, mas, sua comida interessava, bem como as peles grossas, macias que haviam

deixado para sua palete de dormir. Não surpreendentemente, a superfície da Mãe Terra

era tão difícil e desconfortável como seu olhar admoestador. O imortal não tinha

verdadeira necessidade de sono, embora isso não significasse que ele não gostasse de

um cantinho quente no qual descansar seu corpo.

Cro-oak! Cro-oak! Cro-oak! Acima de Kalona, os corvos que tinham passado a segui-lo

ao redor da pradaria emprestaram suas palavras para seu discurso.

— Se vocês querem me sombrear que o façam em silêncio!

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Os pássaros pretos exaltaram-se e olharam para ele. Kalona balançou a cabeça. — Eu

tenho que encontrar o meu foco! Devo controlar a Água com mais sabedoria do que eu

fiz com o Ar. Eu tenho que ganhar o prazer de Nyx de Erebus.

Isso não deveria ter sido tão difícil. Antes do ensaio atabalhoado, Nyx o tinha procurado

regularmente. Eles passaram muitos dias e noites juntos, e ela parecia bem contente por

estar na sua presença.

— Sem ser cortejada por um elemento imprevisível! - Kalona gritou sua frustração,

fazendo com que os corvos agitassem suas asas sem descanso.

Kalona parou de andar e fundamentou em voz alta. — Eu lhe agradei sem usar um

elemento ou invocar a magia divina para fazê-lo. Eu fiz isso antes, e eu vou fazê-lo

novamente. E a partir de um íntimo e agradável interlúdio é que eu vou lembrá-la que é

a mim que ela deseja e não Magia ou elementos ou o poder imprevisível da criação, eu

vou levá-la para o meu próximo teste. Vai ser algo tão simples e intimista como o nosso

interlúdio, e eu serei vitorioso, ganhando o favor de Nyx! - Kalona correu para a pilha

de peles e couros e de tal forma que eram ricos presentes dos Prairie. Ele vasculhou o

monte até que encontrou o que procurava a faca feita de uma pedra preta, talhada para

um ponto forte, afiado. – Estou gostando destes Prairie mais e mais a cada dia. - Kalona

rolou a faca e uma cesta de frutas e pão sírio perfumado dentro da mais suave das peles,

e então ele levou para o céu e se dirigiu para o noroeste, buscando o que ele sabia que

iria agradar a sua Deusa.

Ele não usou magia para derrubar o pinheiro alto, embora ele tenha usado a sua força

imortal, assim como sua velocidade sobrenatural, para escavar para fora e esculpir a

partir dele a forma de um gracioso apontou barco. Kalona descobriu que gostava de usar

as mãos, tanto quanto ele gostava do cheiro de madeira e da vista do lago azul. Nyx

estava certa sobre a beleza do lago. Sua cor era tão adorável que muitas vezes ele olhava

para ela para ter certeza de que não era apenas um truque de sua vista. Mas não se

alterou. Mesmo sob a luz da lua o corpo redondo enorme de água, salpicada com uma

ilha coberta de árvores, parecia brilhar água, seus lados altos parecendo uma tigela feita

de nuvens que tinha prendido o céu.

Kalona trabalhou sem parar durante todo o dia e noite no pequeno barco, e enquanto ele

trabalhava pensava em Nyx. Sua beleza o inspirou, e quando ele terminou, ele ficou

para trás e examinou sua obra. Kalona estava bem satisfeito. O ofício estava mais do

que em condições de navegar. Kalona gostava de acreditar que ele também refletiu a

beleza de Nyx. Em torno dele, ele havia meticulosamente esculpido símbolos que se

lembravam da Deusa: estrelas e luas, conchas delicadas e ondas. Ele até havia replicado

as flores brancas que usara em seu cabelo quando finalmente ele a tinha visto.

Ele levou o barco para o lado íngreme do lago para que ele descansasse no costão

rochoso. Então ele colocou a espessura da pele macia no seu interior, bem como a cesta

de frutas e pão sírio. Ele estava pronto para Nyx. Ele até havia decidido o que ele iria

criar para ela durante o seu próximo teste. Ele não tinha praticado uma e outra vez como

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ele fez com a nuvem funil, mas ele se sentia confiante de que tinha mudado a sua

intenção o suficiente para que não cometesse o mesmo erro de antes. Desta vez, ele não

iria mostrar a ela o poder de sua paixão. Desta vez, ele faria tangível a alegria que sentia

por sua beleza, e mostrar-lhe o quanto ele a amava, em qualquer aparência que ela

escolhesse.

Havia apenas uma coisa que ele não conseguia entender, e isso era como chamar Nyx

para vir até ele sem o uso de água para convocar intromissão da Mãe Terra. Ele queria

ficar sozinho com sua Deusa antes do teste, para mostrar-lhe o que suas próprias mãos

tinham criado para ela antes que ele exercesse magia da água e o colocasse no show

público necessário.

Kalona nunca teve que chamar Nyx até ele antes. Ela acabara por aparecer, geralmente

sorrindo e dizendo-lhe para parar de parecer tão sério e vir colher flores com ela, ou a

olhar água enluarada com ela, ou beijá-la, suavemente, exatamente onde sua pele

incrivelmente macia se curvava para atender os ombros graciosos...

Kalona sacudiu-se mentalmente. Pensar em beijar Nyx não iria conjurar a Deusa.

Talvez ele devesse tentar chamar o nome dela.

— Nyx? - Sua voz ecoou de volta para ele sobre a brilhante superfície azul do lago,

parecendo tímida e quase infantil. Kalona endireitou os ombros e tentou novamente. —

Nyx! - Desta vez o eco foi mais forte, embora tivesse produzido o mesmo resultado.

Nyx não apareceu.

— Pense! - Ele ordenou a si mesmo. — Deve haver uma maneira de alcançá-la sem usar

o elemento da Mãe Terra e trazer toda a multidão deles aqui.

Como se suas palavras tivessem invocado uma pequena parte daquela multidão,

uma pequena criatura saiu de trás de uma árvore de pinheiros vizinha e falou

ironicamente em sua voz sussurrante: Deusa não é chamada como servo! Deusa

comanda, não é comandada!

— Você é uma das Fadas de Nyx. Eu vi você ao lado dela na pradaria.

Assim que Kalona falou, a Fada deslizou para trás da árvore.

— Não fuja! Preciso de sua ajuda. - Kalona armou a sua voz ao som persuasivo,

calmante. A criatura, movendo-se com uma graça líquida estranha, deslizou parte do seu

corpo de trás da árvore, olhando para ele. — Não tenha medo. Eu não vou te machucar.

Não assustada. Disse a Fada, movendo-se por todo o caminho para fora de trás da

árvore.

— É isso mesmo, você não precisa ter medo de mim.

L'ota não assustada.

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— L'ota? É esse o tipo de Fada que você é?

A criatura parecia completamente ofendida. Eu skeeaed! Serva de deusa! Ela me

nomear.

— Então, você está perto de Nyx.

Sempre.

Kalona escondeu o sorriso. — Se você está sempre perto de Nyx, então onde é que ela

está? Eu não a vejo.

O corpo de forma estranha de L'ota ondulou, consternada, alterando as cores de rosa

pálido para vermelho e ferrugem. Não aqui. Mundo do Além.

Kalona não conseguia conter o sorriso. — Você está aqui me olhando para ela?

Não! L'ota exclamou, erguendo a voz acima do seu sussurro de costume.

O sorriso de Kalona desbotou. — Ela não lhe enviou para me ver?

Eu vejo por mim, não para Deusa.

As sobrancelhas de Kalona se ergueram em diversão. — Por que você quer me ver?

Você faz Deusa triste. Eu quero saber o porquê.

Kalona sentiu como se a estranha Fadinha tivesse dirigido uma faca em seu coração. —

Nyx está triste?

A criatura balançou cabeça alongada, fazendo uma franja de pele rosa em sua cabeça.

Eu quero saber o porquê.

Kalona pensou que a criatura não parecia particularmente preocupada com Nyx, ou

mesmo preocupada que sua Deusa estava triste. Apenas soou curiosa.

— Eu quero saber por que, também. E eu quero ter certeza que ela nunca estará triste

por causa de mim novamente. A única maneira de eu poder fazer isso é que ela venha

aqui até mim, para que eu possa corrigir o erro que eu fiz e que a entristeceu. L'ota, por

favor, vá para sua Deusa e diga pra ela que eu peço, não, que eu suplico que ela venha

até mim.

A Fada ficou muito quieta e Kalona prendeu a respiração, esperando. Quando ela

finalmente falou, L'ota surpreendeu Kalona com sua indiferença.

Se você comanda Digo Deusa você aqui.

— Se eu vos mando? Isso é tudo o que é preciso para levá-la a dizer a Nyx eu estou aqui

e que eu suplico que ela venha a mim?

Não importa. Não minha preocupação. Apenas observe o que ordenou a notar.

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Kalona pensou que a criatura era completamente estranha, mas ele disse: – Então, eu

ordeno que você vá até Nyx e lhe suplique que venha até mim.

O corpo de L'ota ficou completamente liquefeito e ela desapareceu, deixando Kalona

olhando o rastro dela e se preocupando se ele tinha, mais uma vez, cometido um erro.

— Você achou o meu lago favorito.

Sua voz o assustou. Ele estava sentado em uma pedra, olhando para a água azul. Tanto

tempo se passou desde que a pequena skeeaed estranha havia desaparecido que ele tinha

começado a se desesperar achando que Nyx não viria. O som de sua voz era como um

bálsamo na ferida dolorosa que era o seu coração. Ele levantou-se e virou-se tão

rapidamente que quase perdeu o equilíbrio.

Ela sorriu. — Olá.

— Olá. - Disse ele. Ele observou cada detalhe de sua Deusa. Hoje, ela tinha escolhido

aparecer para ele como a jovem donzela que ela tinha sido quando eles se conheceram.

Seu cabelo loiro ondulado para baixo após os ombros. Seu vestido era simples, a cor do

céu de verão, a cor de seus olhos. O único adorno que ela usava era seu manto de

estrelas, que repousava sobre seu cabelo como um cocar feito de prata, com diamantes

pendurados e as tatuagens safira fascinantes que decoravam sua pele.

Nyx era a coisa mais linda que Kalona já tinha visto, e ele sabia que poderia passar a

eternidade olhando em seus olhos.

— Eu senti sua falta. - Eles falaram as palavras juntos.

Kalona não conseguiu conter a si mesmo por mais tempo. Seus passos largos fecharam

o espaço entre eles e ele gentilmente, cuidadosamente, tomou-a nos braços e apenas se

levantou, segurando-a, respirando seu perfume enquanto cada partícula de seu ser se

alegrava.

— Sim. - Ele disse, acariciando o cabelo dela e sussurrando em seu ouvido. — Eu

encontrei seu lago favorito.

Ela se afastou um pouco para que pudesse sorrir para os olhos dele. – Estou feliz que

você tenha me chamado.

— Estou feliz que você tenha vindo. - Ele voltou a sorrir. Assustava-lhe como sua

presença poderia fazê-lo tão feliz, e como a sua ausência poderia fazê-lo tão infeliz, mas

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ele empurrou de lado esses pensamentos, determinado a permanecer no momento,

aproveitar cada instante em que ele estivesse a sós com ela. — Eu fiz uma coisa.

Seu sorriso esmaeceu. — Oh. Você está pronto para completar o próximo teste?

Devemos chamar...

Ele tocou os lábios dela com o dedo, silenciando-a suavemente. — Estou pronto para

completar o próximo teste, mas primeiro eu quero te mostrar o que eu fiz para você. Eu

não usei magia. Eu não chamei a Água. Eu só usei o meu desejo de agradá-la. Eu não

preciso de teste para me ensinar isso. - Colocando o braço em volta dos ombros dela, ele

a guiou para o local onde ele havia encalhado no barco.

Ele sentiu seu pequeno sobressalto de surpresa. — Você fez isso para mim?

— Eu fiz.

Ela se soltou de seu meio abraço e correu para o barco, passando as mãos sobre os

símbolos gravados em torno dele e fazendo sons suaves de prazer. Quando ela olhou

para ele, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Eu queria que você fosse capaz de flutuar no lago em paz e não pensar em nada além

da beleza que o rodeia. - Disse ele. — Eu espero que lhe agrade.

Nyx correu para ele e, rindo, se atirou em seus braços. Agarrando-se a seu pescoço, ela

cobriu-lhe o rosto com beijos, e, entre beijos, disse: — Sim, isso me agrada! Eu amo

isso! Obrigada! Obrigada!

Ele estava rindo com ela quando abriu as asas e levantou-a do chão, girando em torno

dela. Nem perceberam que estavam pairando no ar até o olhar de Nyx tentar encontrar o

barco. Ela suspirou e apertou seu pescoço. Kalona apertou os braços em volta dela.

— Confie em mim, Deusa. Eu nunca iria deixá-la cair.

Nyx olhou-o nos olhos. — Eu confio em você. -Em seguida, ela o beijou. Não de

brincadeira, ou suavemente, como fizera antes. A Deusa beijou como se ela tivesse

sede, e só ele poderia saciar sua necessidade.

Kalona respondeu a sua paixão com cuidado. Ele queria esmagá-la para ele e reclamá-la

como sua. Mas, ainda mais do que isso, ele queria agradá-la. Então, ele deixou Nyx

tomar seu tempo explorando seus lábios, tocando seu rosto, penteando os dedos pelos

seus cabelos longos e espessos. O tempo todo ele a abraçou. Ele a manteve segura.

Logo ela parou sua exploração, embora a descarga de seu rosto e o aprofundamento de

sua respiração lhe dissesse que ela mesma tinha gostado tão certo como as suas palavras

fizeram. — Eu gosto do seu gosto. - Disse ela.

Ele sorriu feliz por ter seu desejo temperado com paciência. — E isso, minha Deusa, me

agrada.

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—Você poderia me levar embora em seu barco?

— Seria um prazer, mas não é o meu barco. Ele é seu.

— Kalona, às vezes você diz exatamente a coisa certa.

Ele bufou enquanto eles se dirigiam lentamente para o solo. – Às vezes, mas não muitas

vezes.

— Eu acho que você está ficando cada vez melhor nisso. Disse ela.

— Eu não podia ficar muito pior. - Tomando-lhe a mão, ele a ajudou a entrar no barco.

— Eu fiz uma bagunça no teste do Ar. - Disse ele, empurrando o barco para a água

antes que ele entrasse com ela. Quando ela não respondeu, fez-se manter ocupado com a

pá de madeira, guiando o barco para a superfície vítrea do lago.

Quando ele finalmente olhou para ela, Nyx estava olhando para ele, sua expressão

ilegível.

— Você ainda está com raiva de mim? - Ele perguntou.

Ela balançou a cabeça. — Eu nunca estive com raiva de você. Eu estava triste e

decepcionada.

— Saber que lhe causei tristeza me fere. - Disse ele. — Eu vou fazer melhor com o

próximo teste. Eu juro.

— Não foi o teste que me deixou triste. Não foi o teste que me decepcionou.

— E o que foi?

— Você foi cruel com Erebus. Ele não merecia isso.

Kalona quase partiu o remo em dois. Incapaz de conter seu ciúme, ele desabafou: –

Você não o prefere!

— Kalona, vocês dois foram criados pra mim. Vocês dois tem um propósito e um lugar

ao meu lado. Se você não quer me entristecer ou me decepcionar, você não vai abrigar

inimizade para o seu irmão.

Kalona se esforçou para controlar sua agitação interna. Ele queria gritar, dizer-lhe que

ele não podia suportar partilhar ela, não podia suportar a ideia dela cobrindo o rosto de

Erebus com beijos alegres, ou explorar o gosto de seus lábios.

— Eu juro que eu tenho amor suficiente dentro de mim para ambos vocês. - Disse ela,

movendo-se para frente para que ela pudesse pressionar a palma de sua mão sobre o

coração. — Confie em mim, Kalona. Eu nunca vou quebrar um voto. - Em seguida, ela

o beijou e Kalona não conseguia pensar em nada além do cheiro de sua pele e a

maravilha de seu toque.

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As águas em torno deles explodiram com Fadas. Elas saltaram por cima e ao redor do

barco em agitação, chamando freneticamente por Nyx.

— Sim, sim, eu entendo você. Eu sei o lugar. Eu vou vir. Eu virei. - A Deusa disse as

criaturas, e com chips satisfeitos, eles desapareceram tão rapidamente como havia

aparecido. Nyx suspirou e limpou a água do seu rosto e sorriu em tom de desculpa para

ele.

— Deixe-me adivinhar. - Disse Kalona. — Erebus está pronto para seu teste.

— Você está correto. - Disse ela. — Podemos continuar o que começamos mais tarde?

— Sim, claro. - Disse ele, virando o barco em direção à costa, escondendo sua mágoa e

frustração dela.

Ele ajudou-a a partir do barco, puxando-o bem para cima do costão rochoso. Ele ficou

em silêncio, já antecipando a alegria que Nyx iria sentir em qualquer que fosse o

magnífico espetáculo que Erebus tinha inventado para ela neste momento, quando a

Deusa circulou-o com os braços por trás, pressionando o rosto contra as costas nuas e

acariciando suas asas de prata.

— Eu gostaria que você escolhesse a felicidade. Há tanta felicidade maravilhosa entre

nós, o suficiente para durar uma eternidade. - Disse ela.

Ele apertou os braços sobre a dela, amando a sensação de calor dela contra a frieza

enluarada de sua pele. Ele respirou fundo, e fez um esforço consciente para liberar sua

frustração.

Kalona podia sentir seu sorriso. — Há! Isso é melhor. - Disse ela, e beijou pela primeira

vez o meio das suas costas, e depois cada uma de suas asas. Ele pensou que ela iria

libertá-lo, em seguida, porém, ele permaneceu imóvel, com a esperança de ganhar ainda

mais um pequeno momento com ela. Ela levou os braços ao redor dele, mas ela

manteve-se próxima. Ele sentiu a hesitação dela, e então ela acariciou cada uma de suas

asas delicadamente. — Elas são tão bonitas. Eu podia olhar para elas para sempre e

continuo a achar cores diferentes dentro delas. Você sabia que elas não são realmente

brancas?

— Elas estão atrás de mim, portanto, difícil para eu ver. - Seu sorriso se refletiu em sua

voz.

— Elas são como o luar, é claro, mas tão perto sua cor que me faz lembrar-se das

pérolas. Tão lindas... - Ela repetiu, acariciando-as.

Kalona virou-se e pegou-a nos braços. — Você poder encontrar tamanha beleza em

mim é um tipo especial de magia.

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— Tudo está bem entre nós. - Disse ela, olhando em seus olhos penetrantes. — Por

favor, saiba que o seu lugar no meu coração não pode ser preenchido por qualquer outro

ser neste reino ou no Mundo do Além.

Kalona beijou-a delicadamente. — Diga-me, Deusa, onde devo levá-la?

— Para o leste, e em seguida, um pouco ao norte. Se eu entendi corretamente as

Náiades, o que às vezes leva algum esforço a fazer, Erebus escolheu um local

perfumado para o local de seu próximo teste.

Kalona não poderia deixar de resmungar. — O que ele vai fazer? Regar um campo de

flores para você?

Nyx riu e entrelaçou os braços em volta de seu pescoço. — Essa não é exatamente a

fragrância que me lembro deste lugar, por isso a criação de flores haveria, realmente, de

ser uma coisa excepcional.

Kalona rumou para o ar com a Deusa em seu abraço, temendo o que estava por vir.

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7.

“Sua fraternidade me agrada mais do que qualquer teste jamais

poderia”

— Argh! Está podre! – o nariz de Kalona torceu em nojo. —Eu não vou levá-lo para

mais perto daquela lama e da bagunça.

— Nyx, aí está você! É bom vê-la. - Mãe Terra a abraçou.

— É um prazer vê-la também. - Nyx devolveu o abraço, e depois sorriu para as dríades

dançarinas que tinham começado a seguir a Mãe Terra para todos os lugares. — Se

alguma vez eu me perguntar onde eles têm estado quando estão longe, eu sei tudo que

eu preciso fazer é encontrar você, e então os Fey estarão também.

O olhar de Mãe Terra foi para Kalona. — E se alguma vez eu me perguntar onde você

esteja eu sei que tudo que eu preciso fazer é encontrar Kalona, e lá estará Nyx.

Kalona inclinou a cabeça um pouco, mas respeitosamente para ela. — Saúdo-te, Mãe

Terra.

— Saúdo-vos também, - disse ela. — Quando você estiver pronto, você pode começar o

seu teste. Eu espero que ele seja melhor do que o seu último.

— Estou pronto, mas...

— Mas fui eu que a convoquei até aqui! Não há nenhuma necessidade para você se

mover a partir deste ponto. A partir daí você terá uma visão perfeita. - Erebus caiu do

céu acima deles, brilhando tão dourado como o sol do meio-dia. — Mãe Terra, sua

beleza supera a majestade dos pinheiros. - disse ele com um floreio e uma curvatura.

— Tão charmoso e bonito. - Mãe Terra sorriu carinhosamente para ele.

Então ele virou-se para Nyx, e de trás das costas, ele produziu um único comprimento

de uma erva perfumada, coberta com uma brilhante flor roxa. Movendo-se Até ela, ele

sorriu e disse: — Olá, minha Deusa. Esta planta me lembrou do cheiro de sua pele.

Espero que a minha criação agrade tanto como ela me agrada.

Erebus enfiou o pequeno ramo em seu cabelo atrás da orelha.

Nyx sorriu. — Lavanda! Você está certo, Erebus. Eu amo tanto a sua fragrância

delicada. Muitas vezes eu esfregue-a no em meus pulsos. Obrigada.

— Você deveria ter trazido o suficiente para todos nós, para que pudéssemos suportar o

mau cheiro do lugar, - Kalona disse rispidamente.

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— Irmão, eu realmente senti falta do seu rosto carrancudo, mas, provavelmente, só pelo

fato de ostentar tal semelhança com o meu próprio! - Ele bateu em Kalona no ombro.

Nyx pensou que o rosto de Kalona parecia uma nuvem de tempestade pronta para

explodir em seu irmão.

— Não há nada de errado com o cheiro do lugar, - Mãe Terra disse severamente. — Ela

vem da mistura de calor e minerais que descansam um pouco abaixo do solo. Durante o

inverno, muitos animais vêm aqui e se reconfortam com o calor que ele proporciona.

Eles não se queixam do cheiro, e nem você o faria Kalona, ou você estaria congelando

até a morte de outra forma.

— Eu sou um imortal. Nós nunca morremos, - Kalona disse placidamente.

— De fato? - respondeu a Mãe Terra. — Nunca é um tempo muito longo.

— Então, não vamos desperdiçar outro momento dele, - disse Nyx. — Erebus, o que é

que você criou para mim com água e magia?

— Felizmente, algo que lhe agrada muito. - Com duas batidas de suas grandes asas

douradas, Erebus levando-o ao ar, pairando acima deles, perto da borda da bacia que

tinha lama fétida e saia vapor.

Musgo e calor da terra abaixo,

Misture com magia para começar meu show!

Erebus arrancou uma pequena pena dourada de suas asas desfraldadas, ergueu-a aos

lábios, e soprou-a. Sua respiração, misturada com magia, carregou a pena lentamente,

certamente, até a lama e confusão abaixo. No instante em que ela tocou a terra, houve

uma lufada que lembrou Nyx de como chuvas de primavera soavam contra um dossel

da floresta, e névoa levantada a partir do barro, levando a pena dourada com ele.

Enquanto a luz do sol tocava a pena, o ouro se expandiu, brilhando e alterando para que

a lama fosse agora coberta com névoa que agora tinha todas as cores do arco-íris.

— Não é diferente do que o que ele fez antes, - Kalona murmurou.

— Sssh... - Nyx sussurrou-lhe. — Seu teste não está concluído.

Erebus arrancou outra pena de sua asa. Este era uma pena longa e dourada. Segurando-a

como uma lança, ele falou:

Com a criação que me foi emprestada, e minha própria Magia, Antigo,

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Divino,

Eu chamo a Água, uma invocação para aderir a este meu teste.

Venha para fora, Gêiser, rico e radiante energia liberada novamente.

Com seu poder mostre a Nyx que eu vou sempre ser fiel e verdadeiro!

Erebus jogou a pena longa e dourada. Como se atirasse de um arco, ele flutuou em um

belo arco para cima e, em seguida, para baixo, para baixo, para a terra, colocando sua

pena na lama. Por um momento, nada aconteceu. Então, assim como ela estava

começando a sentir piedade do pobre Erebus e sua falha criação, a terra sob a pena

começou a rosnar e com o som das ondas quebrando contra a costa rochosa, a pena foi

levada por uma coluna de água que pulverizava alta, linear, e forte para o ar.

Nyx aplaudiu com prazer como o Gêiser continuou a vomitar água e vapor através da

neblina de arco-íris no céu azul claro, tão alto que Nyx não teria nenhuma dificuldade

em vê-lo do Mundo do Além.

— Isso é maravilhoso, Erebus!

— Uma criação poderosa e bela, de fato, - Mãe Terra concordou.

Erebus desceu perante Nyx, sorrindo como um menino. — E isso não é mesmo a

melhor parte dela. Ele nunca irá parar de jorrar água, o Gêiser irá sempre contemplar a

sua beleza. Assim eu nomeei-o Fé Antiga. Não importe quanto tempo dure a eternidade,

como este gêiser, eu sempre serei seu companheiro fiel e amigo, minha Deusa.

— Obrigada, Erebus, - disse Nyx, abraçando-o. — Sua criação tem me agradado. Você

passou facilmente neste teste.

Ainda sorrindo, Erebus acenou para Kalona. — Sua vez, irmão.

— Então me sigam e se preparem para ficar impressionados! - Antes que Erebus

pudesse protestar, Kalona tinha escoltado Nyx em seus braços e saltou para o céu,

subindo rapidamente para o oeste. Ela olhou por cima do seu ombro largo para ver

Erebus em seguida com a Mãe Terra, que estava agarrada a ele, mas também estava

rindo ruidosamente.

— Os Fey vão ter que correr para recuperar o atraso com a gente. - disse ela.

— Sim, e eu estava esperando que isso acontecesse Erebus carregado com a Mãe Terra

também.

— Seja amável, - disse ela, mas temperado sua desaprovação e descansando a cabeça

familiarmente em seu forte ombro.

— Ela não gosta de mim.

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— Seja mais amável. Você sempre parece tão defensivo em torno dela.

— Seu olhar me deixa desconfortável. - disse ele.

— E ainda o meu conselho continua o mesmo. Seja amável com a Mãe Terra, com

Erebus, para os mortais que habitam este reino, e, mais importante, seja gentil com você

mesmo.

— Você não mencionou que eu deveria ser gentil com você, - disse ele.

Nyx acariciou sua bochecha. — Eu achei que eu precisava. - Ela deitou a cabeça no

ombro dele novamente e relaxou em seu abraço, esperando em silêncio que o resultado

deste teste seria muito diferente do último.

Kalona desceu em uma floresta verdejante cheia com o verde vibrante de árvores

antigas. Rochas formavam encantadores desfiladeiros pequenos, e toda a paisagem

estava forrada com samambaias e musgo. Ele foi até o chão, aterrissando em um grupo

que tinha a maior das pedras cobertas de musgo, e gentilmente a soltou. Antes que

Erebus e Mãe Terra se juntassem a eles, ele a beijou rapidamente, mas cuidadosamente,

e disse: — Olhe para cima. - Então ele se lançou da rocha, suas grandes asas

carregando-o céu acima para que logo ele desaparecesse na copa da floresta.

Erebus e a Mãe Terra chegaram logo depois, e não muito tempo depois, algumas das

dríades haviam se materializado, tagarelando o seu descontentamento por terem sido

deixadas para trás.

— Onde ele está? - Perguntou a Mãe Terra.

Nyx apontou para cima. — Ele disse para olhar lá.

— Não há nada, além de uma colina, repleta de rochas escarpadas, musgos e

samambaias. Não há ainda qualquer trilha levando até lá em cima. É muito rochoso,

muito liso, - Mãe Terra, disse, olhando para cima.

— Eu me pergunto o que meu irmão tem em mente. - disse Erebus.

Nyx sorriu para ele, notando que ele parecia apenas curioso e não com inveja afinal. Ela

deu cruzou o braço através do dele. — Você não é mesquinho.

O sorriso de Erebus era a luz do sol brilhante. — Por que eu iria perder meu tempo

sendo mesquinho quando ser encantador e feliz é muito mais divertido?

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— Uma excelente pergunta, jovem Erebus, - Mãe Terra disse, olhando fixamente para

Nyx. — Um Deus sábio iria se perguntar por que alguém iria escolher ser mesquinho ao

invés de alegre.

Incomodada, Nyx não encontrou com o olhar da Mãe Terra. Em vez disso, ela olhou

para cima, em busca de um vislumbre de asas da cor do luar. Ela foi recompensada por

sua silhueta, escura contra a vegetação. Ele estava de pé sobre a borda íngreme superior

do penhasco rochoso. Abaixo dele, mas ainda acima de onde Nyx e o resto deles

estavam de pé, havia um lábio de rocha coberta de musgo que formava uma borda

parecida com uma bacia antes das rochas darem apertura para a floresta abaixo.

Kalona ergueu um braço sobre a cabeça, a mão estendida e aberta, e sua voz ressoou

com força contra as rochas.

Com sua beleza, ela me capturou,

Laçado através do coração e da alma serei sempre.

O reino mortal deve se alegrar de que ela é verdadeira.

Abandonar seu juramento é algo Nyx nunca irá fazer.

Então venha para mim Antiga Magia Divina.

Tome forma de uma arma destinada a ser minha!

O ar acima Kalona parecia tremer, e uma longa, lança ônix de repente se materializou.

Kalona agarrou-a e ordenou:

Água, lidere o dom da criação dentro do meu chamado.

Espelhe-se do mais favorecido cocar cristalino em uma brilhante queda!

Kalona lançou a lança nas pedras a seus pés, e a Água, respondendo ao seu chamado,

começou a vazar a partir de dentro da fissura na rocha, em cascata sobre a borda cada

vez com um maior derramamento de água poderoso que foi alargado e de forma

cristalino cintilante e branco, caindo para a bacia abaixo em perfeita imitação do

reluzente cocar de estrelas que decoravam o cabelo de Nyx.

Nyx engasgou com prazer, batendo palmas e rindo. Kalona caiu para frente sobre a

borda para baixo até ela, pegando-a enquanto ela se jogava em seus braços.

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— Mãe Terra! Kalona recriou o seu dom que tanto eu amo ternamente, - Nyx disse,

sorrindo para sua amiga quando seus pés estavam mais uma vez no chão.

O sorriso de Mãe Terra era guardado, mas genuíno. — Ele fez, de fato. Muito bem

Kalona. Isso irá decorar a minha floresta maravilhosamente, e vai sempre lembrar-me

do carinho que tenho por nossa fiel Deusa.

As dríades exauridas estavam de acordo, dançando em torno das pedras cobertas de

musgo.

Erebus aproximou-se de Kalona, estendendo a mão. — É uma coisa de beleza, digno de

nossa Deusa.

Kalona hesitou apenas um momento. Então ele agarrou a mão de Erebus. Sorrindo

ironicamente, ele disse: — Obrigado irmão. E essa coisa de beleza não fede.

Erebus jogou a cabeça para trás e riu. — Você ganhou hoje, irmão! E eu admito

livremente que me agrada. Você deve mostrar o seu senso de humor com mais

frequência. Eu gosto desse Kalona mais do que o sisudo, carrancudo.

Nyx foi até eles, e sobre as suas mãos entrelaçadas, ela colocou sua própria. — Sua

fraternidade me agrada mais do que qualquer teste jamais poderia. É como se a Água

estivesse me transbordando de alegria!

Junto a eles, a Mãe Terra disse: — E é isso que eu pretendia quando eu mandei-os para

estes testes. Eu queria só ter certeza de que os companheiros dignos tinham sido criados

para a nossa Deusa. Eu estou bem satisfeita hoje também. Diga-me, Kalona e Erebus,

Qual dos elementos será o escolhido para o teste final?

Nyx acenou para Erebus. — Como Kalona escolheu Água, esta próxima escolha é sua.

— Se o meu irmão está de acordo, eu adio a minha escolha e peço que você decida por

mim em seu lugar.

— Eu estou de acordo com o meu irmão. - disse Kalona.

O sorriso de Nyx estava radiante. — Então eu escolho o Espírito como o elemento para

o seu teste final.

— Muito bem, então. Até que cada um de vocês estejam prontos para mostrar a sua

criação, eu concedo-lhes o domínio sobre o Espírito. Assim tenho dito, que assim seja. -

disse a Mãe Terra.

— E agora eu devo deixá-la, - disse Erebus.

— Me deixar? - Nyx sorriu interrogativamente para ele.

— Oh, só por agora. Eu acredito que a Grande Mãe e eu precisamos voltar a Fé Antiga.

- disse Erebus, olhando de Kalona para Nyx, e em seguida, enviou a Mãe Terra um

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olhar aguçado. — Parece que estamos em falta de vários dos Fey. Eu acho que eles

ainda devem estar no gêiser. Você sabe como eles podem ser distraídos por cores

cintilantes.

— Devemos ir recolhê-los, pobres coitados, - Mãe Terra prontamente concordou com

ele. Enquanto Erebus levantava-a cuidadosamente em seus braços, ela chamou: — Vem,

dríades, vamos voltar e encontrar suas irmãs.

Antes que ele saltasse para o céu, Nyx tocou no braço de Erebus. — Obrigado. Você é

precioso para mim.

— Como você é para mim, minha Deusa, - disse ele. — Adeus, irmão. Se precisar de

ajuda com o seu próximo teste você pode me encontrar, seguindo o sol nascente. Com

as dríades batendo logo atrás, Erebus levou para o céu, deixando Kalona e Nyx

completamente sozinhos.

— Ele é mais esperto do que eu achava que ele fosse, apesar de sua altura ainda me

surpreender. - disse Kalona.

— Sua altura? Vocês dois são quase idênticos.

— Ele é menor e mais jovem do que eu, - disse Kalona. — Embora, como você

mencionou a semelhança na nossa aparência, tenho que admitir que ele é extremamente

bonito.

— Você é incorrigível! - Nyx empurrou de brincadeira em seu peito.

Rindo, Kalona agarrou, e caiu para trás. Enquanto Nyx gritava, ele desfraldou suas asas

e eles flutuaram lentamente para baixo na terra em uma borda logo acima da bacia que

agora estava cheia de água cristalina.

Ainda segurando-a nos braços, Kalona murmurou em seu ouvido: — Eu disse que

nunca iria deixá-la cair.

— E eu já disse a você o quanto as águas da montanha são geladas? - Nyx retrucou,

olhando incerta para baixo na piscina espumante.

— Eu não posso comandar fogo, mas você, minha Deusa, pode. - disse ele.

Nyx sorriu. — Sim, eu posso! - Saindo do seu abraço, ela enfrentou a cachoeira e

levantou as mãos, invocando: — Eu chamo-o, Fogo. Seu calor nestas águas eu

realmente desejo.

Imediatamente as rochas ao redor da cachoeira e da piscina começaram a brilhar como

brasas, e névoa quente levantaram a partir da bacia.

— Vamos? - Perguntou Kalona.

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— Você já sabe a minha resposta. Eu gosto muito de água, - disse ela. — Eu também

gosto muito de você.

Deliberadamente, a Deusa chegou por trás dela e puxou uma fita de prata, soltando seu

vestido. Com uma sacudida de ombros, caiu de seu corpo para formar uma poça de cor

do céu a seus pés. Vestindo apenas seu cocar de estrelas, ela disse: — Você vai se juntar

a mim?

— Sempre. - disse ele, e tomou-a nos braços.

Com a atenção consumida pelo prazer que encontraram um no outro, nenhum deles

notaram a pequena skeeaed.

Com os olhos apertados em inveja, L'ota assistiu a vida amorosa dos imortais antes que

ela silenciosamente deslizasse para longe e desaparecesse na mais escura das sombras.

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8.

“Onde há Luz há de haver também Trevas”

— Por que tem de ser tão difícil? – A frustração de Kalona transbordou e ele jogou a

pedra para longe dele, fazendo com que os corvos que sempre o assistiam se agitassem e

gritassem. Ele estava tentando soprar o Espírito em objetos inanimados para criar um

novo tipo de criatura para sua Deusa e tinha, até agora, falhado miseravelmente.

Primeiro Kalona tinha tentado inserir consciência numa árvore, um dos carvalhos

retorcidos que se proliferavam na fronteira com a pradaria gramada.

Aparentemente, as árvores já continham um espírito vivente que não apreciam

intromissão. Quando ele lançou espírito para ele, o carvalho tremeu como um cavalo

que sacudia um enxame de moscas mordedoras e lançou a magia de Kalona de volta

para ele. O imortal havia sido batido para fora de seus pés com a reação e teve de

suportar os gritos e cantos do Shaman local que, testemunhando o ritual, prontamente

acendeu sálvia e dançou ao redor do acampamento de Kalona, espalhando fumo em

todos os lugares. Kalona não fazia ideia se o mortal acreditava no que ele estava

fazendo. Ele só sabia com certeza que o sábio fumar fazia seus olhos lacrimejarem e seu

nariz coçar e isso o irritava quase tão completamente como faziam os pássaros ruidosos.

Ao invés de ferir o humano e despertar a ira da Mãe Terra, Kalona voou para longe,

para quedas de Nyx, ou seja, para se lavar no chuveiro cristal, esperando que a limpeza

de seu corpo fosse igualmente clara a sua mente.

A Deusa estava lá, tomando sol na pedra coberta de musgo. Quando ele caiu

ligeiramente ao lado dela, ela abriu os olhos e sorriu com alegria para ele.

— É você mesmo, ou estou tendo um sonho maravilhoso acordar?

Ele tomou-a nos braços e mostrou a ela como muito real ele era.

Kalona tinha encontrado contentamento nos braços de Nyx, mas o contentamento

durava apenas enquanto eles estavam juntos. Quando ela o deixava, voltando a sós, mas

satisfeita ao Mundo do Além, e Kalona voava de volta ao seu acampamento, a

felicidade que ele tinha encontrado em seus braços apenas intensificava a frustração que

sentia por sua separação.

— Energia Divina, misturada com o poder de criar e do elemento Espírito. - Pensando

em voz alta, Kalona se sentou em uma árvore caída que ele arrastou para perto da

fogueira que acendia todas as noites, e cutucou as brasas com uma vara longa. —

Espírito, energia e criação, que equivale a vida. Se eu tiver fundamento através disso,

Erebus certamente o fará também. Posso vê-lo agora, arrumando e esvoaçante enquanto

ele apresenta a sua criação para Nyx, fazendo-a sorrir, bater palmas e corar. - Kalona

espetou o fogo tão violentamente que sua vara quebrou na metade.

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— Eu não vou encontrar a resposta aqui sentado olhando para o fogo! - Foi quando

Kalona avistou a rocha. Era um arenito plano em forma de coração. Com as duas mãos,

ele o ergueu, decidindo o que faria. Com um encantamento apressado, Kalona convocou

o Espírito misturado com magia e criação, e canalizou-o na pedra sem vida.

A pedra tinha estourado, vomitando areia e formado grumos grotescos de energia

coagulada. Kalona a arremessou para longe dele em desgosto. – Por que é que algumas

coisas podem ser cheias de espírito e vida, e outras não podem? Os seres humanos um

vez foram apenas terra e água. Olhe para eles agora! - Ele gritou para o céu.

Algumas das gramíneas em torno de sua área de acampamento sussurraram. Kalona

apertou a mandíbula em irritação. Foi, provavelmente, aquele maldito Shaman

novamente. O ser humano parece ter dedicado os anos de inverno de sua vida para

espionar Kalona.

Três corvos resmungaram para ele em reprovação. Kalona esfregou a testa doendo.

— Mais de uma longa lista de excelentes razões pelas quais eu preciso completar este

teste e partir deste reino permanentemente. - Kalona resmungou. Ele tinha decidido dias

atrás que, uma vez que ele se juntasse a Nyx no Mundo do Além, ele seria capaz de

fornecer diversões suficientes para a Deusa lá, garantindo que ela fosse querer gastar

cada vez menos tempo aqui.

Como se apoiasse o plano de Kalona, o Shaman escolheu aquele momento para começar

outro de seus repetitivos cantos intermináveis. Kalona suspirou e olhou na direção em

que ele tinha jogado a pedra disforme. Sem surpresa, as gramíneas lá estavam acenando

e uma mancha de fumaça subia cinza contra o céu estrelado.

— Ele descobriu a rocha. - Kalona balançou a cabeça. — Eu deveria ter enterrado.

Agora ele vai cantar a noite toda, e eu não vou encontrar paz aqui.

Kalona abriu as asas e se preparou para ir ao céu. Ele iria voltar a queda de Nyx. Talvez

ela tivesse a graça dele com a sua presença ao amanhecer, e ele poderia encontrar

consolo nos seus braços.

Mas o imortal hesitou. Seus instintos lhe disseram que a resposta para o enigma do teste

do Espírito estava aqui. Esta era a pradaria Nyx gostava tanto, povoada por sua raça

favorita dos seres humanos. Certamente havia algo aqui que poderia inspirá-lo a criar o

que agradaria Nyx muito além de qualquer espetáculo colorido que Erebus pudesse

inventar.

Kalona começou a caminhar na direção oposta de onde a voz do Shaman levantava e

caia na regularidade irritante. A noite estava clara, a lua quase cheia. Mesmo sem a

visão sobrenatural, Kalona não teria nenhum problema em encontrar o seu caminho. A

Luz de seu pai brilhou prateada, transformando a pradaria num mar de grama. Enquanto

caminhava, Kalona desfraldou suas asas e levantou o rosto para cima, se banhando com

a luz suave. Isso acalmou e focou a ele, de modo que a extensa frustração anterior de

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Kalona tinha quase completamente desaparecido, substituída pela renovada confiança e

senso de propósito.

— Eu vou concluir esta tarefa final e, em seguida, tomar o meu lugar ao lado dela por

toda a eternidade. Esta separação é apenas uma pequena gota no mar do tempo que nos

espera. - Disse ele.

As gramíneas num curto caminho para trás e para a direita sussurravam. Suspirando,

Kalona parou, virou-se e caminhou propositadamente para trás. – Shaman, isso tem que

acabar. Deixe-me em paz! - E, evocando a sua lança da magia que derivou no céu à

noite, Kalona bateu a extremidade plana no chão, criando um trovão.

Não Shaman! L'ota! Gritou a pequena Fey enquanto ela corria para trás de sua lança.

— L'ota, você traz a palavra de Nyx? Será que minha Deusa me convoca?

Não de Nyx. Eu observo.

Kalona sufocou outro suspiro. Será que nada dará certo esta noite? — Pequena skeeaed,

eu temo que você irá se decepcionar. Não há nada aqui para assistir exceto minha

frustração. Volte para o Mundo de Além. Você se sairá muito melhor.

Eu assisto. Eu ajudo um alado.

— Me ajuda? Você quer dizer com o último teste? - Ele riu. — Pequena o que você

poderia saber sobre o Espírito e a magia da criação?

O corpo da criatura tornou-se mais fluido, e sua voz sussurrante assumiu uma cadência

astuciosa. L'ota conhece muitas, muitas coisas. L'ota ver muitas, muitas coisas.

— Não há dúvida de que você vê, está tão perto de Nyx. - Disse ele, agradando a

criatura. — Diga-me, L'ota, o que devo criar para a Deusa?

Deusa gosta de joias, cocar, colares de cristal, cordas de conchas e pedras.

Os olhos de Kalona se arregalaram de surpresa. “Se eu pudesse criar um colar feito de

joias vivas para ela, eu acredito que Nyx ficaria bem satisfeita”. - Ele se inclinou e deu

um tapinha na criatura. — Obrigado, L'ota.

A pele da skeeaed ondulou e tomou um brilhante rubor escarlate. L'ota sabe muitas,

muitas coisas. A criatura sussurrou, parecendo satisfeita consigo mesma.

— Você sabe, de fato. Talvez você também possa me dizer onde eu poderia encontrar

algumas joias. - Disse Kalona.

Não digo.

— Claro que não. - Disse ele, olhando para o céu, como se para encontrar paciência lá.

Não digo. Mostro.

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Com isso, a skeeaed deslizou para longe, apontando com um longo braço para Kalona

segui-la. O que eu tenho a perder? Com um encolher de ombros, o imortal correu atrás

da Fey.

L'ota cortou seu caminho através da pradaria em forma de serpentina e muito

rapidamente convenceu Kalona de que ela não tinha ideia de para onde ela estava

guiando.

— L'ota, onde estão exatamente essas joias?

Na caverna.

— E onde está a caverna?

Siga pegadas de touro. Encontre caverna.

Kalona tinha visto os animais poderosos que as Pessoas Prairie chamavam de bisões.

Eles percorriam a terra em enormes rebanhos. Às vezes havia tantos deles que cobriam

a pastagem de horizonte a horizonte. Tinha visto alguns touros velhos solitários, embora

ele nunca tivesse observado qualquer um dos bisões, seja touro, vaca ou bezerro

entrando em uma caverna.

— L'ota, você está enganada. Bisões não vivem em cavernas.

Ela fez uma pausa em sua caça serpentina e olhou para ele com uma estranha luz em

seus olhos amendoados. Não Bisão. Touro.

— Você não está fazendo nenhum sentido. Eu acho que é hora de que eu -

Diga as pegadas de touro! A Fey o interrompeu, apontando para o chão, onde, como ela

havia dito, cascos fendidos tinham cavado grandes recuos na terra. Kalona estava

estudando as pegadas e pensando que tinham que pertencer a um animal muito maior do

que qualquer outro que ele já tenha visto, até agora, quando os gritos triunfantes da

L'ota de - Caverna! Caverna! - o fizeram segui-la novamente.

A Fey tinha parado diante da boca do que parecia ser uma divisão rochosa na terra. Não

era longe de outra linha de madeira atravessada, e era pequena o suficiente para que

pudesse facilmente ter sido esquecido. Enquanto Kalona estudava as enormes pegadas

que levaram a ela e, em seguida, desaparecia, ele percebeu que era inteiramente

demasiado pequeno para o touro que fez as trilhas ter entrado.

— L'ota, onde é que o touro foi? Ele é grande demais para caber dentro dessa entrada aí.

Touro lá. A Fey gesticulou teimosamente para a caverna. Eu o vejo. Eu falo com ele.

Kalona decidiu que mente da pequena criatura estava completamente confusa. Talvez

ela não tivesse inteligência para compreender verdadeiramente o que ela estava dizendo.

Não que Kalona se importasse. Ele só se importava que ela tivesse inteligência para

levá-lo às joias.

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— O touro não é importante. O que é importante é que existem pedras preciosas dentro

dessa caverna, pedras que Nyx vai achar agradável. - Disse ele.

Touro importante. Branco como a geada. Ele não me chamar servo.

Kalona passou a mão pelo cabelo. Será que Nyx sabe que L'ota ficou louco? Se não,

como poderia dizer a ela sem entregar o fato de que ele tinha usado a sua ajuda para

completar o último dos testes?

Acima da caverna um corvo veio à terra e coaxou na Fey. A pequena criatura atirou

olhares furiosos e parecia pronta para fugir.

— Sim, o touro é importante. - Kalona disse, na esperança de acalmá-la. — Mas as joias

também são importantes. Eles estão lá dentro?

Sssssim! L'ota vaiou a palavra.

Decidindo que ele provavelmente deveria encontrar uma maneira de dizer a Nyx sua

serva estava delirando depois que ele completasse o teste e se juntasse a ela no Mundo

do Além, Kalona dispensou a Fey com um sorriso rápido, dizendo: — Obrigado,

pequena. O resto da tarefa eu devo concluir por conta própria. - Ele começou a mover-

se para a entrada da caverna, quando o Shaman, como que se materializando da noite,

apareceu diante dele, segurando um chocalho tartaruga em uma mão e uma pena de

águia decorando uma vara de fumaça na outra.

— Pare, Kalona das asas de prata! Não entre na caverna das Trevas. O Mal vai roubar o

seu espírito, e você vai vagar pela terra vazio e sem esperança, depois de ter perdido o

que você mais valoriza.

L'ota levantou da grama que estava escondendo ela, alongou o corpo e surpreendente

para Kalona arreganhou os dentes afiados e brancos para o Shaman. Você não um Deus!

Você não lhe ordenar!

O Shaman virou-se para enfrentar a Fey, sacudindo a chocalho para ela. — Deixe este

lugar, demônio, amigo de um inimigo do povo. Você não pertence aqui. - Ele trocou o

chocalho para a mão que segurava a vara de fumaça, chegou numa bolsa de couro que

foi amarrado a um cinto escudo em torno de sua cintura, e com ele atirou um punhado

de poeira azul no skeeaed.

L'ota gritou e arranhou seu rosto, rasgando sua carne. A carne que ela rasgou se

contorcia como se tivesse vida própria. Ela mudou, transformando em preto e

serpentina, até que finalmente todo o seu corpo explodiu, chovendo no chão com

tentáculos que continuaram a deslizar e se contorcer e rasgar-se até que o Shaman jogou

outro punhado de poeira azul no ninho fervente. Houve um terrível grito que atravessou

o ar, e os tentáculos se dissolveram em uma nuvem de fumaça negra fedorenta.

— Você não deveria andar com demônios, Alado. - O Shaman disse a ele.

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Kalona acenou com a mão na frente do rosto, tentando dissipar a fumaça fétida. — L'ota

era um dos Fey da Deusa. O que você fez com ela, velho?

— Eu revelei sua verdadeira natureza, a que ela tem escondido com sussurros e astúcia.

Ela é um demônio, seduzido pelas Trevas.

— Shaman, nada disto faz qualquer sentido para mim. Você não tem nada melhor para

fazer do que me seguir e causar a explosão de uma Fey?

— Eu só fiz com que a verdade fosse revelada. E eu sigo você, porque você é o Kalona

das asas de prata. Você tem um grande remédio.

— Sim, eu tenho. E é por isso que nem está falando com um Fey louco, nem entrar

naquela caverna vai me causar danos. Ninguém pode roubar o meu espírito.

— Alado, eu te vi em sonhos de poder que me foram dados pela Grande Mãe.

— A Grande Mãe não gosta de mim. - Disse Kalona.

— A grande sabedoria de mãe é para além de gostos mesquinhos e desgostos. -

Retrucou o Shaman.

— Podemos ter que concordar em discordar sobre isso.

— Kalona das asas de prata! Você tem que me ouvir. Em meus sonhos você está

mudado. Você está cheio de raiva e desespero. Você conhece só a violência e o ódio.

Você perdeu o seu caminho.

— Eu conheço o meu caminho. Encontra-se lá. - Ele apontou para a caverna. — E então

lá. - Ele apontou para cima, na direção em que L'ota tinha desaparecido.

O rosto enrugado do Shaman parecia triste. Sua voz perdeu a sua força, e Kalona

percebeu que o homem deveria ser muito antigo. — Se as Trevas o seguirem de sua

cova, eu serei obrigado por meus sonhos de poder e pelo juramento que fiz ao meu povo

a me sacrificar para pará-lo.

— Nada está me seguindo, exceto você, um Fey louco, e alguns pássaros negros

equivocados. Vá para casa, Shaman. Leve a sua mulher para sua cama. Ela vai ajudar a

limpar os seus sonhos.

O velho começou a embaralhar seus pés em um ritmo que se tornou familiar para

Kalona. — Escolha sabiamente, Alado. O destino de muitos mudará com o seu destino.

– Cantando no tempo da sua dança, o Shaman finalmente moveu-se para dentro da

pradaria.

Kalona balançou a cabeça e afastou mais fumaça, enviando-a flutuando na direção onde

os pássaros se empoleiravam acima da caverna, fazendo-os coaxar para ele com

irritação. — Pelo menos estamos de acordo sobre esta fumaça nociva. - Ele murmurou

para as aves. — O Shaman é uma praga. - Silenciosamente ele pensava sobre os

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acontecimentos recentes. Como ele iria explicar o que tinha acontecido com L'ota a

Nyx? E como é que ele não seria culpado por isso?

— Por que sinto que Erebus não tem esse tipo de problema? - Abaixando a cabeça,

Kalona entrou na caverna.

O interior da caverna se abriu para que Kalona pudesse ficar lá facilmente. Não havia

luz no interior e, embora o imortal pudesse ver através da escuridão, a cova o fazia

estremecer. Ele fez uma pausa, estudando os lados altos, rochosos, à procura de

evidências de cristais. Vendo nenhum, Kalona voltou sua atenção para as profundezas

da caverna.

Algo brilhou fora do alcance de sua visão.

Embora ele não gostasse da sensação de confinamento que a caverna lhe deu, Kalona

avançou. — É só pegar as joias condenadas pelo Shaman e sair. - Sua voz ecoou

assustadoramente em torno dele, dando-lhe uma pausa.

Palavras pausadas cursavam poderosamente através de sua mente.

Bem-vindo, Kalona, filho da lua, guerreiro e amante da Nyx. Eu me perguntei quanto

tempo isso iria levá-lo a vir para mim.

— Quem está aí? - Kalona chamou, chegando a evocar a sua lança.

Mas a mão de Kalona permaneceu vazia. Sua lança não apareceu.

Um estrondo de riso zombeteiro maltratou por sua mente. Você vai descobrir que não

há magia do Divino aqui. Aqui há um tipo diferente de poder.

— O que é você? - Perguntou Kalona, preparando-se para um ataque.

Fui chamado por muitos nomes, e serei chamado por incontáveis mais por toda a

eternidade. Estou me sentindo magnânimo hoje, Kalona. Chame-me do que você quiser.

Das profundezas da caverna, um enorme touro surgiu. Sua cabeça era tão grande que

seus chifres roçavam o teto distante, causando uma chuva de estalactites. O suspiro da

criatura era pútrido; sua pelagem era a cor de um cadáver.

Kalona tapou a respiração e se afastou dela. – Você é o mal de que o Shaman falou?

Sim e não. O ponto de vista do Shaman é muito limitante.

— Deixo-vos agora, mas eu aviso, se você me seguir eu vou lutar contra você. - Disse

Kalona.

Oh, eu espero que você e eu lutemos muitas vezes, mas não hoje, Kalona. Hoje eu

ofereço-lhe dois presentes e peço apenas uma coisa em troca.

— Eu não quero nada de você.

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Você não quer que o seu teste final seja vitorioso? Você não quer passar a

eternidade como um guerreiro valorizado da Nyx, seu verdadeiro e único amor?

— O que você sabe dessas coisas?

Eu sei tudo e muito mais. Sou mais antigo do que a sua Deusa. Mais antigo do que esta

terra. Eu sempre existi, e eu existirei eternamente. Onde há luz, há, também, escuridão.

Sem perda não pode haver ganho. Sem dor, como conheceremos o prazer? Não finja

que você não me entende. Você não é tão ingênuo como seu irmão beijado pelo sol.

Como você gostaria de compartilhar Nyx com ele?

— Você foi longe demais, touro! - Kalona se virou para sair, mas as palavras que

agitaram através de sua mente o detiveram.

Pare de tentar dar Espírito ao que está morto. Você não precisa criar um novo ser para

agradar Nyx. Você só precisa melhorar o que já existe. Que irá completar o seu teste e

ganhar-lhe o Mundo do Além. Embora uma vez lá, você vai passar a eternidade

partilhando a sua Deusa com outro, a não ser que você possa oferecer a ela mais que

Erebus.

— Eu já ofereço a Nyx mais que Erebus! Eu a amo mais do que ele é capaz!

Estou de acordo com a sua raiva, mas ela não vai ganhar a Deusa. Sua raiva vai levá-

la no abraço de seu irmão. Ela já tem feito isso.

— Não. Eu controlo minha raiva.

O riso do touro o maltratou novamente. Você vai ficar melhor em mentir, mas você não

vai ficar melhor em controlar sua raiva. Você não terá nenhuma saída para isso, exceto

para atirá-la no dourado Erebus, e até mesmo na própria Nyx. Isso fará com que sua

Deusa vire o rosto para você para sempre.

— Eu não vou perdê-la. - Kalona disse entre dentes cerrados.

Não, você não vai se você for valioso para ela, e se você tiver uma liberação para a sua

raiva. Posso dar-lhe as duas coisas. Só peço uma coisa em troca, e é mutuamente

benéfico para nós dois.

— Você não pode ter o meu espírito, touro.

Eu não quero o seu espírito, Kalona. Eu simplesmente quero entrada para o Mundo do

Além.

As palavras do touro chocaram Kalona silenciosamente.

Ah, vejo que devo me explicar. A energia que criou o Mundo do Além é tão antiga

quanto eu, por isso, é tão poderosa como eu sou, e ele está bem protegido. Às vezes eu

posso infiltrar-me nas sombras do Mundo do Além, mas nunca por muito tempo. Para

realmente entrar lá, eu devo ser convidado.

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— Eu nunca vou convidar o que iria destruir minha deusa.

Claro que você não faria, e eu não peço isso de você. Só peço que você me convide para

entrar de vez em quando, para que possamos fazer a batalha. Você vai ganhar. Você irá

proteger a sua Nyx. Ela vai te valorizam. Sua raiva vai ter uma saída, e Erebus vai

parecer um camarada insignificante em comparação.

— Se eu ganhar, o que você ganha?

Diversões. Estou curioso sobre um reino que não posso entrar plenamente. E, como a

pequena L'ota, há seres do Mundo do Além que vai acolher meus sussurros, que iria me

divertir.

— Eu não vou convidá-lo lá. Nyx nunca iria me perdoar.

Nyx nunca precisa saber.

— Eu não vou convidá-lo lá. Nunca. - Kalona disse com firmeza.

Você é jovem. Você não tem ideia de quanto tempo já tem. Lembre-se disso, filho da

lua, a raiva é um convite próprio. E até que você entre, o Mundo do Além tem

conhecido muito pouco sobre raiva.

— Eu só irei avisá-lo uma vez, touro. Fique longe de Nyx. - Kalona virou em direção à

boca da caverna.

É você quem vai me trazer perto de sua deusa. Tão certo como a Mãe Terra criou os

seres humanos, o seu ciúme vai criar raiva. Essa raiva, alado arrogante, vai me

permitir entrada para o reino de Nyx!

Com o riso zombeteiro do touro branco tocando ao longo de sua mente, Kalona fugiu da

caverna.

Da sombra das ervas altas, o Shaman assistiu Kalona das asas de prata fugir do poço, e

viu a escuridão que deslizou do bucho do lugar do mal. Como cobras silenciosas,

gavinhas seguiram o imortal. O imortal não fez nada para detê-las.

O Shaman curvou a cabeça em triste resignação. Muitas vezes, ele desejava que

seus sonhos fossem menos precisos, que ele fosse como o resto das pessoas, ingênuo

sobre a jornada da vida se desenrolando diante deles. Neste momento particular, ele

quase amaldiçoou o seu presente. A Grande Mãe lhe havia mostrado o que ele deveria

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fazer se o alado começasse o tráfico com a Escuridão, e embora isso fosse quebrar seu

coração e talvez até mesmo incorrer na ira de uma Deusa, ele não iria vacilar.

Ombros inclinados, o velho voltou para seu aposento para se preparar para o que

deve vir. A noite seguinte seria a de uma lua cheia de caça completa. Ele faria o

sacrifício, então, e rezaria para a Grande Mãe que o que ele oferecesse fosse apaziguar a

Escuridão o suficiente para impedir que o terrível futuro que ele tinha vislumbrado

viesse para o Povo.

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9.

“Muito mais tarde, durante as eras ela teve para repassar em sua mente

os eventos que levaram à dor e tragédia, Nyx frequentemente se

culpava...”

O encontro com o Touro Branco lançou Kalona ao seu núcleo. A criatura tinha sido

repugnante, e o que ele havia proposto era impossível, mas as palavras do touro

carregavam uma verdade desprezível que o imortal alado não podia negar. A verdade

começou a circular em volta de mente rodando Kalona, um interminável lembrete de

sua própria vulnerabilidade e do seu próprio medo.

Ele não podia compartilhar Nyx com Erebus. Ele não seria capaz de controlar sua raiva

se Erebus se tornasse o amante de Nyx, porque ele não seria capaz de suportar o

desespero que sua infidelidade lhe causaria.

Miserável, Kalona voou para a cachoeira de Nyx, na esperança de encontrar sua Deusa

lá. A cachoeira estava completamente vazia a não ser pela sombra de sua beleza.

Ele foi para o lago azul e sentou-se ao lado do barco que ele tinha esculpido para ela,

esperando que ela aparecesse. Nyx não apareceu.

Kalona até mesmo procurou pela pequena e louca Fey, L'ota, mas mesmo que ele

imaginasse um vislumbre de seu esconderijo nas sombras, ela se recusou a responder ao

seu chamado.

Ele odiava não ser capaz de convocar sua Deusa. Ele não queria controlá-la; Isso não

era tudo.

Ele simplesmente precisava de uma maneira de falar com ela, de tocá-la, de estar em

sua presença. Apenas Nyx poderia acalmar o desespero que estava crescendo dentro

dele. Apenas Nyx poderia tranquiliza-lo e curar o que as palavras envenenadas que o

Touro tinha dito.

Kalona estava totalmente sem esperança, sem Nyx, do seu desespero cresceu a

frustração.

Onde ela estava? Por que ela estava deixando-o sozinho? Será que ela já não o amava?

Ela já não o desejava? Será que ela não precisa dele como ele precisava dela?

Nyx estava com Erebus em vez dele?

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Em desespero, incapaz de se concentrar sobre a realização do teste final que ele deveria

passar antes de ser permitida sua entrada para o Reino de Nyx, Kalona foi para o céu,

em busca pelo mundo não para Nyx, mas por seu irmão, o filho dourado do sol.

— Isso! Está finalmente pronto? Eu me esqueci de algo? – Nyx passou a mão sobre a

coberta de pele e olhou em volta da câmara espaçosa que ela tinha escolhido para

Kalona.

Esqueceu-se do Dourado.

— Erebus? Não seja boba L'ota. Eu preparei seu quarto mais cedo. É ali, no lado do

palácio que se abre para a luz do sol da manhã.

Não ao lado da sua câmara.

— Não, só há uma sala que fica ao lado do meu quarto e... - A Deusa rompeu sua

explicação com um aceno de cabeça. — L'ota, tem algo errado com você? Você não

parece você mesma recentemente. Você está passando muito tempo na terra? Espero

que eu não tenha cansado você, pedindo-lhe para ficar de olho em Kalona para mim e a

me ajudar com essa câmara. - A Deusa fez uma pausa para sorrir para a skeeaed. — É

que eu dependo só de você, ainda mais do que eu faço com suas irmãs. Você tem

tomado conta de mim por um longo tempo L'ota. Você gostaria de se juntar as dríades e

ir brincar no reino mortal? Eles parecem aproveitar. Eles nunca parecem se cansar.

Eu não brinco. L'ota flutuava enquanto ela sussurrava sua resposta para Nyx. A Deusa

pensou que ela parecia estranhamente nervosa.

— Bem, é verdade que skeeaeds são mais sérias do que as dríades, mas você pode achar

que um pouco de brincadeira é divertido.

Você manda que seja assim?

— Claro que não! Eu não mando em você ou em qualquer um dos Fey para se

divertirem. Eu simplesmente queria dizer que você parece cansada e que eu sinto muito

se eu tenho cansado de você. L'ota, hoje eu quero que você descanse. Não se preocupe

sobre Kalona, Erebus, ou a mim. Hoje a noite, pequenina, é só para você. - A Deusa

sorriu para a Fey e afagou o tufo suave de seu cabelo.

L'ota abaixou a cabeça e disse: Você comanda. Eu obedeço. Em seguida, ela deslizou

para as sombras e desapareceu da câmara, deixando a Deusa balançando a cabeça e

suspirando. — Apesar de terem estado comigo por eras, os Fey permanecem tais

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criaturas estranhas. Às vezes, eu acredito que eles entendem demais; às vezes eu

acredito que entendem muito pouco. Bem, um descanso de seus deveres deve repor sua

energia, mesmo que ela tenha pedido ou não. - Nyx olhou ao redor da câmara

novamente e sorriu. — E eu tenho a mantido muito ocupada preparando o palácio para a

presença de Kalona e Erebus.

— Kalona... - Nyx repetiu seu nome, amando o som dele. Oh, como ela tinha saudades

dele! Ela tinha propositadamente deteve-se de visitá-lo para que ele não se distraísse e

se saísse bem e estivesse rapidamente preparado para o teste final. E Kalona estava,

obviamente, de acordo com ela; ele nenhuma vez havia chamado por ela, embora L'ota

tivesse visitado-o diariamente e esperado pacientemente para trazer de volta a sua

convocação à Nyx. Assim, Nyx acreditava que seu maior desejo era o mesmo que o

dele, de completar o teste final o mais rápido possível para que ele pudesse se juntar a

ela no Mundo do Além por uma eternidade!

Agora, o palácio estava pronto, embora estivesse muito vazio. E Kalona estava tão

perto! Talvez ela pudesse visitá-lo uma vez, apenas uma parte da noite. Ela iria mostrar-

lhe como ela estava ansiosa para tê-lo ao seu lado, e, em seguida, deixá-lo para suas

preparações.

O Alado chama por você. Como se Kalona tinha lido sua mente, L'ota de repente estava

lá, sussurrando as palavras que a Deusa havia secretamente ansiado o dia todo para

ouvir. Ele está no Gêiser. L'ota torceu o nariz em lembrança do cheiro do lugar.

Nyx riu alegremente. — Que bondade dele escolher para me encontrar na Antiga Fé!

Isso mostra que ele realmente se livrou do ciúme de Erebus. Oh, L'ota! Ele poderia ser

mais perfeito? – A Deusa abraçou a Fey, pegando a pequena criatura e dançando

alegremente ao redor da bela e decorada câmara que aguardava seu amante.

Nyx ainda estava rindo quando ela soltou a skeeaed e correu para escolher algo

encantador e belo para usar, muito distraída para ouvir as últimas palavras sibilantes da

criatura que falava com ela: Sssssim, L'ota observa. L'ota conta. L'ota mostrar a você!

Mais tarde, durante as eras que ela teve para repassar os eventos que levaram à dor e a

tragédia, Nyx frequentemente se culpava. Se ela não tivesse sido tão infantil, tão tonta e

tão-não-Deusa, ela poderia ter parado para questionar os “porquês” e “comos” das

coisas e impedido o horror do que estava por vir.

Mas ela não tinha feito isso. Nyx não havia verdadeiramente uma vez sequer se

perguntado por que L'ota tornou-se tão distante e defensiva. Ela não havia questionado

por que ela não sentiu a presença de Kalona quando ela se materializou no Gêiser. Ela

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não tinha sido sábia o suficiente até mesmo para considerar se as Trevas que ela tinha

sido sentindo, embora incapaz de alcançá-la, tinha o poder de influenciar os outros.

Não, Nyx tinha faltado em sabedoria e experiência, e por causa dessa falta, ela e muitos

outros pagaram um preço muito caro pelo simples perdão.

Naquela noite, Nyx não sabia nada de dor e arrependimento futuro. Naquela noite, tudo

o que ela sabia era que ela queria passar um tempo nos braços de seu amado.

Razão pela qual a Deusa foi totalmente para trás quando ela se materializou no cume

com vista para o Gêiser e foi recebida por exclamação de — Minha Deusa! Que

adorável surpresa em ver você! Eu admito que eu estivesse pensando em você e

desejando a sua opinião sobre a minha descoberta. Assim, você aparecer aqui é, na

verdade, muito fortuito.

— Merry Meet, Erebus. - Nyx rapidamente recuperou a compostura. L'ota tinha

realmente dito qual dos Alados havia chamado por ela? — Qual é esta descoberta?

— Venha comigo. - Sorrindo, ele estendeu a mão para ela. — Eu encontrei-os em uma

cova feita dentro das raízes de uma árvore velha, ali. - Ele apontou para a linha de

árvores acima deles, ajudando Nyx a subir sobre afloramentos rochosos. — Cuidado, -

disse ele, levantando-a sobre um aglomerado de silvas.

Ele guiou Nyx para uma árvore de cedro perfumado. Pressionando o dedo contra seus

lábios, ele cuidadosamente puxou para trás a folha de uma samambaia para revelar um

pequeno cesto situado dentro de enormes raízes da árvore. Dentro do cesto havia cinco

criaturas peludas e gordas.

— Gatinhos! - Nyx exclamou, fazendo com que os bebês acordassem e piscassem para

ela com olhos brilhantes e curiosos.

— Então, ela estava certa. Os gatos selvagens iriam agradá-la, - disse o Erebus,

parecendo satisfeito consigo mesmo.

— Eles não estão com medo de você, embora eles não favoreçam a ninguém. - Ao som

da sua voz, os gatinhos tinham dobrado suas costas e rosnaram, fazendo ruídos para ele.

Nyx riu e os acariciou, acalmando sua fúria em miniatura. — É claro que eles não estão

com medo de mim. Eles reconhecem a sua Deusa. E eles me agradam e muito! Tanto é

que eu tenho, na verdade, escondido um desses no Mundo do Além comigo. - Nyx

olhou para Erebus. — Ela?

O sorriso de Erebus fez parecer um garotinho adorável. — Mãe Terra, é claro.

— Claro. Há pouco que pode ser mantido em segredo da Grande Mãe.

— Isso a incomoda?

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— Não, não mesmo. Eu gosto de sua amizade e do carinho que ela tem por mim. Isso o

incomoda?

— Não! Eu amo a Grande Mãe e o reino mortal. Existem tais criaturas interessantes que

povoam aquela terra. E, eu a devo uma vasta dívida pela minha criação.

— Você é realmente bom e generoso, Erebus.

— Obrigado, minha Deusa. Você sentaria comigo por algum tempo e esperaria para o

seu Gêiser a entrar em erupção, de modo que pudéssemos vê-lo juntos?

— Eu adoraria, - Nyx assegurou. Antes de fechar a cesta com a folha, ela deu aos

gatinhos um último olhar demorado. — Será que a Mãe Terra mencionou a você se ela

se importaria se eu escondesse mais alguns gatos selvagens?

Erebus riu. — Não, ela não fez, no entanto eu irei perguntar a ela quando for visitá-la.

— Então você a visita regularmente? - Nyx perguntou enquanto eles fizeram o caminho

de volta para o cume com vista para o Gêiser.

— Sim. Eu desfruto de sua companhia, embora eu não entenda a sua obsessão com o

Fey.

— Gostaria de avisá-lo para se acostumar com eles, mas eles parecem preferir o reino

mortal ao do Mundo do Além. Até a minha skeeaed foi temperamental afetado por ele.

— Skeeaed. É que a pequena Fey de cor rosada que fica tantas vezes na sua sombra?

— Sim, L'ota. Será que você não falou com ela hoje?

— Não, eu não vi a criatura desde o último teste, - disse Erebus. Então ele parou e

levantou-a sob seus pés. — Deusa, há silvas em todos os lugares e as rochas são

acentuadamente afiadas. A próxima vez que você vir me visitar aqui, gostaria de pedir

que você lembre-se de usar sapatos.

— Eu vou fazer isso, - disse ela. — Mas até então eu vou apreciar o seu cavalheirismo.

Quando chegaram ao cume, Erebus colocou-a suavemente abaixo de uma pedra lisa e

curva que fez uma cadeira perfeita. Ele sentou-se no chão rochoso ao lado dela, e eles

observaram o Gêiser. Nenhum dos dois falou, mas o silêncio entre eles não era

desconfortável. Nyx estava pensando o quão agradável e pacífico estava lá, e como o

cheiro dificilmente atingiu o cume, quando a terra começou a rosnar e, em seguida,

ondas sussurrando anunciaram a água que vinha e a coluna irrompeu no ar que ia

subindo, subindo contra o sol carmesim rosado.

Nyx pegou a mão de Erebus. — É tão bonito! Obrigado mais uma vez para criar uma

coisa de tal beleza para mim.

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— Seu sorriso é gratificante o suficiente, - disse Erebus. Em seguida, ele inclinou a

cabeça e seu olhar dourado capturou o dela, procurando. — Você deveria ir até ele.

Nyx piscou surpresa. — Ele?

— Kalona. Você deve ir até ele. Ele precisa de você. Com você, ele é um ser melhor do

que ele é sem você.

— Eu estava dando a ele um tempo para... - Nyx parou, não querendo parecer

indiferente aos sentimentos de Erebus.

— Você estava dando-lhe tempo para se concentrar no teste final, sem a distração de

sua beleza, - Erebus terminou a frase para ela. — Estou certo de que isso parecia uma

boa ideia, mas se eu conheço o meu irmão, e eu tenho a percepção que eu o conheço, já

que ele é realmente apenas outra versão de mim mesmo, posso dizer-lhe que a solidão

não traz a concentração. Ele precisa de você. - Erebus repetiu.

— Você nunca sente inveja do que ele e eu compartilhamos?

— Não, minha brilhante, bela Deusa. Estou satisfeito com o destino para o qual fui

criado. Eu não seria um bom guerreiro.

— Eu não estava falando da parte de ser guerreiro, - disse ela em voz baixa,

encontrando seus olhos iluminados pelo sol.

Seu sorriso era reconfortante. — Se alguma vez você deseje que eu seja seu amante, eu

o faria de bom grado e mais alegremente retornaria esse desejo com frequência ou mais

raramente, como você poderia me querer. Mas eu não tenho nenhum desejo de

reivindicar seu corpo, minha e só minha. Meu único desejo é para a sua felicidade, e eu

acredito que meu irmão ao seu lado, sendo o seu guerreiro e seu amante é o que a faria

mais feliz. Isso também o faria mais feliz, o que é importante para mim, embora eu

tenha certeza que levaria eras para convencer Kalona disso.

Nyx deslizou de seu banquinho rochoso para o colo de Erebus, onde ela jogou os braços

ao redor dele e abraçou-o com força. — Você me faz feliz, muito feliz!

— Então eu não interromperei essa felicidade.

Do abraço de Erebus, Nyx olhou para o céu escuro para ver Kalona pairando acima

deles, sua voz tão plana e sem emoção como sua expressão.

— Irmão! Venha se juntar a nós, - disse Erebus, de pé e com cuidado ajudando Nyx a

voltar ao seu lugar rochoso.

— Nós estávamos falando de você.

— Eu ouvi apenas a voz de sua Deusa, - Kalona disse, sem olhar para Nyx. — E ela

falou da grande felicidade que você traz a ela. Nyx, com sua permissão, vou deixá-la

com isso.

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— Você tem a minha permissão, - disse Nyx, sua voz soando muito jovem.

Com um flash de asas de prata, Kalona desapareceu no horizonte.

Erebus suspirou. — Para um guerreiro, ele parece muito sensível.

— Ele me odeia. - disse Nyx.

— Ele te ama, - corrigiu Erebus. — É por isso que ele voou para longe em uma crise de

ciúmes. Tudo que você precisa fazer é encontrá-lo e explicar o porquê você disse que eu

a faço muito feliz. Mais tarde eu irei falar com ele que se ele vai escutar, ele deve

aprender a fazer um trabalho mais profundo do que aquilo.

— Erebus, você é um bom amigo, - disse Nyx, inclinando-se para beijar seu rosto.

— E você é uma gentil e amorosa Deusa, - disse Erebus. — Oh, e eu estou pronto para

completar o teste final.

— Devemos então convocar o Espírito e chamar a Mãe Terra?

— Há um tempo em grande quantidade para isso. Eu posso esperar um pouco até que

você tenha feito as pazes com o meu irmão.

Nyx abraçou-o novamente e, em seguida, ela se levantou e, pensando em Kalona,

chamando a magia da Divindade para ela. Ele levantou-a e, deixando um rastro de luz

das estrelas brilhando em seu rastro, começando a levar a Deusa em direção ao mar de

grama que cobria o centro do continente selvagem.

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10.

“Para minha filha, essa criação minha, eu concedo o dom da Noite

Divina...”

Nyx encontrou seu acampamento facilmente, apesar de Kalona estar ausente. Ela quis

sair dali rapidamente, para seguir a ligação que tinha com ele e ir diretamente a ele, mas

o local Kalona tinha feito para seu próprio a intrigava.

Ficava na beira do gramado da pradaria onde fazia uma curva para a seção de madeiras

das árvores que forravam um assentamento de areia, na outra extremidade do qual as

pessoas tinham feito suas moradias no Prado. Nyx pensou que era um ótimo lugar para

um acampamento, e Kalona tinha certamente feito com que ficasse confortável.

Ela olhou através das pilhas de peles, cestos, ferramentas e gêneros alimentícios,

percebendo que seu amante tinha obviamente feito amizade com o Povo do Prado, ou

ela esperava que ele tivesse. A mão de Nyx permanecia particularmente em uma pele

grossa, muito parecida com o que ele tinha alinhado seu barco no dia em que ele tinha

trabalhado para ela.

Qual foi a negociação que Kalona tinha feito para uma rica variedade de brindes? Nyx

sabia que os nativos mortais o conheciam bem. Eles poderiam ser gentis e generosos,

mas também raramente davam presentes sem nenhum propósito.

Um pequeno pedaço de apreensão surgiu na Deusa enquanto ela se lembrava do

primeiro encontro de Kalona com o Povo do Prado. Eles o haviam chamado a Deu

Alado e estava pronto para adorar a ele.

— Não! Eu não vou pensar mal de Kalona. Ele não é responsável pelas superstições do

Povo do Prado. - Nyx disse a si mesma com firmeza.

A Deusa virou o rosto da pilha de presentes e deixou o pequeno acampamento

acolhedor. Ela ficou na borda da pradaria e abriu os braços, jogando a cabeça para trás e

bebendo na luz crescente de uma lua cheia, de prata. A noite estava clara, e o céu estava

cheio de estrelas. A brisa era quente e gentil, e dentro dele, Nyx enviou sua magia.

— Leve-me para o meu amor, para que eu possa fazer direito o que se tornou errado

entre nós, - Nyx comandou a noite.

Faíscas de magia, como a cauda cintilante de estrelas cadentes, fluíram a partir da

Deusa. Delicadamente, mas certamente a puxou para frente. Nyx seguiu. Confiante de

que Kalona estava por perto, ela sentiu o do coração acelerar em antecipação. Ele havia

sido criado para ela; ele a amava. Ela só precisa olhar em seus olhos cor de âmbar, para

tocar a força suave de seu corpo, e ele saberia tão certo como ela que não havia nada

nem ninguém entre eles, que nunca haveria.

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Nyx viu os pássaros pretos antes que ela visse Kalona. Eles desviaram sua atenção para

uma distante pradaria que tinha algumas pequenas árvores e algumas bordas de arenito

cobertas de líquen. Ela podia ver a silhueta de Kalona. Ele estava sentado em uma

grande laje plana de pedra, cabeça entre as mãos, ombros curvados.

Suas asas brilhavam como se estivessem absorvendo a luz da lua cheia. Nyx parou e

ficou em silencio, observando-o de longe. Ele é tão bonito, tão majestoso e tão triste,

pensou. Eu anseio para aliviar sua tristeza.

Nyx tinha apenas começado a diminuir a distância entre ela e Kalona quando uma figura

se moveu no canto superior da visão da Deusa, atraindo o olhar do alado imortal. Acima

dele, em um ainda maior afloramento de rocha de arenito, um homem ancião enfeitado

de penas tinha aparecido. Ele se levantou, endireitou lentamente seu corpo torto pela

idade. Enquanto ele se endireitava, Nyx podia ver que ele não estava sozinho.

A mulher estava com ele, uma menina, na verdade. Ela estava usando um vestido

elaboradamente decorado de bronze que Nyx achou ser bastante agradável. Na verdade,

mesmo à distância a Deusa podia dizer que a donzela era espetacularmente bela.

A testa de Nyx levantou e ela sentiu uma pontada de ciúme. Era o velho oferecendo a

garota para Kalona? E se ele aceitasse?

A Deusa estava rasgada. Parte dela queria desvanecer-se na noite e para permitir que o

amor dela se tomar o seu prazer onde poderia encontrá-lo.

Outra parte dela queria correr para frente e exigir que Kalona escolhesse nenhuma outra

além dela.

Nyx baixou a cabeça e ficou surpresa com o conhecimento do que era a sensação de ser

ciumenta e vulnerável e cheia de desespero.

O velho começou a entoar uma melodia rítmica sem palavras. Sua voz era hipnótica, e

Nyx sentiu seus próprios pés descalços começarem a se mover no tempo com ele

quando Kalona falou.

— Shaman, basta! Tenho sofrido muitas misérias hoje. Eu não preciso de sua música

sem fim adicionado a elas. - Ele levantou a cabeça, e Nyx pudesse ver seu corpo de

contorcer em surpresa. — Por que você trouxe uma criança aqui?

— Eu faço apenas como ordena o meu sonho.

— Sobre esse sonho, você poderia ter me dito isso...

A voz do velho homem atravessou Kalona. Enquanto cantava a sua canção, o timbre de

sua voz mudou ampliado com um estranho poder que brilhava a partir do centro da testa

em uma luz pura, branca em forma de uma lua crescente.

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O que eu faço, eu faço para dois

Um para ela

E um para você

Tome este garota

Seu sangue corre puro

Sacrifício para dois

Um para ela

E para você

Hipnotizada, Nyx assistiu e ouviu, mas enquanto a canção do Shaman progredia, uma

terrível sensação de pressentimento encheu a Deusa e ela começou a se mover para

frente, lentamente no início, e depois mais rapidamente, até que ela estivesse correndo.

Permaneça na balança

Novo e velho

Escala de dois

Um para ela

E um para você!

Com a última linha de sua canção, o Shaman levantou a mão. Nyx viu que ele segurava

uma longa e afiada lâmina de obsidiana.

— Não! - Gritou a Deusa.

A lâmina do Shaman não vacilou. Ele cortou a garganta da garota, liberando uma

torrente de sangue. Ela caiu aos pés dele, com a respiração ofegante, sua vida se

esvaindo e inundando o arenito com uma maré vermelha.

— Por que você fez isso? - Nyx correu às pressas até a garota, e puxou a menina

morrendo em seus braços.

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— O sacrifício foi para dois. Um para ele. Um para você. Perdoe-me, Deusa. Eu fiz

apenas o que eu poderia fazer. - Então o olho do velho rolou até ficarem brancos. Ele

apertou o peito e caiu nas gramíneas, não mais respirando.

Nyx olhou para cima para ver que o rosto de Kalona estava tão pálido como o luar. —

Que loucura é essa?

— Eu-eu não sei. Eu pensei que o velho homem estava iludido, mesmo equivocado. Eu

não pensei que ele fosse capaz de fazer isso.

— Ele e seu povo estavam venerando você?

Nyx viu genuína surpresa na expressão de Kalona. — Eles me deixaram presentes, e o

velho, muitas vezes gritava e esfumaçava em torno de mim. Isso é veneração? - Kalona

balançou a cabeça, olhando para a garota morta. — Eu sou um tolo. Eu sou o culpado

por essas duas mortes.

— Não! - Disse Nyx severamente, não está disposta a permitir que Kalona caísse em

desespero e culpa. — Ele era um velho homem. Seu coração falhou com ele. Isso não

poderia ser alterado e não é culpa sua. Mas essa garota, essa criança, ele tão

equivocadamente a sacrificou para você, ela ainda se agarra à vida. Nós podemos salvá-

la, você e eu, me empreste seu dom da Criação, e invoque o Espírito. O que me

agradaria mais é que seu teste final fosse salvar a vida desta garota.

— Mas a Mãe Terra...

— Eu sou Deusa! E eu proclamo que eu estou disposta a trocar a minha amizade com a

Terra pela vida desta criança.

Kalona inclinou a cabeça para ela. — Sim, minha Deusa.

Eu chamo-lhe, Espírito, Poder Divino, e o poder da Criação também.

Eu tenho mais um teste para passar, mais um conto para contar.

Assim como ordena a Deusa, que assim seja,

Como quer que seja que ela deseja usá-lo, com ela eu concordo.

Kalona se curvou e beijou Nyx suavemente nos lábios, e enquanto a Deusa aceitava seu

beijo, ela absorveu para dentro de seu espírito e de seu corpo, o poder da Criação, e o

poder do Divino.

Nyx levantou a faca de obsidiana de onde o velho tinha deixado cair, rapidamente

deslizando a lâmina através de seu próprio pulso. Em seguida, ela segurou a linha

escorrendo para os lábios pálidos da menina, dizendo:

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Sangue do meu sangue, você deve sempre ser.

Tome, beba. A partir desta noite, a tua nova vida é

O meu decreto.

Os olhos da menina permaneceram fechados, mas os lábios abriram contra ferida da

Deusa, e ela bebeu como Nyx ordenou.

A Deusa se inclinou e soprou suavemente sobre a garganta sangrando da menina. A

carne rasgada começou imediatamente a curar.

Para minha filha, esta criação minha,

Eu concedo o dom da Divina Noite.

Nyx beijou os lábios da menina, respirando o último do Espírito que havia dentro dela, e

então ela beijou o meio da testa lisa da menina, tocando a criança com Magia Antiga de

uma Deusa, sussurrando, Com esta Marca de tatuagem, sua vida começa de novo.

No meio da testa da menina uma lua crescente cor de safira apareceu. A partir dela,

expandindo para baixo de cada lado do rosto da menina, cresceu uma série complexa de

redemoinhos filigranas e sinais misteriosos com símbolos que representava cada um dos

cinco elementos, magicamente espelham as tatuagens com que Nyx muitas vezes

escolheu para decorar o seu próprio corpo.

A menina abriu os olhos. — Grande Deusa da Noite, me diga o seu nome para que eu

possa te venerar.

— Você pode me chamar de Nyx.

Em seguida, a noite ao redor deles explodiu enquanto a Mãe Terra se materializou

seguida por uma multidão de dríades que deu uma olhada em sua Deusa e caiu

excepcionalmente em silêncio.

— Ah, então, é como eu pensava, - disse a Mãe Terra. Ela balançou a cabeça

tristemente. — O teste tem foi em vão. Kalona deve ter falhado.

Erebus caiu do céu, segurando uma cesta tecida. Seu sorriso iluminado pelo sol

desapareceu, enquanto ele observava a cena sombria.

— Eu senti o teste começar. Apressei-me para acompanhá-la. - disse o Erebus.

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— Filha, durma, e quando você acordar você vai esquecer o terror de sua criação e

lembre-se, só o amor, sempre o amor, - Nyx comandou a donzela, e passou a mão pelo

rosto, fazendo com que os olhos da menina se fechassem. Em seguida, a Deusa mudou-

a delicadamente de seu colo, e levantou-se para enfrentar Erebus e a Mãe Terra.

— O que aconteceu aqui é minha responsabilidade. O ancião estava confuso e

equivocado. Ele sacrificou esta donzela para Kalona em um acesso de loucura. Ordenei

que Kalona me desse seu dom da criação e invocasse o Espírito, para que eu pudesse

misturar a nossa magia e salvar sua vida. Suas ações me agradaram. Eu decreto que

Kalona passou na terceira e última das suas tarefas. - Nyx virou-se para Erebus. —

Você pode completar o seu teste agora, também.

Com nenhuma das brincadeiras que ele normalmente exibia, Erebus caminhou para Nyx

e colocou a cesta no chão entre ela e a donzela adormecida.

— Eu tinha a intenção de dar isto para o Povo do Prado que você ama tanto, - ele disse a

ela. — Parece certo que eles agora pertençam a sua filha mortal mais favorita.

Erebus tirou a tampa da cesta para revelar os cinco gatinhos que ele lhe mostrara

anteriormente naquela noite. Ele estendeu as mãos sobre a cesta, e invocou:

Magia Antiga, criação emprestada, e o poder do Espírito

Eu chamo a ti.

Conheça a minha vontade e faça o que eu vos mando

Do meu próprio coração.

Crie alegria desta noite de confusão

Morte e lágrimas.

Conforte esta filha de Nyx com companheirismo durante longos anos.

Familiares, amigos e companheiros que devem estar em nome e no coração.

Uma vez escolhido, pela força do sol que nunca vão se separar.

As mãos de Erebus brilharam com o brilho alaranjado de um pôr do sol, e quando ele

levantou a partir do topo da cesta, Nyx viu que a pele bege e cinza selvagem dos

gatinhos tinham sido alterada para laranja luz solar e creme nublado. Erebus levantou

um dos gatinhos da cesta, e em vez de assobios e coçar, ele começou a ronronar,

aninhando-o com o seu rosto macio e peludo. O imortal alado sorriu. — Não a mim,

querido. Ela precisa de sua amizade mais do que eu - Ele colocou o gatinho ao lado da

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donzela adormecida e, em seguida, levou os outros quatro para a ela, assim, para que

eles formassem um círculo quente contra ela. Então ele virou-se para Nyx.

A Deusa tomou seu rosto entre as mãos e beijou-o suavemente. — Seu presente me

agradou muito. Você, também, passou no último dos testes. - Então Nyx virou o rosto

para a Mãe Terra. — Eu não planejei o que aconteceu esta noite.

— E eu planejei com muita rigidez. Tentei controlar muito. Hoje à noite eu percebi que

há algumas coisas que nem mesmo a sua grande capacidade de amar ou o meu presente

para criação pode evitar.

— Ainda somos amigas?

— Sempre, - disse a Mãe Terra. — Mas eu acho que está na hora de eu parar me

intrometer em seus assuntos pessoais.

— Eu nunca vou ser capaz de lhe agradecer o suficiente para que a intromissão

amorosa. Você terminou a minha solidão e agora, com Kalona e Erebus, o Mundo do

Além será preenchido com vida novamente.

— Não há o que agradecer minha filha, - disse a Mãe Terra. Ela caminhou até Erebus e

abraçou-o calorosamente. — Você sempre será a memória de, um dia perfeito cheio de

sol de verão para mim. Tenho desfrutado sendo a sua mãe.

— E eu gosto de ser seu filho. Será que vamos continuar nossas visitas não?

— Talvez, mas eu acho que você vai estar bastante ocupado no Mundo do Além, e eu

percebo que eu fiquei cansada novamente. Eu preciso dormir. - Mãe Terra aceitou o

beijo de Erebus em sua bochecha, em seguida, ela se mudou para estar diante de

Kalona. — Eu tenho sido dura com você, meu filho da lua, mas isso é devido ao que eu

sinto dentro de você. Kalona, você é um tipo diferente de criação de seu irmão. Você

era guerreiro nato e amante, e esses dois papéis não são fáceis de suportar lado a lado.

Eu vejo dentro de você uma capacidade ilimitada para o bem, assim como uma

capacidade ilimitada para igualmente mal. Através dos testes de eu impus para você

aprender que com grande poder vem grande responsabilidade. Somente suas escolhas

futuras vão mostrar se eu consegui ensinar com minhas lições.

— Não tenho a intenção de machucar, - Kalona disse seriamente.

— A intenção é um amigo volúvel, - disse a Mãe Terra. — Você não tinha a intenção de

qualquer mortal morresse nesta noite, não é?

— Não. Eu não...

— E, no entanto há um morto, e outro foi alterado para sempre. Kalona, ouça-me bem,

pois isso eu juro: Se a sua raiva, as Trevas permitir, abraço da Terra não deve

socorrer-te. Então, eu tenho dito, que assim seja.

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Selando o juramento, a Mãe Terra o beijou nos lábios frios e, em seguida, virou-se para

Nyx, cansada. As duas mulheres se abraçaram.

O olhar de Nyx foi para a donzela. — Quando você não estiver dormindo, você cuidaria

de minha filha comigo? Ela é um ser novo, e é o único de sua espécie. Ela precisará de

cuidados especiais, e não se podem ter muitas mães.

— Minha amiga, eu tenho medo que eu possa dormir tanto tempo que, de certa forma

eu nunca me levantarei de novo, então antes que eu derive em minha cama, eu vou criar

mais uma vez, mas você deve olhar por estas crianças por si só.

Nyx ficou confusa por um momento, e depois ela entendeu ao o quê a Mãe Terra se

referia. — Você irá criar mais seres como ela!

— Eu irei, embora a sua criação seja mais difícil do que a dela. Ela não é

verdadeiramente um novo ser, mas um mortal com mais poderes. Vou semear a

humanidade com as sementes do que ela é. Eu não sei como muitos deles serão capazes

de tornar-se mais.

Nyx apertou as mãos da amiga. — Obrigada, Mãe Terra. Obrigada por ter certeza que a

minha filha não vai viver sua vida sozinha.

— Não me agradeça ainda. Eu não sei quantas como ela irá sobreviver.

— Os seres humanos são fortes e corajosos. Haverá muitos que sobreviveram, - disse

Nyx. — E eu serei a sua Deusa da Noite!

— Sim, minha amiga. Sim, - a Mãe Terra concordou. — Agora, me abrace de novo,

para eu ter sua licença. Eu não quero que nenhuma tristeza ou arrependimento entre nós.

Nyx abraçou com força. — Durma em paz, sem preocupação e sem arrependimento.

Vou visitar seus filhos, e vou vigiar o que é eterno dentro deles pela eternidade.

— Cuide-se também, - disse a Mãe Terra. Depois, ainda abraçando a Deusa, ela

sussurrou, unicamente para seus ouvidos: — E observe Kalona. Se ele começar a

mudar, será porque sua raiva tem crescido mais do que o seu amor. Se ele permitir que a

raiva o consuma ele também vai consumir você e seu reino. - Em seguida, ela soltou

Nyx e recuou. — Vá agora, e que todos abençoados sejam.

Trinados de partir o coração irromperam do grupo de Fey que estavam agrupados em

torno da Mãe Terra. Nyx percebeu que não havia apenas dríades ali, mas coblyn,

naríades, e até mesmo alguns skeeaeds surgiram sobre a pradaria, pintando a noite com

cores brilhantes que refletiam sua ansiedade.

— Não, pequeninos, não se desesperem. Vocês pertencem ao Mundo do Além que é o

lar de vocês, - disse a Mãe Terra.

— Oh, minha amiga, por favor, me diga que os Fey podem continuar a visitar a sua

terra, - disse Nyx.

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Mãe Terra olhou surpresa. — Você permitiria isso?

Nyx sorriu calorosamente para os Fey. Enquanto há Magia Antiga, rica e verdadeira, lá

você deve encontrar os Fey, e lá te encontrar.

— Portanto, a sua Deusa disse, e que assim seja! - Gritou a Mãe Terra, animada

novamente enquanto os Fey formavam um círculo em torno dela e começaram a dançar

em comemoração.

Nyx enxugou uma lágrima, e depois levou Kalona e Erebus pela mão. — Vamos deixá-

la agora, feliz e rodeada por aqueles que trazem de tanta alegria a ela. - disse ela em voz

baixa, orientando-os para a parte escura da pradaria. Quando eles estavam fora da vista

da Mãe Terra, Nyx soltou suas mãos e disse: — Sigam-me. - A Deusa levantou a mão e

um fio de prata delgado apareceu, como se a Lua lhe emprestara um feixe de luz. Ela

agarrou-o e sorriu para os imortais alados que estavam estudando-a com aparência

gêmeas de apreensão. — Não se preocupe. Se você souber o caminho, a viagem não é

distante. E eu vou lhes mostrar o caminho, de modo que sempre que vocês nunca

estarão longe de mim. - Em seguida, a fita cintilante ficou tensa, levantando a Deusa no

céu noturno. Kalona e Erebus desfraldaram suas asas juntos, e se elevaram para o céu

atrás dela.

Nyx não soltou o fio de prata cintilante, até que, fora da escuridão completa que existe

entre os reinos, um pedaço de terra batida de repente apareceu. Ela pisou nele e se virou

para Kalona e Erebus.

— É um pedaço da Mãe Terra aqui? - Perguntou Erebus, inclinando-se para tocar o

chão que parecia muito, muito parecido com a terra vermelha da grama de pradaria.

— Há mais do que lá. - Kalona disse, apontando para um bosque aparentemente

interminável que se estendia diante deles.

— Não, não há nada da Mãe Terra aqui, - disse Nyx. — Ainda que vocês vão ver

muitos pontos turísticos que irão lembrá-lo dela.

Nyx pensou que Kalona parecia aliviado. Erebus apenas olhou curioso. — O que é

aquela árvore? - Perguntou ele, começando a andar para frente em direção a ela.

Nyx deu um passo à sua frente, bloqueando seu caminho. Ambos os imortais estavam

agora olhando para ela com curiosidade.

— Essa árvore tem muitos nomes no reino mortal, Yggdrasil, Abellio, e Árvore de

Pendurar, mas são três das muitas reflexões de sua Magia Antiga. Aqui, eu a chamo a

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Árvore dos Desejos, enquanto eu a enchia com fitas de Energia Divina em que tenho

tecido desejos e sonhos, alegria e amor. Ergue-se na entrada do meu reino, o Mundo do

Além. Tenho a intenção de compartilhar o meu reino com vocês, mas antes de eu

permitir vocês à entrada eu peço a cada um de vocês para me fazer uma promessa que

não importa o que a eternidade possa trazer, vocês nunca mais vão falar dos

acontecimentos desta noite. Minha filha, e aqueles que virão depois dela, nunca devem

saber que eles foram criados por causa de erros de superstição e loucura. Vocês

concordam?

— Concordo, e você tem a minha promessa. - disse Kalona.

— Assim como eu. Você tem a minha promessa também, gentil e amorosa Deusa. -

disse Erebus.

— Então eu de bom grado dou a vocês entrada no Mundo do Além, e desejo que,

juntos, vamos todos ser abençoado!

Mãe Terra deixou os Fey a sua dança interminável. Ela tinha uma última tarefa a ser

executada antes que ela pudesse dormir, mas primeiro ela se aproximou do corpo do

Shaman. Ajoelhou-se ao lado dele e fechou os olhos cegos; em seguida, ela agitou as

mãos sobre seu corpo, e a rica terra da pradaria se separou, fazendo gentilmente uma

abertura na qual embalou o ancião.

— Você fez bem, assim como eu pedi. Eu sei que isso partiu seu coração para seguir o

meu edital e sacrificar à donzela, mas ao fazê-lo você deu a Kalona sua única chance de

redenção, pois ele tem, de fato, sido manchada pelas Trevas. A Nyx vê, mas eu vejo isso

tão claramente como você fez. Você fez o que eu ordenei. Agora vou manter minha

palavra para você, Ancião. - Mãe Terra tocou a testa, e tirou de dentro de si a esfera

brilhante que segurou seu espírito eterno.

Venha a mim, animal poderoso da grama do mar!

Um enorme bisão trotou até a Mãe Terra. Os músculos de seu peito largo ondulado

enquanto ele se curvava perante ela, o focinho descansando em seu joelho. Ela acariciou

a pele grossa, murmurando-lhe a apreciação de sua majestade. Em seguida, ela

completou sua promessa, dizendo:

Acompanhado pela linha do tempo, você e ele será!

Ela apertou o globo de espírito contra a testa do bisão, e desapareceu dentro da besta.

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Mãe Terra sorriu para ele. — Vá, um velho feito jovem! Vague pela pradaria e tenha

uma vida longa e fértil.

Com um suspiro, o bisão obedeceu e, quando ele afastou-se e chutou o ar em uma dança

alegre de liberdade.

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11.

“Embora ele criasse uma ferida dentro dela que doeria por toda a

eternidade, Nyx sabia que Kalona deveria ser detido...”

E assim as eras passaram. No início, tudo estava bem no Mundo do Além. A Deusa não

estava mais sozinha. Ela tinha guerreiro e amante, companheiro e amigo. Nyx prosperou

e, assim, fez o Mundo do Além.

Os filhos de Nyx, criados pela Mãe Terra antes que ela se retirasse para dormir dentro

de si mesma, prosperou muito bem, embora ambos imortais tivessem razão. Muitos não

eram fortes o suficiente para sobreviver a Transformação, mas aqueles que passaram

foram o melhor da humanidade, o mais bravo e mais forte, o mais brilhante e talentoso.

Em solidariedade, eles nomearam-se Vampiros, Os Filhos de Nyx, e eles

desenvolveram uma sociedade que honravam as mulheres como Deusa, e valorizavam

os homens por seus papéis de guerreiro e amante, e companheiro e amigo. Nyx ficou tão

bem satisfeita por seus filhos que ela às vezes concedia dons a eles com base nos cinco

elementos sobre os quais a amiga tinha concedido o seu domínio. Mas não importava o

quanto eles a agradavam, ou quantas vezes Nyx concedia os dons aos vampiros, a Deusa

se certificou de que ela não se metesse com muita frequência em suas vidas. Mãe Terra

tinha ensinado uma lição valiosa. Amar não pode prosperar se ele estiver perto demais e

controlar. Nyx jurou que ela não iria controlar suas amadas crianças, que eles sempre

teriam livre-arbítrio, até mesmo se eles escolhessem usar essa liberdade com sabedoria

ou não.

Apesar de ela ser, por vezes, sentir muito que ela tivesse feito esse voto, a Deusa nunca

quebrava seu juramento.

Nyx também foi, por vezes, sentia muito que ela tivesse prometido nunca mais falar da

noite, em que a primeira de suas crianças fora criada. O voto foi feito com a intenção de

proteger seus filhos. O que a Deusa não tinha percebido até então foi que em manter

aquela noite em silêncio, ela também tinha perdido a oportunidade de explicar muitas

coisas para Kalona, e em troca lhe pedir uma explicação para muitas coisas também.

Eles nunca falaram sobre o que tinha acontecido quando Kalona tinha aparecido no

Gêiser, ou da estranha superstição que tinha causado o Shaman a fazer o sacrifício de

sangue para Kalona.

Em sua mente Nyx frequentemente repetia o canto que o Shaman tinha cantado antes de

sacrificar a menina.

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O que eu faço, eu faço para dois

Um para ela

E para você...

O que o velho queria dizer? Nyx acreditava que o "você", de que ele havia cantado foi

Kalona. Poderia o "ela" não ter significado a donzela, mas em vez disso foram

referindo-se à própria Deusa?

O não saber assombrava Nyx, especialmente porque, obrigada pelo seu próprio voto, ela

não poderia falar as perguntas para ninguém, especialmente para Kalona, que parecia

cada vez mais a não querer falar com ela sobre muitas coisas.

Nyx tentou falar com Kalona sobre a Mãe Terra, a quem ela sentia falta terrivelmente.

Kalona evitou o assunto de sua mãe simbólica e ficou em silêncio.

Quando Nyx perguntou em voz alta o que poderia ter acontecido com a pequena L'ota,

que desapareceu na mesma noite em que Erebus e Kalona entraram no Mundo do Além,

Kalona tinha apenas o silêncio como resposta.

O silêncio de Kalona começou a se alongar e se espalhar, até havia pouco que ele e Nyx

foram capazes de falar aproximadamente, e a única coisa que não era estranho entre eles

era a chama que queimava quando seus corpos estavam unidos.

Mas Nyx precisava mais do que paixão sem palavras para ser feliz, e ela encontrou-se

cada vez mais muitas vezes se voltando para o companheirismo de Erebus. O imortal

dourado não era seu amante, mas ele serviu ao papel de consorte mais completamente

do que Kalona. Erebus falava com ela facilmente; Não havia nada escondido entre eles.

Erebus realmente a ouvia, sem orgulho ou inveja, e Erebus tinha a capacidade de fazê-la

rir.

Quanto mais Nyx virava-se para Erebus, mais Kalona se tornou retraído, até que ele

parou em busca do consolo de se juntar seu corpo com o da Deusa. No silêncio maligno

que cresceu entre eles, Kalona foi preenchido com um ciúme que nunca tinha realmente

sido reconciliado, e a raiva criada pelo ciúme.

Foi então que as Trevas começaram seu ataque no Mundo do Além.

A primeira vez que isso aconteceu, Nyx estava se banhando de sol na varando de

Erebus, tomando um pouco da luz do sol. Ela se lembrou de que Erebus tinha feito um

brinquedo de penas para o gato selvagem que se seguia Nyx em todo o Mundo do Além,

e que ela estava rindo como uma menina da obsessão do gato com a pena quando algo

escuro e terrível deslizou sobre a borda da varanda e enrolou-se em torno das patas

traseiras do gato, fazendo com que ele miasse em dor.

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Nyx gritou em temor, e Kalona apareceu de repente, como um Deus vingativo, asas

abertas e olhos brilhando em âmbar. Ele tinha espetado a criatura rastejante com sua

lança obsidiana. Nyx pegou o gato e correu para os braços de Kalona. Ele a abraçou,

acariciando seus cabelos e sussurrando garantias para ela, até que tivesse parado de

tremer.

— O que foi isso? - Nyx perguntou a ele.

— Trevas. - Kalona havia dito em uma voz cheia de raiva.

— Como ela conseguiu entrar aqui? - Erebus perguntou enquanto ele gentilmente

enfaixava o sangramento na perna do gato.

— Me diga você, irmão. Foi você que estava sozinho com a Deusa quando as Trevas a

atingiu.

Erebus não tinha resposta para o seu irmão, e nem tinha Nyx. Mas o que tinha

começado naquele dia continuou a se espalhar até que quase todos os dias Kalona tinha

que lutar contra algum tipo de Trevas.

No início dos ataques trouxe Kalona e Nyx juntos mais uma vez. Tornaram-se amantes

novamente por um breve, tempo bonito. A Deusa procurou a sua companhia, e eles

encontraram uma maneira de se falarem. Kalona até mesmo concordara alegremente em

visitar o reino mortal com Nyx, enquanto ela fazia uma aparição para seus filhos

favorecidos, os vampiros, como eles batizaram a primeira Morada da Noite após a sua

Deusa da Noite.

Mas a visita terminou em ciúme e raiva quando Nyx comentou alegremente: — Olhe

Kalona, há tantos gatos aqui! Eles são familiares e amorosos aos meus filhos.

— Sim, eu tenho certeza que Erebus ficará encantado com a alegria que seu dom ainda

traz para você. - Kalona brincou, e em seguida, ficou em silêncio.

Nyx não podia dizer nada, não sobre o dom que ele tinha dado a ela naquela noite, e

como esse presente agradou mais do que qualquer criatura mortal poderia. Não, Nyx

não podia dizer nada. Seu próprio juramento a silenciou. Ela só podia assistir como o

ciúme e raiva guerreou dentro Kalona.

Enquanto eles voltaram para o Mundo do Além, uma grande criatura com chifres e

muitas cabeças e com dentes como punhais os atacaram. Kalona destruiu, escoltou Nyx

para seus aposentos e, em seguida, sem falar mais nada, ele deixou-a lá, sozinha,

enquanto ele procurava mais inimigos para matar.

Naquela noite, Nyx chorou amargamente enquanto o aviso da Mãe Terra ecoou de sua

memória: ... Observe Kalona. Se ele começar a mudar, será porque sua raiva tem

crescido mais do que o seu amor. Se ele permitir que a raiva o consuma ele também vai

consumir você e seu reino.

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Nyx percebeu que estava acontecendo. A raiva de Kalona estava consumindo seu amor

e ao Mundo do Além também. Embora ele criasse uma ferida dentro dela que doeria por

toda a eternidade, Nyx sabia que Kalona deveria ser detido.

— Você me chamou?

Nyx tinha se vestido com cuidado, escolhendo o vestido que ela usara naquele dia, há

muito tempo, quando o seu amor era novo e Kalona tinha criado a cachoeira para ela, e

que tinham compartilhado primeiro seus corpos um com o outro. Ao som de sua voz,

Nyx virou-se para encará-lo, enchendo o seu sorriso com todo o amor que ela

eternamente iria sentir por ele, e desejando desesperadamente que ele fosse responder

seu sorriso com bondade, carregá-la em seus braços, e colocar sua raiva de lado.

— Você não deveria estar aqui sozinha, especialmente tão perto da borda do nosso

reino. - Kalona disse, caminhando ao redor da Árvore de Desejo ficando no caminho de

terra vermelha que era a entrada para o Mundo do Além. Quando ele finalmente olhou

para ela, seus olhos âmbar eram duros.

— Será que meu guerreiro derrotou completamente o meu amante? - Nyx perguntou a

ele.

Ele piscou em surpresa. — Eu não sei o que você quer dizer. - Ele se aproximou dela,

obviamente querendo guiá-la de volta ao palácio.

Nyx sacudiu sua mão e caminhou propositadamente para a terra batida à beira de seu

reino. Kalona simplesmente cruzou os braços sobre o peito e olhava.

— Você entende que eu te amo? – Ela perguntou a ele.

Mais uma vez, a surpresa cintilou através de seu olhar âmbar. Ele acenou com a cabeça,

sem falar.

— Não. Não quero haja mais silêncio entre nós. Responda-me, filho da lua. Você

entende que eu te amo?

— Sim, - disse ele. Depois acrescentou em uma voz sem emoção: — Você ama todos os

seus assuntos.

— E você realmente acha que não há diferença entre o que eu sinto por você e que eu

sinto pelos outros?

— De que outros você está falando? Seus vampiros ou seu Consorte?

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— Eu vejo as minhas respostas em suas perguntas. Você não entende que eu te amo, e

que o meu guerreiro derrotou meu amante. - Nyx abaixou a cabeça, preparando-se.

— Eu não entendo você em tudo mais. - disse Kalona.

Nyx levantou a cabeça e encontrou seus olhos. — Kalona, meu guerreiro e amante, eu

não mudei. Você mudou.

— Não! Eu sou como eu sempre fui! - Ele quase cuspiu as palavras para ela. - Eu nunca

quis compartilhar você com Erebus.

— Ele não é meu amante!

— Então, você já disse, uma e outra vez. No entanto, você sempre, sempre recorre a ele

ao invés de mim.

— Kalona, sua mente está tão cheia de ciúme e raiva que você não consegue mais

pensar com clareza.

— Você já pensou que talvez eu tenha apenas começado a pensar com clareza?

— Oh, Kalona, não. Você não pode ver a si mesmo? Para onde a sua alegria foi?

— Você a matou quando você o escolheu acima de mim!

— Eu nunca fiz isso, - disse Nyx. — Diga-me o que posso fazer para ajudar a livrar

você da raiva que o está destruindo e encontrar a sua alegria em nosso amor de novo.

— Livre-se de Erebus.

Embora ela estivesse esperando que Kalona eventualmente pedisse isso, ainda assim

Nyx sentiu o choque no centro do seu ser. — Seu irmão foi criado para ser meu amigo e

companheiro de brincadeiras, assim como você foi criado para ser meu guerreiro e

amante.

— Eu não posso suportar isso por mais tempo. Eu não vou compartilhar você! - Kalona

foi até Nyx e caiu de joelhos, sua emoção transbordando enquanto lágrimas lavavam o

rosto. — Como seu guerreiro e amante, peço a você. Escolha-me. Bane Erebus para que

você e eu possamos passar a eternidade juntos, sem essa escuridão entre nós. Se você

não o fizer, eu juro que eu vou deixar este reino pelo desespero que me causou.

Nyx olhou para ele com igual medida de tristeza e resignação. — Kalona, eu não vou

banir Erebus. Nem agora. Nem nunca.

As lágrimas de Kalona secaram e sua expressão endureceu. — Se você acha que eu

estou meramente ameaçando, você está errada.

— Eu acredito em seu juramento. Eu sei que você já fez a sua escolha, - disse Nyx. —

Saiba que onde quer que esteja, faça o que fizer eu vou te amar eternamente, mas eu fiz

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a minha escolha também. Eu não vou banir Erebus. Por seu próprio juramento, Kalona,

você deve ir.

— Não faça isso! Você é minha!

— Eu não faço nada, Kalona. Você tem uma escolha aqui. Tenho dado sim, aos meus

guerreiros livre arbítrio, embora eu não possa obrigá-los a usá-lo com sabedoria. -

lágrimas correram pelo rosto de Nyx, encharcando o vestido que ela tinha escolhido

com tanto cuidado amoroso.

— Eu não posso evitar. Fui criado para sentir isso. Não é o livre-arbítrio. É

predestinação. - disse ele, sua voz rancorosa.

— No entanto, como sua Deusa eu lhe disse o que você não está predestinado. Sua

vontade a formou.

Embora os ombros balançassem com a força de seu desgosto, Nyx foi preenchida com o

firme poder de uma Deusa.

— Eu não posso evitar como eu me sinto! Eu não posso evitar o que eu sou!

As palavras de Nyx afogaram-se, mas o comando em si não foi diminuído. — Você,

meu guerreiro, está enganado; portanto, você deve pagar as consequências de seu erro.

Inundada por pesar e lágrimas e desespero, Nyx reuniu sua Energia Divina e

arremessou-a consequência de sua própria escolha para ele, jogando para trás com tanta

força que ele foi levantado do chão e depois para baixo, para baixo, para o preto do éter

que separava os reinos.

Kalona caiu.

Lentamente, infelizmente, Nyx fez seu caminho de volta ao seu palácio e todo o

caminho para seu quarto antes que ela caísse no chão, chorando como se sua alma

estivesse partida.

O gato trouxe Erebus até ela. Ele levantou Nyx em seus braços como se ela não pesasse

mais do que uma criança. Ele a levou para a cama, onde ele lavou o rosto com um pano

frio e persuadiu-a a beber um pouco de vinho. Só depois que ela tinha parado de chorar

que ele perguntou: — Ele se foi?

Nyx balançou a cabeça, olhos escuros, com tristeza. — Ele me deixou.

Erebus tomou-lhe as mãos. — Eu vou ajudá-la a trazer ele de volta.

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— Obrigado, meu amigo, - disse ela com voz trêmula. — Mas eu não vou deixá-lo

retornar até que ele tenha merecido o perdão para os erros que ele fez e os erros que ele

vai fazer.

— Concordo, - disse Erebus. — Algum dia, no futuro, eu vou ajudá-lo a ganhar o seu

perdão.

— Ele não vai deixar você ajudá-lo.

— Então ele não vai saber que eu o farei.

Nyx virou a cabeça e olhou para fora da janela de sua varanda com a beleza exuberante

que era o Mundo do Além e limpou a única lágrima que tinha recentemente escapado de

seu olho.

Muito abaixo, a mão de Kalona espelhou perfeitamente o gesto da Deusa, mas seu rosto

não estava molhado de lágrimas.

Em vez disso, um vislumbre de si mesmo nas águas plácidas do preguiçoso riacho, ele

viu que a cor de suas asas cor da lua havia mudado para o negro da escuridão ele havia

permitido a entrada no Mundo do Além de Nyx.

Cheio de raiva insaciável, Kalona rugiu a sua ira para o céu da noite e se perdeu

completamente.

Fim

Por enquanto...

Obrigado por fazer o download do livro! Esperamos de coração que vocês tenham gostado e

que todos abençoados sejam! Até Breve!

Merry Meet Marry Part & Merry Meet Outra vez!

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Em Breve...

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White City (Cidade Branca), 1893:

Na virada do século em Chicago, com a agitação da Feira Mundial

trazendo e emoção para sua cidade natal, a jovem de 16 anos de idade

Emily Wheiler deveria estar deleitando-se em a sua beleza juvenil e com

toda emoção que ocorre ao seu redor. Mas, sua vida muda quando sua

mãe morre, forçando- a tornar-se a Senhora da Casa Wheiler.

Seu pai, um poderoso presidente de banco, está no centro da sociedade

local desta jovem cidade em crescimento, e ele precisa de Emily para fazer

tudo o que sua mãe teria feito – para ser uma boa anfitriã e certicar-se que

tudo corra bem na mansão. Assim como Emily enfrenta a tarefa difícil de

substituir a mãe, ela também anseia por mais… por amor e ter uma vida

própria. Quando um jovem e bonito começa a percebê-la em uma das

festas de seu pai, parece que suas esperanças podem finalmente estar se

tornando realidade. Até que o pai a proíbe de vê-lo – ou a qualquer outro

homem – e começa revelando um lado sombrio e violento, que até mesmo

ele não consegue entender. Por último, com medo por sua vida e sem ter

para onde fugir, Emily é marcada por um vampiro e levada para a Morada

da Noite de Chicago, onde ela começar uma nova vida mágica que deve

permitir que as feridas do seu passado sejam curadas. Mas, assim

enquanto ela ganha força, e um novo e poderoso nome, ela carrega uma

necessidade sombria de se vingar do homem em que ela mais confiava.

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Este não é um diário. Eu detesto o próprio pensamento de compilação de meus

pensamentos e ações em um livro trancado, secretado como se fossem joias preciosas.

Eu sei que meus pensamentos não são joias preciosas.

Comecei a suspeitar que meus pensamentos são quase insanos.

É por isso que me sinto obrigada a registrá-los. Pode ser que na releitura, em algum

momento do futuro, eu irei descobrir por que essas coisas horríveis aconteceram

comigo.

Ou, eu irei descobrir que, de fato, eu perdi a cabeça.

Se for esse o caso, então isso vai servir como um registro do início da minha paranoia e

loucura, de modo a estabelecer as bases para descobrir uma cura.

Eu quero ser curada?

Talvez essa seja uma questão que seria melhor pôr de lado por enquanto.

Primeiro, deixe-me começar quando tudo mudou. Não era sobre isso, a primeira data do

meu diário. Era há dois meses e meio atrás, no primeiro dia de novembro, no ano de

1892. Isso foi Na manhã em que minha mãe morreu.

Mesmo aqui, nas páginas silenciosas deste diário, hesito em recordar aquela terrível

manhã. Minha mãe morreu em uma maré de sangue, que surgiu de dentro dela após o

nascimento do corpo pequeno e sem vida de meu irmão, Barrett, nomeado

posteriormente pelo Pai. Pareceu-me então, como hoje, que mãe simplesmente

entregou-se quando viu que Barrett não respirava. Era como se até mesmo a força da

vida que a sustentava não pudesse suportar a perda de seu único filho precioso.

Ou a verdade completa era que ela não podia suportar enfrentar o Pai após a perda de

seu precioso e único filho?

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Esta questão não teria entrado em minha mente antes daquela manhã. Até a manhã em

que minha mãe morreu, as questões que mais frequentemente entravam em minha

mente eram focadas em como eu poderia convencer a mãe permitir que eu comprasse

mais um dos novos trajes de ciclismo que eram toda a raiva, ou como eu poderia fazer

com que meu cabelo parecesse exatamente como uma menina da revista Gibson.

Se eu tivesse pensado no Pai antes daquela manhã que a Mãe morreu, seria como a

maioria das minhas amigas pensava de seus pais, como um patriarca distante e um

pouco intimidante. Em meu caso particular, o Pai só me elogiava por meio de

comentários de mãe. Na verdade, antes da morte da mãe, ele parecia raramente me notar

de qualquer forma.

Pai não estava no quarto quando a mãe morreu. O médico tinha proclamado que o

processo de parto era vulgar demais para um homem testemunhar, especialmente, não

um homem de importância como Barrett H. Wheiler, presidente do Primeiro Banco

Nacional de Chicago.

E eu? A filha de Barrett e Alice Wheiler? O médico não mencionou a vulgaridade do

parto para mim. Na verdade, o médico não havia me notado até que mãe estivesse morta

e Pai tivesse focado sua atenção em mim.

— Emily, você não vai me deixar. Você vai esperar comigo até que o médico chegue e,

em seguida, permanecerá ali, no assento da janela. Você deve saber o que é ser uma

esposa e mãe. Você não deve entrar cegamente nessa vida como eu fiz. - Mãe ordenara

com aquela voz suave dela, o que fez com que todos que realmente não a conhecesse

acreditassem que ela era nada menos do que uma delicada e bela esposa nos do pai.

— Sim, mãe. - eu disse com um aceno de cabeça, e fiz como ela tinha ordenado.

Lembro-me de ter sentado, ainda como uma sombra, no assento da janela de frente à

cama da Mãe no opulento quarto. Eu vi tudo. Não demorou muito tempo para que ela

morresse.

Havia muito sangue. Barrett tinha nascido uma pequena criatura, ainda coberto por

sangue. Ele parecia um boneco quebrado e grotesco. Após o espasmo que o havia

expulsado de dentro das pernas da mãe, o sangue não parou. Manteve afluência e de

afluência, enquanto minha mãe chorava lágrimas tão silenciosas como as do seu filho.

Eu sabia que ela estava chorando porque ela tinha virado a cabeça para longe da vista do

médico que estava embalando o bebê morto em lençóis. O olhar de Mãe encontrou com

os meus então.

Eu não podia permanecer no assento da janela. Corri para o lado de sua cama e,

enquanto o médico e sua enfermeira inutilmente tentavam estancar o rio escarlate que

jorrava dela, agarrei a mão dela e escovei o cabelo úmido da testa. Através das minhas

lágrimas e do meu medo, eu tentei murmurar tranquilidade para ela, e dizer-lhe que tudo

ficaria bem, uma vez que ela descansasse.

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Mãe tinha apertou minha mão e sussurrou: — Estou feliz que você esteja aqui comigo

no final.

— Não! Você vai ficar melhor, Mãe! - Eu protestei.

— Sssh, - ela acalmou. — Basta segurar a minha mão. - Sua voz tinha desaparecido em

seguida, mas os olhos esmeralda da Mãe, que todos diziam ser tão parecidos com os

meus, não desviou o olhar de mim o tempo todo enquanto seu rosto que era corado

ficou chocantemente branco e sua respiração suavizou, parou e, em seguida, com um

suspiro, cessaram por completo.

Eu tinha beijado a mão dela, então, cambaleei para trás de volta ao meu assento da

janela, onde eu chorei despercebida pela enfermeira realizou que executava a difícil

tarefa de se livrar das roupas encharcadas e fazendo Mãe parecer apresentável para que

o Pai pudesse vê-la. Mas o pai não esperou até que a mãe tivesse sido preparada para

ele. Ele tinha empurrado a porta para dentro do quarto, ignorando os protestos do

médico.

— É um filho, você disse? - O pai não tinha olhado muito para a cama. Em vez disso,

ele tinha se apressado para o recipiente em que jazia o corpo envolto de Barrett.

— Era, de fato, um menino, - disse o médico sombriamente. — Nasceu muito cedo,

como eu lhe disse senhor. Já não havia nada a ser feito. Seus pulmões estavam muito

debilitados. Ele nunca conseguiu ter respiração. Ele não pronunciou um grito sequer.

— Morto... Em silêncio. - Pai passou a mão em seu rosto cansado. — Sabe quando

Emily nasceu ela chorou tanto que eu a ouvida sala de estar no andar de baixo e

acreditei que ela fosse um garoto?

— Bem, Sr. Wheiler, eu sei que é de pouco consolo depois de perder um filho e uma

esposa, mas você tem uma filha, e através dela a promessa de herdeiros.

— Ela me prometeu herdeiros! - Pai gritou, finalmente voltando a olhar para minha

mãe.

Devo ter feito algum som pequeno, ferido porque os olhos do pai se foram

instantaneamente para o meu assento na janela. Eles se estreitaram, e por um momento

parecia que ele não me reconheceu. E então ele balançou si mesmo, como se estivesse

tentando tremer algo desconfortável de sua pele.

— Emily, por que está aqui? - A voz do Pai tinha soado tão irritado que parecia que a

pergunta que ele queria perguntar era muito mais do que isso, do porque que eu estava

no quarto naquele momento em particular.

— M-mãe mandou-me que eu ficasse... - eu tinha gaguejado.

— Sua mãe está morta, - ele disse. A raiva achatada à dura verdade.

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— E aqui não é lugar para uma jovem. - O rosto do médico tinha ficado vermelho

quando ele olhou para o meu pai. — Lhe imploro perdão Sr. Wheiler. Eu estava muito

ocupado com o nascimento para notar a menina ali.

— A culpa não foi sua, Doutor Fisher. Minha esposa sempre fazia e dizia coisas que me

deixavam perplexo. Este foi simplesmente o último deles. - Pai fez um gesto de

desprezo que ia do médico, as empregadas domésticas, e mim. — Agora me deixem

com a Sra. Wheiler, todos vocês.

Eu queria correr do quarto e fugir o mais rápido possível, mas meus pés haviam ficado

dormentes e frios de me sentar imóvel por tanto tempo e quando passei pelo Pai eu

tropecei. Sua mão me pegou pelo cotovelo. Eu olhei para cima, assustada.

Sua expressão de repente apareceu amolecer enquanto ele olhava para mim. — Você

tem os olhos de sua mãe.

— Sim. – Sem conseguir respirar e com medo isso foi tudo o que eu consegui dizer.

— Isso é tudo que deve ser. Você agora é a Senhora da Casa Wheiler. - Então o Pai me

soltou e caminhou lentamente, com dificuldade, até a cama ensanguentada.

Quando fechei a porta atrás de mim, eu o ouvi começar a chorar.