TRATAMENTO DA DOEN ÇA HEMORROID ÁRIA COM...

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  • TRATAMENTO DA TRATAMENTO DA

    DOENDOENÇÇA A

    HEMORROIDHEMORROIDÁÁRIA RIA

    COM THDCOM THD

    Prof. Dr. Carlos Mateus RottaProf. Dr. Carlos Mateus Rotta

  • � A doença hemorroidária é uma afecção anorretal muito comum, afetando grande parte da população.

    � Um terço dos pacientes com sintomas da doença nunca procuraram o médico (Johanson 1990).

    � A doença hemorroidária pode prejudicar consideravelmente a qualidade de vida do paciente (QoL).

    � A ansiedade do paciente em relação as consequências da hemorroidectomia pode ter um impacto negativo, causando atraso tanto no diagnóstico quanto no tratamento;

    IntroduIntroduçção ão

  • Tratamento CirTratamento Cirúúrgico da rgico da DoenDoençça Hemorroida Hemorroidááriaria

    Tratamento CirTratamento Cirúúrgicorgico

    Prof. Dr. Carlos Mateus RottaProf. Dr. Carlos Mateus Rotta

  • Tratamento cirúrgico “ideal”

    1. Manter a anatomia local

    2. Manter a fisiologia

    3. Ter impacto na etiopatogenia

    4. Boa eficácia

    5. Morbidade baixa

    6. Baixo risco de complicações

    7. Minimamente invasivo

    Pouco trauma nos tecidos

    Pouca dor pós-operatória

  • 1. Insuficiente conhecimento da anatomia� Artéria

    � Veias

    � Conexões arterio-venosas

    � Tecidos de suporte (apoio) – coxins

    2. Fisiopatologia não totalmente compreendida� Alterações vasculares

    � Degeneração dos tecidos de suporte

  • Artérias hemorroidárias

    Individuos saudáveis:• Velocidade de pico: 6.8 ± 1.3 cm/s• velocidade de aceleração: 51 ± 4 ms

    Pacientes com doença hemorroidária:• Velocidade de pico: 10.7 ± 1.5 cm/s• velocidade de aceleração: 94 ± 11 ms

    p=0.001

    Aigner et al. Int J Colorectal Dis 2009

    healthy patients

  • Aigner et al. Int J Colorectal Dis 2009

    Plexo Vascular Anorretal

    Rede de vasos da submucosa com varios lagos venosos espessados com estrangulamenos com se houvessem esfincteres

  • Individuos saudáveis:• Calibre médio: 1.0 mm• Velocidade do fluxo: 12 cm/sec

    Pacientes com doença hemorroidária:• calibre médio: 2.0 mm• velocidade do fluxo: 24 cm/sec

    Aigner et al. Colorectal Dis 2010;12:452-8

    Artérias Hemorroidárias

  • Hipertensão nos coxins (hiperfluxo)

    Sun et al.1990; Aigner et al,2006

    Deficiência na drenagem venosaHipertensão nos coxinsEstresse no tecido conectivo

    Presssão anal anormalmente alta

    Aumento da sobrecarga durante a defecação

    aumento na congestão e dificuldade de drenagem dos coxins

    Degeneração do tecido conectivoGass-Adams 1955, Thomson 1975, Haas et al. 1980. Loder et al.1994

    Fisiopatologia

  • 20 voluntários saudáveis e 20 pacientes, consecutivos, com hemorroidas de III grau

    Endoanal Doppler Ultrassom (360° - rotating ultrasonographic

    endoprobe) no reto distal, 6 cm acima da margem anal externa.

    Para identificar os ramos terminais das artérias hemorroidárias e medir:

    - Velocidade do fluxo (V)

    - índice de pulsatilidade (PI)

    - índice de resistência (RI)

    Ratto et al. - Annual Meeting ASCRS 2007

  • Em todos os sujeitos analisados (saudáveis ou pacientes), foram identificados 6 ramos arteriais na circuferência da parede retal baixa, constantemente localizados nas posições de 1, 3, 5, 7, 9 e 11 horas.

    Em comparação com os voluntários saudáveis, os pacientes com doença hemorroidária tiveram:

    velocidade significantemente maior(16.5 ± 7.3 cm/s vs. 8.3 ± 7.1 cm/s, p

  • Curativa,

    Mesmo se agressiva

    Dor

    Sangramento

    estenose

    Menos agressiva

    Sem dor

    Sem sangramento

    Sem estenose

    Abordagem pragmática da doença hemorroidária

  • Ressecção do tecido hemorroidário

    Excisão da mucosa retal

    Sem Excisão

    Cirurgia convencional

    Stapled hemorroidopexy (PPH)

    Transanal hemorrhoidal dearterialization(THD)

    Tratamento Cirúrgico

  • Milligan-Morgan� Excisão !

    � Risco de dor, sangramento e estenose

    � Procedimento aberto, controlado

    PPH� Excisão !

    � Risco de dor, sangramento (!), estenose, deformidades, fistulização

    � Procedimento às “Cegas”

    � Quantidade imprevisivel de tecido excisado no local da anastomose

    THD� Pexia !

    � Menos dolorosa, redução importante do sangramento,

    � sem estenose, menor risco de deformidades Procedimento aberto, controlado

  • Hemorroidectomia (Milligan-Morgan)

    • Técnica cirúrgica mais amplamente praticada

    • O atual “padrão ouro no tratamento cirúrgico das hemorróidas internas” (Cochrane review 2006).

    • Eficaz

    • Alta incidência de complicações: dor significativa retenção urinária, hemorragia (Polglase 1997).

    • Ao longo dos anos, várias modificações na técnica foram sendo ajuntadas para tentar diminuir a dor no pós-operatório

  • Até o advento da hemorroidopexia por grampeamento no final do século XX, excisões

    cirúrgicas foram as únicas opções para o tratamento cirúrgico das hemorróidas

    prolapsadas que não respondiam a tratamentos menos radicais (Cohen 2005).

    Hemorroidectomia (Milligan-Morgan)

  • Hemorroidopexia por grampeamento

    • Na década de 80, a hemorroidopexia por grampeamento foi introduzida, recebendo destacável atenção no tratamento dos diferentes graus de hemorróidas.

  • PPH: • Tendência a reduzir, não significantemente a dor, prurido anal e urgência fecal• A longo tempo pode ocorrer, significante aumento na recidiva dos sintomas e do prolapso hemorroidário

    Hemorroidectomia: • “Padrão ouro” no Tratamento cirúrgico das hemorróidas internas

  • THD

    • Transanal• Através do canal anal • Provocando leve dilatação do esfincter anal

    • Hemorrhoidal• … artérias, e não os coxins, identificados por doppler

    • Desarterialization• ligadura das principais artérias hemorroidárias• redução do hiperfluxo

  • DesarterializaDesarterializaççãoão HemorroidHemorroidáária Transanal ria Transanal (Guiada por doppler)(Guiada por doppler)

  • THD•Exata localização dos ramos terminais das artérias hemorroidárias• Precisa rotação da agulha • Penetração exata da agulha • Ligadura seletiva das artérias

    THD Anuscópio

    Sonda do Doppler

    Sinal do Doppler

    Ligadura

    Artérial

    hemorroidária

    2-3 cmLinha pectineae

  • PROJEÇÃO DOS LOCAIS DAS ARTÉRIAS HEMORROIDÁRIAS A

    NÍVEL DO RETO BAIXO

    Por que Doppler ?• Detecção precisa no intra-operatório

    • dispende pouco tempo operatório

    • Seis artérias são constantemente encontradas

  • Após a ligadura, o fluxo arterial pára e os vasos entram em colapso. A diminuição da tensão facilita a redução das hemorróidas e reduz o prolapso.

    A sutura cria uma fixação da mucosa

    Quando há prolapso da mucosa retal, distalmente a ligadura arterial faz-se uma sutura contínua, permitindo um levantamento e fixação do prolapso.

    desarterialização

    mucopexia

    THD

  • Procedimento THD

    Desarterialização

    � Inserção do anuscópio (“horas ímpares”)

    � Inclinando o anuscópio para encontrar o melhor sinal do Doppler

    � Transfixação da mucosa-submucosa (“Z-sutura”, 2-0 acido polyglycol absorvível, agulha 5/8)

    � Puxando para traz a sutura pode reduzir/distorcer/abolir o sinal do Doppler

    � Ligadura

  • THD procedimento

    Mucopexia

    � Sutura continua através da mucosa e submucosa abaixo do local da desarterialização

    �Menor:Pequenos prolapsos necessitam somente da Z-stitch, ou 2 passagens de sutura contínua, e/ou limitada a 1 quadrante

    � Maior:Grandes prolapsos precisam de maior numero de passagens da sutura contínua

  • Anestesia

    • Geral

    • Espinhal

    • Local

    • Locoregional

    • Sedação-analgesia

    THD

  • Literatura THD

  • 17 studies (16 case series and 1 RCT)

    1996 patients with GI, GII, GIII or GIV haemorrhoids with preoperative

    bleeding (45-100%) pain (12-83%) prolapse (12-100%)

  • 0 - 11% 0 - 12% 0 – 8 %

  • Visão Internacional sobre ligadura das Visão Internacional sobre ligadura das arterias hemorroidarterias hemorroidááriasrias

    ((National Institute for Health and Clinical Excellence National Institute for Health and Clinical Excellence –– NICE NICE -- 20102010))

    • Eficácia e Segurança

    – Redução da dor no pós-operatório (comparado com outros

    tratamentos)

    – Resolução das hemorróidas

    – Resolução dos sintomas (sangramento, prolapso, edema, dor e prurido)

    – Fissura anal , trombose, dor e sangramento não são frequentes

    são eventos adversos

    MAS

    – A eficácia a longo prazo ainda é incerta

    – Não há ensaios randomizados com resultados de manutenção a

    longo prazo

  • 170 pacientes

    Operados de julho de 2005 a outubro de 2008

    DCR 2010;53:803-11

  • 280 patients: 168 male112 femalemean age 47.3 ± 13.0 yrs (22-81)

    Classificação de Goligher’s:II degree: 21 pts (7.9%) – resistentes ao tratamento clínicoIII degree: 232 pts (82.7%)IV degree: 27 pts (9.6%)

    Associados a fissura anal 38 pts (13.5%)

    July 2005 - March 2010

    Resultados Atualizados

  • Dados Intra-operatórios

  • Sintomas Pré-op:

    Sangramento 160 pts (94.1%)

    Dor anal 78 pts (45.9%)

    Tenesmo 15 pts (8.8%)

    Disquezia 13 pts (7.6%)

    Terapias pré-op :

    medicamentos tópicos 97 pts (34.9%)

    drogas 210 pts (75.2%)

    cirurgia 24 pts (8.5%)

    Dados Pré-operatórios

  • Regional 11 pts (3.9%)

    Espinhal 1 pt

    Com posterior bloqueio perianal 10 pts

    Sedação-analgesia 269 pts (96.1%)

    Anestesia

  • III grauantes

    III graudepois

    IV grauantes

    IV graudepois

  • • Dieta com líquidos e rica em fibras

    • Nenhum antibiótico

    • Uso de anti-inflamatório

    • Analgésicos quando necessário

    Pós-operatório

  • • Desconforto no reto/tenesmo 67 pts (24.1%)

    • Prurido 45 pts (15.9%)

    • Queimação Anal 56 pts (20%)

    • Descarga de muco 33 pts (11.8%)

    • Incontinencia fecal 0 pts

    • Sangramento (hemost. cirúrgica) 5 pts (1.8%)

    • Dor Anal/retal 45 pts (15.9%)

    • Analgésicos [dias] 13 pts (4.7%) [6.6 ± 4.1]

    ]

    30 dias de pós-operatório

    Sintomas

    Transitório em todo os pts

  • Follow up

    Recidivas 19 pts (6.8%)

    Total 10 pts (3.6%)

    Parcial (1 plicoma) 9 pts (3.2%)

    Sintomas

    Sangramento 0 pts

    Prolapso 10 pts (3.6%)

    Sangramento + Prolapso 9 pts (3.2%)

  • Follow up

    Trombose hemorroidária 10 pts (3.5%)

    Incontinência fecal 0 pts (0,0%)

  • Re-operação 16 pts (5.7%)

    THD 3 pts

    MM 10 pts

    Esperando porTHD 1 pts MM 2 pts

    Follow up

  • 20 pacientes consecutivos com grau III hemorróidas

    Manometria anoretal (antes e 6 meses depois do THD)

    Parâmetros Manométricos

    Pré-op Pós-op

    mean S.D. mean S.D. p

    Comprimento do canal anal Functional 4.1 0.7 4.3 0.7 0.49

    Pressão máxima de repouso 129.1 37.9 122.0 26.9 0.47

    Pressão média de repouso 68.6 23.2 62.0 14.1 0.36

    Zona de alta pressão 1.5 0.29 1.5 0.3 0.91

    Pressão de contração 120.8 40.3 121.1 62.4 0.98

    % RIRA 64.7 17.2 66.5 15.3 0.83

    Sensação retal 69.0 26.0 72.5 23.7 0.62

    Sensação de urgência retal 123.5 31.1 123.5 25.7 1.00

    Maximo volume tolerado 193.0 33.4 171.0 27.7 0.17

    ManometriaFollow up

  • Taxas de SATISFAÇÃOSatisfacão dos Pacientes

    n. pts. (%)

    Satisfacão do Cirurgião

    n. pts. (%)

    BOA /COMPLETA (VAS 8-10)

    140 (82.3) 146 (85.9)

    DISCRETA(VAS 6-7)

    23 (13.3) 22 (12.9)

    LEVE(VAS 4-5)

    7 (4.1) 2 (1.1)

    POBRE(VAS 1-3)

    - (0) - (0)

    TOTAL 170 170

    Satisfação dos PACIENTES e CIRURGIÕES

    Follow upDCR 2010;53:803DCR 2010;53:803--1111

  • • A eficácia a longo prazo ainda é incerta

    • Não há ensaios randomizados com resultados de

    manutenção a longo prazo

    THDDesvantagens

    Conclusões

  • • INSIGNIFICANTE TRAUMA TECIDUAL

    • Minima dilatação dos esfincteres → nenhum soiling ou

    incontinência

    • Ligadura arterial seletiva;

    •DIMINUIÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA evi

    THDVantagens

    Conclusões

  • • Pós-operatório com baixas taxas de complicações• Baixo risco de sangramento, estenose, sem dor crônica

    • Day surgery com sedação

    • Anestesia - raquidiana, peridural ou geral

    • ALTAS TAXAS DE RESOLUÇÃO E SATISFAÇÃO

    THDVantagens

    Conclusões

  • ALTAMENTE EFICAZALTAMENTE EFICAZ

    TRAUMA DE TECIDO TRAUMA DE TECIDO -- INSIGNIFICANTEINSIGNIFICANTE

    MENOS DOR NO PMENOS DOR NO PÓÓSS-- OPERATOPERATÓÓRIO RIO

    VOLTA AO TRABALHO RAPIDAMENTEVOLTA AO TRABALHO RAPIDAMENTE

    DAY SURGERY DAY SURGERY

    AMPLA INDICAAMPLA INDICAÇÇÕESÕES

    C O N C L U S Õ E S

  • Hospital Gemelli - Roma

  • THD

  • Normal Anormal

    SHUNT A/V

    CAPILLARY

    SHUNT A/V

    CAPILLARY

    Fechado

    Aberto

    Aberto

    Fechado

    O desenvolvimento da doença hemorroidal começa, de dilatação dentro os corpos

    cavernosos dos coxins anal, causado por mecanismo multifatoriais tais como:

    • Defeitos no Regulamento de válvulas arterio-venosas

    •Aumento do fluxo sanguíneo arterial

    •Diminuição de drenagem venosa