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Trazer as vozes dos participantes na nossa investigação de narrativas Marilyn Martin-Jones MOSAIC Centre for Research on Multilingualism School of Education University of Birmingham, UK

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Trazer as vozes dos participantes na nossa investigação de narrativas

Marilyn Martin-JonesMOSAIC Centre for Research on

MultilingualismSchool of Education

University of Birmingham, UK

Page 2: Trazer as vozes dos participantes na nossa investigação de narrativas Marilyn Martin-Jones MOSAIC Centre for Research on Multilingualism School of Education.

Temas desta primeira sessão• A natureza e o âmbito da investigação

qualitativa em língua(gen)s e/ou literacia (ex.: etnografia)

• Formas de construir uma relação colaborativa e dialógica com os participantes da investigação

• Um exemplo de um projecto etnográfico em literacia num contexto bilingue no País de Gales – criado para trazer as vozes dos participantes na investigação de narrativas

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Investigação em multilinguismo e literacia: abordagens qualitativasA investigação qualitativa visa compreender situações específicas em profundidade, mais do que fazer generalizações

As abordagens de investigação incluem:•Estudo do caso•Etnografia•O estudo da Paisagem Linguística (ex.: sinais públicos em diferentes línguas, em espaços urbanos ou numa escola)

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Fazer etnografia• Fornecer uma descrição pormenorizada das

práticas linguísticas (e/ou práticas de literacia) de um grupo específico de pessoas: estudar como as pessoas usam as línguas e recursos de literacia nos seus repertórios

• Fazer uma análise do porquê das suas práticas linguísticas (ou práticas de literacia) serem da maneira como o são

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O que nós podemos fazer com etnografia

Etnografia permite-nos observar como as práticas linguísticas estão relacionadas com as condições reais da vida das pessoas, descobrir como e porquê a língua(gem) é importante na vida das pessoas – nos seus próprios termos – e observar o desenrolar de processos ao longo do tempo(Heller, 2008: 250)

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Seis dimensões de uma abordagem etnográfica

1. Focar nos usos linguísticos e de literacia em contextos do mundo real, em vidas reais e em processos reais à medida que estes se desenrolam

2. Ser holístico: ter em conta todos os possíveis aspectos de um fenómeno

3. Usar múltiplos métodos: por exemplo, entrevista etnográfica, observação participante e gravação de áudio de eventos específicos

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Seis dimensões de uma abordagem etnográfica (continuação)4. Investir tempo: “estar presente” (Erickson, 1990) por períodos alargados

5. Construir uma relação com os participantes da pesquisa (e ser cuidadosa(o) em respeitar a ética da investigação científica definida para todas as investigações em ciências sociais)

6. Visar compreender as perspectivas dos participantes

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Perspectivas “ética” versus “émica”

• “Etica” é a perspectiva do pesquisador no início da investigação

• “Émica” é a perspectiva dos participantes da pesquisa, incluindo as suas crenças e valores sobre línguas e/ou literacia

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Etnografia da literacia multilingue

Os métodos de investigação “clássicos”:

•Entrevista semi-estruturada, por exemplo, sobre a história de literacia pessoal dos participantes, focando em como aprenderam a ler e a escrever em diferentes línguas

•Observação das actuais práticas de literacia multilingues em diferentes espaços da vida dos participantes e o seu registo em notas de campo

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Metódos interactivos/dialógicos que complementam os metódos “clássicos”

• Diário das práticas de literacia do participante e entrevista sobre o diário (“diary-based interview”)

(Jones et al., 2000)

• Fotografias tiradas pelo participante e entrevista sobre as fotografias tiradas (“photo-based”)

(Martin-Jones, 2011)

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O valor das abordagens interactivas/dialógicas

O uso de métodos interactivos e a não-objectificação permite-nos ganhar um conhecimento bastante rico da percepção pessoal dos sujeitos sobre os seus comportamentos, e envolvê-los num diálogo sobre as suas percepções. Isto, cremos nós, reverter-se-á em benefícios mútuos (Cameron et al., 1993).

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Etnografia da literacia multilingue em educação: tipos de investigação científica que as pessoas fazem

Incluem por exemplo:•Os modos nos quais os professores utilizam e falam sobre textos na sala de aula (ex. de Timor-Leste: escolas primárias –Da Costa Cabral, 2015; aulas de literacia de adultos – Boon, 2013)

•Comparar e contrastar as práticas de literacia dos estudantes nas escolas e no ensino superior com as de fora dos estabelecimentos de ensino

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Comparar práticas linguísticas na escola e fora da escolaUm exemplo do meu trabalho de investigação num contexto educacional bilingue no Reino Unido•O projecto•O contexto•As perguntas de partida da investigação•O lugar da investigação•Os participantes da investigação•Os métodos de recolha de dados interactivos/dialógicos•Os métodos de análise de dados

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Práticas de literacia bilingues para a aprendizagem nas escolas de Formação ProfissionalUm projecto de investigação numa escola profissional bilingue no País de Gales, RU2005-2007Grupo de Investigadores:Marilyn Martin-Jones, Roz Ivanic, Daniel Chandler, Buddug Griffith,Beryl Davies, Margaret Lewis, Anwen Williams

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Contexto da investigação•Descentralização política•Política linguística apoiando o galês como uma língua minoritária na região•O desenvolvimento da educação profissional/vocacional bilingue (galês/inglês)

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Educação vocacional bilingue no País de Gales• As políticas actuais promovem o uso do galês

nos locais de trabalho dos sectores públicos e de voluntariado

• Existe um aumento na procura de educação vocacional bilingue

• Existem compromissos políticos para expandir a educação bilingue na educação vocacional para estudantes maiores de 16 anos

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Duas das perguntas de partida que guiaram a nossa investigação• Que práticas de literacia e que tipos de textos

(em galês e em inglês) predominam nos cursos das escolas profissionais? Como podem ser caracterizados?

• Como é que estas práticas e textos se comparam com as do mundo do trabalho em que os alunos aspiram ingressar?

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Os participantes deste projectoProfessores bilingues em dois cursos vocacionais: Agricultura e Educação Infantil (Creche)

28 estudantes matriculados nos seus cursos:

15 em Agricultura13 em Educação Infantil (Creche)

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A natureza e o âmbito do estudo de 2 anosInvestigação etnográfica, com duas dimensões:1.º AnoEstudo das práticas de literacia nas escolas profissionaisObservações das sala de aulaEntrevistas com professores bilinguesDiários das práticas de literacia dos professores

2.º AnoEstudo das práticas de literacia fora das escolas profissionais: locais de trabalho (p/t) e casaDiários das práticas de literacia e entrevistas sobre o diárioFotografias tiradas pelos estudantes e entrevista sobre essas fotografias

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Investigação com os estudantes bilingues

• Diário das práticas de literacia (uso do desenho de um quadrante do relógio)

• Entrevista sobre o diário

• Fotografias dos estudantes das práticas de literacia em suas vidas

• Entrevista sobre as fotografias tiradas

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O relógio da

Danielle: um dia fora da escola

eum dia na

escola

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O relógio da Danielle: um dia

fora da escola

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Entrevista sobre o relógio com Manon

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Entrevista sobre as fotografias da Louise

“Tira 3 fotografias das quais pensas que representam as práticas de literacia que são verdadeiramente importantes para ti pessoalmente”

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As 3 melhores fotos da Louise

2 31

Fotografias não “falam por elas próprias”Legendas como “ancoragem” (Barthes)

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Diagrama de Venn: casa, trabalho, escola

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Falar através das fotografias

• Não utilizar as fotografias aqui como transparentes, registos de práticas esppecíficas

• Utilizar as fotografias (mais simbolicamente) para capturar a importância pessoal de uma prática do dia-a-dia dos estudantes

• No diálogo com os estudantes, pusemo-los a usar as fotos para “pensarem alto” sobre as suas práticas de literacia

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Codificação e análise de dados sobre os estudantes

• Transcrição e codificação das entrevistas• Codificação das categorias: áreas da literacia;

usos da literacia; tecnologias da literacia; características das suas práticas de literacia

• Construímos depois estudos de caso de cada estudante (utilizando os dados retirados da entrevista e de outras fontes de dados)

• Comparámos depois todos os estudos de caso, identificando os temas e padrões recorrentes

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Conhecimento retirado dos estudos de caso de dois estudantes de agricultura: práticas de literacia bilingue no local de trabalho

Cadwaladr

Ceunant

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Cadwaladr

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Cadwaladr

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Cadwaladr

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Cadwaladr: uso do galês e inglês nas práticas de literacia no local de trabalho• Gerir um negócio de cortar a relva (principalmente em

inglês)• Trabalho sazonal em tosquia de ovelhas (apenas em

galês)• Apoiar a sua mãe na organização da “papelada” e

sistema de registos (galês e inglês)

As práticas de literacia no computador ou impressas no papel incluem: criação de facturas; organização do sistema de registos; leitura do manual dos equipamentos; criação de uma base de dados; preenchimento de formulários; troca de emails com clientes; etc.

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Ceunant

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Ceunant: práticas de literacia no local de trabalho• Gerir um parque de campismo para

montanhistas (principalmente em inglês)• Apoiar o seu pai na organização da “papelada”

da quinta e sistema de registos digital

As práticas de literacia no computador ou impressas no papel incluem: criação de um website sobre o parque de campismo; troca de emails com clientes; organização do sistema de registos; preenchimento de formulários; criação de uma base de dados.

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A importância de trabalhar “em diálogo” com os participantes-estudantes• Aprender que todos os estudantes já estavam a

trabalhar em part-time e envolvidos numa vasta gama de práticas de literacia no seu local de trabalho quer apenas em galês ou inglês, quer em ambas as línguas

• Deste modo, cada caso de estudo ficou mais completo, mais aprofundado e mais pormenorizado do que se tivéssemos feito apenas as entrevistas de forma “clássica”

• Comparámos depois todos os 28 casos de estudo e identificámos as características das práticas de literacia recorrentes dos jovens

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Características das práticas de literacia no trabalho: as práticas dos jovens

• Auto-determinada e intencional

• Práticas de literacia variadas, incluindo uma diversidade de géneros

• Multimédia

• Multimodal

• Partilhada e interactiva

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Características das práticas de literacia bilingues na escola

• Orientadas para os requisitos do currículo e criados para efeitos de avaliação

• Uma gama restrita de práticas de leitura e escrita, focada em géneros académicos tradicionais. Ex.: ensaios monolingues e relatório de projectos

• Uso limitado dos meios de comunicação. Ex.: processador Word ou navegação na internet na utilização do computador

• Raramente multimodal• Principalmente solitárias, não partilhadas

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ReferênciasBoon, D. (2013) Multilingual classroom talk in adult literacy

education in Timor-Leste: teachers and learners doing literacy and numeracy tasks. Language and Education, 27 (4), 356-73.

Cameron, D., Frazer, E., Harvey, P., Rampton, B. and Richardson, K. (1993) Ethics, advocacy and empowerment: issues of method in researching language. Language and Communication 13 (2), 81-94.

Da Costa Cabral, I. (2015) Multilingual talk, classroom textbooks and language values: a linguistic ethnographic study in Timor-Leste.

Erickson, F. (1990) Qualitative methods. In R. Linn and F. Erickson (eds.) Research in teaching and learning Vol. 2. New York: Macmillan, 71-194.

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Referência (continuação)

Heller, M. (2008) Doing ethnography. In L. Wei & M. Moyer (eds) Research methods in bilingualism and multilingualism. Malden, MA: Blackwell, 249-262.

Jones, K., Martin-Jones, M. and Bhatt, A.(2000) Constructing a critical, dialogic approach in research on multilingual literacy: participants’ diaries and diary interviews. In M. Martin-Jones and K. Jones (eds.) Multilingual literacies: reading and writing different worlds. Amsterdam: John Benjamins, 319-351.

Martin-Jones, M. (2011) Languages, texts and literacy practices. In T. McCarty (ed.) Ethnography and language policy. New York: Routledge, 231-253.

Martin-Jones, M., Hughes, B. & Williams, A. (2009) Bilingual literacy in and for working lives on the land: case studies of young Welsh speakers in North Wales. International Journal of the Sociology of Language, 195, 35-62.