Trova Brasil - Adelmar Tavares

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Editor: José Feldman

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Adelmar Tavares Rei das Trovas

Para definir o Poeta,

Só mesmo em versos defino.

- É um homem que fica velho,

com o coração de menino...

Adelmar Tavares da Silva Cavalcanti (Recife, 16 de fevereiro de 1888 — Rio de Janeiro, 20 de

junho de 1963) foi um advogado, professor, jurista, magistrado e poeta brasileiro. Ocupou a cadeira

11 da Academia Brasileira de Letras, onde foi eleito em 25 de março de 1926.

Filho de Francisco Tavares da Silva Cavalcanti e de Maria Cândida Tavares.

Ainda como estudante de Direito pela Faculdade de Direito do Recife manifestou interesse pela imprensa colaborando como redator no Jornal Pequeno. Formou-se no ano de 1909. No ano seguinte

mudou-se para o Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil, onde veio a ocupar importantes cargos, como os de professor de Direito Penal na Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro, de

promotor público adjunto (1910), de curador de resíduos e testamentos (1918), de curador de órfãos (1918 a 1940), de advogado do Banco do Brasil (1925 a 1930), de desembargador da Corte de

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Apelação do Distrito Federal (1940) e finalmente o de presidente do Tribunal de Justiça (1948 a

1950). Mesmo exercendo a magistratura, Adelmar Tavares sempre colaborou com a imprensa,

tornando-se conhecido em todo o país por suas trovas. É considerado, até hoje, aquele que mais se dedicou a esse gênero poético no Brasil. Suas trovas sempre mereceram referência na história

literária brasileira. Sua obra poética caracteriza-se pelo romantismo, lirismo e sensibilidade. Os temas mais comuns estão relacionados à saudade e à vida simples junto à natureza.

Mais Sobre Adelmar

Prefácio do Livro 100 Trovas de Adelmar Tavares, por Luiz Otávio.

Adelmar Tavares da Silva Cavalcanti nasceu em Recife em 16 de fevereiro de 1888. Sobre o seu nascimento escreveu Maria de Lourdes Costa, na "Gazeta Comercial" de Juiz de

Fora, em 1959: "Há setenta anos passados, no 3º andar da rua Santo Antônio, em Recife, num sobrado azul salpicado de estrelas brancas, onde havia uma casa de fazendas chamada: "Loja das Estrelas",

nascia o maior trovador do Brasil: ADELMAR TAVARES da Silva Cavalcanti." E continua: "Ele próprio descreve: "Nossos familiares brincavam com meu pai, dizendo: "Tavares, o menino vai ser poeta. Nasceu nas estrelas...''

Adelmar fez os seus primeiros estudos em Goiana (Pernambuco). Transferiu-se para Recife com 11 anos. Estudou no Colégio XI de Agosto e no ''Instituto Pernambucano". Formou-se em Direito em

1910. Em Recife, com outros colegas de Faculdade, publicou o seu primeiro livro, em 1907, quando tinha apenas 19 anos. O volume intitulava-se "Descantes", compunha-se de trovas e os seus

companheiros eram: Carlos Estevão, Manoel Monteiro, A. Silveira Carvalho e Moreira Cardoso. Veio para o Rio de Janeiro logo depois de formado. Nesta cidade ocupou o cargo de adjunto de

Promotoria Pública, de advogado do Banco do Brasil e foi, mais tarde, presidente do Tribunal de

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Justiça do Distrito Federal e professor da Faculdade de Direito de Niterói. Em 1926 foi eleito para a

Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 11 que tem como patrono Fagundes Varela. Conheci Adelmar Tavares; há mais de vinte anos, apresentado pelo nosso amigo comum - o

poeta A. J. Pereira da Silva. Se antes já apreciava o trovador, nesses vinte anos a minha admiração cresceu e foi-se solidificando a amizade.

Em 1947, assim iniciava uma crônica sobre o seu livro "Poesias Escolhidas": "Se deixar correr livremente o pensamento, eis as idéias que o nome de Adelmar Tavares me sugere: ... trova...

emoção... bondade... ternura. . . " Em 1951 escrevia eu: "Adelmar Tavares é considerado, com inteira justiça, o Príncipe da Trova

Brasileira. Suas quadras, nascidas de um coração emotivo, são simples e puras, sem preocupações técnicas e preciosismos. Andam anônimas, na boca do povo e são admiradas e elogiadas por críticos,

leitores e trovadores. Profundamente lírico, possui trovas sentimentais e conceituosas que enternecem e fazem meditar."

E ao receber o seu "Ramo de Cantigas" assim terminava o artigo que escrevi sobre o livro, em 1955: "... E quantas, nesse "Ramo de Cantigas" poderiam ser citadas?! Quase todas. . . diria, sem

exagero. Pois, os que compõem trovas ou que admiram esse gênero poético, sabem que Adelmar Tavares é um trovador de mãos cheias.. . Repletas de trovas bonitas, espontâneas e musicais, nascidas

de um coração de poeta-trovador. Suas quadras são fáceis. Fáceis de ouvir, sentir e decorar. E são perfeitas. Não pela preciosidade de rimas ou termos raros, mas, sim pelo sentimento, pela idéia e

inspiração." Além de poeta, jurista, professor, Adelmar Tavares é um dos marcos que assinalam o prestígio e

a revitalização da Trova no Brasil. Pelo seu valor como poeta e pela sua posição social e literária, ajudou o reerguimento da Trova e sua aceitação como gênero poético dos mais apreciados e mais difíceis. Desde a mocidade, com seu primeiro livro "Descantes", em 1907, até os dias que correm, em

1959, Adelmar Tavares tem contribuído magnificamente para a elevação da Trova na língua

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portuguesa. Já fez as suas bodas de ouro como trovador! E nesses cinqüenta anos tem sido sempre o

mesmo: um sincero e admirável poeta simples, cheio de ternura, - um criador riquíssimo de belas trovas! Neste meio-século como o mundo se transformou! E o menino de Goiana e jovem estudante de

Recife como subiu! Advogado, professor, presidente do Tribunal de Justiça, membro da Academia Brasileira de Letras. E, no entanto, apesar das modificações do mundo e de sua própria vida, guardou

carinhosamente o seu grande amor à Poesia, conservou permanentemente a sua fidelidade à Trova. O valor da Poesia de Adelmar Tavares, a aceitação de suas trovas, quer nos meios literários,

quer nas esferas populares, são fatos tão conhecidos que não necessitam de provas. Mas o que contarei a seguir é tão expressivo que não deveria guardar só para mim: Quando em 1956 publiquei

"Meus Irmãos, os Trovadores", na Introdução pedia que os leitores ou poetas me enviassem a relação das 250 trovas (entre as duas mil) que mais lhe tivessem agradado. Os três primeiros votantes foram

poetas e das duas mil quadras apenas quatro restaram com a votação unânime dos três. E dessas quatro trovas três pertenciam a Adelmar Tavares, que no livro tinha mais de seiscentos

companheiros. Ao receber a quarta relação, também de um poeta, vi que só restava uma única trova com a votação unânime dos quatro. Essa trova era também de Adelmar e, por coincidência, era a nº 1 do livro que recebera tal numeração sem intuitos de preferência ou prioridade. Transcrevo-a aqui

para matar a natural curiosidade do leitor:

"Para matar as saudades, fui ver-te em ânsias, correndo...

- E eu que fui matar saudades, vim de saudades morrendo.. ."

Fica assim comprovado o grande prestígio das trovas de Adelmar entre poetas e trovadores.

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Por outro lado, o seu prestígio popular é muito grande. Eis um exemplo no meio de muitos.

Tendo eu organizado um "Inquérito sobre trovas populares (anônimas)" em todos os Municípios Brasileiros, feito oficialmente pelo IBGE, notei o seguinte fato, muito interessante: chegavam-me às

mãos muitas trovas, como anônimas, e que na realidade pertenciam a trovadores meus conhecidos, entre eles, com maior freqüência, as de Adelmar Tavares. E no meio delas, talvez com maior

insistência aquela citada acima.- "Para matar as saudades", e outras também dele, como esta, vinda do Município de Ourém, no Pará, citada de memória, por Pacifico da Costa:

"É nossa alma uma criança,

que nunca sabe o que faz, quer tudo que não alcança,

quando alcança, não quer mais."

Do Maranhão - Município de Paranarama, ouvida em Rosário, num Coco do Mato, Hilton Pires de Castro envia-nos esta, como anônima:

"A imagem de nossas almas está nas águas profundas,

quanto mais tristes mais calmas, quanto mais calmas" mais fundas."

Do Piauí - Município de Floriano, Messias Alves Feitosa manda-nos esta com a informação: "de

poeta desconhecido", o que constitui o maior galardão dos trovadores:

"Tu censuras de minha alma

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esse alvoroço, esse ardor...

Quem tem amor e tem calma, tem calma ... não tem amor..."

De Itatira, no Ceará, recebemos esta outra, como anônima:

"Todo rio na corrente

busca um lago, um rio, um mar. Mas o destino da gente

quem sabe onde vai parar?"

... E assim poderíamos ir correndo as fichas de todo o Brasil e nos diversos Estados, em todos os recantos, encontraríamos uma trova de Adelmar Tavares aflorando, anônima, na boca do povo...

...E que alegria e glória maior para um trovador do que essa de ouvir as suas próprias trovas na boca do povo?! O próprio Adelmar, saudando o grande trovador português Antônio Correia de Oliveira, na sua chegada ao Brasil, compôs várias quadras e entre elas havia esta, que serve

perfeitamente para o seu autor:

"Porque és um Rei de verdade. - Nem há reinado maior,

que o reinado de um poeta, que o povo sabe de cor.. .

Não cabe na pequena extensão deste trabalho uma análise minuciosa das trovas do nosso

biografado. Vejamos assim, rapidamente, a maneira de trovar de Adelmar Tavares. O que, em

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primeiro lugar, ressalta aos nossos olhos é o seu carinho e amor pela Trova e, ao mesmo tempo, como

disse anteriormente, a sua fidelidade a esse gênero. Na Introdução de "Um Ramo de Cantigas" ele confidencia: "A trova foi sempre, das formas de poesia, a que mais me tocou a sensibilidade, porque foi

a poesia dos lavradores de meu velho engenho pernambucano, a poesia daquelas violas inesquecíveis que fizeram o enlevo da minha meninice, e levarei comigo dentro da alma até o último bater do coração."

E esse carinho fica evidenciado nestas palavras simples e saudosas, a respeito de seu livro "Descantes": "Isso é uma saudade muito grande na minha vida ... porque essas trovas nasceram das

serenatas. . . O violão... o luar... e a serenata ... daqueles lindos tempos... A serenata era tudo para nós. . . "

De alma lírica e coração sensível, cultuando a Trova, Adelmar Tavares é sobretudo um poeta simples. De uma simplicidade que encanta e que está presente em quase todas as suas quadras. Não

força a sua maneira de dizer, faz as suas trovas como se estivesse conversando. Elas nascem espontaneamente como esta:

"Vivo triste, triste, triste,

que mesmo nem sei dizer. - Desconfio que é saudade,

que é vontade de te ver."

Numa gravação feita há alguns anos, em meu poder, ele observava: "A trova quando é erudita demais não é propriamente trova... A trova não precisa ter essa erudição profunda porque perde

assim o seu espírito, aquele espírito de que o Luiz Otávio falava ainda há pouco..." Além da simplicidade as suas trovas são sentidas. Têm alma, têm sentimento. Vejam, por

exemplo:

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"Neste mundo, a certas vidas,

a morte seria um bem, mas até a própria morte

se esquece delas também."

Por outro lado seus versos agradam porque possuem melodia. São musicais, no ritmo e nos sons. Sintam toda a beleza, sonoridade e poder sugestivo desta miniatura:

"Duvido que alguém no mundo,

olhe sem melancolia, uma vela no horizonte,

lá longe... no fim do dia..."

Simplicidade, sentimento, música... Com estas três chaves milagrosas vai Adelmar Tavares abrindo o coração do povo e nele aninhando as suas trovas.. . Tão suavemente que o povo, muitas vezes, não grava o seu nome... mas guarda as suas trovas ... Disse-me ele: "Esse é o destino das

trovas: é perder o seu autor... é cair na boca do povo ... O povo toma a trova do autor.. . Eu apenas completaria: é o destino das boas trovas... "

O caráter predominante de suas trovas é o lirismo. O seu cantar é suave, geralmente cheio de ternura e de bondade. Ele mesmo confessa: "Quem dera que minhas trovas, andassem pelos

caminhos, consolando os desgraçados, dando pão para os ceguinhos. . . "

Na sua mocidade cantou o amor lírica e apaixonadamente. São inúmeras as suas trovas sobre o amor, a saudade, ou para a mulher amada. Vejamos apenas uma, tão delicada e sugestiva:

"Quando vejo o teu sorriso,

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tudo se doira e aligeira.

Teu sorriso é na minha alma, como o sol numa roseira."

Além dessa faceta lírica, sentimental, o Rei da Trova Brasileira é também um trovador

conceituoso. Compõe muitas quadras profundas. Daquelas que o leitor lê, repete mentalmente e fica a meditar... Entre outras: "Ora a Vida! ... Deixa-a andar." ou "A imagem de nossas almas", ou "Todo o

rio na corrente" ou esta, tão profunda e triste:

"A morte não é tristeza, é fim, é destinação.

- Tristeza é ficar na vida depois que os sonhos se vão...”

E a trova satírica estará também entre os motivos constantes de sua inspiração? - Não, ela não

se harmoniza bem com a alma pura, com o coração ingênuo e sem maldades de Adelmar Tavares. Ele

não é contra a trova satírica, humorística, bem feita. Em 1953 me dizia: "Essa trova satírica é usada muito pouco. Quem no Brasil fere, às vezes, essa trova mordaz e que eu aprecio imenso, porque è um

dos nossos maiores trovadores, é Bastos Tigre. O Bastos Tigre tem coisas admiráveis... Também magnífico é Djalma Andrade... E' uma das grandes vozes trovadorescas nossas..." E terminava:

"Quando essa trova (a satírica) é feita sem talento é chalaça. . . " Com o que concordamos. Às vezes, - muito raramente - ele usa uma leve ironia, como naquela: "Proclamas teu amor-próprio" ou "Tu

censuras de minha alma" ou ainda: "Amar com ciúme... Quem ama?!" Em algumas a ironia é dirigida a

si próprio, como em: "Para esquecer-te, outras amo". Há um tipo de trova, tão raro - ou mais ainda - do que a satírica, e que Adelmar usa com talento e felicidade. E' a trova sugestiva, pictórica. A trova

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que faz lembrar o "hai-kai" japonês. O poeta dá leves pinceladas sugere... e o leitor, sensível e

inteligente, captará a semente de Poesia e fará com que floresçam em seu coração as mais belas rosas que eram contidas naquela semente... Eis um sugestivo exemplo:

"Se eu pintasse minha infância,

pintava, num sol de estio, a sombra de uma ingazeira,

debruçada sobre um rio."

Eis aí, prezados leitores, um resumo da vida de Adelmar Tavares, um breve estudo de suas trovas e a citação de alguns de seus pensamentos revelados em palestras íntimas, despreocupadas. É

claro que o nosso ilustre e conhecido poeta não necessitava de apresentação. Mas, cumprindo prazerosamente um dos itens da regulamentação da COLEÇÃO TROVADORES BRASILEIROS foi com

imensa satisfação que reli as suas trovas e escrevi estas palavras para o seu livro. Palavras sem brilho, é verdade, mas, assim como as trovas de Adelmar, espontâneas e nascidas na profundidade de nosso coração.

Fonte: JORGE, J. G. de Araujo e OTÁVIO, Luiz (organizadores). 100 Trovas de Adelmar Tavares. RJ: Editora Vecchi, 1959.Coleção Trovadores Brasileiros. volume 5.

TROVAS

A dor que em prantos rebente, dói, mas pode consolar...

- Mas a dor que a gente sente de olhos secos, sem chorar?!

Afeições enternecidas, Meus derradeiros amores!...

Deus vos salve, mãos queridas, Que me cobristes de flores!...

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Alguém pede que lhe ensine, a fazer versos também,

viva e sofra, ame e padeça, e espere que o verso vem...

A imagem de nossas almas

está nas águas profundas, quanto mais tristes, mais calmas;

quanto mais calmas, mais fundas.

A inveja tem seu castigo, Deus mesmo é quem retribui;

enquanto o invejado cresce, o invejoso diminui…

Alguém já disse, e é verdade, que o sentimento do amor,

ou se faz eternidade, ou então, não é amor...

A luz desse olhar tristonho

dos olhos teus, faz lembrar essa luz feita de sonho

que a lua deita no mar.

Amar com ciúme... Quem ama?!... Quem ama assim, desconfia...

- Mas quem tais coisas proclama, se amasse, não nas diria.

Amar é obra perdida

mas, que dissessem, queria, se não fosse amar na vida,

a vida, que valeria?!

A morte não é tristeza, é fim, é destinação.

- Tristeza é ficar vivendo, depois que os sonhos se vão.

Amor que eu saiba em vitória, No rumo do firmamento,

Deve perder toda escória No fogo do sofrimento.

Amor vence espinho, ultraje,

Agravo, calúnia e lama. Amor puro é Deus que age

No coração de quem ama.

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Aos que me foram ingratos, eu grato lhes hei de ser,

pelo bem que me fizeram no bem que eu pude fazer.

Ardemos na mesma flama,

sofrendo da mesma Dor!... - E é isso que a gente chama

felicidade de amor...

As penas em que hoje estou, disse-as ao Sol, - fez-se triste.

Disse-as à noite - chorou. Disse-as a ti, e sorriste...

A saudade é uma andorinha, que ao morrer do sol a chama,

as asas tristes aninha no coração de quem ama ...

A Ventura que hei buscado

pela Vida, sempre em vão, que vezes não tem passado

à altura de minha mão! ...

Bem sei que amar custa muito, custa a vida querer bem,

mas custa o dobro da vida, na vida não ter ninguém.

Celeste amor que perdura

Atende a roteiro assim: Ilimitada ternura

No entendimento sem fim.

Chagas de amor que se eleva Recordam Cristo na cruz...

De cada golpe da treva Jorra uma fonte de luz.

Coração, fonte da Vida, da vida a própria razão.

- E tanta gente eu conheço, vivendo sem coração...

De amor... Amor é infinito!

Do encanto do seu poder, tanta coisa se tem dito!...

- E há tanta coisa a dizer...

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Depois de mandar-te embora, foi que - cego! - percebi,

que eras a felicidade, que eu tinha em mão, e perdi.

Depois que, Mãe, te partiste,

como uma Santa em seu véu, o céu que eu via tão longe,

ficou mais perto, e mais céu...

Dizem que há mundos lá fora, que eu nem sonho... Nunca vi...

- Mas que importa todo o mundo, se o meu mundo é todo aqui?!

Dizer adeus nada custa, alguém me mandou dizer.

Mas quem diz que nada custa, queira bem e vá dizer.

Do mundo quando te fores,

mais que outra glória qualquer, deixa a sombra de tua alma,

num coração de mulher.

Dos desertos deste mundo, sei do mais desolador

- Uma alma sem esperança? - Um coração sem amor...

Dos meus avós portugueses,

de certo ninguém duvida, trouxe este amor pela trova,

que hei de trazer toda a vida.

Duvido que alguém no mundo, olhe sem melancolia,

uma vela no horizonte, lá longe... no fim do dia...

Duvido que alguém se deite, no embalo que a rede tem,

e pegue logo no sono, sem pensar em quem quer bem...

Encerram certos sorrisos

tristeza tão singular, que, em se vendo tais sorrisos,

dá vontade de chorar...

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É nossa alma uma criança, que nunca sabe o que faz.

Quer tudo que não alcança, quando alcança, não quer mais

Essa tua boniteza,

não tem, no mundo, rival. - Pastora da minha Festa,

- Meu presépio de Natal!

Eu falei da "flor morena" e entrou a rir quem me ouviu.

- Quem nunca viu flor morena, foi porque nunca te viu...

Eu vi o rio chorando, quando te foste banhar,

por não poder, te banhando, dar-te um abraço, e parar. . .

Grande dia, este meu dia,

dado por Nosso Senhor. - De manhã, escrevi versos

De noite, vi meu amor.

Há nos teus olhos escuros, o escuro da Ave-Maria.

Desconfio que teus olhos, são os de Santa Luzia...

Já lá vai morrendo o dia,

e hoje ainda não te vi. - O dia em que não te vejo,

é dia que não vivi...

Lindo luar no céu flutua... Ao violão, canto os meus fados,

que Deus fez noites de lua para os que são namorados.

Mãe, que meus versos incensam, quando eu vim do mundo à luz

foi na cruz de tua bênção, que eu vi a vida uma Cruz.

Mesmo nos jardins da vida,

desde a minha meninice, nunca alcancei uma rosa,

que o espinho não me ferisse.

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Meu coração, pobre tonto, que eu não entendo sequer,

fazes morrer quem te adora, morres por quem não te quer!

Minha camisa velhinha,

lavada à flor de melão, tira-me o peso da vida,

faz-me leve o coração.

Minha viola, meu cavalo, a lavoura dando flor,

Maria, dentro de casa ... - Louvado seja o Senhor!

Morte!... No termo das provas, Senhor, agradeço a luz

Com que adornaste de trovas As trevas de minha cruz!

Na janela do teu quarto,

a luz da manhã transborda. Bem-te-vis estão gritando:

Preguiçosa, acorda, acorda!

Não há riqueza que valha um coração de mulher...

Que eu por um, vivo os meus dias, e todos que Deus me der.

Não lamento a minha lida,

nem, pobre, choro os meus ais; - Quem tem um amor na vida,

tem tudo! Para quê mais?

Não quero na minha morte, nem pompa, nem mausoléu.

Quero uma covinha rasa, que abra os braços para o céu. . .

Não quero ouvir o teu nome, nunca mais te quero ver!

- E passo a vida pensando, a forma de te esquecer.

Não se dá regras à trova,

que a trova regras não tem. A trova é simplicidade,

ela vai, como nos vem...

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Não sei por que, quando canto por mais alegre a canção,

tem uma gota de pranto, que vem do meu coração.

Nem sempre com quatro versos

setissílabos, a gente consegue fazer a trova;

faz quatro versos somente.

Neste mundo, a certas vidas, a morte seria um bem,

mas até a própria morte se esquece delas também.

Ninguém se queixe da Sorte, que Deus de ninguém se esquece.

Cristo nasceu para todos, cada qual, como o merece...

No momento derradeiro,

Antes do sono feliz, Compus em gotas de pranto

A trova que nunca fiz.

Nunca vi dizer ser pobre quem come em paz o seu pão,

quem toca sua viola sem peso no coração

O laço de fita preta

dos teus cabelos, faceira, parece uma borboleta

pousada numa roseira...

Ó linda trova perfeita, que nos dá tanto prazer,

tão fácil, - depois de feita tão difícil de fazer.

Ó lindos olhos magoados, de tanta melancolia.

- Da tristeza desses olhos, é que vem minha alegria.

Ó meu amor! Ó saudade!

- E eu não sabia que amor era uma felicidade

disfarçada numa dor.

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Ó Mundo! Ó Mundo! Ó meu Mestre! Muito me ensinas viver,

e quanto mais tu me ensinas, mais eu vejo que aprender!...

Onde anda o corpo, é verdade,

vai a sombra pelo chão... É assim também a saudade,

a sombra do coração.

O perfume do teu lenço trago comigo na mão.

Mas o cheiro da tua alma, dentro do meu coração.

Ó quaresmeira viuvinha, toda coberta de flor!

Quando a viuvinha se enfeita é que pressente outro amor.

Ora a Vida! ... Deixa-a andar,

não queiras da vida ter o que ela não possa dar,

nem tu possas merecer...

O regozijo da morte Que ninguém sabe dizer

Tem a beleza da noite No instante do amanhecer.

Os "anjos da guarda" gostam

da rede dos pobrezinhos, que dormem a sono solto,

ao Deus dará, nos caminhos

Os búzios guardam das águas do mar, os fundos gemidos.

- Assim fossem minhas mágoas, guardadas nos teus ouvidos...

O sol é que faz o trigo; e o trigo, que faz o pão.

Mas se o trigo se faz hóstia, faz-se sol no coração ...

Ouvi, alguém que dizia:

-Lá se vai o poeta morto, Sem perceber a alegria

Do sonho chegando ao porto.

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Para de amor cantar mágoas, foi que se fez o violão,

que a gente aperta no peito, e encosta no coração...

Para esquecer-te, outras amo,

mas vejo, por meu castigo, que qualquer outra que eu ame,

parece sempre contigo.

Para matar as saudades, fui ver-te em ânsias, correndo ...

- E eu que fui matar saudades, vim de saudades morrendo.

Por que, pela humanidade, só o eu, soa e ressoa? ...

- É que há um sapo agachado, dentro de cada pessoa.

Proclamas teu amor-próprio,

se alguém te diz minha dor. - Essa questão de amor-próprio,

é muito imprópria no amor...

Pouco me dá que se diga meu verso fora da moda,

meu verso é apenas cantiga de cirandas, e de roda ...

Quando a trova nos transmite

seu feitiço singular, a gente lê, e repete,

e depois, fica a pensar. .

Quando eu morrer, levo à cova dentro do meu coração,

o suspiro de uma trova, e o gemer de um violão.

Quando vejo teu sorriso, tudo se doira e aligeira.

Teu sorriso é na minha alma, como o sol numa roseira.

Quanto amor me prometeste!

- Nas tuas cartas, que ardor! Depois ... tudo isto esqueceste,

- Coisas de cartas de amor...

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Que contraste tem a Sorte! No mundo, que ingrata lida!

- A Vida chorando a Morte E a Morte rindo da Vida...

Quem dera que minhas trovas

andassem pelos caminhos, consolando os desgraçados,

dando pão para os ceguinhos ...

Quem ri do poeta, não sabe, o consolo que ele tem.

E o dia em que fosse triste, faria versos também.

Quem tiver amor, esconda faça por muito esconder,

que as coisas da alma da gente, ninguém carece saber...

Que tens tu, que és tão sombrio,

e hoje a rir, alegre, assim? ... - Mal sabem que só me rio,

porque riste para mim .

Renúncia de amor profundo Guarda sublime troféu:

Transforma pedras do mundo Em construções para o Céu.

Saudade - doce transporte

da alma adejante e ferida... - É viver dentro da morte!

- É morrer dentro da vida!

Se Cristo nasceu pra todos, sua luz a todos vem.

Vive o rico na riqueza, mas vive o pobre também...

Se eu pintasse minha infância, pintava: num sol de estio,

a sombra de uma ingazeira, debruçada sobre um rio.

Sei que amor é sofrimento,

custa a vida querer bem, mas custa o dobro da vida,

na vida não ter ninguém.

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Sempre que a felicidade passa no meu coração,

é como sobre um presídio, a sombra de um avião.

Sempre que alguém abre os braços

para amparar uma dor, luz nesses braços abertos

a cruz de Nosso Senhor.

Seria a glória das glórias, se um dia alguém me dissesse,

ter chorado neste mundo, lendo um verso que eu fizesse.

Só peço o dia em que eu morra, faça uma noite de lua,

todo troveiro descante, todo violão saia à rua!

Sou jardineiro imperfeito,

pois no jardim da amizade, quando planto um amor-perfeito,

nasce sempre uma saudade. . .

Sou nesta tarde da vida, cheio de saudades minhas,

como um telhado de igreja, todo cheio de andorinhas.

Teu cego de caridade,

chora não te conhecer, e a minha infelicidade

foi ter olhos e te ver...

Tristeza! Minha tristeza! Doce amiga dos meus ais.

Só de ti tenho a certeza que não me abandonarás...

Todo rio na corrente, busca um lago, um rio, um mar...

Mas o destino da gente, quem sabe onde vai parar?

Trova que vens novamente

encher o meu coração, - Sé bendita, luz divina,

amor de consolação.

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Trovas, - cantigas do povo, alma ingênua dos caminhos

de lavradores. . . cigarras ... mulheres... e passarinhos ...

Trovas, trovas da minha alma!

Da vida quando eu me for, sede o humilde travesseiro,

do sono de um sonhador.

Tua mãozinha morena, se a tomo, tenho a impressão,

de uma rolinha cabocla dormindo na minha mão

Tu censuras de minha alma, este alvoroço, este ardor...

Quem tem amor e tem calma, tem calma... não tem amor...

Tu vais passando, orgulhosa!...

Nunca vi soberba assim. - Ai de ti, por tanto orgulho.

Por tanto amar-te, ai de mim! ...

Uma vez que a gente cante dizendo o que o povo diz,

a trova fica contente, a trova fica feliz. . .

Um cego me disse um dia,

que Poesia, inspiração, era uma lua nascendo,

de dentro do coração.

Vi hoje uma árvore velha, toda coberta de flor...

- E me lembrei de minh'alma, cheia de sonhos de amor.

Vivo triste, triste, triste, que mesmo nem sei dizer.

- Desconfio que é saudade, que é vontade de te ver.

Vou vivendo a minha vida,

como Deus quer e consente. - Sou como a folha caída

levada pela corrente...

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AS ESTRELAS

No céu, - frente à sua casa, primeira vez que a beijei,

brilhava, linda, uma estrela... ninguém nos viu, bem o sei.

Mas não sei que disse a estrela, que há, desde essa ocasião,

bem defronte à sua casa, toda uma constelação...

=====================

OUTROS VERSOS A CIDADE DE RECIFE

Pátria do meu amor! Recife linda,

como te guarda o meu saudoso olhar! Velas ao longe... Os coqueirais de Olinda,

e uma terra a nascer da água do mar...

Um céu de estrelas que entrevejo ainda. Sob as pontes, o rio a se estirar...

Noites de lua... que saudade infinda... brancas... que dão vontade de chorar...

Filho ingrato, parti... Mas nem um dia,

deixei de te lembrar, por mundo alheio, onde me trouxe a glória fugidia.

Pátria, quando eu morrer, piedosa e boa,

dá que eu durma o meu sono no teu seio,

como um seio de Mãe que ama e perdoa...

AMOR

Querer que o amor seja eterno, é querer eterna a primavera.

Júlio Dantas

Todo amor dura, apenas, um segundo,

ou quando dura muito, - uma estação. É como a Primavera o amor no mundo,

querê-lo, eternamente, uma ilusão.

Chega... Perfuma tudo... O charco imundo faz em jardim, e passa... É um sonho vão.

- Mas o amor-sofrimento?!... O amor-profundo,

Page 24: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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lá da raiz do nosso coração?!...

Amor que sendo angústias sufocadas,

ama cada vez mais, sereno e forte, e acha encanto nas lágrimas choradas?!...

- Esse, há de eterno, pelo seu sofrer,

arder por toda a vida, até a Morte, para no além da Morte, reviver...

A QUE AMEI

(Lendo Paul Neel)

"Elle était blanche, elle était blonde."

Ela era branca, loira e fina... Uns gestos moles de cansaço,

Como quem sonha a paz divina, E ensaia o vôo para o Espaço...

Ingênua, como uma menina, quando a levava pelo braço

era tão diáfana, e franzina, que eu nem sequer lhe ouvia o passo.

Um dia a vi adormecida;

muito mais leve que na vida havia sido - o meu amor...

Pois que da Terra se partira. tal como o incenso, - de uma pira,

como o perfume,- de uma flor.

A REDE DE DORMIR

Para dormir numa rede, cumpre logo prevenir,

não é chegar e deitar, nem é deitar e dormir.

A rede é como o cavalo,

que para a gente montar,

tem que primeiro amansá-lo para depois governar...

Tem de procurar o jeito

de deitar enviesado pois não dando esse jeitinho

não está, em regra, deitado...

E em deitando, deixe sempre,

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um certo espaço, porque

vem o seu anjo da guarda deitar, dormir com você.

AS INGÊNUAS, DELICIOSAS MENTIRAS

Que bem fazem à gente certas mentiras

Essas pequenas, ingênuas deliciosas mentiras... Essas mentirinhas bebês,

redondinhas, rosadas e frescas... A dos médicos para seus enfermos desenganados:

— "Mas está excelente! Vai sarar!" A dos amigos para os nossos poemas:

— "Cortei na revista... Guardei-o comigo". E sobre todas, as da criatura amada que justifica, no reclamo da saudade:

— "Sonhei contigo a noite inteira... e estou intranqüila... Vem!..."

Meu Deus do Céu, que imenso bem!... A gente tem vontade de pegar essas mentirinhas

como aos bebês, redondinhas, rosadas e frescas,

e atirá-las para o alto, pelos braços, às momices e aos beijos...

— "De quem é essa mentirinha mais bonita do

mundo? — "De quem é essa mentirinha tão querida,

gente?" E depois, num abraço bem apertado, numa

efusão, enterrá-las, como um tesouro de felicidade,

no coração.

A VIDA TEM DOIS CAMINHOS

A vida tem dois caminhos. Um, todo cheio de flores,

todo cheio, outro, de espinhos...

Uns pela estrada florida,

passam, bem longe das dores, só tendo flores na vida.

Outros, bem tristes, se vão,

trazendo os pés nos espinhos, e espinhos no coração.

* Deus! Senhor dos dois caminhos

da vida que a gente trilha,

Page 26: Trova Brasil - Adelmar Tavares

26

tem pena de minha filha,

da filha de meus amores que é tão pequenina, assim...

Junca-lhe a estrada de flores! Deixa espinhos para mim!

CIRANDA

... e, embora irmãs,

não se vêem, não se dão, não se parecem as doze tecelãs...

Guilherme de Almeida

Vejo a ciranda das horas, moças lindas a cantar... doze vestidas de branco,

umas de flores na testa, outras de flores na mão...

E, no balanço da dança, quando uma vem, outras vão...

Horas do dia e da noite...

Ó vocês! ... Lindas que são! ... Qual será mesmo a minha Hora,

minha hora de Redenção?!...

Será das doze de branco,

ou das que de negro estão?!... Qual virá, vindo o meu dia,

pousar a mão no meu peito, parando o meu coração?!...

FELICIDADE

No teu palácio de vitrais preciosos,

espelhos altos, e tapeçarias, tu, milionário, entre cortesanias,

vives os teus momentos caprichosos.

Braços vendidos e mentidos gozos, de amores fáceis, enches os teus dias.

Mas, passada a delícia das orgias,

vês, protestos e beijos, mentirosos.

E ah! quantas vêzes, solteirão, cansado, invejarás o "guardador de gado"

que pelo escurecer, sem falsos brilhos,

volta para a cabana, e alegre janta, cachimba um pouco, afina a viola, e canta

para o amor da mulher, e o amor dos filhos...

Page 27: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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FRANCISCO, MEU PAI

Como que o vejo... O chapelão caído Sobre a cabeça branca de algodão...

Buscando o campo, — o dia mal nascido, Voltando à casa, o dia em escuridão.

Lavrador, fez da terra o ideal querido.

"Meu filho, a terra é que nos dá o pão", Dizia-me. E cavava comovido,

A várzea aberta para a plantação...

Mas um dia, eu, pequeno, vi, cavando, Sete palmos de campo, soluçando,

Uns homens rudes... Tempo que já vai!

"Francisco, adeus"! Diziam repetindo.

Meu pai desceu de branco... Ia dormindo Fechou-se a terra... E não vi mais meu pai!

MÃE TERESA

Morava neste sítio abandonado,

Perto da minha casa, "Mãe Teresa";

No seu rostinho velho e descarnado

Havia uns traços de imortal beleza.

Moça — trouxera o bairro enamorado, Trovadores chamaram-lhe — princesa!

Não bebeu nunca o vinho do Pecado Nem na alma trouxe uma paixão acesa.

Dá que eu possa beijar-te as mãos piedosas!

Por esta vida muito padeceste, Deitando bênçãos e plantando rosas!

Tu, que a bondade dos arcanjos tinhas,

Levas na morte este fulgor celeste Das que se partem virgens e velhinhas!

MAIO

Que sensações estranhas, esquisitas, como um desejo de também ter asas,

para ser como os pombos sobre as casas, toda vez, Maio em flor, que me visitas !

Tu, minh'alma, na dor em que te abrasas,

dentro da escuridão em que te agitas,

Page 28: Trova Brasil - Adelmar Tavares

28

és um solar de aparições malditas,

uma lareira onde morreram brasas.. .

Maio, carregas mágoas e venturas, flores aos laranjais e às sepulturas,

fecundas cravos e fecundas goivos...

Até as tanto das paixões as chamas, quanto de fria solidão derramas,

dentro dos corações que foram noivos…

MÃOS FRIAS

Mãos frias, coração quente, Mãos quentes, coração frio. Diz isso o adágio prudente,

Grave, solene e sombrio.

Dessas palavras fulgentes, Eu tenho a prova, não rias.

As tuas mãos são tão quentes, As minhas mãos são tão frias…

MISTÉRIO

"Conheço um coração, tapera escura."

Bilac. (Tarde)

A Clementino Fraga

Que voz foi essa em meu ouvido?

Alguém falou no meu ouvido... Que doce e estranha vibração

toma-me, agora, o coração?...

- Ninguém falou no teu ouvido... Esses rumores todos são, mistério sem explicação,

coisas de velho coração...

Mas esse aroma revivido ao meu olfato? A exalação

que estou sentindo, de um vestido, que era o jasmim do seu vestido,

que me não mente o coração?

- Oh, nada sentes!... Nada... Não... Esses perfumes todos são,

do teu espírito abatido,

Page 29: Trova Brasil - Adelmar Tavares

29

mera, fugaz perturbação.

Coisas de velho coração...

Ah que bem disse um Poeta, um dia, que o triste, humano coração,

quando com o tempo envelhecia, era também casa vazia,

de assombração...

NOITE CHEIA DE ESTRELAS

A noite baixou silente... E então, cantei tristemente

As mágoas para esquecê-las...

E a noite ouvindo o meu canto

Que era a música de um pranto Encheu-se toda de estrelas.

O MILAGRE DE NOSSA SENHORA APARECIDA

Os homens não tinham peixe

Para o conde de Assumar. Os barcos desciam nas águas escuras

Do rio deserto… E os barcos subiam

Nas águas escuras do rio deserto…

Tornavam subindo… descendo… a tentar! Lançavam as redes… Puxavam as redes…

E as redes vazias! Sem nada pescar! Os homens não tinham peixe

Para o conde de Assumar.

Domingos Garcia, caboclo valente, Com os braços de ferro, tocava a empurrar

A triste canoa, sem nada pescar. Pedroso gritava para os companheiros,

Que logo cortaram as águas escuras Do rio deserto…

―Oh! lá, companheiros!

Oh! Lá, canoeiros!

Que novas a dar?! Que novas a dar?!‖

E a mesma resposta caía da noite, Nos barcos vazios, sem nada pescar…

Os homens não tinham peixe Para o conde de Assumar!…

João Alves, aflito, já sem esperança,

Olhando as estrelas, se pôs a rezar:

Page 30: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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―Santíssima Virgem! Tem pena de mim!…

Rainha celeste!Tem pena de mim!… És dona dos peixes, que moram nas águas!

Ordena que venham encher nossos barcos! Que um só dos teus gestos nos pode salvar!…

Dá-nos peixe pra dom Pedro, Para o conde de Assumar!‖

E a rede atirando, com punho de mestre,

A rede nas águas se abriu em estrelas, Caiu… Foi ao fundo… (João Alves chorava,

João Alves rezava, tocado de fé!…) Puxou de mansinho, que a rede pesava…

―São peixes! - dizia. São peixes, enfim, Que Nossa Senhora tem pena de mim…‖

Mas, - oh!-luz estranha que vem dentro à rede! É Nossa Senhora que vem dentro à rede,

Do pobre, do humilde, feliz pescador, Que louco de alegre se põe a gritar:

Oh! Lá, canoeiros!

Oh! Lá, companheiros!

Oh! Lá, pescadores que estais a pescar!

Milagre! Milagre! Fazei vosso lanços,

Que Nossa Senhora já me apareceu!‖ E os homens todos tocados

De uma alegria sem par Encheram os barcos de peixe,

Para o conde de Assumar.

Ó Nossa Senhora, que ouviste o barqueiro, Que ouviste há dois séculos, de nós não te vás!

Nem mesmo um instante, sequer, nos esqueças! Tu, que apareceste, não desapareças

Daqui, desta Pátria! Jamais! Nunca Mais!

PRIMA AMPARO

Ela não viu a imagem na corrente,

quando ao rio, em S. João, se foi banhar, e voltou para casa, descontente,

com os lindos olhos baixos, a chorar...

"Morrerei o outro Junho, certamente... Como as "sortes" enganam ! ... "Vais casar" .

— Prima Amparo, não creia.. . Pode a gente nessas superstições acreditar ? ...

Page 31: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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O outro Junho chegou... E ela partia

morta, no seu caixão, magoado o rosto, o meu primeiro amor, a flor de um dia! ...

Por isso, quando Junho vem chegando,

choro esse esquife azul, pelo sol posto, com seis moças de branco, carregando…

SERENIDADE

Nunca de mim se ouviu um só protesto

de maldição, de cólera aturdida, sequer uma palavra, ou mesmo um gesto

de malquerer a quem mais quis na vida.

Arrasto como a um fardo, a alma ferida,

e a dor que me crucia, manifesto, sem jamais inculpar de fementida,

aquela que em meu sonho amo, e requesto.

Em perdendo-a, perdi toda a alegria do coração que em mágoas apunhalo.

Perdi a luz!... Fechou-se o sol que eu via!...

Tudo abateu com a queda desse amor,

tão forte, que ainda sinto o seu abalo,

tão grande, que ainda escuto o seu fragor.

VELA BRANCA

Vela branca, vela branca, que vais lá longe... no mar...

quem me dera, vela branca, que me quisesses levar

para tão longe... tão longe, que eu não pudesse voltar...

Mas uma vez, vela branca,

que não me queres levar, para tão longe... tão longe... que eu não pudesse voltar,

leva-me a saudade dela para o mais fundo do mar.

Fontes: JORGE, J. G. de Araujo e OTAVIO, Luiz. 100 trovas de Adelmar Tavares. vol. 5 Francisco Cândido Xavier (psicografia). “Trovas Do Outro Mundo”. http://www.jornaldepoesia.jor.br/@atv01.html http://www.academia.org.br/ TAVARES, Adelmar. Poesias completas. Luz dos meu olhos – Noite cheia de estrelas– O caminho enluarado. – Calam-se os ninhos. Rio de Janeiro: Editora A Noite.

Page 32: Trova Brasil - Adelmar Tavares

32

Concursos de Trovas

XXXIII CONCURSO DA ACADEMIA DE TROVAS

DO RIO GRANDE DO NORTE – ATRN – 2013.

Prazo para recebimento das trovas: até 30/6/2013;

TROVAS LÍRICAS E FILOSÓFICAS:

1 - ÂMBITO NACIONAL

Tema: AREIA.

Coordenador:

José Lucas de Barros Travessa Alda Ramalho Pereira, 1010, Tirol Natal/RN CEP 59014-602.

2 - ÂMBITO ESTADUAL

Tema: RASTRO.

Coordenador:

Thalma Tavares Rua México, nº 584 - Jdm. das Américas

São Simão/SP CEP: 14200-000 3 - PARA SÓCIOS EFETIVOS

Tema: MÃO.

Coordenadora:

Eliana Ruiz Jimenez Rua 2950 n. 671 – Centro Balneário Camboriú – SC CEP: 88330-348

4 - PARA SÓCIOS CORRESPONDENTES –

Tema: BÊNÇÃO.

Coordenador:

Hélio Pedro Souza Rua Cel. Luciano Saldanha, 1.740, Capim Macio Natal/RN CEP 59078-390

OUTROS INFORMES:

Page 33: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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As trovas devem ser endereçadas aos respectivos

coordenadores (sistema de envelopes, colocando-se, em

lugar do remetente, o nome de ADEMAR MACEDO);

Quantidade de trovas por tema: no máximo 2 (duas);

Festa de premiação: 3 e 4 de outubro de 2013.

Responsável:

ACADEMIA DE TROVAS DO RIO GRANDE DO NORTE-ATRN.

CONCURSO DE TROVAS DE PINDAMONHANGABA

Prazo: 30 de abril de 2013

REGULAMENTO

1 – Dos trabalhos

1.1 As trovas devem ser inéditas, de autoria do remetente e, cada uma

delas deve ser datilografada/digitada na face externa de um envelope

branco, que deve ser remetido fechado. Dentro de cada envelope,

colocar um papel com a identificação: nome completo, endereço

completo e assinatura.

1.2 Os envelopes com as trovas devem ser colocados em outro maior,

para a remessa e, este não pode ter a identificação externa do

remetente.

1.3 Máximo de 3 trovas (líricas/filosóficas) por concorrente,

datilografando/digitando acima da trova, o tema a que concorre.

1.4 Serão consideradas as trovas recebidas até 30 de abril de 2013.

1.5 As trovas devem ser remetidas para:

XXIII Concurso Nacional e Internacional de Trovas de Pindamonhangaba Biblioteca Pública Municipal “Ver. Rômulo Campos D’Arace” Ladeira Barão de Pindamonhangaba, s/n – Bosque da Princesa CEP: 12401-320 – Pindamonhangaba

1.6 Temas:

1.6.1 Nível Regional:

para trovadores domiciliados na cidade de Pindamonhangaba, demais

cidades do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Região Serrana

(Mantiqueira, no Estado de São Paulo)

– RETICÊNCIA

1.6.2 Nível Nacional/Internacional:

para os trovadores domiciliados nas demais cidades do Brasil e Exterior

– FRASE

1.6.3 XIX Juventrova (para estudantes)

– CELULAR

2 – Da Premiação

Dia: 06 de Julho de 2013.

Horário: 20 horas

Local: a ser confirmado

Page 34: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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Prêmios: Serão concedidos para cada um dos TEMAS – Troféus e

Diplomas para os cincos primeiros colocados, cinco Menções

Honrosas e cinco Menções Especiais. ,

3 – Da Comissão Julgadora

A Comissão Julgadora será formada por trovadores de reconhecido

mérito, ficando estabelecido que as trovas com o tema RETICÊNCIA

serão julgadas por trovadores residentes em outras regiões e Estados

(São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc), e as trovas com o tema

FRASE serão julgadas por trovadores residentes em outras regiões que

não as mencionadas.

4 – A Comissão Organizadora

4.1 A Comissão Organizadora resolverá os casos e suas decisões serão

definitivas e irrecorríveis.

4.2 As trovas remetidas em desacordo com qualquer item, serão

eliminadas automaticamente do concurso.

4.3 A simples remessa das trovas significa total conhecimento e

completa aceitação deste Regulamento.

MAIS INFORMAÇÕES:

Telefones: (12) 3643-2399 (Biblioteca) ou (12) 3642-3724 (José

Valdez)

IX CONCURSO DE TROVAS DA UBT MARANGUAPE

Prazo Máximo: Até 15 de abril de 2013.

1) ÂMBITO/MODALIDADE e TEMAS:

O tema deve constar na trova

1.1. Nacional/Internacional (língua portuguesa):

“DEUS” (Líricas/Filosóficas) e

“SAMBA” (humor)

[uma trova por tema]

1.2. Estadual:

“VERSO” (Líricas/Filosóficas) e

“MÃO” (humor)

[duas trovas por tema]

1.3. Municipal:

“ALIANÇA” (Líricas/Filosóficas) e

“BAIÃO” (humor)

[duas trovas para cada tema]

1.4. ABERTO (a todos os trovadores – Nacional/internacional, estadual

e municipal):

Destinado a homenagear a profissão de Professor:

Page 35: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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“PROFESSOR (A, AS, ES)” (Líricas/Filosóficas) e

“Estudante (S)” (Líricas/Filosóficas)

[uma trova de cada tema].

1.5. Internacional em língua hispânica:

“Dios” (Lírica/Filosófica).

[duas trovas por concorrente]

OBS:

a) Os trovadores de outros Estados/países poderão enviar trovas de

âmbitos estadual e municipal, como participação Especial [não serão

concedidos diploma de participação especial];

b) Os trovadores do Estado do Ceará não residentes em Maranguape

ou não pertencentes a UBT-MARANGUAPE poderão enviar trovas de

âmbito municipal como participação especial;

c) Os trovadores do Estado do Ceará poderão enviar trovas de âmbito

nacional/internacional como participação especial.

d) Aberto – destinado a todos os trovadores [âmbitos

nacional/internacional, estadual e municipal]. Serão feitas duas

premiações na modalidade aberto:

1ª). Para trovadores de âmbito Nacional/internacional;

2ª) Exclusiva p/trovadores do Estado do Ceará, inclusive de

Maranguape.

e) É necessário constar o tema na trova. Indicar o tema antes de

escrever a trova.

ENDEREÇO PARA REMESSA DAS TROVAS:

i) Por e-mail para o endereço eletrônico: [email protected], indicando o nome do autor, e-mail, endereço completo, município e CEP.

XI JOGOS FLORAIS DE AVIS/PORTUGAL

Prazo Máximo: 5 de abril de 2013

REGULAMENTO

1 - Os XI Jogos Florais de Avis são uma iniciativa da AMIGOS DO

CONCELHO DE AVIZ - ASSOCIAÇÃO CULTURAL, a que

podem concorrer todos os cidadãos abrangidos pelo que se dispõe no

presente regulamento.

2 - Só são admitidos a concurso trabalhos inéditos, redigidos em

Português e nas seguintes modalidades:

POESIA

A - QUADRA POPULAR

Tema: "SER POETA"

Em redondilha maior, de rima ABAB, uma quadra em cada folha.

Page 36: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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B - POESIA OBRIGADA A MOTE

Mote

Poeta, não sei o que é

Mas tem olhos de criança:

A palavra é sua fé,

Dá aos homens esperança

(Dinis Subtil-Aldeia Velha-Avis)

Nota: não descurando outras formas de glosar o mote, daremos

especial atenção ao tratamento em décimas.

C - POESIA LIVRE

Subordinada ao tema: "SER POETA"

PROSA

CONTO subordinado ao tema: "POETAS"

(Máximo de 3 páginas, escritas em tamanho 12, a espaço e meio de

entrelinhamento).

3 - De cada trabalho serão enviados três exemplares, datilografados (à

máquina ou em computador) em papel formato A4, de um só lado com

caracteres de tamanho 12, sendo que apenas no conto o espaço entre

linhas deverá ser de espaço e meio. Os trabalhos não poderão ser

adornados com moldura ou qualquer outro adorno.

4 - Todos os trabalhos deverão trazer na primeira página a modalidade

a que concorrem, terão que ser subscritos por um pseudónimo,

devendo os respectivos autores, enviar anexo a cada trabalho, um

envelope fechado com o pseudónimo datilografado no rosto, e dentro,

o nome, morada e número de telefone do Autor.

5 - Cada concorrente poderá apresentar dois trabalhos por modalidade,

com excepção da QUADRA onde poderão ser apresentados três

trabalhos a concurso, pelo que cada um será subscrito com

pseudónimo diferente. Serão desclassificados os trabalhos que não

sejam inéditos, isto é, que já tenham sido apresentados noutros

concursos.

6 - O prazo de remessa dos originais (data de carimbo dos correios)

termina em: 05 de ABRIL de 2013

e deverão ser enviados, para:

XI Jogos Florais de AVIS Amigos do Concelho de Aviz - Associação Cultural Praça Serpa Pinto, Nº11 7480 - 122 AVIS 7 - O não cumprimento do estipulado no presente regulamento, anula a

apreciação dos trabalhos pelo júri, de cujas decisões não cabe recurso.

8 - As classificações serão tornadas públicas em 2 de Maio de 2013,

sendo os concorrentes avisados por escrito.

9 - Haverá três prémios por modalidade, bem como as menções

honrosas que o júri entender por bem conceder. Poderá, no entanto,

deliberar a não atribuição de qualquer prémio, numa ou mais

Page 37: Trova Brasil - Adelmar Tavares

37

modalidades, se considerar que a qualidade dos trabalhos apresentados

não é consentânea com a projecção que se pretende para esta iniciativa.

10 - A entrega de prémios aos galardoados terá lugar no dia 18 de Maio

de 2013, em Avis, no Auditório Municipal Ary dos Santos, a partir das

14H30'.

11 - Estes Jogos Florais ficam interditos aos elementos do Júri e demais

pessoas envolvidas na organização dos mesmos.

12 - Ao Júri cabe a resolução de qualquer ocorrência que não seja

abrangida pelo presente regulamento.

Nota: regulamento aprovado em reunião de Direcção da ACA-AC em

20 de Dezembro de 2012.

Com o apoio de:

Câmara Municipal de Avis

Junta de Freguesia de Avis

VIII JOGOS FLORAIS DE CANTAGALO

Prazo Máximo: 1º de maio de 2013

Temas (valendo palavras cognatas):

Estadual (somente Estado do Rio de Janeiro)

Perdão

Nacional (para os demais Estados)

OFENSA

Máximo: duas trovas Líricas ou Filosóficas

Sistema de Envelopes

Enviar para

Rua Dr Nagib Jorge Farah, 204 Cantagalo/RJ - CEP 28.500-000

JOGOS FLORAIS DA ACADEMIA DE LETRAS E

ARTES DE CAMBUCI/RJ

Prazo Máximo: 31 de maio de 2013

Tema Livre

Apenas uma trova (lírica, filosófica, humorística, etc. À livre escolha

Sistema de Envelopes

Enviar para:

Almir Pinto de Azevedo Praça da Bandeira,79 - Centro CEP 28.430-000 Cambuci/RJ

Page 38: Trova Brasil - Adelmar Tavares

38

JOGOS FLORAIS DE RIBEIRÃO PRETO – 2013

Prazo: até 21 de março de 2013.

Resultado: final de abril.

Tema Municipal

Liricas/Filosóficas: Direito

Humorísticas: Torto

Tema Nacional

Liricas/Filosóficas: Muralha

Humorísticas: Cerca

Tema Estudantil

Liricas/Filosóficas: Fada

Humorísticas: Bruxa

Remessa:

Sistema envelopes brancos (8/11) em ARIAL

União Brasileira de Trovadores Caixa Postal 448 CEP: 14001-970

Ribeirão Preto-SP-Brasil.

III CONCURSO DE TROVAS DE CAMPOS DOS

GOYTACAZES PRAZO: até 30.05.2013.

Tema: TRIANON (Lírica/Filosófica) (em homenagem aos 15 anos do Teatro Trianon)

Uma trova por autor.

Remeter para:

Neiva Fernandes Rua Eloi Ornelas 25 -Bairro Caju Campos – RJ CEP: 28051-205

XXI JOGOS FLORAIS DE PORTO ALEGRE/RS

Prazo máximo:

30.06.13

Enviar para:

Page 39: Trova Brasil - Adelmar Tavares

39

Rua Grão Pará, 212

CEP 90850-170

Porto Alegre – RS,

com exceção da hispanica.

TEMAS PARA AUTORES BRASILEIROS E PORTUGUESES (exceção ao RS):

"ÁGUA" (lírico/filosóficas) "VINHO" (humorísticas)

TEMAS PARA AUTORES DO RIO GRANDE DO SUL:

"FONTE" (lírico/filosóficas)

"SEDE" (humorísticas)

PARA AUTORES DE LÍNGUA HISPANICA: JUVENTUD

(L/F)

enviar para [email protected]

Máximo de 03 trovas por autor, em cada tema.

"Sistema de envelopes", exceto Língua Hispânica

XII CONCURSO DE TROVAS DO

CTS/UBT/CAICÓ PRAZO: até 30.06.2013.

Tema para autores brasileiros e de outros países de

língua portuguesa: "FUGA" (Lírica/Filosófica)

Remeter para Djalma Mota Rua José Eustáquioo, 1330-Bairro Paraíba Caico-RN CEP: 59300-000

Tema para autores do RN:

"RESPOSTA"

Remeter para Wellington Freitas Rua Renato Dantas, 33-Bairro Acampamento Caicó-RN CEP: 59300-000

Tema para autores de língua hispânica: "VENTANA"

Page 40: Trova Brasil - Adelmar Tavares

40

enviar para [email protected] e [email protected].

Uma trova por autor em todos os temas.

Sistema de envelopes, exceto para língua hispânica

XXXI CONCURSO NACIONAL/INTERN.

DE TROVAS DE TAUBATÉ/SP

Prazo: 31 de maio de 2013

TROVADORES DE LÍNGUA PORTUGUESA (exceto região

Vale do Paraiba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira)

TEMA: "MADRUGADA"

TROVADORES DA REGIÃO

TEMA: "SERENO"

CONCURSO PARALELO:

XIV CONC. VICENTINO DE TROVAS

(para membros da Soc. São Vicente de Paulo)

TEMA: "IGUALDADE"

Remeter para

A/C Angélica Villela Santos Rua Francisco Xavier de Assis, 36 - Jardim Morumbi

Cep 12.060-460 Taubaté/SP

Máximo de 02 trovas por concorrente.

"Sistema de Envelopes"

CONCURSO ESTADUAL DE TROVAS DE SÃO

GONÇALO/RJ - 2013

Prazo: 31 de Julho de 2013

Concurso de Trovas em Homenagem ao Centenário do

Prefeito Joaquim de Almeida Lavoura

Promovido pela AGLAC - Academias Gonçalense de

Letras Artes e Ciências

REGULAMENTO

Page 41: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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1. O Concurso de Trovas, exclusivamente aberto a

Trovadores do Estado do Rio de Janeiro, tem por objetivo

homenagear o emblemático Prefeito do Município de São Gonçalo, JOAQUIM DE ALMEIDA LAVOURA, no

Centenário de seu nascimento, e faz parte do Calendário

Cultural do Município de São Gonçalo.

2.As Trovas concorrentes deverão ter por tema

―Centenário do Prefeito Joaquim Lavoura‖, serem inéditas

e de autoria do próprio concorrente.

3. O prazo limite para recebimento das Trovas será o dia

31 de Julho de 2013, podendo o concorrente enviar até 3 (três) Trovas.

4. O resultado do Concurso será divulgado dia 31 de Agosto de 2013 através da imprensa local e, aos

premiados, através de correspondência postal.

5. Serão concedidos troféus aos vencedores, nas seguintes modalidades: 3 (três) Vencedores e 3 (três)

Menções Honrosas.

6. A apresentação dos trabalhos será o tradicional

―Sistema de Envelopes‖, adotado pela UBT – UNIÃO

BRASILEIRA DE TROVADORES.

7. Os trabalhos concorrentes deverão ser enviados para

Carlos Alberto de Carvalho Rua Antônio das Santos Figueiredo, 172 – Centro

São Gonçalo/RJ CEP: 24445-480.

8. Não será permitida a participação de integrantes ou de

parentes direta ou indiretamente ligados aos associados da UBT – Seção São Gonçalo/Rio de Janeiro.

9. A Comissão Julgadora será constituída por membros da UBT – São Gonçalo, previamente selecionada e

divulgada pela organização do concurso.

10. A Solenidade de Premiação será realizada no dia 20

de Setembro de 2013, a partir das 19 horas no ―Centro

Cultural Joaquim Lavoura‖, situado a Av. Presidente Kennedy, 721 – Estrela do Norte – São Gonçalo.

11. Os premiados presentes receberão seus Troféus e Menções Honrosas durante o evento citado no item 10.

Os que não puderem comparecer receberão via Correios.

12. Os casos os omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora do concurso.

FERNANDO FÉLIX CARVALHO Pres. da AGLAC- Academia Gonçalense de Letras, Artes e

Ciências

Page 42: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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1.º CONCURSO DE QUADRAS POPULARES DO

CLUBE DA SIMPATIA/2013

Neste ano de 2013, o Concurso será um pouco diferente,

não haverá um tema específico, mas sim uma palavra escrita, com uma letra do abecedário, que vamos indicar

para cada um. Fugimos assim à monotonia das mesmas

palavras sempre repetidas em todas as quadras dos concorrentes.

REGULAMENTO

Ao concurso podem concorrer com quadras inéditas e

obrigatoriamente escritas em língua portuguesa, todos os

cidadãos, maiores de 16 anos, sócios ou não do Clube da Simpatia e que respeitem o ―caráter‖ proposto.

O concurso será quadrimestral e só serão válidas as quadras enviadas pela Internet.

Será enviada só (1) uma quadra para cada concurso a qual terá de ser em redondilha maior, (sete sílabas) de

rima ABAB (lírica ou filosófica).

Haverá 5 vencedores aos quais serão enviados,

através da Internet, os respectivos diplomas que levam a quadra inscrita.

Haverá ainda 10 menções honrosas cujos poetas

irão receber também os respectivos diplomas.

Os trabalhos, onde constará o nome do autor, e-mail e morada, serão enviados, para:

[email protected] Para este primeiro concurso de 2013 é válida a letra - ( V )

Exemplo: Virtude, Vaidosa, Ver, Vós, etc. etc.

Pode ser substantivo, ou adjetivo, ou ter qualquer outra forma gramatical, no entanto, não pode haver, na

quadra, a repetição da palavra escolhida, nem mais

nenhuma começada por V. Esta modalidade pode ser um pouco mais difícil,

mas deixa ao poeta mais liberdade de expressão.

O prazo para o envio das quadras termina no último dia de Março.

Os resultados serão publicados no último dia de

Abril no Blogue do Clube da Simpatia: http://clubedasimpatia.blogspot.com

Os vencedores serão avisados por e-mail.

O próximo tema será anunciado em Maio.

Page 43: Trova Brasil - Adelmar Tavares

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Um espaço da Trova Brasileira

Criação, seleção e arte final: José Feldman

Contatos: [email protected] Site: http://singrandohorizontes.blogspot.com.br

Endereço para correspondência:

Rua Vereador Arlindo Planas, 901 casa A – Zona 6 Cep. 87080-330 – Maringá/PR

P a r t i c i p e c o m s u a s t r o v a s T r o v a s L e g e n d a s d e E l i a n a J i m e n e z ( S a n t a C a t a r i n a )

http://poesiaemtrovas.blogspot.com.br

B l o g d o P r o f . P e d r o M e l o ( S ã o P a u l o ) T o d o s o s d i a s , u m n o v o t r o v a d o r e u m a n o v a t r o v a

h t t p : / / b l o g d o p e d r o m e l l o . b l o g s p o t . c o m . b r

B l o g d a U B T - C u r i t i b a , n o t í c i a s , t r o v a s , e v e n t o s .

http://ubt-curitiba.blogspot.com

B l o g S i m u l t a n e i d a d e s , d a A n d r é a M o t t a ( C u r i t i b a ) http://simultaneidades.blogspot.com.br

S i t e d o M á r i o Z a m a t a r o ( C u r i t i b a ) http://www.umavirgula.com.br

B l o g d o A . A . d e A s s i s ( M a r i n g á ) http://aadeassis.blogspot.com

A montagem da capa foi realizada com a imagem do mapa do Brasil retirada da internet, a qual não consta a autoria. Se souber

de quem é, informe-me, para que sejam dados os devidos créditos.

Esta publicação não pode ser comercializada em hipótese alguma.