TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CADEIA MESENTÉRICA – RELATO DE CASO ELEUTÉRIO, NF ; LAGO, DCF; SILVA,...

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TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CADEIA TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CADEIA MESENTÉRICA – RELATO DE CASO MESENTÉRICA – RELATO DE CASO ELEUTÉRIO, NF ; LAGO, DCF; SILVA, NMR; MARTINS, FSS; JÚNIOR, JEL; ALVES,NG; KINJO,RC; MINÁ, AA; COUTINHO, EB; JUCÁ, MCA Serviço de Pediatria Geral do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Fortaleza- CE Introdução Introdução Ao penetrar no organismo pela via respiratória, o M. tuberculosis pode disseminar- se e se instalar em qualquer órgão. A tuberculose ganglionar decorre da progressão dos focos bacilares e qualquer cadeia linfonodal pode estar comprometida. Relato do Caso Relato do Caso Paciente do sexo masculino, 6 anos, há 3 meses com hiporexia, perda de peso e febre baixa. Ao exame, mostrava-se desnutrido grave e com distensão abdominal. Apresentou como achados iniciais da investigação de febre de origem indeterminada anemia os seguintes exames: No seguimento, verificou-se na tomografia de abdome com contraste vários linfonodos abscedados em cadeia mesentérica, sugestivos de tuberculose ganglionar. Iniciado esquema RIP, tendo como resposta a evolução em cerca de 2 semanas para estado afebril e ganho de peso. Conclusão Conclusão Expõe-se um caso clínico de tuberculose ganglionar, salientando a importância de considerar a tuberculose no diagnóstico diferencial da febre de origem indeterminada. Uma atitude de observação minuciosa do doente e alerta clínico, pode permitir suspeitar do diagnóstico, mesmo em situações em que a clínica não é muito sugestiva e assim, orientar correta e precocemente a estratégia terapêutica Discussão Discussão A apresentação clínica da tuberculose pode ser variável, dependendo do órgão atingido. Acomete mais frequentemente os pulmões, podendo atingir outros órgãos em cerca de um terço dos casos. Existem sintomas inespecíficos que são comuns às diferentes formas de apresentação. O restante varia de acordo com o órgão atingido pela doença. Por esse motivo, o diagnóstico das formas de tuberculose extrapulmonar é mais difícil. O estudo da imagem traz informações importantes para o estabelecimento do diagnóstico da tuberculose extrapulmonar. A tomografia computadorizada é uma ferramenta atual importante no diagnóstico, pois, além de permitir a avaliação concomitante do parênquima pulmonar e do abdome, pode também demonstrar a heterogeneidade da lesão linfonodal, um aspecto inerente a poucas doenças que incluem a tuberculose. REFERÊNCIAS 1. Martínez RF, Reyes PO, Schiappacasse GF, Cruz FO, Solar AG. Tuberculosis ganglionar retroperitoneal y mesenterica: caso clinico. Revista Chilena de Radiología. Vol. 10 N 3, año 2004: 126-128. 2. Lucey BC, Stuhlfaut JW, Soto JA. Mesenteric lymph nodes seen at imaging: causes and significance. Radiographics 2005; 25(2): 351-65 . Hemograma Hb 8,15 g/dl Ht 26,6% VCM 79,2 fl CHCM 30,7 g/dl RDW 15,7% Leucócitos 12.200/mm3 Bastões 6% (732) Segmentados 38% (4.636) Eosinófilos 9% (1.098) Linfócitos 40% (4.880) Basófilos 0% (0) Monócitos 7% (854) Plaquetas 442.000/ mm3 Bioquímica Proteínas 7,6 Albumina 2,5 Globulina 5,1 Relação A/G 0,5 PPD 0mm Sorologias EBV Negativo CMV Negativo Parvovírus Negativo Toxoplasmos e Negativo Rubéola Negativo Hepatites Anti-HBs + Toxocaríase Negativo HIV Negativo K-39 Negativo Mielograma Hiperplasia granulocítica e megacariocítica Leve infiltrado plasmocitário Pesquisa fecal pH 7,0 Substâncias redutoras Negativo Sudam Ausente Fig 1 – TC de tórax, evidenciando lesão em ápice de pulmão direito Fig 2 – TC de abdome com contraste, mostrando vários linfonodos abscedados em região mesentérica

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TUBERCULOSE GANGLIONAR EM TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CADEIA MESENTÉRICA – RELATO DE CADEIA MESENTÉRICA – RELATO DE

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MINÁ, AA; COUTINHO, EB; JUCÁ, MCA

Serviço de Pediatria Geral do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Fortaleza- CE

IntroduçãoIntrodução Ao penetrar no organismo pela via respiratória, o M. tuberculosis pode disseminar-se e se instalar em qualquer órgão. A tuberculose ganglionar decorre da progressão dos focos bacilares e qualquer cadeia linfonodal pode estar comprometida.

Relato do CasoRelato do CasoPaciente do sexo masculino, 6 anos, há 3 meses com hiporexia, perda de peso e febre baixa. Ao exame, mostrava-se desnutrido grave e com distensão abdominal. Apresentou como achados iniciais da investigação de febre de origem indeterminada anemia os seguintes exames:

No seguimento, verificou-se na tomografia de abdome com contraste vários linfonodos abscedados em cadeia mesentérica, sugestivos de tuberculose ganglionar. Iniciado esquema RIP, tendo como resposta a evolução em cerca de 2 semanas para estado afebril e ganho de peso.

ConclusãoConclusãoExpõe-se um caso clínico de tuberculose ganglionar, salientando a importância de considerar a tuberculose no diagnóstico diferencial da febre de origem indeterminada. Uma atitude de observação minuciosa do doente e alerta clínico, pode permitir suspeitar do diagnóstico, mesmo em situações em que a clínica não é muito sugestiva e assim, orientar correta e precocemente a estratégia terapêutica

DiscussãoDiscussãoA apresentação clínica da tuberculose pode ser variável, dependendo do órgão atingido. Acomete mais frequentemente os pulmões, podendo atingir outros órgãos em cerca de um terço dos casos. Existem sintomas inespecíficos que são comuns às diferentes formas de apresentação. O restante varia de acordo com o órgão atingido pela doença. Por esse motivo, o diagnóstico das formas de tuberculose extrapulmonar é mais difícil. O estudo da imagem traz informações importantes para o estabelecimento do diagnóstico da tuberculose extrapulmonar. A tomografia computadorizada é uma ferramenta atual importante no diagnóstico, pois, além de permitir a avaliação concomitante do parênquima pulmonar e do abdome, pode também demonstrar a heterogeneidade da lesão linfonodal, um aspecto inerente a poucas doenças que incluem a tuberculose.

REFERÊNCIAS1. Martínez RF, Reyes PO, Schiappacasse GF, Cruz FO, Solar AG. Tuberculosis ganglionar retroperitoneal y mesenterica: caso clinico. Revista Chilena de Radiología. Vol. 10 N 3, año 2004: 126-128.

2. Lucey BC, Stuhlfaut JW, Soto JA. Mesenteric lymph nodes seen at imaging: causes and significance. Radiographics 2005; 25(2): 351-65.

Hemograma Hb 8,15 g/dlHt 26,6%VCM 79,2 flCHCM 30,7 g/dlRDW 15,7%Leucócitos 12.200/mm3 Bastões 6%

(732) Segmentados

38% (4.636)

Eosinófilos 9% (1.098)

Linfócitos 40% (4.880)

Basófilos 0% (0) Monócitos 7%

(854)Plaquetas 442.000/

mm3

Bioquímica Proteínas 7,6Albumina 2,5Globulina 5,1Relação A/G 0,5

PPD 0mm

Sorologias EBV NegativoCMV Negativo Parvovírus Negativo Toxoplasmose

Negativo

Rubéola Negativo Hepatites Anti-HBs

+Toxocaríase NegativoHIV Negativo K-39 Negativo MielogramaHiperplasia granulocítica e megacariocíticaLeve infiltrado plasmocitário

Pesquisa fecalpH 7,0Substâncias redutoras

Negativo

Sudam Ausente

Fig 1 – TC de tórax, evidenciando lesão em ápice de pulmão direito

Fig 2 – TC de abdome com contraste, mostrando vários linfonodos abscedados em região mesentérica