Turismo Sexual

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TURISMO SEXUALA Organizao Mundial do Turismo (OMT) (1995) define o turismo sexual como viagens organizadas dentro do seio do sector turstico ou fora dele, utilizando no entanto as suas estruturas e redes, com a inteno primria de estabelecer contactos sexuais com os residentes do destino. Ryan (2001) por sua vez, entende que se trata de um tipo de turismo onde o motivo principal de pelo menos uma parte da viagem o de se envolver em relaes sexuais. Este envolvimento sexual normalmente de natureza comercial. .

Histria e EvoluoHistoricamente, as viagens e a prostituio tm sido muitas vezes associadas. De fato, quando olhamos para a histria do turismo, podemos verificar atravs das runas de antigas grandes cidades, que era frequente receber "viajantes" por motivos essencialmente religiosos ou comerciais, e j h cerca de dois milnios, existiam bairros de prostitutas. Exemplos deste fato so as runas das cidades de feso(Turquia), Babilnia (Iraque) e Pompeia (Itlia) (Staebler, 1996). O turismo sexual no geral tem sido reconhecido como uma das atraes tursticas de vrios [1][2] pases do sudeste asitico (Ryan e Hall, 2001: 136) e da Amrica Latina, inclusive no Brasil. Geralmente, a prostituio domstica antecede o turismo sexual, ou seja, h primeiro uma procura interna prostituio e s depois se verifica a chegada de turistas sexuais (Ryan & Hall, 2001: 139). Segundo Ryan e Hall (2001: 136), a institucionalizao do turismo sexual no sudeste asitico ocorreu nos anos 1960, quando a prostituio associada existncia de bases militares norteamericanas e japonesas, poca da Segunda Guerra Mundial. Ainda segundo Ryan e Hall (2001: 141), os militares foram posteriormente substitudos pelos turistas estrangeiros, e o turismo sexual transformou-se em fonte de recursos em moeda estrangeira, para a populao local. Embora a prostituio seja proibida na maior parte dos pases onde o turismo sexual acontece, a legislao existente a este respeito normalmente no cumprida ou se revela insuficiente. Assim, o turismo sexual democratizou-se ao longo das ltimas dcadas do sculo XX, constituindo atualmente um fenmeno de massa em alguns pases, notadamente na Europa Ocidental, e a explorao sexual utiliza-se da infraestrutura turstica convencional. O mesmo tambm ocorre em algumas regies do Brasil, notadamente aquelas menosfinanceiramente desenvolvidas.

O turismo um elemento importante para a vida social e econmica de um determinado local, por ser uma atividade socioeconmica que gera a produo de bens e servios para o homem visando a satisfao de necessidades bsicas e secundrias. Essa atividade reflete ainda os desejos dos turistas que pretendem conhecer e desfrutar novos lugares, culturas diferentes, alm de descansar longe de suas residncias e do trabalho. Mas a sua presena traz conseqncias como, o turismo sexual, as

implicaes de gnero, dentre outras. Uma dessas alteraes o envolvimento de um grande nmero de mulheres no comrcio sexual. A prtica do turismo sexual est a cada dia mais visvel nas sociedades contemporneas, mesmo no sendo considerada como segmento da atividade turstica, possui um mercado configurado em determinados pases, e j polmica at em novela do horrio nobre na Rede Globo de Televiso. Nos primeiros captulos de Paraso Tropical, o turismo sexual foi um dos temas de destaque, o que demonstra que a sua existncia preocupa, de certa forma, a sociedade de um modo geral. A presena desse turismo pode estar relacionada a problemas econmicos e sociais, ou ser conseqncia do desenvolvimento da atividade turstica sem planejamento. Enfim, outras questes bem mais profundas so reflexos da existncia do turismo sexual, por este motivo, no pode ser analisado de forma isolada da atividade turstica. O crescimento do turismo sexual traz como conseqncias o trfico de mulheres s e a explorao sexual infantil, que so crimes no Brasil. Este problema no nordeste tem preocupado vrios estudiosos que j desenvolveram pesquisas sobre esse tema, principalmente nos estados de Fortaleza e Bahia, onde esta atividade mais visvel. Na poltica, cartilhas foram elaboradas, aes de polticas pblicas tambm, e seminrios so realizados para discutir o assunto, mas mesmo assim, o problema continua crescendo, principalmente nos estados e cidades, onde o turismo um setor de destaque. O desenvolvimento incontrolado de certas prticas tursticas pode ter efeitos sociais, como notadamente, as novas extenses do turismo sexual. A Organizao Mundial do Turismo define o turismo sexual como viagens organizadas internamente no setor turstico ou fora dele, mas que usa as estruturas e redes do setor com o objetivo primrio para a efetivao da relao comercial sexual do turista com os residentes no destino. Determinando, assim, conseqncias sociais e culturais da atividade, especialmente quando exploram diferentes gneros, idades, situaes econmicas e sociais nas destinaes visitadas.

- Turismo sexual e prostituio O estudo sobre o turismo sexual teve incio em Sri-Lanka, mas logo se estendeu para a Tailndia e Bali, na Indonsia. Existem vrias definies para este tipo de turismo, que mesmo sendo disseminado como prtica, considerado como uma deformao da atividade. Sua existncia reflete vrios problemas de ordem econmica, social e poltica nas sociedades receptoras e emissoras de turismo. Esta temtica vem recebendo ateno de estudiosos de diferentes reas de conhecimento nos ltimos anos, e o que tem se discutido como esta atividade se configura, buscando evidenciar quem so os agentes envolvidos, as caractersticas, os problemas relacionados, alm de meios de coibir a prtica, na tentativa de buscar solues para diminuir os reflexos negativos dessa atividade no mbito do turismo e da sociedade. Sabe-se que o turismo sexual est relacionado com o trfico de mulheres e a explorao sexual de crianas e adolescentes, que so crimes no Brasil. Este problema tem preocupado estudiosos e gestores que buscam estudar e analisar o tema, que recorrente em vrios destinos tursticos, principalmente na regio Nordeste, onde mais visvel. Na poltica, cartilhas foram elaboradas, houve aes de polticas pblicas e seminrios so realizados para discutir o assunto, mas, mesmo assim, o problema continua crescendo, principalmente nos estados e cidades, onde o turismo um setor de destaque. - Turismo sexual e gnero No senso comum, o turismo sexual uma forma de comportamento normativo dos turistas estrangeiros que freqentam as metrpoles costeiras brasileiras, em busca de parceiras, seja qual for a qualificao dessa busca. Essa definio popular preferencialmente aplicada queles estrangeiros que alugam servios de uma prostituta. importante salientar que a simples contratao de uma prostituta maior de idade no Brasil no considerada, por si s, em crime (SILVA, 2005). Uma das conseqncias associadas ao turismo sexual o trfico de mulheres, que se constitui no deslocamento para trabalhos e servios,

dentro ou atravs das fronteiras nacionais, por meio de violncia, abuso de autoridade, dentre outras aes (GUIMARES, 2002). Esse tipo de comrcio possibilita o envolvimento de pessoas em redes que acabam usufruindo das atividades realizadas pela mulher, dentre as quais se destacam o trabalho sexual forado e a ao das agncias de casamento com estrangeiros. O trfico de mulheres se configura como um desrespeito aos direitos humanos. O turismo sexual no Brasil utiliza-se de uma rede de relaes, na qual se identifica a presena de agentes internacionais, que organizam excurses especficas, cujo destino inclui, as cidades litorneas do Nordeste. Para Coriolano (1998), a atividade do turismo, mesmo informalmente, exerce atravs de seus clientes nacionais e internacionais, certa influncia na configurao e organizao espacial da prostituio feminina. No turismo, o Brasil mais explorado a partir da imagem do paraso, numa tentativa de fazer com que o turista venha conhecer um lugar distante das dificuldades e da realidade. As imagens do paraso so divulgadas pela publicidade, reportagens e folhetos tursticos. Segundo Arajo, em tica e qualidade no turismo do Brasil (2003), a prpria Embratur veiculou, em pocas passadas, campanhas publicitrias que vinculavam a imagem do pas de mulheres usando biqunis sumrios, que possibilitaram, mesmo que de forma indireta, a prtica do turismo sexual.

CONSCIENCIA NEGRAO Dia Nacional da Conscincia Negra celebrado em 20 de novembro no Brasil e dedicado reflexo sobre a insero do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual est esse dia recebe o nome de Semana da Conscincia Negra. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Conscincia Negra procura ser uma data para se lembrar a resistncia do negro escravido de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594). Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gnero no pas) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianas negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorizao perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidncia neste dia so: insero do negro no mercado de trabalho, cotas universitrias, se h discriminao por parte da polcia, identificao de etnias, moda e beleza negra, etc. O dia celebrado desde a dcada de 1960, embora s tenha ampliado seus eventos nos ltimos anos.

O dia da Conscincia Negra tambm pe em pauta a importncia de discutir atemtica negra na escola. A incluso de assuntos ligados frica e ao povo negro na educao formal uma das estratgias para reconhecer a presena desse grupo na histria do Brasil - os negros correspondem a 6,8% da populao brasileira segundo o IBGE, mas os chamados "pardos" chegam a um nmero prximo da metade da populao brasileira. No toa, escolas e instituies diversas j reconhecem a importncia de trabalhar a cultura negra em seu dia a dia. Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos histria dos povos africanos em seu currculo. Alm disso, os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do pas deve ser trabalhada no mbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro esteretipo, o que resulta na invisibilizao do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianas negras nunca se vm e o que elas olham sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsvel pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural um tema que pode ser abordado de forma transversal, em vrias disciplinas", conclui. Estratgias simples, como a introduo de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforar aidentificao cultural dos alunos negros. "Revelar a frica pela prpria viso africana tambm surte efeito. O continente produz cultura, histrias e mitologia, o que a perspectiva eurocntrica no nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Ncleo de Educao em Direitos Humanos da Universidade Metodista de So Paulo.