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Lazar Markovich Lissitzky (Pochinok, 23 de Novembro de 1890 – 30 de Dezembro de 1941)
Foi artista, designer, fotógrafo, tipógrafo e arquiteto judeu-russo. Foi
uma figura importante durante a Vanguarda russa, contribuindo para a formação
do suprematismo em conjunto com o seu mentor, Kazimir Malevich, e autor de
inúmeras mostras de arte e trabalhos de propaganda para a União Soviética. As
suas obras exerceram grande influência na Bauhaus e nos movimentos
construtivistas, e foi pioneiro em técnicas de produção e esquemas estilísticos que
teve grandes exemplos do design gráfico do séc. XX
Lissitzky, de fé judaica, iniciou a sua carreira como ilustrador para livros
infantis em língua iídiche, como forma de transmitir a cultura judaica na Rússia,
um país em profunda mudança e que revogara as leis anti-semitas pouco tempo
antes.
Durante a sua vida, trouxe importantes inovações e mudanças à
tipografia, fotomontagem, design de exposições, e à ilustração literária, sendo
autor de obras importantes internacionalmente e admiradas pela crítica
especializada
Sempre demonstrou interesse e talento pelo desenho, começou a
receber formação aos 13 anos por parte de Yehuda Pen, um artista judeu local, e
por volta dos 15 anos seria ele mesmo a lecionar aulas. Em 1909 candidatou-se a
uma academia artística em São Petersburgo, tendo sido recusado, mesmo tendo
passado nos testes de admissão, não ingressou a instituição de ensino devido as
leis anti-semitas que se tornaram então vigentes no país.
Tal como muitos judeus do Eslavo Leste Europeu, El Lissitzky foi
estudar na Alemanha, para onde emigrou em 1909, sendo admitido em engenharia
civil na Universidade Técnica de Darmstadt.
Ainda em 1912, alguns dos seus trabalhos seriam pela primeira vez
incluídos numa exposição organizada pela União de Artistas de São Petersburgo,
um primeiro passo importante.
Em 3 de Junho de 1918, obteve o diploma com o grau de engenheiro-
arquiteto, tendo imediatamente começado o trabalho como assistente em vários
gabinetes.
Em maio de 1919, após o convite de Marc Chagall, El Lissitzky
regressou a Vitebsk, hoje na Bielo-Rússia, com o objetivo de lecionar artes
gráficas, tipografia e arquitetura na recém-formada Escola de Artes do Povo,
(criada por Chagall depois da sua nomeação em 1918 como Comissário dos
Assuntos Artísticos em Vitebsk). Lissitsky integrou na impressão de cartazes de
propaganda. Mais tarde, preferiu manter silêncio acerca deste período (1918,
talvez de vido as graves questões políticas que o país vinha enfrentando até
então), muito provavelmente porque um dos temas abordados nos cartazes era o
exilado Trotsky.
Talvez o mais conhecido trabalho de Lissitzky do período de 1919 seja
o cartaz de propaganda Vence os Brancos com a Cunha Vermelha. Ao mesmo
tempo, a Rússia atravessava uma guerra civil que opunha os Vermelhos
(Bolcheviques: comunistas e revolucionários) e os Brancos (Mencheviques
monárquicos, conservadores, liberais e socialistas que se opunham à
Revolução Bolchevique). A imagem da cunha vermelha cortando a forma branca,
bastante minimalista, comunicava uma mensagem poderosa que não deixava
dúvidas quanto à sua intenção no olhar do espectador. A obra é muitas vezes vista
como uma alusão a formas semelhantes usadas em mapas militares e, a par do
seu Simbolismo político.
Em 17 de janeiro de 1920, Malevich e El Lissitzky co-fundaram o grupo
Molposnovis, uma associação proto-suprematista de estudantes, professores e
outros artistas.
Nesse período, aparece como símbolo na maior parte das telas um
quadrado negro. Isto seria parcialmente uma homenagem a uma obra similar do
mentor do grupo, Malevich, e o simbolismo da adesão aos ideais comunistas. Esta
marca tornar-se-ia de facto o sinete do grupo, que tomaria o lugar das iniciais ou
nomes individuais. Os quadrados negros usados pelos membros embotões de
punho e peças de joalharia, lembravam também o ritual do tefilin (a colocação dos
filactérios nos braços, que são tiras de couro que posseum na extremidade
pequenas caixas com as mensagens da Torá, mais expecificamente do Sagrado
Livro de Vaiycrá), com não sendo portanto símbolos estranhos na shtetl de
Vitebsk.
Proun
Durante o período da década de 20, El Lissitzky dá inicio à criação e
desenvolvimento de uma estética suprematista própria, sob a a forma de uma
série de pinturas geométricas abstratas a que chamou de “Proun”. A temática
Proun foi essencialmente a exploração e utilização por parte do autor da
linguagem visual do suprematismo com elementos espaciais, através do uso de
eixos em rotação e múltiplas perspetivas, ambas idéias novas dentro do
suprematismo.
O suprematismo, da época, era quase exclusivamente por formas
bidimensionais, e Lissitzky, interessado na tridimensionalidade da arquitetura,
tentou levar a estética além desta limitação. As suas obras “proun” (conhecidas
como “prounen”) foram realizadas ao longo de cinco anos e evoluíram de meras
pinturas e litografias para verdadeiras instalações tridimensionais. Também
lançariam as sementes para as suas experiências posteriores em arquitetura e
design para exposições. Nestas obras, os elementos básicos da arquitetura
(volume, massa, cor, espaço e ritmo – foram sujeitos a uma nova reformulação.
Temas e símbolos Judaicos também eram por vezes referenciados nos
Prounen de Lissitzky, normalmente através do uso do alfabeto hebraico como
parte da tipografia ou de códigos visuais.