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1 Administração Unidade de Aprendizagem 03 Abordagens Teóricas na Administração Discutir a evolução do pensamento administrativo. Analisar e criar parâmetros nas teorias da administração. Descrever os conceitos históricos da administração

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Administração Unidade de Aprendizagem 03

Abordagens

Teóricas na

Administração

Discutir a evolução do pensamento administrativo.

Analisar e criar parâmetros nas teorias da administração.

Descrever os conceitos históricos da administração

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É importante conhecer os meandros da ciência administrativa, suas origens,

precursores, pensadores e administradores que fizeram da ciência administrativa uma

verdadeira arte. Conhecer um pouco de suas origens, capacita-nos a entender a evolução

histórica da administração, seus conceitos, erros e acertos e ao longo do tempo e seus

principais personagens, que marcaram época com suas teorias.

Para que possamos acompanhar essas transformações na administração, é necessária

uma análise mais específica nas abordagens que nortearam ao longo do tempo, a

administração de forma geral, definindo as Teorias Gerais da Administração, que aqui elencam-

se as mais representativas no contexto geral deste estudo.

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Teorias Gerais da Administração

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Adaptado

Nos quadros acima, podemos conhecer os precursores de cada teoria e abordagem nos

conceitos teóricos da administração ao longo dos tempos até a atualidade.

Em algum momento, você pode se perguntar: para que estudar e conhecer teorias antigas,

conceitos centenários? Para que e em que se usariam tais conhecimentos e conceitos?

Primeiro, temos que ter em mente que a evolução constante tem como alicerce e suporte

conhecimentos já adquiridos, que, ao transformar, adaptar ou mesmo recriar os conceitos,

fazem necessário voltar às suas origens, e dessa forma, interpretar melhor as teorias, e como

eram vistas na época de sua utilização.

Segundo, os conhecimentos teóricos validam os experimentos e aprimoram novas

transformações, de forma que as administrações dos conflitos conceituais se tornaram a forma

de aprimoramento cada vez mais rápida em sua aplicabilidade nas organizações.

Terceiro, a evolução tecnológica e a busca constante do desenvolvimento e da

responsabilidade social surgem de forma constante; novos paradigmas teóricos a serem

estudados.

Dito isso, faremos um breve estudo de todas as elencadas, de forma simples e bastante

conceitual, para que facilite o discernimento entre cada uma delas.

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Vamos por etapas:

1. Abordagem Clássica e Científica

Os precursores da abordagem clássica e científica foram Frederick W. Taylor (1856-

1915), com sua obra Shop Management (Gerência de Fábrica), lançada em 1903 que dá início à

Escola da Administração Científica.

Também Henri Fayol (1841/1925), com seu trabalho Administracion Industrielle et

Generale, publicado em 1916, origina a Teoria Clássica da Administração.

Segundo Chiavenato (2003 p. 48), ambos partiram de pontos de vistas diferentes,

apesar de não terem se comunicado. Em função dessas duas correntes, formaram as bases da

Abordagem Clássica da Administração, desdobrada em duas orientações diferentes: a científica

(formada por engenheiros) e outra corrente formada por anatomistas e fisiologistas da

administração.

Henry Ford foi um importante engenheiro americano. Nasceu em 30 de julho de 1863,

na cidade norte-americana de Springwells; faleceu em 7 de abril de 1947. Produziu seu primeiro

automóvel em 1892.

Ford se preocupou com os custos finais do produto, buscando, assim, na produção em

escala, definir uma linha de montagem, onde seus custos possibilitaram produzir mais e vender

mais barato.

Com esse modelo de produção em massa, os funcionários cumpriam pequenas etapas

no processo de produção, e não se exigia qualificação, que aumentava seus custos.

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Esse processo de produção, pode ser entendido melhor assistindo o filme Tempos

Modernos, de Charles Chaplin, onde se verifica a falta de qualificação na produção e o ato

contínuo e repetitivo na mão de obra empregada na produção.

O fordismo foi substituído, na década de 80 do século XX, pelo Toytismo, que modificou

consideravelmente o sistema de produção colocando custos e qualidade como metas

principais.

Principais focos das abordagens Científicas e Clássicas:

Científica:

Preocupações primordiais:

Estudo do tempo padrão de produção

Supervisão funcional

Padronização de ferramentas e instrumentos

Delineamento da rotina de trabalho

Planejamento de tarefas e cargos

Tarefas associadas a prêmios

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Clássica:

As principais atividades do corpo empresarial:

Técnica – produção de bens ou de serviços

Comercial – compra, venda e troca

Financeira – procurar e aplicar capital

Segurança – proteção da propriedade e das pessoas

Contábil – registros, balanços, custos e estatística

Administrativa – prever, organizar, comandar, coordenar e controlar

2. Abordagem Comportamental ou Humanística

O foco principal é o homem na organização e seu bem-estar. O comportamento humano

nas organizações levou vários autores, como Herbert Alexander Simon (precursor da teoria

humanística), seguido por G. M. Stalker, Douglas MacGregor e Rensis Likert a estudar com mais

profundidade o impacto no microambiente do trabalho sobre o operário, com relação ao seu bem-

estar e a produtividade.

Outro expoente na abordagem humanística foi Abraham Harold Maslow, nascido no

Brooklyn, NY, em 1º/4/1908 e falecido em 8/6/1970; foi um dos fundadores da Psicologia

Humanística nos anos de 1960, autor da Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, onde

apresenta o homem autorrealizado em suas necessidades básicas.

Dentre esses estudos, destacam-se também, a preocupação da interação do homem no

meio organizacional. A importância dada aos grupos, sua interação, motivação em equipe,

liderança, comunicações e disseminação de informações e dinâmica de grupo (Chiavenato, 2003).

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3. Abordagem Neoclássica

O verdadeiro papel do administrador, sua prática, cumprimento de objetivos,

propositura de realizações, foco de resultados, são as premissas básicas nesta abordagem.

A principal referência é Peter F. Drucker, com a preocupação maior de formatar a

empresa, com suas características funcionais e operacionais. Outros expoentes na Teoria

Neoclássica são: Willian Newman, Ernest Dale,Ralph C. Davis, Louis Allen e George Terry.

Mais à frente, vocês aprofundarão mais no tema do sistema organizacional, seus tipos e

características.

4. Abordagem Contingencial

Primeiramente, vamos definir a palavra contingência. Segundo o dicionário Aulete

Eletrônico é eventual, temporário, contingente.

Os pioneiros da Teoria Contingencial são Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker,

Paul Laurence e Jay Lorsch.

Segundo Chiavenato (2000, p. 498), “A abordagem contingencial salienta que não se

alcança a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional...”. Isso

que dizer que um modelo específico de uma empresa X, não necessariamente será validado ou

terá resultados positivos pelo fato de ter dado certo na empresa Y, diz ainda: “Diferentes

ambientes requerem diferentes desenhos organizacionais”.

Cada empresa ou organização moldará seu próprio modelo, que atenda às necessidades

operacionais, de acordo com seus recursos, sejam tecnológicos, humanos e financeiros.

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A teoria da Contingência realça a necessidade da responsabilidade ambiental, a

resposta do funcionário no que tange a capacidade evolutiva, flexibilidade e facilidade de

adaptação aos ambientes internos, focando principalmente estas capacidades ante a evolução

tecnológica e sua implementação dentro da empresa.

5. Abordagem Desenvolvimento Organizacional

Toda organização, seja de pequeno, médio ou grande porte, tende-se a aprimorar e

buscar o desenvolvimento e crescimento.

Para tanto, varias situações podem conflitar para se atingir tais objetivos, como por

exemplo, mudanças na cultura organizacional da empresa, que passa a ser um processo lento e

trabalhoso em sua implantação. Para explorar a capacidade e potencialidade de seu conjunto

interno (recursos – pessoas) é necessário transpor tais obstáculos, senão há o risco de fracasso.

A mudança organizacional planejada deve ser feita de forma participativa e

democrática, é importantíssima essa cooperação entre departamentos e pessoas que

participam da organização.

Essa interação independe dos níveis de seu servidor na empresa, onde se apresenta

uma variedade muito grande de culturas, desde crenças, lideranças, relacionamento e

comportamentos diversos; por isso, a necessidade de ser de forma participativa.

Vale aqui destacar outras situações: administração de conflitos internos através de

negociações, descentralização de decisões, responsabilidade dimensionadas em grupos,

necessidade de contínua adaptação, desenvolvimento em equipes.

Vários autores se destacaram com obras no assunto, como Richard Bekhard e Leland

Bradford, entre outros.

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6. Abordagem Nova Administração

Várias são as perspectivas da administração no futuro, em função da tecnologia e cada

vez mais, pela rapidez e fluidez da informação.

A capacidade de o homem interagir com as mudanças, com a tecnologia e, acima de

tudo, a sustentabilidade social é o principal escopo para a nova administração.

“A teoria administrativa tradicional não contempla o bem-estar das pessoas e parte dos

executivos está voltada para eficiência e eficácia e esquecem o seu próprio bem-estar e das

pessoas que estão ao redor, já a nova administração tem três objetivos: viver, viver bem e viver

melhor”, explica Geraldo Caravantes.

No mundo global, fusões de empresas e a expansão do mercado exigem cada vez mais a

adequação de novas formulas para a organização.

A quebra de barreiras e fronteiras das comunicações e da velocidade da informação

requer contínua quebra de paradigmas organizacional, e um posicionamento holístico com a

realidade atual.

No final deste livro, apresentaremos as tendências da nova administração, de forma

mais aprofundada, que após estudar o conteúdo deste trabalho, você poderá ter uma

concepção formatada do futuro da administração.

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Chiavenato, no capítulo 19, da Introdução à Teoria Geral da Administração, abre o

capítulo com a pergunta: “Para onde vai a TGA? – Em busca da competitividade”.

Administradores, empresários e gestores, questionam a todo instante, o que se exigirá

mais. Em momentos de turbulências, internas e externas, e que, com o advento “globalização”,

os efeitos são gerais e a rapidez sentida é incontestável, independe da origem, afeta mercados,

empresas públicas e privadas e todo um sistema organizacional.

Essas mudanças constantes exigem atenção e perspicácia, conhecimentos, visão; mas

isso tudo gera incertezas e medos. Para tanto, é necessário um amplo estudo estratégico

organizacional, criar alicerces para enfrentamento de situações inesperadas, preparo técnica e

lógica na administração.

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Sugiro você ler as revistas Isto é Dinheiro, Carta Capital, Você S/A, e verá que o mundo

converge para novos modelos de competitividade, modelos organizacionais, capacitação

profissional, mostra-nos a constante mutação de mercados e também dos perfis profissionais.

É importante a interação de conhecimentos teóricos e buscar em si mesmo, a

concepção da necessidade de mudanças, e quais os níveis dessas mudanças, para que não

sejam pesadas demais para implementá-las, evitando assim o fracasso e a desmotivação de

seguir o caminho rumo ao futuro.

Abordagem: Modo como é tratado determinado assunto.

Alicerce: Aquilo em que algo se apoia; aquilo que dá firmeza, segurança, solidez; base;

fundamento.

Aprimorar: Fazer ou deixar melhor (qualidade de) algo ou alguém (inclusive si mesmo);

tornar(-se) primoroso; aperfeiçoar(-se).

Delineamento: Primeiro projeto de uma obra.

Discernimento: Capacidade de perceber, compreender com facilidade; perspicácia.

Disseminação: Difusão, propagação, vulgarização de ideologia, teoria, visão de mundo

etc.

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Escopo: Alvo, ponto que se pretende atingir; finalidade, objetivo; propósito; intuito.

Expoente: Pessoa eminente em área profissional.

Formatar: Estabelecer o formato de.

Fusões: União total, de agremiações, empresas, formando uma só unidade.

Implementação: Executar, colocar em prática (plano, projeto).

Interagir: Desenvolver ação recíproca; inter-relacionar-se.

Nortear: Orientar(-se), dirigir(-se), regular(-se).

Paradigma: Padrão que serve como modelo a ser imitado ou seguido.

Perspicácia: Qualidade de quem é perspicaz, de quem é capaz de observar com argúcia,

de compreender as coisas; argúcia; clarividência; esperteza; lucidez.

Precursores: Que antecipa, sinaliza ou dá início a novos conceitos, situação, técnicas,

comportamentos.

Premissas: Ideia ou fato inicial de que se parte para formar um raciocínio.

Propositura: Ação ou resultado de propor; proposição.

Salientar: Tornar(-se) saliente, destacado, ou notável; destacar(-se)

Sustentabilidade: Modelo de desenvolvimento que busca conciliar as necessidades

econômicas, sociais e ambientais de modo a garantir seu atendimento por tempo

indeterminado e a promover a inclusão social, o bem-estar econômico e a preservação dos

recursos naturais; desenvolvimento sustentável.

Tange: Diz respeito a.

Turbulência: Agitação intensa e desordenada nos mercados, economia etc.

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Bem, já vimos quase tudo de teorias administrativas, agora, que tal a gente se

preparar para o próxima unidade.

O tema central é o Sistema Organizacional, onde retornaremos o assunto de

eficiência e eficácia, que já tivemos uma pequena canja do assunto.

Vamos lá... Continue firme, não solte o leme do barco, pois não há tempo para ficar

à deriva.

CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus

Elsevier, 2004.

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2007.

PORTAL FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU. Caravantes discute Administração

Moderna. Disponível em http://www.mauriciodenassau.edu.br/noticia/exibir/cid/1/nid/1175.

Acesso em 17/5/2010.

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Vamos praticar o conteúdo na área de interação da turma? Acesse a disciplina de

Administração no ambiente virtual e responda as questões.