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QUADRO DA PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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ÍNDICE

1. Velhice - psicologia evolutiva2. Redes de apoio3. Grupos e Instituições de ajuda

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O que é o desenvolvimento humano e quais foram os principais passos na evolução do seu estado?

Desenvolvimento humano é o estudo da mudança e da estabilidade ao longo de toda a vida.

O estudo do desenvolvimento humano começou por focar-se na infância durante o século XIX.

A adolescência não era considerada uma fase separada de desenvolvimento até o século XX.

COMO O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO EVOLUIU

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Até ao final do Séc. XVII, as crianças não eram vistas como qualitativamente diferente dos adultos.

Século XIX: várias tendências importantes prepararam o caminho para o estudo científico do desenvolvimento infantil (conceção, hereditariedade x ambiente)

Meados do Século XX: Início do estudo separado da adolescência e envelhecimento

COMO O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO EVOLUIU

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Quando os pesquisadores se interessaram em acompanhar o desenvolvimento durante toda a vida adulta, o desenvolvimento no ciclo vital tornou-se um campo de estudo.

CICLO VITAL

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Abordagem de desenvolvimento no ciclo vital é uma estrutura para o estudo do desenvolvimento no tempo de vida.

Os seus princípios fundamentais incluem a ideia de que o desenvolvimento é vitalício;

Destaque para a importância da história e do Destaque para a importância da história e do contexto

O QUE É A ABORDAGEM DE DESENVOLVIMENTO NO CICLO VITAL E QUAIS SÃO OS SEUS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS?

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Os cientistas do desenvolvimento estudam as mudanças no desenvolvimento.

Interessam-se tanto pela mudança quantitativa como pela mudança qualitativa, assim como pela estabilidade da personalidade e do comportamento.

DESENVOLVIMENTO HUMANO HOJE

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São três principais aspetos: físico, cognitivo e psicossocial. Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial: aspetos

altamente entrelaçados. O conceito de períodos de desenvolvimento é uma construção

social. Todas as sociedades reconhecem esses períodos, mas as divisões precisas variam.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ASPETOS E PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO?

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Dividido em oito períodos:

o período pré-natal,

Primeira infância (0 a 3 anos),

Segunda infância ( 3 a 6 anos),

Terceira infância ( 6 a 12 anos),

Adolescência ( 12 a 20 anos),

Idade adulta inicial (20 a 40 anos),

Meia-idade ( 40 a 65 anos) e

Terceira idade ( 65 anos em diante).

Em cada período do ciclo vital, as pessoas possuem necessidades e tarefas características de necessidades e tarefas características de desenvolvimento.

CICLO VITAL

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As influências sobre o desenvolvimento provêm tanto da hereditariedade quanto do ambiente.

Muitas mudanças típicas durante a infância relacionadas com a maturação. As diferenças individuais aumentam com a idade.

Influência ambiental ou contextual importante: família. Influência da família: Nas diferentes sociedades, família

nuclear ou família extensa.

QUE TIPOS DE INFLUÊNCIAS TORNAM UMA PESSOA DIFERENTE DA OUTRA?

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As influências sobre os indivíduos podem ser normativas ou não-normativas.

As influências normativas etárias afetam pessoas da mesma idade.

As influências normativas históricas afetam determinada coorte.

Eventos de vida não-normativos são não-usuais por si mesmo ou por seu momento de ocorrência.

QUE TIPOS DE INFLUÊNCIAS TORNAM UMA PESSOA DIFERENTE DA OUTRA?

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A condição socioeconômica (CS): está relacionada está relacionada com os fatores como qualidade do ambiente no lar e no bairro, da assistência médica e da educação escolar.

As influências mais poderosas sobre o desenvolvimento: a renda e o capital humano do bairro.

Múltiplos fatores de risco aumentam a probabilidade de maus resultados.

QUE TIPOS DE INFLUÊNCIAS TORNAM UMA PESSOA DIFERENTE DA OUTRA?

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Normativa: ocorre de maneira semelhante para a maioria das pessoas, em determinado grupo (etárias, históricas e culturais).

Não normativa: eventos incomuns que têm grande impacto nas vidas individuais.

Existem fortes indícios da existência de períodos críticos para o desenvolvimento físico inicial.

Desenvolvimento cognitivo e psicossocial: mais plasticidade.

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1.1. A velhice no quadro da psicologia evolutiva

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1.1.1.Conceito de psicologia evolutiva

A psicologia evolutiva é um termo que “refere uma determinada forma de aplicar a teoria evolutiva da mente, com ênfase na adaptação.

Segundo a Psicologia Evolutiva o cérebro consistirá num conjunto de mecanismos funcionais psicológicos que evoluíram, e continuam a evoluir, por selecção natural.

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Segundo a psicologia evolutiva, os nossos processos cognitivos são superiores aos processos biológicos e culturais. O raciocínio humano, como acontece hoje, é fruto das pressões evolutivas, relacionadas com as necessidades de sobrevivência dos nossos antepassados.

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O principal objetivo da Psicologia Evolutiva:

o Identificar a evolução das adaptações emocionais e cognitivas que representam a “natureza humana psicológica”, isto é, estudar e perceber de que forma os humanos tiveram de evoluir de forma a poderem adaptar-se às condições e situações que lhes surgem ao longo da vida.

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Tudo isto diz respeito a uma parte da Psicologia Evolutiva que podemos designar de Filogenética pois tem a ver com a nossa Filogénese, a evolução da nossa espécie.

Ora, no mundo primitivo e selvagem era impensável um ser humano viver tantos anos quantos hoje vivemos.

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A nossa longevidade tem vindo a aumentar muito porque, graças ao nosso cérebro e à inteligência que desenvolvemos, conseguimos alterar as nossas condições de vida de tal forma que já controlamos muitas das causas que causavam a nossa morte em idades muito mais prematuras.

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Daqui resulta que a velhice é um fenómeno que nós próprios criámos ao aumentar a longevidade da nossa espécie (e até a dos nossos animais de estimação).

De forma interessante, a longevidade criou-nos desafios adicionais. Quando antes morríamos antes de perder a grande parte das nossas capacidades físicas e mentais, agora temos que aprender a adaptar-nos a essa mesma perda de capacidades.

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Ou seja, a nossa existência, que nos primórdios de diferenciava entre idade imatura (dependente dos progenitores) e idade madura (independente e com capacidade reprodutora), passou a ser, no presente, mais complexa e diferenciada.

Temos uma fase de imaturidade e dependência classificada como infância, uma idade de maior maturidade mas ainda dependente que é a adolescência, um percurso pela maturidade e independência que começa na idade adulta e segue pela meia-idade e, por fim, um retorno a algum grau de dependência na etapa que precede a morte: a velhice.

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E esta diferenciação, este percurso que cada ser faz individualmente, conduz-nos a uma outra vertente da Psicologia Evolutiva, eventualmente mais pertinente para os nossos objetivos, e que pode ser designada de Ontogenética.

Esta designação relaciona-se com a origem e evolução do nosso Ser, ou seja, a forma como evoluímos enquanto pessoas, ao longo das nossas vidas.

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1.1.2. Conceito de tarefas evolutivas

A vida dos seres humanos desenvolve-se por etapas que constituem o ciclo de vida. Ao longo dessas etapas, o indivíduo vai-se confrontando com tarefas, desafios que tem de ultrapassar, para passar à etapa seguinte – TAREFAS EVOLUTIVAS É a forma como resolve esses desafios que conduz o seu desenvolvimento.

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A resolução da tarefa evolutiva depende das necessidades e características individuais e das pressões externas, e prepara o indivíduo para a etapa de desenvolvimento seguinte, gerando ajustamento pessoal e social, o que se considera e chama de maturidade.

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As tarefas evolutivas são desafios normativos associados à idade cronológica. Esses desafios são influenciados por:

oMaturação biológica.

o Pressão da sociedade, expectativas sociais.

o Desejos e aspirações pessoais.

o Oportunidades e competências.

o Valores que fazem parte da personalidade do indivíduo.

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A realização das tarefas evolutivas de cada estádio de desenvolvimento é considerada um indicador de maturidade

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Período da Infância

A infância é o período durante o qual desenvolvemos mais rapidamente um variadíssimo conjunto de capacidades. Essa evolução tem sido amplamente estudada sob múltiplas perspetivas, visto que há desenvolvimentos ao nível psicomotor, ao nível do raciocínio, ao nível das competências relacionais, etc.

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A infância é um período de dependência relativamente aos adultos (normalmente os progenitores) e durante esta etapa espera-se que a criança se ocupe a aprender algumas competências básicas que são consideradas fundamentais para a adaptação à vida adulta.

Esta é também uma importante etapa de socialização e de construção de valores. As crianças aprendem a relacionar-se, cumprir regras, a partilhar e a defender-se. Também neste plano tudo acontece de forma muito rápida e exigente.

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Período da Adolescência

A adolescência corresponde a um período em que o indivíduo prossegue no caminho da autonomização, muito embora se mantenha a dependência. Na nossa sociedade, atualmente, prevê-se que um adolescente continue a investir o seu tempo e o seu esforço na sua educação, de forma a construir a sua futura autonomia.

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Já na posse de capacidades de pensamento abstrato e formal, o adolescente está em condições de apreender conhecimentos de maior complexidade.

As alterações que se operam ao nível hormonal e da estrutura corporal são acompanhadas de impulsos e fortes motivações para o estabelecimento de relações íntimas e para a descoberta da sua sexualidade.

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As necessidades identitárias e de integração em grupos de pertença, tornam-se também imperativas e esse movimento de aproximação e de afinidade com os pares é simultâneo a um afastamento relativamente à influência normativa dos pais/educadores.

Todos estes movimentos produzem muitos conflitos que fazem com que o processo de autonomização possa tornar-se um percurso muito complicado e doloroso.

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Idade Adulta

Entrar na idade adulta significa assumir responsabilidades cívicas e sociais, estabelecer e manter um padrão económico de vida e ajudar os filhos a serem futuros adultos responsáveis e felizes.

Ao mesmo tempo, é importante promover a sua saúde e o seu bem-estar, quer através da construção de um relacionamento, quer através do desenvolvimento de atividades de lazer.

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É nesta fase que o desenvolvimento das capacidades atinge o seu apogeu e começa o declínio. Torna-se por isso necessário aceitar e ajustar-se às mudanças físicas da meia-idade.

É igualmente necessário aprender a lidar com a autonomização dos filhos e com a dependência crescente de pais cada vez mais idosos.

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O sentido de identidade continua a desenvolver-se ao longo da idade adulta e a busca do sentido da vida assume uma importância fundamental.

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Período da Velhice

Quando se chega a uma idade avançada há um conjunto de capacidades físicas e mentais que se foram deteriorando ao longo dos anos.

Naturalmente, nem todas as pessoas envelhecem da mesma maneira, quer fisicamente, quer psicologicamente. Há pessoas que mantêm as suas capacidades durante mais anos enquanto outras apresentam uma deterioração mais precoce. E aí reside o desafio do envelhecimento saudável.

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A velocidade com que esta deterioração se dá pode ser retardada com hábitos de vida saudáveis e com um quotidiano ativo e estimulante. Fazer uma alimentação saudável, fazer exercício físico adequado e realizar atividades sociais e intelectualmente desafiantes são apenas alguns exemplos de como se pode envelhecer com qualidade.

Se ao longo da vida a pessoa não agiu preventivamente, as exigências de uma velhice minimamente saudável comportam uma mudança de hábitos, por si só, bastante difícil.

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O idoso deve também adaptar-se às falhas de memória, às mudanças do sono, à diminuição da força ou da agilidade para atividades que antes eram fáceis e às dores.

Quando a pessoa se reforma sofre também uma grande alteração nos seus hábitos de vida, algo que requer também importantes ajustamentos. A pessoa que se reforma não tem, necessariamente, que ficar inativa. Pelo contrário. É muito importante que a pessoa encontre outras atividades que a preencham e dêem uso aos seus conhecimentos e capacidades.

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Quando há perda de poder económico e passa a haver dependência financeira relativamente aos familiares mais próximos (principalmente os filhos) essa sensação de menos-valia é ainda mais acentuada.

Este ajustamento não é nada fácil e implica encontrar formas de sentir e de comunicar uma identidade positiva. Implica igualmente aprender a lidar com a crescente falta de autonomia e de liberdade que tende a ocorrer.

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Com o passar dos anos, a dimensão da família tende a alargar, mas a família nuclear vai ficando progressivamente mais pequena à medida que os filhos vão saindo de casa dos pais. Chega a um ponto em que o casal tem que reaprender a viver só.

Por outro lado, quanto mais tempo vivemos, mais pessoas queridas perdemos. São os familiares, os amigos e, por vezes o(a) nosso(a) companheiro(a). Nem sempre é fácil aprender a viver sem pessoas que fizeram parte da nossa vida durante anos.

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A convivência com a perda relembra e reforça a eminência da própria morte. Essa é também uma preparação que a pessoa idosa deve fazer de forma a conseguir continuar a viver tranquilamente e com qualidade.

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1.1.3. O estudo da velhice no campo da psicologia evolutiva

Os modelos evolutivos procuram definir etapas de desenvolvimento, com tarefas específicas que as pessoas têm de resolver e que lhes vai permitir crescer/evoluir, tornar-se mais equilibradas.

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As pessoas têm assim de integrar a sua experiência, considerando-a parte essencial do desenvolvimento, e ultrapassar as barreiras que vão surgindo encarando-as como necessárias ao processo de crescimento.

Faz parte também do desenvolvimento o estabelecimento de objetivos e prioridades que vão conduzir a resolução das tarefas e o percurso de vida.

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Teoria do ciclo de vida

O desenvolvimento humano ocorre durante toda a vida, sendo cada período do ciclo de vida influenciado pelo que aconteceu antes e afetando o que virá depois.

Este modelo compreende um processo abrangente, influenciado pelo contexto histórico, que procura um equilíbrio entre ganhos e perdas.

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Características:

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Multidireccionalidade

O desenvolvimento durante a vida envolve um equilíbrio entre crescimento e declínio. As pessoas ganham numa área, mas podem perder noutras.

Plasticidade

Muitas capacidades podem ser modificadas com treino e prática, mesmo tarde na vida, mas o potencial para a mudança não é ilimitado.

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História e contexto

Cada pessoa desenvolve-se num conjunto específico de circunstâncias ou condições definidas pelo tempo e pelo lugar. Os seres humanos influenciam e são influenciados pelo seu contexto histórico e social, não respondem apenas ao ambiente, interagem com ele e modificam-no.

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Causalidade múltipla

O desenvolvimento humano é influenciado por diversos fatores e deve ser analisado tendo em conta todos eles.

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Neste sentido, a trajetória de vida implica:

o Crescer: envolve o alcance de níveis cada vez mais altos de funcionamento ou de capacidade adaptativa.

oManter: envolve estabilidade dos níveis de funcionamento face a novos desafios contextuais ou de perda.

o Regulação de perdas: significa funcionamento em níveis mais baixos quando a manutenção ou a recuperação não forem mais possíveis.

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O desenvolvimento intelectual, na idade adulta e na velhice ocorre segundo os seguintes princípios:

o 1. O envelhecimento é um processo que acarreta mudanças de natureza fisiológica, traduzidas no declínio das capacidades intelectuais dependentes do funcionamento neurológico, sensorial e psicomotor.

o 2. As mudanças intelectuais de base genética/fisiológica não significam descontinuidade da capacidade adaptativa e incompetência cognitiva generalizada.

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o 3. O desenvolvimento intelectual é uma experiência heterogénea, ou seja, pode ocorrer de modos diferentes para indivíduos que vivem em contextos sociais e históricos distintos.

o 4. O envelhecimento intelectual é um processo multidimensional e multidirecional.

o 5. Respeitando os limites impostos pela biologia e as possibilidades abertas pela educação formal e não formal a que foram expostos ao longo da vida, é possível alterar o desempenho intelectual dos idosos por meio de intervenções educacionais.

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Teoria de Erikson

A Teoria Psicossocial do Desenvolvimento da Personalidade desenvolvida em 1950 por Erikson entende o desenvolvimento do indivíduo como fruto da interação dos fatores individuais com os culturais.

Processa-se ao longo de oito estádios, momentos críticos no desenvolvimento do indivíduo ao nível do crescimento físico, sexual, maturidade cognitiva e da sua adaptação e integração em termos sociais.

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Segundo Erikson:

o O desenvolvimento humano ocorre em 8 fases, existindo em cada uma das fases uma crise de personalidade, uma questão que é particularmente importante naquela fase, e cuja resolução influenciará o percurso de vida.

o As crises ocorrem de acordo com uma sequência de maturação e devem ser resolvidas satisfatoriamente para um desenvolvimento saudável do indivíduo.

o A resolução adequada de cada uma das 8 crises implica um equilíbrio entre um traço positivo e outro negativo correspondente.

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A resolução das crises psicossociais inerentes aos ciclos do desenvolvimento descritas por Erikson é um exemplo de tarefa evolutiva.

O último estádio, a velhice, é geralmente assumido como começando por volta dos 65 anos, contudo, mais do que uma idade definida, o processo psicológico que instala a problemática específica deste estádio é a progressiva consciência da finitude da vida e da proximidade da morte, que passa a ser uma realidade provável.

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Esta etapa final tem, segundo ERIKSON, a ver com a capacidade para cada pessoa integrar e aceitar tudo aquilo o que fez e foi até aí. Para se atingir uma real integração do ego é essencial ter-se realizado, com um razoável grau de sucesso, as tarefas inerentes aos sete estádios anteriores.

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Para além desta definição, ERIKSON identifica um conjunto de indicadores de integridade:

1. A pessoa aceita a vida que levou e não tem sentimentos fortes de pesar por a sua vida não ter sido diferente.

2. A pessoa aceita que, salvo circunstâncias extraordinárias, cada um é responsável pela sua vida.

3. A pessoa é capaz de defender a dignidade do seu estilo de vida, mesmo estando consciente de que existem estilos de vida alternativos igualmente defensáveis.

4. A pessoa reconhece o valor de outras formas de expressão da integridade.

5. A pessoa reconhece o seu próprio lugar no universo.

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A resolução positiva deste dilema do final da vida humana tem como consequência a aquisição de uma forma de sabedoria e serenidades pessoal.

Se isso não tiver acontecido uma das consequências pode ser um sentimento crescente de inutilidade, de isolamento e de desespero.

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Segundo ERIKSON o sentimento de desespero está de alguma forma associado à consciência da proximidade da morte porque esta aparece como um sinal de que não se tem tempo para voltar atrás e refazer as nossas opções fundamentais de vida e reparar os erros que comentemos.

Como alternativa, o idoso pode nesta altura fazer uma espécie de fuga para a frente convencendo-se que se tem todas as respostas (uma espécie de retorno à adolescência) num forte dogmatismo em que apenas admite sua opinião como a correta.

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1.1.4. O estudo científico do processo de envelhecimento

A geriatria e a gerontologia são campos científicos e profissionais que se preocupam com o envelhecimento. A ciência do envelhecimento foi marcada por grandes avanços, principalmente nas últimas décadas.

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O aumento do número de idosos em todo o mundo foi um fator importante para o desenvolvimento do campo, que propõe uma investigação dedicada ao estudo exclusivo do envelhecimento, da velhice e do idoso.

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A Gerontologia é um campo de estudos interdisciplinar que investiga os fenómenos fisiológicos, psicológicos, sociais e culturais relacionados com o envelhecimento do ser humano. É um campo multiprofissional e multidisciplinar.

A Gerontologia procura alternativas adequadas de intervenção junto da população idosa, tendo como perspetiva final a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da capacidade funcional desta população.

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O estudo científico dos cuidados de gerontologia tem por objetivo utilizar todos os conhecimentos sobre o processo de envelhecimento a fim de determinar os cuidados e os serviços que visem a saúde, a longevidade e a autonomia (ou o mais alto nível de funcionamento durante a velhice) do idoso.

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Os cuidados em gerontologia baseiam-se no seguinte:

o Os idosos representam um grupo heterogéneo com estilos de vida e necessidades variadas; Os idosos devem ser livres de escolher como e onde querem viver.

o A maior parte dos idosos é, em geral, saudável.

o A maioria dos idosos é membro ativo da sociedade e deseja continuar a sê-lo.

o O potencial de uma pessoa não está ligado à sua idade cronológica.

o As necessidades de saúde e as necessidades de serviços sociais variam muito entre os " jovens idosos " e "velhos idosos " e também entre os homens idosos e as mulheres idosas.

o A manutenção da autonomia da pessoa idosa está mais ligada a fatores socioeconómicos e familiares que a serviços profissionais.

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A partir destes princípios é possível enunciar três objetivos que suportam os cuidados em gerontologia:

o Ajudar o cliente idoso a compreender o envelhecimento e a distinguir os aspetos normais e patológicos.

o Ajudar o cliente idoso a controlar o processo de envelhecimento através de intervenções que visem a promoção da saúde, a conservação da energia e a qualidade de vida.

o Ajudar o cliente idoso a selecionar os problemas patológicos que por vezes acompanham o envelhecimento.

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A Geriatria é o ramo da medicina associado ao estudo, prevenção e tratamento das doenças e da incapacidade em idades avançadas.

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Objetivos da Geriatria:

oManutenção da saúde em idades avançadas.

oManutenção da funcionalidade.

o Prevenção de doenças.

o Deteção e tratamento precoce.

oMáximo grau de independência.

o Cuidado e apoio durante doenças terminais.

o Tratamentos seguros.

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Os diversos estudos identificam as seguintes componentes no processo de envelhecimento:

o Biológico

o Psicológico e

o Social.

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Envelhecimento biológico

o Perda progressiva de funcionalidade e de adaptação ou de resistência face ao stresse.

o Vulnerabilidade do organismo e gradual probabilidade de morte.

o Adaptação na manutenção da homeostase (em função da idade).

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Envelhecimento psicológico

Alterações associadas ao aspeto intelectual e à história de vida do indivíduo.

Adaptação da capacidade de autorregulação psicológica do indivíduo (em relação à componente biológica)

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Envelhecimento social

o Adaptação do padrão de interação entre o ciclo de vida do indivíduo e a estrutura social em que está inserido.

o Desempenho do indivíduo, em termos comportamentais, esperado pela sociedade (em função da idade que tem).

o Atribuição de novas normas, posições, oportunidades ou restrições ao indivíduo (em função da idade que tem).

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Podemos afirmar que do ponto de vista biopsicossocial, não se envelhece da mesma forma, no mesmo ritmo e na mesma época cronológica.

Assim, o envelhecimento é comum a todos, mas existem características próprias de pessoa para pessoa, consoante a constituição biológica e a estrutura da personalidade, em estreita interação com o meio ambiente.

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Uma vez que envelhecer não é um processo linear, mas vários processos que ocorrem a diversos ritmos e com naturezas distintas, existem duas noções decorrentes dessa assunção: a variabilidade intra-individual e a variabilidade inter-individual, as quais englobam tanto uma natureza positiva como negativa quanto à sua orientação.

A noção de variabilidade intra-individual implica que as mudanças nas dimensões biológica, psicológica ou social do indivíduo não são necessariamente simultâneas e conjuntas.

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Quando um indivíduo regista uma perda de autonomia física pode apresentar uma capacidade cognitiva normal, ou vice-versa. Dentro desta noção, considera-se ainda que as mudanças que ocorrem numa mesma dimensão (seja biológica, psicológica ou social) não ocorrem necessariamente também com a mesma cadência.

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Por exemplo, as capacidades relacionadas com o sistema nervoso central, como a visual e a auditiva, podem sofrer mudanças desfasadas no tempo. Quando a capacidade visual entra em declínio, a auditiva pode manter-se razoável.

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Apesar de ambas estarem relacionadas com a mesma divisão anatómica, não apresentam a mesma evolução nas condições de funcionamento nem o mesmo ritmo de envelhecimento.

Já o conceito de variabilidade interindividual reporta-se à heterogeneidade dos indivíduos no processo de envelhecimento. À medida que envelhecem, os indivíduos tornam-se mais distintos entre si devido às suas experiências e ao modo como vivem e percecionam a realidade.

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Apesar de ambos pessoas idosas, um indivíduo com 70 anos é diferente de um com 85 anos, pertencendo a diferentes categorias da fase da velhice. A variabilidade interindividual também tem lugar quando dois indivíduos com a mesma idade envelhecem de forma discrepante, em processos distintos.

Tanto na variabilidade intra-individual como na interindividual do processo de envelhecimento verificam-se diferentes ritmos, mas também orientações opostas, que podem ser positivas ou negativas.

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A orientação positiva tem lugar quando os indivíduos realçam os aspetos positivos de envelhecer, como a experiência e sabedoria; a negativa quando destacam as perdas de capacidades físicas, mentais e de estatuto social. Há teorias que enfatizam a orientação positiva e outras, a orientação negativa, mas ambas têm repercussões no processo de envelhecimento.

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Para além do facto de o processo não se processar com a mesma orientação ou ritmo no mesmo indivíduo ou de igual forma em todos os indivíduos, existem ainda três componentes de envelhecimento distintas, a biológica, a psicológica e a social.

Estando cada uma envolvida num determinado aspeto desse processo, o seu decurso também se refletirá na variabilidade inter-individual ou de variabilidade intra-individual.

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Respeitante ainda às componentes biológica, psicológica e social do envelhecimento, cabe aqui referir dois conceitos diferenciados mas que também se relacionam, o declínio e a deterioração:

o O declínio define-se como o enfraquecimento de uma determinada função ou capacidade do organismo, experimentada por todos os seres humanos.

o Já a deterioração ocorre quando esse enfraquecimento se desvia significativamente da média do grupo etário a que o indivíduo pertence, estando associado, em geral, à patologia.

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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Em virtude desta distinção, pode, assim, falar-se de envelhecimento normal e de envelhecimento patológico.

As mudanças associadas ao envelhecimento tanto podem ser típicas ou normais, como mudanças atípicas ou patológicas. As primeiras inserem-se no conceito de envelhecimento normal (ou senescência) enquanto que as segundas no conceito de envelhecimento patológico (ou senilidade).

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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O envelhecimento normal (ou senescência) refere-se às diversas alterações que são universais, progressivas, irreversíveis e inevitáveis nos seres vivos, no qual a doença pode não estar presente. Têm lugar nas dimensões de natureza biológica e psicológica do indivíduo e implicam a ausência de patologias físicas ou psicológicas incapacitantes.

Apesar de relacionado com a ação do tempo sobre o organismo, o envelhecimento normal é influenciado pelo estilo de vida, alimentação, saúde, exposição ao stresse, condição social e educação do indivíduo, manifestando-se em diferentes graus nos diferentes indivíduos.

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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Denominado também como envelhecimento primário, o envelhecimento normal envolve parâmetros biológicos aceitáveis para cada fase do ciclo de vida.

O envelhecimento patológico (ou senilidade) tem lugar quando surgem patologias que restringem o quotidiano do indivíduo. Caracteriza-se por alterações de maior dimensão em relação às consideradas normais para determinada idade e com tendência a evoluir de forma mais rápida.

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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Também denominado envelhecimento secundário, dá-se quando as doenças alteram os parâmetros biológicos considerados normais para cada faixa etária ou quando a idade biológica do indivíduo é superior à sua idade cronológica.

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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As causas da sua ocorrência resultam da interação entre mecanismos genéticos, fatores ambientais e estilos de vida. Com o avançar da idade, há maior probabilidade de se desenvolverem cataratas, hipertensão arterial, osteoporose, cancro, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, osteoartrose, esclerose.

Estas alterações que dão origem ao envelhecimento patológico (ou senilidade) podem, contudo, ser prevenidas ou mesmo revertidas.

1. VELHICE - PSICOLOGIA EVOLUTIVA

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2. REDES DE APOIO

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2. REDES DE APOIO

2.1. As pessoas idosas e o meio ambiente

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2. REDES DE APOIO

2.1.1. A diversidade do meio ambiente

Alguns contextos de vida, dos quais os idosos fazem parte, são compostos pelas pessoas com as quais mantêm relações significativas e que também podem ser definidas como redes de suporte social.

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2. REDES DE APOIO

Estas redes sociais são compostas geralmente por familiares e amigos significativos e assumem um papel indispensável ao desenvolvimento e qualidade de vida do idoso. Tendo em conta todo o conjunto de situações que o vulnerabilizam a maior stress, contribuem para diminuir o stress e para o idoso manter maior controlo em lidar com determinadas situações.

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2. REDES DE APOIO

O apoio social, desta forma, pode ser visto como um processo promotor de assistência e ajuda através de fatores de suporte que facilitam e asseguram a sobrevivência dos seres humanos através da promoção do seu bem-estar físico e psicológico.

Trata-se de um processo dinâmico e complexo, que envolve transações entre indivíduos e as suas redes sociais, no sentido de satisfazer necessidades sociais, promovendo e completando os recursos pessoais que possuem, para enfrentarem as novas exigências e atingirem novos objetivos.

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2. REDES DE APOIO

As necessidades sociais são: a afiliação, o afeto, a pertença, a identidade, a segurança e a aprovação e podem satisfazer-se mediante a provisão de ajuda a dois níveis:

o Sócio emocional – Que engloba afeto, simpatia, compreensão, aceitação e estima de pessoas significativas.

o Instrumental – Que compreende conselho, informação, ajuda com a família ou com o trabalho e ainda a ajuda económica.

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2. REDES DE APOIO

Assim, podemos considerar que o apoio social cumpre três grandes funções:

Apoio emocional – diz respeito à disponibilidade de alguém com quem se pode falar, e inclui as condutas que fomentam sentimentos de bem-estar afetivo. Estes fazem com que o sujeito se sinta querido, amado e respeitado e integram expressões ou demonstrações de amor, afeto, carinho, simpatia, empatia, estima.

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2. REDES DE APOIO

o Apoio material e instrumental – caracteriza-se por ações ou materiais proporcionados por outras pessoas e que servem para resolver problemas práticos e/ou facilitar a realização de tarefas quotidianas. Este tipo de apoio, tem como finalidade diminuir a sobrecarga das tarefas e deixar tempo livre para atividades de lazer. O apoio material só é efetivo, quando o recetor percebe esta ajuda como apropriada. Se isto não acontece a ajuda é avaliada como inadequada, o que pode acontecer sempre que o sujeito sente ameaçada a sua liberdade ou se sente em dívida.

o Apoio de informação – refere-se ao processo através do qual as pessoas recebem informações ou orientações relevantes que as ajuda a compreender o seu mundo e/ou ajustar-se às alterações que existem nele.

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2. REDES DE APOIO

2.1.2. A família e a comunidade

O ciclo de vida familiar descreve o modo como as famílias evoluem e se transformam ao longo da sua existência. As várias abordagens ao ciclo de vida vêem a família como um sistema que se move ao longo do tempo, incorporando elementos e perdendo membros.

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2. REDES DE APOIO

Cada vez mais, se assiste ao prolongamento do ciclo de vida familiar, onde os idosos têm um papel relevante.

Com o envelhecimento, as redes sociais vão sendo diferenciadas e, progressivamente, tornam-se mais restritas, na medida em que, chegada à velhice, estão ligadas algumas barreiras que não só dificultam e modificam a manutenção de relações, como lhes causam alguma instabilidade.

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2. REDES DE APOIO

Com a velhice, surgem perdas relacionais marcadas pela morte de amigos e familiares, existe uma maior vulnerabilidade pessoal face às limitações físicas e psicológicas e à mudança das suas necessidades, bem como um aumento das barreiras ambientais e contextuais (por exemplo: diminuição do estatuto económico-social).

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2. REDES DE APOIO

Além da diminuição de tamanho das redes sociais, verificasse uma redução dos níveis de reciprocidade das relações, uma vez que o idoso tende a concentrar as suas relações mais na família do que na rede de amigos.

Para o idoso, as suas fontes de apoio, no que diz respeito aos amigos, assumem uma conotação diferente, as amizades são mais expressivas e livres, baseadas na partilha de interesses; os amigos têm um efeito muito positivo no bem-estar subjetivo do idoso e são uma importante rede de apoio emotivo e instrumental.

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2. REDES DE APOIO

Enquanto, na família os encontros são algumas vezes conflituosos e ligados a rotinas, nos amigos, os encontros são vistos de uma forma mais estimulante. Por sua vez, os encontros com vizinhos baseiam-se sobretudo na proximidade e entreajuda.

Os familiares são os maiores prestadores de apoio para a resolução dos problemas e os amigos permitem um melhor acesso às atividades de ocupação.

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2. REDES DE APOIO

No entanto, alguns idosos, perante os problemas de saúde agravados, desistem de substituir o seu grupo de amigos, uma vez que criam poucas expectativas perante novas relações, ou por razões de lealdade face aos antigos ou falecidos ou de necessidade própria.

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2. REDES DE APOIO

As condições favoráveis aos desenvolvimentos pessoal e social dos indivíduos e famílias não se confinam apenas ao (s) núcleo(s) familiar(es) mas também aos grupos de pertença e à rede social de apoio, fundamental para o seu bem estar e saúde mental.

Compreender, apoiar o indivíduo e a família ao nível das suas fragilidades, na promoção do seu bem-estar e no desenvolvimento de capacidades de como atuar, implica necessariamente uma visão e atuação sistemática, nestas diferentes vertentes em interação.

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2. REDES DE APOIO

2.1.3. As Instituições formais

A importância dos serviços geriátricos cresce à medida que aumenta a população idosa nas nossas comunidades, pois muitos dos idosos não dispõem de toda a ajuda que necessitam por via da família e da sua rede social.

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2. REDES DE APOIO

Ou porque requerem cuidados de saúde contínuos ou porque não têm condições de estar sozinhos em casa sem se colocarem em risco, muitos idosos precisam do apoio de instituições de suporte que prestam esses serviços de uma forma profissional.

Vejamos alguns exemplos das modalidades que o apoio aos idosos pode assumir e do tipo de instituições que os presta.

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2. REDES DE APOIO

2.1.4. Caracterização e natureza das Instituições formais

Os equipamentos com maior implementação no mercado são os destinados ao internamento definitivo, tendo sido, durante muito tempo, a única modalidade disponível: idosos que necessitassem apenas de apoio em cuidados específicos, podendo permanecer em casa, eram forçados a abdicar consideravelmente da sua autonomia e independência.

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2. REDES DE APOIO

Apesar de a percentagem de idosos institucionalizados ser bastante reduzida (2,5%), os seus elevados custos e os efeitos nefastos que representava nos casos de semi-independência criaram a necessidade de desenvolver serviços implantados na comunidade, direcionados para a inclusão do idoso.

Apresenta-se em seguida uma caracterização sumária das várias modalidades existentes:

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2. REDES DE APOIO

CENTRO DE CONVÍVIO

Conceito

Resposta social, desenvolvida em equipamento, de apoio a atividades sócio recreativas e culturais, organizadas e dinamizadas com participação ativa das pessoas idosas de uma comunidade.

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2. REDES DE APOIO

Objetivos

o Prevenir a solidão e o isolamento.

o Incentivar a participação e potenciar a inclusão social.

o Fomentar as relações interpessoais e intergeracionais.

o Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.

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2. REDES DE APOIO

Destinatários

Pessoas residentes numa determinada comunidade, prioritariamente com 65 e mais anos.

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2. REDES DE APOIO

CENTRO DE DIA

Conceito

Resposta social, desenvolvida em equipamento, que presta um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção das pessoas idosas no seu meio sociofamiliar.

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2. REDES DE APOIO

Objetivos

o Proporcionar serviços adequados à satisfação das necessidades dos utentes.

o Contribuir para a estabilização ou retardamento das consequências nefastas do envelhecimento.

o Prestar apoio psicossocial.

o Fomentar relações interpessoais e intergeracionais.

o Favorecer a permanência da pessoa idosa no seu meio habitual de vida.

o Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.

o Contribuir para a prevenção de situações de dependência, promovendo a autonomia.

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2. REDES DE APOIO

Destinatários

Pessoas que necessitem dos serviços prestados pelo Centro de Dia, prioritariamente pessoas com 65 e mais anos.

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2. REDES DE APOIO

CENTRO DE NOITE

Conceito

Resposta social, desenvolvida em equipamento, que tem por finalidade o acolhimento noturno, prioritariamente para pessoas idosas com autonomia que, por vivenciarem situações de solidão, isolamento ou insegurança necessitam de suporte de acompanhamento durante a noite.

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2. REDES DE APOIO

Objetivos

o Acolher, durante a noite, pessoas idosas com autonomia.

o Assegurar bem-estar e segurança.

o Favorecer a permanência no seu meio habitual de vida.

o Evitar ou retardar a institucionalização.

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2. REDES DE APOIO

Destinatários

Prioritariamente pessoas de 65 e mais anos com autonomia ou, em condições excecionais, com idade inferior, a considerar caso a caso.

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2. REDES DE APOIO

RESIDÊNCIA

Conceito

Resposta social, desenvolvida em equipamento, constituída por um conjunto de apartamentos com espaços e/ou serviços de utilização comum, para pessoas idosas, ou outras, com autonomia total ou parcial.

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2. REDES DE APOIO

Objetivos

o Proporcionar alojamento (temporário ou permanente).

o Garantir à pessoa idosa uma vida confortável e um ambiente calmo e humanizado.

o Proporcionar serviços adequados à problemática biopsicossocial das pessoas idosas.

o Contribuir para a estabilização ou retardamento das consequências nefastas do envelhecimento.

o Criar condições que permitam preservar e incentivar a relação inter-familiar.

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2. REDES DE APOIO

Destinatários

Pessoas de 65 e mais anos ou de idade inferior em condições excecionais, a considerar caso a caso.

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2. REDES DE APOIO

LAR DE IDOSOS

Conceito

Resposta social, desenvolvida em equipamento, destinada a alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas ou outras em situação de maior risco de perda de independência e/ ou de autonomia.

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2. REDES DE APOIO

Objetivos

o Acolher pessoas idosas, ou outras, cuja situação social, familiar, económica e /ou de saúde, não lhes permite permanecer no seu meio habitual de vida.

o Assegurar a prestação dos cuidados adequados à satisfação das necessidades, tendo em vista a manutenção da autonomia e independência.

o Proporcionar alojamento temporário, como forma de apoio à família.

o Criar condições que permitam preservar e incentivar a relação intrafamiliar.

o Encaminhar e acompanhar as pessoas idosas para soluções adequadas à sua situação.

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2. REDES DE APOIO

Destinatários

Pessoas de 65 e mais anos ou de idade inferior em condições excecionais, a considerar caso a caso.

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2. REDES DE APOIO

Dada a elevada procura, as listas de espera de lares (especialmente os públicos) são consideráveis. Muitas vezes, em função das vagas, as famílias vêm-se forçadas a optar por instituições que não seriam primeira escolha, o que implica, geralmente, o afastamento dos idosos do seu meio, um maior espaçamento entre visitas, o aumento dos encargos financeiros e diminuição do nível de satisfação com esta solução.

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2. REDES DE APOIO

Quando o idoso conserva autonomia suficiente para estar em casa e a família, vizinhança ou amigos se mobiliza, é possível escolher outra solução.

Estes apoios são, frequentemente, desconhecidos, quer pela falta de divulgação por parte dos organismos correspondentes, quer pela limitada proatividade de quem a eles pode recorrer.

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2. REDES DE APOIO

Os serviços de proximidade implicam um esforço de articulação e complementaridade: os serviços de saúde asseguram os cuidados especializados e os cuidadores informais evitam o isolamento. O sénior espera destes o apoio emocional e social por lhe serem mais próximos, embora os cuidados instrumentais possam ser prestados por outra pessoa.

Os sistemas mistos são os que maiores benefícios apresentam por respeitarem e promoverem a autonomia e independência do idoso.

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2. REDES DE APOIO

2.1.5. Institucionalização das pessoas de idade

O recurso a um centro de dia, de convívio ou ao serviço domiciliário, tem a intenção de manter o sénior em casa. As duas primeiras opções relacionam- se com um carácter mais lúdico e social, enquanto que a terceira indica necessidades mais técnicas.

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2. REDES DE APOIO

O recurso a um centro de dia, de convívio ou ao serviço domiciliário, tem a intenção de manter o sénior em casa. As duas primeiras opções relacionam- se com um carácter mais lúdico e social, enquanto que a terceira indica necessidades mais técnicas.

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2. REDES DE APOIO

A modalidade de apoio escolhida deve enquadrar-se nas necessidades do idoso, pretendendo conservar a sua autonomia e independência pelo maior tempo possível.

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2. REDES DE APOIO

O idoso deve continuar em casa enquanto estiverem garantidas cinco condições que asseguram a sua qualidade de vida:

o Estabilidade clínica.

o Apoio de um cuidador competente.

o Ambiente adequado ou adaptado às necessidades pessoais e dos cuidadores.

o Acesso aos diversos serviços profissionais.

o Apoio financeiro adequado.

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2. REDES DE APOIO

A institucionalização resulta de situações agudas, mas também de ocasiões em que as famílias se sentem impotentes e exaustas e procuram algum alívio, resistindo em aceitar o regresso do idoso. É frequente a lotação dos hospitais com esta população aumentar muito no período de férias ou festas.

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2. REDES DE APOIO

Quando hospitalizado, os níveis de desconforto e desagrado do sénior aumentam muito e a condição física deteriora-se rapidamente.

Estatisticamente, os índices de mortalidade aumentam cerca de 20% nos seis meses seguintes após um primeiro internamento.

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2. REDES DE APOIO

Estes aspetos negativos resultam de um conjunto de fatores que vão promover a associação de toda a experiência a uma aproximação da incapacitação e morte:

o Desconhecimento: do meio, das pessoas, da linguagem e procedimentos.

o Anulação da identidade: standardização de cuidados e rotinas, retirada de roupas e objetos pessoais.

o Retirada do poder deliberativo: direito a opinião a nível de comida, visitas e horários.

o Sujeição a procedimentos intrusivos e dolorosos.

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2. REDES DE APOIO

Geralmente, a institucionalização permanente ocorre na sequência de uma reavaliação aquando da morte do cônjuge ou após uma queda ou doença.

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2. REDES DE APOIO

As más condições de habitabilidade (muitas escadas, muita humidade, frio), o local da residência (muito isolada, de difícil acesso) ou o medo do isolamento (segurança física ou incapacidade de contacto em situação de emergência) e solidão, são fatores que conduzem à tomada de decisão.

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2. REDES DE APOIO

Considerando que esta irá alterar a vida do idoso, ele pode e deve ser envolvido na escolha do lar podendo a sua participação ser:

o Preferencial - exerce o direito de decisão. Tipicamente após a morte do cônjuge, perante a insegurança ou a perceção de sobrecarga para os familiares mediante o desenvolvimento de dependência.

o Estratégica - reflete um planeamento ao longo da vida. Frequente em pessoas solteiras e/ou viúvas, sem filhos ou em que estes moram longe ou não têm condições financeiras para apoiar, sendo o sénior proactivo na procura e selecção da instituição, na sua inscrição e até pagamento de quotas para reservar lugar.

o Relutante - resistência ou desacordo relativamente à institucionalização, sendo o idoso forçado.

o Passiva - os idosos dementes ou resignados, que aceitam sem qualquer reclamação as decisões de terceiros sem questionar.

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2. REDES DE APOIO

Em situações de institucionalização permanente, o idoso fica numa situação de dupla pertença entre família e organização, tendo de tomar partido, frequentemente, em função das críticas que surgem de parte a parte.

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2. REDES DE APOIO

Esta é uma posição ingrata, pois, cada parte se vai ressentir mediante a sua escolha, agindo de acordo com a sua perceção do acontecimento: a família sente que houve um afastamento e os cuidadores formais sentem ingratidão.

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2. REDES DE APOIO

Destacam-se, pela sua vulgaridade, algumas situações:

o Os profissionais criticam a família pela sua ausência e pouco interesse - além de não trazer benefícios, o utente fica ressentido com ambos.

o Queixas infundadas do idoso - provocam o afastamento dos cuidadores formais que se sentem indignados com a sua injustiça e ingratidão.

o O afastamento da família - fonte de tensão para o idoso, por se sentir rejeitado, e para a instituição que tem de tomar decisões que são da responsabilidade do núcleo familiar.

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2. REDES DE APOIO

A fim de evitar este tipo de situações, a entidade deve apostar em dois aspetos importantes: a adequada formação da sua equipa e a adoção de uma comunicação direta com a família, evitando o ruído adicionado por cada intermediário.

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2. REDES DE APOIO

Por este motivo, é essencial o esforço para que as famílias continuem a acompanhar os seus idosos. O envolvimento nas atividades dinamizadas e os contributos que possam fazer para estas, mediante o conhecimento privilegiado que têm da pessoa, permitem diminuir a despersonalização dos serviços e aumentar o sentimento de integração e pertença.

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2. REDES DE APOIO

2.1.6. A vida quotidiana nas Instituições

Os idosos adaptam-se mais facilmente a um “bom lar”, que é geralmente definido com base nos seguintes critérios:

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2. REDES DE APOIO

o Tem atividades de animação.

o Possibilita saídas (passeios, acesso fácil às atividades de lazer da comunidade).

o Fornece boa alimentação.

o Tem pessoal simpático e competente e não está sempre a mudar.

o Permite ter quarto individual.

o Promove o companheirismo entre os residentes.

o Oferece conforto físico.

o Disponibiliza serviços de apoio (fisioterapia, enfermagem, educação física).

o É seguro.

o Não é demasiado grande.

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2. REDES DE APOIO

O seu nível de satisfação aumenta quando os profissionais lhes fornecem informações sobre a sua doença, prognóstico e se preocupam com o seu estado de saúde geral em oposição àqueles que mostram sempre pressa não dão explicações e agem como se estivessem a fazer um favor.

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2. REDES DE APOIO

O consentimento, a escolha, o envolvimento do sénior são determinantes para o sucesso de qualquer que seja a opção de cuidados.

A nível institucional, podem ser desenvolvidos manuais internos de boas práticas, a fim de prevenir este efeito (disponíveis inclusivamente na internet). Quanto ao apoio informal, tornam-se necessárias ações de sensibilização e formação comportamental.

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2. REDES DE APOIO

Só com o respeito dos direitos fundamentais de todos os envolvidos (idoso, família, amigos, cuidadores formais e informais, dirigentes e pessoal técnico) se pode garantir uma boa prestação de cuidados.

Apresentam-se, de seguida, os valores fundamentais das relações entre cidadãos. Considerando essencial lembrar que o idoso, mesmo demenciado, continua a ser uma pessoa, é neles que se deve basear toda a relação de prestação de cuidados.

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2. REDES DE APOIO

Acrescenta-se, para cada um, sugestões de situações muito comuns que ilustram o respeitado por esses valores.

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2. REDES DE APOIO

Dignidade

Serve de base a todos os valores e princípios de que nascem os direitos que lhe são reconhecidos. São de evitar expressões que diminuam a pessoa como, por exemplo, falar dela na sua presença como se não estivesse ali.

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2. REDES DE APOIO

Respeito

Demonstrar que se respeita alguém é transmitir-lhe que é importante, que é tida em consideração por quem a rodeia. Na relação de apoio pode manifestar- se na contenção quanto a comentários menos agradáveis sobre a habitação da pessoa ou a sua apresentação.

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2. REDES DE APOIO

Em caso de institucionalização, a valorização das tentativas de caracterizar o seu espaço, o cuidado com os objetos pessoais, com as suas histórias e experiências será a forma de demonstrar o apreço e valor que o utente merece.

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2. REDES DE APOIO

Individualidade

Um aspeto particular do respeito, traduz-se no reconhecimento da diferença (de ideias, opiniões, aparência, religião, gostos, procedimentos, decisões) e na valorização desta.

Conhecer os idosos, a forma como gostam de ser tratados, as preferências a nível de atividades ou refeições, as histórias que contam, os seus contextos vivenciais, amigos ou familiares com que se relacionam é mais uma forma de lhes demonstrar a importância que têm para os outros, de os fazer sentir em casa (quando estão institucionalizados) e de os fazer sentir queridos.

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2. REDES DE APOIO

Autonomia

Como tem vindo a ser referido, um idoso que se conserve autónomo sente-se mais saudável e empenha-se mais na sua vida ativa.

Deste modo, ao invés de o substituir em tarefas que pretende desempenhar com o pretexto de que não deve cansar-se ou que é mais rápido se for outra pessoa a fazer, deve encorajar-se a sua participação, desde que segura, sempre que possível.

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2. REDES DE APOIO

Numa instituição, o utente pode querer ajudar nas refeições, ou noutras pequenas tarefas, e esta deve estar fisicamente preparada em termos de mobilidade e segurança.

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2. REDES DE APOIO

Deliberação

Um dos requisitos básicos da autonomia, é essencial que o utente continue a decidir os seus assuntos enquanto disso for capaz: o que veste, o que come, quando realizar as atividades e quais integrar.

Mais uma vez, para além de se promover o estilo de vida ativo, transmite-se ao idoso o valor que lhe é reconhecido enquanto pessoa.

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2. REDES DE APOIO

Privacidade e intimidade

Em instituição ou apoio domiciliário, cuidador formal ou informal, familiar, amigo ou vizinho, deve respeitar a privacidade e intimidade do idoso.

O facto de ele estar mais limitado em termos de autonomia, não implica que se possa invadir a sua esfera íntima (cartas, telefonemas, cuidados de higiene) transformando-a em domínio público. Só se deve estar presente quando o idoso disso fizer questão.

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2. REDES DE APOIO

Confidencialidade

Apenas a própria pessoa poderá revelar informações da sua vida pessoal, devendo as mesmas ser geridas de acordo com a forma como foram disponibilizadas: em confidência, em conversa casual, ou numa anedota.

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2. REDES DE APOIO

Igualdade

Evitar qualquer tipo de discriminação em função de sexo e orientação sexual, idade, raça, religião, convicções políticas, situação económica ou de saúde. Mitos e preconceitos devem ser esquecidos quando se presta cuidados, garantindo o respeito por todos.

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2. REDES DE APOIO

Participação

O utente da rede de cuidados deverá ter uma opinião sobre a mesma, a nível da estrutura, organização, funcionamento, envolvimento de pessoas e em qualquer aspeto que considere pertinente.

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2. REDES DE APOIO

Os cuidadores ou responsáveis pela organização de redes de cuidados deverão aceitar as suas sugestões, valorizando-as. A nível institucional, qualquer inovação deve envolver os utentes interessados no processo de análise e planeamento, sendo comunicada antes da sua implementação e podendo ser alterada mediante as suas sugestões.

Outro modo de promover a participação dos idosos é envolvê-los, por exemplo, na organização das atividades: jogos, ateliers, passeios, filmes ou outras.

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2. REDES DE APOIO

Os direitos do idoso passam, portanto, pelo seguimento destes valores: poder expressar as suas opiniões, ser respeitado em todos os aspectos e diferenças, relacionar-se (a todos os níveis) com quem escolher, manter o controlo financeiro e efetivo dos seus bens enquanto o mesmo for possível e ser cuidado por alguém com formação e adequada, que lhe assegure os serviços contratados, com qualidade.

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2. REDES DE APOIO

No fundo, o idoso tem direito a ver as suas necessidades (físicas, psíquicas e emocionais) corretamente detetadas e satisfeitas.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

3.1. Da família aos amigos: a presença da rede informal

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Os familiares e amigos são quem melhor conhece o idoso, tendo, por este motivo, maior probabilidade de corresponder às suas necessidades.

Organizado numa base informal, o apoio é influenciado pela evolução da estrutura e dinâmica familiares na sociedade atual, em que as relações são constituídas de modo a privilegiar valores como a autonomia e o individualismo, valorizando-se a realização pessoal/profissional de cada um e respeitando-se a sua privacidade.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Tradicionalmente, cabia aos filhos tratar dos pais quando estes envelheciam. Posteriormente o Estado assumiu-se como promotor do bem-estar social, sendo os cuidados mediados por instituições e agentes com formação e especialização na área, com o objetivo de melhorar as condições de vida dos mais desfavorecidos e cujas redes de apoio informal se revelam fracas ou inexistentes.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Este conjunto de serviços e equipamentos pretende abranger as diferentes necessidades ou níveis de carência da população.

Inicialmente, as instituições apresentavam-se como detentoras de um conhecimento não acessível aos familiares, impondo os cuidados sem qualquer tipo de justificação.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Por volta dos anos 1970/1980, houve uma viragem: são revalorizados os programas centrados nos agregados familiares e num contexto comunitário, o que facilita o empenho geral e esbate a autoridade simbolizada pelos contextos oficiais.

No entanto, a intervenção tende a ser pensada e dirigida a uma só pessoa, mesmo assumindo que existem outros envolvidos: a família continua a ter de obedecer às prescrições profissionais, o que a torna “colaborante”, sem que as suas necessidades sejam de facto ouvidas e muito menos atendidas.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Estão definidos quatro modelos de articulação entre profissionais do apoio formal e família:

o Especialista - clássico, em que o técnico é a autoridade e a família tem a função de fornecer informação para que ele decida, devendo, depois, cumprir as indicações.

o Transplante - os técnicos partilham e transferem alguns dos seus saberes para os clientes, agindo como instrutores e consultores que guiam a vida dos outros.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

oNegociação - baseada na abordagem consumista, coloca o cliente no papel de consumidor, reconhecendo-lhe direitos e exigências sobre o serviço prestado. Frequentemente estas são depois desvalorizadas e os clientes inferiorizados. É neste âmbito que, por exemplo, os familiares colaboram nas atividades num centro de dia.

o Parceria - a parceria implica uma associação de pessoas numa relação de igualdade, reconhecendo reciprocamente conhecimentos, capacidades e partilhando as tomadas de decisão na procura de consensos.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Vulgarmente, as expectativas de cuidadores formais e rede informal não são clarificadas, sentindo ambos que o seu papel é óbvio e que deve ser o outro a justificar as suas ações. Esta falta de diálogo origina frustrações, conflitos e deceções mútuas, sendo o idoso apanhado nesta ambiguidade e sofrendo.

Neste tipo de contexto, são frequentes as seguintes dificuldades:

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

1. Identificar objetivamente o cliente (o idoso ou a família)

o Atribuindo o respetivo nível de importância (principal e secundário) nas tomadas de decisão.

2. Definir e aceitar regras

o Ao serem rigorosas e impostas pelo profissional, poderão ser incompreendidas e desencorajadas pelo cuidador informal.

o Os conflitos e a confusão do idoso, as acusações mútuas de negligência ou inflexibilidade levarão ao término da relação por incompatibilidade.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

3. Estabelecer limites:

o A intervenção do profissional em áreas não contratadas especificamente é sentida como intrusão sua, causando desconforto do idoso e família.

4. Atribuir responsabilidades:

o Culpar a instituição indiscriminadamente por falhas no serviço prestado pode deixar o profissional posição difícil quanto à lealdade.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

5. Criar alianças

o As relações familiares colocadas à prova reavivam questões antigas entre irmãos ou com os pais.

o As diferentes opiniões quanto ao apoio necessário podem induzir uma ligação aos técnicos, que deverão manter-se neutros e agir no melhor interesse do idoso, confirmando informações e afastando-se se necessário.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

6. Ter excesso de zelo:

o Perante situações particularmente fragilizantes, os profissionais tendem a mostrar-se altamente competentes, acabando por substituir a família.

oMas o seu afastamento será interpretado como abandono, impelindo a um maior empenho do técnico e gerando-se um ciclo que se auto-perpetua.

o O treino da família é essencial para preservar a importante autonomia desta e o seu acompanhamento do idoso.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

3.2. As novas formas de solidariedade

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

3.2.1. Formais

Existem, ao nível formal, centenas de instituições que disponibilizam serviços de apoio a idosos, públicas e privadas. Mediante as necessidades de cada caso e a análise de outros fatores poderá ser tomada uma decisão.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

São igualmente relevantes medidas intersectoriais que têm vindo a ser implementadas para promover a segurança e qualidade de vida da população geriátrica:

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Programa “Apoio 65 - Idosos em Segurança”

Em vigor desde 1996, visa promover a segurança dos idosos mais isolados através do policiamento de proximidade que valoriza a comunicação polícia- -cidadão (em colaboração com a PSP).

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Programa Idosos em lar (PILAR)

Criado por Despacho do Secretário de Estado da Inserção Social de 20 de Fevereiro de 1997, procura desenvolver e intensificar a oferta de lares para idosos, através, por exemplo, do realojamento de idosos oriundos de lares lucrativos sem condições de financiamento; do aumento da oferta em zonas com baixa cobertura deste serviço; da criação/remodelação de lugares dirigidos a utentes de Instituições Particulares de Solidariedade Social sem condições de financiamento.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII)

Criado por despacho Conjunto de 1 de Julho de 1994, dos Ministros da Saúde e do Emprego e Segurança Social, contempla um número significativo de serviços:

o Serviços de Apoio Domiciliário.

o Centros de Apoio a Dependentes/Centros Pluridisciplinares de Recursos - apoio temporário com vista à reabilitação de pessoas com dependência, assegurando cuidados diversificados com base em estruturas já existentes.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

o Formação de Recursos Humanos – habilitar agentes, formais e informais para a prestação de cuidados; tecnologias, pretende diminuir o isolamento devido a problemas de saúde, questões geográficas, barreiras arquitetónicas. Através de uma central, permite a intervenção atempada em caso de emergência.

o Saúde e Termalismo - permitir à população idosa o acesso a tratamentos termais e o contacto com meio social diferente, prevenindo o isolamento social.

o Passes para a terceira idade - sem restrições horárias para a população com mais de 65 anos, fomentando a sua mobilidade, integração social e participação na vida ativa.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Respostas Integradas que resultam da Articulação entre a Saúde e a Ação Social

Por Despacho Conjunto 407/98, de 15 de Maio, que estão na origem de:

o Unidades de Apoio Integrado (UAI) - centros que asseguram apoio ao longo de 24 horas a pessoas que necessitem de cuidados multidisciplinares que não podem ser prestados no domicílio;

o Apoio Domiciliário Integrado - (ADI) - que assegura a prestação de cuidados médicos e de enfermagem e a prestação de apoio social no domicílio visando a promoção do autocuidado.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Plano Gerontológico Local

Planeamento de serviços e projetos em função de grupos e zonas de intervenção prioritárias, feito por equipas multidisciplinares e intersectoriais, mediante as suas orientações de intervenção

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Programa de Conforto Habitacional dos Idosos

Inserida no âmbito do Programa Nacional de Ação para a Inclusão, começou a ser implementada no distrito de Bragança, com a reparação de 137 residências. As obras passam pela substituição dos telhados, chão, paredes, adaptação de cozinhas ou instalações sanitárias. Melhorando as condições básicas de habitabilidade, pretende-se possibilitar o serviço de apoio domiciliário e evitar a institucionalização e dependência.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Contratos Locais de Desenvolvimento Social

Pretendem combater a pobreza, aumentar os níveis de qualificação e prevenir situações que conduzam à exclusão social em áreas desqualificadas, industrializadas ou atingidas por calamidades, através do estabelecimento de parcerias de âmbito local, que podem envolver os serviços de emprego, de ação social e instituições.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Complemento solidário para idosos

Constitui-se num apoio financeiro de até 250 euros por cada período de três anos, destinado a medicamentos, óculos, lentes e próteses dentárias removíveis.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Aprovado em Conselho de Ministros a 16 de Março de 2006, tem como público beneficiário as pessoas com dependência, visando diminuir o número de internamentos.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Os serviços disponibilizados incluem unidades de internamento (para convalescença, média duração/reabilitação, longa duração/manutenção e cuidados paliativos), ambulatório (unidade de dia e de promoção da autonomia), equipas hospitalares e equipas domiciliárias (de cuidados continuados integrados e comunitárias de suporte paliativo).

Prevê, inclusivamente, a possibilidade de institucionalização temporária em unidades de cuidados continuados de longa duração para que o cuidador possa descansar.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

A procura de apoio na prestação de cuidados deve começar na comunidade local. Certas instituições surgem como organizadoras de serviços possíveis graças a estas medidas ou a acordos com os vários sistemas de segurança e proteção social ou seguros de saúde:

o A Santa Casa da Misericórdia.

o As organizações religiosas (casas ou centros paroquiais, associações dos vários cultos).

o As Casas do Povo e as Associações ou Comissões de Melhoramentos ou Moradores (importantes dinamizadoras das aldeias portuguesas no seu movimento regionalista).

o Associações Comunitárias, de Pensionistas e Reformados.

o Uniões de trabalhadores,

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Entre outros exemplos.

Determinadas associações profissionais, sindicatos ou ordens, contam com privilégios específicos, traduzidos em termos de subsídios, instituições de acolhimento disponíveis, acesso a cuidados de saúde especializados mais rápida e economicamente, ou contribuições em géneros.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

3.2.2. Informais

A sociedade portuguesa continua a caracterizar-se pelos fortes laços de solidariedade familiar e comunitária. No entanto, os cuidados prestados pelas redes informais são muitas vezes resultantes de um sentimento de obrigação: a pressão social acentua o carácter negativo da institucionalização.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

A retribuição do sacrifício dos pais, o querer corresponder a expectativas, transmitir o exemplo aos filhos ou não suportar a censura dos vizinhos, são, muitas vezes os principais motivos para reorganizar a vida familiar e integrar o idoso.

O cuidador informal será respeitado pelas concessões que fará perante as novas exigências do seu papel, embora raramente o assuma voluntariamente: estudos demonstraram que mais facilmente há ajuda quando não existe a perspetiva de encargo e dependência.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

A contínua perda de autonomia do sénior ou a desistência de um antecessor, a viuvez, uma doença ou acidente inesperados, poderão despoletar a necessidade e o envolvimento progressivo.

O papel é assumido geralmente pelas esposas ou filhas (embora o número de homens esteja a aumentar), que vivem próximo ou em coabitação com o idoso.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

A carreira de cuidador informal envolve 3 estádios:

o Preparação e aquisição do papel.

o Assunção das tarefas e responsabilidades relacionadas com os cuidados em casa e, eventualmente, numa instituição formal.

o Libertação da prestação de cuidados em resultado do falecimento do idoso.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Prestar apoio envolve sentimentos contraditórios, momentos de angústia, stresse e frustração. É um processo dinâmico que evolui reestruturando as relações prévias mediante as necessidades.

Embora todos tenham os seus contextos vivenciais, a dependência implica uma nova perceção de si e do outro, para todos os elementos do grupo familiar, alterando-se os poderes: para o idoso, esta é a sua incapacidade para realizar determinadas atividades básicas, enquanto que para o cuidador é o dever de o substituir nessas mesmas atividades.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Este sentimento é particularmente presente quando se entra na esfera da intimidade, sendo agravado pelo constrangimento mútuo.

Sendo a família um sistema, assumir a prestação de cuidados tem um impacto enorme sobre a sua estrutura e restantes relações. A nova divisão das tarefas, a reorganização de horários, responsabilidades e rotinas traz transtornos e poderá ser fonte de conflitos, quer para o cônjuge de quem cuida, quer para os filhos.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Por outro lado, a própria rede de cuidados tem carácter dinâmico, criando inclusões e exclusões, hierarquias e subordinações, definindo obrigações em função da proximidade subjetiva ou em termos de género, geracionais, nacionais, étnicos, raciais ou de classe e de estilo de vida.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Os deveres individuais variam com o nível e forma de inserção, e o seu estatuto instável vai-se alterando, tal como os contributos.

Conclui-se que as redes informais com base na família são limitadas em termos de eficácia e de resposta dado o seu carácter restrito: funciona pelos conhecimentos. Daí que seja essencial alargá-las, envolvendo amigos e vizinhos, sempre que possível, repartindo a sobrecarga e aliviando a pressão geral.

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3. GRUPOS E INSTITUIÇÕES DE AJUDA

Em suma, em todo este processo, é essencial a proatividade. Do idoso, dos cuidadores, da família, dos amigos e da comunidade.

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3537. QUADRO DA PSICOLOGIA EVOLUTIVA