Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo...

13
Rev. Est. de Pol´ ıticas P´ ublicas, 11-23 http://dx.doi.org/10.5354/0719-6296.2017.46361 ISSN edici´ on web: 0719-6296 ©Copyright 2017: Universidad de Chile, Santiago (Chile) Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e valida¸ cao de conte´ udo Humberto Falc˜ ao Martins y Ricardo Ribas da Costa Instituto Publix Resumo Este trabalho busca: a) desenvolver um conceito de maturidade colaborativa, a partir da sistematiza¸c˜ ao ajustada do conceito de governan¸ ca colaborativa elaborada por Emerson y Nabatchi (2015a), aper- fei¸coando o modelo anteriormente elaborado por Costa (2016), e de elementos e quest˜ oes usualmente presentes em modelos consagrados de maturidade; b) operacionalizar o conceito, por meio da constru¸ ao de um instrumento de mensura¸ ao da maturidade colaborativa; e c) testar a validade de conte´ udo da operacionaliza¸ ao a partir da validade semˆ antica do instrumento vis-` a-vis o modelo de Emerson. O texto est´ a divido em cinco partes. Uma introdu¸ ao trata de apresentar as quest˜ oes metodol´ ogicas que pertinem ` aconstru¸c˜ ao de modelos. A parte dois trata de governan¸ca colaborativa e apresenta a sistematiza¸ ao ela- borada por Emerson et al. (2012). A parte trˆ es trata de maturidade e apresenta quest˜ oes metodol´ ogicas relacionadas ` a constru¸ ao de modelos de maturidade. A parte quatro trata da constru¸ ao do modelo de maturidade colaborativa e sua valida¸c˜ ao de conte´ udo. ultima parte elabora considera¸c˜ oes sobre limita¸c˜ oes e prosseguimentos. Palavras-chave: Maturidade colaborativa, governan¸ca, valida¸ ao de conte´ udo. A collaborative maturity model: initial proposal and validation of content Abstract This work seeks to: a) develop a concept of collaborative maturity, based on the adjusted systematization of the concept of collaborative governance elaborated by Emerson y Nabatchi (2015a), perfecting the model previously elaborated by Costa (2016), and elements and questions usually present en established models of maturity; b) operationalize the concept, through the construction of an instrument for mea- suring collaborative maturity; and c) to test the validity of the content of the operationalization from the semantic validity of the instrument vis-` a-vis the model of Emerson. The text is divided into five parts. An introduction addresses the methodological issues that pertain to the construction of models. Part two deals with collaborative governance and presents the systematization elaborated by Emerson et al. (2012). Part three deals with maturity and presents methodological issues related to the construction of maturity models. Part four deals with the construction of the collaborative maturity model and its validation of content. The last part elaborates considerations on limitations and follow-ups. Keywords: Collaborative maturity, governance, content validation. *Direcci´ on de correspondencia [Correspondence address]: Humberto Falc˜ao Martins y Ricardo Ribas da Costa, Instituto Publix E-mail: [email protected] 11

Transcript of Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo...

Page 1: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 11-23http://dx.doi.org/10.5354/0719-6296.2017.46361

ISSN edicion web: 0719-6296

©Copyright 2017: Universidad de Chile, Santiago (Chile)

Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e

validacao de conteudo

Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

Instituto Publix

Resumo

Este trabalho busca: a) desenvolver um conceito de maturidade colaborativa, a partir da sistematizacaoajustada do conceito de governanca colaborativa elaborada por Emerson y Nabatchi (2015a), aper-feicoando o modelo anteriormente elaborado por Costa (2016), e de elementos e questoes usualmentepresentes em modelos consagrados de maturidade; b) operacionalizar o conceito, por meio da construcaode um instrumento de mensuracao da maturidade colaborativa; e c) testar a validade de conteudo daoperacionalizacao a partir da validade semantica do instrumento vis-a-vis o modelo de Emerson. O textoesta divido em cinco partes. Uma introducao trata de apresentar as questoes metodologicas que pertinema construcao de modelos. A parte dois trata de governanca colaborativa e apresenta a sistematizacao ela-borada por Emerson et al. (2012). A parte tres trata de maturidade e apresenta questoes metodologicasrelacionadas a construcao de modelos de maturidade. A parte quatro trata da construcao do modelode maturidade colaborativa e sua validacao de conteudo. A ultima parte elabora consideracoes sobrelimitacoes e prosseguimentos.

Palavras-chave: Maturidade colaborativa, governanca, validacao de conteudo.

A collaborative maturity model: initial proposal and validation of content

Abstract

This work seeks to: a) develop a concept of collaborative maturity, based on the adjusted systematizationof the concept of collaborative governance elaborated by Emerson y Nabatchi (2015a), perfecting themodel previously elaborated by Costa (2016), and elements and questions usually present en establishedmodels of maturity; b) operationalize the concept, through the construction of an instrument for mea-suring collaborative maturity; and c) to test the validity of the content of the operationalization from thesemantic validity of the instrument vis-a-vis the model of Emerson. The text is divided into five parts.An introduction addresses the methodological issues that pertain to the construction of models. Parttwo deals with collaborative governance and presents the systematization elaborated by Emerson et al.(2012). Part three deals with maturity and presents methodological issues related to the constructionof maturity models. Part four deals with the construction of the collaborative maturity model and itsvalidation of content. The last part elaborates considerations on limitations and follow-ups.

Keywords: Collaborative maturity, governance, content validation.

*Direccion de correspondencia [Correspondence

address]: Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas

da Costa, Instituto Publix

E-mail: [email protected]

11

Page 2: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

12 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

Introducao1

Os conceitos de maturidade aparecem nas cienciassociais e nas humanidades relacionados a um es-tado de plenitude, de preenchimento de lacunas erequisitos evolutivos. No campo da gestao, em par-ticular gestao do desempenho, gestao de processos,gestao de tecnologia da informacao, gestao de pes-soas, gestao da qualidade e gestao de projetos, hamultiplos modelos de maturidade que se baseiamem escalas semanticas que definem estagios menose mais maduros – em relacao aos quais situacoes defato sao contrastadas e avaliadas. O grande pres-suposto por detras de escalas, mensuracoes e ava-liacoes do grau de maturidade e de que ha uma cor-relacao direta positiva entre maturidade e desem-penho (ou ao menos algum aspecto do desempenhoou capacidades).

A governanca colaborativa, por seu turno, e umarealidade e um objeto de estudo de primeira gran-deza. Sinteticamente, na definicao de Emerson yNabatchi (2015a), governanca colaborativa e:

“processes and structures of public policy deci-

sion making and management that engage peo-

ple constructively across the boundaries of public

agencies, levels of government, and/or the public,

private and civic spheres in order to carry out a

public purpose that could not otherwise be accom-

plished”.

Ha alguns elementos nesta definicao que merecemser destacados. Primeiramente, o carater trans-organizacional, o trabalho alem das fronteiras, aformacao de redes pluri/multi institucionais de go-vernanca (sejam entre organizacoes publicas, en-tre organizacoes publicas e privadas ou entre or-ganizacoes privadas). Governanca colaborativa ea governanca em rede. Segundo, o carater co-laborativo, o engajamento construtivo inobstanteas regras e estruturas de incentivos que impoem,induzem e obrigam agentes a fazer algo. Gover-nanca colaborativa e, nesse sentido, governanca porproposito. Terceiro, embora menos explicito na de-finicao apresentada, o engajamento da sociedadeem rede, a sociedade conectada, no sentido de queconstitui formas nao institucionais de colaboracaopara significacao, formulacao, implementacao e mo-nitoramento e avaliacao de polıticas publicas.

1Somos gratos a Mario Woortmann, Gustavo Coelho, Re-nata Miranda, Jean Cancado, Carlos Barros, Marjorie San-tos, Juliana Souza, Juliano Loureiro, Luciana Silva, MoniqueRibeiro, Plınio Souza, Rosiane Stutz, Sergio Deluiz, Tathi-ana Sampaio e Alexandre Silva pela colaboracao dada navalidacao do questionario.

Como objeto de estudo, a governanca colabora-tiva tem merecido inumeras abordagens. Nao eproposito deste artigo elaborar uma revisao de lite-ratura detalhada, mas vale destacar algumas carac-terısticas da literatura a respeito do tema. Primei-ramente, aspectos teoricos e estudo empıricos sobregovernanca colaborativa, em linha com a definicaoelaborada acima, aparecem ja ha algum tempo deforma multifacetada em multiplas abordagens noscampos da economia (Ostrom, 1990; Fischer et al.,1981), ciencia polıtica (Olsen, 1965; Axelrod, 2006)e administracao publica (Agranoff y McGuire, 2001,2004; Pressman y Wildavsky, 1973), para citar ape-nas alguns. Segundo, ha abordagens sistematizan-tes, nao apenas no sentido de encetarem uma re-visao sistematica de literatura, mas de proporemsistematizacoes conceituais a partir de abordagensmuito diversificadas, embora em alguma extensaosobrepostas. Dentre estas, duas destacam-se: An-sell y Gash (2008) e Emerson et al. (2009).

A proposta de Emerson et al. (2012), alem demais recente, avanca sobre o de Ansell y Gash(2008) em termos de abrangencia da sistema-tizacao, incorporando novas abordagens2, e pro-posta metodologica mais avancada, na medida emque propoe um modelo (a partir de dimensoes evariaveis e indicacao de “mecanismos causais) e ela-bora hipoteses a respeito. Por estas razoes, a abor-dagem de Emerson e outros torna-se mais operacio-nalizavel, permitindo, assim, submeter seu modeloa testes de validade.

Do ponto de vista metodologico, a grandequestao dos modelos e testar sua validade e estaso pode ser amplamente verificada quando o cons-truto/modelo e mensurado/operacionalizado. Se-gundo Adcock y D., 2001, a conceptualizacao emensuracao se coloca em quatro nıveis: a) o con-ceito antecedente, com uma constelacao de sig-nificados potencialmente diversos; b) o conceitosistematizado, com uma formulacao explıcita es-pecıfica do conceito; c) operacionalizacao propri-amente dita, com metricas a partir de definicoesoperacionais e indicadores, com pontuacoes sis-tematicas que podem variar de medidas simples aındices agregados complexos; e d) aplicacao da ope-racionalizacao em casos especıficos, gerando-se osindicadores ou classificacoes qualitativas.

2Relativamente a: “colaboracao intersetorial (Bryson etal., 2006), planejamento colaborativo (Bentrup, 2001; Innesy Booher, 1999; Selin y Chevez, 1995), processos de cola-boracao (Daniels y Walker, 2001; Ring y Van de Ven, 1994;Thomson y Perry, 2006; Wood y Gray, 1991), gestao de redes(Koppenjan y Klijn, 2004; Milward y Provan, 2000), gestaopublica colaborativa (Agranoff y McGuire, 2001; Cooper etal., 2006; Leach, 2006), governanca ambiental e resolucao deconflitos (Agrawal y Lemos, 2007; Emerson et al., 2009), egovernanca colaborativa (Ansell y Gash, 2008)” (Emerson etal., 2012).

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 3: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 13

Os autores propoem tres tipos de validacao:a) de conteudo, onde e avaliada a extensao naqual os indicadores captam as dimensoes e atri-butos do conceito sistematizado, sem omissoes ouinclusoes inadequadas, assumindo-se que o con-ceito sistematizado guarda coerencia com o con-ceito antecedente; b) convergente/discriminante,onde, a partir da aplicacao das metricas, e ava-liada a extensao na qual os indicadores utiliza-dos estao de fato mensurando o conceito sistema-tizado (convergencia) ou outro conceito (discrimi-nante); e c) nomologica, onde avalia-se a extensaona qual as hipoteses do modelo/construto/conceito,as relacoes causais entre variaveis, sao corrobora-das. Adcock y D., 2001 Validacoes de conteudo econvergente/discriminante apoiam inferencias des-critivas; validacao nomologica apoia inferencia cau-sal.

Os objetivos deste trabalho sao: a) desenvolverum conceito de maturidade colaborativa, a partirda sistematizacao ajustada do conceito de gover-nanca colaborativa elaborada por Emerson e ou-tros, aperfeicoando o modelo anteriormente elabo-rado por Costa (2016), e de elementos e questoesusualmente presentes em modelos consagrados dematuridade (em particular de gestao de tecnologia,processos, projetos, qualidade e desempenho); e b)operacionalizar o conceito, por meio da construcaode um instrumento de mensuracao da maturidadecolaborativa; e c) testar a validade de conteudo daoperacionalizacao a partir da validade semantica doinstrumento vis-a-vis o modelo de Emerson.

Este artigo se encarta em um projeto de pesquisacom objetivos mais amplos e ousados que buscarao,em etapas ulteriores: a) testar a validade conver-gente/discriminante, a partir da aplicacao do ins-trumento e de analise de componentes principais eteste de Cronbach; b) testar a validade nomologicado modelo, a partir de analise de correlacoes des-tinadas a testar hipoteses formuladas por Emersone outros; e c) possibilitar a aplicacao do modelode maturidade colaborativa para a formulacao dehipoteses sobre determinantes do desempenho deregimes de colaboracao. Ademais, acredita-se quea aplicacao do modelo, por si so, podera propor-cionar inputs para tomada de decisao e ativacaode atitudes de melhoria de desempenho em regimescolaborativos – como creem Bititci et al. (2015).

O texto esta divido em outras quatro partes,alem desta introducao. A parte dois trata de go-vernanca colaborativa e apresenta a sistematizacaoelaborada por Emerson e outros. A parte tres tratade maturidade e apresenta questoes metodologicasrelacionadas a construcao de modelos de maturi-dade. A parte quatro trata da construcao do mo-delo de maturidade colaborativa e sua validacao de

Figura 1: Modelo de Governanca colaborativa de

Emerson e outros

Fonte: Emerson y Nabatchi (2015a)

conteudo. A ultima parte elabora consideracoes so-bre limitacoes e prosseguimentos.

Governanca colaborativa: omodelo de Emerson e outros

No artigo “An Integrative Framework for Collabo-rative Governance” (Emerson et al., 2012) e no livro“Collaborative Governance Regimes” (Emerson yNabatchi, 2015a), os autores desenvolvem uma sis-tematizacao de “governanca colaborativa”, a partirde um amplo conjunto de abordagens teoricas, pes-quisas de campo e conhecimentos provenientes dapratica. A definicao ja mencionada engloba

“‘multipartner governance’, which can includepartnerships among the state, the private sector,civil society, and the community, as well as joined-up government and hybrid arrangements suchas public-private and private-social partnershipsand co-management regimes (Agrawal and Lemos2007)”.

(Emerson et al., 2012).

A sistematizacao foi elaborada sob a forma deum modelo de governanca colaborativa, cujos ele-mentos estao ilustrados na Figura 1 e serao apre-sentados a seguir.

A arquitetura geral do modelo assemelha-semuito a um modelo sistemico linear generico deentradas (inputs, no caso especıfico, os iniciado-res/direcionadores colocados pelo contexto, taiscomo lideranca, incentivos consequenciais, inter-dependencia e incerteza), processamento (deno-minado dinamica da colaboracao, que por suavez se baseia na atuacao conjunta autoretroali-mentada de tres componentes: engajamento comprincıpios, motivacao compartilhada e capacidade

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 4: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

14 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

para atuacao conjunta), saıdas (outputs, no casoas acoes desenvolvidas de forma colaborativa),impactos (outcomes, tanto no contexto quantona dinamica colaborativa) e feedbacks (no casodas acoes para a dinamica colaborativa e para aadaptacao ao contexto), formando um regime degovernanca colaborativa que operam num determi-nado contexto (a partir de fatores polıticos, legais,socioeconomicos, ambientais e outros que afetam esao afetados pelo regime de governanca colabora-tiva).

O conceito de regime de governanca colaborativae central no modelo de Emerson e outros porquedenota um “modo de decisao publica no qual a co-laboracao transorganizacional representa o padraopredominante de comportamento e atuacao”.

Tambem e central o conceito de dinamica cola-borativa, com seus componentes interativos: enga-jamento com princıpios, motivacao compartilhadae capacidade para atuacao conjunta. Estes trescomponentes, que podem ser vistos como processos,operam de forma interativa e contınua para geraratuacao colaborativa (como outputs) – inclusive aforma como estao representados, por engrenagens,da a ideia de sincronismo e concomitancia, nao desequenciamento linear.

A Tabela 1 apresenta um detalhamento dasvariaveis que compoem o modelo de governanca co-laborativa de Emerson e outros. O textos do artigo(Emerson et al., 2012) e do livro (Emerson y Nabat-chi, 2015b) apresentam uma descricao detalhada decada uma das variaveis apresentadas a partir de in-dicacoes de conceitos e estudos a elas relacionadasno campo da governanca colaborativa. De forma ase evitar a transcricao de longos trechos do textooriginal de Emerson e outros, optamos por apre-sentar a especificacao destas variaveis na Tabela 2mais adiante no quarto segmento deste artigo.

Nenhuma sistematizacao sera exaustiva e as maisabrangentes poderao ser problematicas por incluirmuitas dimensoes enquanto que as mais focadas ousetorizadas imporao risco de reducionismo. O mo-delo de Emerson e outros e uma excelente siste-matizacao do conceito de governanca colaborativa.Primeiro porque e abrangente (relativamente a di-versidade do conceito antecedente, no sentido deque

“synthesizes and extends a suite of conceptual

frameworks, research findings, and practice-based

knowledge into an integrative framework for col-

laborative governance... [and] synthesizes and

extends a suite of conceptual frameworks, rese-

arch findings, and practice-based knowledge into

an integrative framework for collaborative gover-

nance [...] The framework provides a broad con-

ceptual map for situating and exploring compo-

nents of cross-boundary governance systems that

range from policy or program based intergovern-

mental cooperation to place-based regional col-

laboration with nongovernmental stakeholders to

public-private partnerships”.

Segundo, porque e generico, no sentido de naoser setorizado,

“integrates knowledge about individual incentives

and barriers to collection action, collaborative so-

cial learning and conflict resolution processes, and

institutional arrangements for cross-boundary col-

laboration. It is presented as a general framework

that might be applied to analyses at different sca-

les, in different policy arenas, and varying levels

of complexity”

E terceiro porque apresenta um mecanismo cau-sal que embasa hipoteses, possibilitando que sejaoperacionalizado e testado.

Maturidade

Maturidade e um termo muito utilizado no campoprofissional e academico da gestao, particularmentenas areas de gestao de processos (Tarhan et al.,2016), gestao da qualidade (Boughzala y De Vre-ede, 2015), gestao de projetos (Costa y Ramos,2013), gestao do desempenho e tambem no campoda TI (Bititci et al., 2015). Estima-se que a origemde tais modelos tenha sido o Quality ManagementMaturity Grid (QMMG) de Crosby, 1979, criadopara avaliar a adesao de empresas aos princıpios dagestao da qualidade; assim como, posteriormente,modelos de maturidade na area de tecnologia dainformacao, destacadamente o Capability Matu-rity Model (CMM) ara engenharia de software nadecada de 60 (Boughzala y De Vreede, 2015).

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 5: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 15

Tab

ela

1:V

ari

aveis

do

modelo

de

govern

an

ca

cola

bora

tiva

de

Em

ers

on

eoutr

os

Th

eco

llab

ora

tive

Gov

ern

an

ceR

egim

eC

oll

ab

ora

tive

Dyn

am

ics

Coll

ab

ora

tive

Ou

tcom

esD

imen

sion

san

dco

mp

o-n

ents

Syst

emC

onte

xt

Dri

vers

Pri

nci

ple

dE

ngage-

men

t

Sh

are

dM

o-

tiva

tion

Cap

aci

tyfo

rJoin

tA

ctio

n

Ou

tpu

tsC

olla

bo-

rati

veA

ctio

ns

Imp

act

sA

dap

tati

on

Ele

men

tsw

ith

inC

omp

onen

t

Res

ourc

eC

ond

iti-

ons;

Pol

icy

Leg

alF

ram

ewor

ks;

Pri

orF

ailu

reto

Ad

dre

ssIs

sues

;P

olit

ical

Dyn

a-m

ics/

Pow

erR

e-la

tion

s;N

etw

ork

Con

nec

ted

nes

s;L

evel

sof

Con

-fl

ict/

Tru

st;

Soci

oec

onom

icC

ult

ura

lH

ealt

h&

Div

ersi

ty

Lea

der

ship

;C

onse

-qu

enti

alIn

venti

ves;

Inte

rde-

pen

den

ce;

Un

cer-

tain

ty

Dis

cover

y;

Defi

nit

ion

;D

elib

e-ra

tion

;D

eter

min

a-

tion

Mu

tual

Tru

st;

Mu

tual

Un

der

s-ta

nd

ing;

Inte

rnal

Leg

itim

acy

;S

hare

dC

om

mit

-m

ent

Pro

ced

ura

l/in

stit

uti

o-

nal

Arr

an

-gem

ents

;L

ead

ersh

ip;

Kn

owle

dge;

Res

ou

rces

Wil

ld

epen

don

conte

xt

an

dch

arg

e,b

ut

mig

ht

incl

ud

e:S

ecu

rin

gE

nd

ors

men

ts;

En

act

ing

Po-

licy

,L

awor

Ru

le;

Mars

hall

ing

Res

ou

rces

;D

e-p

loyin

gS

taff

;S

i-ti

ng/P

erm

itti

ng;

Bu

il-

din

g/C

lean

ing

Up

;E

nact

ing

New

Man

agem

ent

Pra

ctic

e;M

on

i-to

rin

gIm

ple

men

-ta

tion

;E

nfo

rcin

gC

om

pli

an

ce

Wil

ld

e-p

end

on

conte

xt

an

dch

arg

e,b

ut

aim

isto

alt

erp

re-

exis

tin

gor

pro

ject

edco

nd

itio

ns

inS

yst

emC

onte

xt

Ch

an

ge

inS

yst

emC

onte

xt;

Ch

an

ge

inth

eC

GR

;C

han

ge

inC

oll

a-

bora

tion

Dyn

am

ics

Fonte

:E

mers

on

etal.

(2012)

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 6: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

16 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

Muitos modelos de maturidade citam como re-ferencia a Teoria da Maturidade-Imaturidade, deChris Argyris (1969), que se refere a indivıduos eque muitos transpoem para organizacoes:

“a mature person is characterized for being active,

independent, self-confident and self-controlled; on

the contrary, an immature person is passive, de-

pendant, has lack of confidence and feels need of

control by others”.

Atribui-se a origem em Argyris de muitas de-rivacoes do conceito de maturidade, seja a ideia deplenitude, de preenchimento de lacunas e requisi-tos evolutivos que contribua para um estado me-lhor. Entretanto, nao ha um acordo a respeito deplenitude de que e para que finalidade, nocoes es-tas definidas de forma especıfica no ambito de cadamodelo de maturidade.

Fraser et al. (2002) afirmam que maturidade car-rega um significado intrınseco de “perfeicao”,

“conveying the notion of development from some

initial state to some more advanced state. Implicit

in this is the notion of evolution or ageing, sug-

gesting that the subject may pass through a num-

ber of intermediate states on the way to matu-

rity of maturity, with a description of characteris-

tic performance at various levels of granularity”.

A qualidade de maduro varia de acordo commultiplos objetos e casos. No que se refere aosmuitos modelos de maturidade nas areas descritasacima, maturidade esta associada a conformidadea um modelo de maturidade que define praticas eatributos em diferentes nıveis do que considera me-nos e mais maduro.

Para Dooley et al., 2001 e o CMMI Product Team(2002), a maturidade e o grau com que um pro-cesso ou atividade e institucionalizado e efetivadopor toda a organizacao. Desta forma, o nıvel dematuridade e um indicativo da sofisticacao, da es-tabilidade e frequencia com que praticas, tecnicase procedimentos padrao relacionados a uma areaespecifica sao adotados (Juca Jr y Amaral, 2005).

Para uma serie de modelos de maturidade emgestao de processos (De Bruin y Rosemann, 2005;Rosa dos Santos, 2003; Siqueira, 2017), tecnologia(Dourado, 2017), projetos (Brookes y Clark, 2009;PM Solutions, 2017), desempenho (Spitzer, 2007)e pessoas (Curtis et al., 2009) e muito comum adefinicao de estagios baseados em nocoes de nıveisde completude e frequencia, em ordem crescente dematuridade, relacionados a:

1. Metodos, processos, diretrizes nao definidos,repetitivas, incipientes ou eventuais;

2. Metodos, processos, praticas, diretrizes defini-dos;

3. Metodos, processos, praticas, diretrizes defini-das, controladas, previsıveis, geridas;

4. Metodos, processos, praticas, diretrizes emconstante melhoria gerando transformacoesvisıveis.

Fraser et al. (2002), tomando processos de traba-lho como objeto, desenvolveram uma tipologia demodelos de maturidade que inclui:

1. grades maturidade, onde as linhas contem umconjunto de praticas/atividades e as colunascontem uma descricao dos nıveis de maturi-dade. “The principal idea of the maturity gridis that it describes in a few phrases, the typi-cal behaviour exhibited by a firm at a num-ber of levels of ‘maturity’, for each of severalaspects of the area under study. This provi-des the opportunity to codify what might beregarded as good practice (and bad practice),along with some intermediate or transitionalstages.... Maturity grids tend to trade reso-lution (in terms of number of levels) againstrichness of description..” (Fraser et al., 2002)

2. modelos de maturidade de capacidade, que es-pecificam um conjunto de praticas chave parao alcance de um objetivo e as colunas contemuma descricao geral de maturidade para o con-junto, nao por pratica;

3. questionario com escala likert, onde a questaoe o enunciado de uma boa pratica e o res-pondente pontua a maturidade conforme aaderencia da questao. “Multi-point likert scalecould be regarded as a maturity grid butwith only one extreme level explicitly descri-bed (usually the top level), and other simpliedby anchors such as ‘strongly disagree’, ‘disa-gree’ and so on. It is left to the respondent tointerpolate without further guidance.” (Fraseret al., 2002)

A maioria dos modelos de maturidade defineestagios idealizados e os caracteriza por meio deescalas semanticas; muito mais que o grupamentode categorias encontradas por meio de observacao(Lahrmann et al., 2011). Aparentemente, o de-senvolvimento de modelos e instrumentos de men-suracao de nıveis de maturidade possui mais apeloque o teste de qualidade dos modelos subjacentes,

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 7: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 17

no sentido de se verificar se de fato ensejam opera-cionalizacoes validas de conceitos bem sistematiza-dos.

Ha muitas formas e propositos de aplicacao demodelos de maturidade: autoaplicacao, individualou em grupo; ou assistida por especialista. Agrande questao da aplicacao de modelos de maturi-dade e a necessidade de reducao de vies e de obje-tivacao, posto que as avaliacoes sao na maioria dasvezes qualitativas e baseadas em percepcoes – pormais fundamentadas que sejam em evidencias.

Ha tambem propositos de auditoria e certificacao,muitas vezes vinculados a incentivos meritorios oupecuniarios, e outros de aprendizado e melhoria.Independentemente do proposito ou do metodo deaplicacao, ha evidencias de que o efeito de discussaoem grupo ja gera benefıcios (Chiesa et al., 1996).

Ha muito pouco sobre metodologias de cons-trucao de modelos de maturidade.

“How are these grids constructed? The numberof levels is to some extent arbitrary, and dependson the ability to identify suitable labels or des-criptive text which clearly differentiate one levelor stage from the next.[...] grid-based tools tendto contain 4 levels, and some even contain 3”.

(e.g. Macbeth y Ferguson, 1994).

Becker et al., 2009 partem de princıpios daciencia do design (Hevner et al., 2004), voltadaa melhoria de capacidades de solucao de proble-mas por meio da criacao de artefatos inovadores,tais como construtos, modelos, metodos e expe-rimentacao/prototipacao (March y Smith, 1995),para estabelecer 8 requisitos para a construcao demodelos de maturidade:

1. Comparacao com outros modelos existentes.“The new model may also just be an impro-vement of an already existing one” (Zelewski,2007: 93-98);

2. Procedimento iterativo. O desenvolvimento domodelo deve seguir um passo-a-passo, podendoocorrer a repeticao de passos;

3. Avaliacao. Inclui a avaliacao de princıpios,premissas, utilidade, qualidade e efetividadede forma iterativa e com rigor cientıfico-metodologico. “Evaluation of all (interme-diary) results must be carried out with ap-propriate scientific methodology. Since diffe-rent methods may be used in the developmentof the artifact and in the evaluation of the

particular results, design science characteris-tically adopts a multi-methodological proce-dure.” (Hevner et al., 2004);

4. Procedimento multi-metodologico. O empregode uma variedade de metodos fundamentadose alinhados (March y Smith, 1995) traz dificul-dades e sugere um enfoque ontologico (Frank,2004);

5. Identificacao da relevancia do problema. Epreciso demonstrar a relevancia da solucao aoproblema que o modelo de maturidade trarapor intermedio de pesquisadores ou pratican-tes;

6. Definicao do problema. O domınio deaplicacao do modelo de maturidade, ascondicoes de aplicacao e os benefıcios almeja-dos devem estar claros antes da sua concepcao;

7. Apresentacao de resultados direcionada aosusuarios. A apresentacao do modelo de ma-turidade deve ser direcionada as necessidadesdos seus usuarios;

8. Documentacao cientıfica. Necessidade de do-cumentacao integral do processo de concepcao,considerando cada etapa, partes envolvidas,metodos e resultados.

Estes requisitos foram tomados como reco-mendacoes: houve identificacao de modeloscongeneres e comparacao entre eles; as etapas deoperacionalizacao foram iterativas, no sentido deque geraram e incorporaram ajustes; com metodoe rigor cientıfico em todas as suas etapas; com resul-tados potencialmente relevantes para praticantes eacademicos; e de forma documentada.

No caso da maturidade colaborativa, optou-sepela construcao de uma grade de maturidade ba-seada na frequencia e intensidade/plenitude (graude implementacao) com que os elementos do regimede colaboracao, conforme propostos por Emerson seapresentam.

Construcao do modelo e va-lidacao de conteudo

Um modelo de maturidade colaborativa busca men-surar o grau de maturidade (frequencia e intensi-dade) dos elementos de um regime de governancacolaborativa (conforme definido por Emerson). Aconstrucao do modelo, operacionalizando o conceitode regime de governanca colaborativa, seguiu os se-guintes passos:

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 8: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

18 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

1. Especificacao das variaveis do modelo deEmerson e seus atributos (Tabela 3);

2. Especificacao dos atributos de maturidade;

3. Definicao da forma de operacionalizacao dosatributos de maturidade relativamente aosatributos do regime de governanca colabora-tiva.

Os atributos obtidos a partir de Emerson e ou-tros passaram por uma traducao rigorosa para oportugues (na qual se buscou preservar o sentidono texto original e sua compreensao no idioma por-tugues do Brasil) e os enunciados representam ajus-tes semanticos com o intuito de recuperar/aclararo sentido de modo a serem convertidos em itens dequestoes.

Cabem tres observacoes em relacao aos ajus-tes. Primeiramente, uma questao de delimitacao:optou-se por suprimir as variaveis de contexto. Ori-ginalmente, Emerson definiu o regime de gover-nanca colaborativa como parte do contexto e nao ocontexto como parte do regime. Embora variaveiscontextuais possam, numa perspectiva sistemica,ter um carater determinıstico, incluı-lo implicariaem avaliar a maturidade do contexto e hipotetizarsobre relacao maturidade contexto e do regime degovernanca colaborativa. Emerson aborda questoescontextuais mas nao trata o contexto com maiorabrangencia e profundidade. Apenas lembra que haum contexto. Tratar o contexto como sugerido au-menta muito a complexidade do modelo, podendoser objeto de uma outra empreitada.

Segundo, buscou-se dar um tratamento maisexplıcito a dimensao cultura organizacional, queembora esteja claramente subjacente as demais,pode receber um tratamento mais sistematico comocomponente da capacidade de atuacao conjunta –muito inspirado no conceito de colaborarquias au-togeridas de Agranoff (2007).

Terceiro, a vinculacao da categoria impac-tos/adaptacao ao conceito de valor publico a par-tir de Moore (1995, 2011), nao apenas abordandoimpactos, mas tambem a extensao na qual os im-pactos foram valorados como satisfatorios pelos be-neficiarios em questao – esta questao aparecera naversao final do questionario.

Os atributos de maturidade sao intensidade efrequencia. Logo, considera-se mais madura a ex-periencia colaborativa que apresentar os componen-tes do modelo de governanca colaborativa de formamais frequente e intensa. A frequencia e uma proxyde habitualizacao, sugerindo um processo de ins-titucionalizacao baseado em objetivacao, habitua-lizacao e sedimentacao (Tolbert y Zucker, 1999).

A intensidade e uma forma de se abordar o atri-buto seminal da plenitude, em linha com a maioriados modelos de maturidade no campo da adminis-tracao.

A principal questao aqui e qual e melhor formade mensurar cada atributo, questao esta que, nestecaso, se reduz a duas principais alternativas: escalalikert ou escala semantica (grade) – assumindo-seque estas opcoes sao superiores a outras formas taiscomo notas atribuıdas pelos respondentes.

As escalas sao formas mais precisas de operaci-onalizacao, no caso, em se tratando de variaveisqualitativas, escalas semanticas.

“Las escalas garantizan mejor la ordinalidad alconsiderar las estructuras entre los Indicadores.Las reactivos de una medicion combinada puedentener diferentes intensidades en terminos de la va-riable. (...). En general, las escalas son superioresa los ındices porque toman en cuenta la intensi-dad con que los reactivos reflejan la variable quese mide. (...) Tanto el formato de Likert comoel diferencial semantico tienen mas rigor y estruc-tura que otros formatos de preguntas. Como di-jimos. estos formatos arrojan datos adecuados lomismo para ındices que para escalas. (...) En estepunto debemos recordar que una de las principa-les funciones de la construccion de una escala es lareduccion eficaz de los datos. Las escalas ofrecenuna tecnica para presentar los datos en forma re-sumida al tiempo que conservan tanta informacionoriginal como sea posible”.

(Babbie, 2000: 148-164).

A questao e que a adocao da escala semanticacomo alternativa de operacionalizacao implica-ria, em princıpio, na construcao de uma escalasemantica para cada um dos atributos da gover-nanca colaborativa, vezes dois atributos da ma-turidade, resultando num instrumento com cercade uma centena itens de resposta, excessivamentecomplexo. A solucao encontrada foi a construcaode uma matriz semantica simplificada, com enun-ciados sinteticos, em palavra unica, dispostos emsequencia de valoracao crescente (como que repre-sentando um contınuo ordinal de 0 a 3, delibera-damente sem opcao central, de modo a evitar atendencia de centro) e em blocos paralelos de atri-butos de maturidade que possam ser vistos lado alado na sequencia dos atributos de governanca co-laborativa.

Dessa forma, para cada atributo do modelo cor-responde uma questao (item de resposta), comcinco opcoes para cada atributo de maturidade:

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 9: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 19

Tabela 2: Especificacao detalhada das dimensoes, variaveis e atributos do modelo de Emerson, com

ajustes

Fonte: Elaboracao propria com base em Emerson et al. (2012)

Tabela 3: Especificacao detalhada das dimensoes, variaveis e atributos do modelo de Emerson, com

ajustes (continuacao)

Fonte: Elaboracao propria com base em Emerson et al. (2012)

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 10: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

20 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

1. relativamente a intensidade, quatro opcoes re-lativas a escala de significancia (insignificante,mal se nota, perceptıvel e contundente) e umaopcao “nao se aplica”; e

2. relativamente a frequencia, quatro opcoes re-lativas a escala de frequencia (nunca, algumasvezes, frequentemente e sempre) e uma opcao“nao se aplica”.

A definicao da forma de operacionalizacao dosatributos de maturidade relativamente aos atribu-tos do regime de governanca colaborativa estao naTabela 3, formato este que corresponde, pratica-mente, a forma de apresentacao do instrumentode mensuracao a ser aplicado – que, em formatoeletronico, devera disponibilizar, ao se clicar ascelulas de respostas, as opcoes aludidas para que orespondente possa marca-las. Observa-se ainda queaos atributos de cinco variaveis (incentivos para co-laborar, interdependencia e descoberta, criacao devalor publico e aprimoramento da colaboracao) naose aplica o atributo de maturidade “frequencia”,uma vez que as variaveis referem-se a eventos cir-cunscritos temporalmente no passado.

O proposito da validacao e fazer com que a men-suracao reflita o significado real do conceito emquestao. A validacao de conteudo e uma validacaosemantica ou de face para assegurar a qualidade:

1. dos termos, se sao fieis as variaveis conformeespecificadas e representam uma linguagemadequada;

2. da sintaxe, ou da disposicao dos termos (ver-bos e seus tempos, objetos) nas sentencas paraexpressar os significados; e

3. da semantica, em ultima analise o significado,a extensao na qual representam ou denotamo modelo sob operacionalizacao ou o alinha-mento entre a conceituacao, a definicao nomi-nal e a definicao operacional (Babbie, 2000).

A validacao de conteudo se deu de duas formas:painel de especialistas e aplicacao piloto em 12 ca-sos. A primeira consistiu na formacao de um grupofocal com especialistas em gestao do desempenho eem gestao colaborativa, grupo este que apos a lei-tura do texto de Emerson e outros (2011), partici-pou de uma discussao item a item, buscando aferira aderencia das sentencas ao modelo em termos deadequacao de termos e sintaxe, analise psicometricapara identificacao de questoes com duplo sentido(double-barreled), sentido dubio (confusing) e viesde resposta (leading questions) e analise de dife-rencial semantico das opcoes (a extensao na qual

sao bem entendidas e efetivamente diferenciam).As sugestoes do grupo focal implicaram na revisaode 90% das questoes e na criacao de duas novasquestoes, desdobradas de questoes consideradas deduplo sentido. Nao houve alteracoes nas opcoes deresposta.

A segunda validacao foi baseada na aplicacao pi-loto de um instrumento derivado da primeira es-pecificacao dos atributos das variaveis em 12 casosseletos para teste de fadiga e registro de duvidase sugestoes dos aplicadores e participantes. Inici-almente, o instrumento foi concebido para se apli-cado de forma individual ou grupal, embora refe-renciada a um mesmo caso – a experiencia cola-borativa ou o regime de governanca colaborativaque e a unidade observacional; portanto, e pre-ferıvel que o instrumento seja aplicado para dis-tintos participantes que representem a pluralidadede partes envolvidas em um regime de governancacolaborativa. No que concerne a aplicacao, asquestoes fundamentais sao proporcionar uma com-preensao homogenea entre os aplicantes e lastrearas respostas em evidencias de modo a se promoverobjetivacao em detrimento de subjetividade. As-sim, aplicacoes orientadas em grupos representati-vos (distintos participantes que representem a plu-ralidade de partes envolvidas), precedidas de ex-plicacoes, tendem a ser superiores a auto-aplicacoesindividuais, embora estas ultimas tambem sejamvalidas em termos do potencial de geracao de re-flexoes sobre melhorias necessarias. Em todo caso,a validacao convergente/discriminante podera tes-tar a qualidade de distintas formas de aplicacao.

Tambem e possıvel que o questionario seja deri-vado em outros instrumentos mais simples, a partirda agregacao de questoes em torno das variaveis domodelo de Emerson e outros; ou mesmo modelosmais detalhados, com uma escala semantica maisespecificada e exigencia de registro de evidencias.O uso podera determinar distintas derivacoes destaforma proposta de operacionalizacao do conceito degovernanca colaborativa, se com finalidade de pes-quisa, para efeito de capacitacao ou consultoria.

Uma ultima questao em relacao a operaciona-lizacao e a mensuracao, propriamente dita, no sen-tido de que a aplicacao do instrumento permitira aconversao de variaveis nominais em medidas ordi-nais intervalares (na medida em que a cada esco-lha nas escalas de frequencia e intensidade de cadaitem se associem valores), no sentido de se gerar umındice de maturidade colaborativa. Ha, nesse sen-tido, questoes metodologicas que devem ser trata-das de antemao, previamente a aplicacao, e outrasque requererao aplicacao em maior escala – emborao instrumento permita uma aplicacao totalmentequalitativa.

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 11: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 21

Figura 2: Pontuacao das questoes

No que se refere a pontuacao de cada questaopropoe-se uma escala quali-quant bidimensional (apartir dos dois atributos de maturidade: frequenciae intensidade) na qual cada dimensao varia de0 (zero) a (tres) e a pontuacao da questao cor-responde a multiplicacao das notas das duas di-mensoes, conforme ilustrado na Figura 3, indicandoas faixas de maturidade “maduro”, “intermediario”e “imaturo”. As questoes cuja dimensao frequencianao e contada pontuam-se pela nota da dimensaointensidade multiplicada por tres; e aquelas quepossuem opcoes “nao se aplica” marcadas deveraoser expurgadas no computo final.

Dessa forma, o ındice de maturidade colaborativaseria a media aritmetica simples das pontuacoesdos seis grandes blocos do modelo de Emerson eoutros (2011; 2015): direcionadores, engajamentocom princıpios, motivacao compartilhada, capaci-dade para atuar de forma colaborativa, acoes co-laborativas e impactos/adaptacao. As pontuacoesdestes blocos corresponderiam, por seu turno, amedia aritmetica simples das pontuacoes das res-pectivas questoes validas (excluıdas as opcoes “naose aplica”). Ao final, tem-se um ındice que variade 0 a 9 (podendo ser convertido em escalas de 0-10 ou 0-3) e permite o enquadramento de um re-gime de governanca colaborativa em tres faixas dematuridade interpoladas “maduro” (6 a 9 pontos),“intermediario” (2 a 4 pontos) e “imaturo” (0 a 1ponto), tambem ilustrados na Figura 3. O caraterintervalar das faixas e muito mais util no sentido deproporcionar discussoes em torno de acoes de me-lhoria para maturacao do que um numero absolutopara efeito de ranqueamento.

Outras questoes metodologicas relacionadas amensuracao so poderao ser ajustadas apos aaplicacao em maior escala, no sentido de quetecnicas estatısticas tais como analises de com-

ponentes principais e teste de Cronbach poderao,em alguma extensao, proporcionar a realizacaode testes de validade logica (se os atributos cer-tos estao incluıdos), de unidimensionalidade (senao se medem outros conceitos), de generali-dade/especificidade (se nao se identificam sub-tipos), de variabilidade (que valores indicam aexistencia do fenomeno) e bivariabilidade (se harelacoes bivariadas entre os itens). Tais verificacoespoderao tambem ser sugestivas de ponderacao entreos blocos ou questoes.

Consideracoes finais

Esta proposta e parte de um projeto de pesquisamais amplo que busca investigar a relacao entre ma-turidade colaborativa e desempenho de regimes co-laborativos. Nesse sentido, representa um pequeno,porem primeiro e significativo passo nesta direcao.Alem de possıveis aprimoramentos desta operacio-nalizacao, considera-se essencial o prosseguimentodos testes de validade do modelo proposto, prin-cipalmente no sentido de proceder-se a validacaoconvergente/discriminante a validacao nomologica,conforme propoem Adcock y D., 2001.

Desnecessario estender-se acerca das limitacoesde qualquer modelo e dos perigos de suas opera-cionalizacoes, ainda que busquem seguir o cami-nho metodico do rigor. Sempre ha decisoes ten-tativas cujo erro ou acerto apenas sera percebidonos proximos testes de validade.

Na medida em que uma operacionalizacao do mo-delo de Emerson e outros mature, sera possıvel efe-tuar aplicacoes em ampla escala e medir a maturi-dade colaborativa ao longo do tempo, buscando-secompreender melhor a dinamica temporal e contex-tual da governanca colaborativa.

Esta iniciativa podera beneficiar a academia, namedida em que pesquisadores dos meandros da go-vernanca colaborativa poderao dispor de um instru-mento confiavel, e tambem podera beneficiar muitoo universo de praticantes que lutam todos os diaspara fazer seus regimes colaborativos avancar.

Referencias

Adcock, R. y D., C. (2001). Measurement Validity.American Political Science Review, 95(3):529–549.

Agranoff, R. (2007). Managing within networks: Addingvalue to public organizations. Georgetown UniversityPress.

Agranoff, R. y McGuire, M. (2001). Big questions in pu-

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 12: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

22 Humberto Falcao Martins y Ricardo Ribas da Costa

blic network management research. Journal of publicadministration research and theory, 11(3):295–326.

Agranoff, R. y McGuire, M. (2004). Collaborative publicmanagement: New strategies for local governments.Georgetown University Press.

Agrawal, A. y Lemos, M. C. (2007). A greener revo-lution in the making?: Environmental governance inthe 21st century. Environment: Science and Policyfor Sustainable Development, 49(5):36–45.

Ansell, C. y Gash, A. (2008). Collaborative governancein theory and practice. Journal of public administra-tion research and theory, 18(4):543–571.

Axelrod, R. M. (2006). The evolution of cooperation:revised edition. Basic books.

Babbie, E. (2000). The basics of social research. Cen-gage Learning.

Becker, J., Knackstedt, R., y Poppelbuß, J. (2009). De-veloping maturity models for IT management. Busi-ness & Information Systems Engineering, 1(3):213–222.

Bentrup, G. (2001). Evaluation of a collaborative mo-del: a case study analysis of watershed planningin theIntermountain West. Environmental manage-ment, 27(5):739–748.

Bititci, U. S., Garengo, P., Ates, A., y Nudurupati, S. S.(2015). Value of maturity models in performance me-asurement. International journal of production rese-arch, 53(10):3062–3085.

Boughzala, I. y De Vreede, G.-J. (2015). Evalua-ting team collaboration quality: The developmentand field application of a collaboration maturity mo-del. Journal of Management Information Systems,32(3):129–157.

Brookes, N. y Clark, R. (2009). Using maturity modelsto improve project management practice. En POMS20th Annual Conference, volumen 1.

Bryson, J. M., Crosby, B. C., y Stone, M. M. (2006).The design and implementation of Cross Sector col-laborations: Propositions from the literature. Publicadministration review, 66(s1):44–55.

Chiesa, V., Coughlan, P., y Voss, C. A. (1996). Deve-lopment of a technical innovation audit. Journal ofproduct innovation management, 13(2):105–136.

CMMI Product Team (2002). Capability Maturity Mo-del Integration (CMMI), Version 1.1 Continuous Re-presentation.

Cooper, T. L., Bryer, T. A., y Meek, J. W. (2006).Citizen-Centered Collaborative Public Management.Public Administration Review, 6(66):76–88.

Costa, R. R. (2016). Governanca Colaborativa: Uminstrumento de avaliacao da maturidade dos regimesde colaboracao entre a sociedade e a administracao

publica. Dissertacao de mestrado profissional em ad-ministracao publica, Escola Brasileira de Adminis-tracao Publica e de Empresas da Fundacao GetulioVargas.

Costa, S. R. y Ramos, A. F. B. (2013). Modelo de Ma-turidade em Gerenciamento de Projeto: Um Estudode Caso Aplicado a Projetos de Petroleo e Energia.Sistemas & Gestao, 8(3):234–243.

Crosby, B. P. (1979). Quality is free. MacGraw Hill.

Curtis, B., Hefley, B., y Miller, S. (2009). People capabi-lity maturity model (P-CMM) version 2.0. Technicalreport.

Daniels, S. E. y Walker, G. B. (2001). Working th-rough environmental conflict: The collaborative le-arning approach.

De Bruin, T. y Rosemann, M. (2005). Towards a Busi-ness Process Management Maturity Model. En Bart-mann, D., Rajola, F., Kallinikos, J., Avison, D., Win-ter, R., y Ein-Dor, P., editores, Regensburg: ECIS2005 Proceedings of the Thirteenth European Confe-rence on Information Systems.

Dooley, K., Subra, A., y Anderson, J. (2001). Ma-turity and its impact on new product developmentproject performance. Research in Engineering De-sign, 13(1):23–29.

Dourado, L. (2017). COBIT 5: Framework de Gover-nanca e Gestao Corporativa de TI.

Emerson, K. y Nabatchi, T. (2015a). Collaborative go-vernance regimes. Georgetown University Press.

Emerson, K. y Nabatchi, T. (2015b). Evaluating theproductivity of collaborative governance regimes: Aperformance matrix. Public Performance & Mana-gement Review, 38(4):717–747.

Emerson, K., Nabatchi, T., y Balogh, S. (2012). Anintegrative framework for collaborative governance.Journal of public administration research and theory,22(1):1–29.

Emerson, K., Orr, P. J., Keyes, D. L., y McKnight,K. M. (2009). Environmental conflict resolution:Evaluating performance outcomes and contributingfactors. Conflict Resolution Quarterly, 27(1):27–64.

Fischer, R., Ury, W., y Patton, B. (1981). Getting toyes. Negotiating Agreement Without Giving in.

Frank, U. (2004). Referenzmodelle zur okonomis-chen Realisierung leistungsfahiger Infrastrukturenfur Electronic Commerce. WIRTSCHAFTSINFOR-MATIK, 46(5):373–381.

Fraser, P., Moultrie, J., y Gregory, M. J. (2002). Theuse of maturity models/grids as a tool in assessingproduct development capability. En IEEE Interna-tional Engineering Management Conference (IEMC2002): Managing Technology for the New Economy,pp. 244–249, Cambridge.

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)

Page 13: Um modelo de maturidade colaborativa: proposta inicial e ...laborativo, o engajamento construtivo inobstante as regras e estruturas de incentivos que imp~oem, induzem e obrigam agentes

Um modelo de maturidade colaborativa 23

Hevner, R., March, S. T., Park, J., y Ram, S. (2004).Design science in information systems research. MISquarterly, 28(1):75–105.

Innes, J. E. y Booher, D. E. (1999). Consensus buil-ding and complex adaptive systems: A frameworkfor evaluating collaborative planning. Journal of theAmerican planning association, 65(4):412–423.

Juca Jr, A. S. y Amaral, D. (2005). Estudos de caso dematuridade em gestao de projetos em empresas debase tecnologica. En ENCONTRO NACIONAL DEENGENHARIA DE PRODUCAO.

Koppenjan, J. y Klijn, E. (2004). Managing uncertaintyin networks: A network approach to problem solvingand decision making. Routledge, New York.

Lahrmann, G., Marx, F., Mettler, T., Winter, R., yWortmann, F. (2011). Inductive design of maturitymodels: applying the Rasch algorithm for design sci-ence research. En International Conference on De-sign Science Research in Information Systems, pp.176–191. Springer.

Leach, W. D. (2006). Collaborative public manage-ment and democracy: Evidence from western wa-tershed partnerships. Public Administration Review,66(s1):100–110.

Macbeth, D. K. y Ferguson, N. (1994). Partnershipsourcing: An integrated supply chain approach. Fi-nancial Times Management/Pitman.

March, S. T. y Smith, G. F. (1995). Design and naturalscience research on information technology. Decisionsupport systems, 15(4):251–266.

Milward, H. B. y Provan, K. G. (2000). How networksare governed. En Heinrich, C. J. y Lynn, L. E., edito-res, Governance and performance: New perspectives.Palgrave Macmillan, Washington, D.C.

Moore, M. (1995). Creating Public Value: Strategic Ma-nagement in government. Harvard University Press,Massachussets.

Moore, M. y Benington, J., editores (2011). Public va-lue: Theory and practice. Palgrave Macmillan, Ba-singstoke.

Olsen, M. (1965). The logic of collective action: Publicgoods and the theory of groups.

Ostrom, E. (1990). Governing the commons: The evo-lution of institutions for collective action. CambridgeUniversity Press, Cambridge.

PM Solutions (2017). What is the Project ManagementMaturity Model (PMMM)?

Pressman, J. L. y Wildavsky, A. (1973). Implemen-tation. How great expectations in Washington aredashed in Oakland. University of California Press,Berkeley.

Ring, P. S. y Van de Ven, A. H. (1994). Developmen-tal processes of cooperative interorganizational rela-tionships. Academy of management review, 19(1):90–118.

Rosa dos Santos, L. (2003). Gestao da maturidadede processos essenciais-convergencia para o futuro.RAE-eletronica, 2(1).

Selin, S. y Chevez, D. (1995). Developing a collabora-tive model for environmental planning and manage-ment. Environmental management, 19(2):189–195.

Siqueira, J. (2017). O Modelo de Maturidade de Pro-cessos: como maximizar o retorno dos investimentosem melhoria da qualidade e produtividade.

Spitzer, D. R. (2007). Performance Measurement Ma-turity. En Transforming Performance Measurement:rethinking the way we measure and drive organizati-onal success, pp. 177–195. AMACOM, New York.

Tarhan, A., Turetken, O., y Reijers, H. A. (2016). Bu-siness process maturity models: a systematic litera-ture review. Information and Software Technology,75:122–134.

Thomson, A. M. y Perry, J. L. (2006). Collaborationprocesses: Inside the black box. Public administra-tion review, 66(s1):20–32.

Tolbert, P. S. y Zucker, L. G. (1999). A instituciona-lizacao da teoria institucional. En Clegg, S., Hardy,C., Nord, W. R., Caldas, M. P., Fachin, R., y Fischer,T., editores, Handbook de Estudos Organizacionais.Atlas, Sao Paulo.

Wood, D. J. y Gray, B. (1991). Toward a comprehen-sive theory of collaboration. The Journal of AppliedBehavioral Science, 27(2):139–162.

Zelewski, S. (2007). Kann Wissenschaftstheorie behil-flich fur die Publikationspraxis sein? En Wissens-chaftstheoretische Fundierung und wissenschaftlicheOrientierung der Wirtschaftsinformatik, pp. 71–120.Berlın.

Rev. Est. de Polıticas Publicas, 2017, 5(junio)