Dra. Luciana de Cássia Martins Costa - Oncologista Clínica do Centro Oncológico - Hospital São Sebastião. CRMMG: 37.626

O câncer de mama ainda é uma doença com elevada incidência na população feminina. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 60.000 brasileiras receberão o diagnóstico de tumor de mama em 2018. Ele representa a maior causa de morte por câncer entre as mulheres. O câncer de mama não escolhe idade, sexo, raça, nível socioeconômico. Tanto mulheres jovens quantos as idosas estão sujeitas a desenvolver a doença durante a vida. Além disso, as mamas masculinas também são suscetíveis ao câncer, embora numa proporção bem menor que as mulheres.

O diagnóstico do câncer de mama traz consigo uma grande repercussão emocional, não só na vida das pacientes, mas também de seus familiares, gerando dúvidas e incertezas sobre o tratamento e a cura. Ainda existe grande preconceito envolvido no diagnóstico da doença. Sabe-se que apesar de vivermos, nos tempos atuais, em que há um grande avanço tecnológico no tratamento dos cânceres, especialmente no câncer de mama, a melhor arma no combate ao câncer ainda é o diagnóstico precoce da doença. Nessa fase a chance de cura é muita elevada, chegando a mais de 90%.

O câncer de mama é uma doença silenciosa e quando chega a gerar sintomas, já pode estar avançado. Por isso, devemos procurar pela doença antes que os sintomas apareçam. É importante a realização de exames para detectar o câncer quando ele ainda não é visível pelo médico e a paciente. O principal exame é a mamografia, que deve ser realizada anualmente por todas as mulheres após os 40 anos de idade. Mas, dependendo da faixa etária e da avaliação médica, outros exames, como o ultrassom das mamas, pode ser necessário. As mamas das mulheres também devem ser examinadas anualmente pelo médico, na busca de algum sinal que possa sugerir a possibilidade de câncer. O auto-exame também auxilia, pois a identificação de qualquer alteração recente na mama traz um alerta para que a mulher procure avaliação médica imediata. Porém, é importante esclarecer que nenhum método ou exame substitui a mamografia. O diagnóstico precoce do câncer de mama é a esperança de cura! Cuide-se!

Ervas e condimentos

Alho, alho-poró, cebola, hortelã cheiro-verde, alecrim, manjericão, orégano, gengibre, urucum e cúr-cuma, entre outros, podem agir em prol da saúde pois são temperos que possuem em sua composição subs-tâncias que controlam o desenvolvi-mento do câncer.

CrucíferosHortaliças crucíferas como bró-

colis, couve-flor, couve, repolho, agrião, folhas de mostarda, nabo e rabanete são fontes de substâncias que agem impedindo a evolução do câncer. Para preservar a “ação protetora” desses alimentos, é in-dicado o cozimento a vapor ou refogado rapidamente. Procure manter a ingestão diária de uma hortaliça crucífera.

Frutas

São fontes de vitaminas antioxi-dantes (A, C e E) e de fitoquímicos como carotenóides (encontrados no mamão, laranja, caqui) e polifenóis (encontrados no mirtilo, uva, moran-go). Esses compostos podem inibir a progressão de células cancerosas e eliminar substâncias carcinogênicas. Ingira em torno de 400g de frutas variadas por dia.Azeite e oleaginosas

O azeite extravirgem possui subs-tâncias que regulam o processo de multiplicação celular e seu consumo diário pode prevenir a instalação do câncer. Utilize 20 mL do azeite por dia em saladas e/ou em outros ali-mentos na hora de servir. Já as olea-ginosas (nozes, amêndoas, castanha do Brasil, castanha de caju) contêm selênio, um mineral com potencial de eliminação de células canceríge-nas. Consuma 2 unidades por dia.

Técnicas de preparo

Frituras, assados e grelhados são as principais fontes de ingestão de produtos de glicação avançada (AGE), e o excesso dessa substân-cia se associa a injúrias ao tecido, predispondo o organismo a doen-ças, como o câncer. Use essas téc-nicas de forma mais esporádica, dê preferência para preparações como cozidos e ensopados.

ProbióticosO equilíbrio da microbiota intes-

tinal com reposição diária de ali-mentos probióticos, como leite fermentado, Kefir e iogurte, tem ação benéfica no organismo. Os probióticos sintetizam alguns mi-cronutrientes, exercem efeitos imu-nomoduladores e podem antago-nizar a produção de toxinas, ações que aumentam a proteção contra o câncer. Consuma, diariamente, em torno de 80 mL de probióticos.

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O câncer de mama

BOLETIM ESPECIAL - Outubro Rosa e Novembro Azul

Ano 5 Ed. 58 - 31 de outubro de 2018

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Cuidar da saúde não tem idade nem gênero: a prevenção é a melhor ideia. É por isso que o Agros apoia o

Outubro Rosa e o Novembro Azul, duas campanhas internacionais que lembram a importância dos cuidados com

a saúde das mulheres e dos homens, respectivamente, em todas as fases da vida.

Para marcar este apoio, produzimos uma edição especial do Expresso Agros, com dicas de alimentação do

ProVida, programa do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Viçosa, que fornece apoio a pacientes

oncológicos e seus familiares, e duas reflexões sobre o câncer de mama e o câncer de próstata, de autoria da

Oncologista Clínica do Centro Oncológico do Hospital São Sebastião (Viçosa), Dra. Luciana de Cássia Martins

Costa.

Eliana Carla Gomes de Souza1, Maria Teresa Fialho de Sousa Campos1, Eduarda de Almeida Candian2, Aline Rosignoli da Conceição2, Ana Helena Moretto Capobiango2, Bhreendda’Hary dy Luar Prates Kiepper2, Bruna Paradelo Cardoso2.

A escolha sensata de alimentos é uma premis-

sa básica para compor a alimentação que auxiliará na

prevenção de doenças, dentre elas o câncer. Essa prática

deve perpassar também por reflexões acerca da aquisição

de gêneros alimentícios, pelo tipo de produção agrícola,

até o processamento final do alimento, antes de redu-

zi-la a uma simples “composição do prato”. Reflita um

pouco sobre estas questões: o que eu estou comprando

para alimentar o meu corpo? Como estou preparando

os alimentos que compõem a minha refeição? Quais os

alimentos podem ser indicados para auxiliar na preven-

ção do câncer?

No enfoque da campanha Outubro Rosa, seguem

algumas orientações para compor uma alimentação que

se configura na linha de melhoria da defesa natural do

organismo humano contra o câncer de mama.

Eles são mais saudáveis por serem produzidos com adubos naturais, sem adição de pesticidas, hormônios, antibióticos e, ou, outra substância não natural. Faça uso deles sempre que possível, pois incluir na alimen-tação diária os orgânicos é reduzir a exposição a estes produtos químicos que são carcinogênicos.

Alimentos in natura

Possuem menos aditivos alimentares e, por não serem processados, perdem menos vitaminas antioxidantes, como a vitamina C. Permita-se investir na elaboração de suas refeições! Dentre seus alimentos preferidos, faça escolhas adequadas para compor a arte da culinária.

Escolha de alimentos para impulsionar a defesa natural do corpo: uma atitude consciente para a prevenção do câncer de mama

Alimentos orgânicos

1. Professoras do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa – UFV, campus Viçosa.

2. Estagiárias do Programa ProVida do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV.

Produzido pela Assessoria de Comunicação do Agros | Ano 5 Ed. 58 - 31 de outubro de 2018 | FALE CONOSCO: asc@agros.org.br Diagramação: Bélit Medeiros Alves

Agros: previdência, saúde e qualidade de vida no presente e no futuro!

O licopeno, presente no tomate, é um carotenóide com efeito direto na função da próstata humana e com reconhecido potencial sobre a prevenção do câncer nesta glândula. Para o melhor aproveitamento do licopeno do tomate deve-se optar pelas preparações cozidas ou em molhos. O cozimento libera o licopeno, deixando-o mais disponível para o seu aproveitamento.

O componente picante (capsaicina) da pimenta tem efeito na autodestruição das

células do tumor de próstata e também na redução do PSA (Antígeno Prostático

Específico). Recomenda-se consumir 30mg da substância capsaicina. Isso

equivale a consumir, por exemplo, meia pimenta malagueta por dia. Contudo, pessoas

com tendências a gastrite ou problemas digestivos devem

evitar esse consumo.

A beterraba contém dois pigmentos (betalaína e antocianina) com ação antioxidante. A ingestão desses pigmentos pode resultar numa menor possibilidade de formação de câncer. Para melhor aproveitamento da beterraba indica-se utilizá-la crua, na forma de sucos ou saladas. Caso opte pelo cozimento, atentar para cozinhá-la com casca, reduzindo, assim, a perda de pigmentos. Em caso de sucos ou saladas cruas, consumir logo após o preparo.

O consumo regular do alho e alho-poró tem sido

associado à diminuição no risco de câncer de próstata.

O composto bioativo (dialiltrissulfeto) encontrado

nesses vegetais possui efeito no controle de novas

células tumorais, além de impedir a formação de

vasos sanguíneos dentro dos tumores. Outras substâncias

presentes no alho e alho- poró (ácido sulfênico e kaempferol)

agem inibindo os radicais livres que estão associados à carcinogênese.

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O câncer de próstataDra. Luciana de Cássia Martins Costa - Oncologista Clínica do Centro Oncológico - Hospital São Sebastião. CRMMG: 37.626

O câncer de próstata é a neoplasia mais incidente nos homens, após o câncer de pele não melanoma. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que em 2018, cerca de 68.220 homens receberão o diagnóstico de câncer de próstata, o que corresponde a 66 novos casos a cada 100.000 homens. Esta neoplasia apresenta vários perfis de agressividade, alguns pacientes portadores do câncer de próstata convivem com ele por muitos anos e chegam ao óbito vítimas de outras doenças. Em outras situações a doença apresenta-se de forma agressiva, podendo levar à morte. O diagnóstico na fase inicial é o caminho para cura.

Alguns fatores de risco para o câncer de próstata não dependem da vontade do paciente, como o aumento da idade, que eleva significativamente a incidência após os 50 anos, e a maior prevalência na raça negra. O histórico familiar de homens com parente de 1º grau (pai e irmão) acometidos pelo tumor, especialmente antes de 60 anos, pode elevar o risco em 3 a 10 vezes em relação à população em geral. Porém, outros fatores podem e devem ser modificados, como a prática regular de atividade física e a alimentação saudável com dieta rica em frutas e legumes e pobre em gordura, e o combate à obesidade, tabagismo e bebida alcóolica. Dois exames simples devem ser realizados de maneira concomitante, o toque retal, realizado pelo urologista para avaliação de possíveis alterações na próstata, e a dosagem do PSA (exame de sangue). Esses exames, quando associados, dão uma segurança de mais de 90% em se fazer um diagnóstico precoce da doença. Devem ser realizados a partir de 50 anos ou a partir de 45 anos, na presença de fatores de risco, mesmo na ausência de sintomas.

Felizmente, quando a doença é detectada em fase inicial, a chance de cura ultrapassa os 90%. Além de salvar vidas, a detecção precoce permite recuperar a alegria e a auto-estima dos homens, assim como o bem-estar de toda família. Por isso, recomenda-se aos homens que rompam com os seus preconceitos e procurem fazer seus exames periódicos.

A indicação desses alimentos no prato tem a finalidade de ressaltar a sua importância na ingestão, mas, não representa uma refeição

balanceada completa.

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O programa ProVida, do Departamento de Nutrição/UFV, campus Viçosa, fornece apoio a pacientes oncológicos e familiares da comunidade universitária e Viçosense. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: coordenacao.providaufv@gmail.com

Nutrindo a defesa do corpo na luta contra o câncer de próstata

Eliana Carla Gomes de Souza1, Maria Teresa Fialho de Sousa Campos1, Eduarda de Almeida Candian2, Maria Abreu Gott Cunha2, João Vitor Andrade2.

Nutrir o corpo para agir na prevenção do câncer de próstata

requer mais do que saciar a fome ou ter sensações de prazer

sensorial mediante a degustação de refeições visualmente

caprichadas, saborosas e nutritivas. Demanda agregar na

composição da alimentação diária, componentes nutricio-

nais que podem, de fato, impactar beneficamente o orga-

nismo no controle deste tipo de câncer.

As dicas alimentares elencadas a seguir podem ser úteis nas escolhas e combinações de ingredientes para a composição das refeições diárias. Sob o olhar da campanha “Novembro Azul”, agregar valor aos alimentos com potencial benefício na prevenção e no controle do câncer de próstata é agir em prol da defe-sa natural do corpo.

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Gengibre

É uma excelente fonte de vários compostos bioativos, como o ginge-rol, substância que lhe confere o gos-to característico. Possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antiproliferativas. No tratamento de pacientes oncológicos em quimiote-rapia, o gengibre tem sido incluído na alimentação por auxiliar na redu-ção de náuseas e vômitos.

É uma especiaria que possui a curcumi-na como principal constituinte, ela tem ação anti-inflamatória e antioxidante, propriedades que podem bloquear o crescimento de células tumorais.

Mantenha a ingestão de 02 xícaras de chá verde por dia. Uma quantidade de 240mL da bebida contém cerca de 200mg de catequinas.

O gengibre possui ampla versatilidade na culinária. Pode ser utilizado tanto em temperos de saladas quanto em sucos e chás.

Esta especiaria pode ser adicionada a preparações como aves e peixes, sopas e caldos.

Chá verde Cúrcuma (açafrão da terra)

REFERÊNCIAS

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional do Câncer – INCA, 2018. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco/alimentacao>. Acesso em: 19 set 2018.

Barreto AMC. Efeitos do gengibre (Zingiber officinale) em pacientes oncológicos tratados com qui-mioterapia. Com. Ciências Saúde. 2011; 22(3):257-270.

Lamarão RC, Fialho E. Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal. Rev. Nutr. 2009; 22(2):257-269.

Servan-Schreiber D. Anticâncer: prevenir e vencer usando nossas defesas naturais. Paris: Fontanar, 2007. (Título original: Anticancer – Prévenir et lutter Grace à nos défenses naturelles).

Pela ação de suas catequinas (antio-xidante) ele auxilia na prevenção de neoplasias malignas. Seu consumo também é indicado para controlar os mecanismos necessários à formação de novos vasos sanguíneos pelas células cancerosas, o que reduz o desenvolvi-mento do tumor e ajuda a conter a in-vasão destas células no organismo.

1. Professoras do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa – UFV, campus Viçosa.

2. Estagiários do Programa ProVida do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV.