UMA CASA, UM FREEZER, UM FOGÃO, UMA PIA E O TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES!

Na última 6ª feira (16ABR2010), em cumprimento de MANDADOS JUDICIAIS DE BUSCA E APREENSÃO realizados, a SOS Fauna em acompanhamento ao trabalho da 7ª Delegacia Seccional de Policia de Itaquera na casa do traficante de animais José Filgueira, ausente naquele momento, fora encontrado, inicialmente, em um freezer desligado, fechado, muito sujo e que estava em sua cozinha, um jabuti, em uma pequena caixa de papelão contendo sangue ao fundo, no escuro e sem alimentação.

José Filgueira que já havia sido detido com animais silvestres por sete vezes, também é vendedor de churrasco, bebidas alcoólicas em dose (em grande parte a pinga) e cigarros contrabandeados, no Aquário de Itaquera, zona leste de São Paulo, aos finais de semana. Durante a semana (2ª a 6ª feira) vende doces e também cigarros em frente a agência do banco Bradesco, também na zona Leste, sendo que nos dias em que trabalha no aquário ele ainda aproveita para vender animais silvestres vítimas do tráfico.

O jabuti, da forma como fora encontrado, na caixa, sem comida e com sangue provavelmente de carne que escorreu para o local. Em outra geladeira parte da carne que ele usava para fazer seus churrascos, onde mesmo congelada, havia um estranho odor.

E no fogão (acima) da casa de José Filgueira, fogão este que aparentemente não via água e sabão há pelo menos uns trinta dias, dentro do forno, encontramos um rato morto no papel adesivo (armadilhas para rato), em adiantado estado de decomposição, como podem ver na fotografia à direita.

SIMPLESMENTE NOJENTO!

Mas a busca pela casa de José continuou, e na parte de baixo da pia da cozinha, ao puxar para fora uma caixa de isopor que estava tampada, encontramos em uma água imunda, nada mais nada menos de CINQUENTA E NOVE TARTARUGAS que estavam prontas para provavelmente ser comercializadas no Aquário de Itaquera neste final de semana.

As fotografias deste slide já são das tartarugas na SOS Fauna, mais ainda precisamos providenciar um local maior para as mesmas, e estas tem que ficar sob cuidados veterinários, não ocorreu, até o momento, nenhum óbito.

Quem quiser de alguma forma colaborar , é só avisar, se manifestar.

Momento em que fomos buscar José Filgueira (camisa azul da Lacoste) em frente ao banco Bradesco da Av. Imperador, de camisa verde o policial Sidney algemando José que face ao seu passado e por constar em inquérito de formação de bando ou quadrilha foi preso em flagrante e levado à carceragem do 63º DP onde depois seria removido para o Centro de Detenção Provisória.

Acima, à direita , José Filgueira, o policial Sidney e a policial Luciana, mais abaixo, à direita, algemado, Luis Filgueira na viatura, contando que vende animais para pagar pensão alimentícia de um filho que ele tem fora do casamento.

Ainda na sexta feira, fomos em mais duas residências, onde em uma delas encontramos 22 aves silvestres na parte superior da casa, também objeto de MANDADO JUDICIAL.

O proprietário da casa na verdade tratava-se de um “rolista”, ou seja, uma pessoa que pratica atos do consumidor final do tráfico e do pequeno comerciante.

E para finalizar a sexta feira, ainda fomos à um local – constante no inquérito – mas que neste o tráfico de animais silvestres fora praticado com alta intensidade, pois havia por toda a residência dezenas de gaiolas, transportes de aves, amansadores de picharros, etc, porém, somente um coleirinha foi encontrado no local, o abandono e o pó das gaiolas apontavam para uma atividade que deveria ter parado, pelo menos naquele local, há mais de um ano. A única coisa que parece que o proprietário da casa ainda fazia, era caçar passarinhos, pois encontramos um estilingue e bolinhas feitas em barro para utilizar no estilingue, para matar passarinhos.

O local, há algum tempo atrás, certamente foi de grande movimentação de animais do tráfico.

Finalizando o final de semana, ainda recebemos no sábado, da Policia Militar Ambiental de São Paulo, mais algumas aves, objeto de apreensão na região de Cotia, pelo motivo de que infelizmente no que diz respeito ao pós apreensão , o estado e a União não vem dando a atenção necessária ao problema.

MAIS DO QUE LAMENTÁVEL,

ENTRISTECEDOR!!!