Uma leitura crítica dentro do Gênero Contos de fadas no ... · conto de fadas, por ser um texto...
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UMA LEITURA CRÍTICA DO GÊNERO CONTOS DE FADAS NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Mara Cristina Barbom Lopes1
Orientador: Jaime dos Reis Sant`Anna2
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da
implementação do Projeto PDE intitulado “Uma leitura crítica do gênero contos de
fadas no ensino de Língua Portuguesa”, cuja proposta foi à aplicação, nas aulas de
Língua portuguesa, de uma unidade didática com o gênero textual contos de fadas.
Tomou-se por base a proposição de incentivo à leitura através do gênero discursivo
e por meio da unidade didática. A proposta teve como objetivo contribuir para o
ensino de Língua Portuguesa como parte do Programa de Desenvolvimento
Educacional PDE do Estado do Paraná, no segundo semestre de 2011. Os
resultados revelam que há um interesse muito maior pela leitura quando usamos um
material didático interessante apresentado por meios de gêneros textuais, nesse
caso específicos o gênero textual contos de fadas. Pode-se concluir que é relevante
o ensino de Língua Portuguesa por meio de leitura de textos diferenciados e dos
gêneros textuais. Trabalhar com contos de fadas foi algo muito interessante e
prazeroso.
Palavras-Chave: Leitura; Gênero Textual; Contos de fadas.
ABSTRACT: This article aims to present the results of the implementation of the
PDE Project entitled "A critical reading the genre fairy tales in the teaching of
Portuguese Language"; whose propose was the application in Portuguese language
1 Professora de Língua Portuguesa e Lem (inglês) da Educação Básica da rede Pública do estado do Paraná, graduada em Letras pela faculdade Fafimam e pós graduada em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Inglesa, pela Fecilcam e Didática e Metodologia de Ensino pela Univale
2 Doutor em Letras pela FFLCH-USP; professor de Letras da Universidade Estadual de Londrina.
classes, a teaching unit with the fairy-tale genre. Was taken based on the proposition
to encourage reading through the genre and through the teaching unit. The propose
aims to contribute to the teaching of Portuguese as part of the Educational
Development Program PDE of Paraná, in the second semester of 2011. The results
reveal that there is a much greater interest in reading when using an interesting
didactic material presented by means of text genres, in this specific case, the fairy
tale genre. We can conclude that it is relevant to teaching Portuguese through
reading different texts and text genres. Working with fairy tales was something very
interesting and enjoyable.
1. INTRODUÇÃO
“Os contos de fadas são assim.
Uma manhã, a gente acorda
E diz: "era só um conto de fadas...”
E a gente sorri de si mesma.
Mas, no fundo, não estamos sorrindo.
sabemos muito bem que os contos de fadas
São a única verdade da vida." (Antoine de Saint-Exupéry)3
Pela experiência vivida como professora de Língua portuguesa podemos
concluir que a maioria dos alunos de escolas públicas se encontram desmotivados a
ler. Como os contos de fadas são uma variação do conto popular de fábula, estes
produzem um encantamento.
A pesquisa realizada através de um projeto e posteriormente aplicação do
material didático, justifica-se pela necessidade de despertar maior interesse dos
alunos, ainda crianças, da 5ª série ( hoje 6º ano) pela leitura e, particularmente, pela
literatura de contos de fadas, possibilitando a eles a exploração da sua própria
imaginação, pois é através da leitura que se formam cidadãos críticos e seletivos,
em busca de um melhor aprendizado sócio-cultural.
3 Nome completo: Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry, escritor françês, autor do livro “O pequeno Principe.”
O gênero escolhido para abordar o problema que este estudo permeia foi o
conto de fadas, por ser um texto geralmente mais curto, de cunho interessante, leve,
de rápida leitura e também por despertar o interesse do aluno pré adolescente que
está voltado a querer descobrir os mistérios da vida, pois de nada adiantaria
escolher um texto maravilhoso, porém muito extenso, que os alunos passariam a
aula inteira lendo, impossibilitando ao professor promover uma atividade
interessante e motivadora com a leitura. Além disso, bons contos costumam prender
o leitor logo no primeiro parágrafo, coisa extremamente importante para alunos da 5ª
série que estão apenas começando a ter contato com leitura de textos mais
abrangentes e assim dissipar a imagem negativa da leitura, que a maioria dos
alunos tem, como sendo “chata”.
Quem lê Cinderela não imagina que há registros de que esta história já era
contada na China, durante o século IX A.C. Pode se dizer que os “contos de fadas”,
na versão literária, atualizaram ou reinterpretam em suas variantes questões
universais como os conflitos de poder e formação de valores, misturando realidade
e fantasia no clima de “Era uma vez...”!
Por lidarem com conteúdos de sabedoria popular e com conteúdos
essenciais de condição humana é que esses contos de fadas são importantes,
perpetuando-os até hoje. Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de
ser criança, as carências (materiais e afetivas), as auto descobertas, as perdas, as
buscas, a solidão e encanto.
Segundo Cashdan “embora o atrativo inicial dos contos de fadas pode estar
em encantar e entreter, seu valor duradouro reside no poder de ajudar as crianças a
liderarem com os conflitos internos que enfrentam no processo de crescimento”.
A atividade de leitura das adaptações dos “contos de fadas” fez com que o
aluno pensasse livremente e levando-o a uma leitura crítica e despertando nele um
maior interesse pela leitura.
Segundo Bakhtin (1999), “o discurso é efeito de sentidos entre os
interlocutores, não é individual, ou seja, não é um fim de em si mesmo, mas tem sua
gênese numa atitude responsiva e outros textos”. (DCE-Língua Portuguesa, 2008, p.
63). Portanto, faz-se necessário a leitura e intertextualidade destes contos, o
despertar nos alunos o interesse pela leitura como algo agradável.
Trata-se, pois, não apenas de apoiar o aluno a superar suas dificuldades de
ler e interpretar, mas também mostrar o quanto é maravilhoso viajar por este mundo
dos contos e em uma linguagem mais interessante para seu tempo.
Sabe-se que a obra infanto juvenil deve propor temas interessantes que
prendem a atenção do leitor, sem uma linguagem complicada ou demasiada
simplificada que subestime sua capacidade de interpretação ou seu entendimento.
Nesse contexto: (...) No ato da leitura através do literário, dá-se o conhecimento da
consciência de mundo ali presente. Assimilada pelo leitor, ela começa a
atuar em seu espírito e conforme o caso dinamizá-lo no sentido de certa
transformação... Mas para que essa importante assimilação se cumpra é
necessário que a leitura consiga estabelecer uma relação essencial entre o
sujeito que lê e o objeto que é o livro lido. (Coelho, 2000, p. 51)
A importância da literatura infanto-juvenil é inquestionável para crianças e
jovens em idade escolar, pois desenvolve potencialidades mentais e espirituais,
tanto na área da linguagem, quanto da escrita. Contribui de forma expressiva para a
concepção integral do ser humano visto que proporciona uma reorganização das
percepções de mundo.
A convivência com textos literários permite que crianças e adolescentes
sejam mais bem capacitados, desenvolvendo o senso crítico e, assim relacionando
as obras lidas com a realidade vivenciada por eles próprios. O que faz com que esse
leitor dê asas a sua imaginação, tornando-se um personagem da história lida.
Pois segundo Bordini:
A literatura não se esgota no texto. Complementa-se no ato da leitura e o
pressupõe, figurando-o em si, através de indícios do comportamento a ser
assumido pelo leitor. Esse, porém pode submeter-se ou não a tais pistas de
leitura, entretanto e diálogo com o texto e fazendo-o corresponder a seu
arsenal de conhecimentos e de interesses. O processo de recepção textual,
portanto, implica a participação ativa e criativa daquele que lê, sem com
isso sufocar-se a autonomia da obra. (BORDINI; AGUIAR, 1993, p. 86).
Por estes motivos trabalhamos com intertextos do Conto Chapeuzinho
Vermelho, que sem dúvida fez com que estes alunos realmente se interessassem
pela leitura dos mesmos e produzissem outros intertextos.
O objetivo principal deste estudo é motivar o aluno a ler e gostar de ler para
formarmos seres humanos pensantes e assim continuarem lendo no decorrer do ano
letivo com prazer, não como uma imposição, podendo assim transformar o seu
mundo e também, quem sabe uma sociedade, propondo leitura de diversos
intertextos dos contos de fadas “Chapeuzinho Vermelho”; construindo junto com os
alunos conceitos morais sobre o que devemos fazer; relacionando os conceitos
aprendidos com fatos do cotidiano, estimular à leitura e fazendo comparações entre
os contos de fadas tradicionais e os contemporâneos destacando vários pontos
interessantes e comuns levando os alunos ao debate e produção dos mesmos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando lemos, sempre temos um objetivo, seja porque procuramos algo
que nos divirta e pelo prazer que a leitura traz, seja por razões práticas e definidas:
busca de aprendizagem, de fatos novos ou, simplesmente, por curiosidade. No
entanto, a compreensão de qualquer texto depende também do conhecimento já
adquirido pelo leitor e armazenado em sua memória, pois com essa experiência
prévia o processo de compreensão é facilitado dando significado ao texto (SOUZA et
al, 2005).
Compartilhamos com a visão de alguns estudiosos, a respeito de que a
perspectiva com a abordagem de gênero dentro da leitura colabora para um melhor
aprendizado dos alunos, tornando-os críticos e assim poder colocar suas idéias
dentro da sociedade em que vive.
Nesta pesquisa, vamos focar em uma das categorias distintas dentro da
literatura: o gênero contos.
A palavra gênero tem sido bastante usada pela retórica e pela literatura em
um sentido literário, reconhecendo os gêneros clássicos como, lírico, épico, e o
dramático; e os gêneros modernos, como o romance, a novela, o conto, o drama e
outros tipos que se podem encontrar dentro da literatura (MARCUSCHI, 2002).
Na visão de Marcuschi (2002), diferentes gêneros expandem-se de acordo
com o florescimento cultural de uma sociedade. Nos dias de hoje, por exemplo, com
a utilização frequente dos meios de comunicação e, em especial, do uso do
computador – possibilitando o acesso cada vez mais difundido à Internet – há uma
explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na forma oral
como na escrita. Assim, ainda segundo o autor, os gêneros surgem, situam-se e
integram-se funcionalmente nas culturas nas quais se desenvolvem e devem ser
caracterizados mais pela suas funções comunicativas, institucionais e cognitivas do
que por suas peculiaridades linguísticas e estruturais. Além disso, um gênero é de
difícil definição formal e, da mesma forma que surge em uma sociedade, também
pode desaparecer.
Ainda, na opinião de Marcuschi, é impossível comunicar-se verbalmente a
não ser por algum gênero, assim como também é impossível comunicar-se
verbalmente a não ser por algum texto. Afirmando também que ao se trabalhar com
gêneros textuais encontra-se uma ótima forma de se lidar com a língua e seus vários
usos cotidianos, pois tudo que é feito linguisticamente está dentro de algum gênero
textual.
Souza et al (2005), reconhece os gêneros textuais como sendo uma função
comunicativa que é reconhecida tanto social quanto culturalmente por uma
comunidade específica. Além disso, esses gêneros se caracterizam pela forma como
são organizados, pela estrutura gramatical e pelo seu vocabulário que deverá ser
adequado ao contexto social em que acontecem, identificando as características
próprias de cada gênero, possibilitando assim que o leitor consiga fazer uma leitura
mais eficientes, permitindo com que ele localize as informações com mais rapidez.
Segundo Bakhtin a linguagem é concebida como um fenômeno social,
histórico e ideológico, definindo um enunciado como uma verdadeira unidade de
comunicação verbal. As condições específicas de cada campo desta comunicação
geram um dado gênero e a característica estrutural específica de cada gênero é
limitada conforme as trocas verbais de quem participa do diálogo.
Tanto a situação comunicativa como aquilo que pode ser dito determinam o
gênero a ser utilizado; opostamente o gênero também define o que se pode dizer.
Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos: se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala; se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível (BAKHTIN, 2002, p.2830).
Sob essa perspectiva, “os gêneros do discurso organizam nossa fala da
mesma maneira que dispõem as formas gramaticais” (loc. cit., p. 49). Neles, veem-
se as manifestações sociais tal como ocorrem sendo retratadas, assim é que o
gênero conto nada mais faz do que relatar as ações que socialmente personagens
praticam conforme determinação de seu produtor, revelando o olhar tido sobre o
mundo num dado momento e lugar.
Esse que fala como sujeito é aquele que se posiciona ideologicamente a
discursos relacionados a outros discursos, que são manifestações comunicativas
interligadas por manifestações em comum. Dessa forma, conforme o contexto em
que a comunicação esteja inserida, seja o cultural, o político, o histórico, o religioso,
o econômico, ela pode assumir diferentes significações. Uma vez que a linguagem é
o espaço da subjetividade, de constituição e construção do sujeito, o discurso é a
linguagem em funcionamento, uma prática social contextualizada (BRANDÃO,
2004).
É assim que, de acordo com Brandão (1998, p. 12), "o ponto de articulação
dos processos ideológicos e dos fenômenos lingüísticos é, portanto, o discurso”. O
discurso é objeto de estudo e interesse da Análise do Discurso, que, segundo
Orlandi (2000, p.9), busca:
Problematizar as maneiras de ler, levar o sujeito falante ou o leitor a se colocarem questões sobre o que produzem e o que ouvem nas diferentes manifestações da linguagem. Perceber que não podemos não estar sujeitos à linguagem, a seus equívocos, sua opacidade. Saber que não há neutralidade nem mesmo nos usos mais aparentemente cotidianos dos signos.
A análise do discurso é um importante suporte teórico para fundamentação
das diversas análises e interpretações de gêneros de diferentes domínios
discursivos. Qualquer elemento da escolha da construção de um enunciado, o tema,
as palavras, as imagens, pode revelar a sua carga ideológica, a posição do sujeito e
a não imparcialidade. Para Orlandi (2000), a Análise do Discurso se assume como
teoria que se dispõe a perceber efeitos e explicar as suas relações com a realidade.
Essa nova prática de leitura - a discursiva consiste em considerar o que é dito em um discurso e o que é dito em outro, o que é dito de um modo e o que é dito de outro, procurando escutar o não-dito naquilo que é dito, como uma presença de uma ausência necessária (ORLANDI, 2000, p. 34).
É no discurso que a palavra ganha sentidos sempre novo. O discurso revela
as representações sociais. É nele que se encontram a relação ideológica e cultural
representativas do homem e da sociedade em seu cotidiano, nas relações de
assujeitamento por meio de marcas de manipulação, alienação, dominação e
controles religiosos, políticos.
Para a Análise do Discurso, as imagens e os signos são produzidos
conforme as relações sociais e de poder que se estabelecem historicamente. Desse
modo, o discurso social confronta-se com discursos da história e da própria
enunciação, materializando-se em enunciados, e muitas vezes confundindo a
própria realidade em aspectos ideológicos não explicitados pelos interlocutores.
Assim, em busca da explicitação dessas significações e ressignificações, que se
propõe como tema para este projeto de pesquisa é um aprofundamento em estudos
relacionados à reflexão e análise das formações discursivas e ideológicas dos
contos fantásticos de Poe, buscando evidenciar as relações sociais, históricas e
ideológicas do período em que as obras foram escritas oferecendo aos alunos
contato direto com o mestre dos contos de suspense e de medo, adicionando
também a leitura crítica e interpretação dos contos ao ensino da língua inglesa, que
está se tornando cada vez mais sinônimo de idioma universal.
A criticidade é um elemento que deve acompanhar o leitor e fazer com que
esse leitor compreenda que o que está escrito e possa fazer uma segunda leitura
nas entrelinhas do texto lido, posicionando-se com firmeza, concordando ou
discordando da mensagem que o texto traz, sem fazer distorção do mesmo,
trazendo significados e sentido ao que foi lido.
Sobre este aspecto, Kuenzer (2002) afirma que: “Ler significa em primeiro
lugar, ler criticamente, o que quer dizer perder a ingenuidade diante do texto dos
outros, percebendo que atrás de cada texto há um sujeito, com uma prática
histórica, uma visão de mundo (um universo de valores), uma intenção.”
Entretanto, a formação de um leitor crítico não é uma tarefa fácil, pois parte
do pressuposto que o professor também se encaixe nesse perfil, sendo que, se este
docente não tiver domínio e autonomia na leitura crítica, esta tarefa se tornará
inviável e sem sucesso.
A leitura sempre foi essencialmente fantástica como a magia, o
encantamento, as emoções, tudo isso foi resumido pelos contos que permanecem
até os dias atuais.
Graças ao trabalho de alguns escritores, entre eles: Charles Perrault, Hans
Cristian Handersen e os irmãos Grimm, têm muitos contos consagrados que
enriquecem a nossa literatura infantil como: Gato de Botas, O Patinho Feio, A Bela
Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, etc.
Trabalhar com contos de fadas nas escolas é uma atividade prazerosa para
todos os envolvidos no processo educativo, pois é um tema de grande aceitação
entre as crianças, de despertar interesse, envolvimento e participação dos mesmos.
Ao longo dos últimos cem anos, os contos de fadas e seu significado oculto
tem sido objeto da análise dos seguidores de diversas correntes de psicologia.
Sheldon Cashdan, por exemplo, sugere que os contos seriam “psicodramas da
infância espelhando lutas reais”.
Ainda conforme Cashdan, “alguns folcloristas acreditam que os contos de
fadas transmitem ‘lições’ sobre comportamento correto e, assim ensinam os jovens
como ter sucesso na vida, por meio de conselhos (...)”.
As versões infantis de contos de fadas hoje considerados clássicos,
devidamente expurgados e suavizados, teriam nascido quase por acaso na França
no século XVII, na corte de Luiz XIV, pelas mãos de Charles Perrault. Para Sheldon
Cashdan, em referências aos países de língua inglesa, a transformação dos contos
de fadas em literatura infantil (ou sua popularização) só teria mesmo ocorrido no
século XIX, em função da atividade de vendedores ambulantes (“mascates”) que
viajavam de um povoado para outro vendendo artigos domésticos, partituras e
pequenos volumes baratos chamado de cheapbooks. Estes cheapbooks eram
vendidos por poucos centavos e continham historias simplificadas de folclore e
contos de fadas expurgados das passagens mais fortes, o que lhes facultava o
acesso a um público mais amplo e menos sofisticado.
Mas até hoje estas histórias possuem um grande encantamento nas escolas
e isso nos levou ao desejo de desenvolver este trabalho!
A prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão.
Pelas diferentes práticas da leitura pode ficar sabendo quais são suas obrigações e
também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de
outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz. A leitura
destes contos de fadas contemporâneos abre este leque para uma reflexão de uma
forma muito agradável e através destas comparações este trabalho se torna muito
estimulante.
O que caracteriza o conto é o seu movimento enquanto uma narrativa
através dos tempos. O que houve na sua “história” foi uma mudança de técnica, não
uma mudança de estrutura: o conto permanece, pois coma mesma estrutura do
conto antigo; o que muda é a sua técnica Esta é a proposta, discutível, de A. L.
Bader (1945), que se baseia na evolução do modo tradicional para o modo moderno
de narrar. Segundo o modo tradicional, a ação e o conflito passam pelo
desenvolvimento até o desfecho, com crise e resolução final. Segundo o modo
moderno de narrar, a narrativa desmonta este esquema e fragmenta-se numa
estrutura invertebrada. Antes, havia um modo de narrar que considerava o mundo como um todo e conseguia representá-lo. Depois perde-se este ponto de vista fixo: cada um representa parcialmente uma parte do mundo que, às vezes. É uma minúscula parte de uma realidade ao dele. (A. L. Bader Wikipédia, 1992)
Para Cândido (1972) a literatura é vista como arte que transforma/humaniza
o homem e a sociedade. Ele afirma que a literatura por si só faz parte da formação
do sujeito, atuando como instrumento da educação, ao retratar realidades não
reveladas pela ideologia dominante.
A leitura transforma o “homem”!
Por isso trabalharmos com os intertextos dos contos de fadas é algo
maravilhoso, nelas falaremos de amor, amizade, ficção científica, humor. Claro, sem
esgotar os assuntos, mas mostrando sentimentos e instituições humanas, tão
importantes.
Pode se definir a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir
de outro texto já existente.
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que
dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida.
Evidentemente o fenômeno da intertextualidade está ligado ao
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor
e ao receptor de textos. (Wikipédia).
3. CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
A decisão de organizar uma Unidade Didática sobre “Contos de Fadas” foi
tomada em cima de uma preocupação em elaborar um material didático diferenciado
de um material tradicional apenas preocupado com construções gramaticais, e que
realmente despertasse o interesse dos alunos para querer conhecer o novo e
também a fim de atender às expectativas dos professores e que os subsidiassem
em relação aos gêneros, pensou-se na importância de envolver os alunos para que
esses realmente aprendessem e se interessassem pelo próprio processo de
aprendizagem de uma forma mais prazerosa. Problematizou-se também a
necessidade dos leitores, isto é, dos alunos, despertarem seu interesse pela leitura
em Língua Portuguesa.
Neste trabalho usaremos intertextos do conto “Chapeuzinho Vermelho”, pois
este possui um material riquíssimo para ser explorado. Entre muitos temos a análise
de Bruno Bettelheim, de acordo com ele a versão de “Chapeuzinho Vermelho”
escrita pelos irmãos Grimm tem entrelinhas- um apelo e caráter psicológico. Este
muitas vezes, não identificado por um adulto, porém normalmente fácil de ser
internalizado por uma criança. (Infoescola-navegando e aprendendo) 25-04.
Lendo também o livro de Jaime dos Reis Sant’Anna nos aprofundamos em
elementos gramáticos sobre os quais os mecanismos intertextuais agem e são
agrupados pelo estudioso francês “Claude Bouché”, numa relação de supressão,
acréscimo, deslocamento, translocução e inversão, podemos então trabalhar estes
elementos dentro dos intertextos.
O material foi apresentado aos professores do Grupo de Trabalho em Rede
(GTR) 4, que puderam dar suas opiniões e idéias a respeito das atividades
propostas no material.
Os fundamentos da proposta de um trabalho baseado em gêneros, que
foram compartilhados com os professores do GTR deram continuidade a várias
discussões e estudo mais aprofundado, especificamente a respeito dos contos de
fadas. Pode-se dizer que o trabalho com o GTR foi de grande valia no
desenvolvimento desta pesquisa, uma vez que com o auxílio e opiniões desses
professores, obteve-se uma visão geral do quadro do ensino de Português dentro do
Estado do Paraná. Através do contato com esses professores, dos vários
depoimentos e levantamento de dados foi possível encontrar caminhos que
elucidassem questionamentos e propiciassem esclarecimentos a respeito das
dúvidas que ainda existia quanto á aplicação do material didático.
O mais importante neste Grupo de Trabalho em Rede é saber que a maioria
dos professores também sente angústias e frustrações em relação ao ensino e
aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa, no que se trata na parte de leitura,
assim como podemos ver nos relatos a seguir:
“Olá professora Mara. ! Este seu projeto é contagiante,essa metodologia vai contribuir muito,já que estamos diante de alunos desinteressados pela leitura critica. Essa proposta traça estratégias adequadas a cada especificidade e necessidade dos alunos sem interesse pela leitura e também escrita.O olhar atento do professor irá ajudar a identificar e tentar amenizar a questão antes que o aluno acabe sem auto-estima e desestimulado de estudar.Sabemos que as crianças tem grande facilidade de assimilação, e como a Literatura Infantil desponta-se como viga mestra no exercício do intelecto da criança,principalmente quando se fala em contos de fadas,a criança é levada inconsciente a refletir acerca de vários personagens vindas de muitos fabulares,criando reflexão e recriando. Vale ressaltar que além dos aspectos positivos abordados,é fundamental motivar nossos alunos com esta metodologia,pois devemos sim motivar nossos alunos para despertar o prazer pela leitura.” ( Suzan) 5
4 Os Grupos de Trabalho em Rede (GTR) constituem-se em atividade do Programa de desenvolvimento Educacional (PDE) e caracterizam-se pela intervenção virtual entre o Professor PDE e demais professores da rede pública estadual. Este formato de interação busca efetivar o processo de formação continuada de professores, promovido pela SEED/PDE, tendo como tutor o professor PDE conforme sua disciplina ou área de seleção no Programa.
5 Nos depoimentos dos professores participantes do GTR usaremos nomes fictícios, para que seja preservada a identidade de cada professor.
“É importante considerar que o gênero em questão exerce uma influência muito benéfica na formação do aluno por lidar com conteúdos de sabedoria popular e com conteúdos essenciais de condição humana. E com isso, o educando aprende a enfrentar e vencer obstáculos. E com a contribuição desse projeto que visa resgatar o interesse da leitura, através do gênero abordado tem a oportunidade de valorizar os saberes trazidos pelos educandos e como apoios vivenciarão uma história fictícia, a qual aborda a importância dos contos de fadas na vida dos educandos desenvolve o interesse, o hábito e o prazer pela leitura fazendo que não seja uma obrigação, mas sim um prazer.” (Ana Laura.)
È importante também mostrarmos aqui, alguns relatos de Professores que no
decorrer do curso (GTR), fizeram uso do material didático e concluíram que o
trabalho com contos de fadas, se torna muito prazeroso e motivador, despertando no
aluno o gosto pela leitura.
“Há muitos e muitos séculos crianças de todo o mundo ouvem e leem histórias de príncipes, objetos mágicos, lobos malvados, fadas encantadas, lenhador solidário, menina de capa... Com a presença nos textos dos personagens citados, crianças e adolescentes sentem atração por esse universo apresentado pelos professores em sala de aula e em alguns casos pela família. Com essas narrativas, o professor conquista os alunos para a leitura de modo que eles compreendam o que leem, que aprendam a ler o que não está escrito, identificando elementos implícitos e consigam relacionar o texto lido com outros textos. O ensino de língua portuguesa através do conto permite conhecer valores presentes nos textos e relacioná-los com a realidade que o aluno encontra-se inserido e com os fatos vivenciados por ele. Na história de Chapeuzinho Vermelho há um alerta para as crianças de não se envolverem com pessoas estranhas representada pela figura do lobo e não desobedecerem às ordens dos pais. “O adolescente quando se sente atraído por contos de fadas, interessa-se pela leitura e compreensão e pede ainda para conhecer mais histórias ou indicações de livros, cujos títulos contemplem situações narradas e personagens parecidos ou quase iguais das histórias que leu.” (Carla.)
“Projeto como este nos ajuda neste trabalho que infelizmente está tão árduo que é incentivar e estimular nossos alunos a gostarem e apreciarem a leitura. E atualmente os contos de fada e seus intertextos são ótimos recursos para fazermos com que nossos alunos percebam que a leitura é prazerosa, que viajar no mundo da imaginação é algo fantástico. E é muito gratificante quando vemos nossos alunos frequentar mais a biblioteca, tiver prazer ao emprestar um livro e lerem. E projetos assim nos ajudam muito porque podemos trocar ideias, aprender novas formas de incentivar os alunos e também contribuir com nossas ideias para ajudar nossos colegas. O professor que gosta de ler e é um leitor já começa com o pé direito, pois quando gostamos de ler passamos isto aos nossos alunos e acabamos por incentivá-los pelo exemplo. Boa viagem a todos no mundo da imaginação que a leitura nos proporciona.” (Cintia)
“Trabalhar com intertextos é realmente prazeroso e muito produtivo. Os alunos descobrem coisas novas e nós, professores, passamos a entendê-los um pouco melhor.” (Camila)
“O material impresso colorido acentua a motivação, pois estimula de certa forma, o lúdico, e permite ao aluno utilizar-se da linguagem não-verbal, a qual possibilita a sua própria leitura, expressando suas observações, (aspecto esse, que deve ser bem explorado com a faixa etária, a qual se destina o projeto), antes mesmo da linguagem verbal, a ser explorada posteriormente pelo professor-aplicador. Quando é oportunizado ao aluno relatar suas próprias experiências, ficamos surpresos com a contribuição mensurada por sua vivência.” (Tais)
“Já trabalhei com projetos e sempre acho que valem a pena, os alunos se interessam e participam com mais entusiasmo. Gostei muito do resultado da aplicação deste projeto, achei que participaram com interesse, trouxeram contribuições importantes para a sala que gerou muitas discussões, como seus medos, seus sentimentos, o relacionamento com suas avós, aí entramos em um assunto muito comum nos dias de hoje, avós que viram mães, foi muito bom, achei que valeu a pena.” ( Caroline)
“Eu já trabalhei com algumas facetas do seu projeto e posso garantir que, como você comenta, o resultado é muito positivo. Percebemos a criança se "abrindo" para um mundo que, infelizmente, nem sempre faz parte do seu cotidiano. É muito prazeroso para o aluno entender que ele pode, por meio dos contos de fadas, trabalharem seus conflitos, emoções, revoltas e possíveis tristezas. Sem falar quando ele descobre um interesse maior pela leitura e quer "devorar" os livros que pode.” (Ana)
“Aplicando o método proposto, é possível dar o primeiro passo de uma longa caminhada com o escopo de despertar nos alunos o gosto pela leitura, pois iniciando com os contos de fadas, os alunos não são abordados pelos grandes clássicos da literatura, os quais são extensos e compilados por uma linguagem erudita, estes que deveriam fazer parte do cotidiano dos alunos em uma etapa conseguinte, quando os alunos, após as atividades propostas já obtiverem interesse para darem sequência gradativa e evolução a sua carga literária. As ações propostas nessa Produção-Didático-Pedagógica contemplam o desenvolvimento de atividades pertinentes a interpretação-oralidade-escrita que é relevante na aquisição de conhecimentos de língua, nesse caso, a língua portuguesa. Desse modo, o aluno poderá assimilar, não somente a leitura e a interpretação, mas também, a oralidade e a escrita, desenvolvendo assim, todas as habilidades da língua. Entretanto, a aplicabilidade dessas ações tem resultado em melhora no que concerne à leitura em minha escola, pois meus alunos estão mais motivados, curiosos e sedentos por mais histórias.” (Elza.)
4. RELATO DA IMPLEMENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO COM ALUNOS DO SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL IDÁLIA ROCHA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO:
As experiências relatadas nesta pesquisa são o resultado de doze horas
aulas, ministradas em uma turma de 5ª série (6º ano) do ensino fundamental, turno
da tarde, do Colégio Estadual Idália Rocha. Essa turma é normal às características
de escolas públicas do estado do Paraná e dentro dos parâmetros curriculares,
contendo 19 alunos, sendo na sua maioria meninas. A carga horária de Língua
Portuguesa nesta turma era de quatro horas aulas semanais, onde eram trabalhadas
2 horas aulas dentro do conteúdo básico da turma e a aplicação do material didático
em 2 horas aulas.
Este trabalho teve como base o conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho”,
porém o objetivo principal foi trabalhar com intertextos de alguns autores, tai como:
Irmãos Grimm, Chico Buarque de Holanda, Pedro Bandeira e Charles Perrault,
sendo que este último foi apenas comentado dados sobre o autor, pois a versão do
autor não era adequada para idade/série em questão.
Inicialmente apresentamos o projeto aos alunos, explicando que o objetivo
do mesmo era despertar-los ao gosto pela leitura, desenvolvendo neles a criticidade.
A seguir, passamos o filme “Deu a Louca No Chapeuzinho Vermelho”,
dando continuidade com questões orais sobre o filme, onde eles puderam expor
suas idéias e opiniões sobre a avó do filme e também sobre suas avós. Houve um
grande envolvimento dos alunos nesta atividade, pois se sentiram importantes ao
poder expressar suas opiniões e histórias familiares e podendo também interagir
com seus colegas de classe.
Trabalhamos uma pequena biografia dos Irmãos Grimm, para que os alunos
conhecessem um pouco dos grandes autores dos contos de fadas, ainda muito
presentes em suas vidas. Logo após foi entregue o texto original do conto
Chapeuzinho Vermelho, com imagens coloridas para que o texto se tornasse mais
atrativo para os alunos. Cada aluno fez uma leitura silenciosa do conto para poder
se inteirar do mesmo, seguindo de uma atividade escrita sobre a interpretação do
texto. Após o termino das atividades, oralmente, cada aluno colocou suas respostas
e assim houve uma troca de idéias.
Dando sequência, trabalhamos com Chico Buarque de Holanda, sua
biografia e intertexto “Chapeuzinho Amarelo”. O texto completo também continha
imagens coloridas e foi entregue individualmente, após a leitura os alunos fizeram
uma interpretação escrita, na correção eles expuseram suas idéias oralmente e
também falaram sobre seus medos, comparando-os com os do Chapeuzinho
Amarelo. Houve aqui uma grande interação da turma, sendo gratificante tanto para
eles quanto para nós. Em contradição ao texto acima, apresentamos outro intertexto
“Chapeuzinho Amarelo III “6, onde a menina enfrenta todos os medos e os
transforma em brincadeiras.
Em outra aula, trabalhamos com atividades coloridas e lúdicas
diversificadas, envolvendo os vocabulários dos textos estudados, onde cada aluno
trabalhou individualmente, pois o colorido e atividades em forma de jogos chamam
muito a atenção de alunos nessa faixa etária. Essas atividades foram corridas no
quadro negro, e em cada acerto, podíamos ver a expressão de alegria e satisfação
no rosto de cada aluno.
6 Posted in Diversão at 01:41 by Karina
Outro intertexto trabalhado com os alunos foi “Senhorita Vermelho” de
Pedro Bandeira, por ser um texto muito diferente ao original, pudemos ver um
grande interesse dos alunos na leitura do mesmo, pois eles queriam saber como
terminaria aquela história tão estranha a eles e tão divertida. Em seguida
trabalhamos com a interpretação escrita do texto e podendo até dar uma nova
versão, formando um novo intertexto.
Depois dos trabalhos com todos os intertextos, trabalhamos com atividades
gramaticais, destacando os substantivos e adjetivos, todas as atividades eram
relacionadas aos textos propostos.
Para finalizarmos a pesquisa proposta, foi entregue aos alunos o início de
dois intertextos “História ao contrário” e “ Chapeuzinho vermelho na versão da vovó”,
para que eles escolhessem um deles e como produção textual, eles deveriam
continuar a história, no entanto , houve uma grande surpresa quanto à aplicação
desta atividade, pois os alunos se sentiam muito empolgados com o projeto, que
decidiram fazer as duas produções.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retomando as considerações da implementação do projeto “Uma leitura
crítica do gênero contos de fadas no ensino de Língua Portuguesa”, pudemos
concluir que trabalhar com Contos de Fadas e seus intertextos nas aulas de Língua
Portuguesa é muito agradável e gratificante. Essa atividade traz um grande estímulo
para que o aluno adquira gosto pela leitura, motivando-o a ler com maior frequência
e também tornando-os leitores mais críticos.
Constatamos que apresentar um material mais lúdico, faz com que os
alunos tenham maior interesse a desenvolver a leitura e suas respectivas atividades,
assim pudemos concluir que o projeto proposto atendeu às expectativas esperadas,
no entanto este trabalho diferenciado deverá ter uma continuidade para que isto não
se torne apenas um material isolado, e que possa levar os professores de Língua
portuguesa a uma reflexão e conscientização de que temos o poder de tornar o
nosso aluno leitor mais crítico e preparado para a integração na sociedade, mas que
isso também seja para o aluno algo gratificante e prazeroso.
REFERENCIAS:
BAKHTIN, Mikahail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Trad. Vera. Frateschi. São Paulo, Hucitec, 2002.
BRANDÃO, Helena. H. Nagamine. Introdução à análise do discurso. São Paulo: Pontes, 2004 GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 1987. KUENZER, Acacia (Org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 3ª ed. Cortez, 2002.
KUPSTAS, Marcia. As sete faces do Conto de Fadas. São Paulo: Moderna, 1995. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva.; MACHADO, Anna Raquel.; BEZERRA Maria Auxiliadora. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002,
OLIVEIRA, Cristiane Madanelo. A Literatura Infantil. Disponível em:<http://www.graudez.com.br/litinf/origens.htm> Acesso 01 ago 2010. ORLANDI, Eni P. Análise do discurso. Princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2000.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Superintendência da Educação Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2008. SANT’ANNA, Ana Lúcia. Navegando e aprendendo. Disponível em: <http://www.infoescola.com> Acesso 30 jul. 2010. SANT'ANNA, Jaime dos Reis. Literatura e ideologia. São Paulo: Novo Século Literário, 2003. SILVA, Jair Militão da. A autonomia na escola pública: a re-humanização da escola. Campinas: Papirus, 1996. SOUZA, Adriana Grade Fiore; ABSY Conceição A.; COSTA Gisele Cilli da; MELLO Leonilde Favoreto de. Leitura em língua inglesa: Uma abordagem instrumental. São Paulo: Disal, 2005
APENDICES APENDICE I
Atividade oral feita após os alunos assistirem o filme “Deu a louca no Chapeuzinho
Vermelho”.
1) Vocês gostaram do filme? 2) Vocês acharam o filme em comum com a história que seus pais contavam? 3) Vocês daria o mesmo final para o filme? 4) Que outro nome você daria para o filme? 5) Em que momento do filme você conseguiu identificar o vilão da história? 6) Quais as características que você identificou na vovó do filme? O que sua vovó
tem em comum com a avó da Chapeuzinho?
APENDICE II Perguntas feitas aos alunos depois da leitura do texto “ Chapeuzinho Vermelho” (
Irmãos Grimm)
Vamos responder as questões? 1) Nesta história, Chapeuzinho se saiu melhor? 2) Você prefere esta, ou a outra história? Porquê? 3) Você mudaria algo nessa história? O quê?
APENDICE III
Atividade escrita, após a leitura do intertexto “ Chapeuzinho Amarelo” ( Chico
Buarque de Holanda)
Escrevendo 1) Qual o título do texto? 2) De que a Chapeuzinho tinha medo? 3) E você tem algum medo? De que? 4) Você acha que tem algum motivo para ter medo? 5) Quem é o autor dessa história?
APENDICE IV
Interpretação do intertexto “ senhorita Vermelho” ( Pedro Bandeira) Interpretando 1) Você já conhecia esta visão do conto Chapeuzinho Vermelho? 2) Você acha que Chapeuzinho Vermelho ficou mesmo solteira? 3) Por que você acha que o autor disse que Chapeuzinho ficou gorda? 4) Porque Branca de Neve acha que sua história é mais bonita? Você concorda? 5) Como você escreveria o futuro de Chapeuzinho?
APENDICE V
Avaliação I :
Você tem agora o começo de duas histórias, escolha uma delas e continue usando
toda sua criatividade.
HISTÓRIA AO CONTRÁRIO
Esta é a história de Zé Lobinho.
Um dia ele encontrou a malvada Chapeuzinho rosa que perguntou:
— Oi Zé Lobinho! Para onde você vai?
O Zé Lobinho respondeu:
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APENDICE VI
Avaliação II :
CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO DA VOVÓ
Queridos amigos, há muito tempo vocês ouvem falar da história de Chapeuzinho
Vermelho. Pois bem, aqui quem vos fala é a vovó. Cansei de escutar conversinhas,
coisas que inventaram a meu respeito, a respeito do lobo e de Chapeuzinho
Vermelho, por isso, resolvi contar-lhes toda a verdade.
Bom, o lobo cuidava muito bem da floresta e tentava mantê-la sempre limpa, mas
tão limpa, a ponto de não querer que ninguém passasse por lá.
A minha netinha a Chapeuzinho Vermelho era uma criança muito_______________
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