Unasp em Revista | Jan.-Fev. 2016

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Jan-Fev 2016 | Ano 1 Edição de Lançamento Passado, Presente e Futuro Concerto inédito reúne o melhor da música e da história do Unasp

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Revista institucional do Unasp campus São Paulo. Edição de lançamento do novo projeto editorial. Fique por dentro do que acontece no Unasp de forma interativa e conectada ao universo educacional. Conheça também nossos cursos e novidades deste campus.

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Jan-Fev 2016 | Ano 1 Edição de Lançamento

Passado, Presente e FuturoConcerto inédito reúne o melhor da música e da história do Unasp

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Ana PaulaJornalista e Assessora de Comunicação

Expediente Direção Geral Douglas MenslinEditor e Jornalista Responsável Ana Paula Ramos MTB 45149/SPRevisão Ana Paula Souza e Diane AndradeRedação Ana Paula Ramos e Murilo PereiraColaboradores Gésia Ruckdeschel, Kimberly Cruz, Lucas Rocha, Tainá Macedo e Marcos Eduardo Gomes de LimaFotografia Wilson Produções, Murilo Pereira, Devson Lisboa, Kelly Millhomens, Gésia Ruckdeschel, Tainá Macedo, Alisson Rocha e Jurandir FerreiraDesigners Gráficos Marlon Miranda, Devson Lisboa e Kelly MillhomensProjeto Gráfico e Diagramação Carlos André Silva

Acontece

Arte e Música

Entrevista

Capa

Educação Básica

Ensino superior

Pós e extenção

Ponto de Fé

Unasp em Missão

Mundo Unasp

Nossa História

Em Foco

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Expediente

Nosso desafio na apresentação da primeira edição do Unasp em Re-vista, no começo de mais um ano letivo que abre um novo século de existência na maior instituição de ensino adventista do mundo, foi enorme. Assim como a extensão dessa primeira frase neste editorial. As comemorações do centenário do Unasp campus São Paulo continua-ram no segundo semestre de 2015 em mais de 50 eventos, que, juntos, representam a grandeza desta insti-tuição em suas principais frentes de atuação: acadêmica, musical, artís-tica, social e espiritual. Esta é a primeira edição do Unasp em Revista, sendo também o pri-meiro editorial na função em que ocupo atualmente junto à equipe de Comunicação e Marketing do Unasp-SP. O Unasp em Revista abre esse novo ano trazendo a você apenas um vislumbre do que esta institui-ção tem de melhor a oferecer em todos os níveis de ensino e do que vai “muito além do ensino”, pas-sando pela formação do caráter e do refinamento artístico e musical; for-mando pessoas imbuídas do espíri-to cristão e solidário, sendo muito mais preparadas do que para apenas exercerem uma profissão. O Unasp e esta revista se propõem a ir além. Como uma instituição educacional, vivemos na jornada do conhecimen-to. Sendo jornada, estamos em mo-

vimento; falando em conhecimento genuíno, ele implica descobertas, erros, acertos, ajustes e crescimento. Sendo assim, o Unasp em Revista também será refinado nas próximas edições, dentro de sua proposta edi-torial a partir do contato com você, leitor. Além disso, em se tratando de Unasp, realiza-se muito mais do que é possível registrar em palavras e em imagens, por isso o ambiente virtual e suas inúmeras possibilidades serão também uma extensão desta revista, assim como é uma extensão desta Instituição. Fique por dentro do que acontece no Unasp-SP, nos acompa-nhe nas redes sociais e compartilhe as boas notícias que o Unasp traz até você, sendo você o principal motivo de nossa existência.

editorial seçõesApenas um vislumbre

www.unasp-sp.edu.br [email protected]

Tiragem 6.000 exemplares

Estrada de Itapecerica 5859. São Paulo-SPCep: 05858-001 - Fone: (11) 2128-6100

Departamento de Comunicação e Marketing

Universitários do Unasp discutem racismo nos dias atuais no Fórum paraQuestões Afro-Indígenas.

Voluntariado no currículo. Um movimento que tem feito parte do vocabulário de instituições no Brasil e no mundo.

Cotidiano, conflitos etransformações profundas representadas por uma turma que encantou o Unasp no musical Lucca.

Professor do Unasp recebe “Nobel” da Ciência daComputação.

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Acontece

Fazendo o BemPara celebrar o dia da Responsabilidade Social, em setembro, o Unasp-SP mais uma vez abriu as portas à comunidade em um dia de serviços, entretenimento e ações educativas gratui-tas. Um setor bastante procurado pelos participantes foi a Feira de Saúde. O projeto aborda oito remédios naturais: água, luz solar, ar puro, exercícios físicos, descanso, alimentação natural, temperança e confiança em Deus. Nos stands, os participan-tes receberam dicas e fizeram pequenos testes para avaliar o desempenho individual de saúde. Para Mayara da Gama, mo-radora da comunidade, foi muito bom participar. “Aprendi um método diferente de amenizar a febre. Fiquei surpresa com a praticidade”, contou. Beatriz Costa, estudante de psicologia, trabalhou no stand de pintura que chamava a atenção das crianças pelos desenhos coloridas no rosto. Contou que atra-vés dessa atividade, as crianças puderam aprender mais sobre o contato e demonstração de carinho. “Alguns pais quiseram participar junto com seus filhos, e gostaram bastante” relatou.

Oscar aos estudantes talentososNo último semestre, o dia do estudante foi marcado pela terceira edição do prêmio Oscar da Criatividade Unasp organizado pelo Programa de Apoio ao Discente – Proad. Essa foi também a pri-meira vez que os alunos do Ensino Médio tive-ram a oportunidade de participar. Com o tema a “História contada do meu jeito”, os estudan-tes foram incentivados a usar seus talentos para contar a sua histó-ria com o Unasp-SP. Desta forma, o evento celebrou também o centenário da Instituição. Foi tocando violão e cantando nos gramados do campus que as amigas Taysis Fiuza e Aline Farias, vencedoras da categoria musical, sentiram vontade de cantar so-bre a vida no Unasp. As universitárias do primeiro ano do Curso de Psicologia usaram as notas do violão e uma melodia para descrever as experiências de alunos que desde a infância até a Graduação passam pelo Unasp-SP.

NúmerosEventos

+ de 16 mil alunos estudaram no Unasp em seus campi em 2015. Esse nú-mero tem aumentado ano a ano, fazendo do Unasp a maior instituição educacional adventista do mundo.

dos professores do Unasp são mestres e doutores. Em alguns cursos do Ensi-82%

no Superior, 100% do corpo docente pos-sui tais titulações.

+ de 50% dos cursos de Graduação do Unasp têm nota 4 na avaliação do MEC, sendo 5 a pontuação máxima.

1.552 alunos frequentaram as esco-las de artes e conservatórios do Unasp em 2015. Talentos artísticos e musicais têm se revelado e desenvolvido nessa Instituição.

83 CDs e 19 DVDs já foram produzi-dos pelos grupos musicais, bandas e or-questras do Unasp desde sua fundação. O último lançamento musical foi o DVD “Muito Além”, lançado em novembro de 2015 em comemoração ao centenário da Instituição.

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Noites bem aproveitadasDesde 2013, os alunos universitários do Unasp-SP têm vivenciado noites diferentes para tratar de temas relevantes com uma pegada jovem, boa música e convidados especiais. O Altas Ho-ras completou três anos no último semestre e ce-lebrou a data com um programa comemorativo fazendo parte também do calendário de eventos do centenário do Unasp. O projeto foi criado e é conduzido por alunos, com o objetivo de continu-ar o momento de comunhão com Deus e com os

orientação é fundamentalEscolher qual profissão seguir é uma decisão com a qual todo adolescente se depara quando está prestes a concluir o período escolar. Nesta fase, os alunos do segundo e terceiro anos do En-sino Médio do Colégio Unasp tiveram a oportunidade de conhecer várias profissões antes de fazer sua escolha. Em outubro, eles par-ticiparam da Feira de Profissões Start. Universitários e professores de diversos cursos dos três campi do Unasp apresentaram as prin-cipais atividades profissionais que cada área tem a oferecer. Desde se acomodar no divã da Psicologia até conferir como é elaborado um projeto de Engenharia Civil, os jovens alunos, que em pouco tempo trocarão as cadeiras da escola pelas salas de aula da univer-sidade, experimentaram um pouco do que as diferentes áreas do

Eventos

Na agenda

conhecimento desenvolvem na prática. Para Talita do Nascimento, a feira só reforçou a escolha que havia feito. “Eu já sabia o curso que queria. Con-segui falar com uma profissional que me ajudou a quebrar muitos tabus que eu tinha sobre a área. A Nutrição parece que é estar muito na cozinha, mas não é só isso. O campo é muito aberto”, considerou. Uma semana antes, a mesma feira esteve aberta também para os alunos de algumas escolas da Educação Adventista loca-lizadas na Zona Sul de São Paulo.

27 de fevereiro | Programa Change your world – Voluntários Unasp-SP28 de fevereiro | Escola de Missões – Voluntários Unasp-SP 1º e 10 de março | Cerimônia do Jaleco Branco – Nutrição2 de março | Fórum dos Professores de Ensino Religioso11 de março | Encerramento do período de matrículas para cursos de Graduação13 de março | Início das aulas dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu do Unasp-SP19 de março | Programa Change your world - Voluntários Unasp-SP20 de março | Escola de Missões – Voluntários Unasp-SP

amigos, sempre às sextas-feiras à noite, após o culto realizado na Igreja do campus. “Chamados para Servir” foi o tema da noite, conduzido pelo diretor geral do Unasp-SP, Douglas Menslin. A enfermeira Kênia Albuquer-que, apresentadora do programa desde o primeiro ano, tem como motivação nesse projeto o desejo de ver Jesus voltar em sua geração. “Eu acho que nós precisamos agitar a galera, sabe? Nós somos a geração que vai ver Jesus voltar. Eu quero ver isso com meus olhos. Quero ver as coisas acontecendo. Nós somos cha-mados para servir. Nós somos chamados para testemunhar e levar isso para as outras pessoas”, destacou.

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Superbom comemora 90 anosJá se passaram 90 anos desde que teve início, nas instalações do então Colégio Adventista Brasileiro, CAB, atual Unasp campus São Paulo, a produção do suco de uva que em meados de 1925 já era considerado de ótima qualidade e deu origem à Superbom. O que a princípio era destinado apenas ao consumo dos alunos que estudavam na escola inaugurada uma década antes, passou a ser industrializado e vendido com o ob-jetivo de contribuir para a renda do colégio. Nos anos seguintes, a produção não apenas aumentou como se modernizou e passou a incluir outros produtos também desenvolvidos conforme os princípios adventistas de saúde. Um culto de ação de graças no dia 11 de setembro celebrou o aniversário da empresa e enfatizou a condução de Deus na história da marca Superbom. Um dos episódios mais mencionados da história da Superbom passa pela presi-dência da república, quando Domingos Peixoto, enquanto diretor do CAB, visi-tou o ex-presidente Getúlio Vargas, que cumpria o seu segundo mandato. Após oferecer o suco de uva, Peixoto pergun-tou ao presidente se o suco era bom, ao que ele respondeu: “é super bom”. Desde então esse passou a ser o nome da marca que, além do suco de uva in-tegral, comercializa hoje outros 70 itens distribuídos em 25 mil pontos de venda no Brasil e presentes nos quatro maio-res grupos varejistas do país.

Unasp em mais de 100 telasO hall do edifício universitário recebeu, no mês de novembro, uma exposição inédita. Mais de 100 telas foram distribuídas no espaço por onde circulam centenas de pessoas todos os dias. Cada quadro, dese-nhado por alunos, expressou mais de uma centena de olhares sobre o Unasp campus São Paulo que em 2015 completou 100 anos. A mostra “Olhares e Impressões da Vida na Colina” foi construída através da composição de alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Unasp e alunos de pintura

em telas da Acarte. Peças de artistas experientes também fizeram parte da exposição. Flores, pássa-ros, animais, jardins, dife-rentes cantos do campus com paisagens antigas e atuais diversificaram os trabalhos apresentados. “Foi muito gratificante ver o olhar de tanta gente que acabou aumentando a sua paixão pela escola, pelo simples fato de de-dicar tempo para produzir uma obra de arte”, relata Cleide Oliveira, curadora da exposição.

Eventos

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Novidade no Facewww.facebook.com/voluntariosunasp

O Centro de Voluntariado Berndt Wolter foi criado em maio de 2015 e teve sua sede inaugurada em dezembro do mesmo ano. Acompanhe as novidades e conheça os pro-jetos para 2016 curtindo a página dos voluntários Unasp.

www.facebook.com/unasp.saopaulo Compartilhe e relembre os melhores mo-

mentos dos últimos eventos do Unasp. Fotos, ví-deos e links sobre tudo o que acontece no cam-pus São Paulo.

www.youtube.com/unaspc1Assista à reportagem especial sobre o Unasp 100 anos in

concert no Citybank Hall. Um espetáculo com os principais grupos musicais do Unasp em celebração ao centenário da Instituição.

Além de ter um campus on-line e um portal próprio, você tam-bém pode manter-se conectado ao Unasp por meio de nossos perfis oficiais nas principais redes sociais virtuais. Veja aqui al-guns destaques do você encontra “na rede”.

Professor do Unasp recebe “Nobel” da Ciência da ComputaçãoA ACM (Association for Computing Machinery) e a IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers), os dois maiores órgãos da engenharia e computação no mundo, concederam ao professor do Unasp-SP, Dr. Fuad Gattaz Sobrinho, o mais alto grau de premiação das sociedades científicas, a Medalha de Ouro pela Contri-buição Transformadora em Engenharia de Software (Gold Medal for Transformative Contribution in Software Engineering). “É com muito orgulho que podemos dizer que temos como parte de nosso corpo docente um professor com tão alto grau de premiação da sociedade científica da computação, tecnologia e engenharia”, declara Cleverton Borba, coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Computação do

Unasp campus São Paulo. O Dr. Fuad Sobrinho criou métodos, uma linguagem, ferramentas e um modelo de gestão de processos de negócios, um processo inte-grado que têm sido aplicados em diferentes organizações em todo o mundo, com base na gestão de resolução de problemas orien-tada por resultados. Por não ser contemplada entre as categorias atualmente existentes no prêmio Nobel, as inovações e descober-tas do campo da Ciência da Computação recebem esse reconheci-mento mundial equivalente. A medalha foi entregue ao professor do Unasp durante a conferência internacional SDPS 2015 em Dallas nos Estados Unidos entre os dias 1 e 5 de novembro.

Na rede

@unaspsp@UNASPsp

Gente

Acesse também

Face

book

Rep

rodu

ção

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ambiente universitário, pa- queras, relacionamentos, ami-zades, pequenos conflitos e a possibili-dade de participar de um coral univer-sitário tornaram a história próxima ao público composto em sua maioria por jovens. “Ninguém sabia o que era ao certo e eu resolvi vir para ver. Quando cheguei aqui fiquei maravilhada por-que era a mensagem que a gente pre-cisava”, conta a professora Nivia Silva. No enredo do musical Lucca, alunos do Unasp-SP interpretaram personagens e contracenaram em cenários bem pare-cidos com os do seu cotidiano. Enquanto a trama se desenrola, uma figura misteriosa comenta os aconteci-mentos no campus e o comportamento dos alunos e das alunas através de uma página no Facebook chamada “O Vi-gia da Universidade”. As postagens, de início irônicas, mas sempre reflexivas e sinceras, vão se tornando mais huma-nizadas e em primeira pessoa até ser possível notar que a figura anônima é alguém presente no dia a dia dos perso-nagens principais. Entre esse grupo estão aqueles que se preparam para um concurso musical do coral do qual fazem parte. Enquanto isso, os fatos que acontecem gradati-vamente na vida de cada personagem ensinam importantes lições espirituais. Ana, aluna meiga, alegre e estudiosa, interpretada pela cantora Joyce Carnas-sale, aos poucos se afasta de sua rotina de faculdade, coral e igreja até que seus amigos percebem sua ausência e ficam preocupados. Enquanto se reúnem em um pequeno grupo de oração na facul-dade, conduzido pelo zelador da esco-la, o ambiente em que Ana se encon-tra é muito mais hostil e preocupante. Seu distanciamento social e conflito

emocional fatalmente a levaram para o mundo das drogas. Meses se passam até que chega enfim o dia do concurso. Os participantes do coral estão preparados e ansiosos, mas antes que comecem as primeiras apresentações, Ana surpreende a to-dos. Emocionada, a jovem pede licença para seus amigos do coral e diante do público pede que seu pai a perdoe. O encontro emocionante de pai e filha é interpretado através de uma bela peça musical. Envergonhado, o irmão de Ana desiste de cantar. O diálogo com o pai que estava no auditório para pres-tigiar o jovem, marcou o público em uma versão moderna da parábola bíbli-ca do Filho Pródigo. As postagens do Vigia da Universida-de foram se intensificando até o final do musical. Com importantes reflexões fundamentadas em textos bíblicos, esse personagem misterioso interpretou as

histórias do ponto de vista cristão. Os personagens e o público se surpreende-ram com a descoberta de que o Lucca, um dos rapazes mais discretos da ga-lera, era a identidade secreta do Vigia. O musical teve a autoria e regência do músico Wilson Junior, sendo apre-sentado pelo Coral Universitário Ex-pressão Jovem e pela Banda Teen do Unasp-SP. A produção envolveu mais que uma centena de alunos e universi-tários. “Eu estou saindo desse evento completamente maravilhada. Trouxe uma visita e ela me agradeceu. A men-sagem alcançou o coração da minha visita também”, considerou a profes-sora Nivia. O musical Lucca foi uma das principais programações artísticas em comemoração ao Centenário do Unasp-SP, através do talento e do elen-co de músicos e artistas da Academia Adventista de Arte, Acarte.

O Vigia da Universidade Cotidiano, conflitos e transformações profundas representadas

por uma turma que encantou o Unasp no musical Lucca.

“O Lucca vê a vida e acaba transformando essa história como numa história da Bíblia, conectando todas elas. No princípio eu estava achando que ia ser tranquilo. Como era só gravar os vídeos, achei que seria tudo mais fácil. Eu estava enganado. Foi mais puxado do que o normal. Mas o importante é que não foi algo para mim e sim para as pessoas. Eu pensei comigo mesmo assim: - Cara, eu vou fazer, mas não vai ser para mim, vai ser para o mérito de Deus, pois essa programação foi feita para atrair as pessoas para Jesus. Foi feita especialmente para elas.” Kevin Lutz, estudante do curso de enfermagem, que fez o papel do Lucca no musical.

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Arte e Música

Murilo Pereira

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A rotina musical de quem participa do Munasp começa logo de manhã com ensaios das orquestras após um mo-mento de reflexão. As tardes são dedi-cadas ao estudo e à prática nas “mas-terclasses”. Ao fim do dia, o aprendiz pode se apresentar ou assistir aos concertos acadêmicos que acontecem diariamente no auditório da Acarte, a escola de artes e música do Unasp. Após o jantar, é hora de contemplar os concertos que proporcionam a cada noite um espetáculo à parte. A quarta edição do Festival Interna-cional de Música do Unasp aconteceu entre os dias 26 de julho e 1º de agosto de 2015. Cerca de 240 juvenis e ado-lescentes de 10 a 17 anos participaram do evento. As atividades do Munasp são oferecidas sem taxas de inscrição ou pagamento pelas aulas. Apenas o valor do pensionato e alimentação é cobrado daqueles que optam por fi-car hospedados no campus durante os dias do evento. Ao participante, fica a responsabilidade de manter-se com-prometido com o estudo e desenvol-vimento musical.

Música+Unasp = MunaspPequenos com talento de gente grande

Durante uma semana, os estudan-tes de música têm a oportunidade de aprender mais e praticar seus instru-mentos, convivendo com músicos reconhecidos internacionalmente que dedicam seu tempo para compartilhar suas experiências de carreira com os jovens aprendizes. O diretor artístico do Munasp, ma-estro Jean Reis, explica que um dos diferenciais do Munasp nesse ano foi também a contribuição que o festival tem recebido de apoiadores que acre-ditam no valor da educação através da música e a importância de torná-la casa vez mais acessível. “Quem acre-dita nessa iniciativa não somos apenas nós, organizadores e instituição, mas os que fazem parte desta comunida-

de”, afirmou. O representante da Caixa Econômica Federal, Werner Solar, disse, durante a cerimônia de abertura do Munasp, que o festival passa a ser um dos di-versos eventos culturais do país que o banco reconhece e apoia.O 4º Munasp foi o 50º dos 100 even-tos que fizeram parte da celebração do centenário do Unasp em 2015. “Quando eu olho os alunos do Mu-nasp eu penso que daqui a pouco tempo todos eles vão estar em nosso lugar, quem sabe liderando tudo isso. O Munasp me dá uma visão de futuro. É um exemplo claro do que é ir mui-to além do ensino”, conclui a diretora do festival administrativa do festival, Cleide Borba.

As comemorações culturais pelo ani-versário de 100 anos do Unasp inclu-íram uma série de concertos especiais que tiveram início no dia 21 de junho com o prestigiado grupo de cordas En-semble SP, seguido pelo concerto de Richard Kogima e do Metal & Cia. O programa “Retratos do Brasil”, apre-sentado pelo grupo Metal e Cia, ale-grou o público de todas as idades na do dia 4 de outubro. O grupo Metal come-

çou em março de 1992 com garotos que estudavam instrumentos de sopro na escola de artes e música do Unasp-SP, a Acarte. Seu objetivo, desde o início, tem sido apresentar a mensagem cristã através da música. Ainda assim, o grupo também se reúne para tocar e apresentar canções populares como o repertório escolhido para esse programa. Com o passar do tempo, várias forma-ções passaram pelo Metal e Cia e, no

dia 4/10, vários músicos que já fizeram parte do Metal se reencontraram para uma apresentação especial em come-moração aos cem anos do Unasp. “É maravilhoso poder retornar ao Unasp e tocar com pessoas que eu não via há anos”, conta Adriano Bezerra, ex-alu-no do Unasp e ex-integrante do grupo que hoje vive no Rio Grande do Sul. O programa foi recheado com músicas populares, como Garota de Ipanema,

Sequência de ouroSérie de concertos e apresentações musicais reuniu talentos renomados e de experiên-cia, dando continuidade às comemorações do centenário do Unasp em grande estilo.

Murilo Pereira

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Coral Carlos Gomes

Busque por “Noite de Paz – Coral Carlos Gomes” no Youtube eassista ao clipe especial de natal.

ração a esperança no retorno de Jesus, na época em que os cristãos celebram o nascimento do filho de Deus. O con-certo “Muito Além do Natal” do Coro de Câmara do Unasp-SP aconteceu no dia 12 de dezembro, exatamente um ano e um mês após a abertura dos 100 eventos em celebração ao centenário

da Instituição. O concerto foi o último evento do ano de comemorações dos 100 anos do Unasp. Para o maestro Turíbio de Burgo, re-gente do Coro de Câmara, o evento foi também uma oportunidade para perceber o quanto Deus já realizou através das gerações que passaram

pelo campus. “Essa instituição tem um significado e um valor muito grande para a família adventista. Fui abençoado pelo que aprendi aqui. A história do nascimento de Jesus tem tudo a ver com a história do Unasp e com a minha história”, expressou Turíbio.

Muito Além do NatalA música fez parte dos principais momentos de celebração do ano do centenário do Unasp. Com a proximi-dade das festividades de final de ano, os programas de Natal foram também abrilhantados pelos grupos musicais da Instituição. No dia 8 de novem-bro, a Orquestra de Sinos inaugurou a sequência de concertos natalinos no campus. A apresentação impressionou e emocionou o público. O Coral Juve-nil, tradicional grupo infanto-juvenil da Acarte, acompanhou os sinos em canções especiais e clássicas de Natal.

Já no dia 6 de dezembro, o Coral Car-los Gomes, o Coro Masculino, a Or-questra de Sinos do Unasp e o Quarteto de Cordas protagonizaram um grande concerto de Natal e em comemoração aos 100 anos do Unasp. O evento que aconteceu no templo do campus enfa-tizou o significado do nascimento de Jesus Cristo para a história e missão desta Instituição. Desde seu início, o Coral Carlos Go-mes, o mais antigo do Unasp, foi regi-do por grandes maestros, como Turibio de Burgo. Atualmente, é dirigido pelo

músico Marcelo Martins. Para o con-certo natalino, Martins preparou um repertório variado e convidou o Coro Masculino e a Orquestra de Sinos para fazer parte da celebração. “É uma coi-sa que nos faz bem, a gente sai daqui leve”, afirmou a aposentada Neuza Lima que estava no campus para ma-tricular o neto no Colégio Unasp e aproveitou para prestigiar o concerto. Muito além dos costumes consumistas e comerciais em torno do Natal, o re-pertório escolhido para o último con-certo de natal do ano teve como inspi-

Banho de Lua e Asa Branca, entre ou-tras músicas características da cultura brasileira. “Foi muito divertido e alegre ouvir as músicas, a gente vira jovem de novo”, relata Maria Amélia de Araujo, que veio de Ubatuba-SP para assistir ao evento.

Encerrando a Série Ouro 2015, após a apresentação das 4 Bandas in Con-cert, a Banda Sinfônica Jovem do Unasp-SP fez sua apresentação no dia 14 de novembro, com um repertório eclético, incluindo músicas clássicas, eruditas, música popular e das anti-

gas, aquelas tocadas e ouvidas pelo rádio. “Para nós é um prazer partici-par do centenário do Unasp-SP e já estamos preparando nossa festa de 35 anos de Banda Jovem”, afirmou o regente Ronnye Dias.

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Pastor Menslin, sabemos que sua história com o Unasp, não é recente. Conte-nos um pouco sobre sua relação com a instituição e de que forma ela faz parte de sua formação e experiência profissional. Menslin - Cheguei ao Unasp-SP em 1985, com 18 anos de idade, para cursar Teologia. Além da mala, que era peque-na, com pouca coisa dentro, tinha o sonho, na mente e no coração, de ser um pastor e servir a Deus onde Ele me indi-casse. Aqui passei quatro anos muito intensos, com alegrias, preocupações e desafios. Fui aluno bolsista, trabalhei na se-gurança e na portaria do colégio por três anos, mas também aprendi o valor da colportagem*, que me ajudou a pagar parte dos estudos e que me ensinou uma outra lição: a de viver cada dia pelo poder de Deus. Academicamente, tive o privilégio de ser aluno de professores comprometidos com a missão da educação que transforma vidas. Esses mestres me mostraram o maior valor que um aluno cristão precisa aprender para a vida - a comunhão com Deus. Sou muito grato aos professores do Unasp-SP, pois ajudaram a formar o meu caráter e a estabelecer as metas para o meu futuro. Aqui também encontrei a minha namorada, que está ao meu lado todo esse tempo. Nos conhecemos, namoramos e nos casamos no período em que passamos aqui como alunos. Ao nos formarmos, eu e minha esposa, recebemos nosso primeiro chamado para servir ao Unasp-EC, ou seja, inicia-mos nossa trajetória profissional juntos, nessa Instituição, e, agora, 27 anos depois, retornamos para dar continuidade ao trabalho que grandes homens realizaram aqui. Sabemos que sua atuação profissional sempre esteve li-gada, de alguma forma, à educação, assim como sua for-mação acadêmica. Nesse contexto, qual foi sua maior mo-tivação ou desafios que o levaram a ingressar e concluir o doutorado em Educação? De que forma isso contribui para sua visão como administrador?Menslin - Ao me formar, ouvi o pastor Walter Boger, que na ocasião era o diretor geral do então “Novo IAE”, hoje

Unasp-EC, um homem visionário que demonstrou a neces-sidade de pessoas para trabalharem para Deus através da educação. Ele sinalizou para mim a possibilidade de avan-çar meus estudos, me qualificando para trabalhar para a igreja através da educação. Ingressei no curso de Pedagogia, no próprio campus, e ali também fiz o programa de mes-trado que na ocasião era oferecido. Posteriormente, recebi um chamado para atuar como diretor escolar no Estado do Paraná, e esse chamado mostrou a necessidade de continuar a me qualificar para servir a Deus através da educação. Tive a oportunidade de iniciar um outro mestrado em educação agora na PUC-PR e, logo em seguida, o doutorado na área de história da educação na mesma universidade. Parale-lamente, Deus me deu a oportunidade de trabalhar na ad-ministração do Departamento de Educação da Associação Sul-Paranaense e, pouco tempo depois, fui chamado para ser departamental de educação da União Sul-Brasileira, fun-ção esta em que atuei por dez anos. Nesse período, Deus me concedeu a oportunidade de estar à frente de vários pro-jetos que envolviam a administração e liderança, tanto na Educação Básica, como na estruturação do Ensino Superior daquela região do Brasil, no Instituto Adventista Paranaense (IAP). Esses anos à frente desse departamento contribuíram para uma visão educacional mais apurada, o que, de certa forma, contribuiu para o trabalho ali realizado. Quais foram os primeiros pensamentos ao receber o con-vite e o desafio de administrar este campus, uma das ins-tituições mais conhecidas, conceituadas e tradicionais da Organização Adventista no Brasil?Menslin - Foram vários; sentimento de incapacidade diante de um desafio tão grande; sentimento de pequenez, ao pen-sar que um dia aqui cheguei como aluno e agora retornar como administrador; sentimento de colaboração, isto é, de que poderia contribuir com um pouco da experiência acu-mulada ao longo dos anos; sentimento da necessidade de dependência de Deus, pois somente com o poder do Alto é

Novo Diretor O pastor e doutor em Educação, Douglas Mens-lin, assumiu a direção geral do Unasp campus São Paulo no dia 25 de agosto de 2015. Em 27 anos de dedicação à Organização Adventista, sua relação com o Unasp é antiga. O novo di-retor compartilha com a gente um pouco de sua história, visão administrativa e perspectivas para 2016, o primeiro ano de sua gestão, após as comemorações do centenário.

Entrevista

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genharia Ambiental e Engenharia da Computação. Estamos trabalhando para conseguir fundos para reformarmos os dois residenciais de nosso campus, oferecendo aos nossos alunos residentes um conforto maior em suas acomodações. Não podemos esquecer que estamos num período de par-cos recursos financeiros, devido à crise financeira que se descortina diante de nós, mas não podemos perder o ânimo e o otimismo para avançarmos com projetos inovadores, tirando o melhor do momento que estamos vivendo para fortalecer a marca da instituição, o Unasp-SP.

Podemos esperar alguma novidade ligada aos projetos de missão e voluntariado para esse campus em 2016? Menslin - Sem dúvida, o campus São Paulo está totalmente envolvido em projetos que oportunizam a seus alunos e ser-vidores o desejo de participação em projetos de missão. Em 2016, teremos, sob a responsabilidade da Pastoral Univer-sitária, 12 projetos que envolverão aproximadamente 200 alunos. Esses projetos alcançarão lugares carentes do Brasil, como também alguns países como o Paraguai, Argentina, Egito, dentre outros. Além desses projetos, internamente, temos uma Escola de Missões, para a formação continuada dos alunos que desejam um dia atuarem em algum projeto de missão. Inauguramos o Centro de Missões Berndt Wol-ter, que é um local próprio para treinamento e palestras aos candidatos à missão. Vale ainda ressaltar que durante o ano letivo de 2016 mais de 400 alunos estarão engajados em projetos especiais ofertados pelo Unasp-SP, como o Grupo Integração, E-20, Doadores de Sangue, etc… Por isso, digo com muita alegria, que o ano de 2016 será marcante para o Unasp-SP no que diz respeito aos projetos de missão. Aos alunos e servidores que fazem parte dessa instituição há mais tempo e aos novos alunos e servidores que che-gam, que mensagem você deixaria nesse começo de 2016 em nome do Unasp?Menslin - Diria a todos que o Unasp-SP é uma instituição centenária, contudo, mais atual do que nunca. Temos gran-des projetos, sonhos, desejos, mas não é possível sonhar so-zinho. Por isso, convido a todos que se engajem nos proje-tos e venham sonhar os sonhos desta instituição. Queremos realizar um trabalho participativo, com sugestões, ideias e contribuições. Queremos construir os próximos 100 anos do Unasp, dentro da proposta que Deus sonhou para esta instituição, e mais do que nunca, queremos ajudar a termi-nar a missão que Deus nos confiou. Por tudo isso, acredita-mos que o Unasp-SP é uma instituição que vai muito além do ensino!*Colportagem – é o trabalho de venda e distribuição de livros cristãos coorde-nado pela Organização Adventista, principalmente realizado pelos estudantes e futuros universitários das instituições de Ensino Superior Adventista, que durante as férias letivas trabalham com essa literatura para levantar fundos e subsidiar seus estudos.

possível conduzir as atividades de uma instituição tão gran-de e tão representativa no cenário nacional e internacional. Esses sentimentos me fizeram compreender que estava diante de um chamado de Deus para essa missão, por isso aceitei, como sendo alguém limitado, mas reconhecendo de que Deus está me auxiliando nesse novo desafio. Ao chegar ao Unasp campus São Paulo, em plena ativida-de e comemorações de um ano de centenário, quais foram as primeiras impressões como administrador e como edu-cador adventista?Menslin - Foi um grande privilégio chegar num momento tão especial e marcante da história do Unasp. Esta institui-ção representa a construção histórica da educação adven-tista como também da própria Igreja Adventista. Por isso, a comemoração do centenário foi uma justa homenagem a esta Instituição. As atividades relacionadas às comemora-ções fortaleceram o sentimento de pertinência e renovaram a esperança no potencial que o Unasp-SP possui. Momen-tos como este não podem passar de largo, mas precisamos fortalecer a imagem institucional do Unasp comemorando e ao mesmo tempo agradecendo a Deus por 100 anos de serviços prestados à Igreja Adventista no Brasil. O ano de 2015 foi de celebração, mas também de mudan-ças administrativas, principalmente no segundo semestre, período de transição e de sua chegada. Que aspectos ne-gativos e positivos podemos ressaltar nesse período?Menslin - A instituição é mantida pela Organização Adven-tista, e, como tal, a Organização toma as decisões neces-sárias quanto a chamados e substituições de seus dirigen-tes. Não raras vezes, por diversas razões, há a necessidade de mudanças administrativas. Não olho para esta situação como sendo algo negativo, mas, sim, como oportunidades de crescimento em setores diferentes da Organização. A base é a mesma, os objetivos a serem alcançados são os mesmos, o que muda é a maneira e o olhar de como alcan-çar esses objetivos, sem, contudo, distanciar-nos da base fi-losófica de nossa instituição. Quando ocorre uma mudança administrativa, é possível que existam necessidades a serem supridas e ajustes a serem feitos. Também é possível que ocorra a necessidade de ajuste de pessoal, mas nada que ve-nha gerar uma mudança drástica na maneira como o Unasp-SP vinha sendo administrado. Como 2016 começa para o Unasp-SP? Quais são as expec-tativas para esse primeiro ano após 100 anos de existência?Menslin - As expectativas são as melhores. É bem verda-de que estamos saindo de um ano comemorativo, quando grandes projetos foram desenvolvidos no campus, mas te-remos muitas novidades a serem comemoradas em 2016. Iniciamos o ano oferecendo dois novos cursos, abrindo o segmento das engenharias no campus com os cursos de En-

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tradição musical é marca registrada do Centro Uni- versitário Adventista de São Paulo (Unasp), a maior, em toda rede de escolas adventistas no mundo. Ao longo destes 100 anos de existência, comemorados em 2015, o Unasp campus São Paulo é uma instituição “muito além do ensino” e acabou transformando-se, também, em uma verdadeira fábrica de talentos musicais. A música faz parte também do co-tidiano do Unasp campus Hortolân-dia e do Unasp campus Engenheiro Coelho. Muitos cantores, composi-tores e instrumentistas, conhecidos no Brasil e em outros países, tive-ram a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar suas aptidões artísticas nas escolas de artes oferecidas pela Instituição. Entre os 100 eventos concretiza-dos em 2015, um deles foi prepara-do especialmente para reunir, pela

primeira vez, parte desses talentos musicais que possuem algum vín-culo com o Centro Universitário. O 97º programa comemorativo do centenário, realizado no dia 15 de novembro de 2015, contou com a participação de mais de 90 músicos dos três campi do Unasp. O Unasp InConcert atraiu, em duas sessões, cerca de sete mil pessoas ao Citibank Hall, localizado na zona sul da capital paulista. O público em sua maioria foi composto por representantes do governo estadu-al e municipal, diretores de outras instituições de ensino, ex-diretores do Unasp, alunos, pais, ex-alunos e servidores da Igreja Adventista. Os ingressos foram distribuídos gratui-tamente.A orquestra do Unasp campus São Paulo inaugurou o programa. Em seguida, os outros cantores segui-ram com as apresentações. Os gru-pos Prisma Brasil, Novo Tom, Vocal

Livre e Tom de Vida se juntaram às vozes de Joyce Carnasalle, Da-niel Lüdke, Rafaela Pinho, Ronaldo Arco e Marcel Freire. Nos interva-los entre as canções, foram exibidos vídeos sobre a história da Institui-ção desde a sua inauguração, em 1915, até os dias atuais. Um coral formado por estudantes de todos os níveis educacionais do Unasp-SP também participou do concerto. Durante a performance dos músi-cos, imagens eram projetadas em três painéis de LED. Os presentes também puderam conferir um pou-co do trabalho voluntário e missio-nário realizado ao redor do mundo. A música “Eu estava lá”, represen-tada pelo cantor Daniel Lüdtke, foi preparada especialmente para o ano do centenário e foi apresentada no musical. O evento foi idealizado pela direção geral da instituição e concretizado junto com colaboradores dos três

Passado, Presente e Futuro

Capa

Concerto inédito reúne o melhor da música e da história do Unaspem comemoração aos 100 anos da instituição.

A

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campi. “Foi possível reunir os talen-tos e outros profissionais do Unasp para uma celebração com a socieda-de. Para nós, foi um fato marcante e nos projeta para um futuro de uma instituição cada vez mais integra-da”, declarou o reitor do Unasp, Eu-ler Bahia. Segundo o vice-reitor do Unasp, Martin Kuhn, o concerto pôde re-velar a magnitude da instituição de ensino adventista com mais tempo de existência no Brasil. “Cem anos do Unasp não é um evento exclu-sivamente de um campus, é de um campus que nasceu, cresceu, ge-rou outros e hoje é um todo que a gente não consegue enxergar toda sua amplitude. Esse evento foi uma oportunidade de a gente olhar quão grande cada um é e quão maior é a formação ou a junção deste todo”, declarou Kuhn. A distância não foi empecilho para quem quis conferir de perto a cele-bração. Pessoas saíram do Ceará e também dos Estados Unidos somen-te para acompanhar a celebração. Josué de Oliveira Dantas, ex-aluno e atual pastor, subiu a serra paulis-ta com um grupo de 12 pessoas. Os

participantes saíram cedo de Santos para não perder o programa.Quem não esteve presente pôde acompanhar o musical através da internet. Nas redes sociais, o in-ternauta conferia os bastidores da programação. A Rádio Unasp FM também transmitiu ao vivo todo o evento. Foram registrados picos de mais de 8 mil ouvintes simultâneos, com acessos vindos de Rondônia e do Canadá. O ator do SBT, Edson Montenegro, ex-aluno do Unasp-SP, fez questão de comparecer ao evento. Ele che-gou em 1979, quando o campus levava o nome de IAE - Instituto Adventista de Ensino. No período em que esteve na Instituição, o ator também se envolveu com a música. “Estar aqui no Citibank Hall me faz sentir como se estivesse no antigo IAE. Tenho muito orgulho de ter participado desta escola”, relatou, nostálgico, o ex-aluno.

Marca de uma vidaTodos os artistas que fizeram parte do concerto de alguma forma têm passagem pelo Unasp. O Centro Universitário faz ou fez parte da

formação e desenvolvimento aca-dêmico e artístico de cada um deles. Durante esses cem anos, todos os estudantes que passam pela insti-tuição podem ingressar em corais ou orquestras, ter aulas com ins-trumentos de sua preferência e de musicalização.

Joyce Carnasale

A cantora Joyce Carnasalle, conhe-ce bem o Unasp. Vivenciou o Unasp na sua essência. Estudou no campus Hortolândia e no campus Enge-nheiro Coelho e atualmente traba-lha no campus da capital paulista.

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Curiosidades do Unasp O Unasp é a maior instituição educacional adventista no mundo. Possui quatro campi, sendo um deles virtual. Os três campi somam 645 hectares, o equivalente a 640 campos de futebol. Unasp possui mais de 16 mil estudantes, da Educação Básica ao Ensino Superior. 40 opções de cursos de Graduação e 72 opções de curso para Pós-Graduação. 375 professores no Ensino Superior. O Unasp é internacional. Possui estudantes dos 5 continentes do mundo, com representantesda Coréia do Sul, Egito, Hungria, Austrália, entre muitos outros países. O Unasp oferece o estudo de 8 línguas: inglês, espanhol, francês, alemão, mandarim,japonês, árabe e português. Nos últimos 5 anos, o Unasp enviou mais de 1.000 voluntários em projetos comunitários emtodo o mundo.

Noite de LançamentoNa noite do espetáculo musical histórico para o Unasp no Citybank Hall, foram lançadas as duas obras comemorati-vas do centenário do Unasp, o livro “Muito Além do Ensino. Unasp 100 anos de história (1915-2015)” e o DVD “Muito Além” com a festa musical dos 100 anos gravada no campus São Paulo. As obras estão disponíveis nos pontos de venda do Unasp-SP.

“Tenho muito carinho pelo Iasp, hoje Unasp, campus Hortolândia. Foi nele que eu descobri minha vocação musical. Ali eu descobri como esse trabalho é sério. No campus Engenheiro Coelho, eu decidi a minha vida profissional. Teve muitas coisas importantes que marcaram minha existência nessa fase. Hoje eu estou muito feliz por devolver aquilo para o qual eu fui formada, no nosso pri-

meiro campus, em São Paulo. Eu fico grata de coração por poder de-volver, formar e incentivar outros talentos”, contou a cantora.O cantor Daniel Lüdtke estudou por seis anos no Unasp e deve parte da sua formação musical à entida-de. “Nesse tempo tive a oportuni-dade de desenvolver meu talento musical. Cantei em um quarteto e solei uma música de coral pela pri-meira vez. Enfim, grande parte do

meu desenvolvimento musical foi no Unasp”, relatou o cantor. Para a cantora Rafaela Pinho, o Unasp mudou a sua vida. “O Unasp teve um papel muito importante na minha carreira como cantora. Foi lá que eu fiz grandes amizades, tive minhas primeiras apresentações, que eu gravei o meu primeiro CD. Eu sou o que sou hoje porque me descobri como cantora lá atrás, no Unasp”, analisou Rafaela.

Kimberly Cruz, Lucas Rochae Ana Paula Ramos

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Um costume antigo registrado nos anuários e na memória de quem viveu dias inesquecíveis aqui, voltou ao pre-sente no Unasp campus São Paulo. Os desfiles que aconteciam a cada ano em comemoração ao aniversário do Colé-gio Adventista Brasileiro, desde 1950, foram reproduzidos no domingo de lançamento de matrículas para 2016, no dia 18 de outubro, oportunidade para contar mais alguns detalhes da história dessa instituição que completou um século de exis-tência no último ano. Meninos e meninas, estudantes da Edu-cação Básica, interpretaram homens e mulheres corajosos que, no início do século 20, enfrentaram inúmeros desa-fios para cumprir a missão de educar e que também influenciaram gerações no Brasil. Foram esses personagens quem abriram o desfile, puxando uma fila com mais de 1500 alunos do Colégio Unasp.“Como ex-aluna, esse desfile me fez relembrar a época em que eu vim para o colégio, há algumas décadas, quando eu pude presenciar o último desfile há 25 anos. Trouxemos esse desfile para recordar a história da escola”, conta a professora Marcia Azevedo que coor-denou as atividades e os preparativos para o desfile. Foram meses de ensaio e planejamento.Os alunos menores apresentaram os frutos de uma terra produtiva, quando frutas, legumes e verduras eram reco-lhidos em abundância, uma época em que o gado para a produção de leite

Como nos bons e velhos tempos

Durante décadas, esse foi o único local para a formação de pastores, educadores e enfer-meiros adventistas no Brasil.

Tradição antiga é resgatada pela Educação Básica como parte das celebrações do Unasp-SP tornando a data de lançamento de matrículas 2016 um dia memorável.

Educ. Básica

do colégio era vencedor de concursos da raça holandesa. Foi também nesse campus que surgiu a indústria de ali-mentos Superbom, com o suco de uva integral que passou a ser consumido em todo o Brasil. “Tinha muita gente diferente. Eu vi roupa da China e do Japão. Tinha também roupa de alemão. Foi bem legal”, afirmou Isabela Distler, aluna de 9 anos que participou do des-

file usando um vestido típico do Estado do Rio Grande do Sul. A ala que re-presentou os

primeiros cursos superiores mostrou o início da expansão universitária do ensino adventista. Durante décadas, esse foi o único local para a formação de pastores, educadores e enfermeiros adventistas no Brasil.

“Daqui saíram pastores e professores que hoje, em outras regiões do Brasil e do mundo, estão formando outros professores, pastores e pessoal da área da saúde. Temos a grata satisfação de perceber que através do trabalho que foi realizado aqui a missão da educa-ção adventista, da obra médico-mis-sionária e da área ministerial continua sendo cumprida”, considerou o diretor da escola básica, Jefferson Andrade. No ano do Centenário do Unasp, a rede de Educação Adventista na América do Sul comemora 120 anos. Atualmente, mais de 300 mil alunos ocupam as salas de aula de centenas de instituições de ensino, que assim como o Unasp, acreditam no futuro de crianças e jovens, uma influência sem fronteiras. Carla de Araújo conta que todos os anos vem para a escola no mês de outubro para acompanhar as apre-

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Com o tema “Start Updating”, a XI Semana Tecnológica atualizou os alunos do curso Técnico em Infor-mática do Ensino Médio do Unasp-SP sobre as novidade e tendências da área com ênfase em software livre e Mobile. O evento acontece todo ano e tem o objetivo de aproximar os alunos da realidade do mercado de trabalho, o que também contribui para o amadurecimento dos adoles-centes com idade entre 14 e 17 anos. Além das palestras, os jovens estu-dantes tiveram a oportunidade de participar de oficinas práticas que abordaram os assuntos menciona-dos em cada palestra. “Essa sema-na foi a melhor das que participei.

Gostei muito das palestras e das oficinas. Através delas conseguimos mais proximidade com os palestran-tes”, conta Keila Pereira, aluna do terceiro ano.A Setec - Semana Tecnológica do Curso Técnico em Informática do Colégio Unasp aconteceu entre os dias 16 e 20 de novembro, no Sa-lão Nobre, no campus São Paulo. Nesse ano, as palestras foram trans-mitidas via internet. Os convidados para falar aos alunos durante a Se-tec são profissionais de destaque na área de Tecnologia. Entre eles, Neri Neitzke, um dos maiores autores de videoaulas no Youtube. Seu canal possui mais de 11 milhões de aces-

sos. Após a palestra, Neitzke minis-trou uma oficina de desenvolvimen-to para os alunos. Para o professor Douglas Sousa, coordenador do Ensino Médio Téc-nico em Tecnologia da Informação e Processamento de Dados e ide-alizador do evento, os alunos se mostraram bastante interessados e satisfeitos com as aulas e oficinas realizadas. “É uma satisfação ver a alegria expressa por eles. Ter a pre-sença de ex-alunos e agora alunos de outras instituições como Unip e Anhanguera também foi muito gra-tificante”, expressou.

De olho no mercado tecnológico

sentações do filho. O evento conhe-cido como “Dia D” anualmente traz atrações culturais apresentadas pelos próprios alunos no dia em que os pais estão na escola para renovar as ma-trículas dos filhos. O desfile do cen-tenário foi a principal atração dessa edição. “Eu me vi lá. Estudei aqui em 1991. Enxergar a evolução do colégio foi surpreendente. Foi muito emo-cionante, claro. Principalmente vê-lo desfilando”, enfatizou a mãe de aluno e enfermeira formada pela Faculdade Adventista de Enfermagem, FAE. O desfile teve ainda a participação do Clube de Desbravadores Pioneiros da Colina, que em 2015 está comemo-rando 50 anos, e a fanfarra do Clu-be de Desbravadores Águia Real do município de Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo.

No período da tarde, as comemora-ções continuaram na quadra do Ensi-no Fundamental. Com coreografias e caracterizações especiais, os alunos representaram e homenagearam os cursos de Graduação do Unasp-SP. “Tudo o que a escola faz tem aju-dado e colaborado muito para o de-senvolvimento deles”, considerou Alexandre Caudas, que prestigiou a apresentação do seu filho. O domingo de atividades especiais e em comemoração ao centenário do campus terminou à noite com a reapresentação do sarau “Faço Par-te desta História” apresentado pelos alunos do 9º ano. O evento resgatou diversos episódios, curiosidades, costumes e figurinos que, nos últi-mos cem anos, marcaram a história da instituição.

Gésia Ruckdeschel

Murilo Pereira

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Sendo uma instituição educacional adventista, o Unasp, em todos os seus níveis, tem como base a educação cris-tã. As aulas de Bíblia fazem parte do currículo de todos os alunos, mas, além disso, diferentes atividades e projetos são realizados para aproximar crianças, jovens e adultos de Deus. No Ensino Médio do Colégio Unasp, aqueles que desejam ter um encontro com Deus e com os amigos também aos finais de semana, podem participar de um programa diferenciado aos sábados, dia em que os adventistas têm seu prin-cipal culto semanal em suas congrega-ções. “A comunidade funciona para os alunos que não viriam a um culto con-vencional da Igreja”, explica o pastor e coordenador da comunidade, Jackson Andrade. Muitas das atividades são preparadas pelos próprios alunos, com o apoio e su-pervisão dos líderes responsáveis. Além

Eles disseram “YES”Comunidade Yes reúne adolescentes e jovens do Colégio Unasp que desejam

aprofundar seus conhecimentos na Bíblia e dizer “sim” a Jesus.

de participar dos cultos da comunidade YES, como é chamada, os adolescen-tes também podem frequentar classes bíblicas, pequenos grupos de oração e estudo e realizarem atividades sociais durante as tardes de sábado. Após um período de envolvimento com a comunidade YES e demais atividades espirituais proporciona-das pelo Unasp-SP, um grupo de alunos decidiu intensificar os estu-dos bíblicos, preparando-se para to-mar uma decisão pública de seguir a Jesus através do batismo. Foi então que, no dia 28 de novembro, sete de-les foram batizados em uma cerimô-nia peculiar, ao ar livre, na fonte da Praça Centenário, com a presença de familiares e amigos. Ente eles estavam três irmãos: Rafael, Gabriella e Sabrina Mancini. Por in-fluência da namorada, também aluna do Unasp, Rafael começou a interes-

sar-se mais pelas coisas de Deus e ao mesmo tempo foi uma influência po-sitiva na vida de suas irmãs. No total, doze jovens que frequentam a comu-nidade YES disseram “sim” a Cristo entregando-se a Ele em 2015.Em seu perfil no Facebook, Fernando Xavier, um dos adolescentes, também batizado na ocasião, agradece aos amigos e fala com entusiasmo o quan-to deseja dedicar sua vida a Cristo. A seguir, alguns trechos da mensagem postada por Fernando na rede social:

Comunidade YES no Facebook: www.facebook.com/ComunidadeYES

Ana Paula Ramos

“Foi a melhor decisão para minha vida, e Deus vai me guiar para fazer discípulos. (...) Hoje só tenho agrade-cer por tudo que o Senhor tem feito

em minha vida. (...) Hoje eu posso fa-lar que sou cristão e vou seguir o meu

senhor, Deus de Israel até o fim.”

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Em cem anos de existência, o Unasp con-tinua sendo uma instituição que reúne uma grande quantidade de alunos de diversas culturas e regiões do mundo. O surgimento e desenvolvimento do Centro Universitá-rio, a partir do início do século XXI, con-tribuiu para o fortalecimento de pesquisas e discussões a respeito da diversidade ra-cial e cultural. Com o surgimento do Núcleo de Diver-sidade Étnico-Racial, todos os anos esses temas são debatidos no Fórum para Ques-tões Afro-Indígenas na Contemporaneida-de que teve sua quinta edição no dia 23 de agosto de 2015. O envolvimento de uni-versitários de diferentes áreas tem aumen-tado a cada ano. Uma das pesquisas apresentadas no fórum foi conduzida pela professora Eunice Ber-toso e pela estudante de Pedagogia Stefani Gonçalves. O estudo analisou como a di-versidade racial é tratada na sala de aula. No percurso, foram ouvidos professores que lecionam na Educação Infantil de uma escola municipal na zona sul de São Pau-lo. Em conclusão, a pesquisa reforça que a escola e os professores podem ajudar o aluno a descobrir sua identidade junto aos amigos no ambiente escolar. O representante da tribo Tenondé Porã, o índio e professor Tiago Karai, compar-tilhou com a plenária os desafios que os índios enfrentam na atualidade. Ele conta que é necessário provar ser índio para ter acesso aos seus direitos. Como educador, defende que a escola deve ensinar qual é a realidade do índio. Peças e acessórios do artesanato da aldeia Tenondé Porã ficaram expostos e à venda enquanto acontecia o Fórum. Representando a temática africana, o his-toriador e pós-doutor em História com ênfase em História da África Amailton Azevedo deu uma aula sobre o racismo no Brasil. Segundo ele, o racismo ainda ganha fôlego no país, diferentemente do que aconteceu na África do Sul e Estados Unidos. Após o período de escravatura, o racismo no Brasil nunca foi amparado por

lei como no regime sul-africano do Apar-theid. O Brasil foi das últimas nações a abolir a escravidão e nunca teria comba-tido o racismo, que ainda se manifesta de forma sutil e institucional. Como exemplo dessa realidade, o especia-lista citou a prevalência de homens bran-cos nas esferas públicas dos poderes civis e militares. Também comparou o quarto da empregada a uma micro senzala. “Se propagou ao longo do século vinte a in-formação de que aqui no Brasil nós não tínhamos problemas de raça. Como era um povo miscige-nado, para que pen-sar nessas questões na medida em que isso não ocorria? No entanto, quan-do se voltava para

Uma questão de respeito a diversidadeEnsino Superior

Universitários do Unasp discutem racismo nos dias atuais no Fórum para Questões Afro-Indígenas.

“Pensar e discutir a ques-tão racial dentro das insti-

tuições privadas de ensino, para nós é um ganho”

questões em torno de educação, moradia, saneamento, saúde mental, criminalidade, violência e drogas, víamos que a popula-ção negra era a que estava mais vulnerá-vel”, ressaltou. Para Azevedo, a proposta do fórum contri-bui para a construção de uma consciência para a democracia racial, a ideia que de-fende para solucionar o racismo brasileiro, “para que esse povo brasileiro possa ter acesso à educação, à saúde, ao lazer, e à cultura da mesma maneira que certos gru-pos privilegiados que, coincidentemente, são brancos”, considerou.

Negra e natural de Angola, a estudante de Psicologia Wami Zua conta que consegue perceber a mudança no comportamento das pessoas após assistirem à discussão de assuntos como esse. “Eu vejo principal-mente as pessoas que participam saírem daqui com outra consciência. A atitude de-las é diferente. Elas já conseguem enxer-gar: eu não estou vendo um africano, ou um negro, mas uma pessoa”, descreve. Destacando a riqueza cultural africana, com a ajuda do curso de Nutrição, os uni-versitários angolanos do Unasp preparam

pratos típicos da culinária de seu país de origem. O Mufete, prato prin-cipal comum nos almoços de sábado de famílias adven-

tistas da Angola, foi servido após o encer-ramento do fórum, com direito a refrige-rante feito de forma artesanal e sobremesa, uma refeição completa. As apresentações artísticas também aconteceram através da música, com a participação do grupo Tom Sublime e do Coral dos Angolanos. O evento trouxe ainda uma exposição de quadros com referências cubistas do ar-tista plástico angolano Isidro Sanene. “A ideia de pintar máscaras é no sentido de tentar explicar um pouco mais a respeito da perda de identidade do povo africano. É também uma provocação. Muitas vezes

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Durante uma semana, Karoline Aquiles, Lorena Nunes, Vanessa Hendges, Daniela Teles, Bianca Marcello, Priscila Graunke, Grazieli Pereira e Geisa Campos vivencia-ram, em tempo integral, as experi-ências teóricas e práticas que fazem parte da rotina dos universitários argentinos. As oito universitárias participaram de um intercâmbio aca-dêmico até então inédito na história de duas importantes instituições ad-ventistas de ensino superior América do Sul, o Unasp campus São Paulo e a Universidade Adventista del Plata (UAP), na Argentina. O programa aconteceu no início do mês de no-vembro. A UAP atende muitos pacientes da comunidade nos ambulatórios e clí-nicas da universidade. Através de es-tágio assistido, as alunas brasileiras puderam acompanhar os procedi-mentos e técnicas utilizados no aten-dimento de pacientes com diferentes quadros clínicos. Além de assistirem às aulas com os colegas da Del Plata,

Intercâmbio Brasil-Fisioterapia-ArgentinaParceria entre o Unasp campus São Paulo e a Universidade Adventista del Plata

(UAP), na Argentina, proporcionou uma experiência única para umgrupo de estudantes do curso de Fisioterapia.

as estudantes, que em 2015 concluí-ram o 6º semestre do curso, também apresentaram seus artigos científicos e pesquisas desenvolvidas com base nos estudos realizados com pacien-tes brasileiros.O preparo para o intercâmbio co-meçou cedo, desde o início do se-mestre, em agosto. As alunas parti-ciparam de aulas de Espanhol para terem familiaridade com o idioma e se prepararam para compartilhar ao máximo com os colegas argenti-nos como a Fisioterapia é ensinada e praticada no Brasil. Durante todo o processo de intercâmbio, foram acompanhadas e orientadas pelo professor Fausto Candido, coorde-nador do programa. Geisa Campos conta que os pacien-tes argentinos são muito receptivos e colaboram com os profissionais du-rante o atendimento, além de serem muito simpáticos com o grupo do Brasil. “Essa experiência foi muito marcante. Pude vivenciar como é o meu curso e a minha futura profissão

em outro país, outra faculdade, com outros sistemas de avaliação e trata-mento. A vivência desse intercâmbio nessa etapa do curso me proporcio-nou uma autorreflexão sobre minhas condutas, escolhas e objetivos pes-soais. Me fez almejar ainda mais a dedicação e busca para o aperfeiçoa-mento profissional e pessoal”, com-plementou a aluna. O docente destaca o crescimento que as alunas alcançaram tanto no aspec-to técnico e profissional quanto pes-soal e cultural. Além disso, segundo ele, a oportunidade de prestar servi-ço voluntário e participar de ações missionárias com os universitários adventistas da UAP despertou nelas o desejo de praticar iniciativas se-melhantes no Brasil e até de se tor-narem fisioterapeutas missionárias. “Elas voltaram bastante motivadas a fazerem as mesmas coisas aqui”, afirmou. No sábado em que passaram na Argentina, as alunas participaram de um projeto de distribuição de

as pessoas têm a ideia de que o africano normalmente é uma pessoa que vive sem-pre em dificuldade. São máscaras porque é como se o povo africano ainda não con-seguisse ter uma identidade própria. Uma tentativa de incentivá-lo a mostrar aquilo que ele é fora do seu continente”, explicou. “Pensar e discutir a questão racial dentro das instituições privadas de ensino, para

nós é um ganho, fruto de um trabalho que a gente vem realizando há muito tempo. É necessário pensar o currículo escolar. Não é pensar só em ações, mas é pensar em como você mexe nos cursos de Gra-duação, de licenciatura e de bacharelado para mudar a política social existente”, ponderou Nair Novaes, representante da Secretaria para a Promoção da Igualdade

Racial da Prefeitura de São Paulo, parceira do Unasp em ações como essa. A quinta edição do Fórum para Questões Afro-Indígenas na Contemporaneidade foi organizada e apresentada pela coorde-nadora do Núcleo de Estudos Étnico-Ra-ciais, Romilda Motta. O evento também fez parte das comemorações do Centenário do Unasp. Murilo Pereira

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Semanas acadêmicas

biscoitos em troca de sorrisos. “A maioria dos alunos da UAP está mui-to envolvida em diversos tipos de projetos. Foi uma experiência ma-ravilhosa que nos incentivou e en-cheu de ideias para ajudarmos mais as pessoas que tanto necessitam em nossa sociedade”, conta Geisa. O coordenador do curso de Fisiotera-pia do Unasp-SP, Abrahão Quadros,

considera que a oportunidade trouxe grandes perspectivas para os alunos do curso. Segundo ele, o conheci-mento de que existem universidades adventistas como o Unasp em diver-sos lugares do mundo abre o leque de opções para o aprimoramento acadê-mico, cultural e profissional.Em 2016, será a vez do Unasp-SP receber o grupo de estudantes de

Fisioterapia da UAP, que dará conti-nuidade ao programa de intercâmbio, desta vez vindo ao Brasil. A direto-ria de Graduação do campus junto aos demais coordenadores da área de saúde do Unasp pretendem expandir o intercâmbio para outras carreiras ligadas aos cursos da instituição.

Todos os anos as semanas dos cursos de Graduação do Unasp envolvem alunos e profissionais convidados para tratar de temas relevantes, desafios e descobertas do universo profis-sional e acadêmico das carreiras contempladas neste campus. Seminários, debates, fóruns, exposição de pesquisas, oficinas, entre outras atividades, fazem parte das semanas acadêmicas. Cada semana é planejada de forma a envolver e aproximar os universitários de seu campo de estudo e atuação, para o desenvolvimento de um profissional engajado e melhor pre-parado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho.

Direitos e deveres humanos foi o assunto discutido na 12º Se-mana de Psicologia entre os dias 24 e 28 de agosto de 2015. A semana dividida em subtemas, foi conduzida pelos próprios alunos do curso em suas turmas. Entre as temáticas apresen-tadas durante a semana com a participação de convidados e profissionais de diferentes áreas, estavam o Direito à Liber-dade Religiosa, o Direito da Criança e da Mulher, o Direito do Consumidor e a Responsabilidade. Buscar o equilíbrio no cumprimento dos deveres para que os direitos humanos se-jam respeitados foi a tônica do evento.

Murilo Pereira

Ciências Contábeis - O destaque da Semana de Ciências Contábeis foi para os valores intangíveis da formação profis-sional. Valores que não se quantificam e compõe a personali-dade, o caráter e os diferenciais de um profissional de sucesso. Com o título Profissional Nota 1000: 100 anos de Unasp x 10 anos do Curso de Ciências Contábeis, além de ouvir palestras pertinentes ao futuro da profissão, os alunos também tiveram a oportunidade de expressar suas próprias experiências. A se-mana abriu as comemorações dos 10 anos do curso e celebrou o Centenário do Unasp na última semana do mês de setembro. Durante a semana da Matemática entre os dias 5 e 8 de

outubro, os universitários compartilharam seu conheci-mento com cerca de 100 alunos de uma escola estatual próxima ao Unasp-SP. Os adolescentes convidados fo-ram trazidos ao campus para participarem de três oficinas envolvendo geometria plana e espacial, probabilidade e estatística e um estudo de funções com uso de software livre. Os universitários também tiveram a oportunidade de compartilhar a influência que o Unasp-SP tem exerci-do em suas vidas, o desenvolvimento acadêmico, social e pessoal que o ambiente dessa instituição proporciona. Pedagogia - “Renovação Constante. Princípios Perma-nentes” foi o título da Semana de Pedagogia que cele-brou, entre os dias 13 e 15 de outubro, mais de 40 anos de existência do curso. Entre as homenagens aos ex-pro-fessores e ex-alunos do curso, um dos destaques da sema-na foi o resgate da história de uma das primeiras alunas formadas na antiga Escola Normal do Unasp e uma das primeiras professoras da área na instituição; Reconhe-

Psicologia

Ciências Contábeis

Matemática

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Ana Paula Ramos e Murilo Pereira

cida como a principal professora do Unasp na década de 1940. Albertina Simon dedicou 60 anos de sua vida como uma grande educadora. Seu legado e história fo-ram representados por um grupo de alunos de Pedagogia com base na autobiografia de Albertina, sob a direção do professor David Mesquita. Convidada para a abertura da última Semana de Admi-

nistração do Unasp-SP, a Secretária do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, Dra. Patrícia Igle-cias reconhece que o Unasp e a Educação Adventista va-lorizam o meio ambiente e isso tem contribuído para a formação de profissionais com uma postura diferenciada. Os Desafios do Administrador Moderno e o Meio Am-biente foi tema da semana do curso que aconteceu entre os dias 19 e 22 de outubro. Discutir situações práticas, refletir sobre as principais questões ligadas ao meio am-biente e a gestão de organizações na atualidade foram al-guns dos desafios da semana.Biodiversidade e Manejo de Animais foi o tema da XV

Semana do curso de Ciências Biológicas do Unasp-SP que aconteceu entre os dias 20 e 22 de outubro. Entre homenagens prestadas, o evento celebrou também pró-pria história do curso. O coordenador do curso Antenor Santos, destaca que realizar essa semana comemorativa,

resgatou o significado dos valores e objetivos que contri-buíram para a fundação do curso. “Formar alunos prepa-rados para o mercado de trabalho e comprometidos com o propósito de ensinar que Deus é o criador e mantenedor de todas as coisas.” A Semana de Computação e Tecnologias envolveu os cur-

sos de Tecnologia em Redes de Computadores, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Ciência da Computação. O evento também teve dupla comemoração: o centenário do Unasp e os 15 anos do curso de Ciência da Computação. Além de envolverem-se com a Maratona de Programação e Redes, os alunos se surpreenderam com o trabalho do perito criminal para crimes cibernéticos Pedro Eleutério, uma das principais referências brasileiras no as-sunto. Profissional da Polícia Federal, o perito apresentou os principais aspectos profissionais e o caminho que deve ser seguido para quem optar por esta carreira. A inclusão na educação e na prática esportiva foi o des-

taque da Semana de Educação Física do Unasp-SP em 2015. O curso que já recebeu as melhores notas em ava-liações do Ministério da Educação, MEC, reforçou, en-tre os dias 9 e 12 de novembro, um dos compromissos que fazem parte de sua filosofia e missão. Através das atividades práticas, os futuros educadores físicos pude-ram experimentar as opções e modalidades esportivas adaptadas para deficientes físicos. No encerramento da semana, por exemplo, foi possível conferir e praticar alguns modelos de esporte para deficientes visuais. De olhos vendados, os alunos experimentaram Musculação, Futebol e até Karatê.

Pedagogia

Administração

Computação e Tecnologias

Ciências Biológicas

Educação Física

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Há 23 anos o Unasp tem contribuído para o desenvolvimento de profissio-nais e estudantes em diversas áreas do conhecimento em cursos de especiali-zação. Dia 8 de novembro, foi o dia de agradecer, trocar experiências e refletir sobre a importância da formação con-tinuada e da pesquisa acadêmica no 1o Simpósio de Pós-Graduação do Unasp-SP, mais um marco do centenário. O domingo foi de celebração, apren-dizado e resgate de memórias, na pre-sença de pós-graduandos, ex-alunos e dos ex-coordenadores, que receberam o marco do centenário, no momento de homenagem por seus anos de dedicação e serviço ao programa. Uma retrospec-tiva histórica preparada pela diretoria atual destacou a fundação, crescimento

e evolução dos cursos de Lato Sensu do campus ao longo dos anos. O programa iniciou há 23 anos, em 1992, com dois cursos, o de Saúde da Comunidade e Metodologia do Ensino Superior, sob a coordenação do pro-fessor doutor Iran Edson. Atualmente, o Unasp-SP oferece 23 opções de cur-sos. O curso de Enfermagem Obsté-trica, aberto em 1998, marcou época e continua até hoje, sendo o único curso do programa que nunca deixou de ter alunos nesses 17 anos. “Para mudar o jeito de viver, é preciso mudar o jeito de nascer” é o mote curso, construído com base na defesa da humanização do parto já no século passado. Como parte da programação do evento, os alunos inscritos tiveram a oportuni-

dade de expor seus projetos em pôste-res e também ouvir sobre a importância da pesquisa na Universidade, que tem o “dever e a obrigação de incentivar a pesquisa e destinar recursos para isso”, segundo a ex-professora do programa Milca Lopes. “Agradecemos a Deus pela condução dessa instituição. Por ter colocado, ao longo da história, pessoas que condu-ziram o desenvolvimento do Unasp-SP em todos os âmbitos”, reconheceu Eu-ler Bahia, reitor do Unasp, ao falar jus-tamente da importância do programa como reflexo no desenvolvimento des-se Centro Universitário, que caminha para tornar-se uma Universidade com-pleta investindo na pesquisa e extensão.

O I Simpósio de Religiosidade e Espi-ritualidade na Integralidade da Saúde (REIS) tratou das dimensões que tem aproximado o humano do transcenden-te, na busca de equilíbrio e plenitude de vida. A temática instigante tem sido investigada por vários estudiosos não somente no âmbito da saúde, mas tam-bém na educação e em outras áreas do conhecimento; O I Simpósio REIS tam-bém reuniu outros dois eventos no dia 6 de dezembro, a IV Mostra de Extensão e o XVII Encontro Anual de Iniciação Científica do Unasp campus São Paulo. O melhores projetos de extensão apre-sentados foram premiados na ocasião. Entre as exposições de projetos, uma palestra sobre o diferencial das pesqui-sas nas universidades adventistas e uma mesa redonda ligada ao tema do simpó-

Formaçãocontinuada

Religiosidadee Saúde

Pós e Extensão

Ana Paula Ramos

Ana Paula Ramos

sio, os participantes tiveram o privilé-gio de assistir à apresentação do maior especialista do mundo no campo da es-piritualidade, o doutor Harold G. Koe-nig, abordando os principais resultados de suas pesquisas. Dr. Koenig é diretor do Centro de pesquisa para Teologia, Espiritualidade e Saúde, autor de mais de 42 livros e 400 artigos científicos. Em mais de 80% dos mais de 300 es-tudos analisados por Koenig, o envol-vimento religioso está diretamente rela-cionado a maiores níveis de bem estar e felicidade. “As pessoas que são mais religiosas têm mais propósito na vida”, afirmou o pesquisador no início de sua explanação. A maioria dos estudos ana-lisados pelo especialista também indica que, entre as pessoas mais espirituais, há maior estabilidade mental, menores

índices de divórcios e são indivíduos que praticam mais exercícios. Em entrevista durante o evento, Koenig elogiou e incentivou o aprofundamento e ampliação dos estudos relacionados no Brasil e no Unasp. O especialista concluiu que a “religião e medicina ca-minham muito bem quando eles com-plementam um ao outro”. Ao participar do evento, Márcia Cris-tina da Silva contou como o Unasp a aproxima positivamente desse tema. “Me sinto muito mais próxima de Deus depois de estudar aqui.” Motivada pelo assunto, a aluna decidiu estudar o im-pacto da religião no ambiente organiza-cional, compartilhando com os colegas os principais resultados de seu estudo.

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No primeiro sábado do mês de dezem-bro várias famílias de comunidades próximas ao Unasp-SP foram convi-dadas a participarem de um momento especial na Igreja do campus. Com a proximidade do Natal, elas receberam parte das doações arrecadas durante o Mutirão de Natal. Nos últimos meses de 2015, cada fa-mília que frequenta o Unasp foi con-vidada a adotar uma família da comu-nidade. Entre meados de setembro e início de dezembro foram arrecadadas 30 toneladas de ali-mentos. Os alimentos foram entregues em cestas básicas e não faltaram os brinquedos que as crianças tanto esperam receber nesta época do ano. No programa de encerramento do Muti-rão de Natal, 250 famí-lias carentes da Cohab receberam um kit de presente com 1 peça de roupa, 1 par de sapatos, 1 brinquedo e 1 kit de higiene. A dona de casa Conceição de Oliveira só tinha palavras de gratidão pelo pre-sente que recebeu ao visitar a Igreja do Unasp: “Me sinto feliz. Não tenho condições de dar um presente para os meus netos e hoje eles estão conten-tes porque vão passar o Natal com o presentinho. É muito importante, prin-cipalmente para mim que não estou trabalhando. Não tenho condições de comprar nada para eles. Deixei nas mãos de Deus para ver se eu conse-guia alguma coisinha para eles. Não ligo tanto para uma ceia. Eu ligo mais para os meus netinhos para que eles possam passar o Natal felizes.”A ação não para aí. A Agência Social Adventista (ASA) da Igreja do Unasp-SP atende 40 famílias com cestas bá-

Por um Natal com sentidoPonto de Fé

sicas, cursos profissionalizantes e estu-dos bíblicos, mensalmente, além de 20 alunos não-residentes em necessidade. Durante o período do Mutirão de Natal, a comunidade adventista do Unasp-SP conheceu parte dessas famílias. Algu-mas visitas para a entrega de doações foram gravadas em vídeo e comparti-lhadas durante os cultos de sábado. “Os alimentos arrecadados atendem essas famílias durante o ano e atenderam no Natal orfanatos, projetos sociais e fa-mílias em necessidade de outras igrejas

da região”, complementa Mauro Dias, pastor da Igreja do Unasp-SP.

Solidariedade também se ensinaO Colégio Unasp também entrou mo-tivado para participar do Mutirão de Natal. Uma gincana foi preparada para incentivar os alunos a trazerem doa-ções para a campanha organizada pela Igreja do campus. A largada para a ação que envolveu crianças e adolescentes da Educação Infantil ao Ensino Mé-dio foi dada no dia 19 de setembro. Na ocasião, os alunos foram motivados a mobilizarem esforços e se unirem para ajudar o maior número de pessoas pos-sível. No programa de lançamento, enquanto os alunos do Ensino Fundamental II e Médio assistiam às instruções do pas-tor da Igreja e do diretor da escola, a

igreja ficou repleta com os pequenos da Educação Infantil e Ensino Funda-mental I. Eles encheram os corredores e a frente da Igreja com balões e carta-zes convidando todos a participar. “O colégio tem como uma das mis-sões ajudar os alunos a compreende-rem a importância e o valor do serviço. Unindo a isso o fato de nós desenvol-vermos no aluno o espírito de servir ao próximo, adotamos essa ideia do Mu-tirão de Natal, já que este é um progra-ma oficial da Igreja para esse período

Ana Paula Ramos e Murilo Pereira

do ano. Nós vamos ajudar pessoas a terem um Natal melhor, um final de ano mais feliz e também ajudar no processo educacional. A educação cristã tem como objetivo tam-bém desenvolver o espírito de serviço nos nossos alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio”, explicou o diretor do

Colégio Unasp, Jefferson Andrade.Os universitários também fizeram parte do Mutirão de Natal. Enquanto as famí-lias próximas ao Unasp-SP recebiam as doações na Igreja, no mesmo sábado, os estudantes dos diversos cursos de Graduação foram até a Comunidade Jardim Colombo onde entregaram ces-tas de Natal para 120 famílias. Ainda como parte do Mutirão de Natal, no período da tarde, um grupo de alunos que fazem parte do Jovem Coral Unasp e do programa “O Amor é Capaz” apresentou um programa especial para crianças carentes no pátio da Igreja da Cohab Adventista, localidade próxima ao campus. Brinquedos e cestas básicas também foram distribuídas atendendo a 45 famílias na ocasião.

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Unasp como instituição adven tista surgiu tendo em mente adifusão de seus valores cristãos e a formação de líderes e profissionais que façam a diferença por onde pas-sam. No ano em que completou um século de existência, a direção do campus São Paulo desafiou-se a en-viar pelo menos 100 voluntários pelo mundo em diferentes projetos sociais e comunitários. Não somente 100, mas 164 jovens e profissionais abraçaram a ideia do “Change Your World” (Mude o Seu Mundo) participando de 8 projetos: na Amazônia, entre os índios, Bolí-via, Tocantins, Piauí, Registro-SP, em Santa Catarina, numa comunida-de quilombola, em Paris e no Egito. Entre as ações realizadas de acordo com a necessidade e as possibili-dades de cada local, estavam feiras de saúde, atendimento comunitário, aulas de artesanato, construção, re-forma, limpeza de ambientes e pro-gramas de evangelismo visando a

aproximar mais as pessoas de Deus. “Ser cristã vai além de apenas fre-quentar uma igreja. É seguir o exem-plo de Jesus e demonstrar em ações a preocupação e o amor que temos pelo próximo”, afirmou Geisa Cam-pos, aluna de Fisioterapia que parti-cipou do projeto no Piauí, em uma localidade onde não havia presença adventista. O projeto evangelístico realizado em julho de 2015 terá uma segunda etapa. Um novo grupo se prepara para voltar à localidade em julho de 2016, desta vez para cons-truir a primeira Igreja Adventista da comunidade. Como aluna de Nutrição do Unasp Bárbara Soares teve a oportunidade de ser voluntária no Chipre por cerca de três meses em 2014. Em 2015, fez parte do grupo que foi para o Egito, em uma pequena escola na periferia da Grande Cairo. Bárbara lixou e pintou paredes durante o dia e aju-dou a realizar a feira de saúde aberta à comunidade com atendimento mé-

dico e odontológico. “Sempre estive envolvida em trabalhos voluntários e meu maior sonho era ter uma ex-periência como essa na África. Deus me deu muito mais”, conta a jovem nutricionista que se prepara para viver como missionária no Oriente Médio em 2016, unindo sua voca-ção profissional ao desejo de servir a Deus mundo a fora. Não é exagero dizer que ao mu-dar de alguma forma a realidade de uma comunidade carente, levar alegria e dedicar tempo e recur-sos aos menos favorecidos, esses voluntários mudaram o mundo dessas pessoas, além de mudarem a própria realidade. Em 2016, o Unasp-SP, através do Centro de Voluntariado Bernt Wolter, está preparando mais 11 grupos de vo-luntários para diferentes projetos nacionais e internacionais. Ainda há vagas para alguns deles.

Eles foram e “mudaram o mundo”Motivados por um espírito cristão, mas também solidário e aventureiro, no ano do centenário

do Unasp, 164 voluntários participaram de projetos ao redor do mundo durante as férias.

Unasp em Missão

Atendimento Odontológico - Egito Equipe Bolívia Canto-coral - PiauíFeira de Saúde - Paris Comunidade Quilombola - SC

O

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No dia 12 de dezembro, a sede do Cen-tro de Voluntariado Berndt Wolter foi inaugurada no prédio do Ensino Su-perior do Unasp campus São Paulo. O novo departamento foi criado ofi-cialmente no dia 22 de maio e recebe o nome em homenagem ao idealizador do um núcleo de missões do Unasp localizado no campus Engenheiro Co-elho. Além dos líderes da Instituição e do departamento, estavam presentes jovens e profissionais voluntários que já participam do movimento, e parte da família do falecido pastor Berndt, sua mãe, um de seus dois filhos e a esposa Margot Wolter.

No programa entregue aos participan-tes, estava a apresentação visual do logo do Centro de Voluntariado, as-sim como seu objetivo, missão, lema e visão - ser uma agência de alcance e reconhecimento mundial na oferta de serviços voluntários e atuação missio-naria, recrutando e capacitando estes voluntários para ações de curto e longo prazo no Brasil e no exterior. “É uma alegria ver a semente plantada come-çando a produzir. Esse é um movimen-to que está no coração de muitas pes-soas e vem diretamente de Deus. Que meu esposo tenha começado, é uma satisfação, mas tudo aconteceu graças

Inauguração e legadoa Deus”, relata Margot Wolter. Entre outras atividades e ações locais, o Centro de Voluntariado, sob a coordenação do professor e sociólogo Marcos Eduardo G. de Lima, é responsável pela organi-zação e gerenciamento dos proje-tos de férias do programa Change Your World, dos encontros men-sais de treinamento e capacitação na Escola de Missões e prepara-se para oferecer aulas de idiomas aos voluntários inscritos em projetos internacionais.

Centro de Voluntariado no Facebook: www.facebook.com/voluntariosunasp

Saiu na Revista Ensino Superior“Educação Universitária em tempos de Cibercultura”, artigo de Cristina Zukowsky Ta-vares, coordenadora do Curso de Pedagogia do Unasp campus São Paulo publicado na seção Ensaio da Revista Ensino Superior, Edição 199. Os desafios encontrados na formação de jovens universitários imersos no uni-verso da tecnologia e da cibercultura têm sido amplamente debati-dos e estudados por pesquisadores em todo o mundo. As ferramentas disponíveis e o ambiente virtual apresentam suas vantagens no acesso a informações e coleta de dados. As possibili-dades de interação com o mundo e o ‘conhecimento’ são infindas,

mas como aponta a coordenadora, logo no início do artigo, “tecnologias não pensam, não formulam estratégias pedagógicas, não implementam ou aprimoram metodologias.” Faz-se necessário refletir sobre o assunto e utilizar as novas ferramentas de maneira crítica, para “a construção de aprendizagens significativas.”

O texto completo está disponível on-line no site da Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior) http://semesp1.tempsite.ws

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O costume que começou nos pri-meiros anos do Unasp campus São Paulo já inspirou poesias e músicas como “Vamos Colorir”, de Flávio Santos, e “Amizade”, de Valdecir Lima, compositores adventistas. A Festa da Amizade serviu de inspi-ração para esses ex-alunos notáveis e ainda desperta a criatividade dos alunos atuais. Pre-parar um final de semana inteiro de-dicado aos amigos foi a ideia do grê-mio estudantil de 2015. O momento também fez parte das comemorações do centenário do Unasp-SP.Friends Weekend, que traduzido do inglês significa “final de semana dos amigos”, foi o tema da festa que co-meçou na noite de sexta-feira, dia 27 de novembro, no Salão Nobre. O mú-sico Daniel Salles abriu as comemo-rações do programa preparado com momentos de oração, meditação, es-tudo da Bíblia e muita música cristã.

Celebrar a amizade no ambienteuniversitário faz bem!

“quando fui aluno interno, tinha ali meus colegas de quarto e a gente é família

até hoje”

Mundo Unasp

Conhecido pelo estilo criativo, sendo autor de canções gravadas por corais, grupos e cantores adventistas, Daniel animou os alunos e os incentivou a se aproximarem de Deus. Como ex-aluno do Unasp campus Engenheiro Coelho, o músico conhe-ce bem o significado da amizade para quem vive em um internato adven-

tista. “Os amigos, na vida espiritual de um aluno inter-no, são muito im-portantes. Quando fui aluno interno,

tinha ali meus colegas de quarto e a gente é família até hoje”, afirmou. No dia seguinte, não foi preciso acordar tão cedo para o café da ma-nhã. Surpresos, os alunos receberam a refeição dentro do próprio quarto. A manhã de sábado ainda reserva-va outras surpresas. O Salão Nobre se transformou na igreja dos alunos, para que o momento tradicional do culto e a Escola Sabatina aconteces-sem na companhia dos amigos, com

convidados especiais. O casal Dilson e Débora, cantores da Gravadora Novo Tempo, partici-param desse momento. Estudantes externos e pessoas da comunidade também puderam participar. A tarde de sábado foi reservada para outro programa, onde os jovens participa-ram de uma discussão sobre o uso das redes sociais sob um viés cristão, com a presença do comunicador e especialista em marketing, Rogério Sorvillo.

Amizade a toda provaA parte descontraída da festa foi reservada para o domingo. Toda a área onde fica o campo de futebol e a pista de atletismo do campus foi palco de uma grande gincana cha-mada “No Limite”. Além dos desa-fios provas e brincadeiras, os alunos se divertiram com futebol de sabão, cama elástica, um grande escorrega-dor inflável e experimentaram jogar futebol dentro de uma bolha. A aula de zumba ao ar livre colocou todo

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Você pode assistir e curtir as fotos dos melhores momentos da Festa da Amizade 2015 napágina oficial do Unasp no Facebook. www.facebook.com/unasp.saopaulo

O Unasp foi uma das primeiras insti-tuições de ensino adventista no Bra-sil e atualmente a maior do mundo com sistema de internato. Fundada em maio de 1915, a instituição aten-dia pelo nome de Colégio Adventista Brasileiro, localizado em uma uma extensa área rural a 20 km da capital paulista. Um século depois, a institui-ção foi cercada pelo crescimento ur-bano e passou por mudanças de nome: recebeu o nome de Instituto Adventis-ta de Ensino (IAE) e hoje é um dos quatro campi do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

Salva de Prata – Câmara MunicipalA Câmara Municipal de São Paulo homenageou o Centro Universitário Adventista de São Paulo, Unasp, na noite do dia 26 de outubro duran-

te a cerimônia de entrega da Salva de Prata, uma das mais importantes comendas da capital paulista. A ho-menagem partiu da iniciativa do ve-reador Paulo Batista dos Reis, em re-conhecimento aos serviços prestados pela instituição que completou um século de existência em 2015.

Em seu discurso, o vereador pro-ponente mais uma vez reconheceu a importância do Unasp e da Edu-cação Adventista para a cidade de São Paulo e também para a sua formação pessoal. Na infância, Reis estudou na escola adventis-ta enquanto morava na região em

Homenagens públicas ao UnaspNossa História

No ano em que completou um século de existência o Unasp recebeu homenagens públicas em sua Cidade, Estado e em nível Nacional, na Câmara dos Deputados Federal em Brasília.

mundo para se exercitar ao mesmo tempo. Todos se divertiram ainda mais quando chegou o momento da ex-plosão de cores. A brincadeira colo-rida rendeu muitas risadas, fotos e selfies compartilhadas nas redes so-ciais com as hashtags #friendswe-ekend e #unasp100anos. “Foi a melhor festa desde que che-guei aqui, em 2012. Eu brinquei, conversei e tirei fotos com pessoas que provavelmente eu nunca falaria na vida. Fiz muitas novas amizades e agora tenho uma rede maior de amigos”, conta a estudante de Psi-

cologia, Gleiciane Damasio. Nos últimos anos, a Festa da Amiza-de aconteceu em uma chácara com piscina e boa comida ou em par-que aquático. Os alunos aprovaram a ideia de fazer a festa sem sair do campus. “Parque aquático é muito bom, mas é aquela coisa, cada gru-po fica no seu canto. Essa festa meio que uniu todo mundo. Eu e muitos amigos gostamos”, definiu Laís Dan-tas que também cursa Psicologia.O domingo festivo terminou com um luau imitando o estilo havaia-no, no Campo de Piquenique. De-pois de um dia quente e cheio de

atividades, o evento da noite veio para relaxar, ouvir boa música ao vivo e comer comidas saborosas na companhia dos sempre presen-tes e também dos novos amigos. “A Festa da Amizade me aproxi-mou de pessoas com quem eu ti-nha pouco contato e fortaleceu minhas amizades. Mesmo tendo sido dentro do campus foi espe-cial, porque fechou com chave de ouro meus últimos momentos como aluna do Unasp”, expressou Erica Braun que gradou-se em Pe-dagogia dias depois.

Murilo Pereira

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que o Unasp-SP está localizado na zona sul de São Paulo. “A instituição Unasp tem um tra-balho reconhecido em uma região muito carente que é a região do Ca-pão Redondo. Todo desenvolvimen-to que nós temos naquela área teve a participação do Unasp. A cidade tem que reconhecer e, dentro dessa comemoração dos 100 anos, nós in-cluímos que o Unasp fosse homena-geado com a mais alta honraria da Câmara Municipal de São Paulo”, explicou o vereador. No dia da homenagem, além de pro-fessores, colaboradores e estudan-tes dos três campi do Unasp, alunos de escolas adventistas da capital paulista também assistiram à ses-são. “Me sinto realizada em poder participar dessa história. Eu vejo o Unasp como um mediador para re-alização de um sonho pessoal que é cursar Psicologia”, afirmou a uni-versitária Vanessa Marques.

Solenidade na AssembleiaNo dia 17 de agosto, o Unasp re-cebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A sessão solene, reuniu autoridades

“Creio que estas cerimônias pro-porcionaram ao Unasp a oportuni-dade de reafirmar publicamente o seu compromisso de preparar a ju-ventude, qualificando-a para agir na sociedade atual e futura através de uma visão bíblica e cristã da reali-dade. Isso é muito importante! Nos sentimos muito honrados e agradeci-dos.” Euler Pereira Bahia, Reitor do Unasp.

“O reconhecimento da Câmara dos Deputados de que o Unasp é uma instituição de Ensino Superior com-prometida com sua filosofia e, ao mesmo tempo, aberta para as neces-sidades da comunidade que a cerca, é uma das maneiras de confirmar que o Unasp está no caminho certo, ser-vir a Deus e ao semelhante”, ressalta Douglas Menslin, Diretor Geral do Unasp-SP

“Tenho um profundo e imenso res-peito pela Igreja Adventista a qual fez por merecer a admiração que por ela existe em todo o mundo. Com dedi-cação, trabalho e com amor, surgiu esta instituição – o Unasp – que é um exemplo a ser seguido por quem tem nos horizontes da vida a luta por uma educação mais condizente com a nossa sociedade” Campos Machado, Depu-tado Estadual.

Euler Bahia Douglas Menslin Campos Machado

civis e religiosas no principal plená-rio da casa. A solenidade foi propos-ta pelo deputado Campos Machado, que também presidiu a sessão. Em seu discurso, Machado defendeu que o amor a família e a crença em Deus devem ser sempre valorizados na educação. Durante a cerimônia, os alunos do Unasp tocaram o hino nacional usando sinos e cantaram músicas cristãs. “Eu nunca imagi-nei que o hino nacional pudesse ser tocado usando apenas sinos”, destacou Aloísio de Toledo César, Secretário de Justiça do Estado de São Paulo, que na ocasião repre-sentou o governador do Estado, Geraldo Alckmin. Câmara dos Deputados Federal A homenagem ao Unasp na Câmara dos Deputados em Brasília aconte-ceu no dia 6 de novembro, proposta pelo deputado federal, Vicente Cân-dido. Na abertura da cerimônia, o parlamentar, que representa o Estado de São Paulo, destacou a contribui-ção do Unasp para a comunidade na zona sul da capital paulista. Vicente Cândido recordou a parce-ria entre a instituição e a Prefeitura

Municipal na administração do Pro-grama Saúde da Família, PSF, que durante 15 anos atendeu milhares de pessoas em bairros carentes nes-sa região da cidade. Ao resumir para a plenária a história do Unasp-SP, Cândido lembrou, inclusive, a con-tribuição que o centro de ensino trou-xe para a indústria brasileira através da Superbom. A empresa que perten-ce à Igreja Adventista do Sétimo Dia existe há 90 anos e teve início nos galpões de produção de suco de uva do Unasp-SP na década de 1920. O diretor associado do departa-mento de Educação da Igreja Ad-ventista na América do Sul, Só-crates Quispe, enfatizou o papel do Unasp na formação de líderes e sua relevância nos 120 anos que a Educação Adventista no conti-nente sul-americano completou em 2015. Durante várias décadas, o campus centenário do Unasp foi a única instituição formadora de pastores, educadores e enfermei-ros adventistas que do Brasil se espalharam também por diversos países do mundo.

Ana Paula Ramos, Lucas Rocha e Murilo Bernardo

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Não é novidade para ninguém que o voluntariado é um movimento que tem feito parte do vocabulário de diferentes instituições no Brasil e no mundo. Na Europa e EUA, a ideia de pessoas tra-balhando sem objetivos de lucro finan-ceiro, sem pagamento, potencialmente oferecendo serviços e produtos com a intenção de melhorar e transformar a vida de indivíduos e comunidades é co-nhecida desde o século 17. No Brasil, o século 19 verá o despertamento des-sa modalidade de atividade que visa à expansão do estado de bem-estar que as políticas públicas e oficiais não da-vam conta de fazer.Na década de 90, o tema irá se tornar lu-gar comum na televisão brasileira, com comerciais veiculados e patrocinados pelas próprias emissoras que pareciam querer incutir uma mentalidade nos telespectadores. O movimento estava bastante conectado com a própria ideia neoliberal de Estado Mínimo. Onde o Estado não iria, doravante a sociedade civil deveria se responsabilizar. Ape-sar das críticas, muitas delas coerentes, o movimento se afirmou como uma marca de responsabilidade, comprome-timento e lealdade social. A pessoa e a instituição que praticam o voluntariado passaram a ser vistas como que dotadas de um algo mais, portanto, com currícu-los e portfólios superiores aos demais.Basta dar uma pesquisada nos sites de busca e será fácil perceber quanto se escreve sobre o assunto. São muitos os sites e até mesmo os livros que ob-jetivam motivar, ensinar e promover o voluntariado. Contudo, há benefícios verdadeiros neste programa? Segundo o Serviço Nacional de Voluntariado dos EUA (Corporation for National and Community Service) existem pelo me-nos cinco benefícios tangíveis gerados

por programas de voluntariado: solução de problemas, fortalecimento de comu-nidades, melhoria de vidas, conecta pessoas e transforma a vida dos pró-prios voluntários. A estes benefícios, a mesma agência aponta outros tantos benefícios intangíveis, tais como satis-fação e senso de realização.Obviamente, existem programas que são questionáveis e projetos que prome-tem muito mais do que entregam, quan-do entregam. Michelly Lynn Stayton foi voluntária durante a faculdade, ficou tão incomodada com o que viu e sentiu durante e depois de sua experiência, que passou a militar contra determinadas iniciativas. Ela escreveu um artigo onde aponta sete perigos comuns a projetos de voluntariado: foco total no voluntá-rio e não no serviço; projetos que não deixam nada tangível, apenas um vácuo emocional na vida das pessoas locais que se ligaram aos voluntários quando estes literalmente vão embora; projetos que geram problemas futuros, tais como uma indústria de exploração dos menos favorecidos para angariar fundos para instituições; desperdício de dinheiro e recursos; criação de um círculo de de-pendência; o subaproveitamento de ta-lentos e habilidades (isto ocorre quando pessoas que poderiam gerar serviços inexistentes no local gastam seu tempo “lixando paredes”); por fim, a promoção do salvacionismo ocidental, ou seja, se não fossem “os bonzinhos e caridosos do mundo desenvolvido” não haveria salvação para ninguém mais.Pelo que foi visto acima, não seria difícil perceber que toda boa ideia tem o po-tencial de ser desvirtuada, daí a impor-tância das instituições sociais sólidas, vocacionadas, com tradição, assumirem sua parte no processo. Daí a importância de igrejas bem organizadas, empresas,

escolas e universidades chamarem a responsabilidade para oferecerem pro-gramas idôneos que canalizem os esfor-ços e motivações individuais em proje-tos bem pensados, focados no serviço e que logrem oferecer uma experiência ao voluntário que o leve a adotar o vo-luntariado como estilo de vida transfor-mador, para ele e para as pessoas com quem ele entrar em contato.O Unasp campus São Paulo nunca es-teve à parte deste movimento, e há 100 anos dá sua contribuição. Uma vez que somos uma instituição de ensino confessional, nossas atividades de vo-luntariado, obviamente, sempre se con-fundiram com atividades religiosas e missionárias. O movimento que emer-ge com força agora não é reinvenção e nem correção de rumos, é, antes de tudo, a renovação do fôlego, da vonta-de, do interesse de reforçarmos aquilo que somos como instituição de Ensino Superior. Dessa vontade e desse com-promisso com nossa missão nasceu, em 2015, um departamento ligado à Dire-toria de Desenvolvimento Espiritual do campus, o Centro de Voluntariado Berndt Wolter. Em 2016, vários proje-tos e ações estão em andamento e você também poderá ver mais detalhes nesta edição do Unasp em Revista.

*Marcos Eduardo Gomes de Lima é professor universitário do Unasp e co-ordenador do Centro de Voluntariado Berndt Wolter.

Marcos Eduardo Gomes de Lima

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