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Mercado Financeiroe de Capitais

Professor conteudista: Roberto Cruz

SumrioMercado Financeiro e de CapitaisUnidade I

1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS .....................................................................................................11.1 Conceitos bsicos do mercado nanceiro .....................................................................................1

1.1.1 Mercado monetrio e de crdito .........................................................................................................11.1.2 Mercado cambial ........................................................................................................................................21.1.3 Mercado de capitais ..................................................................................................................................2

1.2 Noes de cincia econmica ............................................................................................................31.2.1 Escassez ..........................................................................................................................................................31.2.2 Custos .............................................................................................................................................................41.2.3 Conceito marginal .....................................................................................................................................4

1.3 Conceitos bsicos de renda, investimento e poupana ...........................................................61.3.1 Renda ..............................................................................................................................................................61.3.2 Investimento ................................................................................................................................................61.3.3 Poupana .......................................................................................................................................................7

1.4 Desenvolvimento econmico e intermediao nanceira .....................................................7

Unidade II

2 MOEDA: CONCEITOS E FUNES .................................................................................................................92.1 Funes da moeda ............................................................................................................................... 102.2 Meios de pagamento ...........................................................................................................................11

3 POLTICAS ECONMICAS DE GOVERNO ................................................................................................. 123.1 Poltica monetria ................................................................................................................................ 13

3.1.1 Emisso de moeda ................................................................................................................................ 143.1.2 Reservas compulsrias ........................................................................................................................ 153.1.3 Redesconto bancrio ........................................................................................................................... 153.1.4 Operaes no mercado aberto ......................................................................................................... 163.1.5 Formao do preo do dinheiro (taxa de juros) ........................................................................ 17

3.2 Poltica scal .......................................................................................................................................... 183.2.1 Dvida pblica ........................................................................................................................................... 19

3.3 Poltica cambial ..................................................................................................................................... 203.3.1 Taxa de cmbio xa ............................................................................................................................... 213.3.2 Taxa de cmbio utuante .................................................................................................................... 213.3.3 Padro currency board ........................................................................................................................ 21

3.4 Poltica de rendas ................................................................................................................................. 224 BALANO DE PAGAMENTOS ....................................................................................................................... 225 TAXA DE JUROS E RETORNO EXIGIDO ..................................................................................................... 24

Unidade III

6 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ........................................................................................................ 256.1 Estrutura institucional ....................................................................................................................... 26

6.1.1 Instituies nanceiras ......................................................................................................................... 266.1.2 Bolsa de valores ....................................................................................................................................... 276.1.3 Conselho Monetrio Nacional CMN ........................................................................................... 286.1.4 Banco Central do Brasil Bacen ..................................................................................................... 286.1.5 Comisso de Valores Mobilirios CVM ....................................................................................... 296.1.6 Banco do Brasil BB ............................................................................................................................. 306.1.7 Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social BNDES ................................ 30

6.2 Sistema de pagamentos brasileiro ................................................................................................ 30

Unidade IV

7 MERCADOS FINANCEIROS ........................................................................................................................... 317.1 Mercado monetrio ............................................................................................................................. 317.2 Mercado de crdito ............................................................................................................................. 347.3 Mercado de cmbio ............................................................................................................................. 367.4 Mercado de capitais ............................................................................................................................ 36

7.4.1 Subscrio de aes ............................................................................................................................... 387.4.2 Emisso e subscrio de aes .......................................................................................................... 39

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1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS

O mercado financeiro e de capitais est permanentemente em constantes mudanas, pois depende da poltica econmica de um pas qual influencia -, o que afeta, direta e indiretamente, a vida das pessoas. Por esse motivo, o estudo dos conceitos bsicos e o entendimento de como acontecem os fluxos de recursos nesse mercado imprescindvel para o estudante de graduao, independentemente da especializao escolhida. importante que as pessoas, profissionais, gestores e empresrios, entre outros, saibam como o sistema financeiro pode maximizar os ganhos de seus investimentos.

1.1 Conceitos bsicos do mercado nanceiro

O mercado nanceiro, tambm chamado de sistema nanceiro ou bancrio, forma o conjunto de instituies e operaes que promovem o uxo de recursos entre os agentes nanceiros. o mercado de demandantes e de fornecedores de fundos, em que os ganhos dos fornecedores so os juros pagos pelos demandantes.

Os mercados nanceiros bsicos so: mercado monetrio e de crdito, mercado cambial e mercado de capitais.

1.1.1 Mercado monetrio e de crdito

Envolve principalmente as transaes com instrumentos de dvida ou de ttulos negociveis de curto e mdio prazos.

Agentes nanceiros: so instituies, como bancos de investimentos, estabelecimentos comerciais e, corretoras de valores, entre outros, que realizam transaes nanceiras.

Demandantes: so os tomadores de recursos, os que os captam no mercado nanceiro.

Fornecedores: so investidores ou poupadores de recursos.

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As transaes que promovem o uxo de recursos de curto prazo acontecem quando pessoas, empresas, governos ou instituies nanceiras possuem disponibilidade de recursos para aplicao por curtos perodos, geralmente um ano. Ao mesmo tempo existem pessoas, empresas, governos ou instituies nanceiras que agem em sentido contrrio, ou seja, necessitam de recursos para cobrir alguma necessidade temporria.

Portanto, o uxo de recursos acontece por meio das transaes entre as instituies nanceiras e seus clientes. Estes depositam recursos e fazem aplicaes nanceiras de curto prazo, enquanto outros captam emprstimos pelo mesmo perodo de tempo. Essas transaes so conhecidas como emprstimo de capital de giro, desconto de duplicatas, entre outros.

1.1.2 Mercado cambial

Inclui operaes de converso de moeda de um pas pela moeda de outro, principalmente por causa de transaes comerciais. Ou seja, quando acontecem importaes, o fornecedor deve ser pago na moeda do pas de origem. Por exemplo, um importador fornece o valor da aquisio em reais instituio nanceira, e esta,por meio do Banco Central, faz a converso desse valor para a moeda do pas que enviou a mercadoria. Outro exemplo a troca de moeda que as pessoas fazem quando viajam ou quando enviam recursos para o exterior.

1.1.3 Mercado de capitais

As transaes de longo prazo usualmente so realizadas pelo mercado de capitais, que transaciona ttulos de dvidas ou de aes relativos a empreendimentos. Nesse mercado esto inclusos a emisso de ttulos de empresas e de rgos governamentais, os ttulos de participao acionria ou de propriedade de empresas e ttulos de dvida de longo prazo. Exemplo comum a emisso de aes por empresas para negociao em bolsa de valores. Essas so as chamadas empresas de capital aberto.

Instrumentos de dvida: correspondem aos contratos e transaes de emprstimos.

Ttulos negociveis: duplicatas, letras de cmbio e notas promissrias, entre outros.

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Para estudar o mercado nanceiro necessrio compreender alguns aspectos bsicos da cincia econmica e a relao existente entre os agregados e os agentes econmicos, em especial os intermedirios nanceiros e o uxo dos ativos nanceiros, tais como poupana e investimentos, entre outros.

1.2 Noes de cincia econmica

A cincia econmica a cincia social que estuda como a sociedade age para alcanar seus ideais utilizando-se de recursos escassos. Ela est dividida em macroeconomia e microeconomia.

A microeconomia corresponde ao estudo do comportamento de consumidores e produtores e do mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinao dos preos e as quantidades em mercados especcos.

A macroeconomia estuda o comportamento do sistema econmico, o que envolve aes para grandes agregados, consumo nacional, investimento agregado, exportao, nvel geral dos preos, entre outros. Seu objetivo delinear uma poltica econmica e entre suas preocupaes est a resoluo de questes como inao e desemprego.

A cincia econmica procura entender como as pessoas utilizam os recursos produtivos escassos terra, capital e trabalho para realizar as transaes de troca, inclusive de moeda, para atingir seus objetivos. Para tanto, utiliza-se de trs elementos bsicos: a escassez de recursos, os custos e o conceito marginal.

1.2.1 Escassez

Corresponde falta dos fatores de produo, como mo de obra, capital, terra e matria-prima, entre outros. A escassez gerada porque as necessidades humanas so ilimitadas e a

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disponibilidade de recursos limitada. Um exemplo disso, amplamente discutido atualmente, a falta de gua potvel no mundo, pois com a poluio dos rios e das fontes naturais, esse recurso fundamental para sobrevivncia da humanidade est comprometido. Nesse sentido, a cincia econmica estuda os caminhos a serem seguidos para a manuteno dos recursos escassos, conservando-se elevada a satisfao da sociedade.

1.2.2 Custos

Usualmente correspondem ao valor pago por algo que adquirimos, sejam produtos, mercadorias, servios ou outros. Para as cincias econmica e nanceira, custos correspondem no apenas ao valor pago por uma mercadoria, tambm aos custos de oportunidade, que equivalem, em ltima instncia, ao sacrifcio que se faz ao deixar de adquirir ou produzir um produto para obter outro.

1.2.3 Conceito marginal

Consiste na produo ou nos ganhos adicionais conseguidos em virtude de uma unidade adicional de produo. Por exemplo, em uma empresa, um funcionrio tem capacidade diria de produzir 10 unidades de um determinado produto e assim o faz. Se em algum perodo ele conseguir produzir uma unidade sem gerar custos adicionais, diremos que ele conseguiu uma unidade marginal de produo.

Considerando os elementos bsicos de estudo da cincia econmica e o objetivo de encontrar os caminhos corretos para o bem-estar social, trs problemas econmicos fundamentais devem ser resolvidos em uma economia, seja esta desenvolvida ou no:

a. o que e quanto produzir: consiste em denir o produto e a quantidade em que ser fabricado em razo da demanda das pessoas;

Custo de oportunidade corresponde a tudo aquilo de que se abre mo para obter algo. Por exemplo, quando uma pessoa deixa de comprar caf para adquirir po. No mercado nanceiro corresponde principalmente aos ganhos que se deixa de obter em um determinado investimento para poder investir em outra opo.

Oferta: quantidade de bens ou servios disponveis no mercado para aquisio do consumidor.

Demanda: quantidade de bens ou servios que o consumidor quer adquirir.

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b. como produzir: refere-se a identicar o processo de produo que proporcionar a melhor produtividade; e

c. para quem produzir: diz respeito distribuio do produto, isto , a determinar onde ser vendido em razo da renda dos consumidores.

Das relaes de troca entre os agentes econmicos, sejam mercadorias ou recursos monetrios, nascem as leis da oferta e da demanda.

Oferta corresponde quantidade de bens ou servios que os produtores esto dispostos a colocar no mercado em razo da quantidade que as pessoas esto dispostas a adquirir, dos custos de produo e da capacidade de produo desses bens ou servios.

Demanda a quantidade de bens e servios que as

pessoas esto dispostas a adquirir, com base em sua renda, gosto, disponibilidade e importncia do bem para sua satisfao.

A combinao da oferta e da demanda determina os preos e o tamanho do mercado.

Os modelos de formao de preos tm como base a anlise dos equilbrios parcial ou geral, que dependem tambm da renda dos consumidores, do investimento que os investidores esto dispostos a realizar e da poupana economizada pelos agentes econmicos.

A procura do equilbrio dos preos, por causada demanda e da oferta, aliada procura da formao de riqueza, promove o uxo de recursos da sociedade, em todos os nveis e setores , o que gera renda, investimentos e poupana. Surgem, assim, os mercados nanceiros e de capitais, que envolvem a compra e a venda de papis.

Renda interna = produto interno = produto gerado no pas a valores de mercado.

Renda nacional = produto nacional = produto gerado no pas mais as entradas por transferncia.

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1.3 Conceitos bsicos de renda, investimento e poupana

1.3.1 Renda

Corresponde, essencialmente, receita em dinheiro auferida pelos agentes que participam do processo produtivo de uma economia e equivale remunerao dos servios prestados ou dos investimentos realizados, como: salrios, juros, lucro, entre outros.

A soma de todos os salrios, juros, lucro, entre outros, pagos em um determinado pas, corresponde renda deste e equivale a dizer que corresponde ao total de produtos gerados pelo pas. Os tipos de renda de um pas so: a renda interna ou produto interno e a renda nacional ou produto nacional.

1.3.1.1 A primeira corresponde ao total de renda gerada ou produto produzido em um pas. o total de salrios, juros, aluguis, lucros, entre outros, pagos pelos agentes econmicos, em um pas, em um determinado perodo de tempo.

1.3.1.2 A segunda, alm do total de salrios, juros, aluguis, lucros, entre outros, pagos em um pas, inclui os valores internalizados em funo das transferncias realizadas entre pessoas e/ou instituies de um pas para outro. Em resumo, corresponde a toda renda pertencente ao pas e no s produzida nele.

1.3.2 Investimento

A cincia econmica conceitua investimento como sendo os recursos destinados criao de riqueza em razo das alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um pas, tanto de bens como de servios. Os investimentos podem ser efetuados em

Oferta: quantidade de bens ou servios disponveis no mercado para aquisio do consumidor.

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estoques de produtos ou mercadorias ou em bens de capital, que correspondem s mquinas, equipamentos e outros.

Os investimentos em estoques de produtos e mercadorias visam s transaes comerciais entre os agentes econmicos, com o objetivo de promover lucros para os investidores. Os investimentos em mquinas e equipamentos visam produo de novos bens e servios, possibilitando no s a gerao de lucro, mas tambm de riqueza.

1.3.3 Poupana

A poupana a parcela da renda no consumida pelos agentes econmicos na aquisio de bens e servios. Ela realimenta todo o processo produtivo por meio dos diversos instrumentos de intermediao do mercado financeiro, que captam a poupana disponvel e a reconduzem ao sistema produtivo por meio das diversas formas de crdito.

A avaliao da atividade de uma economia feita por meio de variveis macroeconmicas identicadas essencialmente no produto interno. Como j vimos, essas variveis correspondem aos valores, a preo de mercado, dos bens e servios nais produzidos e realizados no ambiente interno do pas.

O produto interno denido como bruto e denominado Produto Interno Bruto (PIB) quando no for descontada a depreciao dos bens utilizados na produo. Quando se subtrai o valor da depreciao, que corresponde ao desgaste dos bens utilizados na produo dos produtos, tem-se o Produto Interno Lquido (PIL).

1.4 Desenvolvimento econmico e intermediao nanceira

O desenvolvimento econmico um conceito amplo e engloba no s as variveis de crescimento econmico que

PIB: produto gerado no pas a valor de mercado.

PIL: produto gerado no pas a valor de mercado (-) depreciao.

Depreciao: valorao dos desgastes das mquinas e equipamentos utilizados na produo.

Poupana: valor no gasto na aquisio de bens e servios.

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envolve a expanso quantitativa da capacidade produtiva , mas tambm o bem-estar social geral das pessoas, isto , a elevao das condies de vida da populao de um pas. Dito de outra forma, uma economia desenvolvida apresenta elevada produtividade e tambm condies favorveis de sade, educao, lazer e renda, entre outras, para a populao.

Nesse contexto, a intermediao nanceira tem papel importante, pois direciona recursos de unidades superavitrias para (nanciar) unidades com carncia de capital para investimento. Assim promove a transferncia e a circulao de moeda.

Conforme j citado no incio deste captulo, as transferncias acontecem quando as pessoas, empresas e governo, por causa da no utilizao total da renda, promovem a poupana (superavitrios) desses recursos, auferindo juros. Por sua vez, as instituies nanceiras realimentam o sistema, repassando essas poupanas para os tomadores necessitados de recursos (decitrios), que captam recursos pagando juros.

Quando a interao entre poupadores e tomadores de recursos eciente, as intermediaes nanceiras ajudam a promover o crescimento econmico.

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