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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO MARIA CÉLIA DA SILVA COMPORTAMENTO E RISCO DE ACIDENTES NA TRAVESSIA DE PEDESTRE E CONDUTORES NO TRÂNSITO DE MACEIÓ- AL MACEIÓ - AL 2013

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

MARIA CÉLIA DA SILVA

COMPORTAMENTO E RISCO DE ACIDENTES NA TRAVESSIA DE

PEDESTRE E CONDUTORES NO TRÂNSITO DE MACEIÓ- AL

MACEIÓ - AL

2013

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MARIA CÉLIA DA SILVA

COMPORTAMENTO E RISCO DE ACIDENTES NA TRAVESSIA DE PEDESTRE E

CONDUTORES NO TRÂNSITO DE MACEIÓ- AL

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira de Nascimento Filho

MACEIÓ - AL

2013

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MARIA CÉLIA DA SILVA

COMPORTAMENTO E RISCO DE ACIDENTES NA TRAVESSIA DE PEDESTRE E

CONDUTORES NO TRÂNSITO DE MACEIÓ- AL

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM: _____/_____/_____

________________________________________________________

PROF DR. MANOEL FERREIRA DE NASCIMENTO FILHO

ORIENTADOR

_______________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus queridos amigos e sobrinhos pelo apoio e

incentivo para a realização de mais uma etapa na minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Após tantos luta, finalmente posso respirar aliviada, com a vitória de mais um degrau

alcançado rumo à qualificação profissional. Dedico a Deus essa vitória, aos meus

familiares, minha irmã, em especial, que me acompanha desde a graduação nesta

luta, aos amigos e aos professores, principalmente ao meu orientador, que se

mostrou sempre disponível, a todos, em fim, que direta ou indiretamente me

ajudaram a tornar mais este sonho em realidade.

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“Ontem um menino que brincava me falou Que hoje é semente do amanhã. Para não ter medo que esse tempo vai passar. Não se desespere não Nem pare de sonhar. Nunca se entregue Nasça sempre com as manhãs Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar. Fé na vida, fé no homem Fé no que virá. Nós podemos muito Nós podemos mais Vamos lá pra ver o que será.”

(Gonzaguinha)

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RESUMO

Os acidentes de trânsito são responsáveis por altos índices de óbitos que ocorrem no país, em sua maioria em decorrência da imprudência e da imperícia. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é avaliar o comportamento de condutores e pedestre no trânsito de Maceió-AL as principais causas e consequências para as vítimas de acidentes, com o propósito de informar e esclarecer, contribuindo assim para despertar o senso crítico dos usuários do trânsito, possibilitando a reflexão e a mudança de comportamento neste espaço de convivência social. Nesse sentido, a presente pesquisa se justifica haja vista a necessidade de se ampliar cada vez mais o debate sobre o comportamento de pedestres e condutores, haja vista que o Brasil continua a ocupar um dos primeiros lugares nas estatísticas mundiais no tocante ao número de acidentes automobilísticos.Nesse sentido, o presente estudo, trata-se de uma pesquisa qualitativa, descrita e exploratória, resultante de uma coleta de dados no Hospital Geral do Estado e na Engenharia de Tráfego do DETRAN-AL. Para que se pudesse estabelecer um substrato teórico a ser utilizado como base conceitual, também foram efetuados levantamentos bibliográficos em livros, teses, dissertações periódicos e revistas, além de sites da internet, em bases de dados da Scielo, entre outros igualmente confiáveis, concluindo-se, por fim, que compete às autoridades serem mais rigorosas, fazendo cumprir as leis e aplicando punições mais severas para pessoas que praticam este tipo de infrações, no sentido de garantir e resguardar os pedestres e condutores de veículos, com vista a coibir este tipo de transtorno, reduzindo assim, as perdas e mutilações provocadas por acidentes no trânsito.

Palavras-chave: Conduta. Risco. Acidentes de Trânsito. Educação para o Trânsito

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ABSTRACT

Traffic accidents are responsible for high rates of deaths occurring in the country, mostly as a result of carelessness and clumsiness. In this context, the aim of this study is to evaluate the behavior of drivers and pedestrians in traffic Maceió-AL the main causes and consequences for victims of accidents, in order to inform and enlighten, thereby helping to awaken a critical sense of the users traffic, allowing reflection and behavior change in this space of social coexistence. In this sense, this research is justified given the need to steadily expand the discussion on the behavior of pedestrians and drivers, given that Brazil continues to occupy one of the first places in worldwide statistics regarding the number of car accidents . Accordingly, the present study, it is a qualitative, exploratory and described, resulting in a collection of data in the General State Hospital and Traffic Engineering of the DETRAN-AL. So that it could establish a theoretical basis to be used as a conceptual basis, were also performed in bibliographic books, theses, dissertations, periodicals and magazines, and internet sites in databases Scielo, among other equally reliable, concluding if, finally, that the authorities are more stringent, enforcing the laws and applying harsher punishments for people who practice this type of offenses, to ensure and protect the pedestrians and drivers of vehicles with a view to curb this type disorder, thus reducing losses and mutilations caused by traffic accidents.

Keywords: Conduct. Risk. Traffic Accidents. Traffic Education

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1- Efeitos do álcool no organismo..................................................... 22

Tabela 01- Comparativo dos acidentes, com e sem vítimas, registrados

nos anos 2010 e 2011...............................................................................

32

Tabela 02 - Comparativo dos acidentes, com óbitos, registrados nos anos

2010 e 2011......................................................................................

33

Tabela 03 - Dados comparativos acidentes de transito por categoria em

2010 e 2011..............................................................................................

33

Tabela 04 - Vítimas de acidentes por sexo registrados nos anos 2010 e

2011,..........................................................................................................

35

Tabela 05 - acidentes com e sem vítimas conforme os dias da semana, no

ano de 2010 e 2011..............................................................................

36

Tabela 6: - Acidentes de trânsito com e sem vítimas segundo a fase do

dia..................................................................................................................

37

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01: - Comparativo dos acidentes, com e sem vítimas, registrados

nos anos 2010 e 2011.................................................................................

31

Gráfico 02: - Comparativo dos acidentes, com óbitos, registrados nos anos

2010 e 2011........................................................................................

32

Gráfico 3 : Vítimas de acidentes por sexo registrados nos anos 2010 e

2011.............................................................................................................

35

Gráfico 04: Acidentes com e sem vítimas conforme os dias da semana, no

ano de 2010...........................................................................................

37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14

2.1 Conceito de Trânsito ......................................................................................... 14

2.2 Acidente de Trânsito ......................................................................................... 16

2.3 Principais Causas dos Acidentes de Trânsito ................................................ 18

2.3.1 Álcool .............................................................................................................. 21

2.3.2 Ansiedade ....................................................................................................... 23

2.3.3 Estresse .......................................................................................................... 24

2.3.4 Sono ................................................................................................................ 25

2.4 Psicologia Aplicada à Segurança no Trânsito ................................................ 26

3 MATERIAL E MÉTODO ........................................................................................ 28

3.1 Ética .................................................................................................................... 28

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 28

3.3 Universo ............................................................................................................. 28

3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 29

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 29

3.6 Plano para Coleta dos Dados .......................................................................... 29

3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 38

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

As causas e consequências dos inúmeros acidentes que ocorrem

diariamente no país, em sua maioria em decorrência da imprudência e da imperícia,

demonstram claramente uma conduta culposa do motorista evidenciando a

importância de serem decretadas penas mais rigorosas aos causadores de

acidentes.

O termo negligência usado no art. 186, do novo Código Civil, é amplo e

abrange a ideia de imperícia, pois possui um sentido lato de omissão ao

cumprimento de um dever. Enquanto que a conduta imprudente consiste na

realização de uma ação sem as cautelas necessárias, e implica sempre pequena

consideração pelos interesses alheios, enquanto que a negligência consiste na a

falta de atenção, na ausência de reflexão necessária. Já a imperícia consiste

sobretudo na inaptidão técnica, na ausência de conhecimento para a prática de um

ato ou omissão de providência no exato momento em que se fazia necessária.

No Brasil ocorre hoje uma guerra absurda que poderia perfeitamente ser

evitada. Segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública, no ano de

2003 os acidentes de trânsito mataram 55 brasileiros por dia, o equivalente a vinte

mil brasileiros por ano. Uma média de 1.700 por mês, duas mortes por hora.

Diante do exposto, podemos afirmar que os acidentes de trânsito tornaram-

se um sério problema de saúde pública no Brasil. Com frequência, diz-se que 90%

dos acidentes de trânsito são causados por erros humanos e que, portanto, a única

solução é a educação, fiscalização e punição dos motoristas e pedestres que

desobedecem as leis.

Diante do exposto, o presente trabalho monográfico tem como objetivo

desenvolver uma reflexão o comportamento de condutores e pedestre no trânsito de

Maceió-AL as principais causas e consequências para as vítimas de acidentes, com

o propósito de informar e esclarecer, contribuindo assim para despertar o senso

crítico dos usuários do trânsito, possibilitando a reflexão e a mudança de

comportamento neste espaço de convivência social, tendo como fator motivador a

observância do aumento generalizado dos acidentes automobilísticos, bem como

pelo apelo social no sentido da maior responsabilização dos envolvidos.

Nesse sentido, a presente pesquisa se justifica haja vista a necessidade de

se ampliar cada vez mais o debate sobre o comportamento de pedestres e

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condutores, considerando que conhecer cada vez melhor os fatores que levam a

ocorrência de tantos eventos é indispensável para que se planeje as ações

necessárias para, se não eliminá-los totalmente mais minimizá-los ao máximo, haja

vista que o Brasil continua a ocupar um dos primeiros lugares nas estatísticas

mundiais no tocante ao número de acidentes no transito.

O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, descrita e

exploratória, resultante de uma coleta de dados no Hospital Geral do Estado e na

Engenharia de Tráfego do DETRAN-AL. Para que se pudesse estabelecer um

substrato teórico a ser utilizado como base conceitual, também foram efetuados

levantamentos bibliográficos em livros, teses, dissertações periódicos e revistas,

além de sites da internet, em bases de dados da SCIELO, entre outros igualmente

confiáveis,

No sentido de que o leitor tenha uma maior compreensão sobre a temática

proposta, buscou-se estruturá-lo iniciando com uma revisão de literatura, onde se

expõe uma síntese de diferentes autores, apresentando o argumento central de

cada autor, bem como os pontos de divergência e ou convergência existentes entre

eles.

Na sequencia faz-se uma explanação acerca da metodologia utilizada na

realização do presente estudo, para em seguida apresentação, análise e discussão

dos dados coletados.

Finalmente têm-se as considerações finais. Nelas são enfocadas as

questões que mais se destacaram nas investigadas realizadas.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceito de Trânsito

Com o crescimento das cidades e a incorporação dos veículos automotores

no dia a dia das pessoas, diminuindo as distâncias e consequentemente

promovendo maior rapidez nas soluções de diversos problemas da vida moderna,

surgiu também um relevante problema social, que são os acidentes de transito.

Trânsito, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2004, p.786):

apud Zampieri (2010, p.10) “ é o ato ou efeito de caminhar, marcha. Movimento,

circulação, afluência de pessoas e/ou veículos; tráfego, [...]”.

Para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT),

“acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão, porquanto a

esse são impingidos aspectos relacionados com a morte, com a incapacitação física,

perdas materiais, podendo provocar sérios comprometimentos de cunho psicológico,

muitas vezes de difícil superação.”

Já para Alves (2002, p.7) apud Gonçalves (2012, p.14) o trânsito:

“é a utilização isolada ou grupal das vias por meio de pessoas, veículos e

semoventes. Esse uso pode efetivar-se para fins de circulação, parada e

estacionamento, inclusive para as operações de carga ou descarga de bens.”

Nesse mesmo sentido para Honorato ( 2002) apud Gonçalves (2012, p.15):

Trânsito é um fenômeno mais amplo do que geralmente é compreendido, em razão de englobar todos os usuários das vias terrestres, e 1mesmo que não se encontrem em deslocamento. Uma pessoa caminhando ou sentada em um banco de uma praça estará sujeita as normas impostas pelo Código

de Trânsito Brasileiro.

Convém nesse sentido esclarecer que no Brasil a organização do trânsito é

realizada pelo Código de Trânsito Brasileiro, que contem basicamente normas de

caráter administrativo e penal, instituído através da Lei nº 9.503, de 23 de setembro

de 1997 em substituição ao antigo Código Nacional de Trânsito, trazendo logo em

seu art. 1º que:

Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

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A discussão em torno dessa temática é de grande importância, em especial

nos centros urbanos, isto porque o trânsito brasileiro é um dos que causa maior

número de mortes no mundo.

De acordo com dados de um levantamento inédito realizado pelo Instituto

Avante Brasil (IAB), publicados no jornal digital BRASIL 247, em 12 de julho de

2013, o Brasil registrou aumento de 40,3% no número de mortes entre 2001 e 2010.

Em 31 anos (entre 1980 e 2010), o estudo levanta números do Datasus - disponíveis

apenas até 2010, concluindo que houve um aumento de 115% no número de mortes

no trânsito. Em 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil, o IAB calcula que haverá

50.241 mortes decorrentes de acidentes de (JORNAL DIGITAL BRASIL 247, 2013).

Convém, no entanto alertar que o retrato do trânsito brasileiro é um quadro

de tragédia e de calamidade, porém, a maioria das pessoas que faz parte desse

quadro, não tem consciência da gravidade da situação. O que ocorre no trânsito do

Brasil é o reflexo do comportamento social dos brasileiros. Os acidentes são aceitos

pelas pessoas como algo corriqueiro, que faz parte do dia-a-dia, banaliza-se a dor e

o sofrimento.

Percebe-se, diante do que ocorre no trânsito, que os brasileiros não são “mal

educados no trânsito” eles são mal educados, fazendo nas vias de tráfego, o que faz

na sua vida diária. Entender que o trânsito é um espaço de consciência social

significa dizer que ele não pertence a uma só pessoa mas a coletividade, e que,

sendo assim, os interesses individuais, no momento em que se entrecruzam, devem

ser negociados visando ao bem coletivo.

Gonçalves (2012, p.15) nesse sentido comenta que “o trânsito está

alicerçado em 3 diretrizes básicas que caracterizam as ações e atividades que

devam ser adotadas para que o trânsito flua com segurança”. São conhecidos,

segundo a mesma autora “como o Tripé do Trânsito, são eles: 1. Engenharia; 2.

Esforço legal (legislação, justiça e policiamento) e 3. Educação.”

Segundo os parâmetros curriculares nacionais, a educação de trânsito não é

indicada como tema transversal, mas como tema local, reforçando a importância das

escolas no sentido de desenvolver atividades, possibilitando analisar e refletir sobre

o trânsito.

No entanto, o art.74 do Código de Trânsito Brasileiro resalta que

“a educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os

comportamentos do sistema nacional de trânsito”, fazendo-se necessário, portanto,

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educar as crianças desde cedo a fim de que possam crescer sabendo respeitar o

outro, cooperando e cumprindo regras para que se viva em harmonia, evitando

assim, muitos acidentes e desrespeito no trânsito.

No transito, conforme Rozestraten (1988) apud Zampieri (2010, p.11) :

a interação do comportamento humano com a via e o veículo, funcionando como um sistema interativo de estímulo e resposta é entendido como uma cadeia de fatores que envolvem pessoa, via e veículo, programada para operar funcionalmente. O indivíduo (pessoa) é o principal agente desse sistema, é aquele que desempenha variados papéis no contexto do trânsito,

tais como: motorista, pedestre, ciclista, autoridade, entre outros.

Nesse sentido Rozestraten (1988) apud Zampieri (2010, p.11) configura o

trânsito como “um movimento essencialmente social”, como uma atuação de um

grupo não estruturado e provisório, onde todos devem colaborar para segurança dos

demais.” Acrescenta ainda Rozestraten, (1998, p.8,) apud Zampieri (2010, p.11)

“que o comportamento desajustado de um só indivíduo pode trazer grandes

prejuízos para todo o grupo.”

A maior parte dos acidentes de trânsito ocorre por falha humana, entendidas

com erros, infrações, a exemplo do uso indevido de substâncias como: o álcool e

outras drogas e as más condições de estradas e rodovias. Para que as campanhas

educativas obtenham sucessos, é necessário ser um trabalho contínuo e

sistemático, que envolvam a participação integrada e efetiva da educação,

fiscalização e de parcerias com outras instituições do sistema trânsito.

2.2 Acidente de Trânsito

O trânsito depende da relação que o homem estabelece com a via e com o

veículo. Sendo ele que comanda, é preciso, em sua análise descer a detalhes em

aspectos que envolvem o comportamento do indivíduo, como destinatário das

regras, na condição de usuário. A violência social, o enfoque da questão sob a ótica

da teoria dos valores, a ordem pública e a cidadania, a ética e moral aplicáveis ao

trânsito são estudados, então, as regras de conduta e circulação exigíveis de

pessoas físicas e jurídicas no comportamento diário do trânsito, sejam pedestres

sejam condutores de veículo motorizados ou não.

Nesse contexto, a substituição do antigo Código Nacional de Transito pelo

atual Código de Transito Brasileiro (CTB), (Lei 5.108/66), resultou de diversos

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estudos técnicos realizados demonstrando a necessidade de uma legislação mais

rigorosa com punições mais severas para aqueles condutores cometem delitos no

transito, haja vista o alto custo que o país tem pago em decorrência do grande

número de acidentes de transito no país,

Para Rozestraten (1988, p. 74) apud Zimmermann (2010, p.16) acidente é:

uma desavença não intencionada, envolvendo um ou mais participantes do trânsito,implicando algum dano e noticiada á polícia diretamente ou através dos serviços de Medicina Legal”. Portanto, há várias classificações de acidentes e acidentados que caracterizam mais as consequências do acidente do que suas causas e circunstâncias.

A presença ou não de uma vítima ou de um pedestre; o veículo, a

especificação bem como o estado da via; a presença ou não de algum defeito no

veículo; o tipo do ser humano, são alguns critérios que classificam os diversos tipos

de acidentes de trânsito (ZIMMERMANN, 2010).

Nesse sentido, Zimmermann, (2010, p.16), cita um estudo clínico de

acidentes realizado no Laboratoire de Psychologie de la Conduite, em Monthéry, na

França no ano de 1970, onde, após se analisar diversos acidentes de trânsito,

considerando-se alguns critérios, chegou-se a uma divisão em seis classes de

acidentes de trânsito:

1-Nível de instrução ou de formação profissional; 2-Estado psicológico: Capacidade de julgamento, aceitação ou não da responsabilidade; 3- Problemas psíquicos; 4- Tipo de estrada; 5 - Estado do veículo: novo, velho, meia idade; 6 - Tipo de trajeto; 7- Familiaridade com o trajeto; 8-Adaptação social; 9 - Capacidade de dirigir.

Observa-se, segundo Zimmermann, (2010, p.16), “que entre esses noves

critérios, sete se referem ao motorista, seu estado físico e psíquico, seus

conhecimentos, capacidades e atitudes.”

Inegavelmente, o automóvel entrou de vez no cotidiano das pessoas,

facilitando a vida de todos, ampliando as possibilidades de viagens de lazer e de

negócios, diminuindo as distâncias e ampliando a comunicação entre as pessoas.

Entretanto, os acidentes de trânsito, no Brasil, tornaram-se um grande

problemas de saúde pública., parece que os brasileiros estão se acostumando a tal

ponto com eles que já os veem como acontecimento natural, como se acontecessem

por acaso e, por isso, pouco se pode fazer para preveni-los, quando, na verdade, a

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maioria deles poderiam têm consequências são dolorosas e trágicas para o

acidentado, sua família e a sociedade como um todo.

No ano de 2009, que serviu como base da quarta fase da Pesquisa Médico-

Hospitalar, realizada pelo DNIT (2011) a população de pessoas envolvidas em

acidentes nas rodovias federais brasileiras, foi de 652.980 pessoas. Desse total,

93.851 vítimas foram encaminhadas aos hospitais de atendimento, com lesões

classificadas como leves ou graves1, que representam em torno de 14% (quatorze

por cento) das pessoas envolvidas.

Conforme dados do IBGE o trânsito no Brasil mata 43 mil pessoas por ano.

Um outro levantamento do Ministério da Saúde, sobre internações hospitalares e

gastos com tratamento, mostram ainda 153.565 pessoas vítimas de acidentes de

trânsito foram internadas em hospitais da rede pública em 2011, geraram um gasto

de R$ 200 milhões aos cofres públicos.

O enorme contingente da população vitimada pelos acidentes de trânsito

produz grande impacto na economia nacional, tanto pelos altos custos destinados a

atendimento médico-hospitalar as vítimas, como os recursos empregados em

benefícios e aposentadorias, além dos traumas e transtornos psicossociais que

acometem as famílias envolvidas nesses acidentes.

Considerando a gravidade da situação é importante investigar acerca dos

fatores, como por exemplo, dirigir em alta velocidade ou sob efeito de bebidas

alcoólicas ou outro tipo de droga, entre outras imprudências, que contribuem para a

gravidade e/ ou para ocorrência de tantos acidentes de trânsito no Brasil.

2.3 Principais Causas dos Acidentes de Trânsito

Dirigir com segurança requer que o condutor tenha conhecimento das leis que

normatizam as relações nas vias de trânsito, nesse sentido o Código de Trânsito

Brasileiro e seu regulamento fornecem muitas informações através das quais o

motorista pode conhecer tanto a legislação específica quanto os fatores causadores

de acidentes de transito.

_____________________________ 1 Lesões Leves são aquelas que não apresentam risco de vida e se caracterizam por dores em geral;

lacerações leves, contusões e abrasões; queimaduras de 1° grau e as pequenas de 2° e 3° graus; e, Lesões Graves são aquelas que apresentam risco de vida com sobrevivência provável e se caracterizam por grandes lacerações e ou avulsões com hemorragias severas; queimaduras de 2° e 3° graus envolvendo até 50% da superfície corporal (DNIT, 2011).

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Com as péssimas condições de transporte urbano, as pessoas sentem cada

vez mais necessidade de adquirir um veículo próprio que possa facilitar sua

locomoção, essa necessidade somada as facilidade de crédito que se dispõe hoje

são fatores que tem contribuído para o crescente número da frota de veiculo

principalmente nas grandes e médias cidades.

Esse constante aumento do número de veículo circulando nas vias de

trânsito tem contribuído para o aumento do número de acidentes, segundo Duarte e

Souza (2010, p.39) “cerca de 30 mil pessoas morrem anualmente em acidentes de

transito: 44% delas têm entre 20 e 39 anos de idade e 82% são homens. Além disso,

mais de 100 mil são internadas devido às lesões adquiridas.”

A tentativa de explicar o comportamento de risco no trânsito e a tendência

ao envolvimento em acidentes, segundo Panichi e Wagner (2006) apud Zampieri

(2010, p.28) “tem sido um tema importante de se analisar. Evidenciam-se diferentes

perspectivas teóricas e metodológicas, por exemplo, na área da ciência psicológica,

no intuito de desvendar e compreender suas possíveis causas.”

Ainda segundo Panichi e Wagner (2006) apud Zampieri (2010, p.28)

“apesar da existência variados saberes estudando o mesmo fenômeno,

compreendem, que suas causas estão relacionadas à influência de um contexto

complexo de variáveis individuais, comportamentais, sociocognitivas, ambientais e

sociais.”

Nessa mesma direção Paschoal (1995) apud Zampieri (2010, p.28) sugere

“que determinados fatores psicológicos como, insegurança, desespero,

impulsividade, agressão, entre outros, são responsáveis pelos acidentes e

necessitam de uma maior atenção.”

Rozestraten (1988) apud Zampieri (2010, p.28) complementa “que ainda os

acidentes são mais caracterizados por seus resultados e suas consequências, ao

invés de investigadas as causas que o precederam.”

Entre as principais causas materiais ou psíquicas de acidentes de transito,

destacam-se a conservação das vias, sinalização, tráfego, defeitos mecânicos e

variados fatores humanos, decorrentes da negligência, imprudência e imperícia

(ROZESTRATEN, 1988; ANDRADE , 2007 apud ZAMPIERI, 2010, p.27).

No trânsito ocorrem muitas situações nas quais o condutor tem que tomar

uma decisão rápida passível que pode ser tomada de forma inadequada, segundo

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Rozestraten (1988) apud Zampieri (2010, p.28) “em razão de uma perturbação

transitória, como nos casos de fadiga, estresse, sobrecarga emotiva ou embriaguez.”

Nesse mesmo sentido, Mauro (2001), apud Ribeiro (2010, p.23), esclarece

que:

As condições que afetam negativamente a um desempenho seguro da tarefa de dirigir são os estados físico - fisiológicos (debilitação de órgãos sensoriais, sistema nervoso, função normal do organismo e deficiência motora, influência de droga, sono e fadiga); os estados mentais e emocionais (raiva, estresse, ansiedade, agressividade, pressa, angústia entre outros); condições de experiência e familiaridade (memória, aprendizagem,experiência).

Portanto, manter-se alerta deve ser um comportamento constante do

condutor de um veículo, pois só dessa forma percebera tudo que possa ocorrer em

tornar do seu veículo e tomar a decisão correta, caso ocorra algum evento que

possa por em risco sua segurança e a segurança de outras pessoas, considerando

que 4 segundos de atenção significam quase 90 metros de distância percorrida por

um veículo a 80 km/h (BORGES, 2000).

Um veículo que não esteja em bom estado de conservação também pode

causar acidente, como por exemplo, luz deficiente; pneus velhos, sem a devida

aderência; freios defeituosos; barra de direção ou limpadores de para-brisa

defeituosos; e, ainda, infiltração de monóxido de carbono do escapamento para o

interior do veículo, causando ao condutor sonolência ou vertigem (BORGES, 2000).

O condutor não pode permitir que condições adversas atrapalhem a tarefa

de dirigir com perfeição, antes de qualquer percurso é bom saber se está em

condições física e psicológica para dirigir o seu veículo. A mecânica do veículo não

deve ser esquecida, portanto além do motor, é importante que se verifique se buzina

e faróis estão funcionando, bem como calibragem dos pneus e sistema de freios.

Deve-se observar também se está ou não em condições de dirigir, por exemplo, se

está cansado ou emocionalmente perturbado, e jamais dirigir sob efeito de álcool ou

qualquer outro tipo de droga (BORGES, 2000).

Dentre as condições adversas para dirigir destacam-se entre as mais

importantes: dirigir sob efeito de bebida alcoólica, em estado de ansiedade ou

estresse, sob tensão ou fadiga, o que pode provocar um estado de sonolência e

adormecimento ao volante.

21

2.3.1 Álcool

A imprudência tem motivado a maioria dos acidentes de transito no Brasil, a

exemplo da condução de veículo automotor, após a ingestão de bebida alcoólica,

uma vez que essa droga produz efeitos depressores sobre o sistema nervoso

central, diminuindo a habilidade para dirigir.

Os resultados da última pesquisa, do Ministério da Saúde, sobre o impacto

do uso do álcool e sua relação com o trânsito, cujos dados são referentes ao ano de

2011, mostrou que 21% dos acidentes de trânsito estão relacionados ao consumo

de álcool, apontando ainda que as pessoas alcoolizadas estão mais sujeitas a

hospitalização e a morte em decorrência do acidente.

Conforme Lei nº. 11.343/ 2006 o álcool é caracterizado como substância

psicoativa tal qual a maconha, cocaína entre outras.” Conforme esclarece Martins

(2010, p.28), “o consumo do álcool é fomentado pelo efeito inebriante que ele

oferece, tais como a euforia, a sensação de bem estar e relaxamento”.

Para fins de condenação por crime cometido em estado de embriaguez, o

Código Penal, segundo Beloti (2011, p.20) considera os seguintes tipos de

embriaguez:

• incompleta= quando na fase de excitação; • completa= quando nas fases de depressão ou do sono; • simples= quando não traz consequências maiores; • patológica= quando produz delírios, paranoias ou agressividade; • voluntária= quando o sujeito bebe com a intenção de se embriagar; • culposa= quando não é voluntária mas vem a se embriagar; • acidental= quando não é voluntária e nem culposa (caso fortuito ou de força maior); • preordenada= quando o indivíduo se embriaga de propósito para

Ao ser ingerido o álcool é rapidamente absorvido e transportado para a

corrente sanguínea, e consequentemente ao celebro, a partir daí passa a atingir

todas as funções do indivíduo que passa a sentir um falso senso de autoconfiança

exagerado, ao tempo em tem a audição e o campo de visão reduzido, a

concentração fica difícil e a fala e o equilíbrio são afetados (BORGES, 2000).

22

Quadro 1 – Efeitos do álcool no organismo

Até 0,2 g/l de álcool por litro de sangue Não produz efeito aparente na maioria das pessoas

0,2 g/l a 0,5 g/l de álcool por litro de sangue A sensação de tranquilidade aumenta. Reações mais lenta a efeitos sonoros e visuais

0,5 g/l a 0,9 g/l de álcool por litro de sangue Estado de euforia e reações motoras prejudicadas

0,9 g/l a 1,5 g/l de álcool por litro de sangue Autoconfiança exageradas. Os reflexos e a atenção no volante diminuem

1,5 g/l a 3 g/l de álcool por litro de sangue Intoxicação, tontura, visão dupla e instabilidade emocional.

3 g/l a 5 g/l de álcool por litro de sangue Inconsciência e coma

5 g/l de álcool por litro de sangue Morte Fonte: Adaptado de BORGES, Carlos Eduardo et al, 2000, p.47

O Código de Trânsito Brasileiro na tentativa de reduzir o número de

acidentes decorrentes de embriaguez no volante, tipificou tal conduta, que

dependendo da situação poderá representar desde uma simples infração até um

crime de trânsito.

Assim sendo, em 19 de junho de 2008, foi promulgada a Lei 11.705,

conhecida como a “Lei Seca”, que reduziu os níveis legais de dirigir sob o efeito de

bebidas alcoólicas de 0,6 g de álcool por litro de sangue para zero (com margem de

tolerância de 0,2 g de álcool por litro de sangue), medido por meio do etilômetro,

popularmente conhecido como bafômetro (BORGES, 2000).

Entretanto, em 20 de dezembro de 2012 foi sancionada algumas alterações

à citada lei tornando mais rígida a punição para motoristas que dirigem alcoolizados,

como por exemplo, com as alterações ocorridas não apenas o bafômetro, mas

qualquer outro meio pode ser usado para comprovar a embriaguez do motorista,

incluindo o testemunho de policiais, fotos, vídeos e relatos de testemunhas e testes

clínicos. Outra inovação foi o aumento nos valores das multas, que passam de R$

957,70 para R$ 1.915, 40. Dobrando para R$ 3.830,80, em caso de reincidência,

além da suspensão da carteira de habilitação pelo prazo de um ano. Quanto a

detenção continua sendo de seis meses a três anos.

O álcool é uma droga lícita, de fácil aquisição e valor, acessível, porém

causa efeito danoso na mente do ser humano, trazendo sérias consequências para

seu usuário e para a sociedade, em especial quando associada ao ato de dirigir

veículos automotores.

23

2.3.2 Ansiedade

A ansiedade pode se considerada como um sentimento que acompanha na

percepção geral de perigo. O objetivo é admitir que há algo a ser temido, ao mesmo

tempo, ela respalda o planejamento de ações na tentativa de buscar saídas,

alternativas que permite a aprendizagem de ações de enfrentamento ou fuga do

perigo. A ansiedade possui correspondente psicológico e fisiológico.

Conforme Hoffmann et all (2003, p.367), “com relação ao contexto psicológico

observam-se confusões e distorções perceptivas que podem interferir no

aprendizado, na concentração, na memória, prejudicando a capacidade de

associação.”

Para Sampaio (2011, p.1) “ansiedade é sinônimo de nervosismo,

preocupação e medo em relação a perigos reais ou imaginários que podem

acontecer no futuro conosco ou com alguém que gostamos muito.”

Tratando sobre o tema Viecili (2003) apud Batista (2012, p.32) sobserva que

“ a resolução nº 80 do Conselho Nacional de Trânsito ( CONTRAN), anexa ao

Código de Trânsito Brasileiro, lista a ansiedade como uma das características

psicológicas prejudicial aos motoristas.”

Nesse contexto, é de relevante interesse que a psicologia realize estudos

sobre a ação que a ansiedade exerce sobre o comportamento das pessoas

envolvidas no trânsito, haja vista que dentre os comportamentos emocionais do

homem, a ansiedade configura-se como um fator importante na situação de trânsito

interferindo na capacidade cognitiva e perceptiva dos indivíduos.

Vasconcellos (1998) apud Hoffmann et al (2003, p.367), considera que:

a cultura, constituída a partir da história pessoal de cada pessoa, também influencia o seu relacionamento no trânsito. Dessa forma, as disputas pelos espaços, nas vias públicas, o ceder ou avançar, são consequências de como cada indivíduo, a partir de sua história pessoal, analisa e compreende aquela situação.

Assim, fica a psicologia responsável de buscar e compreender o que está

influenciando as pessoas, a comportamentos negligentes e irresponsáveis que

justifique tais resultados, desenvolvendo estudos e pesquisas para entender o

comportamento humano no trânsito e propor intervenções a fim de reduzir os efeitos

negativos da ansiedade na ação de dirigir.

24

Dentre as intervenções destacam-se as educativas, que levem a um maior

senso de responsabilidade, de compreensão das normas do trânsito e porque elas

existem; ações terapêuticas com pessoas que já se envolveram em acidentes, a fim

de promover uma análise da situação em que houve e acidente e reduzir a

ansiedade frente as novas exposições; ações preventivas por intermédios de

avaliação psicológica identificando e indicando soluções a candidatos e condutores

com elevados níveis de ansiedade.

2.3.3 Estresse

A palavra “estresse” tem origem inglesa (“stress”), e significa um estado de

tensão em que o organismo se prepara para enfrentar ou para fugir do perigo. O

estresse é quase sempre visualizado como um fator negativo que ocasiona prejuízo

no desempenho geral do indivíduo. Esse termo foi usado pela primeira vez na área

da saúde em 1926 por Hans Silye, que após extensas pesquisas médicas, o definiu

como sendo um desgaste geral do organismo (CORONETTI et al., 2006).

Preston, 1981 apud Martins et al. (2000, p.52) conceitua estresse como

sendo “uma resposta adaptativa, mediada por características individuais ou

processos psicológicos, sendo uma consequência a qualquer evento externo que

identifica demandas físicas ou psicológicas em um indivíduo”.

O estresse não é mais que uma resposta adaptativa do organismo a situação

em que seja necessária uma tomada de decisão. Várias situações do trânsito são

muito desgastantes, os motivos do estresse, podem variar para motoristas,

passageiros, ciclistas ou pedestres. Muitos condutores se estressam com os eventos

que produzem perda de tempo, dirigir nos horários de picos ou mesmo ficarem atrás

de carros muitos lentos (GRAIM, 2013).

Outras situações da vida diária também provocam estresse como: Pequenos

ruídos, não encontrar estacionamento, congestionamento de trânsito, considerados

não tão graves, mesmo assim, gera uma situação não benéfica para o condutor,

produzindo mudança em seu estado físico e psicológico. A mudança ou o estímulo

que provoca esse estado é o agressor. A natureza do agressor é variada: Um

acontecimento ou mudança que determina estresse em uma pessoa será neutro

para outra.

Nesse sentido Costa (2013, p.01), comenta que:

25

O estresse, cada vez maior, nos grandes centros urbanos, causado pelo excesso de veículos, com a consequente saturação dos espaços viários, redução da velocidade de deslocamento, ruas alagadas em dias de temporais e o caos dos constantes congestionamentos, vem criando uma legião de motoristas e passageiros estressados, deseducados, intolerantes e hiperagressivos.

Estamos diante de cidadãos, sem histórico de mau comportamento

social,mas que, em função do elevado grau de estresse, causado pelo trânsito e

pela agitação da vida moderna, independente do grau cultural, podem se

transformar em assassinos em potencial a qualquer instante, bastando que um

motorista de ônibus não pare no ponto ou arranque bruscamente causando lesão ao

passageiro ou mesmo uma pequena fechada no trânsito. é desumano. É fato real,

porém, que o aumento progressivo da frota de veículos em circulação, em vias

urbanas, pode tornar o trânsito uma fonte ainda maior de acidentes, estresse e

agressividade. È preciso, portanto, preparar psicológica e tecnicamente novos e

atuais motoristas para um trânsito cada vez mais congestionado e estressante. Sem

dúvida o trânsito é um componente urbano gerador de alto estresse

2.3.4 Sono

A sonolência é um estado alterado da consciência, diminuindo a capacidade

de processamento sensorial, reduzindo a eficácia das respostas ao ambiente, ou

seja, reduzindo a atenção e os reflexos. Esse fenômeno ocorre normalmente quando

o relógio biológico entende que é hora de dormir, no entanto, se tal situação ocorrer

quando a pessoa estiver dirigindo pode ser determinante para a ocorrência de um

acidente, geralmente grave, portanto, ao perceber que está sonolento o condutor

deve procurar um local seguro para dormir algumas horas, para, só então, seguir

viagem (RODRIGUES, 2005).

O erro humano é um dos maiores determinantes de acidentes no trânsito, a

exemplo da falta de atenção, observações inadequadas e erros cognitivos, entre

outros, a exemplo da sonolência, que coloca em risco motoristas e pedestres, haja

vista que estudos relacionando acidentes de trânsito à problemas de sonolência tem

recebido atenção especial nos últimos anos , nesse sentido é importante salientar

que geralmente a capacidade de atenção e concentração, diminui em indivíduos

que continuam trabalhando após terem consciência de sua fadiga, o adormecimento

ao volante é uma amostra considerável dos acidentes de veículos principalmente

associados com viagens em condições monótonas. (MELLO, et al, 2013).

26

Outros distúrbios do sono, a exemplo da insônia diminui a habilidade para

integrar informações e realizar as precisas funções analíticas que o condutor

necessita, diminuindo a capacidade dos órgãos sensoriais e motrizes, ao mesmo

tempo em que aumenta o número de erros e manobras, gerando inconsciência e

maiores níveis de riscos.

Diante do exposto, não há dúvidas que a melhor forma de se evitar acidentes

de trânsito decorrentes de sonolência ao volante é procurar não insistir em dirigir

veículos automotores quando o corpo apresentar sinais de fadiga, pois o trânsito

exige lucidez e tranquilidade para que se possa ter uma vigem tranquila e segura.

2.4 Psicologia Aplicada à Segurança no Trânsito

A psicologia do trânsito ainda é uma especialidade pouco divulgada e

conhecida, até mesmo por parte dos psicólogos, contudo pode atuar como uma

importante ferramenta na luta para melhorar o relacionamento dos indivíduos nas

vias de trânsito, haja vista que a psicologia de trânsito procura investigar os fatores

que determinam os comportamentos dos indivíduos envolvidos neste sistema, com a

finalidade de colaborar para a segurança e o bem-estar das pessoas em seus

deslocamentos (CRISTO, 2012).

Pode ser definida, conforme esclarece Rozestrate (1981, p.141), como o

“estudo científico do comportamento dos participantes do trânsito, entendendo-se

por trânsito o conjunto de deslocamentos dentro de um sistema regulamentado.” A

psicologia do trânsito, diz ainda Rozestraten (1981, p.141), “se restringe ao

comportamento dos usuários das rodovias e das redes viárias urbanas.”

A psicologia do transito se relaciona, praticamente, com todas as outras áreas

especializadas da psicologia, bem como com outras áreas do conhecimento , a

exemplo da engenharia de estradas, medicina do trabalho, estatística, física,

ergonometria, sociologia, psicopedagogia, e até mesmo com o direito e a

criminologia, entre outras, haja vista que o estudo do comportamento humano

envolve grande complexidade, uma vez que envolve comportamentos individuais e

sociais contribuindo para um melhor conhecimento do homem, bem como de que

forma os fatores perceptivos, cognitivos e de reação podem contribuir para melhorar,

por um lado a situação da estrada, e da sinalização rodoviária e por outro como

pode aperfeiçoar o veículo, por exemplo, orientando sobre a colocação mais

27

eficiente dos comandos, pode ainda dar as diretrizes educacionais, sugerindo

recursos mais eficientes para o ensino de como o indivíduo deve se comportar no

trânsito, contribuindo enfim para a redução do grande número de acidentes no

trânsito (ROZESTRATEN, 1981).

Menezes Pinto (2011) apud Batista (2012, p. 27/28 ) confirma que a

Psicologia do Trânsito constitui-se em:

uma área de aplicação da Psicologia Ambiental e Psicologia Social que, através de métodos científicos, estuda o comportamento do homem no ambiente do trânsito, sua multideterminação no contexto no qual está inserido e sua correlação com os fatores sociais, políticos, econômicos que influenciam o sistema de funcionamento, gestão, organização e fiscalização desse trânsito.

No Brasil, a psicologia aplicada à segurança no trânsito se iniciou em 1951,

no Rio de Janeiro, com a contratação de psicólogo pelo Departamento Estadual de

Trânsito (DETRAN/RJ) para realizar as primeiras avaliações, por meio de provas de

personalidade, de aptidão e de entrevista com a finalidade de estudar o

comportamento dos condutores e as causas humanas envolvidas nas ocorrências

de acidentes. Em 1953 passaram a ser consideradas obrigatórias para dos

candidatos a profissão de motorista. Só em 1962 o Conselho Nacional de Transito

(CONTRAN) estendeu o exame psicotécnico para todos os candidatos interessados

(SILVA, 2010).

Ainda hoje a atuação dos psicólogos que trabalham nessa área ainda se

concentra predominantemente na avaliação psicológica dos indivíduos que se

candidatam a obtenção de uma Carreira de Habilitação, embora, nas últimas

décadas também tenham uma atuação interdisciplinar, com acréscimo de ações nas

áreas da educação, prevenção, capacitação de equipes (ALCHIERI et al, 2006 apud

BELOTI, 2011).

28

3 MATERIAL E MÉTODO

3.1 Ética

A presente pesquisa esta de acordo com as exigências éticas e científicas

fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96

do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987, a qual determina as diretrizes e

normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:

A identidade dos sujeitos da pesquisa está preservada, conforme determina

a Resolução 196/96 do CNS-MS, haja vista visto que, não foi necessário identificar-

se uma vez que para realização deste estudo científico foi desenvolvida uma

pesquisa de campo junto ao Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão

Vilela e ao Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas – DETRAN-AL, no

período de 2010 e 2011, onde foram realizadas coletas dos dados disponibilizados

pela Secretaria de Estado da Saúde e pela Secretaria Estadual de Defesa Social,

que já se encontravam disponibilizados em site da internet.

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa de campo descritivo-retrospectiva, com dupla,

combinação de abordagens, , a saber quanti-qualitativa, .resultante de uma coleta

de dados secundários que aborda o comportamento e risco de acidentes na

travessia de pedestre e condutores no trânsito de Maceió- AL, no período entre 2010

e 2011.

Para que se pudesse estabelecer um substrato teórico a ser utilizado como

base conceitual, também foram efetuados levantamentos bibliográficos em livros,

teses, dissertações periódicos e revistas, disponibilizados nas Bibliotecas Craveiro

Costa da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (FCBS), do Centro de

Estudos Superiores de Maceió (CESMAC) e da Universidade Federal de Alagoas

(UFAL), além de sites da internet em bases de dados da SCIELO.

3.3 Universo

A pesquisa foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico e

documental., rastreando-se relatórios de acidentes de trânsitos fornecidos pelo

29

Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela e pelo Departamento

Estadual de Trânsito de Alagoas – DETRAN-AL , referentes aos acidentes ocorridos

no Estado de Alagoas nos anos de 2010 e 2011.

3.4 Sujeitos da Amostra

A amostra tomou por base indivíduos na faixa etária de 0 a mais de 60 anos,

dos sexos masculino e feminino, que compõem dos dados estatísticos do Hospital

Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela e do Departamento Estadual de

Trânsito de Alagoas – DETRAN-AL no período de janeiro de 2010 a dezembro de

2011.

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Os instrumentos de coleta de dados utilizados para o desenvolvimento do

presente estudo são as pesquisas bibliográfica, tomou por base a contribuição de

diversos autores, estudiosos do tema em pauta, e a pesquisa documental tomou por

base Relatórios, Tabelas Estatísticas e outros documentos existentes no Hospital

Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela e ao Departamento Estadual de

Trânsito de Alagoas – DETRAN-AL, que tratam acerca de Acidentes de Trânsito

Geral ocorridos no Estado de Alagoas referentes ao período de janeiro 2010 a

dezembro de 2011, disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde e pela

Secretaria Estadual de Defesa Social, alguns disponibilizados em site da internet.

3.6 Plano para Coleta dos Dados

- Inicialmente realizou-se o levantamento bibliográfico relacionado ao tema

da pesquisa;

- Feito o levantamento bibliográfico procedeu-se o levantamento documental,

no Hospital Geral do Estado, através de informações cedidas pela Secretaria de

Estado da Saúde e processo de coleta de dados por meio de uma pesquisa

documental através de Relatórios, Tabelas Estatísticas e outros documentos

existentes no Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela e ao

Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas – DETRAN-AL, que tratam acerca

30

de Acidentes de Trânsito Geral ocorridos no Estado de Alagoas referentes ao

período de janeiro 2010 a dezembro de 2011, disponibilizados pela Secretaria de

Estado da Saúde e pela Secretaria Estadual de Defesa Social, alguns

disponibilizados em site da internet.

- Finalmente, tomando por base a pesquisa documental realizada, procedeu-

se a análise dos dados acerca o comportamento e risco de acidentes na travessia

de pedestre e condutores no trânsito de Maceió- AL, no período entre 2010 e 2011.

3.7 Plano para a Análise dos Dados

Os dados contidos nos Relatórios e Tabelas pesquisadas receberam o

tratamento estatísticos adequado, sendo os mesmos, em seguida, distribuídos em

gráficos, os quais foram posteriormente analisados, discutidos e descritos quanti-

qualitativamente,

Finalmente, face aos resultados obtidos pela pesquisa bibliográfica e

documental, foram apresentadas considerações em função dos resultados e da

análise entre a bibliografia e a realidade do ambiente analisado.

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tomando por base as pesquisa bibliográfica e documental realizada, para a

elaboração do presente estudo, é possível afirmar que os diversos autores

consultados, a exemplo de Zimmermann (2009), entre outros, são unânimes em

dizer que os acidentes de trânsito no Brasil tornaram-se um grande problema de

saúde pública.

O veículo, a via e o homem, são os três principais elementos do trânsito, no

qual o homem é a peça principal porque além de realizar várias funções ainda está

sobre efeitos dos fatores internos, a exemplo do estresse, ansiedade, sonolência,

entre outros, e externos, a exemplo da luz, neblina, buracos, que podem alterar seu

comportamento. A via é o local que acontece o trânsito, onde a cada ano ocorrem

mais acidente e pede-se cada vez mais vidas (ZIMMERMANN, 2009). Nesse

sentido, muitos dos autores pesquisados, a exemplo de Martins (2013) Vasconcelos

(2011) citam trabalhos realizados com pedestres e/ ou condutores que apontam a

vulnerabilidade do homem ao volante.

No presente estudo, os dados coletados através dos Relatórios de Registro

de Acidentes do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL, nos anos de

2010 e 2011, demonstram o alto índice de acidentes, nas vias estaduais e federais

do Estado de Alagoas, nesse período, conforme gráfico 01.

Gráfico 01: - Comparativo dos acidentes, com e sem vítimas, registrados nos anos 2010 e 2011.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

2010 2011

Acidentes

SemVítimasComVítimas

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010 e 2011 - Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

6.408

4.283

2.125

2.395

1.509

886

32

Conforme se pode observar na Tabela 01, dos 6.408 acidentes registrados

no ano de 2010, cerca de 2.125, ou seja 33,17% tiveram vítimas, com maior ou

menor gravidade, média semelhante a ocorrida em 2010, haja vistas que dos 2.392

acidentes registrados cerca de 886 tiveram vítimas, ou seja 36,99% dos acidentes

de trânsito tiveram vítimas, tamanha incidência tem causado enorme prejuízo a

sociedade brasileira, uma vez que o que ocorre em Alagoas, ocorre também nas

demais regiões do país, acarretando gastos hospitalares, aposentadorias precoces e

muito sofrimento, as vítimas e aos seus amigos e familiares.

Tabela 01- Comparativo dos acidentes, com e sem vítimas, registrados nos anos 2010 e 2011,

Evento 2010 % 2011 %

Sem Vítimas 4.283 66,83 1.509 63,01

Com Vítimas 2.125 33,17 886 36,99

Acidentes 6.408 100,00 2.395 100,00

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010 e 2011. Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

Também nos anos de 2010 e 2011, os dados coletados nos documentos

oficiais do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL, registram, conforme

representação no gráfico 02, que mais de 50% das pessoas vitimadas em acidentes

de trânsito morrem no local do acidente.

Gráfico 02: - Comparativo dos acidentes, com óbitos, registrados nos anos 2010 e 2011,

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2010 2011

Acidentes c/ vitimasFataisN/ Fatais

Fonte: Boletim Informativo, Ano.1. nº 4, 2011. - Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

409

362

47

374

217

157

33

Um ponto positivo que se pode observar com os resultados dos dados

coletados, tabela 02, que houve uma redução no número de acidentes vítimas

fatais, na interpretação de muitos autores, a exemplo de Borges (tal fato deve-se

em parte a alterações sofridas no Código de Transito Brasileiro, que vem impondo

normas mais rigorosas para condutores de veículos automotores, a exemplo da

Lei Seca, promulgada em 2008 e modificada em 2012, tornando-se ainda mais

rigoroso em relação ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas.

Tabela 02- Comparativo dos acidentes, com óbitos, registrados nos anos 2010 e 2011,

Acidentes 2010 % 2011 %

Fatais 362 88,51 217 58,02

N/ Fatais 47 11,49 157 41,98

Com Vítimas 409 100,00 374 100,00

Fonte: Boletim Informativo, Ano.1. nº 4, 2011. Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

Já os dados comparativos de acidentes de trânsito coletados no Hospital

Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela, demonstram que houve um

aumento no número de atendimento no ano 2011 em relação ao ano de 2010,

inclusive no número de óbitos, e no número de acidentes com moto, que teve um

aumento cerca de 46%, em relação ao ano de 2010, conforme tabela 03,

consequência da imprudência da maioria dos motoqueiros de não respeitarem a

sinalização, ultra passando pela direita e cortando o trânsito a toda hora,

esquecendo-se do quanto estão desprotegidos, caso ocorra algum acidente. Ao

exceder a velocidade, ao desrespeitar a sinalização ou mesmo “costurar entre os

carros”, o motociclista não se dá conta dos perigos aos quais está exposto”.

Tabela 03 – Dados comparativos acidentes de transito por categoria– 2010 e 2011

ANO DADOS COMPARATIVOS POR CATEGORIA

Óbitos Atropelamento Colisão Capotamento Acidente Moto

2010 44 1.634 3.314 344 2.858

2011 64 1.596 3.720 439 3.658

Fonte: Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela / Secretaria de Restado da Saúde, 2012.

34

De acordo com Rozestraten & Dotta (1996), apud Oliveira (2012), entre

outros autores pesquisados entre os elementos que se relacionam com as causas

dos acidentes, mais de 90% estão associados a fatores humanos. Apenas 10% têm

suas causas relacionadas às condições ambientais, condições da via ou condições

do veículo. Nessa direção, conforme esclarece Oliveira (2012), entre outros autores,

inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos nacional e internacionalmente, nos

quais se busca encontrar caminhos que levem a soluções, por meio da educação

dos jovens condutores e reeducação dos mais velhos, leis mias duras, campanhas

voltadas alertando sobre os perigos da direção irresponsável, ou outras técnicas

alternativas que ajudem a reduzir e prevenir acidentes de trânsito, haja vista que

segundo a Organização Mundial de Saúde Organização Mundial de Saúde – OMS,

os acidentes de trânsito são considerados a segunda causa de mortes por fatores

externos em todo o mundo, também no Brasil, principalmente entre os jovens,

segundo a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA.

Em Alagoas, tal realidade ode ser constatada pelos dados pesquisados nos

Relatórios de Acidentes de Transito, ano 2010, do Departamento Estadual de

Trânsito – DETRAN/AL, cujos registros consta que 71,41% dos condutores

menores de 18 anos, que são proibidos de dirigir veículos automotores, envolvidos

em acidentes acabam ferindo-se em menor ou maior gravidade ou falecendo no

local do acidente. O mesmo Relatório registra também que em 2010, 90,83% dos

condutores vítimas de acidentes de trânsito estão n faixa etária entre 18 a 29 anos, é

realmente um número bastante elevado.

Na interpretação de Rozestraten (2001), estudioso da psicologia no trânsito,

cada indivíduo busca um certo nível ótimo de risco, alguns aceitando e expondo-se a

maiores níveis do que outros; concluindo que existem condutores que têm um nível

alto de risco e, portanto, uma probabilidade maior de acidente como meta a ser

atingida, dirigindo de forma imprudente, na busca de riscos e na busca de

sensações, tais características são encontradas em maior número em jovens de 16

a 24 anos, sendo esta uma das razões pela qual engordam as estatística de

acidentes e mortes no trânsito, além da inexperiência, imperícia e do consumo

irresponsável de bebidas alcoólicas e outras drogas, prática comum nessa faixa

etária.

No presente estudo, outro índice relevante são os números relacionados as

35

vítimas de acidentes por sexo. Conforme o resultado da pesquisa documental

realizada no Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL as vítimas do sexo

masculino aparecem sempre em número superior as do sexo feminino, tanto em

2010 quanto em 2011, conforme pode ser observado no gráfico 03, confirmando

assim os dados sugeridos pela literatura consultada,

Gráfico 03 : Vítimas de acidentes por sexo registrados nos anos 2010 e 2011

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

homens

2010

mulheres

2010

homens

2011

mulheres

2011

Feridas

Mortas

s/informações

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010 e 2011. Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

Conforme os dados registrados, tabela 04, o índice de acidentes de trânsito

com homens,, que segundo do DETRA/AL, corresponde a 80% do número de

pessoas habilitadas, é superior ao índice de acidentes ocorridos com mulheres.

Pesquisa recente realizada pelo Ministério da Saúde mostrou que em 2011, no

Brasil, 16,4 mil homens perderam a vida no trânsito sendo que 24,9% havia ingerido

álcool, enquanto os índices entre as pessoas do sexo feminino foram de 10,2%.

Tabela 04 - Vítimas de acidentes por sexo registrados nos anos 2010 e 2011,

Vitimas 2010 % 2011 %

Masc. Femin. Masc. Femin. Masc. Femin. Masc. Femin.

Feridas 2.255 777 93,22 94,99 1004 329 92,45 95,64

Mortas 47 33 6,20 4,03 74 14 6,81 4,07

S/inforrmações 409 08 0,58 0,98 08 01 0,74 0,29

Total 2.419 818 100,00 100,00 1.086 344 100,00 100,00

Fonte: Boletim Informativo, Ano.1. nº 4, 2011. Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL,

36

Com relação a quantidade de acidentes com vítimas, no decorrer da

semana, observa-se na tabela 05, que nos finais de semana, ou seja, na sexta, no

sábado e no domingo, os acidentes ocorrem com maior frequência, conforme

representações gráficas abaixo destacadas.

Tabela 05 - Acidentes com e sem vítimas conforme os dias da semana, no ano de 2010 e 2011

Dias da Semana

2010 2011 Com Vitima Sem Vítima Com Vitima Sem Vítima

Domingo 359 414 151 148 Segunda 272 639 113 233 Terça 261 610 124 214 Quarta 291 523 102 215 Quinta 246 657 104 215 Sexta 320 752 141 234 Sábado 376 588 151 250

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010/2011.Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL

A unanimidade, entre os autores consultados, a exemplo de Lotugo (2013) é

que uma das causas desse alto índice de acidentes nos finais de semana tem sido

principalmente o excessivo consumo de bebidas alcoólicas, em especial entre os

mais jovens, na faixa etária de 18 a 35 anos. Observa-se porém, que em 2011 esse

índice reduziu, segundo os autores pesquisados, tal fato é o reflexo da lei seca,

promulgada desde 2008, que já começa a mostrar seus efeitos positivos.

De acordo com a revisão de literatura realizadas o maior índice de acidentes

de transito ocorrem pelo dia , conforme pode-se verificar nos dados apresentados no

gráfico 04, em decorrência de haver um maior número de veículos e pedestres

circulando nas vias de trânsito, e pela madrugada, pelo fato de que circulam menos

veículos nas estradas, motivando os motoristas a desenvolverem maior velocidade,

o que provoca grande número de capotamentos.

37

Gráfico 04: - Acidentes de trânsito com e sem vítimas segundo a fase do dia,

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Dia 2010 Noite 2010 Dia 2011 Noite 2011

S/ Vitimas

C/Vítimas

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010/2011.Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL

Nesse horário é alto o número de acidentes motivados por cansaço e

sonolência, bem como pelos efeitos danosos do consumo de bebidas alcoólicas e

outras drogas que reduzem os reflexos do condutor e dispersão de sua atenção na

pista provocando inúmeros acidentes, muitos dos quais com vítimas fatais.

Na tabela 06, visualiza melhor os números pesquisados nos anos de 2010 e

2011. Nesse período já é possível perceber que houve uma redução de casos em

2011 em relação a 2010, para alguns estudiosos do tema, tal fato já é reflexo das

alterações sofridas no Código Nacional de Transito, em especial a Lei Seca.

Tabela 6: Acidentes de trânsito com e sem vítimas segundo a fase do dia,

2010 2011

Dia Noite Dia Noite

s/ vítima 3.212 1.069 1.107 401

c/ vítima 1.331 794 564 322

Fonte: Relatórios de Acidentes de Transito 2010/2011. Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AL

3.212

1.331

1.069

1.107

564

401

794 322

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve por principal objetivo verificar o comportamento e

risco de acidentes na travessia de pedestre e condutores no trânsito de Maceió- AL,

no período entre 2010 e 2011.

Mediante consultas realizada em textos de diversos autores e documentos

pesquisados ficou exposto, de modo geral, no conteúdo do presente estudo, que nas

últimas décadas, nas vias de trânsito do Brasil, tem ocorrido uma guerra absurda

que poderia perfeitamente ser evitada.

Evidenciou-se também, com base nos dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), que 50% das vítimas fatais no trânsito têm entre 18

e 34 anos, em sua maioria pertencentes ao sexo masculino.

Diante do exposto, pode-se afirmar que os acidentes de trânsito não só em

Alagoas, mas em todo país, tornaram-se um sério problema de saúde pública, haja

vista informações do próprio Ministério da Saúde, que somente em 2011, foram

gastos pelo órgão R$ 200 milhões em internações no Sistema Único de Saúde -

SUS para vítimas de acidentes de trânsito, sem contar com reabilitação e com

segunda cirurgia, muito frequentes em vítimas de acidentes,

Ao longo desta monografia, foi possível compreender que precisamos formar

cidadãos éticos, tornando o trânsito mais harmônico e seguro, entendendo que o

trânsito é um espaço de convivência social podendo ser algo importante para nos

ajudar a minimizar ou desfazer muitos conflitos que presenciamos no cotidiano e que

cada indivíduo que está na rua, assim como nós, tem a sua necessidade, o seu

próprio objetivo ao trafegar, podendo compreender amplamente o ato de se

deslocar.

A partir da revisão da literatura e da análise descritiva realizada nesse estudo,

ficou concluo que,vários fatores podem ocasionar um acidente de trânsito, como por

exemplo, a personalidade do condutor do veículo, seus estado emocional e/ ou

físico, a desatenção do pedestre ao atravessar uma via de trânsito, as condições

das estradas, entre outros fatores, mas principalmente as imprudências cometidas

em decorrência do consumo de bebidas alcoólicas, o excesso de velocidade e as

ultrapassagens indevidas.

39

Tão dramática realidade, apontada pelos dados expostos no decorrer do

presente estudo, demonstra que existe urgência em se adotar políticas públicas

efetivamente comprometidas com a questão do trânsito no Brasil.

Nessas políticas públicas devem estar contidas, obras de melhoria e

construção de estradas e rodovias, bem como sinalização e instalação de semáforos

nos locais adequados, reforço e qualificação do policiamento, além de mudanças na

própria legislação que normatiza o trânsito, que deveria ter penalidades ainda

mais rigorosas para todos aqueles que cometessem delitos no trânsito e

principalmente a realização de campanhas educativas, Nesse sentido, convém

ressaltar que a educação para o trânsito é muito mais abrangente que uma mera

aprendizagem de normas, regras e sinalizações, mas constitui-se em uma

aprendizagem de hábitos e atitudes capazes de modificar comportamentos e

procedimentos diante da complexidade do trânsito.

Espero que o tema abordado seja capaz de despertar o interesse de outras

pessoas, no sentido de compreender e buscar soluções para reduzir ao máximo o

número de acidentes envolvendo vítimas de acidentes no trânsito. Visto que,

atualmente isto acontece com elevada frequência, e muitas das vezes isso se dá

pela falta de conhecimento e prudência, tanto dos pedestres quanto dos condutores

de veículo.

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REFERÊNCIAS

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