UNIPAR Biblioteca de TCC - Análise da presença de estresse em … · 2019. 2. 22. · Endereço...
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Análise da presença de estresse em colaboradores do serviço de Atendimento
Móvel de Urgência- SAMU 1921
Nathiara Caroline Fernandes
Silvia Marini Colonetti
Sidinei De Jesus Dos Santos De Oliveira
Thaís Cristina Gutstein Nazar
Nathiara Caroline Fernandes: Aluna do curso de Psicologia da Universidade Universidade
Paranaense – UNIPAR.
Silvia Marini Colonetti: Aluna do curso de Psicologia da Universidade Universidade Paranaense
- UNIPAR.
Sidinei De Jesus dos Santos de Oliveira: Aluno do curso de Psicologia da Universidade
Universidade Paranaense - UNIPAR.
Thaís Cristina Gutstein Nazar: Graduação em Psicologia pela UNICENTRO. Especialização
em Terapia Analítico Comportamental. Especialização em Saúde Mental. Especialização em
Psicologia da Saúde. Mestrado em Psicologia. Doutorado em Educação pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Professora no Curso de Psicologia da Universidade Paranaense -
UNIPAR.
Endereço para correspondência: Av. Julio Assis Cavalheiro, 2000 - Bairro Industrial. Francisco
Beltrão/PR. Brasil. Telefone: (46) 991149438.
Endereço para contato: [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
Resumo: O estresse é considerado como uma reação psicofisiológica a situações que
exigem adaptação, dessa forma, tem-se notado que alguns colaboradores do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência- SAMU 192 podem estar expostos a eventos estressores,
sejam eles internos ou externos. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo analisar a
presença de estresse neste contexto, considerando a importância da qualidade de vida para
os indivíduos. Participaram da pesquisa 56 colaboradores, de ambos os gêneros, que
responderam a um Questionário Sociodemográfico e ao Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos de Lipp (Lipp, 2016). Por meio dos dados coletados nesta amostra,
identificou-se que 25% do trabalhadores apresentaram estresse na fase de resistência,
podendo ser prejudicial ao seu desempenho no trabalho e na sua qualidade de vida.
Palavras-Chave: SAMU 192; Saúde; Estresse; Qualidade de vida.
1 Trabalho redigido para Submissão à Revista Aletheia editada em parceria pelo curso de Psicologia e pelo
Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Universidade Luterana do Brasil as normas
utilizadas são da Publication Manual of the American Psychological Association – APA (4ª edição, 2001).
Analysis of the presence of stress in employees of the Mobile Emergency Service -
SAMU 192
Abstract: Stress is considered as a psychophysiological reaction to situations that require
adaptation. Some employees of the Emergency Mobile Service - SAMU 192, are exposed
to stressful events, be they internal or external. Therefore, this study aims to analyze the
presence of stress in this context, considering the importance of quality of life for
individuals. Fifty-one employees of both sexes participated in the study. Participants
responded to a Sociodemographic Questionnaire and the Lipp Adult Stress Symptom
Inventory (ISSL). Through this sample, 25% of the workers presented stress in the
resistance phase, and could be detrimental to their performance at work and their quality
of life.
Key words: SAMU 192; Health; Stress; Quality of life.
Análise da presença de estresse em colaboradores do serviço de Atendimento
Móvel de Urgência- SAMU 192
Resumo: O estresse é considerado como uma reação psicofisiológica a situações que
exigem adaptação, tem-se notado que alguns colaboradores do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência- SAMU 192, podem estar expostos a eventos estressores, sejam eles
internos ou externos. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo analisar a presença
de estresse neste contexto, considerando a importância da qualidade de vida para os
indivíduos. Participaram da pesquisa 56 colaboradores, de ambos os gêneros que
responderam a um Questionário Sociodemográfico e ao Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos de Lipp (Lipp, 2016). Através dos dados coletados nesta amostra,
identificou-se que 25% do trabalhadores apresentaram estresse na fase de resistência,
podendo ser prejudicial ao seu desempenho no trabalho e na sua qualidade de vida.
Palavras-Chave: SAMU 192; Saúde; Estresse; Qualidade de vida.
Analysis of the presence of stress in employees of the Mobile Emergency Service -
SAMU 192
Abstract: Stress is considered as a psychophysiological reaction to situations that require
adaptation. Some employees of the Emergency Mobile Service - SAMU 192, are exposed
to stressful events, be they internal or external. Therefore, this study aims to analyze the
presence of stress in this context, considering the importance of quality of life for
individuals. Fifty-one employees of both sexes participated in the study. Participants
responded to a Sociodemographic Questionnaire and the Lipp Adult Stress Symptom
Inventory (ISSL). Through this sample, 25% of the workers presented stress in the
resistance phase, and could be detrimental to their performance at work and their quality
of life.
Key words: SAMU 192; Health; Stress; Quality of life.
Introdução
Cada vez mais estudos direcionados a aspectos sobre o cuidado em saúde mental
têm sido direcionados. Da mesma forma, esse olhar vem sendo dirigido aos profissionais
da área da saúde. Os profissionais de saúde se desgastam não só pela alta demanda de
carga de trabalho como, também, pelas tarefas árduas que tem que desempenhar,
principalmente nas unidades de emergência, que se caracterizam por receberem pacientes
com cuidados mais específicos (Salomé, Martins & Espósito, 2009).
No entanto, no setor de urgência e emergência, devido à dinâmica intensa de
atendimento, há a exigência de que esses profissionais sejam ágeis e objetivos,
salientando que o paciente em estado grave não pode suportar um longo tempo de espera
por tomadas de decisões ou até falhas de conduta (Menzani & Bianchi, 2009). Além da
existência de outros fatores estressores, como o número reduzido de profissionais,
excesso de trabalho, relações interpessoais complexas, entre outros, o que faz com que o
profissional de enfermagem tenha uma carga de trabalho muito desgastante, levando-os
a uma situação com inúmeros pontos de tensão (Manetti, 2009).
O serviço de atendimento pré-hospitalar móvel tem por objetivo prestar
atendimento para a população em situações de urgência e emergência, em prol de
diminuir as sequelas decorrentes do tempo de espera por ajuda e o principal: diminuir o
número de óbitos, direcionando cada caso para atendimento adequado, possibilitando
maiores chances de sobrevida aos indivíduos (Ciruspar, 2018).
Neste contexto, faz-se necessário analisar o contexto de saúde, mais
especificamente sobre a presença de estresse nos trabalhadores do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192, visto que é de extrema importância o
estudo das variáveis que contribuem na saúde e no bem-estar destes colaboradores, já
que, para a World Health Organization (2018), entende-se que saúde é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades.
A equipe do SAMU 192 é constituída por técnico de enfermagem, médico,
condutor socorrista e enfermeiro. As equipes prestam atendimentos 24 horas por dia,
todos os dias da semana. Além das equipes de atendimentos, as bases descentralizadas do
SAMU 192 contam com os setores administrativos e de limpeza. De acordo com o
Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgências do Sudoeste do Paraná (CIRUSPAR), o
serviço de Atendimento Móvel de Urgência pode ser entendido como um programa dos
governos Federal, Estadual e Municipal, que tem como objetivo prestar socorro às
pessoas em casos de urgência e emergência. Colaborando para minimizar os números de
óbitos, duração de internações hospitalares e também de sequelas. O SAMU 192 possui
dez bases, sendo uma junto a Central de Regulação de Pato Branco, local onde recebe
todos os chamados feitos nos 42 municípios do Sudoeste ao 192, e as demais bases
descentralizadas, beneficiando o total de 619.897 habitantes no sudoeste do Paraná.
Quando o SAMU 192 possui algum chamado, o indivíduo é atendido por técnicos de
enfermagem e por médicos reguladores, que são orientados e treinados ao direcionamento
de cada situação para as unidades de atendimento mais adequadas à cada ocorrência. Após
direcionado cada caso, chega o momento de prestar os atendimentos, para tal, utiliza-se
dois tipos de ambulância, a Unidade de Suporte Básico (USB) e a Unidade de Suporte
Avançado – USA (UTI Móvel), destinado ao atendimento e transporte de pacientes de
alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar, que
necessitam de cuidados médicos intensivos, sendo que cada uma das ambulâncias é
direcionada para casos diferentes. A USB é usada para situações de urgência, porém, se
não há risco de morte imediato, aqui o atendimento é realizado por: um condutor
socorrista e um técnico de enfermagem. Enquanto a USA é utilizada para situações de
emergência, quando há a necessidade de atendimento médico imediato, aqui o resgate é
feito por um condutor - socorrista, um médico e também um enfermeiro (Ciruspar, 2018).
O Estresse pode ser definido como uma reação psicológica, física, mental ou
hormonal do organismo, que ocorre quando há a necessidade de uma adaptação grande
diante de uma situação ou evento importante, esse evento pode ser positivo – quando está
na fase inicial, ou seja, fase de alerta; ideal – quando o indivíduo aprende a manejar e
gerenciar de forma assertiva, alternando entre estar em alerta e sair de alerta; negativo –
quando o estresse é exagerado, ou seja, o indivíduo ultrapassa seus limites e esgota a
capacidade de adaptação a essas situações (Lipp, 2016).
Ainda, para Lipp (2016), existe o modelo quadrifásico do estresse, que se constitui
em fase de alerta – fase positiva; fase de resistência - quando o indivíduo tenta lidar com
os eventos estressores, na tentativa de manter uma homeostase interna; fase de quase
exaustão – é quando se inicia o processo de adoecimento, os órgãos mais vulneráveis,
tanto geneticamente quanto adquiridos, também começam a apresentar sinais de
deterioração e fase de exaustão - quando aparecem as doenças propriamente ditas nesses
órgãos.
Conforme Murofuse, Abranches e Napoleão (2005), a relação entre trabalho e
estresse teve início na época da Revolução Industrial, em que ocorreu grande expansão
socioeconômica a nível mundial, com o objetivo de maximizar o lucro. A partir de ampla
carga horária de trabalho, esta busca pela produtividade, de forma contínua e absoluta,
tornou-se um conflito diante dos limites humanos, gerando desgastes e um aumento no
sofrimento desses trabalhadores.
Já no século XXI, Panizzon, Luz e Fensterseifer (2005) afirmam que o controle e
o conhecimento sobre estresse ocupacional não envolvem somente os agravos à saúde,
sejam eles físicos ou mentais. Busca-se, também, evitar os possíveis efeitos prejudiciais
do estresse na produtividade e no desempenho, contribuindo para que os trabalhadores
possam lidar, de forma adequada, com as tensões no ambiente.
Diante disso, Boller (2003) aponta que os profissionais da saúde estão cada vez
mais expostos a fatores estressores, os quais são decorrentes do trabalho que realizam, o
que os torna, possivelmente, mais propensos a desenvolverem estresse ocupacional e
ainda precisam lidar com as consequências derivadas das suas atividades laborais. Sabe-
se, ainda, que profissionais de saúde expostos a uma carga significativa de estresse podem
sentir-se tensos e cansados durante a jornada de trabalho, realizando, assim, suas tarefas
com um nível de precisão mais baixo, a capacidade de produção também é diminuída e
há um aumento no índice de afastamento, adoecimento com frequência, além disso,
mostram-se também ansiosos, depressivos, desatentos, desmotivados e pouco realizados.
A partir da compreensão do conceito de estresse e suas fases, é possível ir a campo
e realizar a pesquisa, sendo aplicada em um contexto de trabalho na área da saúde,
proporcionando maior entendimento sobre as vulnerabilidades existentes nesse campo de
atuação profissional, que se faz tão necessária na medida em que presta serviços de
urgência. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar o contexto de saúde, especificamente
sobre a presença de estresse no ambiente de trabalho do SAMU 192, nos municípios de
Francisco Beltrão e Realeza – PR.
Método
a) Participantes
As bases contavam com um total de 77 colaboradores e responderam a pesquisa
72,72% (n=56), considerando que alguns estavam de férias, outros afastados e alguns não
responderam, portanto, a amostra desta pesquisa é caracterizada como não probabilística
ou de conveniência (Vieira, 2011). Considerando as duas bases, Francisco Beltrão conta
com 64,3% (n=36) colaboradores, sendo que 23,21% (n=13) são do gênero feminino e
41,07% (n=23) do gênero masculino. Em Realeza, são 35,7% (n=20) colaboradores,
10,71% (n=6) do sexo feminino e 25% (n=14) do sexo masculino. Os respondentes
possuem uma média de idade de 37,52 anos. As coletas foram realizadas no ano de 2018
em parceria com o curso de Enfermagem da Universidade Paranaense – Unipar.
b) Local
Referente à estrutura física das duas bases do SAMU 192, percebemos que se trata
de antigas residências, possuindo sala com sofás e TV, cozinha, quartos, banheiros e
dispensa com materiais de limpeza. Os colaboradores permanecem todo o tempo do
horário de serviço com o uniforme de trabalho, sendo obrigatório macacão, blusão, botas
pretas e boné azul marinho com logotipo do SAMU de uso não obrigatório, nome,
tipagem sanguínea e a função que exerce. Os funcionários precisam estar prontos para
quando receberem ocorrências e/ou ocorre um chamado, o responsável pela liberação das
ambulâncias, após a decisão do médico regulador a respeito de qual tipo deve ser liberado,
informa ao condutor o melhor itinerário para o seu deslocamento. Feito isso, deve-se fazer
controle sobre a localização de todos os veículos da frota e, em seguida, recebe a
informação do médico sobre a liberação da viatura. O médico regulador, ao receber o
caso, deverá, num curto espaço de tempo (de 30 segundos a 1 minuto), por meio da
utilização de técnicas específicas para este fim, julgar a gravidade de cada caso e, em se
tratando de situação crítica, deverá desencadear imediatamente a melhor resposta,
acionando, inclusive, múltiplos meios, podendo, em seguida, concluir o detalhamento do
caso.
c) Instrumentos
- Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) visa identificar de
forma objetiva a sintomatologia que o indivíduo apresenta, identificando se possui a
presença de stress, qual sintoma existente - somático ou psicológico - e também a fase
que se encontra esse stress. Esse inventário leva cerca de dez minutos para ser aplicado,
é composto de 03 quadros, os quais se referem às 04 fases do stress, os sintomas são os
típicos de cada fase, no total, constitui-se de 37 itens que são de natureza somática e 19
de natureza psicológica. Os indivíduos devem assinalar, no quadro 1, F1 ou P1, quando
experimentaram os sintomas descritos, nas últimas 24 horas, no quadro 2 F2 ou P2,
quando experimentaram os sintomas descritos na última semana e no quadro 3, F3 ou P3,
os sintomas que experimentaram no último mês. Os resultados possíveis com a correção
do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) incluem possibilidades
existência do stress, fase do stress e tendência do indivíduo a apresentar mais sintomas
psicológicos ou físicos (Lipp, 2016).
- Questionário Sociodemográfico: esse questionário foi desenvolvido pelos
pesquisadores, tendo intuito de identificar dados referentes à idade, sexo, nível de
escolaridade, se possui ou não algum tipo de especialização e em qual área, estado civil,
renda média familiar, nacionalidade, religião, quantas pessoas vivem na casa, profissão e
quantos anos atua nessa profissão, está estudando no momento, tempo que atua no
SAMU, se reside na mesma cidade que trabalha, se possui condução própria, tempo de
percurso até a base onde trabalha, se possui outro vínculo empregatício, se trabalha mais
que 12 horas por dia, se pratica exercícios físicos, quantas horas dorme, se faz uso de
alguma droga lícita (álcool ou cigarro), se faz uso de algum tipo de medicamento, se
possui alguma doença crônica, como classifica sua saúde (excelente, muito boa, boa, ruim
ou muito ruim) e, por fim, comparando a um ano atrás, como, agora, classifica sua saúde
em geral (muito melhor, um pouco melhor, quase a mesma, um pouco pior e muito pior).
O questionário foi composto por 26 perguntas, sendo 16 perguntas de múltipla escolha e
11 perguntas dissertativas. O participante informava apenas as iniciais de seu nome
completo e a data de aplicação do referido questionário, em seguida, respondia às demais
questões.
- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE): documento básico que os
participantes assinam, autorizando que seus dados sejam utilizados na pesquisa de forma
sigilosa e com todos os seus direitos garantidos. Seguindo os princípios que norteiam a
prática profissional do psicólogo, de acordo com o Código de Ética, como: respeito,
liberdade, dignidade, igualdade e integralidade; promover a saúde e a qualidade de vida;
responsabilidade social; aprimoramento profissional contínuo; acesso ao conhecimento
da ciência e posicionamento crítico (Conselho Federal de Psicologia, 2005).
d) Procedimentos
De acordo com Machado (2007), a American Psychological Association (APA)
que é considerada a maior organização que representa tanto a psicologia científica quanto
a profissional nos Estados Unidos da América, estabelece 6 princípios básicos para a
atuação e formação do psicólogo, que incluem: competência técnica; integridade;
responsabilidade científica e profissional; respeito à dignidade das pessoas; preocupação
com o bem-estar do outro e responsabilidade social do trabalho. A pesquisa seguiu os
parâmetros da Resolução Nº 466 do Conselho Nacional de Saúde, de 12 de Dezembro de
2012, sobre pesquisas científicas envolvendo seres humanos, conforme CAAE
90580318600000109 e Parecer nº 2.711.300.
Resultados
Perfil dos participantes
Participaram da pesquisa 56 profissionais de saúde, sendo 14,3% (n=8) médicos,
19,6% (n=11) enfermeiros, 23,2% (n=13) técnicos de enfermagem e 42,9% (n=24)
condutores. Percebeu-se, ainda, que existe uma predominância do gênero masculino
60,71% (n=34) sobre o feminino 39,29% (n=22) e, no que se refere à faixa etária,
observou-se que 14,3% (n=8) dos trabalhadores têm idade entre 26 e 30 anos, 57,1%
(n=32) têm idade entre 31 e 40 anos, e 28,6% (n=16) têm 41 anos ou mais. Em relação à
escolaridade, 19,6% (n=11) dos profissionais possuem nível superior incompleto, 44,6%
(n=25) superior completo, 32,1% (n=18) ensino médio completo, 1,8% (n=1) nível
técnico e 1,8% (n=1) não informaram. Dos colaboradores que responderam à pesquisa,
62,5% (n=35) dormem de 6 a 8 horas por dia, 30,4% (n=17) dormem de 4 à 6 horas, 1,8%
(n=1) dormem de 2 à 4 horas, 1,8% (n=1) dormem de 8 à 10 horas e 3,6% (n=3) não
sabem ou não informaram.
O estudo realizado mostrou que 57,1% possuem outro vínculo empregatício e
66,1% dos colaboradores trabalham mais que 12 horas por dia. Sobre a remuneração,
revelou-se que há uma desigualdade, uma vez que 41,1% (n=23) têm renda estimada até
R$ 2.965,69, com renda um pouco maior 35,8% (n=20) ganham até R$ 5.363,69, com
renda até R$ 10.383,52, 8,9% (n=5) e com renda de R$ 23.345,11, ou mais, 14,3% (n=8).
Nível de estresse
A partir do levantamento dos dados obtidos com a pesquisa, identificou-se que
75% (n=42) dos trabalhadores não apresentaram estresse, mesmo sabendo que o tipo de
atendimento prestado pelo SAMU 192 envolve riscos àsaúde física, mental, além de risco
de acidentes, contaminações etc. Pode-se levar em conta ainda que 27,27% (n=21) não
responderam, sendo do administrativo ou da limpeza, outros, ainda, estavam afastados ou
em período de férias.
Com a amostra válida de 56 participantes, dos municípios de Francisco Beltrão e
de Realeza- PR, foi possível perceber que 25% (n=14) dos colaboradores possuem a
presença de estresse e, destes, 57,14% (n=8) pertencem ao gênero feminino, 42,86%
(n=6) do gênero masculino.
Dos participantes que apresentam estresse, 92% (n=13) encontram-se na fase de
Resistência, e 8% (n=1), na fase de Alerta. Essa alta porcentagem na fase de resistência é
caracterizada por outros estudos, conforme Malagris e Fiorito (2006), onde parece revelar
um desgaste acumulado ao longo de algum tempo associado ao tipo de atividade desses
profissionais, contudo, não é possível excluir a possível influência de fatores pessoais.
Em relação à distribuição dos participantes de acordo com a sintomatologia
consequente do estresse, dividem-se em 28,57% (n=4) mulheres com sintomas físicos,
28,57% (n=4) com sintomas psicológicos, entre os homens, 21,43% (n=3) apresentam
sintomas psicológicos, 7,14% (n=1) sintomas físicos, sendo que 14,29% (n=2) homens
apresentam sintomas físicos e psicológicos.
Discussão
O desgaste é um conceito que percorre pelo somático e pelo psíquico, surgindo
como potencialidade ou como manifestação, sendo inespecífico e imensurável, afetando
tanto o profissional como o ambiente de trabalho (Arantes & Vieira, 2010). Existem
várias situações que contribuem para o estresse, Lopes e cols. (2017) afirmam que
algumas das situações presentes no cotidiano desses trabalhadores favorecem o
aparecimento do estresse, sendo eles limitações de espaços para que possam realizar as
técnicas necessárias, tentativas de suicídio e também de homicídio, os perigos das vias
públicas, risco de acidentes de trânsito, poluição sonora, exposição a fatores ambientais,
falta de funcionários, falta de leitos hospitalares, insuficiência de materiais, sobrecarga
de demanda, trabalho noturno e a privação de sono, sendo esse último o fator que merece
maior destaque, uma vez que a falta de repouso e a privação de sono podem gerar
dificuldade de concentração e fadiga. A falta de recursos materiais e de funcionários pode
ocasionar um grande desgaste físico e também mental desses trabalhadores, pois os
expõem a situações de improviso, o qual eleva o risco de acidentes, tanto para os
profissionais quanto para os pacientes que estão em atendimento.
Por meio da realização deste trabalho, o qual teve como objetivo verificar a
presença de estresse nos colaboradores do SAMU 192, foi possível perceber que os dados
da pesquisa sinalizam um índice baixo de estresse nos participantes. Destes, há
prevalência no número de condutores socorristas, sendo todos do gênero masculino,
totalizando 24 trabalhadores, sendo que 4 possuem estresse. Dessa forma, profissionais
em especialização na área da saúde possuem uma amostra de 31,25% (n=10) com
sintomas estressores.
O que pode ter contribuído para o baixo índice de estresse é que 64,3% (n=36)
não estão estudando, 76,8% (n=43) demoram menos de trinta minutos para chegar ao
trabalho, e 55,4% (n=31) relatam praticar exercício físico, podendo contribuir para a
qualidade de vida dos colaboradores, uma vez que os estudos mostram um elevado
percentual de pessoas acometidas pelo estresse. Conforme afirmam Alves, Rocha, Helen,
Gomes e Brito (2013), nesta ocupação é notável o nível de estresse dos trabalhadores,
pois estão expostos à pressão no ambiente de trabalho, devido ao compromisso do esforço
máximo para salvar vidas, com tomadas de decisões rápidas e eficazes, provocando,
assim, desgastes físicos e emocionais.
Dos indivíduos que responderam a pesquisa, 78,57% (n=11) possuem tempo de
serviço médio de 5 a 6 anos, destes 64,29% (n=9) estão entre 31 a 40 anos, podendo estar
acometidos ao estresse devido ao tempo de serviço e à idade. Corroborando com a
presente pesquisa, Mendes, Ferreira e Martino (2011) enfatizam que o estresse se
apresenta com uma frequência maior nos sujeitos que trabalham por mais tempo na
unidade, o qual ocorre pelo possível fato de estarem expostos a eventos estressores
constantemente ao longo da jornada de trabalho. O estresse tem sido objeto de estudo de
muitos pesquisadores da área da saúde, como Boller (2003), Arantes e Vieira (2010) e
Alves e cols. (2013). Conforme Lipp e Malagris (2004), existe uma preocupação com as
consequências que este pode trazer para a qualidade de vida do ser humano. A maioria
desses profissionais possuem jornada de trabalho excessivas, lidam frequentemente com
a dor, sofrimento e morte. Até o toque da chamada do celular utilizado no serviço, quando
ouvido em outros lugares, pode provocar sensações estressantes. Assim, algumas
considerações sobre estresse podem ser feitas:
O stress pode, além de ter um efeito desencadeador do desenvolvimento de inúmeras
doenças, propiciar um prejuízo para a qualidade de vida e a produtividade do ser
humano, o que gera um grande interesse pelas causas e pelos métodos de redução do
stress. (Sadir, Bignotto & Lipp, 2010, p. 85).
Nas palavras de Gomes, Cruz e Cabanelas (2009), os profissionais de saúde estão
mais propensos a desenvolverem o estresse ocupacional pelo fato de estarem expostos a
um alto nível de pressão no ambiente que trabalham. Por isso, os pesquisadores procuram
estudar os efeitos negativos que este tipo de trabalho, no âmbito da saúde, pode trazer
para a saúde física e mental dos colaboradores, podendo comprometer a qualidade do
serviço prestado e afetar diretamente as pessoas que utilizam o serviço.
Em uma pesquisa, com 24 participantes, realizada no município de Cajazeiras-
PB, Adriano e cols. (2017), também com o objetivo de analisar o estresse, por meio do
Inventário Sintomas de Stress para Adultos de Lipp, perceberam que há corroboração
entre alguns dados presentes nas duas pesquisas. Ambas apresentaram baixos índices de
fatores estressores. A pesquisa realizada em Cajazeiras sinalizaram 16,7% (n=5) de
funcionários que estão acometidos pelo estresse, sendo 100% em fase de resistência,
enquanto essa pesquisa 25% (n=14) dos colaboradores estão acometidos pelo estresse;
destes, 92% (n=13) estão em fase de resistência. Resultados muito semelhantes aos
encontrados por Santos e Cardoso (2010), onde (88,9%) dos participantes encontrava-se
na fase de resistência.
No que diz respeito à fase que se encontra o estresse desses trabalhadores,
podemos verificar, em um estudo realizado por Malagris e Fiorito (2006), que 77% dos
participantes da pesquisa possuíam estresse e estavam na fase de resistência. Já outros
32% se encontravam na fase de quase-exaustão, onde esse alto índice pode revelar que há
um desgaste que foi acumulado por algum tempo, associado ao tipo de atendimento que
realizam, mas também é preciso considerar os fatores pessoais. Lipp e Malagris (2001)
salientam que, nessa fase de resistência, o que está envolvido é o cansaço excessivo,
problemas de memória e dúvidas relacionadas a si próprio, fatores esses que podem
comprometer a qualidade do desenvolvimento do trabalho dos profissionais. Para além
disso, alguns desses funcionários que estão na fase de quase-exaustão e apresentam um
desgaste mais elevado, podem se encontrar em uma situação de maiores chances para
desenvolver doenças, bem como uma queda tanto na qualidade quanto na quantidade de
sua produtividade.
Em uma pesquisa realizada no SAMU 192 do Rio Grande do Norte, Almondes,
Sales e Meira (2016) apresentam um projeto piloto que teve a inserção de estagiários do
4º ano da graduação do Departamento de Psicologia da UFRN. Inicialmente, os autores
observaram o funcionamento do trabalho das equipes, buscando identificar as demandas
psicológicas, para, na sequência, montarem intervenções individuais e/ou grupais. Os
resultados foram tão satisfatórios que foi implantado para os alunos do 5º ano atendimento
dentro das ambulâncias, para prestarem os primeiros socorros psicológicos, destinado a
pacientes e familiares.
Apesar de a literatura sinalizar que há amostras significativas de estresse em
profissionais da saúde, a atual pesquisa demonstrou que é relativamente baixo o número
de profissionais acometidos por estresse, considerando que há prevalência na fase de
resistência. Esses dados nos fazem concordar com o estudo de Mendes e cols. (2011) que
concluíram, nos seus estudos, que os indivíduos, de maneira consciente ou inconsciente,
utilizam-se de mecanismos cognitivos ou comportamentais a fim de minimizar o estresse
e manter o equilíbrio interno. Além disso, Sanzovo e Coelho (2007) afirmam que nem
sempre as dimensões da reação de estresse são proporcionais às dos agentes estressores,
o que pode estar relacionado à singularidade da história de vida e da percepção de cada
indivíduo, e à maneira como a ação dos estressores é interpretada.
Considerações finais
Concluiu-se, com esta pesquisa, que, na atuação dos colaboradores do SAMU 192,
esses estão expostos a fatores estressores como a carga horária de trabalho, o fato de
possuírem outra atividade secundária e a privação de sono, por exemplo. Apesar disso,
75% dos profissionais participantes não apresentaram sintomatologia compatível a níveis
de estresse. Esse dado pode ser explicado a partir de estratégias de enfrentamento distintas
entre os participantes que não foram englobadas neste estudo.
Dos 25% que possuem estresse, observou-se que a grande maioria tem
predominância na fase de resistência estresse, indicando que é necessário se pensar em
práticas para reduzir o nível de estresse nesses trabalhadores o quanto antes, uma vez que
isso demonstra a possibilidade de os níveis de estresse aumentarem, podendo evoluírem
e comprometerem a saúde de forma mais significativas desses profissionais, que
desempenham um papel fundamental para a sociedade como um todo.
Para a área da psicologia, este estudo contribui na medida em que auxilia a
validação do instrumento utilizado e também permite aos psicólogos pensarem em
práticas para a prevenção do estresse no ambiente de trabalho. Possibilita, também, que
o profissional de psicologia olhe para esse local como sendo um lugar que precisa de
cuidados biopsicossociais, promovendo ações mediante intervenções relacionadas à
saúde mental, tais como rodas de conversas, plantão psicológico, grupos terapêuticos ou
até mesmo uma orientação para buscarem psicoterapias individuais, ampliando, assim, a
necessidade do profissional de psicologia também em unidades de atendimento móvel de
urgência.
Com isso, considera-se que este estudo deve incentivar a continuidade de
pesquisas nessa área de atuação e, desta forma, auxiliar para que essa realidade seja
transformada em um ambiente menos propenso a apresentar trabalhadores com níveis de
estresse, contribuindo para que possam continuar exercendo sua profissão com a precisão
e qualidade que se faz necessária. Sentiu-se a urgência de outros estudos que evidenciem
medidas preventivas que podem ser adotadas e forneçam maior cuidado com a saúde
mental e psicológica dos trabalhadores na área da saúde. E, em casos já acometidos por
doenças psicossomáticas, a elaboração de estratégias para colaborar com essas pessoas
que sofrem, buscando alternativas para o alívio desse sofrimento.
Entende-se, então, que esta pesquisa é fundamental, pois ressalta a importância de
novos conhecimentos sobre a qualidade de vida dos colaboradores na área da saúde,
identificando as variáveis estressoras, que podem prejudicar tanto o desempenho no
ambiente de trabalho quanto comprometer seu bem-estar biopsicossocial, em longo ou
em curto prazo. A partir disso, também é possível pensar em contingências que
possibilitem a prevenção e a promoção de saúde neste ambiente, evitando, assim, um
possível surgimento de doenças psicossomáticas.
Referências
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ANEXO A – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA ALETHEIA
Política Editorial
A Aletheia é uma revista semestral editada em parceria pelo curso de Psicologia e pelo Programa
de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Universidade Luterana do Brasil destinada à
publicação de trabalhos de pesquisadores envolvidos em estudos produzidos na área da
Psicologia, Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano, Políticas Públicas, Ambiente,
Sociedade ou ciências afins. Serão aceitos somente
trabalhos não publicados que se enquadrem nas categorias de relato de pesquisa, artigos de
revisão ou atualização, relatos de experiência profissional, comunicações breves e resenhas.
Relatos de pesquisa: investigação baseada em dados empíricos, utilizando metodologia e
análise científica.
Artigos de revisão/atualização: revisões sistemáticas e atuais sobre temas relevantes para a
linha editorial da revista.
Relatos de experiência profissional: estudos de caso contendo discussão de implicações
conceituais ou terapêuticas; descrição de procedimentos ou estratégias de intervenção de
interesse para a atuação profissional dos psicólogos.
Comunicações breves: relatos breves de experiências profissionais ou comunicações
preliminares de resultados de pesquisa.
Resenhas: revisão crítica de livros recém-publicados, orientando o leitor quanto a suas
características e seus usos potenciais.
Aspectos éticos: todos os artigos envolvendo pesquisa com seres humanos devem declarar que
os sujeitos do estudo assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com
as diretrizes nacionais e internacionais de pesquisa. No caso de pesquisa com animais, os autores
devem atestar que o estudo foi realizado de acordo com as recomendações éticas para esse tipo
de pesquisa. Os autores também são solicitados a declarar, na seção "Método", que o protocolo
da pesquisa foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do local de origem do
projeto.
Conflitos de interesse: os autores devem declarar todos os possíveis conflitos de interesse
(profissionais, financeiros, benefícios diretos ou indiretos), se for o caso.
A falha em declarar conflitos de interesse pode levar à recusa ou cancelamento da publicação.
Normas Editoriais
1. Serão aceitos somente trabalhos inéditos.
2. artigo passará pela apreciação dos Editores.
3. Após a avaliação inicial, os Editores encaminharão os trabalhos para apreciação do Conselho
Editorial, que poderá fazer uso de consultores ad hoc de reconhecida competência na área de
conhecimento. A Comissão Editorial e os consultores ad hoc analisam o manuscrito, sugerem
modificações e recomendam ou não a sua publicação.
4. Os artigos poderão receber:
a) aceitação integral;
b) aceitação com reformulações;
c) recusa integral. Em qualquer dessas situações, o autor será devidamente comunicado.
Os originais, em nenhuma das possibilidades, serão devolvidos.
5. O(s) autor(es) do artigo receberá(ão) cópia dos pareceres dos consultores e será(ão)
informado(s) sobre as modificações a serem realizadas.
6. Os Editores reservam-se o direito de fazer pequenas alterações no texto dos artigos.
7.A decisão final sobre a publicação de um manuscrito sempre será do Editor Responsável e
Conselho Editorial que fará uma avaliação do texto original, das sugestões indicadas pelos
consultores e as modificações encaminhadas pelo autor.
8. Os artigos poderão ser escritos em outra língua além do português (espanhol e inglês).
9. As opiniões emitidas nos artigos são de inteira responsabilidade do(s) autor(es), e sua
aceitação não significa que a revista Aletheia ou o curso de Psicologia da ULBRA lhe dão apoio.
10. A matéria editada pela Aletheia poderá ser impressa total ou parcialmente, desde que obtida
a permissão do Editor Responsável. Os direitos autorais obtidos pela publicação do artigo não
serão repassados para o autor do artigo.
Apresentação dos Manuscritos
1) Os artigos inéditos deverão ser encaminhados pelo site da revista, www.periodicos.
ulbra.br/index.php/aletheia/index, digitados em espaço duplo, fonte Times New Roman,
tamanho 12 e paginados desde a folha de rosto personalizada. A folha deverá ser A4, com
formatação de margens superior e inferior (no mínimo 2,5 cm), esquerda e direita (no mínimo 3
cm). A revista adota as normas do Manual de Publicação da American Psychological
Association - APA (4ª edição, 2001).
2) O número máximo de laudas deve atender a seguinte orientação: relatos de pesquisa (25
laudas); artigos de revisão/atualização (20 laudas); relatos de experiência profissional (15
laudas), comunicações breves (5 laudas) e resenhas (máximo de 5 laudas).
3) O artigo deve conter:
a) folha de rosto identificada: título do artigo em língua portuguesa; nome dos autores;
formação, titulação e afiliação institucional dos autores; resumo em português de 10 a 12 linhas;
palavras-chave, no máximo 3; título do artigo em língua inglesa; abstract compatível com o texto
do Resumo; key-words; endereço para correspondência, incluindo CEP, telefone e e-mail.
b) folha de rosto não identificada: título do artigo em língua portuguesa; resumo em português,
de 10 a 12 linhas, 3 palavras-chave, título do artigo em língua inglesa, resumo (Abstract) em
inglês, compatível com o texto do Resumo; key-words.
c) corpo do texto.
d) sugere-se que os artigos referentes a relatos de pesquisa apresentem a seguinte seqüência:
Título; Introdução; Método (população/amostra, instrumentos, Procedimentos de coleta e
Análise de dados – incluir nessa seção afirmação de aprovação do estudo em Comitê de Ética
em Pesquisa de acordo com Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da
Saúde); Resultados; Discussão, Referências (títulos em letra minúscula e em seções separadas).
Usar as denominações tabelas e figuras (não usar a expressão quadros e gráficos). Colocar
tabelas e figuras incorporadas ao texto.
Tabelas:
incluindo título e notas de acordo com normas da APA. Formato Word – 'Simples 1'.
Na publicação impressa, a tabela não poderá exceder 11,5 cm de largura x 17,5 cm de
comprimento. O comprimento da tabela não deve exceder 55 linhas, incluindo título e rodapé(s).
Para assegurar qualidade de reprodução, as figuras contendo desenhos deverão ser
encaminhadas em qualidade para fotografia (resolução mínima de 300 dpi). A versão publicada
não poderá exceder a largura de 11,5 cm para figuras.
Anexos:
apenas quando contiverem informação original importante, ou destaque indispensável para a
compreensão de alguma seção do trabalho. Recomenda-se evitar anexos.
4) Trabalhos com documentação incompleta ou não atendendo às normas adotadas pela revista
(APA, 4ª edição) não serão avaliados.
Normas para Citações
- As notas não bibliográficas deverão ser colocadas ao pé das páginas, ordenadas por algarismos
arábicos que deverão aparecer imediatamente após o segmento de texto ao qual se refere a nota.
- As citações dos autores deverão ser feitas de acordo com as normas da APA (4ª edição).
- No caso da citação integral de um texto: deve ser delimitada por aspas, e a citação do autor
seguida do ano e do número da página citada. Uma citação literal com 40 ou mais palavras deve
ser apresentada em bloco próprio em itálico e sem aspas, começando em nova linha, com recuo
de 5 espaços da margem, na mesma posição de um novo parágrafo. A fonte será a mesma
utilizada no restante do texto (Times New Roman, 12).
Citação de um autor: autor, sobrenome em letra minúscula, seguida pelo ano da publicação.
Exemplo: Rodrigues (2000).
Citações de dois autores: Citações de dois autores: cite os dois autores sempre que forem
referidos no texto. Exemplo: (Carvalho & Santos, 2000) – quando os sobrenomes forem citados
entre parênteses, devem estar ligados por &. Quando forem citados fora de parênteses, devem
ser ligados pela letra e.
Citação de três a cinco autores: citar todos os autores na primeira referência, seguidos da data
do artigo entre parênteses. A partir da segunda referência, utilize o sobrenome do primeiro autor,
seguido de e cols. Exemplo: Silva, Foguel, Martins e Pires (2000), a partir da segunda referência,
Silva e cols. (2000).
Artigo de seis ou mais autores: cite apenas o sobrenome do primeiro autor, seguido de e cols.
(ANO). Na seção referências, todos os autores deverão ser citados.
Citação de obras antigas, clássicas e reeditadas: citar a data da publicação original, seguida da
data da edição consultada. Exemplo: (Kant 1871/1980).
Autores com a mesma idéia: Autores com a mesma idéia: seguir a ordem alfabética de seus
sobrenomes e não a ordem cronológica. Exemplo: (Foguel, 2003; Martins, 2001; Santos, 1999;
Souza, 2005).
Publicações diferentes com a mesma data: Acrescentar letras minúsculas, após o ano de
publicação. Exemplo: Carvalho, 1997, 2000a, 2000b, 2000c.
Citação cuja idéia é extraída de outra ou citação indireta: Utilizar a expressão citado por. Ex:
Lopes, citado por Martins (2000), ...
Na seção Referências, incluir apenas a fonte consultada (Martins).
Transcrição literal de um texto ou citação direta: sobrenome do autor, data, página. Exemplo:
(Carvalho, 2000, p.45) ou Carvalho (2000, p.45).
Normas para Referências
As referências bibliográficas deverão ser apresentadas no final do artigo. Sua disposição deve
ser em ordem alfabética do último sobrenome do autor e em minúsculo.
Livro
Mendes, A. P. (1998). A família com filhos adultos. Porto Alegre: Artes Médicas.
Silva, P. L., Martins, A., & Foguel, T. (2000). Adolescente e relacionamento familiar. Porto
Alegre: Artes Médicas.
Capítulo de livro
Scharf, C. N., & Weinshel, M. (2002). Infertilidade e gravidez tardia. Em: P. Papp (Org.), Casais
em perigo, novas diretrizes para terapeutas (pp. 119-144). Porto Alegre: Artmed.
Artigo de periódico científico
Dimenstein, M. (1998). O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação
e atuação profissionais. Estudos de Psicologia, 3(1), 95-121.
Artigos em meios eletrônicos
Paim, J. S., & Almeida Filho, N. (1998). Saúde coletiva: uma "nova saúde pública" ou campo
aberto a novos paradigmas? Revista de Saúde Pública, 32 (4) Disponível:
<http://www.scielo.br> Acessado: 02/2000.
Artigos de revista científica no prelo
Albuquerque, P. (no prelo). Trabalho e gênero. Aletheia.
Trabalho apresentado em evento científico com resumo em anais
Corte, M. L. (2005). Adolescência e maternidade. [Resumo]. Em: Sociedade Brasileira de
Psicologia (Org.), Resumos de comunicações científicas. XXV Reunião Anual de Psicologia (p.
176). Ribeirão Preto: SBP.
Tese ou dissertação publicada
Silva, A. (2000). Conhecimento genital e constância sexual em crianças préescolares.
Dissertação de Mestrado ou tese de Doutorado. Programa de Estudos de Pós- Graduação em
Psicologia do Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.
Tese ou dissertação não publicada
Silva, A. (2000). Conhecimento genital e constância sexual em crianças préescolares.
Dissertação de Mestrado ou tese de Doutorado não publicada. Programa de Estudos de Pós-
Graduação em Psicologia do Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, RS.
Obra antiga e reeditada em data muito posterior
Segal, A. (2001). Alguns aspectos da análise de um esquizofrênico. Porto Alegre: Universal.
(Original publicado em 1950).
Autoria institucional
American Psychological Association (1994). Publication manual (4ª ed.).Washington: Autor.