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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A INCLUSÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS REGULARES FERNANDA GONÇALVES BRUM AURELIANO ORIENTADORA SIMONE FERREIRA Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A INCLUSÃO NO

ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS REGULARES

FERNANDA GONÇALVES BRUM AURELIANO

ORIENTADORA

SIMONE FERREIRA

Rio de Janeiro

2012

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A INCLUSÃO NO

ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS REGULARES

Rio de Janeiro

2012

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Fernanda Gonçalves Brum Aureliano

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar forças

para ultrapassar os caminhos complicados pelos os quais

percorri em toda minha vida para chegar onde cheguei.

À minha mãe Regina Maria Gonçalves Brum

Aureliano, por sempre me ouvir nos momentos de

desespero.

À meu pai Francisco Longo Aureliano, que sempre

me incentivou a dar continuidade ao curso e auxiliar em

minhas dificuldades.

À minha Orientadora Simone Ferreira pela

atenção, apoio, e verdadeira dedicação, a ela serei

eternamente grata.

3

DEDICATÓRIA

Dedico este projeto primeiramente a minha

família, que me apoiou nos momentos de mais dificuldade

em minha vida acadêmica. Ao meu Irmão querido

Leonardo Brum “in memorian”, que quando vivo sempre

nos ajudou em minhas duvidas.

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RESUMO

O trabalho monográfico visa elucidar parcialmente de que forma ocorre a

idéia da inclusão de indivíduos com necessidades especiais em escolas

regulares destacando que foram muitos os obstáculos enfrentados ao longo da

história. Contando um pouco da história de como era visto o indivíduo com

deficiência no passado. Eles eram evitados por todos, impedidos da

convivência com as demais pessoas como se possuíssem um tipo de maldição.

A seguir, identifica-se que ocorreram melhorias nesse sentido, os indivíduos

deficientes não eram mais impedidos de viver e sociedade, muitas são as leis

que auxiliam na inclusão e proteção dos indivíduos deficientes, dando direito a

conviverem normalmente, incluindo-os na escola regular de ensino.

Concluindo, com o passar dos anos houve uma melhora significativa em

relação ao convívio de pessoas deficientes e não deficientes. Infelizmente não

o suficiente, pois ainda enfrentamos o dilema do preconceito. Visando amenizar

essa questão propõe-se a parceria entre educação e saúde no ambiente da

escola.

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METODOLOGIA

De acordo com o objetivo proposto, este trabalho baseia-se em uma

pesquisa bibliográfica.

Utilizando autores que foram primordiais para a conclusão desta

pesquisa, onde foi abordado a historia da educação, as diversas deficiências

em que nos deparamos no âmbito escolar, como nos deparamos com cada

deficiência e finalmente a prevenção delas.

O tipo de pesquisa de acordo com o instrumento para coleta de

dados foi bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos. A principal

vantagem desse tipo de pesquisa reside no fato de permitir ao investigador a

cobertura de uma gama de fenômenos.

A coleta de dados foi realizada na biblioteca das Faculdades

Integradas Maria Thereza, artigos da Revista Nova Escola, além da utilização

da internet.

Autores foram de total importância para a conclusão deste trabalho

monográfico desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica.

Entre eles:

Batistti, Iacono, Cauz, Mrech auxiliaram na pesquisa bibliografia via

internet, em sites ligados a educação, destacando a inclusão das crianças com

deficiência, a história dessas crianças deficientes e como a lei defende os

direitos dessas crianças.

Pesquisando em artigos de revistas especializadas em educação

com o relato de educadores como Cavalcante, Guimarães, Jover que destacam

a escola como um lugar para todas as crianças que mesmo vivendo com as

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dificuldades se os profissionais, famíliares realizarem com carinho,

preparação e profissionalismo a inclusão da certo.

A partir dos livros pesquisados, autores foram de extrema

importância para a conclusão deste trabalho monográfico, Cardoso, Corrêa,

Ferreira, Fonseca, Gallagher, Kirk, Mantoan, Mendes, Minayo e Sepúlveda que

elucidaram a história da deficiência , a educação especial, a integração destas

no âmbito escolar e a prevenção da deficiência.

Com base nos dados coletados este trabalho monográfico foi

elaborado em três capítulos.

O primeiro capítulo desta monografia se refere ao debate conceitual

e histórico sobre educação inclusiva.

O segundo capítulo visa discutir uma escola para todas as crianças

onde elas possam freqüentar sem haver nenhum tipo de discriminação.

O terceiro capítulo discute os fatores preponderantes da prevenção

da deficiência; destacando os procedimentos e as ações preventivas de

crianças com deficiência; compreendendo o papel fundamental da prevenção

na saúde da população; e, entendendo que a prevenção depende de

informação. Assim identificamos a importância da prevenção no contexto da

escola.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................8

CAPÍTULO 1 .....................................................................................................10

O QUE É INCLUSÃO?

CAPÍTULO 2 .....................................................................................................22

A ESCOLA DE TODAS AS CRIANÇAS.

CAPÍTULO 3 .....................................................................................................31

A PREVENÇÃO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE.

CONCLUSÃO ...................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................43

WEBGRAFIA.....................................................................................................45

ÍNDICE ..............................................................................................................46

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INTRODUÇÃO

Uma das discussões que cerca a Educação Inclusiva seria em que

medida os profissionais da educação estão lidando com a inclusão de alunos

com deficiência no primeiro segmento do ensino fundamental em turmas

regulares.

Embora, seja correto haver a inclusão de indivíduos com deficiência

em turmas regulares, vê-se que algumas escolas não estão preparadas em sua

estrutura física, para receber tais alunos, assim como, os educadores não

possuem a formação adequada para o processo de inclusão social e

pedagógica.

Foram muitos os obstáculos percorridos no decorrer desses anos,

para defender os indivíduos com Necessidades Educacionais Especiais, mas a

inclusão de estudantes com deficiência nas classes regulares representa um

avanço histórico.

Ao se tratar de crianças com deficiência se faz necessário toda uma

preparação por parte dos profissionais do estabelecimento escolar, desde sua

estrutura física, bem como rampas de acesso elevadores, banheiros e salas

adaptadas para facilitar a locomoção do individuo com deficiência motora,

como também o aperfeiçoamento em se tratando dos profissionais da escola,

essa preparação pode se dada por meio de palestras, cursos que incentivem

esses profissionais a trabalhar com esse público.

O acompanhamento da família é de suma importância, pois, unido a

escola as dificuldades são derrubadas com mais facilidade e tendo em vista o

histórico da criança, os profissionais já sabem de onde partir para um melhor

desenvolvimento da mesma.

Ainda há um grande caminho para ser percorrido, a verdadeira

inclusão, o preparo dos profissionais de qualidade, o estabelecimento escolar

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bem equipado para receber os alunos com deficiência para facilitar a

locomoção do indivíduo usuário de cadeira de rodas, o preconceito.

Tem de haver na população um entendimento, uma aceitação, um

atendimento responsável, para esses indivíduos para auxiliar no que for

preciso, pois assim crescemos como seres humanos promovendo cada vez

mais uma legitima inclusão .

O estudo, portanto, propõe discutir a Educação Especial sob o ponto

de vista da inclusão. Visando alcançar o objetivo proposto, desenvolve-se o

estudo em três capítulos complementares.

Destaca-se no primeiro capítulo desta monografia o debate

conceitual e histórico sobre educação inclusiva.

O segundo capítulo visa discutir uma escola para todas as crianças

onde elas possam freqüentar sem haver nenhum tipo de discriminação.

Finalizamos o terceiro capítulo discutindo os fatores preponderantes

da prevenção da deficiência; destacando os procedimentos e as ações

preventivas de crianças com deficiência; compreendendo o papel fundamental

da prevenção na saúde da população; e, entendendo que a prevenção

depende de informação. Assim identificamos a importância da prevenção no

contexto da escola.

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CAPÍTULO 1

O QUE É INCLUSÃO?

O capítulo I objetiva abordar conceitual e historicamente o termo

inclusão. Este primeiro capítulo possui diversos indicativos teóricos para auxiliar no

entendimento do que é inclusão.

Conceitualmente destaca-se a definição do termo tendo por base o

Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (FERREIRA, 2004) e, historicamente,

registro o debate em torno da educação especial no Brasil e, em particular,

focalizar a inclusão como um termo amplo que se apresenta na história da

educação muito fortemente a partir do final do século passado.

No Brasil, segundo o IBGE, aproximadamente 14,5% das pessoas

apresentam algum grau de deficiência. Diante deste dado tão significativo

considera-se pertinente discutir em âmbito acadêmico a colaboração de todos,

principalmente quando destaca-se a formação dos profissionais de educação para

que efetivamente possamos assegurar-lhes à acessibilidade e mobilidade no

espaço escolar.

1.1 Conceito.

Segundo o dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) incluir é conter ou

trazer em si; compreender; abranger. Fazer tomar parte; inserir; introduzir.

Para Mantoan (2005) inclusão é a nossa capacidade de entender e

reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com

pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem

exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm

comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias (crianças,

mulheres, podres, homossexuais, negros).

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Segundo Fonseca (p.41) o termo inclusão significa ação ou

resultado de incluir, de envolver, abranger, fechar, encerrar, introduzir, inserir,

dentro de alguma coisa.

Portanto, entendendo que inclusão é a capacidade de conviver com as

diferenças, considera-se pertinente o estudo ao destacar a educação inclusiva

visando registrar as mudanças por meio da história.

Além disso é importante destacar que, ao estabelecermos um recorte

neste estudo, optou-se por voltar os nossos olhos para o espaço escolar que, de

acordo com Merch (1998, p.37 apud CARDOSO, 2003, p.24) a Educação Inclusiva

é o processo de inclusão de indivíduos com necessidades especiais ou de

distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os níveis

escolares e universitários. Assim, na escola inclusiva o processo educativo é

entendido como um processo social.

1 – 2 HISTÓRIA

Discutir sobre Inclusão por meio de um relato histórico sobre as

pessoas com necessidades especiais e a busca por oportunidades iguais para

todos, é de extrema importância.

Mas anterior a essa discussão, antes mesmo de haver uma

educação para os indivíduos que nasciam com necessidades especiais, a eles

o destino reservava o exercício de serem proibidos de viver.

Os registros históricos apresentados por Cauz e Iacono (2006),

mostram que a resistência à aceitação social dos indivíduos deficientes surgiu

há muitos anos atrás quando a vida dessas pessoas era ameaçada.

As autores retomam seus registros ao século XV destacando que

nesta época as crianças que nasciam com deficiência eram jogadas nos

esgotos. Neste período da história todos aqueles que possuíam uma anomalia

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não tinham direito à vida. A situação na família era vista como “castigo”

(maldição), por essa razão eram banidos da sociedade.

Já na Idade Média, os indivíduos com deficiência não eram mais

privados da vida, mas, ainda havia resistência ao contato com elas. Por

influência da igreja, eram considerados produto do pecado e do demônio,

portanto colocados à margem da sociedade, sem contato. Ou seja, com o

passar do tempo o direito a vida foi concedido, mais os indivíduos com

deficientes eram privados de viver em sociedade.

Já na Idade Moderna, instituições foram criadas para receber as

pessoas com deficiência, porém elas mantinham esses indivíduos em cárcere

privado. O primeiro hospital psiquiátrico surgiu na Europa, mas não passava de

um depósito onde esses indivíduos permaneciam presos, sem tratamento

especializado ou programas educativos.

As leituras destacam que a situação dos indivíduos com

necessidades especiais teve um percentual razoável de melhora com o passar

dos anos, porém essas pessoas ainda foram durante muito tempo vistas como

incapacitadas.

Percebe-se que a educação ao longo dos anos interferiu na forma

como a sociedade pensava o sujeito. Diante disso questiona-se como a escola

poderia ter atuado para reverte esse quadro?

A partir do século XIX, se inicia o período da institucionalização

especializada dos indivíduos deficientes, e é daí que surge a Educação

Especial. A sociedade se conscientiza da necessidade de atendimento desses

indivíduos que passam a serem vistos com um pouco mais de respeito, sendo

tratadas como cidadãs, mas ainda sob uma visão assistencialista com grande

ênfase na caridade.

As autoras destacam que, com o decorrer do tempo, foram surgindo

escolas especiais e centros de reabilitação, visando auxiliares as pessoas que

obtinham deficiência, tais como visão, audição, mental, motora, dentre outras.

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Entre as escolas destacadas com a função de atender o público

alvo cita-se o Instituto Benjamim Constant, que, em 1854, foi criado pelo

Imperador D. Pedro II, e foi à primeira instituição de Educação Especial da

América Latina.

Mas somente no século XX ocorreu a criação de programas

escolares para os deficientes mentais leves e moderados e como resultado a

inauguração de algumas instituições que também trabalhavam com a proposta

de inclusão.

Com a ampliação e diversificação de serviços especiais, alunos com

deficiência começaram a freqüentar a escola especial. Em 1942 existia no país,

quarenta escolas públicas regulares que prestavam atendimento a alunos com

deficiência mental e quatorze que atendiam alunos com outras necessidades

especiais, afirmam as autoras Cauz e Iacono (2006).

A Associação de Assistência à Criança Defeituosa, hoje Associação

de Assistência à Criança Deficiente (AACD) criada em 1942. E a Associação

de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em 1954, auxiliaram a população

em suas defasagens. A partir deste momento a questão das necessidades

especiais saiu do âmbito da saúde e passou a ser também do âmbito

educacional.

Considera-se portanto que a pessoa com necessidade especial é um

individuo com direitos e deveres iguais aos demais seres humanos, precisando

que lhe sejam oferecidos às mesmas condições de vida: socialização, escola,

trabalho, dentre outros.

Diante do exposto destaca-se a importância sobre o tema em

questão por considerar que o inicio da educação especial tem seu foco no

modelo médico assistencialista. No entanto os avanços percebidos na última

década estabelecem que os movimentos em defesa da infância e juventude

voltam os seus olhos para a questão do direito. E, enquanto direito, ressalta-se

o atendimento integrado.

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Estabelece-se, portanto, em 1955, recomendações a todos os

países que compõem o debate em torno da Organização Internacional do

Trabalho (OIT) em torno das oportunidades de “restauração e de habilitação

profissional para o trabalho” das pessoas com necessidades especiais.

(SEPULVEDA, 2003).

Os movimentos Pró infância (1921), precursora da Declaração dos

Direitos da Criança (adotado pela Liga das Nações em 1924), a Declaração

Universal dos Direitos Humanos (promulgada em 1948 pelas Nações Unidas) e

a recomendação 99 da OIT (1955) foram fundamentais para a introdução do

princípio de normalização, “Como dispositivo legal, fruto das novas concepções

filosóficas e sociológicas, renovando posições, tornando viáveis outras formas

de atendimento” (SEPULVEDA, 2003, p. 01).

Segundo Mikkelsen (1978, p.48 apud SEPULVADA, 2003, p.3).

Normalizar não significa tornar excepcional normal,

mas que a ele sejam oferecidas condições de vida idênticas às

que outras pessoas recebem. Devem ser aceitos com suas

deficiências, pois é normal que toda e qualquer sociedade

tenham pessoas com deficiências diversas. Ao mesmo tempo é

preciso ensinar ao deficiente a conviver com sua deficiência.

Ensiná–lo a levar uma vida tão normal quanto possível,

beneficiando-se das ofertas de serviços e das oportunidades

existentes na sociedade em que vive.

O princípio da normalização e da inclusão diz respeito a uma

colocação seletiva do indivíduo com necessidade especial na classe regular. O

professor de classe comum não recebe um suporte do professor da área de

educação especial. Os estudantes do processo de normalização precisam

demonstrar que são capazes de permanecer na classe comum.

Diante destes fatos a Normalização busca oferecer condições de

vida iguais aos demais cidadãos ditos normais, levando-se em conta que há a

necessidade de fazer com que o deficiente possa conviver com sua deficiência

15

o ensinando a viver da melhor forma possível, além de se beneficiar das

oportunidades oferecidas pela sociedade.

Algumas leis auxiliaram bastante neste processo de inserção de

pessoas com necessidades especiais em classes regulares e pretendo

destaca-las no decorrer desta discussão.

Conforme a Constituição Brasileira, Capítulo III, Seção I, Art. 205 “A

Educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento

da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o

trabalho”, e no Art. 208, III “atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular do ensino”.

Em 1989, a Lei Federal 7.853/89, coloca como oferta obrigatória e

gratuita a Educação Especial em estabelecimentos públicos de ensino e

adverte como crime punível de reclusão de um a quatro anos e multa os

dirigentes que recusarem, ou suspenderem, sem justa causa, a matrícula de

um aluno em virtude de sua deficiência.

Sepúlveda (2003) ao discutir os tipos de integração como processo

aponta a complexidade do termo destacando a Conferência Mundial sobre

Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtien na Tailândia, em 1990,

que objetivou discutir a oferta de atendimento com necessidades educacionais

básicas para todos, além da universalização do acesso, promoção da

igualdade, ampliação dos meios e conteúdos da Educação Básica e melhoria

do ambiente de estudo.

Destaca ainda que em 10 de junho de 1994, representantes de 92

países e 25 organizações internacionais realizaram a Conferência Mundial da

Educação, encontro patrocinado pelo governo espanhol e pela UNESCO,

conhecida como a Declaração de Salamanca.

A Declaração de Salamanca (BATTISTI, 2007) é um documento que

defende sobre os princípios de Educação Inclusiva, que estabelece à escola

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inclusiva a contemplação de diferentes necessidades especiais: crianças

com dificuldades temporárias ou permanentes, que repetem o ano e sofrem

exploração sexual, violação física ou emocional, são obrigadas a trabalhar,

moram na rua ou longe da escola, vivem em extrema condição de pobreza, são

desnutridas, vitimas de guerras ou conflitos armados, têm altas habilidades

(superdotadas) e as que, por qualquer motivo, estão fora da escola (em

atendimento hospitalar, por exemplo). Sem esquecer daquelas que, mesmo na

escola, são excluídas por cor, religião, peso, altura, aparência, modo de falar,

vestir ou pensar.

A Declaração afirma que as escolas regulares com orientação

inclusiva são o meio mais eficazes de combater atitudes discriminatórias. A

coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade

(Leped), da Faculdade de Educação da Unicamp, Mantoan (2005) confirma

que o melhor atendimento escolar para pessoas com deficiência, como

também para qualquer outra criança, é mesmo a escola regular.

Pode-se afirmar, então, que em 1994, a Declaração de Salamanca

((UNESCO, 1994 apud SEPUVEDA, 2003, p. 3)).

Proporcionou uma oportunidade única de colocação

da educação especial dentro da estrutura de ‘educação para

todos’ firmada em 1990. Ela promoveu uma plataforma que

afirma o princípio e a discussão da prática de garantia de

inclusão das crianças com necessidades educacionais

especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de

direito numa sociedade de aprendizagem

Quanto ao conceito de necessidades educacionais especiais a

declaração afirma,

Durante os últimos quinze ou vinte anos, tem se

tornado claro que o conceito de necessidades educacionais

especiais teve de ser ampliado para incluir todas as crianças

17

que não estejam conseguindo se beneficiar com a escola,

seja por que motivo for. (UNESCO, 1994 apud SEPUVEDA,

2003, p. 4).

Ao citar o sistema educacional de ensino a Declaração de

Salamanca (UNESCO, 1994 apud SEPUVEDA, 2003, p.8) afirma:

• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a

oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;

• toda criança possui características, interesses, habilidades e

necessidades de aprendizagem que são únicas;

• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada

na criança, capaz de satisfazer tais necessidades; e

• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se

comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando

educação para todos; além disso, provêem uma educação afetiva à maioria das

crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de

todo o sistema educacional.

A mesma Declaração ressalta que os alunos com necessidades

educacionais especiais devem receber apoio suplementar de que precisam

para obter uma educação eficaz, isso faz com que a Educação Inclusiva se

torne a melhor forma de promover a solidariedade entre os alunos especiais e

os considerados normais. (BATTISTI 2007)

18

No ano de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, LDB nº 9394, ajusta-se à Legislação Federal, onde os indivíduos com

necessidades especiais, devem ter a preferência na rede regular de ensino. Os

artigos 58, 59 e 60 asseguram a inclusão do educando na rede regular de

ensino.

O debate em torno dessa questão a organização dos sistemas de

ensino para o atendimento ao aluno que apresenta necessidades educacionais

especiais e a formação do professor.

Segundo Fonseca (1995, p.9 apud BATISTTI, 2007, p. 133),

O direito a igualdade de oportunidades educacionais

é o resultado da luta histórica das ‘militantes’ dos direitos

humanos, luta que implica em obrigatoriedade de o Estado

garantir gratuitamente unidade de ensino para todas as

crianças quer seja deficiente ou não.

Para Sassaki (1997, p.34 apud BATISTTI, 2007, p 133),

(...) a integração social, afinal de contas, tem

consistido no esforço de inserir na sociedade pessoas com

deficiência que alcançaram um nível de competência

compatível com os padrões sociais vigentes. A integração tinha

e tem o mérito de inserir o portador de deficiência na

sociedade, sim, mas desde que ele esteja de alguma forma

capacitada a superar essas barreiras físicas, programáticas e

atitudinais nela existentes. Sob a ótica dos dias de hoje, a

integração constitui um esforço unilateral tão somente da

pessoa com deficiência e seus aliados (a família, a instituição

especializada e algumas pessoas da comunidade que abracem

a causa da inserção social), sendo que estes tentam torná-la

mais aceitável no seio da sociedade.

19

Compreende-se que o processo inclusivo significa uma verdadeira

revolução educacional e envolve o descortinar de uma escola eficiente,

diferente, aberta comunitária e solidária e democrática onde a multiplicidade

nos leva a ultrapassar o limite da integração para alcançar a inclusão.

É necessário que haja uma nova postura pedagógica frente à relação

aprendizagem/desenvolvimento, visando uma compreensão sobre as

dificuldades na aprendizagem e partindo do pressuposto de que o homem é um

ser único.

O desafio posto à escola inclusiva, diz respeito ao desenvolvimento

de uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar todas as crianças,

incluindo aquelas que possuam desvantagens. Assim, qualquer pessoa com

necessidades especiais tem o direito de expressar seus desejos com relação à

sua educação.

O documento preliminar sobre Inclusão organizado pela Secretaria

de Estado a Educação do Paraná (PARANÁ, 2000, p.17 apud CAUZ e

IACONO, 2006, p. 5) é um material rico em informações. Ressalta:

A educação inclusiva não é tarefa fácil de resolver

na prática, embora educadores, familiares e comunidade em

geral busquem a escola de melhor qualidade para todos.

Inúmeras e complexas são as condições que fornecem a

proposta inclusiva. Autores nacionais e internacionais que se

dedicam ao estudo da inclusão reconhecem que muitos são os

obstáculos existentes. Diante deles, ou assumimos uma

postura de negação e fuga, deixando de enfrentá-los, ou

encararmos como desafios a serem superados, para o que se

fazem necessárias algumas ações de enfrentamento. Tais

ações discirnam-se na crença do potencial humano e na

vontade política de “fazer acontecer”.

20

A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo

Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência possuem os

mesmos direitos das demais pessoas, inclusive o direito de não serem

submetidas à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e

da igualdade que são inerentes a todo ser humano.

A educação inclusiva assegura a todos os estudantes, sem exceção

a igualdade de oportunidades educativas, para que desse modo, possam

utilizar serviços educativos de qualidade em conjunto de outros apoios, para a

integração em classes adequadas, próximas as suas residências, com o

objetivo de serem preparadas para uma vida mais independente.

No entanto o debate só está iniciando. Muito ainda tem que ser feito.

A “verdadeira” inclusão dos alunos com necessidades especiais só ocorrerá

quando a educação for entendida como um processo de responsabilidade não

apenas da escola, mas também da família e da sociedade.

Assim o objetivo da inclusão é abrir caminhos para uma mudança,

afinal, incluir significa aprender e o que promove a interação entre os alunos,

complementa para que possa ocorrer uma inclusão satisfatória para todos.

Mantoan (2005) defensora da educação inclusiva no Brasil (apud

BATTISTI. 2007, p 134) aponta:

É a nossa capacidade de entender e reconhecer o

outro e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com

pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas

as pessoas sem exceção. É para o estudante com deficiência

física, para os que têm comprometimento mental, para a

inclusão educacional da criança portadora de deficiência dá a

ela o direito à justiça, à integração e à igualdade. Auxilia a um

melhor desenvolvimento físico e psíquico ao aluno especial e

aos demais alunos, oportunizando a aquisição de atitudes de

respeito, ajuda e compreensão.

21

Para garantir o atendimento especializado, a escola que não puder

oferecer condições para criança, a escola pública que não recebe apoio

pedagógico ou verba tem como opção fazer parcerias com entidades de

educação especial.

Após esta breve discussão, é de total importância pesquisar o que

vem a ser inclusão no espaço escolar, e por esta razão algumas informações

úteis para o esclarecimento de como a escola pode assumir em sua rotina a

inclusão.

Diante de todos esses fatos já discutidos, no segundo capitulo desta

monografia de forma mais abrangente o direito da criança a freqüentar as

escolas regulares e como os alunos com deficiência estão sendo recebidos,

tendo como resultado a escola de todas as crianças.

22

CAPÍTULO 2

A ESCOLA DE TODAS AS CRIANÇAS

Tendo por base as autoras Mrech (2007), Cavalcante (2005), Cauz e

Iacono (2006), o segundo capítulo desta monografia visa abordar o acesso de

crianças com deficiência, em escolas de rede pública ou privada em série

regular, colocando como principal ênfase a inclusão destes indivíduos no

ambiente escolar falando um pouco de cada deficiência.

É de total importância focar o direito das crianças como um todo.

Como previsto na Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do

Adolescente, lei nº. 8069/90 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

LDB nº. 9394/96, toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser

dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.

Toda criança possui características, interesses, habilidades e

necessidades de aprendizagem que são únicas. E com as crianças com

deficiência não é diferente, devem ter acesso à escola regular, acomodados em

uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer suas necessidades.

a

Escolas regulares que possuam orientação inclusiva constituem os

meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se

comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando

uma educação para todos.

O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as

crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de

quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter.

23

A escola inclusiva é aquela onde o modelo educativo subverte

essa lógica e pretende, em primeiro lugar, estabelecer ligações cognitivas entre

os alunos e o currículo, para que adquiram e desenvolvam estratégias que lhes

permitam resolver problemas da vida cotidiana e que lhes preparem para

aproveitar as oportunidades que a vida lhes ofereça.

Essas oportunidades lhes serão dadas, mas, na maioria das vezes,

terão que ser construídas e, nessa construção, as pessoas com deficiência tem

que participar ativamente.

Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades

diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de

aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de

um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso

de recursos e parceria com as comunidades.

Deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao

contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola.

Nesses espaços as crianças com necessidades educacionais

especiais deveriam receber suporte extra requerido para assegurar uma

educação efetiva, isto porque se compreende que a educação inclusiva é o

modo mais eficaz para a construção de solidariedade entre crianças com

necessidades educacionais especiais e seus colegas.

É importante que professores realizem de fato a educação para a

diversidade e que a formação e a investigação, sejam um desafio, um caminho

para o futuro, no qual o importante seja a mudança da escola mostrando à

sociedade que é possível incluir o “diferente”, construindo-se assim uma

filosofia de inclusão que se preocupa com os alunos cujos diferentes níveis de

comprometimentos, não se constituam em obstáculos à sua inserção na escola

comum.

24

As dificuldades existem e ficam claras quando se observa de

forma mais crítica. A falta de infra-estrutura das escolas; o despreparo e

desinteresse por parte de alguns professores que não se sentem capazes de

enfrentar um novo desafio, mas que também, muitas vezes, não buscam meios

para que isso ocorra.

Escola Inclusiva não é só aquela que possui rampas de acesso e/ou

elevadores, mas também, possui profissionais preparados e capacitados para

enfrentar esse verdadeiro desafio da inclusão, de crianças que possuam as

mais variadas deficiências.

As deficiências são diversas e com graus avançados ou não de cada

necessidade especial. De acordo com a pesquisa feita a partir dos autores Kirk

e Gallagher (1987), além de Cavalcante (2006), destaca-se a importância que

há nesta discussão ressaltando cada deficiência de forma breve.

2.1 Categorias de deficiência

2.1.1 A Deficiência Auditiva

A deficiência auditiva de acordo com a Federação Nacional e

Integração de Surdos e com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines),

seria a perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar sons. De

acordo com o Ines a surdez caracteriza-se de quatro formas.

Na surdez leve a pessoa apresenta perda auditiva de até quarenta

decibéis. Essa perda impede a percepção de todos os fonemas das palavras,

voz baixa ou distante não é ouvida. O aluno que possui este grau de

deficiência infelizmente é considerado como desatento. Essa perda não impede

a aquisição normal da linguagem, mas poderá ser a causa de dificuldades

articulatórias, leitura e/ou escrita.

A surdez moderada é apresentada pela perda auditiva entre

quarenta e setenta decibéis. O limite se encontra na percepção da palavra,

25

sendo necessário uma voz com mais intensidade para se fazer percebida.

Para o aluno, há a identificação de palavras mais significativas,

porém o atraso da linguagem e alterações articulatórias são freqüentes, tendo

dificuldades em compreender termos ou frases gramaticais.

Na surdez severa ocorre a perda auditiva de setenta a noventa

decibéis. O deficiente auditivo somente identifica ruídos familiares voz forte,

podendo chegar aos cinco anos sem aprender a falar. Por essa razão chega à

idade adulta com dificuldades na fala e vocabulário reduzido.

Já na surdez profunda, a perda auditiva é superior a 90 decibéis. A

gravidade desta perda é tão grande que o indivíduo é privado das informações

auditivas necessárias para perceber e identificar as vozes, impedindo de

adquirir uma linguagem oral.

É importante destacar neste ponto que é possível estabelecer

comunicação na surdez. A forma de comunicação com pessoas com

deficiência auditiva é a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), que é

bastante pertinente para um diálogo entre indivíduos surdos com pessoas sem

deficiência e também com deficiência, pode ser utilizada em qualquer lugar na

rua, escola, trabalho em casa.

A atitude que o professor deve tomar em sala de aula, seria a de

falar sempre de frente para o aluno com deficiência auditiva, falar claramente

em velocidade normal, deixar a boca sempre à mostra, sem se virar ou colocar

objetos que atrapalhem a visualização dos lábios. (se ele souber ler lábios),

escrever no quadro e utilizar textos impressos também facilita a vida da criança

deficiente. As informações com imagens enriquecendo as aulas também é bem

vindo , produzindo murais com palavras conceitos e conteúdos.

Ser expressivo auxilia bastante na comunicação; sugere-se utilizar

26

recursos visuais, pois há um melhor entendimento por parte dos deficientes

auditivos. O professor deve conhecer a Linguagem Brasileira de Sinais

(LIBRAS), para estabelecer diálogo com seus alunos.

2.1.2 A Deficiência Intelectual

A deficiência intelectual refere-se ao funcionamento intelectual geral

e significativamente abaixo da média, definido como um escore em testes de

inteligência inferior aos obtidos por 97% a 98% das pessoas da mesma idade,

que coexiste com falhas no comportamento adaptador, que satisfaz padrões de

independência e responsabilidade social esperados do grupo etário e cultural, e

se manifesta durante o período de desenvolvimento que deve ser observável

durante a infância. Problemas de natureza semelhante em adultos seriam

provavelmente classificados como doença intelectual e não deficiência

intelectual. (CROSSMAN, 1977.apud.KIRK e GALLAGHER, 1987)

A pesquisa realizada através dos autores do material, que serve de

base para este estudo, aponta que a deficiência intelectual seria o estado de

redução notável do funcionamento intelectual inferior a média, associados às

limitações como a comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas,

habilidades sociais, autonomia, saúde, organização, aptidões escolares, lazer e

trabalho.

O professor ao receber um aluno com deficiência mental, por não

haver um perfil único de grau de deficiência é necessário um acompanhamento

individual e contínuo.

Deve haver a informação sobre as especificidades e os instrumentos

adequados para tornar o ambiente agradável, capaz de propiciar um

aprendizado efetivo. Incentivar a resolver sozinha tudo o que puder, estimular o

desenvolvimento de habilidades inter-pessoais e ensinar a pedir ajuda.

É importante que o professor avalie este aluno individualmente, com

base em seu desenvolvimento sem compará-lo com a turma. Trate o deficiente

27

de forma normal, conversando, chamando a atenção, cumprimentando ou

despedindo de forma a respeitar a sua verdadeira idade.

2.1.3 A Deficiência Visual

A deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver

com o melhor olho e após a melhor correção ótica, como define o Instituto

Benjamin Constant.

A cegueira representa a perda total ou resíduo mínimo de visão, que

leva o indivíduo a utilizar o método braile como meio de leitura e escrita, além

de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a educação.

A visão reduzida trata-se de resíduo visual que permite ao

educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e

equipamentos especiais, com exceção de lentes de contato e óculos que

podem corrigir algumas deficiências.

Para a identificação de possíveis problemas visuais deve-se estar

atento a alguns sinais como, por exemplo, o desvio dos olhos, não seguimento

visual de objetos, não reconhecimento visual de familiares, baixo

aproveitamento escolar, atraso de desenvolvimento. Sintomas como

vermelhidão nos olhos, mancha branca, dor, lacrimejar, flashes e retração do

campo de visão podem provocar esbarrões e tropeços.

O professor deve orientar sempre para a avaliação oftalmológica

para diagnóstico e tratamento sempre que necessário.

Devemos incorporar estratégias de auxílio aos deficientes visuais,

sempre que ele necessitar, informar os obstáculos à frente é de total

importância para se evitar acidentes, manusear diferentes materiais possibilita

a percepção tátil. Deve-se conhecer o local em que freqüenta e qualquer

mudança que haja deve lhe ser informada. Para guiar o deficiente visual o

28

correto é segurá-lo pelo cotovelo, no ombro, ou no braço caminhando no

ritmo do deficiente.

Na escola para fazer com que a turma acolha e se entrose bem com

o novo colega, de forma a combinar com as crianças que cada dia uma a

acompanhe ao pátio, banheiro.

É comum que a criança com deficiência visual apresente algum

receio em manipular certos materiais como tesoura, cola, deve-se estimular,

mostrar que todos estão acostumados a utilizar estes materiais e que não há

nada de mal em se sujar.

2.1.4 A Deficiência Física

A deficiência física é uma variedade de condições não-sensoriais que

afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou

de fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e

ortopédicas, ou, ainda de má formação congênita ou adquirida.

O professor deve se comportar, ao ver a pessoa com deficiência

física de forma alguma a cumprir suas missões com limitação. Deve-se

respeitar o seu ritmo, seja usuária de muletas ou cadeira de rodas.

Oferecer ajuda somente se o deficiente permitir. Ao conversar por um

longo período se posicione de forma a ficar do mesmo nível da pessoa com a

deficiência física.

Para os deficientes que tem comprometimento na fala ouça com

paciência deixando-o terminar, e se não entender, peça que repita. Se o

indivíduo apresentar um aspecto “diferente” não se impressione afinal todos

somos diferentes.

Na escola é de total importância saber sobre o histórico pessoal e

escolar do aluno com deficiência, informe-se com a família e o médico sobre o

29

estado de saúde e quais os efeitos dos remédios que ele esta tomando. Esse

conhecimento é base para sugerir qualquer atividade que exija um esforço

físico.

Estimular o contato da criança com deficiência com os colegas,

permitindo a troca de idéias, a expressão de emoções e o contato físico para

auxiliar nas diversas atividades.

Utilizar material concreto e o quadro com letras magnéticas para

facilitar a formação de palavras e a memorização quando houver restrição no

movimento dos braços.

É preciso lutar para que se garanta a todos as mesmas

oportunidades para estudar, trabalhar, para ter lazer e praticar esportes enfim,

para ter acesso a todos os bens produzidos socialmente.

A educação é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer

cidadão, e que é fundamental incluir o aluno com deficiência e garantir a ele a

possibilidade de seu crescimento, mas isso só é possível quando há

professores e comunidade envolvidos, trabalhando em conjunto e realmente

comprometidos com a educação.

Tendo em vista a autora Corrêa (2003), “A inclusão exige que o

convívio com pessoas com necessidades especiais seja feito baseado no

respeito ao outro, na solidariedade, na vontade de ajudar e no desafio para

buscar novos caminhos para fazê-lo”(p.107).

É importante que cada um conheça os seus próprios limites, para a

contribuição da criança deficiente. É preciso analisar as formas possíveis para

que a inclusão se realize em benefício da criança deficiente.

Além de todos os aspectos abordados pelos teóricos, a inclusão

escolar possui diferentes implicações.

30

O Âmbito Político é relacionado à concentração de esforços no

sentido de redimensionar as políticas, diretrizes e planos escolares, que irão

repercutir nos recursos humanos, financeiros e materiais disponíveis.

No Âmbito dos Recursos Humanos a escola leva os professores a se

aperfeiçoarem pois deve-se adotar procedimentos na escola inclusiva. A

direção da escola deverá, se atualizar e facilitar o processo.

O Âmbito Pedagógico o foco é educacional.

A inclusão exige que o convívio com pessoas com necessidades

especiais seja feito com base no respeito ao outro, na solidariedade, no desafio

para buscar novos caminhos para fazê-lo. Para que a educação inclusiva seja

uma prática dentro da escola, é importante que todos os envolvidos no

processo educacional, ou seja, professores, diretores e os demais funcionários

estruturem seu conhecimento de forma positiva, de forma a reconhecer a

especificidade de cada deficiência, pois assim ocorrerá um planejamento e uma

execução onde poderão surgir oportunidades que possam vir a auxiliar as

necessidades desses indivíduos.

Diante do exposto o terceiro capítulo visa explorar os fatores

preponderantes da prevenção da deficiência, destacando os procedimentos e

as ações preventivas que ocorrem para evitar o nascimento de crianças com

deficiência.

31

CAPÍTULO 3

A PREVENÇÃO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO EM

SAÚDE

O terceiro capitulo visa compreender o papel fundamental da

prevenção na saúde da população, entendendo que a prevenção depende da

informação. Identificando a importância da prevenção no contexto da Educação

Especial.

Segundo a autora Corréa (2003) quando se trata de deficiência,

prevenir significa poder evitar, principalmente, o nascimento de crianças com

seqüelas físicas e/ou neurológicas previsíveis ou a instalação destas após do

parto.

Esta prevenção de doenças ocupa uma parcela de preocupações

por parte das autoridades o que tem refletido nos planos governamentais.

Em relação às condições de vida da população destaco que as

situações socioeconômicas, infra-estrutura e o nível de desenvolvimento

determinam os níveis de escolarização, de saúde, de acesso a bens e serviços

da população.

O êxodo rural, o processo de urbanização, a atividade econômica, o

acesso a novas tecnologias, a distribuição de renda, a produtividade e o nível

de emprego são fatores que também favorecem as condições de vida das

pessoas. Que influenciam nas ações preventivas a cada grupo.

Em relação à educação e prevenção ainda segundo a autora Corréa

(2003), para compreendermos a importância da prevenção na saúde de

32

pessoas é preciso ter o papel da educação ambiental e também da educação

sexual.

A educação ambiental que traz a tona que a população não se da

conta da utilização adequada de recursos hídricos, como os rios, riachos,

lagoas, mar, dentre outros e que é de fundamental importância à manutenção

do equilíbrio dos ecossistemas e como conseqüência para a prevenção de

doenças. Afinal a educação ambiental, que esta voltada para a utilização

correta dos recursos hídricos, é uma forma positiva de prevenção de doenças.

A poluição das águas afeta a nossa saúde de forma direta,

provocando diversas doenças dentre elas, hepatite, diarréia, parasitoses

intestinais, entre outras que podem comprometer gestantes, recém nascidos e

crianças.

A respeito da educação sexual a prevenção implica uma orientação

do combate a AIDS, e no caso da sífilis e da herpes podem causar abortos,

problemas neurológicos e/ou deficiência no feto.

A educação sexual pode fornecer assistência antes da concepção,

por base dos exames pré-natais, no parto e após o nascimento. Todas essas

medidas são preventivas, para não ocorrer o nascimento de crianças com

deficiência ou com problemas de saúde do feto e da mãe durante todo o

período da gravidez até seu termino.

Ao se tratar de deficiências, as causas principais estão relacionadas

à nutrição inadequada de mães e crianças, em diferentes momentos da vida

(períodos pré, peri e pós natais), infecções, acidentes e aos problemas

genéticos.

Neste caso a prevenção

“diz respeito a um conjunto de medidas que devem

ser tomadas em nível individual, comunitário e governamental

com o objetivo principal de identificar, minimizar e, se possível,

eliminar a maioria das causas da deficiência e promover a

33

saúde física e mental no nascimento, no desenvolvimento e

na maturidade dos indivíduos” (ESCORSIA e MENESES 1993,

p.14. apud CORRÉA, 2003, p.112).

Para compreender o significado da prevenção na vida dos indivíduos

temos de possuir duas visões que colaboram com essa postura.

A visão organicista acreditava que antigamente, o entendimento

era de que a origem e a explicação da deficiência e do estado de saúde de um

individuam deveriam estar na própria pessoa.

A visão social é caracterizada mais tarde quando a atenção foi

colocada na saúde e na prevenção, as informações passaram a ser

pesquisadas nas variáveis externas ao sujeito. A interdependência entre os

fatores ambientais (sociais, econômicos, culturais, políticos e demográficos) e

que o estado de saúde geral do individuo é a soma das condições que a

pessoa se encontra.

Programas de prevenção de deficiência e ações preventivas

dependem da análise e compreensão dos fatores ambientais e dos resultados

de suas combinações, colocando um retrato da realidade. Cerca de 70% das

deficiências poderiam ser evitadas se houvesse políticas mais apropriadas e

maior envolvimento comunitário.

Existem controvérsias sobre a porcentagem de pessoas com

deficiência. Enquanto um estudo das Nações Unidas nos paises em

desenvolvimento concluiu que 15% das crianças necessitam de educação

especializada ou algum tipo de reabilitação.

Em paises desenvolvidos, a estimativa de incidência de pessoas

com deficiência está entre 1,5% e 3,5%. No Brasil mesmo com as condições

de miséria, desnutrição e saúde precária a porcentagem é de 10%, onde a

maior incidência é de deficientes mentais, cerca de 50% desta total, seguido

da deficiência física que ocupa 20%, deficiência auditiva com 15%, deficiência

múltipla possuindo 10% e finalizando 5% com a deficiência visual.

34

De acordo com a base na Organização Mundial de Saúde (OMS), o

número de deficientes é superior a 16 milhões.

Identificar as causas da doença e da deficiência na população,

procurando modificar esse quadro é uma tarefa individual e também coletiva,

pois a informação auxilia na solução de problemas nos âmbitos domésticos,

comunitário e familiar. E a coletividade reúne esforços para combater fatores

com resultados maiores e duradouros, modificando hábitos e desenvolvendo

procedimentos.

Portanto quanto melhor a condição de vida da população, melhor

será a saúde, maior será a escolarização e como resultado menor serão os

riscos de doenças. A prevenção é o maior investimento a se fazer.

A prevenção da deficiência deve estar baseada na realidade

socioeconômica e cultural das comunidades. As ações preventivas podem ser

executadas em três categorias.

A prevenção primária previne a ocorrência de deficiências físicas,

sensoriais e mentais. Programas de prevenção contra o uso de drogas e de

álcool, vacinação das mães contra doenças, são medidas que tem por objetivo

evitar o aparecimento de deficiências.

Deficientes

Predominância

Mental 5,0

Física 2,0

Auditiva 1,5

Visual 0,5

Múltiplas 1,0

Total 10,0

35

A prevenção secundaria, partindo de problemas já instalados,

busca o diagnóstico de forma precoce na tentativa de procurar impedir que

ocorram limitações permanentes controlando as suas conseqüências.

A prevenção terciária visa que as ações realizadas têm como

objetivo atender de forma adequada à pessoa deficiente, procurando reduzir as

conseqüências dos problemas gerados pela deficiência.

Alguns programas visam melhorar a vida do individuo deficiente, são

estes os programas de reabilitação, programas de educação especial e

qualificação profissional.

A saúde da mulher e da criança deve ser prioridade se tratando de

prevenção, mas é importante saber que nem sempre tudo começa na gravidez.

Há inúmeros fatores e situações existentes que colocam em risco o

nascimento do bebê que ainda não foi gerado.

São inúmeras as causas de seqüelas físicas, ou seja,

conseqüências, lesões residuais de uma doença, inclusive neurológicas, que

são previsíveis e podem ser detectados durante a vida dos futuros pais. O

estudo da etiologia que se trata do estudo das causas de uma doença, das

deficiências de todos os tipos e intensidades ocorre antes da concepção.

Há causas especificas com influência de fatores internos e externos

e com necessidades de variados tipos de intervenção para evitar o nascimento

de uma criança com deficiência.

ASSISTÊNCIA PRÉ-CONCEPCIONAL

A assistência pré-concepcional corresponde as ações de caráter

preventivo implementadas em todos os campos e níveis (médico, cultural,

social, psicológico e econômico). A assistência pré concepcional diz respeito

ao bem estar de toda a população e ao atendimento às necessidades básicas

de saúde, educação, alimentação dentre outros, que são capazes de proteger

e de diminuir os índices de seqüelas.

36

A assistência pré-concepcional é definida como

Um conjunto de ações médico-socioeconomico-

educativas, com vistas à profilaxia das deficiências, prestadas

na rede de saúde estadual ou municipal, realizadas tanto no

período que antecede a primeira gravidez, quanto os que

referem a segunda e demais gestações (...) essa assistência,

além de servir como instrumento extraordinário de prevenção

as deficiências, atua como fator importantíssimo de proteção à

mulher, ao homem, à família e capaz de reduzir os inquietantes

índices de mortalidade materna, extremamente preocupantes

em paises como o nosso (...) (Fontes, 1994, p.IV e V. apud

CORRÉA, 2003, p.122).

Os pais atendidos seriam examinados clinicamente, com o pedido de

vários exames laboratoriais, como por exemplo, o tipo tanguinio, a investigação

de Sífilis, Hemograma, Hipo e hipertireodismo, Rubéola, Citomegalia e Herpes,

aconselha-mento genético e Toxoplasmose.

A tipagem sangüínea e fator RH – o tipo sangüíneo serve para evitar

problemas de incompatibilidade (comuns em lesões cerebrais em fetos e

recém nascidos).

A sífilis, doença infecciosa universal, cosmopolita, pode causar lesão

cerebral através de partos prematuros, crescimento intra-uterino retardado,

hidrocefalia que é o acumulo de liquido cefalorraquidiano nos ventrículos, entre

outros problemas.

O exame de hemograma pode identificar a anemia que, em

mulheres agrava-se na gestação e pode prejudicar o feto.

Hipo e Hipertireodismo quando identificado em tempo hábil, pode-se

evitar gestações de risco, gerar bebês prematuros e com baixo peso (ambos

com tendência a problemas cerebrais).

37

Quanto a Rubéola que é a infecção de origem viral, responsável

por sérios danos fetais, inclusive neurológicos, quando acomete a gestante nas

primeiras 12 semanas de gravidez, Citomegalia e Herpes, causadas por vírus,

podem ocasionar problemas neurológicos no feto.

O aconselhamento genético é um processo de comunicação sobre o

risco de ocorrência familiar de anormalias genéticas é indicados para pessoas

idosas grávidas, casamentos consangüíneos, anormalidades físicas, entre

outras.

A toxoplasmose é capaz de gerar anormalias congênitas quando

ocorre no primeiro trimestre da gravidez.

Investigar a saúde dos pais é um fator importantíssimo para a vida

deles e dos filhos. Pois na identificação de um eventual problema, pode ser

tratado a tempo, assim evitando agravamento de uma situação seja ela qual

for.

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL

A assistência pré-natal investiga as condições que poderão

influenciar no nascimento. O pré-natal é o melhor exemplo da medicina

preventiva, pois ela previne doenças e situações de risco.

A realização, pela gestante, de atendimento e acompanhamento

médico é a melhor forma de prevenção de deficiências. A assistência médica

deve incluir anamnese, exames médicos, informações complementares.

Na anamnese o médico deve conhecer toda a historia de vida do

paciente, se teve alguma doença cardíaca, neurológica ou doenças de

natureza genética.

Os exames médicos devem ser feitos regularmente, a gestante deve

fazer exames físicos, que ajudam a detectar os riscos atuais ou preexistentes

como hipertensão, anemia, doenças cardíaca. Novas informações são

acrescidas as anteriores, para um quadro mais completo da mãe e do filho.

38

O médico pode realizar consultas rotineiras, informar à paciente e

aos seus familiares sobre a alimentação, a importância da amamentação, os

riscos da utilização de álcool, drogas e cuidados durante a gravidez.

Muitos são os fatores de risco à mulher. Alguns ligados ao útero, à

placenta, ao cordão umbilical, ao feto, ao meio ambiente.

A gravidez na adolescência que se torna mais comum a cada dia

que passa é um dos maiores riscos, pois a mãe possui uma imaturidade física

para gerar a criança. Bebês prematuros e com baixo peso são as principais

conseqüências deste tipo de gravidez.

Já a gravidez em idade avançada apresenta um fator de risco, pois

podem ocorrer vários problemas de saúde associados, como anemias,

hemorragias, cardiopatias, prematuridade, dentre outros.

Durante a gestação, o ideal seria que os pais consultassem um

pediatra ao menos após o sexto mês e próximo à concepção, pois estas visitas

serviriam para que o medico acompanhasse o crescimento do feto e as

condições maternas para gerar a criança. O pediatra deve estar presente na

hora do parto para um menor risco de trauma para o bebê.

ASSISTÊNCIA PERINATAL

A assistência pré-natal visa à melhoria das condições de parto e

nascimento a partir das medidas suficientes e eficientes de atendimento

especializado e identificação de fatores patológicos (erros inatos do

metabolismo, anóxia, traumas de partos, entre outros).

As causas que podem dificultar o nascimento e o parto estão

relacionadas a acidentes durante o parto, podendo ser evitados com o

treinamento de obstetras e neonetalogistas, com a intensificação de consultas

médicas durante a gravidez com a melhoria das condições de parto e com a

criação de centros de atendimento para emergências infantis.

39

Quanto melhor for o estado de saúde da mãe, o acompanhamento

médico durante a gravidez, assistência adequada para mãe e filho se minimiza

as chances de ocorrer problemas.

ASSISTÊNCIA PÓS-NATAL

A existência de uma infra-estrutura adequada em hospitais e

maternidades, a presença de profissionais da obstetrícia e da neonatalogia

durante o parto, as rotinas de higiene do hospital, o bom estado de saúde da

mãe e o pronto atendimento ao recém-nascido, principalmente quando forem

prematuros ou apresentarem indicações de sofrimento fetal, podem evitar a

ocorrência de problemas após o parto.

As condições pos-natais mais comuns estão relacionadas às

condições de saúde geral do recém-nascido, o surgimento de síndromes, à

pos-maturidade, às infecções, aos erros inatos do metabolismo e ao

nascimento de crianças de mães com diabetes ou epiléticas.

Em se tratando de prevenção as prioridades deveriam ser a de

melhor nutrição materna e na primeira infância; a imunização contra infecções

bacterianas e vitoriosas; exame e aconselhamento genéticos; educação

familiar para reduzir casamentos consaguínios; melhores cuidados e condições

pré-natais e perinatais; eliminação dos perigos ambientais; melhores práticas,

incentivos e educação durante a primeira infância.

As ações preventivas exijam a integração dos serviços de saúde,

educação e ação social; a valorização da capacidade profissional; a analise da

realidade local; o levantamento dos serviços prestados à população; medidas

que visem à melhoria da qualidade de vida de pessoas de baixa renda, a

formação de grupos de voluntários de saúde com capacitação e orientação

adequadas, para o acompanhamento de ações preventivas e interação.

A maioria das deficiências pode ser evitada, mas exige esforços de

toda a população em informações, no apoio, em recursos humanos e

materiais, trabalho comunitário e divulgação integrada das medidas

40

preventivas para identificação e atendimento precoce para aqueles que

apresentarem algum tipo de deficiência.

Apesar das existência de tantos fatores de risco que podem ocorrer

no nascimento de crianças com deficiência, existem diversas ações que

podem ser implementadas o que iria resultar na diminuição do individuo

deficiente.

41

CONCLUSÃO

Nesta pesquisa, as pessoas com necessidades especiais trilharam um

caminho longo para chegar ao século XXI, discutindo a legislação, as

conquistas, a escolarização, o mercado de trabalho e até a própria vida.

Os direitos dos deficientes foram conquistados de forma gradativa, e a

medida que foi sendo alcançada, a convivência com eles na sociedade se

tornou mais frequente, o que levava as pessoas a agir, interagir e reagir ao

tentar integrá-los e aceitá-los.

Atualmente sabe-se que o deficiente precisa encontrar, na sociedade, o

apoio, a estrutura, o respeito, o acolhimento e a boa vontade para poder ter

suas necessidades minimizadas garantindo seu desenvolvimento em boas

condições.

A história mostrou que, apesar das atitudes em relação aos deficientes

terem sofrido mudanças para melhor, o preconceito permaneceu inalterado. Em

todas as épocas e em todos os lugares, podemos detectar atitudes e reações

preconceituosas em relação às pessoas deficientes.

São muitas as causas da deficiência e as ações preventivas podem

minimizar os fatores que provocam o estado de deficiência. A escola, com a

participação ativa dos profissionais da educação e da saúde, tem muito a

contribuir por meio de ações em parceria.

O objetivo desta pesquisa é contribuir para o conhecimento frente à

deficiência e incorporando à prática e à teoria a inclusão em todos os

momentos.

Para que a educação inclusiva seja uma prática na escola, é importante

que todos os envolvidos no processo educacional aperfeiçoem seus

conhecimentos sobre cada deficiência, resultando na execução de ações que

42

dêem oportunidades e contemplem as necessidades dos indivíduos com

deficiência.

43

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MRECH, Leny Magalhães. Universidade de São Paulo. O que é educação inclusiva? Disponível em http://br.answers.yahoo.com/question, 2007.

46

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS......................................................................................2

DEDICATÓRIA................................................................................................3

RESUMO.........................................................................................................4

METODOLOGIA..............................................................................................5

SUMÁRIO........................................................................................................7

INTRODUÇÃO ...............................................................................................8

1 – O QUE É INCLUSÃO? ..........................................................................10

1.1. Conceito.................................................................................................10

1.2. História...................................................................................................11

2 – A ESCOLA DA TODAS AS CRIANÇAS................................................22

2.1.CATEGORIAS DE DEFICIÊNCIA...........................................................24

2.1.1.Deficiência Auditiva..............................................................................24

2.1.2. Deficiência Intelectual.........................................................................26

2.1.3. Deficiência Visual................................................................................27

2.1.4. Deficiência Física................................................................................28

3 – A PREVENÇÃO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE...........31

CONCLUSÃO................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................43

WEBGRAFIA................................................................................................45

ÍNDICE .........................................................................................................46

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